Jornal Opinião 27 de Janeiro de 2012 by Diogo Fedrizzi

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KARINA MARIOTTI promotora

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INQUÉRITO PROJETO METAMORFOSE Páginas 5, 12 e 13

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“Eu ouvi um minuto e meio da manifestação da promotora e não consegui mais seguir PAULO COSTI prefeito ouvindo”

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ENTREVISTA O mentor do grupo que debate Encantado na rede social Página 15

Diogo Fedrizzi

Páginas 9 e 10

Coluna Milton Fernando

Jornal Opinião Encantado, 27 de janeiro de 2012

milton@rdencantado.com.br

Mais um capítulo do Caso Metamorfose Diogo Fedrizzi

Coletiva da Promotora Mariotti

Na segunda-feira (23), no prédio da Promotoria Pública de Encantado, a imprensa regional se reuniu em uma entrevista coletiva da Promotora Karina Mariotti e algumas de suas manifestações transcrevemos abaixo: 1.Qual foi a determinação do conselho quando o processo voltou para mim, entendemos que talvez este processo precise de um novo olhar, devido a um recurso feito pelo município de Encantado, não está pronto para o arquivamento, mas, em nenhum momento, o Conselho informa que o autos estão indo com a determinação de ajuizar ação civil pública ou de realizar alguma diligência, me deu um cheque em branco, a única orientação que ficou que já deveria ter sido feita, é que a parte criminal deveria ter arquivado em juízo. 2.Analisei a parte criminal, entendi que não havia crime nenhum, tirei cópia do processo de capa a capa, dos 12 volumes, e encaminhei para a Doutora Juliane Pereira Lopes, e o Judiciário teve por bem também arquivar o processo, homologando o que lhe havia sido enviado. 3.Fiquei três meses praticamente trabalhando nesse processo na parte da improbidade, analisei exaustivamente cada depoimento, cada nota fiscal, cada promoção do município, cada manifestação das partes e não encontrei qualquer ato de improbidade; 4.O que encontrei ali, na verdade, houve sim deficiência de prestação de contas, tudo aqui que já o antigo Promotor do caso, Dr André já havia apontado, só que, qual é o meu entendimento, inclusive isto pode ser visto na decisão do Tribunal de Contas, que fixou a glosa, a multa, e mandou devolver o valor, enfim, só que, qual é o meu entendimento, uma coisa é deficiência na prestação das contas, outra coisa é improbidade administrativa; 5.Nós devemos obediência a uma lei, que inclusive é bastante rígida, que nos exige que, inclusive, se coloque um juízo de prelibação, ou seja, um juízo preliminar de análise de viabilidade da petição inicial.

6.O que acontece, quando um Promotor distribui a inicial de improbidade, ela não é recebida de plano pelo juiz, ele primeiro dá oportunidade para que a pessoa se defenda, para depois dizer se vai receber a ação, para vocês verem quanto grave é uma ação de improbidade; 7.É muito complicado ajuizar uma ação de improbidade sem a convicção de que ela ocorreu, digamos, ajuizar para satisfazer o anseios da comunidade, ou da própria instituição, o promotor tem que formar a sua própria convicção, e se ele não tem isso, é complicado ajuizar uma ação. 8.Para formar essa convicção, eu analisei cada um dos documentos do inquérito, foram dias, noites, esse tipo de trabalho tem que se levar para casa, onde é mais tranquilo, mas ali eu não vi improbidade administrativa, respeito a decisão do Tribunal de Contas, acho que é um órgão dos mais qualificados do país, uma coisa é a decisão dele e outra é a improbidade administrativa. 9.A improbidade exige prova de elemento subjetiva, exige prova de dolo, improbidade não é uma responsabilidade objetiva, ou seja, responsabilizar o gestor porque ele errou, ou cometeu equívocos, se atrapalhou nas contas, isto não basta para condenar por improbidade. 10.Então, na minha opinião, num inquérito que você não vê a viabilidade de uma ação, com resultado final satisfatório, é uma ação condenada ao fracasso, tem que se ter esse cuidado, todo promotor deveria ter esse cuidado.

“É interessante que se diga que o relator inicial do Conselho, Dr. Daniel Rubim, e o que relatou o processo depois, Dr. Mário Romera, que leram efetivamente o inquérito, e se debruçaram sobre ele, ambos se manifestaram pelo arquivamento. A convicção da Juíza que recebeu o processo, Dr.Juliane, também optou pelo arquivamento. Além do promotor André Prediger”.

Chutando o balde O prefeito de Encantado, Paulo Costi, ao se manifestar sobre o novo arquivamento pelo Ministério Público de Encantado, do inquérito que investigava supostas irregularidades no Projeto Metamorfose, usou expressões fortes como: Arquivo JO

1. Quando me ligaram para falar sobre o novo arquivamento no caso metamorfose, eu não acreditei;

não sei, já que eles são passageiros por aqui, e vão deixar esse rastro de impunidade para a população;

2. Num primeiro momento pedi para não me manifestar, pois não saberia que palavras eu usaria, para fazer uma análise do que aconteceu;

10. Eu acho que é um mau exemplo o que está acontecendo aqui em Encantado, é inacreditável que alguém arquive um processo, não tenho nada contra as pessoas, mas alguém que foi visto na praia dizendo que estava em curso, pegou outro vereador para confirmar, depois resolve dizer que foi ao curso, devolve o cheque cinco dias depois, e está tudo bem, e como ele mesmo diz, até as pedras sabem o que aconteceu, e as coisas ficam deste jeito;

3. Os meus filhos me cobram que sou certinho demais, vou até em casa, deixo o carro da administração e pego o meu particular para ir ao mercado, e eles dizem, os outros não fazem assim. 4. Não me interessa os outros, eu não preciso que ninguém me fiscalize, sou fiscal de mim mesmo; 5. Não sou perfeito, tenho minhas falhas, fraquezas e meus erros, mas acho que hoje está cada vez mais difícil passar valores, éticos e morais para os filhos; 6. Eu ouvi um minuto e meio a manifestação da promotora, e não consegui mais ouvir, pois ela disse que não conseguiu ver fatos que não levassem ao arquivamento. Pergunto, não conseguiu ver o que está ali claro, é difícil passar para os filhos os verdadeiros valores, quando aquelas pessoas que devem dar o exemplo, simplesmente, cometem, para mim, isso são aberrações, não estou condenando os dois promotores; 7. Mas é impressionante o que está acontecendo aqui em Encantado, algumas pessoas estão protegidas, tudo podem, essa decisão dá entender à população que elas tudo podem, para alguns pelo menos; 8. Te confesso que recebi com enorme decepção a decisão; 9. Perguntaram-me o que passa na consciência destas pessoas, eu respondi,

11. Tu me perdoes essa minha manifestação, mas a revolta não é minha, é de uma grande parcela da comunidade, que a impunidade continuando, e às vezes a gente pensa que o que vira em Pizza só acontece em Brasília, confesso que fiquei decepcionado, não dormi a primeira noite, só soube na segunda feira, é lamentável, e continuo dizendo aos pais que continuem dando bons exemplos, falando em valores, em princípios, pois alguma coisa esta por de trás de tudo isso, eu não sei o que, mas é inacreditável que tal fato tenha acontecido novamente desta forma.

“Essa é minha manifestação, eu ia evitar falar, às vezes o meu pai me dizia que o silêncio é a melhor resposta, mas é que estou sendo cobrado também, sinceramente fiquei indignado com a decisão, e pude observar claramente naquele um minuto e meio que ouvi a manifestação da Promotora, o linguajar é mais ou menos o mesmo do Promotor, então não sei o que tem por trás disto.”

Encantado

Jornal Opinião Encantado, 27 de janeiro de 2012

Encantado protesta contra atual modelo de pedágio Centenas de pessoas trancaram a RS 130 no final da tarde de quarta-feira (25) DIOgO FEDRIzzI Encantado - O final da tarde de quarta-feira (25) levou centenas de autoridades e representantes de comunidades de Encantado e região até as proximidades da praça de pedágio da Sulvias na RS 130 na localidade de Palmas. O objetivo da manifestação pacífica foi demonstrar o inconformismo da população com o reajuste nas tarifas e pedir um Pedágio Mais Justo. Hoje, o valor pago é de R$ 6,70 para automóveis. O movimento iniciou a partir da criação do Grupo Encantado RS, na rede social Facebook, pelo técnico em Telemática, Edionei Robson Triches (veja reportagem na página 15). “Todos aqui estão de parabéns. Se isso gerar algum resultado é fruto da mobilização de todos”, afirmou. Com cartazes, apitos e nariz de palhaço, os manifestantes trancaram a rodovia e impediram o tráfego de veículos na RS, nos dois sentidos. Panfletos explicativos também foram entregues aos motoristas. O ato durou cerca de uma hora.

Manifestações Diversas lideranças também aproveitaram a oportunidade para demonstrar indignação com pedágio. “Queremos sensibilizar as pessoas e, principalmente, o governo para que na hora em que ele vá decidir que tenha consciência que o povo pensa um pouco diferente daquilo que já foi feito. Pode não repercutir agora, de imediato, mas temos a expectativa de que esses atos em que o povo mostra a sua indignação, possa surtir efeitos no ano que vem quando da renovação dos contratos dos pedágios”, disse o vice-prefeito José Calvi. “Estamos indignados e queremos um novo modelo de pedágio, mais justo”, acrescentou o advogado Thiago Vian, enquanto distribuía panfletos para os motoristas. Para o deputado estadual Alceu Barbosa, a população não pode acreditar nos argumentos da Concessionária responsável de que pedágio dá prejuízo. “Alguém de bom senso imagina que uma empresa trabalha 14 anos com um déficit superior a R$ 1 bilhão”, falou.

“A Sulvias para nós não serve”, diz Jonas Conforme o vereador encantadense Jonas Calvi, só no município de Encantado, em 10 empresas, mais de R$ 2 milhões foram pagos em pedágios no Rio Grande do Sul. “O nosso movimento é justo pela alta tarifa que pagamos pelo pedágio, é justo pelo fato de que o sistema que temos hoje não nos serve e é justo porque esta empresa a

Fotos: Diogo Fedrizzi

Diversas faixas foram exibidas para mostrar a indignação com os valores cobrados

Criatividade: Samuel Dal Pizzol e Reni Filter

Manifestantes usaram nariz de palhaço

Thiago e Maurício Vian entregaram panfletos

Cosuel também protestou

Sulvias/Univias, tivemos que fazer mais de uma dezena de reuniões para que fossem pintar o trevo de Santa Clara e colocar os tachões no trevo do Peteba. A comunidade de Encantado não agüenta mais tanta lamentação por parte desta empresa. Troca-se o modelo do pedágio, mas a Sulvias para nós não serve”, disse Jonas. Divulgação

Vereador Jonas Calvi foi um dos líderes do movimento

Autoridades de vários municípios participaram do protesto

Geral

Jornal Opinião Encantado, 27 de janeiro de 2012

Edson Brum recebe com preocupação informações do setor agroindustrial de produtos suínos Divulgação

A AUTORIDADE DE JESUS No Evangelho deste domingo (Marcos 1,21-28), Jesus continua entrando nas sinagogas para ensinar aos sábados, só que agora já leva consigo os discípulos. E o acontecimento que chama atenção nesta narrativa, é a presença de uma pessoa com um espírito mau, que vem perguntar a Jesus o que Ele quer. E o tal espírito reconhece Jesus como o Santo de Deus. Jesus apenas ordena ao espírito mau que "cale-se e saia dele". O espírito sacode o homem e deixa-o. As pessoas ficam admiradas ao verem que além da autoridade ao ensinar, Jesus também tem autoridade sobre os espíritos maus.

Porto Alegre - O deputado Edson Brum (PMDB), em contato na manhã desta quinta-feira (26) com o Diretor Executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do RS (SIPS/RS), Rogério Kerber, tomou conhecimento da incerteza e da preocupação do setor agroindustrial, que tem como base da produção o insumo milho, mencionando que dos últimos quatro anos, ou seja, a partir de 2008, apenas em 2010 obteve-se resultado razoável. E, neste ano, a situação se tornou mais grave em virtude da prolongada estiagem. “O Rio Grande do sul terá que importar de 2,5 a 3 milhões de toneladas de milho, o que significa que vamos mandar para fora mais de R$ 1,5 milhão”, disse. Brum compartilha a preocupação, lembrando ainda

que esta questão vai gerar movimentação econômica nos outros Estados, trazendo empobrecimento ao Rio Grande do Sul. O diretor do SIPS/RS, salienta, ainda, que fala em nome da cadeia produtiva do suíno, no entanto, os prejuízos também são grandes para os setores de aves e leite. “Vemos um horizonte muito preocupante para 2012. Já não são poucos os problemas tributários, de logística, o embargo russo à carne suína, somando-se, agora, o custo de produção”, disse Kerber. O deputado Edson Brum vai levar

Edson Brum e Rogério Kerber a questão ainda esta semana ao ministro da Agricultura Mendes Ribeiro Filho, quando solicitará a possibilidade de realizar leilões para a compra de milho e trigo – com subvenção – para uso de ração animal, visando, pelo menos, minimizar a alta no custo de produção. “Compra simples, de outros Estados, vai agravar a perda de competitividade, já muito grande, o que não é nada bom”, acrescentou o parlamentar.

Vereador de Nova Bréscia é destaque

Divulgação

No tempo de Jesus, os espíritos maus tinham uma maneira diferente de agir da de hoje. Naquele tempo esses espíritos assustavam as pessoas no ponto fraco delas: o medo do desconhecido e do sobrenatural. Nos dias de hoje, com o avançar da ciência e do conhecimento, muitos fenômenos como a histeria, a convulsão e a esquizofrenia têm explicação na medicina e na psicologia. Os espíritos maus atuam hoje de forma mais sutil, mais discreta: abalando as bases familiares. A relação pais e filhos vem sendo minada por vários fatores: o ritmo de vida acelerado, a falta de tempo, diálogo e carinho, a influência da televisão, cinema, computador nas mentes sem senso crítico para filtrar o que é certo e errado. Os espíritos maus de hoje são a falta de respeito entre pais e filhos, a preguiça e acomodação, a falta de auto-estima que gera a carência e torna nossas crianças e adolescentes vulneráveis às más influências... E Jesus também tem autoridade sobre esses maus espíritos!

Porto Alegre - O vereador Adelson Mezacasa (PP) recebeu, no dia 19 de janeiro, em Porto Alegre, uma homenagem da União dos Vereadores do Rio Grande do Sul (Uvergs). O prêmio foi um reconhecimento à Gestão Administrativa praticada pelo parlamentar enquanto esteve na Presidência do legislativo bresciense durante o ano passado. A entrega da distinção aconteceu durante o 13º Curso Técnico promovido pela entidade.

Mezacasa recebeu homenagem de Honra ao Mérito dos diretores da Uvergs

giuseppe conquista troféus no Rodeio de guaporé

Simone Giongo

À medida que os ensinamentos de Jesus passam a fazer parte do cotidiano dos pais e dos filhos, os espíritos maus não encontram mais espaço, pois é o Espírito Santo quem conduz os pensamentos e os atos de todos e de cada um. Façamos uma boa reflexão sobre a vida de nossa família, sobre o que oferecemos aos nossos filhos como opção de lazer e entretenimento; que tipo de programas televisivos e de leituras levamos para dentro de nossa casa e como podemos contribuir para uma vida mais digna e saudável àqueles que nos rodeiam. Pastoral da Comunicação Paróquia São Pedro - Encantado Bons de chula: Thiago, Mauro e Guilherme Guaporé - O CTG Giuseppe Garibaldi conquistou três troféus no 17º Rodeio Crioulo Estadual de Guaporé, realizado no último final de semana. As três conquistas vieram na modalidade Chula. Na categoria juvenil, Mauro Laidens foi o campeão e Guilherme Dias ficou em segundo. Na Chula Adulta, Thiago da Costa foi o vencedor. O CTG prepara-se agora para o Rodeio Internacional de Vacaria, que começa neste sábado (28).

Encantado

Jornal Opinião Encantado, 27 de janeiro de 2012

Geólogos alertam sobre áreas com alto risco de deslizamentos Pesquisa analisou a situação de três regiões da cidade: Bairro Santa Clara, Loteamento São José II e Barra do Jacaré DIOgO FEDRIzzI Encantado - A administração municipal já tem conhecimento do levantamento realizado pelos técnicos do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energias, sobre as áreas de risco a desastres naturais em Encantado. O município ficou entre os 31 do país com alta ameaça de desastres naturais. Em novembro do ano passado, os geólogos do CPRM Andrea Fregolente Lazaretti e Breno

Augusto Beltrão, com apoio do engenheiro civil e professor da Ufrgs, Luiz Bressani, realizaram o trabalho de análise em nove regiões da cidade, localizadas nos bairros Vila Moça, Barra do Jacaré, Lago Azul, Porto XV, Nossa Senhora Aparecida, Loteamento São José II e Santa Clara. A reportagem do Jornal Opinião teve acesso ao relatório preliminar produzido pelos pesquisadores. O documento de 13 páginas apresenta imagens e gráficos sobre a situação de áreas alagáveis pelo Rio Taquari

e também os locais com risco de deslizamentos. O resultado é preocupante, sobretudo, quando se refere à ocupação habitacional em morros e encostas.

Inundações Uma das conclusões já era esperada, de que os problemas com inundações são bastante recorrentes em Encantado. “Apesar de encontrar-se em cotas que variam de 13 a 18 metros acima do nível normal do Rio Taquari, a cidade sofre periodicamente com inundações, como por

BAIRRO SANTA CLARA

exemplo, a ocorrida em 2001, que atingiu a cota de mais de 20m50cm. Apesar da planície de inundação ser bastante ampla (a área inundável ultrapassa os quatro quilômetros de largura), a partir da cota de 13 metros, alguns bairros começam a ser inundados”, diz o texto. A força da correnteza fica mais restrita ao leito original do rio e as águas que invadem os bairros, em sua maior parte, não entram com grande energia, facilitando a evacuação coordenada dos moradores e de parte dos

Ocupação desordenada de encostas preocupa O estudo selecionou setores de risco de inundações em seis locais diferentes do município. E três setores com um problema que começa a surgir: a ocupação desordenada de encostas para fugir dos constantes alagamentos, principalmente, nos Bairros Santa Clara, Barra do Jacaré e Loteamento São José II. Relatório CPRM

Relatório apresenta imagens da situação no Bairro Santa Clara

Monitoramento deve ser rigoroso Os técnicos concluem o relatório apresentando sugestões de como as autoridades encantadenses devem lidar com a situação. Sobre as áreas alagáveis, os geólogos recomendam a remoção dos moradores e a reconstrução das casas em locais seguros, com a demolição das antigas e a criação de espaços públicos no local. “Porém, sabemos que existe uma grande dificuldade para concretizar essa remoção, devido à localização privilegiada do bairro. Resta, então, a opção de se manter um monitoramento permanente dos níveis do rio e dos fenômenos climáticos de maior intensidade, informados à população em caso de alerta, com a con-

sequente remoção temporária dos moradores até o retorno das águas ao nível normal”, salientam.

Perdas humanas Os geólogos recomendaram à prefeitura de Encantado que monitore de forma rigorosa a recém iniciada onda de ocupações, de preferência, que conte com a avaliação dos terrenos por um geólogo ou engenheiro civil especializado em Geotecnia. “A avaliação dos terrenos e das casas em provável situação de risco deve ser feita caso a caso, interditando as situações irregulares e impedindo novas escavações em encostas que gerem situações de risco. Ao contrário das

seus pertences. “Ainda assim, no bairro Navegantes, o mais atingido na última enchente de julho de 2011, uma casa de madeira foi arrancada por inteiro dos alicerces e depositada em um nível mais alto, a cerca de 30 metros de distância, sem ser destruída, evidenciando a presença de correntezas em circulação dentro do bairro, que tem comportamento de bacia. Este comportamento das águas se deve ao fato de que a área inundada é o antigo leito deste rio”, acrescentam os geólogos.

inundações, em Encantado, a ocupação irregular das encostas poderá criar situações de altíssimo risco, com possíveis perdas humanas se não houver controle urbano pelos órgãos competentes”, afirma o relatório. O documento ressalta que a cidade já conta com um excelente mapeamento e cadastro das áreas inundáveis e deve, também, efetuar o levantamento em detalhe dessas novas ocupações em suas encostas, instalar mais pluviômetros para a criação de dados históricos de chuvas e cheias, além de sempre manter a população informada sobre os riscos de ocupações desordenadas e nestas áreas.

Problema está apenas começando De acordo com o relatório, apesar das informações da Defesa Civil da inexistência de desastres relacionados a escorregamento de encostas, o problema está apenas começando. “Residências de alto e médio padrão estão sendo construídas em rampas de colúvio (tipo de terra que geralmente recobre enormes rochas ou formações argilosas), que estão sendo cortadas para ampliação ou criação dos terrenos, no esquema de corte e aterro, criando taludes (terreno em declive) instáveis, que até então tinham estabilidade apenas relativa.

rampa de colúvio não habitada, onde existem pequenas linhas de ruptura, que são indícios de movimentação (pode ser extremamente lenta ou muito rápida, dependendo de fatores como a intensidade das chuvas na região) e, na rampa de acesso, os indícios se repetem, com deslocamento do calçamento e inclinação das pedras do meio fio, abrindo espaço para uma infiltração constante de águas pluviais no período chuvoso. O risco de, no mínimo, perder o acesso à casa é elevado”, descrevem. Segue o texto: “Ao lado da mesma casa, outro terreno foi criado para se iniciar uma construção, retirando-se material da encosta e jogando sobre o talude à frente. Além dos indícios de instabilidade, observamos que a crista (a parte mais alta) do novo talude já apresenta trincas transversais, que evidenciam a ruptura do aterro, tornando-o instável e totalmente inadequado à ocupação. Qualquer investimento ali pode representar perdas materiais e até humanas. O material da encosta, parcialmente ainda acumulado no local, é bastante argiloso com muita plasticidade, sendo bastante suscetível a escorregamentos”.

Exemplo no Loteamento São José II O documento traz detalhes de um exemplo encontrado no Loteamento São José II, onde, segundo os geólogos, ocorre José Raimundo Tramontini/Arquivo JO uma situação que deve ser observada e monitorada. “Uma casa de alto padrão construída sobre um terreno obtido por escavação da encosta tem em sua frente uma Geólogos realizaram a pesquisa em novembro do ano passado

Encantado

Jornal Opinião Encantado, 27 de janeiro de 2012

Novos projetos habitacionais exigem atenção O secretário de Administração, Luciano Moresco, acompanhou o trabalho dos geólogos e reconhece que o risco de deslizamentos é uma situação que precisa ser levada em conta, principalmente, quando da elaboração de novos projetos habitacionais. Moresco lembra a tragédia ocorrida no ano passado, no Rio de Janeiro, quando milhares de pessoas desapareceram em função dos deslizamentos de encostas nas regiões de Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo. “Também naqueles locais não havia a ideia até então que pudessem ocorrer deslizamentos da forma que aconteceram. Em Encantado existem algumas ca-

racterísticas semelhantes nos nossos morros. Podemos observar que a expansão da construção civil, por vezes, acaba indo para o lado desses morros”, comenta. Melhor prevenção possível Conforme o Secretário, os geólogos recomendaram atenção por parte do poder público para que avalie com cuidado a autorização de novas construções ou a abertura de loteamentos nesses locais de risco. “Já repassamos este relatório para a Secretaria de Planejamento, que servirá de base para a aprovação de novos projetos habitacionais. Precisamos fazer a melhor prevenção possível para que Encan-

Diogo Fedrizzi

tado não sofra, não só com as enchentes, que é uma situação que periodicamente ocorre, mas também com os deslizamentos”. Mais recursos Luciano Moresco acredita também que, com este diagnóstico realizado por integrantes do governo federal, o município possa ser beneficiado com o repasse de recursos. “Temos projetos cadastrados em Brasília, no Ministério da Integração, a fim de obtermos verbas para obras de prevenção. E isso também pode ser alcançado pelos municípios vizinhos, como Muçum, Roca Sales e Arroio do Meio, que também vivem este drama das enchentes”, comentou.

Secretário de Administração, Luciano Moresco

Pessoas e imóveis em áreas de risco de enchentes BAIRROS NOSSA SENhORA APARECIDA/NAvEGANTES Imóveis em risco: aproximadamente 185 Quantidade de pessoas em risco: aproximadamente 2.500 pessoas Sugestões de medidas estruturais: -Em função da ocupação humana na planície de inundação do rio, as sugestões para esta área são a desocupação da mesma ou; -Monitoramento constante pela Defesa Civil Municipal com emissões de alertas em caso de chuvas nas regiões acima do município. BAIRRO PORTO Xv – ESTRADA DE TERRA Imóveis em risco: aproximadamente 15 Quantidade de pessoas em risco: aproximadamente 75 pessoas Sugestões de medidas estrutu-

rais: -Desocupação da área inundável nas épocas de chuvas intensas e subida do nível do rio monitorada pela Defesa Civil Municipal. BAIRRO LAGO AzUL – RUA LEONEL SANGALLI COM RUA EQUADOR Imóveis em risco: aproximadamente 69 Quantidade de pessoas em risco: aproximadamente 345 pessoas Sugestões de medidas estruturais: - solução da construção do dique pode ser uma solução viável se embasada em sólidos estudos de engenharia, devendo-se levar em consideração o acúmulo de águas pluviais no lado habitado e sua drenagem segura. BARRA DO JACARé – RUA zEfERINO DEMETRIO

COSTI A parte baixa do bairro alaga em enchentes com cota acima de 18 metros. Não há ação de correntes destrutivas e o risco maior está nas inundações noturnas. Imóveis em risco: aproximadamente 48 Quantidade de pessoas em risco: aproximadamente 240 pessoas Sugestões de medidas estruturais: - monitoramento da Defesa Civil nas épocas de fortes chuvas e; -remoção temporária dos moradores em caso de alerta BAIRRO vILA MOçA – RUA JOãO SANA Imóveis em risco: aproximadamente 45 Quantidade de pessoas em risco: aproximadamente 215 pessoas Sugestões de medidas estruturais:

- desocupação da área alagável; -elevação de algumas ruas; -monitoramento constante e emissão de alertas em caso de fortes enchentes; BAIRRO JACAREzINhO/ vALDáSTICO Imóveis em risco: aproximadamente 10 Quantidade de pessoas em risco: aproximadamente 50 pessoas Sugestões de medidas estruturais: -ampliação das cabeceiras da ponte com a construção de galerias possibilitando a passagem extra de mais de 5 metros cúbicos de cada lado, aliviando a pressão sobre a ponte, o risco de sua destruição e um controle melhor sobre o nível da inundação local; -remoção temporária dos moradores em caso de alerta.

Pessoas e imóveis em áreas de risco de deslizamentos BAIRRO SANTA CLARA *Evidências de movimentação do solo em trechos da encosta que, em curto ou médio prazo, podem representar risco aos moradores do local, com possibilidade de perda da acessibilidade a algumas residências. Imóveis em risco: aproximadamente 8 Pessoas em risco: aproximadamente 40 pessoas Sugestões de medidas estruturais: - restrição a novas construções; - monitoramento e desocupação temporária em caso de alerta de eventos (chuvas intensas)

BARRA DO JACARé – RUA TAQUARI Imóveis em risco: aproximadamente 17 Pessoas em risco: aproximadamente 85 pessoas Sugestões de medidas estruturais: -restrição a novas construções; - monitoramento e desocupação temporária em caso de alerta de eventos (chuvas intensas) LOTEAMENTO SãO JOSé II *Predominantemente, constituído por argila plástica e bastante suscetível a deslizamentos, com presença de blocos de pequeno e médio porte de basalto.

As ocupações começam a ocorrer nas encostas em terrenos criados por corte/aterro no talude natural, gerando risco para os moradores, o que é agravado pela alta declividade do terreno. Imóveis em risco: aproximadamente 7 Pessoas em risco: aproximadamente 35 pessoas Sugestões de medidas estruturais: - controle de futuras ocupações da encosta (fiscalização) -verificação constante de possíveis indícios de movimentação da encosta; -remoção temporária dos moradores da área em caso de alerta para chuvas intensas.

LOTEAMENTO SÃO JOSÉ II

Imagens mostram o mapeamento do terreno feito pelos geólogos

Especial

Jornal Opinião Encantado, 27 de janeiro de 2012

A reportagem desta edição conta a história de Cátia Buffé Dalla Lasta. Natural de Muçum, a Comissária de Voo da TAM é casada com o encantadense Fernando Dalla Lasta e mãe de Luis Fernando. Os dois têm residência em Encantado. Cátia é filha de Namir José e Marlene Lucca Buffé. PRODuÇÃO E REPORTAgEM: DIOgO FEDRIzzI E ÂNgELA REALE FOTOS: ARquIVO PESSOAL

Cátia buffé dalla lasta 37 anos Comissária de Voo da taM

A escolha pela profissão Eu sempre tive esta vontade, este sonho. Porém, a vida tomou rumos diferentes e deixei este sonho adormecido. Casei, conclui a faculdade, tive um filho, o Luis Fernando, hoje com 15 anos... enfim precisei deixar de lado esta ideia, este sonho. Por questões de oportunidade, em 2008, fiz o curso para formação de Comissários de Bordo na Escola de Aviação Flight, em Porto Alegre. O curso despertou ainda mais a curiosidade e a vontade de conhecer esta profissão. No curso aprendem-se matérias bem específicas sobre aviação, como Meteorologia, Navegação Aérea, Primeiros Socorros, etc...

O trabalho Ao lado dos pilotos, os comissários de bordo compõem a tripulação de uma aeronave. Os comissários garantem que todas as normas de segurança sejam cumpridas. A principal função dentro do avião é garantir a máxima segurança dos passageiros. São os comissários de bordo os

responsáveis pelo sucesso de um pouso de emergência, organizar e comandar uma evacuação da aeronave de forma segura, primeiros socorros, entre outras ações preventivas. O serviço de bordo feito pela tripulação é uma iniciativa das companhias aéreas para distrair o tempo dos passageiros e tornar a viagem um momento agradável, zelando pelo seu conforto, com excelente atendimento, antecipação das necessidades, agilidade e um toque de psicologia, medicina e paciência.

of i s “É uma pr a, onde são mágic amos transform tranquimedo em stralidade, mo ança ao mos segur ido, redesconhec estracebemos o s e f os s e nho como amigo, um velho tristeza trocamos a...” por alegri

As dificuldades Viver de malas prontas é muito cansativo, porém, no momento em que se veste o uniforme e entra em uma aeronave, o cansaço é deixado do lado de fora. É uma profissão mágica, onde transformamos medo em tranquilidade, mostramos segurança ao desconhecido, recebemos o estranho como se fosse um velho amigo, trocamos tristeza por alegria. É preciso driblar a família, o marido, o filho, para se ausentar em datas importan-

Perfil do profissional

tes, afinal, assim é a aviação. Hoje estamos aqui, mas muitos estão nos ares para alguém poder partir ou chegar ao destino. O mais difícil é a saudade, estar longe da família, do filho, passar por situações desagradáveis a bordo,

voar com escala apertada, trabalhar sempre em equipes diferentes são alguns fatores responsáveis para que sorrisos se desabem em lágrimas. Estar longe em datas comemorativas como Natal, por exemplo, ter que

Se você conhece outra pessoa ligada a Encantado que trabalha no ramo da aviação nos avise pelo email diogo@opiniaojornal.com.br Ser comissário de voo é ser alquimista, é transformar medo em tranquilidade; tristeza em alegria; é dar segurança a um desconhecido; é receber um estranho como se fosse um velho amigo; irradiar sorrisos e, às vezes, não receber nenhum de volta; é morar no mundo e passar em casa de vez em quando; estar longe dos problemas da Terra; é acordar no Sul e dormir no Norte; ter bom senso, confiança e equilíbrio; é ser médico e psicólogo ao mesmo tempo e, na hora da emergência, saber separar a razão da emoção; é ter, no fim das contas, uma única e eterna companhia: o céu.

Qualificação Catia é chefe de equipe de voos nacionais e internacionais

voar sendo que gostaria de estar perto da família, mas tudo na vida se aprende a administrar. E Natal e final de semana acabam sendo quando se está com a família, mesmo sendo uma terçafeira.

Atualmente estudo inglês e italiano. Sou chefe de equipe de voos nacionais e internacionais (apenas os da América do Sul: Buenos Aires, Santiago,

Lima, Caracas, Bogotá, Montevidéu...)

Relacionamento Nesta vida “louca” também é possível fazer bons amigos, tenho amigos de todos os estados do Brasil.

Recado para quem quer seguir a profissão É uma vida feita de muitas escalas, idas e vindas, faça chuva ou faça sol, calor ou frio. Seja feriado, dias normais, sempre haverá histórias alegres ou tristes, sempre haverá pequenos e grandes gestos. Porque ser comissário é mais do que uma profissão: é um conjunto de sentimentos, conhecimentos e gestos. Uma vez que provou o voo nunca mais você andará pela terra sem olhar para o céu, pois você já esteve lá e para lá o seu coração deseja voltar.

Encantado

Jornal Opinião Encantado, 27 de janeiro de 2012

CASO METAMORFOSE

PROMOTORA TAMBÉM ARQUIVA Diogo Fedrizzi

DIOgO FEDRIzzI Encantado - Como o Jornal Opinião havia antecipado, na coluna de Milton Fernando, na edição do dia 20, a promotora de Encantado, Karina Mariotti, confirmou o arquivamento, pela segunda vez, do inquérito que investigava supostas irregularidades no Projeto Metamorfose. O programa social era destinado ao atendimento de crianças carentes e foi encerrado no começo de 2009 após apontamentos do Tribunal de Contas. Os detalhes da decisão foram apresentados em entrevista coletiva na segunda-feira (23) na sede do Ministério Público encantadense. No ano passado, o Conselho Superior do MP havia decidido pela reabertura da investigação. A medida atendia a um recurso encaminhado pela atual administração municipal, assinado pelo advogado Agenor Casaril, e contestava o parecer do promotor André Prediger que havia optado por engavetar o processo. Conforme Karina, o Conselho lhe deu carta branca para tomar a decisão e sugeriu que fosse feita, também, a avaliação na esfera criminal, a fim de investigar as suspeitas de falsidade ideológica e de documentos e a inserção de dados falsos no sistema. “Analisei os crimes que em tese poderiam ter sido praticados e entendi que não havia crime nenhum. Elaborei a promoção, fiz cópia dos 12 volumes do inquérito e encaminhei, em dezembro, para a juíza Dra. Juliane Pereira Lopes. Ela conhece os meandros do caso, a realidade local, a importância do assunto e concordou em homologar o arquivamento, entendendo

“...Em nenhum momento aparece alguma prova ou um elemento que indicasse o desvio, que alguém tivesse embolsado esse dinheiro de alguma forma. Uma coisa é deficiência e irregularidade nas contas, outra coisa é improbidade administrativa” KARINA MARIOTTI promotora que não havia crime”, explicou a promotora.

Improbidade O próximo passo foi estudar se houve ou não a prática de improbidade por parte da administração anterior, comandada pelo ex-prefeito Agostinho Orsolin. A promotora revelou que trabalhou no processo durante três meses. “Analisei exaustivamente cada depoimento, cada nota fiscal, cada promoção do município, cada manifestação das partes e não encontrei improbidade. Sou bem honesta em dizer”, falou. Segundo ela ficou confirmada a deficiência na prestação

A participação do vereador Cláudio Roberto da Silva A promotora também se manifestou sobre o envolvimento do vereador Cláudio Roberto da Silva (PMDB) e o trabalho de cabos eleitorais do parlamentar no projeto Metamorfose. “Essas pessoas prestaram depoimento no processo e, como digo, é muito comum. A gente vê isso nos três poderes. Tu tens prefeitos que nomeiam o irmão para secretário da Agricultura, do Meio Ambiente. É aquela história: é ser mais realista que o rei. Se tinham pessoas que eram filiadas ao partido dele (vereador Cláudio), ou que votaram nele, enfim, trabalhando ali, onde é que diz que é proibido? A análise tem que ser jurídica, não pode ser levada por essa questão política partidária. Fizemos uma análise livre de pressões, livre das opiniões de um lado ou de outro, livre das opiniões do promotor anterior”, comentou Karina.

de contas, como o colega André Prediger já havia salientado. “Os erros contábeis efetivamente existiram. Equívocos formais, problemas de nota fiscal. O município, num primeiro, momento aceitava recibos. Depois passou a não aceitar mais, a exigir a nota fiscal. No momento em que exigiu a nota fiscal e o serviço já tinha sido prestado, tem que dar um jeito de fechar essas contas. Não estou concordando com o jeito conforme isso foi feito. Não concordo, não acho que seja a melhor forma de efetuar a contabilidade. Agora, daí dizer que isso foi feito de forma a escamotear uma situação de desvio de

verba pública. Não. Em nenhum momento aparece alguma prova ou um elemento que indicasse o desvio, que alguém tivesse embolsado esse dinheiro de alguma forma. Uma coisa é deficiência e irregularidade nas contas, outra coisa é improbidade administrativa”, afirmou, ressaltando que o relatório do Tribunal de Contas apontou o erro, fixou a multa e mandou devolver o dinheiro, pouco mais de R$ 400 mil. A promotora revelou também que a decisão do TCE não transitou em julgado ainda. “Teve um recurso do prefeito anterior. Parece que está para ser apreciado ainda”, disse.

Para a magistrada é muito complicado ajuizar uma ação de improbidade sem a convicção de que esta improbidade existiu. “Digamos assim, ajuizar para satisfazer os anseios da comunidade, da instituição. O promotor tem que formar sua convicção. E se ele não tem essa convicção, ele não tem como ajuizar uma ação de improbidade. E para formar essa convicção, eu analisei cada um dos documentos do inquérito”. Se a improbidade fosse caracterizada, o ex-prefeito Agostinho Orsolin sofreria a suspensão dos direitos políticos e estaria impossibilitado de concorrer a qualquer cargo público. Arquivo JO/Diogo Fedrizzi

Promotor André Prediger não interferiu Antes mesmo de ser questionada sobre a influência do promotor André Prediger na investigação, Karina Mariotti fez questão de ressaltar que o colega não interferiu na análise. “Quando esse assunto começou a ficar rumoroso, falei com o Dr. André e o questionei sobre que processo era aquele que estaria voltando para mim. A resposta dele foi a seguinte: `somos colegas, trocamos ideias sobre vários assuntos, nos ajudamos, conversamos sobre tudo. Mas esse assunto não vou conversar contigo, não quero que tu recebas nenhuma informação minha, não quero influenciar na tua convicção. Isso é uma coisa que tu vais ter que formar teu juízo. Em absoluto vou interferir nisso, me abstenho de conversar a respeito’”, comentou a promotora.

No ano passado, Prediger já havia decidido pelo arquivamento

Encantado

Jornal Opinião Encantado, 27 de janeiro de 2012

“Caso está encerrado”, diz Karina A partir da decisão da promotora Karina Mariotti pelo arquivamento do inquérito, o documento será remetido ao Conselho Superior do Ministério Público, que poderá adotar três encaminhamentos: homologar o arquivamento e entender que não houve improbidade; determinar a tramitação do inquérito através de um terceiro promotor; ou determinar que seja ajuizada ação civil pública. Para Karina, o caso está encerrado. “Até porque o Conselho sofreu uma alteração na sua composição. Então, grande parte das pessoas que vão analisar esse inquérito não

está mais lá. E é bom que se diga que o relator inicial, o Dr. Daniel Rubin, e o outro relator, o Dr. Mario Romera, que leram efetivamente o inquérito, ambos optaram pela homologação do arquivamento. É bom que se diga isso. A minha convicção é pelo arquivamento, a convicção do Dr. André foi anteriormente pelo arquivamento, a convicção dos relatores que receberam o processo no Conselho foi pelo arquivamento, e a convicção da juíza, que homologou a parte criminal, foi pelo arquivamento. Isso é uma questão que tem que ficar bem ressaltada”, concluiu.

“Só CONSEguI OuVIR A PROMOTORA uM MINuTO E MEIO”, REAgE PREFEITO Joilson Pereira

O prefeito Paulo Costi recebeu com indignação a decisão pelo arquivamento. Tanto que não aguentou ouvir por mais de um minuto e meio o áudio com as explicações da promotora Karina Mariotti durante entrevista coletiva à imprensa. “Não acreditei. Nem consegui dormir direito”, disse. A primeira manifestação pública, mais forte, Costi só fez na quarta-feira, em entrevista ao programa Bom Dia Região dos vales, da Rádio Encantado AM. No depoimento, o chefe do Executivo não esconde a revolta. Ele fala em princípios morais, ataca o vereador Claúdio Roberto da Silva e lança suspeita de que o Ministério Público encantadense está protegendo algumas pessoas. A administração municipal deve recorrer mais uma vez da decisão. Confira alguns trechos.

Primeira reação Quando me ligaram para dizer que o Caso Metamorfose tinha sido arquivado, eu não acreditei. Eu não acreditei.

família Eu vou falar da minha família. Há muito tempo, meus filhos sempre me... não é que me cobrem, mas acham que eu sou certinho demais. Se eu vou até em casa com o carro e pego o meu carro para ir ao supermercado... ‘pai, mas os outros não fazem assim’. Cansei de ouvir os meus filhos dizerem ‘pai, nunca aconteceu nada com os outros’. E eu sempre disse para eles que não interessa o que acontece com os outros. Eu tenho a minha consciência que me cobra. Eu não preciso que alguém me fiscalize. Eu sou fiscal de mim mesmo. Eu não sou perfeito, tenho minhas falhas, minhas fraquezas, meus erros. Mas acho que hoje está cada vez mais difícil passar os valores éticos e morais para os filhos. E os meus filhos tomaram conhecimento desta decisão e mais uma vez me perguntaram, por que fatos tão gritantes...

Proteção a algumas pessoas Eu ouvi um minuto e meio da manifestação da promotora e não consegui mais seguir ouvindo. Porque ela disse que não conseguiu ver... Não conseguiu ver o que está ali escrito e claro. É difícil, hoje, passar para os filhos os verdadeiros valores quando a gente vê que aquelas pessoas que têm que dar o exemplo, simplesmente, cometem essas aberrações. Não estou condenando os dois promotores, mas é impressionante o que está acontecendo aqui em Encantado. Algumas

Costi fez manifestação forte sobre a decisão do MP durante entrevista na Rádio Encantado AM pessoas estão protegidas, tudo pode. Essa decisão dá a entender à população que tudo pode, para alguns pelo menos. Eu te confesso que recebi com enorme decepção.

Impunidade e mau exemplo Alguém me disse assim: ‘ E a consciência de quem deveria proceder de outra forma?’. Eu não sei a consciência, porque eles são passageiros por aqui e vão deixar esse rastro de impunidade para a população. Acho que é um mau exemplo o que está acontecendo em Encantado. É inacreditável que alguém arquive um processo.

O vereador Cláudio Roberto da Silva Não tenho nada contra as pessoas, mas alguém que foi visto na praia dizendo que estava em curso, pegou outro vereador para confirmar que estava no curso, depois a própria repórter da televisão quando entrevistou disse ‘tu vai me ferrar desse jeito’, depois resolve dizer que vai ao curso, devolve o cheque cinco dias depois. E tá tudo bem! Com a mesma pessoa acon-

“Estou em férias”, afirma Cláudio Procurado pela reportagem do Jornal Opinião via telefone, o vereador Claudio Roberto da Silva, idealizador do Projeto Metamorfose, disse estar em férias e que não tem noção do que está acontecendo em En-

cantado. “Sei que o prefeito me citou em uma de suas manifestações, pois fui informado por amigos. Na próxima semana, quando eu retornar a Encantado, se entender necessário, vou me pronunciar”, falou.

tece o que toda a população... como ele mesmo diz, até as pedras sabem o que aconteceu. E as coisas ficam desse jeito.

Linguajar da promotora igual ao do promotor A revolta não é minha, é de uma grande parcela da comunidade que vê que a impunidade continua. A gente pensa que essas coisas viram pizza só lá em Brasília. Confesso que fiquei decepcionado. Não consegui dormir a primeira noite, porque só soube na segundafeira. É lamentável. Mas continuo dizendo para todos e quero fazer uma referência aos pais. Continuem dando os bons exemplos, falando em valores, em princípios, porque alguma coisa está por trás disso tudo. Eu não sei o quê. É inacreditável que tal fato mais uma vez tenha acontecido dessa forma. Eu ia evitar falar. Meu pai me dizia que o silencio era a melhor resposta. Sinceramente fiquei indignado com a decisão. E pude observar naquele um minuto e meio que ouvi da manifestação da promotora de que o linguajar é mais ou menos o mesmo do promotor. Então, não sei o que tem por trás disso tudo.

Arquivo JO/Diogo Fedrizzi

Jornal Opini達o Encantado, 27 de janeiro de 2012

Entrevista

Jornal Opinião Encantado, 27 de janeiro de 2012

O pai do Face de Encantado Encantado - Ele não nasceu em Encantado. É de Colinas. Mas age como se encantadense fosse. Preocupado em discutir assuntos que abordem o desenvolvimento do município, o nome de Edionei Robson Triches, 28 anos, tornou-se conhecido na

cidade, pelo menos, para aqueles que diariamente navegam pelas redes sociais. O técnico em telemática é o responsável pela criação do Grupo Encantado RS no Facebook, hoje com mais de 600 membros, responsável, por exemplo, por esti-

mular o protesto contra os altos valores do pedágio realizado na quarta-feira (25). Nesta entrevista, Edionei traz detalhes de como surgiu a ideia de usar a internet para mexer com as opiniões dos encantadenses.

DIOgO FEDRIzzI Edionei – Infelizmente, para falarmos em problemas sociais não há como não falar em políticas, ainda mais em ano de campanha. Tentamos, sim, evitar abusos, a prática de politicagem e autopromoção, independente de partido.

JORNAL OPINIãO - QUANDO SURGIU A IDEIA DE CRIAR ESTE GRUPO NO fACE E POR QUê?

EDIONEI TRIChES - Conversando com amigos, percebemos a necessidade de um espaço para que todos pudessem expor suas ideias, críticas e sugestões sobre diversos assuntos. Então, sabendo ser a internet um espaço democrático, de fluxo rápido de informações, fácil acesso entre pessoas de diversas idades, criamos esta página no facebook.

JO - ALGUM COMENTáRIO/IDEIA PROPOSTO POR ALGUM MEMBRO Já DEU ALGUM TIPO DE RESULTADO/SOLUçãO?

Edionei - Temos sim, como a pista de treinos para o pessoal do MotoCross, os quebra-molas que estavam há dias sem sinalização e que depois de uma queixa no grupo foi pintado, a mobilização contra o aumento do pedágio, dentre outros...

JO - QUAL é A PROPOSTA DO GRUPO? Edionei - Reunir pessoas preocupadas em melhorar a qualidade de vida em Encantado. Neste espaço podemos, inclusive, informar sobre problemas, colocar possíveis soluções e, claro, elogiar as coisas boas que são realizadas, ou seja, dar voz à comunidade e passar essa visão às autoridades. JO - QUAL é O CRITéRIO PARA CONvIDAR OS MEMBROS?

Edionei - Todos os membros do Grupo podem convidar outras pessoas interessadas em participar. JO - há ALGUM TIPO DE fILTRAGEM DOS COMENTáRIOS OU PODE SER ESCRITO QUALQUER COISA?

EDIONEI - Há uma mediação para que não sejam feitas ofensas e que não perca a finalidade, tudo com bom senso. JO - E A QUESTãO DA POLíTICA PARTIDáRIA, é POSSívEL fUGIR DISSO... COMO O GRUPO LIDA COM ISSO?

(PERCEBO QUE há ALGUNS COMENTáRIOS SOBRE ISSO)...

“Tentamos, sim, evitar abusos, a prática de politicagem e autopromoção, independente de partido”, EDIONEI TRIChES

JO – Como tem sido a repercussão? Edionei - Algumas pessoas me perguntam qual partido o Grupo pertence. O grupo não pertence a partido algum. Temos, sim, alguns vereadores que participam do grupo, mas eles já foram notificados de que qualquer forma de autopromoção ali dentro geraria a exclusão deste vereador, e qualquer postagem de caráter ofensivo e ou que fuja da proposta também será retirado. Questionaram-me sobre o pedágio e a questão da nossa fornecedora de energia elétrica, se o vereador Jonas Calvi era o idealizador. Não, ele não é o idealizador da mobilização. Essa ideia surgiu dentro do Grupo, portanto, todos os membros são os idealizadores, o Jonas Calvi está, sim, nos apoiando e nos é de grande ajuda , assim como o Cláudio da Silva e o Eldo Orlandini, mas os responsáveis pelo movimento são todos os integrantes do Grupo Encantado RS.

Geral

Jornal Opinião Encantado, 27 de janeiro de 2012

Clube de Roca Sales escolhe nova diretoria Assembleia geral aconteceu na terça-feira (24) Roca Sales – A Sociedade Recreativa e Cultural Rocassalense (SRCRS) elegeu na terça-feira (24) a nova diretoria para os anos 2012/2013. A presidente é Márcia Musskopf, que lidera um grupo de 33 pessoas. “Este grupo de pessoas, com muita força de vontade e entusiasmo, espera concretizar todos os projetos de

melhoria e convida todos os sócios e pessoas interessadas a participar, buscando sempre atingir o objetivo da entidade que é o convívio das pessoas em harmonia e em ambiente prazeroso”, afirma Naide Locatelli Maioli, integrante do Conselho Deliberativo. O Clube já trabalha na organi-

zação de algumas promoções, entre elas, a Boate Chupeta, aos domingos, o Carnaval Infantil, o Bingo do Grenal e o Jantar Baile de Páscoa. A Secretaria está à disposição em horário comercial e recebe inscrição para novos sócios, além do agendamento para aluguel das diversas salas para eventos que a comunidade necessitar.

Postal assume presidência da Assembleia na terça Rádio do AM Encanta ea transmit tal Pos posse de AO VIVO

Divulgação

Grupo está entusiasmado para concretizar os projetos

NOvA DIRETORIA Presidente: Márcia Musskopf, vice: Jean Camargo; Administrativos: Samuel Wirtti, Zuleica Lutz, Marcelo Dentee, Raquel Oestreich; Departamentos Social/Esportivo/Patrimonial: Fabiane Canepelle, Grasiela Panis, Jossias Brauers, Renato Winkel, Eloi Machado dos Santos, Márcia Telles dos Santos, Camila Hunning, Marcelo Muller, Karl Lang, Maik Pezzini, Guilherme Redecker, Sidney Giongo, Su-

zana R. de Souza, Elizandra Michels, Jonas Haefliger, Ildo Giongo e Walmir Conzatti; Conselho fiscal: Marcos Antonio Bonzanini, Jéferson Augusto Bronca e Sandra P. Barzotto; Suplentes: Samantha Chiesa, Paulo Ricardo Maioli e Adelar Musskopf; Conselho Deliberativo: Naide Locatelli Maioli, Pasqual Bertoldi, Gustavo Redecker, Frank Andréa Lang e Leonel Barzotto.

Em sessão que acontecerá na próxima terça-feira (31), às 14h, no plenário do Palácio Farroupilha, o deputado Alexandre Postal (PMDB) submeterá seu nome à apreciação dos demais parlamentares e, se eleito, será empossado como presidente da Assembleia para o ano de 2012. “Sem dúvida, estarei concretizando antigo sonho. Presidir este importante Poder é objetivo de todos os que são eleitos para ocuparem uma cadeira no Legislativo rio-grandense e será uma honra o exercício da função”, afirma o peemedebista. Postal cumprirá o cargo de presidente da Casa por um ano, como resultado de acordo entre as maiores bancadas. Neste contexto, acredita que existem naturais desafios administrativos e políticos. “E será nossa responsabilidade executar avanços em ambos os campos”. Atualmente, o deputado é o 1º Secretário da Mesa Diretiva.

“Nesta legislatura, o presidente necessariamente deverá ter vivenciado o cargo de 1º secretário, agregando conhecimento sobre a administração do Parlamento”, informou o deputado, que já desempenhou a função nos anos de 2001 e 2002. Sobre o modelo de gestão a ser seguido, Alexandre Postal observou que a atual legislatura, a 53ª (2011-2014) decidiu por inédito compartilhamento nas ações administrativas, como forma de permitir continuidade e mais eficiência na condução do funcionamento da Casa. “Daremos continuidade ao processo”, ressalta. Segundo Postal, que está no seu quinto mandato, o Parlamento rio-grandense é um dos mais destacados do país, reconhecido nacionalmente por suas iniciativas em especial no campo da transparência e controle dos gastos das verbas públicas.

Encantado, 27 de janeiro de 2012 Diogo Fedrizzi

Al么 TARSO!!

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