Revista Confins da Terra - Presença e Ação Missionária entre os povos Indígenas

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CONFINS DA TERRA

Presença e Ação Missionária entre os Povos Indígenas

Fonte do Mapa - SEPAL

Revista Transcultural da Missão Novas Tribos do Brasil Ano 42 Nº 137 Abr - Jun 2009

Situação do Evangelho (cores) Presença Missionária Evangélica Sem Presença Missionária Evangélica Situação Indeterminada Tradução da Bíblia (símbolos) ? Bíblia Completa ? Novo Testamento Completo ? Sem Novo Testamento Completo


PROMOTORES DE MISSÕES AMAZONAS Sede do Setor Oeste da MNTB Caixa Postal 1421 Manaus - AM CEP: 69065-970 Fone: (92) 2127-1350 FAX: (92) 2127-1355 novastribos@argo.com.br CEARÁ José Wagner e Aureluce Salgado Rua Chagas Miguel, 304 Caucaia - CE CEP: 61615-200 Fone: (85) 3342-0574 salgadosal@hotmail.com www.missoesindigenas.blogspot.com GOIÁS Sede da MNTB Caixa Postal 1953 Anápolis GO CEP: 75040-970 Fone: (62) 3318-1234 FAX: (62) 3318-2000 divulgacao@mntb.org.br MINAS GERAIS Miss. Daniel e Beth Templeton Caixa Postal 29 Jacutinga - MG CEP: 37590-000 Fone: (35) 3443-1554 daniel_templeton@ntm.org Miss. Cláudio e Célia Guimarães Rua Jordano Francisco dos Reis, 136 Bairro Bela Vista CEP: 37557-000 Congonhal - MG Fone: (35) 3424-1181 claudioceliaguimaraes@yahoo.com.br

PARANÁ Miss. Robson e Emília Abreu Caixa Postal 10051 Londrina - PR CEP: 86057-970 Fone: (43) 3327-3629 robemi@uol.com.br SÃO PAULO Escritório de Representação Rua 24 de Maio, 116 - 2ºand. Sl.6 São Paulo - SP CEP: 01041-000 Fone/Fax: (11) 3223-2395 saopaulo@mntb.org.br Miss. Assis e Maria Eli da Silva Alameda Água Marinha, 81 Jd. Est. Brasil CEP: 12949-122 (Cond. Recanto Tranquilo) Atibáia - SP Fone: (11) 4415-2122 assis-eli@uol.com.br Miss. Orlando e Jussara de Paula Rua Paulo Di Favari, 460 Vila Caminho do Mar CEP: 09618-100 São Bernardo do Campo - SP Fone: (11) 3412-3910 orlando.jussara@vivax.com.br Miss. Paulo e Eglacy Carrenho Caixa Postal 446 Campinas - SP CEP: 13012-970 Fone: (19) 3386-8930 Miss. Sandro e Hope Rancan Caixa Postal 43-SBPB Atibáia - SP CEP: 12949-970 Fone: (11) 4415-1416 sandro_rancan@ntm.org

Entre em contato conosco e leve um desafio missionário para a sua igreja.

MISSÃO NOVAS TRIBOS DO BRASIL Uma associação missionária de fé, fundamental em sua doutrina e de caráter indenominacional, formada de crentes dedicados à evangelização dos povos indígenas. SEDE GERAL CAIXA POSTAL, 1953 75040-970 Anápolis - GO Telefone: (62)3318-1234 Fax:(62) 3318-2000 mntb@mntb.org.br www.mntb.org.br PRESIDENTE Miss. Edward G. da Luz POLÍTICA FINANCEIRA DA MISSÃO Os obreiros que servem com a Missão Novas Tribos do Brasil não recebem sustento da Missão, pois a mesma não tem recursos próprios nem é subvencionada por uma igreja ou denominação. Os missionários são sustentados por suas igrejas ou por ofertas voluntárias individuais. Fone (62) 3318-1234, E-mail: tesouraria@mntb.org.br. COMO CONTRIBUIR Enviar sua contribuição em nome de "Missão Novas Tribos do Brasil” Bradesco S/A, agência 240-2 Conta Corrente nº 30.814-5 IMPORTANTÍSSIMO: Sempre avisar-nos, por meio de uma das opções abaixo, quem está dando a oferta, a quem ela se destina, o valor e a data da remessa. Telefone: (62) 3318-1234 Fax: (62) 3318-2000 Correio: Caixa Postal 1953 75040-970 - Anápolis, GO tesouraria@mntb.org.br

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PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL DA MISSÃO NOVAS TRIBOS DO BRASIL Redação Caixa Postal 1953 75040-970 Anápolis, GO Telefone: (62) 3318-1234 Fax:(62) 3318-2000 divulgacao@mntb.org.br Conselho Editorial Missª. Diva Cunha Miss. Jadir Siqueira Miss. Silas de Lima Editoração Missª. Diva Cunha Revisão Missª. Adauta Eger Assinaturas Jefferson Jean da Silva revista@mntb.org.br Programação Visual Jefferson Jean da Silva Eliézer Steffens Capa Mapa do Brasil com a localização das Tribos Indígenas - SEPAL. Impressão Múltipla Gráfica e Editora (62) 3315-6600 contato@multiplagrafica.com.br

Distribuição Missão Novas Tribos do Brasil Os artigos assinados são de responsabilidades exclusivas de seus autores. É expressamente proibida a reprodução, total e parcial, do contéudo da revista, sem prévia autorização dos titulares dos direitos autorais. Missão Novas Tribos do Brasil

EDITORIAL Esta revista é a voz daqueles que estão em lugares que poucos querem ir. Lugares tão ermos, tão longínquos e isolados, onde povos vivem separados de quase tudo. Ali entre eles estão os missionários, portadores das boas novas, embaixadores de Cristo em terra estranha. Gente como nós, sujeitos as mesmas paixões, contudo, obstinados pela obra, determinados a levar a luz do Jadir Siqueira evangelho aos lugares da terra onde por séculos predominam as trevas. Mas, eles não estão sozinhos! A companhia de Cristo, o dono da obra, lhes é assegurada todos os dias. Eles são a vanguarda da igreja, mas todos os demais, os que estão na retaguarda, através da “assistência aos santos”, oram, contribuem, hospedam e o Senhor é glorificado na unidade e operosidade do corpo de Cristo. Pois, a Igreja, no seu todo é o agente de Deus no mundo para cumprir a Sua vontade. A expansão missionária, isto é, o modo em que a igreja de Jesus Cristo se espalha pelo mundo tem sua razão de ser na própria natureza da igreja. E quanto a você? Se sente envolvido nesta missão de grande relevância e urgência? - O que você sente no coração quando ouve alguém falar sobre povos não alcançados? - Você ora constantemente pelos missionários que estão no campo? - Você tem influenciado outros a se envolverem com missões? - Você envia periodicamente oferta para algum missionário no campo? Estamos convictos de que esta é a hora das igrejas orarem fervorosamente pela salvação dos povos sem Cristo e a se comprometerem a participar eficazmente do avanço missionário por todo o mundo. Deus é por nós! FOTO ARQUIVO MNTB

CONFINS DA TERRA

Jadir Siqueira

Nesta Edição... Palavra do Leitor Reflexão Voz do Índio Notícias dos Campos Entrevista Biografia Experiência Missionária

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Confins da Terra

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PALAVRA DO LEITOR A revista tem sido editada com excelentes artigos sobre a obra missionária transcultural e entendo que a linha editorial deve ser mantida e se possível, ampliando com a divulgação de eventos e noticias sobres as tribos que estão sendo alcançadas. Que o Senhor continue abençoando ricamente a todos os missionários e suas famílias. Em Cristo. Cosme de Oliveira – Flamengo – Rio de Janeiro, RJ (kalley_354@hotmail.com)

Amados da MNTB, a paz do senhor a todos! Escrevo para dizer que a revista é ótima e tem abençoado minha vida. 1)Gostaria de ver uma matéria sobre o missionário fundador da missão Edward G. da Luz falando de seu testemunho e dos desafios da obra de missões. 2)Gostaria de ter notícias mais "claras" sobre os missionários, onde moram, como está o trabalho e como se comunicar com eles. Eliane Rodrigues de Sousa, Guraciaba do Norte - CE

Nota da Redação – Prezada irmã Eliane, obrigado por suas palavras de ânimo. Gostaria de esclarecer que o Pr. Edward Gomes da Luz não foi o fundador da Missão Novas Tribos do Brasil. A MNTB foi fundada em agosto de 1953, por um grupo de missionários da New Tribes Mission, entre eles o mais conhecido foi o casal Carlos e Cora Taylor. Apreciamos sua sugestão por notícias mais claras sobre os missionários. Vamos tentar melhorar neste item.

Cícero Palmeira

Nota de Falecimento SUELY JACOMETTI 21/08/60 – 11/05/2009

Faleceu em São Paulo, a missionária Suely Jacometi, onde fazia tratamento contra câncer. Desde 2005 lutava com um câncer no rim direito, que infelizmente foi alcançando outros órgãos causando-lhe muito sofrimento e a levando a óbito. Ela enfrentou esta fase difícil de sua vida com muita coragem, paz e confiança no Senhor. “Ela completou sua carreira de forma digna do Senhor... Uma grande esposa, amiga, mãe e parceira de ministério.” Disse o Pr. Cícero Palmeira, seu esposo, que é pastor e fundador do Ministério Batista Rhemaná em Caruaru – PE. Deixou também os filhos: Mateus e Sônia Paula. Suely trabalhou como missionária da MNTB na tribo Gavião – PA no ano de 1984, na tribo Kiriri – BA de janeiro de 1985 a 1988 e na tribo Kariri-Xocó – AL de 1989 a 1992. Reconhecemos com gratidão o seu ministério entre nós e convidamos os leitores a orar por conforto e consolo do Senhor aos familiares.

ERRATA Pedimos que nos perdoe por erros na revista anterior, edição nº 136. Na pág. 06 a estatística sobre as etnias indígenas, as legendas ficaram trocadas. Na pág. 08 o nome da tribo onde Luiz Sérgio e Dirce trabalham chama-se ARAWETÉ e não Kaxuyana. Na mesma página a foto é do casal: Elton e Lourdes Chaves e os filhos e não Valmir e Fátima Barros.

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REFLEXÃO

Nossa Capacidade vem de Deus

M

oisés foi tremendamente usado por Deus num dos Seus maiores projetos: Libertar Israel da escravidão egípcia, sob a qual se encontrava havia quatro séculos. À vista de tão grande obra realizada, perguntamos: Como um homem chegou a tal condição? Como foi preparado tornando-se útil para tamanho empreendimento? Enquanto jovem Moisés usufruíra do que havia de melhor no Egito, sua nação adotiva. Graças à sua posição de “filho da filha de Faraó”, pôde ser equipado dos conhecimentos científicos e culturais de sua época. Aos 40 anos já se sentia capaz e preparado para realizar seu grande sonho de ver livre o povo escolhido. Agindo, então, de maneira impetuosa, torna-se um criminoso e fugitivo. Aquela não era a maneira de agir de Deus. Moisés precisava ingressar ainda na Universidade Divina; agora o local de aprendizado não mais seria o palácio, mas o deserto; e seu mestre, o próprio Deus. O tempo passado no deserto foi imprescindível para Moisés estreitar seu relacionamento com Deus e entender que a capacidade para a obra de Deus não vem de uma formação humana, mas se origina no próprio Deus. Aos olhos de algumas pessoas muito capacitadas, o sucesso ministerial depende de sua inteligência, preparo e habilidades. De fato, a Palavra de Deus fala que toda capacidade provém dEle (Dn 2.21). E, nessa ilusão, esquecem-se de que Deus trabalha com servos capazes, mas também, igualmente, servos utilizáveis. Quando alguém o busca, procurando servi-Lo, começará a experimentar uma mudança interior. A humildade advinda dessa relação fará com que Missão Novas Tribos do Brasil

toda pretensão de sucesso pessoal e ministerial seja afastada. A partir desse entendimento, as capacidades e habilidades serão reconhecidas como importantes, mas não aproveitadas por Deus sem que o caráter seja mudado (Fp 3.8). Há um conhecido provérbio que diz: “Deus não chama aqueles que são equipados ou capacitados, mas equipa aqueles que são chamados.” Isto nos leva a refletir sobre a natureza da capacidade. Deus escolhe pessoas capacitadas, sim, pois ele não está limitado aos nossos conceitos. Porém estas pessoas deverão estar cônscias de que precisam se dispor na mão de Deus para serem trabalhadas por Ele. Não podemos nos iludir com a idéia de que a obra do Senhor poderá ser feita com nossos limitados recursos. Se, ainda, alguém se prontifica a servir o S e n h o r, m a s c a u t e r i z a s u a consciência em relação à necessária mudança interior que Deus opera naquele que o busca, este passará a perder o privilégio de ouvir Sua voz e dEle receber permanente direcionamento. Seu preparo de nada será útil. Mas, pelo contrário, qualquer um que se deixa ensinar por Deus, estará perfeitamente habilitado

para toda boa obra. (I Tm 3.17) Por que a obra de Deus tem estado emperrada na vida de muitos de nós, dotados divinamente de muitas habilidades e conhecimento? Não nos enganemos quanto a esta matéria. A obra do Senhor pode ser feita, frutos podem ser colhidos, porém não pelos méritos próprios ou esforço unicamente humano. Se há algum resultado eterno, é resultado da obra de Deus e não do homem. Uma vida de serviço exemplar, temperada com humildade e sensibilidade, realizadas na força do Senhor, culminará em proezas para o reino de Deus. (Sl 60.12) À luz dos pensamentos acima, precisamos entender que a verdadeira capacidade vem de Deus, e Ele apenas usará para sua honra e glória aquele que entende esta verdade. Quem sabe que sua suficiência vem de Deus (II Co 5.7) terá três atitudes que revelam sua confiança no Deus de toda provisão: Primeiramente, reconhecerá que é limitado e passível de erros, e que, ao final dos seus recursos, o Deus de toda sabedoria tem uma fonte inesgotável de suprimentos e capacidades, que lhe permitirão realizar a obra dEle. Quando sentimos que nossa capacidade está ameaçada é bom repensar se nossa confiança está sendo, de fato, firmada em Deus ou em nós mesmos. Em segundo lugar, considerará que a obra do Senhor é resultado de esforço conjunto, jamais julgando a si mesmo superior a outros que, semelhantemente, estão debaixo da direção de Deus. Geralmente, nossa autoconfiança é revelada quando não respeitamos a opinião de outros servos do Senhor e não valorizamos a diversidade no corpo de Cristo.

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REFLEXÃO falhas dos nossos irmãos. Moisés ali entendeu que todos precisamos de espaço para falhar e nos recuperar, para aprender e crescer. Nos 40 anos subseqüentes, já em peregrinação à Palestina, liderando milhares de hebreus intolerantes, permissivos, idólatras e rebeldes, Moisés agiu de tal modo a ser chamado “o varão mais manso que viveu sobre a terra”. Foi depois de ser preparado na dureza do deserto, sob a disciplina de Deus, que ele pôde tornar-se um vaso útil ao seu possuidor. E assim, quando alguém está sendo treinado por Deus, saberá o significado de ser bem sucedido no ministério; e entenderá que está

sendo usado por Deus para cumprir seus propósitos eternos. E os capacitados e sábios segundo Deus, serão utilizáveis nessa obra de conduzir muitos à justiça (Dn 12.3). FOTO ARQUIVO MNTB

São essas diferenças aproveitadas que promovem a unidade (Ef 4.13). Por último, é bom lembrar que Deus se compraz num coração compungido e contrito (Sl 51.17) e de modo algum o desprezará. E, se alguém tem falta de sabedoria, poderá pedir a Deus, com fé, e sabedoria lhe será concedida com liberalidade. (Tg 1.5) Foi durante os 40 anos no deserto que Moisés aprendeu algumas lições que o Egito não lho ensinara. Aprendeu que Deus não está obrigado a usar o homem do jeito que é ou está. Ele quer nos tornar humildes, mansos, misericordiosos, amorosos, pacientes, sensíveis à sua Palavra, flexíveis e tolerantes com as

Adelvan Santos, missionário da MNTB, atuando com o povo Kapinawá - PE Membro da 1ª Igreja Batista de Itabuna - BA

VOZ DO ÍNDIO Depoimento de Almerinda Souza Alves Comunidade Mangue Alto, da etnia Tremembé Eu não conhecia a palavra de Deus, me sentia culpada porque não conhecia e por não poder ensinar os meus filhos. Eu sempre tive vontade de possuir uma Bíblia. Eu dizia: “Meu Deus, como vou conseguir uma Bíblia?” Aí, quando foi um dia, chegou um homem vendendo Bíblias e eu comprei uma. Isso foi há muito tempo, antes de eu conhecer a missionária Mírian. Eu estudei com Dodinho, que é meu primo, ele ia para minha casa. Eu não tinha muita idéia de ler e entender, ainda hoje não tenho tanto assim. Quando era boca da noite, (linguagem regional que significa ao anoitecer) ele ia para ensinar em Almofala e tinha também uma mulher que dirigia, o nome dela era Eridã, ela foi embora e não fui mais lá. Apareceu o Raimundo Biinha (da igreja adventista) e começamos a estudar com ele, mas ele foi embora e eu estudava só. Depois eu conheci a missionária Mirian, que foi Deus que enviou ela e até hoje a gente estuda a Bíblia e vamos estudar até quando Deus quiser. Ela ensinou muitas coisas boas, mas o que mais me marcou, é saber como ir para o céu. Deus tinha um plano na nossa vida e qualquer pessoa pode ir ao céu. Deus mandou Jesus, filho de Deus para nos salvar, isso me trouxe muita paz. Minha vida mudou no dia a dia, quando amanheço triste, leio a Bíblia e sinto conforto. Meus filhos não fumam e não bebem mais (só às vezes). Tinha muitas imagens, eu mesma nunca gostei muito de imagens. Sabia que ao adorá-las estaria rejeitando a Deus, não é bom. Minha mãe gosta muito de imagens, ainda tem no quarto dela, mas eu não gostei não. Eu nunca vou desistir de ouvir a palavra de Deus. As coisas do mundo não levam ninguém a nada. Quero dizer que foi uma bênção depois de conhecer a palavra de Deus e depois de conhecer a irmã Mirian que Deus mandou para eu conhecer mais. Nem todas as pessoas prestam atenção na Palavra de Deus. Eu só acredito mesmo na Palavra de Deus e no seu plano de salvação. Foi Ele que fez tudo, nós não podemos acreditar em outra coisa. Equipe missionária: Antônio Torres (Tony) e Daniele Souza, Silas e Mirian Antônio, Helena Machado. Este trabalho é realizado pela MNTB em parceria com a 1ª IPI de Maringá - PR

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Presença e ação missionária evangélica entre os povos indígenas do Brasil Manifesto da AMTB – Departamento Indígena *

H

á normalmente três recorrentes questionamentos quanto à presença missionária evangélica entre os povos indígenas do Brasil e desejamos, como AMTB – Associação de Missões Transculturais Brasileiras - tratar e nos posicionar objetivamente quanto às mesmas. A primeira infere que a presença missionária é nociva à cultura dos povos indígenas em nosso país. Que a mensagem levada pelos missionários tende a degenerar cultura e costumes dos grupos com os quais se relacionam. O segundo questionamento é quanto à legalidade da presença e ação missionária evangélica a frente de projetos sociais e na evangelização. O terceiro pressupõe que os projetos sociais coordenados pelos movimentos missionários sirvam de fachada para fundamentar sua presença entre os mesmos. Perante tais questionamentos sentimos que torna-se apropriado narrar com objetividade quem somos, nossos valores e ações entre os povos indígenas do Brasil. A influência intencional do movimento missionário evangélico orientado pela AMTB (Associação de Missões Transculturais Brasileiras) possui alvos de forte colaboração com a preservação cultural, social e lingüística das sociedades indígenas de nosso País, tais como: * Contribuir para que o indígena valorize e permaneça em sua própria terra natal (sua homeland) evitando migrações tempestivas e com conseqüência social negativa para as beiras dos grandes rios, centros em urbanização ou urbanizados. * Colaborar para que haja um bom programa de educação na própria língua materna, valorizando-a e possibilitando que seus fatos históricos e sociais sejam por eles registrados, preservados e transmitidos perante este contexto de rápida influência social Missão Novas Tribos do Brasil

externa que não raramente invalida o valor da língua materna para um grupo. * Colaborar para que haja programas em áreas vitais, como a saúde, que responda às necessidades essenciais dos grupos indígenas. * Contribuir para que, em processos já em andamento de integração com a sociedade não indígena, colaborar com os mecanismos de valorização étnica, cultural e lingüística, a fim de que o grupo não seja diluído perante a sociedade maior. Também colaborar com o grupo em sua busca por uma convivência digna com outros, quando fora da sua terra natal. Em uma observação imparcial, destituída de pressupostos discriminatórios quanto à evangelização, perceberíamos que diversas sociedades indígenas que mantêm um relacionamento mais próximo com missionários evangélicos valorizam mais sua própria cultura e língua do que no passado. Sobre nossa motivação, de fato é cristã. Enquanto ONGs humanistas atuam sem dificuldade junto aos povos indígenas em nosso país sentimo-nos discriminados por termos, na raíz de nossa motivação, o amor de Deus por todo homem. A ação missionária tem como motivação e centro a postura de Jesus diante dos necessitados que lhes apresenta o evangelho e também lhes atende em suas necessidades pessoais. Com isso, o movimento missionário vislumbra minimizar os males sociais entre populações indígenas. A história da evangelização indígena no Brasil, que remonta mais de 100 anos é também uma história de compromisso com áreas sociais carentes, sobretudo a saúde e educação indígena. Os missionários, a partir da relação diária e com aprendizado da língua e cultura nunca se furtaram em atender estas necessidades dos povos indígenas, sem nenhuma discriminação, considerando no atendimento os que se interessaram ou não a mensagem do evangelho.

Estamos certos que as centenas de ações sociais, sobretudo nas áreas de saúde, educação e valorização cultural, coordenadas por missionários evangélicos, têm contribuído, e muito, para o aumento populacional e melhor qualidade de vida entre as etnias indígenas em nosso país. Há dezenas de casos, como os Dâw, Wai-Wai, Nadëb e tantos outros que passaram por um verdadeiro ciclo de crescimento populacional, restauração da valorização da cultura e língua e melhoria de qualidade de vida através de projetos missionários durante décadas em seu meio. Muitas línguas com risco de extinção ou experimentando épocas de desvalorização junto ao próprio grupo foram e são alvo de projetos linguísticos que tendem grafá-las, produzir cartilhas de alfabetização, fomentar o seu uso e garantir sua existência para a próxima geração. Os linguistas evangélicos atuam na produção de material de relevância para a preservação linguística e seu uso em meio ao próprio povo em cerca de 80 idiomas no momento. Trabalho este nem sempre reconhecido pelo segmento acadêmico, por discriminação religiosa e pela intenção de tradução da Bíblia para tais línguas. Vale ressaltar que várias organizações missionárias que atuam em contexto indígena, nas áreas de assistência social, são certificadas pelo CNASConselho Nacional de Assistência Social, como entidades sem fins lucrativos e aptas para firmar convênios de parcerias com o governo e empresas. Infelizmente as inexistências de convênios formais impedem que milhares de atendimentos realizados pelos missionários constem nos relatórios oficiais. * (Extraído do manifesto da AMTB sobre a presença missionária evangélica entre os povos indígenas do Brasil por Jadir Siqueira)

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NOTÍCIAS DOS

TRIBO PANKARARÉ - BA Equipe missionária: Adenildes Silva, Carlos A. e Doristela Barreto.

Durante muitos anos uma equipe de missionários da MNTB vem desenvolvendo um trabalho com o povo Pankararé. Existe uma igreja local, mas ainda carente de ensino, discipulado e acompanhamento dos missionários. Por não terem mais permissão para morar na área indígena a equipe mora na cidade de Paulo Afonso-BA. O casal precisa alugar uma casa em Cerquinha, povoado vizinho à reserva Pankararé para ficar quando for à aldeia. Por enquanto, nos finais de semana, Adenildes ainda fica numa casinha alugada no Brejo. Mas ainda não sabe até quando poderá ficar nesta Carlos Alberto e Doristela Barreto casa, pois todos que não são indígenas e moram na reserva estão sendo indenizados e saindo da reserva. Esta casinha que ela mora é de alguém que ainda vai ser indenizado. A equipe continua dando estudos e ensinando ao povo. Carlos relata que certo dia enquanto ensinava a Palavra de Deus para a família do Sr Abdias, falecido em outubro de 2008, a viúva, D. Josefa, de repente começou a chorar baixinho, enquanto o ensino prosseguia. Ao terminar ela compartilhou com o Carlos: _ “Deus tirou o pai e colocou o filho para ouvir a Palavra de Deus”. Ademir, enquanto o pai era vivo não demonstrava nenhum interesse em conhecer a Palavra de Deus, mesmo quando o pai insistia com ele. Agora ele está participando dos estudos bíblicos, sendo o motivo da emoção da mãe, dona Josefa. Motivo de oração e louvor: Uma casa para Carlos e Doristela alugarem em Cerquinha. Crescimento dos salvos no conhecimento da Palavra de Deus. Sabedoria para a equipe no ensino e discipulado. Sustento financeiro para a equipe pricipalmente para Adenildes.

TRIBO GAVIÃO - MA Equipe missionária: Arnaldo e Diane Kitchener, Darlene Gilbert e Ivanaldo e Dayse Albuquerque

As chuvas na região têm sido o motivo de adiar o início da construção do local que o povo Gavião usará para louvor e adoração ao Senhor. A antiga casinha de madeira onde eles se reuniam foi fechada, pois o piso (elevado) estava afundando, e chovia tanto dentro quanto fora dela. Os crentes irão ajudar, mas decidiram que primeiro terminarão sua colheita de arroz e marcaram para o mês de junho o início da construção. O povo da aldeia Rubiácea recebeu 26 Novos Testamentos escritos em sua própria língua. Para os missionários foi emocionante ouvir as pessoas lendo em sua própria língua. “São estas experiências que nos dão a certeza de que vale a pena gastar tempo e esforços na tradução e ensino da Palavra de Deus para os povos Ivanaldo e Dayse indígenas ou para qualquer outra etnia.” Como disse Daisy Albuquerque. O Sr. Roberto, Crôc na língua Gavião é um homem crente e firme que as dificuldades não o impedem de fazer o que precisa. Mesmo com o tendão do calcanhar direito rompido ele trabalha em sua roça para o sustento da sua família e continua indo às outras aldeias ensinando seu povo. Ele deseja que o Senhor o direcione para um tratamento no seu tendão. Motivo de oração e louvor: Suprimento de um tratamento médico para Sr. Roberto e que o Senhor levante mantenedores para o ministério que este irmão desenvolve entre o seu povo. Pela construção do local onde a igreja Gavião se reunirá. Louvor pelo Novo Testamento na língua do povo Gavião.

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HIXKARYANA -AM O casal Izaquiel e Marília iniciou seu ministério com este povo em março deste ano. Com a ajuda do Ailson, Izaquiel reformou a casa que era das moças para poder morar. Elisangela e Maria Perpétua estão na base da missão em Manaus até o mês de maio. Depois disso, elas pretendem ir para Kassauá, porque algumas famílias Hixkaryana passam um tempo com seus parentes em outras aldeias e suas casas ficam vazias. E será numa dessas casas que as moças irão ficar enquanto a sua fica pronta. O grupo Summit, dos EUA composto de jovens crentes trabalharão na construção da casa das moças. Mesmo fora da aldeia, as missionárias estão trabalhando com o material da língua Hixkaryana. Elisângela tem digitado grande quantidade de material que havia sido feito à mão e Maria Perpétua está revisando a tradução dos livros de Gênesis e Êxodo e fazendo correções e adaptações. Motivo de oração e louvor:

FOTO ARQUIVO MNTB

Equipe missionária: Aílson e Silvia Soares, Elisângela Vidal, Izaquiel e Marília Melgarejo, Maria Perpétua,

Maria Perpétua

Orem pelo grupo de jovens que vem construir a casa das moças. Orem por suprimento de R$ 2.800,00. Quantia que as moças precisam para a compra do material que ainda falta. Louvem por uma parte do material já comprado. Sabedoria de Deus para esta equipe no aprendizado da língua e cultura deste povo e adaptação do Isaquiel e Marília.. Por uma boa comunhão entre todos da equipe, capacidade e estratégias vindas do Senhor.

NYENGATU – AM FOTO ARQUIVO MNTB

Equipe missionária: Alysson e Miriã Reis e Marlon e Rosianni Luz

Para muitos a entrada na aldeia se dá de maneira demorada, arriscada ou perigosa, especialmente as de canoas ou barcos. Algumas vezes os missionários planejam chegar em casa no mesmo dia, mas tem que parar, encostar a canoa num local, dormirem e recomeçar a viagem no dia seguinte. Para esta equipe as longas horas de subida ou descida pelos rios foram reduzidas por causa do suprimento de um motor Marlon e Rosianni Luz potente que ganharam. Agora o percurso que fazia em muitas horas foi reduzido para apenas cinco e com mais segurança e rapidez. Motivo de oração e louvor: Proteção nas viagens pelos rios. Que todos da equipe tenham boa saúde. Os membros da equipe consigam aprender a língua do povo para ensinarem a Palavra de Deus para eles. Louvar ao Senhor pelo motor

TRIBO WAIÃPI – PA Equipe missionária: Francisco e Romilda Carvalho, Henrique e Ruth Santos, Milton e Nereide Viana e Rosilda Souza FOTO ARQUIVO MNTB

A música tem sido um instrumento de propagação do evangelho para este povo, pois eles gostam muito de cantar. O missionário Francisco tem gravado algumas canções do próprio povo a pedido deles. Alguns não crentes também têm pedido cópias e falam que foram tocados pelas canções. Ele continua recebendo letras de músicas que o próprio Waiãpi compõe em sua língua. São letras que ajudam a refletir sobre Deus, Jesus e sua obra de salvação. Francisco tem desejo de trabalhar nessas canções e já há alguns Francisco, Romilda e filhos equipamentos para montar um pequeno e simples estúdio que já usou nas primeiras gravações, mas, ainda precisa de alguns equipamentos necessários para este trabalho, especialmente um bom violão com boa adaptação. Ele usa na gravação um programa de computador que reproduz o som de um violão. Mas como ele mesmo diz, “não soa natural”. Motivo de oração e louvor: Pelo suprimento de um violão com boa captação. Ao ouvir estas canções, o povo waiãpi seja despertado pelas verdades bíblicas contidas nelas. Sabedoria de Deus nesse ministério.

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NOTÍCIAS DA ÁFRICA MOÇAMBIQUE FOTO ARQUIVO MNTB

Rafael e Isabel Mapa O casal está se preparando para ir no mês de novembro para Moçambique. Em parceria com a Missão Novas Tribos do Brasil este casal se unirá a uma equipe da missão “Visão Integral” que atua naquele país. Atualmente esta missão já está alcançando três etnias moçambicanas. São elas: o povo Makua-Moniga, Yao e Lolo. O alvo é que até o ano de 2010 pelo menos um desses povos Tauara, Ngoni, Maindo e Makwe tenham a presença missionária entre eles. Chegando em Moçambique este casal tem o desafio de se adaptar à nova cultura. Além disso, precisará de casa para morar, móveis, utensílios, sustento, dentre outras necessidades que terão naquele país. Motivo de oração e louvor: Pelo tempo de preparação do Rafael e Isabel; documentação (passaportes, vistos) Contato com igrejas e levantamento de sustento.

Rafael e Isabel Mapa

Clemilda Aparecida Neves No dia 23 de abril, após alguns meses de férias no Brasil, a missionária Clemilda retornou para seu ministério em Moçambique. Durante sua viagem passando por Johannesburg - África do Sul, ela teve sua carteira com dinheiro, cartão e documentos roubados. Chegando em Maputo, capital de Moçambique, ela conheceu um carregador que a ajudou com as malas e lhe emprestou seu celular. Assim ela conseguiu conversar com uma amiga que mora naquela cidade. Graças a Deus Clemilda já está em Nampula. Conseguiu cancelar cartões de crédito roubados e está providenciando nova documentação. Continuem orando por ela e seu ministério.

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Kleber e Elisabete Pereira Instituto Missionário Shekinah - MS

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Ana Lourdes Maciel Amorim Gavião - RO

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Bonfilio e Rosangela Sousa Kariri-Xoxó - AL

Everaldo e Cristina Brum Marubo - AM

Izaquiel e Marília Hixkaryana - AM

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Novos Obreiros

Luciene do Sacramento Santos Lolita Marie Catalano Pacaas Novos - RO Aguardando definição

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ENTREVISTA DESPERTAMENTO ESPIRITUAL ENTRE OS GAVIÃO-RO CT- Há quanto tempo você e a família trabalham com a etnia Gavião-RO? Adilton- Trabalhamos a cerca de 10 anos. CT- Creio que está havendo um grande despertamento espiritual entre os Gavião-RO, você pode nos contar o que o motivou? Adilton - Bem, o esforço missionário entre os Gavião-RO, já tem mais de 40 anos, e por muitos anos houve um grande sincretismo entre eles, e muita confusão acerca do entendimento do evangelho. Até que um dia passamos a conhecer mais da cultura e a língua e fizemos uma pesquisa bem acurada acerca das suas crenças fundamentais e chegamos à conclusão que muitos deles não tinham entendido bem a mensagem do evangelho. Então começamos um ensino contextualizado da Bíblia e o Espírito Santo foi abrindo as suas mentes para entenderem claramente a mensagem da salvação. Portanto creio que o ensino dentro da realidade cultural em que eles vivem foi que trouxe esse grande avivamento que temos visto hoje. CT- Conte-nos uma experiência marcante com este povo em relação às manifestações de adoração através da música? Adilton - Uma coisa interessante é que a música está no “sangue” dos Gavião, pelo fato deles falarem uma língua tonal, eles já falam cantando. Mas algo muito interessante é o fato que nos últimos anos eles estão fazendo as suas músicas tirando as letras dos textos bíblicos já traduzidos, e depois que eles escutam um determinado ensino, logo em seguida surge uma música baseada no texto que foi ensinado, e assim nós podemos ter um retorno cantando, se foi bem compreendido o nosso ensino, que privilégio não acha? CT- Qual tem sido a atitude dos crentes em relação às tribos vizinhas que não conhecem a Cristo? Adilton - A igreja Gavião já sabe da sua responsabilidade de anunciar a Cristo a todas as nações e já tem feito viagens missionárias para pregar aos povos que falam a mesma língua que eles, especialmente a tribo Zoró, e o resultado é que no ano passado muitos indígenas da etnia Zoró voltaram para Jesus e muitos jovens se converteram e foram batizados. Até mesmo a tribo Arara que mora na mesma reserva dos Gavião e que fala outra língua já foi visitada pelos crentes gavião. Eles estão muito atentos à necessidade de outros povos que não conhecem a Cristo e nosso desejo é que em breve possamos enviar crentes gavião para serem missionários entre outras tribos. CT- Qual a estratégia usada que tem dado tão bom resultado? Adilton - Bem, eu acho que o que temos colhido hoje, começou há muito tempo atrás com aqueles primeiros missionários que viveram entre esse povo e que foram plantando a boa semente até que nós chegamos e temos tido o privilégio de colhermos tantos frutos, assim como o apóstolo Paulo falou que “uns plantam outros regam, mas o crescimento vem do Senhor” É claro que tudo tem têm sido resultado do ensino bíblico que a equipe vem dando na própria língua indígena e de maneira contextualizada, quando temos uma equipe em que os missionários estão no nível ministerial como a nossa, podemos ensinar na língua indígena então o povo consegue entender e responder positivamente ao ensino. CT- Quais os seus alvos e da equipe para este ano?

CT- Qual o motivo de sua saída do campo agora?

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Adilton - Nossos alvos como equipe é de continuarmos as traduções das lições bíblicas na língua Gavião. Como também a tradução da Bíblia. Apoiarmos a igreja gavião nas suas visitas de evangelização aos povos vizinhos. Continuarmos os ensinos bíblicos na igreja. E é claro continuaremos o estudo da cultura e da língua. Adilton - A nossa família está ausente do trabalho Gavião-RO, por estarmos num período de férias e divulgação para visitarmos os nossos parentes e igrejas mantenedoras prestando relatório do trabalho entre os Gavião. Adilton Furtado Campos Missionário da MNTB, Membro da Igreja Evangélica Independente de Águas Belas - PE

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BIOGRAFIA

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PERFIL DE UMA PESSOA QUE ADMIRO

Cora Katrine Taylor

C

ora Katrine Taylor nasceu em 1915 em Dakota do Sul – EUA. Morava numa pequena fazenda na companhia de seus pais, dois irmãos e seis irmãs. Seus pais eram luteranos, foi batizada duas semanas após seu nascimento e foi ensinada que já era salva. Ela viveu confusa muitos anos, mas aos 19 anos creu em Jesus. A partir daquele dia, D.Cora, como carinhosamente é chamada, se importava com as coisas espirituais e com a vida das pessoas. Sentia que precisava fazer algo. Um dia, ela pediu à sua amiga Berenice para ajudá-la a conduzir pessoas a Cristo. Juntas, decidiram alugar um salão para dar início a um trabalho. Colocaram aviso convidando pessoas para ouvir a Palavra de Deus. Precisavam de alguém para ajudá-las na pregação da Palavra. Berenice escreveu para algumas Escolas Bíblicas expondo a necessidade de um seminarista para ajudá-las. Ele deveria viver pela fé, pois elas não tinham como sustentá-lo. Podem imaginar quem aceitou o convite para iniciar esse trabalho? Carlos Taylor, um jovem que tinha compromisso com Deus e queria viver pela fé. D. Cora dava testemunho e ajudava nos cânticos. Também

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saíam nas ruas evangelizando. Atualmente, há uma Missão, fruto desse trabalho (Union Gospel Mission). Não preciso nem dizer que os dois jovens começaram a trocar olhares e o amor foi brotando entre eles. Sr. Carlos foi convidado para iniciar uma igreja no Alaska. Antes de viajar para o Alaska, Sr. Carlos pediu D. Cora em casamento, mas ela só foi seis meses depois. D. Cora chegou no Alaska no dia 25 de dezembro de 1940 e no mesmo dia casou-se com Sr. Carlos. No Alaska, ficaram cerca de dois anos e meio. Lá nasceu a primeira filha, Carolina. Foi um lugar que D. Cora mais gostou e com seu esposo fizeram um ótimo trabalho. Atualmente há uma igreja, e um Instituto Bíblico que funciona à noite. Saíram do Alaska devido a problemas de saúde de Sr. Carlos Taylor. Retornando para os EUA, ele iniciou uma igreja no Estado do Arizona e depois pastoreou uma igreja na Califórnia. Continuaram buscando a direção de Deus para um ministério em outro país, e assim ouviram falar da Missão Novas Tribos, através de um amigo e da missionária Sofia Müller. A Missão Novas Tribos aceitou o casal como membros e então fizeram um curto treinamento na Califórnia. Naquela época, a Missão sentiu o desejo de iniciar o trabalho no Brasil e precisava de um líder. O casal sentiu a direção de Deus e no dia 1º de agosto de 1949 chegou ao Brasil, em Belém do Pará, juntamente com outros missionários. Já tinham os três filhos: Carolina, Beth e Calvino. Hudson nasceu no Brasil. Ao chegar eles não sabiam

nada da língua portuguesa. Sr. Carlos e os demais missionários faziam sondagens nas tribos. E l e estava sempre viajando para o Rio de Janeiro (na época, capital do Brasil) para pedir ao governo permissão para o trabalho indígena. D. Cora não viajava junto com o esposo, mas estava sempre em contato com as pessoas para aprender a língua portuguesa e conhecer melhor a cultura brasileira. Enquanto não sabia a língua, usava um toca discos manual com mensagens do plano de salvação e distribuía folhetos. Seus filhos sempre estavam com ela ajudando no trabalho. Por volta de 1951 foram para Goiânia, GO. Enquanto Sr. Carlos viajava D. Cora, com seus filhos, ia para uma vila longe de sua casa para cuidar da saúde das pessoas e falar do evangelho. Ela também sempre estava disposta a receber pessoas em sua casa. Oferecia hospedagem, comida, dava aconselhamento e evangelizava. Em 1954 foram para São Paulo. Nessa época já falavam o português e D. Cora não perdia as oportunidades para pregar o evangelho. O Sr. Carlos ensinava num Instituto Bíblico e desafiava pessoas para a obra indígena. Em 1956 o Instituto Bíblico Peniel (Jacutinga - MG) foi organizado e em 1959 à família foi morar ali a fim de ajudar no preparo de obreiros. Nos finais de semana sempre viajavam para as igrejas desafiando vidas para a obra missionária. Moraram em Peniel por 10 anos. A partir de 1970 até 1989 trabalharam integralmente como Representantes da Missão Novas Tribos. D. Cora era uma esposa muito ativa.

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BIOGRAFIA Em 1989, seu esposo sofreu um acidente de carro, no qual veio a falecer, juntamente com uma neta muito querida. D. Cora sofreu bastante com estas separações. Mesmo depois da morte do seu querido esposo, ela continuou o seu trabalho. Não viajava muito. Na sua casa em Jacutinga, costumava receber muitas crianças, ocasião em que contava as histórias bíblicas e mostrava o caminho da salvação para os pequenos. Uma palavra que marca sua vida é a oração. Através da

oração, esta preciosa senhora vai a lugares onde seus pés não podem ir. E continua com o mesmo desejo ardente de levar pessoas a Cristo. Atualmente com 94 anos, mora numa casa no mesmo terreno onde sua filha e genro moram (Daniel e Beth Templeton). Nos últimos meses tem lutado com saúde, devido a uma queda, mas está bem animada no Senhor. Às vezes não se lembra de muitas coisas, pois sua mente já está falhando, mas algo que nunca esquece, pois está gravado em sua

vida é a bondade de Deus durante todos esses anos. “Minha maior alegria em vida é ver meus quatro filhos salvos e terem se casado com cônjuges que Deus preparou para eles e ainda ver os oito satisfeitos em serem missionários. “ – diz D. Cora. Dulcinéia Sampaio, missionária da MNTB, professora de português e parte da liderança do Instituto Bíblico Peniel, Jacutinga - MG.

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Crianças entrando na simulação de uma casa Indígena

Miss. Dilma e Guilherma ensinando cântico na língua Krahô Missão Novas Tribos do Brasil

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Marcos e Guilherma Krahô

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Escola Adonai, Anápolis - GO

No dia 19 de abril é comemorado o Dia do Índio. Pelo menos há um dia em que eles são lembrados pelo que são e lhes dão um lugar de honra e destaque. Quem dera fosse assim nos outros dias também! Em Anápolis, na sede da MNTB, entre os dias 14 a 17 de abril foi promovida a Semana Cultural Indígena. Recebemos um número de 1.700 visitantes. Alunos e educadores das escolas de ensino básico foram recebidos e conscientizados sobre a vida dos indígenas no Brasil. Este evento contou com a presença de uma família indígena Krahô. Marcos, Guilherma e os filhos que vive em Tocantins. Agradecemos muito a vinda desta família Krahô e a disposição para atender todas as crianças. Para receberem maior atenção, as turmas vieram em grupo de 150 crianças num período de uma hora para cada turma. Foi lindo presenciar as crianças vendo e ouvindo o casal de Krahô. Escutavam atenciosamente as suas explicações sobre o modo de viver da sua etnia, prestavam atenção nos seus cânticos e depois conheceram um pouco dos artesanatos em exposição e experimentaram um delicioso caldo de peixe, beiju, mingau de banana e suco de cupuaçu. Foi um período de aprendizado e de derrubar preconceitos. Agradecemos também a missionária Dilma que os acompanhou e teve grande participação juntamente com eles naquele evento cultural.

Guilherma e os filhos

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Dia do Índio

Alunos e professora de uma escola

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EXPERIÊNCIA MISSIONÁRIA O que Deus está fazendo através da MNTB no Brasil Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. Mat.5.6 ... até as terras do mar mais remotas, que jamais ouviram falar de mim, nem viram a minha glória; eles anunciarão entre as nações a minha glória. Is. 66.19b Queridos Irmãos em Cristo Jesus,

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Há alguns dias, um grupo de índios zoró nos chamou para participarmos de um culto de louvor que seria realizado na casa de alojamento deles, na cidade de Ji-Paraná – RO. Fui com Barney, nosso colega que é membro da equipe de missionários aos zoró. Chegamos ali às l9 horas. Não demorou para o salão encher de gente: adultos, jovens e crianças. A maioria se acomodava no chão por haver ali poucos bancos. Segundo o seu costume, abriram a reunião com cânticos. Mas cantaram muito mesmo, talvez por uma hora, acompanhados apenas por um violão. Entoavam cânticos de louvor na língua zoró, gavião, e depois começaram a cantar numa língua que eu não conhecia. Perguntei a um dos caciques que língua era aquela, e me respondeu que era suruí. A terra dos suruí fica próxima à dos zoró. Antigamente eram inimigos, mas agora tem uma Igreja no meio deles também, e no mês passado eles organizaram um intercâmbio com os zoró e gavião crentes. Fiquei impressionado com a facilidade que estes jovens têm de aprender durante os poucos dias que estiveram no encontro. Ainda mais considerando que as duas línguas são bem diferentes. O último hino cantaram a metade em surui e depois a tradução em português. E sem falar das suas harmoniosas melodias, todos bem afinados; um dom natural devido ao fato de sua língua ser tonal. Seus ouvidos são acostumados a discernir a mínima alteração de tom. Eles até comunicam entre si através de assobios, pois os diferentes tons para eles representam sentido. Em seguida pediram para eu trazer uma palavra, e, como ponto de partida, citei a mensagem do último cântico; somos irmãos no Senhor. Falei da nossa filiação do Pai por causa de Jesus e da sua morte na cruz. E somos também irmãos de Jesus, e, portanto uns dos outros. “O Filho de Deus se tornou o filho homem, para que os filhos dos homens pudessem se tornar filhos de Deus.” Finalizei lendo a passagem em Lucas, traduzido na língua gavião, sobre o filho pródigo. Mesmo quando erramos Deus sempre nos aceita na condição de filhos, e está sempre de braços abertos para nos perdoar. A seguir, um dos irmãos zoró tomou a palavra e passou a repetir, no dialeto dele, tudo o que falei. E para reforçar ainda mais o assunto, outro jovem gavião explicou com mais detalhes o mesmo ensino. Alguns fizeram perguntas e expressaram dúvidas, mas tudo foi esclarecido. Durante os ensinos ou pregações, qualquer pessoa tem a liberdade de participar, comentando ou pedindo esclarecimento, tipo “Mesa Redonda”. Voltei para casa profundamente tocado e abençoado, pois acabara de assistir um culto único e típico de Cultura de Louvor, e principalmente pelo desejo que essa nova Igreja demonstra de crescer na Fé e conhecer mais a Jesus e sua Palavra. As palavras do Senhor Jesus vieram à minha mente: “ Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.” Mat. 5:06 Tenho certeza que este testemunho do que Deus está fazendo no meio destes povos, também vai tocar a abençoar os seus corações. Muito obrigado a todos que têm nos apoiado neste trabalho. Trecho extraído de uma carta enviada pelos missionários. Missionários Donaldo e Dalvani Austin - Gavião - RO

VOCÊ SABIA?

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Segundo dados do Summer Institute of Linguistics da Universidade do Texas, EUA, há 6.703 línguas no mundo. Desse total, 33% encontram-se na Ásia (2.165), 30% na África (2.011), 19% na Oceania (1.302), 15% na América (1.000) e 3% na Europa (225). Há ainda os dialetos, estimados entre 7 mil e 8 mil. Segundo dados do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), além do português, são faladas no Brasil cerca de 210 línguas, sendo 190 indígenas e cerca de 20 provenientes de imigração.

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Há mais de 40 anos o Instituto Missionário Shekinah, localizado no município de Nova Alvorada do Sul, Estado do Mato Grosso do Sul, prepara candidatos à obra transcultural, municiando-os com recursos missiológicos, liguísticos e práticos, imprescindíveis à realização de um ministério junto a povos não alcançados. Desde que transferimos o curso linguístico, anteriormente ministrado no Instituto Ebenézer, no Município de Vianópolis,GO, para Shekinah, tornouse necessária a edificação de mais casas para professores e alunos.

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Projeto Shekinah

O Projeto envolve a construção de: 04 casas para alunos ............... R$.30.000,00 02 casas para professores....... R$.20.000,00 Custo total ............................ R$.50.000,00 Devido aos poucos recursos isto tem acontecido tão lentamente que houve caso de recusa de candidatos por falta de moradias. Diante da grande necessidade dos campos missionários e a escassez de obreiros, aflige nossos corações rejeitar àqueles que Deus tem levantado nas igrejas para a obra transcultural. Portanto, estamos convocando a todos que amam a Deus e a obra missionária entre os indígenas. Juntem-se a nós. Orem, divulguem, contribuam para que o projeto de construção em Shekinah acelere e seja concluído. por Jadir Siqueira

Conferência Missionária no Instituto Bíblico Peniel FOTO ARQUIVO MNTB

Notícias da ação do Senhor durante esta conferência anunciada no nº anterior desta revista. “O meu compromisso com missões indígenas” foi o tema da conferência missionária realizada entre os dias 15 a 17 de maio, no Instituto Bíblico Peniel. Houve um número expressivo de participantes, na abertura 120 pessoas entre alunos, líderes e acampantes e já no sábado este número chegou a 175. Os alunos de Peniel trabalharam muito na organização, na cozinha, colocando em prática as lições aprendidas em sala de aula, abençoando a todos. “A pregação da Palavra tocou profundamente os corações”, disse um dos Peça Clamor de Batum líderes do Instituto, Valdir Vasconcelos. Como preletores falaram: Pr. Manzaila Antonio, pastor angolano Pr. Edward Gomes da Luz, presidente da Missão Novas Tribos do Brasil A presença e mensagem desses irmãos desafiaram vidas e alegraram os corações dos presentes em ver como Deus usa pessoas, que são fruto do ministério do Instituto Bíblico Peniel, são ex-alunos. O desafio comovente da peça “O clamor de Batum” apresentada por um grupo de alunos, que conta um fato ocorrido na tribo Bisório em Papua Nova Guiné, impactou os presentes, pois é impossível ficar indiferente à obra de Deus, depois de ver o que aconteceu. O coral de alunos de Peniel apresentou o recintal “O chamado”, sob a regência do Pr. Elizeu Pedro, missionário da Missão Novas Tribos do Brasil. Nesse período 13 pessoas entregaram suas vidas para servir ao Senhor, outras renovaram seu ardor pela obra e ainda outros testemunharam do compromisso feito de orar pela obra missionária entre os povos tribais. O desafio fica também para você: Os povos que nunca ouviram o evangelho precisam da mensagem de salvação, precisam de Jesus, e a pergunta ecoa: Qual será o seu compromisso com Missões Indígenas? Se a sua resposta for: “Eu quero ir”, o Instituto Bíblico Peniel está à disposição para lhe oferecer o preparo. Contato: Caixa Postal 29 ou ibpeniel@ibpeniel.org.br 37590-000 Jacutinga - MG


Quer saber o que é fazer Missões ao Extremo? Você que é jovem ou você que ainda se sente jovem venha participar do

s n e v o J a r a p o i r á n o i s s i M o t n e pam

Acam

No Instituto Bíblico Peniel, em Jacutinga – MG Data: 10 a 12 de outubro de 2009. Valor: R$ 80,00 (30,00 no ato da inscrição e o restante no dia) Equipantes terão desconto. Maiores informações no site: www.ibpeniel.org.br ou pelo telefone: (35) 34433073 Vagas limitadas.

Um grande desafio espera por você!!!

Congresso Regional do CONPLEI 11 a 14 de Julho de 2009 “Um Movimento da terceira Onda Missionária”

E-mails: conpleinorte@hotmail.com e pr.paulojocum@hotmail.com

Acesse:

www.conplei.org

Inscrições/Informações: Pr. Paulo Nunes Contatos: (92) 9121-2239 / 8138-1997

“Em cada povo uma Igreja Evangélica Genuinamente Indígena” Local: Comunidade de AREAL (Reserva dos Baniwas) Município de Santa Isabel do Rio Negro - Amazonas

“Ore, Contribua, Participe e Divulgue”


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