Agenda Cultural DDC - Setembro e Outubro/2019

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AGENDA C U LT U R A L

Setembro Outubro 2019


HOMENAGEM

P R Ê M I O C E N T R O C U LT U R A L OUTUBRO

Minha geração aprendeu a admirar o Luis Fernando Verissimo pela qualidade do seu texto, que um amigo uma vez comparou aos dribles do Garrincha: a gente sabe pra onde ele vai, e pensa que sabe como, mas quando vê está sentado no chão, e ele com a bola. Todo mundo acha que consegue fazer igual, e por isso a internet e o mundo real estão cheios de falsos verissimos e falsos ponteiros direitos, cujo principal mérito é validar seus modelos originais. Verissimo é admirável também por seus personagens inesquecíveis, por seus temas e seu talento de cronista, sua capacidade de estar sempre antenado com a conjuntura; por sua cultura e conhecimento de mundo, indissociáveis de sua ligação com Porto Alegre. Ser colorado, no caso, é um bônus; nem precisava. Aos poucos, junto com as novas gerações, fomos descobrindo que havia muito mais pra admirar no Verissimo: a ironia que não se confunde com sarcasmo, o rir-com-o-outro sempre acima do rir-do-outro, no limite o rir-de-si-mesmo; e por trás de tudo, claro, o humanismo generoso e solidário de quem sabe que os tempos podem ser distópicos, mas que a utopia, como ensinou Galeano, sempre serve para seguir andando. Giba Assis Brasil, montador e professor de cinema.

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O Centro Cultural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul foi inaugurado em agosto de 2018 com o objetivo de preservar e valorizar as práticas culturais e artísticas nas suas mais diversificadas manifestações. Desde então, vem se dedicando a oferecer programações que promovam a circulação de conhecimentos e o debate de ideias em um movimento constante de interação com a comunidade gaúcha. É nessa perspectiva que o Centro Cultural da UFRGS cria o Prêmio Centro Cultural, uma homenagem anual para personalidades que contribuem, de modo significativo, para a difusão da cultura e arte. O prêmio deste ano será outorgado ao escritor e cronista Luis Fenando Verissimo no dia 29 de outubro, às 19h, em uma cerimônia que contemplará leituras de textos escritos ao longo de sua trajetória, selecionados por Giba Assis Brasil, e apresentações musicais. Participam do encontro artistas como Anderson Vieira, Ilana Kaplan, Jorge Furtado e Mirna Spritzer; Claudio Levitan e Fernando Corona e Luiz Fernando Rocha e Ras Vicente.

PRÊMIO CENTRO CULTURAL Data: 29 de outubro, terça-feira, às 19h Local: Centro Cultural da UFRGS


Fotografia: Maciel Goelzer

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UFRGS 85 ANOS

Fotografia: Luiz Carlos Felizardo

E XPOSIÇÃO LUIZ CARLOS FELIZ ARDO OUTUBRO

O renomado fotógrafo Luiz Carlos Felizardo retorna à UFRGS em outubro para mais uma exposição. A realização é uma parceria com o Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul - MAC RS, através da cedência de parte do acervo de fotografias emolduradas que serão expostas no Centro Cultural. A curadoria é de Alexandre Santos. Felizardo dedica-se à fotografia há mais de 40 anos. Formou-se em Arquitetura pela UFRGS em 1972 e passou a dedicar-se à fotografia. Integrou diversas mostras coletivas e individuais no Brasil, América Latina Estados Unidos e Europa, e sua obra compõe coleções em diversos países. Também faz parte do grupo de 18 fotógrafos brasileiros que tiveram suas obras adquiridas para o acervo inicial da Coleção MASP/Pirelli de Fotografias. Além de fotógrafo é autor de dois livros, O Relógio de Ver e IMAGO.

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Em 2017, Felizardo foi homenageado pela UFRGS com a exposição O Percurso de um Olhar, exposta no pátio do Campus Centro, com 30 painéis que representavam sua trajetória.

EXPOSIÇÃO LUIZ CARLOS FELIZARDO Data: A partir de outubro Horário: de segunda a sexta, das 08h às 18h Local: Centro Cultural da UFRGS


P E R C U R S O D O A R T I S TA SETEMBRO

Inéditos de Teresa Poester na Sala Fahrion Teresa Poester (Bagé, 1954) é a próxima convidada do projeto Percurso do Artista, promovido pelo Departamento de Difusão Cultural da UFRGS, com curadoria de Eduardo Veras, professor do Instituto de Artes da UFRGS. A exposição, na Sala Fahrion, no prédio da Reitoria, apresentará apenas trabalhos inéditos, concebidos especialmente para a mostra. Ao mesmo tempo, deve funcionar como uma espécie de apanhado do trabalho da artista ao longo dos últimos dois anos. Desde que se aposentou como professora do Instituto de Artes da universidade, no início de 2018, ela está morando na França, país em que já havia cursado o doutorado (na Universidade de Paris I, Sorbonne) e o pósdoutorado (na Université de Picardie Jules Verne, onde também foi professora de desenho). Nesse período, sua produção desdobrou-se de modo profícuo e foi exibida em galerias parisienses. Reconhecida pela trajetória como pintora e desenhista, Teresa vem explorando nuances mais experimentais do desenho e do gesto de desenhar, fundindo essa linguagem com outras possibilidades estéticas, como gravura, fotografia e impressão digital, realizando ações performativas e dedicando-se à videoperformance e, mais recentemente, a um tipo peculiar de videoanimação.

Fotografia: Acervo Pessoal de Teresa Poester

Teresa Poester – O Percurso do Artista exibirá duas séries de grandes dimensões, construídas parte no ateliê de Eragny-sur-Epte, na Normandia, parte em Porto Alegre, combinando lápis de cor e pigmento, em um emaranhado de forte gestualidade. A mostra também vai incluir vídeos experimentais desenvolvidos em parceria com os músicos Wagner Cunha, no Brasil, e Januibe Tejera, na França. Para o pergolado que acompanha a Sala Fahrion, Teresa planeja um desenho a ser elaborado de maneira colaborativa, com canetas esferográficas. Além de exposições no Brasil e na França, Teresa já realizou individuais na Argentina, na Espanha e na Bélgica.

PERCURSO DO ARTISTA | TERESA POESTER Data: 30 de setembro a maio de 2020 Horário: de segunda a sexta, das 08h às 18h Local: Sala João Fahrion - Reitoria UFRGS

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UFRGS 85 ANOS

P E R C U R S O D O A R T I S TA Teresa Poester reflete sobre Percurso do Artista: “um encerramento como professora, mas não como artista” Convidada para o próxima edição do projeto Percurso do Artista – organizado pelo Departamento de Difusão Cultural da UFRGS e interrompido desde 2014, a artista visual Teresa Poester vive atualmente em Éragny-sur-Epte, a cerca de 70 km de distância de Paris e antigo lar do famoso pintor impressionista Camille Pissarro (1830-1903). Professora aposentada do Instituto de Artes da UFRGS, Teresa trabalha desde a mudança em definitivo para a França com ferramentas tecnológicas, como programas de edição de vídeo e fotos. Em conversa com a equipe do DDC-UFRGS, a agora artista multimídia explica que utilizará elementos em vermelho na exposição que homenageará a sua trajetória de décadas de carreira de 30 de setembro a maio de 2020 na Sala João Fahrion, no 2º andar do prédio da Reitoria da UFRGS. Teresa Poester vai montar obras especialmente para o Percurso do Artista com tons desenhados com lápis de cor sobre papel e traços com canetas esferográficas. Confira: O que você poderia falar sobre o projeto Percurso do Artista? Quão importante é o projeto voltar após cinco anos desde a última edição? Eu conheço bastante o projeto porque fui professora do Instituto de Artes durante todo meu percurso de professora aqui na UFRGS e acompanhei os meus colegas que já participaram. O último foi o artista visual [Luiz] Gonzaga, que já estava aposentado há algum tempo. Agora, é a minha vez, já que me aposentei no ano passado. Então para mim é como se fosse um encerramento de um percurso de professor, não um encerramento de um percurso de artista. Essa era justamente uma questão que tínhamos… O que você vai mostrar na exposição? Será feita alguma retrospectiva de trabalhos antigos? Nós [o curador da exposição, Eduardo Veras, e eu] optamos por apresentar o trabalho que fiz na França nesses últimos dois anos desde que me aposentei. Tem também alguma coisa de vídeo que comecei em 2017, mas que nunca foi mostrado. Então, basicamente, a maior parte do trabalho foi feito lá na França, em Éragny-sur-

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Epte, onde eu moro e tenho um ateliê. Fica a uma hora de Paris, é uma cidade no campo, na região dos impressionistas, perto da Normandia. Estou montando uma exposição especificamente para esse Percurso do Artista na Sala Fahrion (2º andar da prédio da Reitoria da UFRGS). Nela, utilizarei elementos diversos, mas como base a cor vermelha. Como a mudança de um ambiente urbano como Porto Alegre para uma cidade rural e bucólica como Éragny-sur-Epte afetou o seu trabalho como artista? Realmente mudou muito meu trabalho depois que comecei a viver neste lugar. Faz vinte anos que eu vivo entre lá e aqui, então não é algo recente, mas quando comecei a ir… aquele espaço entrou em mim. Meu trabalho se tornou mais ligado à natureza, e através dessa paisagem natural ele também acabou se tornando mais abstrato. Você falou que tem trabalhado com vídeos. Qual é a inserção das tecnologias neste trabalho que será apresentado na Sala Fahrion? Bom, há muito tempo eu trabalho com desenho, desenho puro, lápis, papel e materiais básicos do desenho como caneta, lápis de cor e grafite. Eu faço um tipo de desenho que não é de contorno… é de campos e texturas. Muitas vezes, eu misturo o desenho com outras linguagens, como, por exemplo, impressão, gravura, manipulação digital no computador, fotografia e vídeo. Trabalho muito com vídeo e desenho de ação. Aqui na universidade, eu formei em 2011 um grupo que se chama Atelier D43 e que continua até hoje. Nós inauguramos aquele projeto do Centro Cultural do quadro negro [projeto Grafite de Giz]. Na época, eu estava longe, então participei com os alunos à distância e eles foram projetando e iam trabalhando em cima. Alguns destes desenhos que fiz à distância foram projetados e eles [equipe do Atelier D43] iam trabalhando em cima disso. Enfim, tenho esse trabalho coletivo e o individual. Tenho também um mais recente que vou mostrar aqui – de vídeo animação. É uma animação dos meus desenhos, mas de uma forma experimental. Não é uma animação com as técnicas tradicionais. Meu trabalho é muito experimental. Eu não sei o que vai acontecer. Eu experimento, experimento,


experimento e acabo descobrindo caminhos. E como é esse processo de animação? Eu uso vários aplicativos. Uso o [Adobe] Premiere, o Photoshop, o After Effects, mas eu não desenho com o computador. Eu uso meus próprios desenhos e retrabalho. Vou descobrindo maneiras de fazer algo que acho interessante. Não gosto muito das coisas que sejam só tecnológicas, acho muito frio. Gosto de misturar. Teve, por exemplo, um vídeo que eu fiz que demorou dois anos até encontrar o jeito para fazer. Trabalho também com músicos. Na exposição vou mostrar dois vídeos com dois músicos que considero excelentes. Um deles é o Wagner Cunha, que é daqui e vai fazer uma performance no dia da abertura. O outro é francobrasileiro, o Januíbe Tejera, que tem um trabalho bem interessante e experimental.

PERCURSO DO ARTISTA | TERESA POESTER Data: 30 de setembro a maio de 2020 Horário: de segunda a sexta, das 08h às 18h Local: Sala João Fahrion - Reitoria UFRGS

Entrevista realizada por João Vitor C. Novoa, coordenador de comunicação do DDC.

Fotografia: Acervo Pessoal de Teresa Poester

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O C UPA Ç Ã O X I C O S T O C K INGER OUTUBRO “É preciso pensar muito, não propriamente para executar a obra, mas pensar o que você vai fazer, como você vai fazer e por que você vai fazer. Quer dizer, tem que ter sempre uma intenção. Sem intenção, é difícil fazer.” Xico Stockinger No mês de outubro a Universidade Federal do Rio Grande do Sul se engaja nas comemorações do Estado do RGS fazendo a sua homenagem a Xico Stockinger. O Instituto Estadual de Artes Visuais, ao lançar o selo comemorativo aos 100 anos do artista, acaba por fazer um chamamento a todos que admiram e respeitam a sua obra; assim, a UFRGS atende ao chamado e engaja muitas pessoas em seus equipamentos culturais com diferentes formas de homenageá-lo. No Centro Cultural reuniremos esculturas, fotografias e narrativas. Ao percorrer os espaços do Centro Cultural, Stockinger estará presente convivendo com os visitantes. As esculturas que integram o percurso foram cedidas por Francisco Stockinger, que abriu seu acervo pessoal para ser compartilhado com a Universidade e com a cidade; os professores Luiz Eduardo Robinson Achutti e Eduardo Vieira da Cunha também participam. Achutti realiza um recorte das fotos que integraram a exposição e o livro “A matéria encantada – Xico Stockinger por Achutti”, em 2008. As fotos capturadas no atelier do artista estarão dialogando com as esculturas. Eduardo Vieira da Cunha compartilhará com todos os convidados um percurso pelos espaços narrando sua relação com as esculturas e com Xico. A Sala Redenção se une com o documentário “Xico Stockinger”, do diretor Frederico Medina, exibindo-o em duas sessões. A homenagem da UFRGS é marcada por afetos do filho que compartilha seu acervo; por Achutti, que exibe os momentos captados no

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processo criativo e por Eduardo Vieira da Cunha compartilhando através de seu relato a admiração pelo artista, mas sobretudo enfatizando as obras que ocupam o Centro Cultural para que todos sintam e apreciem a força e a sensibilidade em cada uma das formas escolhidas pela UFRGS para celebrar o trabalho e a vida de Stockinger. Claudia Boettcher, Diretora do DDC

Ocupação Xico Stockinger: Esculturas Stockinger Conversa Eduardo Vieira da Cunha Exposição Stockinger por Achutti Exibição do Documentário “Xico Stockinger”

OCUPAÇÃO XICO STOCKINGER Data: 21 de outubro (segunda), às 19h Local: Centro Cultural da UFRGS Local: Sala Redenção - Cinema Universitário


Fotografia: Luiz Eduardo Achutti

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E XPOSIÇÃO CRÍTICOS E CUR ADORES OUTUBRO

Artistas, Historiadores e Críticos: Uma Perspectiva a Partir do Acervo da Pinacoteca Barão de Santo Ângelo Tendo por missão “conservar, restaurar, ampliar e divulgar o patrimônio artístico e documental do Instituto de Artes da UFRGS”, a Pinacoteca Barão de Santo Ângelo, em estreita associação com o Departamento de Difusão Cultural da UFRGS, apresenta o resultado da associação de profissionais de instituições internacionais e nacionais, com vistas ao conhecimento e estudo da coleção de arte na UFRGS. O projeto tem ênfase na produção plástica, privilegiando o olhar sobre as relações da produção e de seus autores com o campo das artes, com especial destaque para o Rio Grande do Sul, tanto pelos artistas escolhidos quanto pelo papel que esses artistas e suas obras desempenharam na consolidação do campo das artes no Estado. Isso nos remete para o ano de 2014, momento em que o projeto de difusão do acervo do Instituto de Artes integrou as ações dos 80 anos. Naquele momento a proposta era a de criar formas de difusão do acervo da Pinacoteca Barão de Santo Ângelo. A parceria com o Instituto de Artes resultou em uma exposição dividida em um primeiro módulo – pintura e escultura – exposta no Salão de Festas e um segundo módulo – gravuras e fotografias – vista no Museu da UFRGS. Para que as ações fossem realizadas, vários movimentos foram desencadeados, sendo que o começo foi o da curadoria, que fez a escolha das obras e, a partir daí, as ações de higienização e restauro das peças indicadas, os projetos de museografia e sinalização e, finalmente, após meses de trabalho, a exposição, a publicação do catálogo e a efetiva difusão do acervo artístico do Instituto de Artes. Agora, como parte integrante de um projeto cujo principal objetivo é articular os interesses dos pesquisadores convidados e sua relação com os objetos de pesquisa — as obras pertencentes à Pinacoteca —, a presente exposição apresenta uma seleção de obras indicadas por insignes pesquisadores, majoritariamente pertencentes a quadros de profissionais de instituições fora dos limites da UFRGS. A exposição tem a indicação das obras efetuada pela professora e historiadora Ana Lucia Araújo, da Howard University (Washington, EUA), o

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crítico de arte e diretor de estudos Jacques Leenhardt, da EHESS (École des Hautes Études en Sciences Sociales — Paris, França), o artista visual, crítico de arte e curador independente Rolf Külz Mackenzie, da Freie Universität (Berlim, Alemanha). Dentre os atuantes no Brasil, conta com o crítico de arte Teixeira Coelho, professor titular da USP, a professora emérita e historiadora Sônia Gomes Pereira, da UFRJ, a professora e crítica de arte Neiva Maria Fonseca Bohns, da UFPel e, completando o grupo, a professora e crítica de arte Icléia Borsa Cattani, do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFRGS. Esta exposição apresenta obras de artistas (ou grupo de artistas)que foram objetos de estudos desenvolvidos pelos autores citados, com vistas à publicação de um volume de ensaiosque teve como objeto a coleção da Pinacoteca Barão de Santo Ângelo. Essa é uma instituição que, conforme já amplamente demonstrado em pesquisas acadêmicas e publicações, tem grande importância no universo das coleções universitárias de arte do paíspor sua representatividade nominal, assim como pela excelência das obras inscritas em seu inventário. O presente projeto curatorial, promovido pelos curadores convidados, apresenta parte da multiplicidade de investigações em linguagens, formas, suportes, materiais, temáticas e processos que revelam o dinamismo da produção plástica nacional e local, ultrapassando os estreitos limites da ortodoxia formal e da temática, gerando interrogações e propondo problemas que constituem parte de suas poéticas. A obra de Carlos Pasquetti, Carlos Scliar, Elida Tessler, Maria Lidia Magliani, Regina Silveira e Wilson Tibério, como muitas outras, é exemplar na expressão das particularidades de seus autores e abre possibilidades de novas formulações teórico/conceituais. São obras e artistasque tem como característica distintiva a excelência e a ênfase nos problemas da sua contemporaneidade, alinhadas, na medida do possível, com as manifestações das vanguardas, mas sempre demonstrando, de modo enfático, o domínio das técnicas e dos modos de operar


adequados aos projetos individuais, assim como uma preocupação constante com os resultados a serem alcançados na boa articulação entre forma e conteúdo. Por fim, considera-se que a presente exposição, e os estudos decorrentes dela, elucidarão relações inéditas entre as obras, seus autores e o sistema na qual foram produzidas, justificando plenamente a missão de uma coleção universitária, de seu acervo e dos seus agentes.

ARTISTAS, HISTORIADORES E CRÍTICOS: UMA PERSPECTIVA A PARTIR DO ACERVO DA PINACOTECA BARÃO DE SANTO ÂNGELO Data: A partir de outubro Local: Salão de Festas - Reitoria da UFRGS

Paulo Gomes, Professor do Instituto de Artes da UFRGS

FAHRION, João Auto-retrato

TIBÉRIO, Wilson Auto-retrato

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Fotografia: Yihang Xu

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E X P OSIÇÃO PROJE TO CA LÇA DA S: P OR TO A LEGRE – BEI JING OUTUBRO

Olhando por onde se anda, em Porto Alegre e Beijing Ao olhar por onde andamos, nem sempre olhamos por onde andamos... Mais do que um jogo de palavras, esta afirmação nos faz compreender que nosso olhar nem sempre é observador a ponto de perceber a riqueza visual que está ao nosso redor, muitas vezes “escondida” em locais inusitados como calçadas. Embora em um primeiro momento a maioria das calçadas de Porto Alegre ou Beijing, ou de outras cidades brasileiras e chinesas, possa ser considerada como desprovida de maiores atributos estéticos – sobretudo se comparadas a calçadas icônicas de cidades como Rio de janeiro ou Lisboa –, um olhar mais atento consegue perceber que existe uma infinidade de padrões geométricos, cores, formas, brilhos e texturas “escondidos” nas calçadas dessas cidades, sem que sejam motivo de registro ou documentação sistemática e analítica. Ao mesmo tempo, a utilização das calçadas por parte dos usuários/ pedestres também se revela como portadora de atributos estéticos relevantes, pois o deslocamento das pessoas sobe os pavimentos é um momento altamente cambiante e fugaz, cujo registro fotográfico consegue tornar perene e passível de contemplação. Neste contexto, a fotografia mostra sua capacidade de ser um recurso que pode contribuir para o desenvolvimento de um olhar sensível às coisas do cotidiano, além de incentivar a conscientização sobre a necessidade de documentar, preservar e conservar este importante elemento do mobiliário e desenho urbano. Mostra, igualmente, que elementos do cotidiano, por mais banais que sejam, podem ser elevados à condição de referência quando observados e registrados com um olhar atento, apresentando novas visualidades ao observador, normalmente não habituado a olhar por onde anda... Pode também ser relacionado com uma cidade onde seus habitantes circulam sobre estes pavimentos, salientando as possibilidades estéticas potencialmente ricas em significados desta interação silenciosa, raramente percebida ou registrada. As fotografias apresentadas na exposição Projeto calçadas: Porto Alegre – Beijing, foram produzidas por estudantes dos cursos de Arquitetura da UFRGS e de Design da CUC, e procuram demonstrar a diversidade das estratégias visuais possíveis para se registrar algo relativamente banal como pisos e pavimentos. São registros de olhares objetivos e subjetivos e, por isso, de uma sutileza que frequentemente foge do olhar desatento, mas ricos de informações e provocações para

diversas áreas do conhecimento, como desenho urbano, arquitetura, design de produto, design gráfico, design de superfícies, fotografia. E porque não, para o puro prazer estético visual? Sombras, texturas, brilhos, cores e materiais são aqui apresentados com a intenção de retirá-los de seu contexto e elevá-los à condição de obra autônoma, com atributos que as tornam relevantes do ponto de vista estético. Muito além de um simples registro fotográfico, estas imagens têm como ambição desenvolver e aprimorar um olhar sensível, subjetivo, criativo, comparativo, crítico e provocativo para o que costuma estar debaixo de nossos pés, para onde nem sempre olhamos com cuidado. Relatos recolhidos por ocasião da edição do livro Olhe por onde você anda: calçadas de Porto Alegre (Cattani, 2007), permitem afirmar que a percepção deste detalhe do mobiliário urbano registrado em livro fez com que os leitores passassem a perceber seus trajetos cotidianos de uma maneira mais atenta, pois habituaram-se a perceber que a mais banal das superfícies pode conter padrões estético/formais expressivos, passando a ter outros significados e contribuindo para o desenvolvimento de um olhar mais sensível. A exposição permite que brasileiros e chineses possam fruir a beleza trivial que nos cerca, presente em coisas tão banais como calçadas. E o resultado não pode ser mais surpreendente: a diversidade e as qualidades estéticas das calçadas de ambas cidades – certamente pouco observadas por seus habitantes – demonstram não só a singularidade dos pontos de vista dos alunos brasileiros e chineses, como mostram um pequeno fragmento do universo multicolorido e multifacetado que está debaixo de nossos pés. Assim, esta exposição é dedicada aos distraídos e sonhadores, aos nostálgicos e apressados moradores de Porto Alegre e Beijing, que muitas vezes não têm olhos (ou mesmo tempo!) para perceber a beleza que pode se esconder nos mais cotidianos detalhes. Airton Cattani e César Vieira

EXPOSIÇÃO PROJETO CALÇADAS: PORTO ALEGRE - BEIJING Abertura: 01 de outubro, às 11h, no Centro Cultural Visitação: A partir de 02 de outubro, das 9h às 18h Local: Em frente a Faculdade de Educação da UFRGS

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MODOS DE FA ZER, CRIAR E VIVER

SEN T ID O S D O PÃ O Farinha, água e fogo; vivências, saberes e afetos. O projeto Os Sentidos do Pão é realizado mensalmente no Centro Cultural, desde maio deste ano. Seu objetivo é proporcionar a experiência coletiva dos processos de feitura do pão, em formato de oficina ministrada por convidados relacionados às temáticas específicas de cada encontro. Até agosto, foram realizados quatro encontros, contando com 14 oficineiros e mais de 160 participantes. A cada edição, a oficina atrai novos interessados que se reúnem em torno das mesas para compartilhar receitas, saberes e histórias. Desde a primeira edição, a oficina conta com um grande número de inscritos. São disponibilizadas 13 vagas por receita, para garantir a viabilidade

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da preparação dos pães, que são assados e compartilhados entre os integrantes da oficina. As receitas são escolhidas e disponibilizadas antecipadamente pelos oficineiros, para que sejam divulgadas aos interessados em participar. Mesmo seguindo o mesmo formato, a cada mês a oficina é uma experiência diferente, não apenas pelas receitas, mas pelas vivências dos participantes em cada etapa da atividade. Conhecer ingredientes, sentir as formas, moldar o pão. Seguir receitas, sem dispensar a criatividade para acrescentar e criar. Em mais três edições neste ano haverá a oportunidade de sentir e alimentar-se dos sentidos que produzem o pão.


Fotografia: Verônica Becker

PROGRAMAÇÃO 17/09 | Pão e Música - Bruce, Ananda, Cecília e Gabriela - Ângelo Rupp - Fátima Regina Farias 22/10 | Pão e Poesia - Mário Pirata - Camila Alexandrini - Mitt Mendonça

Confira as próximos edições: 19/11 | Pão e Cidade

PÃO E MÚSICA Data: 17 de setembro de 2019 Horário: terças, às 19h Local: Centro Cultural da UFRGS

PÃO E POESIA Data: 22 de outubro de 2019 Horário: terças, às 19h Local: Centro Cultural da UFRGS

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MODOS DE FA ZER, CRIAR E VIVER

DIA DA CRIANÇA

Há cinco edições, a UFRGS abre suas portas para que as crianças – filhos e filhas, irmãos e irmãs, sobrinhos e sobrinhas de membros da comunidade universitária – ocupem e se apropriem do espaço da universidade através da brincadeira, da arte, cultura e do esporte. Neste ano, o UFRGS Criança irá acontecer no Centro Cultural, um novo espaço-lugar construído para que diferentes formas de fazer, pensar e difundir arte sejam abraçadas. A edição deste ano reflete esta mudança de local em sua programação: serão oferecidas atividades artístico-culturais onde a ludicidade abra caminhos para a construção de uma expressividade criativa. Através de atividades como apresentações artísticas, oficinas de panificação, aquarela, dentre outras, as crianças ampliarão seu repertório cultural e lúdico e construirão uma vivência através da arte.

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As atividades serão propostas de uma forma que possibilite a cada um dos visitantes que construa seu próprio percurso frente à programação, incentivando a autonomia das crianças, que poderão buscar o que mais lhe interessarem. A programação ainda está em construção até o final de setembro. Participe do evento enviando ideias e sugestões. O UFRGS Criança de 2019 irá acontecer no dia 13 de outubro, domingo, no Centro Cultural da UFRGS (Rua Engº Luis Englert, 333), das 10h às 17h. Os ingressos serão distribuídos a partir do dia 30 de setembro. Traga seu pequeno e venha curtir um dia da criança cheio de arte, cultura e esporte!

DIA DAS CRIANÇAS NA UFRGS Data: 13 de outubro, domingo Horário: das 10h às 17h Local: Centro Cultural da UFRGS


ESPERANÇA DO MUNDO Coral

MOSTRA DE CINEMA Sala Redenção

PLANETAS Apresentação teatral

FEIRA DO LIVRO INFANTIL Editoras Piu e Projeto

SEXTA DEGRAU Show musical

QUEM QUER BRINCAR? Mediação de jogos e brincadeiras

LENDAS E CONTOS POPULARES DE GUIMARÃES ROSA Apresentação teatral FLAMENCO IMAGINÁRIO Teatro acessível TEATRO LAMBE-LAMBE A DAMA E O VAGABUNDO Peça de teatro | Salão de Atos | 16h

SLACKLINE Técnica e habilidade

AQUARELA OS SENTIDOS DO PÃO BISCUIT Produção de objetos diversos GRAFITTI DE RUA LOBOGAMES Resgate aos jogos abstratos de estratégia

ESPAÇO HEURÍSTICOS PARA BEBÊS Jogos, atividades e ambiente acolhedor

DESENHO Criando histórias

RODA DE LEITURA

BONECAS FEIAS Criação de bonecas únicas e especiais

EXPERIÊNCIA DE PENSAMENTO Atividades de filosofia para crianças JOGOS DE TABULEIRO

ORIGAMI Dobraduras para levar

IMPROVISAÇÃO CÊNICA DESENHANÇA Dança e desenho MUSICALIZAÇÃO Experiência com diferentes instrumentos TRICÔ DE DEDO Criar com lã utilizando as mãos CERÂMICA Produção de peças CAPOEIRA Roda de capoeira com o grupo Africanamente DANÇAS TRADICIONAIS GAÚCHAS Com o grupo Tchê UFRGS SUCATA MUSICAL Com o grupo Celari BALLET UFRGS

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SALÃO DE EXTENSÃO DA UFRGS

CONE X ÃO DE IDEIA S – MONJA COEN OUTUBRO Em outubro, o Salão de Atos da UFRGS recebe palestra da Monja Coen (nome de nascimento Cláudia Dias Baptista de Souza), fundadora da comunidade Zen Budista Zendo Brasil. A atividade faz parte de uma série de encontros com grandes personalidades brasileiras, promovidos através do projeto Conexão de Ideias do Sesc-RS, dos quais já participaram Bernardinho e Amyr Klink. A parceria entre o Sesc-RS e o Departamento de Difusão Cultural oferece 800 ingressos à comunidade universitária da UFRGS (alunos, docentes e servidores técnicoadministrativos), disponíveis para retirada a partir do dia 23 de setembro no Centro Cultural da UFRGS. A iniciativa celebra os 20 anos do Salão de Extensão da UFRGS. Nascida na cidade de São Paulo em 1947, a missionária foi ordenada monja em 1983 no Zen Center of Los Angeles, período em que viveu nos Estados Unidos onde trabalhou no Banco

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do Brasil local. No mesmo ano, emigrou para o Japão. Em terras asiáticas, estudou no Mosteiro Feminino de Nagoya - Aichi Senmon Nisodo e Toku Betsu Nisodo, onde residiu por oito anos, tendo se graduado como monja especial (Tokuso), habilitada a ser professora do Darma Budista de monges, monjas, leigos e leigas. Desde que retornou ao Brasil em 1995, a Monja Coen tem sido convidada a dar palestras para empresas, bancos, escolas, hospitais, universidades e órgãos públicos, incluindo assessores técnicos da Presidência em 2013. Jornalista de formação, a monja atualmente orienta diversos grupos e participa de atividades que promovem o princípio da não-violência e da cultura de paz. A Monja Coen é autora dos livros Viva Zen, Sempre Zen, Palavras do Darma, A Sabedoria da Transformação, 108 Contos e Parábolas Orientais, O Monge e o Touro, O sofrimento é opcional,


Fotografia: Tomas Arthuzzi

Zen para distraídos, O inferno somos nós (com Leandro Karnal) e A monja e o professor (com Clóvis de Barros Filho). Já ordenou mais de trinta monásticos e mais de 250 pessoas laicas, entre homens e mulheres. Antes de dedicar sua vida à religiosidade, atuou como repórter no Jornal da Tarde (antigo periódico pertencente ao grupo Estadão). Hoje em dia, a líder budista reside no templo Tenzui Zenji, em São Paulo, onde é presidenta do Conselho Religioso da Comunidade Zen Budista Zendo Brasil e do ViaZen/VilaZen do Rio Grande do Sul. Conexão de Ideias 2019 – O projeto prevê a realização de 40 palestras em 39 diferentes cidades do Rio Grande do Sul. Além disso, visa potencializar as ações de educação e promover a conexão de diferentes saberes com temas sobre educação, sustentabilidade, bem-estar, criatividade, inovação e superação. A iniciativa

também conta com a parceria de sindicatos empresariais locais, que levará a todas as regiões do RS momentos de reflexão. A parceria do SescRS com o DDC-UFRGS trouxe ao longo deste ano nomes como Amyr Klink e Bernardinho para palestrarem no Salão de Atos da UFRGS.

CONEXÃO DE IDEIAS | MONJA COHEN Data: 06 de outubro (domingo), às 16h30 Local: Salão de Atos da UFRGS Os ingressos serão distribuídos para a comunidade universitária da UFRGS a partir de 23 de setembro no Centro Cultural da UFRGS, das 9h às 18h. Os interessados devem comprovar vínculo com a universidade.

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LITER AT UR A

POÉTICA S URBANA S E ARTIVISMO A produção artística em diálogo indissociável com o ativismo no século XXI (por isso o termo “artivismo”), partindo da noção de espaço público, compreendido em sua territorialidade urbana, cultural e social. O objetivo é enfocar a produção artística contextualizada com a cidade. A poética da metrópole em que a cidade é matéria prima, conjunto de circunstâncias nas quais se insere um fato e que estão em situação de interação. Enfocam-se assim criações baseadas em circunstâncias urbanas contemporâneas e que compõem textos (tecidos) distintos na atualidade. Oficinas abertas para 20 participantes, a participação se dará mediante inscrição no site na oficina de interesse e após será realizado um sorteio e divulgado no site e enviado um e-mail aos participantes sorteados. Curadoria Richard Serraria

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PROGRAMAÇÃO 14/09 - Nati Gaspa Poeta, slammer, slam master, professora da Rede Municipal de Porto Alegre, Licenciada em Letras e Mestra em Estudos da Linguagem pela UFRGS. A partir da leitura e de vídeos de slammers, a oficina se organiza em torno da análise de poesias e da escrita de histórias de vida transformadas em metáfora para compor poesias faladas. Ritmo, imagem, expressão corporal e narrativa em verso são abordados através do despertar poético a partir da pergunta que move slammers: o que faz ser quem eu sou e como mostro para meus ouvintes a maneira como experiencio o mundo? 07/10 - Xadalu Stêncil, arte gráfica e cidadã, pós-grafite, mediada por um dos principais artistas plásticos gaúchos, Dione Martins, conhecido como Xadalu Brasil. Centra seu trabalho na arte de rua em diálogo


com as Artes Visuais. O artista atua ainda constantemente em aldeias guaranis entendendo a arte em sua função política, arte participativa e artivismo.

POÉTICAS URBANAS E ARTIVISMO Data: maio a outubro de 2019 Local: Centro Cultural da UFRGS

08/10 - Nanda Barreto Nanda Barreto é jornalista, instrutora de yoga e feminista. Fez pós-graduação em comunicação pública (IESB) e especialização em comunicação e gênero (Instituto Internacional de Periodismo José Martí). Também estudou Psicologia Transpessoal (Unipaz-Sul). A oficina propõe um encontro entre a criação analógica e a digital como forma de ativismo poético. Partiremos de uma reflexão sobre a relação com a cidade e a vizinhança na era das comunidades virtuais. Trocaremos experiências sobre aplicativos e utilizaremos recursos disponíveis em smarthphones para criar lambes e pequenos vídeos. Produziremos cartazes manuscritos e um fanzine coletivo para oferecer a transeuntes e a espaços públicos da cidade.

Fotografia: Anna Ortega

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IDEIAS

Fotografia: Claudia Cavalcanti

SETEMBRO

Sessão de lançamento de Tudo tem a ver, de Arthur Nestrovski Arthur Nestrovski, diretor da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, lança sua obra mais recente no Centro Cultural da UFRGS, às 19h do dia 2 de setembro. Nesta noite, o público poderá participar de uma conversa com o autor, conduzida pelo músico e compositor, Celso Loureiro Chaves, e pela jornalista e cronista do jornal Zero Hora, Cláudia Laitano. O encontro é aberto ao público, sem necessidade de inscrição prévia. A visita de Nestrovski à universidade é resultado de uma parceria entre o Centro Cultural da UFRGS e a Editora Todavia. Tudo tem a ver condensa um conjunto valioso de dez ensaios – seis sobre música, quatro sobre literatura –, mais um conjunto de textos curtos publicados na imprensa. Entre a música e a literatura, passamos de Chico Buarque a Beethoven, de Jorge Luis Borges a Philip Roth e Ian McEwan. Uma última seção, reúne comentários inéditos sobre as várias “vidas” do autor: de professor, editor, tradutor, crítico,

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músico, diretor de orquestra. Fino na observação, cristalino na forma e capaz de mobilizar os registros erudito e popular, Nestrovski se filia ao melhor ensaísmo cultural do país.

LANÇAMENTO DE TUDO TEM A VER, DE ARTHUR NESTROVSKI |CONVERSA COM O AUTOR CONDUZIDA POR CELSO LOUREIRO CHAVES E CLÁUDIA LAITANO Data: 02 de setembro, às 19h Local: Centro Cultural da UFRGS


OUTUBRO

Sessão de lançamento de Dentro do Oco, de Mário Furtado Fontanive Dentro do Oco é um livro de poemas e fotos de Mário Furtado Fontanive no qual “alguns encontros, muitos estranhamentos e algumas imagens tentam estabelecer uma conversa livre”, segundo as palavras do autor. As poesias vêm sendo escritas ao longo de dezesseis anos e as fotos, capturadas com técnicas distintas – algumas de modo analógico e outras, digital –, foram registradas nas últimas três décadas.

LANÇAMENTO DE DENTRO DO OCO, DE MÁRIO FURTADO FONTANIVE | LEITURA DOS POEMAS POR MIRNA SPRITZER Data: 04 de outubro, às 19h Local: Centro Cultural da UFRGS

“Diz-se que o poema é a arte de quem trabalha com as palavras, que elas seriam a matéria do poema. Gostaria de pensar – como Valéry ou Pound – que o poeta trabalha com a dinâmica entre as palavras. Por vezes elas são pontes frágeis pelas quais transpomos abismos e, noutras vezes, são vórtices onde passam as ideias. De qualquer maneira, é a língua o objeto da poesia. O poeta tenta – na maioria das vezes sem sucesso – abrir algumas passagens onde circulam a memória e o desejo.” Mário Furtado Fontanive Durante a sessão de lançamento, a atriz, radialista e pesquisadora Mirna Spritzer fará uma leitura dos poemas.

Fotografia: Mario Fontanive

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IDEIAS

C O N F E R Ê N C I A S U F R G S 2 019 Marcelo Goldani propõe maior aproximação entre setor privado e universidades para o fazer cultural Com uma carreira consolidada na pediatria, chegando ao posto de presidente da Fundação Médica do RS, Marcelo Goldani é um parceiro importante da cultura no Estado, especialmente do Departamento de Difusão Cultural da UFRGS. Ao longo dos anos, o próximo convidado do Conferências UFRGS 2019, em 11 de setembro, contribuiu, através da fundação que geria, para que projetos como o Unimúsica e, mais recentemente, o Solo Piano, tivessem êxito. Com a expertise de quem tem anos dedicados às parcerias culturais, Goldani mostra como será a sua palestra no ciclo de conversas cujo tema – “Cultura: para uma política cultural da UFRGS” – busca formular uma proposta a ser encaminhada ao Conselho Universitário até o final do ano com o propósito de a universidade ter uma política cultural definida. O tema escolhido pelo conferencista será: “O papel das fundações de apoio na política cultural da UFRGS”. Sentado no banco do piano do projeto Solo Piano, localizado no 2º andar do Centro Cultural da UFRGS e adquirido recentemente pelo espaço cultural através de uma parceria com o Hospital de Clínicas e Fundação Médica do RS, o professor da UFRGS conversou com a equipe do DDC. Confira como foi a entrevista: Você é pediatra e ex-presidente da Fundação Médica do Rio Grande do Sul, nossa parceira de diversos projetos como o Unimúsica e agora do novo projeto Solo Piano. Qual é a história desse piano que ficará aberto para estudantes de música da UFRGS tocarem? A história desse piano é muito interessante e também está dentro do escopo do que vou falar um pouco dia 11 de setembro [na conferência sobre políticas culturais na UFRGS], ressaltando o compromisso e comprometimento que as fundações

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de apoio à universidade necessitam apresentar em relação às várias atividades culturais que ocorrem dentro da UFRGS. Nosso objeto lá [na Fundação] sempre foi o apoio à pesquisa, à inovação, ao ensino, à extensão. Fora esse contexto mais cotidiano, nos concentramos também na missão de apoio às atividades culturais da UFRGS e do HCPA, acreditando que não existe nenhum tipo de atividade apartada de uma relação estética, a qual é fundamental para oferecer substância e sentido as outras atividades desenvolvidas pela Fundação. Penso também que o empreendedorismo não pode estar distante de uma referência cultural, entendendo cultura de uma maneira ampla, como a inserção de todos os conhecimentos e comportamentos do ideário social. Nos quais a arte e a questão estética, evidentemente, fazem parte. No caso aqui do piano, cabe como exemplo na música. Qual a importância das fundações de apoio nesse momento em que o projeto Future-se do MEC está sendo discutido? O que pode ser pensado em relação à captação de recursos extra orçamentários para as universidades públicas? O Future-se vem com um discurso que utiliza algumas palavras que são caras à universidade, como inovação, empreendedorismo, conhecimento. Ele tenta alinhar todo esse ideário, que foi construído pela universidade à uma figura externa chamada mercado. Nos sabemos que esse discurso é, digamos assim, tolo – para não dizer ingênuo-, porque a universidade tem um compromisso muito mais amplo com a sociedade que vai para muito além do dito “mercado”. Claro que a academia deve estar atenta a todas as demandas do país, mas não se pode ter apenas um norte como política universitária. Fico muito preocupado com as iniciativas no campo da cultura porque todas as medidas e políticas que foram construídas ao longo dos últimos anos, dos últimos 30 anos, estão

Fotografia: Anna Ortega


sendo colocadas em cheque. Esse novo projeto de lei não levou em consideração – pelo menos dentro dessa proposta que o ministério apresentou– que não se pode fazer nada, nem empreendedorismo, nem pesquisa, nem ciência, coma ausência de uma ligação forte com demandas sociais de primeira ordem. Essas demandas têm a ver com arte, com cultura, com comportamento, com lazer, com bem-estar. Isso também pertence como objeto, tanto do ponto de vista prático e quanto teórico, à universidade. Então, além da questão nebulosa do Future-se, eu vejo um esquecimento proposital dos aspectos culturais desenvolvidos pelas universidades. Esquecem esse ligamento primordial da arte e da cultura com a sociedade. Isso me parece absolutamente terrível. Os países do mundo que hoje desenvolvem a grande massa de conhecimento e tecnologia têm uma história e um apreço muito grande às suas políticas culturais. É um investimento maciço em cultura. O fazer artístico-cultural, nos próximos anos, vai depender muito de uma vinculação com o setor privado. Como você enxerga o investimento por meio de leis de captação, como a lei Rouanet? Eu penso que existe, dentro do setor privado, uma grande vontade de participar dessa área. Podemos citar vários tipos de iniciativas realizadas por empresas com grande inserção no Brasil. Tenho certeza que a parceria entre universidade e empresas privadas deveria ser muito bem-vinda e que há um interesse, tanto da universidade, quanto das empresas, em alinhar políticas culturais em comum. É bom para todo mundo. Quais são os principais entraves dessa parceria? Acredito que haja cada vez menos tem entraves. Existe uma série de novas regras e leis que foram construídas ao longo desses últimos dez anos as quais permitem e incentivam, sim, que empresas privadas consigam trabalhar em parceria com as universidades, inclusive através das fundações,as quais são vetores, intermediárias desse processo. O que falta é o encontro, ou seja, uma política clara sobre a captação de recursos e, ao mesmo tempo, uma sensibilização de quem está lá fora e quer participar. Não é possível que alguém não queira ter seu nome ligado a um espaço como esse [Centro Cultural da UFRGS]. Os atores estão aí, prontos para colaborarem uns com os outros. Então, o que precisa realmente é tomar a iniciativa. Precisamos ser mais proativos. Existe uma certa resistência com o recebimento de recursos privados, pois, a nível geral – não só em relação à cultura –, se teme uma censura à liberdade dentro da universidade. O que você pensa sobre isso? A universidade é muito grande. Tem muitas cabeças, muitas pessoas, muitos atores dentro desse espaço. Há espaço para tudo. Há espaço

para demandas específicas das empresas – e isso a UFRGS é campeã, é uma das melhores no país em termos de parcerias com o setor privado. Por exemplo, a UFRGS participou de maneira muito forte no desenvolvimento do Pré-Sal, a partir de convênios com a Petrobrás. O Hospital de Clínicas e a Fundação Médica do RS têm uma série de parcerias importantes e estratégicas, as quais são regradas por leis muito claras, abertas à consulta para qualquer pessoa. Nesse caso, não tem nada de obscuro na relação estabelecida. Ao mesmo tempo, a universidade possui – e temos que defender – sua autonomia. Não acredito em um antagonismo entre privado e público, porque isso poria muita coisa a perder, tanto para um lado quanto para o outro. Nós não podemos de responder a demandas sociais importantes e, ao mesmo tempo, apresentar soluções interessantes. Na parte cultural é a mesma coisa, o Unimúsica é um grande exemplo disso. É um patrimônio da UFRGS e mostra como a gente pode se aproximar da sociedade em termos de ações no campo da cultura. Um dos objetivos do Conferências UFRGS é a elaboração de um documento que será encaminhado para o Conselho Universitário com os caminhos a serem seguidos pelas políticas culturais. O que você enxergaria como primordial para estar nesse documento? Penso que a largada já foi dada. As Conferências já estão postas e várias pessoas de várias áreas estão contribuindo. Esse documento é um marco importante a ser discutido e, evidentemente, vão surgir demandas amplas e peculiares para cada canto da universidade que, provavelmente, tem necessidades culturais também distintas. “Quais são elas?”. Seria leviano tentar enumerar todas, mas é uma estratégia interessante estar buscando entender as necessidades culturais da UFRGS chamando as pessoas para discutir. Na medida em que tivermos um planejamento de médio a longo prazo para a atuação cultural, teremos um portfólio importante para negociar com as diferentes esferas da sociedade. Tendo o documento, podemos colocar na mesa e chamar parceiros. Aí o papel das Fundações de apoio à UFRGS é fundamental, porque elas podem fazer esse meio campo, trazendo benefícios para todo mundo. Entrevista realizada por João Vitor C. Novoa, coordenador de comunicação do DDC.

MARCELO GOLDANI | CONFERÊNCIAS UFRGS Data: 11 de setembro de 2019 Horário: quarta-feira, às 19h Local: Centro Cultural da UFRGS Av. Eng. Luiz Englert, 333

Fotografia: Anna Ortega 25


MÚSICA

Fotografia: Divulgação

PIANO ABERTO “Cidade presente- a cidade que se vê, a cidade que se escuta”. Essa é a proposta não só dos concertos do Unimúsica 2019, mas também de todas as intervenções que o projeto realizará durante o segundo semestre. Uma das ações que já podem ser percebidas pela comunidade é o piano localizado no saguão do prédio da Reitoria da UFRGS. Para tocar, o único critério é a vontade de produzir algum som. Para ouvir, basta estar de passagem pelo local. O chamado “Piano Aberto”, uma parceria do Departamento de Difusão Cultural com a Person Pianos, tem como ideia o livre acesso ao instrumento, sem a formalidade de um teatro, sem o rigor de um concerto, sem a necessidade da técnica. A intenção pode ser apenas a da ludicidade, a de brincar com as sonoridades e a de perceber que podemos pertencer aos locais que transitamos. Em 26 de julho, o piano recebeu uma intervenção artística realizada pelo Studio P, grupo de pesquisa e extensão em pintura coordenado pela professora do Instituto de Artes da UFRGS

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Marilice Corona. O grupo organizou uma colagem de adesivos coloridos que reproduzem visualmente as notas emitidas pelo piano. A personalização de pianos localizados em espaços públicos é uma ideia que vem sendo espalhada ao redor do mundo desde 2008, quando o jovem britânico Luke Jarram criou o projeto “Play me, I’m Yours” para colocar pianos em ambientes urbanos. Após 11 anos desde a primeira intervenção de Luke, 1900 instrumentos já foram colocados em mais de 60 cidades. A ideia foi responsável por incentivar o surgimento de inúmeros projetos semelhantes, como o “Piano Livre”, realizado em 2015 em Porto Alegre. Na época, pianos foram instalados em locais como o Mercado Público, a Estação Rodoviária e o Restaurante Universitário do campus central da UFRGS e receberam intervenções de dez artistas da cidade. Anna Ortega, Bolsista de comunicação do DDC


SOLO PIANO

O projeto Solo Piano fará emanar pelo saguão do Centro Cultural da UFRGS, a cada última segunda-feira do mês, o som do instrumento que tem há séculos encantado gerações. Com um repertório vasto que vai desde os tempos de Bach até os dias de hoje, o piano tem sido dos raros instrumentos capazes de gerar plena atenção e satisfação ao ouvinte com seu poder de imitar as sonoridades dos outros instrumentos, da voz humana e da orquestra. Esses vários papéis consolidaram a história da escrita para teclado, construindo e expandindo seu próprio idioma. Em meio a tempos de automação e de tantos avanços tecnológicos, ouvir algo exclusivamente feito pelas mãos, integrando corações e mentes, é uma das formas de plena expressão do humanismo característico da atividade musical, em um movimento dinâmico, conciliando tradição com inovação.

O projeto concebido pela Difusão Cultural, traz alunos pianistas de destaque do Programa de Pós-Graduação em Música da UFRGS, e também eventuais convidados, oferecendo ao público a oportunidade de ouvir o trabalho interpretativo dos alunos, enquanto esses ganham um espaço para expandir suas plateias e suas vivências de performance. Ney Fialkow, curador do projeto

SOLO PIANO Abertura: 25 de setembro, às 18h Data: 30 de setembro, 28 de outubro, 25 de novembro e 16 de dezembro Horário: às 12h30 Local: Centro Cultural da UFRGS

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MĂšSICA

Identidade Visual: Larissa Ely

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U N I M Ú S I C A 2 019 Série cidade presente – a cidade que se vê, a cidade que se escuta Cidades se constroem e se transformam não apenas na materialidade visível das edificações e dos traçados urbanos, mas também (e, talvez, sobretudo) nos modos de sociabilidade, nas diferentes práticas de interação entre grupos, pessoas, personagens. Seus pequenos rituais, suas festas, suas celebrações, sejam cotidianas ou extraordinárias, são marcas que revelam certos modos de vida. A cidade – obra coletiva de milhares de individualidades, perene e efêmera – é, a um só tempo, um lugar e a ação que nele e para ele se realiza. A série cidade presente – a cidade que se vê, a cidade que se escuta do Unimúsica 2019 foi pensada para Porto Alegre. Ou melhor, foi pensada por Porto Alegre: em seu interesse, em sua defesa. A programação, que marca também os 85 anos da UFRGS, teve como ponto de partida as múltiplas cenas e distintas geografias da música. Ao todo, serão oito concertos inéditos, concebidos conjuntamente – em uma espécie de “curadoria transversal” – pela grande equipe de diretoras e diretores, curadoras e curadores que aqui atuam. De um certo modo, o que veremos e escutaremos no palco do Salão de Atos é a própria cidade, com suas zonas de convergência e divergência, suas sobreposições de tempos, suas visibilidades e invisibilidades, suas tensões e cintilações. É trabalho, é força da vontade e é também promessa. Lígia Petrucci

Curadoria: Ana Laura Colombo de Freitas Andressa Ferreira Juarez Fonseca Lígia Petrucci Roger Lerina

PROGRAMAÇÃO RITMOS UNEM MUNDOS | 06 de junho Direção e curadoria do concerto: Biba Meira e Negra Jaque POR ENTRE OS SONS | 04 de julho Direção e curadoria do concerto: Pedro Figueiredo e Ras Vicente NOTAS PARA PORTO ALEGRE: SONS, MEMÓRIA E RESISTÊNCIA | 05 de julho Direção e curadoria do concerto: Ana Fridman e Catarina Domenici TOCANDO ALTO | 01 de agosto Direção e curadoria do concerto: Leo Henkin e Luciano Leães FLUXOS: MUSICALIDADES EM TRÂNSITO | 05 de setembro Direção e curadoria do concerto: Gutcha Ramil e Hique Gomez PAGO REVISITADO | 03 de outubro Direção e curadoria do concerto: Clarissa Ferreira e Texo Cabral COM SOTAQUE DO SUL | 07 de novembro Direção e curadoria do concerto: Antonio Villeroy e Paola Kirst SAMBA E CHORO PEDEM PASSAGEM | 12 de dezembro Direção e curadoria do concerto: Mathias Pinto e Pâmela Amaro

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MÚSICA

U N I M Ú S I C A 2 019 SETEMBRO

Fluxos: musicalidades em trânsito – Gutcha Ramil e Hique Gomez De onde eu sou? Pra onde eu vou? Sou ou estou? O que me faz pertencer a algum lugar? O que me identifica? Será a cultura? O corpo? A cor? A língua? O que nos territorializa? O que nos acultura? Como pássaros, migramos, em busca de um lugar onde nossa alma se encontre, onde nosso corpo se aterre e a vida possa fazer sentido. Por vezes em busca de trabalho, de uma vida melhor, de um sonho, de paz em tempos de guerra, por fome ou aventura. O concerto Fluxos: musicalidades em trânsito apresenta ao público portoalegrense sons que transitam, ocupam, compõem a paisagem sonora da cidade de Porto Alegre. Diálogos musicais entre sonoridades de diferentes lugares do mundo que aqui co-habitam, conversam, improvisam e se reinventam. Sob direção de Gutcha Ramil e Hique Gomez, o

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grupo reúne artistas estrangeiros e musicistas da capital gaúcha que, por herança ou escolha, carreguem musicalidades de diferentes lugares do mundo, para expressar um pouco da multiculturalidade musical presente na capital gaúcha. Elenco: Ìdòwù Àkínrúlí (tambores tradicionais da cultura Yorùbá e voz) Hique Gomez (violino, teclado, violão e percussão) Loua Pacom Oulai (percussões da Costa do Marfim e voz) Nina Borghetti (dança flamenca e voz) Tales Melati (gaita de foles, viela de roda, wistle e bombarda)


Identidade Visual: Vinícius Strack

Nina Nicolaiewsky (canto em hebraico) Dionisio Souza (baixo) Gutcha Ramil (voz, percussão e rabeca) Angelo Primon (sitar, oud, guitarra e violões) Andressa Ferreira (percussões e voz) Guilherme Gul (percussões árabes) Participações especiais: Roger Scarton (harmonio e voz) Dunia Elias (voz e piano ) Luiz Ramos (voz) Carlitos Magalhães (bandoneón)

UNIMÚSICA – FLUXOS: MUSICALIDADES EM TRÂNSITO | GUTCHA RAMIL E HIQUE GOMEZ Data: 05 de setembro (quinta-feira), às 20h Local: Salão de Atos da UFRGS Retirada de senhas através da troca de 1kg de alimento não perecível por ingresso de 02 de a 05 de setembro, das 9h às 18h, no Centro Cultural da UFRGS ou no dia 02, das 9h às 17h, no ILEA (Campus do Vale).

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MÚSICA OUTUBRO

Pago revisitado – Clarissa Ferreira e Texo Cabral De uma amálgama de povos constituiu-se a cultura sul riograndense, alguns muitas vezes negligenciados nas representações regionais hegemônicas. Pago Revisitado traz a reflexão sobre a identidade gaúcha repensando a quem e por quem foram construídos e elencados seus símbolos. O show celebra as múltiplas formas de pertencimento e regionalidade trazendo identidades sociais e musicais que representam a tradição afro açoriana, indígena, litorânea, além da fronteiriça e missioneira. Também para pensarmos neste espaço, relacionando a geografia local e o fazer musical contemporâneo, estará presente a música instrumental e a canção referida à estética do frio, mostrando as atualizações e continuidades através

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dos códigos sonoros que constituem uma possível sonoridade gaúcha. Este espetáculo convida a olhar de outro ponto para o território onde se nasceu convidando a pensar sobre as raízes, a ancestralidade e os costumes que nos constituem. Elenco: Clarissa Ferreira (voz e violino) Neuro Junior (violão) Luciano Maia (acordeom) Loma (voz) Pirisca Grecco (voz) Ricardo Arenhaldt (bateria e percussão) Texo Cabral (voz e flauta) Tamiris Duarte (contrabaixo)


Participações especiais: B.art (voz) Lucas Ramos (percussão) Nina Fola (sopapo e voz) Vherá Poty e Batidão dos Garotos (vozes, guitarra, teclado) Zelito (rabeca e voz)

UNIMÚSICA – PAGO REVISITADO | CLARISSA FERREIRA E TEXO CABRAL Data: 03 de outubro (quinta-feira), às 20h Local: Salão de Atos da UFRGS Retirada de senhas através da troca de 1kg de alimento não perecível por ingresso de 30 de setembro a 03 de outubro, das 9h às 18h, no Centro Cultural da UFRGS ou no dia 30, das 9h às 17h, no ILEA (Campus do Vale).

Identidade Visual: Vinícius Strack

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MÚSICA

NÚCLEO DE ESTUDOS DA CANÇÃO SETEMBRO

Ecos do Conjunto Farroupilha (1948-1993): continuidades e ressignificações na produção musical do RS contemporâneo com Tasso Bangel, Gabriela Vilanova, Jorge André Brites, Vinícius Brum e Diego Costa O Núcleo da Canção da UFRGS dá continuidade à programação de 2019 homenageando o maestro, compositor e arranjador Tasso Bangel (Taquara, RS, 1931) e os 71 anos de fundação do Conjunto Farroupilha (1948-1993). O Conjunto Farroupilha, surgido a partir de uma ideia da soprano Inah Vital (Porto Alegre, RS, 1933-1990), solista da orquestra da Rádio Farroupilha, de Porto Alegre, tratou-se do primeiro conjunto vocal brasileiro a misturar vozes masculinas e femininas. Seu enorme sucesso levou o grupo a viajar pelo Brasil e pelo mundo, levando consigo não somente a música regional gaúcha composta por Barbosa Lessa e Paixão Cortes, entre outros compositores, mas também, canções emblemáticas da nascente Bossa Nova. Além do rádio, o Farroupilha atuou na TV e no cinema, gravou álbuns com todas as tecnologias disponíveis, sempre com arranjos vocais e orquestrações marcantes como nas versões das canções “Os homem de preto” (Paulo Ruschel) e “Noites Gaúchas” (Paraguassú) e “Samba de uma nota só” (Tom Jobim e Newton Mendonça). Os convidados dessa edição, além do próprio Maestro Tasso Bangel, são a musicista e pesquisadora Gabriela Vilanova, o jornalista e produtor musical, Jorge André Brites, o compositor e pesquisador, Vinícius Brum e o professor, músico e arranjador Diego Costa. O encontro terá a mediação da professora Luciana Prass (GEM – UFRGS) que desde 2013 vem trabalhando, através de pesquisa etnomusicológica, com entrevistas e organização do acervo de documentos e partituras do Maestro Tasso Bangel.

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NÚCLEO DE ESTUDOS DA CANÇÃO | ECOS DO CONJUNTO FARROUPILHA (1948-1993): CONTINUIDADES E RESSIGNIFICAÇÕES NA PRODUÇÃO MUSICAL DO RS CONTEMPORÂNEO, COM TASSO BANGEL, GABRIELA VILANOVA, JORGE ANDRÉ BRITES, VINÍCIUS BRUM E DIEGO COSTA | MEDIAÇÃO DE LUCIANA PRASS Data: 26 de setembro, às 19h Local: Centro Cultural da UFRGS Entrada Franca


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MÚSICA

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OUTUBRO

Audição comentada do LP Por favor, sucesso, da banda de rock Liverpool, com Edinho Espíndola

O Núcleo de Estudos da Canção da UFRGS pretende trazer à comunidade acadêmica e ao público em geral discussões sobre o alcance da canção e o impacto de obras e artistas sobre a comunidade em geral, com a presença de artistas e pesquisadores da música popular. A edição de outubro propõe uma audição comentada do cinquentenário LP de 1969, Por favor, sucesso, do Liverpool, grupo de rock porto-alegrense, do bairro IAPI, que representa um marco histórico na musicologia popular local.

Para falar sobre o disco, o Núcleo da Canção tem como convidado o baterista Edinho Espíndola, que comentará faixa a faixa o LP de 1969, trazendo aspectos de arranjo, composição, letra e do contexto da produção desse álbum. A mediação é Arthur de Faria, autor das publicações Elis: uma biografia musical (Arquipélago Editorial, 2015)) e Um século de Música no RS (CEEE, 2001).

Como afirma o músico e pesquisador Arthur de Faria em Ascensão e queda do rock do IAPI, “[...] em 1964, enquanto Elis embarca pro Rio para se tornar a maior cantora do País, já embrionava a lenda que lançaria o IAPI no fabulário roqueiro nacional dos anos 70. Duas das melhores e mais importantes bandas gaúchas de todos os tempos teriam grande parte de sua mítica vinculada à vida meio interiorana daquele bairro, onde cresceram todos os seus integrantes: Marco Antônio Figueiredo Fughetti Luz, Milton Mimi Lessa & Marcos Lessa, Vilmar Santana Pecos Pássaro Pepeco Pekus e Edison Edinho de Lima Espíndola. Se você não conhece o Bicho da Seda ou o Liverpool, não sabe do que foi capaz o rock gaúcho”.

NÚCLEO DE ESTUDOS DA CANÇÃO | AUDIÇÃO COMENTADA DO LP POR FAVOR, SUCESSO, DA BANDA DE ROCK LIVERPOOL, COM EDINHO ESPÍNDOLA | MEDIAÇÃO DE ARTHUR DE FARIA Data: 22 de agosto, às 19h Local: Centro Cultural da UFRGS Entrada Franca

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MÚSICA

ORQUESTA DE INSTRUMENTOS AUTÓCTONOS Y NUEVAS TECNOLOGÍAS Véase a la Europa cómo inventa, y véase a la América cómo imita. América no debe imitar servilmente, sino ser original. ¿Y dónde vamos a buscar modelos? Somos independientes, pero no libres; dueños del suelo, pero no de nosotros mismos. Abramos la historia, y por lo que aún no está escrito, sea cada uno en su memoria. Simon Rodrigues (1769-1854) A orquestra de instrumentos autóctones e novas tecnologias, como o nome anuncia, resulta de um intenso trabalho de pesquisa histórica e musical da Universidad Nacional de Tres de Febrero, Argentina, que busca, na fronteira entre a tradição americana e as tecnologias atuais, o encontro com a América profunda. Mostra, em sua arte, a força e a continuidade de um passado ameríndio que se renova desde um olhar investigativo e sensível dirigido para a história e para a ancestralidade deste continente. Fruto de um trabalho assentado na criatividade e na profundidade científica, alia tradição e novas tecnologias. Confere aos instrumentos musicais, à música e, de um modo mais geral, à arte e à história americana o mesmo

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valor dado à herança cultural de tradição europeia, que por vezes ainda predomina. Movimento de criação original, cuja inspiração é a geocultura americana, é uma realização profunda no campo das ciências e das artes, porque abarca a sensibilidade, a espiritualidade, a emocionalidade do viver construído a partir de conhecimentos próprios e originários da América, expressando, como bem defende Boaventura de Sousa Santos, as epistemologias do sul. Assistir a orquestra de instrumentos autóctones e novas tecnologias é proporcionar um encontro com a ancestralidade americana, é religar o que temos de mais atual e criativo aos conhecimentos e à memória que constituem nuestra América, que também é indígena e popular. Assistir a orquestra de instrumentos autóctones e novas tecnologias é recuperar a dignidade, a humanidade que transcende do encontro com o que é próprio deste solo, com o que germina nesta terra fecundada pelo olhar do presente. É deliciar-se com uma aula de história do continente sul-americano, uma aula que invade o corpo em sua totalidade. É entregar-se a arte que brota da seminalidade da Pachamama.


Atuando desde os anos iniciais do atual século vinculada à experimentalidade artística e científica, já consta com um reconhecimento mundial. A orquestra registra, em sua trajetória, inúmeras apresentações realizadas em diferentes regiões da Argentina; em outros países da América como México, Chile, Bolívia, Estados Unidos e Porto Rico; na Europa; na África; na Austrália, Nova Zelândia e China para citar alguns dos tantos lugares do mundo em que arrebatou sensibilidades como museu vivo que revela a América por meio de uma estética musical. Vislumbramos agora a possibilidade concreta, pela primeira vez, de assistir a orquestra de instrumentos autóctones e novas tecnologias no Brasil, em Porto Alegre, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É o nosso momento de assistir e nos encantar com os instrumentos, as vozes e os corpos que representam nossa ancestralidade, também traduzida em novas tecnologias.

ORQUESTA DE INSTRUMENTOS AUTÓCTONOS Y NUEVAS TECNOLOGÍAS | UNIVERSIDAD NACIONAL DE TRES DE FEBRERO - ARGENTINA Data: 22 de outubro (terça-feira), às 19h Local: Salão de Atos da UFRGS Retirada de senhas através da troca de 1kg de alimento não perecível por ingresso a partir do dia 14 de outubro, das 09h às 18h, no Centro Cultural da UFRGS.

Maria Aparecida Bergamaschi

Fotografia: Silvina Frydlewsky 39


MÚSICA

S E X TA D E G R A U O Centro Cultural é um espaço ainda novo, em constante construção e reinvenção. Dar vida a este lugar é um desafio que requer um olhar criterioso e criativo, buscando trazer diferentes movimentos para dentro deste local. Parte deste processo envolve também atentar para as particularidades do espaço; o prédio, construído em 1924 e recém-revitalizado, possui uma grande importância arquitetônica, compondo os cenários imagéticos que ficam na memória de todos que vêm a este bairro.

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Construir uma programação que faça jus a este lugar requer uma boa dose de experimentação. Com isso em mente, nasceu, fruto de uma parceria entre o Departamento de Difusão Cultural e o Instituto de Artes, o Sexta Degrau. Explorando a escadaria do Centro Cultural espaço pouco evidenciado, posto que se localiza nos “fundos” do prédio -, o objetivo do projeto é construir um ambiente de convivência através da arte e da cultura, promovendo espetáculos musicais e outras ações que dialoguem com a proposta.


Fotografia: Vitor Cunha

Partindo desta premissa, procuramos montar uma programação pautada por alguns elementos norteadores, como a valorização da cena independente, experimentação, construção coletiva e compartilhamento. Confira e venha construir este projeto conosco! Vitor Cunha, Bolsista do DDC

PROGRAMAÇÃO: 13/09: 5P Jazz 27/09: Supervão 11/10: Cardamomo 25/10: Tal & Tal Records Apresenta Saturnø, Jagunço e Chicoalgo

SEXTA DEGRAU Horário: sextas, às 18h Local: Centro Cultural da UFRGS

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ARTES VISUAIS

CONFR ARIA DA ILUSTR AÇÃO Viva a Confraria da ilustração no Centro Cultural da UFRGS A Confraria da Ilustração iniciou em março de 2019 no Instituto de Artes da UFRGS e atualmente ocorre no Centro Cultural da UFRGS. Um dos objetivos da confraria é analisar e refletir sobre a produção da ilustração nos livros infantis e juvenis, de ilustradores de diferentes gêneros literários - como contos, poemas, crônicas, romances e outras narrativas, de períodos históricos distintos - e aproximar a ilustração ao ambiente acadêmico. Ainda que não se constitua em uma disciplina, pois seu formato é extensionista, esta atividade busca difundir e analisar a produção em ilustração e agregar profissionais interessados em atualizar seus conhecimentos e trocar experiências. Foram convidados sete profissionais para palestrar na Confraria da Ilustração em 2018. Em abril foi a vez de Caio Riter, escritor infantojuvenil, estudioso da obra nonsense de Lewis Carroll. Sua fala abordou as diversas versões ilustradas do personagem Alice. No mês seguinte, maio, Vinicius Goulart e Pedro Fanti, ambos formados em Artes Visuais pelo Instituto de Artes, apresentaram suas pesquisas de conclusão de curso, com dois projetos de Livro ilustrado, Vinicius mostrou Temporal, com texto de Tiago Rubens, e Pedro, O Príncipe Feliz, sobre conto homônimo de Oscar Wilde. Na ocasião, ressaltaram o pouco estímulo que recebem os alunos do Instituto de Artes dos docentes quando mostram suas inclinações dirigidas à produção gráfica, ou ilustração. O ilustrador e escritor Andre Neves cativou a audiência com a palestra A imagem para a infância, no encontro de junho. Mostrou sua profícua produção de livros, seus bonecos e ilustrações originais. Afirmou se considerar “um mediador de leituras”, buscando sempre aproximar o livro às crianças através da ilustração. Na Confraria do mês de agosto a editora independente Elaine Maritza da Silveira mostrou os meandros da editoração: como um texto é transformado em livro, pelo trabalho em conjunto do editor, editora, designer gráfico e ilustrador. No mês seguinte, a ilustradora e escritora Cathe de Leon relatou a experiência de um coletivo de ilustradoras, Corrupio: Núcleo de Criação, iniciado por ela, Patrícia Langlois e Gisele Barcellos, no Instituto de Artes na década de 1980.

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A escritora Gláucia de Souza apresentou sua pesquisa Texto, imagem, poesia, criação e tudo mais: entre a experiência e a pesquisa em outubro. Explicou a relação entre texto e imagem nos livros infantis, principalmente o papel da poesia nestas edições. Analisou trechos de alguns livros, destacando que é possível perceber a valorização do papel do ilustrador, a partir dos anos 1980, quando as ilustrações deixaram de ser muito literais para se tornarem mais sugestivas, instigando ainda mais a criatividade da criança. Para a autora, no século XXI, o trabalho de escrita e imagem no livro infantil ganham estatuto de obra de arte. A editora Annete Baldi discorreu sobre Ilustração e Metalinguagem, tema de sua pesquisa de mestrado, no mês de novembro. Mostrou literatura infantojuvenil de qualidade artística, realizada por artistas ilustradores brasileiros e estrangeiros, entre eles, Roger Mello, Andre Neves, Lúcia Hiratzuka e Quentin Blake. Em março de 2019, o primeiro palestrante foi Christian David com A escrita profissional, literatura infantil e juvenil. O escritor, em uma palestra de formato didático, enumerou os passos mais importantes para a profissionalização de um escritor. No mês seguinte, os ilustradores Rodrigo Nuñez e Sílvia do Canto mostraram trabalhos em ilustração que realizaram conjuntamente. Discorreram sobre como ocorre o processo de criação em trabalhos feitos em dupla na palestra intitulada Do processo de Criação à execução do trabalho a quatro mãos. Tatiana Sperhacke, designer e artista visual, em sua fala O Projeto Gráfico no Livro infantil e juvenil realizada em maio, comentou sobre as especificidades do projeto gráfico para livros na infância, e mostrou trabalhos nos quais a formação de artista visual é percebida pelas escolhas estéticas e formais, que fazem menção, muitas vezes, às Artes Visuais e a História da Arte. Celso Sisto, escritor, ilustrador, contador de histórias, além de ator, arte-educador e crítico de literatura infantil e juvenil, esteve na confraria em junho. Sua palestra teve um título provocativo: “Que língua é minha pátria? Escrever, ilustrar, contar!”. Falou para uma plateia atenta sobre como o teatro, a literatura e a contação de histórias o levaram para a Ilustração e para as Artes Visuais, e sobre sua busca por uma ilustração com a “cara” do Brasil. Também


abordou seu recente desejo de experimentação com tecidos e linhas, e em diferentes suportes, exemplificando com ilustrações originais de alguns trabalhos. Em agosto, após as férias de julho, o convidado foi o professor e pesquisador Paulo Silveira com a fala Considerações sobre a Página como Suporte. Paulo abordou a página como espaço alternativo, que possui inúmeras possibilidades estéticas e intelectuais, e também alguns conceitos como livro de artista, livro objeto e suas diferenças. Para finalizar um ano com muito debate sobre ilustração a partir de diferentes olhares, teremos em setembro a ilustradora Aline Daka com Ilustração Feminina, isso Existe? Uma Conversa Sobre a Arte Não Convencional de Mulheres Ilustradoras. Em outubro será a vez do artista visual Alexandre Copês com Desejar, idear: o desenho como prática do íntimo. E em novembro, para finalizar as atividades anuais da confraria, a professora e ilustradora Laura Castilhos fará Ilustrar é Iluminar: Considerações sobre o Livro de Imagem e o Livro Ilustrado.

ILUSTRAÇÃO FEMININA, ISSO EXISTE? UMA CONVERSA SOBRE A ARTE NÃO CONVENCIONAL DE MULHERES ILUSTRADORAS | ALINE DAKA Data: 26 de setembro, às 19h Local: Centro Cultural da UFRGS

DESEJAR, IDEAR: O DESENHO COMO PRÁTICA DO ÍNTIMO | ALEXANDRE COPÊS Data: 17 de outubro, às 19h Local: Centro Cultural da UFRGS

Laura Castilhos, Profesora do Instituto de Artes da UFRGS

Fotografia: Laura Castilhos 43


ARTES VISUAIS

O B R A S E M D E S TA Q U E

“Obras em Destaque” está localizado no saguão da Reitoria da UFRGS e é parte de uma parceria entre o Acervo Artístico da Pinacoteca Barão de Santo Ângelo, o Instituto de Artes da UFRGS (IA) e o Departamento de Difusão Cultural (DDC). A proposta é reunir exposições, de caráter temporário, destacando obras e artistas e, a partir desse espaço, possibilitar uma maior visibilidade ou, então uma redescoberta, de peças artísticas por estudantes, pesquisadores ou apreciadores de artes visuais.

Bolívia, no Peru, em Lisboa e em Dacar (Senegal). Sua obra é caracterizada pelo rigor formal e pelo domínio técnico, colocando-o no elevado patamar dos grandes gravadores brasileiros de todos os tempos. Paulo Gomes, Professor do Insituto de Artes da UFRGS

Rossini Perez | Gravandor No mês de abril de 2018 recebemos a oferta de doação de gravuras de Rossini Perez. Mais do que uma surpresa, uma alegria, visto que não tínhamos nenhuma obra desse imenso gravador na nossa coleção. Resultado do contato estabelecido com o artista por meio da generosa intermediação de Mônica Xexéo, diretora do Museu Nacional de Belas Artes (RJ), nossa coleção conta agora com quatro obras escolhidas e doadas do artista, imagens de referência na sua trajetória artística. Rossini Quintas Perez (Macaíba, RN, 1931) iniciou sua carreira nos anos 1950 produzindo trabalhos em linóleo. A partir dos anos 1960 dedica-se à gravura em metal e, posteriormente, à serigrafia. As obras aqui expostas apresentam duas temáticas recorrentes: os morros e as favelas cariocas dos anos 1950 e as formas orgânicas dos anos 1970. Professor de referência nacional e internacional, ele orientou artistas e ministrou aulas no Rio de Janeiro e em Brasília, na

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PEREZ, Rossini Alfinete

EXPOSIÇÃO ROSSINI PEREZ – GRAVADOR Visitação: 06 de agosto a 11 de outubro Horário: de segunda a sexta, das 8h às 18h Local: Saguão da Reitoria da UFRGS


E X P O S I Ç Ã O 10 X15 : M O M E N T O S D E N Ã O C A L A R OUTUBRO Quantas vezes nós sentimos algo e não contamos? Quantas vezes escondemos um sentimento por medo? É isso que o projeto 10x15: momentos de não calar busca ajudar a problematizar. Um desabafo, um tsunami de sentimentos que não queremos silenciar, bons momentos que queremos compartilhar, em formato 10x15, como em um cartão postal. Na exposição, são apresentadas novas e subjetivas definições a determinadas palavras, acompanhadas de sua arte, pela técnica da gravura produzida em formato de carimbo pelos artistas-estudantes. O projeto foi desenvolvido por alunos do sexto ano do Ensino Fundamental do Colégio de Aplicação (CAp/UFRGS), em 2018, junto aos professores de Artes Visuais (Karine Storck) e Literatura e Língua Portuguesa (Caroline Becker e Marcelo Maciel), e foi motivado pelo trabalho artístico de Vital Lordelo - “Isso já foi longe demais”. Tudo começou com a atividade do projeto de extensão da Semana de Línguas/CAp-UFRGS, a qual tinha como tema “Para o que você se cala?”. O que era para ser apenas uma oficina, se estendeu e ganhou novos caminhos. Em 2019, uma proposta foi submetida ao edital do Centro Cultural da UFRGS com a intenção de expor os trabalhos em outros ambientes que não as paredes escolares, ocupando os diferentes espaços da nossa universidade.

Ramos Niffa, Guilherme Lampert Pinheiro, Helena da Silva Soares, Henryque Rios dos Santos, Isabele Souza Pereira, Isabelle Marques Stankowiski, João Gabriel F. Okraszewski, João Vitor Mendes Cardoso, João Vitor Gomes, Layslla Alves Daitx, Lucas Rafael Rocha Oliveira, Luiza Tolfo dos Santos, Mariana Serpa Linkewez, Miguel Rodrigues Alves, Nicole Couto Leal, Paulo Eduardo R. Saraiva, Rafaela Peres Flor, Renan Brum Correia Z. da Silva, Ruan Gonçalves Alves, Sofia Roza Teixeira Lopes Vieira, Sophia Paranhos de Oliveira, Thales Corrêa Castro, Yasminn da Costa Lencines. Artista convidado: Vital Lordelo. Texto produzido pelos curadores e alunos participantes do projeto

A exposição 10x15: momentos de não calar, fruto da parceria entre o Centro Cultural da UFRGS e o Colégio de Aplicação da UFRGS, acontecerá de outubro a dezembro e apresentará novos estudantes-artistas - os quais organizaram, coletivamente, o texto que você está lendo. Estudantes envolvidos no projeto: Amanda Mirela Grando, Antônio Ezequiel Macedo Mateus, Arthur Dornelles Rodrigues, Arthur Gonçalves de Oliveira, Arthur Schoch Martins, Artur Ribeiro da Rosa, Bruno de Araújo Bernardes, Carlos Eduardo R. de Farias, Eduardo Menezes Dias, Eric Brum Correia Z. da Silva, Gabriel Fontela Moreira, Gabriel Moreira Santos, Geovana dos Santos Ramos, Giovanna

EXPOSIÇÃO 10X50: MOMENTOS DE NÃO CALAR Data: de 11 de outubro a 20 de dezembro Horário: segunda a sexta, das 9h às 18h e sábados, das 9h às 17h Local: Centro Cultural da UFRGS

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ARTES VISUAIS

G R A F I T E D E G I Z: A IM P E R M A NÊ N C I A E A R E S I S T Ê N C I A D O G I Z Um quadro-negro e um giz. Como não lembrar com certa nostalgia os bancos escolares? Desde o final de 2018, o Centro Cultural da UFRGS recepciona seu público com grafites feitos com gesso e pigmento colorido: o conhecido giz de quadro-negro. Material sem grandes atributos artísticos, árduo de trabalhar, pela sua rusticidade e pouca potencialidade gráficoplástica, é ao mesmo tempo extremamente viável, acessível e familiar. A cada mês e meio do presente ano um grande painel de quase três metros de altura por seis de comprimento recebe a obra de artistas, a maioria mulheres e professoras do Instituto de Artes da UFRGS. Vários são os desafios para criação da obra: executá-la em grandes proporções e até mesmo se equilibrando nas alturas para chegar às partes mais altas do trabalho, abandono do suporte tradicional, ou seja, da folha de papel ou da tela, via de regra imaculadamente brancas. Soma-se a isto o limite máximo de doze horas para finalizar a obra e a sua realização no ambiente público, fora do espaço reservado do atelier. E vale lembrar a efemeridade deste projeto. Sim, a grande tela tem os dias contados. Porém para alegria dos participantes criou-se o Dia do Apagamento, que corresponde ao último dia da obra em exibição. Todo o processo de feitura é registrado através de vídeos e fotografias que documentam o processo criativo, via de regra coletivo.

Fotografia: Verônica Becker

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Tudo começou pela iniciativa da diretora do Centro Cultural, Claudia Boettcher. Por que não dar vida àquela parede de madeira preta esquecida ao fundo do saguão? A primeira proposta ocorreu com Laura Castilhos e alunas da disciplina de aquarela, Deise Silva, Giovanna Fiorentini, Julia Pedott, Lobna Essabaa, Luisa Crepaldi e Liége Oliveira. As mais diversas casas foram inventadas e coloridas com giz molhado em água. Sim, deste modo a cor do giz reverbera e brilha mais – deu a dica Liége, professora na rede pública de Porto Alegre. Entremeadas as casas formaram um mosaico de habitações, palafitas, casas de pedra e de madeira, casões e casinhas, casas de moradores de rua, casas-formigueiros. Em janeiro de 2019, o Coletivo D43, formado por Teresa Poester, Caju Galon e Kelvin Koubik, realizou Noturno. Utilizando apenas o giz branco animou uma instalação abstrata, plena de experimentações gráficas. Residindo na França, Teresa participou da feitura da obra à distância e com uso da tecnologia. Téti Waldraff inspirada pelo paisagismo em torno do Centro Cultural, trouxe a natureza para dentro dele. O verde e as flores inundaram o quadro. Conseguiu belos efeitos pictóricos através da experimentação com o giz. O quadro e a mesa foi feito por Adriane Hernandez e Caue Nery em maio. Buscaram integrar a pintura e o desenho, propondo zonas mais pictóricas e outras mais lineares, e agregaram à composição uma escada de verdade, quase um convite para o observador adentrar a composição.


Jéssica Becker e o grupo Semillero (Anna Thereza de Carli Hanel, Monica Rosa, Nico Andrade, Vitor Segato) propuseram além do painel uma performance: A História Sussurrada da Arte, de mesmo título e autoria de Robert Filliou (19621987), associado a Fluxus. Buscaram evidenciar as relações entre arte e cotidiano. No mês de julho chegou a vez do Studio P - coordenado por Marilice Corona e formado por Ana Krebs, Andressa Lawisch, Anek Uger, Antônio Vasques, Carmen Sansone, Daniela Amon, Eduardo Thomazoni, Gustavo Walbrohel, Karen Líègeh, Luiza RioDançante, Marcelo Bordignon, Mariana Riera, Matheus Maurante, Monique Maccari, Natasha Ulbrich Kulczynski, Regina Krumholz e Santiago Poster – realizar um grande painel figurativo. A autorreferencialidade mais uma vez está presente na proposta do coletivo que aparece retratado no espaço arquitetônico e dividindo a cena com pessoas que vivem o dia-a-dia do Centro Cultural, servidores, professores, alunos e público em geral. O que impressiona no trabalho feito a tantas mãos é o virtuosismo e o detalhismo alcançado com o prosaico giz. Mas aguardem! Em setembro, Claudia Zanatta trabalhará em parceria com o coletivo de artistas “Mulheres indígenas, grafismos dos povos Kaingángs e Guaranis”. São elas: Yasmine Maggi, da etnia guarani, Susana Kaingáng, Kamuri (menina Ketlin) e Kaninha (Vera), as três últimas da etnia Kaingáng. Lilian Maus e Luísa Copetti se

unem para traçar a giz o micro e macrocosmos do corpo feminino no mês de outubro em que se celebra o Outubro Rosa, movimento internacional de conscientização para o controle do câncer de mama. 100 anos da Bauhaus é o título do projeto coordenado por Helena Kanaan junto ao NAI/Núcleo de Arte Impressa que ocorrerá em novembro, homenageando o centenário da importante escola modernista que revolucionou a arte, o design e a arquitetura de forma indelével. Apesar de todo o Grafite de Giz realizado no Centro Cultural da UFRGS caracterizar-se pela impermanência, pois tem vida finita, esperamos que na memória de todas as pessoas que cultuam a arte, a cultura, a história, a ciência e o conhecimento em si, eles não se apaguem jamais. Vida longa ao Grafite de Giz! Laura Castilhos, Professora do Instituto de Artes da UFRGS

OUTUBRO ROSA | GRAFITE DE GIZ Data: : 24 de setembro Visitação: 25 de setembro a 25 de outubro Horário: Das 9h às 18h Local: Centro Cultural da UFRGS

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ARTES VISUAIS

NO ME CALL A S A Mostra fotográfica No me Callas foi um dos projetos contemplados pelo 1º Edital de ocupação do Centro Cultural, e é uma exposição elaborada a partir do espetáculo de dança flamenca No me Callas, que retrata o empoderamento feminino através da dança. A partir do trabalho desenvolvido pela professora, coreógrafa e bailarina Ana Medeiros com suas alunas na arte do flamenco, o fotógrafo Fábio Zambom estabeleceu um olhar especialmente voltado para a libertação e transformação feminina no contato com os elementos da dança. Em parceria com as pesquisadoras Cíntia Marques e Lisete Arnizaut, reuniram fragmentos de dança, arte visual e identidades femininas em um só trabalho.

apresentações artísticas e atividades interativas voltadas ao público em geral. O conjunto de atividades oferecidas durante a Mostra pretende instigar cada visitante a refletir sobre “o que não quer calar” em si. A realização é uma parceria entre os artistas participantes e o Núcleo de Exposição do Departamento de Difusão Cultural da UFRGS.

EXPOSIÇÃO NO ME CALLAS Visitação: 21 de agosto a 11 de outubro Horário: de segunda a sexta, das 8h às 21h e sábado, das 9h às 17h Local: Centro Cultural da UFRGS

A exposição acontecerá nos meses de agosto e setembro, envolvendo, além da visitação,

Fotografia: Fábio Zambom

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ARTES DA CENA

Fotografia: ML. Liotti

O DR A M A C O T IDI A NO DA FA MÍL I A F R E UD A novela familiar do clã Freud Freud e Anna Freud, em sua estreita relação parental, desenvolveram uma intimidade nascida de seus conflitos pessoais primitivos. Através de uma relação empática reviveram e elaboraram constantemente seus dramas familiares. Ao longo da vida, a exemplo de todos nós, tanto Freud quanto Anna refrearam suas pulsões, privando-se dos desejos originais. Em consequência, foram obrigados a refletir sobre a dimensão simbólica, imaginária e real; primeiro, dos acontecimentos familiares e, após, sobre tudo que a vida lhes apresentou. Identificada com o pai, Anna foi analisada por ele quando sofria de solidão afetiva. Logo, escolheu caminhos semelhantes ao dedicarse à psicanálise infantil. A filha do pai, sua preferida, divide diálogos com ele para, mais uma vez refletir sobre a condição humana. Novela familiar é uma forma ficcional de transfigurar o registro de memória dos laços familiares tornando-os extremamente personalizados e, assim, reinventados de acordo com o fantasma que atravessa de forma singular a cada um de nós.

Fantasias, fantasmas, invenções e transfigurações: o mito Freud será abordado em todos os seus aspectos, tanto biográficos como através de biografemas: pontes entre a “realidade” e a ficção que dele se produziu. Numa trajetória atemporal, a novela subdividese em 5 episódios: em 2019 serão realizados o primeiro e o segundo. As datas dos demais episódios serão divulgadas no início de 2020. Liana Timm, Curadora

EPISÓDIO 1 | A NOVELA FAMILIAR DO CLÃ FREUD Data: 26 de setembro, às 20h Local: Centro Cultural da UFRGS

EPISÓDIO 2 | A NOVELA FAMILIAR DO CLÃ FREUD Data: 28 de novembro, às 20h Local: Centro Cultural da UFRGS

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ARTES DA CENA

PROJETO CENA S MÍNIMA S SETEMBRO

Poesia para todo Sampler – Richard Serraria (Mastigação especial de poesia: Lorena Sanchez) A performance-show Poesia para todo sampler, de Richard Serraria, é uma ação cultural dinâmica e criativa que convida os participantes a experimentarem diálogos entre a poesia vocal, as artes visuais, a música e a literatura. Partindo de um repertório diversificado de poesias e canções autorais de Richard Serraria, a performance contempla ainda, através de citações pontuais, autores como Paulo Leminski, Wally Salomão, João Cabral de Melo Neto, Oliveira Silveira, Lenine, Racionais MC’s e Chico Buarque. A intervenção mostra diferentes modos de como se pode apresentar a poesia: num cartaz de rua, falavra no gogó, na página branca do livro, mastigada com fundo musical, em vídeo-poesia,

Fotografia: Marcelo Freire

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na melodia cantada, no rap com beat box feito ao vivo, no repente, no slam poetry ou também numa milonga para payada declamada, além de cantoria popular com tambor sopapo, no qual o público faz o responsório aos versos quilombolas gaúchos partilhados por Serraria. Nesta edição do Cenas Mínimas, a intervenção Poesia para todo Sampler contará com áudio descrição aberta, através da colaboração de Liliane Birnfeld (audiodescritora), Débora Jardim (bibliotecária e escritora) e Josiane França (ativista social). O jornalista e crítico musical Juarez Fonseca é o convidado de Richard Serraria para a conversa do dia 17.


Richard Serraria é poeta e cancionista portoalegrense ligado à expressão e à pesquisa da palavra poética em suas diferentes versões: canção, rap, poesia pura no gogó, vídeo-poesia, poema cartaz, slam poetry, livro objeto, falavra tambor, griotismo, oralitura, performance. Graduado em Letras na UFRGS com mestrado em Poesia Brasileira, Serraria é doutor em Estudos de Literatura pela mesma universidade com a tese “Mais Tambor Menos Motor e a criação de canções, um relato do processo de Escrita Criativa aplicado à canção”, que traz entrevistas com cancionistas, tamboreiros, produtores musicais, poetas, luthiers e rappers. Fundador da Bataclã FC e do Alabê Ôni, o artista contabiliza em sua trajetória oito Prêmios Açorianos (os 3 mais recentes recebidos em 2019).

Além de seus trabalhos em grupo, Richard Serraria atua em produções solo, como Vila Brasil (2008), Pampa Esquema Novo (2011) e Mais tambor menos motor (2018). É autor também de trilhas sonoras para documentários: O grande tambor (2010); Saúde (2017); Golpe (2018).

CENAS MÍNIMAS | POESIA PARA TODO SAMPLER, COM RICHARD SERRARIA | MASTIGAÇÃO ESPECIAL DE POESIA: LORENA SANCHEZ Data: 16 e 17 de setembro, às 19h Ingresso: Contribuição espontânea diretamente aos artistas Local: Centro Cultural da UFRGS

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ARTES DA CENA

OUTUBRO

A rebentação – Paula Finn e Paola Kirst A rebentação é um espetáculo de dança e música que une corpo e voz a partir do encontro entre duas mulheres, artistas potentes na cena cultural do Rio Grande do Sul, e que tem a água como elemento catalisador de encontros: Paula Finn tem o rio, Paola Kirst vem do mar. As duas artistas, seduzidas pelo canto das sereias no cais, foram sendo conduzidas para a atmosfera cênica do espetáculo. A rebentação é transformadora e criativa, une as marés e permeia o fluxo constante das ondas formando o material físico do corpo móvel e sonoro.

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Paula Finn e Paola Kirst mantêm, ao longo de suas trajetórias, uma estreita relação com as áreas da dança e da música. Paula, além de atuar na dança contemporânea, tem um estudo aprofundado na dança flamenca, no sapateado, e desenvolve uma pesquisa de ressignificação do uso das castanholas como instrumento de percussão na música brasileira. Já Paola possui experiência na dança teatro e, em seu trabalho autoral na música, pesquisa a voz como instrumento musical, fazendo uso desses conhecimentos para criar sua performance nos shows.


Fotografia: Anna Ortega

Este trabalho busca um mergulho na afinidade poética das artistas e propõe uma unicidade em que a melodia da voz guia o fluxo do corpo, que, por sua vez, se move e gera o som. Desde o mais sutil ao mais gutural, a voz e o corpo caminham juntos por diferentes estados do sensível. Dessa forma, ambas convidam a plateia para entoar sua rebentação. Pedal de efeito e repetição, caxixis e castanholas se somam às criações sonoras experimentais do espetáculo, que conta ainda com canções do álbum Costuras que me bordam marcas na pele, de Paola, e a participação de Neuro Jr no violão 7 cordas.

CENAS MÍNIMAS | A REBENTAÇÃO, COM PAULA FINN E PAOLA KIRST Data: 21 e 22 de outubro, às 19h Ingresso: Contribuição espontânea diretamente aos artistas Local: Centro Cultural da UFRGS

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ARTES DA CENA

SAL A REDENÇÃO C I N E M A U N I V E R S I TÁ R I O 1ª Mostra Itinerante de Cinema da AUGM

O Departamento de Difusão Cultural-UFRGS e a Associação de Universidades Grupo Montevidéu convidam os membros da comunidade universitária a inscreverem seus filmes para a 1ª Mostra Itinerante de Cinema da AUGM. Esta mostra irá englobar obras de seis países da América Latina e quase 40 Universidades e será exibida no IV Congresso de Extensão Universitária, em SantiagoChile, nos dias 4 a 6 de novembro, para depois itinerar para outras Universidades.

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Serão selecionados filmes nas seguintes categorias: a) Longas e médias-metragens documentais realizados a partir de 1 de Janeiro de 2015 em que um dos realizadores tenha vínculo com uma das instituições acadêmicas que participem da AUGM com duração entre 30 e 120 minutos; b) Curta-metragens, vídeo-artes e produções performáticas realizados a partir de 1 de Janeiro de 2018 que façam de atividades curriculares de graduação e pós-graduação de instituições acadêmicas que participem da AUGM com duração de 1 a 30 minutos.


Fotografia: Matheus Laux

Essa convocatória tem prazo que finda no dia 5 de Outubro de 2019. Cada universidade receberá os trabalhos realizados no âmbito de sua instituição e realizará a seleção de um trabalho para cada categoria, que encaminhará para a subcomissão organizadora para mostra, que fará a curadoria final.

Para inscrever sua obra, favor enviar e-mail para difusaocultural@ufrgs.br com as seguintes informações: - Ficha técnica da obra; - Relação institucional com a UFRGS; - Link para o filme em formato h264 (MPG, AVI, MOV, MKV...) – o filme deverá ser, caso se aplique, legendado em espanhol; - Informações complementares: ao menos três imagens em alta definição, material gráfico, currículo do diretor...

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CCIINNEEM MAA

SETEMBRO

Mostra Werner Herzog A presença de Werner Herzog em Porto Alegre, convidado do Fronteiras do Pensamento 2019, motiva a Sala Redenção e o Goethe-Institut, em parceria com a Werner Herzog Film GmbH, a celebrarem a obra deste que é um dos maiores cineastas do mundo. Dando seguimento ao projeto iniciado na Sociedade Cultural de São Leopoldo, no período de 2 a 5 de setembro, aqui a mostra, também será aberta ao público e reúne nove títulos, entre curtas e longas, documentários e ficção, formando um recorte expressivo da vasta filmografia deste diretor, cuja obra é uma inesgotável busca pelos sentidos da vida.

com magma a céu aberto, conversa com assassinos no corredor da morte, entrevista cientistas que se arriscam em nome da ciência, filma nos escombros de guerras ou elabora o material deixado por um jovem que acreditava no afeto dos perigosos ursos pardos do Alasca. Busca compreender os mistérios humanos, tenham sido eles esquecidos numa caverna milenar, ou se projetem para o futuro delirante de um mundo conectado pela tecnologia.

Nascido na Baviera, em 1942, Herzog começou como autodidata, rodando curtas antes dos 20 anos. Chamou a atenção da crítica com seu primeiro longa Sinais de Vida, em 1967. Foi durante essa filmagem que realizou o curta-metragem Últimas palavras (1968), em apenas três dias. Soube que numa ilha grega em evacuação um velho se recusava a partir. Herzog foi saber os seus motivos. Assim é o cineasta cuja obra nos fascina.

O conjunto de filmes reunidos na Sala Redenção expressam a abertura de Herzog para o mundo e o anseio de compreender como as pessoas vivem, no que acreditam, como são suas realidades nas mais distantes e diferentes regiões do planeta. Pode ser o velho solitário de La Soufriére (1976) que se recusa a deixar sua ilha ameaçada por um vulcão, ou os obstinados alpinistas de O brilho escuro das montanhas (1984) que arriscam a vida para alcançar os altos cumes de Gasherbrum, no Himalaia, ou o povo nômade do Saara, os Pastores do sol (1989) com suas fabulosas cerimônias de namoro.

Werner Herzog direciona sua câmera para vulcões

É um cineasta incessante e os temas aos quais dirige

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© Werner Herzog Film

Roda do Tempo, direção de Werner Herzog.

sua atenção são os mais diversos, quase sempre no calor da hora, como as imagens de Lições da escuridão (1992), dos campos de petróleo em chamas no Kuwait, logo após a Guerra do Golfo. A vida espiritual é tanto dos russos que, findo o comunismo que lhes proibia a religião, expressam sua fé de maneiras belas e surpreendentes em Sinos do Abismo (1993) quanto dos budistas tibetanos de Roda do tempo (2003) e seus milenares rituais de iniciação. Dois longas-metragens integram a mostra. Fata Morgana (1970) apresenta a superfície da terra como uma sinfonia de imagens e sons em inusitada experiência sensorial. As miragens são verdadeiras e foram captadas pela objetiva cinematográfica. Também impressiona no filme a poesia sagrada de Popol Vuh narrada por Lotte Eisner. Aguirre, a cólera dos deuses (1972) exemplifica à perfeição a obra do cineasta, conjugada entre uma realidade cuja excepcionalidade parece fantástica e uma ficção cuja potência tem mais força de verdade do que o documentário. Herzog diz que filmar é uma atividade atlética. Com

sua presença física imponente nos acontecimentos, que narra com voz grave e penetrante, vem construindo uma obra cinematográfica única. Sem engajamentos políticos ou viés ideológico olha com fascínio as escolhas humanas em busca dos sentidos que as pessoas dão às suas existências. Fatimarlei Lunardeli Professora, pesquisadora e crítica de cinema, curadora da mostra Direitos de exibição e de imagem cedidos por Werner Herzog Film. O Departamento de Difusão Cultural da UFRGS, em realização com o Goethe-Institut, recebe Werner Herzog para uma conversa em 23 de setembro, às 18h. A entrada para o evento (todo em inglês e sem tradução) é franca, e os interessados poderão retirar senhas de acesso ao Cinema Universitário na data a partir das 17h na Sala Redenção. A mediação será realizada por Francisco de Azeredo, produtor do projeto Fronteiras do Pensamento.

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CINEMA

GASHERBRUM

LA SOUFRIÈRE

(GASHERBRUM - DER LEUCHTENDE BERG)

(Dir. Werner Herzog | Alemanha | Documentário | 1977 | 30 min | 12 anos | Legendado) Ao saber que a ilha de Basse-Terre foi evacuada devido a possível erupção do vulcão La Grande Soufrière, Herzog viaja para a ilha deserta para encontrar um camponês que se recusou a sair. +

(Dir. Werner Herzog | Alemanha | Documentário | 1985 | 45 min | 10 anos | Legendado) Em junho de 1984, os dois renomados alpinistas Reinhold Messner e Hans Kammerlander fazem uma expedição incomum. Eles querem conquistar em uma única escalada dois picos de mais de 8000m na Serra de Karakorum, que são o Gasherbrum 1 e o Gasherbrum 2, e isso sem equipamento de oxigênio, sem grande bagagem e sem retorno intermediário ao acampamento de base. Herzog acompanha a expedição até o acampamento de base nas geleiras eternas. +

LIÇÕES DA ESCURIDÃO

(LEKTIONEN IN FINSTERNIS)

(Dir. Werner Herzog | Alemanha | Documentário | 1992 | 50 min | 10 anos | Legendado) A paisagem exibe o desastre dos campos de petróleo do Kuwait em chamas. Em contraste com o documentário comum, não há comentários e poucas entrevistas. O que deve ter sido o inferno em si é apresentado ao espectador em vistas e músicas de beleza tão fascinante que contrasta com a destruição causada por essas máquinas. 16 de setembro | 2ª feira | 16h

© Werner Herzog Film

PASTORES DO SOL (HIRTEN DER SONNE)

(Dir. Werner Herzog | Alemanha | Documentário | 1989 | 48 min | 12 anos | Legendado) Tendo como ponto de partida uma festa, que se realiza anualmente, Herzog retrata a tribo nômade dos wodaabe, no sul do Saara. Em momento algum, ele suprime o desconhecido e o irritante em suas observações, enfatizando, assim a identidade inconfundível da antiga tribo do povo dos fulbes. 17 de setembro | 3ª feira | 16h © Werner Herzog Film

SINOS DO ABISMO

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© Werner Herzog Film

ÚLTIMAS PALAVRAS (LETZTE WORTE)

(Dir. Werner Herzog | Alemanha | Documentário | 1968 | 13 min | 12 anos | Legendado) O filme conta a história do último homem a deixar a ilha de Spinalonga, conhecida por ser um reduto de leprosos. O homem se recusou a abandonar a ilha e foi, então, forçadamente tirado de lá. Ele agora vive em Creta, onde toca lira num bar durante a noite e se recusa a falar. +

RODA DO TEMPO (RAD DER ZEIT)

(Dir. Werner Herzog | Alemanha | Documentário | 2003 | 81 min | 12 anos | Legendado) Documentário sobre as festividades ligadas à iniciação Kalachakra em Bodh Gaya (India) e em Graz (Áustria). 19 de setembro | 5ª feira | 16h

AGUIRRE - A CÓLERA DOS DEUSES

(GLOCKEN AUS DER TIEFE)

16 de setembro | 2ª feira | 19h (Dir. Werner Herzog | Alemanha | Documentário | 1993 | 60 min | 16 anos | Legendado) Werner Herzog observa na Sibéria curandeiros que se autodenominam redentores e se fazem passar por sucessores de Cristo, e pessoas que, no distante lago Svetloyar, realizam rituais estranhos e difíceis de explicar. Após a sessão haverá um debate com Fatimarlei Lunardelli sobre o cinema de Herzog.

tempo chocante em seu transe de sons, cores e efeitos.

(AGUIRRE, DER ZORN GOTTES)

FATA MORGANA 17 de setembro | 3ª feira | 19h (Dir. Werner Herzog | Alemanha | Documentário | 1971 | 79 min | 10 anos | Legendado) O filme ficou, durante algum tempo, engavetado, mostrado apenas para alguns amigos. Um filme repleto de plasticidades, poético e ao mesmo

23 de setembro | 2ª feira | 15h (Dir. Werner Herzog | Alemanha, México, Peru | Drama | 1972 | 93 min | 14 anos | Legendado) Algumas décadas após a destruição do império Inca, uma expedição espanhola deixa as montanhas do Peru e desce o rio Amazonas em busca de ouro e riqueza. Logo, eles encontram grandes dificuldades e Don Aguirre, um homem implacável que se importa apenas com riquezas, se torna seu líder. Mas sua busca os levará à “cidade dourada” ou à destruição?


Mostra 2ª Guerra Mundial Neste ano se completa 80 anos do início da Segunda Guerra Mundial, a maior hecatombe produzida pelo homem. Durante quase seis anos (1939-1945) do século XX, tropas se digladiaram, estendendo as terríveis consequências dessa luta às populações civis, como até então não tinha se visto. Trata-se de um marco profundo na contextualização da história contemporânea por ter deixado marcas significativas na geopolítica mundial e nas estruturas socioeconômicas e culturais que se refletem até os dias de hoje.

imaginários no qual foram produzidos. Ao longo desses oitenta anos, não houve um ano sequer em que não fossem produzidos filmes sobre a Segunda Guerra Mundial. Pensando nisso, a Sala de Cinema Redenção convida o público para assistir uma série de doze produções rodadas em épocas diferentes que recontam essa História em 24 quadros por segundo. Nilo Piana De Castro, Professor de história do Colégio Aplicação da UFRGS e curador da mostra.

O cinema nascido no final do século XIX, tem sua história entremeada com os principais acontecimentos importantes ao longo desses mais de cento e vinte anos seguintes, portanto, mostra-se como uma excelente fonte para recontar em parte essa história. Os filmes são produtos das condições sociais de sua época e da sociedade que os produziu, permitindo uma leitura histórico/ ideológica através das imagens e diálogos, assim como de parte dos

Tempos de Paz, direção de Daniel Filho.

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CINEMA da luta aérea pelo controle do céu, em que o que está em jogo é a invasão da Inglaterra.

KATYN 02 de setembro | 2ª feira | 16h 04 de setembro | 4ª feira | 19h (Dir. Andrzej Wajda | Polônia | Drama | 2007 | 120 min | 14 anos | Legendado) Em setembro de 1939, após a invasão da Polônia pelos nazistas, tropas soviéticas ocupam o leste do país. Milhares de oficiais poloneses são mantidos prisioneiros e enviados a campos de concentração. Anna (Maja Ostaszewska) aguarda na companhia da filha o retorno do marido, Andrej (Artur Zmijewski). Quando várias covas coletivas são encontradas os soviéticos informam que os poloneses foram assassinados pelos nazistas na floresta de Katyn. Anna, no entanto, encontra o diário do marido e descobre que a verdade é outra.

Considerado por muitos como um dos momentos mais simbólicos da história da humanidade, o ataque a Pearl Harbor gerou consequências importantes nos passos seguintes dos conflitos entre americanos e asiáticos. Através de uma remontagem minuciosa, japoneses e norte-americanos mostram suas próprias versões do que aconteceu durante os dias que antecederam e sucederam o atentado.

AS MULHERES DE ROSENSTRASSE 03 de setembro | 3ª feira | 19h 09 de setembro | 2ª feira | 16h (Dir. Margarethe Von Trotta | Alemanha | Drama | 2003 | 136 min | 14 anos | Legendado) No ano de 2000, após seu pai falecer em Nova York, a jovem judia Sarah passa a se preocupar com Ruth, sua mãe, que começou a se comportar de forma estranha. O mistério aumenta quando uma prima distante aparece para visitá-los, trazendo uma foto que mostra Ruth, ainda criança, ao lado da mulher que a ajudou a escapar da Alemanha durante a guerra. Curiosa a respeito dos fatos por trás do retrato, Sarah viaja a Berlin disposta a desvendar os mistérios sobre a infância da mãe, e acaba entrando em contato com uma história emocionante.

A BATALHA DE SEVASTOPOL 05 de setembro | 5ª feira | 16h 06 de setembro | 6ª feira | 19h (Dir. Sergey Mokritskiy | Rússia, Ucrânia | Drama | 2015 | 123 min | 14 anos | Legendado) O filme conta a história de Lyudmila Pavlichenko, uma franco-atiradora soviética durante a II Guerra Mundial, conhecida como “Lady Death”, e a quem se atribui a morte de 309 soldados alemães. Sendo até hoje considerada a atiradora feminina mais bem sucedida na história, Lyudmila foi uma das pessoas responsáveis por mudar o rumo da história mundial.

A BATALHA DA GRÃ-BRETANHA 02 de setembro | 2ª feira | 19h 03 de setembro | 3ª feira | 16h (Dir. Guy Hamilton | Inglaterra | Drama | 1969 | 131 min | 12 anos | Legendado) Em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, os Aviadores da Força Aérea britânica lutam contra uma possível invasão das forças alemãs ao território inglês. Descrição minuciosa

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TORA! TORA! TORA! 04 de setembro | 4ª feira | 16h 05 de setembro | 5ª feira | 19h (Dir. Richard Fleischer, Kinji Fukasaku, Toshio Masuda | Japão, EUA | Drama | 1970 | 144 min | Livre | Legendado)

STALINGRADO – A BATALHA FINAL 06 de setembro | 6ª feira | 16h 09 de setembro | 2ª feira | 19h


(Dir. Fyodor Bondarchuk | Rússia | Ação | 2013 | 135 min | 14 anos | Legendado ) Seis soldados amigos lutam na sangrenta Batalha de Stalingrado, durante a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de proteger o território das forças armadas alemãs.

(Dir. Clint Eastwood | EUA | Drama | 2006 | 141 min | 14 anos | Legendado) ‘Cartas de Iwo Jima’ conta a história dos soldados japoneses que defenderam seu país contra as forças invasoras americanas durante a Segunda Guerra Mundial. As táticas adotadas pelo General Tadamichi Kuribayashi e por seus homens transformaram o que se previa ser uma rápida derrota em uma batalha de 40 dias de duração.

criado para agilizar a produção de duas grandes bombas atômicas, a Fat Man e a Little Boy, que seriam usadas contra a Alemanha na Segunda Guerra Mundial, em cerca de dezenove meses. A liderança da construção ficou a cargo do engenheiro responsável pela construção do Pentágono, Leslie Groves (Paul Newman), ao lado do físico J. Robert (Dwight Schultz), da Universidade da Califórnia.

O PIANISTA

13 de setembro | 6ª feira | 16h 04 de outubro | 6ª feira | 19h (Dir. Vicente Amorim | Brasil | Drama | 2011 | 107 min | 14 anos) O Imperador Hirohito acaba de assinar a rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial. Em uma colônia japonesa no Brasil, um grupo de nacionalistas se recusa a acreditar que seu país finalmente perdeu uma batalha.

A CONQUISTA DA HONRA 10 de setembro | 3ª feira | 16h 02 de outubro | 4ª feira | 16h (Dir. Clint Eastwood | EUA | Drama | 2007 | 132 min | 16 anos | Legendado ) Fevereiro de 1945. Apesar da vitória anunciada dos aliados na Europa, a guerra no Pacífico prosseguia. Uma das mais importantes e sangrentas batalhas foi a pela posse da ilha de Iwo Jima, que gerou uma imagemsímbolo da guerra: cinco fuzileiros e um integrante do corpo médico da Marinha erguendo a bandeira dos Estados Unidos no monte Suribachi. Alguns destes homens morreram logo após este momento, sem jamais saber que foram imortalizados. Os demais permaneceram na frente de batalha com seus companheiros, que lutavam e morriam sem qualquer ostentação ou glória.

12 de setembro | 5ª feira | 16h (Dir. Roman Polanski | Reino Unido | Drama | 2003 | 150 min | 14 anos | Legendado) As memórias do pianista polonês Szpilman são retratadas nesse emocionante filme, contando como começaram as restrições aos judeus em Varsórvia e como conseguiu sobreviver ao Holocausto.

CORAÇÕES SUJOS

TEMPOS DE PAZ 04 de outubro | 6ª feira | 16h (Dir. Daniel Filho | Brasil | Drama | 2009 | 80 min | 12 anos) Um interrogador da polícia que trabalha na alfândega do Rio de Janeiro deve evitar a entrada de nazistas no país.

O INICIO DO FIM

CARTAS DE IWO JIMA 11 de setembro | 4ª feira | 16h 01 de outubro | 3ª feira | 16h

13 de setembro | 6ª feira | 19h 03 de outubro | 5ª feira | 16h (Dir. Rolland Joffé | EUA | Drama | 1989 | 127 min | 12 anos | Legendado) O filme narra os acontecimentos em torno do desenvolvimento do ultra-secreto Projeto Manhattan,

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CINEMA

16ª MUMIA - Mostra Udigrudi Mundial de Animação

A MUMIA - Mostra Udigrudi Mundial de Animação de Belo Horizonte, já tendo passado por Rio de Janeiro, São Paulo e Florianópolis, além de participações em mostras internacionais com curtas nacionais e internacionais, tem a finalidade de incentivar novas produções audiovisuais de curtas-metragens em animação, por sua inovação e criatividade.

A mostra é composta por filmes e vídeos feitos sem apoio, com prejuízo para seus realizadores, sem incentivos e realizados com baixo custo ou com nenhum. O critério de curadoria é a não seleção: Todas as animações enviadas são exibidas.

Com o objetivo de ampliar os espaços de imaginação e de possibilidades de novo dizer, de novo sentir, e de um novo modo de expressar sendo também um estímulo à cultura cinematográfica brasileira, é um espaço para formação de novos espectadores e realizadores.

Torre, direção de Nádia Mangolini.

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meu inimigo” é uma construção colaborativa, animado por 127 animadores de todo o país, na técnica de rotoscopia para o novo disco da banda Devotos do icônico grupo de punk rock hardcore da cidade do Recife. +

ALMAS, DE MARCOS FARIA

TORRE

TAILOR

(Dir. Marcos Faria | SP | 2018 | 03 min) O poema “Não sei quantas almas tenho” de Fernando Pessoa como um filtro para as emoções. O que vi, vivi, ouvi e senti pela vida. Uma obra sem roteiro ou pré ideia, tudo foi realizado a partir das emoções que o poema trazia. Um mergulho na alma e na arte.

(Dir. Nádia Mangolini | SP | 2017 | 18 min) Quatro irmãos, filhos de Virgílio Gomes da Silva, o primeiro desaparecido político da ditadura militar brasileira, relatam suas infâncias durante o regime.

(Dir. Calí dos Anjos | RJ | 2017 | 10 min) Tailor é um cartunista transgênero que compartilha em sua página na internet experiências de outras pessoas trans e seus desafios dentro da sociedade. Um documentário animado sobre pessoas trans, feito por pessoas trans.

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O POETA DAS COISAS HORRÍVEIS BUSINESS MEETING (Dir. Guy Charnaux | RJ | 2018 | 01 min) Apenas uma reunião de negócios, como qualquer outra reunião de negócios. Sim, acho que essa é uma boa descrição do filme. O que você acha?

(Dir. Guy Charnaux | RJ | 2017 | 05 min) A história de um pai que tenta ajudar seu filho a tornar-se um poeta, mas falha miseravelmente. +

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GUAXUMA

EU O DECLARO MEU INIMIGO (Dir. Marcos Buccini , Tiago Delácio | PE | 2018 | 02 min) O vídeo-clipe “Eu o declaro

FAZENDA ROSA (Dir. Chia Beloto | PE | 2017 | 08 min) Erasto Vasconcelos, o poeta da percepção da vida, de como ela é tão bem usada neste nosso planeta, faz eco da “pernambucaneidade” do que nos rodeia, dos bichos do dia e da noite, dos peixes do rio, dos pássaros, dos bichos do mangue, das árvores e suas frutas, do que se planta para comer, das personagens que nos cantam e das cantigas de roda. 12 de setembro | 5ª feira | 19h

(Dir. Nara Normande | PE | 2018 | 14 min) Eu e a Tayra crescemos juntas na praia de Guaxuma. A gente era inseparável. O sopro do mar me traz boas lembranças. +

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CINEMA

Fimfarum: A Terceira é a Melhor, direção de Kristina Dufkova, Vlasta Pospisilova e Davi Sukup.

Festival Nueva Mirada Neste mês, o Sesc/RS irá apresentar na Sala Redenção, dez sessões da mostra itinerante com filmes do Festival Nueva Mirada. Este festival é uma Associação da Sociedade Civil sem fins lucrativos especializada em cultura, indústrias culturais e comunicação dedicada a dar respostas às necessidades de capacitação e desenvolvimento educativo, cultural de crianças, adolescentes e jovens.

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Serão nove longa-metragens e uma sessão de curtas de diferentes países, como Alemanha, República Tcheca e Holanda, voltadas para crianças e adultos. As exibições serão as 14 horas, ao longo de duas semanas, todas gratuitas. A Sala Redenção estará aberta para que as crianças e jovens tenham acesso à produção infantil espalhada pelo mundo.


PUAJ! 24 de setembro | 3ª feira | 14h (Dir. Veit Helmer | Alemanha | 2014 | 82 min | Dublado) Bollerville é um povoado tranquilo na Europa, um lugar tão comum que se transformou em uma amostra perfeita para realizar estudos de mercado. Para isso, os idosos são internados em asilos a fim de manter baixo o índice de idade média de seus habitantes. Mas as crianças se negam a serem cobaias e decidem agir: se rebelam contra seus pais porque não suportam a comida que a fábrica de alimentos instalada na cidade quer que eles consumam. Com a ajuda dos avós, elas começam a estabelecer um novo registro na cidade que obriga as autoridades a reconhecer que seus habitantes não são “normais”. O resultado é o caos total!

A HISTÓRIA DO QUEIJO E DA CABRA 26 de setembro | 5ª feira | 14h (Dir. Jan Tománek | República Tcheca | 2012 | 83 min | Dublado) Continuação do filme de animação mais bem-sucedido de todos os tempos na República Tcheca, Goat Story- Old Prague Legendes (História de cabra - Lendas antigas de Praga). As crianças Zuzanka e Honzik, junto

com Goat (cabra), procuram seus pais, que aparentemente foram sequestrados pelo demônio para castigá-los por produzir um queijo de cabra diabolicamente gostoso. As crianças os encontram presos no castelo onde Kobyl, o conselheiro do rei, os obriga a fabricar queijo. Bobyl ganhou a benção do rei graças a “seu” queijo, enrolando-se em uma perigosa e pegajosa aventura.

O GALO DE SÃO VICTOR 27 de setembro | 6ª feira | 14h (Dir. Pierre Greco | Canadá | 2014 | 80 min | Dublado) O prefeito de São Victor está orgulhoso com a ordem e o dinamismo econômico de sua aldeia. Atribui esse vigoroso êxito a sua valente mascote; um pontual e barulhento galo que desperta a todos às quatro da manhã com precisão, todos os dias da semana, seja dia útil, sábado, domingo ou feriado. Mas alguns aldeões já não suportam mais o cantar do galo na madrugada e decidem pôr um preço por sua cabeça. Ao destituir o estridente galo, a vila sofre imediatamente consequências negativas. Alertados pelo repentino desastre econômico e social, um grupo de locais forma um esquadrão especial para recuperar a ave.

WICKIE E O TESOURO DOS DEUSES 30 de setembro | 2ª feira | 14h (Dir. Christian Ditter | Alemanha | 2011 | 96 min | Dublado) Quando Wickie se transformará em um viking de verdade de uma vez por todas? Essa pergunta tira o sono de seu pai, Halvar. Mas quando Sven, o Terrível, sequestra o chefe da aldeia Flake, Wickie tem sua grande oportunidade. Como chefe interino, comanda um grupo de corajosos vikings até chegar no castelo de Sven, onde Halvar está encarcerado. Mas a tarefa mais difícil ainda está por vir: atravessar oceanos, praias tropicais e perigosas planícies geladas na busca do legendário tesouro dos deuses antes que Sven o alcance. Wickie guarda alguns truques na manga para evitar que Sven encontre o tesouro primeiro.

O ÍNDIO 01 de outubro | 3ª feira | 14h (Dir. Ineke Houtman | Holanda | 2009 | 76 min | Legendado) Koos, um menino de quase 8 anos, quer se parecer com o pai, um imponente e típico holandês e isso não é nada fácil, porque Koos foi adotado no Peru, é baixinho e tem a pele morena. Um dia ele vê um menino peruano, que toca uma música estranha em frente ao supermercado, e descobre que é de origem indígena. Também fica sabendo que logo terá um irmãozinho. A partir de então Koos questiona sua família e tenta ser um verdadeiro índio.

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CINEMA

HABA NASTATION

KAUWBOY

02 de outubro | 4ª feira | 14h (Dir. Ián Padrón | Cuba | 2011 | 80 min | Legendado) Longe de sua casa no bairro nobre de Miramar, um menino participa do desfile de 1º de Maio e, ao perder-se de sua turma, acaba por acidente em um bairro da periferia chamado La Tinta, onde vive seu colega de classe Carlos. Até então Carlos não fazia parte do seu círculo de amigos. Esse encontro resulta em novas experiências e em uma nova amizade. Uma história que revela a diversidade da realidade cubana atual, por intermédio do cotidiano desses dois garotos.

04 de outubro | 6ª feira | 14h (Dir. Boudewijn Koole | Países Baixos | 2012 | 81 min | Legendado) Jojo tem aproximadamente 10 anos e vive com o pai, quase sempre ausente devido a seu trabalho. Segundo Jojo, a mãe - uma cantora Country - está em turnê. O pai não passa por um bom momento e Jojo oscila entre uma independência precoce e a necessidade de contenção.

FIMFARUM: A TERCEIRA É A MELHOR 03 de outubro | 5ª feira | 14h (Dir. Kristina Dufkova, Vlasta Pospisilova, Davi Sukup | República Tcheca | 2011 | 70 min | Legendado) Trata-se de três histórias curtas. O chapéu com pena de ave: Um conto de fadas sobre velhice e a nostalgia da juventude perdida. Razão e sorte: Uma história em que razão e sorte competem, ainda que ao final tenham de combinar seus esforços para prevalecer sobre a loucura e a desgraça. Como morreram os ogros das montanhas: Uma equipe de três cineastas parte em uma expedição nas montanhas Sumava para ver se é verdade que os ogros ainda vivem ali.

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SESSÃO DE CURTAS – NUEVA MIRADA 07 de outubro | 2ª feira | 14h Mais de dez curta-metragens de animação, de diversos países, compõem a Sessão de Curtas que irá finalizar a mostra itinerante. Serão curtas sem falas, que se utilizam da linguagem visual que o cinema possibilita para dialogar com o imaginário infantil, tão lúdico e imaginativo.


Semana das Línguas Europeias Como parte do projeto das Semanas Internacionais, organizadas pela Prefeitura de Porto Alegre, as Representações Consulares e Institutos Culturais, a Sala Redenção- Cinema Universitário irá receber a Semana das Línguas Europeias. Esse projeto oferece diversas atividades, dentre as quais aulas demonstrativas, palestras e exposições, em diversos centros culturais de Porto Alegre.

A mostra de cinema na Sala Redenção conta com longas de seis países do continente europeu, Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Itália e Suíça. Evocando a ideia do plurilinguismo presente na vida dos cidadãos, sendo o cinema um das principais ferramentas de aproximação e identificação entre culturas.

Não é Meu Tipo, direção de Lucas Belvaux.

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CINEMA (Émilie Dequenne), uma cabeleireira. O sentimento é recíproco, mas o abismo cultural e social entre os dois impede que o relacionamento evolua.

contam ao menino sua história, retratada com bastante humor. Sessão do consulado da Alemanha.

Sessão do consulado da Bélgica.

PUCCINI E LA FANCIULLA 26 de setembro | 5ª feira | 19h (Dir. Paolo Benvenuti, Paola Baroni | Itália | Drama | 2008 | 84 min | 14 anos | Legendado) Enquanto Puccini está totalmente absorto com a composição de sua ópera La fanciulla del West, uma intriga sexual gira em torno dele. Sessão do consulado da Itália.

MINHA VIDA DE ABOBRINHA 27 de setembro | 6ª feira | 19h (Dir. Claude Barras | Suíça | Animação | 2017 | 67 min | 10 anos | Legendado) Ícaro, apelidado de Abobrinha, perde sua mamãe em um acidente e é levado por Raymond, um policial, a um lar para crianças. Lá, ele faz novos amigos, como Simon, Ahmed, Jujube, Alice e Béatrice, que não foram poupados pela vida. Um dia, é a vez de Camille chegar para morar no orfanato. Sessão do consulado da Suíça.

NÃO É MEU TIPO 30 de setembro | 2ª feira | 19h (Dir. Lucas Belvaux | França | 2013 | 112 min | 14 anos | Legendado) Clément (Loïc Corbery), professor de filosofia em Paris, é tranferido para uma região distante, onde conhece e se apaixona por Jennifer

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SÉRAPHINE TRUMAN 01 de outubro | 3ª feira | 19h (Dir. Cesc Gray | Espanha | Drama, comédia | 2015 | 108 min | 14 anos | Legendado) Dois amigos de infância, separados por um oceano, se encontram depois de muitos anos. Eles passam uns dias juntos, lembrando os velhos tempos e grande amizade que se manteve com os anos, tornando-os inesquecíveis, pois seu reencontro é também o último adeus. Sessão do consulado da Espanha.

BEM-VINDO À ALEMANHA 02 de outubro | 4ª feira | 19h (Dir. Yasemin Şamdereli | Alemanha | Drama, comédia | 2011 | 101 min | Livre | Legendado) Depois de muitos anos, os avós conseguem o passaporte alemao, mas o neto pequeno, que nasceu na Alemanha, está confuso sobre sua identidade, se alema ou turca.A família decide viajar paraa Turquia para conhecer a casa que o avo comprou, e nesse meio tempo

03 de outubro | 5ª feira | 19h (Dir. Martin Provost | França | Drama | 2008 | 125 min | 12 anos | Legendado) Durante décadas, Séraphine nutriu uma paixão secreta pela pintura, a que se dedicava à noite após o trabalho. Ela foi descoberta por acaso, pelo famoso colecionador de arte alemão Wilhelm Uhde. Surpreso com o enorme talento de Séraphine, Uhde decide revelá-lo ao mundo e mudar sua vida. Sessão do consulado da França.


Limite, direção de Mario Peixoto.

PARCEIROS DA SAL A REDENÇÃO

Clube de Cinema A 13 de Abril de 1948, o crítico de cinema Paulo Fontoura Gastal, reunido com jornalistas, cinéfilos e intelectuais de Porto Alegre, fundou o Clube de Cinema de Porto Alegre, dedicado à expansão da cinefilia na cidade, no estado e no país. Desde então e até hoje nosso Clube é ativo e persistente em promover mostras e festivais ao longo de sua história, sem esquecer de uma boa conversa após cada sessão sobre o filme recém visto. O Clube de Cinema recebeu da ACCIRS, Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul, o prêmio Luiz César Cozzatti – Destaque Gaúcho de 2018, destinado à valorização da produção audiovisual e a cultura do RS.

LIMITE 10 setembro | 3ª feira | 19h (Dir. Mario Peixoto | Brasil | Experimental | 1931 | 120 min | 12 anos) Um tema, uma situação e três histórias. O tema, a ânsia do homem pelo infinito, seu clamor e sua derrota. A situação, um barco perdido no oceano com três náufragos - um homem e duas mulheres. As três histórias são aquelas que os personagens mutuamente se contam. Na situação se esboça o tema que as três histórias desenvolvem. A tragédia cósmica se passa no barco. E para ele convergem as histórias.

Convidamos a cinefilia brasileira para juntar-se a nós nesta longa e divertida aventura que o CINEMA proporciona. #ClubeDeCinema #CCPA1948 #SessaoCCPA Diretoria do Clube de Cinema de Porto Alegre

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CINEMA

CineDHebate Direitos Humanos O CineDHebate Direitos Humanos é uma parceria entre a Liga dos Direitos Humanos da Faculdade de Educação da UFRGS e a Sala Redenção – Cinema Universitário. Cada exibição é seguida de debate com a participação de convidados, dos organizadores e do público.

TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIME 11 de setembro | 4ª feira | 19h (Dir. Martin Mcdonagh | EUA | Crime | 2017 | 115 min | 16 anos | Legendado) Inconformada com a ineficácia da polícia em encontrar o culpado pelo brutal assassinato de sua filha, Mildred Hayes (Frances McDormand) decide chamar atenção para o caso não solucionado alugando três outdoors em uma estrada raramente usada. A inesperada atitude repercute em toda a cidade e suas consequências afetam várias pessoas, especialmente a própria Mildred e o Delegado Willoughby (Woody Harrelson), responsável pela investigação. Após a sessão haverá um debate com Nycolas Friedrich Correa Motta, doutorando em Filosofia na UFRGS e curador da mostra.

Três Anúncios Para Um Crime, direção de Martin Mcdonagh.

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Hermenegildo, direção de Daniela Sallet.

Sessão Incluir Como forma de aproximar a sétima arte do público com necessidades especiais, a Sala Redenção em parceria com o Sesc-RS, irá exibir uma sessão especial com acessibilidade. O filme exibido contará com audiodescrição, libras e legendas, que possibilitará a experiência cinematográfica para pessoas com deficiência visual ou auditiva. A sessão será aberta ao público.

HERMENEGILDO 18 de setembro | 4ª feira | 14h (Dir. Daniela Sallet | Brasil |Documentário | 2019 | 42 min | Livre) Quarenta anos depois do maior desastre ecológico do Rio Grande do Sul o primeiro repórter a chegar ao local da tragédia volta à Praia do Hermenegildo, no extremo sul do Brasil. As memórias do jornalista Marco Antônio Villalobos são o fio condutor do documentário que revisita o episódio que matou milhares de animais marinhos, além de cães, gatos e cavalos. Daniela Sallet assina roteiro e direção e lança seu olhar em busca respostas para a maior dúvida que ainda encobre a tragédia: a real causa do acidente ambiental. Enquanto o laudo oficial do Governo Militar responsabilizou o fenômeno natural da “maré vermelha”, técnicos apontavam uma contaminação por produtos químicos.

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CINEMA

Piratas da Informática, direção de Martyn Burke.

Inovação nas Telas O Parque Zenit, a Difusão Cultural - UFRGS e a Sala Redenção organizam mensalmente a sessão Inovação nas Telas, uma série de cinedebates que reúne no mesmo evento inovação, networking e cinema! As sessões exibem longas relacionados à temática do empreendedorismo e da inovação, seguidos de um debate com palestrantes relevantes da área, que se alternam a cada edição.

PIRATAS DA INFORMÁTICA 18 de setembro | 4ª feira | 19h (Dir. Martyn Burke | EUA | Drama | 1999 | 95 min | 14 anos | Legendado) Até o surgimento de Steve Jobs e Bill Gates, a informática era algo distante, que não fazia parte do universo das pessoas comuns. Os dois, ainda estudantes, lideraram uma revolução que integrou os computadores ao nosso dia a dia. Após a sessão haverá um debate com os organizadores da mostra e convidados.

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Cinemas em Rede O Cinemas em Rede é uma iniciativa da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) em parceria com o Ministério da Cidadania e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, que pretende contribuir para a criação de um circuito de exibição audiovisual nas Universidades e Instituições federais de todo Brasil. No Rio Grande do Sul a parceria é com a Sala Redenção – Cinema Universitário.

ALÉM DO ESPELHO 19 de setembro | 5ª feira | 19h (Dir. Ana Flauzina | Brasil | Documentário | 2017 | Livre) O documentário Além do Espelho conecta duas das mais importantes vozes da resistência negra no cenário internacional contemporâneo: o jornalista brasileiro Edson Cardoso e o cineasta etíope Haile Gerima que, em intenso diálogo, situam os desafios impostos pelo racismo e as possibilidades de superação de seus efeitos nefastos. Após a sessão teremos um debate com Ana Flauzina, diretora do filme, gerado e transmitido a partir da Universidade Federal da Bahia, UFBA.

Além do Espelho, direção de Ana Flauzina.

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CINEMA

Damiana Kryygi, direção de Alejandro Fernández Mouján.

Mostra RECAM A RECAM é um órgão do Mercosul que busca dar visibilidade a produções de seus países participantes, garantindo que o telespectador tenha acesso a obras da América Latina que abordem temas que reflitam as condições do continente.

O ESTOPIM 24 de setembro | 3ª feira | 16h 30 de setembro | 2ª feira | 16h (Dir. Rodrigo Mac Niven | Brasil | Documentário | 2014 | 80 min | 16 anos) O valor dos amigos e familiares de Amarildo, mortos pela Polícia Militar no interior da sede da Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha, em julho de 2013, tornou-se um símbolo da resistência e da luta da sociedade civil na região, contra a violência do Estado. O caso foi o gatilho não apenas para a mobilização de outras comunidades, mas principalmente para expor as fraquezas de um projeto de segurança pública militarizado.

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DAMIANA KRYYGI 24 de setembro | 3ª feira | 19h 27 de setembro | 6ª feira | 16h (Dir. Alejandro Fernández Mouján | Brasil | Documentário | 2015 | 92 min | 12 anos) Em 1896, uma menina Aché de 3 anos é capturada após um massacre ao seu povo indígena na selva paraguaia. Torna-se o objeto de estudo dos antropólogos do momento. Mais de 100 anos depois, seus restos mortais são encontrados no Museu de Ciências Naturais de La Plata e no Hospital Charité em Berlim.

EL BELLA VISTA 26 de setembro | 5ª feira | 16h (Dir. Alicia Cano | Uruguai | Documentário | 2012 | 73 min | 16 anos | Legendado) A história de uma casa que começou como um clube de futebol, tornou-se um bar-bordel de transexuais e acabou se transformando em um templo de oração e catequese: a capela Jesús de la Misericórdia.


Espaços (Sub)Traídos O Grupo de Pesquisa Identidade e Território (GPIT-UFRGS) e Sala Redenção - Cinema Universitário apresenta a mostra Espaços (Sub)traídos. Essas sessões surgem com intuito de fomentar o diálogo entre o público e o meio acadêmico sobre a função da imagem cinematográfica como imagem poética. As inquietações urbanas que permeiam as pesquisas dos diversos integrantes do grupo dialogam com filmes produzidos pela cena audiovisual brasileira. Tal imagem pode possibilitar uma outra de visão de mundo, aquela que constrói a diversidade do espaço contemporâneo a partir da subtração, realçando o menos, o esquecido, o invisível.

DE MEIEMBIPE A CHUQUISACA - A DESCOBERTA DO IMPÉRIO INCA (Dir. Carolina Borges de Andrade | Brasil | Documentário/animação | 2018 | 25 min | Livre) Verão de 1516. Uma embarcação espanhola naufraga em Meiembipe, atual Ilha de Santa Catarina. Um dos sobreviventes, Aleixo Garcia, protagoniza uma

das maiores aventuras para um europeu em terras brasileiras: percorrer a pé, na companhia de centenas de guaranis, um trajeto de três mil quilômetros, de Florianópolis até o território inca, na Cordilheira dos Andes. A partir daí o Sul do Brasil vive uma verdadeira “corrida da prata”, antes mesmo do início da sua colonização oficial. +

TAVA, A CASA DE PEDRA (Dir. Guarani-Mbya / Videonasaldeias | Brasil | Documentário | 2012 | 78 min) Memória, mítico religiosa, dos Mbya-Guarani sobre as reduções jesuíticas e a guerra guaranítica do século XVII no Brasil, Paraguai e Argentina. 25 de setembro | 4ª feira | 19h Após a sessão haverá debate com os organizadores e convidados.

Sessão UN API As sessões de cinema da parceria entre UNAPI (Universidade Aberta para Pessoas Idosas) e Sala Redenção – Cinema Universitário ocorrem mensalmente. Nelas, busca-se integrar os idosos ao cotidiano cultural universitário. Em todas as sessões, são promovidos debates relacionados ao tema escolhido para cada filme exibido. Esta sessão é uma parceria com Sesc-RS.

O CIDADÃO ILUSTRE (Dir. Mariano Cohn, Gastón Duprat | Argentina | Drama, Comédia | 2016 | 118 min | 14 anos | Legendado) Um escritor argentino vencedor do Prêmio Nobel, há 40 anos radicado na Europa, volta ao povoado onde nasceu e que inspirou a maioria de seus livros a fim de receber o título de Cidadão Ilustre da cidade. 25 de setembro | 4ª feira | 14h

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C II N N EE M MA A C OUTUBRO

A Crônica Malandra de Hugo Carvana Entre os dias 07 e 11 de outubro, a Sala Redenção – Cinema Universitário apresenta A Crônica Malandra de Hugo Carvana, mostra que celebra os cinco anos da morte do cineasta carioca. Apresentaremos três filmes do diretor, realizados entre 1973 e 1983: Vai Trabalhar Vagabundo! (1973), Se Segura Malandro (1977) e Bar Esperança (1983). Nascido em 1937, Hugo Carvana começou sua carreira como figurante nas chanchadas da Atlântida, trabalhou como ator em filmes como Terra em Transe (1967) e O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (1969), ambos de Glauber Rocha, Macunaíma (1969) de Joaquim Pedro de Andrade, entre outros clássicos do cinema brasileiro. Em 1973, somando mais de 30 títulos como ator, inicia sua carreira de diretor com Vai Trabalhar Vagabundo! (1973), em que apresenta sua homenagem ao malandro carioca na figura de Dino, encenado pelo próprio Hugo Carvana, que rechaça a ideia de ser um empregado e vive de pequenos trambiques, servindo como uma lente externa e crítica à sociedade carioca da época.

Com uma trilha sonora composta por nomes como Chico Buarque, João Bosco e Aldir Blanc, o seu segundo filme, Se Segura Malandro (1978) é uma comédia de costumes onde Paulo Otávio, locutor de uma rádio clandestina localizada no alto de um morro carioca, narra os descalabros e absurdos próprios à realidade brasileira. Finalizando a mostra, temos Bar Esperança (1983), onde o bar homônimo, prestes a fechar a fim de dar lugar à construção de um edifício, junta boêmios e intelectuais que somam forças para tentar impedir esta demolição. Navegando habilmente entre o cinema popular e o engajado politicamente, Hugo Carvana cria, em sua cinematografia, um cinema de apelo popular que toma de empréstimo do Cinema Novo a crítica social e o compromisso com sua visão de mundo. Vitor Cunha, Bolsista do Departamento de Difusão Cultural da UFRGS

Vai Trabalhar, Vagabundo!, direção de Hugo Carvana.

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VAI TRABALHAR, VAGABUNDO!

SE SEGURA, MALANDRO! 07 de outubro | 2ª feira | 16h 11 de outubro | 6ª feira | 19h (Dir. Hugo Carvana | Brasil | Comédia | 1978 | 110 min | 16 ano) Paulo Otávio comanda do alto de um morro carioca uma rádio clandestina que noticia os golpes na cidade; e a estória desdobra pra um economista que vai morar na favela cumprir promessa, um burocrata que pira dentro de um edifício e um assaltante no calçadão; tudo isso enquanto a rádio promove concursos com prêmios absurdos.

07 de outubro | 2ª feira | 19h 11 de outubro | 6ª feira | 16h (Dir. Hugo Carvana | Brasil | Comédia | 1973 | 100 min | 16 anos) Um malandro carioca sai da prisão depois de longo tempo e, sem dinheiro, utiliza seu talento para trambiques para ganhar algum. Preocupado com o fim da malandragem carioca, ele planeja uma revanche entre os dois maiores jogadores de sinuca da época, Russo e Babalu. Mas Russo está internado em um hospício desde sua última derrota, e Babalu agora é um trabalhador controlado de perto pela esposa Vitória, o “prêmio” da disputa com Russo.

BAR ESPERANÇA 08 de outubro | 3ª feira | 16h 10 de outubro | 5ª feira | 16h (Dir. Hugo Carvana | Brasil | Comédia | 1983 | 127 min | 16 anos) Um grupo de pessoas se reúne em um bar de Ipanema que está prestes a fechar a fim de dar lugar à construção de um edifício. Intelectuais, artistas e gente da noite juntam forças para impedir sua demolição. Entre os muitos fregueses do bar estão a atriz Ana, seu marido Zeca e um casal que está sempre brigando.

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CINEMA

Espero tua (re)volta, direção de Eliza Capai.

II Mostra Cine(R)existências: movimentos heterogêneos de luta

Frente ao contexto político vigente, nesta segunda edição da Mostra Cine(R)existências, em parceria com o grupo de pesquisa Corporalidades e o SESC/RS, propomos uma linha de curadoria que perpassa transversalmente existências e lutas e heterogêneas. Um entrelaçamento composto por movimentos feministas, negros, transexuais, travestis, transformistas, secundaristas, antipsiquiátricos e de pessoas com deficiência. Em conjunto, essas

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movimentações evidenciam um borbulhar da vida, compondo um terreno comum que só pode ser habitado por meio do tornar-se outro. Com isso, desejamos dar passagem à diálogos potentes, pautados pelas singularidades de cada encontro e afirmar múltiplos modos de existir. Um outro fim de mundo é possível! Gabriela Montezi, curadora da mostra


ESPERO TUA (RE)VOLTA + PERFORMANCE CASSIE BORDERLINE (PELOTAS, RS) 14 de outubro | 2ª feira | 16h* 18 de outubro | 6ª feira | 19h (Dir. Eliza Capai | Brasil |Documentário | 2019 | 93 min | 14 anos) Um retrato do movimento estudantil que ganhou força a partir do ano de 2015 ocupando escolas estaduais por todo brasil. Acompanhando três jovens do movimento e com imagens de arquivo de manifestações desde 2013, o documentário tenta compreender as ocupações e as suas principais pautas a partir do ponto de vista dos estudantes envolvidos. *Não haverá performance de Cassie Borderline no dia 14 de outubro.

PODADOS (Dir. Huli Balász | Brasil | Aventura | 2015 | 14min | Livre) Joana, uma pequena menina, questiona a sua professora a existência de uma nova cor. A partir da resposta que obtém, a menina se vê motivada a embarcar em uma aventura rumo à descoberta de tal cor.

EPIDEMIA DE CORES (Dir. Mário Saretta | Brasil | Documentário | 2016 | 70 min | Livre) O documentário narra a rotina dos participantes e coordenadores da Oficina de Criatividade ministrada no Hospital Psiquiátrico São Pedro, em Porto Alegre. As atividades no local contam com a participação de exinternos e moradores. 14 de outubro | 2ª feira | 19h 15 de outubro | 3ª feira | 16h

2016 | 42 min | Livre) Ícone do transformismo carioca, Lorna Washington brilhou nos palcos das boates gay nos anos 1980 e 1990. Quando os holofotes se apagam, as câmeras revelam uma rotina não menos curiosa. Lorna mora num conjunto habitacional, trabalha em saunas e lida com um problema de saúde que a levou a abandonar os saltos, mas nunca o rebolado. 15 de outubro | 3ª feira | 19h 18 de outubro | 6ª feira | 16h

CORPO ELÉTRICO

UM CORPO FEMININO (DDir. Thais Fernandes | Brasil | Documentário | 2018 | 20 min | Livre) Quando nomeamos uma coisa, ela perde ou ganha sentido? “Um corpo feminino” propõe um jogo aparentemente simples - pergunta para mulheres de diversas gerações a definição de algo que em teoria as unifica. Parte de um projeto transmídia, o filme é a porta de entrada para uma narrativa que possui muitos pontos de vista e nenhuma resposta certa.

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LORNA WASHINGTON: SOBREVIVENDO A SUPOSTAS PERDAS (Dir. Rian Córdova, Leonardo Menezes | Brasil | Documentário |

16 de outubro | 4ª feira | 16h 17 de outubro | 5ª feira | 16h (Dir. Marcelo Caetano | Brasil | Drama | 2017 | 94 min | 16 anos) Elias trabalha como assistente da estilista Diana em uma confecção de roupa feminina. Ele se apaixona por Filipe, um imigrante africano que trabalha na linha de produção, e começa a organizar festas para ter motivos extras para encontrar o garoto.

PATRULLA LEGAL 16 de outubro | 4ª feira | 19h 17 de outubro | 5ª feira | 14h (Dir. Mariangeles Palacios | Equador | Documentário | 2011 | 60 min | 14 anos) Uma pequena “patrulha” percorre as ruas noturnas de Quito - Equador, combatendo o abuso policial contra as trabalhadoras do sexo trans. Nesse movimento também fomentam a criação de associações, a luta por liberdade estética e de identidade. Neste filme, patrulheiros e trabalhadoras sexuais narram a história do projeto, seus triunfos e adversidades.

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CINEMA

Nascido para Matar, direção de Stanley Kubrick.

Mostra Stanley Kubrick Poucos diretores de cinema conseguiram dialogar de forma tão direta com públicos tão diversos quanto Stanley Kubrick, principalmente se levarmos em conta o teor e conteúdo de seus filmes, sempre lançando luz nos conflitos internos dos indivíduos e seus comportamentos, assim como nas tensões sociais nas quais estamos expostos constantemente. Capaz de adaptar livros renomados sem abrir mão de uma forma autoral de conduzir a narrativa, sem amenizar suas temáticas, e seu trabalho minucioso com a mise-en-scene, Kubrick se permitiu explorar diversos gêneros. Doutor Fantástico, lançado em 1964, durante a Guerra Fria, é uma comédia sobre as catastróficas consequências de um mundo comandado por velhos egoístas e frustrados sexualmente. Frustração que acaba sendo direcionada para uma fixação fálica por objetos bélicos e hecatombes gigantescas, capazes de levar o mundo a guerras absurdas. Esse tema é abordado por Kubrick também em Nascido para

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Matar, retratando a Guerra do Vietnã como resultado dessa fixação, da violência exercida por homens infantilizados sempre dispostos a defender ideais que nem ao menos conseguem compreender totalmente. Por fim, seu último filme lançado no ano de seu falecimento, De Olhos bem Fechados, expõe uma necessidade humana de moldar a realidade de forma idealizada, numa fuga individual de nós mesmos. É possível mencionar toda a obra como exemplo de sua genialidade, mas apenas estes três longas são o suficiente para termos uma ideia do reflexo que a confusão do mundo moderno tem no comportamento humano e, consequentemente, na sua obra. Serão exibidos entre os dias 28 e 31 de outubro, na Sala Redenção, como uma forma de nos lembrar deste diretor que se mantém tão importante exatos 20 anos após seu falecimento. Victor Souza, Bolsista na Sala Redenção


DE OLHOS BEM FECHADOS

DR. FANTÁSTICO

28 de outubro | 2ª feira | 16h 31 de outubro | 5ª feira | 19h (Dir. Stanley Kubrick | EUA | Suspense | 1999| 159 min | 18 anos | Legendado) Alice, curadora de arte, é casada com o doutor Bill Harford. Juntos formam um casal perfeito. Porém, depois de participarem de uma festa, Alice confessa ter tido atração e fantasias sexuais com outro homem, que também estava na festa. Os dois começam a discutir e Bill passa a se perguntar o porquê disto estar acontecendo com ele, então ele vai procurar seu amigo Nick Nightingale, que irá lhe mostrar um mundo de fantasias e jogos sexuais.

29 de outubro | 3ª feira | 19h 31 de outubro | 5ª feira | 14h (Dir. Stanley Kubrick | EUA | Comédia | 1964 | 93 min | 14 anos | Legendado) Convencido de que os comunistas estão poluindo os preciosos fluidos corporais da América, um general enlouquecido (Sterling Hayden) ordena um ataque nuclear a União Soviética. Seu ajudante, Capitão Mandrake (Peter Sellers), desesperadamente procura uma maneira de suspender ataque. Enquanto isso, o presidente dos EUA (Sellers mais uma vez) pega o telefone de emergência para convencer o bêbado premiê soviético que impedir ataque é um erro tolo, enquanto o conselheiro do presidente (e ex-cientista nazista) Dr. Strangelove (Sellers outra vez) confirma a existência da temida Máquina do Juízo Final.

NASCIDO PARA MATAR 28 de outubro | 2ª feira | 19h 29 de outubro | 3ª feira | 16h 31 de outubro | 5ª feira | 16h (Dir. Stanley Kubrick | EUA | Drama | 1987 | 116 min | 16 anos | Legendado) Um sargento (R. Lee Ermey) treina de forma fanática e sádica os recrutas em uma base de treinamentos, na intenção de transformá-los em máquinas de guerra para combater na Guerra do Vietnã. Após serem transformados em fuzileiros navais, eles são enviados para a guerra e, ao chegarem lá, se deparam com seus horrores.

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CINEMA PARCEIROS DA SAL A REDENÇÃO

Clube de Cinema

CineDHebate Direitos Humanos 2019

Cinemas em Rede

O HOMEM QUE RI

A GAROTA NO TREM

ELEIÇÕES

08 de outubro | 3ª feira | 19h (Dir. Paul Leni | EUA | Suspense | 1928 | 110 min | 12 anos | Legendado) Herdeiro de um ducado, Gwynplaine é seqüestrado quando garoto e, por ordem do rei, desfigurado - ele fica com o rosto esculpido num perpétuo sorriso macabro. Quando cresce, acaba virando atração de circo como palhaço. Esse é o início da saga do herói de aparência assustadora, mas de uma humanidade comovente. Baseado na obra do escritor francês Victor Hugo.

09 de outubro | 4ª feira | 19h (Dir. Tate Taylor | EUA | Suspense | 2016 | 112 min | 14 anos | Legendado) Rachel (Emily Blunt), uma alcoólatra desempregada e deprimida, sofre pelo seu divórcio recente. Todas as manhãs ela viaja de trem de Ashbury a Londres, fantasiando sobre a vida de um jovem casal que vigia pela janela. Certo dia ela testemunha uma cena chocante e mais tarde descobre que a mulher está desaparecida. Inquieta, Rachel recorre a polícia e se vê completamente envolvida no mistério.

Sessão Consulado da Bélgica

Sessão Especial

10 de outubro | 5ª feira | 19h Em outubro a Sala Redenção em parceria com o Consulado da Bélgica apresentara sessões especiais com presença de integrantes do consulado.

09 de outubro | 4ª feira | 16h 21 de outubro| 2ª feira | 16h 23 de outubro| 4ª feira | 16h

17 de outubro | 5ª feira | 19h (Dir. Alice Riff | Brasil | Documentário | 2019 | 100 min | 12 anos) A rotina do ensino médio da Escola Estadual Doutor Alarico da Silveira, localizada no centro de São Paulo, é alterada por conta das eleições do grêmio estudantil que se aproximam. Durante este período é possível identificar como as consequências do processo eleitoral afetam as relações entre os alunos, assim como as eleições presidenciais, em proporções bem maiores, conseguem alterar a atmosfera de um país. Após a sessão haverá um debate por web conferência com o diretor do filme.

TANGO LIVRE (Dir. Frédéric Fonteine | França, Bélgica | 2014 | Drama, romance | 111min | Legendado) Jean-Christophe (François Damiens) é guarda penitenciário e se encanta com uma mulher (Anne Paulicevich) que conhece na aula semanal de tango. Eles se reencontram quando ela vai visitar o marido, preso onde JC trabalha, e o guarda acaba envolvido na complicada vida amorosa da mulher.

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A Sala Redenção abrirá espaço mensalmente para algumas sessões especiais que poderá ser lançamento de um filme ou exibição de um título inédito na sala. O filme escolhido será sempre divulgado nas redes sociais e no site da Difusão Cultural alguns dias antes da sessão.


História no Cinema para Vestibulandos

Uma oportunidade de estudo diferenciado para quem está se preparando para as provas dos vestibulares e do ENEM. O História no Cinema para Vestibulandos é um ciclo de cinema que terá sessões periódicas ao longo do ano abordando temas diversos relacionados à história. Após a exibição do filme, ocorrerá um debate a ser feito por especialistas na área da temática de cada sessão.

PANTERA NEGRA 19 de outubro | sábado | 14h (Dir. Ryan Coogler | EUA | 2018 | Ação/Ficção Científica | 135 min | 14 anos | Legendado) Após a morte do rei T’Chaka (John Kani), o príncipe T’Challa (Chadwick Boseman) retorna a Wakanda para a cerimônia de coroação. Nela são reunidas as cinco tribos que compõem o reino, sendo que uma delas, os Jabari, não apoia o atual governo. T’Challa logo recebe o apoio de Okoye (Danai Gurira), a chefe da guarda de Wakanda, da irmã Shuri (Letitia Wright), que coordena a área tecnológica do reino, e também de Nakia (Lupita Nyong’o), a grande paixão do atual Pantera Negra, que não quer se tornar rainha. Juntos, eles estão à procura de Ulysses Klaue (Andy Serkis), que roubou de Wakanda um punhado de vibranium, alguns anos atrás. Após a sessão haverá debate com integrantes do projeto e convidados. Pantera Negra, direção de Ryan Coogler.

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CINEMA

História de Amor e Fúria, direção de Luiz Bolognesi.

Mostra RECAM Durante o mês de outubro, a Rede de Salas Digitais do Mercosul apresenta o Ciclo Mercosul nos festivais. Nos últimos anos, consolidou-se a presença do cinema latino americano nos grandes festivais internacionais. Se, em princípios dos anos 2000, a região se fazia notar de forma tímida, com obras pontuais sendo hits de prêmios, atualmente os países latinos são foco de mostras e panoramas e têm participação constante nas competições oficiais dos principais festivais. Isso denota o resultado positivo das diversas políticas cinematográficas que se vem aplicando na região, e que resultam em um amadurecimento das produções nacionais em termos estéticos e de narrativa. Por outro lado, nos convida a indagar até que ponto o cinema regional se deve pautar pelo olhar e critérios das escolas europeias e norte-americanas, e a pensar em que sentido a produção e os festivais regionais poderiam se potenciar.

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Este ciclo inclui três ficções premiadas em festivais que estão entre os mais prestigiados do mundo. Matar a un hombre (Chile, 2014), dirigida por Alejandro Fernández Almendras levou o Grande Prêmio do Júri em Sundance, além de prêmios em Rotterdam e outros. Uma história de amor e fúria (Brasil, 2013) dirigida por Luiz Bolognesi, ganhou o principal prêmio no Festival de Annecy, o mais renomado festival internacional de animação, dando início a uma safra de ouro na animação brasileira. Tanta água (Uruguay, 2013) dirigida por Leticia Jorge e Ana Guevara, teve sua estreia mundial no Panorama da Berlinale e foi premiada em San Sebastián e outros festivais.


MATAR UM HOMEM

TANTA ÁGUA

25 de outubro | 6ª feira | 19h (Dir. Alejandro Almendras | Chile | Drama | 2014 | 82 min | 12 anos | Legendado) Jorge é um homem de família de classe média, cujo tranquilo bairro foi invadido por estranhos bandidos de rua. Baseado em fatos reais.

24 de outubro | 5ª feira | 19h 25 de outubro | 6ª feira | 16h (Dir. Ana Guevara | Uruguai | Comédia | 2013 | 102 min | 14 anos | Legendado) Alberto e seus filhos, Lucía e Frederick, decidem passar as férias nas Termas de Arapey. Quando a chuva começa a afetar os ânimos, Alberto resolve animar a família, mas acaba batendo de frente com a préadolescente Lucía. Esta viagem vai marcar a vida de todos com muitos momentos de amizade, discussões e descobertas.

HISTÓRIA DE AMOR E FÚRIA 22 de outubro | 3ª feira | 19h 24 de outubro | 5ª feira | 16h (Dir. Luiz Bolognesi | Brasil | Animação | 2012 | 74 min | 12 anos) “Uma História de Amor e Fúria” é um filme de animação que retrata o amor entre um herói imortal e Janaína, a mulher por quem é apaixonado há 600 anos. Como pano de fundo do romance, o longa ressalta quatro fases da história do Brasil: a colonização, a escravidão, o Regime Militar e o futuro, em 2096, quando haverá guerra pela água.

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CINEMA

100 anos de Xico Stockinger No mês de outubro a Universidade Federal do Rio Grande do Sul se engaja nas comemorações em homenagem a Xico Stockinger. O Instituto Estadual de Artes Visuais, ao lançar o selo comemorativo aos 100 anos do artista, acaba por fazer um chamamento a todos que admiram e respeitam a obra do artista, assim, a UFRGS atende ao chamado e engaja muitas pessoas em seus equipamentos culturais para de diferentes formas homenageá-lo. No Centro Cultural reuniremos esculturas, fotografias e narrativas sobre o artista. Ao percorrer os espaços do Centro Cultural Stockinger estará presente convivendo com os visitantes. As esculturas foram cedidas por Francisco Stockinger, que abriu seu acervo pessoal para ser compartilhado com a Universidade-cidade.

Paralelamente com a exposição, a Sala Redenção em parceria com a distribuidora Lança Filmes e a produtora Pironauta, exibirá o documentário “Xico Stockinger” do diretor Frederico Mendina.

XICO STOCKINGER 21 de outubro | 2ª feira | 19h 22 de outubro | 3ª feira | 16h (Dir. Frederico Medina | Brasil | Documentário | 2013 | 86 min | Livre) Xico Stockinger imigrou para o Brasil após a 1ª Guerra Mundial. Seu sonho era se tornar piloto de avião, mas sua origem austríaca o proibiu de concluir o curso quando o Brasil ingressou na 2ª Guerra Mundial. Depois disso ele abraçou um novo sonho, a arte.

Xico Stockinger, direção de Frederico Medina.

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Mostra Inovação nas Telas

Sessão UNAPI

Espaços (Sub)traídos

A GRANDE APOSTA

NUMA ESCOLA DE HAVANA

O TETO SOBRE NÓS

23 de outubro | 4ª feira | 19h (Dir. Adam McKay | EUA | Comédia | 2015 | 130 min | 14 anos | Legendado) Quatro gestores viram o que os bancos e o governo dos EUA decidiram não ver: o colapso da economia mundial. A partir daí tiveram uma grande ideia: fazer “A Grande Aposta” contra todo mundo. Essa visão ousada leva esses quatro personagens ao mais alto poder do centro financeiro onde devem questionar tudo e todos.

30 de outubro | 4ª feira | 14h (Dir. Ernesto Daranas Serrano | Cuba | Drama | 2014 | 90 min | 12 anos | Legendado) Chala é um garoto de 11 anos com uma vida familiar difícil e um comportamento problemático na escola. Quando sua professora Carmela, a única pessoa que Chala respeita, tem que se ausentar por motivos de saúde, sua substituta o transfere para um internato. Ao voltar, Carmela tenta reverter a decisão, mas os compromissos que ela terá que assumir irão colocar os dois em risco. Esta sessão é uma parceria com Sesc-RS.

(Dir. Bruno Carboni | Brasil | Documentário | 2015 | 22 min | Livre) Ocupantes de um prédio abandonado recebem a notícia que podem ser despejados a qualquer momento. Enquanto Anna tenta lidar com a notícia, ela se depara com um misterioso homem deitado em sua cama.

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BANCA FORTE (Dir. Giovani Borba | Brasil | Documentário | 2014 | 56 min | Livre) Às vésperas de um festival de Rap em Porto Alegre, um grupo de jovens corre para vencer os desafios e proporcionar “um dia de paz” na comunidade. A amizade e o Rap como doutrina são meios de reflexão e manifesto, num empenho incessante de escapar das adversidades que a vida periférica proporciona. Debatedores: Giovani Borba e Bruno Carboni, diretores dos filmes 30 de outubro | 4ª feira | 19h

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P ON TO S CULT UR A I S L O C A L I Z E-S E AT R AV É S D A A R T E E D A C U LT U R A

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul Reitor Rui Vicente Oppermann Vice-Reitor e Pró-Reitor de Coordenação Acadêmica Jane Fraga Tutikian

Difunda essa cultura de forma consciente

LEIA E PASSE ADIANTE

Pró-Reitora de Extensão Sandra de Deus Vice-Pró-Reitora de Extensão Claudia Porcellis Aristimunha

Programação sujeita a alterações.

Diretora do Departamento de Difusão Cultural e Centro Cultural Claudia Mara Escovar Alfaro Boettcher Equipe do DDC e Centro Cultural Edgar Wolfram Heldwein – Administrador da Sala Redenção – Cinema Universitário Guilherme Staszak Baldez – Administrador do Centro Cultural João Vitor Cassela Novoa – Coordenador de Comunicação Lígia Petrucci – Coordenadora e curadora do Projeto Unimúsica e Coordenadora de Programação do Centro Cultural Rafael Derois – Coordenador de Projetos Expográficos Vladimir Ferreira dos Santos – Gerente de Espaço Físico Rochele Porto – Coordenadora do Núcleo Educacional/Mediação Luana Silva – Gestora Administrativa Bolsistas Ana Carolina Vieira Anna Ortega Ellen Kambara Gabriela Bernardes Julia Tietboehl Marcelo Freire Matheus Laux Melissa Chassavoimaister Nicolas Collar Nívia Souza Victor Souza Vinicius Ludwig Vitor Cunha

www.ufrgs.br/centrocultural /centroculturalUFRGS @centroculturalUFRGS Centro Cultural da UFRGS

/salaredencao

Projeto gráfico Katia Prates Revisão João Vitor Cassela Novoa Diagramação Matheus Laux

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Parceria institucional:

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul Pr처-Reitoria de Extens찾o Departamento de Difus찾o Cultural Rua Eng. Luiz Englert, 333 - Porto Alegre-RS (51) 3308.3034 e 3308.3933 difusaocultural@ufrgs.br www.ufrgs.br/difusaocultural @ difusaoculturalufrgs issuu.com/difusaoddc/stacks ufrgs_difusao ddc.ufrgs Departamento de Difus찾o Cultural UFRGS

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