Boletim da Pastoral Familiar - Outubro 2011

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CNBB – REGIONAL SUL 2 – BOLETIM ON LINE – OUTUBRO DE 2011

EDITORIAL Estimados irmãos em Cristo Coordenadores e Assessores da Pastoral Familiar do Regional Sul II Irmãos no episcopado, saudações! Partir de Jesus Cristo – A Assembleia do Povo de Deus, que reuniu as lideranças de todas as dioceses do Paraná, Bispos, Padres Coordenadores da Ação Evangelizadora, Coordenadores Regionais dos Movimentos e Pastorais, contou com a presença do Secretário Geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, que nos ajudou a reler o texto das Diretrizes Gerais (DGAE). Pelo período de quatro anos, as Diretrizes Gerais deverão valer como um guia para todo o planejamento da Igreja e, portanto, também da nossa Pastoral Familiar. Dom Leonardo, embora estivesse bem por dentro das cinco “urgências” da evangelização, tomou quase todo o seu tempo de exposição para tratar do capítulo inicial das DGAE. O nosso ponto de partida é Jesus Cristo. É o encontro com Ele que nos põe a caminho da missão, da vida sacramental, da vivência eclesial e da prática da vida cristã quotidiana. Com frequência damos isso por entendido e partimos para planejar nossas reuniões e liturgias e promoções e até caridades. Mas nem sempre isso está tão entendido, assim. Se ele não for uma presença viva, constante e decisiva em nosso agir cristão, é certo que em pouco tempo nossas estratégias pastorais morrem, o compromisso se quebra a toa, a vaidade toma conta do palco, qualquer contratempo põe tudo a perder. Olhar com os olhos dele – Presença viva de Cristo não quer dizer explosão sentimental

nem milagres a céu aberto. Estas coisas estão aí sendo mostradas na televisão, como marketing de fé, como técnica para encher templos, mas passam longe da verdadeira experiência evangélica de encontrar-se, frente a frente, com a pessoa de Jesus Cristo, deixá-lo falar, surpreender o modo como ele dialoga com o Pai e, sobretudo, com que olhos ele olha para cada pessoa ao seu redor. Ele confia e se entrega nas mãos do Pai. Decorre disso a entrega que faz da sua vida, em amor, serviço, iluminação, perdão. Entregar-se na cruz é só um resumo de uma vida já entregue, em cada encontro, em cada palavra, em toda ação. Casais passam, por vezes, a vida inteira para conhecer quem vive ao seu lado, dia a dia. Não raro descobrem, depois de anos, que não tinham conhecimento verdadeiro e profundo de seu cônjuge. Será que podemos dizer com certeza, a respeito dele, Cristo, que é o amor da nossa alma, que experimentamos de fato a sua presença constante em nós? Planejando as atividades – Aqueles que participam de uma atividade pastoral têm, sempre, muitas reuniões, organizam coisas, se preocupam com recursos, traçam estratégias, agenda cheia. Sem dúvida isso é sinal de vida. Mas, vamos deixar um espaço privilegiado para Ele, Jesus Cristo, presidir as nossas atividades. Ouvi-lo com calma, encontrá-lo na oração e na vida, gostar de estar com ele em nossas reuniões, encontrá-lo na intimidade do silêncio, é esse o ponto de partida para tudo o que formos fazer. Maria Santíssima, aquela que “guardava as ações de Deus meditando-as no coração” (Lc 2,19), nos mostre como encontrar o caminho para realizar nossa missão. Paz e Bem! Dom João Bosco, O.F.M. Bispo de União da Vitória


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Tudo mal, graças a Deus Sednir Edely* que forma essas experiências podem ser utilizadas para buscar e permanecer com o que realmente importa. Descobrem que nossa visão é curta. Descobrem que nada sabemos do que está além da esquina e que só Deus tem a visão total de nosso caminho. Não sei o que passou pela cabeça de nosso pequeno Francisco enquanto eu segurava suas pernas e braços para que ele não impedisse aquela enfermeira de lhe aplicar a primeira vacina. Com menos de um ano e com todos contra ele, até mesmo o pai, Um questionamento de Rubem Alves em um de ele tinha a pele perfurada por uma enorme aguseus artigos me chamou a atenção. Ele conta lha. Com o entendimento correto sobre o que em um de seus artigos ao correio Popular que ocorria talvez entendesse porque eu estava ao perguntar para uma balconista se ela estava chorando e quem sabe se falasse ainda poderia bem recebeu como resposta, “tudo bem, graças dizer: “Doeu, graças a Deus”. a Deus”. Então ele fez outra pergunta “e se vo"Tudo concorre para o bem dos que cê não estivesse bem seria graças a quem?”. Rubem Alves conclui dizendo que nunca ouviu amam a Deus" (Rm 8, 29) ninguém dizer: ”Vou mal, graças a Deus”. Eu sim. Nem sempre nessas palavras, mas sim, te- *Sednir Edely de Lima Tápia coordena junto com a nho ouvido pessoas agradecendo a Deus pelos esposa Maristela Pezzini Tápia o Setor Casos Especiais da revezes da vida. Mais do que isso tenho visto Pastoral Familiar no Regional Sul II (Paraná) gente utilizando de tropeços, topadas, e tombos para avaliar se seguem na direção correta. Muitos após o tombo, apesar da dor dos esfolados, tem levantado as mãos para o céu em aBoletim ON LINE da Pastoral gradecimento já que um pouco mais e cairiam Familiar do Regional Sul II - CNBB em um abismo ou entrariam por caminhos sem Rua Saldanha Marinho, 1266 – 80430-160 volta. Quando São Paulo ensina aos efésios “Em Curitiba – PR – Tel.:(41) 3224-7512 tudo dai graças” temos a impressão que a ordem é sermos agradecidos por todos os favores Dom João Bosco Barbosa de Sousa concedidos por Deus. Engano. O agradecimento Bispo de União da Vitória-PR que nos pede o apóstolo é sim pelo que nos foi Representante Episcopal E-mail: dombosco@dioceseunivitoria.org.br concedido, mas também pelo que nos foi negado. “Tudo é tudo” ensina o Padre Jonas Abib Diác. Juares Celso Krum sem medo da redundância, e nesse tudo tenho Assessor Regional visto incluído casamentos fracassados, desemE-mail: jckrum@yahoo.com.br prego, doenças e até falecimentos. Após cada retiro de espiritualidade e formação, tenho visto pessoas entendendo o porquê tiveram que passar por situações desagradáveis na vida e de


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O excesso é ruim

Maria Regina Canhos Vicentin

Muitas pessoas me procuram para aconselhamento, pois sabem que sou psicóloga cristã e, assim, buscam uma orientação em conformidade com os ensinamentos bíblicos. Todavia, o que em princípio poderia parecer uma deferência da qual talvez devesse me orgulhar, tem se revelado causa de aborrecimentos. Isso porque a hipocrisia continua tão presente quanto nos tempos de Jesus. Ora, todo mundo sabe que Cristo condena o pecado, mas sempre se mostra misericordioso com o pecador. Os homens, ao contrário, pecam às escondidas; e quando acontece de alguém ser surpreendido no erro, apedrejam esse irmão sem piedade ou perdão. Dessa forma, com honrosas exceções, costumam existir os sortudos (que fazem, porém, ninguém sabe) e os azarados (que são flagrados na prática do erro e apedrejados pelos sortudos). Depois do auê, os sortudos forçam uma leitura fundamentalista da situação. Ah, façam-me um favor, não me peçam para compactuar com isso. Aliás, nem me procurem para isso, pois não tenho pedras nas mãos. Penso que o pecador merece tanto respeito quanto o santo, e mesmo Deus parece amá-los de igual forma, a ponto de deixar um rebanho inteiro para ir atrás da ovelha que se perdeu (Lc 15, 1-7).

Todo o excesso é ruim. A religião não pode ser usada para condenar e proscrever o pecador, mas deve agregá-lo à comunidade, já que visa à salvação das almas. Usar a religião para discriminar, culpabilizar ou amedrontar alguém é pecado tão grave quanto descumprir qualquer das leis de Deus, pois a maior delas é o amor (I Cor 13, 1-8a). A intolerância afasta aqueles que mais precisam de uma palavra amiga. Devemos buscar a santidade sim, mas sem nos ufanar; cientes da nossa pequenez, da nossa fragilidade. Graças ao Pai, não fomos nós os escolhidos para julgar nossos irmãos, de tal sorte que deveríamos deixar de exercitar esse papel cotidianamente, pois ele está destinado ao justo juiz (At 10, 42). Cada qual deve se ocupar da própria vida, buscando o aperfeiçoamento na prática do bem. Se quiserem constranger, humilhar ou condenar alguém, não contem comigo. Saibam que também não sou santa, e constantemente me penitencio diante de Deus para que tenha misericórdia de mim. Viver a religião é viver o amor ao Pai e ao próximo. Esse amor se revela através da compaixão para com os mais necessitados, entre eles, o pecador. É necessário ter quem oriente na caminhada, isso é fato. Guias sinalizam o caminho e podem até dar sugestões, mas a escolha é individual, e cada um deve optar conforme lhe convém. Caso enveredemos por um caminho tortuoso e, arrependidos, queiramos voltar para tomar outro rumo, não compete aos guias esconderem as placas referenciais, e sim novamente apresentá-las para que possam ser apreciadas pelos peregrinos. Lembremo-nos sempre disso, para que nossa cruz não fique mais pesada do que deveria ao longo da jornada. Maria Regina Canhos Vicentin (e.mail: contato@mariaregina.com.br) é escritora. Acesse e divulgue o site da autora: www.mariaregina.com.br


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Coordenação da Comissão Regional da Pastoral Familiar reuniu-se em Maringá

A Coordenação da CRPF (Comissão Regional da Pastoral Familiar) do Regional Sul II da CNBB esteve reunida nos dias 10 e 11 de setembro em Maringá para avaliar os trabalhos realizados em cada setor em 2011 e planejar as atividades para 2012. CASOS ESPECIAIS Três pontos a pensar: 1. Dar continuidade com as datas disponíveis para formação nas Dioceses que ainda não aconteceram; 2. Formações Provinciais; 3. Encontro com o Clero.

Serão analisados os subsídios para estudar a possibilidade de transformação em livros, iniciando com o setor Casos Especiais. Far-se-á um retiro de Renovação Familiar que poderá ser reproduzido nas Dioceses e nas Paróquias. Contribuições com matérias para o boletim on-line da Pastoral Familiar. Cinco urgências que o nacional coloca para os regionais:

Ainda serão definidas as datas para os 1.Perspectiva missionária; encontros provinciais. 2. Aprofundamento da Fé cristã; 3.Iluminação bíblica; FORMAÇÃO Será elaborado um cadastro das pessoas 4.Cuidado com as comunidades; que podem dar formação, cada um com 5.Vida plena para todas as pessoas. suas habilidades.


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PRÉ MATRIMÔNIO Foram disponibilizadas as datas para trabalhar o conteúdo de prématrimônio nas dioceses em 2012. DEFESA DA VIDA Algumas sugestões de atividades para a Semana Nacional da Vida:

ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS Que acontecerá em Milão em 01, 02 e 03/06/2012 onde o valor será de R$ 10.790,00 ou US$ 6,166.00, sendo Dom João o dirigente espiritual.

CONGRESSO DA PASTORAL 1. Missas diárias nas coFAMILIAR munidades e santuário; do Regional Sul II será melhor avaliado 2. Terço pela vida; 3. Hora Santa na Co- com relação a preço e local, pois o orçamento inicial para hospedagem e remunidade; feição foi considerado acima da reali4. Cartaz e Revista “Hora da Vida”; dade por todos. Serão consideradas alPalestras e/ ou Peças Teatrais abordando ternativas como, por exemplo, início no o tema da Semana Nacional da Vida. E sábado e encerramento no domingo. ainda a Oração pela Vida para ser lida PRÓXIMA REUNIÃO em todas as Missas na Semana Nacional da 19 e 20 de novembro em Cascavel com Vida. foco na espiritualidade e participação dos filhos. Wilton enviará material por e-mail para todas as províncias e outros serão disponibilizados no site www.defesadavidalondrina.org.br.

REUNIÕES EM 2012

PÓS MATRIMÔNIO Será feita consulta as Dioceses sobre formação para Agentes do Setor Pós Matrimônio A Coordenação da CRPF programou as nos dias 29 e 30 de seguintes datas para suas reuniões em outubro com o casal 2012: André Luiz e Rita Kawahala, autores do 25 e 26/fevereiro em Curitiba; livro “Encontros para Novos Casais”. 05 e 06/maio em Londrina; 04 e 05/agosto em Maringá; 10 e 11/novembro em União da Vitória


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PERSPECTIVAS PASTORAIS Frei Faustino Paludo, OFMCap

para renovar a graça batismal e viver, com maior autenticidade, o chamado de Jesus a serem seus discípulos e missionários” (DAp 177). A valorização do sacramento da Penitência está vinculada à qualificação da vida cristã como vida batismal. Para isto, faz-se necessário dar continuidade à missão da Igreja que, à luz da Boa nova de Jesus, enfatiza mais o amor misericordioso do Pai que o pecado, sem, todavia, descuidar da autêntica consciência sobre o sentido e as dimensões do O Sacramento da Penitência é uma pecado. celebração litúrgica da Igreja. Mas o que importa é celebrá-lo de modo que as Há regiões em que o sacramento da riquezas deste sacramento se manifes- Penitência “está em baixa” ou diminuiu, tem e os reconciliados se convertam em pelo fato de ser um sacramento descopromotores de relações reconciliadas, de nhecido no seu significado e na sua práperdão e de paz. tica. Não faltam os que o buscam e deseO Documento de Aparecida reitera a urgência de se valorizar o sacramento da Penitência. “Como pastores, somos chamados a fomentar a confissão freqüente. Convidamos nossos presbíteros a dedicar tempo suficiente para oferecer o sacramento da reconciliação com zelo pastoral e entranhas de misericórdia, a preparar dignamente os lugares da celebração, de maneira que sejam expressão do significado deste sacramento. Igualmente, pedimos a nossos fiéis que valorizem este presente maravilhoso de Deus e se aproximem dele

jam celebrá-lo, “mas não sabem como, nem quando e nem com quem”. Além do mais, ele requer uma iniciação à sua celebração e uma catequese que eduque à prática da conversão como caminho para a vivência do mistério pascal. É preciso valorizar a dimensão comunitária e social do Sacramento. A Igreja inteira age de diversos modos no exercício da obra da reconciliação que Deus lhe confiou (RP. n. 8). No contexto da atual realidade da sociedade, torna-se urgente a necessidade da acolhida serena e da disponibilidade para a escuta e o


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diálogo. Nesta perspectiva, a comunida- vida, proclamando também nossa liberde eclesial deveria apresentar alternati- tação do pecado pela morte e ressurreivas, propondo lugares e pessoas qualifi- ção de Cristo” (RP. n. 36). cadas para o serviço da acolhida e do diálogo reconciliador. Na pastoral da Penitência se faz necessário valorizar os dias e tempos litúrgicos que, por sua natureza, têm um forte apelo à conversão e à penitência, tais como: a Quaresma e o Advento. Ou em outros momentos significativos como: a primeira Comunhão Eucarística, a Confirmação, o Matrimônio, as peregrinações, as novenas e tríduos das festas de padroeiros, os encontros e os retiros espirituais. Uma autêntica vida penitencial requer qualificados momentos celebrativos. Estes requerem um espaço digno e adequado, acolhida bondosa e da proclamação da Palavra de Deus, um desenvolvimento harmônico e orante da ação sacramental. Não basta realizar o sacramento. É preciso celebrar de modo que as pessoas, tanto os penitentes quanto os ministros, mergulhem na experiência da misericórdia de Deus. É preciso aproveitar bem os gestos humanos nas ações rituais do sacramento da Reconciliação. O resgate da vida cristã como caminho de conversão rumo à santidade pode ser alimentado pelas celebrações penitenciais que, segundo o Ritual da Penitência: “são reuniões do povo de Deus para ouvir a sua Palavra que convida à conversão e à renovação de

Assim, a celebração do sacramento da Reconciliação será uma ação pela qual a Igreja proclama sua fé e dá graças a Deus pela liberdade com que Cristo nos libertou (Gl 4,31).

Perguntas para reflexão pessoal ou em grupos: 1. Em sua comunidade ou paróquia, quando e como é celebrado o sacramento da Penitência? 2. Como você gostaria de celebrar o sacramento da Penitência e Reconciliação? 3. O que as pessoas mais valorizam na celebração do sacramento da Penitência? 4. O que fazer para que o sacramento da Penitência seja mais conhecido no seu significado e melhor celebrado?


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“Um presente para os agentes da Pastoral Familiar” No sábado o casal Bosco e Eunides – Coordenadores do INAPAF – Instituto Nacional da Pastoral Familiar- CNBB compartilhou seus conhecimentos e experiências pessoais, conjugais, familiares, comunitárias, sociais, propiciando aos presentes, momentos riquíssimos de formação e espiritualidade.

Esta é a denominação unânime dos agentes da Pastoral Familiar que participaram do encontro/retiro que aconteceu nos dias 16, 17 e 18 de setembro 2011 na casa de retiro Monte Carmelo em Londrina. Iniciou às 19h00min horas na sexta-feira. A Celebração Eucarística, presidida por Pe Rafael Solano, Assessor Arquidiocesano da Pastoral Familiar foi a atividade de acolhida e abertura deste evento que encantou todos os participantes em cada momento ali vivido. Ainda na sexta, após a missa foi servido um delicioso jantar e na seqüência das atividades uma a Palestra com Pe Rafael, que com muita alegria e entusiasmo trouxe luz aos desafios da Igreja para realização de uma pastoral familiar intensa e vigorosa.

No domingo, Dom Orlando Brandes conduziu com maestria e extrema sensibilidade e espiritualidade uma manhã de retiro, momentos de oração profunda, de conexão com o divino, repletos de graças. Louvado seja o Nosso Senhor Jesus Cristo por este evento, que reuniu 84 agentes da Pastoral Familiar da Arquidiocese de Londrina.


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Nossos agradecimentos a todos que colaboraram de uma forma ou de outra, seja palestrando, rezando, secretariando, acolhendo, cantando, animando, preparando a liturgia, decorando o ambiente, preparando as refeições, transportando os palestrantes.

Jovens dão mais valor a internet que a namoro, moradia e carro FELIPE VANINI BRUNING - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA (21/9/11)

A internet passou a ser tão necessária para estudantes e profissionais quanto água, comida e moradia, segundo uma pesquisa da empresa de tecnologia Cisco, realizada com jovens de até 30 anos em 14 países. No Brasil, três em cada cinco estudantes e jovens profissionais fizeram essa afirmação. Eles ainda disseram que, entre um carro e a internet, preferem acesso à rede.

Especialmente agradecemos ao Dom Orlando, Pe Rafael e ao casal Bosco e Eunides pela disponibilidade em meio a tantos compromissos. Também a cada pároco e ou agente que agiu como instrumento de Deus na missão de convidar e apoiar os agentes de sua paróquia. Agradecemos e parabenizamos os agentes que disseram seu sim ao chamado de Deus. Rogamos à Santíssima Trindade que por intercessão da Virgem Maria, da Sagrada Família, santos, santas e anjos de Deus, derrame as graças necessárias para que o presente recebido seja compartilhado, multiplicado a fim de facilitar, intensificar, propagar e testemunhar o anúncio da salvação para a pessoa, o matrimônio e a família.

Além disso, 72% dos universitários brasileiros afirmaram que preferem navegar na internet a namorar, ouvir música e sair com os amigos. E essa ênfase na internet se repetiu entre universitários de países como China (59%), Espanha (54%) e Índia (54%). Apenas na França o namoro prevaleceu na dianteira das opções, com 54%. No campo profissional, 75% da chamada geração Y brasileira afirmou não viver sem a internet. "Para essa geração, mais importante que o contato físico é estar conectado o tempo todo nas redes sociais", diz o presidente da Cisco, Rodrigo Abreu. "Está ocorrendo uma substituição de atividades tradicionais pela maior conectividade." A pesquisa indica que 70% dos jovens profissionais globalmente possuem entre seus contatos colegas de trabalho. Para Abreu, isso significa que a utilização de redes no trabalho, proibida por algumas empresas, estaria com os dias contados. "Isso vai equivaler a impedir o funcionário de trabalhar." Segundo ele, empresas atentos a essas mudanças de perfil terão mais sucesso em reter talentos.

Coordenação Arquidiocesana da Pastoral Familiar – Londrina/PR

"A internet virou um elemento essencial da vida."


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PALESTRAS DO XIII CONGRESSO 3- Liquefação da vida, dos ideais e do tempo; vivemos as provisoriedades e as incertezas; 4- A perda dos ideais éticos pela negação dos fundamentos, dos princípios e dos valores, já que a modernidade rompeu com os valores; 5- Conformismo reducionista descomprometido com a vida e a história da sociedade; 6- Materialismo, vivemos um tempo materialista, que valoriza mais as coisas que as pessoas. Este quadro é pessimista, mas não pode tirar nossa esperança de que, mesmo em meio às dificuldades, podemos reagir.

FAMÍLIA, PESSOA E SOCIEDADE Dra Maria Inês Mullen

Cada pessoa é única. Mas ao mesmo tempo somos muito parecidos em nossos sonhos e desejos. Além disso, cada pessoa é também “muitas”. Fomos criados por Deus e somos criados a irmos nos fazendo, nos conduzindo ao longo da nossa história e com as histórias dos outros. O outro é que me diz quem eu sou, criamos grupos de convivência por afinidade ou necessidade. O grande questionamento é como definir o nosso rosto pessoal e comunitário? Experimentamos algumas dificuldades neste sentido: 1- Fragmentação da experiência do viver nestes tempos da pós-modernidade. É como se vivêssemos aos cacos. Esse é um grande desafio para pensarmos em termos de família; 2- Individualismo que nos remete ao abismo de nós mesmos;

Família: “Esse retrato de família está um tanto empoeirado... Ficaram traços de família perdido no jeito dos corpos... O retrato não me responde, ele me fita e me contempla nos meus olhos empoeirados... já não distingo os que se foram ou que ficaram e que viajam na minha carne...” (Carlos Drummond de Andrade) A família não fica de fora dos desafios anteriormente citados. Para muitos ser que família seja coisa do passado, mas acreditamos que também é coisa do presente e do futuro, porque “viaja na nossa carne”, está latente em nós. Um olhar honesto e corajoso, pode levar-nos a constatações muito importantes para pensar a Pastoral Familiar. A família assim como a pessoa e a sociedade encontra-se fragmentada, liquefeita, perdida, conformada, incerta. Sabemos que a família brasileira é fruto de muitas culturas diferentes, para que tenhamos hoje vários modelos de família. Enquanto o modelo dominante, assegurado pelo Estado e pela Igreja, seja o modelo patriarcal, há vários outros dentro do jeitinho brasileiro. Família ideal – casal monogâmico, institucionalizados, e seus filhos reais (ou pelo menos desejados). O que nós sabemos, porém, é que muitas outras


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formas sempre existiram por questões sociais, culturais ou pessoais. Já outras são mais recentes. Desprezá-las significa uma incapacidade de discernir os sinais dos tempos. A partir daí temos outros modelos: - Os casais não institucionalizados - Família desestruturadas psicológica e socialmente - Famílias poligâmicas - Famílias de filhos adotivos - Famílias ampliadas, com parentes e agregados morando todos na mesma casa - Famílias em que faltam um dos pais, ou os dois, sendo os filhos criados por parentes - Produções independentes - Os jovens que vivem solitariamente ou com os pais, porque não querem se casar - Famílias de recasados - Famílias que não se encontram por motivos de trabalho - Famílias das pessoas que vivem sozinhos - Pessoas do mesmo sexo que coabitam - Grupos que moram juntos (repúblicas estudantis, presídios, orfanatos)... Como anunciar o Evangelho de Jesus Cristo às famílias contemporâneas. Desde o Gênesis vemos que a família faz parte do projeto salvífico de Deus. A solidão não é uma coisa boa. A união do casal é o começo de uma longa história que aponta para o íntimo do próprio Deus, que é família. Com Jesus ouvimos a ampliação da Lei: “Eu, porém, vos digo...”. As relações familiares entram no novo esquema, do Reino do Amor, que vai muito além dos laços de sangue: “Aquele que faz a vontade de meu pai, este é minha mãe e meu irmão.”. Família é comunidade de pessoas que se amam, se respeitam e se sustentam. O relacionamento amoroso entre os esposos, pais e filhos são caminho para amarmos todos os outros que encontrarmos em nosso caminho. Amor apesar de se substantivo abstrato, só vale se se realizar na concretude da vida. Amor é mandamento. Amor torna o outro precioso e único. É na família que somos convidados a aprender a cuidarmos uns dos outros. Essas experiências quando vividas autenticamente, constroem solidariedade. Esse é o desafio ao qual somos chamados.

FAMÍLIA, PESSOA E SOCIEDADE II Padre Jorge Alves Filho

O homem é imagem de Deus na sociedade e na família. Torna-se imagem e semelhança, não só por sua humanidade, mas também por sua comunhão: homem e mulher. É na diferença que o ser humano se encontra. Seu corpo é manifestação da sua identidade e do enriquecimento recíproco a que é chamado, pois foi criado no amor de Deus e deve expandir este amor. A cultura em que vivemos é marcada por uma filosofia na qual os homens são indivíduos que buscam suprir suas próprias necessidades, e é vendida a idéia de que é preciso “se dar bem”, como se vivêssemos num universo autônomo. Cresce também a indiferença em nossa sociedade, e faz parte do processo de secularização. Como discípulos missionários, temos pela frente o desafio de ajudarmos o homem a viver nesta sociedade, evitando a secularização, o distanciamento do senso religioso, pois cremos que sem Deus (do qual somos imagem) jamais conseguiremos nos encontrar. Não basta uma religiosidade somente intimista, mas é preciso resgatar a vivência em comunidade: é ela que nos aproxima do princípio da comunhão de pessoas, para a qual fomos criados e que nos define enquanto seres humanos. É preciso amar profundamente a sociedade e o homem de hoje, para ajudá-los a se encontrarem. É preciso termos um olhar crítico sim, mas, antes de tudo, abertos para o que há de bom no novo. Valem os seguintes questionamentos: - Será que a sociedade não tem nada de bom a oferecer à família? - Não deveríamos nos abrir às boas coisas novas, sabendo “viver no mundo, sem sermos do mundo”? - Temos dificuldades em entender os novos tempos?


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- Será que só porque o homem pós-moderno não segue nossos padrões, isso quer dizer que ele também não esteja em busca da felicidade, da sua realização? - Quais são os novos valores que está buscando? - Sabemos diferenciar valores de simples tradições? - Reconhecemos que nestas realidades é que estão se construindo os indivíduos? Concluo com as palavras de João Paulo II: “A família cristã é, portanto, chamada a fazer a experiência de uma comunhão nova e original, que confirma e aperfeiçoa a comunhão natural e humana. Na realidade, a graça de Jesus Cristo, «o Primogênito entre muitos irmãos», é por sua natureza e dinamismo interior uma «graça de fraternidade» como a chama Santo Tomás de Aquino. O Espírito Santo, que se infunde na celebração dos sacramentos, é a raiz viva e o alimento inexaurível da comunhão sobrenatural que estreita e vincula os crentes com Cristo, na unidade da Igreja de Deus. Uma revelação e atuação específica da comunhão eclesial é constituída pela família cristã que também, por isto, se pode e deve chamar «Igreja doméstica».” (Familiaris Consortio, 21)

FAMÍLIA, PESSOA E SOCIEDADE III Padre João Batista Libânio

Que elementos teóricos iluminam a realidade familiar? É preciso ter uma abordagem dialética que olhe e afirme o que há de bom, e que olhe e negue o que há de mau. Nenhuma família, nenhuma realidade humana é totalmente positiva ou negativa. Ao longo da história, vemos primeiramente a família patriarcal, que teve seus prós e contras. Ela vinha pronta da cul-

tura, das experiências transmitidas de geração em geração. Esta família dava segurança, cada um sabia o seu papel. Por isso, as pessoas eram mais maduras. Num segundo momento esta família tradicional foi bombardeada por quatro torpedos: - Ciência: que pôs em crise os ensinamentos familiares (especialmente filosofia moderna, sociologia e psicologia) - Subjetividade: “penso, logo existo.” (Descartes). A cultura decidia por nós e agora eu descubro que sou livre para decidir por mim mesmo. - Autonomia: o ser humano acha que basta-se a si mesmo. - Práxis: o pragmatismo, ativismo e utilitarismo de Carl Marx.

“Nossa sociedade fragmentada é um caleidoscópio. Forma imagens bonitas, mas são apenas cacos. É preciso juntar os pedaços.” Hoje é preciso pensar na casa que construímos e não vem mais pronta como antigamente: e ela se constrói pelas relações. É preciso manter boas relações porque a família não vem mais pronta, ela vai se fazendo. Vamos trabalhar, então, os relacionamentos! Se a criança percebe que o pai e a mãe tem uma relação de amor e de ternura, e que com ele mesmo, o filho, uma dialética de carinho e limite, ele aprenderá a ter bons relacionamentos. Essa é a receita para a formação do caráter. Doçura e norma, disciplina. Nossa sociedade fragmentada é um caleidoscópio. Forma imagens bonitas, mas são apenas cacos. É preciso juntar os pedaços. Olhar para a vida e juntá-la no grande contexto do plano da salvação. Nesta tarefa nos ajuda muito a Palavra de Deus. Na próxima edição continuaremos com mais palestras. Aguarde e confira.


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Formação de agentes da Pastoral Familiar – Decanato Laranjeiras do Sul DIOCESE DE GUARAPUAVA

Nos dia 17 e 18 de setembro na Casa de Líderes em Laranjeiras do Sul aconteceu o 1º retiro de Formação de Setores para Agentes da Pastoral Familiar, tivemos a participação de agentes vindos de todas as paróquias e a presença do Padre Jefferson Slussarek, assessor do Decanato Laranjeiras. Os temas foram muito bem desenvolvidos e de uma forma muito dinâmica, quem esteve presente se surpreendeu, e retornou a suas paróquias com muitas expectativas e entusiasmado com o trabalho, podendo assim melhorar o que já é bom.

melhor, houve muita humildade com interatividade, respeitando as dificuldades de cada um e isso vai fazer a diferenças nos trabalhos desenvolvidos daqui em diante. Parabéns às paróquias que estiveram presentes onde unidos com o mesmo objetivo: entender melhor a vontade de Deus para os trabalhos, e fazer tudo de acordo com o que manda nossa querida igreja.

Além de todos os assuntos pertinentes a agentes de pastoral também houve espaço para o período em que vivemos Santas Missões Populares, temos que como agentes de pastoral apoiar e nos comprometer também Parabéns aos organizadores que foram muicom uma igreja missionária. to criativos e dinâmicos neste processo de formação percebe-se que cada um deu o seu


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Retiro de Casais - Decanato Pitanga Diocese de Guarapuava O fim da tarde de sábado foi marcado pela Celebração Eucarística com Benção das Alianças e Renovação dos votos matrimoniais.

Retiro de Casais realizado nos dias 09, 10 e 11 de setembro na Casa de Formação São José Freinadmetz, Tivemos a grata satisfação de contar com a participação de 40 casais vindos das diA participação ativa dos Padres Avelino versas paróquias que compõe o Decanato assessor da Pastoral Familiar no decanato, Pitanga, de nossa Diocese. Padre Adriano e Padre Paulo fizeram a diOs momentos foram variados. Descontra- ferença no apoio aos agentes e presença ção nas atividades, humor, carinho e da graça na vida dos casais participantes. grande espiritualidade proporcionado pelos agentes de Pastoral Familiar que ao mesmo tempo em que uns desenvolviam o tema os demais agentes estavam com o terço nas mãos em vigília de em oração pelas famílias envolvidas. Muita seriedade na discussão de assuntos que afetam nosso dia-a-dia. O clima estava muito agradável tanto pela descontração e acolhida dos agentes como pelo sol que depois de dias de chuva deu o ar da graça para alegrar e aquecer os três dias que farão a diferença para os 40 casais que ali estiveram. Deus abençoe os coordenadores do DecaPudemos observar casais sendo abençoa- nato Pitanga Emílio e Negibe e toda sua dos. Relembrando conceitos, acertando equipe pelo belíssimo trabalho que vem diferenças, perdoando-se, alegrando-se desenvolvendo em prol das famílias de juntos, orando juntos, chorando juntos. nossa Diocese. Coisas que fazem parte de um casamento Colaboração: Gerson e Dalva sadio.


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Retiro para casais em União da Vitória F ont e: c at edr aluni ao.c om

Aconteceu na Catedral Sagrado Coração de Jesus em União da Vitória nos dias 17 e 18 de setembro um retiro para casais. Momento de crescimento na fé troca de experiências e oração. O nosso agradecimento a Deus por nos permitir esse momento de graças em nossa comunidade, as pessoas que trabalharam, organizaram e não mediram esforços para que tal evento pudesse acontecer, aos casais que acolheram com tanto carinho o convite de Deus e claro não podemos esquecer a equipe da Pastoral Familiar vinda de Guarapuava para ministrar este retiro.

Que Deus recompense a todos pelo esforço e dedicação. É pelo empenho e a generosidade de tantos que conseguimos construir um futuro melhor para nossas famílias. Que Jesus seja o centro de nossa vida e das nossas famílias.


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Bento XVI: pertencer à Igreja é questão séria Convida a não ficar com uma ideia “superficial” sobre a Igreja. A Igreja não é “uma das muitas organizações presentes numa sociedade democrática”, mas o próprio corpo de Cristo; pertencer ao Corpo de Cristo constitui uma “decisão séria” que cada um tem de tomar. O Papa fez essa afirmação no fim da tarde desta quinta-feira (22/set), em Berlim, ao presidir à celebração da missa no Estádio Olímpico, com a presente de 70 mil católicos,no contexto de sua viagem à Alemanha. “Alguns olham para Igreja, detendo-se no seu aspecto exterior – constatou o Papa – e assim “ela aparece-lhes apenas como uma das muitas organizações presentes numa sociedade democrática; e, segundo as normas e leis desta, se deve depois avaliar e tratar inclusive uma figura tão difícil de compreender como é a «Igreja»”. “Se depois se vem juntar ainda a experiência dolorosa de que, na Igreja, há peixes bons e maus, trigo e joio, e se o olhar se fixa nas realidades negativas, então nunca mais se desvenda o grande e profundo mistério da Igreja.” “Crescem insatisfação e descontentamento, se não virem realizadas as próprias ideias superficiais e erróneas de «Igreja» e os próprios «sonhos de Igreja»”, disse o Papa. Bento XVI se referiu ao evangelho recémproclamado: “Jesus não diz: «Vós sois a videira»; mas: «Eu sou a videira, vós os ramos». Isto significa: «Assim como os ramos estão ligados à videira, assim também vós pertenceis a Mim! Mas, pertencendo a Mim, pertenceis também uns aos outros»”. Esta relação recíproca – advertiu o Papa – “não se trata de qualquer relação ideal, imaginária, simbólica, mas é – apetece-me quase dizer – um pertencer a Jesus Cristo em sentido biológico, plenamente vital”.

“Ele continua a viver na sua Igreja neste mundo. Ele está connosco, e nós estamos com Ele. «Porque Me persegues?»: destas palavras se conclui que é a Jesus que ferem as perseguições contra a sua Igreja. E, ao mesmo tempo, não estamos sozinhos quando somos oprimidos por causa da nossa fé. Jesus está conosco. A Igreja é o “«universal sacramento de salvação», que existe para os pecadores, a fim de lhes abrir o caminho da conversão, da cura e da vida. Esta é a verdadeira e grande missão da Igreja, que Cristo lhe conferiu”, afirmou, rejeitando outras “visões superficiais”. “Cada um de nós vê-se aqui confrontado com tal decisão. E o Senhor, na sua parábola, insiste na seriedade da mesma: «Se alguém não permanecer em Mim, é lançado fora, como um ramo, e seca. Esses são apanhados e lançados ao fogo, e ardem»”. “A escolha aqui pedida faz-nos compreender, de modo insistente, o significado existencial da nossa opção de vida.” “Ao mesmo tempo a imagem da videira é um sinal de esperança e confiança”, pois Deus “sabe transformar em amor mesmos as coisas pesadas e acabrunhadoras da nossa vida. Importante é «permanecermos» na videira, em Cristo”. “No nosso tempo de inquietação e indiferença, em que tanta gente perde a orientação e o apoio; em que a fidelidade do amor no matrimónio e na amizade se tornou tão frágil e de breve duração; em que nos apetece gritar, em nossa necessidade, como os discípulos de Emaús: «Senhor, fica connosco, porque anoitece, sim, é escuro ao nosso redor!»; aqui o Senhor ressuscitado oferece-nos um refúgio, um lugar de luz, de esperança e confiança, de paz e segurança. Onde a secura e a morte ameaçam os ramos, aí, em Cristo, há futuro, vida e alegria.” Fonte: Zenit.org


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ENCONTROS DE FORMAÇÃO NA DIOCESE DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS senciais para o trabalho de agentes de pastoral familiar na coordenação que são a espiritualidade, a formação contínua e o planejamento.

No mês de setembro, a Comissão Diocesana de Pastoral Familiar da Diocese de São José dos Pinhais promoveu dois encontros de formação para casais agentes de Pastoral Familiar. No dia 11 de Setembro de 2011, foi promovido no salão da Paróquia Senhor Bom Jesus, em São José dos Pinhais, um encontro de formação, para casais coordenadores paroquiais da Pastoral Familiar.

Estiveram presentes vinte e três casais das diversas paróquias, além da coordenação diocesana, assessores, coordenação dos setores, palestrantes e equipe de apoio. Foram apresentados temas como: espiritualidade - necessidade do encontro pessoal com Jesus, painéis sobre a Assembléia do Regional Sul II da Pastoral Familiar, 1º Simpósio Nacional da Família e XIII Congresso Nacional da Família; motivação e liderança na Paróquia e dinâmica sobre o trabalho em grupo. O objetivo era mostrar aos casais participantes os requisitos es-

No dia 25 de setembro na paróquia Nossa Senhora de Fátima em Fazenda Rio Grande foi realizada uma formação sobre o Setor de Casos Especiais com enfoque em Casais em Segunda União. Nesta formação participaram 63 pessoas. Inicialmente foi feita a apresentação do Setor de Casos Especiais nos seus três subsetores: famílias em situações conflitivas, situações irregulares e situações especiais. Em seguida o enfoque recaiu sobre a urgência no tratamento da acolhida dos casais em Segunda União em nossas comunidades. Os agentes foram esclarecidos sobre o conceito de casais em 2ª união: Casais em 2ª união são os que, tendo-se casado uma primeira vez no rito sacramental católico (sacramento do matrimônio), posteriormente se divorciaram, conforme as leis civis e contraíram, também civilmente, novo casamento ou nova união estável. A igreja não reconhece como válida essa 2ª união, se o primeiro matrimônio foi válido, porém não os abandona, mas sim incentiva o acolhimento e a ação evangelizadora dessas famílias. Na apresentação da Ação Pastoral foram expostas as dificuldades para o acolhimento destes casais e as principais vias para o bom acolhimento. Os agentes conheceram a metodologia que já está sendo implantada na diocese para a ação pastoral com estas famílias (encontros de reflexão, reuniões mensais e retiros de espiritualidade no modelo do Bom Pastor).


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A questão da nulidade matrimonial foi exposta pelo Diác. Lourival, um dos Assessores da Pastoral Familiar na diocese. Três questões foram reforçadas durante o encontro: a acolhida, a necessidade da apresentação da misericórdia divina e da verdade aos casais que vivem em situações irregulares. O casal Jefferson e Ione apresentou o seu testemunho do acolhimen-

to que teve em 2004 e sua caminhada no grupo de reflexão. A Diocese de São José dos Pinhais promoverá o 4º Retiro Espiritual para Casais em Segunda União nos dias 22 e 23 de outubro na paróquia Nossa Senhora das Dores em Araucária. Por Faustino Suchla Filho e Maria Eloina Suchla.

Diocese de Guarapuava – Decanato Pinhão Pastoral Familiar de Turvo com nova coordenação da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Turvo.

Após assumirem a coordenação da Pastoral Familiar da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Turvo, há menos de 3 meses, o casal coordenador, Júlio e Eliane, montou sua equipe convidando vários casais a assumirem juntamente com eles esse desafio de trabalhar na evangelização de famílias frente à Pastoral Familiar. Após movimentarem a cidade no mês de agosto, durante a Semana Nacional da Família, com carreata, participação na rádio, apresentação de peças teatrais, envolvendo também o grupo de jovens nesse trabalho, no dia 18 de setembro a Pastoral Familiar realizou seu 1º encontro de Noivos. Foi um encontro muito bem organizado, contando com vários momentos que surpreenderam os casais participantes, além dos vários assuntos que foram abordados durante esse dia, levando os casais a refletirem sobre a vida a dois e sobre a importância que Deus tem dentro da família. O casal coordenador do Decanato Pinhão, Nivia e Marcio, esteve presente, juntamente com o senhor Reinaldo, de Prudentópolis, responsável pelo setor de casos especiais no Decanato, apoiando esse início de trabalho da Pastoral Familiar

O Padre Luís Carlos também esteve participando do evento. “Parabenizamos o empenho do casal coordenador Júlio e Eliane, E de toda a Pastoral Familiar, que não mediu esforços para realizar esse encontro de Noivos, trabalho este que já vem mostrando bons frutos”, Ressaltou a coordenação do Decanato Pinhão.

Marcio e Nivia

/ Júlio e Eliane


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Diác Juares Celso Krum

“A Igreja peregrina é por sua natureza missionária. Pois ela se origina da missão do Filho e da missão do Espírito Santo, segundo o desígnio de Deus Pai”. (AG, n.2), destacou o Concílio Vaticano II no Decreto “Ad Gentes” sobre a atividade missionária da Igreja, aprovado no dia 30 de novembro de 1965.

ção e novidade, como discípulos de Jesus Cristo e missionários de seu Reino, protagonistas de uma vida nova para uma América Latina que deseja reconhecer-se com a luz e a força do Espírito.”(DAp, n.11)

Ou seja, num período de 42 anos os documentos da Igreja resgatam o tema da missão e o atualizam conforme as circunstâncias e prioridades que se percebem no conPor sua vez, João Paulo II na Encíclica Re- texto global ou continental. demptoris Missio – sobre a validade permanente do mandato missionário, de 7 de dezembro de 1990, lembrou que “o Concílio Vaticano II pretendeu renovar a vida e a atividade da Igreja, de acordo com as necessidades do mundo contemporâneo: assim sublinhou o seu caráter missionário, fundamentando-o dinamicamente, na própria missão trinitária.”.(RM, n.1) Dezessete anos mais tarde, o Documento de Aparecida, de 29 de junho de 2007, explicitou que: “A Igreja é chamada a repensar profundamente e a relançar com fidelidade e audácia sua missão nas novas circunstâncias latino-americanas e mundiais. Ela não pode fechar-se frente àqueles que só vêem confusão, perigos e ameaças ou àqueles que pretendem cobrir a variedade e complexidade das situações com uma capa de ideologias gastas ou de agressões irresponsáveis. Trata-se de confirmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho arraigada em nossa história, a partir de um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que desperte discípulos e missionários. Isso não depende tanto de grandes programas e estruturas, mas de homens e mulheres novos que encarnem essas tradi-

A missão é de todos os cristãos, de todas as dioceses, de todas as paróquias, de todas as instituições e organismos eclesiais. Em primeiro lugar está a ação missionária, chamada “missão ad gentes” que é uma atividade primária e essencial da Igreja, e que ainda não está concluída. É a tarefa missionária mais específica que Jesus confiou á Igreja e que é muito precisa: anunciar o evangelho do Reino a todas as nações (cf. Mt 28,19; Lc 24,46-48). O cumprimento dessa missão não é opcional. É parte integrante da identidade cristã. Faz parte da própria vocação. A missão, porém, não está limitada a um programa ou projeto. Ela exige um com-


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partilhamento da experiência do encontro pessoal com Cristo por meio do testemunho e do anúncio de pessoa a pessoa, de comunidade a comunidade e da Igreja a todos os confins do mundo (cf. At 1,8). É a tarefa essencial da evangelização, que considera a opção preferencial pelos pobres, a promoção humana integral e a autêntica libertação cristã. “O discípulo, à medida que conhece e ama o seu Senhor, experimenta a necessidade de compartilhar com outros a sua alegria de ser enviado, de ir ao mundo para anunciar Jesus Cristo, morto e ressuscitado, e tornar realidade o amor e o serviço na pessoa dos mais necessitados, em uma palavra, a construir o Reino de Deus. A missão é inseparável do discipulado, o qual não deve ser entendido como etapa posterior à formação, ainda que esta seja realizada de diversas maneiras de acordo com a própria vocação e com o momento da maturidade humana e cristã em que se encontra a pessoa” (DAp, n. 278e).

Com essa perspectiva, sempre se deve considerar que há uma alta porcentagem de católicos que não tem a consciência de sua missão de ser sal da terra, fermento e luz do mundo. Por outro lado, faz-se necessário ter um processo de iniciação à vida cristã em nossas comunidades que comece com o anúncio e, com a vivência da Palavra de Deus, para que aconteça a experiência do encontro pessoal com Jesus Cristo. A família é ou deve ser a escola de comunhão, fonte de valores humanos, cívicos e cristãos. É a família, juntamente com a paróquia, que deve introduzir os filhos no caminho da iniciação cristã. Ela, deve oferecer aos filhos um sentido cristão para a vida e ajudá-los a fazer seu projeto de vida, como discípulos missionários.

A paróquia deve ser lugar de formação permanente e que desperte uma espiritualidade sólida, com plena comunhão e participação, para que todos, de fato, não só saibam que a missão é de todos e para todos, mas, que todos sejam missionários. “É oportuno recordar que o amor se mostra Os leigos, que pelo batismo são incorpora- mais nas obras do que nas palavras” (DAp dos a Cristo tornando-se participantes da 386) “Nem todo aquele que diz Senhor, missão sacerdotal, profética e régia e cons- Senhor...”(cf. Mt 7,21). tituem o Povo de Deus, exercem no cotidiano, em seu ambiente de trabalho, de estu- Cada cristão tem a tarefa prioritária de dar do e de lazer, na comunidade e na família, testemunho do amor a Deus e ao próximo a missão de todo o povo cristão na Igreja e com obras concretas, pois a missão é de todos os cristãos. no mundo.


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