Jornal da Diocese de Blumenau Dezembro/2011-Janeiro2012

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Fim de ano marcado por três ordenações na Diocese de Blumenau pág.

ANO XI - nº 123 - Dezembro de 2011 e Janeiro de 2012 - Leia mais: www.diocesedeblumenau.org.br

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Jornal da

Diocese de Blumenau

O Natal que acontece em cada um de nós A festa cristã da esperança e da renovação chega para nos lembrar que, pelo nascimento de Seu filho, Deus se fez humano para nos divinizar


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Opinião

“Ele é o resplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser. Ele sustenta o universo com a sua palavra poderosa” (Hb 1,3)

Renova-se o Natal de Jesus Nesta edição especial do Jornal da Diocese, correspondente aos meses de dezembro de 2011 e janeiro de 2012, queremos ir um pouco além do anúncio deste acontecimento, tão significativo para a humanidade. Desejamos dar visibilidade às pessoas, às famílias, organizações, grupos e movimentos, que se deixaram transformar por Jesus, enviado pelo Pai e nascido de Maria. Seu empenho diário, seu sonho e sua vida orientam-se totalmente para a realização do projeto do Reino que o Senhor veio inaugurar entre nós. Reino de vida plena, abundante para todos. Também nós, da equipe do Jornal da Diocese, sentimo-nos felizes em dedicar nosso tempo e nossos dons para que a você, leitor, este Natal seja uma notícia surpreendente, desafiadora e esperançosa. Agradecemos sua colaboração e, de todo o coração, desejamos-lhe um Feliz Natal e Próspero Ano Novo!

Dom José

O ano da fé “Os documentos do Concílio Vaticano II e o Catecismo da Igreja Católica serão nossos referenciais para a busca de aprofundamento dos princípios da fé”

O papa Bento XVI acaba de proclamar o Ano da Fé, que terá início no dia 11 de outubro de 2012, no cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, e terminará na Solenidade de Cristo Rei, em 2013. Por que um Ano da Fé? Para o papa, um dos desafios da nossa época é levar em consideração o tecido cultural unitário, que mudou muito nesses últimos anos e não está mais embasado nos conteúdos da fé e nos valores por ela inspirados. Nos grandes setores da sociedade, respira-se uma profunda crise de fé, que atingiu muitas pessoas.

“Não podemos aceitar calados o desvio de bilhões de reais, enquanto nossos hospitais e o SUS passam pela pior crise financeira de sua história”

Artigo

Editorial

O anúncio do nascimento de Jesus, o Salvador, conforme o evangelista Lucas, foi dada pelo céu, através dos anjos. Primeiro aos pastores que trabalhavam na região de Belém. Depois, chegou ao palácio de Herodes. São Mateus conta que também três reis magos, do Oriente (Mt 2,1), estudiosos dos astros, descobriram, através da ciência, o grande acontecimento. Dois mil anos se passaram e o Natal, novamente, é anunciado pelos evangelizadores, pelas luzes, cantos, encenações e pela celebração litúrgica. Todos os povos do planeta, de alguma forma, fazem eco ao tempo do Natal. Mesmo diante dos pecados, das limitações, incoerências e contradições, Deus jamais abandona o homem e a mulher por Ele criados. Desce de sua majestade e vem falar de alegria, de esperança, de reconciliação e comunhão, de salvação aos seus amados.

Conquistas e desafios na saúde pública

Nessa perspectiva, durante o ano de 2012, deverá intensificarse a reflexão sobre a fé, para ajudar a todos os católicos a se tornarem mais conscientes em sua fé e revigorarem a sua adesão ao Evangelho. Os documentos do Concílio Vaticano II - que 50 anos depois da sua elaboração não perdem seu valor, nem sua beleza - e o Catecismo da Igreja Católica - publicado há 25 anos, serão os referenciais para a busca de aprofundamento dos princípios de nossa fé. Em 2012, também seremos convidados a uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, revivendo os pressupostos do nosso batismo, que nos deram a

Quem não se lembra de quando o atendimento em saúde era feito pelo antigo INAMPS? Para quem não era dessa época, ou não recorda, funcionava mais ou menos assim: somente quem possuía carteira assinada tinha o direito ao atendimento de saúde pública, aos demais, restava a caridade das Santas Casas de Misericórdia. Com a Constituição Federal de 1988 e a regulamentação da Lei 8080, todos passaram a ter direito à saúde de forma integral. Desde os procedimentos mais simples até os mais complexos, do exame à entrega do medicamento, tudo passou a ser dever do Estado. Vale lembrar que a lei não isenta a responsabilidade das

graça de entrar na porta da fé. Isso será possível professando-a com renovada convicção, celebrando-a na liturgia e, particularmente, na Eucaristia, testemunhando-a com a nossa vida. Acompanhando a linha de pensamento do Santo Padre, sentimo-nos em comunhão com o papa, ao escolher em nossa Diocese os próximos três anos como o “triênio missionário”. Sentimos necessidade de um empenho eclesial mais convicto, de um anúncio extraordinário, que atinja os setores mais afetados da sociedade pela secularização e pelo materialismo, como são, de fato, a família e os jovens. Lemos isso nas palavras do

pessoas, que têm seus deveres para consigo e com os outros. De qualquer forma, o fato é que avançamos muito. Não há país no mundo que possua um sistema de saúde pública com a dimensão e abrangência do SUS. No entanto, nosso maior desafio é mudar a triste realidade do subfinanciamento. Não podemos mais aceitar calados o desvio de bilhões de reais, enquanto nossos hospitais e o Sistema Único de Saúde passam pela pior crise financeira de sua história. A luta para mudar isso precisa do envolvimento de todos nós. Marcelo B. Lanzarin, secretário municipal de Saúde de Blumenau

papa: “Teremos oportunidade – durante este ano – de confessar a fé no Senhor Ressuscitado nas nossas catedrais e igrejas do mundo inteiro, nas nossas casas e no meio das famílias, para que cada um sinta fortemente a exigência de conhecer melhor e de transmitir às gerações futuras a fé de sempre” (Carta Apostólica Porta Fidei, 8). Que a Família de Nazaré, que contemplaremos neste Natal, ajude-nos a acreditar nas palavras daquela música popular: “Tudo seria bem melhor se o Natal não fosse um dia, se as mães fossem Maria e se os pais fossem José. E se a gente parecesse com Jesus de Nazaré”. Esse seria, de verdade, um feliz e abençoado Natal!


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“Porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos, luz para iluminar as nações e glória de Israel, teu povo” (Lc 2,30-32)

Diocese CORAIS

Vozes que encantam Apresentações de fim de ano emocionam as comunidades, no auge do trabalho desses grupos Tradição nas festas de fim de ano, as apresentações musicais tornam o Natal ainda mais encantador. Em composições variadas e de bom gosto, os corais marcam a renovação de laços de amor e fraternidade, sentimentos tão importantes nesta época. Alguns corais da região celebram o tempo natalino com apresentações especiais e um repertório temático. Um exemplo é o Coro Misto Santa Cecília, da Paróquia São Pedro Apóstolo de Gaspar, que tem agenda cheia neste fim de ano. O coral participou de apresentações como a abertura do Natal em Gaspar - que levou 500 vozes para um concerto na escadaria da Igreja Matriz – e fez um passeio cultural com missa na Igreja São Francisco em Assis, em São Paulo. Em dezembro, o grupo canta num evento natalino em Indaial (dia 16, às 20 horas, na Fundação Indaialense de Cultura) e faz o seu

Coral Santa Cecília, de Gaspar, faz seu concerto anual no dia 20 de dezembro, na Igreja Matriz concerto anual (dia 20, às 20 horas, na Igreja Matriz de Gaspar). O Coro Misto Santa Cecília tem 113 anos, é composto por 32 cantores e regido por Dayro Bornhausen. O repertório é diversificado, mantendo as tradições religiosas e as atribuições litúrgicas, além de promover apresentações e concertos populares.

Blumenau Agenda cheia também para a Associação Coral Santa Cecília, da Paróquia Catedral São Paulo

Apóstolo, de Blumenau. Em dezembro, o grupo terá apresentações nos corredores do Hospital Santa Isabel, na Igreja Matriz de Gaspar (dia 11, após a missa das 19 horas) e em Indaial (dia 16, às 20 horas, na Fundação Indaialense de Cultura). O auge do Natal será a missa solene do dia 25 de dezembro (às 9 horas), na Catedral, em Blumenau. A Associação Coral Santa Cecília existe há 70 anos e é composta por 45 cantores, regidos pelo maestro Paulo Eduardo Visconti.

Concertos e oratórios na agenda O Coral Santa Terezinha, de Blumenau, prepara um Concerto de Natal, que será apresentado no dia 18 de dezembro, após a missa das 19 horas da Paróquia Santa Terezinha, no Bairro Escola Agrícola. A produção é dos coralistas, com apoio do padre Roberto Fritzen, participação de orquestra e do pianista Helder Cadore e regência de Marcos Antônio da Silva. O concerto terá músicas populares brasileiras, clássicos como Mozart e Verdi e canções natalinas.

Já a Catedral de Blumenau será palco do Oratório da Natividade, composição literária, bíblica e musical referente ao nascimento do Salvador, de autoria do poeta e músico catarinense José Acácio Santana. A apresentação acontecerá no dia 18 de dezembro, após a missa das 19 horas. Serão cerca de 250 vozes reunidas no Coral Encantos, procedente de Florianópolis, que trarão entusiasmo, harmonia e a alegria do Natal para os blumenauenses.

Oratório de Natal levará mais de 200 vozes à Catedral, no dia 18 de dezembro

“É Natal, alegremo-nos! Não pode haver tristeza no dia em que nasce a vida. É ela quem aclara nossos caminhos, suaviza os sentimentos, conforta a esperança, fortifica a fé, humaniza os relacionamentos. No Ano Novo, curve-se diante da beleza da vida. Respeite-a e ame-a. O deslumbrante espetáculo da vida é construído pelo mesmo Deus que habita em você!” Padre Antonio Bohn, paróquia São Vicente, de Luis Alves

Clero da Diocese celebra o Natal em família Os padres e diáconos da Diocese viveram um momento de celebração na família presbiteral. O encontro de confraternização foi no dia 13 de dezembro, no Seminário Diocesano Menor da Mãe de Jesus, na Itoupava Central. Recebidos por Dom José, cerca de 70 padres, diáconos transitórios, diáconos permanentes e suas esposas participaram de uma manhã de vivência, integração e oração, com almoço e distribuição de brindes. De acordo com o coordenador da Pastoral Presbiteral, padre Rogério Rodrigues, este encontro é uma oportunidade de confraternização, troca de experiências e celebração do Natal. Os padres e diáconos representam a família presbiteral da Diocese, gerada a partir da ordenação, com um parentesco que não é do acaso mas de um chamado divino. “Além de encerrar as atividades do clero, o evento antecipou o Natal, pois no dia da festa, cada padre tem o compromisso da celebração em sua paróquia, com o seu povo”, descreveu.


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Igreja

“Tu és o meu Filho amado; em ti está o meu agrado” (Mc 1,11)

JUBILEU

Os 50 anos dedicados a Deus e aos irmãos Ação de graças do frei José Luiz Prim teve a presença dos Canarinhos de Petrópolis Uma celebração especial comemorou o Jubileu de Ouro da ordenação sacerdotal do frei José Luiz Prim. A missa solene ocorreu no dia 3 de dezembro, no Santuário Nossa Senhora Aparecida, em Blumenau. A liturgia foi presidida pelo homenageado, que deu graças a Deus pelos 50 anos de sacerdócio. “Renovei meu compromisso sacerdotal”, afirmou o frei. A celebração contou com a presença do Coral Canarinhos de Petrópolis, do qual ele foi regente e também diretor durante 28 anos. “Sinto-me feliz e realizado no sacerdócio católico. Estou muito feliz, pois Deus quis servir-se deste pobre homem como instrumento para o povo”, declarou Prim.

Missa no Santuário de Aparecida celebrou o jubileu, com a presença dos Canarinhos de Petrópolis 12 mil vozes de Meninos e Jovens Cantores, reunidos na Basílica de São Pedro, em Roma, para o XV Congresso Internacional de Meninos Cantores. Nas outras três apresentações teve o privilégio de ter o coro cantando sozinho em algumas celebrações. O frei considera as apresentações os maiores eventos de sua vida no coral.

A vida e o trabalho missionário O frei José Luiz Prim é sacerdote franciscano da Ordem dos Frades Menores. Nasceu em Santo Amaro da Imperatriz/SC, no dia 14 de junho de 1935. Desde criança teve grande inclinação pela música. Sempre viveu em um ambiente de grande religiosidade. Os padres franciscanos frequentavam a sua casa e tanto o pai quanto a mãe tinham irmãos na Ordem Franciscana. Isto fez com que sua vocação para a vida religiosa despertasse já na infância e que se mantivesse pela vida inteira. Os ideais da vida religiosa e do cultivo da música o acompanharam todos os anos de sua formação. Durante os estudos no Seminário de Agudos/ SP, formou-se no curso de piano no Conservatório Dramático e Musical de Bauru (que mais tarde se transformaria na Escola de Música Pio XII) e passou pela Faculdade de Música. Quando jovem, já sacerdote, foi transferido para o Seminário de Agudos, para atuar como professor e educador. Ali se formou na Faculdade de Música e de Letras, com especialização em inglês.

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Paróquias Frei José Luiz Prim Coral Depois de conduzir por oito anos as atividades musicais deste seminário, dedicou um ano a estudos de extensão em música em São Paulo, preparando-se para assumir a direção do Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis, em 1973. Permaneceu nesta atividade por 28 anos. O Instituto mantém o famoso Coral dos Meninos Cantores de Petrópolis, conhecidos como os “Canarinhos de Petrópolis”. Como regente dos “Canarinhos”, frei Prim realizou excursões artísticas pelo Brasil e fez seis excursões internacionais. Por quatro vezes teve o privilégio de apresentar seu coro diante do papa. Da primeira vez, cantou integrado ao enorme coro de

No ano 2000 o frei Prim resolveu renunciar aos trabalhos com o coral para dedicar-se ao apostolado nas paróquias. Trabalhou em Pato Branco/PR, Rodeio e Ituporanga. Atualmente está na Paróquia-Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em Blumenau. Durante alguns anos foi assistente espiritual da Fraternidade da Ordem Franciscana Secular (OFS), em Petrópolis/RJ. Em Pato Branco deu incentivo para o início da ordem, que por anos vivia no estágio de “preparação”. Atualmente recebeu da Província Franciscana o encargo de assistente regional de Santa Catarina, tanto para a Ordem Franciscana Secular quanto para a Família Franciscana do Brasil (FFB). “Propagar pelo mundo a mensagem do reino, iluminada pela mística de São Francisco de Assis, este é o meu ideal”, afirma o frei Prim.

“As sementes da vida precisam ser semeadas com paz e amor para poder gerar o alimento que precisamos para viver. Viver com alegria, coragem e determinação de seguir adiante. Viver o presente com sabedoria e plenitude para que o ontem seja um sonho de felicidade e cada amanhã uma visão de esperança. Feliz Natal e um ano cheio de realizações!” Padre Alcimir José Pillotto, Paróquia Nossa Senhora da Penha

Padre Jorge celebra 25 anos Também em dezembro celebrou-se o jubileu de ordenação sacerdotal do padre Jorge Figueiredo de Oliveira, 81 anos, auxiliar na Catedral São Paulo Apóstolo, que completou 25 anos de ministério presbiteral. A missa solene foi no dia 6 de dezembro, presidida por Dom José. O padre Jorge é um exemplo de vocação tardia, pois recebeu o chamado de Cristo aos 55 anos, quando preservava uma carreira profissional de 20 anos no Itamarati. Depois de ter atuado como adido diplomático na Alemanha e no México, foi para Roma cursar teologia. Em 1986 se aposentou do serviço público e foi ordenado presbítero, em Brasília. Atuou na Capital Federal por oito anos e depois veio para Santa Catarina, onde trabalhou em Pomerode e Blumenau.

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Catequese

“Não apagueis o Espírito, não desprezeis os dons de profecia, mas examinai tudo e guardai o que for bom” (1Ts 5,19-21)

ENTREVISTA

Irmã Anna Gonçalves se despede da catequese De partida para Florianópolis, ela pretende atuar na pastoral paroquial em comunidades daquela região Após oito anos na Coordenação Diocesana de Catequese, a Irmã Anna Gonçalves está de partida para Florianópolis, onde quer assumir uma nova missão pastoral nas comunidades da região. Nesta entrevista, vamos conhecer um pouco mais a religiosa e saber sua opinião sobre o movimento da catequese na Diocese. Na próxima edição iremos apresentar o novo coordenador diocesano de catequese. Fale de sua trajetória de vida e religiosa: Senti o chamado à vida religiosa desde pequena. Frequentei a escola primária com as Irmãs Catequistas Franciscanas e, neste convívio, decidi entrar para o colégio, em Rodeio, onde fiz o Ensino Fundamental e o Ginásio. Continuei no Magistério na Escola Normal Colégio Maria Auxiliadora, em Rio do Sul. Fui professora em Laurentino e em Rodeio e trabalhei em escolas estaduais como professora e diretora. Na região de Blumenau, atuei como supervisora escolar. Fiz Pedagogia na FURB, com especialização em Supervisão Escolar e Mestrado na área de educação na San Diego State University, na Califórnia. Deixando a coordenação da

catequese na Diocese, quais serão seus novos desafios? Irei para Florianópolis, onde pretendo continuar as atividades pastorais numa paróquia ou comunidade, atuar na catequese, pastorais sociais, formação de pessoal ou trabalho com adultos. Já morei lá por 15 anos, quando atuei como técnica de Educação na Secretaria de Educação do Estado. Há quanto tempo está à frente na catequese em nossa Diocese e como foi a experiência desse trabalho? Iniciei como coordenadora diocesana de catequese em agosto de 2003, mas já trabalhava na região, na paróquia Santa Terezinha, em Timbó. Fui convidada pelo padre Idonizete Krüger, então coordenador de pastoral da Diocese, com a aquiescência de dom Angélico. São oito anos de contínuo aprendizado. Abracei esta missão com alegria e coragem, dando tudo para que a Palavra de Deus ecoasse no coração dos catequistas e catequizandos, promovendo formação, dando acompanhamento, realizando concentrações, cursos de formação e outras atividades. Foi um tempo de graça e luz, pois senti o Senhor caminhando à minha frente! Como nasceu este gosto e o amor pela catequese? Nasceu do próprio carisma da Congregação, que me deu muitas oportunidades de formação em catequese. Fiz cursos em São Paulo, no Instituto Pio XI (catequese) e na Faculdade

Irmã Anna Gonçalves - Coordenadora Diocesana de Catequese

Assunção (liturgia). No Paraná fiz extensão universitária em catequese na PUC. Além disso, fiz especialização em Metodologia e Prática de Ensino, no Instituto de Educação, em Belo Horizonte e Artes Aplicadas, no Rio de Janeiro. Quais foram os principais desafios e conquistas desta caminhada? Muitos foram os desafios, que ainda persistem: uma catequese tradicional, que prepara para os sacramentos. Catequistas em constante rotatividade e com pouca formação. A necessidade de catequistas capacitados para atender aos catequizandos de hoje, que vivem a dinâmica das mudanças. A formação dos pais em relação à participação na comunidade. Maior compromisso dos catequistas para a participação na vida da comunidade, como testemunho para catequizandos. E a continuidade do processo de Iniciação à Vida Crista, em fase de formação e capacitação de catequistas e lideranças. Tentei potenciar uma formação neste sentido, humanizante e interativa, que fomentasse experiências para levar os catequizandos ao seguimento de Jesus. Trabalhei de forma participativa, organizando uma equipe de Coordenação Diocesana de Catequese, com representantes das cinco comarcas, estabelecendo um fluxo de fazer chegar até as comunidades, a formação continuada, as orientações da Diocese, a atualização constante na catequese. Que conselhos dá a quem a suceder? Que a nova coordenação possa realizar seu sonho e realizar seu trabalho com coragem e alegria, dando continuidade ao processo iniciado, com passos novos. Que seja bem acolhida e tenha as bênçãos do Senhor e muita luz nesta missão. Qual a mensagem que deixa para os catequistas e para a comunidade? Quero deixar um agradecimento especial a Deus pela caminhada, onde senti Sua presença amorosa, segurando-me com sua mão, em todos os momentos. Aos catequistas, minha gratidão pelo que aprendi com eles, pela ajuda, pelo carinho, pela partilha de saberes e de vida, pelas alegrias e pela sensibilidade nas dificuldades. A Dom José, pelo apoio em todos os momentos. Atencioso, amigo e pastor, acompanha e deixa fazer acontecer. Aos párocos que nos acolheram nas formações, meu abraço e meu carinho, com agradecimentos especiais!

“Todo Ano Novo é hora de renascer e de viver de novo. Teremos 365 novas oportunidades de dizer a Deus que queremos ser plenos na fé e cheios do espírito. Aproveitemos este recomeço e que cada um viva a sua fé em plenitude, humanidade, caridade e amor. Feliz Natal e o um santificado ano para todos. Que Deus seja o caminho para os que O buscam com amor!” Padre Paulo Barbosa de Araújo, Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

CURTAS ENCONTRO A equipe da Coordenação Diocesana de Catequese Ampliada participou de encontro, com representantes de cada comarca, para avaliar a caminhada, organizar o próximo ano e conhecer os compromissos do cronograma da diocese para 2012. Foi um encontro celebrativo, alegre, de muita unidade e bem-querer! Agradecimentos especiais a todos que se dedicaram e assumiram o compromisso com a catequese nas comarcas e paróquias.

LITORAL Na Paróquia Nossa Senhora da Paz, em Piçarras, os catequistas e a Coordenação Diocesana de Catequese passaram uma tarde de sábado refletindo e exercitando como fazer a Leitura Orante com as crianças. Foi um encontro muito rico, de vivência do que queremos passar para os catequizandos. Catequistas demonstraram muito interesse e dedicação. Parabéns!

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Ecumenismo

“No princípio era a Palavra, e a Palavra estava junto de Deus, e a Palavra era Deus” (Jo 1,1)

AÇÃO DE GRAÇAS

Igrejas de várias tradições cristãs celebram unidas O encontro da partilha e do exemplo de fraternidade ocorreu na Igreja do Espírito Santo

O Dia Nacional de Ação de Graças foi celebrado conjuntamente em Blumenau, reunindo representantes de três igrejas cristãs da cidade e região. A solenidade ocorreu no dia 23 de novembro, às 19h30, na Igreja do Espírito Santo, do Sínodo Vale do Itajaí da IECLB. O Núcleo Ecumênico de Blumenau, que congrega as igrejas Evangélica Luterana do Brasil (IELB), Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e Católica Apostólica Romana (ICAR), preparou o roteiro da celebração. Leituras bíblicas, pregação, recitação do credo e do Pai Nosso em versões ecumênicas, oração de salmos, hinos e abraço da paz constaram do mesmo roteiro. Há vários anos há uma prática entre as igrejas integrantes do Núcleo, para a troca de púlpitos. O costume consiste no verdadeiro e fraterno gesto de alternar o representante da Igreja que faz a pregação. Quando a celebração acontece em uma Igreja Evangélica, é um pregador católico que desempenha esse ministério, ou vice-versa. Na celebração de ação de graças deste ano, tendo a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil acolhido a comunidade orante, o padre Raul Kestring representou a Igreja Católica Apostólica Romana e fez a homilia.

Representações Ao ato ecumênico de ação de graças estiveram presentes o pastor Breno Carlos Wilrich (sinodal Vale do Itajaí da IECLB), o padre João Bachmann (vigário geral da Diocese de Blumenau, representando o bispo, Dom José Negri, ausente devido a outros compromissos anteriormente assumidos) e o representante da IELB, Ricardo Goerl, que fez a leitura da Carta de São Paulo. Um momento significativo da celebração foi o abraço da paz. Enquanto o grupo de cantores e instrumentistas executava um canto alusivo, os presentes, com um aperto de

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“Povo que celebra o centenário da paróquia, recebe a peregrinação da imagem de São Vicente e da réplica da Igreja Matriz, que é visitado por um dos padres ou diáconos, eis que anuncio uma boa notícia: um menino nos é dado, o Cristo Senhor, Nosso Salvador! Que este ano seja especial na graça de Deus. Feliz Natal e um abençoado ano!” Padre Lauro Roque Mittelmann, Paróquia São Vicente

Celebração da Ação de Graças reuniu cristãos de vários credos em Blumenau

[+] Origem ✗ O Dia de Ação de Graças (Thanksgiving Day) é uma tradição dos Estados Unidos, celebrada desde 1621, quando os imigrantes ingleses, fugidos de perseguições religiosas em sua terra e estabelecidos no novo continente um ano antes, comemoraram sua primeira colheita, abençoada e abundante. Para isso convidaram os índios e reuniram os melhores frutos colhidos, para dedicar os resultados a Deus. ✗ Até hoje o Thanksgiving Day é celebrado nos Estados Unidos e em uma centena de países, na quarta quintafeira de novembro. A data foi estabelecida no Brasil em 1966, para que as comunidades religiosas pudessem agradecer juntas. Aqui e agora, ao invés de índios, são as diferentes crenças e as pessoas de boa vontade que se convidam para celebrar a gratidão. E ao invés dos frutos da colheita, os irmãos de hoje oferecem e agradecem a Deus o dom da vida e todas as coisas boas que Ele nos proporciona.

mão ou um abraço, transmitiam-se a paz. “A paz do senhor esteja contigo” – dizia-se à pessoa próxima, enquanto ela respondia: “E contigo também”. Assim, formou-se visível ambiente de confraternização entre pastores, padres, catequistas, leigos e leigas participantes. O grupo de cantores e instrumentistas que animou a celebração - procedentes do bairro Velha Central – trouxe um perfil ecumênico, com integrantes luteranos e católicos. Com vozes, violões e percussão, contribuíram com ritmo e harmonia. O órgão de tubos da igreja também acompanhou alguns hinos, com seus acordes festivos. Foi um evento marcado pela alegria, evidente no semblante dos que dele participaram. Esta alegria brota do espírito fraterno vivenciado na celebração. De fato, onde reina a união, a acolhida fraterna, o amor, a esperança, frutos da Palavra de Deus partilhada, aí as pessoas se alegram, sorriem, solidarizam-se.

CURTAS AGENDA DE 2012 O Núcleo Ecumênico de Blumenau definiu a agenda de reuniões e celebrações em 2012. As reuniões ordinárias ocorrem em março, abril, junho, agosto, setembro e outubro, na última terça-feira do mês, na Diocese de Blumenau. Já as celebrações conjuntas serão a abertura da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (16 de maio, às 19h30min, na Catedral) e a celebração do Dia Nacional de Ação de Graças (22 de novembro, às 19h30, numa igreja luterana a ser definida).

SELO COMEMORATIVO A Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) e a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) lançaram um selo comemorativo dos 500 anos da Reforma Protestante. Uma comissão de festejos prepara um calendário de eventos, que já tiveram início em outubro e se estendem até outubro de 2017, data oficial do surgimento do luteranismo. O selo traz elementos que remetem à serenidade, racionalidade e fé, movimento, comunicação e expansão.


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Enfoque Pastoral

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“O Senhor é o Deus eterno! Foi ele quem criou toda a extensão do mundo. Ele não corre, nem se cansa, nem é possível pesquisar sua inteligência” (Is 40,28)

JUVENTUDE “No Natal celebramos o aniversário do nascimento de Jesus. Deus nos presenteia com seu filho. É a troca de dons entre céu e terra, pedindo que possamos participar da divindade daquele que uniu ao Pai a nossa humanidade. Por Ele Deus disse à humanidade e à criação que seu amor é eterno. A todos um Feliz e Santo Natal!”

Eventos como a Jornada Diocesana e o Festival da Canção deverão mobilizar e fortalecer os grupos jovens da Diocese em 2012

O futuro edificado com caminhos de fé Pastoral prepara programação para 2012, entendendo que as mudanças tecnológicas influenciam o comportamento dos jovens A Pastoral da Juventude da Diocese de Blumenau caminha, no ano de 2012, em direção ao amadurecimento de elementos da unidade no município. Algumas ações já estão programadas para o envolvimento dos jovens, como a Jornada Diocesana da Juventude e o Festival da Canção. De acordo com coordenador do Setor Juventude, padre Roberto Carlos Cattoni, a Igreja precisa entender que, com as modificações do mundo moderno, o jovem não é mais o mesmo. “Os primeiros passos foram dados em 2011. Queremos continuar seguindo as orientações da CNBB, respeitando os carismas, porém, precisamos deixar de lado alguns conceitos e dar lugar às mudanças que os dias atuais pedem”. Ele complementa que “o jovem de hoje é mais dinâmico, virtual, gosta de música, marcas, necessita interagir e ser ouvido”.

Cresce a participação dos jovens na animação litúrgica Mobilização A Pastoral conta com vários grupos de jovens, onde atuam pessoas em fase inicial e outros que já estão deixando os movimentos. “O que acontece é que, quando um jovem está formado no grupo, capacitado, ele atinge

[+] Programe-se ✗ A Pastoral da Juventude já tem algumas ações programadas para o ano de 2012. No dia 1º de abril, os jovens blumenauenses poderão participar da Jornada Diocesana da Juventude. O evento será a partir das 15 horas, na Catedral São Paulo Apóstolo, em Blumenau. O evento será encerrado com missa, celebrada pelo bispo, dom José Negri. ✗ No dia 21 de julho acontecerá em Blumenau o Festival da Canção (Fecan). E no dia 28 de outubro será a vez da celebração do Dia Nacional da Juventude, com atividades em diferentes comarcas e ações realizadas pelos grupos jovens.

a idade da faculdade e do trabalho, o que dificulta sua participação ativa na Pastoral”, explica o padre. Dessa forma, novos jovens ingressam no grupo e o trabalho é iniciado novamente. Padre Cattoni lamenta que algumas cidades e paróquias não possuam grupos formados e em outras nem mesmo há grupos. “Necessitamos de que os padres apoiem e incentivem a criação de grupos de jovens. Eles serão o futuro da Igreja”, enfatiza.

Padre João Bachmann, vigário geral da Diocese

Jornada Mundial no Brasil Em 2013, a Jornada Mundial da Juventude, encontro que acontece a cada dois anos e reúne jovens de todo mundo, terá como sede o Rio de Janeiro. O encontro, que acontecerá na segunda quinzena de julho, tem a duração de uma semana. Segundo o padre Cattoni, há uma grande expectativa para o evento. “A juventude do Mercosul se fará presente. A estimativa é de quatro milhões de jovens ao redor do Papa”. Na última edição, em Madrid, este ano, Cattoni e outras três pessoas da Diocese puderam experimentar de perto a força dos jovens vindos de diferentes países, unidos na mesma fé. “O Brasil fará uma experiência jamais vista e mostrará a força da Igreja Católica, diante do crescente número de igrejas pentecostais”, afirma.

Diocese Em Blumenau, a Catedral São Paulo Apóstolo já está sendo preparada para receber os símbolos da Jornada, em janeiro de 2013. Cattoni explica que os símbolos são a cruz e o ícone de Nossa Senhora, que peregrinam nos países a cada Jornada Mundial.

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Especial

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FESTA

A vida e a esperança que se Dois mil anos depois, o Natal ainda é visível entre nós, em simbolismos e em sentimentos A narrativa mais detalhada do nascimento de Jesus está no evangelho de São Lucas, no capítulo 2. Ele era médico e, portanto, dos quatro evangelistas, é o que manifesta maior riqueza de detalhes históricos, geográficos e medicinais em sua descrição, pois retrata também os conhecimentos de sua área profissional. Ao mesmo tempo, oferece aos leitores, maior vivacidade nos seus escritos. Vale a pena ler e reler seu relato sobre o nascimento de Jesus. Para pessoas de fé, não só as informações diversas interessam. O que Lucas escreve é Palavra de Deus, inspirada pelo Espírito Santo.

Mensagem A Sagrada Escritura, inclusive o

renovam Novo Testamento, tem a preocupação fundamental com a mensagem. Ela quer transmitir a grande notícia do amor de Deus pelo homem, apesar do seu pecado e das suas infidelidades. Nesse sentido, não podemos nos deter nos detalhes, mas interpretá-los com essa chave de leitura: o amor de Deus que, na expressão do apóstolo Paulo, tornou-o capaz de aniquilar-se, ou seja, assumir a natureza humana, menos o pecado, ao ponto de nascer pobre e excluído, num estábulo. Ainda é preciso considerar que Lucas contou como aconteceu o nascimento de Jesus, não como testemunha ocular. Haviam passado mais de 70 anos quando ele o relatou. Ele investigou testemunhos antigos, usou como base os evangelhos de Marcos e de Mateus. Contudo, seu evangelho é uma obra autônoma e altamente original, contendo muitas coisas que não estão nos outros evangelhos.

[+] Adoração ao Menino Jesus

✗ Adoro-vos, amável Menino do casebre, o mais humilde e o maior dos filhos dos homens e o mais pobre e o mais rico, o mais frágil e o mais poderoso. ✗ Bendigo-vos, porque vos haveis dignado descer até mim, para ser meu modelo na prática de todas as virtudes, meu guia nas dificuldades da vida e meu asilo nos dias de aflição. ✗ Amo-vos, porque vens a mim com

amor infinito; com amor generoso, que não se cansa de minhas ingratidões; com amor obsequioso, que se antecipa aos tardios impulsos de meu coração; com amor paciente, que espera minha conversão para amar-me mais ternamente ainda. ✗ Por isso, com o coração cheio de agradecimento, de joelhos aos pés deste leito de palha, vos adoro, bendigo e amo, com todo o fervor de minha alma, e me atrevo a levantar meus olhos até meu Deus, que se digna olharme ternamente.

O significado de construir presépios A Igreja sempre deu importância aos sinais, especialmente aos litúrgicosacramentais, tendo o cuidado de que não se tornassem superstição. Entre esses sinais, adequados para a propagação do Evangelho, está o presépio. Sua simplicidade desperta a atenção de crianças e adultos, jovens e idosos, a Jesus. Devido à sua plasticidade, o presépio foi incorporando detalhes da vida humana, como os pastores, as ovelhas, os reis magos, o Menino Jesus na manjedoura, Maria e José, representados de forma inspiradora por artistas em todo o mundo. Como São Francisco, cada homem precisa de sinais que os conduza nos mistérios da fé e da vida. Alguns sinais (ou sacramentos) já não gozam de tanta compreensão entre as pessoas de hoje. Outros, porém, por causa da sua simplicidade e imediatismo, têm ainda muita eficácia. Entre estes, o presépio.

São Francisco inventou o presépio Em 29 de novembro de 1223, o Papa Honório III aprovou a Regra dos Frades Menores, alegrando o coração de Francisco de Assis. Com espírito alegre e de ação de graças, ele vivia em êxtase diante do mistério da encarnação e quis comunicar esse júbilo ao povo. Foi ao eremitério de Greccio, onde expressou o desejo de celebrar o Natal. Disse que queria ver com os olhos do corpo, como o Menino Jesus, na sua escolha de humilhação, foi deitado numa manjedoura. Determinou que, para uma gruta, fossem levados um burro e um boi, animais

que, segundo os evangelhos apócrifos, estavam com o menino. Sobre um altar portátil colocado na manjedoura, foi celebrada a Eucaristia. Para Francisco, como os apóstolos viram com os olhos corporais a humanidade de Jesus e acreditaram com os olhos do espírito na sua divindade, assim, quando vemos o pão e o vinho consagrados sobre o altar, acreditamos na presença do Senhor entre nós. Na ocasião, em Greccio, não havia estátuas ou pinturas, apenas uma celebração eucarística numa manjedoura, entre o boi e o jumento.

Francisco era um homem concreto e para ele era importante a encarnação, o fato de que o Senhor fosse tangível por meio de sinais e gestos, pelos sacramentos. A celebração de Greccio se coloca neste contexto. Morto em 1226 e canonizado em 1228, teve sua história contada em todo o mundo. Graças à obra dos frades menores, a devoção a São Francisco ganhou popularidade. Também o acontecimento de Greccio foi conhecido por muitas pessoas, que desejavam retratá-lo e replicá-lo. E assim, o presépio se tornou patrimônio da cultura e da fé popular.

O Natal e a família Todas as famílias do mundo reconhecem em Maria e José o modelo de um autêntico casal. O ingrediente da fé e do temor de Deus mostra como este casal visualiza uma convivência quotidiana no trabalho, na educação, nas dificuldades, na luta do dia a dia. O aspecto que, do casal de Nazaré, precisamos valorizar nos dias atuais é o da acolhida do filho, da sua educação, do devoto e profundo amor que lhe dedicaram. Em contraposição, assistimos a uma sociedade que não quer mais ter filhos. Vemos países envelhecendo, porque a população não se renova com nascimentos.

No Brasil, na década de 1940 a média de filhos por mulher era superior a seis. Hoje não chega a dois. Assim, daqui a alguns anos, nosso país terá maioria de idosos, com sérias consequências no sistema de trabalho, de seguridade social e de infraestrutura. Acresce o fato de que a expectativa de vida é crescente devido aos avanços da medicina e da melhoria da assistência à saúde das pessoas. Segundo estatísticas, são mais de 12 mil os brasileiros com idade superior a 100 anos. Na conta do número de filhos é preciso considerar as condições econômicas dos casais. É justa a preocupação de muitos quanto à alimentação, vestuário,

educação e saúde dos filhos. Embora a fé, a confiança em Deus e a corresponsabilidade foram determinantes na providência de tudo isso para Maria e José, a questão emerge muito seriamente na realidade atual. Aí, somente os casais, em sua experiência de fé, possibilidades financeiras e até mesmo em sua cultura, podem decidir. No entanto, não se pode negar que o Natal de Jesus apregoa este apelo: que os casais gerem, acolham e eduquem novos seres humanos, como uma colaboração para Deus, para melhorar e renovar a sociedade e o nosso país. Na verdade, este mesmo apelo faz eco ao Livro do Gênesis, quando Deus disse a Adão e Eva: “Crescei e multiplicai-vos” (Gn 1,28). Vamos reconhecer: de quantas famí-

lias, podemos afirmar que muito se parecem com a Família Sagrada? Que não vivem sem dificuldades, sem crises ou provações? Mas todas vão realizando o projeto de uma família cristã nos tempos atuais. Nelas se percebe espiritualidade, luta, amor, carinho, diálogo e perseverança. Não pode ser considerado fora de propósito encerrar esta aproximação entre o Natal e a família, afirmando que a verdadeira visibilidade do Natal é a família constituída pelo esposo, a esposa e os filhos. Não seria este, então, o presépio humano, de carne, de que o mundo necessita verdadeiramente? Não é este o presépio ao qual podem aludir os presépios de gesso, de madeira ou de resina que vemos em nossas casas, nas ruas e praças?


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A vida e a esperança que se Dois mil anos depois, o Natal ainda é visível entre nós, em simbolismos e em sentimentos A narrativa mais detalhada do nascimento de Jesus está no evangelho de São Lucas, no capítulo 2. Ele era médico e, portanto, dos quatro evangelistas, é o que manifesta maior riqueza de detalhes históricos, geográficos e medicinais em sua descrição, pois retrata também os conhecimentos de sua área profissional. Ao mesmo tempo, oferece aos leitores, maior vivacidade nos seus escritos. Vale a pena ler e reler seu relato sobre o nascimento de Jesus. Para pessoas de fé, não só as informações diversas interessam. O que Lucas escreve é Palavra de Deus, inspirada pelo Espírito Santo.

Mensagem A Sagrada Escritura, inclusive o

renovam Novo Testamento, tem a preocupação fundamental com a mensagem. Ela quer transmitir a grande notícia do amor de Deus pelo homem, apesar do seu pecado e das suas infidelidades. Nesse sentido, não podemos nos deter nos detalhes, mas interpretá-los com essa chave de leitura: o amor de Deus que, na expressão do apóstolo Paulo, tornou-o capaz de aniquilar-se, ou seja, assumir a natureza humana, menos o pecado, ao ponto de nascer pobre e excluído, num estábulo. Ainda é preciso considerar que Lucas contou como aconteceu o nascimento de Jesus, não como testemunha ocular. Haviam passado mais de 70 anos quando ele o relatou. Ele investigou testemunhos antigos, usou como base os evangelhos de Marcos e de Mateus. Contudo, seu evangelho é uma obra autônoma e altamente original, contendo muitas coisas que não estão nos outros evangelhos.

[+] Adoração ao Menino Jesus

✗ Adoro-vos, amável Menino do casebre, o mais humilde e o maior dos filhos dos homens e o mais pobre e o mais rico, o mais frágil e o mais poderoso. ✗ Bendigo-vos, porque vos haveis dignado descer até mim, para ser meu modelo na prática de todas as virtudes, meu guia nas dificuldades da vida e meu asilo nos dias de aflição. ✗ Amo-vos, porque vens a mim com

amor infinito; com amor generoso, que não se cansa de minhas ingratidões; com amor obsequioso, que se antecipa aos tardios impulsos de meu coração; com amor paciente, que espera minha conversão para amar-me mais ternamente ainda. ✗ Por isso, com o coração cheio de agradecimento, de joelhos aos pés deste leito de palha, vos adoro, bendigo e amo, com todo o fervor de minha alma, e me atrevo a levantar meus olhos até meu Deus, que se digna olharme ternamente.

O significado de construir presépios A Igreja sempre deu importância aos sinais, especialmente aos litúrgicosacramentais, tendo o cuidado de que não se tornassem superstição. Entre esses sinais, adequados para a propagação do Evangelho, está o presépio. Sua simplicidade desperta a atenção de crianças e adultos, jovens e idosos, a Jesus. Devido à sua plasticidade, o presépio foi incorporando detalhes da vida humana, como os pastores, as ovelhas, os reis magos, o Menino Jesus na manjedoura, Maria e José, representados de forma inspiradora por artistas em todo o mundo. Como São Francisco, cada homem precisa de sinais que os conduza nos mistérios da fé e da vida. Alguns sinais (ou sacramentos) já não gozam de tanta compreensão entre as pessoas de hoje. Outros, porém, por causa da sua simplicidade e imediatismo, têm ainda muita eficácia. Entre estes, o presépio.

São Francisco inventou o presépio Em 29 de novembro de 1223, o Papa Honório III aprovou a Regra dos Frades Menores, alegrando o coração de Francisco de Assis. Com espírito alegre e de ação de graças, ele vivia em êxtase diante do mistério da encarnação e quis comunicar esse júbilo ao povo. Foi ao eremitério de Greccio, onde expressou o desejo de celebrar o Natal. Disse que queria ver com os olhos do corpo, como o Menino Jesus, na sua escolha de humilhação, foi deitado numa manjedoura. Determinou que, para uma gruta, fossem levados um burro e um boi, animais

que, segundo os evangelhos apócrifos, estavam com o menino. Sobre um altar portátil colocado na manjedoura, foi celebrada a Eucaristia. Para Francisco, como os apóstolos viram com os olhos corporais a humanidade de Jesus e acreditaram com os olhos do espírito na sua divindade, assim, quando vemos o pão e o vinho consagrados sobre o altar, acreditamos na presença do Senhor entre nós. Na ocasião, em Greccio, não havia estátuas ou pinturas, apenas uma celebração eucarística numa manjedoura, entre o boi e o jumento.

Francisco era um homem concreto e para ele era importante a encarnação, o fato de que o Senhor fosse tangível por meio de sinais e gestos, pelos sacramentos. A celebração de Greccio se coloca neste contexto. Morto em 1226 e canonizado em 1228, teve sua história contada em todo o mundo. Graças à obra dos frades menores, a devoção a São Francisco ganhou popularidade. Também o acontecimento de Greccio foi conhecido por muitas pessoas, que desejavam retratá-lo e replicá-lo. E assim, o presépio se tornou patrimônio da cultura e da fé popular.

O Natal e a família Todas as famílias do mundo reconhecem em Maria e José o modelo de um autêntico casal. O ingrediente da fé e do temor de Deus mostra como este casal visualiza uma convivência quotidiana no trabalho, na educação, nas dificuldades, na luta do dia a dia. O aspecto que, do casal de Nazaré, precisamos valorizar nos dias atuais é o da acolhida do filho, da sua educação, do devoto e profundo amor que lhe dedicaram. Em contraposição, assistimos a uma sociedade que não quer mais ter filhos. Vemos países envelhecendo, porque a população não se renova com nascimentos.

No Brasil, na década de 1940 a média de filhos por mulher era superior a seis. Hoje não chega a dois. Assim, daqui a alguns anos, nosso país terá maioria de idosos, com sérias consequências no sistema de trabalho, de seguridade social e de infraestrutura. Acresce o fato de que a expectativa de vida é crescente devido aos avanços da medicina e da melhoria da assistência à saúde das pessoas. Segundo estatísticas, são mais de 12 mil os brasileiros com idade superior a 100 anos. Na conta do número de filhos é preciso considerar as condições econômicas dos casais. É justa a preocupação de muitos quanto à alimentação, vestuário,

educação e saúde dos filhos. Embora a fé, a confiança em Deus e a corresponsabilidade foram determinantes na providência de tudo isso para Maria e José, a questão emerge muito seriamente na realidade atual. Aí, somente os casais, em sua experiência de fé, possibilidades financeiras e até mesmo em sua cultura, podem decidir. No entanto, não se pode negar que o Natal de Jesus apregoa este apelo: que os casais gerem, acolham e eduquem novos seres humanos, como uma colaboração para Deus, para melhorar e renovar a sociedade e o nosso país. Na verdade, este mesmo apelo faz eco ao Livro do Gênesis, quando Deus disse a Adão e Eva: “Crescei e multiplicai-vos” (Gn 1,28). Vamos reconhecer: de quantas famí-

lias, podemos afirmar que muito se parecem com a Família Sagrada? Que não vivem sem dificuldades, sem crises ou provações? Mas todas vão realizando o projeto de uma família cristã nos tempos atuais. Nelas se percebe espiritualidade, luta, amor, carinho, diálogo e perseverança. Não pode ser considerado fora de propósito encerrar esta aproximação entre o Natal e a família, afirmando que a verdadeira visibilidade do Natal é a família constituída pelo esposo, a esposa e os filhos. Não seria este, então, o presépio humano, de carne, de que o mundo necessita verdadeiramente? Não é este o presépio ao qual podem aludir os presépios de gesso, de madeira ou de resina que vemos em nossas casas, nas ruas e praças?


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Variedades

“Eis que a jovem conceberá e dará à luz um filho e lhe porá o nome de Emanuel” (Is 7,14)

DESAFIO

CONTO

Encare o teste bíblico deste mês

Aproveite suas férias para pensar, pesquisar e responder ao nosso quiz

Como é tempo de Natal, preparamos um teste bíblico acerca das passagens relacionadas aos preparativos para o nascimento de Jesus. Aproveite que estará de férias para refletir estes acontecimentos e res-

ponder às perguntas. Envie suas respostas até o dia 20 de janeiro para o e-mail jornal@diocesedeblumenau.org.br ou pelo Correio para a Cúria Diocesana de Blumenau, aos cuidados do Padre Raul Kes-

tring (Rua XV de Novembro, 955 / Blumenau-SC / CEP 89010-003). Informe seu nome completo, telefone e endereço. Se acertar todas as questões você concorre a uma bíblia.

DESAFIO BÍBLICO QUAL A RESPOSTA CERTA? 1. Zacarias, que estava mudo, escreveu o nome de seu filho João: a) Numa pedra b) Num papiro c) Numa tabuinha d) Num pergaminho e) Numa pele de cabrito 2. O profeta que anunciou o nascimento de Jesus de uma virgem chamava-se: a) Ezequiel b) Sofonias c) Jeremias d) Isaías e) Oséias

3. José, ao saber que Maria estava grávida, resolvera deixá-la. Quem o fez mudar de idéia? a) Um sacerdote b) Um amigo c) Um parente d) Um profeta e) Um anjo 4. Como era o nome do imperador romano quando Jesus nasceu? a) Herodes b) Diocleciano c) Cesar Augusto d) Arquelau e) Maximino

5. Quem recebeu por primeiro a notícia do nascimento de Jesus? a) Os sacerdotes b) Os levitas c) Os samaritanos d) Os lavradores e) Os pastores 6. Conforme a tradição, os nomes dos reis magos eram: a) Gaspar, Mechior e Zebedeu b) Malaquias, Baltasar e Jeroboão c) Matatias, Abdulai e Gaspar d) Melchior, Gaspar e Baltasar e) João, Jeroboão e Melchior

RESPOSTAS DO TESTE ANTERIOR Infelizmente ninguém venceu o desafio lançado no mês de novembro, portanto, não há ganhadores. Veja as respostas corretas do teste: 1. Êxodo é um livro histórico? Sim

4. Rute é livro histórico? Sim

2. Salmos é livro da Lei? Não

5. Mateus é livro poético? Não

3. Atos dos Apóstolos é livro poético? Não

6. Jeremias é livro poético? Não 7. Tito é epístola geral?

Sim 8. Gálatas é livro da Lei? Não 9. Eclesiástico é livro histórico? Não 10. Colossenses é Carta de Paulo? Sim

Uma história de Natal Era uma vez uma família: pais e seis filhos homens. Todo ano, no Natal, era a mesma coisa: na véspera, pai e filhos se uniam para construir um presépio. E a cada ano o presépio ia ganhando mais vida, ficando maior e mais bonito, até ocupar toda uma sala da humilde casa. O lugar ia ganhando a simpatia dos moradores da pequena cidade do interior de Minas. Havia os personagens da gruta: o Menino Jesus, Nossa Senhora, São José, os pastores, os anjos, o burrinho a vaquinha. Ao redor, mais pastores, ovelhas, plantações e, ao longe, a cidade, de onde partiram os Reis Magos. Ao construir a cidade, os meninos criavam miniaturas de casas com barro, cópias fiéis da pequena cidade onde moravam. Cada casa tinha um dono: o Zé Serafim, o João Lino, a loja do Seu Lazaro, a praça, o coreto, a igreja... todos iguais aos originais. No sexto ano de construção, o presépio foi iluminado e ganhou algumas peças que se moviam com a eletricidade. Por isso chamava ainda mais a atenção dos moradores da cidade e de visitantes que vinham ver a beleza da montagem. Depois de tudo pronto, vinha a parte mais importante: aguardar a meia noite, hora que o Menino Jesus nasceu. Mas o presépio só era construído na véspera do Natal e desmanchado no dia 7 de janeiro, depois da chegada dos três Reis à gruta do Menino Jesus. A família reunida fazia uma oração ao desmontar e guardar o presépio em caixas, com todo o cuidado, para o ano seguinte.

Presentes Na noite de Natal, a família ia à Igreja para a Missa do Galo e, quando esta terminava, se apressavam em voltar para casa e ver os

presentes que Papai Noel havia deixado nos sapatos, no chão, junto do presépio. Era uma alegria. O mais velho estava com 11 anos e, sem exceção, todos acreditavam no Papai Noel. O presente era uma garrafa de guaraná e uma nota de dois mil réis (moeda da época, de valor bem razoável), pois ainda não existiam os brinquedos para comprar e os meninos mesmo faziam os seus, de barro e madeira. Naquele ano o Espírito de Natal veio com outro propósito para um dos meninos - o segundo. Ele fez um esconderijo debaixo do presépio com as mesas e armações de madeira, onde puxou um fio de luz. À noite, ao invés de ir para a cama, entrou debaixo do presépio e fez um pedido para Papai Noel: que seu próximo irmão nascesse mulher. Porque sua mãe dizia que a cegonha iria trazer mais um irmão no final de março e, pelo que os outros meninos diziam, o sétimo irmão homem iria nascer um lobisomem. Não é que Papai Noel atendeu? No dia 2 de abril nasceu uma irmãzinha, a primeira. Depois, Papai Noel ficou tão emocionado que resolveu dar mais duas irmãzinhas para os meninos. Conclusão: foram nove filhos que seu Zé teve com dona Geny, seis homens e três mulheres. Todos criados na mais perfeita união, hoje todos velhinhos e bem felizes. Principalmente no Natal, todos se reúnem e mantêm a tradição de festejar a chegada do Menino Jesus e a distribuição dos presentes. O Natal é do mundo inteiro e a festa é uma só: comemorar o nascimento daquele que veio para pregar o amor na humanidade. Que o Espírito do Natal esteja em todos os lares...

Rômulo José Ferraz


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Nossa História

“Passarão o céu e a terra, mas minhas palavras não passarão” (Mt, 24,35)

Expediente

BENEDITO

Jornal da Diocese de Blumenau

Paróquia em honra de São Roque

Direção Geral: Dom José Negri PIME

Instalação da nova comunidade foi estimulada a partir das Santas Missões,, realizadas em 1962

A história

Pe. Antônio Francisco Bohn Dom Tito Buss, bispo de Rio do Sul, no dia 6 de março de 1970 criou a Paróquia de Benedito Novo, elevando a capela dedicada a São Roque à categoria de Igreja Matriz. A decisão atendeu ao bem espiritual do povo de Deus naquele município, depois de ouvido o parecer do reverendo frei José Afonso Ribeiro (TOR), vigário da Paróquia de Santa Maria no mesmo município, da qual foi desmembrada a nova comunidade. E também o frei Jairo Beninca (TOR), que já presidia aquela comunidade. Desmembrada da Paróquia de Santa Maria, seus limites foram traçados em conformidade com os sacerdotes que presidiam as comunidades no momento da divulgação do documento oficial. Capela São Roque, nos anos 1940 e 1950 pertencia à Paróquia São Francisco de Assis, de Rodeio

[+] Participe!

Diretor Geral: Pe. Raul Kestring

✗ Se você quer publicar o histórico de sua paróquia, capela ou comunidade nesta página do Jornal da Diocese envie textos e fotos para nós. Estamos selecionando artigos para futuras edições. Os textos devem ser digitados, com no máximo 3.000 caracteres (incluindo espaços), na versão Word 2003. O artigo deve vir acompanhado de pelo menos uma foto, dando-se preferência a imagens antigas (da primeira construção da igreja), em formato jpg. Os materiais devem ser enviados por e-mail para o endereço artigoscapelas@hotmail.com. A paróquia de Benedito Novo foi criada nos anos 1970

Os primeiros imigrantes chegaram a Benedito Novo em 1876. O casal Benedito, estabelecido em Carijós (Indaial), possuía vários filhos e um deles passou a residir na localidade e a região que ele escolheu começou a ser chamada de Benedito. A colonização durou mais ou menos 50 anos e as famílias eram de origem alemã, polonesa, italiana e açoriana. A primeira igreja católica de Benedito Novo foi construída em 1933, passando a ser visitada periodicamente pelos frades franciscanos de Rodeio. Alguns sacerdotes que atenderam às várias comunidades católicas foram frei Honorato Bruggemmaus, frei Raimundo Holter e frei Conrado Rosbach. A Paróquia foi criada apenas em 1970, tendo seus membros decidido que o padroeiro seria São Roque, cuja festa é realizada atualmente. O primeiro vigário foi o frei Jairo Beninca. A partir de 15 de janeiro de 1996, os franciscanos deixam a paróquia e, em virtude disso, a comunidade passa a ser administrada pelas Irmãs Catequistas Franciscanas. No mesmo ano, inicia-se a construção do Centro Pastoral, destinado à catequese, encontros e demais atividades.

Diretor Comercial: Pe Almir Negherbon Textos e edição: New Age Comunicação (47) 3340-8208 Jornalista Responsável: Marli Rudnik (DRT 484) marli@newagecom.com.br Fotografias: Acervo da Diocese de Blumenau, e Divulgação Revisão: Pe Raul Kestring Raquel Resende Alfredo Scottini Impressão: Jornal de Santa Catarina Tiragem: 20 mil Periodicidade: Mensal Distribuição gratuita Correspondência Cúria Diocesana de Blumenau Rua XV de Novembro, 955 Centro (47) 3322-4435 Caixa Postal 222 CEP: 89010-003 Blumenau/SC www.diocesedeblumenau.org.br Sugestões de matérias, fotos, artigos e outras contribuições para o Jornal da Diocese podem ser feitas pelo e-mail comunicacoes@diocesedeblumenau.org.br até o dia 12 de cada mês.

Fone/Fax:

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Movimentos

“Se reconhecemos nossos pecados, então Deus se mostra fiel e justo, para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1,9)

OFS

FRANCISCANISMO

Encontro bienal do 2o distrito da Ordem Franciscana Secular catarinense ocorreu em Blumenau

Franciscanos promovem encontro em Blumenau A Igreja é como um jardim, feito de muitas e variadas flores. Nela nascem e florescem iniciativas que a consolidam e vivificam A Ordem Franciscana Secular (OFS) foi fundada por São Francisco de Assis, com a intenção de dar aos leigos a possibilidade de fazer parte do seu carisma. Mais de 800 anos depois da morte do santo fundador, continua dando frutos de santidade e salvação pelo mundo. Em Santa Catarina a Ordem está organizada em três regiões, chamadas de distritos. O 2º Distrito realizou um encontro em Blumenau, no dia 6 de novembro. A Capela São Domingos Sávio, na Itoupava Central, foi o palco que reuniu 96 representantes da OFS, vindos do Alto e Médio Vale, do Litoral Norte e do Norte do Estado. As fraternidades deste distrito estão presentes nos municípios de Atalanta, Ituporanga, Rodeio, Rodeio 12, Blumenau, Gaspar, Balneário Camboriú, Joinville e São Francisco do Sul. O motivo pelo qual o Conselho Regional da OFS de Santa Catarina, juntamente com a coordenação do 2º. Distrito, escolheu a capela da Rua

Franz Volles para o encontro foi a presença, ali, da Fraternidade Monte Alverne, coordenada pelo senhor Nicodemus Deschamps, ministro do 2º Distrito. Os encontros são bienais e ocorrem em locais diferentes, onde a fraternidade está presente.

Discussões O revigoramento da Ordem Franciscana Secular, a partilha de conquistas e desafios, a integração e o congraçamento foram alguns objetivos do encontro desse ano. O frei José Luiz Prim (OFM), assistente espiritual de Santa Catarina, foi quem apresentou os temas de formação, contemplando especialmente os 800 anos do carisma de Santa Clara, companheira de

“Neste Natal reacende em nós a esperança da fé. O Senhor visita o seu povo, Ele está no meio de nós! Que a alegria deste tempo santo, onde o amor e a paz se fazem presentes em cada oração, em cada família, em cada lar, possa perdurar em nossas vidas, construindo um mundo de esperança no êxodo do Reino definitivo!” Padre Walmir Marcolino Gomes, paróquia Nossa Senhora de Fátima, Blumenau

São Francisco na fundação da Ordem. A programação estendeu-se por todo o domingo e contou com uma mensagem do Ministro Regional, a divulgação da Revista Cotovia, a visita ao Seminário da Mãe de Jesus e uma celebração eucarística. Para o próximo ano, no dia 19 de agosto, possivelmente em Rodeio, haverá um encontro de representantes dos três distritos catarinenses, ou seja, uma reunião de todas as fraternidades do Estado. A previsão é que participem 700 membros da OFS, quando será realizado também o Capítulo Regional, uma espécie de assembleia geral, além da celebração do encerramento do Ano Clariano.

Em dezembro, a Ordem Franciscana comemora a instituição do presépio. São Francisco nutria um amor imenso pelo nascimento do Menino Jesus, pois, por este ato, Jesus Cristo trouxe a salvação a todos os seres humanos, aos homens de boa vontade. Enfim, teve uma ideia luminosa. Conversou com o amigo da Ordem Franciscana Secular, João Velita e lhe recomendou preparar um local, que traduzisse os momentos do nascimento de Jesus, na Gruta de Belém. Em Greccio João preparou tudo, levando um asno e um boi para uma gruta, que a São Francisco lembrava a de Belém. Na noite de 24 de dezembro, noite de Natal, todas as pessoas da região foram convidadas. Os sinos das igrejas bimbalhavam, os castelos estavam iluminados e as pessoas, em procissão, com tochas acorriam a Greccio. Era a celebração do nascimento de Jesus. Uma pedra servia de altar, no qual foi celebrada a Santa Missa de Natal. Francisco era apenas diácono, pois nunca se sentiu digno de ser sacerdote. Para ele o sacerdote era uma pessoa sagrada visto que transforma o pão no Corpo e o vinho no Sangue de Jesus Cristo. O sacerdote reproduz, refaz a Santa Ceia da quinta-feira da Semana da Paixão. Como diácono ele podia pregar. O sermão derramava todas as emoções de São Francisco, a tal ponto que a maioria das pessoas deixava as lágrimas escorrerem pela face. Foi um momento soleníssimo, santo e inesquecível. Tão marcante que atravessa a história e celebramos a festividade todos os dias 24 de dezembro. É o nascimento de Jesus que nasce, sempre que comungamos, em nosso ser, em nosso coração para ser a nossa Luz, Verdade, Caminho e Vida. Feliz Natal, com Jesus, iluminando o nosso ser, a nossa alma. Alfredo Scottini

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Paróquias

“Voltai-vos para mim, todos os confins da terra, para serdes salvos, pois eu é que sou Deus e outro não há” (Is 45,22)

LITORAL

Os horários de missas para quem sairá de férias As férias estão chegando e muitos diocesanos rumam para o litoral, para seu período de férias e descanso merecido. Mas, como cristãos, podem e devem manter, mesmo em outras cidades, a sua união com Deus, especialmente através da participação nas celebrações eucarísticas. O cristão e toda pessoa de fé sabe que, mais do que ajudar

seus filhos a descansar, é o Senhor o seu verdadeiro descanso e repouso. Aqui mesmo, na Diocese de Blumenau, há paróquias localizadas em cidades litorâneas, que estarão com as portas abertas para receber os veranistas em sua liturgia, sejam eles irmãos diocesanos ou visitantes de outras regiões.

Mesmo fora de suas paróquias, os diocesanos podem dedicar um tempo para o louvor a Deus

Paróquia Santa Luzia – Navegantes

✗ Sábados – 19 horas ✗ Domingos – 8 horas ✗ Quartas-feiras – 19h30 ✗ Na primeira sexta-feira do mês – 19h30

Santuário N. Sra. dos Navegantes – Navegantes ✗ ✗ ✗ ✗ ✗ ✗

Sábados -19h30 Domingos – 8 horas e 19h30 Segundas e sextas-feiras – 19h30 Terças e quintas-feiras – 7 horas Quartas-feiras – 15 horas A partir do dia 18 de dezembro, a missa do domingo de manhã passa a ser celebrada às 10 horas

Paróquia Santa Paulina, em Gravatá – Navegantes

✗ ✗ ✗ ✗

Sábados e quartas-feiras – 19h30 Domingos – 8 horas Quintas-feiras – 19 horas Na primeira sexta-feira do mês – 19h30

Paróquia Santo Antônio de Pádua Piçarras

✗ Domingos – 8 e 19 horas ✗ Quartas-feiras – 15h ✗ Dia 13 de cada mês – 19 horas – missa em Paróquia N. Sra. da Paz – Piçarras louvor ao padroeiro ✗ Sábados – 20 horas ✗ Aos sábados, esporadicamente há missas e ✗ Domingos – 8 e 20 horas a comunidade é avisada nessas ocasiões ✗ Quartas-feiras – 19 horas ✗ Na primeira sexta-feira do mês – 19 horas

Paróquia São Domingos de Gusmão – Navegantes

✗ Sábados – 20 horas Paróquia N. Sra. da Penha - Penha ✗ Domingos – às 8 e às 20 horas ✗ Quartas-feiras – 20 horas (missa e novena ✗ Sábados e quartas-feiras – 19h30 ✗ Domingos – 8 horas e 19h30 a N. Sra. do Carmo) ✗ Na primeira sexta-feira do mês – 19h30 ✗ Na primeira sexta-feira do mês – 19h30

SANTO DO MÊS

São Silvestre I De tempos em tempos, a providência divina escolhe pastores à altura dos desafios que a igreja atravessa. Assim se deu com o papa Silvestre I, um romano eleito em 314. Sob o império bizantino de Constantino, que se converteu à fé cristã, o cristianismo se expandiu. Mas era necessária uma estruturação e organização eclesiástica que sustentassem tanta vida cristã. Diante desta acomodação à nova realidade era normal emergirem tensões e desafios. Quando irrompeu o cisma na África, o imperador empenhou também toda a sua autoridade para manter a unidade e a paz. Em 324 realizou-se o primeiro Concílio da Igreja, o de Nicéia, no qual foi aprovado o credo contra a heresia ariana. O papa Silvestre I, já bem idoso, não aguentaria a viagem e por isso enviou representantes competentes, para que a Igreja se firmasse no encontro. Muitas e importantes edificações eclesiásticas marcaram o governo desse papa. A mais importante foi a construção da Basílica de São Pedro, no Monte Vaticano, em Roma. Também por causa de Silvestre I, Constantino patrocinou à Igreja um ato histórico e de muita relevância para a humanidade e o catolicismo: doou seu palácio Lateranense para servir de moradia para os papas. O grande mérito de gestos como este era o dedicado trabalho do Papa Silvestre I, pois, apesar de ter-se convertido e da influencia de sua mãe Helena, na verdade, Constantino nunca se deixou batizar. Sua conversão total só veio no leito de morte, quando pediu o batismo e recebeu a comunhão. O papa Silvestre I morreu no ano de 335, depois de ter governado a Igreja por 21 anos e produzido muitos e bons frutos para o Cristianismo. No ano seguinte à sua morte, no dia 31 de dezembro, uma festa foi dedicada a São Silvestre, tradição até nossos dias.


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Vida Missionária

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“Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens” (Mt 4,19)

VOCAÇÕES “Deus ama a cada um de nós e disso temos certeza. Jesus renova o amor e nos convida a fazermos o mesmo. Expressemos com respeito, carinho, fé, solidariedade, compaixão, caridade, perdão, ética, moral, gratuidade e amor aquilo que recebemos de Deus!” Padre Roberto Carlos Cattoni, paróquia Imaculada Conceição de Rio dos Cedros Como diácono permanente, Bartzen reafirma seu compromisso com a comunidade

Diocese vive a graça de três ordenações Dois diáconos e um sacerdote foram ordenados nas comunidades neste fim de ano

A Diocese de Blumenau testemunhou a celebração de três ordenações vocacionais nos meses de novembro e dezembro, confirmando que Deus continua chamando pessoas no meio da sociedade, para a missão da Igreja e o serviço de construção de seu Reino. E que muitos são os que deixam suas redes e aceitam o chamado de Cristo para se tornarem pescadores de homens. A primeira ordenação ocorreu em Indaial, na Igreja São Francisco de Assis, que pertence à Paróquia Nossa Senhora de Fátima. No dia 12 de novembro o bispo Dom José ministrou o sacramento da Ordem no grau de diácono permanente a José Tarcísio Bartzen, que atua naquela comunidade

desde 1989. No dia 8 de dezembro foi a vez do seminarista Carlos Ronaldo Evangelista da Silva receber, pela imposição das mãos de Dom José, a ordenação diaconal transitória. A celebração foi na Paróquia Imaculada Conceição, em Blumenau. O diaconato é a última etapa da formação dos padres, antes da ordenação sacerdotal. Finalmente no dia 11 de dezembro, na Catedral São Paulo Apóstolo, a comunidade conferiu a ordenação sacerdotal do diácono Ricardo Alexandre Feüstel Kreutzfeld, que neste último período de sua formação estava atuando na Paróquia Santa Luzia, em Navegantes.

Pronto para servir Professor aposentado, casado com Nair, pai de quatro filhos, aos 63 anos José Tarcísio Bartzen recebeu, como diácono permanente, a missão de celebrar a liturgia, anunciar a Palavra, distribuir a eucaristia e conceder os sacramentos do batismo e do matrimônio. O diaconato foi instituído pelos apóstolos, que não davam mais conta de servir a todos e, ao mesmo tempo, anunciar a Palavra. Por isso escolheram sete seguidores para a missão de servir e atender às viúvas, os órfãos e os pobres, os mais fragilizados e desamparados (cf At 6,1-6). Na Igreja atual, o diácono permanente concilia a vida doméstica e profissional com a dedicação à igreja, servindo a comunidade, especialmente as famílias, exercendo o trabalho com os mais necessitados. Por isso é escolhido dentro da comunidade, com a sua aprovação e a da família, passando por uma formação antes de ser ungido. Na Diocese há mais de 60 diáconos, alguns eméritos (que, devido à idade, não têm mais o compromisso com o trabalho).

Ser missionário para o Reino de Deus Podemos imaginar o começo da Igreja. Os apóstolos reunidos com Nossa Senhora, depois da morte e ressurreição do Senhor, se perguntavam se aquele era o começo do Reino de Deus. Naquele momento, o que eles pensavam sobre o Reino de Deus era uma concepção nova acerca do mundo, sobre a vida cristã. E o Senhor alerta: “Não cabe a vocês saberem quando começa e quando termina esse Reino, mas vocês têm a missão de proclamar em todos lugares que o Reino de Deus está implantado, que ele começou”. Eu imagino que agora, dois mil anos depois, cada um de nós pode perguntar: “É agora, Senhor, que tu vais implantar o Reino dos céus?” E o Senhor responde mais uma vez que não cabe a nós conhecer quando começa e quando acaba esse Reino. Mas nós também recebemos a missão de proclamar até os confins que o Reino dos céus chegou. E lembremos o que o Senhor nos diz: “Eu estarei convosco até o fim dos tempos”. Irmãos e irmãs, é esta a missão que o Senhor dá a nós hoje. Ele conta com cada um e nos envia como missionários para anunciar o Reino de Deus. Essa é a grande responsabilidade nas nossas mãos. Ser missionário do Reino de Deus é ter o coração cheio

de amor a Deus e aos irmãos. Aquele que não se enche dessa graça dada pelo amor de Deus não tem como pregar o Reino para os irmãos. Ser missionário significa dar-se pelo Reino, desprender-se de tudo e de todos, das seguranças, para viver somente pelo Reino e seu anúncio. É necessário que a cada dia eu me alimente de Cristo, para que eu possa anunciá-lo ao outro. Toda missão verdadeira começa em mim, no meu relacionamento e no meu amor para com Deus. É por isso que Santo Agostinho diz: “Senhor, eu te procurei tão longe e não te encontrei, vim te encontrar aqui mesmo, dentro de mim”. Somente tendo anunciadores santos teremos um tempo novo de santidade. Quando caminhamos nessa santidade e anunciamos a Palavra de Deus nesse espírito de santidade, podemos dizer: “Nós fizemos somente aquilo que é a vontade de Deus”. Na missão, não podemos esperar nada de Deus. Jamais podemos dizer: “Olha, Senhor, o que eu fiz por ti. Agora me dá o retorno”. Ser missionário é trabalhar sem esperar retorno, como o servo inútil que se colocou a serviço do Senhor sem esperar recompensa. Porque nós somos apóstolos da Palavra de Deus.

Padre Alcimir José Pillotto


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Espaço da Família

“Nele, Deus nos escolheu, antes da fundação do mundo, para sermos santos e íntegros diante dele, no amor” (Ef 1,4)

FAMÍLIA

Um ano para celebrar o dom de Deus do que 2012 será o Ano da Família, 2013 será o Ano da Juventude e 2014, o Ano das Lideranças.

Em 2012, o foco da Diocese será na instituição familiar, incluindo a atenção aos casais de segunda união

Para o Ano da Família, a Diocese propõe três objetivos: 1. Criar e promover a unidade entre pastorais e movimentos familiares,a partir de encontros e celebrações em âmbito comarcal e diocesano. 2. Conhecer a realidade familiar das paróquias. 3. Revalorizar o processo de preparação para o matrimônio.

Família como lugar e escola de comunhão, primeiro lugar para a iniciação à vida cristã das crianças, no seio da qual os pais são os primeiros catequistas. Também é o eixo de toda a evangelização. Por isso, a família merece um olhar e uma consideração especial. A Diocese de Blumenau prioriza a família, pois é um dos tesouros mais importantes e patrimônio da humanidade inteira, sendo a família o lugar de realização humana, de santificação na experiência da paternidade e maternidade, filiação e de educação contínua e permanente da fé. A Diocese de Blumenau, a partir da Assembléia Diocesana, programou um triênio missionário, sen-

Também foram elencadas as seguintes atividades: 1. Visitação das famílias para a realização do levantamento da realidade familiar da Diocese. 2. Encontros com os movimentos familiares. 3. Retiro para todos os movimentos. 4. Um mega show com Padre Zezinho, voltado

para as famílias. 5. Encontros de capacitação de agentes pastorais e de movimentos. 6. Fazer um levantamento dos casais que vivem juntos, em segunda união e em crise. 7. Missa de abertura da Semana da Família. 8. Um domingo diferente para casais de segunda união. 9. Encontro Diocesano da família. Além destes objetivos e atividades, as paróquias, a partir das pastorais e movimentos, poderão realizar outras ações. O grande desafio é unir os movimentos familiares, a fim de que, juntos possam chegar até a família e concretizar a ação missionária, neste ano a ela dedicado. A família deve ser o alvo da evangelização.

Padre João Bandoch, coordenador diocesano de Pastoral

Dia Nacional da Família No dia 24 de outubro de 1963, o Decreto Federal nº.52.748 criou o Dia Nacional da Família, estabelecendo-o para o dia 8 de dezembro. No texto ficou claro que na família ideal deve existir, em primeiro lugar, o amor, base de uma boa convivência. Atrelado a ele devemos ter confiança, obediência, cooperação, tolerância e principalmente o respeito. Ainda bem que alguém se lembrou de criar um dia para a família, já que existe dia para tudo. Nós, seguidores de Cristo e dos seus ensinamentos, já somos orientados por uma lei um pouco mais antiga, digamos de uns 2000 anos atrás. Ela não foi criada por decreto ou com palavras, mas com testemunho, com exemplo de vida. Não foi registrada em cartório, mas nos corações, nas consciências. A lei dos homens, que procura se inspirar na Lei de Deus, diz que é preciso “amar, confiar e respeitar”. Mas, amor, confiança e respeito não se impõem, se conquistam. Na Idade Média, na família, imperava o machismo, em que o homem era o todo-

Os pais devem ser modelo para os filhos, educando-os à luz da Palavra de Deus poderoso. Os casamentos eram arranjados, visando a interesses financeiros e políticos. Os filhos raramente recebiam carinho do pai.

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“O Natal se aproxima, percebemos pelos enfeites das lojas e ruas. O tempo é também de preparação espiritual para o aniversário de Jesus, através das celebrações, novenas e outras atividades celebrativas. Que a espiritualidade do Natal marque seus corações e que, neles, o Menino Jesus resplandeça no vigor do seu Natal!” Padre Ademar Gadotti, paróquia São Ludgero de Pomerode muita coisa mudou. A mulher conquistou dignidade e o homem evoluiu, descobrindo a verdadeira essência do amor. Abriu os olhos e vislumbrou a beleza que podemos encontrar na família. Entendeu que Deus não criou uma escrava e sim uma igual para compartilhar o milagre da geração dos filhos. E Deus dá os filhos para serem amados, preparados para a vida, ensinados nos caminhos da fé para, depois, habitarem o céu, com os anjos e santos. Aprendemos na escola que a família é a base da sociedade, mas a sociedade tem de compreender que não existe família sem valores. São os valores da vida, do respeito, da fé, do amor, que constroem efetivamente a família. Os pais, antes de mais nada, precisam ser modelos para os filhos, transformar sua casa em uma Igreja Doméstica, educar os filhos à luz da Palavra de Deus. É importante que os filhos tenham cultura, profissão, educação, mais importante, porém, é que se tornem cristãos autênticos e cidadãos conscientes. Padre Raul Kestring

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Confira os horários de missas nas paróquias do litoral neste verão

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TERNO DE REIS

A tradição das cantorias para anunciar o Natal Grupos de cantores levam a mensagem da natividade para as famílias da região Enquanto a cidade dorme, os cânticos dos grupos de Terno de Reis invadem casas e corações, deixando a marca de um Natal repleto de paz e alegria. Grupos de diferentes cidades da região abraçada pela Diocese de Blumenau se organizam para anunciar a chegada do Menino Jesus e a visita dos Reis Magos. As cantorias ocorrem mais intensamente nesta época, culminando com a celebração dos Santos Reis, em 6 de janeiro. A tradição se expandiu na região e já são comuns os encontros dos grupos, como em uma celebração. Em Indaial, ocorreu no dia 3 de dezembro o 15º Encontro Catarinense de Terno de Reis. Dez grupos do Vale do Itajaí e do litoral participaram. Já em Piçarras, a Festa de Reis acontecerá nos dias 7 e 8 de janeiro, na Paróquia Santo Antônio de Pádua. A missa será animada com as cantigas de Reis, pelos grupos da região.

Entre no clima e cante com o Terno de Reis: Nossos Reis de porta em porta Em sua casa está chegando Boas festas de Natal Nós andamos anunciando Nosso Terno está chegando Esta é a primeira vez Com licença meu senhor Pra cantar o nosso Rei Sei que vós estais dormindo Com os anjos estais sonhando Quando escutar nosso Terno Devagar vai levantando

Família Dias foi um dos grupos participantes do Encontro Catarinense de Terno de Reis, em Indaial

Surpresa e emoção nas visitas Em sua origem, o ponto alto do Terno de Reis é a visitação às casas, tradição que vem da cultura açoriana, preservada até hoje. Os cantores com seus instrumentos musicais (especialmente os de corda), liderados por um mestre de canto, se posicionam em frente ao portão da família, quando ela dorme. Iniciam um primeiro canto, de saudação, em que apresentam a mensagem de Jesus nascido e o Terno de Reis. Durante a cantoria, a letra vai instruindo o morador sobre o que fazer: levantar-se da cama, acender as luzes e abrir a porta, se for de seu agrado acolher os visitantes. Já dentro

[+] Nossos Reis (Família Dias)

da casa o grupo entoa novas canções, que falam do Natal, da Sagrada Família e dos Reis Magos. É costume que os anfitriões ofereçam guloseimas natalinas aos cantores. Uma oração e a música de agradecimento são a despedida, e o Terno de Reis parte rumo a outra residência.

Emoção José de Oliveira Dias, líder do Terno de Reis Família Dias, de Blumenau, foi um dos responsáveis pelo resgate das cantorias no Vale do Itajaí. O grupo foi criado há 92 anos e atualmente conta com 11 integrantes, que levam músicas de espe-

Porta aberta e luz acesa Então podemos parar Se você nos der licença Em sua casa vamos entrar

Ansiedade rança aos moradores da região, além de participarem de eventos culturais por todo o Brasil. A repercussão desse trabalho resultou na gravação do primeiro CD, no ano 2000. Atualmente são sete CDs e um DVD gravados. A maioria das letras é composta por integrantes do grupo. Os ensaios são semanais e a Família Dias tem agenda de apresentações em festas, eventos, missas e encontros temáticos durante todo o ano. Para José Dias, o trabalho é muito gratificante. “A chegada do Terno de Reis é um momento especial para a família. A alegria das pessoas ao receber o grupo é uma das nossas maiores recompensas”, diz.

Em Indaial, os integrantes do Grupo Folclórico de Terno de Reis Estrela do Oriente também se preparam o ano inteiro para cumprir uma agenda de encontros, festivais, apresentações em empresas e visitas às casas. Nesta época as cantorias ocorrem em cerca de 40 famílias. O grupo tem 17 anos e o seu objetivo é difundir cada vez mais a tradição da cantoria de reis. “É importante manter o trabalho para que a tradição nunca morra e se mantenha firme”, afirma Ari dos Santos, coordenador e presidente do Estrela do Oriente.

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