Caderno Tabacaria Encantado

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ES PECIAL

MEIO SÉC

Diogo Fedrizzi

Jornal Opinião - 01 de julho de 2011 - Encarte Especial - Não pode ser vendido separadamente

CORAÇÃO D

ULO NO

E EN CANT ADO

Uma das m ais tradicionais e respeitadas empresas da região co mpletou, nesta quinta -feira (30), 50 ano s de fundação. C omandada por Dario H ollmann, a Tabacaria E ncantado consolidouse como uma referên cia da cidade


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CADERNO ESPECIAL Julho 2011

Tabacaria Encantado nasceu no dia 30 de junho de 1961. Primeira instalação era de alvenaria na parte da frente e de madeira nos fundos. Local é o mesmo até os dias de hoje, na Rua Júlio de Castilhos, no centro da cidade

Arquivo pessoal

Menina que aparece na porta da Tabacaria é Luciana, uma das filhas do proprietário Dario Hollmann

A

história da Tabacaria Encantado inicia de maneira tímida, pedindo licença tal como seu fundador e idealizador, o rocassalense Dario Hollmann que, embora discreto, carregava dentro de si um grande espírito empreendedor. Depois de vários passeios a Encantado para comprar revistas e rever amigos, o jovem Dario percebe que a pequena banca de jornal localizada ao lado da antiga Ford não existia mais. A partir de então firma com Otmar Von Mühler uma sociedade que se concretiza em 30 de junho de 1961, cuja primeira sede instalou-se em uma antiga casa de madeira que, por volta de 1976, dá lugar a um prédio de alvenaria, onde até hoje funciona a Tabacaria Encantado. Mais do que um filão de mercado, a Tabacaria do

Dario representava o desejo e a necessidade de continuar oferecendo aos encantadenses informação e entretenimento. Inicialmente, devido aos produtos que oferecia (jornais, revistas, charutos, cigarros e fumo para cachimbo) o nome Tabacaria descrevia fielmente as características da empresa; com o tempo a linha de produtos foi ampliada e hoje trabalha com bazar, livraria, material escolar, bolsas, acessórios e, mais recentemente, todo o tipo de cópias e ampliações. Curiosamente, a partir da década de 90, alguns estabelecimentos, cujo produtos se assemelhavam aos oferecidos na Tabacaria Encantado, também nasciam com a denominação de Tabacaria, independente de oferecerem tabaco ou revistas e jornais.

Em pouco tempo, o estabelecimento foi ampliando sua variedade de produtos e transformandose em lotérica, sendo parceria da Caixa Econômica Federal há mais de 40 anos. Ao longo destes 50 anos, a Tabacaria Encantado se consolidou como um lugar em que se encontra de tudo, desde leitura, material escolar e presentes. Além disso, é na Tabacaria Encantado que as mães recebem o Bolsa Família, que os desempregados recebem seu Seguro-Desemprego, onde centenas de pessoas fazem suas apostas nas mais diversas formas de lotérica. Muito mais do que expandir sua seção de produtos, a Tabacaria Encantado implantou na cidade um conceito: tabacaria é o lugar que tem de tudo.

EXPEDIENTE: Encarte especial do Jornal Opinião de 01 de julho de 2011. Coordenação: Milton Fernando; Reportagens e projeto gráfico: Diogo Fedrizzi; Pós-edição: José Raimundo Tramontini; Direção Comercial: Bolivar Neto.


Filha do Dario?

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Funcionária há 30 anos, Dagmar trabalha desde os 16 na Tabacaria Encantado e seguidamente é confundida como filha do proprietário Fotos: Diogo Fedrizzi

DIOG O FEDRIZZI

É

comum Dagmar Conzatti Piccinini ser confundida como filha de Dario Hollmann. Mas ela nem se importa, pelo contrário, orgulha-se. É que a relação de Dag, como é conhecida, com a Tabacaria e a família Hollmann vem desde os 16 anos de idade, quando foi contratada para trabalhar na empresa como atendente. “Meu irmão trabalhava com o nosso pai e eu só estudava, ficava em casa, assistia à TV, coisas de gurizada. Disse para minha mãe que queria trabalhar e ela me mandou procurar a Tabacaria. Eu nem sabia onde ficava. Vim aqui e me disseram para começar no dia seguinte”, lembra. Dagmar trabalhava meio turno, das 12h45min às 20h. “No primeiro dia, eram 18h30min, já escuro, e meu

irmão já veio me buscar. Respondi: ´pode ir embora que estou trabalhando´”, conta. Passaram-se três anos e, com a saída da colega Marli Blonker, responsável pelo setor de compras, Dagmar assumiu a função. “Era um serviço bem difícil de fazer. Distribuíamos revistas para oito municípios. Eram uns 30 sacos de revistas”, diz. A experiência adquirida começou a chamar a atenção de outras empresas. Propostas começaram a chegar, mas sempre recusadas. “Sempre houve um respeito mútuo com a família do Dario. Eu sempre disse para ele que, se um dia eu sairia, seria para abrir um negócio próprio, mas jamais no ramo de papelaria. Seria muita ingratidão. E a maioria das propostas era para atuar neste segmento”, comenta.

Dagmar confessa que recusou várias propostas de trabalho: “Jamais abriria um negócio no ramo de papelaria”, diz

“Vou me aposentar na Tabacaria”

Dagmar acompanhou o crescimento da Tabacaria e, por consequência, o envolvimento com a família Hollmann solidificou-se. “Eu vi as crianças crescerem, o Fabiano (um dos filhos do Dario Hollmann) pequeninho. Sou muito ligada à família do Dario, sempre me ajudou quando eu tive meus filhos pequenos, me deu muita força”, diz emocionada. “Muita gente ficou minha amiga por ser cliente da Tabacaria. E muitos meus amigos se tornaram clientes. Crianças que vinham comprar revistinhas e hoje são pessoas formadas, mas que continuam frequentando a Tabacaria”. Ela garante que vai se aposentar na Tabacaria. “Sempre trabalhei como se a empresa fosse minha. Cuido demais das coisas. Às vezes sou até meio chata, mas é meu jeito”, brinca.

17 FUNCIONÁRIOS

Laura e Cecília fazem parte da nova geração de colaboradores da Tabacaria Encantado

A equipe da Tabacaria Encantado conta hoje com 17 colaboradores. São eles Laura (caixa), Cecília (acessórios), Maria Emília, Ana Paula e Marina (lotérica), Taís Fraporti, Pedro e Taís Castelani (impressos e cópias), Letícia (material escolar), Margarete (responsável pela Decore Flor), Evandra (auxiliar da gerência), Leomar e Jeferson (jornaleiros), Lisboa (serviços gerais), Samira (brinquedos), Cereni (auxiliar de limpeza) e Dagmar (gerência). Para a vendedora Cecília Marcolin, contratada desde dezembro, o ponto forte da Tabacaria são os

produtos diferenciados. “Sempre gostei de trabalhar com o público”, diz. A colega Laura Francine Granna, que atua no setor de caixa, salienta que o companheirismo dos colegas e do ‘patrão’ Dario merece ser destacado. “Adoro trabalhar aqui, estou há um ano e meio”.

BAZAR E DECORAÇÃO Uma das filhas de Dario Hollmann, Luciana, ajuda na administração da empresa. Ela salienta que hoje, além da tradição em revistas, papelaria e lotérica, a Tabacaria também é refe-

rência no setor de cópias e ampliações e no segmento de produtos para bazar e decoração. “Nossa última ampliação foi a Decore Flor, um espaço exclusivo de artigos para o embelezamento da casa”, acrescenta. Luciana comenta que ela e seus irmãos praticamente se alfabetizaram lendo revistas e gibis da Tabacaria. “Isso nunca vai sair da minha memória”, lembrando também o contato com álbuns de figurinhas. “Na época, as editoras mandavam coleções completas, até para estimular as pessoas a comprarem. E eu fui me apegando”.


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. Mesmo assim, tempo ra ho a um e as qu u ro Du . os minut A conversa era para ser de 10 e ainda jovem iniciava, em qu se en al ss ca ro um de ria escasso para contar a histó presas da região. em is na cio di tra s ai m s da a Encantado, a construção de um

D

DIOGO FEDRIZZI

ario Hollmann, 71 anos, casado com Elia, pai de três filhos (Andreia, Luciana e Fabiano), avô de dois netos (Lorenzo e Maria Eduarda), nasceu na Linha 21 de Abril, interior de Roca Sales. Filho de agricultor, desde criança já tinha paixão pelas vendas, seja comercializando produtos da colônia na cidade, ou ainda ajudando os caixeiros-viajantes que iam a Roca para fazer

JORNAL OPINIÃO - COMO SE DEU A IDEIA DE ABRIR UMA TABACARIA EM ENCANTADO

Dario Hollmann – Naquela época, eu trabalhava na Rocasa e o meu amigo Otmar Von Mühler, que tinha uma bomboniere em Estrela, me convidou para colocarmos um negócio em Encantado. O “Seu” Wagner, que era distribuidor de revistas em Encantado, parou de trabalhar e com isso o Otmar percebeu que havia espaço para abrirmos uma loja semelhante a de Estrela. O próprio Otmar veio a Encantado procurar a peça para alugar. Era um espaço pequeno, construída na frente com alvenaria e nos fundos de madeira. O lugar é o mesmo onde hoje estamos instalados. JO - O SENHOR TINHA 21 ANOS? Dario – Sim, era jovem. E o Otmar confiou em mim. Meu pai ficou preocupado quando decidi largar o curtume para começar uma sociedade em Encantado. Mas aquilo me deu mais força para investir no negócio. Depois, meu pai me ajudou muito.

JO - E COMO FOI O COMEÇO? Dario – Durante uns três meses, o Otmar trazia as revistas de Estrela, nós não tínhamos ainda a distribuição, precisávamos encaminhar os documentos. Os bilhetes da loteria também pegávamos dele, que era agente lotérico do Estado em Estrela. O Otmar entrou na sociedade com o valor em mercadoria, e eu juntei uma grana com meus parentes e vim para Encantado. JO - QUANTO TEMPO VOCÊS FICARAM

JUNTOS?

Dario – A sociedade durou até dezembro de 1961, seis meses. A partir daí fiquei sozinho, mas sempre com o Otmar me ajudando e me orientando.

negócios. “Os alemães eram um pouco desconfiados de quem vinha de fora, e como meu pai era bastante conhecido, ficava mais fácil o relacionamento”, lembra. Depois de trabalhar durante três anos na indústria de couros Rocasa, aos 21 anos, Dario aceitou a proposta do amigo estrelense, Otmar Von Mühler, e juntos, abriram um estabelecimento em Encantado para vender revistas,

JO - Qual foi sua primeira funcionária? Dario – Eu fiquei uns seis meses sozinho, depois contratei a Claudete Cuciolli. Ela ficou comigo até 1973. Com o tempo, fui conseguindo adquirir as revistas direto com as editoras e mais tarde já disponibilizava as loterias do Estado e federal. JO - COMO ERA A VENDA DE REVISTAS

NA ÉPOCA?

Dario - Muito melhor do que é hoje, havia muitas revistas. Os gibis do Tio Patinhas, se vendiam até 200 por edição, do Zé Carioca também. Revistas Cruzeiro, vendíamos em torno de 300. Também a Manchete, Fatos e Fotos. A Capricho, eram cerca de 350 exemplares por edição. Lembro também da Sétimo Céu, as revistas de foto novela. JO - E COMO FUNCIONAVAM AS LOTE-

RIAS NO COMEÇO?

Dario - Começamos com os bilhetes e depois veio a Loteria Esportiva, hoje Loteca. No início, a central da Caixa era em São Paulo e, depois, se espalhou para os outros Estados. No começo, eu mandava as loterias para São Paulo. Eu arrecadava na região toda: Arvorezinha, Putinga, Doutor Ricardo, Ilópolis, Nova Bréscia, Muçum e Roca Sales. As apostas vinham pelo ônibus. Buscávamos na rodoviária. Arrecadava até quartafeira à noite e, depois, levava até o Aeroporto em Porto Alegre para enviar para São Paulo. Lá, os cartões eram perfurados e voltavam para a capital gaúcha para mais tarde eu repassar os comprovantes para os apostadores. Eu aproveitava também para enviar os bilhetes que seriam apostados na semana seguinte. Fiz isso durante uns dois anos. Quando a central veio para o Rio Grande do Sul, começamos a mandar para Porto Alegre. Também por dois

jornais, bombons, bijouterias, entre outros produtos. Nascia, em 1961, a Tabacaria Encantado. Nesta entrevista, Dario Hollmann relembra o início da trajetória profissional, os primeiros ganhadores de loterias em Encantado, o envolvimento da família e o trabalho de estruturação de uma das empresas mais tradicionais da região.

anos. Depois era Lajeado até chegar a Encantado. JO - E COMO FUNCIONAVA A LOTERIA

QUANDO OS JOGOS ERAM FEITOS EM ENCANTADO?

Dario - Quando começamos a fazer os jogos diretamente na Tabacaria, trabalhávamos todas as quintas-feiras até a madrugada. Eu continuava arrecadando pela região. Perfurávamos dois cartões, um para o apostador e outro para a Caixa. Atendíamos o pessoal durante o dia e, à noite, somávamos as planilhas, conferíamos os jogos, para depois entregar na Caixa em Porto Alegre. Terminávamos o trabalho às 4h e nos deslocávamos para Porto Alegre. Vinham lotéricos de todo o Estado prestar contas em Porto Alegre, tínhamos que entrar numa fila para ser atendido, conferir os jogos e, às 8h30min, a Caixa abria. Se não fazíamos uma prestação de contas em que os valores batessem, perdíamos pontos e corríamos o risco de sermos descredenciados da Caixa. Fizemos isso durante uns sete anos.

No começo, eu mandava as loterias para São Paulo. arrecadava na regiEu ão toda: Arvorezinha, Putinga, Douto Ricardo, Ilópolis, Nrov Bréscia, Muçum e a Roca Sales. As aposta vinham pelo ônibus es buscávamos na rodoviária.

Diogo Fedrizzi


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Arquivo pessoal

Sempre trabalhamos em família. Uma união que fez com que a gente conseguisse tocar o barco para frente. Tem tanta coisa, mas não vou conseguir falar tudo. JO - IMPRESSIONANTE A EVOLUÇÃO DISSO

TUDO...

Dario - Mudou completamente. Na época, por exemplo, tínhamos que prestar contas na sexta-feira de manhã e o sorteio dos jogos acontecia no sábado. Hoje as apostas vão até as 19h do sábado e às 20h já é realizado o sorteio. Nem precisamos sair da Tabacaria. Não existe mais planilha, é tudo no terminal. Na época era preciso somar todos os cartões para depois ver se conferiam os valores. Hoje você faz o jogo no terminal lotérico e, no fim do dia, é possível imprimir um relatório em 10 segundos.

JO - QUEM FOI O PRIMEIRO GANHADOR DA TABACARIA? Dario - Foi na época em que eu ainda mandava os bilhetes da loteria esportiva para São Paulo, em 1978. O primeiro prêmio bom foi para um bolão do Sixto Bratti, Valdir Pinheiro e Lino De Nes. O Sixto, que era funcionário da Ford, comprou o prédio onde funcionava a Rádio Encantado antigamente e colocou a oficina dele. O falecido Valdir comprou uma casa e o Lino era fotógrafo e já tinha condições boas. Depois vendemos um prêmio da loteria esportiva que teve apenas dois acertadores no Brasil. Foi para o Adão Caio, que morava em Canoas, mas tinha parentes em Encantado. Ele jogava sempre comigo, fazia bolões, eu fechava o jogo para ele. Eu tinha um esquema em

Atual fachada da Tabacaria Encantado. Prédio está localizado na Rua Júlio de Castilhos. que eu fechava os jogos e ficavam só quatro jogos em branco. Ele só tinha que acertar quatro jogos. Na época, eu fazia as combinações manualmente. O valor era alto, mas ele jogava. O prêmio, naquele ano, correspondia a 150 wolswagen.

JO - E COMO FOI A SUA REAÇÃO? Dario - Lembro-me que, na noite do domingo, ele me ligou para tomarmos um chimarrão na casa dele, enquanto ele escutava os jogos. Daí me disse: `estou na parada`. Faltava só o jogo Bangu x Flamengo. E nesse jogo ele tinha apostado um Triplo. Não tinha como errar. A partida estava 0x0 e o ele torcia para dar Bangu porque, segundo as previsões do matemático Osvald de Souza, no programa Fantástico da TV Globo, se desse Bangu, o resultado seria de nenhum a um acertador, se desse Flamengo seriam 10 acertadores e, se terminasse empatado, seriam de dois a três ganhadores. E foi o que aconteceu, empate, e dois acertadores. Um deles, o Adão Caio.

JO - E ELE NÃO LHE DEU UNS 10 WOLSWAGENS? Dario - Não (risos). Não ganhávamos comissão. Não se pode falar em nomes de ganhadores, só quem autoriza. Na época, eu disse para ele que não era interessante divulgar o nome. Mas ele queria fazer propaganda da Tabacaria e me autorizou a divulgar. Outro ganhador bastante conhecido foi o José Dalla Lasta. JO - COMO O SENHOR SE SENTE QUANDO UM

CLIENTE SEU É PREMIADO?

Dario - É uma satisfação muito grande, uma alegria imensa. A casa sendo contemplada dá prestígio. As pessoas apostam mais. Há uns três anos vendemos um prêmio grande da Dupla Sena para um apostador de Encantado, R$ 1,4 milhão. JO - A TABACARIA ESTÁ PREPARADA PARA

MAIS 50 ANOS?

Dario - Sim, está muito bem estruturada para seguir adiante. Tenho certeza

que os negócios da Tabacaria vão continuar por muito tempo. JO - COMO É O ENVOLVIMENTO DA FAMÍ-

LIA?

Dario - Sempre trabalhamos em família. Uma união que fez com que a gente conseguisse tocar o barco para frente. Tem tanta coisa, mas não vou conseguir falar tudo (risos).

Arquivo pessoal

JO - O SENHOR TEM UMA FUNCIONÁRIA

QUE ESTÁ HÁ 30 ANOS NA TABACARIA...

Dario - Sim, a Dagmar. Ela começou a vida aqui, só tem carteira assinada pela Tabacaria Encantado. Começou com 16 para 17 anos. O sucesso da Tabacaria está muito ligado a ela, com certeza. Pela dedicação, pelo compromisso, um sentimento de responsabilidade que poucas pessoas têm. Ela até já foi assediada com outras propostas, mas recusou. JO - QUAL O

SEGREDO PARA TER ÊXITO NA

VIDA PROFISSIO-

NAL?

Dario Para conseguir alguma coisa na vida tem que acreditar, gostar daquilo que faz. Às vezes, as coisas não vão de acordo, mas não se pode desistir.

Família Hollmann: Luciana, Elia, Fabiano, Andreia, Lorenzo, Dario e Maria Eduarda

Estande da Tabacaria numa Suino fest Celso Mulinari


A Tabacaria em livro

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D IOGO FEDRIZZ I

JORNAL OPINIÃO - COMO SURGIU A

IDEIA DE ESCREVER UM LIVRO SOBRE A

TABACARIA? Airto Gomes - A ideia foi da família Hollmann, através da Luciana e da Andréia, com a intenção de resgatar e promover a história dessa empresa familiar, fazer uma homenagem ao pai, como empreendedor, reunindo num só livro, os 50 anos da Tabacaria e os 30 anos da Farmácia Central.

JO - QUAL É A PROPOSTA DO LIVRO Airto Gomes - A proposta é demonstrar a importância da empresa familiar, de pai para filhos, quem sabe, netos. Lembrar das dificuldades, conquistas, o envolvimento pessoal e o da comunidade que está, de uma forma ou de outra, interagindo nesta história, seja jogando nas loterias, ga-

nhando prêmios, pagando contas bancárias, comprando os mais diferentes produtos...

JO - COMO O SENHOR ESTÁ FAZENDO

O TRABALHO DE RESGATE DA HISTÓRIA?

Airto Gomes - Eu ainda não fiz, pois recebi a incumbência não faz muito tempo e para terminar a pesquisa, demora dias, meses...Por enquanto estou ainda recolhendo depoimentos históricos de amigos, clientes, familiares... JO - O QUE ESTÁ LHE CHAMANDO

ATENÇÃO NESTE NOVO TRABALHO?

Airto Gomes - Que a gente se depara com uma história bonita de pais e filhos, de amigos e clientes sobre uma empresa que faz sucesso lidando com crianças, adultos, idosos, de todas as camadas sociais.

JO - O QUE REPRESENTA A TABACA-

RIA PARA A HISTÓRIA DE ENCANTADO.

Airto Gomes - Significa uma história que se mistura com a cidade e com o tempo. Enfrentou diferentes épocas, envolvendo revistas, marcas de cigarros, costumes, loterias e principalmente pessoas que por aqui marcaram presença como clientes da Tabacaria. Transformouse em sua estrutura física, na área de atendimento, no número de artigos e produtos oferecidos, mas continuou valorizando parceiros e clientes. A Tabacaria é uma empresa que não esqueceu o passado, a antiga peça que serviu para o início da loja é lembrada como um carinhoso troféu. Ela se atualiza no presente e certamente com a família, se prepara para o futuro, sempre com o mesmo sucesso.

O professor e escritor Airto Francisco Gomes é um dos mais conhecidos escritores do Vale do Taquari. Autor de 11 obras, ele recebeu a missão de transcrever em livro a história da Tabacaria Encantado. Nesta entrevista, Gomes antecipa como pretende produzir o trabalho. Vitória S. Bortoletti

AS OBRAS DE AIRTO GOMES * Dentro & Fora das quatro linhas - 1999 * Na Tribuna da Câmara - 2000 * Relvado - 100 anos depois - 2001 * O Grande Encantado - 2002 * Futebol & Paixão - 2005 * Loucos por Velocidade - 2007 * A História de um Sapateiro - Bertozzi - 2008

* Conversando com os livros - 2010 * Relvado - Este sabor o Brasil conhece! - 2011 * Na intimidade com livros e mestres - 2011 (final) * Uma história de Vida-Tramontini - (em fase final)

Airto Gomes já está recolhendo depoimentos para escrever o livro Diogo Fedrizzi

“Logo me indicaram a Tabacaria” O advogado Croaci Alves da Silva esteve pela primeira vez em Encantado na última terça-feira (28). Ele nasceu em Imbé, mas reside e trabalha em Tramandaí e veio à cidade para uma audiência no Fórum. Silva contou que tem o hábito de apostar na Quina e na Mega Sena sempre que visita outros

municípios. “Aqui em Encantado não poderia ser diferente. Jogo sempre os mesmos números. Quando perguntei um local para apostar, logo me indicaram a Tabacaria. Aproveitei também para comprar uma mochila de presente para minha sobrinha”, comenta. “O pessoal daqui é de muita hospitalidade e solícito”.

Silva é advogado e visitou Encantado pela primeira vez


“O DARIO é nosso

braço direito”

Diogo Fedrizzi

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Gerente da agência da Caixa Federal de e Encantado fala sobr a parceria com a Ta bacaria Encantado, enaltece o empreendedorismo do proprietário Dario Hollmann e a contri buição das lotéricas para melhor atendi mento aos clientes

Q

TABACARIA ENCANTADO é destaque entre as lotéricas

Marcus Melati e Marcos Mazutti de Castro, da Caixa de Encantado

uem nunca ingressou numa fila da Tabacaria Encantado para fazer uma fezinha na Quina ou apostar na Loteria Federal que atire a primeira pedra. A frase é apenas uma brincadeira, mas serve para revelar a tradição da empresa encantadense em jogos de apostas da Caixa Federal. A parceria existe desde os anos 70. Conforme o gerente da unidade local, Marcos Mazzuti de Castro, atualmente, a agência de Encantado responde por mais cinco municípios: Doutor Ricardo, Anta Gorda, Relvado, Coqueiro Baixo e Nova Bréscia. Em todos eles, há um lotérico, com exceção de Coqueiro Baixo, que deve receber uma unidade em dois meses. “O lotérico hoje é a Caixa Federal inserida no município”, diz Mazzuti.

A importância da Loteria para a Caixa é tamanha que, na agência de Encantado, há um profissional responsável por cuidar do contato direto com os lotéricos: Marcus Melati, o supervisor de canais. “Se não existissem as lotéricas, o fluxo de pessoas na agência seria muito grande e não teríamos como dar conta pelo número de funcionários que tem hoje”, explica. “Porque a Caixa atende desde programas sociais até o cliente comercial normal, empresas, e essa rede de correspondentes são vitais para o bom funcionamento do banco”. “A Caixa é a que tem correspondentes mais completos, com mais recursos, quantidade e qualidade de atendimento”, acrescenta Mazutti. Conforme o gerente, a Caixa é pioneira no trabalho com lotéricos.

Mazutti não poupa elogios ao parceiro Dario Hollmann. “Ele é um grande empreendedor, admiro a vitalidade dele. Parece um gurizão, sempre correndo, vem até três vezes por dia à agência para negociar, ver o que precisa. O envolvimento familiar que ele conseguiu dar às empresas é algo que impressiona”, diz. “Mais do que a Caixa homenagear o Dario, a cidade de Encantado deveria homenageá-lo. É um parceiro nosso de destaque. Quem dera tivéssemos mais Darios por essas loterias. Ele é a imagem da Caixa”. O gerente ressalta a quantidade de produtos que são oferecidos pela Caixa e, por consequência, estão disponíveis na Tabacaria Encantado. “O Dario é nosso braço direito, atende habitação, faz empréstimos para pessoa física, abertura de contas. Todo o trabalho que fizemos na agência, ele faz na Tabacaria também”, conta. “Todas as transações, desde pagamento

de contas de água, luz, telefone, boletos de pagamentos de empresas”. De acordo com Mazutti, a agência de Encantado obedece à superintendência de Caxias do Sul, que engloba 30 agências e mais de 70 municípios. “São quase 100 lotéricas na superintendência e a do Dario sempre esteve entre as melhores”, salienta. “A Tabacaria sempre cumpriu os desafios, esteve junto, acompanhando a evolução da Caixa”. Ele afirma que os lotéricos são fundamentais para o funcionamento da Caixa e cita os prejuízos para a agência caso uma lotérica ficasse fechada durante uma semana, por exemplo, e o público tivesse que se deslocar para a agência. “Não comporta mais, não se concebe mais os bancos absorverem grande quantidade de serviços. Os correspondentes são nossos braços direitos. E o Dario cumpre muito bem isso”.


Nasce o DARIKO No sábado, dia 18 de junho, o mascote da Tabacaria Encantado, Dariko, foi apresentado à comunidade durante uma solenidade, realizada no estabelecimento, em comemoração ao aniversário da empresa. O Dariko foi recebido por toda a família Hollmann, por amigos de Dario Hollmann, por parceiros da empresa e pelos cinco alunos e professoras que contribuíram para a definição do nome do mascote. Vitória S. Bortoletti

DARIKO NA SUINOFEST

Durante a 10ª Suinofest de Encantado, o mascote da Tabacaria Encantado circulou pelo Parque João Batista Marchese e brincou com crianças e expositores. Confira algumas imagens.

Fotos: Divulgação

Crianças premiadas no concurso de escolha do nome do mascote acompanhadas das professoras

Concurso inspirou escolha do nome

U

m concurso realizado nas escolas municipais, estaduais e particular de Encantado viabilizou a escolha do nome do mascote da Tabacaria Encantado. Ao todo, 797 crianças, com idade até 13 anos, depositaram suas sugestões de nomes nas urnas instaladas em cada um dos educandários. O número surpreendeu tanto a direção da empresa como a secretaria municipal de Educação, que intermediou o envio e o recebimento dos materiais. “Ficamos orgulhosos por saber que nossa ação movimentou as crianças desta forma”, declara a em-

presária Luciana Hollmann. Para a secretaria de Educação, esse montante de adesão mostra o quanto as escolas estão comprometidas com as ações que partem da comunidade. “Não podemos trabalhar a educação de forma isolada, é preciso interagir com os segmentos que compõem nossa sociedade, e aí está mais uma prova”, diz, orgulhosa, a secretária Roseli Soares. OS FINALISTAS Apesar de Dariko ter sido o nome escolhido, ele não apareceu em nenhuma das quase oitocentas sugestões dadas por meio do concurso. No entanto, algu-

mas dicas inspiraram a comissão avaliadora e a direção da empresa a criar este nome. Por isso, as cinco sugestões que inspiraram a criação do Dariko foram consideradas vencedoras do concurso “Dê um nome para o mascote”. Os alunos premiados foram os seguintes: Lucas Capitânio Bagatini, Letícia Gheno Zeni, Joana Bertamon Belotti, Arthur Capitânio Vian (os quatro da EMEF Mundo Encantado) e Pedro Henrique Cestari, da EMEF Porto XV. Os nomes que serviram de inspiração foram: Dariozinho, Tabacario, Dariozito, Sortudinho e Fortuninha.


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