15a Mostra Internacional do Filme Etnográfico

Page 1

Capa Catalogo.ai

1

11/10/11

2:42 AM

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

16 a 24 de novembro apoio

parceria

patrocínio

Museu da República e Cinema Espaço Museu da República Abertura Arte Sesc Flamengo Encerramento Estação Sesc Rio


2 e 3 Capas Catalogo.ai

1

11/10/11

2:44 AM

ADRIAN COWELL (1934-2011) Morre aos 77 anos Adrian Cowell, certamente o maior documentarista da Amazônia. Foi companheiro dos irmãos Villas Boas em expedições antes mesmo da criação do Parque Indígena do Xingu, registrando tanto o cotidiano dos índios, quanto o trabalho dos sertanistas e as ameaças, por garimpeiros e fazendeiros. Trabalhou também com Apoena Meirelles, outro grande sertanista, no contato dos índios Uru-eu-wau-wau, em Rondônia. Filmou, quase ininterruptamente, por 50 anos no Brasil. Seu trabalho começou em 1958, quando ainda era estudante. Foi mais intenso, sobretudo, nos anos 1980, quando fez a premiada série para TV “A Década da Destruição”. E todo o seu trabalho, que são mais de sete toneladas de filmes, foi doado para a PUC de Goiás, para o Brasil, onde a consulta está disponível. O Acervo Adrian Cowell é um material fabuloso constituído de filmes 16mm, fitas de vídeo, áudios, cassetes, slides e diários de campo sobre a Amazônia. http://imagensamazonia.pucgoias.edu.br Cowell produziu o maior registro documental da memória da Amazônia nesse período. “Tem coisas que não existem em lugar nenhum, que não está escrito, mas está registrado apenas pelo trabalho do Adrian. E ele doou de volta para o Brasil”, diz Stella Penido, da Fiocruz, que auxiliava a restauração dos filmes. “Era incansável. Estava vindo ao Brasil quando morreu. Morreu trabalhando. A vida dos seres humanos é como um trabalho de tecedura. Termina o trabalho com delicados fios, tecidos do inicio ao fim (Buda). Acho que não é nenhum exagero pensar que a vida do Adrian foi um bonito trabalho tecido com delicados e atentos fios do inicio ao fim. (obrigada, querido Adrian)”. http://www.cartacapital.com.br Uma homenagem especial da Mostra Internacional do Filme Etnográfico

sessões e visionamento Cinema Espaço Museu da República Sala de Vídeo Museu da República Rua d0 Catete 153, Catete

abertura Arte Sesc Flamengo Rua Marquês de Abrantes 99, Flamengo

encerramento e premiações Estação Sesc Rio Rua Voluntários da Pátria 35, Botafogo

Confira a classificação etária nos locais de exibição.

ENTRADA FRANCA



Patrocínio Eletrobras SEC-RJ RioFilme

Parceria Museu da República – Ibram/MinC Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular – CNFCP/Iphan/MinC Associação Cultural de Amigos do Museu de Folclore Edison Carneiro – Acamufec Idealização e realização Interior Produções Curadoria Patrícia Monte-Mór Coordenação geral José Inacio Parente Coordenação Editorial Patrícia Monte-Mór e Isis Martins Assistente de Curadoria Emílio Domingos Assistente geral Isis Martins Seleção de filmes Patricia Monte-Mór Emilio Domingos José Inacio Parente Direção de Arte e Design Olga Loureiro Projeto Cenográfico e Produção de Cenografia Paulo Renato Ramos Dias Secretaria de Administração Fátima José de Paula Secretaria de Produção e Assistente de Produção Andréia de Santi Pereira Assistentes de Produção Cecilia de Mendonça Lorena França Midian Veloso Fórum de Cinema e Antropologia Patrícia Monte-Mór, Eliska Altmann e Fabiene Gama Assistentes Fórum Cecília de Mendonça Lorena França Apresentações – Sessões e Debates Emílio Domingos, Isis Martins, Eliska Altmann, Fabiene Gama, Debora Herszenhut Projeto Educativo Coord.: Débora Herszenhut Assistente: Olivia von der Weid

Coordenação de Monitores Midian Veloso Interlocução com os Júris Institucionais José Inácio Parente Site e Newsletter Olga Loureiro e Erivelton Muniz Conteúdo da web durante a Mostra Diego Madi e Emílio Domingos Monitores Anderson Gaspar, Dinah Silva, Dudu Pererê, Fernanda Luzia Leão Fernandes, Mateus José, Pamella Liz Pereira, Paulo Joaquim da Silva e Rodrigo Bragança Versão para Inglês Catálogo Fabiana Rosa Tradução do texto David MacDougall José Inacio Parente Pré-Seleção de Filmes Ana Lucia Ferraz, Ana Maria Daou, Daniel Caetano, Beth Formaggini, Eliska Altmann, Emílio Domingos, Fabiene Gama, Isis Ribeiro Martins, Joana Oliveira, José Inacio Parente, Mariana Baltar, Mariana Pinheiro, Patrícia Rebello, Stella Oswaldo Cruz Penido, Suiá Omim e Tatiana Bacal. Revisão de Texto Tathyana Viana Produção gráfica Milton Peçanha Mairins Assessoria de Imprensa Monica Loureiro Controle de Cópias Enquadro/ Fernando Secco Tradução e Legendagem 4 Estações Tradução filme An Ecology of Mind Daniel Puig Cobertura Fotográfica e Assessoria de Produção Leo Loureiro Coordenação de Filmagens João Gustavo Monteiro de Barros

Serviços e Equipamentos de Projeção Mix Multimídia Serviços de Tradução Martinha Arruda Assessoria de Informática Piterson Walacy Coordenação Prêmio Manuel Diégues Júnior César Baia Coordenação Prêmio ABDeC Clementino Jr Coordenação Prêmio Signis Brasil Angeluccia Bernardes Habert Vinheta João Gustavo Monteiro de Barros e Emílio Domingos Trilha da Vinheta Bruno Pedrosa Projeto de Iluminação Paulo Denizot Equipe de Montagem Leo Loureiro – produção; Ieda Vieira – montagem, CENOPRINT (Maurício Balena) Apoio projeções Leonardo Silva Apoio NAI – Núcleo de Antropologia e Imagem – DPCIS/UERJ CINESESC Sesc-RJ, Titâneo Produções

Este evento faz parte do Fórum dos eventos audiovisuais brasileiros – Fórum dos Festivais e tem a chancela da Associação Brasileira de Antropologia – ABA.


Adair Rocha Adelaíde Léo – Sec. Mun. Educação Adhemar Oliveira Adriana Rattes Alexandre Coelho Ana Lucia Ferraz Ana Maria Daou Ana Paula Dourado Santana Ana Paula gioia Ângela Torresan Angélica Oliveira Antonio Leal Antônio Rodrigues – Belmonte Bete Vicari Beth Formaggini Carlos Alberto Mattos Carlos César Carolina Dias Celina Lyra Claudia Marcia Ferreira Clementino Júnior Consuelo Laje Cristiano Motta Daniel Caetano Daniel Puig David MacDougall Débora Herszenhut Diego Madi Eduardo Escorel Eliska Altmann Emílio Domingos Emmanuel grimaud Fabiene gama Fábio Parente gilberto Velho Isis Ribeiro Martins Joana Oliveira João Emanuel Carneiro João gustavo M. de Barros José Emilio Rondeau José Manuel Caamano Juliana Oliveira Juliana Ribeiro Julio Ludemir José Barahona Julia Maçaira Kátia Frecheiras Leonardo Coelho Patitucci Lia Bahia Ligia Segalla Lourenço Parente Lucia Yunes Lucila Silva Teles Magaly Cabral Marcelo Mendes Marc Piault Mariana Baltar Mariana Bouças Mariana Pinheiro Marina Ribas Mario Jorge Evangélio Marisa Colgano Coelho Milton Peçanha Monica Loureiro Nora Bateson Olga Loureiro Patrícia Rebello Paulo Renato Dias Rodrigo Fonseca Rolf Husmann Sérgio Sá Leitão Silvio Da-Rin Stella Oswaldo Cruz Penido Suiá Omim Susanne Hammacher Tatiana Bacal Tereza Cruvinel Vera Mangas Veronica Dobal – Luigi’s Vincent Carelli waldyr Seviotti

OS SERES DA MATA E SUA VIA COMO PESSOAS

AGRADECIMENTOS


6 APRESENTAÇÕES 13 PRODUÇÃO RECENTE NACIONAL 31 PRODUÇÃO RECENTE INTERNACIONAL 37 HOMENAGEM A LÉLIA COELHO FROTA 45 PROGRAMA ESPECIAL MOSTRA MANCHESTER 47 PROGRAMA ESPECIAL JUDITH E DAVID MACDOUGALL 49 FORUM DE CINEMA E ANTROPOLOGIA 52 SESSÃO AO AR LIVRE 52 A ARTE DO PASSINHO 53 PREMIAÇÕES 54 PROJETO EDUCATIVO 55 ETNODOC NA 15ª MOSTRA 56 BIOFILMOGRAFIAS POR FILMES 63 FILMES EM ORDEM ALFABÉTICA


OS SERES DA MATA E SUA VIA COMO PESSOAS


criando mecanismos para tornar sólida e estável a economia gerada por esse setor. Buscamos propor um conjunto de ações integradas capaz de produzir ambiente econômico favorável e competitividade tecnológica, que valoriza o empreendedorismo, a inovação e a criatividade. A nossa premissa é tornar o Rio de Janeiro o estado mais competitivo e mais atraente para a economia audiovisual no Brasil e o líder do país na produção e distribuição digital destes conteúdos. Nossas linhas de ação incluem editais de apoio ao desenvolvimento e à produção; programas de formação de público e incentivo ao consumo do cinema nacional, como o Cinema Para Todos, que já levou mais de 600 mil jovens ao cinema para ver filmes brasileiros e prêmios de estímulo a produtores, exibidores e distribuidores. Além disso, atuamos por meio de fomento indireto, com os benefícios fiscais da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, e oferecemos ao setor a desoneração de tributos para a importação de equipamentos que não tenham similares no Brasil, auxiliando, assim, na digitalização do parque exibidor fluminense. Patrocinar, através da linha “Mostras e Festivais” do Programa de Editais de Audiovisual, a 15ª Edição da Mostra Internacional do Filme Etnográfico demonstra a importância para esta Secretaria de se investir na diversidade das culturas, na reflexão, na difusão e no acesso do audiovisual no Estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro

Rio: Uma cidade de cinema O Rio é a capital brasileira que mais investe em audiovisual. Foram R$60 milhões em 2009 e 2011, considerando recursos da RioFilme e da Lei de Incentivo à Cultura. Em 2012, a RioFilme investirá mais R$31 milhões em desenvolvimento, produção e lançamento de longas; produção de curtas e documentários para TV; realização de eventos setoriais estratégicos; e ações de democratização do acesso. A RioFilme coordena uma política abrangente e integrada de estímulo ao setor, com o duplo objetivo de promover o desenvolvimento da indústria audiovisual carioca e consolidar o Rio como o principal polo do setor na América Latina. Cerca de 170 projetos de empresas baseadas na cidade foram apoiados nos últimos 3 anos. E mais 70 receberão recursos em 2012. O audiovisual é uma vocação do Rio, que pode e deve ser estimulada pelo poder público. Há um grande potencial de crescimento e de contribuição para o desenvolvimento da cidade. Foi por isso que a Prefeitura revitalizou a RioFilme em 2009. Trata-se de um compromisso de longo prazo. A indústria audiovisual do Rio pode contar hoje com uma fonte permanente e significativa de recursos. O patrocínio da RioFilme à 15ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico, por meio da linha de Apoio à Produção de Mostras e Festivais da Chamada Pública de Audiovisual RioFilme/SEC 2010/2011, se inscreve na visão de incentivar a diversidade da produção, a elevação do acesso e a reflexão a partir do cinema. Trata-se de um dos eventos mais relevantes do país nesta área. Sérgio Sá Leitão / Diretor-presidente da RioFilme

6

the well

O desafio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC) tem sido fincar bases que permitam fortalecer a atividade audiovisual no Rio de Janeiro,


É com satisfação que apoiamos e acolhemos a 15ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico – MIFE –, iniciativa concebida e coordenada pela antropóloga Patrícia Monte-Mór e o documentarista e psicanalista José Inacio Parente, que conta com reconhecimento nacional e internacional de realizadores, pesquisadores e expectadores do cinema documentário. Esta edição, que consagra simbolicamente a maturidade da Mostra e reúne significativos parceiros e patrocinadores, conta também com o apoio em parceria de duas instituições museológicas vizinhas, ligadas pelo passado e antenadas no presente, que têm o prazer e a missão de receber e atender ao público. O Museu da República e o Museu de Folclore Edison Carneiro somam esforços para acolher a 15ª MIFE e reafirmar suas funções de dar voz e significado para a cultura e a memória a serviço do desenvolvimento social pleno. É a partir do conhecimento de sua diversidade, de seus valores e de sua história que os diferentes segmentos sociais se afirmam e processam suas escolhas, definindo os rumos da sociedade. A Mostra é palco privilegiado para conhecer e refletir sobre as diferenças, a diversidade de valores, as perspectivas e anseios que movem indivíduos e comunidades, mundo afora, com a marca da cultura, privilégio e responsabilidade da humanidade. Parabéns aos curadores e a toda a equipe da Interior Produções, que nesta edição reafirmam, com 100 títulos selecionados num universo de mais de 300 documentários inscritos, a qualidade e a importância do “cinema etnográfico”. Boas-vindas e bom proveito a todos os cineastas, realizadores e estudiosos do cinema documentário que se reúnem a cada ano para uma maratona de exibições, discussões e intercâmbio, formando e informando plateias e cidadãos que vão determinar o Brasil do futuro.

angeli 24 horas

Magaly de Oliveira Cabral Santos / Diretora do Museu da República, Instituto Brasileiro de Museus Claudia Marcia Ferreira / Diretora do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

7


Só a vida, o A resposta de um patriarca pastor do Quênia, Lorang, filmado pelos cineastas Judith e David MacDougall, nos anos 1970, presente no documentário Lorang’s Way, nos dá a pista para as características que marcam os documentários que são reunidos anualmente na Mostra Internacional do Filme Etnográfico. Um intérprete faz uma pergunta a Lorang: “O que é para você a coisa mais importante para ser filmada dos Turkana?” Lorang responde: “O que seria mais importante em qualquer lugar? Eu diria, no mundo todo? Só a vida, o que mais?” A vida, vivida das mais diferentes formas: o cotidiano e o extraordinário, o familiar e o exótico, o próximo e o distante, diferentes histórias, povos, culturas, modos de vida. David e Judith MacDougall são referência no cinema etnográfico, que aqui celebramos. Acompanhando a trajetória de seus filmes podemos ter um bom panorama das questões desse cinema que está sendo melhor absorvido e compreendido hoje pelo público, saindo de guetos e nichos específicos do saber. Não temos uma temática em torno da qual reunimos os filmes dessa edição da Mostra. Preferimos fazer uma curadoria de dentro para fora, procurando ouvir o que dizem os filmes, seus temas, suas perguntas, seus formatos. Assim, reunimos dentre os 350 filmes inscritos, mais de uma centena de filmes oriundos de 17 países e de muitos estados brasileiros. Um caleidoscópio de imagens. A cada momento, um foco, um olhar, uma questão. Tentamos perseguir aquilo que Eduardo Coutinho diz que o cinema precisa ter: forma e conteúdo. É nesse equilíbrio, às vezes tênue, que organizamos a seleção da 15a Mostra.

8


9

OS seres da mata e sua via como pessoas

o que mais?


Jovens realizadores estreantes estão ao lado de celebrados documentaristas, que encontram na Mostra uma vitrine especial para a exibição de seus filmes e a possibilidade de se aproximar de seu público nos debates, mesas e encontros. Agradecemos a todos a participação. Além das sessões de filmes com debates, teremos as atividades do Fórum de Cinema e Antropologia, um espaço de palestras, workshops e encontros, que é uma tradição da Mostra. Rolf Husmann, antropólogo, que dirigiu o Festival de Gotingham, na Alemanha, estará presente e realizou um filme muito interessante e curioso nos atualizando sobre a trajetória de Asen Balikci, um nome-chave na história da Antropologia Visual. An Ecology of Mind, o filme de Nora Bateson sobre seu pai, Gregory Bateson, o renomado teórico da antropologia, linguística e psicologia, tem ganhado elogios da critica e é destaque na Mostra, com a presença da diretora. As Hiper Mulheres é um documentário de produção recente, já bastante premiado (Festival de Gramado, Festival de Brasília) que reúne três olhares muito especiais: o de um antropólogo/etnólogo, Carlos Fausto, o de um cineasta, Leonardo Sette, e o de um cineasta indígena, Takumã Kuikuro. O filme alcançou um enorme sucesso e levanta questões muito importantes sobre o fazer do filme etnográfico, os limites entre documentário e ficção e sobre a construção da narrativa cinematográfica. Leva a marca do Vídeo nas Aldeias. Joel Pizzini nos apresenta um filme-ensaio, um perfil do casal Maria da Graça-Arne Sucksdorff. Ele, é um consagrado cineasta, naturalista sueco, que viveu no Brasil (19172001). Emmanuel Grimaud é um jovem antropólogo francês especializado em ação cinética (CNRS), que estudou os bastidores de Bollywood, na Índia. Realizou pesquisas sobre a postura gestual dos cineastas indianos e refletiu também sobre movimento de máquinas e robôs. A Mostra vai exibir dois filmes de sua produção: Cosmic City, que se refere diretamente a essas pesquisas e Kings of the Beetle, realizado na Tailândia. Contatos antropológicos de terceiro grau: filmando animais, plantas e máquinas será tema de sua palestra durante o Fórum de Cinema e Antropologia. O crítico de cinema Carlos Alberto Mattos, o antropólogo Ruben Caixeta de Queiróz (UFMG), a antropóloga Joceny Pinheiro (UFBa) também farão parte do Fórum de Cinema e Antropologia em mesas e no workshop. O workshop da Mostra, esse ano, ficará a cargo de Ângela Torresan, antropóloga brasileira, que faz parte do corpo docente do Granada Centre, da Universidade de Manchester, Inglaterra, um centro de excelência em Antropologia Visual. O Laboratório do Filme Etnográfico que será ministrado por ela, durante três dias, foi um sucesso de inscrições. A novidade, este ano, é que um dos trabalhos discutidos será premiado com a sua finalização com o apoio do NAI/Uerj e da Titânio Produções.

10


O Programa de Manchester terá uma sessão na Mostra,com filmes comentados por Ângela Torresan e outros disponíveis no Visionamento para quem quiser conhecer melhor seu trabalho. A antropóloga estará também em um Encontro, no Fórum. A ela e a Paul Henley (GCVA) agradecemos a realização dessa atividade. Agradecemos a José Barahona e a Carolina Dias pelo filme de abertura da 15a Mostra, O Manuscrito Perdido, uma coprodução Brasil/Portugal, que nos pareceu um achado PINK SARIS

importante e instigante para as nossas questões sobre o filme etnográfico. Vamos deixálo como surpresa a todos. E como tudo deve acabar em festa, a Arte do Passinho, novidade que veio das favelas da cidade e que ganhou a web, com performances de danças e batalhas que se proliferam, estará presente no último dia da Mostra nos jardins do Palácio do Catete, a sede do festival em 2011. Queremos agradecer a Magaly Cabral, diretora do Museu da República (Ibram) e toda sua equipe. Com enorme acolhimento, o Museu recebeu a Mostra esse ano, em seus espaços, como parceiro e como sede. Agradecemos a Claudia Márcia Ferreira e a Lucia Yunes, representando o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (Iphan) e a Acamufec, nossos parceiros desde 1996. Com a impossibilidade de abrigar fisicamente a Mostra em seus espaços esse ano, não mediram esforços para nos ajudar a buscar caminhos para a realização da 15a Mostra. Uma homenagem à Lélia Coelho Frota, poetisa, museóloga, editora, pesquisadora da cultura popular, que foi personagem crucial para a transformação do antigo Instituto Nacional do Folclore para o CNFCP, com as múltiplas frentes de pesquisa que desenvolve hoje. Sua trajetória deve ser festejada assim como sua sensibilidade para a abertura de novos horizontes, unindo ciência e arte. Ela é uma mediadora, como nos diz Gilberto Velho em seu texto para esse catálogo – a quem agradecemos a disponibilidade de estar conosco nessa homenagem. A manutenção dos prêmios que instituições parceiras oferecem na Mostra constitui, a nosso ver, num estímulo importante para produtores e realizadores. Agradecemos à TV Brasil, ao Iphan, à ABDeC e à Ocic. As informações sobre cada uma das premiações encontram-se no catálogo. Ficamos na expectativa que o Edital ETNODOC III se formalize em breve, entre a Petrobras e a Acamufec, e possa ser anunciado, para alegria de todos nós. A sessão de cinema ao ar livre com o caminhão do Sesc, nos jardins do Palácio do Catete, assim como a sessão de abertura no Sesc, já são tradição do festival. Agradecemos ao Sesc e a todas as instituições que nos apoiaram nesse momento. Por fim, Eletrobras, Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro e RioFilme são os patrocinadores da 15a Mostra. Agradecemos a eles a oportunidade de realizar o festival que, com certeza, vem ajudando a consolidar o campo da Antropologia Visual no Brasil, o diálogo entre a antropologia e o cinema e a popularização do interesse pelo próprio cinema documentário. Patrícia Monte-Mór Curadora

11


ICIA F O ÃO Ç E L SE

L

P


PRODUÇ

ÃO

RE

CE

NT

E NA

CI ON AL

PANORAMA


PRODUÇÃO RECENTE NACIONAL 10 RUE LESAGE, BELLEVILLE: ARQUEOLOGIA URBANA DE UM BAIRRO POPULAR PARISIENSE 67’, Brasil 2010 Augustin Geoltrain, Felipe Berocan Veiga, Marco Antonio S. Mello e Soraya Silveira Simões fbveiga@yahoo.com

A partir da experiência dos moradores de um prédio centenário de Paris, localizado no perímetro submetido ao processo de renovação urbana promovido pela administração municipal, delineia-se o drama social que constitui o epicentro da pesquisa etnográfica apresentada no documentário. From the experience of residents living in a centenary building in Paris, located in an area subjected to the process of urban renewal – Belleville –, arises the social drama which is the epicenter of ethnographic research presented in the documentary .

A CAMINHO DA ESTRELA 33’, Brasil 2011 Carlos Garcia Magalhães carlosmaga73@gmail.com

Há décadas as Folias de Reis de Campinas entoam seus cantos, toques e trovas em giros e festas, fazem brilhar a força de uma estrela imemorial estampada nas coloridas bandeiras e nos seus gestos de união e fé. Diferente das formações rurais, constituídas essencialmente por núcleos familiares, as folias daqui são formadas por imigrantes provindos de diversas partes do Brasil, hoje moradores de bairros periféricos da cidade. For decades the follies of kings of Campinas have sung their songs on turns and parties. Unlike rural backgrounds, mainly composed of households, the follies here are composed by immigrants coming from various parts of Brazil, now living in the outskirts of the city.

A FALTA QUE ME FAZ 85’, Brasil 2009 Marilia Rocha marilia@teia.art.br

Durante um inverno, um grupo de meninas vive o fim da juventude. Um romantismo impossível deixa marcas em seus corpos e na paisagem ao seu redor. A group of girls are experiencing the end of their adolescence. Impossible romances leave marks on their bodies and the surrounding landscape.

A MARCHA DOS TRÊS REIS 48’, Brasil 2011 Sebastião Rios sebastiaorios@gmail.com

O documentário apresenta o giro da Folia de Reis Devotos dos Magos no Mato Grande / Palmeirinha, no município de Unaí – Minas Gerais. No giro de oito dias, a Folia revive a viagem dos Reis do Oriente a Belém. Simples em sua harmonia e complexo na sobreposição e encaixe das vozes, combinando devoção e qualidade musical numa concepção de harmonia que se estabelece a partir da conexão com o plano do sagrado. The documentary presents the Celebration of the March of the Three Wise Men. During the Celebration, that lasts eight days, the group Devotos dos Magos visits the residents at the countryside of Unaí – Minas Gerais / Brazil – and communicates with the hosts through the songs with a simple harmony and a complex voices’ structure.

A POEIRA E O VENTO 18’, Brasil 2011 Marcos Pimentel marcospimentel77@yahoo.com.br

Interior do estado de Minas Gerais. Uma pequena vila no meio do nada. Isolamento. Montanhas. Silêncio. O homem. A paisagem. O tempo. Countryside of Brazil, Minas Gerais state. A small village in the middle of nowhere. Isolation. Mountains. Silence. Man. The landscape. Time.

14


ACERCADACANA 20’, Brasil 2010 Felipe Peres Calheiros coletivoasterisco@gmail.com

Nos anos de 1990, com a valorização do etanol e a expansão do latifúndio canavieiro, 15 mil famílias foram expulsas dos seus sítios na zona da mata de Pernambuco. Maria Francisca decidiu resistir. In 90´s decade, with the enhancement of ethanol and expansion of sugar cane plantation, fifteen thousand families were forced to leave their farms in the countryside of Pernambuco. Maria Francisca, however, decided to resist.

ANGELI 24 HORAS 25’, Brasil 2010 Beth Formaggini 4ventos2007@gmail.com

Documentário sobre o cartunista Angeli e as transformações em sua obra. O filme é centrado na sua obsessão pelo trabalho e na crise entre ser um artista da cultura pop, produzindo diariamente novas charges e tirinhas para várias mídias, e ao mesmo tempo exigir de si mesmo radicalidade e capacidade de se renovar, sempre botando o dedo na ferida. The documentary is about the cartoonist Angeli and the changes on his work. The film in focused in his obsession on work and the crises of being a pop culture artist and, at the same time, the demand on himself of being radical and the ability of renewing himself.

AS BATIDAS DO SAMBA 83’, Brasil 2011 Bebeto Abrantes bebetoabrantes@uol.com.br

O filme mostra a evolução e as grandes revoluções rítmicas na cidade do Rio de Janeiro, tomando como base os instrumentos de percussão. Essencialmente musical, o filme é conduzido pelo percussionista e sambista Marçalzinho, que participa de rodas de samba com grandes nomes do samba carioca, como Monarco, Wilson das Neves, Moacyr Luz, Paulão Sete Cordas e a turma do Fundo de Quintal. The film shows the evolution and the great rhythmic revolutions of samba in Rio de Janeiro, using as a guide line, percussion instruments. Essencially musical, the film is led by the samba icon and percussionist Marçalzinho.

AS HIPER MULHERES 80’, Brasil 2011 Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takuma Kuikuro olinda@videonasaldeias.org.br

Temendo a morte da esposa idosa, um velho pede que seu sobrinho realize o Jamurikumalu, o maior ritual feminino do Alto Xingu (MT), para que ela possa cantar pela última vez. As mulheres do grupo começam os ensaios enquanto a única cantora que de fato sabe todas as músicas se encontra gravemente doente. Affraid of death of his elder wife, na old man asks his nephew to perform the Jamurikumalu, the most important feminin ritual related to Alto Xingu (MT), so she would be able to sing one more time. The women start to practice while the only singer Who can sing all the songs is gravelly ill.

AVENIDA BRASÍLIA FORMOSA 85’, Brasil 2010 Gabriel Mascaro gabrielmascaro@gmail.com

Fábio é garçom e cinegrafista. Registra importantes eventos no bairro de Brasília Teimosa (Recife). Fábio é contratado pela manicure Débora para fazer um videobook e tentar uma vaga no Big Brother. O filme constrói um rico painel sensorial sobre a arquitetura e faz da Avenida uma via de encontros e desejos. Fabio, a waiter, works with video in his spare time. Debora, a manicure, hires Fabio to film her Big Brother application video. Through its music, narrative and imagery the film draws you into a cinematic ballet that suspends and sustains reality on the very points of its toes.

15


BABÁS 20’, Brasil 2010 Consuelo Lins consuelolins@gmail.com

Fotografias, filmes de família e anúncios de jornais do século XX constroem uma narrativa pessoal sobre a presença das babás no cotidiano de inúmeras famílias brasileiras. Uma situação em que o afeto é genuíno, mas não dissolve a violência, evocando em alguns aspectos nosso passado escravocrata. Babás is a documentary film that combines autobiographical elements with a reflection on the presence of nannies in the daily life of countless Brazilian families.With a subjective narration, the film incorporates photographs, domestic footage and newspaper adds from the 20th century, as well as contemporary images of nannies and children shot in the beaches and parks of Rio de Janeiro.

BH SOUL: A CULTURA BLACK DE BELO HORIZONTE 77’, Brasil 2011 Tomás Amaral tomasamaral@yahoo.com.br

Documentário que retrata a cultura urbana do soul em Belo Horizonte, ligada à música e à dança funk dos anos 1970, época em que negros, com seus cabelos ouriçados, vinham da periferia para o centro da cidade, para dançar em clubes noturnos e vadiar por aí, driblando a repressão da época. Documentary that shows urban soul culture in Belo Horizonte, related to 70´s funk music and dance, a time when black people would come from the suburb to downtown to dance in nightclubs, trying to get around the repression of that time.

BICICLETAS DE NHANDERÚ 45’, Brasil 2011 Ariel Ortega e Patrícia Ferreira olinda@videonasaldeias.org.br

Uma imersão no cotidiano e na espiritualidade dos Mbya-Guarani da aldeia Koenju, em São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul. An immersion in spirituality and everyday life of the Mbya-Guarani living in the Koenju Village, in São Miguel das Missões, Southern Brazil.

CAJAÍBA 18’, Brasil 2011 João Borges emailparajoao@gmail.com

Mais um dia em Cajaíba. Barcos são construídos, outros abandonados. Os ciclos das marés, da vida e da morte marcam a passagem do tempo. Another day in Cajaíba. Boats are built, others abandoned. Life, death and tidal cycles show the passage of time.

CANTADOR DE CHULA 95’, Brasil 2009 Marcelo Rabelo bendego@gmail.com

Chula é o canto principal em algumas modalidades do samba no interior da Bahia, caracterizado por sua técnica vocal, improvisação de versos e presente somente na memória oral dos mais velhos. O filme caminha pelo recôncavo e agreste baiano, onde podemos ouvir algumas chulas e outras cantigas tradicionais. Chula is the cornerstone of many styles of samba music from rural Bahia and is characterized by vocal technique, verse improvisation and an oral history preserved through the memories of the elderly chula musicians. Through encounters with 16 maestros by local residents from rural Bahia, this enduring legacy of African heritage that time has forgotten.

16


CINE CAMELÔ 15’, Brasil 2011 Clarissa Knoll clarissaknoll@gmail.com

O documentário Cine Camelô narra a história de um cineasta-ambulante que foi para a maior rua de comércio popular do Brasil, a rua 25 de Março em São Paulo, vender a produção de curtas-metragens de acordo com a demanda de clientes que ali circulam diariamente. Espaço revelador do Brasil pela sua heterogeneidade a rua 25 de Março recebe diariamente cerca de 450 mil pessoas. The documentary Cine Camelô tells the story of a filmmaker who went to the most popular low budget commerce street in Brazil, 25 de Março Street, to sell short-length film productions on demand for customers who run daily by the place. It is Brazil’s revealing spot for its heterogeneity, it coalesce distinct communities that co-inhabit diverse cultures and social status, apparently in a peaceful manner.

CINEMATÓGRAFO BRASILEIRO EM DRESDEN

21’, Brasil 2011 Eduardo Thielen e Stella Oswaldo Cruz Penido socpenid@fiocruz.br

Com imagens de época e entrevistas com pesquisadores de historia da saúde e do cinema, o documentário resgata dois filmes exibidos em 1911 no Pavilhão Brasileiro da Exposição Internacional de Higiene de Dresden, Alemanha. Tematizando o combate à febre amarela no Rio de Janeiro e a recém descoberta doença de Chagas em Lassance, Minas Gerais, são os primeiros filmes científicos brasileiros conhecidos, marcando o pioneirismo do Brasil e do Instituto Oswaldo Cruz na utilização de imagens em movimento na comunicação e informação em saúde. The documentary shows two films exhibited in 1911 at the Dresden Hygiene International Exposure at the Brasilian Pavilion, in German. Fucusing on the campaing against yellow fever in Rio de Janeiro and the recent discover of Chagas Disease in Lassance, Minas Gerais. The films mark the pioneering of Brazil and Oswaldo Cruz Institute in the usage of images used for health information.

COPA VIDIGAL

70’, Brasil 2010 Luciano Vidigal cavicavideo@gmail.com

Campeonato de futebol de favelas organizado pelo professor de futebol Cypa, no morro do Vidigal, Rio de Janeiro, com o objetivo de resgatar a paz através do esporte, numa área que estava traumatizada com uma recente guerra entre traficantes. Soccer championship in the slums, organized by soccer coach Cypa, at the Vidigal slum, Rio de Janeiro. Aiming peace recovery trough sports, in that area which has been traumatized by a recent war between drug dealers.

CURICA

18’, Brasil 2011 Hanna Godoy e Marcia Mansur gilvannoblatneto@gmail.com

Uma viagem pelo universo da Sociedade Musical Curica. A journey trough Curica Music Society universe.

DIAS DE PESCADOR

30’, Brasil 2010 João Gustavo Monteiro de Barros joaogmonteiro@hotmail.com

Filmado durante seis dias do verão, o filme retrata o cotidiano dos pescadores da Vila de Provetá na Ilha Grande que pescam sardinha no litoral fluminense. The film shows daily life of fishermen at Vila de Provetá, Ilha Grande.

17


DJERO ENCONTRA IKETUT EM BALI 12’, Brasil 2011 Carmen Rial e Miriam Grossi rial@cfh.ufsc.br

Nos passos da antropóloga norte americana Margaret Mead, cujas pesquisas em Bali são um marco para a antropologia visual, contamos neste vídeo o encontro entre dois balineses que habitam mundos muito diversos: Djero, motorista em um hotel, acostumado com o intenso fluxo de turistas na Ilha e Iketut, morador de um pequeno povoado no alto das montanhas. O video trata de um acaso, de uma “lucky coincidence”, como Mead diria. In the footsteps of the North American anthropologist Margaret Mead, whose researches in Bali have become a mark for Visual Anthropology, the film shows the encounter between two very different Balinese and the worlds they inhabit: Djero, a chauffeur in a hotel, and Iketut, now a 70 year old senior citizen, the baby protagonist of Mead’s major film about the birth in this community. The video is a chance for a “lucky coincidence”, as Mead say.

DONA JOVENTINA 26’, Brasil 2010 EDITAL ETNODOC II Clarisse Kubrusly e Milena Sá contato@tribalfilmes.com.br

Uma escultura de madeira escura ficou durante 30 anos (1965-1996) sob a posse da pesquisadora Katarina Real, antes de ser doada ao acervo do Museu do Homem do Nordeste em Recife – PE. Hoje existem duas nações de maracatu que se denominam Estrela Brilhante e que de formas distintas reivindicam a posse e a retirada da boneca do museu. O filme acompanha a primeira visita de ambos os maracatus a esse museu em 2010. An wood sculpture that had been under possession of reasearcher Katarina Real for 30 years, before being donated to Museu do Homem do Nordeste in Recife, PE. Nowadays there are two maracatu nations claiming possession and museum removal of the sculpture. The film shows the first visit of both maracatu nations to the museum in 2010.

ELOGIO DA GRAÇA 26’, Brasil 2011 Joel Pizzini polofilme@gmail.com

Filmensaio narrado do ponto de vista de Maria Graça Sucksdorff, ao lado do consagrado cineasta e naturalista sueco Arne Sucksdorff (1917- 2001). Maria, antes vista como a “índia laçada por um viking”, tem sua história de amor e luta reconhecida. “Elogio da Graça” revela ao mesmo tempo o cotidiano do casal no acampamento e a luta pioneira contra a devastação da natureza, que custou ameaças de morte e a desintegração familiar. Film narrated from the standpoint of Maria Graça Sucksdorff, which recreates her adventure in the swamp next to the acclaimed filmmaker Arne Sucksdorff (1917-2001). Mary, once viewed as the “Indian laced by a Viking,” has her love story and recognized struggle. “Elogio da Graça” reveals both the couple’s daily life in camp which claimed death threats and family disintegration.

ENTRE VÃOS 20’, Brasil 2010 Luísa Caetano luisarcaetano@gmail.com

Um documentário etnolírico que se passa no Vão de Almas, habitado pela comunidade remanescente quilombola Kalunga, em Cavalcante (GO). Lizeni é uma menina kalunga de dez anos e é ela quem conduz nosso olhar por entre as brincadeiras de infância, o mundo adulto dos pais, a relação da família com a cidade mais próxima, além de nos revelar sonhos em contraposição à realidade do cotidiano em família. An ethnolyrical documentary filmed in the ‘Valley of Souls’, a rural settlement formed by former slaves, located in the ‘Chapada dos Veadeiros’ (Brazil). Lizeni, a ten year-old ‘kalunga’ girl, conduces our look among the childhood jokes, the grown-up world, the relations between the family and the nearest city, revealing us her dreams, in contrast with their daily reality.

ESCOLA DE BAMBU 15’, Brasil 2011 Vinicius Zanotti vinicius.zanotti@gmail.com

Na periferia de Monróvia, capital da Libéria, país africano devastado por uma guerra civil entre os anos 1989 e 2003, Sabato Neufville ergueu uma escola com paredes de bambu e teto de folhas de zinco. No local, 160 crianças são alfabetizadas e adquirem noções de geografia, história, inglês e ciências. Ele é uma síntese de ações voluntárias que mobilizam brasileiros das áreas de arquitetura, direito e comunicação que acreditam que a solidariedade não enxerga fronteiras. On the outskirts of Monrovia, capital of Liberia, Sabato Neufville has built a school with bamboo walls and a tin roof where 160 children have been thought how to read and have been taught basic Geography, History, English and Science. This documentary, produced during a convalescence from malaria and typhoid, aims to be the foundation of a movement to build a brick school for those children.

18


ESPAÇOS PÚBLICOS: A CIDADE EM CENA 20’, Brasil 2010 Paulo Cesar da Costa Gomes pccgomes@yahoo.com.br

O documentário é o produto da experiência de um grupo de geógrafos que observa espaços que são parte da dinâmica que alimenta e faz viver as sociedades democráticas: os espaços públicos. Trata-se de uma sucessão de cenas comuns da vida urbana do Rio de Janeiro que explora as possibilidades multifocais e a cacofonia dos espaços abertos das grandes cidades a partir das temáticas da sociabilidade, da ordem e da visibilidade. The film shows the result of an experience of a group of geographers who observe public spaces. Shows the succession of common scenes of urban life in Rio de Janeiro.

ESPELHO NATIVO 52’, Brasil 2009 Philipi Bandeira philipibandeira@gmail.com

Uma experiência de sentidos com os índios Tremembé. Em Almofala, litoral norte do Ceará, os Tremembé lutam para afirmar sua contemporaneidade e assegurar os direitos reservados aos povos indígenas no Brasil. Mas quem são esses índios, como manter uma cultura com o intenso contato com os brancos, que imagem se espera desses índios? Entre lutas e encantamentos, um espelho se abre, e, para além do mero reflexo das imagens, projeta luz e reflexão. An experience with the Indians from Tremembé tribe. In Almofala, north coast of the Brazil, the Tremembé indians fight to ensure the constitutional rights reserved to the Brazilian Indians. For many years, they needed to hide themselves. Today, on the other hand, they need to show who they are and reaffirm their culture. Between fights and enchantment, a mirror is opened and, away from just mere images reflected, it projects light and reflection.

FORMAS DO AFETO. UM FILME SOBRE MÁRIO PEDROSA 34’, Brasil 2010 Nina Galanternick ninagala@gmail.com

Uma abordagem afetiva da relação entre Mário Pedrosa, um dos maiores críticos de arte do século XX, e alguns dos mais importantes artistas brasileiros, como Helio Oiticica, Lygia Clark e Lygia Pape. Cartas e críticas de arte unidas à beleza das obras de arte conduzem o espectador numa viagem pela arte brasileira a partir da década de 1950. An affective approach of the relationship between Mário Pedrosa – one of the greatest art critics of the twentieth century – and some of the most important Brazilian artists, takes the viewer on a journey through Brazilian art from the 1950s.

HISTÓRIAS DE MAWARY 56’, Brasil 2009 Ruben Caixeta de Queiróz rubenqueiroz@hotmail.com

Até o final da década de 1940, os Waiwai e outros grupos indígenas viviam dispersos numa extensa região de fronteira entre Brasil, Guiana e Suriname. Nesta ocasião, ali chegaram os missionários evangélicos americanos da Cruzada de Evangelização Mundial, pregando que aqueles povos eram “escravizados” pelos espíritos e, por isso, deviam abandonar a perspectiva animista em favor da “palavra de Cristo”. Until late 1940s, the Waiwai and other native groups lived scattered in an extensive border region between Brazil, Guyana and Suriname. On that occasion, the American evangelical missionaries of the Cruzada de Evangelização Mundial, preaching that those people were “enslaved” by the spirits and therefore had to abandon the animist perspective in favor of “word of Christ.”

HOJE TEM ALEGRIA 26’, Brasil 2010 EDITAL ETNODOC II Fabio Meira hojetemalegria@yahoo.com.br

O cotidiano de três pequenos circos do norte e nordeste do Brasil é o tema deste trabalho. Longe dos grandes centros urbanos, estes circos lutam com grandes privações econômicas para manter-se ativos e também cativar o público. Três personagens guiam a narrativa: os pernambucanos Índia Morena e o mágico Alakasan e o amapaense Ruy Raiol, artistas que lutam para manter a tradição do espetáculo, transmitindo seus saberes às novas gerações. The daily life of three small circuses from North and Northeast of Brazil. Far from the big cities, those circuses fight against economic privations in order to still alive and transmit their knowledge to new generations.

19


iCANDOMBLÉ 16’, Brasil 2010 João Velho joaovelho@gmail.com

O choque entre tradição e inovação no Candomblé globalizado, que resgata informações, costumes e ritualísticas vindos da África e de Cuba. The clash between tradition and innovation in Brazilian Candomblé.

INSTALAÇÕES – RITUAIS 44’, Brasil 2010 Geslline Giovana Braga geslline@gmail.com

Documentário etnográfico sobre altares de benzedeiras de cidades do Paraná e Santa Catarina, por onde São João Maria andou. A proposta do documentário é realizar uma leitura dos altares de benzedeiras como instalações de arte contemporânea. Ethnographic film about the altars of female healers from towns in Paraná and Santa Catarina where São João Maria has passed. The proposal of the film is to read these altars as contemporary art installations.

JOPÓI, TODOS JUNTOS 53’, Brasil 2010 Miguel Vassy miguelvassy@yahoo.com

No Paraguai, os povos guaranis deixaram um importante legado cultural: seu idioma, falado por 80% da população não indígena. Apesar dessa presença essencial na identidade do povo paraguaio, os povos indígenas são negados e cercados por uma sociedade que não os reconhecem. “Jopói”, uma viagem pelas terras paraguaias, em busca das raízes indígenas do “guarani”, um idioma destinado a perdurar. In Paraguay, the guarani people left an important cultural heritage, their language, spoken by 80% of it´s population. However, the Indian people are rejected by a society that do not recognize them. ´´Jopói´´ is a journey trough Paraguay, seeking guarani indian roots.

KOTKUPHI 24’, Brasil 2011 Isael Maxakali pajefilmes@gmail.com

A colheita, o preparo do alimento, o canto, e demais atividades envolvidas na realização de um yãmîyxop, o ritual, em homenagem ao yãmîy (“espírito”) da mandioca. The harvesting, food preparation, singing, and other activities involved in performing a yãmîyxop, the ritual in honor of yãmîy (“spirit”) of cassava.

LÁ DO LESTE 28’, Brasil 2010

EDITAL ETNODOC II

Carolina Caffé e Rose Satiko G. Hikiji satiko@usp.br

Lá do Leste, do lugar onde a cidade termina (ou começa), chegam rimas, gestos e cores que marcam o espaço. A experiência periférica urbana é a base e o motivo da produção dos artistas de Cidade Tiradentes, que cresceram junto com o distrito paulista e em suas obras dialogam com seus desafios e sonhos. O filme segue a vida e as transformações do street dance, grafite e rap nesse lugar, considerado o maior complexo de conjuntos habitacionais populares da América Latina, marcado pela exclusão, no qual a população orquestra suas dificuldades com dinâmicas próprias de sociabilidade, moradia, e apropriação do território. From the East side – the place where the city ends (or begins) – come rhymes, gestures and colors that leave a mark on space. The urban experience is the motivation for artists from Cidade Tiradentes, whose art is a dialog between their dreams and challenges.

20


LUZ, CÂMERA, PICHAÇÃO 102’, Brasil 2011 Bruno Caetano, Gustavo Coelho e Marcelo Guerra brunocaetanorj@gmail.com

Um documentário sobre a pouco compreendida cultura da pichação no Rio de Janeiro. O filme, que conta apenas com a presença apenas de pichadores, se pergunta o que eles têm a dizer. Quais são suas histórias nunca narradas, seus riscos, seus medos, paixões e grafias? Com cenas de tirar o fôlego, o longa mergulha nesse submundo, fazendo o espectador vivenciar aventuras enquanto a maioria dorme. O quanto há de pichador em todos nós? A documentary about the misunderstood graffiti culture in Rio de Janeiro. The documentary, filmed only with “pichadores”, wonders what would they have to say. With breathtaking scenes, the film shows this underworld, allowing the viewer to experience the adventures and adrenaline, common in this culture, that takes the city while most people sleep.

MARCELO YUKA: NO CAMINHO DAS SETAS 95’, Brasil 2011 Daniela Broitman daniela@videoforum.tv

Com letras repletas de críticas sociais, Marcelo Yuka estava no auge do sucesso como compositor, baterista e líder da banda O Rappa – uma das principais na cena pop rock dos anos 1990. Mas aos 34 anos, 9 tiros num assalto no Rio de Janeiro o colocaram numa cadeira de rodas. O documentário é um mergulho na transformação de Yuka desde o incidente, em 2000, que revela sua irreverência e complexidade como homem, artista e ativista. A musician with a social message, Marcelo Yuka was at the top of his success as songwriter, drummer and leader of O Rappa – one of the main Brazilian pop-rock bands in the 90´s. In 2000, 9 gunshots have put him in a wheelchair at the age of 34. This documentary reveals Yuka´s transformation since then.

MBARAKÁ A PALAVRA QUE AGE 26’, Brasil 2011 EDITAL ETNODOC II Edgar Teodoro da Cunha edgarteodorocunha@gmail.com

A partir da fala dos xamãs nhanderu e de imagens dos cantos, danças e cerimônias, o filme apresenta o universo dos cantos xamânicos por meio dos aspectos performáticos da palavra, da sonoridade, do gesto, nos trazendo a dimensão onírica e de vontade coletiva mobilizada pelo canto. Se a palavra pode ser história, mito e narrativa, entre os Guarani-Kaiowa ela também é poesia e profecia: um canto de esperança em um futuro melhor. From Nhanderu Shaman language, dances, songs and festivities, the film shows the universe of Sahaman singing, trough word aspects, from sounds and gestures, which could also be poetry and prophecy, a singing full of hopes for a better future.

MEIA-NOITE RIO 5’, Brasil 2010 Glauco Guigon, J.C. Oliveira, Juliana Milheiro e Rodrigo Sellos julianamilheiro@gmail.com

Uma viagem de luz, vida e som, na meia-noite carioca. A journey trough light, life and sound, at Rio de Janeiro’s midnight.

MEMUDJÊ 17’, Brasil 2009 Andre Demarchi e Diego Madi Dias diegomadias@gmail.com

Um filme sobre a tradição guerreira dos Mebengôkre-Kayapó. A encenação de um combate entre velhos e jovens é o mote para a transmissão de um conjunto de técnicas e saberes vinculados à preparação do corpo masculino para a guerra. A film about the Mebengokre Kayapo war tradition. The staging of a battle between the old and the young is the motto for the transmission of a set of techniques and knowledge related to the preparation of the male body for war.

21


MESTRE BOREL: A ANCESTRALIDADE NEGRA EM PORTO ALEGRE 55’, Brasil 2010 Anelise Gutterres adsgutterres@gmail.com

O documentário Mestre Borel: a ancestralidade negra em Porto Alegre traz Walter Calixto Ferreira, o Mestre Borel falando sobre suas memórias e experiências em Porto Alegre e ao redor do Brasil, ligadas a um itinerário negro nas cidades. Discorrendo sobre os saberes e fazeres de que é detentor, das culturas de matriz africana brasileira, ele narra os seus conhecimentos religiosos, históricos, mitológicos e artísticos oriundos das tradições africanas. The documentary Mestre Borel: A Ancestralidade Negra em Porto Alegre, brings us Walter Calixto, the Mestre Borel, talking about his memories and experiences in Porto Alegre and all over Brazil. Mestre Borel tells us about his religious, historical, mythological and artistic knowledges that have come from African traditions.

MORADA 78’, Brasil 2010 Joana Oliveira joanapmro@gmail.com

Essa é a história da espera de Dona Virgínia, uma senhora que, há mais de 50 anos, aguarda a desapropriação de sua casa. Ano após ano, o governo ameaça destruir o lugar onde ela guarda seu passado e suas memórias vivas. The documentary is about the story of Dona Virginia, a lady who, for more than 50 years, has been waiting for the expropriation of her house. Year after year, the government threatens to destroy the place where she keeps all her past and alive memories.

NINHOS ANTIGOS 40’, Brasil 2010 Osman Godoy osman_godoy@yahoo.com.br

Uma visão dramática da destruição das casas do Recife frente ao crescimento desordenado da cidade. A dramatic look at the destruction of houses in Recife, in reason of the disorganized way the city has grown.

NOITADA DE SAMBA FOCO DE RESISTÊNCIA 75’, Brasil 2010 Cély Leal singraproducoes@terra.com.br

1971. No Rio de Janeiro, durante a ditadura militar, Jorge Coutinho e Leonides Bayer iniciavam, no Teatro Opinião, A Noitada de Samba. Traziam pela primeira vez, regularmente, para a zona sul compositores e músicos dos morros e da periferia. Foram 617 espetáculos, em 13 anos, transformando aquele espaço em foco de resistência política e cultural. O filme conta esta história através de depoimentos de Alcione, Beth Carvalho, D. Yvone Lara, Eliana Pittmann, Elton Medeiros, Gilberto Braga, Martinho de Vila, Maurício Sherman e outros. In 1971, Rio de Janiero, in the period of military dictatorship, Jorge Coutinho and Leonides Bayer would bring, for the first time, musicians from the outskirts slums of the city, to the rich area. The film tells that story trough testimonials from Alcione, Beth Carvalho, Dona Yvone Laura, Elton Medeiros, Gilberto Braga, Martinho da Vila, Mauricio Sherman and others.

O MANUSCRITO PERDIDO 81’, Brasil 2010 José Barahona barahona29@gmail.com

Através da busca pelo manuscrito perdido de Fradique Mendes, um poeta e aventureiro português do século XIX, o filme nos faz refletir sobre a colonização portuguesa, as origens da sociedade brasileira e algumas questões sociais contemporâneas como a luta pela terra. Trough the search of the lost manuscript of Fradique Mendes, na adventurous portuguese poet from 19th Century, the film makes us think about portuguese colonization, brazilian society origins and some contemporary social questions, as the fight for land.

22


O MORRO DA MANGUEIRA COMO É 52’, Brasil 2010 Carmen Opipari e Sylvie Timbert opiparitimbert@hotmail.com

Era uma vez no morro da Mangueira… Braian, Júnior, Karla, Wesley desenham, contam histórias e falam de coisas vividas, imaginadas, desejadas. Mangueira, no Rio de Janeiro, é a favela onde essas crianças moram e também a Escola de Samba na qual desfilam durante o carnaval. Para eles, Mangueira é uma mãe… A fragilidade dos traços, a singeleza das formas, o titubear da leitura potencializam a poesia e a violência de uma realidade que vai sendo pouco a pouco aflorada. Braian, Júnior, Karla and Wesley draw, tell stories and speak of things they have experienced, imagined and wished for. Mangueira, where these children live, is a slum in Rio de Janeiro and also the samba school where they parade during carnival. For them, Mangueira is like a mother. The fragility of the lines and the simplicity of the shapes in their drawings, empower the poetry and violence of a reality that emerges little by little.

O TRIUNFO DOS CARETAS 15’, Brasil 2011 Vera Lúcia Santos e Rebeca Siqueira veralucia025@hotmail.com

Registro de uma tradição carnavalesca que se destaca na figura dos Caretas na cidade de Triunfo (PE). O vídeo apresenta, através de relatos de moradores da cidade e participantes das trecas, o que a figura do Careta representa para a cidade de Triunfo. The documentary brings the record of a carnival tradition which stands the figure of Caretas in the city of Triunfo (PE). The video shows what the Caretas image represents to the city of Triunfo, through testimonials of residents and participants of trecas.

O VENTO DA LIBERDADE 20’, Brasil 2011 Viviane Louise armazemviviane@gmail.com

Sem saber se uma arte do real ou da ficção, “O vento da liberdade” busca desvendar o imaginário e realidade dos ciganos, através da memória oral destes antigos “moradores das estradas”. Not clear if it is a real or fiction art, “O vento da liberdade” seeks to develop the imaginary reality of the gypsies, trough the memory of those late “road residents”.

O VENTO FORTE DO LEVANTE 52’, Brasil 2011 Rodrigo Dutra rodrigohistoriador@gmail.com

Solano Trindade não se curvou diante da opressão de cor, de classe e de cultura. Poeta e militante comunista, nasceu em Pernambuco, morou em Caxias e Embu, andou diariamente no “trem sujo da Leopoldina” que tem um “freio de ar todo autoritário” assim como os motivos que levaram Vargas a ordenar sua prisão. Solano Trindade, a poet and communist born in Pernambuco, has not been affected by color, status and cultural oppression.

OFERENDA 18’, Brasil 2011 Ana Bárbara Ramos anavikings@gmail.com

7 velas brancas, 7 velas azuis, champagne, 7 rosas brancas, 7 fitas azuis ( 1 metro cada uma) 7 fitas brancas (1 metro cada uma), 1 bilhete com no máximo 3 pedidos, 1 DVD. Local de entrega: praia de Tambaú. 7 white candles, 7 blue candles, champagne, 7 white roses, 7 blue ribbons (1 meter each) 7 white ribbons (1 meters each), a note with 3 wishes maximum, 1 DVD. Place of delivery: Tambaú beach.

23


OI’Ó – A LUTA DOS MENINOS 26’, Brasil 2010 Caimi Waiassé nossatribo@uol.com.br

Este documentário registra uma das mais importantes cerimônias dos Xavante. Os garotos são divididos em grupos e de acordo com a idade e o porte físico, e o enfrentamento se dá entre representantes de clãs diferentes. Não há vencedores. Por sua maneira de lutar, cada um mostra o bom guerreiro e caçador que vai ser. A finalidade é que os meninos aprendam a seguir regras, a resistir a dor e a superar o medo. This documentary records one of the most important Xavante ceremonies. The boys are divided into groups according to age and body structure, the confrontation is between representatives of different clans. There are no winners. On their way to fight, they show how good hunter and warrior they would be. The purpose is that boys will learn to follow rules, to handle the pain and overcome fear.

OJÚ ONÁ 25’, Brasil 2011 Clementino Junior cremedelaclems@gmail.com

Memorial das experiências de cineclubistas afrodescendentes de diversos pontos do país, presentes a 28ª Jornada Nacional de Cineclubes, que tem em comum o uso do audiovisual para formação do olhar em prol de movimentos sociais, combate a intolerência religiosa e educação. A memorial of African descendants film society members from different spots of the country, who have in common the usage of audiovisual methods to build a look in favor of social activities, the fight against religious intolerance and education.

ON SIDE 15’, Brasil 2011 Jonas Amarante jonas_amarante@hotmail.com

Três estrangeiros. Três diferentes histórias de vida. Três realidades distintas. A mesma cidade: Londres. A mesma paixão: futebol. Three foreigners. Three different stories of life. Three different realities. The same city: London. The same passion: Soccer.

ONDE NASCEM AS PEDRAS 17’, Brasil 2011 Peregrina Fatima Capelo Cavalcante peregrina@ufc.br

Resultado de uma intensidade de fluxos que tematizam a questão ambiental na região do semi-árido e de alguns espaços desertificados do Ceará. A captura de suas imagens foi realizada no período invernoso do sertão. Flutuações delicadas e fortes das gentes desses lugares, das subjetividades, da fauna e da flora, nas quais se arquiteta os afetos desse sertão alegre e sofredor. A result from an intense flow that approaches environmental issues in the semi-arid climate and other areas affected by desertification in Ceará, Brazil. These images were captured in 2011 during sertão’s winter time. These are delicate but strong fluctuations from the native population, where their subjectivity is mixed together with the area’s fauna and flora. Here affections of the happy, yet enduring sertão are presented.

OS JAPONESES NO VALE DO RIBEIRA 48’, Brasil 2010 Chico Guariba chico@ecofalante.org.br

O documentário mostra como os imigrantes e seus descendentes ajudaram a reconstruir uma região que parecia abandonada à própria sorte. Através dos depoimentos das pessoas que viveram essa trajetória, descobrimos as dificuldades que enfrentaram em uma terra muito diferente a que estavam acostumados. Também compreendemos a intensa e apaixonada relação que se criou entre os japoneses e a terra que tanto lhes deu em troca. The documentary shows how imigrants have helped rebuild an area that seemed to be abandoned. Trough testimonials of people who have lived that experience, we found the difficulties they have faced. It also shows the intense and lovely relationship that has been built between the japanese and the land that has given them so much in return.

24


OS SERES DA MATA E SUA VIDA COMO PESSOAS 27’, Brasil 2010 Rafael Devos rafaeldevos@yahoo.com

“Essa câmera vai funcionar como um olho e o ouvido de todos que estão atrás dessa câmera, ela vai ser uma criança que vai estar escutando a fala dos meus avós”. Assim o jovem cacique Vherá Poty apresenta as imagens dos “bichinhos” e as narrativas mito-poéticas dos velhos em torno dos modos de criar, fazer e viver a cultura guarani, expressos na confecção de colares, no trançado das cestarias e na produção de esculturas em madeira dos seres da mata: onças, pássaros e outros “parentes”. ´´This camera will work as an eye and the ears of all of the people who are behind that camera, it will be as a child, listening to my grandmother´s speech´´. On that way, the young chief Vherá Poty presents how the guarani culture is presented on the creation of necklaces and wood sculptures of creatures the wild life.

PAREDES PINTADAS 74’, Brasil 2010 Pedro Santos pedrosantos@grupoz.org

Em 1964, um golpe civil-militar inaugurou um período em que o Brasil seria governado pelas Forças Armadas. O documentário traz as lembranças de quatro mulheres que lutaram contra o regime. Dulce Maia, Sonia Lafoz, Renata Guerra Andrade e Damáris Lucena foram militantes da organização clandestina Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Hoje, mais de quarenta anos do dia do golpe, elas se lembram do tempo em que o país estava sob o comando dos militares. Mas quando as próprias memórias vêm à tona, existe um passado que insiste em não passar. In 1964, a civic-military coup opened a period when Brazil would be governed by the Armed Forces. The film brings us memories of four women that had fought against the military regime, and now, over 40 years have passed, and they still remember the time when the country was under military command, but when they remember their own memories, there is a past that insists on not passing by.

PROCURANDO MADALENA 26’, Brasil 2010 Ricardo Salles ricardo-salles@hotmail.com

Investigação bem humorada da origem da toada Madalena, Madalena, que inspirou Madalena do Jucu, de Martinho da Vila. A homurous investigation about the origin of Madalena, which have inspired Madalena do Jucu, Martinho da Vila.

QUANDO XANGÔ APITAR 30’, Brasil 2011 Emilio Domingos e Gustavo Rajão emiliodomingos@gmail.com

Uma conversa com Xangô da Mangueira (1923-2009), grande mestre do samba, cuja trajetória se confunde com a própria história do samba. Xangô foi discípulo de Paulo da Portela, diretor de harmonia na Mangueira por décadas, antecessor de Jamelão como intérprete na escola e um dos maiores nomes do partido alto, estilo em que foi consagrado rei. A conversation with Xangô da Mangueira (1923-2003), a great samba master, whose history gets confused with the history of the genre, samba.

ROTA DÓRIA 17’, Brasil 2011 Gilda Brasileiro gilda.brasileiro@gmail.com

Padre Dória, pensando no desenvolvimento da Vila de São Sebastião constrói uma estrada que leva a São José do Parahytinga. Após sua morte a estrada torna-se uma rota clandestina de escravos no século XIX. The history of a road that was built to connect Vila de São Sebastião to São José do Parahytinga, and in the XIX century had been used as an illegal route for slaves.

25


SALA DE MILAGRES 13’, Brasil 2011 Claudio Marques e Marília Hughes caumarques@coisadecinema.com.br

Um dia e uma noite na romaria de Bom Jesus da Lapa (BA). A day and a night in the pilgrimage of Bom Jesus da Lapa, Bahia.

SÃO LUIZ DE RABO E CHIFRE 15’, Brasil 2005 Vanessa Oliveira revelando@imazul.org

O vídeo mostra o Carnaval na cidade de São Luiz do Paraitinga, um dos mais originais de São Paulo. Padre proíbe carnaval na cidade, afirmando que quem for para as ruas receberá como punição um rabo e um chifre. The film shows Carnaval in São Luiz de Paraitinga, one of the most famous in São Paulo. A priest has forbiden carnaval in town, defending that whoever goes on the streets will receive a punishment in form of a tail and a horn.

SEU CAVACO, DOM BANDOLIM E O CHORO DE MESTRE DUDUTA NA RAINHA DA BORBOREMA 52’, Brasil 2011 Riccardo Migliore e Thaíse Carvalho tanofb@gmail.com

Ao se pensar no “choro”, considerado o jazz brasileiro, logo se imagina o Rio de Janeiro e os morros da Cidade Maravilhosa. Campina Grande, na Paraíba, é conhecida como a capital do forró. Contudo, este documentário supera lugares comuns e retrata o universo do choro na cidade paraibana, homenageando José Ribeiro da Silva (Mestre Duduta), refinado chorão e luthier de fama nacional, cujos instrumentos encontram-se com artistas como Paulinho da Viola, Dominguinhos e a finada Marinês. Mas o filme não retrata apenas a biografia de Duduta, e sim, propõe um olhar sobre o valioso universo do choro campinense. When thinking about ´´Choro´´, considered as the brazilian jazz, it´s common to connect to Rio de Janeiro. Campina Grande, in Paraíba, is known as the capital of Forró. However this documentary shows the Choro universe in Campina Grande.

SOBRE FUTEBOL E BARREIRAS 112’, Brasil 2011 Arturo Hartmann, João Carlos Assumpção, José Menezes e Lucas Justiniano lucas@oleproducoes.com.br

O filme lança um novo olhar sobre o conflito Israel/Palestina, um dos nós centrais das relações internacionais, tendo como pano de fundo o futebol e a Copa do Mundo. O filme promove discussões de identidade inseridas no conflito durante o Mundial da África do Sul no momento em que israelenses e palestinos acompanharam e se relacionaram com o maior evento esportivo do mundo. The film brings us a new way to look to the conflict between Israel and Palestine, using as a background soccer and The World Cup.

SOLDADOS A CAMINHO DO PUTEIRO – MEMÓRIAS DE UMA GUERRA QUASE IMAGINÁRIA 78’, Brasil 2011 Hermes Leal hermesleal@hlfilmes.com.br

Documentário que focaliza uma parte oculta da história do Brasil que ainda precisa ser esclarecida. O filme narra a Guerrilha do Araguaia por um foco diferente, através da história pessoal de Hermes Leal, que volta à cidade onde viveu até 12 anos de idade, quando sua rua era tomada por militares, e refaz a guerra através do imaginário de seus moradores. É narrado por um pescador que virou poeta, diversos moradores e por José Genoino, ex-guerrilheiro. Quer mostrar como o mito dos guerrilheiros se propagava, tendo Osvaldão como o principal deles, e ainda a fascinante história sobre a lendária visita de Che Guevara à região. A documentary that focus on a hidden part of brazillian history that still needs to be clarified. The film shows the Guerrilha do Araguaia from a different view. Narrated by a fisherman who has become a poet, and other residents of the area. It also talks about the fascinating history of the visit of Che Guevara in the region.

26


SOLDADOS DA BORRACHA 26’, Brasil 2010 EDITAL ETNODOC II Cesar Garcia Lima cegali@gmail.com

O que aconteceu aos seringueiros que extraíam borracha na Amazônia para ajudar os Aliados durante a Segunda Guerra Mundial? A maioria morreu sem nenhuma assistência na própria floresta que a propaganda de guerra divulgava como paraíso. O Acre foi seu destino preferido e é nesse cenário de luta pela preservação ecológica que os sobreviventes contam como a promessa de riqueza deu lugar à solidão e ao desamparo. This film is about 55 thousand Brazilian men who occupied the Amazon region between 1942-1945 to work with rubber for the war effort. At the end of the World War II, they received no tributes and continued extracting rubber. Most of them died in the forest. In “Soldados da Borracha” – filmed in Acre, the Brazilian state with the largest number of these workers – four survivors of this wild battle remember their erratic story in the arid, the forest and the city.

TEKO REXÃI 44’, Brasil 2009 Adriana Calabi e Nadja Marin nadjamarin@gmail.com

As principais preocupações do povo Guarani Mbyá com o futuro de seus conhecimentos e práticas tradicionais de cuidado com a saúde. O documentário aborda o uso dos remédios da mata, a importância dos rituais e dos líderes espirituais, a transmissão dos saberes e a relação da prática de cura guarani com a medicina ocidental. One of the principal worries of Guarani Mbyá people is about the future of their knowledge and practices about healthcare. The documentary shows the usage of natural medicines, the importance of the rituals and spiritual leaders and the knowledge transmition.

TERRA DEU, TERRA COME 88’, Brasil 2010 Rodrigo Siqueira sofiafranco.a@gmail.com

Pedro de Alexina, 81, conduz, como mestre de cerimônias, o funeral de João-Batista, morto aos 120 anos. Ali, não se sabe o que é realidade ou representação, documentário, ficção ou memória. Pedro de Alexina, 81, conducts the funeral of João-Batista, who died at the age of 120 years. Reality, fiction, memory and performance get mixed on the documentary.

TERRAS 75’, Brasil 2009 Maya Da-Rin bia@cineluz.com.br

Na fronteira tríplice entre Brasil, Colômbia e Peru, as cidades gêmeas Letícia e Tabatinga formam uma ilha urbana cercada pela imensa floresta amazônica. As delimitações territoriais são muitas vezes encobertas pela densa vegetação e as fronteiras se confundem nos corpos e rostos de seus moradores. Terras acompanha o ritmo deste lugar de encontro e passagem, aproximando-se do cotidiano de seus habitantes. On the triple border between Brazil, Colombia and Peru, the twin towns Letícia and Tabatinga form an urban island surrounded by the Amazon rain-forest. Following the ordinary events and the constant come and go of people along the border, Terras shows the presence and the influence of the frontier on the lives of its inhabitants.

TXÊJKHO KHÃM MBY, MULHERES GUERREIRAS 12’, Brasil 2011 Kamikia Kisedje e Winti Suyá olinda@videonasaldeias.org.br

Dois velhos narram um mito, encenado em ficção pelos jovens Kisêdjê, em que uma moça namora secretamente com o próprio irmão. Os acontecimentos que se sucedem a essa paixão proibida dão origem à revolta das “Mulheres guerreiras”. Two old men narrate a myth, in which a young lady falls in love with her brother. The facts that succeeded to that forbidden passion originated the rebellion of ´´Mulheres Guerreiras´´.

27


UMA FESTA PARA JORGE 52’, Brasil 2009 Isabel Joffily e Rita Toledo ritanevestoledo@gmail.com

O filme acompanha a trajetória de três devotos de São Jorge ao longo dos meses de preparação para o 23 de abril, dia do Santo. Dona Ana luta para organizar as barracas da festa. Seu Jorge precisa manter a ordem na Igreja. Helinho se confronta com os seus orixás. A relação de cada um deles com o evento revela o universo da devoção ao Santo Guerreiro na cidade do Rio de Janeiro. The dayly life of three devotees of Saint George during the months of preparation for the saint’s feast – the 23rd of April. Ana does her best to organize the kiosks for the feast. Jorge is in charge of keeping the church in order. Helinho deals with his “orixás” (a sort of African counterparts to Roman Catholic saints). The relationship of these people with the Feast stands as evidence of the importance of the devotion to Saint George in Rio de Janeiro.

VER-O-PESO 51’, Brasil 2010 Gavin Andrews gavin@castanha.org

O filme é um dos resultados do Inventário de Referências Culturais do Ver-o-Peso em Belém/PA, espaço de trocas comerciais e simbólicas entre diferentes grupos sociais. O olhar é focado nos saberes e fazeres dos muitos trabalhadores do Ver-o-Peso, e revela aspectos centrais de um sistema cultural amazônico baseado em conhecimentos tradicionais associados ao uso de recursos naturais. Produced as part of the Inventory of Cultural References of Ver-o-Peso in Belém. The focus is on the knowledge and practices of the many people who work in Ver-o-Peso, revealing aspects of an amazonian cultural system based on traditional knowledge associated to the use of natural resources.

VIAJANTES RADICAIS PELO CAMINHO DE LÉVI-STRAUSS 116’, Brasil 2010 Jader Lago jader.j.lago@espn.com

Entre 1935 e 1939 Claude Lévi-Strauss viajou pela floresta Amazônica, Pantanal e Cerrado para entender a alma humana através de fascinantes sociedades indígenas. Kadiwéu, Bororo, Nambikwara e Tupi-Kawahib – tribos com diferentes religiões, cultura e história, mas atualmente com o mesmo problema. Guiadas pela sede de conhecimento, essas expedições históricas desbravaram o Brasil e mudaram os rumos do pensamento mundial. Com esse mesmo espírito, um time de atletas de esportes radicais seguiu os passos do famoso antropólogo franco-belga, em paisagens de ainda repletas de desafios, beleza e mistério. From 1935 thru 1939 Claude Levi-Strauss traveled to the Amazon rainforest, Pantanal and Cerrado to understand the human soul through fascinating indigenous societies. With that same spirit, a team of extreme sports athletes followed the footsteps of the Franco-Belgian anthropologist on landscapes of endless mystery, beauty, and challenge.

VIVA SÃO PEDRO 30’, Brasil 2011 Debora Herszenhut e Mario Wiedemann deborafh@gmail.com

No mês de julho a pequena comunidade da Praia da Longa, RJ, se organiza em mutirão para celebrar e agradecer a São Pedro, santo dos pescadores e o padroeiro da praia . O filme é o registro da Festa da Longa desde os preparativos até os seus momentos finais. No decorrer dos acontecimentos nota-se, além da importância do evento a crescente dificuldade que é apresentada aos moradores para a produção e revela-se a instabilidade na continuidade desta tradição. In July the small community of Praia da Longa, Rio de Janeiro, get together to celebrate and thank Saint Peter, the patron saint of the fishermen. The film is the record of the event in Praia do Longa, from its preparation to the final moments.

WALACHAI 84’, Brasil 2009 Rejane Zilles festivais@okna.com.br

O inusitado e raro que habita um Brasil ainda desconhecido. Um antigo dialeto alemão como idioma corrente e nenhum vínculo com a Alemanha. Um nome que indica um lugar longínquo, perdido no tempo. Um olhar de dentro e de fora. An unusual and rare that inhabits an unknown part of Brazil. An old german dialect used as an idiom with no connection with German. A name that indicates a distant place, lost in time,. A look from the inside and the outside.

28



ICIA F O O Ã Ç E L E S

L

P


PRODUÇ

ÃO

RE

CE

NT

E

IN TE

RN AC

ION AL

PANORAMA


4PORTES 6’, França 2009 Louise Botkay Courcier louizebotkay@gmail.com

Um mergulho no universo vodou Haïtiano. A journey trough haitian vodoo universe.

A TEMPLE TO THE COMMONS... 57’, India 2011 S. Gautham gautham.subramanyam@gmail.com

Há 60 anos, Ninassam, uma instituição local, em Heggodu – lado Oeste de Karnataka – defende a ideia de que a prática cultural e artística devem ser preservadas. Ninassam foi fundada na mesma época em que a República Indiana estava nascendo, e neste processo, uma comunidade, que tem como base a cultura, foi criada. Hoje em dia, o futuro desta aldeia é incerto... For sixty years, Ninasam, a local cultural organization, in Heggodu, in the Western Ghats of Karnataka, has contested the notion that artisitic practice and cultural engagement have boundaries, and that they are urban preserves. Ninasam was founded around the same time that the Indian republic was born. But today, a new threat looms on the horizon. As a monochromatic vision of free market growth fuels both government policy and the contemporary economic landscape in India, the future of the village as an idea, is itself uncertain…

A VISAGE DÉCOUVERT 60’, França 2011 Michèle Fiéloux e Jacques Lombard cabraton@orange.fr

Podemos tentar compreender como funciona sua sociedade sem querer mudá-la, especialmente quando se trata do lugar das mulheres? E então, no momento em que as mulheres descobrem, pouco a pouco, sua situação particular, será que elas vão ousar falar em seus próprios nomes? Como resultado de um diálogo que se desenvolveu durante dez anos com Ini, responsável por uma associação feminina em Burkina Faso, nós tentamos responder estas duas questões. Is it possible to understand how a society functions without trying to change it, specially when talking about women in that society? As a result of a conversation developed in ten years with Ini, we try to ansewer those questions.

AN ECOLOGY OF MIND 60’, EUA 2010 Nora Bateson norabateson@aol.com

Documentário sobre o antropólogo, biólogo e psicoterapeuta Gregory Bateson, que acreditava que “os principais problemas no mundo se dão pelo resultado da diferença entre o jeito que a natureza funciona e o jeito que as pessoas pensam”. É um convite aos “sistemas de pensamento” e suas inter-relações com o mundo natural... vistos através da relação entre pai e filha. A filmic portrait of the anthropologist, biologist, and psychotherapist Greogry Bateson, who believed “The major problems in the world are the result of the difference between the way nature works and the way people think.” This documentary is an invitation into “systems thinking” and interrelationships in the natural world… seen through the relationship between father and daughter.

AWARENESS 67’ Austrália 2011 David MacDougall e Judith MacDougall david.macdougall@anu.edu.au

Filmado no sul da Índia na Rishi Valley School, escola fundada no século XX pelo pensador indiano Krishnamurti, Awareness explora a sensibilidade de dois grupos de jovens indianos, um de meninas e o outro de meninos, em seus respectivos dormitórios, e suas experiências diárias. Os dois grupos foram filmados separadamente por David e Judith MacDougall, durante estadia na escola por alguns meses. Filmed in South India at Rishi Valley School, founded by the 20th Century Indian thinker Krishnamurti, Awareness explores the sensibilities of two groups of young Indian teenagers, a group of girls in their dormitory and a group of boys in theirs, as they live out their daily experiences at the school. The two groups were filmed separately by David and Judith MacDougall during their stay at the school over a period of several months.

32


BLEU ET ROUGE 41’, Haiti 2009 Juliana Sakae jusakae@gmail.com

Bleu et Rouge é um documentário sobre a cultura haitiana na comunidade Torbeck, 120 quilômetros da capital Porto Príncipe, do conflito e da presença militar brasileira. Tini, Bel, Cassandre, Daniel, Jhon, Jhony, Lorry, Sephorah e Taïsha, com câmera e microfone nas mãos, entrevistam músicos, vuduístas, cozinheiros e jornalistas tentando mostrar ao resto do mundo um pouco da cultura local e as suas visões sobre seu país. Ao exibir esses personagens culturais, os adolescentes se deparam com novas informações e com a hibridização de culturas de sua geração. Bleu et Rouge is a documentary about the haitian culture in Torbck, a village located 120 kilometers from the capital, Port-au- Prince. The film shows interviews with musicians, cooks and journalists trying to show a little of local culture and their ideas about their country.

CASA DAS MINAS – OS VODUNS REAIS DE SÃO LUÍS 85’, Suiça 2011 Hili Leimgruber e Jens Woernle hili@petitgregoire.ch

Na região nordeste do Brasil, na histórica cidade portuária de São Luís, encontra-se um dos mais antigos, respeitados e expressivos terreiros de todo o Brasil – a Casa das Minas. Nas trilhas do famoso escritor alemão Hubert Fichte o filme é uma aproximação poética à lida diária das vodúnsis para manter a dignidade do templo. In Northern Brazil, the historic town of São Luís, we find one of the most expressive terreiros (religious areas) in Brazil. Following the steps of Hubert Fichte, the film is a poetic approximation to the struggle to keep their traditions, since performing religious jobs has been prohibited in the area.

CHOKORA – SURVIVING ON THE STREET 49’, Suiça 2010 Lea Furrer Lea-furrer@gmx.ch

Anthony e Robert documentam e comentam o dia a dia da vida nas ruas. Mas nem só as dificuldades e turbulências são mostradas, há também uma pitada do seu senso de humor, e o que planejam para o futuro. Anthony and Robert – youngsters from Nairobi – give insight into their everyday life. With a film camera they document and comment the life on the streets and in the Halfway Centre. Thereby, not only their trials and tribulations are expressed but also their sense of humor and their plans for the future, which are full of hope. By handing over the camera to the two protagonists, a dynamic change of perspectives is established.

COOKING UP DREAMS (DE OLLAS Y SUEÑOS) 75’, Peru 2009 Ernesto Cabellos filmsperu@gmail.com

No Peru, não é o futebol, a música ou a política que agrega as pessoas, mas a comida. Com a rica diversidade de pratos exibidos no filme, é fácil perceber isso. Peru, um país historicamente caracterizado pelas diferenças econômica e política, criou uma culinária rica que vem agindo como base para o desenvolvimento social. In Peru, it’s not football, music, or politics that unites people, but food. With the rich diversity of delectable dishes on display in Cooking Up Dreams, it’s easy to see why. A country historically characterized by ethnic and economic differences, Peru has produced a complex cuisine that acts as a binding, integrative cultural force that it’s increasingly seen as a motor for social development.

DJENEBA A Minyanka woman of Southern Mali 59’, Noruega 2011 Bata Diallo batadiallo@gmail.com

Djeneba criou seus nove filhos sozinha, desde que seu marido deixou a família há alguns anos. Filmado em Mali, o documentário retrata o processo diário em que Djeneba assume todas as responsabilidades sobre a família, logo após seu filho mais velho se casar. “Djeneba” mostra o dia a dia em Mali, de um ponto de vista feminino. A diretora, também de Mali, faz um filme observacional, íntimo. Djeneba is a mother of nine children living in Kadioloko, southern Mali. Recently the eldest boy, Madou, was married to a girl he met in town. In this film we explore daily life in the compound as Djeneba assumes full responsibility for her family’s needs. Filmmaker, Bata Diallo, herself a Malian, engages Djenebas life-world in observational style and by way of intimate conversations. “Djeneba” is a documentary about everyday life in rural Mali from a woman’s point of view.

33


GIRA EL SOL: RETORNO Y PEQUENO COMMERCIO ESPANHA-ECUADOR 90’, Espanha 2011 Juan Ignácio Robles juan.robles@uam.es

Quatro trajetórias migratórias de cidadãos equatorianos que retornam da Espanha para Quito (Equador) para retomarem novos projetos de vida nos quais o familiar e o econômico se mesclam. O filme retrata a ilusão e as dificuldades para se readaptarem a sua cidade de origem a partir de uma identidade irremediavelmente plural que “gira”, como o sol, entre a América e a Europa. The return of different people from Spain to Quito, Ecuador, their home. The movie shows the difficulties they have faced to return to their place of origin having, now, a plural identity that “takes turns”, like the Sun, between America and Europe.

I DREAM OF MUMMERS 26’, Bulgária 2011 Adela Peeva adelamedia@adelamedia.net

O documentário aborda os costumes culturais ancestrais de uma pequena aldeia que se perpetuam ao longo do tempo. Com imagens de época e atuais, danças e músicas se mantém nas tradições da Bulgária. A story about custom whose origins are hidden far back in the past. Here, in the village of Sushitsa, this custom has almost completely preserved its authenticity and can still be seen as it was performed centuries ago. This is a film about the small village and its inhabitants, about an ancient tradition that they preserved almost intact to this day, and about a friendship – as undying as the tradition itself.

IN THE LIGHT OF MEMORY/LUMINA AMINTIRII 38’, Inglaterra 2010 Alyssa Grossman alysrgrossman@gmail.com

Filmado no Cismigu Gardens, um dos parques públicos mais antigos de Bucareste, o filme mostra uma montagem de imagens e vozes, paisagem e pessoas do passado e presente do parque, como um espaço de interação social e reflexão solitária. The film explores sites and practices of memory in post-socialist Bucharest, twenty years after the fall of Romanian communism. The film is shoot at Cismigiu Gardens, one of the oldest public parks in Bucharest. This central urban space attracts people from all walks of life, it is a place for social interaction and solitary reflection. Interweaving recollections of the past with present-day scenes from the park the film presents a montage of images and voices, landscape and people.

KINGS OF THE BEETLE 60’, França 2010 Emmanuel Grimaud e Stéphane Rennesson emmanuel.grimaud@gmail.com

O filme retrata quatro jogadores na competição internacional de “Rhinoceros Beetles” (Besouros Rinocerontes), que se passa em Chiang Mai, norte da Tailândia. O mote é a tentativa de entender as regras do jogo e a surpreendente relação que esses homens são capazes de desenvolver com esses insetos. The film depicts the portrait of four players taking part in the biggest international competition of “Rhinoceros beetles” (kwaang) fighting in Chiang Mai, Northern Thailand. Trying to understand the tricky rules of the game and the unexpected interactions that humans are able to develop with these insects, this film is the first comprehensive account of the intriguing world of beetle fighting.

MADRES 0,15 EL MINUTO 28’, Espanha 2011 Marina Seresesky info@promofest.org

É possível ser mãe à distância? Educar pelo telefone? Mulheres que viajam pelo mundo a fim de proporcionar um futuro melhor para seus filhos nos falam como é a realidade de ser mãe por meio de um telefone ou computador. Is it possible to be a mother in the distance? Is it possible to educate from a booth? Women who travel thousands of miles to give a better future to their children, tell us how they live through the reality of being mothers across a telephone or a computer, making the booth their second home and transforming their voices into their most valuable resource.

34


ORANGES AND MANGOES 22’, Índia 2011 Priyanka Chhabra chhabra.p@gmail.com

Métodos tradicionais de prever o tempo não são mais tão assertivos como antes. O documentário nos mostra como as mudanças climáticas têm afetado a vida de fazendeiros que dependem do meio ambiente para viver. Nos deixa testemunhar a realidade das mudanças climáticas, através de conversas nas pequenas cidades do Rajastão, Madhya Pradesh, Tâmil Nadu e West Bengal, na Índia Traditional ways of predicting the weather no longer hold true. In their own ways they are trying to understand these changes and cope with them. Dependent on the environment for their livelihood climate change is affecting entire ways of living. Listening to folk songs about rain and nature we travel through villages in Rajasthan, Madhya Pradesh, Tamil Nadu and West Bengal; and conversations with farmers allow us to witness the realities of climate change.

PINK SARIS 96’, Inglaeterra 2010 Kim Longinotto kimlonginotto@hotmail.com

Sampat Pal é a protagonista do filme. Como muitas outras mulheres na Índia, ela se casou muito nova e entrou para uma família que a forçava a trabalhar duro e constantemente a agredia, mas diferentemente de outras, ela reagiu e deixou seu novo lar. No filme vemos Sampat como líder carismática de meninas em situação semelhante, convencendo-as de que a meditação é o melhor caminho. “A girl’s life is cruel... A woman’s life is very cruel,” notes Sampat Pal, the complex protagonist at the center of the film. PINK SARIS is an unflinching and often amusing look at these unlikely political activists and their charismatic leader; in extraordinary scenes, we watch Sampat launch herself into the centre of family dramas, witnessed by scores of spectators, convinced her mediation is the best path for these vulnerable girls.

POLYPHONY OF CERIANA: THE CAMPAGNIA SACCO 70’, França 2010 Hugo Zemp hugo.zemp@wanadoo.fr

Em Cerina, no Norte da Itália, as pessoas adoram cantar. Diferente de outros coros da região, a Compagnia Sacco, não usa um regente, e não se limita a fazer shows e gravar CDs, mas também canta em festas locais, se apresentando também à públicos internacionais. In Ceriana, a village of northern Italy, people love to sing. Among five choirs, the Compagnia Sacco is the most committed to preserve the traditional drone polyphony. Unlike other choirs of the region, its members do not sing under the direction of a conductor and do not limit themselves to giving concerts and producing CDs; they also enjoy singing together with friends at many local festivities.

PUEBLOS ORIGINARIOS (Native Populations) 28’, Argentina 2009 Ulises Rosell ulisesrosell2@gmail.com

O filme propõe um olhar acerca das raízes da identidade nacional argentina. Um filme que nos aproxima do olhar e da voz dos povos originários da Argentina e contribui para consolidar o reconhecimento de sua plurietnicidade e sua multiculturalidade. The film proposes a new way to look at the Argentinian national identity. A close look to the originary people from Argentina, who have helped consolidating its multi-culture recognition.

RAMÓN Y MARIA (ESCENAS DE LA VIDA EN EL CAMPO) 20’, Argentina 2009 Mario Del Boca mgdelboca@hotmail.com

Descreve a vida cotidiana de Don Ramón Murúa e sua esposa María que vivem no campo, na região de Córdoba. A criação de animais é a principal atividade do casal. Preparar o pão, tirar o leite, matar o cordeiro. O diálogo do casal pontua as atividades. The film shows the daily life of a couple, Don Ramon Murúa and Maria, who has as their principal activity the growth of animals. The couple´s dialog illustrates the activities.

35


STILL WATER 58’, Áustria 2011 Markus Ochs, Johannes Gierlinger, Philipp Kleibel mail@johannesgierlinger.com

O documentário retrata a vida de pessoas que têm sua vida transformada pela realocação forçada quando da instalação de uma barragem, num projeto governamental. Sem perspectiva e com falta de trabalho, os habitantes do sul da Turquia são obrigados a migrar para outras cidades. The South East Anatolien project is the largest developing project of Turkey. Families are resettled by force and fields are flooded. Missing perspectives and a lack of jobs force humans to migrate into the larger cities. The documentary shows the life of affected humans, their fates, desires and longings and gives a voice to those, whose opinions don´t count.

THE LOVER AND THE BELOVED: A JOURNEY INTO TANTRA 70’, Inglaterra 2011 Andy Lawrence andy@astafilms.com

A jornada de Rajive McMullen, um professor de história que sofre com uma doença grave, e sua viagem ao norte da Índia em busca de esclarecimento. Uma viagem ao coração do Tantra em busca de respostas em santuários sagrados, chegando muito próximo da morte em terrenos de cremação. A documentary feature film about one man’s journey across northern India and his search for enlightenment. Rajive McMullen, a history teacher suffering from a debilitating illness, makes the painful journey into the heart of Tantra, searching for meaning in holy shrines, coming close to death in cremation grounds and enjoying the chaos of the Aghori seekers.

THE PROFESSIONAL FOREIGNER. ASEN BALIKCI AND VISUAL ETHNOGRAPHY 61’, Alemanha 2009 Rolf Husmann rolf.husmann@sowi.uni-goettingen.de

Asen Balikci tornou-se uma figura chave na produção de filmes etnográficos por décadas. Através de uma série de conversas entre Husmann e Balikci, a vida e o trabalho do antropólogo nos é apresentada. Não se trata somente de um retrato do famoso Balikci, mas aborda também as principais questões do fazer do filme etnográfico. Asen Balikci has been a leading figure in making ethnographic films for many decades. In a series of talks between Balikci and filmmaker Rolf Husmann, the life and work of Asen Balikci are shown and discussed. His film work among the Bulgarian Pomak and his still ongoing work in Sikkim (India) conclude the film which is not only the portrait of a famous expert in Visual Ethnography, but also more generally touches upon vital issues of ethnographic filmmaking.

THE WAY TO SUNDANCE 49’, Suiça 2010 Miguel Béchet e Ursina Maurer miguelbechet@hotmail.com

A história de um casal que lidera uma comunidade religiosa baseada nas crenças dos Índios Lakota nas montanhas da Suíça, em que os membros têm o comprometimento de praticar trabalho braçal e rezas regularmente. O filme mostra um momento crucial para a comunidade: uma viagem ao Texas e uma cerimônia dançante com duração de quatro dias sem comer ou beber. The story centers on a married couple who lead a religious community based on the beliefs of Lakota Indians in the mountains of Switzerland. The members of the community are commited to daily physical labour and regular prayers. The film follows a crucial moment in the community, their trip to Texas and a four-day dance ceremony without eating and drinking in the middle of a heat-wave.

THE WELL – WATER VOICES FROM ETHIOPIA 56’, Itália 2011 Paolo Barberi e Riccardo Russo ricc.russo@gmail.com

O filme mostra a vida dos moradores do sul da Etiópia, uma região que constantemente é atingida por uma terrível seca. Um retrato da vida desses habitantes durante a temporada de seca, mostrando uma forma única de gerenciar a água, que mesmo em pouca quantidade, é tratada como um direito e propriedade de todos. This is the Horn of Africa, a region of the world that is periodically shocked by a terrible drought. Here, each year, in the dry Oromia lowlands (South of Ethiopia), when the drought is coming the Borana herders gather with their livestock. With its strong photography and its epic narration, the film follows their life during a whole dry season, showing a unique traditional water management system that allows to manage the little available water as the property and right of everyone, without any money being exchanged.

36


UN OLAR 18’, Romênia 2011 Stefan Scarlatescu stefan_scarlatescu@yahoo.com

Argila, água, fogo, talento, paciência e trabalho duro – são os ingredientes para produzir peças de cerâmica. Stelian Ionita, o ultimo oleiro de Finta, Romênia, produz o artesanato para ganhar o pão. Clay, water, fire, skill, patience and hard work – these are the “ingredients” of pottery. Stelian Ionita, the last potter in the village of Finta, (Romania) is doing his handicraft, to earn his bread, seemingly defying ,with dignity, the customs of the 21st century.


“Querida patrícia: só agora pude ver meus e-mails, (...) quero agradecer a você e José inacio o honroso convite que me fizeram, e desculpar-me pelo atraso desta resposta. Mas como tudo o que vocês fazem é de alta qualidade, tenho a certeza de que a Mostra do Filme etnográfico foi um sucesso, e espero ter nova oportunidade para participar dela no ano que vem. a admiração e o abraço fraterno da Lélia.” 28.04.2010 A homenagem que estamos fazendo a Lélia Coelho Frota na 15ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico é uma pequena lembrança, mantendo-a presente em nossa nova edição do festival, como queria ela e todos nós. Tive oportunidade de conviver com ela quando era diretora do Instituto Nacional de Folclore, INF, e me convidou a representar a instituição num projeto pioneiro que unia a educação básica a contextos culturais, o Projeto Interação, do recém criado Ministério da Cultura, nos anos 1980. Essa experiência foi de enorme importância em minha formação como antropóloga, sedimentando meu interesse sobre o estudo da diversidade das culturas, um campo em que ela soube atuar de forma singular. Tivemos vários outros encontros. Lélia editora, publicando obras de poesia, acervos biográficos, livros de arte. Mas também tivemos outro momento muito especial: fomos juntas, já nesse novo século, a Parintins, no Amazonas, para sermos júris do Boi de Parintins. Com certeza, uma experiência inesquecível. Para relembrarmos alguns dos muitos projetos desenvolvidos por ela, José Inacio e eu escolhemos exibir um vídeo homenagem-afetiva realizado pelo CNFCP para festejá-la nessa sessão. Uma cuidadosa reunião de frases, textos, imagens, fotos, projetos, que bem representam seu espírito inovador, pesquisador, romântico,

atuante.

Escolhemos

também

exibir

um

documentário que já nasceu clássico, realizado por Eduardo Escorel e Marco Alberz: chico antonio, o herói com caráter, projeto apoiado por Lélia no INF. Com grande honra, temos a participação do antropólogo gilberto Velho nessa homenagem, que acompanhou de perto a atuação de Lélia Coelho Frota, quando deu os passos importantes para INF tornar-se o centro de estudos e pesquisas sobre o folclore e a cultura popular que é hoje. Salve Lélia! patrícia Monte-Mór e José inacio parente


HOMENAGEM Lélia Coelho Frota

FILMOGRAFIA Filmes no acervo do INF associados a Lélia Coelho Frota Frota. Lelia Coelho. ULISSES PEREIRA CHAVES 1977. 6’. NTSC/DVD Heye, Ana. ARTESÃOS DE PARATY Produção: Fuanart. INF. 1986. 25’. DVD Heye. Ana. VENDO OS OUTROS FAZER TV Educativa do Ceará. 25’. U-Matic/DVD Escorel, Eduardo e Alberz, M. CHICO ANTONIO, O HEROI COM CARÁTER. 1983, 40’


Pioneira e Mediadora gilberto Velho* Em 27 de maio de 2010 faleceu Lélia Coelho Frota. Era escritora, poeta, folclorista, pesquisadora de cultura. Em todas essas áreas demonstrou talento, criatividade, capacidade de trabalho, dedicação. Dirigiu o antigo Instituto Nacional do Folclore, além de desempenhar outros importantes papéis na política cultural brasileira. Ocupou cargos de elevada importância e coordenou inúmeros projetos de natureza interdisciplinar. Qualquer tipologia de intelectuais, é, inevitavelmente, esquemática. Entre outros, temos o especialista que se dedica e se restringe a uma temática mais restrita durante toda sua carreira. Lélia foi, por definição, uma criadora em trânsito. Não ficou encapsulada nem isolada mas, ao contrário, não só em termos pessoais, mas, sobretudo com liderança intelectual construiu pontes, abriu janelas e portas, num movimento contínuo de dinamização da vida intelectual e artística brasileira. Preocupava-se, por exemplo, não só em valorizar a produção das culturas populares, mas em resgatá-la, trazendo-a à luz de cenários mais amplos e cosmopolitas. Sempre manteve no seu trabalho uma permanente preocupação social de, sem paternalismos, abrir possibilidades de melhorar as condições de vida dos grupos de indivíduos com quem interagia. Desenvolveu uma extraordinária capacidade de ser intérprete e mediadora entre áreas do conhecimento e universos sociais diferentes uns dos outros. Assim, revivia o sentido mais pleno de humanista, aproximando diferentes níveis de cultura ao estimular trocas, contatos, conversas e eventos. Particularmente, teve um papel crucial na aproximação com os antropólogos das correntes mais modernas, restabelecendo laços antigos e criando novos no vasto mundo de pesquisa da cultura popular. Sua cultura e erudição, sempre expressas de um modo simples e direto, faziam-na pessoa respeitada e admirada em variados setores intelectuais e artísticos. Foi capaz, assim, de criar um espaço novo para pesquisa e reflexão em que se uniam antropólogos, folcloristas e historiadores, com suas variadas especializações, como a etnomusicologia e a antropologia visual. Nesse processo foi uma preciosa interlocutora de várias gerações de intelectuais, incluindo-se jovens em início de carreira. Conquistou a admiração e amizade de muitos através de seu dinamismo e liderança. Há muitas razões para homenageá-la. Produziu muito, mas sua obra só é parcialmente conhecida. Portanto, há que valorizar as iniciativas que possibilitem conhecer melhor tanto o seu trabalho, como a sua singular personalidade. Suas realizações e iniciativas na área do patrimônio cultural, tanto na cultura erudita, como na popular, colocam-na numa posição de grande destaque na área das ciências humanas do nosso país. ______________________________________________________________________ *Professor Titular e Decano do Departamento de Antropologia do Museu Nacional/UFRJ. Membro da Academia Brasileira de Ciências.

40


Lelia Coelho Frota: homenagem afetiva do CNFCP 2011. 15’ Produção: Juliana Ribeiro e Alexandre Coelho Argumento: Claudia Marcia Ferreira

Um documento-homenagem a escritora, poetisa, museóloga, pesquisadora da cultura popular Lélia Coelho Frota. Uma colagem de fotos, imagens, depoimentos do acervo do CNFCP e de seu acervo pessoal.

capa de disco produzido pela Funarte nos anos de 1980

Chico Antônio, o Herói com Caráter 40’, Brasil 1983 Eduardo Escorel e Marco Alberz aleesco@uninet.com.br

O vídeo recupera um dos personagens mais marcantes que Mário de Andrade conheceu em sua viagem ao Nordeste: Chico Antônio, um cantor de coco do interior do Rio Grande do Norte. O escritor modernista foi seduzido pelo seu canto e recebeu das mãos de Chico, como presente de despedida, o ganzá cujas pancadas marcavam o ritmo dos seus cocos. O diretor foi para a região onde os dois artistas se encontraram no final dos anos 1920 e encontrou um homem de mais de 80 anos, mas ainda com vitalidade e memória suficientes para reviver seu encontro com o modernista.

BIBLIOGRAFIA FROTA, Lélia Coelho. Alcides Rocha Miranda: caminho de um arquiteto. Rio de Janeiro: UFRJ, 1993. _____. Alguns aspectos da produção de cerâmica popular no Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CERÂMICA, 30.:1986: Rio de Janeiro, RJ. Anais do Encontro “Arte Cerâmica”. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Cerâmica, 1986. p. 3-6. _____. The art of the people of Minas Gerais, Brazil. ark and Museum. In: NIERENGARTEN-SMITH, Beej (Org.). Artesão brasileiro: the power of imagination in contemporary folk art of Minas Gerais. St. Louis : Laumeier Sculpture Park and Museum, 1996. p. 15-22. _____. Arte do povo. Rio de Janeiro: Fundação Roberto Marinho, 1983. _____. Arte do povo. In: MUSEU CASA DO PONTAL. Seminários temáticos arte e cultura popular. Rio de Janeiro: O Museu, 2007. p. 23-27. _____. Artesanato: tradição e modernidade em um país em transformação. In: VELHO, Gilberto et al. Cultura material: identidades e processos sociais. Rio de Janeiro: Fundação Nacional de Arte, Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, 2000. (Encontros e estudos, 3). p. 23-46. _____. Artesanato: tradição e modernidade em um país em transformação. In: GARCIA, Silvia et al. Patrimonio cultural inmaterial latinoamericano II. Cusco: Centro Regional para la Salvaguardia del Patrimonio Cultural Inmaterial de América Latina, 2010. p. 41-72. _____. Artesanía: tradicion y modernidad en un país en transformacion. Artesanías de America, Cuenca, n. 46-47, p. 25-60, ago. 1995. _____. Bonecos e vasilhas de barro do Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais – Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Nacional de Arte, Instituto Nacional de Folclore, 1984. _____. As carrancas do rio São Francisco. Leituras Compartilhadas, Rio de Janeiro, n. 3, p. 30, dez.2001. _____. Cecília menina. Cultura, Brasília, v. 5, n. 21, p. 25-30, abr./jun. 1976. _____. Criação individual e criatividade. In: MAGALHÃES, Gisela; ARESTIZABAL, Írma. 7 brasileiros e seu universo. Brasília: Ministério da Educação e Cultura, 1974. _____. Criação liminar na arte do povo: a presença do negro. In: ARAÚJO, Emanuel (Org.). A mão afro-brasileira. São Paulo: Tenenge, 1988. ¬_____. Criação popular e arte contemporânea: em busca de uma etno-estética. Rio Artes, Rio de Janeiro: Instituto Municipal de Arte e Cultura, v. 12, n. 36, p. 8-10, dez. 2003. _____. A cultura popular na obra de Sílvio Romero. Revista Brasileira, Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, v. 11, n. 42, p. 105-112, jan./mar. 2005. _____. Ein planetarischer Zeitgenosse: Robert Burle Marx – der Universalkünstler. In: BRASILIEN: Entdeckung und Selbstentdeckung. Zürich: Benteli, 1992. p. 414-419. _____. Encontro Produção de Artesanato Popular e Identidade Cultural. Rio de Janeiro: Fundação Nacional de Arte, Instituto Nacional do Folclore, 1983. _____. The ex-voto of Northeastern Brazil: its antecedents and contemporary expression. In: HOUSE of miracles. New York: Americas Society, 1989. p. 25-54. _____. Imagem e linguagem de objetos-documentos em contexto museal. In: SANTOS, Gilda; VELHO, Gilberto (Orgs.). Artifícios e artefactos. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006. p. 161-168. _____. Júlio Martins da Silva: um primitivo do Morro União. Cultura, Brasília, v. 1, n. 1, p. 78-86, jan./mar. 1971. _____. Mitopoética de 9 artistas brasileiros: vida, verdade e obra. Rio de Janeiro: Fundação Nacional de Arte, 1978. _____. Mestre Vitalino. Recife: Fundação Joaquim Nabuco; Massangana, 1986. _____. P. P. L., pintor espiritual, e a paisagem viajante de Manuel Faria Leal. Cultura, Brasília, v. 5, n. 18, p. 94-101, jul./set. 1975. _____. Pequeno dicionário da arte do povo brasileiro. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2005. _____. Sombra e claridade em Joaquim Cardozo. Cultura, Brasília, v. 8, n. 31, p. 63-67, jan./mar. 1979. _____. Visões do sagrado na arte popular brasileira. In: SAGRADO e profano: XI retratos de um Brasil fim de século. Rio de Janeiro: Agir, 1994. p. 87-106. _____ (Coord.). Brasil: arte popular hoje. Colaboração: Adersen Medeiros, Paulo Pardal, Roberto Damatta, Supervisão geral: Anna D. Gomes Ferreira. [S.l.]: General Motors do Brasil, [1987]. _____ (Org.). Arte do Jequitinhonha. Rio de Janeiro: Centro Cultural Gama Filho, 1996. Catálogo da exposição realizada em novembro de 1996. _____ (Org.). Izabel Mendes da Cunha: cerâmicas. São Paulo: Galeria Estação, 2009. Catálogo da exposição realizada no período de 7 de dezembro de 2009 a 10 de março de 2010. _____ (Org.). A Lira do Vale: ceramista e musa do Jequitinhonha. Rio de Janeiro: Fundação Nacional de Arte, Coordenação de Folclore e Cultura Popular, 1994. (Sala do Artista Popular, 52). _____; VARGAS, Carmen Regina de; TRAVASSOS, Elizabeth. Romaria do Bom Jesus da Lapa na Bahia. Rio de Janeiro: Fundação Nacional de Arte, Instituto Nacional do Folclore; Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1984. (Romarias brasileiras). GAUTHEROT, Marcel; FROTA, Lélia Coelho. Bahia: Rio São Francisco, Recôncavo e Salvador. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995. POEL, Francisco van der, frei; FROTA, Lélia Coelho. Cheganca...!. Revista da Comissão Mineira de Folclore. Belo Horizonte, n. 19, p. 35-39, ago. 1998. BEUQUE, Jacques Van de (Org.). Mestre Vitalino. Texto: Lélia Coelho Frota. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1993. CARRAZZONI, Maria Elisa (Coord.). Instinto e criatividade popular. Texto: Lélia Coelho Frota. Rio de Janeiro: Graphos, [1975]. Catálogo da exposição realizada no Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, RJ. CAVALCANTE, Alice; ALVES, Heloísa (Orgs.). Nhozinho: imensas miudezas. Textos: Lélia Coelho Frota, Luciana Carvalho, Maria Michol, Paulo Herkenhoff, Zeca Baleiro. Prefácio: Ferreira Gullar, Tradução: Alba Regina Serpa Lirio. Rio de Janeiro: Sábios Projetos, 2007. MANGUEIRA: sambas de terreiro e outros sambas. Projeto antropológico: Lélia Coelho Frota. Edição de Texto: Diva Maria Dias Graciosa. Rio de Janeiro: Sonopress, jul. 1999. (Pela memória do samba; Arquivo musical, 1). 1 disco digital (70 min.): estéreo; 26 músicas + 1 folh. (56 p.). RODMAN, Selden. Popular artists of Brazil. Photographs: Manu Sassoonian, William Negron and Marilyn Bridges, Testimony: Lélia Coelho Frota. Old Greenwich, Connecticut: Davin-Adair, 1977. (agradecemos a Marisa Colnago Coelho (CNFCP/IPHAN) pelo levantamento bibliográfico acima)


O granada Centre for Visual Anthropology volta a ter espaço na Mostra Internacional do Filme Etnográfico para exibir suas produções recentes, como já aconteceu em anos anteriores. Dessa vez, com a participação de Ângela Torresan, antropóloga brasileira que faz parte de seu corpo docente. Lugar por excelência para o estudo da Antropologia Visual, pertence a área de disciplinas de Antropologia Social da Universidade de Manchester, Inglaterra. O Centro volta-se para o que define como “ mídia sensorial”: filme, fotografia e som – para ensinar e pesquisar na perspectiva da antropologia cultural e social, delineando sua inspiração não somente a partir de recursos acadêmicos, mas também vindo do cinema documentário e das artes visuais e sonoras. Fundado em 1987, o Centro oferece uma larga variedade de programas, desde cursos de férias a doutoramento, com vários programas de mestrado incluídos. O gCVA pode ser melhor conhecido em sua página na web: http://www.socialsciences.manchester.ac.uk/ disciplines/socialanthropology/visualanthropology/ Os filmes produzidos pelos alunos dos cursos do granada Centre podem ser vistos on line no link http://www.socialsciences.manchester.ac.uk/disciplines/socialanthropology/ visualanthropology/archive/mafilms/2010/ Filmes produzidos pelos alunos, pelo staff e pelos pesquisadores são distribuídos pelo Royal Anthropological Institute, com contatos através do link http://therai.org.uk/ fs/film-sales/ Apresentamos, na 15ª Mostra, seis títulos de produção recente. O primeiro deles estará programado na grade do

PROGRA ES

Festival e terá comentários numa sessão especial, com a antropóloga Ângela Torresan. Os demais estarão disponíveis no Visionamento, para acesso dos interessados.

MEETING THE FAMILY 30’, Inglaterra 2011

Filmado em Camarões O filme fala do encontro da família da diretora, numa vila nos Camarões, sendo ela filha de mãe suíça e pai de origem de Camarões. The meeting of the family of the film director in a village in Cameroum. Her mother is from Switzerland and her father is from Cameroum.

MADE IN TRENCHTOWN 33’, Inglaterra 2010

Filmado em Kingston, Jamaica Esther Maagdenberg (Netherlands) O filme é produto de um projeto de video participativo com três adolescentes de Trenchtown, sobre a experiência de crescer em uma das comunidades marginalizadas locais. Com Philomena, Diamon e Stephan segurando a câmera, conhecemos seus amigos, famílias, talentos e sonhos de futuro. Assim podemos conhecer os jovens em seus próprios termos, enquanto que a natureza reflexiva do filme explora a realidade e a luta da vida no gueto. Made in Trenchtown is the product of a participatory video project with three teenagers from Trenchtown, about the challenges of growing up in one of Kingston’s marginalized inner city communities. As Philomena, Diamond and Stephan hold the camera, we get to know their friends, family, talents and dreams for their future.

42


MOSTR

AM AC HE ST E

MEN OF WORDS 22’, Inglaterra 2009

Filmado no Yemen Johanne Haaber Ihle (Denmark)

R

O filme explora a velha tradição da poesia na Península Arábica, que ainda permanece no Yemen contemporâneo como forma de abordar problemas sociais e políticos.

GR

AN

AD

ENTRE AC

AMA SPECIAL

The film explores how ancient traditions of poetry on the Arabian Peninsula are still used in contemporary Yemen to discuss social and political problems.

CHANGES 30’ Inglaterra 2010

Filmado na Denmark e gana Afua Asare-Nyako (Dinamarca/gana) Kwabena quer voltar a viver em gana, o país de onde saiu há 30 anos atrás. Esse filme nos apresenta uma das muitas etapas preparativas para a sua volta. Explora os motivos que levam a imigrantes voltarem para seus lugares de origem e as implicações dessa repatriação. Kwabena wants to move back to ghana, the country he left more than 30 years ago. This film shows one of the many journeys, he has to take in preparation for his return. It explores the motives that drive immigrants back to their place of origin and the implications of such repatriation.

IN PURSUIT OF HAPPINESS 30’ Inglaterra 2009

Filmado no Japão, Tóquio Rei Ono Em busca da felicidade é um filme que focaliza a vida de um home que vive ao longo do Rio Tama, nas cercanias de Tóquio. Seguindo a história pessoal e de trabalho desse homem, Miura Kunio, de uma forma íntima. In Pursuit of Happiness is a short film which delves into the lives of men who live along the Tama River on the outskirts of Tokyo. Through following the personal history and travails of one such man, Miura Kunio, the film introduces its viewers with the characters in an intimate way.

SALIENDO ADELANTE 27’ Inglaterra 2011

Filmado em Bogotá, Colômbia Ben Cheetham As questões que envolvem uma instituição que recolhe meninos e adolescentes de rua em Bogotá, Colômbia. An institution specialized in caring for homeless children and adolescents of the streets of Bogota, Colombia.


HE T I D U J AWARENESS 70’, Inglaterra 2011 David MacDougall e Judith MacDougall

Filmado no sul da Índia na Rishi Valley School, escola fundada no século XX pelo pensador indiano Krishnamurti, Awarness explora a sensibilidade de dois grupos de jovens indianos, um de meninas e o outro de meninos, em seus respectivos dormitórios, e suas experiências diárias. Os dois grupos foram filmados separadamente por David e Judith MacDougall, durante estadia na escola por alguns meses. Filmed in South India at Rishi Valley School, founded by the 20th Century Indian thinker Krishnamurti, Awarenessexplores the sensibilities of two groups of young Indian teenagers, a group of girls in their dormitory and a group of boys in theirs, as they live out their daily experiences at the school. The two groups were filmed separately by David and Judith MacDougall during their stay at the school over a period of several months.

LORANG’S WAY 70’, Austrália 1980 David MacDougal e Judith MacDougall david. macdougall@anu.edu.au

O filme retrata a vida de Lorang, de Turkana. Explora sua personalidade e ideias através de conversas com os produtores, depoimentos de amigos e parentes e observação de sua relação com as esposas e filhos. É o primeiro filme da clássica trilogia de David e Judith MacDougalls: “Turkana conversation Trilogy”. “Lorang’s way” is a study of a man who has come to see his society as vulnerable and whose traditional role in it has been shaped by that realization. The film explores Lorang’s personality and ideas through his conversations with the filmmakers, the testimony of his friends and relatives, and observation of his behavior with his wives, his children, and men of his own age and status.


E D AV I D MA CD OU GA L L DO IS TE

MP

OS

PROGRAMA ESPECIAL


Lorang’s Way e Awareness David MacDougall Estes filmes, realizados com mais de 30 anos de diferença, estão interligados pelos estudos sobre dois grupos marginalizados. O primeiro, os Turkana, um grupo semi-nômade de pastores do noroeste do Quênia e o segundo, crianças, que quase universalmente são consideradas inferiores aos adultos. Em ambos os casos, o ato de filmar fez crescer nossa compreensão e modificou muitas de nossas suposições anteriores sobre esses assuntos. Em Lorang’s way descobrimos um intelectual africano que, embora analfabeto, fez ponderações sobre as mesmas questões fundamentais que fariam pessoas do mais alto nível de Nairobi, Kampala, Oxford e Paris. Nós conhecemos Lorang muito tarde nas nossas filmagens entre os Turkana, que até então tinham-se centrado sobre os preparativos para casamentos. Ele suspeitava de nós e havia instruído sua família para evitar o contato conosco. Mais tarde soubemos que, ainda jovem, ele havia sido recrutado à força para o exército colonial e, como resultado, tinha conhecido mais sobre a vida no exterior que a maioria dos homens Turkana de sua idade e status. Quando finalmente o conhecemos e ele começou a falar, ficou evidente que ele gostava dessas conversas. Logo fizemos amizade com ele e fomos convidados para filmar na propriedade de sua família. “Lorang’s way” foi um dos três filmes que resultaram desses encontros. Nele nós tentamos criar um retrato de um indivíduo formado pela circunstância histórica, a experiência pessoal e sua própria determinação. Lorang não era apenas um pastor primitivo, como muitos ocidentais ou mesmo muitos africanos poderiam achar, mas um homem de grande complexidade, reflexão, força e caráter. Em “Awareness” retratamos indivíduos, no outro extremo da vida, mas já possuindo muitas das características da vida adulta. Optamos por filmar meninos e meninas da mesma idade que viviam em dormitórios separados em Rishi Valley School, uma escola bem conhecida no sul da Índia. Além das óbvias diferenças entre eles em termos de interesses e desenvolvimento, ficamos imaginando o que poderiamos descobrir sobre como eles se posicionavam entre a infância e os padrões aceitos como pensamento e comportamento dos adultos. Mesmo não sendo totalmente adultos, nos perguntávamos em que coisas eles já seriam mais ou menos competentes do que os adultos? Até que ponto eles estavam conscientes das aprendizagens decorrentes da própria experiência pessoal ou por outro lado, se estavam conscientes das descobertas decorrentes do que aprenderam com os adultos? A escola ofereceu um ambiente bastante especial para explorar estas questões. Fundada na filosofia de educação do pensador indiano do século XX, Krishnamurti, a escola tenta incentivar a “consciência” entre crianças de famílias progressistas e de alta classe média. Mas na maioria dos casos, o sucesso ou fracasso só serão conhecidos uma vez que estas crianças tiverem passado por experiências e testes no convívio com a população adulta. Novembro de 2011

46


Família MacDougall no Quênia, 1973-1974. in Loizos, Peter. Innovation in Ethnographic Film. Manchester Univ. Press, 1993.

Lorang’s way and awareness David MacDougall these films, made more than 30 years apart, are linked by the study of two marginalized groups: the first, the turkana, a seminomadic pastoral group of northwestern kenya, the second, children – who almost universally throughout the world are considered inferior to adults. in both cases the act of filming extended our understanding and upset many of our previous assumptions about these subjects. in Lorang we discovered an african intellectual who, although illiterate, pondered many of the same fundamental questions as his more highly-educated counterparts in nairobi, kampala, oxford, and paris. we met Lorang quite late in our filming among the turkana, which until then had focused on preparations for marriages. he was suspicious of us and had instructed his family to avoid us. we later learned that as a young man he had been forcibly conscripted into the colonial army and, as a result, had seen more of the outside world than most turkana men of his age and status. when we finally met him and began to talk with him it was evident that he enjoyed these conversations. we soon formed a friendship with him, and he invited us to film in his family homestead. “Lorang’s way” was one of three films that resulted from these encounters. in it we tried to create a portrait of an individual formed by historical circumstance, personal experience, and his own determination. Lorang was not just a primitive herdsman, as many westerners or even many africans might have seen him, but a man of great complexity, reflection, and strength of character. in “awareness” we looked at individuals at the other end of their lives, but already possessing many of the characteristics of adulthood. we chose to film boys and girls of the same age living in separate dormitories at rishi valley School, a well-known boarding school in South india. Beyond the obvious differences between them in terms of interests and development, we wondered what could be learned about how they positioned themselves between childhood and the accepted patterns of adult thought and behaviour. if they were not yet fully adults, in what things were they less or more competent than adults? to what extent were they open to the lessons of personal discovery as well as what they learned from adults? the school provided an unusual environment in which to explore these questions. Founded on the educational philosophy of the 20th century indian thinker krishnamurti, it attempts to encourage “awareness” among children who come from progressive, upper middle-class families. But in most cases its success or failure will only be known once these children have passed into the ranks, and experienced the tests, of the adult population. november 2011

47 47


Diante da perspectiva de informação e formação, a Mostra sempre está atrelada a workshops e atividades do Fórum de Cinema e Antropologia. Nesta edição, entre os dias 19 e 21 de novembro, o workshop será com Ângela Torresan, professora do granada Centre for Visual Anthropology, da Universidade de Manchester, Inglaterra – centro de excelência no campo da Antropologia Visual. A atividade é aberta a realizadores e ouvintes, com inscrições prévias e tem como objetivo oferecer a pesquisadores e novos cineastas interessados no documentário etnográfico uma oportunidade de refletir sobre seu material bruto filmado e definir um roteiro para o projeto. Haverá um projeto escolhido ao final do laboratório, que será premiado com a finalização. Entre alguns dos convidados para participar de debates após os filmes e mesas redondas, estão confirmados Rolf Husmann, diretor do Festival de gothingan (Alemanha) e do filme The Professional Foreigner: Asen Balikci and Visual Ethnography; Nora Bateson, diretora de An ecology of mind; Emmanuel grimaud, diretor de Kings of the beetle; Takumã Kuikuro e Leonardo Sette, diretores de As hiper mulheres; Chico guariba, diretor de Os Japoneses no Vale do Ribeira; Rose Satiko, diretora de Lá do Leste; Carlos Alberto Mattos, crítico de cinema; Joel Pizzini, diretor de Elogio da graça e Bebeto Abrantes, diretor de As batidas do samba.


CINE

MA

EA

N

TR OP

OL

OGI A

FORUM


Workshop: Laboratório do Filme Etnográfico Direção: Angela Torresan (Universidade de Manchester/Granada Centre) Coord.: Eliska Altmann (UFRRJ) e Fabiene Gama (UFRJ/EHESS) sábado 19, domingo 20 e segunda 21 das 9h às 13h Sala de VÍdeo – inscrições encerradas REGULAMENTO 1. Descrição 1.1. O Laboratório do Filme Etnográfico será oferecido durante o Fórum de Cinema e Antropologia, no contexto da 15ª Mostra, gratuito, mediante inscrição e seleção prévia. 1.2 Tem como objetivo oferecer a pesquisadores e novos realizadores interessados no documentário etnográfico uma oportunidade de refletir sobre seu material bruto filmado, já captado, em busca de definir um roteiro para o filme, com a orientação de um profissional qualificado no contexto da formação em Antropologia Visual no cenário internacional. O laboratório será ministrado por Ângela Torresan, professora do Granada Centre for Visual Anthropology, da Universidade de Manchester, Inglaterra, um dos principais centros internacionais de referência no campo (ver: <http://staffprofiles.humanities.manchester.ac.uk/ Profile.aspx?Id=Angela.Torresan&curTa>) 1.3 Ao final do laboratório, a coordenação do Fórum e Ângela Torresan selecionará um dos projetos participantes para receber prêmios das instituições parceiras do Festival, apoiando a sua finalização. 1.4. Serão dois tipos de inscrições: uma para os projetos a serem discutidos e outra para os ouvintes. 1.5. Poderão enviar projetos aqueles que possuam um trabalho em andamento (material bruto filmado) na área (inscrever-se em Laboratório do Filme Etnográfico – realizadores) e participar como ouvintes interessados nas discussões relacionadas à intersecção entre a antropologia e o cinema (inscrever-se em Laboratório do Filme Etnográfico – ouvintes) 1.6. O objetivo da premiação final é viabilizar a realização do documentário que mais tenha se destacado durante as atividades do laboratório. 2. Inscrições 2.1. A inscrição será feita através do site <www. mostraetnografica.com.br> até o dia 4 de novembro de 2011. 2.2. Para participar do processo de seleção, o candidato deverá preencher completamente a ficha de inscrição em Laboratório do Filme Etnográfico – realizadores e ouvintes, e anexar, no espaço indicado, os dados solicitados. 3. O Projeto 3.1. O Projeto a ser apresentado deverá ser assim estruturado: a) Encaminhar 10 minutos de material editado. Um link será indicado na ficha de inscrição para .mov ou para o Youtube.

b) Dados da ficha de inscrição devem ser preenchidos para Laboratório do Filme Etnográfico – realizadores: descrever o processo de filmagem, formular uma questão sobre o projeto, informar o período de filmagem e minicurriculum do realizador. c) Dados da ficha de inscrição devem ser preenchidos para Laboratório do Filme Etnográfico – ouvintes. 3.2. Cada realizador/pesquisador poderá inscrever apenas 1 (um) projeto. 3.3. Somente serão aceitos projetos de filme etnográfico. 3.4. O Laboratório visa trabalhar com projetos de curta/ média metragem de documentários. 4. Seleção 4.1. As propostas serão avaliadas pela equipe de organização do Fórum de Cinema e Antropologia da 15ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico, contando com a participação de um consultor convidado. 4.2. Serão selecionados 5 (cinco) projetos e estarão disponíveis 40 vagas para a plateia. 4.3. No caso de projetos assinados por até 2 pessoas, ambas poderão participar do laboratório. 4.4. Os projetos selecionados serão divulgados no site da Mostra no dia 1º de novembro. 5. Datas, local e dinâmica 5.1. Os encontros acontecerão no Auditório do 2º andar do Museu da República, no Catete, Rio de Janeiro, nos dias 19, 20 e 21 de novembro de 2011, no horário das 09h às 13h. Serão gratuitos. 5.2. O festival não se responsabiliza pelos custos referentes ao transporte de realizadores/pesquisadores que residam fora da cidade do Rio de Janeiro, ficando de inteira responsabilidade do realizador/pesquisador.

6. Contrapartida 6.1. Como contrapartida pela participação no Laboratório do Filme Etnográfico da 15ª Mostra 2011, os 5 (cinco) realizadores selecionados se comprometem a inserir nos créditos finais do documentário realizado a partir do projeto, uma cartela contendo a seguinte menção: O projeto deste documentário participou do Laboratório do Filme Etnográfico na 15ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico 2011 Esta cartela deverá constar em todas as cópias. 6.2. O documentário premiado a partir do projeto do Laboratório do filme Etnográfico da Mostra Internacional do Filme Etnográfico 2011 deverá apresentar o seguinte texto em uma cartela anterior à dos créditos iniciais: A produção desse documentário foi viabilizada através da premiação do Laboratório do Filme Etnográfico na 15ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico 2011 6.3. Os consultores do laboratório deverão ser mencionados nos créditos do filme. As empresas/ instituições que oferecem a premiação do laboratório deverão ter suas logomarcas divulgadas no documentário, assim como em todo o material promocional de divulgação do filme. 7. Premiação 7.1. Ao final do laboratório, a comissão formada pelos profissionais convidados elegerá 1 (um) dos projetos participantes para receber os prêmios dos apoiadores da 15ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico 2011. 7.2. Os prêmios concedidos pelos parceiros do 15ª MIFE ao melhor projeto de documentário são: NAI/UERJ: 80 horas de edição (1º corte) Titâneo: finalização de som e cor (filme até 20 min). Outros parceiros podem ainda agregar-se a premiação.

5.3 Quanto a hospedagem, para aqueles moradores fora da cidade do RJ e selecionados, a MIFE pode oferecer até 3 dias de hospedagem em quarto compartilhado em hotel próximo ao evento a ser definido.

7.3 Os prêmios recebidos pelo realizador devem ser necessariamente aplicados no documentário cujo projeto foi premiado pelo Laboratório do Filme Etnográfico na 15ª MIFE 2011.

5.4. Ângela Torresan terá acesso aos projetos antes do evento. Numa sessão de abertura, no primeiro dia de encontro, será explicitada a metodologia de Manchester e a proposta do Laboratório. Os 5 projetos serão apresentados ao longo dos dias conforme escolha da coordenadora, com a apresentação dos autores e a intervenção da plateia.

8. Certificado

5.5. Ao final do laboratório será realizado um pitching, no qual os realizadores terão 5 minutos para defender seus projetos para uma banca formada pela coordenação do Workshop com Ângela Torresan, que farão a seleção do projeto final.

50

8.1. Ao final do laboratório, todos os realizadores e os ouvintes que participaram dos três dias de encontros receberão um certificado assinado pela coordenação da 15ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico, Rio de Janeiro. 9. Termo de aceitação 9.1. O envio da ficha de inscrição do Laboratório do Filme Etnográfico 15ª MIFE 2011 implica na aceitação total de todos os itens deste regulamento.


AS HIPER MULHERES

mesas, Encontros, Palestras, Eventos Mesa redonda As hiper Mulheres em debate Com Leonardo Sette, Takumã kuikuro e Ruben Caixeta de Queiróz (UFMG) Coord.: José Inacio Parente e Patrícia Monte-Mór (NAI/UERJ) sábado 19 das 18h às 20h Auditório museu da república – senhas no local O filme, dirigido por um cineasta indígena, um cineasta e um antropólogo, trata de questões da cultura indígena, constrói uma narrativa corajosa dissolvendo fronteiras entre o documentário e a ficção e aponta para questões centrais na discussão do conceito do filme etnográfico.

Mesa redonda A biografia no filme etnográfico Com Nora Bateson, Rolf Rusmann e Joel Pizzini. Mediação de Carlos Alberto Mattos (crítico de cinema). Coord.: Jose Inácio Parente terça 22 das 18h às 20h Auditório museu da república – senhas no local – TRADUÇÃO SIMULTÂNEA

Encontro A Antropologia Visual no Granada Centre Com Angela Torresan Coord.: Patrícia Monte-Mór (NAI/UERJ) e Isis Martins (PPGAS/ MN/UFRJ) quarta 23 das 16h às 18h Auditório museu da república – senhas no local

Palestra contatos antropológicos de terceiro grau

Com Emmanuel Grimaud (CNRS/ FR), antropólogo (EHESS/FR), que apresenta seus projetos no campo da Antropologia Visual. Coord.: Fabiene Gama (UFRJ/EHESS) segunda 21 das 18h às 20h Auditório – senhas no local – TRADUÇÃO SIMULTÂNEA

Debates após as sessões Equipe de apresentação dos debates e dos eventos:

Emilio Domingos (cientista social e documentarista); Eliska Altmann (socióloga, UFRRJ); Fabiene Gama (antropóloga, UFRJ/EHESS); Isis Martins (antropóloga, PPGAS, MN/UFRJ); Debora Herszenhut (cientista social e documentarista); Patrícia Monte-Mór (antropóloga e curadora da Mostra); José Inacio Parente (psicanalista, documentarista e coordenador geral da Mostra)

COSMIC CITY 51’, França 2008 Emmanuel Grimaud emmanuel.grimaud@mae.u-paris10.fr

Cabines de Visionamento O público tem acesso a todos os filmes em cabines individuais ou em pequenos grupos, que podem ser agendadas na secretaria do evento no Museu da República. Inclui: filmes dos editais Etnodoc I e II e filmes de Manchester. De quinta 17 a quarta 23 das 11h às 21h

51

Cosmic City é uma viagem ao mundo dos “animatrônicos” indianos e robôs religiosos fabricados em Bombay, na Índia. Cosmic City is an experimental journey into the world of indian animatronics and religious robots made in Bombay (India).


SESSÃO AO AR LIVRE

Exibição nos jardins do Palácio do Catete através do caminhão de cinema do Sesc-RJ, Cinesesc.

segunda 21 às 19:30h AS BATIDAS DO SAMBA 83’, Brasil 2011 Bebeto Abrantes bebetoabrantes@uol.com.br

O filme mostra a evolução e as grandes revoluções rítmicas na cidade do Rio de Janeiro, tomando como base os instrumentos de percussão. Essencialmente musical, o filme é conduzido pelo percussionista e sambista Marçalzinho, que participa de rodas de samba com grandes nomes do samba carioca, como Monarco, Wilson das Neves, Moacyr Luz, Paulão Sete Cordas e a turma do Fundo de Quintal. The film shows the evolution and the great rhythmic revolutions of samba in Rio de Janeiro, using as a guide line, percussion instruments. Essencially musical, the film is led by the samba icon and percussionist Marçalzinho, who participates in samba meetings with big names of the samba, as Monarca, Wilson das Neves, Moacyr Luz, Paulão 7 Cordas and the Fundo de Quintal group.

A arte do Passinho com os dançarinos: Beiçola, Bolinho, Cebolinha, Cristian, Gambá, João Pedro e Kinho. O primeiro aspecto que chama a atenção no passinho do menor da favela é o mix de estilos dessa coreografia, cujas primeiras manifestações misturavam o funk ao frevo. Não demorou muito para que o antropofágico povo carioca adicionasse outros temperos, como vem fazendo desde que o funk desembarcou aqui, vindo de Miami. Movido pelo desejo de se customizar, o jovem da periferia colocou no seu liquidificador outros estilos de origem negra, como o samba, o candomblé e o break. Hoje, essas influências já abrangem o ballet clássico, o jazz moderno e até mesmo a yoga, com posições inacreditavelmente difíceis. Mas quem sabe com quantos gigabytes Gilberto Gil fez sua jangada digital já percebeu um aspecto ainda mais importante no passinho do menor: é que os jovens que se dedicam a essa dança a potencializam na internet. Não foi preciso nenhuma política cultural para estimulá-los a usarem a grande rede para pesquisar, divulgar e discutir o que fazem com a alegria e o entusiasmo inerentes à juventude. Os céticos só precisam digitar passinho do menor no Google ou no Youtube. Verão então alguns dos posts mais acessados nas redes sociais. Não conhecemos nenhum exemplo de protagonismo juvenil ou de inclusão digital tão poderoso. O passinho ultrapassa barreiras corporais, geográficas e até mesmo a barreira do preconceito que o funk carioca sofre por boa parte de nossa sociedade. A Mostra Internacional do Filme Etnográfico, ao longo de sua existência, sempre valorizou e reconheceu a cultura vinda das ruas. Em 1994 exibiu o clássico “Funk Rio” de Sérgio Goldenberg que abordava uma fase inicial do funk, e é com grande honra que abrimos espaço para a arte do passinho nessa 15ª edição.

Emílio Domingos e Julio Ludemir (Julio Ludemir é escritor e produtor cultural)

http://www.youtube.com/watch?v=3oktcJN8Roc

52


Prêmio Manuel Diégues Júnior 2011 Instituído pelo Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular em 1997, no âmbito da então 4ª. Mostra Internacional do Filme Etnográfico, com o objetivo de estimular a produção de vídeos e filmes documentários sobre o universo das culturas populares, o Prêmio Manuel Diégues Júnior contempla três categorias: – Importância do tema para área – Desenvolvimento da pesquisa/roteiro – Concepção e realização Nesses 14 anos, a cada edição, entre as produções nacionais que participam da Mostra, é feita uma pré-seleção de títulos que irão concorrer ao Prêmio Manuel Diégues Júnior por enfocarem o universo das culturas populares. Uma comissão de especialistas nas áreas de cinema e ciências sociais, além de um pesquisador do quadro do CNFCP, destaca os documentários nas três categorias, concedendo um prêmio no valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) para cada uma, podendo atribuir ainda menções honrosas, que não implicam valores financeiros. As obras premiadas integrarão o acervo permanente do CNFCP e estarão disponíveis para consulta. Durante o encerramento da Mostra, dia 24 de novembro, serão feitas as premiações. Além do valor em dinheiro, será oferecida aos realizadores a estatueta esculpida pelo artista Valdeli Costa Alves, uma representação do “girandeiro” ou “homem do brinquedo”, que, no Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém do Pará, sai às ruas, girândula em punho, para vender os brinquedos de miriti confeccionados na cidade de Abaetetuba. Coordenação do Juri: César Baia

Prêmio TV Brasil A Empresa Brasileira de Comunicação, TV Brasil, conforme o disposto na Resolução 007/2009 vai indicar, entre os filmes BRASILEIROS participantes da 15ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico, o Melhor Curta-Metragem (R$ 5 mil), o Melhor Média Metragem (R$ 8 mil) e o Melhor Longa-Metragem (R$ 14 mil). Os filmes premiados devem estar liberados para teledifusão. Em caso de curta e média-metragem, a TV Brasil terá direito à teledifusão ilimitada da obra por 36 meses, a contar 12 meses após a premiação no evento; em caso de longa-metragem, a contar 24 meses após a premiação no evento. O Prêmio TV Brasil de Exibição será pago ao detentor dos direitos da obra premiada no ato da assinatura do contrato de licenciamento, mediante entrega à EBC de fita máster em formato DVCAM, segundo especificações técnicas detalhadas em contrato, contendo cartela com os dizeres: “Esse filme foi contemplado com o Prêmio TV Brasil de Exibição”, que passará a fazer parte da obra em todos os meios e suportes, em todos os segmentos de mercado em que venha a ser difundida. Quando de seu lançamento, o produtor contemplado pelo Prêmio TV Brasil de Exibição providenciará a inclusão das logomarcas da EBC e da TV Brasil nas peças de divulgação da obra, tais como cartazes, mídia impressa, trailler, avant trailler, estandartes e banners, conforme detalhado em contrato e consoante as normas do Manual de Identidade Visual da EBC. Categorias: curta, média e longa metragem, brasileiros. Júri: José Araripe Júnior, Ricardo Vilas e Marina Ferraz.

ABDeC – Associação Brasileira de documentaristas e curta-metragistas do Rio de Janeiro Prêmio Melhor curta-metragem. Fundada há mais de 30 anos, a ABDeC-RJ representa os cineastas de curta-metragem e documentário no Rio de Janeiro. Em reconhecimento à qualidade na abordagem do tema, a ABDeC-RJ dará um prêmio à melhor obra documental de curta duração da Mostra Internacional do Filme Etnográfico 2011. Júri: Robson Maia, Teresa Fazolo e Clementino Jr..

Prêmio SignIs brasil O prêmio Signis Brasil concederá o troféu Jangada a um filme brasileiro, considerando a qualidade e a criatividade da linguagem em tratar soluções para distorções estruturais e conjunturais que atingem as pessoas e a cidade. O júri será composto por Sérgio Bonato, Ney Costa Santos, Daniel Mesquita e Angeluccia Habert.

53

SOLDADOS DA BORRACHA

Premiações


Projeto Educativo Oficinas ETNOCINE Projeto educativo da 15ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico

A Oficina Etnocine, projeto educativo da Mostra Internacional do Filme Etnográfico, foi criada em 2005 com o objetivo de compartilhar a programação da Mostra com jovens estudantes da rede pública de ensino, muitas vezes reféns da falta de acesso a eventos do gênero. Questões sobre a linguagem, a realização e as dimensões e perspectivas do filme etnográfico, são norteadoras dos debates promovidos ao final de cada sessão os quais, sempre que possível, contam com a presença do diretor e/ou representantes dos filmes exibidos. No ano em que a Mostra completa 15 anos, chegamos à sexta edição da Oficina Etnocine com números que expressam a dimensão e o reconhecimento dado a este espaço. Recebemos a visita e visitamos aproximadamente 2.500 estudantes de 37 instituições de ensino (entre escolas da rede municipal e estadual de ensino do Rio de Janeiro, ONGs e projetos sociais). Fizemos Itinerâncias da Oficina Etnocine em 9 escolas da rede municipal do Rio e realizamos dinâmicas com cerca de 900 alunos. Há dois anos contamos com a importante parceria da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, através da Coordenação de Educação e do setor de Mídia e Educação que nos auxilia na logística, contato e agendamento com as instituições de ensino. Este ano o Museu da República, sede do festival e importante parceiro nesta 15ª edição da Mostra Internacional do Filme Etnográfico, abrirá as portas para receber a visita dos estudantes das escolas participantes do projeto educativo, que terão a oportunidade de conciliar num mesmo dia dois programas de relevante significado para a sua formação. Religiosidade, festas, cultura popular, ritos de passagem, rituais e questões indígenas, cultura urbana, subjetividades e pontos de vistas, são alguns dos temas abordados nos programas sugeridos, que preparamos exclusivamente para receber as escolas na Oficina Etnocine da 15ª Mostra internacional do Filme Etnográfico. Debora Herszenhut Coordenadora do Projeto Educativo

54


EtnoDOC na 15ª mostra Realizado pela Associação Cultural de Amigos do Museu de Folclore Edison Carneiro, em parceria com o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular – CNFCP – e o Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan, e patrocinado pela Petrobras, o Etnodoc – Edital de Apoio à Produção de Documentários Etnográficos sobre Patrimônio Imaterial tem por objetivo a documentação e difusão do Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro por meio do apoio à produção de documentários inéditos para exibição em TVs públicas. Como resultado das duas edições já realizadas pelo Etnodoc – em 2008 e 2010 – foram produzidos 31 documentários de média duração (26 minutos), a partir de projetos selecionados num universo que somou cerca de mil inscritos. Os documentários poderão ser vistos ao longo da 15ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico nas cabines de visionamento. Confira as sinopses no site www.etnodoc.org.br. PRIMEIRA EDIÇÃO A INVENÇÃO DO SERTÃO direção de Joe Pimentel e Armando Praça e projeto de Valéria Laena e Titus Riedl BENZEDEIRAS DE MINAS direção e projeto de Andrea Tonacci CABOCLOS DA LIBERDADE direção e projeto de Hermano Penna DIANA E DJAVAN: CASAMENTO CIGANO direção e projeto de Luciana Sampaio FOLIA NO MORRO direção e projeto de Arthur Omar MANO BROU DO CANTAGALO Mário Alves Vieira da Silva O BARCO DO MESTRE direção e projeto de Gavin Andrews O JOAQUIM direção e projeto de Marcia Paraíso PASSOS DE OEIRAS direção de Douglas Machado e projeto de Áurea da Paz Pinheiro

são luis dorme ao som dos tambores

CALANGOS E CALANGUEIROS direção e projeto de Flávio Cândido da Silva

QUEBRADEIRAS DE COCO DE BABAÇU direção e projeto de Evaldo Mocarzel SÃO LUÍS DORME AO SOM DOS TAMBORES direção e projeto de Sérgio Sanz SE MILAGRES DESEJAIS direção de André Constantin e Nivaldo Pereira e projeto de Fernando Roveda TRAMA MINEIRA direção de Waldir de Pina e projeto de Adriana de Andrade TRANS-BORDANDO direção e projeto de Kiko Goifman

Baile do Carmo Daniel Hanai (autoria), Shaynna Pidori (direção) Hoje tem alegria Fabio Meira (autoria e direção) A boca do mundo Eliane Coster (autoria e direção)

FESTA SURUBIM

SEGUNDA EDIÇÃO

Quindim de Pessach Vivane Lessa Perez (autoria), Julia Crelier e Olindo Estevam (direção) Dona Joventina Clarisse Kubrusly (autoria), Clarisse Kubrusly e Milena Sá (direção) João da Mata Falado Ana Stela Cunha e Heridam Guterres (autoria), Ana Stela Cunha (direção) Palavras sem fronteira Luciana Hartmann (autoria e direção) Soldados de Borracha Cesar Gracia Lima (autoria e direção) benzedeiras

No rastro Marcus Antonio Moura Tavares (autoria e direção) Vento Leste Joel de Almeida (autoria e direção) Kusiwarã Dominique Tilkin Gallois (autoria), Gianni, Maria Puzzo (direção) Lá do Leste Carolina Caffé (autoria), Carolina Caffé, Rose Satiko Hikiji ( direção)

Curandeiros do Jarê Camila Dutervil, Fernanda Sindlinger, Marcelo Góis, Uira Menese (autoria), Marcelo Gois (direção). As escravas da Mãe de Deus Decleoma Pereira (autoria), Áurea Pinheiro e Cássia Moura (direção) Eu tenho a palavra Lilian Solá Santiago (autoria e direção) Mbaraká – a palavra que age Spency Pimentel (autoria), Edgar Teodoro da Cunha (direção)

55


BIOFILMOGRAFIAS DOS DIRETORES INSCRITOS NA 15ª MOSTRA INTERNACIONAL DO FILME ETNOGRÁFICO produção recente nacional 10 RUE LESAGE, BELLEVILLE: ARQUEOLOGIA URBANA DE UM BAIRRO POPULAR PARISIENSE Marco Antonio da Silva Mello é antropólogo, professor da UFF e da UFRJ e coordenador do Laboratório de Etnografia Metropolitana LeMetro (IFCS/UFRJ). Pósdoutor sobre o bairro de Belleville pela Université de Paris X. Assistente de cenografia do filme Como era gostoso meu francês, de Nelson Pereira dos Santos. Coautor do livro Quando a rua vira casa, entre outros, e do roteiro do filme de mesmo nome (IBAM/FINEP). Realizador, junto com Gabriel Zagury, de documentários no Catumbi e na Cruzada São Sebastião. • Augustin Geoltrain, fotógrafo e morador de Belleville há mais de uma década. É autor de diversos dossiês sobre a renovação urbana do bairro. • Felipe Berocan Veiga é antropólogo, fotógrafo, professor da UFF e pesquisador do LeMetro (IFCS/UFRJ). Dirigiu em parceria os filmes Castro Faria: um quadriênio inesquecível e suas iluminuras, Leopoldo Bartolomé: uns misiones antropológica e Pompeu: o guardião da tradição. • Soraya Silveira Simões é antropóloga, fotógrafa, professora do IPPUR-UFRJ e pesquisadora do LeMetro (IFCS/UFRJ). Pós-Doutora pela Université de Lille 1. Autora de Vila Mimosa: etnografia da cidade cenográfica da prostituição carioca e Histoire et ethnographie d’une cité de Rio: La Cruzada São Sebastião.

A CAMINHO DA ESTRELA Carlos Garcia Magalhães documentarista, os principais trabalhos são: Documentário 120 Cordas (2010) – curtametragem sobre uma orquestra mirim e seu maestro em uma pequena cidade do interior de São Paulo. Exibido pela Sesc Tv; Brincadeiras musicais (2010)– Série música educativa, uma parceria entre a dupla Palavra Cantada e a Editora Melhoramentos. Exibido diariamente pela TV Cultura desde junho de 2011; Show da Palavra Cantada em 3D (2011) – estreou em 30 de setembro de 2011 em toda a rede Cinemark no Brasil.

A FALTA QUE ME FAZ Marília Rocha é mestre em Comunicação Social pela UFMG e uma das integrantes do núcleo Teia. Realizou os filmes Aboio, Acácio e A falta que me faz, reconhecidos em diversos festivais no Brasil e no exterior. Em 2011, foi homenageada pelo festival Visions du Réel (Suíça), que dedicou uma mostra especial aos seus trabalhos.

A MARCHA DOS TRÊS REIS Sebastião Rios professor da Faculdade de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Goiás, é pesquisador nas áreas de Patrimônio Imaterial, Sociedade e Cultura Brasileira. Líder do Grupo de Pesquisa (CNPq) “Música e Sociedade” e pesquisador do Centro de Memória Digital da UnB. Realizou os filmes A congada de Santa Efigênia de Niquelândia e Cê me dá licença: capitão Julinho e o Congado de Fagundes. Participou da I Mostra do Vídeo Etnográfico da UFG – MOVE (2010), do I Festival do Filme Etnográfico do Recife (2009) e da 13ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico (2008).

A POEIRA E O VENTO Marcos Pimentel é documentarista formado pela Escuela Internacional de Cine y Televisión de San Antonio de los Baños (EICTV/Cuba) e especializado em Cinema Documentário pela Filmakademie Baden-Württemberg, na Alemanha. Também é graduado em Comunicação Social (UFJF) e Psicologia (CES/JF), no Brasil. Diretor, roteirista e produtor independente, Marcos realizou documentários em cinema (35mm e 16mm), vídeo e televisão, que ganharam 76 prêmios por festivais nacionais e internacionais. Alguns de Seus principais trabalhos: Taba (2010); Pólis (2009); Urbe (2009); A arquitetura do corpo (2008); O maior espetáculo da Terra (2005).

ACERCADACANA Felipe Peres Calheiros é mestre em Políticas e Estratégias de Comunicação para o Desenvolvimento Local (UFRPE), documentarista e fotógrafo. Membro do Coletivo Asterisco desde 2006. Coordenou o projeto “Tankalé: formação para o autorregistro audiovisual quilombola”. É operador de câmera de cinema e TV da UFPE. Seus principais trabalhos: Acercadacana (2010); Até onde a vista alcança (2007); Reforma universitária

– O que é que eu tenho a ver com isso? (2007); Mais um encontro da família (2006); Preservação da memória (2005).

edição) e, em parceria com Cláudia Mesquita, Filmar o real: sobre o documentário brasileiro contemporâneo (2011/2ª edição), ambos pela Jorge Zahar Editor.

ANGELI 24 HORAS

BH SOUL: A CULTURA BLACK DE BELO HORIZONTE

Beth Formaggini nasceu em Minas Gerais. Formouse em História na UFF. É produtora e documentarista, realizou vários documentários. Dirigiu Angeli 24h (2010), Apartamento 608 (2009); Cidades invisíveis (2010), Nós somos um poema (2008), com Sergio Sbraggia; Memória para uso diário (2007) – melhor filme eleito pelo Júri Popular do Festival do Rio BR 2007; Nobreza Popular (2003).

Tomás Amaral, jovem cineasta. Atualmente está finalizando o documentário Tupinambá de Olivença (direção, fotografia e edição).

AS BATIDAS DO SAMBA Bebeto Abrantes é mestre em Filosofia e graduado em Psicologia. Dedica-se principalmente a escrever roteiros e a dirigir documentários exibidos em canais de TV a cabo. Desde a época do programa “Brasil Legal”, que o teve entre seus roteiristas, Bebeto vem editando e dirigindo programas para o Multishow e o Canal Futura. Seus principais trabalhos são TV, quem faz, quem vê (2000); Recife/Sevilha – João Cabral de Melo Neto (2003); Até Quando? (2005); Histórias de um Brasil Alfabetizado (2006).

AS HIPER MULHERES Leonardo Sette participou de oficinas na Escuela Internacional de Cine y Televisión (CUBA, 1999), La Fémis (Paris, 2003) e se graduou em História do Cinema na Sorbonne (2006). Desde 2002 vem participando intensamente do processo de oficinas do projeto Vídeo nas Aldeias, tendo contribuído na formação e nas produções de cineastas indígenas de diferentes povos amazônicos. Em 2008, dirigiu seu primeiro curta-metragem, Ocidente, que recebeu, entre outros, o prêmio de melhor filme do Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro (Curtacinema). • Carlos Fausto é professor do Departamento de Antropologia do Museu Nacional(UFRJ) e pesquisadorbolsista do CNPq e da Faperj. Realiza pesquisas na Amazônia desde 1988. Tem livros e artigos publicados sobre povos indígenas no Brasil e no exterior. Coordena projetos de capacitação em video-realização com o Vídeo nas Aldeias e a Associação Indígena Kuikuro, do Alto Xingu, dos quais resultaram, entre outros, os filmes O dia em que a lua menstruou (2004) e Cheiro de pequi (2006). Desenvolve um projeto fotográfico de longo prazo em aldeias indígenas. • Takumã Kuikuro, filho mais velho de Samuagü Kuikuro e Tapualu Kalapalo, nasceu no Xingu. Fascinou-se pela câmera de vídeo desde criança, quando observava as gravações da série Xingu, da extinta TV Manchete em sua aldeia, nos anos 80. De 2002 até hoje, participou de oficinas de formação audiovisual pelo Vídeo nas Aldeias e realizou diversos curtas premiados em festivais, entre eles O dia em que a lua menstruou (2004) e Cheiro de Pequi (2006). Em 2011, iniciou sua formação como editor por meio de uma bolsa na Escola de Cinema Darcy Ribeiro.

AVENIDA BRASÍLIA FORMOSA Gabriel Mascaro é diretor e roteirista, é formado em Comunicação (UFPE) e integra o coletivo Símio Filmes. Codirigiu o documentário KFZ-1348 (prêmio especial do Júri na Mostra de SP) e dirigiu Um lugar ao Sol, exibido em mais de 30 festivais internacionais como Los Angeles, Miami, CPHdox, Cartagena, Visions du Rèel, Munique, Bafici, Indielisboa, Bratislava e Toulouse, com destaque nas revistas Variety (EUA) e Cahiers du Cinema (FRA). Suas produções recentes são o curta-metragem As aventuras de Paulo Bruscky (Festival É Tudo Verdade) e o longa-metragem Avenida Brasília Formosa, exibido em importantes festivais (Roterdã, Jihlava, Munique). Mascaro também ministra workshops em comunidades indígenas através da ONG Vídeo nas Aldeias e está desenvolvendo seu primeiro longa de ficção, o Valeu Boi!, com apoio do Hubert Bals Fund (Holanda).

BABÁS Consuelo Lins é cineasta e professora do Programa de Pós-Graduação da ECO/UFRJ, com doutorado e pósdoutorado em Cinema e Audiovisual pela Universidade de Paris 3. Dirigiu vários documentários, entre os quais Lectures (2005), realizado com câmera de celular e Leituras Cariocas (2009), exibidos e premiados em vários festivais. Escreve regularmente artigos sobre o audiovisual contemporâneo. Publicou os livros O documentário de Eduardo Coutinho: televisão, cinema e vídeo (2011/3ª

56

BICICLETAS DE NHANDERÚ Ariel Ortega ou Kuaraê Poty em língua Guarani, nasceu em Missiones, na Argentina, na comunidade Vera Guaçu. Atualmente mora no salto do Jacuí, RS, onde recentemente assumiu posto de professor bilíngüe com o objetivo de fortalecer a cultura Mbya entre as crianças e os mais jovens. Trabalha para que os jovens Guarani conheçam a riqueza de sua cultura e se sintam orgulhosos. Constantemente dá palestras sobre os diversos aspectos da cultura e da religião Guarani, trabalhando para diminuir o preconceito dos brancos com relação ao seu povo. Ariel pensa em usar o vídeo principalmente como ferramenta de resgate cultural. Filmografia: Duas aldeias, Uma caminhada (2008), Nós e a cidade (2009) e Bicicletas de Nhanderú (2011). • Patrícia Ferreira, nasceu em 1985 na aldeia Tamanduá em Missiones na Argentina. Com 17 anos (2002) mudou-se para a aldeia Koenju, em São Miguel das Missões -RS, onde é professora. Começou seus estudos em Tamanduá até o terceiro ano, continuou em Kunhã Piru, e se formou em magistério em 20 10. Hoje é a cineasta mulher mais atuante nos quadros do Vídeo nas Aldeias.

CAJAÍBA João Borges,destacamos os seus principais trabalhos: A noite passada; Pau de sebo (vimeo); e Cajaíba.

CANTADOR DE CHULA Marcelo Rabelo, documentarista e pesquisador, é graduado em Comunicação Social. Sua produção artística abrange projetos nas áreas de música independente, cinema e fotografia, prevalecendo a temática sertaneja e as tradições populares. Ao longo de sua carreira, dirigiu doze trabalhos, exibidos e premiados em festivais nacionais. Filmografia recente: Gabriel (2005); O cordel esquecido num país sem memória (2005); Zabumba (2007); Caboclo Henrique (2007); Batatinha, poeta do samba (2008); Cantador de chula (2009); Domingos Preto (2009).

CINE CAMELÔ Clarissa Knoll é formada em Relações Internacionais pela PUC – SP. Trabalhou com produção cinematográfica em diversos projetos. Produziu e escreveu curtas, médias e longas-metragens, participou de festivais de cinema e vídeo e fez pesquisa para documentários. Em 2004, fundou a produtora Saracura Filmes. Dentre seus principais trabalhos, destacam-se: diretora do curta-metragem Cine Camelô (2011), vencedor do Prêmio do Ministério da Cultura para Apoio à Produção de Obras Cinematográficas Inéditas de Curta-Metragem, e produtora de A maçã de Botero (2008) e do telefilme A musa impassível (2011).

CINEMATÓGRAFO BRASILEIRO EM DRESDEN Stella Oswaldo Cruz Penido, Mestre em Comunicação e Cultura – UFRJ, pesquisadora Adjunta da Casa de Oswaldo Cruz – Fiocruz. Dentre os seus inúmeros trabalhos, destacamos: Chagas na Amazônia (1991); Hospital da Ciência (1991); A Revolta da Vacina (1992); Uma ciência tupiniquim? (1993); Ora (direis...) ouvir estrelas (1994); Noel Nutels em Bom Jesus da Lapa (Bahia) (2000); Oswaldo Cruz na Amazônia (2002); Koame Wemakaa Pandza Kome Watapetaaka Kaawa Baniwa – Uma história de plantas e curas (2005); Cinematógrafo brasileiro em Dresden (2011, codireção Eduardo Thielen). • Eduardo Thielen, destacam-se as produções: Chagas na Amazônia (1991); Hospital da Ciência (1991); A Revolta da Vacina (1992); Uma Ciência Tupiniquim? (1993); Chagas nos rios Negro e Branco (1984); Chagas nos rios Acre e Purus (1887); Oswaldo Cruz na Amazônia (2002); VideoSaúde 21 anos (2009); Leishmaniose Visceral – Conhecer para controlar (2010); Doença de Chagas – Ontem e Hoje (2010). Eduardo também dirigiu mais de 30 programas VideoSaúde.

COPA VIDIGAL Luciano Vidigal é ator e professor de teatro do Grupo Nós do Morro e já participou de várias peças e filmes.


BIOFILMOGRAFIAS DOS DIRETORES INSCRITOS NA 15ª MOSTRA INTERNACIONAL DO FILME ETNOGRÁFICO produção recente nacional Atualmente, dá aulas de teatro e cinema e está dirigindo novos curtas-metragens. É um dos diretores do projeto em longa-metragem Cinco vezes favela – Agora por eles mesmos, idealizado por Cacá Diegues. O filme Copa Vidigal é seu primeiro longa-metragem individual, que foi exibido na abertura do Festival Audiovisual Visões Periféricas 2010.

ESCOLA DE BAMBU

CURICA

ESPAÇOS PÚBLICOS: A CIDADE EM CENA

Hanna Godoy e Márcia Mansur são as realizadoras dos documentários Rosário do sertão e Poesia em alto relevo, exibidos no III Festival de Cinema de Triunfo. • Hanna Godoy é roteirista, diretora e produtora de filmes. É bacharel em Rádio e TV pela Universidade Federal de Pernambuco e sócia-diretora da Anegra Filmes. • Márcia Mansur é antropóloga e produtora e traz na bagagem projetos na área de etnomusicologia.

Paulo Cesar da Costa Gomes é professor e pesquisador do departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Dirige o grupo Território e cidadania há mais de quinze anos, desenvolve pesquisas sobre a espacialidade da política, especialmente na configuração dos espaços públicos das grandes cidades. Suas pesquisas também envolvem a reflexão a respeito das imagens e seu uso criativo na compreensão do fenômeno da espacialidade. Espaços públicos: A cidade em cena é seu primeiro filme.

DIAS DE PESCADOR João Gustavo Monteiro é editor do Núcleo de Antropologia e Imagem da UERJ, foi responsável pela edição dos filmes Campo cru; Viva São Pedro; Dois Rios – Em outros tempos; Na trilha do cinema; A trajetória de Peter Fry – Uma aula; Making Of do Tropa de Elite Dois (Assistência).

DJERO ENCONTRA IKETUT EM BALI Carmen Rial é jornalista e antropóloga. Doutora em Antropologie et Sociologie pela Université de Paris V e professora do Departamento de Antropologia da UFSC. • Miriam Grossi é pós-doutora no Laboratoire d’Anthropologie Sociale do Collège de France, na University of California-Berkeley e EHESS (2009/2010). É professora associada do Departamento de Antropologia da UFSC. Principais trabalhos das duas: Djero Encontra Iketut em Bali (2011); Germaine Tillion: lá où il y a danger on vous trouve toujours (2007); Lições de Rouch (2006); Arlei Sander Damo – Antropólogos que passaram pela Ilha (2006); Silvio Coelho dos Santos – Antropólogos da Ilha (2006); Mauss segundo suas alunas (2002), que recebeu o Prêmio Pierre Verger de Vídeo Etnográfico como Contribuição à História da Antroplogia pela Associação Brasileira de Antropologia – ABA (2002).

DONA JOVENTINA Clarisse Kubrusly é antropóloga e pesquisadora na área da cultura e religiosidades brasileiras. Dona Juventina é o desenvolvimento de discussões sugeridas em seu trabalho de mestrado “A experiência etnográfica de Katarina real (1927-2006): colecionando maracatus em Recife”, que ganhou o primeiro lugar no prêmio Mário de Andrade IPHAN-IBRAM (2008) e será publicado em outubro de 2011. • Milena Sá, jovem diretora pernambucana, é Vj do Festival de Música Rec-Beat do Carnaval de Recife. Seu primeiro filme, Nas rodas do choro, foi premiado na Mostra Internacional do Filme Etnográfico de 2009 e está sendo distribuído pela Biscoito Fino.

ELOGIO DA GRAçA Joel Pizzini, autor de filmensaios, videoinstalações e textos críticos, conquistou dezenas de prêmios nacionais e internacionais. Filmes como Enigma de um dia (1996) e Anabazys (2009) representaram o país no Festival de Veneza, assim como Glauces, estudo de um rosto (2001) e Dormente (2005), que concorreram, respectivamente, no Festival de Locarno e Oberhausen. Seu primeiro curta, Caramujo-Flor (1989), ganhou o prêmio principal no Festival de Huelva (Espanha). Com os longas 500 Almas (2004) e Anabazys (2009) conquistou os prêmios de Melhor Filme, Som e Fotografia, o prêmio Especial do Júri e o de Melhor Montagem, nos Festivais do Rio, de Mar del Plata e de Brasília, entre outros. Atualmente, finaliza os filmes documentários Olho nu, sobre o músico Ney Matogrosso, coproduzido pelo Canal Brasil, e Mr. Sganzerla, produzido pelo Instituto Itaú Cultural.

ENTRE VÃOS Luísa Caetano é graduada em Jornalismo pela Universidade de Brasília, a qual continua vinculada no curso de Audiovisual. Entre Vãos (2010) é fruto de projeto final de curso da diretora. Ela também realizou outros curtas etnográficos: Três Marias (2009) mostra o cotidiano de uma mãe de santo da Umbanda em Brasília; Poder (2010) foi um curta realizado junto ao Coletivo Garapa de São Paulo; e Maranhão Brasília (2009) é uma homenagem à influência da cultura maranhense em Brasília.

Vinícius Zanotti é jornalista.Atualmente reside em Dublin, Irlanda. Trabalha como freelancer em produções de vídeos e notícias. Seus principais trabalhos são: Escola de bambu; Eles não vão à Daslu; O vendedor de balas.

ESPELHO NATIVO Philipi Bandeira é realizador audiovisual, professor, fotógrafo, pesquisador e gestor cultural. Realiza sobretudo documentários, produzindo também videoclipes, videoarte, incursões pela ficção experimental e institucionais culturais. Venceu o concurso DocTv IV (Programa de Fomento à Produção e Teledifusão do Documentário Brasileiro) em 2008 com o projeto Espelho nativo. Exerceu o cargo de Coordenador de Audiovisual da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor, 2008), onde fez a gestão das políticas públicas e dos recursos, bem como dos diálogos entre sociedade civil e gestão do município para as questões da área audiovisual. Compôs a Comissão de seleção do III Edital das Artes de Fortaleza (2010) e o Júri da Mostra competitiva nacional do forumdoc.bh.2010. A convite da TV Brasil, participou da elaboração do projeto Ponto Brasil (2008), e a convite do Vídeo nas Aldeias, ONG sediada em Olinda/PE, ministrou cursos de formação em etnias na Amazônia, que resultarão em ao menos três filmes de cineastas indígenas (2011).

FORMAS DO AFETO. UM FILME SOBRE MÁRIO PEDROSA Nina Galanternick formou-se em jornalismo e trabalha como editora de imagens há sete anos. Trabalhou dois anos na Conspiração Filmes, onde editou comerciais e fez a assistência de montagem do longa-metragem Casa de areia. Atualmente edita programas para televisão. Seu vídeo experimental Entre (1999) foi exibido em diversas capitais brasileiras e em Los Angeles e Tóquio. Destacamos as exposições: O corpo – entre o público e o privado (2004) e Cultura Brasileira 1 (2001), que ganhou a III Mostra MIS-SP de vídeo (2000). Dirigiu o curta-metragem Almir Mavignier. Memórias Concretas (2006), ganhador do 25º Festival Internacional de Filmes sobre Arte e da 12ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico.

HISTÓRIAS DE MAWARY Ruben Caixeta de QueirÓz é doutor em Letras e Ciências Humanas pela Universidade de Paris X, mestre em Antropologia Social pela UNICAMP. Atualmente é professor Adjunto 4 da Universidade Federal de Minas Gerais, onde coordena o Laboratório de Etnologia e do Filme Etnográfico e o Projeto de pesquisa Norte Amazônico: etnologia e arqueologia na calha do rio Trombetas e na região das Guianas. Coordenou o Programa de PósGraduação em Antropologia da UFMG e foi membro da comissão que criou o Programa de Acesso e Permanência do Estudante Indígena na UFMG e também das comissões que criaram os cursos de graduação e pós-graduação em Antropologia da UFMG. É coeditor da Devires – revista de Cinema e Humanidades e cofundador e coorganizador do forumdoc.BH (Festival do Filme Documentário e Etnográfico). Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Etnologia Indígena, atuando principalmente em etnologia, filme etnográfico e Amazônia.

HOJE TEM ALEGRIA Fabio Meira é formado pela Escola de Cinema de San Antonio de Los Baños, Cuba, onde dirigiu o documentário Adios a Cuba, ganhador do prêmio Caracol de melhor documentário de 2007, pela UNEAC (Unión de los Escritores y Artistas Cubanos). Trabalhou como assistente de Ruy Guerra em O veneno da madrugada e de Fernando Trueba em Chico y Rita. Foi aluno de Gabriel Garcia Marquez na oficina “Como contar un cuento”. Seu curta Atlântico recebeu (2009) o prêmio de melhor curta-metragem no Festival de Toulouse, no mesmo ano em que se pós-graduou em roteiro de cinema pela Escola Superior de Cinema da Catalunha, em

57

Barcelona. Fabio dirigiu e escreveu sete curtas-metragens. Seu trabalho mais recente, o documentário Hoje tem alegria foi eleito o melhor curta-metragem pelo júri da ABD-SP na edição de 2011 do festival É tudo verdade.

iCANDOMBLÉ João Velho é professor da ESPM-RJ, mestre em Design pela ESDI-UERJ e graduado em Cinema pela Universidade Federal Fluminense. Realizou curtas-metragens premiados e iniciou sua carreira como diretor de programas de televisão e videomaker fazendo trabalhos para diversas emissoras e produtoras. A partir dos anos 90, especializou-se em desktop vídeo e passou a colaborar com artigos para várias publicações. Em 2002, realizou A última canção do beco. Nesse mesmo ano, escreveu um livro sobre o assunto. Atualmente, trabalha nas áreas de direção, edição, videografismo e efeitos visuais para cinema e vídeo digital. Em 2010, concluiu o curta-metragem iCandomblé.

INSTALAÇÕES – RITUAIS Geslline Giovana Braga é fotógrafa e antropóloga. Realizou o documentário Gigantes do imaginário, que aborda o projeto de mesmo nome, a partir das memórias de moradores de Ilhas do Paraná construção de bonecos gigantes.

JOPÓI, TODOS JUNTOS Miguel Vassy uruguaio, formou-se na Escola de Cinema de San Antoño, em Cuba. Atua, há mais de 20 anos, em Cinema e TV como fotógrafo, diretor e editor. Trabalhou na França, na Argélia, no Uruguai, em Cuba e em países da região do Caribe. Os últimos filmes que fotografou foram Transeunte e Waldick Soriano. Em 2009, finalizou 3 documentários resultantes de uma viagem a Uruguai, Argentina e Paraguai. Dirigiu e fotografou uma trilogia de filmes inspirada pelo livro Las venas abiertas de America Latina, de Eduardo Galeano. Correalizou e fotografou o documentário Soy Rapero, sobre o rap em Cuba. Filmou Rocha que voa, selecionado para os festivais internacionais de Veneza, Locarno, Montreal, Rotterdam e Havana, entre outros, e premiado como melhor filme no Festival Internacional É Tudo Verdade e no Festival CineSul. Miguel ganha destaque em seu trabalho de fotografia para Falcão, meninos do tráfico, que ganhou os prêmios Rey de España e Vladimir Herzog. Filmou diversas séries para televisão

KOTKUPHI Isael Maxakali cursou Formação Intercultural de Educadores Indígenas da UFMG. É professor na escola indígena de Aldeia Verde em Ladainha, MG. Realizou oficinas de documentários e edição de vídeo. Seus principais trabalhos são Tatakox (2007), ganhador do Prêmio Glauber Rocha no ForumdoBH (2008); Xokxop pet (2009); Yiax kaax (2010); Dia do índios na Aldeia Verde (2010). Participou de mostras e festivais, como forumdoc.bh (2008); I Mostra Pajé de Filmes Indígenas (2009); CineOP (2010); II Mostra Pajé de Filmes Indígenas (2011).

LÁ DO LESTE Carolina Caffé é cientista social e documentarista. Atua na Área de Comunicação do Instituto Pólis, onde produziu a “Cartovideografia Sociocultural da Cidade Tiradentes” mapeamento das dinâmicas jovens do bairro. Dirigiu Lá do Leste (Etnodoc, 2010). É assistente de direção e atriz da minissérie O louco dos viadutos, que faz parte do Projeto Direções criado pela TV Cultura.Produziu o curta Galerias (2007). • Rose Satiko G. Hikiji é professora do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo, vice-coordenadora do Laboratório de Imagem e Som em Antropologia da USP (LISA) e vice-diretora do Centro de Preservação Cultural (CPC-USP). É membro do Grupo de Antropologia Visual (GRAVI). Dirigiu os filmes Lá Leste (Etnodoc, 2010), Cinema de Quebrada (LISA, 2008), Pulso, um vídeo com Alessandra (LISA, 2006), Prelúdio e Microfone, Senhora (2003).

LUZ, CÂMERA, PICHAÇÃO Gustavo Coelho é doutorando em Educação e professor de Estética e Juventude na UERJ. • Marcelo Guerra é mestrando em Artes na UFF. Estudou cinema na Escola Internacional de Cinema de Paris. • Bruno Caetano é mestre em Artes pela UERJ e diretor do curta Café no Bule, premiado no Cine MuBe e no Festival de Varginha.


BIOFILMOGRAFIAS DOS DIRETORES INSCRITOS NA 15ª MOSTRA INTERNACIONAL DO FILME ETNOGRÁFICO produção recente nacional MARCELO YUKA: NO CAMINHO DAS SETAS Daniela Broitman é cineasta e jornalista e mestre pela Universidade da Califórnia – Berkeley. Trabalhou nos jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo. Produziu programas para o Frontline World (TV PBS) e tem trabalhado em produções internacionais, como Rip: A Remix Manifesto e Witness (HBO). Atuou como roteirista, produtor e diretor nos longas Meu Brasil e Marcelo Yuka no Caminho das Setas.

Buenos Aires hora zéro (2004); Pastoral (2004) – vencedor do prêmio Prêmio Melhor Curta-Metragem, Caminhos do Cinema Português, Coimbra, 2005; Menção Honrosa, Fantasporto, Porto, 2005 –; Quem é Ricardo? (2004); Sophia de Mello Breyner Anderson (2001); Anos de Guerra – Guiné 1963-1974 (2000); Vianna da Motta, Cenas Portuguesas (1999); Por cima de pedra e vento fica quem mora em Marvão (1999); … e assim nasceu a ilha de Timor (1998); O livro e a viagem sem limites (1997); Moita, uma terra em festa (1997).

MBARAKÁ, A PALAVRA QUE AGE

O MORRO DA MANGUEIRA COMO É

Edgar Teodoro da Cunha é antropólogo e documentarista e vem desenvolvendo projetos na área de etnologia e antropologia da imagem e performance, tendo realizado pesquisa de campo em sociedades indígenas do Mato Grosso, Pernambuco e Acre. Como documentarista, dirigiu os filmes Jean Rouch, subvertendo fronteiras (2000) e Ritual da Vida (2005). Publicou os livros Escrituras da imagem (2004, Edusp), Antropologia e imagem (2006, Zahar) e ImagemConhecimento: Antropologia, cinema e outros diálogos (2009, Papirus).

Carmen Opipari, antropóloga, e Sylvie Timbert, formada em cinema e filosofia, desenvolvem desde 1992 trabalho de campo no Brasil utilizando o vídeo como ferramenta nas suas pesquisas antropológicas e na realização de filmes. Com adeptos do candomblé, religião afro-brasileira, realizaram, entre outros filmes: Barbara et ses amis au pays du candomblé (1997) e Erê/Erê: son image ou celle de l’autre? 1998). Com pacientes psicóticos, componentes de uma trupe teatral, realizaram: Eu sou Curinga! O enigma! (2003) – preparação de uma peça de teatro entrelaçada às experiências pessoais dos atores com a cidade. Pesquisando a obra do pintor brasileiro Luiz Ventura, realizaram: Brasis, cores de uma terra. Viagem com a pintura de Luiz Ventura (2010). Desde 2006 desenvolvem pesquisa de campo com crianças na Mangueira, Rio de Janeiro.

MEIA-NOITE RIO Glauco Guigon, Juliana Milheiro, J.C. Oliveira e Rodrigo Séllos são jovens cineastas formados pela Universidade Federal Fluminense. Especializados em diferentes áreas do audiovisual, hoje são sócios em duas produtoras: Glauco e Juliana com a Meia-Noite Filmes, e J.C. e Rodrigo com a Caos e Cinema. Em 2010, resolveram unir a paixão pela direção nesse documentário sobre a noite do Rio de Janeiro.

MEMUDJÊ André Demarchi e Diego Madi Dias são doutorandos em Antropologia pelo PPGSA-UFRJ e coordenam o subprojeto Kayapó, integrante do Programa de Documentação e Línguas e Culturas Indígenas (PROGDOC – Museu do Índio – FUNAI).

MESTRE BOREL: A ANCESTRALIDADE NEGRA EM PORTO ALEGRE Anelise Gutterres é antropóloga e produziu os filmes A mata é que mostra nossa comida/Kaingang e Os seres da mata e sua vida como pessoas/Mbyá-Guarani (2010), financiado pelo NPPPI/SMDHSU de Porto Alegre. Também produziu Os caminhos invisíveis do negro em Porto Alegre: A tradição do Bará do Mercado (2007), patrocinado pela Petrobras e realizado pela SMCPA em parceria com o CEDRAB. Foi ganhador do Prêmio Manuel Diegues Júnior.

MORADA Joana Oliveira é graduada em Direção de Cinema pela EICTV-Cuba e em Comunicação pela PUC-Minas. Foi aluna convidada na Academia HFF Konrad Wolf, na Alemanha, e selecionada para o Talent Campus do Festival de Berlim (Berlinale, 2006). Trabalha como diretora em várias produções, como curtas-metragens de ficção, documentários e programas de TV. Seus curtas já foram exibidos e premiados em vários países. Seus principais filmes são: Rio de Mulheres; Habanera; Prisão; Biografia do Tempo; Hablar de Sueños.

NINHOS ANTIGOS Osman Godoy, cineasta pernambucano. Seus principais filmes são: O mensageiro (documentário, 2003); Caneca e a Confederação (documentário, 2006); Nada além (ficção, –2009).

NOITADA DE SAMBA FOCO DE REISTÊNCIA Cély Leal nasceu em Salvador/BA. Jornalista e historiadora, participou dos movimentos políticos e culturais desde muito jovem, atuando como produtora de shows da MPB, nos bastidores do Teatro e do Cinema. Assistente de direção e produtora de vários filmes. A paixão, o conhecimento e a proximidade com o universo das Noitadas de Sambas foi o caminho natural para estrear como diretora do filme Noitada de Samba Foco de Resistência, registrado também em livro.

O MANUSCRITO PERDIDO José Barahona nasceu em Lisboa. Seus principais trabalhos são: O manuscrito perdido (2010); Milho (2008) – vencedor do Prêmio CineEco em Movimento; Seia (2009); Evocação de Barahona Fernandes (2007); A cura (2007);

O TRIUNFO DOS CARETAS Vera Lúcia Santos e Rebeca Siqueira são jornalistas pelas Faculdades Integradas de Patos-PB. O documentário Triunfo dos caretas foi trabalho final de conclusão de curso. Participaram do Cinema com Farinha – Festival Audiovisual do Sertão Paraíbano e do Festival de Cinema de Triunfo-PE, ambos em 2011. Ganharam Prêmio pela Preservação da Memória, concedido pelo Júri Oficial do Festival de Triunfo.

O VENTO DA LIBERDADE Viviane Louise, dirigiu os curtas-metragens Anjo Alecrim, TV – Café com pão, manteiga não e O vento da liberdade. É socia da empresa Armazém Du Film – Produtora e Distribuidora de filmes BR/FR que realizou a mostra oficial no âmbito do Ano da França no Brasil em 2009. Participou da ABD/SP -Associação Brasileira de Documentaristas (2007) como tesoureira e na ABD-GO – vice presidente duas vezes. Dentre seus muitos e diversificados trabalhos, Viviane foi diretora de Arte e Still do filme A revolta do videotape; cenógrafa de Urubuzal (2000); assistente de produção de A lata de Leopoldo Nunes (2003); e assistente de direção de Kalunga (2009). Coproduziu o longa-metragem O mar de Mário, sobre o cineasta Mário Peixoto (2010).

O VENTO FORTE DO LEVANTE Rodrigo Dutra é professor de História, documentarista, poeta e pesquisador da relação Cinema-História. Seus principais trabalhos são: 2011 – O vento corte do levante (2010); Sofi (2009); AnguTv! Meio Ambiente (2008); Função Fática (2007); AnguTv! – Série de 9 documentários.

OFERENDA Ana Bárbara Ramos é formada em Comunicação Social pela UFPB. Participou do Las Luzineides Coletivo Audiovisual no qual realizou e produziu vídeos, mostra de filmes e eventos culturais de caráter independente. Documentarista e produtora cultural, realizou os curtas Sweet Karolynne (2009) – premiado como melhor filme no CineEsquemaNovo e melhor curta do Júri Popular no Curta Cinema, em 2009; Cabaceiras (2007), premiado como melhor curta do Júri Popular no CINEPE, em 2007; e Desejo citrullus (2003), recebeu menção honrosa no X Festival Mundial do Minuto. Seus outros trabalhos são Oferenda (2011) e Borboletas azuis (2010) – documentário participante da série Por que a gente é assim?, do Canal Futura.

OI’Ó – A LUTA DOS MENINOS Caimi Waiassé nasceu e cresceu na aldeia Etenhiritipá, conhecida como Pimentel Barbosa, no Mato Grosso. Trabalhou, desde 1990, na Associação dos Xavante de Pimentel Barbosa e atualmente faz parte da Nossa Tribo. Participou de Festivais de Cinema e Vídeo na América Latina, Europa e América do Norte. Realizou os documentários: Darini: iniciação espiritual Xavante (2005), editado pela Nossa Tribo, selecionado pela 29ª Mostra BR Internacional de

58

Cinema de São Paulo em outubro de 2005. Foi selecionado para a “5ème Biennale Internationale de la Photographie et des Arts Visuels de Liège” (2006); Bélgica e Antuérpia; “IV Encuentro Hisopanoamericano de Video Documental Independiente: Voces contra el silencio” na cidade do México e ganhou o prêmio da Coodenadora Latinoamericana de Cinematografia y Comunicación de los Pueblos Indígenas, 2006; Foi vencedor do VIII Festival Internacional de Cine e Vídeo de los Pueblos Indígenas – Oaxaca, México, em abril de 2006;Rito de Passagem – Canto e Dança Ritual Indígena (2004-2005) – Realização IDETI; Tem que ser Curioso – (1996); Programa de Índio – TV Universidade de Mato Grosso, Wapté nhono (1999;Prêmio Troféu Jangada da OCIC ;Prêmio Manoel Guedes Jr na 6ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico, Rio de Janeiro;Saúde Bucal (2001);Prêmio Especial do Ministério da Saúde.

OJÚ ONÁ Clementino Junior é cineasta, professor de vídeo e animação e designer. Os principais trabalhos são: Sillis (2000), O sequestro de Bellini (2003), O artilheiro (2004), Bolero de pastel (2005), Histórias de pescador (2006), Sua majestade, o delegado! (2007), 7KPTAIS (2007), Folia de Adão e Eva (2009).

ON SIDE Jonas Amarante é formado em Cinema pela Universidade Estácio de Sá (2006), dirigiu o documentário Ilha (2008), exibido pelo Canal Brasil e em diversos festivais. Morou em Londres, onde trabalhou em importantes documentários como Senna (Asif Kapadia, 2010) e Hi Society (Hannah Rothschild). Fez o curso Documentary Filmmaking na Met Film School e rodou o curta On Side (2011). No Brasil, trabalhou em diversos festivais de cinema, como o É Tudo Verdade e o Festival do Rio.

ONDE NASCEM AS PEDRAS Peregrina Fátima Capelo Cavalcante é professora da Universidade Federal do Ceará e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e pós-doutoranda do Museu Nacional da UFRJ. Coordena o Laboratório de Antropologia e Imagem (LAI). Seu documentário Seresertão recebeu diversos prêmios: em 2007, Prêmio Nêgo Chico, no XXX Guarnicê de Cinema; 2006, Prêmio Especial do Júri do Concurso Pierre Verger de Video Etnográfico – ABA; 2006, Melhor filme – I Festival de Pacuti; 2005, Melhor documentário – Festival de Mato Grosso; 2005, Melhor filme etnográfico, I Festival Alagoano. O livro Como se fabrica um pistoleiro (2011), cuja autoria é de Peregrina, direcionou o roteiro de Joe Pimentel, em seu filme Homens com cheiro de flor, lançado no Cine Ceará, e recebeu indicação para o Prêmio Jabuti (2004). Outros documentários: Perambulantes (2009); Para onde vai o baião (2008); Filgueiras Lima: um poeta professor (2008). Exposições fotográficas: Afagar a Terra, semear o chão. Centro de Cultura e Arte Dragão do Mar.

OS JAPONESES NO VALE DO RIBEIRA Chico Guariba, cineasta com uma vasta produção, destacamos: O vale dos quilombos (2010) – roteiro, produção e direção. Uma produção de Ecofalante e Guariba Filmes; Visita à aldeia guarani (2009) – produção e direção. Uma produção de Ecofalante e Guariba Filmes; O mensageiro do tempo: Pajé Sapaim (2008) – produção executiva. Documentário premiado com recursos para realização no concurso “Janela Brasil” (2007/8) realizado pela TV Cultura. Produção de Ecofalante e Pequi Filmes; Jardim Botânico de São Paulo – Ética, ciência e arte (2006) – direção e produção. Uma coprodução de Ecofalante e STV Sesc, com patrocínio da Petrobras; O pontal do Paranapanama – pesquisa (2005), argumento e direção. Uma coprodução de Superfilmes e Ecofalante, com patrocínio da Petrobras e parceria com da TV Cultura.

OS SERES DA MATA E SUA VIDA COMO PESSOAS Rafael Devos é graduado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e mestre e doutor em Antropologia Social pela mesma universidade, com estágio de doutorado em Antropologia Visual realizado na Université de Paris VII. Seus principais trabalhos são: A morada das águas (2003) – direção de Rafael Devos e Ana Luiza Carvalho da Rocha; A tradição do bará do mercado (2007)– direção de Ana Luiza Carvalho da Rocha, roteiro de Ana Luiza Rocha e Rafael Devos e direção de fotografia de Rafael Devos Ocuspocus Imagens; Mestre Borel – A ancestralidade negra em Porto Alegre (2010) – direção de Anelise Gutterres, direção de fotografia de Rafael Devos e edição de Rafael Devos Ocuspocus Imagens.


BIOFILMOGRAFIAS DOS DIRETORES INSCRITOS NA 15ª MOSTRA INTERNACIONAL DO FILME ETNOGRÁFICO produção recente nacional PAREDES PINTADAS Pedro Santos é produtor audiovisual e jornalista em Florianópolis. Em 2009, participou do documentário Bleu et Rouge, sobre a vida de crianças haitianas antes do terremoto. Com Paredes pintadas, sua estreia como diretor, teve a oportunidade de contar histórias dos anos 60 e 70 a partir das lembranças de mulheres que combateram a ditadura militar no país.

PROCURANDO MADALENA RICARDO SALLES, cineasta, os principais trabalhos são: Os quilombolas do Angelim (2002); A sabotagem da moqueca real (2004); Assim caminha regência (2005); Enquanto houver fantasia (2006).

QUANDO XANGÔ APITAR Emílio Domingos é Cineasta e Cientista Social. Trabalha como diretor, pesquisador, roteirista e assistente de direção em documentários. Criou a produtora Osmose Filmes. Dirigiu 7 curtas. Seu primeiro longa “L.A.P.A”. Teve exibição no circuito comercial em 2009. No momento realiza um documentário sobre o “passinho do menor”, fenômeno da dança na cultura funk carioca. Como pesquisador destaca-se sua participação em vários filmes da Conspiração Filmes entre os quais: O Mistério do Samba, Pierre Verger e Viva São João. É Pesquisador Associado ao NAI – núcleo de antropologia e imagem da UERJ. • Gustavo Rajão Assistente de edição na Conspiração Filmes de 1997 a 2001. A partir de 2001 começou a atuar como freelancer tendo editado programas para tv a cabo, making ofs publicitários e para longa metragens, e programas institucionais.

ROTA DÓRIA GILDA BRASILEIRO é presidente da Comissão históricocultural de Salesópolis. Foi selecionada como única representante do estado de São Paulo no Projeto “Revelando os Brasis”. A proposta do Rota Dória é dar visibilidade aos africanos que passaram por essa rota.

SALA DE MILAGRES Cláudio Marques é diretor, montador, produtor executivo e exibidor (Espaço Unibanco de Cinema – Glauber Rocha). Idealizador e coordenador do Panorama Coisa de Cinema. Realizou os filmes: O guarani (2008), A infância de Anastácia (2007), Imagens do Xaréu (2007), Carreto (2009), Nego Fugido (2009), Sala de Milagres (2011), Desterro (2011), D. Pequenita (documentário em finalização). • Marília Hughes é mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela UFBA. Curadora e coordenadora de produção do Panorama Coisa de Cinema. Atua como diretora, roteirista e montadora de obras audiovisuais. Realizou os filmes: O Guarani (2008), A infância de Anastácia (2007), Imagens do Xaréu (2007), Carreto (2009), Nego Fugido (2009), Sala de Milagres (2011), Desterro (2011), D. Pequenita (documentário em finalização).

SÃO LUIZ DE RABO E CHIFRE Vanessa Oliveira formada em Comunicação Social (Jornalismo),atualmente trabalha em assessoria de imprensa.

SEU CAVACO, DOM BANDOLIM E O CHORO DE MESTRE DUDUTA NA RAINHA DA BORBOREMA Riccardo Migliore é realizador audiovisual independente, desde março de 2010, parecerista credenciado pelo MinC e presta serviço pela Secretaria do Audiovisual. Dirigiu diversos documentários e curtas-metragens de ficção e participou de festivais nacionais e internacionais de cinema. É graduando em Ciências Sociais pela UFCG, com pesquisa na área de Antropologia fílmica. • Thaíse Carvalho é jornalista pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Trabalha na TV Itararé, filiada da TV Cultura na cidade interiorana nordestina. Além de apresentar, fazer reportagens e produzir o programa “Diversidade”, colabora em outros programas culturais da emissora. É também atriz teatral e cinematográfica, tendo concluído o curso profissional de formação para atores da UEPB. Acesse http://thaisecarvalho.blog para mais informações.

SOBRE FUTEBOL E BARREIRAS Arturo Hartmann Pacheco, formado em Jornalismo pela PUC-SP e graduando em História pela USP. Trabalha desde

2005 como repórter retratando assuntos ligados à realidade política e social de países do Oriente Médio, como Israel, Palestina e Líbano. • João Carlos Assumpção, jornalista e escritor, cobriu cinco Copas do Mundo e três Olimpíadas in loco. É autor de três livros sobre futebol, entre eles o infantojuvenil A melhor seleção do mundo, com Eugenio Goussinsky e Gustavo Rosa (ilustrador). Foi comentarista e chefe de redação e reportagem do Sportv em São Paulo e repórter da Folha de S.Paulo, tendo sido correspondente do jornal em NY em 1997. • José Menezes, formado em Administração Pública pela EAESP-FGV e em Cinema pela FAAP. Foi coprodutor do longa-metragem Hotel Atlântico (dirigido por Suzana Amaral, 2009) e atuou como produtor, editor e assistente de direção em diversos curtas-metragens selecionados para festivais, como Cannes (2007) e Berlim (2010). • Lucas Justiniano, formado em história pela PUC-SP. Atua no mercado desde 2003. Começou como assistente de câmera em publicidades, institucionais, longas-metragens de ficção e documental. Aliando tal experiência à sua formação de historiador, passou a se dedicar à pesquisa para documentários e ficção. Atuou em roteiros para programas de WebTv, como “ShowIg”, e televisão, como “No Estranho Planeta dos Seres Audiovisuais”.

SOLDADOS A CAMINHO DO PUTEIRO – MEMÓRIAS DE UMA GUERRA QUASE IMAGINÁRIA Hermes Leal é escritor, documentarista e diretor de TV. É doutorando na área de Semiótica da FFLCH/USP, mestre em Cinema pela ECA/USP e graduado em Jornalismo pela UFG. Dirigiu vários documenários, como Dona Militana – A romanceira dos oiteiros (2010), Censura e liberdade de expressão (1995) e Os herdeiros de Chico Mendes (1995).

SOLDADOS DA BORRACHA CESAR GARCIA LIMA jornalista e poeta, é doutorando em Literatura Comparada pela UERJ e professor nas áreas de Comunicação, Literatura e Cinema. Trabalhou como crítico de cinema e televisão em diversas publicações de São Paulo, incluindo Folha da Tarde, Folha de S.Paulo e SET. Em TV a cabo, foi roteirista do Telecine e editor-chefe do Canal Brasil, no qual dirigiu documentários em Minas Gerais, Ceará e Mato Grosso, tendo criado o programa “Coisas de Cinema”. Vive no Rio de Janeiro desde 1995. Soldados da Borracha (2010) é seu primeiro filme.

TEKO REXÃI Adriana Calabi é antropóloga (Unicamp) e trabalha com políticas públicas para os povos indígenas. Com Luciane Ouriques Ferreira, coordenou o projeto Kaáguy Poty – Flores da Mata, quando realizou o documentário Teko Rexai˜ – Saúde Guarani. O projeto e o documentário foram ações promovidas pela Área de Medicina Tradicional Indígena do Projeto VigisusII/FUNASA/Ministério da Saúde. • Nadja Marin é antropóloga e jornalista. Atua como diretora, roteirista e produtora de documentários e como pesquisadora e jornalista independente em trabalhos freelancers para institutos de pesquisas e organizações governamentais e não governamentais. Seus principais trabalhos são os filmes Napepe (2004) e Tenondei – um futuro bonito (2008).

TXÊJKHO KHÃM MBY, MULHERES GUERREIRAS Kamikia Kisedje nasceu na aldeia do povo Kisedje, na Terra Indígena Wawi/leste Xingu-MT. Sempre estudou na aldeia. Foi secretário da Associação Terra Indígena Xingu (ATIX) e diretor financeiro da Associação Indígena Kisedje (AIK), onde atua até hoje. Aprendeu o básico para operar os equipamentos da rádio e recebeu noções de locução. Criou o primeiro programa de rádio Xingu FM em 2005. Entre 2005 e 2006 foram produzidos mais quatros programas durante os cursos de Agentes Indígenas de Saúde e de Gestão e o Encontro das Mulheres com temáticas relativa a saúde. O programa sobre desnutrição foi apresentado e premiado na I Mostra Nacional de Saúde Indígena em Brasília. Deste então sempre acompanha o trabalho do Vídeo nas Aldeias por site, livros e filmes. • Winti Suyá nasceu em Suyá do Parque do Xingu, no Mato Grosso. Entrou para o projeto em 1997, na primeira oficina nacional, já com experiência anterior. Tem participado de várias produções em outras aldeias como Xavante e Ikpeng, onde é coautor dos vídeos Wapté Mnhõnõ: A iniciação do jovem Xavante e Moyngo: O sonho de Maragareum. Foi da diretoria da Associação Terra Indígena Xingu (ATIX), sobre a qual realizou os documentários SOS Rio Xingu e A história do Monstro Kátpy. Atualmente, preside a Associação Kisedjê – AIK, dos índios Suyá.

UMA FESTA PARA JORGE Isabel Joffily formou-se em Ciências Sociais pela UFRJ. É sócia da produtora Coevos Filmes, onde vem idealizando e produzindo projetos audiovisuais e mostras de filmes. Realizou a produção e curadoria da mostra Abbas Kiarostami e Amos Gitai: o cinema além muros e da mostra cinematográfica Carl Th. Dreyer e Lars von Trier: os cineastas da vida interior, entre outros. • Rita Toledo é formada em Ciências Sociais pela UFRJ, roteirista e produtora cultural. Como roteirista, escreveu diversos curtas-metragens, como O som e o resto, com direção de André Lavaquial (Festival de Cannes 2008, San Sebastian 2007 e Clermont Ferrand 2008). Seu roteiro do longa-metragem Sobre ruínas está em produção pela El Desierto Filmes, com direção de Vinícius Reis, e foi selecionado no edital de Longas BO do MINC em 2010.

VER-O-PESO Gavin Andrews é um documentarista canadense radicado no Amapá há 8 anos. Seus principais trabalhos são O barco do mestre (um dos vencedores do edital Etnodoc de 2007), O Glorioso – Festividade de São Sebastião de Cachoeira do Arari e Alô, alô Amazônia.

VIAJANTES RADICAIS PELO CAMINHO DE LÉVI-STRAUSS Jader Lago coordenador de Produção do Departamento de Esportes da ESPN Brasil. Filmografia: Viajantes Radicais, Charles Darwin, biologia/história, 2008, ESPN Brasil. X da Questão (X Games 16), 2010, ESPN Brasil. Extraordinário: 10X Slater, 2011, surf, ESPN Brasil.

VIVA SÃO PEDRO

Rodrigo Siqueira é jornalista e diretor. Entrou para o cinema como pesquisador. Realizou o documentário Aqui Favela, o Rap Representa, exibido em rede nacional pela TV Cultura, em 2003. Vencedor do prêmio de melhor documentário brasileiro no festival “É Tudo Verdade” (2010), o filme Terra Deu, Terra Come é seu segundo trabalho autoral e seu primeiro longa-metragem a ser levado para o circuito comercial de cinema.

Debora Herszenhut é cientista social com foco de pesquisa na Antropologia Visual. Desenvolve uma série de atividades relacionando os campos da imagem à educação e ao desenvolvimento Social. Diretora do documentário Depois rola o Mocotó selecionado pelo edital DOCTV IV e Pegadeira, realizado no âmbito de pesquisa acadêmica. • Mario Wiedemann é mestre em Antropologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e há 4 anos desenvolve projetos de documentação audiovisual relacionados a sua pesquisa cientifica, em parceria com o Núcleo de Antropologia e Imagem (NAI) desta Universidade. Profissionalmente, atua como consultor na área socio-ambiental e arqueológica.

TERRAS

WALACHAI

Maya Da-Rin é realizadora e montadora. Dirigiu os filmes E agora José? (2002) e Margem (2007), ambos premiados pelo instituto Itaú Cultural/Rumos Cinema e Vídeo. Em 2009, concluiu seu primeiro longa-metragem: Terras. Seus filmes foram exibidos e premiados em diversos festivais e museus no Brasil e no exterior, como: 63º Film Festival Locarno, Suíça; 52º Leipzig Film Festival, Alemanha; 19º Rencontres Cinémas d’Amérique Latine de Toulouse, França; 25º Festival de Guadalajara, México; 33ª Mostra de Cinema de São Paulo; 29º Festival del Nuevo Cine Latino Americano, Cuba; 29ª Bienal de São Paulo; e os museus MoMA e New Museum, Nova York. Em outubro de 2010, ela ingressou como artista residente no Estúdio de Arte Contemporânea Le Fresnoy, na França.

Rejane Zilles é atriz, diretora e produtora. Nasceu na colônia de Walachai, Rio Grande do Sul. Iniciou sua carreira em Porto Alegre como atriz de teatro. Nos anos 90, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde cursou Artes Cênicas na UNIRIO. Desde então atua em teatro, cinema e televisão. Como produtora, coordenou diversas mostras e projetos de exibição pelo Brasil, como a Mostra Premiére Brasil do Festival do Rio BR e o projeto Cinema BR em Movimento. Poduziu e dirigiu o curta-metragem O livro de Walachai. Também produziu o lançamento comercial de filmes como Central do Brasil, O dia da caça, Doces poderes e Hans Staden. Como diretora, acaba de finalizar o documentário longa-metragem Walachai. É curadora da Muestra BrasilNoar e apresentadora oficial da Mostra Internacional de Música em Olinda (MIMO).

TERRA DEU, TERRA COME

59


BIOFILMOGRAFIAS DOS DIRETORES INSCRITOS NA 15ª MOSTRA INTERNACIONAL DO FILME ETNOGRÁFICO produção recente INTERnacional 4PORTES Louise Botkay Courcier fez graduação na La Fémis (L’école Nationale Supérieure des Métiers de L’image et du Son). Filmografia: Novo ano curta metragem (2010) selecionado para o festival Janela Internacional do Recife (2008), Inùtil Paisagem curta metragem (16mm, 2010) selecionado para o festival Cinema City (prêmio especial do júri) da Sèrvia, selecionado para o festival Curta Cinema (2010) do Rio de Janeiro e selecionado para o festival Les Trois Continents (2010) da França.

A TEMPLE TO THE COMMONS... S Gautham é produtor de mídia em Nova Deli. Começou sua carreira como jornalista de TV, antes de se transitar para a área de documentários e comunicação social.

A VISAGE DÉCOUVERT Fiéloux Michèle é antropóloga e cineasta. Trabalha como pesquisadora no Laboratório de Antropologia Social (CNRS) da l’École des Hautes Études en Sciences Sociales. Desde 1972 realiza pesquisa na África Ocidental e, em seus estudos sempre procurou utilizar a imagem como ferramenta e objeto. Produziu filmes em parceria com Jacques Lombard, entre eles a trilogia: Les Mémoires de Binduté Da, 60’ producteur IRD audiovisuel (1991), Le voyage de Sib, 52’ Cnrs-Ird (2005) e Histoire sans fin, 85’, Cabration/Cnrs productions (2010). • Jacques Lombard é antropólogo, cineasta e pesquisador do IRD. Dedicou-se aos estudos sobre Madagascar e Burkina Faso. Desenvolve um trabalho comparativo, utilizando imagens sobre fatos religiosos contemporâneos, através do estudo de trajetórias individuais. Tem interesse, sobretudo, pelos cultos neotradicionalistas: cultos de possessão, ritos funerários e culto aos antepassados.

AN ECOLOGY OF MIND Nora Bateson é produtora de mídia e educadora. O foco de sua carreira é utilizar a mídia a fim de promover a justiça social e consciência ambiental. Hoje em dia vive em Vancouver e reúne trabalhos não publicados de seu pai Gregory Bateson, um renomado antropólogo e lingüista, sobre os quais dá palestras internacionais. Recentemente publicou três matérias na Kybernetes, um jornal sobre a cibernética.

AWARENESS David MacDougall e sua esposa Judith MacDougall são classificados como “os produtores mais importantes de filmes etnográficos na língua Inglesa da atualidade”. Colaboraram com muitos filmes vencedores de prêmios, mas também seguiram suas próprias trajetórias, produzindo filmes diferenciados. • Judith MacDougall produziu o filme ganhador do premio RAI, Diya, 2001, uma abordagem inovadora sobre cultura material, documentando a “história” de candeeiros de terra cota usados em cerimônias religiosas na Índia. Entre os seus estudos, destacamos o sobre o uso da fotografia em Kunming, sudoeste da China. • David MacDougall produziu seu primeiro grande filme To Live With Herds em 1968 que, em 1972, ganhou o Grand Prix Venezia Genti , no festival de cinema de Veneza. Com sua esposa, Judith MacDougall, produziu a trilogia Turkana Conversations, cujo primeiro filme, Lorang’s Way ganhou o primeiro prêmio do Cinema du Réel, em Paris, em 1979. Realizou ainda Tempus de Baristas (1993), uma série de 5 filmes: Doon School Chronicles (2000)e SchoolScapes (2007) também na India. Escreve sobre cinema e é hoje pesquisador da Australian National University.

BLEU ET ROUGE Juliana Sakae tem 24 anos, é recém- formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina. Passou pela faculdade de Cinema e Direito antes de decidir sua formação, embora sempre soubesse o que queria produzir: documentário. No trabalho de conclusão de curso, orientada pela Professora Aglair Bernardo, viajou para o sul do Haiti com recurso levantado através de rifas e festas. O documentário “Bleu et Rouge” é o primeiro documentário audiovisual produzido pela jornalista

CASA DAS MINAS – OS VODUNS REAIS DE SÃO LUÍS Hili Leimgruber e Jens Woernle são cineastas suíços que se dedicaram a uma intensa pesquisa no Maranhão, passaram anos realizando filmagens na Casa das Minas

(MA). Filmografia recente: 2011 “Etobasi – d’ Wält”, Musikvideo, Kamera; 2010 “Deux”, Kunstvideo, HighspeedKamera; 2009 “Un bel caffè alla Migros”, Dokumentarfilm, 6 min., Regie, Kamera, Schnitt; 2009 Preis “Wir leben Zürich”; 2008 “Barry Callebaut – Sustainable Cocoa” Industry in Ivory Coast”, Reportage, 17 min, Kamera.

CHOKORA – SURVIVING ON THE STREET Lea Furrer (direção, camera e edição) nasceu em 1984, e cresceu entre a Suiça e o Brasil. É mestre em antropologia social, estudos fílmicos e pedagogia social pela Universidade de Zurich. O filme é parte de sua tese de mestrado em antropologia social. Atualmente trabalha como educadora em Zurich.

COOKING UP DREAMS (DE OLLAS Y SUEÑOS) Ernesto Cabellos nasceu em Lima, em 1968. Em 1994 fundou a Guarango, uma produtora sem fins lucrativos para orientação no desenvolvimento de projetos audiovisuais. Diretor e produtor de documentários que tratam de conflitos ambientais em seu país, como “Choropampa: The Price of Gold” (2002) e “Tambogrande: Mangos, Murder and Mining” (2007). Cabellos agora nos apresenta “Cooking Up Dreams” (2009), seu terceiro documentário.

CNRS (Paris, França). Após um longo período participando de trabalhos de campo na Tailândia como lutador de boxe, treinador e promotor, Stéphane escreve sobre etnografia do mundo do Boxe tailandês e leciona antropologia na Ecole de Hautes Etudes en Sciences Sociales e no Institut d’Etudes Politique, de Paris. Filmografia recente: Les coulisses du Muay Thai. Anthropologie d’un art martial thaïlandais (à ser publicado em Dezembro, 2011); Kings of the Beetle, 2010; Sports à risques, corps du risque, 2006.

MADRES 0,15 EL MINUTO Marina Seresesky nasceu na Argentina em 1969, desenvolve sua carreira como atriz e diretora de cinema e teatro. Seu último curta-metragem, The cortége, foi selecionado em mais de 200 festivais, nacionais e internacionais, recebendo mais de 50 prêmios. Atualmente divide seu tempo entre performances no Teatro Meridional e no Spanish National Theatre com a pré-produção do curtametragem “La Boda”.

ORANGES AND MANGOES Priyanka Chhabra jovem cineasta indiana, produziu Oranges and Mangoes, 2011, 22min; Taana Baana, 2009, 14min e The Furnished Room, 2008, 8min.

DJENEBA: A MINYANKA WOMAN OF SOUTHERN MALI

PINK SARIS

Bata Diallo nasceu em 1986 em Bamako, Mali. Estudou Antropologia Visual na Universidade de Bamako. In 2008 participou de um workshop sobre filmes etnográficos realizado pelo programa Visual Cultural, da Universidade de Tromsø, Noruega, no qual, por sua participação, foi contemplada com uma bolsa para completar seu mestrado pela VCS. Djeneba,foi seu projeto final, completado em 2011.

Kim Longinotto estudou direção e filmagem na England’s National Film School (NFS). Seus filmes receberam notoriedade internacional e vários prêmios em festivais por todo o mundo, incluindo o prêmio de melhor filme documentário de Sundance pelo filme Rough Aunties. Entre suas produções, destacamos: Sisters is Law, 2005, ganhador do prêmio Peabody e dois prêmios de Cannes, incluindo o Cannes Prix art et Essai; The Day I Will Never Forget, 2003 e o recente Hold me Tigh, Let me Go, 2007, ganhador do prêmio especial do júri do Festival Internacional do Filme Etnográfico de Amsterdan.

GIRA EL SOL: RETORNO Y PEQUEÑO COMERCIO ESPAÑA-ECUADOR Juan Ignacio Robles é doutor em Antropologia Social, desde 2002, pela Universidade Autônoma de Madri, onde atualmente leciona. Desde 2005, concilia o seu trabalho de professor no departamento de Antropologia Social com o desenvolvimento de documentários etnográficos da produtora “Antropología Media Audiovisual”, do qual é diretor. Filmografia recente: Hijos del Verso:Poetas Saharauis 2011; Culturas de Mercado: Quito, Bucarest, Tetuán, Madrid 2009 e En el Teatro de la Vida: Teatro Social 2009 .

I DREAM OF MUMMERS Adela Peeva é graduada pela Academia de Filme, Teatro e TV, de Belgrado. Seus filmes costumam lidar com assuntos polêmicos, e alguns foram proibidos na época do regime comunista. Após mudanças democráticas, seus filmes foram premiados na Bulgária e pelo mundo. Destacamos os seguintes: “Born from the Ashes”, “Right to chose“, “The Unwanted”, “Whose is this Song?” (ganhador de 16 prêmios), ”Divorce Albanian style” (ganhador de 11 prêmios). ”Whose is this Song“ e ”Divorce Albanian style“ são, até hoje, os únicos filmes búlgaros nominados para o prêmio de melhor documentário da Academia do Filme Europeu em 2003 e 2007, respectivamente.

IN THE LIGHT OF MEMORY / LUMINA AMINTIRII Alyssa Grossman atualmente cursa o terceiro ano de doutorado em Antropologia Social da Universidade de Manchester, Inglaterra. Participa de trabalhos de campo na Romênia desde 1999, quando recebeu bolsa para estudar política e poética de museus etnográficos. Filmografia recente: Into the Field (Romênia, 28’, 2005); The Chronicles of Alexandra Filippovscaia (Romenia, 17’, 2005) e Sailor’s Delight (UK, 10’, 2004).

KINGS OF THE BEETLE Emmanuel Grimaud, é Antropólogo, cineasta e pesquisador da CNRS (Paris, França). Realizou um extenso trabalho na Índia e colaborou em muitos projetos de livros, workshops e mostras, com um foco na Índia como área de trabalho. Experimentando tecnologia aplicada as artes e ciências, trabalhou em projetos diferenciados de arte e atualmente leciona antropologia no Musée du quai Branly e no Institut d’Etudes Politique , de Paris. Filmografia recente: Cosmic City, 2008; Bombay Markets, 2008 e Dieux et Robots. Les théâtres d’automates divins de Bombay, 2008. • Stéphane Rennesson é antropólogo e pesquisador da

60

POLYPHONY OF CERIANA: THE CAMPAGNIA SACCO Hugo Zemp se graduou como percussionista pelo Conservatory of Basle (Suiça) e depois disso estudou etnomusicologia e antropologia em Paris. Trabalhou por 37 anos no grupo de pesquisas etnomusicológicas do CNRS, no Musée de l’Homme. Filmografia recente: Funeral Chants from the Georgian Caucasus, 2007; Siaka, an African Musician, 2005; An African Brass Band, 2004 and Masters of the Balafon: Friend, welcome!, 2002.

PUEBLOS ORIGINARIOS (NATIVE POPULATIONS) Ulises Rosell estudou na Universidad del Cine em 1995. Entre 1996 e 2001, fundou a Cinematográfica Sargentina, produtora que teve um papel fundamental na renovação do cinema independente argentino, realizando filmes como: Pizza, Birra, Faso e Mundo Grúa. Entre seus filmes premiados, destacamos: El Descanso, 2001 (RosellTambornino-Moreno) e Bonanza, 2001.

RAMÓN Y MARÍA, ESCENAS DE LA VIDA EN EL CAMPO Mario Del Boca graduado em cinema no departamento de Cinematografía, da Escola de Artes da Faculdade de Filosofia e Humanidades, da Universidade Nacional de Córdoba – Argentina. Realiza filmes desde 1973, destacamos, na sua recente produção, os filmes: ...entre huellas y espinas: Maestra, 2007; Ramón y María, escenas de la vida en el campo, 2008; Chuña monte adentro, 2009 e Isabel Neirot(tejiendo melodías), 2010.

STILL WATER Johannes Gierlinger é cineasta, fotógrafo e músico. Nasceu em 1985 em Salzburgo. Estudou em Salzburgo e no Istambul. Atualmente estuda na Academia de Belas Artes de Viena, onde reside. • Markus Ochs é um jovem cineasta austríaco. • Philipp Kleibel se graduou pela University of Applied Sciences, de Salzburgo, Áustria. Ele é o coorganizador da serie “Trommel & Bass”.

THE LOVER AND THE BELOVED: A JOURNEY INTO TANTRA Andy Lawrence é um cineasta independente que utiliza as teorias antropológicas e os métodos etnográficos de pesquisa para discutir questões em seus filmes. Interessado no curso da vida humana, especialmente o nascimento e a morte, se especializou nas regiões do Reino Unido e da


BIOFILMOGRAFIAS DOS DIRETORES INSCRITOS NA 15ª MOSTRA INTERNACIONAL DO FILME ETNOGRÁFICO produção recente INTERnacional Índia. Seu trabalho explora a aproximação de nascimento e morte à nossas vidas, e de que formas seu conhecimento é mediado. É cineasta residente no Centro de Antropologia Visual, na Universidade de Manchester , onde leciona o curso de mestrado em Antropologia Visual. Andy produziu alguns filmes ganhadores de prêmios em festivais.

THE PROFESSIONAL FOREIGNER. ASEN BALIKCI AND VISUAL ETHNOGRAPHY Rolf Husmann é um antropólogo alemão especializado em filmes etnográficos e na antropologia do esporte. Trabalha, desde 1992, na IWF Knowledge and Media, em Göttingen, na Alemanha. De suas produções, destacamos: Nuba Wrestling, 1991; Maire Nui Vaka, 1995; Destination Samoa, 1998; Firth On Firth, 1993 and The Professional Foreigner, 2009. Atualmente é o president da Comissão de Antropologia Visual (CVA).

THE WAY TO SUNDANCE Miguel Béchet viajou pelo mundo após terminar sues estudos, visitou a Tânzania, Irlanda, Palestina e Senegal. Vive com sua esposa e dois filhos na Suiça e nos últimos seis anos tem se dedicado a produção de documentários. Trabalha como educador, em tempo parcial. • Ursina Maurer estudou antropologia social e etnomusicologia na Universidade de Zurich. Desde 2004 trabalha em filmes de produção independente com Miguel Béchet. Trabalhou como assistente de direção no Centro Cultural de Zurich, e também como professora de alemão em Fribourg.

THE WELL – WATER VOICES FROM ETHIOPIA Riccardo Russo, 1974, é cineasta independente nascido na Itália, cujo foco de trabalho é a produção de documentários sociais. PhD em geografia humana e especializado em uso de audiovisual nos direitos humanos, fundou, em

61

2004, o Esplorare la Metropoli Researchers and Filmmakers Association juntamente com Paolo Barberi. Filmografia recente: Piazza Tiburtino Terzo, 2011; La preghiera del minatore diOpale, 2007; L’altro Lazio, 2006 e Lipompong, 2003. • Paolo Barberi, nasceu em Ravenna em 1968. Cineasta e antropólogo, leciona antropologia cultural na Universidade de Roma La Sapienza. Filmografia recente: Città di mezzo, 2009, prêmio especial na ROME DOCSCIENT and The Well – Water voices from Ethiopia, 2011

UN OLAR Stefan Scarlatescu nasceu na Romenia em 1955 e se formou como diretor de cinema e televisão em 1995 pela Academy of Film & Theatre, em Bucareste. Stefan é membro da União dos Cineastas Romenos desde 1994 e produz filmes desde 1985. Filmografia recente: Calusarii, 1997; At fair, 1999; nea Radu, 2007, The broommaker, 2009; White roosters, 2010.


CIRCUITO ASCINE-RJ Inauguramos em 2011 uma programação da Mostra Internacional do Filme Etnográfico no Circuito ASCINE – da Associação dos Cineclubes do Estado do Rio de Janeiro, que vai ocorrer no período novembro/dezembro de 2011, com filmes da programação da Mostra. Com o importante papel de difundir a exibição cinematográfica, organizando debates com os realizadores nos mais diversos locais, a ASCINE tem desempenhado uma importante função na política de democratização a produção audiovisual no Brasil. Agradecemos aos parceiros cineclubistas e, em especial a Clementino Jr. a André Sandino e a Yuri Chamusca, diretores da ASCINE-RJ, pela realização dessa itinerância.

Cineclube Ankito O Cineclube Ankito surgiu em 2006, no IFRJ – Campus Nilópolis, como uma atividade de uma bolsa de pesquisa em cinema, e hoje faz parte das ações da Coordenação de Extensão do campus. Tem sua programação dedicada ao cinema de arte e busca a formação de platéia na região. Diretores: Diogo Caldas, Géssica Santiago, Ingryd Calazans e Vanessa Batista Coordenação: CoEx-Campus Nilópolis Contatos: cineankito@gmail.com https://www.facebook.com/pages/Cineclube-Ankito/236668153057300 www.cineclubeankito.blogspot.com

Cineclube Atlântico Negro Situado no espaço do Tempo Glauber, após ter passado pela Atlântica Educacional (Lapa) e Fundação Casa de Rui Barbosa (em parceria com a ABDeC-RJ), o Cineclube Atlântico Negro (“o navio negreiro do cinema) vem, desde setembro de 2008, promovendo sessões mensais onde o foco são os filmes da diáspora africana, valorizando o protagonismo negro no cinema. São sessões seguidas de debate. Endereço: Tempo Glauber – Rua Sorocaba 190, Botafogo – Rio de Janeiro – RJ Coordenação: Clementino Jr.

Cineclube Lumiar De 19 de novembro a 25 de dezembro, sessões aos domingos às 19h. (para ver a programação detalhada visite nosso site: www.cineclubelumiar.org)

O Cineclube Lumiar iniciou suas atividades em 24 de fevereiro de 2008 com intuito de promover o acesso gratuito às obras cinematográficas, aliado ao desenvolvimento de uma consciência sócio-ambiental da região de Lumiar, 5º distrito de Município de Nova Friburgo, na região serrana do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente as sessões, que são todos os domingos, acontecem no espaço cultural Casa do Lago, no centro de Lumiar. Sessões ao ar livre e itinerantes também são realizadas regularmente, além de atividades relacionadas ao cinema, como mostras, oficinas, produção de vídeos e a manutenção de um acervo. A Programação da Mostra Internacional do Filme Etnográfico será exibida aos sábados, no Cineclube Lumiar, na Oficina Escola As Mãos de Luz, Lumiar, Nova Friburgo.

Cineclube Paraíso – Faculdade de Formação de Professores da UERJ Existindo desde 2007 o Laboratório Audiovisual Cinema Paraíso se apresenta continuamente redesenhado, por meio do exercício da própria prática coletiva, sem perder, contudo, seu foco: colaboração e resistência. Tem como missão ser um espaço de experimentação e criação, articulando cineclubismo, formação, arte, cultura e pensamento. Coordenação: Monique Franco, Daniela Araújo e Rita Leal http://www.cinemaparaiso.uerj.blogspot.com http://cinemaparaiso.ning.com Av. Francisco Portela, 1470. Paraíso. São Gonçalo. Rio de Janeiro

ASCINE Rua do Teatro, 07 Largo de São Francisco – Centro – Rio de Janeiro – RJ http://ascinerj.blogspot.com

62


Filmes em ordem alfabética 1 0 rue L esage , Belleville: arqueologia urbana de um bairro popular parisiense 4P O RT E S A C aminho da E strela A falta que me faz A M archa dos T rês Reis A poeira e o vento A TEM P L E TO T H E C OM M ON S . . . A visage découvert ACERC A D AC A N A AN E C O LO G Y O F M IND Angeli 2 4 horas As B atidas do S amba As H iper Mulheres Avenida Brasília Formosa AWARE N E S S B abás B H S oul : a cultura black de B elo Horizonte B icicletas de N handerú B leu et Rouge C ajaíba CANTA D O R D E C H U L A Casa das Minas - Os Voduns reais de S ão Luís Changes Chico A ntônio, o Herói com C aráter CHO KO R A – S urviving on the street C ine C amelô C I NEMAT Ó G R A F O B RA S IL E IRO E M D RE S D E N C ooking up dreams (D e ollas y sueños ) Copa Vidigal CO S MI C C I T Y Curica Dias de Pescador DJ EN E BA : A MI N YA N K A WOM A N OF S OU T HE RN M ALI Djero E ncontra Iketut em B ali Dona J oventina Elogio da G raça Entre Vãos Escola de Bambu Espaços P úblicos: A C idade em C ena Espelho N ativo Formas do A feto. U m filme sobre M ário Pedrosa GIRA E L S O L : R E TO RN O Y PE QUE Ñ O C OM E RC IO ESPAÑA- ECUADO R Histórias de Mawary Hoje tem alegria I Dream of Mummers iC andomblé I n P ursuit of happiness I n the L ight of M emory / Lumina amintirii I NSTA L A Ç Õ E S – R I T UA IS J opói , todos juntos Kings of T he Beetle Kotkuphi Lá do L este Lelia C oelho F rota : homenagem afetiva do CNFCP Lorang ’s Way Luz, C âmera, Pichação Made in T renchtown MADRE S 0 ,1 5 E L M IN UTO

63

14 32 14 14 14 14 32 32 15 32 15 15 15 15 32 16 16 16 33 16 16 33 43 41 33 17 17 33 17 51 17 17 33 18 18 18 18 18 19 19 19 34 19 19 34 20 43 34 20 20 34 20 20 41 44 21 42 34


MARCE LO YU K A : N O C A M INH O D A S S E TA S Mbaraká, a palavra que age Meeting the Family M eia - noite R io M emudjê M en of Words Mestre Borel: A ancestralidade N egra em Porto Alegre Morada NI NHO S A N T I G O S Noitada de S amba Foco de Re S istência O manuscrito perdido O Morro da Mangueira como é O Triunfo dos C aretas O vento da liberdade O V E N TO F O RT E D O L EVA NT E O ferenda O i’ó – A Luta dos M eninos O jú On à O n S ide O NDE N A S C E M A S PE D RA S O ranges and Mangoes O s J aponeses no Vale do Ribeira O s S eres da Mata e sua vida como pessoas Paredes Pintadas Pink S aris Polyphony of C eriana : T he C ampagnia S acco P RO C U R A N D O MA D A L E N A P UEB LO S O R I G I N A RIOS (Native P opulations) QUAN D O X A N G Ô A PITA R Ramón y María , escenas de la vida en el campo ROTA D Ó R I A Sala de Milagres Saliendo A delante SÃO LU I Z D E R A BO E C H IFRE SEU C AVAC O , D O M B A N D OL IM E O C H ORO D E M ESTRE DU DU TA NA RAINH A DA BO RBO REM A Sobre F utebol e B arreiras Soldados a C aminho do P uteiro – M emórias de uma Guerra Quase Imaginária S O LD A D O S D A BO R RAC HA S TILL WAT E R Teko R exãi Terra D eu, T erra C ome Terras THE LOVE R A N D T H E B E LOV E D : A JOU RNEY IN TO TANTRA The P rofessional Foreigner. A sen B alikci and Visual Ethnography The Way to S undance The Well – Water Voices from ethiopia T xêjkho K hãm Mby, M ulheres G uerreiras Uma festa para J orge UN O L A R Ver- o - Peso Viajantes R adicais pelo caminho de L évi - Strauss Viva S ão Pedro Walachai

64

21 21 42 21 21 43 22 22 22 22 22 23 23 23 23 23 24 24 24 24 35 24 25 25 35 35 25 35 25 35 25 26 43 26 26 26 26 27 36 27 27 27 36 36 36 36 27 28 37 28 28 28 28


2 e 3 Capas Catalogo.ai

1

11/10/11

2:44 AM

ADRIAN COWELL (1934-2011) Morre aos 77 anos Adrian Cowell, certamente o maior documentarista da Amazônia. Foi companheiro dos irmãos Villas Boas em expedições antes mesmo da criação do Parque Indígena do Xingu, registrando tanto o cotidiano dos índios, quanto o trabalho dos sertanistas e as ameaças, por garimpeiros e fazendeiros. Trabalhou também com Apoena Meirelles, outro grande sertanista, no contato dos índios Uru-eu-wau-wau, em Rondônia. Filmou, quase ininterruptamente, por 50 anos no Brasil. Seu trabalho começou em 1958, quando ainda era estudante. Foi mais intenso, sobretudo, nos anos 1980, quando fez a premiada série para TV “A Década da Destruição”. E todo o seu trabalho, que são mais de sete toneladas de filmes, foi doado para a PUC de Goiás, para o Brasil, onde a consulta está disponível. O Acervo Adrian Cowell é um material fabuloso constituído de filmes 16mm, fitas de vídeo, áudios, cassetes, slides e diários de campo sobre a Amazônia. http://imagensamazonia.pucgoias.edu.br Cowell produziu o maior registro documental da memória da Amazônia nesse período. “Tem coisas que não existem em lugar nenhum, que não está escrito, mas está registrado apenas pelo trabalho do Adrian. E ele doou de volta para o Brasil”, diz Stella Penido, da Fiocruz, que auxiliava a restauração dos filmes. “Era incansável. Estava vindo ao Brasil quando morreu. Morreu trabalhando. A vida dos seres humanos é como um trabalho de tecedura. Termina o trabalho com delicados fios, tecidos do inicio ao fim (Buda). Acho que não é nenhum exagero pensar que a vida do Adrian foi um bonito trabalho tecido com delicados e atentos fios do inicio ao fim. (obrigada, querido Adrian)”. http://www.cartacapital.com.br Uma homenagem especial da Mostra Internacional do Filme Etnográfico

sessões e visionamento Cinema Espaço Museu da República Sala de Vídeo Museu da República Rua d0 Catete 153, Catete

abertura Arte Sesc Flamengo Rua Marquês de Abrantes 99, Flamengo

encerramento e premiações Estação Sesc Rio Rua Voluntários da Pátria 35, Botafogo

Confira a classificação etária nos locais de exibição.

ENTRADA FRANCA


Capa Catalogo.ai

1

11/10/11

2:42 AM

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

16 a 24 de novembro apoio

parceria

patrocínio

Museu da República e Cinema Espaço Museu da República Abertura Arte Sesc Flamengo Encerramento Estação Sesc Rio


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.