Mestres das Ruas - Arte de Rua

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MESTRES DAS RUAS

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São Paulo, 25 de janeiro de 1991. Zona norte, periferia de São Paulo no bairro do Imirim. Uma manhã muito bonita e agradável, um sol brilhante, não muito quente uns 26ºC. O canto do passarinho era interrompido, quase imperceptivelmente, pôr uma música tocada bem baixinha, mas de swing muito forte e de balanço pesado, a melodia e a letra da música, era mais ou menos assim. NO! NO! Sleep till Broklim. NO! NO! Sleep till Broklim . Era uma música dos Beastie Boys. Vinha do quarto do Tuco, que deitado na parte de cima do seu beliche, com os braços cruzados atrás da nuca, entrouxado no travesseiro, ouvia a música e pensava na vida, no seu amor e como iria ser o seu dia de hoje. Hoje! Que horas são? Ele olha no relógio. São 08:00 em ponto. Hoje nós iremos fazer o grafite no túnel da Avenida Paulista, em homenagem dos seus 100 anos de existência, no dia do aniversário da cidade. Empurrando a coberta com os pés e se preparando para pular da parte de cima do beliche e já pulando, batendo no rádio, derrubando-o fazendo muito barulho. Estabanado como sempre. Mas mesmo com todo esse barulho, o Leco, irmão do Tuco, que dormia na parte de baixo do beliche, “nem assim não acordou”. Tuco olha para o irmão. É, o dorminhoco não acordou mesmo. - Leco acorda!- nos já estamos atrasados, para ir fazer o grafite na Paulista. Tuco olhou outra vez e nada do irmão acordar. Ele coça a cabeça, vai ficando irritado, e dá uma chacoalhada no irmão e puxa a coberta, só assim então o Leco deu um sinal de que iria se levantar, ele dá uma resmungada e juntando a coberta novamente, no maior chamego, e se vira para o lado da parede. Então, Tuco olha mais uma vez, para o irmão e dá de ombros.

- Ah! Desisto, deixa este dorminhoco ai dormindo, tenho que ir chamar o pessoal para irmos fazer o grafite, e sem você! Só ai então que o Leco despertou. Grafite? É mesmo é hoje, né?

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Espera pôr min. - Vai logo então seu babento! Olha só... Todo babado, com a cara amassada! Também parece uma avestruz, dormindo com a cara enfiada no travesseiro! HA! HA! HA! Uma avestruz! Tem tudo a ver, Magrelão, babão e dorminhoco e com essas pernas compridas e finas parece mesmo. Avestruz, HA!HA!HA! Caramba! Já vai começar encher o saco, logo cedo: Dá um tempo, meu! Caramba! Está bem, avestruz! Fica aí que eu vou subir e comer toda a mortadela, seu boca aberta. Eu vou escovar os dentes primeiro e tomar café depois, se você não deixar mortadela para mim você vai ver. Tuco deu de ombros e continuou a subir as escadas em direção a cozinha. Chegando na entrada da cozinha, ele olha para a sua mãe que estava lavando louça, mas havia deixado cair à esponja no chão e como ela não enxergava, tateava sobre a pia, tentando encontrar a esponja. Tuco se lembra como ela havia ficado cega, devido a mau trato hospitalar, seguido de infeção e febre alta, o que resultou na perda total da visão. Tuco se desfaz do transe, se abaixa, pega a esponja para ela e diz. Tá aqui, mãe! Tuco é você? É, sou eu! E menino grosso, já acorda mal humorado. AH, mãe! Não enche, que eu quero tomar o meu café socegado, e cadê a Tatiana aquela menina inútil, que não serve nem para por o café na mesa. O Leco, que já havia lavado o rosto, estava entrando na cozinha e escutou o que o irmão estava falando e retruca: Larga a mão de ser folgado, arruma a mesa você mesmo e não fica xingando a menina assim, ela não te fez nada E fala direito com a nossa mãe, porque quando o pai chegar eu conto tudo para ele! AH cala a boca e vem tomar o seu café logo, senão eu vou comer toda a mortadela, e estamos demorando demais já. Aposto que ainda vamos Ter que acordar o Lu e o Dib, aquelas duas avestruzes também, Avestruz não, O Dib parece mais uma árvore, todo duro. A mãe deles ri. E o Lu, até ele se emperiquitar todo para sair, já vai ser hora de dormir de novo. Falando em horas, que horas são? O Leco responde: São oito e meia! Já! Vai, vamos logo! Eu vou pegar o skates para irmos mais rápido. Aonde é que vocês vão? Pergunta a dona Tazinha. Nós vamos fazer um grafite no túnel da Avenida Paulista pelo seu aniversário de 100 anos. Bem mais amoroso com a mãe do que o Tuco respondeu o Leco. Vê se vocês tomam cuidados. Eu estava escutando agora mesmo no programa do Eli Corria. Ontem, três meninos que cabulavam aula mentindo para a mãe, dizendo que iriam para escola e não foram, foram nadar, na represa de Mairiporã. Dos três só um sabia nadar bem. O outro mais ou menos, e o terceiro não sabia nada. O que sabia nadar bem, foi brincar, fazer graça, fingindo que estava se afogando, o que não sabia nadar acreditou que ele estava se afogando mesmo e pulou para ajuda-lo, mas no pulo ele bateu com o cotovelo na cabeça do que estava brincando desmaiando-o, e fazendo se afogar de verdade, como o que pulou pensou que fosse dar pé para ele devido a sua altura, mas não dava pé para ele também e não sabia nadar começou a se afogar também entrando em pânico. O terceiro que sabia nadar mais ou menos pulou para ajudar, mas o que não sabia nadar estava em pânico se agarrou nele e o levou junto para o fundo da represa afogando-o. Morreram os três. Que história triste mãe! Mas aonde nós vamos hoje não tem rio, é só asfalto, só se chover muito para alagar o túnel e tem mais, ia ser legal se alagasse, por que daí nos pegava umas ondas na descida do túnel, surfava com o skates, não é, Leco? Leco ri e responde. Para de escutar estes programas doidos de radio que a senhora escuta.

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Vamos Tuco. Olha aqui, mãe não se engana, pressentimento de mãe não falha. (alertou dona Tazínha) Já no portão eles gritam - “tchau, mãe!” Ela fica pensando. Ai meu Deus proteja meus meninos, não deixa nada de ruim acontecer com eles. Já contrariando a mãe os dois saindo da ruazinha estreita que dava acesso a uma ladeira, montam no skates e descem rápidos, Fazendo algumas manobras de skate. Dando vários slides, slides de from, slide 360º, e no final da descida os dois juntos dão um belo sorocabano, para que os skates parassem por completo, pois já estavam chegando na avenida. Na avenida eles pegam os skates na mão e atravessam correndo para calçada do outro lado que é perfeita para andar de skate, há um trilho de trem que um pessoalzinho dali usa para fazer algumas manobras de skate nele, como o rock slide e o gladem. Tuco vai à frente e sobe a calçada de oly air. Leco, não deixando por menos, sobe a calçada de oly flip air, e ainda dá um impulso em direção do trilho de trem e dá um belo rock slide ao completar a manobra ele para e olha para o irmão, tirando um sarro: Vamos seus gralha, vamos logo, vamos logo, vamos chamar o Juca primeiro. Tuco, ainda com a cara de bobo por causa da manobra que o irmão tinha feito, balança a cabeça e diz: É, vamos chamar ele, já é na próxima esquina mesmo. Vamos passar em frente da casa dele, que é praticamente caminho para a rua da Máster. Talvez ele não tenha saído ainda. Responde o Leco. Mais alguns impulsos nos skate e deixando deslizarem, eles chegam na casa do Juca. Vamos gritar juntos para sair bem alto. Fala o Tuco. Ta bom. Concorda o Leco. Vai ao três! Juuuuuuuccccaaaaaaaa! Bastou um grito só e apareceu um vulto no vidro da porta da sala, tentando abri-la. Pela camisola eu acho que a mãe do Juca.(diz o Leco). Mas é lógico né mane, que é a mãe dele, ou você acha que o Juca iria usar camisola para dormir. Não sei derepente nosso amigo está ficando boiola. É, ai eu não sei o que dizer, derepente vai saber, alem do mais a camisola e cor de rosa. HÁ!HÁ!HÁ! Aberta a porta era mesmo a mãe do Juca. E os dois novamente juntos, por impulso, perguntam juntos em uma só voz. Dona Maria o Juca já saiu? Com um sotaque bem nordestino e tranqüilo, dona Maria responde bem devagarzinho. - O joselllmmmoooo jjáááá ssaiiuuuuuuu. Os dois já sabendo como ela falava devagar, saíram sem esperar o fim da frase e foram andando e comentando . Nós já estamos aqui na porta do colégio, e aposto que ela ainda não pronunciou o ultimo “u” da frase.O Joselmo já saiu.(falou o Tuco rindo). Já na calçada do colégio onde é lisa e tem uma rampinha para a entrada dos carros para o estacionamento, tem uma transição, nas laterais que é perfeita para fazer umas manobras de skate. Para eles é como se fosse sagrado, passou ali, tem que fazer alguma manobra naquela transição, e como sempre, lá vão eles. Tuco da um belo oly air e o Leco logo atrás dá um oly air também perfeito . Eles vibram só que parando o skates. Pelo motivo de que o outro lado da calçada do colégio é toda quebrada e não dava para eles andarem de skates. Eles pegam os skates na mão e atravessam a avenida em direção da vielinha . Na entrada da vielinha, já avistam um grafite, que tem logo na entrada, que eles fizeram, escrito “Arte de Rua”.

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E como sempre, eles observam o desenho e entram na vielinha. Automaticamente , vem aquele cheiro de urina, insuportável, que quase não dá para respirar. Tuco, fala uma das dele - Eu acho que até meu bisavô, já passou ,por aqui, e deu um mijadinha nesta vielinha .Não é possível que exista alguém, que passou por aqui e não tenha mijado aqui, e aproveitando a deixa, eu acho que vou dar uma mijadinha aqui também, agora. E já se posicionando para mijar, como uma coisa psicológica, o irmão vendo o outro mijando, resolve mijar também. É isso ai Lecão, aqui é como posso dos desejos, no poço você joga a moedinha e faz o pedido, como por aqui não tem nenhum poço dos desejos, a gente dá uma mijadinha e faz um pedido. Quando o Tuco terminava a frase, duas senhoras voltando da feira, entravam na viela e fraguandoos. Fazendo com que ambos saiam mijando andando e tentando fechar as calças. Uma das senhoras grita. Seus mau educados, sem vergonhas, não tem banheiro na casa de vocês não ? Eles corem rindo quase não se agüentando em pé, corem até a calçada onde ficava o aro de basquete e se sentam para recuperar o fôlego, As duas senhoras aparecem no fim da viela, e sobem a rua a esquerda, gesticulando e mexendo a boca, que de longe, não dava para entender nada, para a sorte deles. Já tomado o fôlego. Eles olham para o aro de basquete, preso no poste, e como mais um gesto sagrado . Eles pulam para se pendurar no aro, simulando uma jogada de basquete,( a enterrada). O Leco como ele é mais alto que o irmão, consegue com sucesso, agora o Tuco so encosta as pontas dos dedos no aro e já se dá por satisfeito, e fala. Vamos Lecão, nós ainda temos que chamar o Dib o Lu e se o Urucka não aparecer temos que ir até a casa dele e rezar para que o Juca, já esteja ai. Como a rua em frente ao aro de basquete, dava caminho para a casa do Dib. Tuco dá a idéia! Eu vou lá chamar o Dib e você chama o Lu , falou? Falou então vai, que eu estou indo chamar o Lu. O Tuco entra a rua a esquerda e começa a subir a rua em direção da do Dib. No caminho ele foi pensando.

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Tomara que não seja, o viciado do Primo dele a atender a porta, eu não suporto aquele cara, só de olhar para aquela cara de viciado, dá vontade de dar um monte de soco nele, não sei como o Dib agüenta. O cara rouba as coisas dele, e ele só dá ums socos, de vez enquanto, ainda o primo dele faz um inferno na casa da vó dele, chinga ela, não deixa ninguém dormir, não trabalha, só dá prejuízo . Tuco já se encontrava, na frente do portão da casa do Dib. E pensa.

E agora o que eu faço ? - Já sei, vou jogar pedrinhas na janela , assim ele aparece na janela e eu não vejo o primo dele. Tuco se abaixa e pega cinco pedrinhas no buraco que havia na calçada. E joga a primeira - errei !! Joga a Segunda - acertei !!! Dentro do quarto do Dib faz um barulho imenso. Que acorda ele. Dib se levanta, olha pelo friso da janela, no momento que o Tuco lançava a terceira pedra. - acertei de novo !!! Dib toma um susto . e raciocina . Ah é o Tuco, vou sacanear ele, vou ligar o radio e fingir que não escutei, as pedradas na janela. Dib volta para a cama e liga o micro sistem, que ficava do lado a cama , na mesma musica que o Tuco ouvia de manhã. Do lado de fora, Tuco percebe a musica. Que música é essa? -é “Beastie boys” .Por isso que ele não esta me escutando, vou Ter que chamar, não vai Ter jeito. - Eu pensei que o primo dele já tinha roubado este rádio, e trocado por pó, faz tempo, ainda bem que não , mas se ele não tomar cuidado, vai virar pó mesmo. E o Tuco dá um grito, chamando o amigo. Diiiiibbbbb!!!!!!!! A porta da sala começa a se abrir e fechar, a abrir e fechar de novo , e fechar e abrir mais uma vez e fechar outra vez. Ué ? o que será que está acontecendo, com a porta? Derepente, aparece a vó do Dib, na porta, falando e xingando ao mesmo tempo o primo dele o “Edu”. Sai solta a porta, seu merda, não é a policia não, e nem nenhum traficante, querendo te matar, e o Tuco, amigo do Dib.

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Oi Tuco ! Oi dona Amélia, o Dib está dormindo ainda? Está sim. Posso acordalo, dona Amélia? Sim é lógico, só não repara a bagunça. Que isso dona Amélia. Ao entrar na casa do Dib, Tuco se depara com o primo do Dib, que estava com os olhos vidrados e com a boca torta de tanta droga, que ele tinha tomado. E quando ele ficava doidão, ele tinha mania de trancar tudo, com medo de que alguém fosse pegalo, os traficantes por causa do dinheiro que ele devia para eles, ou a policia procurando para saber se ele teria roubado alguém, ele tinha muito medo de levar outro tiro então ele ficava assim. Uma vez ele levou um tiro de um traficante, que queria o dinheiro que ele devia para ele. Ma ele levou esse tiro foi por ser tão arrogante. O traficante chegou apontando a arma para ele, querendo intimalo, mas ele tomou a arma do traficante e a jogou no chão , saiu andando como se nada estava acontecendo, o traficante se levantou pegou a sua arma e deu quatros tiros na sua direção, para a sorte dele só um o acertou no ombro e varou, sem pegar nenhum órgão letal, mas fez um belo de um buraco, no ombro dele, esse traficante era vesgo, ou não queria matalo, depois deste susto ele ficou com essa mania de se esconder e trancar tudo pela a sua frente, como uma vez que ele estava tão doido, que escutou um barulho no quintal, coreu subiu as escadas, subiu no sótão, se escondendo dentro da caixa d’água, é um imbecil mesmo. E logo que o Tuco entrou, o doidão correu e trancou a porta, com chave, trinco e uma cadeira, e ainda ficava perguntando. Eles estão aí fora? - Chiuuu!!! Com o dedo na boca pedindo silêncio. Oh, eu estou ouvindo, eles estão aí fora e vão me pegar. O doido subiu as escadas correndo e se trancou dentro do guarda-roupas. Que bicho doido dona Amélia ! (exclama o Tuco ) É você não viu nada, esta noite ele não deixou ninguém dormir, ficou a noite toda perambulando. Um inferno!. Você não imagina quanto. Como que a senhora agüenta isso? Ah não sei. Com a idade que a senhora tem, não devia estar passando por isso. Vai lá chamar o Dib logo. Tuco começa a subir as escadas, Dib escuta que ele está subindo e se esconde, no fim da cama, embaixo do primeiro colchão, e no meio do segundo colchão que era mais curto . Tuco abre a porta do quarto, olha para a cama, não vê ninguém, só o radio tocando outra musica dos Beastie boys, e pensa. Ih, eu acho que ele já foiiiiiii!!! Neste exato momento, Dib dá um baita susto nele, levantando o colchão e jogando em cima dele.

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Caramba meu!!! Pensei que fosse o doido do seu primo . Há, ha, há, ha., há, te assustei trouxa. É, vai logo, já estamos atrasados para ir fazer o grafite, vai logo se troca! Sentado na cama do pai do Dib, que ficava no meio do quarto e a do Dib encostada na parede, toda grafitada, Tuco espera o amigo se trocar e observa o resto do quarto, algumas pixações que tinha nas paredes, e outros grafites pequenos pelo quarto todo. Para de ficar viajando e me ajuda procurar o meu tênis, que eu não estou achando. Ele estava aqui ontem a noite, tirei-os e os deixei aqui, perto da cama, mas não esta aqui e em lugar nenhum. Meu Primo!! Ele deve de Ter pego e vendido para comprar droga. É, ele está bem doidão deve de Ter pego mesmo e vendido ou dado a preço de banana, por um ou no máximo dois papelotes. Filho da puta !!! vóóó, esse viado vendeu o meu tênis, não quero nem saber eu quero outro . cadê a mãe dele? Ela está na cozinha, vai falar com ela Tuco dá um idéia nada boa. Vamos encher ele de porrada, agente tira ele do guarda-roupas e enche ele de porrada, vamos, vai. Não adianta, mais que esse filho da puta, já apanhou, não adianta só matando. É isso !- Vou matar esse viciado do cacete. Dib pega outro tênis velho, que com certeza este seu primo não pegaria para vender, por que era muito velho mesmo, todo rasgado e colado com silver tape. E desce do quarto em direção a cozinha gritando. Eu não agüento mais, eu vou matar esse filho da puta, a hora que eu voltar, se o meu tênis não estiver aqui, ou outro no lugar dele, vou pegar o revolver emprestado de um amigo meu , e mato ele. Só assim isso vai Ter fim.- Tchau , estou saindo agora, não esquece do que eu disse . A vó pergunta , não vai tomar café ?- Não sai assim emjejum, faz mal e não é bom atrai coisas ruins. Ah vó me deixa perdi até o apetite, vamos Tuco. Saindo pelo portão ele escuta mais uma vez. Toma café menino.

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Ele olha para traz para a vó e continua andando, entrando a primeira a esquerda em direção a casa do Lu. Tuco pergunta ? Você vai matar mesmo o seu primo?- Por que se for matar ele, me chama que eu te ajudo, iria me dar muito prazer matar aquele viciado. Ah cala a boca! É só para dar um susto neles, para ver se eles se tocam .Você acha mesmo que eu iria matar o meu próprio primo? Pelo o que ele te faz, não duvido que você tenha um a reação e de um tiro nele. Antes dele entrar nessa, ele era como um irmão para mim, um irmão que não tive. E não é culpa dele de estar assim hoje em dia, ele é só mais uma conseqüência, da violência, uma vitima dos traficantes. É que no começo eles dão de graça, depois que você vicia, ai meu irmão , sua vida já era, você se torna um perfeito laranja, por isso que eu falo . nem sempre é bom ser esperto, não julgo ninguém, por que eu não sei o meu dia de amanhã. Posso cair nessa também, sem perceber, não sou melhor que ninguém. Já chegando na rua da casa do Lu, eles avistam o Leco e o Juca, sentados na calçada da dona Bete, encostados no muro, onde tem um grafite bem grande feito por eles, escrito “Master” da outra esquina, eles avistam o Urucka chegando também, e chegam juntos. Se comprimentam, com um comprimento inventado por eles, para se diferenciar, e lembrarem quem são.

O comprimento era assim , eles cruzam o dedinho por baixo como uma senha, e apontam o indicador, um para o outro, que quer dizer. Eu te protejo, você me protege. Depois de todos terem se cumprimentados. O Urucka, Dib, Tuco , perguntam juntos. Cadê o Lu ? ainda não acordou? O Leco e o Juca, juntos também respondem, balançando a cabeça dizendo que não.- Ainda não já chamamos três vezes e ninguém apareceu. Vamos chamar todo mundo junto, ai vamos ver se ele não acorda.(fala o Dib) Vamos lá vai no três. Um ......Dois......Três..... LLLUUCCIAANNOOOO !!!!!!! Nossa agora até os defuntos, vão levantar.( diz o Tuco) Todos riem. A mãe dele vai xingar ( avisa o Urucka) Dito e feito, o vitró da sala se abre, e aprece o Lu todo despenteado , gritando com a mãe dele. Não enche, vai pentear cabelo, já estou atendendo. A mãe dele aparece na entrada da sala. Moleque! Fala direito comigo, eu sou sua mãe, e exijo respeito. E a mãe dele chama o pai dele. Pasquale, vem dar um jeito no seu filho, homem emprestável. Lu olha para os seus amigos e fala. Vocês são foda em, caramba tem que gritar assim, sabe que a minha mãe enche o meu saco, droga! Tuco retruca. Se você não fosse um bela adormecida, nós, não iríamos, precisar gritar e vai logo, que já estamos

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atrasados. Eu não vou demorar não. Vinte minutos depois. O Dib reclama . Caramba meu não agüento mais esperar, vou subir e apresalo. Dá licença, dona Neuza, posso ir lá chamar o Lu de novo. Claro... Se não apressar ele fica até amanhã no chuveiro, sobe por aqui, a porta do fundo do quarto está aberta. Obrigado. (Dib agradece) Já na porta do quarto. Caramba meu, você ainda está no chuveiro? Estou saindo. Responde o Lu . Lu sai do banheiro, dá uma pensadinha, olha para a cama onde estava a sua roupa, para se vestir, nos mínimos detalhes, a camisa esticadinha, a bermuda em baixo da camisa, as meias do lado, uma do lado das outra e a cueca do outro lado. Que frescura !!!!!! Anda logo meu. Lu termina de se vestir, dá mais uma pensadinha, e diz. Falta o boné , vou pegar o boné do meu irmão. Ele entra no quarto do irmão, nas pontas do pé e pega o boné, sai do mesmo jeito que entrou, mas seu irmão acorda. O que você quer aqui moleque? Me empresta o boné? Não você vai estragar o meu boné, que nem usei ainda. Não vou estragar não, prometo. Tchau. Dib vai lá pegando as tintas que eu já estou descendo. O irmão dele se levanta xingando, e reclamando com a mãe. Mãe esse moleque pegou o meu boné, ele vai estragar, e se ele estragar a senhora vai me dar outro, droga esse moleque não me deixa em paz um minuto, pareço o pai dele, não sou o pai dele não, ( como o Maurício era cinco anos mais velho, que o Lu. As idéias deles não batiam e eles não se davam muito bem.) Eu não agüento mais as brigas de vocês dois, estou de saco cheio, vocês não me deixam trabalhar direito, ficam me atormentando o dia inteiro, vocês dois nem parecem irmãos, parecem mais dois rivais. Enquanto isso o Lu e o Dib iam saindo de fininha, com as tintas e as latas de splays, pela escada. Mas a mãe dele percebe e grita. Moleque se você estragar o chapéu do seu irmão, você vai se ver comigo, praga de moleque que não me dá um minuto de sossego. Ah!!!!!!!!(Resmunga o Lu) Ah!! O que seu moleque. Me respeita que eu sou a sua mãe. Lu sai para a rua meio desorientado. E o pessoal exclamam. Finalmente!!!!!!!!! O ônibus Vai , vamos logo fala mais uma vez o Tuco. Eles dividem as tralhas que irão levar. E cada um pega um pouco de coisas. Estamos todos aqui, vamos nessa finalmente. ( fala o Tuco). Vamos pegar o Itaim, (106-A) . que é mais fácil, para descermos por trás. ( sugere o Urucka). E todos concordam. Vamos pegar o ônibus em frente o fliperama do Zé, é mais perto. ( sugere o Leco) . E novamente todos concordam. O Juca Percebe o Dib, meio chateado e pergunta. O que você tem irmão? Está meio chateado, o que foi? , conta aqui para o irmão. Ontem a Vaninha, falou que não queria mais nada comigo, que ela não gostava mais de min.- Eu falei tudo bem, então está terminado. - Eu pensei comigo, tudo bem mesmo. Por que eu estava com três, ainda me sobraram duas, uma não vai fazer falta. - Mas hoje não sei eu acho que gostava dela um pouquinho. O Lu ouvindo a conversa, e ouvindo o amigo dizer que gostava um pouco dela, o olhou com um

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olhar meio estranho e como quisera dizer alguma coisa. O Dib e o Juca entranharam o comportamento do amigo mas não entenderam . Que horas foi isso ontem? ( perguntou o Urucka) Por volta das 09:30 hrs da noite. Por que ? ( respondeu e perguntou o Dib). Eu vi a Vaninha, ontem na casa do Lu as 10:00 hrs .( Respondeu o Urucka) O Lu entra na conversa. Dib eu tenho que te falar a verdade, afinal de contas nós somos amigos e eu nunca te trairia. - Ela chegou em min, ontem de manhã e se declarou, para min dizendo que, gostava de min e queria ficar comigo, que ficou com você só para se aproximar de min. - Foi ai que eu disse para ela, eu só fico com você quando você terminar do Dib. A conversa é interrompida . por que eles estavam passando pelo aro de basquete, e como sempre, como um ato sagrado. Todos deixam as tralhas no chão, e um por um pulavam , tentando alcançar ou se pendurar no aro de basquete. E como sempre, o Juca , Leco e o Urucka conseguem se pendurar. O Dib o Tuco e o Lu , se contentam em só relar as pontas dos dedos no aro. Depois de todos pularem eles continuam o caminho , virando a direita subindo a rua da casa do Dib. Lu voltando o que estávamos conversando, eu gostei da sua atitude, você foi honesto comigo, se ela não gosta de min e gosta de você é melhor assim, não é. Está doendo um pouco é natural mas eu preciso dizer isso para você.( sentindo o coração apertar Dib fala para o Lu ) Então quer saber de uma coisa, fica com ela, vai fundo namora com ela, eu não me importo mais, assim se torna mais fácil para min. Ainda me sobraram duas a Katia e a kelly. - Não é justo eu ficar com três e você sem nenhuma, além do mais sendo que ela gosta de você e não de min . E neste exato momento o Leco corta a conversa. E pergunta? Aquela na garupa da moto não é a Katia ? É sim é ela e o namorado dela. Ela tem namorado ? ( pergunta o Leco) Tem sim, eu não tinha te contado, que eu era o outro, ela namora este cara a ums três anos, ele é bem playboy, tem carro, moto , ela só está interessada no dinheiro dele, e por isso fica comigo. E você como que fica quando a vê saindo na garupa do namorado dela depois de ficar naqueles amassos, dentro da escola. (Pergunta o Juca) Eu não sei explicar, é uma sensação de ser usado e depois jogado fora, entende? Não , não entendo, se isso te faz mal, para com isso, está mina não vale a pena o seu sofrimento, ela só está tirando uma casquinha com você, esquece ela . ( fala o Tuco ) Eu gosto um pouco dela também, mas você tem razão, tenho que tomar vergonha na cara, e dar um basta nisso, eu vou dar o ultimato nela, ou eu ou o outro, para quem já perdeu uma perde mais u........ Antes que ele terminasse a frase, tomou um empurrão. O Dib parou e olhou para ver quem o tinha empurrado. Era o Gentil, dono de uma oficina mecânica e maconheiro nas horas vagas. Que cismava que tinha sido o Dib, que tinha pichado o seu murro.

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Que foi meu ficou louco? (Pergunta o Dib) Não, não fiquei louco, eu quero te avisar, que eu vou mandar pintar o murro e se o murro aparecer pichado, eu vou atrás de você. Já te falei que não fui eu que pichei o seu murro, já não estou mais nessa, já fazem três anos, desde que o Necrop`s morreu. É se estiver mentindo o seu fim vai ser igual ao do seu amigo. O Dib se irrita com o que aquele homem disse, e parte para cima dele dizendo. Como é que é seu cuzão, não tenho medo de homem nenhum, se você é valente assim como você diz , caminha, vamos sair na mão agora só eu e você. O homem chegou bem perto do Dib, quase encostando nariz com, nariz, que dava até para um sentir a respiração do outro. O homem percebe que o Dib não se afastou e que não estava brincando e que estava pronto para partir para a briga mesmo. E se sentiu intimidado, e começou a tirar uma coisa do bolso, da calça. Era um canivete. O Dib ri, e fica olhando ele armar o canivete, deixando o pronto para furar alguém. Foi então que o Dib disse. Você acha que eu tenho medo disso. - Tenho mais medo disso no chão do que na sua mão. Você é homem mesmo? Dib levanta a camisa, até a altura do peito e diz. Se você é homem, enfia essa merda aqui, vai seu cuzão. O homem se sentido humilhado e com um ódio ardendo. Tenta acertar o Dib, que não se mexeu, foi ai que o Tuco o puxou tirando-o da mira da punhalada, que passou raspando da barriga do Dib. Neste mesmo momento o Lu se agacha, pega umas pedras e começa a atacar no homem, fazendo com que ele corre-se, e se esconde-se dentro da oficina dele. Não deixando barato, todos pegaram pedras e começaram a pedrejar a oficina, do Gentil, causando muitos prejuízos, para ele, só que o Lu acertou um carro que passava na hora, que não tinha nada haver com a história, e eles tiveram que sair correndo, sem esquecer nenhuma das coisas, que eles

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carregavam. Para a sorte deles, bem naquele momento vinha passando, o ônibus, que eles iriam pegar. Dão sinal, para que o ônibus para-se e entram rapidamente no ônibus, sem que ninguém, percebesse, onde eles entraram e conseguem escapar. Já passado o tumulto e o susto eles se sentam nos últimos bancos e dão muita risadas . - Você viu a cara do cara quando ataquei a primeira pedra, e quando destruímos a oficina dele.(Diz o Lu) É bom. Para ele não mexer mais com a gente.(falou o Dib) Nos pegamos o ônibus? Eu nem olhei, fui entrando junto com vocês.(pergunta o Tuco) Eu olhei.(responde o Juca) - É o 106-A, Imirim - Itaim. É o 106-A mesmo. (afirma o Dib) - E para esquecermos o que aconteceu, que tal o Urucka, tocar uma gaita para a gente. - Você trouxe a gaita Urucka. Trouxe sim . Então o que esta esperando ? Toca para a gente se distrair. (Fala o Leco ) Urucka tira a gaita do bolso, dá um assopro nela, para limpa-la, e começa a tocala. Todo mundo no ônibus, fica olhando o Urucka tirar algumas melodias da gaita. Os passageiros olham com admiração e sem repressão . Um senhor, sentado no banco da frente do deles, do lado esquerdo do ônibus, encentiva dizendo. O rapaz é muito bom mesmo, continua. E o Urucka continuava tocando. O Tuco começa a acompanhar, fazendo beat box,(imitar uma batida de bateria com a boca) e o Dib e o Leco, cantam a letra de rap, do 106-A e começa aquela bagunça, dentro do ônibus, eles se penduram nos corrimão do teto do ônibus, e ficam de ponta cabeça e cantando o rap. Que a letra é assim.

Sou um pobre usuário, agora vou falar. Desta linha de ônibus, que é o 106-ª Imirim ,Itaim pra você pra min, lotação esgotada do início ao fim. Deficiência de ônibus sempre estão atrasados. Esta droga de ônibus, vive o dia inteiro lotado Ora cobrador vê se não me amola. Esta droga de ônibus é o ultimo a por ônibus E a primeira a por gaiola. Ora motorista vê se não enche o saco. Esta desgraça estremece toda quando passa no buraco. Vamos competir pra ver quem desce mais Se é pela porta da frente ou pela porta de trás Pessoas competindo por um lugar . Se não conseguir, só resta encouchar. É difícil de sair e difícil de entrar. Passa das seis horas entra em recesso . Não para em nenhum ponto, como carro expresso Eu quero tomar transporte não quero tomar bagulho Inferno da Zona Norte, Centro, Nove de Julho. O Dib termina a musica, fazendo scratch, com a boca. - Esta musica, foi o Urucka e o Barreto, que fizeram, para tocarem no Fecalp do ano passado. E ficaram na 3º posição do festival da canção Leme do Prado. Lembram ? ( pergunta o Dib) Todos se calam, no exato momento em que o ônibus passa em frente de um grafite feito por eles, na esquina da avenida: Alfredo Plujol com a avenida Cruzeiro do sul. Onde está escrito “Imirim” O bairro deles.

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E como um gesto sagrado, todos ficam em transe olhando o grafite, era como se o ônibus estivesse em câmera lenta . Eles não piscam , prestam atenção em cada detalhe, em cada cor , conseguem ver tudo isso com o ônibus a 40 km por hora . E só retornam a falar de novo, depois que o grafite some de vista. E comentam entre si. - Aquele detalhe da pintura da letra ficou muito boa.( se gaba o Dib) - A letra que ficou muito boa, por que foi eu quem fiz ( O Lu também se gabando ) - O personagem ficou mais ou menos , não é Urucka, pelo menos nós tentamos( fala o Juca) o Tuco brinca . É Lecão, como sempre só sobrou o fundo para nós, mas ficou bom também . O Tinho comentou comigo, que está letra ficou muito boa, mas que nós tínhamos que melhorar no personagem ( fala o Dib) O que , que o Tinho está falando. Nós começamos a grafitar, primeiro do que ele. Nós que tínhamos que dar palpite nos grafite dele.( resmunga o Tuco como sempre) Ele não falou por mau, ele só estava comentando comigo, numa boa, como eu também falei dos defeitos do grafite dele.( explica o Dib) Essa droga de ônibus, está indo muito devagar, já era para termos chegado lá, na Paulista.( reclama o Tuco) Por que você está com pressa Tuco? ( pergunta o Juca ) É por que a zoiuda da Carla, não veio, e ele quer ir logo, acabar cedo e voltar para os braços de sua amada.( fala o Lu tirando um sarro com o Tuco ) E todos juntos começam a chamar o Tuco de dominado. Dominado, dominado, dominado. Tuco olha para o Dib e diz. O que você esta dizendo, você também é. Eu não sou nada, agora eu só tenho a Kelly, Segunda feira, eu vou encostar a Katia na parede, e dizer para ela, ou eu ou ele. É lógico que ela vai preferir o japonês, ele tem carro, moto, e dá tudo do bom e do melhor para ela. Eu não tenho porra nenhuma, sou um pé de chinelo, e ela não quer ficar com um pé de chinelo. Que garota iria querer ficar com um pé de chinelo? Me diz, qual garota? É o que eu vou falar para ela na Segunda-feira, se ela ficar comigo, depois de eu falar isso para ela , é por que ela realmente gosta de min. Não é verdade? A briga com os motoristas O Leco interrompe a conversa, para planejarem como iriam descer pela porta de trás do ônibus, para não pagarem a condução. O ônibus já estava passando por dentro do túnel do Anhaguabau. Nós iremos descer no próximo ponto ou esperar um pouco mais próximo da Av. Paulista.( pergunta o Lu) Acho melhor descermos , aqui na Praça da Bandeira, por que lá para cima é muito difícil subir alguém, neste ônibus. ( fala o Dib)

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É e a gente sobe o resto a pé pela augusta.( complementou o Juca ) O ônibus para em um farol para pedestres, a uns 10 metros do ponto de ônibus e ninguém no ponto se manifestou, com a intenção de que iria tomar este ônibus. Acho melhor arrombarmos a porta do ônibus.( disse o Dib) Mas antes que ele terminasse a frase . o Lu já estava em posição para arrombar a porta e grita. Me ajuda aqui, está difícil . O Dib e o Leco pulam, para ajudalo, e cada um no ferro de proteção do vidro e puxam. A porta se abre. Como o ônibus estava na faixa do meio da rua, um outro ônibus percebendo o que estava acontecendo, encosta o ônibus o mais próximo possível da porta para tentar impedir, que eles descessem, sem pagar a condução . Mas mesmo assim o Dib pulou e conseguiu sair, o Lu e o Leco pularam atrás, e também conseguiram descer, mas como outro ônibus chegava cada vez mais perto o Leco teve de soltar a porta. As portas se fecharam , deixando o Tuco, Urucka e o Juca dentro do ônibus. O semáforo se abre e o ônibus anda, mas para no ponto, pois havia gente para descer naquele ponto. Alá o ônibus parou no ponto. ( disse o Dib) Vamos correr arrombar a porta por fora e ajudar os caras a descerem . ( disse o Leco ) Eles correm em direção do ônibus e arrombam as portas, para que os três descessem, mas quando Juca acaba de descer, o motorista havia descido do ônibus e agarra o Dib por trás. O Dib se debate e consegue se soltar do motorista, e começa a brigar com o motorista, mas o que eles não esperavam, era que aquele ônibus que tentou, fechar a porta para eles não descerem, estava reservado, para levar alguns motorista e cobradores até a garagem, e parou atrás do ônibus para ajudar o companheiro, desceram mais ou menos uns vintes cobradores e motorista, e corriam em direção do Dib que brigava com o motorista do primeiro ônibus, onde o primeiro que desceu, correu e deu um soco no Dib, pegando- o desprevenido, mas mesmo assim o Dib revidou o soco, mas veio outro, e o chutou por trás fazendo, com que o Dib se desequilibrasse um pouco , mas não o suficiente para derrubalo e impedir que revidasse o soco novamente.( O Dib usava um anel de uma caveira no dedo bem grande, que ocupava o dedo inteiro) e o quebrou na cara, do que te chutou, mas o negócio tinha ficado preto, preto não, azul mesmo tinha uniforme azul para tudo quanto era lado. E mais outro motorista empurrou o Dib fazendo com que dessa vez caísse, completamente, e tentando se levantar rápido, para não ser massacrado, cambaleando um pouco, devido da rapidez que tentou se levantar, e os motorista o empurravam de novo para que caísse . O Leco percebendo o amigo em mais apuro do que ele, corre para ajudalo, dá um pulo e acerta um bela de uma pesada, em um dos caras que empurrava o Dib, fazendo com que ele caísse por cima dos outros motorista, e chamando a atenção para ele, dando tempo para que o Dib se levantar e recuperar, para fugir e gritar para o amigo . Sai fora, corre que o negócio tá ficando feio para o nosso lado, estamos em desvantagem . Derepente, eles escutam o Lu gritar. Dib , Leco, me ajudem . Um dos motoristas estava, segurando o Lu, mas quando o motorista vê, o Dib e o Leco indo em direção dele, ele afrouxa um pouco , deixando com que o Lu escapasse, mas na hora do Lu se abaixar, para escapar, ele bate a aba do boné, no braço do motorista e deixa, cair o boné do irmão e

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como nessa mesma hora estavam chegando mais motoristas, eles tiveram que fugir deixando o boné lá . Como o Tuco , Urucka, e o Juca, desceram e correram para o viaduto, não viram o que estava acontecendo , e deixando o Dib, Leco e o Lu , sozinhos, para brigarem com vinte e poucos homens, e tiveram que fugir mesmo, sem pensar duas vezes. Correram de encontro aos outros três. Quando se uniram , pararão e ficarão, esperando para ver se os motorista vinham atrás deles, olharam mas adiante e virão , o ônibus indo embora e no reservado os motoristas e cobradores entrando no ônibus, e indo embora também e levando o boné do irmão do Lu. O Leco olha para o Tuco, e fala. Pó meu, por que vocês não nos ajudaram? Nós não vimos, só fomos perceber, quando chegamos aqui e olhamos para trás e vimos vocês tentando escapar, já era tarde. Tinha com uniforme azul para todo quando é lado e não parava de chegar mais, pareciam que estavam todos os motoristas e cobradores de São Paulo, naquele ônibus reservado . ( falou o Juca ) É deixa pra lá. ( raciocina o Leco) Perdi o boné do meu irmão, ele vai me matar, não quero nem ver a hora que ele descobrir, que perdi o boné dele. Depois você compra outro para ele, naquela banca na avenida Rio Branco , Lu. ( sugere o Juca ) É deixa pra lá . ( lamenta o Lu) Eles começam a caminhar em direção da rua augusta.

Não andaram nem 500 metros , e o Tuco já reclama . Estou com cede e fome é já é quase 11horas. Na próxima esquina tem uma padaria, nos vamos lá e compramos doze pãezinhos e quatrocentas gramas de mortadela, mais uma coca de dois litros. Eles compram o s critutes, andam até uma esquina onde havia uma escada, se sentam, e ali mesmo sem nenhuma sirimônia, cortam o s pães com as mãos mesmo , colocam as fatias de mortadela dentro do pão, e mandam ver, com alguns goles de refrigerante. Feito o lanche , eles continuam seus objetivos . O grafite

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falta só um quarteirão, e já é a avenida Paulista .( fala o Urucka ) chegando na avenida Paulista . eles passam por cima do complexo do túnel, observando o que acontecia dentro e procurando um espaço legal para eles fazerem o grafite deles. E entram no túnel pela avenida Doutor Arnaldo , dando a volta toda por que eles, viram , do outro lado , um grafiteiro fazendo um grafite enorme na entrada do túnel , mas não era o estilo deles, era um pouco mais puxado para artes plásticas, os desenhos meios estranhos, era um super homem, barrigudo correndo de uma mulher, um cachorro sem movimento, com uns marcianos, misturados. Já dentro do túnel , no momento que eles passavam pelo grafiteiro, que fazia aquele grafite, eles escutam . Isto que é grafite galera . ( era o Ruí Amaral, um artista plástico e grafiteiro também ) Eles passam pelo artista e nem dão atenção, para ele . Tuco resmunga . Grafite ! para min isto não é, desenho estranho, todo torto. Tuco cada um tem o seu estilo próprio, cada artista faz o que bem entender, o que quiser, convêm outros artistas olharem e respeitarem o trabalho de outros artistas . ( explica o Dib) No exato momento que eles passavam por outro artista plástico que jogava tinta chapiscando na parede e uma mulher com u pincel dava a forma, nas tintas jogadas, pareciam um monte de cabeça colada umas nas outras . Olharam o túnel num todo e observaram que tinha, grafiteiro dos dois lados do túnel . Será que sobrou espaço para nós . ( pergunta o Leco ) Vamos andando talvez do outro lado tenha espaço par a gente . ( responde o Lu) Chegando na saída do túnel para a avenida Paulista, havia bastante espaço ainda .

Aqui está bom!(exclama o Juca) É. Aqui está legal, nós iremos fazer aqui, e deixamos este outro espaço, para o Speto . Você ligou para o Speto, Lu? Liguei sim, e ele falou que viria e iria chamar os Gêmeos, Binho e o Tinho. No exato momento, que eles vinham chegando. E vieram com eles o Zelão e o Victhie também. Tem espaço? Para todo mundo aí? ( pergunta Os Gêmeos) Tem de sobra .(responde o Urucka) Legal então vamos começar a nossa arte. (exclama o Binho). Eles dividem os espaços na parede, planejando fazer um fundo só, e cada qual começam a fazer a sua arte. Os Master, desenham um personagem e uma letra escrito São Paulo e Art. de Rua ,com um outro personagem no final, que era um policial, de arma em punho, com a seguinte frase. “Violência gera violência”. Os Gêmeos desenham três personagens, e uma letra escrito Gêmeos. O Speto desenha uma mulher. O Binho desenhou um cavaleiro montado em um dragão. O Tinho faz um jogador de futebol americano e escrito Tinho. O Zelão fez um monte de personagens, em volta da sua letra, escrito Zelão. O Victhie faz uma letra bem grande estilizada, escrito Victhie.

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Do outro lado do Túnel , Os Mix Paint, que era continuação dos Master, formados por amigos que andavam juntos, como o Instem, Mulambo, Adnã, Alé e Estevam, fazem um grafite imenso, do lado do artista plástico Sérgio e do Juneca que desenhava um padeiro com um bolo na mão com as velas da idade do aniversário de São Paulo.

Enquanto eles faziam os grafites, se descontraem, um pouco dançando break. O Dib e um dos Gêmeos, começam a dançar ali mesmo na calçada do Túnel. Um dos Gêmeos da um moinho, naquele chão desacreditável, e o Dib faz alguns passos para completar. Todos faziam seus grafites e conversavam de diversas coisas. O Zelão mostrava as suas tatuagens,

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onde uma das tatuagens era um grafite. Havia também uma amostra de carros antigos que passavam pela Avenida Paulista, comemorando a festa. Tinha muita reportagem, TV, radio, jornal, no local mostrando o evento, eles entrevistavam o pessoal fazendo grafite, perguntava para as pessoas o que eles achavam daquela arte urbana. Se embelezava a cidade? As pessoas diziam que era bonito e bom, alguns faziam comentários como. É melhor do que a parede sem cor ou toda pichada e colada cartaz. O grafite da uma vida para a parede, um colorido, as cores nos dá uma alegria, isso é arte pura com tendência de ser um novo estilo de arte contemporânea, como a Arte Moderna e outras que conhecemos, esses jovens podem algum dia serem reconhecidos como grandes artistas, de um novo estilo e nova técnica. ( comenta um cidadão muito simpático e inteligente). A repreensão do policial Alguns terminavam seus grafites e começavam irem embora. Estava ficando tarde e o grafite dos Master e dos Gêmeos não estava pronto ainda, mas eles não queriam parar e largar pela metade então continuavam. O Speto ficou com eles só tirando fotos e esperando o Gêmeos para irem embora juntos.

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O Túnel que estava fechado foi liberado e o trafego começou a fluir dentro do túnel. Foi quando, parou um carro de policia, que passava por ali por acaso e não sabia do evento. E mandou que todos encostassem na parede. E da geral em um por um e pergunta muito nervoso. Quem autorizou vocês a fazerem isto aqui. ( pergunta o Tenente da Policia) Para a sorte deles o secretário da Regional da Sé, ainda estava por ali. E quando viu aquela cena, veio correndo, se explicando para o policial. Eles estão autorizados pela Regional da Sé. Eu tenho a autorização aqui comigo. O secretário mostra a autorização para o policial, que se afastam um pouco para conversarem. Mas não dispensa ninguém, ficam todos ali parados com as mãos e o rosto virado para a parede. O Dib cochicha e canta baixinho um trechinho da letra de rap do grupo Código 13, para um dos Gêmeos . Policial é marginal esta é a lei do cão A policia mata o povo e não vai para a prisão Policiais reis da zona sul Vestido bonitinho com seus trajes azul O Dib para de cantar o tenente vinha voltando . O secretário continuava se explicando para o tenente. Isto é um projeto, que se chama “Grafite Arte Legal” onde tentamos transformar alguns pichadores em grafiteiros. E tem o apoio da prefeita Erundina. O graffite é uma arte muito descriminada ainda como o senhor pode ver, que até queria prender os meninos, mas um dia será uma grande arte reconhecida. O Tenente dado por satisfeito os libera e os avisa. - Já está escurecendo, deixa isto para outro dia, aqui a noite e muito perigoso, eu não quero passar aqui de novo e ver vocês aqui, por isso vão embora e terminam isto outro dia, durante a luz do dia. Todos concordam balançando as cabeças. O policial vai embora, eles ajuntam as sua coisas e saem dali. Já na avenida Paulista, Os Master, combinam outro grafite com Os Gêmeos e o Speto e se despedem dali mesmo, pois já estavam na esquina da rua Augusta com avenida Paulista, os Gêmeos iriam continuar em frente e Os Master, iriam descer a Rua .Augusta até a Praça Rosevelt, onde iriam tomar o ônibus Imirim -Shopping . O relógio marcava seis e meia. O encontro com o movimento Hip Hop Estou com fome. (resmunga o Tuco). Você só pensa em comer, parece um morto de fome. ( exclama o Leco ) . É mas eu também estou com fome, vamos ver o quanto nos temos de dinheiro, para ver o que da para comprar, para comer. ( fala o Urucka) . Contado o dinheiro. Nós temos CR$6.00 cruzados. ( contou o Juca). Dá para comprar uma pizza de mussarela na padaria.( comenta o Lu). Então o que estamos esperando, vamos logo comprar está pizza. ( apressa o Tuco). Eles compram a pizza, andam até o ponto de ônibus que ficava na praça Rosevelt, se sentam na calçada e ali mesmo, devoram a pizza, um de olho no pedaço do outro, para ver quem come mais rápido, para comer o que sobrou, mas o Dib divide, dá uma mordida para cada um, eles comem e lambem os dedos, pois uma pizza para eles era muito pouco.

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Eles cheiravam o cheiro pizza que ficou na mão, derepente eles percebem uma musica. - É Rap ! ( afirma o Juca) É mesmo ! ( confirma o Leco) Eles se levantam e procuram de onde estava vindo aquela musica, até que o Dib encontra. Achei vem ver, é um pessoal cantando Rap e outros dançando break. E todos corem para ver, ficam tão encantados com o pessoal cantando e dançando, que não percebem um sujeito que se aproximava deles, e pergunta para eles. O que vocês querem aqui ? Nada só estamos olhando, porque não pode ? olhar o pessoal dançar, que eu saiba estamos em um lugar publico, é embaixo da praça Rosevelt mas ainda faz parte da praça. O sujeito não gosta muito da entonação de voz do Dib, mas não revida a resposta e pergunta. Vocês gostam de Rap e break? É gostamos, nos somos grafiteiros, que faz parte do movimento Hip-Hop também. Vocês são grafiteiros ? espera um pouco aqui.

O sujeito desce a escada em direção do pessoal que estava dançando e cantando, conversa com outro sujeito e aponta para eles. IH ! IH ! acho que arrumamos treta. ( indaga o Juca). Eles estão vindo para cá, o que vamos fazer ? ( pergunta o Urucka) Nada vamos esperar e ver o que acontece, afinal somos homem também. ( fala o Dib ). O sujeito volta com mais dois. Um deles comprimenta. E ai, certo . Vocês são grafiteiros ? Somos. Qual o nome da gang de vocês? Nos somos da equipe Master de grafite. ( responde o Lu) Vocês que são Os Master? Que fizeram aquele mestre na Praça da Bandeira. É fomos nos .( fala o Lu) O sujeito se apresenta . Eu me chamo Rodney, sou grafiteiro também, vocês já viram a capa do disco do Thaide e DJ 1 , fui

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eu que fiz. Eu vi, está escrito em pé Thaide e Dj 1, em baixo com um desenho do lado e o DJ 1 está pulando na frente do grafite e Thaide com uma cara de mau na capa. É esse mesmo, eu também fiz na galeria da 24 de Maio e da Barão de Itapetininga, nas lojas de BBoy. Chegam mais eu vou apresentar vocês para o pessoal aqui, eles são do Sindicato Negro. Rodney desce na frente,( ele usava uma jaqueta grafitada na costa ), ele chama um outro cara. Ei MT. Bronx ! chega ai, vem cá. O MT Bronx vem de encontro deles. O Dib olha para ele e pensa.- A onde que foi que eu já vi esse cara? E lembra. - Foi na banca da avenida Rio Branco, ele estava comprando um boné também, ele trampa com aquelas bicicletas que tem um baú na frente, é ele mesmo. E ai vocês fazem parte do movimento HIP-HOP também?( com uma voz grossa pergunta o MT BRONX ) É fazemos parte do movimento. ( responde o Lu). O MT Bronx vai de encontro do pessoal que estavam dançando e cantando e pedem para pararem um pouco, todos obedecem, pede a atenção de todos e chama Os Master. Vem cá, ai pessoal este pessoal aqui são Os Master, eles são das ruas também, e fazem parte do nosso movimento HIP-HOP, eles fazem grafite pelas ruas da cidade, com o objetivo do movimento. Eu quero uma salva de palmas para eles. Todos batem palmas, assobiam e gritam. “VIVA O MOVIMENTO HIP-HOP” todos vem cumprimentarem eles um por um. puxa vida lá de cima não parecia que tinha tanta gente assim. ( pensa o Urucka). Depois de todos terem cumprimentados, o MT Bronx os chamam de canto para conversarem. Eu queria fazer um grafite nesta parede escrito “SINDICATO NEGRO” dá para fazer? Eles olham. - Dá sim ( responde o Lu) É só arrumar umas tintas e algumas latas de spray, que nos fazemos com muito orgulho.( fala o Lu ) Certo valeu . ( agradece o MT Bronx, e vai cantar um Rap) O Rodney vem conversar com eles. E o Thaide e o DJ 1, eles não aparecem aqui? ( pergunta o Dib) De vez em quando aparece. E Os Racionais, eles vem aqui também? Eles vinham, faz tempo que eles não aparecem por aqui, quem vinha mais era o kl DJ, eu acho que eles devem de estar fazendo muito shows por ai a fora, ou alguma coisa assim. O Urucka olha para onde o MT Bronx estava cantando, tinha um pessoalzinho curtindo, havia um moreninha linda no meio, que chamou a atenção dele. E pergunta. quem é aquela moreninha dançando. Eu acho que é a filha do dono da Zimbabwe . Ah só. ( responde o Dib). Tuco não se agüentando mais de ansiedade, para ver o seu amor. (Chama o pessoal para irem embora.) Vamos embora ! É vamos sim . ( responde o Dib) Só que eles não poderiam saírem dali assim, sem complimentar ninguém. E complimentam um por um das cinqüenta pessoas que estavam ali. Eles tinham um complimentam especial, que era assim. Você da a mão, puxa para trás raspando a palma da mão até chegar nos dedos, que curvados para frente em forma de gancho, se encaixam, daí você aperta com força. Complimentado todos ali, eles seguem os seus caminhos, em direção do ponto de ônibus. O retorno para casa Já no ponto de ônibus, esperando um com destino para o Imirim. Legal ! ( exclama o Lu). Semana que vem, nós iremos voltar, falô? É isso ai nós voltaremos.( concorda o Juca) Ò ônibus vinha virando a esquina. É o nosso ônibus. (avisa o Leco).

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Todos dão sinal e o ônibus para, eles sobem. É o Boy, o cobrador, e ai Boy? (Dib grita dentro do ônibus, para o cobrador que o reconhece e o complimenta também). E aí veadinho veio (diz o cobrador para o Dib) Todos riem. Esse cobrador é muito engraçado. ( comenta o Dib sinalizando para o cobrador). Então deixa a gente no ponto do colégio, lá no Peruche, no Garcia , lembra? O cobrador faz sinal de positivo. Eu não vejo a hora de chegar em casa, a tempo de ver o jornal Nacional, para ver a gente na televisão, e amanhã bem cedinho eu vou comprar os jornais que nos entrevistaram, para ver como ficou a nossa reportagem. ( comenta o Lu) Duvido que você acorde cedo amanhã, esqueceu que tem aquela festa, hoje a noite na Casa Verde. ( lembra o Juca da festa) É mesmo eu também tinha me esquecido? (fala o Urucka). E vocês não esqueceram que amanhã a tarde nós iremos fazer o grafite do Fly, para pagar a tatuagem que ele vai fazer para agente, esqueceram? Enquanto um trabalha no grafite outra já vai fazendo a sua tatuagem, para não perder tempo.( comenta o Dib) Deixa eu ver o desenho Lu. ( pede o Leco) Está aqui no meio da pasta deixa eu achalo, aqui está, é uma latinha de spray animada, com um M de Master dentro, Gostaram? Gostamos ! ( todos respondem).

Todos ficaram admirando o desenho. É legal, onde que nós vamos fazer.(pergunta o Juca) Que tal no ombro.(sugere o Tuco) Não. (respondem todos em coro) Que tal aqui no pulso esquerdo, se quiser mostrar tira o relógio e as pulserinhas, se quiser esconder coloca o relógio em cima. O que vocês acham? (pergunta o Lú) Legal, boa idéia. (concorda o Dib) E todos concordam.

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Está chegando o nosso ponto. (avisa o Leco) Já! (exclama o Tuco) É porque é sábado, e esta hora não tem transito por aqui. (explica o Dib que avisa o cobrador que será o próximo). Ei, Bói é o próximo. O cobrador apanha uma moeda da gaveta e bate no ferro a sua frente, um aviso muito usado pelos motorista e cobradores de ônibus, para deixar alguns passageiros descerem sem pagar a condução.(assim eles descem sem pagar pelas passagens). O ônibus para no ponto em frente ao Colégio e abre a porta traseira. Descendo assim um por um, agradecendo ao cobrador e ao motorista. Todos juntos fazem um sinal de positivo para o cobrador, que responde aos sinais, com um sinal de positivo também. Não falei que esse cobrador era legal.( fala o Dib). Chegando na rua dos Master, em frente a casa do Lu, todos se complimentam e cada um vai para a sua casa. O Urucka vai para a esquerda da rua, e o Dib, Juca, Tuco e o Leco, continuam no caminho oposto do Urucka. O Lu entra bem quietinho na sua casa, para que sua mãe não perceba que ele voltou sem o boné do irmão. Entra pela cozinha passa pela sala, sobe as escadas que dá acesso aos quartos e corre para o banheiro e suspira. Ufa !! ninguém me viu, por hoje eu consegui esconder, vou tomar um banho rápido me trocar e esperar os caras na rua, para irmos a festa. O Urucka entra na sua casa, não fala com ninguém , passa direto para o quarto, liga a televisão e

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fica esperando passar o Jornal Nacional, para ver se eles iriam passar na televisão, no noticiário. Nessa altura o Dib também havia chegado na casa da sua avó. Todos o olham entrar pela porta da sala assustados. Pensando se estava realmente armado e que iria cometer uma loucura, matando o seu primo. Seu Pai é o primeiro a vir ao seu encontro. Meu filho não estrague a sua vida não vale a pena se sujar por este bosta. Do que você está falando pai ? Você não foi buscar uma arma com o seu amigo, para se vingar do Edu, por ele Ter roubado o seu tênis ? Não, peguei. A avó vem de encontro dele também e o abraça beija e fala. Você é um menino bom, eu sabia que não iria fazer nenhuma bobagem. Você não pegou o revolver emprestado, Pegou ? Não eu nem vi o MCL hoje, eu falei aquilo para assustar o Edu. E assustou mesmo, ele foi dormir na casa da irmã hoje, com medo que você, fosse matalo. (explica a Tia mãe do Edu) Como que a Sandra o deixa dormir lá depois de tudo que ele fez para ela, roubando as coisas dela também? (pergunta o Dib ) Ela é irmã, sabe como é né, sangue do mesmo sangue e a irmã o ama muito. E sempre o perdoa. Eu também o perdôo Tia, eu sei que a culpa não é dele é da maldita droga, que ele bom nunca iria fazer uma coisa dessas, eu só ameacei ele, para ver se ele para com isso, dando um susto nele. Vou tomar banho que, eu vou sair depois a gente conversa mais. A tia balança a cabeça e vai para a cozinha e ele sobe para o quarto. O Juca chega na sua casa, com muita fome e vai direto para a cozinha, onde estavam a sua irmã e a sua mãe e pergunta. - O que tem para comer estou com muita fome e não da tempo de tomar banho agora, se não eu vou perder o Jornal Nacional. Nos vamos aparecer na Televisão mãe, fazendo grafite na avenida Paulista. Sua mãe lhe traz um prato com comida e um suco de maracujá, para ele que se sentava em uma almofada no chão olhando ansioso para a televisão. O Tuco e o Leco chegam em casa as 20:00 Hrs em ponto , e pergunta para a mãe que estava na cozinha de onde não assiste televisão, por que não enxerga, mas escuta tudo dali, fica imaginando tudo acompanha as novelas só de ouvido e até assiste filmes assim . Mãe já começou o jornal Nacional? Está começando.( responde a Tatiana irmã deles da sala ) Eles correm para a sala e sentam no sofá explicando para a irmã o motivo de tanta ansiedade para assistirem o noticiário. A mãe deles agradece a Deus pêlos filhos terem chegados sãos e salvos. A mãe do Lu o chama para jantar. Luciano vem jantar seu pai fez pizza . Como o pai dele era italiano, sempre fazia pizza aos sábados. Estou indo mãe. ( responde o Lu, pensando em ir assistir o noticiário na cozinha, onde havia uma

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pequena televisão, daquelas importadas do Paraguai. Ele desce para a cozinha, pega um prato coloca dois pedaços de pizzas e se senta no banquinho, que ele puxa de baixo da mesa, onde estava a pequena televisão e já estava passando o noticiário e pergunta para a mãe . Começou agora ? Já faz uns cinco minutos que começou.( responde a mãe) No momento que a repórter anuncia. Hoje São Paulo faz aniversário, em São Paulo houve muitas comemorações e homenagens pela cidade inteira. No tradicional bairro do Bexiga, fizeram um bolo com 437 metros e na avenida Paulista onde hoje também faz aniversário e completa 100 anos e aconteceram vários shows e homenagens . como o complexo viário , que foi todo grafitado, por rapazes organizado pela prefeitura e patrocinados por algumas empresas, vejam imagens de hoje a tarde . E na televisão aparece o Dib em cima de uma escada, pintando e o Lu em baixo pintando também. olha lá mãe, o Dib e Eu na televisão. Na imagem seguinte aparece o Tuco, Leco, Juca e o Urucka, todos trabalhando no grafite do lado. Sou eu e os caras, nossos cincos segundos de fama. ( Urucka grita sozinho no quarto ). A avó do Dib o chama. Vem ver vocês estão na televisão . Dib desce correndo e ainda pega um pedacinho da reportagem. Eu vi você em cima de um escada pintando e os meninos também. Legal! ( exclama o Dib). O Juca estava na maior festa na sua casa. Eu sai na televisão, eu sai na televisão. - Oba !! Ele abraçava a mãe e a irmã e derepente lembrou. - Eu esqueci de por para gravar. Ele ainda tenta gravar alguma coisa mas não dava mais tempo. E na casa do Tuco e do Leco. Viu Tatiana a gente na televisão, ouviu mãe a repórter falando dos grafites, apareceu eu o Tuco e os caras na televisão. Que bom filho, vocês gravaram? Gravar!!??? Não esquecemos, que droga. Depois dessa eu vou até tomar banho, viu Tuco eu vou tomar banho primeiro. Se você demorar muito eu vou ficar batendo na porta, ouviu! Enquanto o Leco Toma banho, o Tuco Muda o canal da televisão, para a MTV. Deixa onde estava menino, que eu estava ouvindo o noticiário e depois vai passar a novela e eu quero escutala. Como não estava passando nada de bom na MTV. Tuco volta para o canal 5, lembrando que este era um dos poucos prazeres da mãe e sai da sala em direção do quarto, onde liga o rádio, para escutar musica e deita para esperar o Leco acabar de tomar banho, que costumava demorar 30 minutos em média todo dia no chuveiro e aja paciência. Na casa do Lu, aparece a Vaninha o chamando, e mãe dele que atende. O Lu não vai na festa ? A mãe do Lu estranha e pergunta. Mas você não era namorada do Dib. Não é mais mãe agora ela é a minha namorada. Mãe dele resmunga alguma coisa. que falta de vergonha. O Dib vai na festa ? ( pergunta a Vaninha ) É lógico nos vamos todos juntos. Eu não quero que você fique me abraçando e me beijando na frente dele, tá bom ? Está bom mas vamos lá chamar ele. Eles saem da casa para a rua abraçados, no exato momento que o Dib aparece no portão para chamar o Lu, e fraga os dois abraçados. Vaninha automaticamente tira o braço rápido do ombro do Lu e tenta disfarçar. Mas o Dib corrige as coisas e fala. Pode continuar abraçado a ele Vaninha, nos não temos mais nada, para você ficar disfarçando, eu quero é mais que vocês dois sejam felizes, se vocês se gostam, não vai ser eu que vou impedir as

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suas felicidades, pelo contrário eu vou apoialos. Vaninha se sente mais aliviada e agradece ao Dib pela compreensão. O Urucka chega, trazendo as suas quatro primas e a preferido do Juca a Cibele, que chega perguntando pelo o mesmo. Cadê o Juca? Daqui a pouco ele chega. ( responde complimentando o Dib) Uééé, vocês trocaram de namorada? (Pergunta uma das prima do Urucka) Isso é uma longa história, deixa isso para lá. ( responde dando risada o Dib) A menina não entende nada mas não pergunta, para não parecer chata. vamos esperar o Tuco, Leco e o Juca aqui ?( pergunta o Lu)

o Dú japonês e o Gel vão com a gente também e eu falei que iria esperalos aqui.( responde o Dib) Olha lá eles vindo, e quem é aquela moreninha com eles. ( aponta e pergunta o Urucka ) É a Kelly ! ela deve de Ter ido me chamar em casa e como eu já avia saído, ela passou na casa do Dú para saber se eu já tinha ido ou não. O Dib complimenta o Dú e o Gel e vai em direção da Kelly para dar um beijo nela. Ela vira o rosto e o beija na bochecha. O Dib olha para ela e dá de ombros e fala . Os caras chegaram, lá vem o Tuco com a Carla e o Leco com a Cris, e o Juca com uma menina . A Cibele se vira rapidamente para certificar do que o Dib falou, e percebe que era mentira. seu bobo. ( fala a Cibele dando um tapa no Dib) vocês nos viram na televisão? ( pergunta o Dib para o Dú e o Gel ) quando ? ( pergunta o Gel) agora pouco no jornal Nacional, não viram ? não ! ( respondem juntos o Dú e o Gel) Juca já chega perguntando também. E ai nos virão na televisão, é nos somos famosos agora. Juca olha para a Cibele, não complimenta ninguém e vai de encontro a ela a puxa para um canto e ficam conversando sozinhos . E ai pessoal já estamos todos aqui, vamos nessa ?( fala o Dib pegando na mão da Kelly, que estava meia estranha com ele.) E todos caminham em direção da festa, que não ficava muito longe dali, por que eles moravam bem na divisa dos bairros da Casa Verde e o do Imirim, e a festa era na Casa Verde. A Vaninha pergunta para o Lu .- Quem é aquela menina que o Dib está de mão dada com ela? É a Kelly você não ouviu ele falar. Ele conheceu ela hoje ? Não . Cachorro, quer dizer que ele estava comigo e com ela, e eu toda preocupado com ele achando que ele estava chateado, cachorro . Por que você está com ciúmes dele com ela ? Não , só estava comentando, não precisa ficar bravo também e agora me dá um beijo, só de raiva. A Vaninha beija o Lu na frente do Dib só para provocar ciúmes nele, e olha para ver se ele estava

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olhando. Dib olha eles se beijarem e brinca.- Cuidado para não matar o menino sufocado. Todos riem. Dib puxa assunto com a Kelly que estava muito estranha. O que você tem, está tão fria comigo? Nada . Como nada alguma coisa você tem, está toda estranha comigo. Sabe o que é , a não deixa pra lá. Começou agora desembucha . Eu não gosto de você. Puxa bem curta e grossa, que você não gosta de mim, está dando para perceber. Não, não é que eu não goste de você, eu não gosto como namorado, eu misturei um pouco as coisas . você é muito parecido com o meu irmão que morreu, e eu me atrai por você por causa disto e não por amor ou paixão; entendeu? Não, não entendi e o que você quer de mim agora? A sua amizade, eu espero que você ainda continua sendo meu amigo. Dib olha para seus amigos que vão a sua frente, da uma pensada em tudo que está acontecendo. De manhã havia perdido a Vaninha para o Lu e decidira que não ficaria mais com a Katia e agora a Kelly lhe dá um fora, puxa eu estou azarado com as mulheres, é mas é aquele velho ditado quem muito quer nada tem. O que você está pensando? ( pergunta a Kelly interrompendo o transe do Dib) Está tudo bem, estava pensando algumas coisas que se passaram pela minha cabeça; você quer assim, tudo bem vai ser assim, então fica assim, você no seu canto e eu no meu; falou . Ele vai em direção dos seus amigos, que já estavam entrando na festa. O que aconteceu? ( pergunta o Dú) Nós terminamos. ( responde o Dib entrando na festa0 Ele conhecia quase todo mundo que estava na festa. Um cara que o vê chegando, o reconhece de uma briga que tiveram e que levou a pior por isso nunca esquecera dele sai sem que ele o perceba para ir chamar os seus amigos . Dib e os caras não percebendo o que estava acontecendo, começam a curtir a festa, não deixando com que se abale com o que acabara de lhe acontecer na sua vida amorosa. E dança, zoa com os seus amigos sem parar um minuto, para não sentir pena de si mesmo e pergunta para o Leco. a festa está boa né? Sim está sim. ( responde o Leco e sem perder a oportunidade de perguntar o que estava acontecendo com ele e a Kelly.) Por que você está aqui e a Kelly lá do outro lado, vocês desmancharam? É nos desmanchamos, mesmo. É, estou vendo, olha lá ela está tirando o Dú para dançar. Dib olha aquela cena, com um fundo musical, tão romântico e ao mesmo tempo tão triste e sente o seu coração apertar de novo. A musica com melodia tão triste, faz com que ele desarme sua guarda e demonstra o que realmente estava sentindo, o sorriso havia desaparecido do seu rosto, dando espaço, para uma fisionomia tão triste de dar dó, ele olha os dois dançando e já imagina outras coisas. Puxa outro amigo meu roubando a minha namorada e logo o Dú , que é como um irmãozinho para mim, nos crescemos juntos, eu sempre o protegi, nunca deixava ninguém bater nele na escola uma vez cheguei a brigar com dois caras bem maiores do que eu só para defendelo, em outros lugares também, como naquele dia que fomos descer por trás do ônibus, para não pagar a condução; E só o Pastel conseguiu descer do ônibus, Onde ficou eu o Dú e o Gel Testa, ainda dentro do ônibus, o cobrador veio e deu um soco no rosto do Dú, eu fui como um touro para cima do cobrador, dando um monte de soco nele e o Gel Testa me ajudando a bater nele; Eu e o Gel Testa no mo pau com o cobrador e o Dú lá com a mão no rosto, como uma criança que havia apanhado do pai, até que o cobrador se safou das nossas mãos, correu até a sua mochila que estava no assento dele e sacou uma pecheira vindo na minha direção, eu me pendurei nos corrimãos e fiquei tentando me defender com os pés; Para a minha sorte o pessoal que estavam sentados nos bancos de trás do ônibus, correram para frente, pulando os bancos e girando a catraca, sendo assim preocupando o cobrador, que voltara a sua atenção para eles, me esquecendo um pouco e me dando tempo de

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pegar uma vassoura que estava no canto do ônibus, para eu poder me defender. E durante este período o ônibus já estava parado no meio da rua e para a nossa sorte, um carro de policia parou e entrou no ônibus, acalmando o cobrador e nos deixando explicar, explicar nada mentindo mesmo descaradamente, que não estávamos com o rapaz que havia descido por trás, e para a nossa sorte novamente eu tinha três passes comigo no bolço, que deu para pagar a minha condução a do Gel Testa e a do Dú. Foi um sufoco. Eu podia Ter morrido aquele dia e foi defendendo o Dú, se ele ficar com a Kelly, eu não posso fazer nada, eu tenho mais e que apoialos, por que eu não vou bater nele. Neste exato momento um grupo com mais ou menos uns 20 rapazes entram na festa , apontando para o Dib e seus amigos.

O Dib olha e reconhece alguns deles, principalmente o da frente, que não tinha os três dentes da frente, que tinha sido o próprio Dib que os tinha quebrados, com um soco, naquela briga onde ele se vingou deles por terem batido no Necrop`s e no Carlinhos, na Vênus deixaram os dois maus. Antes que o Dib podece se defender, três vão para cima dele,, um pulou e puxou a jaqueta dele para frente e para baixo, impedindo que ele enxergasse alguma coisa, enquanto os outros dois davam chutes e socos nele, quando o resto da turma começou a irem para cima dele, seus colegas vendo aquela cena, entram na briga para ajudalo, afinal de contas o lema deles era “eu te defendo você me defende” . Começa aquele quebra pau, coisa feia porrada para todo lado . Dib começa a socar o que estava segurando a sua jaqueta e se soltando ficando mano a mano com três , mas agora batendo também, mais batendo do que apanhando, até que ele leva uma rasteira e cai, mas como um gato se levanta rapidamente; pois ele sabia se ele ficasse no chão era o seu fim, esses covardes eram como leões, que quando sua caça cai todos atacam. Neste exato momento, o pai da menina dona da festa, aparece na porta dos fundos da casa, dando um tiro para o alto, fazendo com que todos parassem de brigar, e o homem diz. Isto que vocês chamam de festa ? Então acabou a festa de vocês, todos para fora , acabou a festa. Como a festa era no quintal dos fundos, todos se espremem para saírem, por um corredor que dava acesso a rua, no maior tumulto. E a briga continua na rua, só que agora não era mais na mão livre, eram pedradas e pauladas, fazendo com que todos corressem uns para um lado e outros para o outro lado atirando paus e

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pedras. Até que alguém chamou a polícia e todos fugiram. Os Master correm pelas ruas e becos do Peruche, até chegarem na rua deles. Chegando na rua eles se soltam na calçada da casa do Lu e dão muitas risadas e comentam da briga. Eu dei muitos chutes em um cara que caiu no chão. ( fala o Tuco). Foram três para cima do Dib. ( fala o Juca ). Você está bem Dib? ( pergunta o Lu). Estou , só um pouco avermelhado devido as porradas que tomei. Se nos não estivéssemos lá, eles tinham te matado de porrada. ( fala o Leco). Cadê o Dú a Kelly e o Gel e a Holiana? ( pergunta o Dib).\ Eles devem de terem ido para o outro lado, por que eu não os vi na briga.( responde o Lu). Dib olha para os seus amigos e nota que todos estão acompanhados, menos ele. O Tuco com a Carla, o Leco com a Cris, o Juca com a Cibele, o Lu com a Vaninha, o Urucka não estava com ninguém também, mas estava numa conversa entretida com as suas outras três primas. Aquela cena não era muito boa para ele e diz. Vou para casa, tive um dia muito cansativo hoje, vou descansar um pouco, estou cansado fisicamente, emocinalmente e o coração dói também. Falou galera. O pessoal diz fica mais um pouco ai. Não, quero ir para casa. E vai embora . O Juca olha seu amigo indo embora, desolado e comenta. Ele ficou chateado por que a Kelly desmanchou dele, também. Também por que ? (pergunta a Vaninha) Ele estava namorando comigo e com a Kelly ao mesmo tempo é bem feito para ele, cachorro .era por isso que alguns dias eu ficava esperando por ele e ele não aparecia. O Leco se sentindo no dever de defender o amigo diz. E o que você fez com ele também, você acha justo? Desmancha dele e fica com o amigo dele na cara dele. O Tuco, Leco e o Juca dirigem a palavra par o Lu e dizem . Você também não está certo não Lu. Olha o cara ficou arrasado, perdeu três namorada em um só dia, quer dizer um ele ainda tem que terminar, na Segunda-feira. Três!!!! Ele tinha três namoradas? E vocês ainda estão achando ruim, por que eu terminei dele, ele é três vezes cachorro. Eles mudam de assunto. Dib chega na sua casa, que estava, muito silenciosa, pelo motivo do seu primo Ter ido dormir na casa da irmã, não iria fazer inferno na casa hoje deixando toda a família dormirem sossegados . Ele sobe para o seu quarto, tira a roupa, ficando só de cueca e se deita estava muito cansado, fisicamente e emocionalmente. Mas como num estalo, ele ouve vozes passando pela rua e as reconhece. Eram o Dú a Kelly o Gel e a Holiana. Ele se levanta e vai até a janela e através da abertura ele olha e vê o Dú e a Kelly abraçados, descendo em direção a casa da Kelly que morava no fim da rua. Desta vez ele sente o coração apertar as pernas bambearem, que teve de soltar o corpo apoiado na parede, escorregar até o chão a lagrima inevitável escorre pelo rosto e ele chora como uma criança de soluçar. o seu pai não se incomodava com choro e continuava a roncar. Ele se deita na cama pensando que com a sua canseira iria ser fácil dormir, e iria ser mais fácil esquecer, mas ele estava enganado, e não conseguia dormir por que não parava de pensar no tinha acabado de ver. E imaginava o Dú beijando a Kelly, e ela o convidando para entrar na sua casa

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onde eles fariam amor, isso ficava martelando na cabeça dele a noite inteira, até que sem perceber ele adormece as três da manhã. A LEITURA DAS CARTAS. É acordado com a sua avó puxando o seu pé. As 08:30 da manhã. Vamos levanta você prometeu que iria comigo na tia Teresa, vai levanta ! Ele sabia que a sua não iria deixalo dormir mais e se levanta com os olhos todo vermelho, se troca com muita preguiça, lava o rosto, amarra o cabelo. Seu café já estava em uma caneca que a avó havia colocado, para irem rápido. e vão até o ponto de ônibus esperar um , não demora muito, ele e avó, partem para casa da tia Teresa irmã da sua avó que morava na Casa Verde e estava muito doente e ela vivia com a sua neta, Valquiria de 25 anos que só vivia aprontando também, ela era muito bonita, loira dos olhos azuis e um corpo escultural. Quando o ônibus já estava na Casa Verde, subiram três senhores, que se sentaram dois a frente e um no banco do lado sozinho do Dib e de sua avó e conversavam muito alto deixando com que escutassem o que conversavam. - Vocês virão que briga ontem a noite na festa da filha do seu Antônio, disseram que saiu até tiro.( um dos senhores comentou) Dib percebeu que eles falavam da briga dele da noite passada e prestou mais atenção no que eles conversavam. - Seu Antônio deu um tiro para o alto para pararem de brigarem dentro da festa, mas quando os briguentos sairão para a rua a briga continuou, com pauladas e pedradas para todo lado, uns espancando os outros. A frente da minha casa ficou toda cheia de pedras e pedaços de paus que os vândalos arrancaram das cercas das arvores . ( conta o senhor que estava sentado no banco sozinho) aqueles marginais, quebraram toda a cerca da minha arvore que está nascendo, para pegarem as ripas para darem uns nos outros. (xinga o senhor que estava sentado na janela) O que vai ser deste mundo, do jeito que as nossas crianças vão indo, eles matam uns aos outros, por qualquer motivo. ( o senhor que estava sentado no corredor se lamenta) A avó dele entra na conversa. No nosso tempo não tinha nada disso né, os rapazes eram educados e cavalheiros, a culpa e da educação de hoje em dia que não presta e a televisão que só passa indecência, filmes de guerra, mortes e as meninas aparecem quase nuas na televisão, este mundo está perdido. Por isso que eu tento dar um pouco de educação para este meu neto, para ver se ele se torne alguém na vida. Um dos senhores vira para o Dib e o aconselha.

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Não ande com má companhia, antes só do que mal acompanhado, eles podem te envolver numa briga como nesta de ontem e você pode acabar morto, por um motivo banal. Com uma cara de pau tremenda o Dib responde para o senhor. não, eu não fico ai andando pela rua, arrumando confusão eu sou caseiro, fico em casa vendo televisão. Sua avó o olha com repreensão mas não comenta nada. Por que ele se levanta para puxar a corda da sinaleta para avisar o motorista que seu ponto era o próximo. O ônibus para eles se despedem dos senhores e descem quase em frente a casa da tia Teresa, voltam quatro casas e apertão a campanhia e esperam. Aparece a tia Teresa no vitró da porta de vidro. É você Amélia? entra a porta está aberta. Havia ali uma pequena escada com dez degraus e a avó dele tinha dificuldades para subir escadas, devido a sua idade e com paciência, ajuda a avó a subir os degraus, um por um. Ela sobe e reclama de dores no corredor que dava acesso a casa, uma casa de quatro cômodos, com uma cozinha estreita por onde dava acesso a sala onde havia muitos moveis aglomerados. Havia ali dois armários de cozinha, uma mesa, uma estante, diversos objetos e uma cama, que era do pai da Valquiria, que morrera a uns 4 anos atrás e a Tia Teresa não se desfazia da cama do seu filho, a mantia sempre arrumada, com lençol, cobertor e até um travesseiro, como se ele dormisse ali ainda, geralmente as visitas a usavam como sofá, por que ali no meio de tantos moveis não tinha sofá. Amélia o que lhe traz aqui tão cedo ? ( pergunta a Tia Teresa beijando a irmã) . Eu vim lhe fazer uma visita e te pedir para benzer este menino, para ver se a vida dele vai para a frente. Este menino lindo aqui é, ele está tendo algum problema ? (beijando o também ela pergunta) Eu vou benzelo e abrir as cartas para ele, e iremos ver o futuro dele. A tia Teresa era uma benzedeira muito conhecida, muitas pessoas a procuravam para se benzerem e verem seus futuros, vinham muitas famosas procurarem por ela para se consultarem. Vai lá dentro do meu quarto menino e pega duas velas e o baralho, que estão em cima da maquina de costura. Ele entra no quarto que era igual ao outro cômodo com moveis aglomerados, tinha dois guardaroupas uma maquina de costura, mais algumas bugigangas e duas camas de casal uma colada na outra tirando todo o espaço do quarto e uma loira dormindo em cima de uma delas. Loira!!!( era a Valquiria que estava ali dormindo) Ela era linda e estava dormindo só de calcinha e uma camiseta velha e dormia de lado como um criança com a bunda mais para cima dando muito volume na bunda e com a calcinha toda enrolada no rego dela mostrando mais ainda todo aquele panorâmico loiro com aquela pele queimadinha de sol e os pelinhos loirinhos refletiam na luz que entrava pela janela . Que visão maravilhosa estou tendo do futuro . ( pensa o Dib) Que ficou ali estático, imóvel, só admirando aquela obra prima da natureza . Até quando a sua Tia grita . Achou!!! Ahhhh? Ele volta sem o baralho e sem as velas para a sala ainda meio atordoado. Cadê o baralho? (sua tia pergunta) Esqueci ,não, não esqueci, não o encontrei . Está em cima da maquina de costura dá mais uma olhada ve se não o encontra. A é mesmo . Ele volta para dentro do quarto já olhando para aquele objeto do desejo, anda até a maquina de costura pega o baralho e as valas sem tirar os olhos daquele corpo maravilhoso e volta meio hipnotizado da mesma forma, nem pisca e até esquece de respirar. Já na sala. está aqui Tia, é este baralho. É sim. Eu vou benzelo primeiro para espantar todo o mau do seu corpo, deixando o purificado, melhor para ler o seu destino. Com uma folha de arruda afogada em água benta e sal grosso ela passa pelo corpo do Dib orando e dizendo algumas palavras.

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pronto agora vou abrir as cartas . tia eu não quero saber do meu futuro não, por que se for bom eu posso me acomodar na vida e mudar o meu destino e se for ruim eu vou ficar ansioso e preocupado antes da hora , prefiro deixar acontecer. Está bom, você está certo, mas eu já abri as cartas agora eu tenho de ler se não seu destino fica preso e não lhe traz boa sorte. Eu vou fazer o seguinte, leio o seu futuro e conto para a sua avó se ela quiser lhe contar as coisas boas depois ela te conta, agora as coisa ruins fica entre vocês resolverem está bem. Está bem. ( lido o futuro dele ele se senta em uma cadeira perto da entrada do quarto de onde pelo o vão da porta aberta observava a sua prima dormir, enquanto a sua Tia contava para a sua avó o que tinha visto nas cartas) pronto já contei para ela tudo . Quando o Dib olha para a sua avó e a vê chorando, ele estava tão entretido com a prima que não percebera quando a avó começara a chorar. Por que você está chorando vó? Não é nada não, vamos embora. A avó meia desnorteada pelo o que ouvira das cartas que a irmã lera do neto, se despede de longe da irmã e sai rapidamente. O Dib se despede da Tia e corre atrás da avó . calma ai nestes degraus ai ! a velhinha desce o degraus tão rápido, como se tivesse trinta anos ainda. No ponto de ônibus Dib insiste de novo. O que foi vó ? o que saiu nas cartas de tão grave assim, conta para min. É você tinha razão, nem sempre é bom ver o futuro. Ué, não era você que não queria saber do futuro, por que está me perguntando agora . Olha só o estado que a senhora se encontra, está me assustando, conta uma parte pelo menos para min . Ela falou, que mulheres morenas só vai lhe fazer sofrer e as loiras te trarão mais sorte e amor. O Dib pensa sozinho. _ É mesmo, tem sentido as três ultimas eram morenas e deu no que deu é quem sabe ela não tenha razão. Mas não é por isso que a senhora está chorando, é? Não . Então me conta por que ? Ela leu nas cartas para você tomar muito cuidado com a traição e com as suas costas nunca dê a costa para seus inimigos, ou eles tirarão proveito disso te fazendo muito mal. Ele percebe que a avó estava lhe escondendo alguma coisa ainda, mas não ensiste . Ah é só isso, pode deixar eu tomo cuidado. O ônibus chega, eles embarcam e continuam conversando dentro do ônibus . Melhorou vó ? Mais ou menos. Não se preocupa, não vai acontecer nada comigo. ( ele abraça a avó e dá um beijo nela) E os dois seguem viagem pensativos. A avó pensando que não lhe tinha contado toda a verdade e ele pensando na tatuagem que iria fazer ainda hoje. Chegando em casa não se agüentando de ansiedade, nem entram em casa. - Tchau vó, estou indo na casa do Lu. A avó entra desolada, andando bem devagarinho e chorando novamente. O Dib corre para a casa do Lu. A Reportagem Chegando na casa do Lu, ele se depara com um carro de reportagem estacionado em frente a casa do Lu. Ele chama o Lu, mas quem atende é o Tuco. O repórter da “Folha da Tarde” está ai, ele vai fazer uma reportagem conosco e a tarde a repórter da revista “Isto É” vai fazer outra entrevista com a gente também. Onde que você estava já fui te

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chamar duas vezes e não tinha ninguém na sua casa. Dib explica para o Tuco que tinha saído com a sua avó enquanto entrava na casa do Lu, ele complimenta o repórter e se senta em um banquinho perto da mesa e fica ouvindo o repórter entrevistar o pessoal.

O repórter pergunta .

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Como vocês começaram a grafitar ? Nós assistimos um filme de break e grafite onde o grafiteiro morre no final do filme, eletrocutado lutando com um pixador que estraga seus murais.( responde o Lu) Nós nos identificamos muito com aquilo na hora, tudo o que acontece no filme e decidimos grafitar. ( complementa o Tuco) Onde vocês aprenderam a desenhar e de onde vem a habilidade da lata de splay e da tinta látex? Alguns de nós antigamente eram pixadores, como o Dib o Urucka, eu o Tuco e o Leco, e o Juca Também , bem todos nós éramos pixadores e é daí que vem a habilidade com a lata de splay . desenhar, nós treinamos muito, as vezes varamos a noite desenhando e o Binho e o Speto nos ajudaram também, nos dando alguns toques de desenhos e os Gêmeos nos deram uns toques de como usar melhor o splay. Vocês são seis; já foram em um numero maior ? Sim tinha mais gente, o Edinho e o Estevam, mas era muita gente e não dava muito certo eles acabaram saindo. Seus nomes de guerra são? Dib, Lu, Tuco, Leco, Juca e Urucka.- A idade media de vocês são de 17 a 20 anos. - Vocês disseram que erram pixadores, nunca estiveram em uma situação complicada ou perigosa ? Tuco conta uma história que aconteceu com ele. Uma vez eu estava pichando o portão da escola, com um pincel atômico, e a policia me pegou em fragrante e me fizeram tirar a camisa ir até o posto de gasolina, pedir para o frentista que a encharcasse de álcool, voltar no portão e limpar o que tinha feito. O policial não se sentindo satisfeito queria que eu tirasse a calça também e fizesse a mesma coisa com ela, mas desta vez ele queria que eu limpasse o portão inteiro, mas ele deixou para lá, ele só queria me assustar. Mas ninguém tem mais história ? ( pergunta o repórter) O Dib conta uma história também.

Que certa noite, ele mais quatro integrantes dos Bicudos`s dois dos Goforit, um do Raio-x, um dos Mal`s e um dos Kaduk`s, que eram turmas de pichadores, foram juntos pichar o topo de um prédio que estava em construção quase pronto ,na avenida Imirim. Pichando o prédio todo até a caixa d`agua, onde ele explica que o Chineca um dos Bicudos`s o ajudou, ficou segurando as suas pernas enquanto ele ficava com metade do corpo debruçado para fora do prédio, para poder fazer maior o picho. Quando eles escutam sirenes de Policia e vários carros de policia já estavam parados na porta do prédio, para pegalos. Eles tentam fugir e descem correndo pelas escadas do prédio no escuro e

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pulam em um posto de gasolina, que ficava vizinho do prédio, dois tentam fugir pelo telhado dos fundos do posto, mas acabam afundando no telhado e caindo dentro da oficina do posto, os outros oitos incluindo o Dib, pulam para o lava rápido do posto de gasolina e saem correndo para a rua, mas a policia já estava esperando por eles ali e dão vários tiros para o alto para que não tentassem fugir. o Dib havia sido o ultimo a pular e não tinha corrido para a rua ainda, vendo aquilo os seus companheiros sendo presos, olha para dentro do lava rápido e observa que estava muito escuro,(por que o posto estava fechado), e que ninguém o tinha visto ali parado no escuro e pensa - Ninguém vai me ver aqui . e volta para dentro do lava rápido onde havia um ônibus escolar estacionado, ele fica atrás do ônibus mas percebe que poderiam ver as suas pernas e se esconde em cima do Pará choque do ônibus, como o ônibus estava sem a grade da frente do radiador ele entra dentro do motor do ônibus e fica lá quietinho. Ele escuta quando um policial vem lavar as mãos no lava rápido do posto, fazer um comentário. - Deixa-me lavar as minhas mãos, tirar o sangue desses moleques, vai saber se eles não têm alguma doença e deixa-me dar uma olhada por aqui para ver se não tem mais nenhum escondido ai dentro. O guarda se agacha e olha por baixo do ônibus .. O Dib respira fundo e se mantém quieto. Mas o guarda não vê nada por que o Dib estava escondido dentro do motor justamente por isso, onde ficou horas esperando que a policia fosse embora. A policia vai embora e leva os seus companheiros para a delegacia . Ele espera mais um pouco, onde ele ouve uma vós, que era do dono do posto dizer assim para o seu segurança. Se aparecer mais algum vagabundo, por aqui mete bala, sem dó, para matar. O Dib ouve aquilo e sai do esconderijo o mais rápido possível e vai de encontro aos homens que estavam no posto. Um dos homens grita- pega tem mais um ali. E quando eles chegam bem pertinho do Dib para pegalo. O Dib finge que desmaia por que tinha batido com a cabeça na hora de pular para o posto e se joga no chão, cena de filme na maior cara de pau. Fazendo com que os homens se preocupasse com ele , querendo socorrerem ele levando para o hospital. Quando ele percebe que iam levalo para o hospital ele se levanta e fala que já está bem melhor. Um dos homens ainda pergunta - como que o policial não te viu? E o Dib responde na maior cara de pau . - Eu sei lá, eu estava desmaiado não vi nada e cadê os meus amigos que estavam comigo? você deu muita sorte eles apanharam como cachorro. O Dib finge uma cara de espanto e pergunta Posso ir embora? O dono do posto fala._ Ainda não vem ver o que os seus amigos fizeram no meu telhado. Ele acompanha eles até a garagem, onde o dono do posto mostra o estrago que fizeram no telhado. Dib coçando a cabeça fingindo que estava doendo olha para o telhado e sente vontade de dar risada. - o buraco era tão grande que dava para soltar balão dali de dentro. - Agora posso ir embora? O dono do posto responde - Ainda não, me dá o seu endereço . Dib escreve um endereço tão garranchado que não dava nem para ler o que estava escrito ali e se manda, sai andando pela saída do posto. Que história ! ( exclama o repórter). Onde vocês buscam inspiração? Nós temos alguns livros de grafite, como o Sub way e o Spray Cam Art, dois livros americanos e mais alguns alemão. O que vocês tem para dizerem para essa molecada, que estão começando agora a pichar em vez de grafitarem? Aprendam Art e não ao vandalismo. O que é grafitar para vocês? É uma forma de se liberar, expressar a arte e de protestar, não fazemos grafite pôr esporte fazemos pôr amor. Uma coisa feita com alma e com o coração, é como a frase do Leco Diz . Se grafitar for um sonho. Por favor não nos acorde. ( acrescenta o Dib) O repórter agradece pela entrevista e os chama para tirarem algumas fotos, para completar a reportagem. E eles tiram varias fotos na frente do grafite de comemoração de dois anos de existência da Master. E o repórter faz mais uma pergunta. Por que vocês pararam de pichar e começaram com o grafite?

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Eu não pichava tanto assim, quem pichou mais da gente foi o Dib. ( explica o Lu) E o repórter dirige a pergunta para o Dib. Por que você parou de pichar? Eu parei de pichar depois que o Necrop”s morreu, eu fiquei muito mal com o que aconteceu com ele, não conseguia dormir direito, por que vinha imagens de cenas que convivemos juntos, como lugares que passamos juntos em roles de pichação, como uma calçada longa que passamos na avenida Washitom Luís em frente do aeroporto. Os primeiros dias que ele morreu eu via e escutava, nos meus sonhos coisas naquelas cenas que eram perfeita. Como por exemplo um parte da calçada que estava quebrada e cheia de pitúcas de cigarros e tampinhas de refrigerante e conseguia ouvir ele fungar o nariz do meu lado, era como um filme na minha cabeça. Eu fiquei muito atormentado e deprimido com isso, que cheguei ir na igreja me confessar, para ver se me aliviava um pouco daquela situação. e quando contei para o Padre o motivo por que estava me confessando ele quis me dar bronca chamando a minha atenção, perguntando por que eu fazia aquilo se eu não tinha consciência daquilo. Ele me irritou e falei umas para ele também. Como que ele não era Deus para me julgar, ele era um homem como eu, e que até o próprio Papa cometeu pecados antes de ser Papa e que eu não sabia do passado dele vai saber o que ele tinha feito na vida dele no passado que o teria lhe tornado padre, matou alguém largou um grande amor, ou está foragido de alguma coisa que fez de errado. E o padre abaixou a bola e me explicou, que se você se arrependesse do que fizera de errado Deus te perdoaria aliviando os seus pecados no juízo final e mandou que eu rezasse dez Ave Marias e dez Pais Nossos . Como o Necrop”s morreu? ( perguntou o repórter ) Ele mais o The End(Erico), foram fazer um pico. Desculpa fazer um pico é pichar em um lugar alto, em cima de uma loja de móveis em Santana do lado do Banco América do Sul. O The End começou a pichar o seu nome , quando estava quase terminando, ele ouviu dois tiros e ele olhou para o lado e viu o Necrop”s caindo baleado nas costas, e tentou fugir para não morrer também e tentou descer de cima da loja, pela uma banca de jornal que havia na calçada, mas a polícia o estava esperando e o pegou. É tudo o que sabemos até ai é que ele foi baleado pelas as costa com dois tiros certeiros, matando o na hora, não sabemos se foi a polícia ou o segurança, que trabalhavam para os bancos que havia ali. Por que no mesmo lugar uma certa vez eu fui pichar lá com um pessoal da Casa da Verde, só que do outro lado da rua havia uns seguranças que não tínhamos visto e eles vieram com um Fiat vermelho na nossa direção derepente parando do nosso com a porta já aberta e com um homem armado descendo dele, apontando uma arma para a gente, mas para a nossa sorte o trouxa do segurança não esperou o carro parar por completo, se desequilibrou, atropeçou na guias e atirou para o chão e se estatelando no chão, não nos acertando e dando tempo para fugirmos, correndo. Não morremos naquele dia graças a Deus e por isso eu acho que foi esses segurança.

Você contou isso para a polícia ? (pergunta o repórter) Não por que pode Ter sido eles também. E qual foi a ultima vez que você viu o Necrop”s antes de morrer ? Foi na saída do colégio Leme do Prado, um dia antes de acontecer, ele foi me chamar para sair de

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role com ele para os lados da zona leste . eu acho que o meu pressentimento estava me avisando que alguma coisa iria acontecer. Ele era muito azarado para rodar na mão da policia. Uma vez estávamos eu, ele e o Buiu da zona oeste, pichando lá pelos lados de Interlagos estávamos voltando do Grajau, a pé pichando quando estávamos quase no autodrómo no começo da avenida Senador Teotonio Vilela, passou por nós um carro de policia Metropolitana, aquela criada pelo Jânio Quadros . E eles já estavam a uns trezentos metros de nós. E o Necrop”s dispensou uma latinha de spray, deixando com que os policiais vise ele se livrando da mesma e voltassem para nós enquadrar, como cada um estava com pelo menos duas latinhas de spray, eu joguei as minhas discretamente o mais longe que pude o Buiu fez o mesmo e o Necrop”s dispensou a sua Segunda lata praticamente na cara dos policiais. Os policiais desceram do carro e mandaram que colocássemos as mãos na parede e abríssemos as pernas. O Necrop”s tinha com ele mais coisas, como etiquetas escrito o seu picho, pincel atômico e os bicos dos sprays, que arrancávamos, justamente para evitar que os policiais, pegassem as latas de sprays e nos pintassem com elas. O Necrop”s continuou a dispensar discretamente os bicos e os pincéis atômicos, mas um guarda viu ele fazendo isso e gritou com ele. Se você dispensar mais alguma coisa eu estouro os seus miolos aqui mesmo. Com um revolver calibre 38 cano longo, ventilado e cromado apontado para a cabeça dele. o revolver era muito bonito e devia de ser muito caro para ser dado pelo governo para os policiais , devia de ser frio justamente para não deixar pistas. Eu achei que ele iria morrer ali naquele momento. Os policiais perguntaram de que gang éramos. Nós explicamos que não éramos de gang nenhuma e eles iam nos dispensaram, levando as latas de spray com eles. Quando o Necrop”s na maior cara de pau, pediu para o guarda que deixasse pelo menos uma lata. Por causa disso os guardas nos segurou mais um pouco e fizeram um monte de perguntas. Onde vocês moram? Eu e o Necrop”s respondemos no Imirim e o Buiu respondeu Pirituba. O que vocês estão fazendo aqui sendo que vocês moram do outro lado da cidade? Antes que ele falasse alguma besteira eu respondi que tínhamos ido a uma festa. Numa festa. O guarda riu e disse. - Eu nem vou levar vocês para o distrito por que estou com dó de você, a está hora não tem mais ônibus, vocês vão Ter que ir andando até o outro lado da cidade e sem as latas de tintas, vão andar a toa. E riu novamente e entrou no carro nos desejando boa sorte, tirando um sarro das nossas caras e foi embora, graças a Deus. Eu olhei para ele e o xinguei tanto, seu estúpido, quase nos ferra. Ele deu de ombros e perguntou. - E agora ? O Buiu deu uma idéia. Se nós fomos andando até o lago 13 talvez conseguimos algum ônibus até o centro, pelo menos fica mais perto de irmos andando para casa. E foi o que fizemos. É por isso que eu falo que ele era azarado, você viu o rolo que ele ia nos metendo. Mas uma coisa ficou muito marcado em min a ultima coisa que ele me disse. Foi assim. Eu disse que não iria com ele pichar na Zona Leste . e ele me disse. _ Tudo bem eu lanço para nós dois pela a nossa amizade. Eu tenho a imagem dele apertando a minha mão e soltando em câmera lenta e dizendo esta palavras que te disse, gravadas na minha cabeça, foi essa a ultima imagem dele que ficou pra min. O repórter olha o Dib e diz . Puxa você vai Ter muitas histórias para contar para os seus netos, em. Agora eu tenho que ir embora porque ainda vou passar na redação, para editar tudo isto . Se despede e agradece entra no carro e vai embora as 12:15 . FAZER A TATUAGEM O Lu chama o pessoal para irem na casa do Fly, fazerem as tatuagens e o grafite no muro dele, como forma de pagamento. Vamos logo que a repórter da revista “Isto É” falou que vem as 14:00 HRS. Assim nos dará tempo de fazer as tatuagens e fazer uma parte do grafite. Você viu a nossa reportagem no “Diário Popular” de Hoje ? ( pergunta o Lu para o Dib.)

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N達o . Nos vamos passar em frente de casa e eu pego o jornal que comprei hoje cedo, para te mostrar a nossa foto que saiu. O Lu busca o jornal e mostra para o Dib.

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Olha aqui a nossa foto, todos os seis, legal né. Dib lê o que estava escrito em baixo da foto. “A Equipe Master, esteve ontem no Complexo Viário da Paulista.” E fica muito orgulhoso. Que bom em ! Fala ai ficou da hora a nossa reportagem. ( afirma o Lu) Ficou mesmo, vamos andando e conversando. Chegando na casa do Fly. Eles combinam com ele , qual o desenho que iriam fazer na parede. E o Lu mostra o desenho da latinha de Spray que iriam tatuar e ele mesmo se dispõe em ser o primeiro a tatuala no pulso esquerdo, enquanto o resto deles grafitavam o muro do Fly com um desenho de uma morte em frente a um castelo escrito Fly do lado esquerdo, era um desenho bem de estilo de tatuador. O Lu termina a sua tatuagem e todos ficam olhando, o desenho ali tatuado no pulso dele de boca aberta, com muita admiração. E o Dib se senta para fazer a sua, com a mesma agulha, como um pacto de sangue, depois foi o Tuco com a mesma agulha também, o Leco, Urucka e por ultimo o Juca, todos com a mesma agulha. Agora todos tinham uma coisa em comum, tinham feito um pacto de sangue. Se um deles tivesse algum tipo de doença, todos pegariam. Foi nessa hora que apareceu o má, avisando que a repórter da revista “Isto É” . Havia chegado. Veio ela e um fotografo, eles estão ai fora. Todos saem e um por um complimentam a repórter. Que não faz muitas perguntas e faz a entrevista ali mesmo na rua. Enquanto o fotografo tirava foto, do resto do pessoal que continuava a fazer o grafite. No final o fotografo tira foto de todos juntos mostrando as tatuagem e vão embora. Eles terminam de fazer o grafite, que ficou mais ou menos. O Fly avisa a eles que tomem cuidado, com o sol na tatuagem e que passem creme no local tatuado. Hoje a noite ainda vamos cantar no Fecalp?( Pergunta o Urucka). Quem vai subir no palco para cantar?( responde o Leco com outra Pergunta). Eu, você o Dib. Juca você vai cantar com a gente? Porque o Tuco e o Lu disseram que não vão. Eu vou sim e vamos chamar o Ale para cantar com a gente. Então liga para ele e pergunta se ele quer cantar conosco. O Juca liga da casa do Lu para o Ale. _ Ele falou que vai. Manda ele vir aqui, para treinarmos um pouco. Ele falou que daqui a pouco estará aqui. O Dib pergunta para o Lu se pode usar o quartinho em cima da laje da casa dele, para treinarem um pouco. O Lu pergunta que horas são. 16:05 hrs ( responde o Dib). Vamos lá minha mãe vai trabalhar até as 18:00 hrs e dá para ficarmos quase duas horas lá, depois disso temos que ir embora, por que se não ela vai me encher o saco. O Dib concorda com ele. E todos sobem par o quartinho. Lu posso te pedir mais um coisa? O que é? Pega o Micro Sistem, do seu irmão emprestado um pouquinho, ele não está ai mesmo. Já está abusando. O Lu foi buscar o radio . Leco você trouxe a fita com as batidas? ( pergunta o Urucka) Trouxe sim está aqui no meu bolso. Me dá ela aqui. O Lu já vinha voltando com o radio e o coloca em cima de uma lata de látex e avisa . Cuidado! O Urucka coloca a fita no toca fitas, aperta o play e diz. A batida é está . Nesse momento já vinha chegando o Ale. Que só pega na mão do Urucka e do Juca e diz. Só vou cumprimentar, meus irmãos de cor, não quero pegar na mão de nenhum branquinho, não.

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E recebe um monte de tapas e começam a brincar de briguinha, o Lu acaba com a bagunça. Vocês vão acabar derrubando o radio, se ficar com muita zoeira, vai todo mundo embora Agora mesmo. Não vamos treinar vai.( diz o Urucka rebobinando a fita)- Vamos combinar, qual parte cada um vai cantar. Eu começo o Leco canta a Segunda estrofe e o Dib a terceira e todos juntos cantam o refrão . o Ale e o Juca cantam juntos os últimos refrão. Está combinado. Então vamos lá. O Urucka aperta o play e começa a batida e ele começa a cantar, chega a vez do Leco e ele canta a sua parte, chega na vez do Dib, ele começa a cantar e o Ale põe defeito que ele estava fora de ritmo e falando muito certinho e eles voltam a fita e começam de novo. Todos cantam sua parte certa, mas quando chega no refrão. Foi aquela bagunça. Eles começam a discutir entre si e não acabam treinando mais nada. Nos improvisamos no palco .( diz o Urucka) Que horas vai ser o Fecalp ?( pergunta o Juca) As 08:30 hrs . Então eu vou em casa tomar um banho e jantar, ainda são 05:30 hrs dá tempo até de tirar uma soneca. È cada um vai para a sua casa. Quando o Lu foi devolver o radio, no quarto do irmão, deu de cara com ele, que estava deitado na cama. Quem mandou você pegar o meu radio e cadê o meu boné? Que você pegou ontem . Eu perdi. ( o Lu conta a verdade) O que ! você perdeu? Eu nem cheguei a usar aquele boné, você vai me dar outro. _ Mãe o Luciano perdeu o meu boné, que emprestei para ele ontem. A mãe sai do salão de cabeleireiro, usando um par de luvas de borracha sujas de tinta para pintar cabelos, olha para o filho na janela do quarto e diz. Eu te dou outro depois. Vai Ter de me dar mesmo, se não eu vou encher esse moleque de porrada. Vem dá porrada então.( provoca o Lu) Olha moleque. O Má vai para o quarto dele, batendo as portas e se tranca no quarto. O irmão dele tinha uma banda onde o Urucka participava também. Eles iam tocar no Fecalp também. Quando o Dib chega em casa, a avó dele avisa que viera um homem chamado Gentil, procurar por ele. Gentil ! ( exclama ele) O que ele falou para a senhora? Nada. Ele chamou eu atendi, ele perguntou por você e eu disse que não estava e ele foi embora junto com outro homem.- O que ele quer com você? Não sei não falei com ele.( Dib fica preocupado) Passado duas horas. O pessoal começam a se encontrar na rua . Estando todos ali, eles partem para o Fecalp. No caminho vão combinando mais alguns detalhes.

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Nos vamos cantar a letra “conseqüência” e a “História do grafite”( pergunta o Urucka) Todos concordam. Na hora que eles passavam pelo aro de basquete, e um por um pulam para tentarem alcançar o aro e como sempre, só o Urucka, Juca, Leco e o Ale conseguem se pendurar no aro. O Dib, Tuco e o Lu se contentam em encostar os dedos, mas o Ale não perdoa e fica tirando saro . Seus nanicos . há! há! há! Eles vão pela viela, passando pela viela o Tuco para e começa a urinar e como uma coisa psicológica, todos encostam na parede e urinam também. Os sete urinando juntos. E não é que as mesmas senhoras do outro dia, hoje estavam indo para a igreja, com a bíblia embaixo do braço. Flagra-os sete mijando. E grita. Bando de sem vergonha . Eles correm uns mijando nos outros tropeçando e tentando levantar as calças. Chegando no colégio eles ensaiam mais um pouco . E as 20:30 em ponto os organizadores do concurso, anunciam o primeiro grupo a se apresentar. Era uma banda de rock a Billy, eles eram bom o pessoal estavam curtindo o som deles. Enquanto a banda tocava o Dib olha a diante do seu lado esquerdo, em cima de um banco e se depara com uma visão muito linda, era a coisa mais linda que ele já havia visto na sua vida. Dois olhos azuis meios esverdeados, com uns caichos louros e um belo sorriso ele fica hipnotizado com aquela visão como uma serpente fica ao ouvir uma musica Indiana. E ele como hipnotizado que estava, foi ao encontro dela sem exitar e dá um abraço nas pernas dela. A menina não entendendo nada, dá um sorriso meia desconfiada e ele a solta e desaparece no meio da multidão, reaparecendo de novo junto aos seus amigos.

Ele olha para ela, que estava olhando para ele também e como um amor a primeira vista eles se paqueram de longe. No momento em que um dos organizadores anunciava. _ Eles a “Equipe Master”. Dib, Leco, Urucka, Ale e Juca, vão cantar para vocês. Eles sobem no palco, fazendo beat box, deixando o publico muito agitados e começam a cantar. O Urucka começa errado, em vez de cantar a musica deles, canta um pedaço da musica dos Racionais Mcs, que o começo eram parecido, mas como ninguém percebe, ele muda a letra e continua cantando a musica certa que era assim. Então, o mundo é bem assim

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Continua desse jeito e vai ser até o fim Nos escute agora, pois não somos marginais O mundo não é ruim ele é apenas desigual Porque tantos políticos as nossas custas se enriquecem Ignoram as promessas e dos pobres se esquecem Ninguém se importa com o que está acontecendo Crianças doentes já nascendo e morrendo E quando tentam vencer sem precisar nada roubar Tomam suas idéias só para com todos liquidar Te empurram de todos os lados só para te destruir A alegria dos ricos é ver um pobre cair Há tantos pobres caindo, que não consigo contar Para ver tanta miséria é só preciso olhar O verdadeiro cego é aquele que não quer ver Não enxergam os problemas só querem se esconder De todos os modos tentamos vencer Pois neste mundo nojento nossos filhos vão viver O QUE É TUDO ISSO É A CONSEQUENCIA O VERDADEIRO RESULTADO DESTA INOCÊNCIA (2X) A política é uma merda e não democracia A política engana o povo e o pobre nem desconfia Pôr isso que todos pobres nunca tiveram estudos Pois sem dinheiro para nada eles tentam de tudo Nada se move se a mão não molhar E ódio determina num simples O suborno existe e nada fazemos Se assim não quisermos então nada teremos Pobres mais pobres, ricos mais ricos Ricos na boa e pobre correndo riscos Risco de vidas até mortes ocorrem Fugindo que nem água, quando entre os dedos se escorrem Os piores trabalhos para eles concedidos Pois precisam comer então encaram decididos Continuam sofrendo com um baixo salário E ainda mentem a todos contando tudo ao contrário O QUE É TUDO ISSO É A CONSEQUENCIA O VERDADEIRO RESULTADO DESTA INOCÊNCIA (2X)

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Negros sobrevivem suportando racismo E enganam a todos mostrando tanto cinismo Qual a diferença entre um negro e um branco Nos diga a verdade só é preciso ser franco O País se mostra em tudo que estamos contando A verdade está dita aos poucos se revelando Pobres assaltam pôr pura precisão Enquanto os ricos estão roubando apenas por ambição Para a maioria dos pobres a preferência é se calar Então dão as costas e ficam sem se informar Num buraco sem fundo nós nos encontramos Caindo desesperados e nada nos aparando E o governo só pensa em privatização Pois um povo desenformado não há reclamação Reclamação de direitos jamais exigidos Pois os poucos que tentaram nunca foram ouvidos Então, então, então , se prestar atenção Vera que os ricos estão na boa e o pobre fica na mão Então, então, então. Hé E cada um canta a sua parte. As pessoas aplaudem muito. O Dib interrompe os aplausos com um protesto e diz. Essa musica é para aquelas pessoas, que só reclamam e não fazem nada para melhorar. As pessoas refletem sobre aquilo e se calam por uns instantes e aplaudem novamente. Eles respiram um pouco, descansam dois minutos e começam a cantar a Segunda musica, que tinha tudo haver com eles. O Dib dá um passo a frente e dá um agudo com a primeira frase da musica, que era assim. Vou contar uma história De tristeza e glória De uma equipe boa Que não nasceu atoa Nasceu de uma idéia de se juntar E os muros da cidade resolveram grafitar Grafite é uma forma de se liberar De expressar a arte e de protestar Se fazemos grafite para aliviar a dor Não fazemos por esporte, fazemos por amor Sempre que poder vamos grafitar. Para viver aprender e a ensinar Somos bastante em comum, com os mesmo ideal De que com os amigos sempre ser leal Se o grafite retrata nosso estilo de arte

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Vamos grafitar por toda parte Grafitando estamos nos divertindo Pois os muros da cidade estamos colorindo Se a nossa musica é boa ou não Mas na nossa letra mora a razão Se tudo que dizermos nem sempre é certo Se não acertarmos pode crer chega perto Contar a verdade pode ser perigoso Se o indivíduo escuta na certa é doloroso O RAP vive por falar a verdade Não importa o que falar Sem que tenha intimidade, idade, ou igualdade Se o que mostrar a você agradar Não precisa contar na certa vai se virar Mostrando a todos que o destino ninguém O que, que tem arriscar sempre vivemos com pouca grana nada que fizer vai nos intimidar não adianta dizer nem querer apavorar acreditamos em Deus e isto vai nos assegurar grafitamos os muros para não entrar no em esquecimento para mostrar a todos que nos temos talento ensinar, aprender, viver ou morrer o que importa nesta vida é você crescer de corpo, mente e espiritual espero que todos também pensem igual para todos que quiserem seguir o movimento se critica nosso estilo não ligamos, por lamento.

E se eu não canto alto ninguém escuta O swing de boca eu deixo com o Urucka . O D.J parou a batida junto com eles, dando uma parada brusca, sem deixar ninguém entender nada. Alguns segundos ficou um silencio e derepente foi aquela euforia, muitos aplausos e assobios. Eles descem do palco, para que os próximos candidatos se apresentassem, em cima de flashes e elogios . Dib desce do palco e vai direto ao encontro da loirinha, que também esperava por ele. Ele chega perto dela, da a mão para ela descer do banco e vão para um canto, um pouco mais sossegado para conversarem. Qual o seu nome? (pergunta o Dib). Leila. (responde ela, perguntando o dele. E o seu ? É Mauro mas todo mundo me conhece por Dib.(responde ele) Desculpa, mas eu não vou poder ficar muito tempo aqui conversando com você, eu tenho que chegar em casa antes das 10:30 hrs . Tudo bem eu te acompanho até a sua casa, só me deixa-me avisar os meus colegas, que vou com

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você até a sua casa e volto depois para saber o resultado do concurso. Ele vai até o Leco explica para ele o que iria fazer e volta. Pronto já podemos ir. Eles vão andando e conversando. E ela explica para ele, que o pai dela era muito bravo e que ele não poderia ir até a frente da casa dela, por que se o pai dela visse ele com ela iria ficar muito bravo com ela, e pede para que ele a deixe na esquina. Dib conta para ela como era a vida dele junto dos amigos dele. Ela observava cada palavra, que ele dizia. Ela fala da vida dela para ele também . No caminho ele sente um cheiro de flores- Que cheiro gostoso, é Dama da Noite, o cheiro da morte. credo não diz isso. - por que você tem medo da morte? -pergunta o Dib.- Não. responde ela. Mas não gosto de brincar com isso. Eu penso assim, quanto mais medo se tem da morte, menos se vive, por ter medo de se arriscar e de morrer, fazendo isso você se priva de muitas coisas que gostaria de fazer, ou até que deveria experimentar, para poder viver melhor. Isso tem sentido, mas o medo nos alerta de coisas que não são seguras para nos, que algo errado pode acontecer, o medo é um aviso disso. Isso também está certo, mas não tem sensação melhor que superar o medo, depois que se supera o medo, fica até engraçado a situação pela qual foi a causadora do medo. Até que eles chegam na esquina da casa dela. Ela estava vestida com uma jardineira cor de rosa, com uma blusa branca por baixo. E sem perder muito tempo ele a puxa pelas alças da jardineira para mais próximo dele, e dá um beijo nela, ela corresponde o beijo e depois diz . você não devia Ter feito isso. Agora eu tenho que entrar, pois já vai dar 10:30 hrs . Tchauuuummmm... Antes de ela terminar de se despedir, Dib dá outro beijo nela. Ela entra e dá tchauzinho de longe do portão. Na volta ele sente o cheiro da flor da morte novamente, dá uma suspirada forte naquela flagrância, cheira a as suas mãos e diz.- esse cheiro é muito parecido com o perfume da Leila e marca o inicio do meu encontro com ela, toda vez que sentir esse cheiro irei lembrar dela. Dib volta para o festival meio desnorteado, com o gosto dela na boca e o perfume nas mãos . Ele chega bem em tempo de ver a ultima banda se apresentar e começarem a premiação. Só os seis melhores seriam premiados e o coordenador fala o nome do 6-º colocado . Era a banda do Má e do Urucka. O 5-º colocado foi uma banda Punk. O quarto colocado foi a banda de Rock a Billi, que se apresentou primeiro. Eles já estavam na expectativa, quando o coordenador anunciou . _ 3-º colocado, Equipe Master. Eles ficaram arrasados. 2º- colocado, o outro grupo de RAP. Por que? Eles ganharam da gente?(perguntou o Ale para o Urucka) . Porque eles tinham dançarinos e dançarinas e coreografia contava pontos . (explica o Urucka) Eu não sabia disso, se eu soubesse chamaria uns camaradas que dançam Break , para dançarem para nós. E o primeiro lugar o numero 1 são... as meninas do sertanejo... Eles dão risadas daquela situação engraçada onde nenhuma banda ganhou e quem ganhou fora duas menininhas cantando musica sertaneja. nós não treinamos direito, por isso que perdemos. (fala o Leco) É verdade não treinamos. (confirma o Juca). Vai pega logo essas medalhas de terceiro colocado e vamos sair daqui, vamos comer pizza, para esquecer um pouco disso, é pelo menos participamos. (fala o Dib). O Urucka vai buscar as medalhas enquanto o resto espera num canto ele voltar. Ele pega com o coordenador e faz desfeita das medalhas e volta . Vamos lá comer pizza que eu estou com fome. Eles andam até uma pizzaria, onde só vendia para viagem e no caminho todos muito calados

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pensando no que tinha acontecido. Chegando na pizzaria eles pedem três pizzas e dois refrigerantes de dois litros, andam até uma esquina, onde havia um degrau que eles sempre sentavam ali para comerem, se sentam e detonam a pizza, um comendo mais rápido que o outro, para comer mais pedaços, por que três pizzas era pouco para eles. Depois de devorarem as pizzas eles pegavam os discos de papelão e jogavam como discos, para o

auto fazendo muita bagunça e fazendo com que eles se distraíssem um pouco com aquilo, até que o Leco fala . Nós não levamos jeito para cantar não. Por que ? só porque perdemos , era só praticar um pouco mais. (retruca o Dib) O Urucka começou errado (fala o Ale) A culpa foi minha agora?(se defende o Urucka) Vocês não tinham coreografia, como o outro grupo tinha por isso perderam. (fala o Lu) E o Dib atravessava a parte de todo mundo, tinha hora que não dava para entender o que vocês estavam cantando . (fala o Tuco ) Os equipamentos estavam maus equalizados e era muito ruim.(fala o Urucka) Eles voltavam para a rua e continuavam a discutir o que tinha acontecido. O Dib e o Leco ficavam um pouco para trás para conversarem de outra coisa. Você viu aquela mina que eu fui levala embora, que brota, parecia a Vera Fisher, com aqueles olhos azuis. O Leco ri e diz. Vera Fisher ? só se for depois dá gripe . (e dá uma gargalhada) Vai ela era bonita sim, não era ? (fala o Dib) Não deu para ver direito estava um pouco longe e escuro, mas parecia bonita, e ai ficou com ela? Fiquei, dei só dois beijinhos nela, ela tinha que entrar cedo para casa, por que parece que o pai dela é muito bravo e não gosta que ela fica até tarde na rua, ele acha que isso não é coisa de menina de família, ficar até tarde na rua como mulher da vida . Chegando na rua dos Master aparece o Edinho, assustado estava branco de medo, correndo na direção deles. O que foi Edinho? (pergunta o Lu) O cara que vocês atacaram pedras na oficina dele, veio ele e mais outro cara aqui atrás de vocês e principalmente do Dib. Perguntou para min se eu sabia onde vocês estavam? Eu falei que não sabia. Então ele sacou de um revolver engatilhou e colocou na minha cabeça, disse que eu estava mentindo e que iria me matar ali mesmo, depois mandou que eu levantasse-se e corre-se e ele deu dois tiros para o alto, e só parei de correr agora que encontrei vocês. Cuzão, vamos atrás dele.(fala o Dib)

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Ele está armado agora outro dia, que ele estiver vacilando, nós pegamos ele.(fala o Leco) Hoje não é bom nos ficarmos , vacilando por aqui , é melhor irmos para outro lugar ou cada um para a sua casa.(fala o Tuco) E eles resolvem irem cada um para a sua casa . como o Dib corria mais risco, o Tuco, Juca e o Leco o acompanham até a sua casa. Chegando perto da casa do Dib eles verificam da esquina, se não havia ninguém esperando por ele. não tem ninguém te esperando .(fala o Juca) falou então valeu, tenho que ir dormir amanhã é Segunda-feira e tenho que trabalhar. Ele se despede dos amigos e entra para a sua casa, que estava toda apagada, e vai em direção da escada para acender a luz, para subir para o quarto. Quando ele acende a luz , toma um susto. Tinha um vulto sentado no sofá . Era o seu primo, que tinha voltado e pergunta para ele. Ainda está com raiva de min? Estou, por que não deveria de estar? Desculpa-me, não vendi o seu tênis ele está emprestado para um amigo meu, e eu esqueci de pegar, amanhã eu vou pega-lo. Era mentira, o primo dele sempre tinha uma desculpa para contar, mas a verdade era que o tênis já tinha virado pó. O Dib se enche da ladainha do primo e sobe para o quarto. Eu tenho que ir dormir amanhã vou ir trabalhar cedo, não sou como você, que dorme o dia inteiro e se droga a noite, tenho que dormir a noite e trabalhar de dia. O primo dele escuta aquilo não gostando muito o que ouvirá e se segura para não retrucar, pois ele sabia o quanto o Dib estava chateado com ele e se levanta, vai até a cozinha, pega uma garrafa de pinga, mistura em um copo com limão e continua sentado no sofá no escuro, como um louco, quer disser louco ele é, e ficou assim devido as drogas. O Dib tira o tênis e para que o seu primo não o roube, esconde embaixo da cama e faz o mesmo com a calça e a camisa e se deita. Seu pai já estava dormindo e como sempre com o rádio ligado, se desligar ele acorda, então como o Dib já estava acostumado a dormir com o barulho do rádio, não se incomodava mais e se deita, deixando o rádio ligado. Nesta mesma hora o locutor da rádio, anuncia o nome dos Master e presta atenção no que estava falando o locutor. A Prefeitura de São Paulo está apoiando ex. pichadores, que agora se dizem grafiteiros, para colorirem os túneis da cidade. Como é o caso da Equipe Master de grafite, que estão participando deste projeto, que se chama “grafite arte legal” que tem patrocínio da Coca-cola e das tintas Colorgim Sprays. Ouvindo aquilo o Dib se alegra e pergunta para o pai se ele tinha ouvido também, mas o pai dele já estava no quinto sono. Ele se deita novamente, reza e nesta noite não demorara muito para dormir, como na noite passada, por que ele já tinha um novo amor em quem podia pensar e sonhar com ela. Ele cheira a sua mão que mesmo depois de Ter comido pizza o perfume da Leila ainda predominava em suas mãos, e pensando nela ele adormece. Acorda com a sua avó o chamando. Levanta menino são 06:15 HRS, você tem que ir trabalhar. Ele se levanta numa preguiça só , se troca e desce para tomar uma caneca de café com leite, quentinho, que sua avó preparava todo dia para ele, toma o leite dá um beijo na avó e sai para o ponto de ônibus as 07:00 . O ônibus passava as 07:05. Chega o ônibus lotado como sempre, mas o seu lugar estava garantido no fundo do ônibus pêlos seus companheiros de ônibus. O Dudas. O Parika, Palmeirinha, a tia que só ri, ela não diz uma palavra, só sabe dar risada e o Dininho, que trazia um jornal na mão, era a Folha da Tarde, onde na capa estava a foto dos Master na primeira pagina, com a inscrição em negrito “prefeitura estimula ex. pichadores” E todo o comprimenta. Parabéns, agora nós temos um amigo famoso. ( diz o Dininho). Ele pede para ver o jornal. Lê o que o repórter narra e comenta. Ficou boa a reportagem e as fotos também. O pessoal pergunta como foi, que eles foram entrevistados, quando porque? O que tinha acontecido

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e foi assim a viagem toda cheia de questionamentos, até a praça Princesa Isabel, onde ele o Parika e o Dudas, descem pela porta de trás do ônibus sem pagarem a passagem. O Parika e o Dudas pegam o seus caminhos oposto do Dib, que corta caminho por dentro da praça Princesa Isabel, por onde ele gostava de passar para ficar apreciando aquela grande obra de Duque de Caxias . e pensa. Victor Brecheret, o mesmo que fez o monumento as Bandeiras, este artista era muito bom, olha que perfeição... Seu pensamento é interrompido pela visão que estava a sua frente, que não era nada perfeita para ele. Ele vê mendigos, todos ali dormindo nas gramas e nos bancos da praça, tinha famílias inteiras ali, vivendo naquela situação e se comove ou se choca e pensa no que ele poderia fazer para ajudar aquelas pessoas. _ Mas a culpa é do governo. Nesta mesma hora bate uma inspiração, para uma letra de RAP, ele recita e decora para mais tarde passar par o papel, para não esquecer, e vai cantando pelo caminho. Ei vocês do poder O que estão fazendo que não olham, para essa gente Pessoas decentes que se tornam indigentes Mas a culpa é deles mesmos Que os elegem a presidente. E vai cantarolando até a entrada da Folha onde ele trabalhava como Ofice Boy, na entrada ele encontra ali o seu pai que também trabalhava na folha como faxineiro, varrendo a calçada de entrada. Bom dia pai. (ele o complimenta dando lhe um beijo no rosto) Bom dia filho, já estou com duas horas de serviço, enquanto você está chegando agora. Ah pai ! mas você vai embora para casa mais cedo também. E vai entrando para o serviço, complimenta o segurança e pega o elevador até o sexto andar, onde bate o seu cartão de ponto, espera mais uns minutos e começa a trabalhar. Quando os pessoais do escritório pegam o jornal para lerem e vem a foto dele ali na primeira pagina, fazem algumas brincadeiras. Pensei que ladrão só sai no Noticias Popular. Que quadrilha de assaltantes de bancos, você faz parte. Outros o elogiam e foi assim até as 09:00 quando ele tem que ir fazer um serviço de rua. Enquanto ele vai saindo do prédio, os pessoais de outros andares iam dizendo. _ Sai no jornal heim.- Te vi no jornal. - Quem você matou? Já na rua ele vai andando até a rua XV de Novembro . onde ele para numa banca de jornal , que tinha vários jornais expostos ali para venda e olha a foto dele junto com os seus cincos amigos e pensa. É conseguimos e daqui para frente qual será o nosso objetivo, protestar, chamar mais a atenção. E vai pensando até o banco, chegando no banco ele vai até o departamento de cobrança e entrega o serviço para o funcionário do banco e fica esperando ficar pronto. Enquanto esperava ele pega umas folhas que havia ali no balcão, puxa a caneta pela cordinha que estava amarrado a mesma e começa a esboçar algumas ideais, para mais tarde mostrar para os seus amigos, par ver o que eles achavam das ideais, se haviam ficados boas ou não , mesmo as que ficavam ruim eles guardavam, para um dia melhorara. Por que uma idéia é sempre uma inspiração, e toda idéia deve ser ouvida, por que sem ideais, não se tem um inicio . Como desenhar fazia a hora passar rápido. Ele nem percebe o funcionário chegando perto dele e se assusta. _ puxa que susto, já está pronto, que rápido. rápido nada demorou quase duas horas. (diz o funcionário do banco) Dib olha no relógio e diz. Caramba! nem percebi a hora passar, fiquei aqui entretido nos desenhos, que nem percebi a hora passar.

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Dib olha para os desenhos e percebe que acabou com todas as folhas de rascunhos e da uma risadinha sem graça, pega o resultado coloca no bolço e sai para fazer mais uma hora na cidade, para não Ter que voltar cedo para o escritório. E fica enrolando nas galerias do centro, para ver se tinha alguma novidade, ou só para matar o tempo mesmo, ou encontrar alguns conhecidos que trabalhavam pôr ali. Neste dia ele compra um boné e dá uma passada pela Praça Marconi, onde os pichadores se reuniam na hora do almoço. Ele não era mais pixador, mas ainda conhecia muita gente, que pichava ainda e passava por lá só para rever os amigos e especialmente nesse dia que sairá no jornal, para eles isto era a glória . Chegando na praça ele encontra um camarada, que pichava Chefe, o complimenta e comenta se ele tinha visto o jornal do dia. Neste mesmo dia havia uns caras estranhos no pico, que ele desconhecia. Um dos sujeitos o encara e vêm caminhando em sua direção, e diz. E ai , e este boné ai, têm jeito? (ensinua o indivíduo, que queria o boné do Dib.) Não tem jeito não, por que vai encarar. (responde o Dib) O que! Você duvida que eu te tomo este boné é? Eu não duvido de ninguém e nunca subestimo, você nunca sabe com quem está mexendo né. O sujeito olha bem nos olhos do Dib, que também o encara, percebe que ele não era otário e que não estava falando com qualquer mane e que o Dib estava pronto para brigar pelo boné, fica um instante pensativo e muda de assunto. O que você picha? Eu pichava Dib, hoje só faço grafite. Grafiteiro é ... de que turma você é? Eu sou da Master. O indivíduo ouvindo aquilo arregala os olhos, corre para pegar um jornal que estava na mão de outros pichadores. Volta e compara o Dib com a foto do jornal. É você mesmo!! O me desculpe por àquela hora eu não te reconheci. Tudo bem, deixa pra lá, tenho que voltar para o serviço e não posso voltar todo sujo, por Ter brigado e rolado com alguém na rua.

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O indivíduo ri e pede para que ele assine a sua agenda, outros pichadores pedem que ele também assine as agendas deles. Ele assina uma por uma e vai saindo, já estava se atrasando para voltar para o serviço. E chega um pouco mais tarde do que o de costume e sua chefe o olha com uma cara torcida, de quem comeu e não gostou, mas não diz nada, só olha para o relógio. Ele se senta na sua mesa e finge que estava trabalhando, não estava nem um pouco com vontade de trabalhar naquele dia, as horas não demoram muito a passar e dá o horário de saída, como um louco ele bate o seu cartão de ponto e se manda para o ponto de ônibus, acompanhado pela a sua amiga Beth.(uma grande amiga de serviço) e eles vão conversando até o ponto de ônibus, onde o ônibus dela passa primeiro para a Freguesia do Ö, eles se despedem e o Dib fica esperando o seu ônibus que não demora muito a passar, mas vinha lotado, com gente pendurada na porta, ele dá sinal mas o motorista não para e passa direto, parando só no semáforo vermelho, ele corre até o ônibus e se pendura na porta também, com um pé no degrau da escada do ônibus e o outro pé no para choque, se segurando na janela. Isso para ele era diversão, era melhor do que ficar lá dentro todo apertado e sufocado, respirando aquele ar poluído, já na porta não, tinha o vento batendo na cara, como se estivesse em uma moto. O ônibus para no próximo ponto, para descerem algumas pessoas pois para entrar não cabia mais ninguém, mas havia três pessoas querendo ir mesmo assim, pendurados, duas mulheres e o Dondo um amigo do Dib. Ele pede para que pessoal se apertassem um pouco mais, para que as duas mulheres subissem com um pouco de segurança, ficando no segundo degrau da escada do ônibus, enquanto o Dib permanecia da mesma forma que estava e o seu amigo no ultimo degrau se segurando na janela do outro lado e vão embora . O ônibus esvazia-se um pouco e o motorista pede para que eles entrassem, para ele poder fechar a porta. O Dib e o Dondo, não sobem e não deixam que o motorista feche a porta, mais dois sujeitos maus encarados descem e ficam segurando a porta também. O motorista tenta fechar, acionando o ar comprimido da porta, mas era em vão os quatros seguravam fácil e não deixava que ela fechassese. O motorista ameaçava dizendo, que iria parar no posto policial, os dois sujeitos maus encarados ouvindo isso sobem e deixam só o Dib e o Dondo segurando a porta. O motorista arranca e para no posto policial. E entra para chamar alguns policiais, nisso eles soltam a porta e se misturam com outros passageiros, pagam a passagem e vão para frente disfarçando. O motorista volta com quatro policiais e aponta para o Dib e o Dondo. Dois policiais sobem para o ônibus, vão até onde estavam os dois e pede para que desçam. Eles descem e o motorista tenta agredir o Dib, que se defende e dá uma pesada no motorista, fazendo com que ele fica-se na dele e os guardas o separassem. Dois guardas seguram o Dib e o Dondo e manda o motorista ir embora que os passageiros já estavam reclamando. O ônibus vai embora e o guarda manda que eles entrem na delegacia, que eles iriam tomar um chá de banco, só um pouco. Um dos policiais se aproxima do Dib e pede para que ele cheira-se o que ele tinha na mão. O Dib empurra a mão dele e diz. Você acha que eu sou trouxa isso daí e gás aclimogênio. O policial se enfeza e dá com a lata na cabeça do Dib e diz . Você é muito folgado, acho que vou te por lá dentro junto com os presos, para acabar com a sua folga, o que você acha? Eu não acho nada, me coloca lá, que o meu pai me tira e coloca você lá dentro. Quem é o seu pai ? algum dotorzinho. Vai mexendo que você vai ver, quem é ele . O policial fica meio cabreiro, para com a brincadeira e entra em uma sala e volta minutos depois e pergunta novamente. quem é o seu pai? o que ele faz. E o Dib responde dando risada. Ele é faxineiro na Folha de São Paulo. O que era verdade, mas deixa o guarda mais confuso ainda.

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O guarda meio desnorteado diz . Vocês estão liberados podem ir embora, mas me diz quem é o seu pai ou o que ele faz. Já te disse ele é faxineiro mesmo. O policial meio desconfiado, olha para ele e diz. Vai sai logo daqui. O Dib e Dondo vão dando risada até o ponto de ônibus e comentam . você viu a cara dele, quando eu disse que meu pai era faxineiro. E dão risadas até passar outro ônibus. Eles sobem para o ônibus e encontram mais alguns amigos e comentam o que tinha acabado de acontecer, e vão dando risada até o ponto onde o Dib desce por trás sem pagar a condução. E ele corre para casa, por que já estava atrasado para ir para a escola, chega em casa toma banho se troca e janta correndo e corre para a escola cortando caminho pela vielinha. Na entrada da escola estavam o Tuco e o Leco. Ele os complimenta. E o Tuco o avisa que tinham pichado em cima do grafite do Túnel da Av. Paulista. O que pixaram por cima do grafite? Quem foi? Foi um tal de Testa . (responde o Leco). Sexta-feira, nos vamos lá no pico da Lapa buscar ele e quem estiver com ele. (diz o Dib entrando para a escola, que a espetora já estava fechando o portão.) Entrando na escola a primeira pessoa que ele encontra é a Kátia. Preciso falar com você. (diz o Dib para ela) Pode falar.(diz ela) O que você quer de mim? De você nada. Então você quer ficar neste chove e não molha e é logico que você não vai largar do seu namorado rico, para ficar com um pé de chinelo como eu. Vai. Você toma uma decisão logo, ou você deixa o seu namorado e fica comigo, ou me deixa de uma vez por toda . Ela sai andando e dá a costa para ele. - Se você não voltar aqui eu vou entender isso como que você escolheu o outro. Ela continua andando. então acabou, me esquece. (ele pensa) eu cumpro o que falo . e vai para a sala de aula. O pessoal da sala de aula comenta. Eu te vi no jornal hoje. Você e o Urucka. (fala o Reinaldo) Uma menina trouxe o jornal e mostra para a turma toda. O professor entra na sala de aula e todos se sentam, logo atrás chega o urucka e pergunta . Viu o jornal hoje Dib? Vi. mostra para ele Cidinha. O professor pede para ver o jornal, olha e pergunta. São vocês dois aqui? Somos sim . (responde o Dib) Vocês mataram alguém ou assaltaram algum banco ? com essas caras de maus elementos e o que parece. A sala toda ri. não professor, nós somos grafiteiros e estamos participando de um projeto da Prefeitura. Ah é ,legal mas vamos iniciar os nossos projetos de aula de hoje.

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O professor inicia a aula e todos prestam atenção na aula. O Dib gesticula para o urucka, que queria falar com o ele na hora do intervalo . Passado as horas, chega a hora do intervalo. o que foi o ? (pergunta o Urucka para o Dib) vamos procurar o Juca e o Lu, para conversarmos todos juntos. O Juca e o Lu, estudavam na mesma, escola também. Todos reunidos, o Dib explica o que queria dizer. Encontrei com o Tuco e com o Leco na entrada da escola, eles me disseram, que pixaram por cima do nosso grafite da Paulista. Todos se espantam e exclamam ! O que !!! É isso mesmo que vocês escutaram . O que vamos fazer ? (pergunta o Lu) Vamos atras de quem foi lógico .(fala o Juca indignado) E a propósito quem foi? Já sabe? (pergunta o Lu) O Leco disse que foi um tal de Testa. Sexta-feira nós iremos no pico dos pichadores, na Lapa no Mac Donald”s . É isso ai, vamos lá mostrar respeito e dar exemplo, quebrando a cara desse trocha, que pichou por cima do nosso grafite, vamos mostrar para eles quem são “Os Master”. Neste tempo que estavam conversando , se passa o tempo do horário de intervalo e bate a campainha, avisando que tinham que voltar para as salas de aulas. Eles se complimentam e o Dib e o Urucka vão para a sala deles e o Juca e o Lu também. A aula estava chatíssima e o Dib não parava de pensar em tanta coisa que estava acontecendo com ele ao mesmo tempo, chegava a ser perturbador, a ponto de não deixa-lo prestar atenção na aula e parecia que aquela aula não iria terminar nunca, deixando o impaciente, era sufocante, mas por graça divina a aula terminou. Na saída da escola o Dib encontra com a Kátia que não lhe dá nenhuma resposta e ele entende aquilo como que está tudo terminado entre eles, que ela prefiriu ficar com o otário do japonês, no momento em que chegava o mesmo e ela dá-lhe um beijo asfixiando-o, mas de olhos abertos olhando para o Dib, como dizendo “eu fico com os dois”. Ela monta na moto, abraça bem forte o corno do namorado dela e faz posse para inciumalo mais e vai embora . O Dib fica boquiaberta, com aquela cena, pensativo por alguns segundos, mas dá de ombros e vai à direção dos seus amigos. Comprimenta um por um novamente e comenta. Pixaram mesmo em cima do nosso grafite em . Nós iremos resolver isso na Sexta-feira. (fala o Lu)

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Hoje nos temos que resolver outra coisa, “Os Prótons” estavam tirando a gente, dizendo que somos uns otários, metidos a bestas. Vamos lá mostrar para eles quem são os otários. Eles vão até o lugar onde ficavam os Prótons (os prótons eram um tipo de rivais dos Master). Eles estão sentados na guia trocando idéias . (fala o Leco) Vamos correndo que os pegamos desprevenidos. (fala o Tuco). Todos correm juntos em direção aos Prótons. Alguns ao verem eles correndo em suas direção, se levantam e tentam fugir. Havia cinco deles, quatro se levantam e fogem, um não consegue se levantar a tempo o Dib vem correndo e chuta o rosto dele e dá mais alguns chutes, descontando a sua raiva de tudo o que estava lhe acontecendo, desabafando batendo naquele pobre coitado, enquanto o resto do pessoal corria atrás dos que tentaram fugir. O Leco derruba um com uma chinela por trás, fazendo com que o sujeito se esborrachasse no chão, o Tuco pega o outro. O Juca, Urucka e o Lu, correm atrás dos outros dois que conseguem fugir. O Tuco e o Leco, levantam os dois sujeitos e os levam até onde estava o Dib só olhando, o que ele tinha espancado, que estava atordoado no chão. Sentam aí do lado desse outro trouxa e fica quieto se não quiser apanhar mais, será que os caras conseguiram pegar os outros dois. Passados alguns minutos, o Juca, Urucka e o Lu, voltam. Cadê os outros dois .(pergunta o Dib) Eles fugiram, pulando dentro do córrego atravessando para o outro lado, eu não ia me sujar, para pegar eles, eu acho que pelo susto e pela sujeira que eles ficarão, aprenderão a lição. (responde o Juca) O que vamos fazer com estes três aqui? (pergunta o Tuco) Vamos espanca-los mais .(fala o Juca) Não. nos não somos covardes, eles já aprenderam a lição, de que não se deve, se meter com os Master (fala o Dib) Quem chamou a gente de trouxa, qual de vocês que foi? (pergunta o Dib) Um deles fala. Não chamamos ninguém de trouxa, quem falou isso ? Não interessa quem falou, nos ficamos sabendo e viemos aqui para mostrar, quem são os Master, aprenderão a lição ou querem mais um pouquinho de aula. Eles assustados respondem. Aprendemos sim . Então diz para nós quem são os mestres das ruas ? responde!!(grita o Lu com os prótons) Vocês!! (respondem os Prótons para ele) Vocês quem? Nós não temos nomes ?(fala o Juca) “Os Máster” são os mestres das ruas. Não escutei fala mais alto.(fala o Leco) Os Master são os mestres das ruas . Assim está melhor, vamos embora e se ouvirmos uma palavrinha da gente de novo. Nós voltaremos aqui e vocês não vão Ter tanta sorte assim. Ouviram? (fala o Dib) Eles balançam a cabeça dizendo que sim. Vamos embora vai.(fala o Dib) Virando a esquina eles caem na gargalhada. você viu a cara dele, estavam tremendo , mais que vara verde. (comenta com o Tuco) eu chutei a cara daquele trouxa com gosto, desabafei na cara dele. E os outros dois correndo dentro daquele rio podre, todo cheio de merda e de ratos, foi demais ver aquilo. Foi muito engraçado mesmo. Eles comentam cada um a sua atuação, até chegarem na rua dos Master. O Tuco bocejando fala. vou para casa dormir, vamos Leco? Vamos. Eu vou com vocês amanhã tenho que trabalhar .(fala o Juca )

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E os três vãos embora. Não vai trabalhar amanhã, Dib? (pergunta o Lu) Não estou querendo ir não. Então vamos desenhar um pouco, enquanto você decide. Entrem comigo, vamos desenhar na cozinha eu pego o Micro System do meu irmão e nos ficamos ouvindo musica baixinho e desenhando. Por que você não quer ir trabalhar Dib? ( pergunta o Urucka) Eu estou me sentindo um estranho no ninho, eu quero deixar o cabelo crescer, sem ninguém ficar me discriminando, usar as roupas que eu quero usar e não ir vestido todo bonitinho; tem uns puxas sacos no serviço, que vão até de terno e gravata, o que eles ganham não dá nem para pagar um terno daqueles, muitas vezes deve de ser até emprestado do pai ou de algum conhecido, isso para mim é mais vergonhoso, do quer ir trabalhar a vontade, com uma roupa que você se sinta mais confortável e com mais animo de trabalhar do que todo engomado que você nem consiga se mexer direito com medo de amassar a roupa ou danificala; eu não sou assim. Eu fico me sentindo um pouco yuppie. As vezes estou trabalhando e fico pensando em outras coisas que poderia estar fazendo o que eu realmente gostaria de fazer, andar de skate ou de bicicleta, surfar, viver grafitando e se manter só com o dinheiro que ganhássemos fazendo grafite, estava de bom tamanho para mim, viver a minha vida do jeito que eu sou e não do jeito que a sociedade me impõe . Eu entendo bem isso que você está me falando eu já passei por isso também . Eu sendo negro às vezes é até pior, as pessoas nos olham como marginais e nos julgam pela a nossa atitude de ser ou de se vestir e não pelo o que realmente somos, eu não sou capaz de roubar nem uma bala e gosto de me vestir assim, todo largado, você quer ver um exemplo disso do que estou falando, olha os políticos que se vestem muito bem, com roupas de grife, usam os melhores ternos e gravatas, muitas vezes mais cara que um salário mínimo e são os piores ladrões, corruptos, sem caráter. E olha como está atitude de sem vergonha é chamada? De crime do colarinho branco, por que você nunca imaginária um pé rapado cometendo estes crimes, você sempre imagina uma pessoa bem vestida, com um terno e uma camisa de colarinho branco, e as pessoas não discriminam eles por que sempre passam uma postura de um ser honesto, agora a gente sendo honesto e simples, recebemos nomes que muitas vezes, nem em pensamentos nos seriamos assim. O Lu traz o radio e todo o material de desenho que eles tinham e algumas fitas k7 de diversas bandas como Suicidal Tendências, Bestie boys, que não podia faltar, Rush, guns, faith no more , ira, etc. Eles sempre começavam sempre a desenhar ouvindo Ira, uma banda paulista que os expiravam muito pelo os temas de suas musicas e quando o sono os apertava ouviam um som mais pesado. Cada um fazia um desenho em um canto da mesa, às vezes faziam mais de um. O Urucka desenha uma personagem muito legal e embaixo do personagem três letras estilizadas, escritas (P,M,G.). O que significa isso ? (pergunta o Lu) Pizzas, mulheres e grafite. (responde o Urucka). Todos riem. legal vamos fazer este grafite agora ele é pequeno dá para fazer com pouca tinta é rápido de fazer. (fala o Dib). Onde que nos iremos fazer agora? Que tal no predinho, na parte onde tem a laje, no alto.(fala o Dib)

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Legal!! (todos concordam). Eles pegam as tintas no quartinho da casa do Lu e vĂŁo atĂŠ o predinho. O Dib e o Lu, sobem na laje, o Urucka fica em baixo olhando se vinha alguĂŠm e ajudando com as tintas que precisariam.

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O Lu faz o desenho na parede num sufoco, porque não tinha onde se apoiar e o Dib tinha que ficar segurando-o, para ele poder alcançar o mais alto possível , ele termina o desenho e eles começam a pintar, no momento em que o Urucka assobia, avisando que vinha vindo alguém. Rapidamente eles se abaixam na laje, se escondendo e esperando para ver quem era. Eram uns grupos de senhoras, que vinham voltando da igreja. Elas passam e o Urucka avisa . pronto elas já se foram. Eles terminam de pintar e o Dib começa a contornar o desenho com o spray se apoiando no Lu que mal se agüentava com ele mesmo, muitas vezes até atrapalhando de fazer um bom contorno, ele termina de contornar o desenho, se irrita com o Lu por não consegui-lo segura-lo direito e se equilibra sozinho na mureta do prédio, foi quando ele terminando a ultima letra. Escuta um estrondo como de uma bombinha e um zumbido passa do lado de sua orelha e um buraco se abre na parede. É um tiro de revolver, atiraram em mim !!! De onde veio isso? (pergunta o Lu). Não sei mas vou terminar assim mesmo, só falta à parte de baixo da letra, dá para se proteger melhor. Ele termina o contorno e fala para o amigo. Lu faz os teg’s do que significa as letras embaixo delas, para não se expor no alto e tomar um tiro de graça, vai termina ai! Que nos vamos ficar olhando para ver se encontramos quem atirou. Eles procuram, procuram e não vem nada. terminei! Vamos descer daqui logo, antes que tomemos um tiro aqui em cima. Eles descem e dão uma admirada no grafitte, para ver como tinha ficado e mesmo assustados com o tiro eles dão risadas. Ficou legal e engraçado ‘pizzas, mulheres e grafite’. (fala o Urucka). Aqui de baixo você não viu quem foi que atirou? (pergunta o Dib) Não. Não vi, só vi a areia que caiu do buraco que fez na parede e ouvi um barulho de bomba. Quase acertou a minha cabeça, vamos sair daqui! Eu tenho que ir embora .(fala o Urucka) São seis horas já! Não vou trabalhar mesmo hoje, posso dormir no seu sofá Lu, até umas dez horas, porque a minha vó vai me encher o saco para ir trabalhar. Dorme ai, sem problema. Eles entram na casa do Lu. Eu vou pegar uma coberta para você. O Lu trás a coberta e sobe, o Dib pega-a e se ajeita no sofá, pensando na preocupação de sua avó, mas não dá nem tempo de pensar direito e desmaia em sono profundo. Acorda já quase na hora do almoço, estranha o lugar e se pergunta. Onde estou ? Ah é a casa do Lu! Eu fiquei aqui, tenho que ir embora para casa, a minha vó deve de estar preocupada comigo e brava por não Ter ido trabalhar hoje. Ele se levanta e sai pela cozinha, a mãe do Lu já estava trabalhando, sai pelo corredor e vai para a sua casa pensando. nosso a minha avó deve de estar uma fera comigo. Chegando em casa, a avó dá uma olhada de deixar o cabelo em pé e pergunta. Onde que você estava moleque? Que não dormiu em casa e porque não foi trabalhar? Eu estava na casa do Lu desenhando acabei dormindo no sofá e acordei só agora, perdi o horário. Você me paga moleque, você fez de propósito, para não ir trabalhar. Não vó foi sem querer. Você pensa que eu nasci ontem, você não me engana não seu malandro, depois que perde o emprego, você vai fazer o que dá sua vida em, estou falando com você, está me ouvindo? Seu malandro. Ah não enche o saco tá!! O que!! É um malandro mesmo. O Dib deixa a sua avó falando sozinha e sobe para o quarto, troca de roupa, pega a bicicleta e tenta sair de fininha, sem que sua avó o veja. onde que você pensa que vai seu malandro volta aqui, vagabundo. Ele desce a ladeira a toda empinando a bicicleta e pensa no final da ladeira.

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Aonde que eu vou? Terça-feira não tem ninguém na rua. Ah já sei o Leco está sem trampar, e ele deve de estar no balneário, jogando basquete eu vou até lá e fico fazendo algumas manobras nos degraus da arquibancada, é isso mesmo que eu vou fazer. E vai pulando os buracos e as lombadas por onde passava com a bicicleta. Chegando no balneário, estavam lá , o Leco, Ale, Instem, o Baboo, Aranha, Pelé e um pessoal que estava no balneário, para jogarem vôlei contra o time do balneário. O Dib complimenta os seus amigos, olha para o pessoal estranho e reconhece uma pessoa no meio daquelas pessoas. - Espere eu conheço aquela loirinha, é a Leila; vou lá falar com ela. Oi! O que você está fazendo aqui? Oi, eu vim jogar vôlei, com as minhas amigas e os meus amigos e você não foi trabalhar hoje? É não fui. Faltando no serviço em. Só hoje, não estava muito a fim de trabalhar. O pessoal começa a jogar vôlei e chama a Leila. eu tenho que ir jogar o pessoal está me chamando. Está bem, eu vou ficar por aqui andando de bicicleta, depois , nós conversamos mais. O Dib fica empolgado com a presença dela e se arisca mais nas manobras, só para se exibir para ela. Ele pula degrau por degrau, chegando na parte mais alta e pulando de 360ºsobe os degraus de 180º, faz diversas manobras e cada vez que fazia uma manobra, olhava para ver se ela estava olhando-o . Quando ela estava olhando ele não se cansava de se exibir, mais e mais. Mas ele exagera e acaba se cansando sim, se senta na arquibancada e fica assistindo o jogo, quer dizer ele disfarça que está assistindo, porque na verdade ele só olha para a loirinha. Enquanto isso seus amigos, treinam bola ao aro . O Leco se cansa e se senta ao lado do Dib. Está vendo aquela loirinha ali Leco. O que , que tem ela? Foi com ela que eu fiquei no Fecalp. A que você falou que parecia a Vera Fisher. É , ela mesma. Eu a conheço, estudou comigo, ela é briguenta. Outro dia ela brigou com uma menina, na porta da escola, deu o maior pau na menina. Ela é briguenta é, gostei mais ainda dela. Você não foi trabalhar hoje? É. Não, não fui, fiquei até tarde na casa do Lu e dormi lá. Tomara que eles não te mandem embora. Tomara que não a minha avó iria me matar se isso acontecesse . O jogo acaba, a loirinha fica conversando, com as suas amigas e não vem conversar com o Dib. Ele fica esperando e nada, ela nem olha para ele. Ele desiste de esperar e vai saindo. Quando ele houve uma voz, que o estremece inteiro por dentro, deixando o imóvel como uma estatua . Espera, aonde você vai,eu vou com você. Vaaiii! Vou. Então vou, eu estou indo guardar a bicicleta em casa. Os dois vão andando juntos. O Dib empurrando a bicicleta, para poder acompanha-la . Chegando na casa dele. vem sobe comigo, no meu quarto, eu guardo a bicicleta lá em cima, por segurança e talvez nos podemos ficar ouvindo um pouco de musica, que tal? Você está sozinho em casa ? eu tenho vergonha de ir entrando assim na casa dos outros. Não, não estou sozinho, a minha avó deve de estar lavando roupa lá no fundo do quintal, vem logo! Ela concorda mas avisa. Sem nenhuma gracinha tá. Tá . está bem, mas anda logo.

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Eles sobem para o quarto, onde ele pendura a bicicleta na parede em dois ganchos, parafusados na parede. Ela olha o quarto dele e comenta.

Que quarto de maloqueiro, todo grafitado e pichado, bicicleta na parede um skate também pendurado, do outro lado uma prancha de surf, tênis espalhados pelo quarto todo. Ela se senta na cama e diz. Nossa que cama macia, macia até de mais. É porque tem dois colchões . ( explica o Dib) O que você quer ouvir, eu tenho Legião Urbana. ( sugere ele) Isso coloca Legião que eu gosto. Era o único som mais adequado que ele tinha para aquela situação, ele nem diz o resto das outras bandas de musicas, que ele tinha , por que ela iria se assustar, só com os nomes deles com a musica então ela iria sair correndo. Ele pluga o som e aumenta o volume um pouquinho e se deita ao lado dela na sua cama. Ela se levanta e se deita na cama do pai dele, olhando o desconfiado. O que foi ? não gostou do beijo da ultima vez que nos encontramos. Gostei. Então por que você está fugindo de mim? Ele vai chegando devagarinho perto dela e se senta ao lado dela . É porque é perigoso, nos dois aqui sozinhos no seu quarto e se sua avó derepente sobe e nos pega aqui sozinhos, eu iria morrer de vergonha, se você começa a me beijar eu não me responsabilizo pelo os meus atos, e não agüentaria por muito tempo e tem mais eu ainda sou virgem e estou naquela fase da indecisão, se faço amor agora ou só depois do casamento, não quero que seja assim de qualquer jeito. Dib concorda com ela, só para conquistala melhor e diz. Não vamos fazer nada além da conta, só vamos ficar nos beijinhos e umas passadas de mão. Só nos beijinhos e nada de passada de mão. Ele concorda com ela mais uma vez, só para agrada-la e se aproxima da boca dela, fazendo-se que iria beija-la, ela fecha os olhos e fica esperando o beijo. Fazendo charme ele a fica só olhando e afasta o rosto para atrás, deixando-a ansiosa. Ela abre os olhos e vê, ele só a olhando de longe, dá um tapa nele e o xinga. Seu bobo, fez eu ficar aqui com cara de boba, pensando que riria me beijar. Ele fica com um bico de emburrada e cruza os braços, como uma criança mimada.

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Ele olha aquela fizonomia de anjinho, não se contem e a beija , dessa vez para valer, e ela corresponde sussurrando, dando mais paixão naquele beijo, que dura uns cinco minutos. Ela pede para parar, por que ela estava sem fôlego, retoma o fôlego e continua, dessa vez vai deitando-a na cama e se deitando por cima , se esfregando e passando a mão pelo corpo todo dela. Alguns pontos do corpo ela não deixava, mas depois de algum tempinho ela até pedia para toca-la, nessa excitação toda, eles se empolgam, ele tira a camisa e tira a dela também, beija o pescoço dela os ombros ao redor dos seios, que ainda estavam no sutiã e passa a mão pela as costas dela e para no feche do sutiã, tentando abri-lo e consegue soltando aqueles belos pares de uma coisa maravilhosa ele dá um beijinho bem sutil em um deles e desce beijando a barriga até a o botão da calça e começa a abrir o zíper. Ela empurra a mão dele e diz. não quero fazer isso, só vamos ficar assim como estamos. Ele concorda e continua a caricia-la, ele a vira de bruço e beija o meio da costa dela que começava no começo do rego e ia até a nuca dela, só com a ponta da língua, encostando bem de leve na costa dela, fazendo-a sussurrar e o deixando louco também, e repete varias vezes isso uma das vezes ele desce até o reguinho da bunda e sobe devagarinho só encostando os lábios na coluna dela ate a nuca, fazendo a sussurrar mais alto e desviando para os ombros, onde dá uns beijinhos e a vira sutilmente, beijando o seu colo, chegando nos seios e descendo pela barriga até a calça e tenta abrir o zíper novamente, dessa vez ela deixa que ele abra a calça dela e dá uma puxadinha para baixo forçando a sair, aparece a calcinha dela, que era cor- de - rosa, com laçinho bem no meio do elástico era perfumada, ele tenta abaixar a calça mais um pouco. Quando ele escuta. Mauro!!!! Fazendo com que de um pulo da cama e ela também se levanta se arrumando. Droga!! É a minha avó. O que você está fazendo ai em cima? Nada, sou estou ouvindo musica. Quem está com você? Ninguém , está sozinho. Eu vou subir para ver se é verdade. Pode subir. A avó começa a subir as escadas . rápido se esconda aqui. Ele levanta o colchão onde avia um espaço, por que o colchão de cima era maior que o de baixo, que deixava um espaço entre a parede e a cama. Entras ai, encolhe a perna que vou jogar a coberta por cima dos seus pés, escondendo-os . A sua avó entra no quarto , dá uma olhada procurando algo de errado . Pensei que você estava mentindo para mim, falta no serviço, para ficar vagabundando, seu vagabundo. Não começa vó, me deixa em paz. A avó dá uma olhada para ele e desce. Pronto você já pode sair. E agora como eu vou embora ? Espera eu vou lá ver se ela está na sala, se ela estiver eu a levo até a cozinha e volto para te avisar. Ele desce para a sala, onde a avó dele assistia televisão e pede para a avó. Vó faz aqueles bolinhos doces para mim. Você não merece faltou no serviço hoje. Ah, faz vai vó eu estou com vontade de comer aqueles, bolinhos, sempre quando eu estou trabalhando há esta hora eu lembro dos bolinhos da senhora e fico pensando; humm como seria bom se eu estivesse em casa esta hora só comendo os bolinhos doces da minha avó, e como eu estou mesmo aqui hoje , você poderia fazer este meu desejo, né vózinha. Está bem eu faço, mas você não merece. Ele acompanha a avó até a cozinha, beijando e a ajuda a pegar os ingredientes. Quando ele vê que a avó está com a mão na massa literalmente, e que não vai sair tão cedo dali, ele avisa. Eu vou ao meu quarto desligar o radio e já volto. Ele sobe correndo e chama a Leila . Vamos logo ela esta, ocupada na cozinha, dá tempo de sair, sem que ela te veja.

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O Dib desce na frente, só para garantir, abre a porta da sala e quando ela estava saindo. A sua avó pergunta da cozinha. Você vai sair? A menina se assusta pensando que ela estava na sala, olha para verificar e se alivia ao ver que não, então ela fica parada esperando que o Dib a responde-se. Não vó, parece que tem alguém me chamando, vou ver quem é. Eles saem até o portão. vem senta aqui em cima do murinho do registro de água e me espera aqui. Ele entra de volta em casa, e sua avó já na sala pergunta . Quem era? É uma amiga minha. Que amiga? Uma que eu conheci em uma festa sábado. Manda-a entrar. O Dib vai até lá fora e combina com ela .- Faz de conta que você, está chegando agora. não eu não vou entrar. Se você não entrar vai dar mais suspeita ainda, vem vamos comer uns bolinhos, que ela está fazendo, você não está com fome? É estou um pouco. Ela decide entrar e eles vão direto para a cozinha; onde o Dib a apresenta para a sua avó. Essa é a Leila vó e esta é a minha avó . Como uma velhinha simpática que era, a avó dele elogia a moça dizendo. Nossa! Como você é bonita, que olhos bonitos você tem. Ela fica toda vermelha e se cala. come uns bolinhos ! não, não quero obrigado. Come este é o primeiro está pelando enquanto eu frito mais, não vai fazer desfeita, vai? Não que isso eu vou comer sim. Oferece café, para ela mauro. Obrigado eu não tomo café. Um suco, água, refrigerante? Água eu quero. O Dib pega um copo de água e dá para a moça. Está bom o bolinho?(pergunta a avó) Sim, está uma delicia, acho que vou comer mais um. Fica a vontade e coma a vontade. Ela come mais um e mais um e mais outro e não parava mais de comer, até que diz. Nossa eu acho que já comi,mais ou menos dez! estou cheia. A avó e o Dib riem. O Dib a chama para ficarem lá fora. Ela agradece os bolinhos. Obrigado pelos bolinhos, eles estavam uma delícia, posso pegar mais um ? Sim é lógico e obrigado, mas eu faço a olho sem receita.(a avó da satisfação de como era a receita dos bolinhos). Tchau . Tchau. Os dois saem e se sentam no muro do registro e fica observando o sol se pôr. O sol se põe e ela pergunta Você não vai para a escola. Hoje? Hoje não e você não tem que ir para a escola? Hoje tem reunião dos professores, não haverá aula. Ah ! então vamos ficar aqui conversando. O sol se põe totalmente e nasce uma bela noite, com uma lua cheia bem luminosa, muito clara uma noite linda.

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Eles conversam sobre vários assuntos, como seria o futuro deles, sobre os seus amigos, etc. Eles se beijam, sem parar e ficam se beijando por duas horas ou mais, até que o Dib fala. Vamos ficar aqui no corredor e mais escuro e ninguém fica nos olhando namorar. Ela topa. Já no corredor, eles continuam a se beijarem e se esfregam se empolgam ele a levanta no colo e a leva para o fundo do quintal, que estava parecendo dia, devido à lua estar tão clara e tão brilhosa, que clareava todo o quintal como uma luz artificial de menos potência. Eles continuam a se beijarem e cada vez mais ardente, cada beijo aumentava a pressão a um ponto de nenhum dos dois agüentarem mais. Ele a deita no chão do quintal, forrando-o com as roupas que eles iam tirando. Ela tira a camisa e o sutiã e ele tira a calça e a camisa ficando só de cueca e pôr cima das roupas ele continua a beija-la sem parar, no canto da boca , descendo para o pescoço subindo até a orelha dela, dando um sussurro bem safado, desce pelo pescoço, beija os ombros, as mãos, volta até o ombro, beija o colo passa pelo seios ignorando-os continua descendo beijando seu ventre e acabando pôr fim a desabotoar a sua calça . Abaixa o zíper e começa a tirar a calça jeans dela, que estava muito apertada, só que dessa vez ela o ajuda a tirar a calça. Quando ela foi tirar a calcinha também ele pede que ela espere mais um pouco e beija as suas cochas, sua canela o pé e os dedos um pôr um sobe repetindo tudo na devida ordem, chegando até a virilha onde dá um beijo e sobe ate os seios e percebe o desejo dela de ser beijada nos seios e dá só um beijinho bem de leve, o suficiente para que ela soltasse um gemido alto, ele pede para que ela gema mais baixa e olhas para ver se alguém dentro da casa dele tinha ouvido o gemido, ninguém se manifesta, ele continua e dá outro beijinho no mamilo do outro seio, fazendo ela se retorcer toda, arranhando o chão, ele desce beijando-a até a calcinha e morde o elástico e tira a calcinha dela com os dentes, bem devagarinho. Terminando de tirar a calcinha, ele sobe cobrindo-a com o seu corpo, que parecia estar pegando fogo, de tão quente de tesão que estava e para só quando os rostos se encontram, beija-a e fazem amor como dois amantes, como todas as primeiras vezes, ela descobre o prazer do amor. Eles relaxam um do lado do outro, olhando a lua linda que fazia, ele se levanta um pouquinho e observa como ela era linda, o reflexo da lua batendo naquela pele branca era uma beleza estonteante, de embelezar os olhos, fica bem pertinho do ouvido dela e diz. você é muito linda, o brilho da lua na sua pela branca, se tornam um só brilho, você disputa com a beleza da lua , roubando o brilho dela, de tão belas que é. E se deita pôr cima das roupas jogadas no chão ao lado dela. Quase se esquecendo que ela tinha ficado o dia inteiro fora de casa, e diz. Tenho que ir embora a minha mãe deve de estar preocupada comigo E se a conheço bem ela deve de estar brava comigo, pôr não avisar onde estava. Está certo, vamos eu te acompanho até a sua casa.

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Antes de partir ela abaixa a cabeça e diz. Agora já era não sou mais virgem, espero que você continue gostando de mim e namore comigo. Ele a abraça, beija-a e diz. Eu gosto de você e já estou namorando você e não pretendo deixala tão cedo, só se a morte nos separar. Não diz isso. Os dois saem pelo corredor da casa, passam pelo portão e descem a rua em direção a casa dela, que dali onde eles estavam até a casa dela demoraria uns dez minutos , em cada cantinho escuro que eles passavam, se agarravam e se amassavam, fazendo com que o percurso, demora-se pelo menos uns trinta minutos a mais e não mais dez. Chegando na esquina da casa dela uma surpresa a mãe dela a esperava. bonito não menina, o dia inteiro fora de casa e nem se quer avisa onde estava; e quem é esse sujeito? É o meu novo namorado mãe. Deixa o seu pai ficar sabendo disso, que você vai ganhar uma nova surra isso sim e já pra dentro. Tchau, Dib. Tchau. Ele dá tchau para a mãe dela, que o vira a costa e dá de ombros, ele não liga e da risada, estava muito feliz, para se zangar com aquilo, achava que tinha encontrado o amor da sua vida a sua alma gêmea e desce a escadaria, que cortava caminho aos pulos, pulando de três a quatro degraus de uma só vez. Ao chegar na rua dos Master , seus amigos andavam de skate nas rampas que eles haviam acabado de montar. Dib vai lá pegar o seu skate, vamos estrear essas rampas, ficaram muito boas não acha? Dib! Dib! Dib !!! O Dib estava aéreo pensando em outra coisa e nem percebe o que o amigo estava lhe falando; como se estivesse andando nas nuvens, seu pensamento estava longe demais, bem longe, em um jardim florido lindo bem longe da terra, que ficava em outra galáxia, num planeta solitário, onde viviam só ele e a Leila, viviam correndo pelos campos floridos, se abraçando, cantando, dançando, dando voltas em câmera lenta. Oh! Estou falando com você!!! ( grita o Lu).- você vai andar de skate ou não? Não estou a fim não acho que vou para casa dormir, estou cansado e apaixonado. Você está o que ? Nada não, vou para casa, esquece o que falei! O Dib vai para a sua casa e o Lu fica sem entender nada do que o amigo estava falando e dá de ombros. Chegando em casa a avó do Dib o aconselha. Vai dormir cedo menino, para não faltar de novo no serviço. Eu vou me deitar sim vó , estou me sentindo muito estranho. ( ele estava apaixonado) Mas janta antes! Não vou subir se me der fome depois eu desço e como alguma coisa. Ele se deita na sua cama e fica relembrando, cada detalhe do que tinha acontecido, de cada toque, de cada beijo, ainda sentia o cheiro dela em suas mãos, sentia como se ela estivesse ao seu lado, em torno dos seus lábios o gosto dela ainda permanecia; pensando e relembrando se decide, que desta vez iria se entregar de corpo e alma para este amor, ia se dedicar. Desta vez tem que dar certo, vai dar certo sim, está sendo tudo tão espontâneo, deve de ser o amor verdadeiro, é aquele que não tem explicação, nem todas as palavras do mundo podem explicarem o que estou sentindo, talvez uma pequenina palavra possa explicar, mas quem me explica o que significa está palavra; que é amor, o que é? é a dedicação a pessoa, será que isso é amar, ou então sentir saudade estando separados por apenas alguns minutos, ou medo de perde-la, ciúme, raiva, carinho, afeto, amizade, cansaço, força, vitória, alegria, lagrima, paixão, emoção , sensação, ilusão, atitude, devoção, fidelidade, etc. como eu pensei nem todas as palavras pode explicar o que eu estou sentindo, esta pequena palavra que é infinita em significado, não deveria se chamar amor, deveria se chamar ETC. Ele adormece, esboçando um sorriso no rosto tipo o da Monalisa, irônico . O despertador dispara as seis horas em ponto.

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Ele levanta a cabeça olha para o despertador e reclama. Pô vó! Você colocou para despertar as seis em ponto, tirando os dez minutinhos a mais que eu sempre deixo, dez minutos dá para dormir muito ainda sabia e melhor dormir dez minutos a mais na cama e sair em cima da hora, do que sair adiantado e dormir no ônibus todo desconfortado e torto a viagem inteira balançando a cabeça, para um lado e para o outro, isso sem falar naquelas babadas que você dá e desperta todo babado com gosto de guarda-chuva na boca e tem a sensação de que todo mundo está olhando para você. Outro dia tinha uma mulher no ônibus, sentada no banco da frente, virada para mim, dormindo profundamente, e eu acho que ela estava sonhando que era um peixe, por que ela fazia com a boca igual um peixe, com biquinho e tudo, ficava abrindo e fechando a boca, como os peixes fazem, quando estão no aquário de frente para nos. Para de reclamar e levanta logo da cama e vem tomar o seu café, que está esfriando, não demora, não fica ai pensando na morte da bezerra se troca e desce logo para tomar o seu café. Ele levanta-se da cama e vai até o guarda roupa, que mal parava em pé, de tão velho e caindo aos pedaços, que estava o guarda roupa. A hora que ele puxa a porta do guarda-roupa, ela sai na sua mão e cai no seu pé, fazendo com que a solte e caindo no chão, fazendo um estardalhaço, que até o vizinho escuta-se a porta caindo. O que foi isso menino? O que aconteceu? A porcaria da porta do guarda roupa, caiu no meu pé. Eu já falei para vocês, consertarem este guarda roupa, mas você e seu pai são dois preguiçosos. Ele não liga para o que a avó estava dizendo e pega um moletom e o veste, colocando um macacão de jeans por cima, deixando a toca da blusa de moletom por fora, não penteia o cabelo e coloca o boné. Tira um tênis, do esconderijo, por causa do seu primo,( era um converse preto) calça-o e desce para tomar café. Na velha caneca de alumínio cheia de café com leite quentinho, o esperava como sempre. Tomado o café ele dá um beijo na avó e vai para o ponto de ônibus. Já no ônibus ele encontra um amigo, o complimenta e se senta ao seu lado. E conversa vai e conversa vem ele toca no nome da sua nova namorada. Eu a conheço. Eu já namorei com ela. Você já namorou com ela ? Já sim . Dib sente ciúmes e se cala por alguns instantes, mas algo o corroía por dentro, querendo saber mais detalhes do assunto, o que aconteceu no namoro deles, cria coragem e pergunta. Você chegou nos finalmente com ela, transo com ela . Por que você quer saber? Ora por curiosidade e para saber se ela está falando a verdade para min.- Transo ou não transou com ela? Um dia nos estávamos em uma festa e fomos para um canto e ficamos nos amassando se esfregando, e.... E... o que? É você sabe né, aconteceu, ali mesmo naquele canto da casa com a festa rolando do outro lado. Dib sente um ódio o dominar, que o subia dos pés a cabeça. Aquela vadia mentiu para min, disse que era virgem. As mulheres, sempre dizem isso, não sei por que elas fazem isso. O Dib se cala novamente e fica o resto da viagem calado, só se remoendo por dentro pensando. eu achei que tinha encontrado a mulher da minha vida, o meu grande amor que iria dedicar de corpo e alma, seria capaz de dar a minha vida por ela. Ela mentiu para min como fui trouxa, neste exato momento ele olha pela janela do ônibus e visualiza a estatua do D. Pedro I montado no cavalo, que fica na Praça Princesa Isabel. Meu ponto é o próximo!!! Complimenta o conhecido e como ele ficou tão desolado com o que o conhecido havia lhe dito, que não quis descer por trás e pagou a condução e passou para frente. Quando ele fez isso, pessoas que tomavam a condução com ele todos os dias, se surpreendem e ficam olhando aquela cena rara, os que tinham um pouco de intimidade com ele, brincam com ele. O cobrador diz. Tirou a teia de aranha do passe antes de me dar. E o coloca na gaveta, mas antes brinca verificando

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a data de validade do passe e diz novamente. _ Eu olhei a validade para ver se não expirou a uns 3 anos atrás. Os outros amigos brincam. Vai chover hoje, chover não, vai cair um diluvio. Dib nem se incomoda com o que eles estavam dizendo, dá uma rizadinha sem graça e puxa a cordinha da campanhia, o ônibus para no ponto ele desce e vai andando de cabeça e com uma expressão triste de dá dó.

chegando na entrada do serviço, o pai que fazia o seu serviço todos dias cedo, varrer a frente da folha da manhã. Observa o filho e pergunta. O que foi filho, que bicho te mordeu, porque está tão triste, e por causa de mulher não é? É pai é mulher, sim . Como você adivinhou? É fácil, nunca come marmelada, quando come se lambuza todo. Sem entender o que o pai disse ele responde. Eu não estou sujo de marmelada, nem comi marmelada hoje. Está sim, olha essa lagrima aqui no canto do olho, é salgada mas é bem melada. E continua sem entender o que o pai dele estava dizendo e entra para o serviço, Cumprimenta os seguranças e sobe no elevador. Descendo no seu andar ele vai até a chapeira onde ficavam os catões de pontos. Procura pelo o seu cartão. Não acha, procura de novo, novamente não o encontra. Pede para a amiga ajuda-lo a encontra-lo. não está aqui acho melhor você ir falar com a chefe. ( diz a amiga) ele vai até a chefe e diz. O meu cartão de ponto não está na chapeira. Senta ai um pouco que eu preciso te notifica-lo de uma coisa. Me notificar do que? O seu cartão de ponto não está na chapeira, por que você não faz mais parte deste grupo de funcionários, eu estou te dispensando. Eu estou te dispensando, dispensando, dispensando.... Aquela palavra parecia fazer eco na sua cabeça e começava a ver o rosto de sua avó no lugar do rosto da chefe e na sua cabeça repetia sem parar. Dispensando , dispensando, dispensando.... Ele olha para a chefe, não pergunta por que? E derrepente sente um alívio, de não Ter que trabalhar mais, naquele lugar insuportável e sente feliz, por Ter sido despedido, dá um sorriso e resolve perguntar. Tá tudo bem, o que eu tenho que fazer agora para pegar o que me devem. Passar no departamento pessoal e acertar com eles tudo o que eles te pedirem. ( diz a chefe) Ele se levanta e se despede e agradece ironicamente a chefe. Ela diz que sente muito, ele nem liga para o que ela estava dizendo e vai em direção do departamento pessoal, que ficava na sobre loja do prédio. Ele aperta o botão do elevador e espera-o, quando ele se vira e olha para o setor onde ele trabalhava , estavam todos olhando para ele e sente um mico de circo com a atenção toda voltada para ele, ele disfarça e olha para o elevador, que estava demorando e decide ir de escada, pulando lances inteiros

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de escada, como se estivesse andando de escada, ou se pendurando no corri mão e deslizava pulando todos os degraus de uma só vez, fazendo com chegue rápido na sobre loja. Já no balcão do departamento pessoal, ele explica para o funcionário do departamento, que acabara de ser demitido. E pergunta o que ele tinha que fazer para receber os seus direitos. O rapaz do departamento pessoal explica para ele, o que teria que fazer e a onde ir. Ele agradece as instruções e sai dali, como uma bala, o quanto mais rápido ele saísse dali seria melhor.

Na rua indo em direção do ponto de ônibus, ele pensa no que a avó iria lhe dizer, sobre o que acabara de acontecer e se chateia um pouco, pensa em inventar uma desculpa, imagina mil coisas, para dizer para ela, mas pensa melhor e decide contar a verdade.- Afinal ela vai acabar descobrindo cedo ou tarde, por que o meu pai trabalha lá também, não tem jeito vou contar a verdade e assumir as conseqüências, com ela. Ele dá o sinal para que o ônibus pare. o motorista o reconhece e comenta com o cobrador. É aquele moleque, que não costuma pagar condução!! Mas ele está aqui tão cedo, deve Ter acontecido alguma coisa com ele, não vou deixa-lo no ponto, deve ser alguma coisa seria, vou parar e apanha-lo. O motorista para no ponto, o Dib sobe no mesmo e se senta no ultimo banco, no canto na janela, pensativo sobre o que a sua avó iria lhe dizer e alem de Ter perdido o emprego ele ainda lembrava da mentira que o seu amor havia lhe dito. Balança a cabeça de um lado para o outro, como se estivesse conversando sozinho. O cobrador olha para ele e olha para o motorista, que estava olhando pelo retrovisor do ônibus e dá de ombros. Ele não se incomoda com que olhassem. O que te incomodava era dentro do seu coração e na sua cabeça que não parava de preocupar com o motivo de Ter perdido o emprego e a mentira da sua quase namorada e vai assim a viagem toda, pensando e pensando. Chegando em casa ele abre a porta com receio para não ver o espanto da sua avó por ele chegar cedo em casa e abre a porta bem devagarinho, mas a porta range e sua avó vem ver quem estava abrindo a porta e se espanta mesmo como ele havia previsto. O que você está fazendo está hora em casa? O que aconteceu? Fui despedido vó .

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Foi o que? Despedido, isso mesmo que a senhora ouviu. E agora o que você vai fazer da sua vida ? vai ficar ai vagabundando pelas ruas, mas não vai mesmo, não aqui morando comigo, aqui você não vai ficar vagabundando, só aprendendo o que não presta, aqui comigo assim; você não fica!!! Pode tratar de arranjar outro emprego!! A avó não parava de falar, mas ele não ouvia uma palavra se quer do que ela estava falando, estava pensando em outra coisa, estava mais preocupado com a mentira que a sua quase namorada havia lhe contado, ele dá de ombros para o que a sua avó dizia e sobe para o seu quarto, deita e dorme um pouco, havia levantado cedo para ir trabalhar, pelo menos tinha esta intenção. Dorme pelo menos umas três horas e acorda, com a sua avó o chamando para almoçar. Vem almoçar vagabundo, aproveita para comer enquanto tem comida, pois se você não arranjar emprego logo, não vai Ter esta mordomia não. Ele desce arruma o seu prato com comida colocando o feijão por baixo e arroz por cima e o bife também, com uma colher ele pega o molhinho da carne junto com as cebolas e espalha por cima da comida, bem no capricho, pega um copo de água do filtro e se senta. Dá a primeira garfada e a avó começa a falar sem parar, por que ele tinha sido mandado embora. Até que ele se irrita. Caramba meu !!! chega!! Não parou de falar nesse maldito emprego até agora, não me deixa comer sossegado, não quero mais também, vou sair, porque você vai me deixar louco dessa maneira. Fica aí falando no emprego, se você não faltasse no emprego, se você não andasse tão maloqueiro, se você tivesse mais cabeça. Chega meu !!!! Me mandaram embora é porque não me queriam mais lá e pronto eu não agüentava mais aquela rotina, aquele gerente que olhava cada passo meu, daquela sala de vidro, parecia que não tirava o olho de mim um minuto, me sufocava com os olhos e sempre com aquela cara de bunda, eu não agüentava mais aquilo, se eles não tivessem arrumado aquele serviço para min fazer na rua eu já teria saído de lá faz muito tempo, me sentia preso lá vendo a minha vida passando por aquelas paredes, eu sou jovem quero viver a vida curtir enquanto tenho saúde, por que depois de velho não vou poder fazer as coisas que gosto de fazer, quero viver, ouviu viver. A avó o escuta desabafar calada. Ele larga a comida e sobe para o quarto pega o skate e vai saindo para a rua, com a sua avó atras resmungando. seu mau agradecido eu só quero o seu bem. Antes que a avó disse-se mais uma palavra ele monta no skate e desce a rua como um doido. Chegando na rua estavam o Lu e o Tuco andando de Skate na rampa ele pega bastante embalo e pula pela a rampa, mas ele sente que a rampa não estava muito segura, estava um pouco bamba, quase fazendo-o cair e pergunta. Por que a rampa está assim toda bamba? É que o cunhado do velho da casa do portão vermelho, veio reclamar que estávamos fazendo muito barulho e tentou levantar a rampa não conseguiu e a largou com tudo no chão, quebrando uma madeira de apoio. ( explica o Lu) Aquela casa do portão vermelho? É sim, aquela que tem o cesto de lixo preso no portão ( mostra o Tuco) O Dib anda até a casa onde eles apontaram e se pendura no cesto de lixo, quebrando-o e gritando e xingando, esperando com que o velho ou o seu cunhado saíssem para tirar satisfação. Não sai ninguém, ele se vira para continuar andando de skate e derrepente sai o velho de surpresa e tenta ataca-lo pelas costa ele se vira pega o velho numa gravata e qundo ia começar a bater no velho ele escuta a dona Catarina, mãe do Edinho gritar. Não faz isso ele é um senhor de idade, não faz isso. Fazendo com que o Dib para-se para pensar. É mesmo o que eu estou fazendo? Ele solta o senhor e sai dali rapidamente, porque quase fez uma besteira, por estar de cabeça quente. E vai andar de skate no balneário , o Tuco e o Lu vão atras . No balneário eles usam as escadas da arquibancada como obstáculos e fazem diversa manobras nos degraus, fazendo com que o Dib descontraria-se um pouco e desabafa-se com os amigos. Pó meu, hoje está dando tudo errado para mim, fui despedido, descobri que a minha mais nova

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namorada mentiu para min e arranjei encrenca, sem mais sem menos. Você foi despedido ? ( pergunta o Tuco) É fui. Por que ? ( pergunta o Lu) Acho que por vários motivos, por causa do cabelo comprido, pela roupa que estou usando, faltei ontem e estava fazendo muita coisa errada . O que a mina mentiu para você? ( pergunta o Tuco) Ela falou que era virgem e não é. Como você descobriu que ela mentiu para você? ( pergunta o Lu) Encontrei com um ex. namorado dela no ônibus e ele me contou o que aconteceu com eles. E você acreditou no que ele disse, ele pode estar mentindo, só para se vingar dela, talvez ela tenha desmanchado dele e ele ficou com raiva dela e foi uma forma de se vingar.( idealiza o Lu) É pode ser . ( concorda o Tuco) Depois eu vou conversar direito com ela e quero ver se ela vai me contar a verdade. Pelo menos um dos seus problemas tem solução.( fala o Tuco) Um não dois , por que agora podemos fazer grafite durante a semana sem precisar perder o fim de semana e ganhar mais dinheiro.( vantagens do Lu) Eu não tinha pensado nisso , vou ganhar dinheiro fazendo o que gosto de fazer, arte. Que horas são ? ( pergunta o Tuco) São três e meia. No mesmo instante o Lú olha para seu relógio e confirma É são três e meia, por que? O pessoal irá alugar algumas fitas e irão assisti-las em casa, depois das quatros horas, eu convidei as meninas e elas confirmaram o horário. Tenho que ir para casa, venha comigo, minha mãe e o meu pai saíram. O Dib e o Lú concordam e acompanham o Tuco até sua casa. Eles vão de skate pela Avenida devido ser o caminho mais rápido. Chegando à casa do Tuco, ninguém ainda havia chegado, ao entrarem encontram o Leco assistindo televisão. (assistia à mtv) Eles comprimentam o Leco e cada um deita num canto da sala, passado dez minutos chegam as meninas,( Vaninha, Kelly, a Cris e uma amiga do Urucka)o Dú, o Juca e o próprio Urucka. Eles entram e comprimentam a todos, cada um se ajeita como pode, os namorados ficam juntos, eles trouxeram consigo uma fita. O Leco em seguida coloca a fita para todos assistirem, o filma chamava-se “Conta Comigo”, que contava uma história sobre cinco crianças que se envolveram numa encrenca e resolvem juntos a confusão, como verdadeiros amigos. Derepente o filme começa e todos prestam atenção, mas ao se passar dez minutos de filme somente o Dib e o Juca assistem o filme com atenção, pois os namorados estavam mais interessados nos seus respectivos, hora beijando-se, hora esfregando-se ou conversando, como o Dib e o Juca estavam sós isso justifica a atenção. O Dib observa o Lú beijar a Vaninha, vira-se para o outro lado e vê o Dú beijar a Kelly, isso faz com que ele se sinta mais só do que realmente estava. Para ele, derepente aquilo parecia ter sido combinado, fazendo com que ele sofresse ainda mais, as meninas deviam ter combinado tudo isso para se vingarem de mim, se esse era o objetivo, conseguiram, estou com o coração partido, tão apertado que chega a doer, dá até vontade de chorar. A Vaninha brinca com o Lú como nunca brincou com o Dib e a Kelly beijou o Dú de um jeito especial, coisa que com o Dib isso nunca aconteceu. Essas cenas provocavam um ciúmes, que na verdade não deveria provocar, mas estava acontecendo. Ele procurou suportar aquilo prestando ainda mais atenção ao filme. Mesmo apesar dos esforços não tinha como ignorar aquilo, suas conversas e risadas altas demonstravam o quão felizes estavam, de uma maneira que passava a impressão de querer esfregar essa felicidade toda na cara dele. Olha para nós, estamos nos amando e você esta aí chupando o dedo e segurando vela para suas ex-namoradas. Ele persistia em ver o filme até o final mas o filme não acabava nunca, ele não estava mais suportando aquilo; mas o final do filme fica mais emocionante e triste, deixando-o ainda mais pra baixo então ele pensa. Nem para ser um filme de comédia. Tinha que ser um filme triste, para completar ainda mais minha

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tristeza. O filme acaba, ufa! Com um dos amigos morrendo, um final bem triste, que o deixa muito emocionado. Não agüentando mais ficar ali, ele resolve ir embora e convida o Juca para acompanhá-lo. Vamos Juca embora, pois estamos de vela aqui. O pessoal então diz: - Que isso, fica mais, não tem nada a ver. O Dib sem dar satisfação vai saindo batendo com a mão nas costas do Juca apressando-o. Eles saem pela porta da cozinha e ao passarem pelo corredor o Tuco da janela da sala pede para que os dois fiquem. O Dib da de ombros e sai, o Juca foi junto. Eles vão caminhando lado a lado sem trocar uma palavra, era começo de noite, para o Dib essa era a hora mais triste do dia. Eles andam até uma praça onde havia um playground, devido ao horário não havia nenhuma criança por perto. Não há nada mais triste do que um playground sem crianças, passa-se a impressão de um lugar fantasma, pois não tem a euforia e agitação das crianças. O Dib estava muito sensível, vendo arte em tudo, estava chateado. O Juca percebendo seu estado pergunta ao amigo. Por que você está assim tão triste? O que aconteceu? Não aconteceu nada. Nada? Alguma coisa está te chateando. O que é? Então o Dib abaixa a cabeça, permanece calado por alguns instantes, derepente ao encarar o Juca seus olhos estavam cheios de lágrimas e tenta dizer alguma coisa, gagueja, soluça, a voz quase não quer sair. Pô, eu não sou de ferro. O amigo vendo-o naquele estado se espanta, pois nunca havia visto ele chorar antes e então tenta consolá-lo. Desabafa, me diz o que esta sentindo, eu sou teu amigo, quero ajudá-lo. Eu só me ferro, estou tendo um dia de cão, perdi o emprego, acho que perdi a minha quase namorada, pois nem comecei a namorar direito com ela e já a perdi. O Lú e a Vaninha, o Dú e a Kelly se esfregando na minha cara sem nenhuma consideração por mim. Meu eu não estava mais agüentando mais ficar lá na casa do Tuco, tive que sair o mais rápido possível, pois estava doendo muito, machucava pra valer. E o Lu e o Du, podiam Ter um pouco mais de consideração com você eles deram mancada. ( fala o Juca). O Dib soluçava e desabafava. Estou ficando melhor, precisava falar disso com alguém, você está sendo um grande camarada me ouvindo.

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Antes que eles terminassem a conversa, uma viatura da policia civil virava a esquina e o Dib diz. Do jeito que estou azarado não duvido nada , que a policia vai nos dar uma geral. Dito e feito, antes que ele terminasse de falar. Dois policiais pularam do camburão antes mesmo que o carro para-se por completo e gritando. Mãos nas cabeças! Não se mexam! Dib olha o policial que vinha ao seu encontro, apontando-o um trinta e oito cano longo e niquelado. - igualzinho o que o policial apontara para o Necrop’s outrora. Ele está apontando o cano reserva , se ele nos matar ninguém nunca ira provar nada; porque a arma que a policia sede a eles está guardadinha, sem deixar prova nenhuma. ( ele pensa) O policial manda que se levantem e se deitem no chão com a mão na cabeça e com as pernas abertas, o outro policial dá uma geral nos dois com muita violência, dando socos e pontapés e perguntando. Cadê a maconha? Nos não somos disso não . ( responde o Juca) Vocês não me enganam, levantam bem devagarinho, deixa eu cheirar as suas mãos. O guarda cheira as mãos deles e vê que nada costa e pede os documentos. cadê os seus documentos? Nenhum dos dois estavam com os documentos, mas estavam próximo da casa do Juca. eu moro ali seu guarda. ( aponta o Juca). Eu não perguntei onde você mora ? eu perguntei cadê o seu documento? Mas eu moro ali, posso ir lá pegar? Eu já te falei, que não quero saber onde você mora, eu quero ver o seu documento. Eu esqueci em casa.( explica o Juca). E você branquinho cadê o seu documento? Também deixei em casa. Bom. Então vão os dois para a delegacia se explicarem para o delegado. Neste exato momento, como um intuição maternal a mãe do Juca aparece no portão e avista a policia interrogando o seu filho e corre em direção deles. O que está acontecendo? ( ela chega perguntando para os policiais, abraçando o seu filho) É seu filho minha senhora? ( pergunta o policial).

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É lógico que é . Ele está sem documentos na rua, nos podíamos levalo para a delegacia para se explicarem e se identificarem. Não precisa não seu guarda ele é um rapaz trabalhador e estudioso, não faz nada de errado. Tudo bem minha senhora, desta vez passa, libera os garotos. Os policiais os soltam e entram na viatura e vão embora. A mãe do Juca nunca correra tão rápido assim em toda a sua vida. Que susto que eu tomei.( fala a mãe do Juca). Não foi nada mãe, eu estou é com fome a senhora fez janta? Por que eu e o Dib vamos jantar em casa. Fiz sim está em cima da mesa, mas quando entrar em casa não conta nada disso que aconteceu para o seu pai, está bom. O Juca concorda balançando a cabeça, eles entram e se sentam para jantar a comida estava quentinha e como não podia faltar na casa do Juca a jarra de suco de maracujá gelada. Eles jantam sem falar uma palavra, devoram a comida e vão para a sala assistir televisão e ligam a TV na MTV. Não demora muito eles ouvem chamarem na porta. Era o pessoal voltando da casa do Tuco, que passavam em frente da casa do Juca. As meninas haviam ido embora junto com o Du, ficaram só o Tuco, Leco, Lu e o Urucka, “Os Master” estavam juntos. Eles entram na casa , na maior farra, empurrando os do sofá e sentando no lugar deles, tomando os copos deles e bebendo seus sucos, que eles bebiam sossegados . Todos se acomodam e assistem um programa da MTV. Nenhum deles acabara indo para a escola naquele dia. Passado as horas decidiram irem na saída da escola. No portão do colégio eles continuam na maior zoeira, andavam de skate e bicicleta, mexem com as meninas, gritavam, mexia com as pessoas que passavam nos ônibus; até que a campanhia da saída toca e os alunos começam a saírem, aquele alvoroço como sempre. Derepente vem um amigo de sala de aula do Dib, em sua direção pedindo ajuda. Dib ajuda a gente arrumamos uma treta com os caras do 3º e vamos brigar agora na saída, nos iremos esperar eles aqui. O Dib que estava com muita vontade de descontar a sua raiva em alguém , não pensa duas vezes . Ajudo sim, quem é me mostra. Não precisa entrar na briga não, só faz volume, você e os seus amigos da Master. Tudo bem. Dib dá um alo para o seu pessoal, que ficam todos espertos. A hora que a turma do 3º sai, o amigo do Dib de sala, sem perder tempo, vai para cima dele. E ai. Você falou que ia me pegar, estou aqui, vem brigar, caminha. O Rapaz do 3º dá o seu material para os outros colegas segurarem e caminha em direção do outro, que o ensultava. Os dois se estudam para ver quem dá o primeiro soco e vão caminhando até o ponto de ônibus. É quando o rapaz do 3º toma iniciativa e parte para cima chutando-o . O amigo do Dib segura o pé dele e os dois se agarram e caem no chão. Foi quando um amigo do rapaz do 3º , dá um empurrão no amigo e o desequilibra, dando vantagem para que o rapaz do 3º fique por cima para bater nele. O Dib vendo aquilo, empurra um pessoal que estavam na sua frente e chuta o rosto do rapaz do 3º, para ajudar o amigo, chuta sem dó. Que o rapaz grita de dor, um amigo do rapaz o agarra o Dib, para bater nele, quando eles se olham, se reconhecem . Dib é você, caramba meu não faz isso, quase te dei um soco. Era o Fuscão, um grande amigo do Dib, mas também era migo do rapaz do 3º, por que estava na sala dele. Esse cara é folgado Fuscão, merece apanhar . O Fuscão não podia fazer nada, por que era o seu amigo e o solta, os dois juntos acompanham o final da briga, quando o amigo do Dib num golpe de sorte, agarra o pescoço do outro, perguntando se chegava de briga. A policia vinha chegando, separam a briga, disfarçam e se dispersam, sem que perceba quem

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estava brigando. Os Master saem todos juntos em direção, para a rua deles pela vielinha. No final da vielinha eles dão de frente com o Gentil e um amigo dele, que procurava por eles, se encaram e se onfendem. Para a sorte deles o Gentil e o amigo dele, estavam desarmados. E o Gentil finge que tinha alguma coisa na pochete, como se tivesse uma arma nela e que a qualquer momento iria saca-la. O Tuco percebe que ele não tinha nada e fala. Ele está fingindo, ele não tem nada na pochete, vamos dar umas porradas neles. O Gentil e o seu amigo percebem que iriam apanhar e resolvem fugir correndo pela vielinha e atravessando a Avenida no meio dos carros, que quase os atropela, eles pulam desesperados para a calçada do outro lado assustado. Os Master assistindo aquilo, ficam rindo do outro lado da avenida, que chegam até a perder as forças para correrem atrás deles. já valeu a pena o susto que eles tomaram, deixa eles para lá, vamos até a casa do Lu, desenhar um pouco e ouvir musica. (diz o Juca) É vamos lá.

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Eles entram na casa do Lu e sobem para a laje e ficam lá ouvindo musica e desenhando até umas 2:00 hs da manhã depois disso. O tuco o Leco e o Juca, vão embora , O Lu , Dib e o Urucka ficam se cansam de desenhar e ficam só conversando, se deitam na laje e olham o céu imaginando figuras que as nuvens formavam e conversam de vários assuntos, até adormecerem na laje. Um raio de sol bate no rosto do Dib, acordando-o . Ele olha de um lado para o outro e se pergunta.

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Onde estou ? o que eu estou fazendo aqui na laje da casa do Lu? Que dia é hoje ? eu acho que é Quinta feira, tenho que ir trabalhar minha vó vai me matar. I esqueci que fui despedido ontem, vou ficar aqui mesmo não tenho nada para fazer. Ele olha para os amigos que dormiam profundamente que chegavam até a babar. Não os incomoda , deixa dormirem sossegados e fica pensando com seus botões olhando o amanhecer lindo que aparecia. Admirava a tamanha beleza de vermelho e amarelo com um fundo azul , um degrade de cores, de vermelho e amarelo chegando no azul claro, subindo para o azul escuro indo embora junto com a noite e pensa. Aqui deve de ser o paraíso, Deus nos dá a chance de aproveitarmos o máximo a nossa vida na terra, de apreciarmos belezas como esta. Mas quem mantém a chama do sol acessa? será que dentro do sol é o inferno e quando morremos os espíritos dos pecadores vão para dentro do sol, para serem escravos e mantém a chama do sol acessa, este deve de ser o castigo, como diz a bíblia, que os pecadores irão queimar no fogo eterno, para pagarem os seus pecados, trabalhar para manter a chama acessa e proteger a fortaleza de Deus, por que o sol é uma fortaleza perfeita, onde nenhum homem consegue chegar perto, devido ao seu calor, talvez só os espíritos consigam entrarem lá, essa deve de ser a luz do final do túnel, um túnel que leva o espírito até o sol protegendo-o do calor do mesmo e onde os bons e maus são julgados cada qual para a sua conseqüência de suas atitudes de vidas ocorridas na Terra. É de onde também que Deus nos observa e nos abençoa através dos raios de sol, que faz com que as plantas cresçam, para alimentarem os animais e os animais servirem de alimento para os humanos, que se servem das plantam como guarnição junto com a carne, como alimento de sobrevivência, onde o mais forte come o mais fraco, ou o mais inteligente ganha do mais burro, será que comer carne é pecado, se fosse pecado Deus não faria assim, apesar de que os humanos poderiam viver só comendo, plantas, verduras, legumes e frutos que saem da terra, gerada pelos raios solares e pela chuva evaporada também pelo sol, talvez isto seja o certo e não comer carne de qualquer espécie, deve ser que as doenças do coração causada pela gordura, como o colesterol, seja uma forma de mostrar que isto não é certo e nos não percebemos isso e continuamos a comer mais e mais carnes, comprometendo as artérias e a conseqüência é a morte, não como um castigo, por que isso é duvida mas como um tolerância que acaba e quando morrem o seu destino e trabalhar para o ciclo da vida, dos de bons corações. Se observarmos as coisas ruins no mundo na maior parte delas acontecem a noite, quando há luz do sol e fraca, que refletida através da Lua não consegue dar conta de todos, mas se pensarmos bem Deus não nos deixa totalmente desprotegidos, nos envia os seus raios através da lua, se não existissem os raios da lua para nos iluminar, viveríamos em uma escuridão eterna e a maldade tomaria conta, as plantas não cresceriam mais a chuva não iria mais existir, por que não teria o calor para evaporara e trazela de volta para terra, abençoada e com vida nova, para o ciclo da vida, talvez essa deve de ser a escuridão que a bíblia fala “nem que eu ande pelo vale das sombras, nada me acontecera por que o senhor estará comigo” este salmo só terá sentido, se haver um raio de luz, que alem dos pecadores que vão para o fogo, os inocentes que ficam na escuridão, isso talvez aconteça devido a algum ato do homem, como uma bomba atômica mau usada, ou mesmo o descaso com a natureza, como a poluição dos rios, queimadas que causam o efeito estufa e afetam a camada de ozônio, isso pode tirar a terra do seu eixo e provocar essa escuridão, conseqüência igual ao homem que come carne e morre de ataque do coração. A harmonia do Sol e da lua é maravilhosa enquanto isto estiver em perfeita harmonia com o ciclo da vida, ainda estamos salvos, com uma esperança de uma vida melhor e justa nas mãos de Deus, se a terra se desencaixar dessa harmonia, nem, mesmo Deus poderá nos salvar, por que ele não vai mais conseguir enxergar as nossas vidas através dos raios solares. Essa fortaleza perfeita que é o sol, que conjuntamente com a lua nos protege em outras palavras a justiça de Deus é feita, enquanto a luz nos ilumina e nos protege dos pecadores que mantém a chama e o calor do sol acessa os Puros descansam na lua esperando a recarnação para a Terra onde enquanto existir luz é o paraíso. É isso mesmo o paraíso é aqui, onde temos o sol e a lua trabalhando para nós e todas as maravilhas, para apreciarmos e desfrutarmos. Não vou me desesperar só porque, perdi o emprego e a esperança no amor, hoje é o outro dia que amanhece, quem sabe coisas não acontecem. O seu pensamento é interrompido pelo o seu amigo. O que você, está fazendo? Conversando sozinho. Está ficando louco? (pergunta o Urucka) O Dib dá de ombros e se senta abraçando os joelhos e dá um sorriso para o amigo com um ar de esperança e pergunta.

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-Urucka? quando você morrer e se existir reencarnação, como você gostaria de voltar em que tipo de vida? Ah, eu gostaria de voltar como um cantor de blues, de grande talento que com o tocar da minha gaita, multidões parem, para me verem toca-la. E você Lu? O que gostaria de ser ? Talvez uma largatixa.- uma largatixa!!!-exclamam o Dib e o Urucka, dando risadas. É uma largatixa mesmo, eu acho da hora poder correr pelas paredes com a velocidade que uma largatixa corre . O Dib olha para o Urucka que responde com o mesmo olhar. com a mesma cara de reprovação e de sarro. você está rindo do que eu queria ser, mas e você Dib. O que você gostaria de ser? Eu gostaria de ser um passarinho, desses pequenos que cantam e voam sem preocupação alguma e com total liberdade de rumo e vida, podendo se alimentar de pequenas coisas e sendo ágeis para fugir com facilidade de seus predadores, não queria ser uma águia, ou qualquer ave nessa linha, por que a águia tem que caçar e matar para sobreviver, o Urubu voa alto com tamanha liberdade, não tem coragem para matar nada, mas vive do resto mortais de outros seres vivos. Agora um pardalzinho não, ele vive de pequenas frutas e farelos, as andorinhas também e são de uma agilidade impressionante, vocês já observaram uma andorinha voando, em estou falando com vocês dois? Os amigos o olhavam para céu, a procura de uma andorinha e não respondiam a pergunta do Dib. Não adianta ficarem ai procurando andorinha a essa hora do dia é muito difícil de se ver qualquer espécie voando a essa hora, eles ficam mais cantando, anunciando um novo dia. É verdade , estou escutando muitos passarinhos cantarem, mas não vejo nenhum voando. - fala o Lu. Até nisso é bom ser passarinho, você sempre acorda cantando, pode ser segunda feira, que mesmo assim eles acordam de bom humor e não se tem pressa de sair da cama, analisando os passarinhos tomarei os como exemplos, que hoje é outro dia, se ontem chorei , hoje irei sorrir. Quem sabe você não tenha razão sobre a Leila e seja mentira o que aquele trouxa me contou. É isso ai bola para frente! (fala o Lu bocejando) À tarde irei ao balneário, falar com ela, hoje é dia de treino de vôlei e de basquete, quem sabe ela não apareça e me explica tudo, afinal de contas ela nem sabe o que está acontecendo. Eu estou sendo muito idiota, ficando com ciúmes deste jeito, me torturando e talvez nem seja verdade. E se ela não aparecer no balneário . eu vou até a casa dela. Mas não demostre o que você está sentindo, dá um de João sem braço e seja durão. ( aconselha o Lu). Eu vou para casa agora, dormir mais um pouco, na minha cama, lá pelas 11 horas, eu irei no balneário. ( fala o Dib). O Urucka concordam e também vão cada um para a sua casa o Lu so entra para o quarto dele. Chegando em casa o Dib abre a porta, devagarinho , para que a sua avó não escute e perceba , que ele chegou e a fecha da mesma forma, se vira e com os passos leves vai em direção a escada. Ao pisar no primeiro degrau ele escuta a sua avó falar da cozinha. Não tem jeito mesmo vai ser um malandro da vida. ( sua avó tinha ouvido o ranger da porta, deixou ele entrar e pensar que ela não percebera ele chegar ) Ele escuta o sermão da avó e sobe para o quarto, para dormir. Naquela manhã de Quinta-feira ele dorme mais um pouco e desperta as 11:45 da manhã. Eu tenho que ir no balneário esclarecer com a Leila o que realmente aconteceu. Ele se levanta veste um bermudão, uma camiseta, olha pela janela para ver se o tempo não havia mudado e pensa. - Como o tempo em São Paulo é imprevisível, está sol derepente chove, fica frio depois volta a fazer sol a noite garoa e faz frio novamente, só falta nevar em São Paulo, se nevasse aqui a cidade iria ficar muito bonita ia dar para andar de snow board, nas ladeiras iria ser muito legal, mas é capaz de nevar cedo e a tarde fazer aquele solão e derreter toda a neve e sol evaporar toda a neve e formar aquelas nuvens negras carregadas e cai aqueles pé da águas, inundando tudo, alagando as marginais e complicando todo o trânsito, deixando a cidade um caos, quando a chuva é muito forte, geralmente, falta luz também, não, é melhor não nevar aqui, o caos seria pior com o frio também. Ele confirma pelo vão da janela.

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Aha !!!, já está nublado, como pode as 06:00 havia um sol lindo e agora o céu está cinza. Ele caminha até o guarda roupa, onde retira um camisão de flanela do cabide e o veste, por cima da camiseta e fica de bermudão e desce para comer alguma coisa. A sua avó o olha de camisão e bermudão e comenta. O que adianta cobre em cima e deixa as pernas de fora. Eu vou andar de bicicleta que esquenta um pouco. Ele procura pela sua caneca de alumínio que estava guardada, sua avó não havia preparado o café para ele , por que estava zangada com ele e também já era quase meio dia. Ele apanha o leite frio e o coloca no café quente, ficando horrível, mas o toma assim mesmo em goladas rápidas e sobe para o seu quarto novamente, para pegar a bicicleta e sai em direção do balneário em disparada. Chegando no balneário, a primeira pessoa que ele avista é a Leila, sente um frio na barriga e não tem coragem de ir falar com ela e passa direto por ela em direção dos seus amigos que jogavam basquete , no fundo da quadra, complimenta o Leco, Ale, Babu, o aranha, etc. e se senta no degrau da arquibancada, não estava com vontade de fazer manobras com a bicicleta, estava sem força, só de ver a Leila o sugou toda a sua força, deixando imóvel no quanto da quadra. O pessoal jogava vôlei e uma ou outra a Leila tentava dar tchauzinho para o Dib, mas ele a ignorava, fingindo que não estava vendo. Bola pra lá e pra cá, bola de basquete pingando, bola de vôlei voando até que uma bola veio parar perto dele, ele não a pega e a Leila vem buscar a bola . Ela pega a bola e o complimenta. Oi. Ele a ignora, fingindo que não ouviu. Ela olha para ele e acha estranho e volta a jogar sem muita vontade, por que ela queria saber o que estava acontecendo. O jogo acaba ela vai direto falar com o Dib e pergunta. O que está acontecendo? Você não me procurou ontem, nem quer falar comigo agora. O que eu te fiz? Me conta que eu não sei. Você não sabe? Você mentiu para mim, disse que era virgem e não era nada, me fez de bobo. É lógico que eu era virgem, quem falou, que eu não era, ou como você pensou isso de min. Eu encontrei com aquele seu ex. namorado que te deu aquela bonequinha, que você gosta tanto e ele me contou, o que você fizeram em uma festa, que vocês foram. Nós só nos beijamos e se esfregamos um pouco nada mais do que isso. O que ele te falou? Falou que chegou nos finalmentes com você. É mentira, você acha que eu iria fazer alguma coisa com ele no meio da festa. Ele falou que te levou para um canto. Já estávamos no canto, mas tinha pessoas nos olhando, acredita em min eu entreguei a minha virgindade para você, por que eu estou gostando de você e não quero te perder. Ele ouve aquilo, se cala por uns instantes, pensa e comenta. E se você estiver mentindo para mim? Você não sentiu quando fizemos amor. Eu não sei, não deu para sentir. Acredita em mim estou falando a verdade. Tudo bem eu acredito em você, por que eu também estou gostando de você. Eles se abraçam. Vamos sair daqui, que estão todos nos olhando. ( diz o Dib) Eles vão até a casa do Dib. E dessa vez eles sobem para o quarto dele sem nenhuma sirimônia. Eles entram no quarto e trancam a porta, para a avó dele não incomodar, ele mau fecha a porta e começam a se beijarem e a se amarem. As horas se passam. São 17:40, hoje eu tenho que ir para a escola já faltei ontem. Vamos eu vou te levar até a sua casa. Eles andam até a casa dela, chegando na esquina da casa dela, eles se beijam e neste exato momento a avó dela vinha passando, com duas tias dela e grita. Vou contar para o seu pai, que você fica se esfregando, pela rua com esse vagabundo. O Dib ouve aquilo se remõe por dentro, respeita a senhora e não responde a ofensa, por que era a

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avó dela.

Mas a Leila responde para ele. Não enche o saco, quer contar, não estou nem ai, a vida é minha eu faço o que quero dela. Sua menina mau criada, vou contar mesmo para o seu pai. Eu vou entrar, ela não vai nos deixar em paz. Ele dá um beijo de despedida e desce a rua, mas a senhora caminha atrás dele xingando-o

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em italiano e em português também. seu cabeludo vagabundo. O Dib ouve aquilo, para pensa em responder para a senhora, pensa duas vezes e não responde, só dá uma reboladinha, tirando um saro com a cara da velha. A velha fica furiosa com o sarro e chinca mais ainda. O Dib aperta o passo, até não escutar mais a senhora falando. Puxa, tenho que correr, se eu quiser ir para a escola ainda hoje. Ele chega meio atrasando em casa, toma banho e janta correndo e sai para a escola. Ele entra na escola, na hora que a servente fechava o portão da escola. Ele assisti todas as aulas , mas não aprende nada em nenhuma delas, por que não parava de pensar nela. Eu acho que teria sido melhor , se não tivesse vindo hoje também, não prestei atenção em nenhuma aula. O sinal da ultima aula bate, avisando que a aula terminou. Na saída da escola estavam lá o Leco e o Lu. Tem uma festa para nos irmos. ( fala o Leco) Mas vocês vão assim de skates e largados, desse jeito. É uma festa de doido é uma zoeira só, vamos logo. (explica o Lu) Eu tenho que ir em casa, guardar o material e pegar o meu skate também. Eles vão até a casa do Dib, ele pega o skate e eles vão se divertindo com os skates até a festa, chegando na festa, eles entram por um corredor escuro e já escutam um som pesado rolando, era heavy metal do bom, entram na casa na casa. Uma festa de doido mesmo, o pessoal estavam tomando pinga pura no gargalo da garrafa, varias mulheres com os peitos de fora, alguns caras curtindo o som, balançando a cabeça sem parar acompanhando o ritmo da musica e havia também uns gemidos que vinha dos quartos. Aqui parece o inferno. ( comenta o Dib) O Lu e o Leco concordam com a cabeça, se olham e dão risadas e entram na festa pra valer e começam a beber da pinga também. O Dib se senta no sofá, onde avista pela brecha de uma porta semi aberta, de onde vinha os gemidos, um grupo transando, derepente passa um cara com uma garota, que estava com os peitos de fora e doidona de cachaça e entram no quarto também. O Dib dá um toque no Leco e no Lu, que estava com a garrafa de pinga na mão. E os três ficam assistindo o grupo transarem . Eles se exitam e o Lu e o Leco se ajeitam os dois com uma mina, para os dois. O Dib fica na dele bebendo e pensando na Leila e assistindo o pessoal transarem no quarto. naquele inferno todo ele estava calmo e pensativo, só bebendo enquanto seus amigos se divertiam, nem parecia que ele estava naquele lugar, tudo para ele havia flores e a musica soava como uma sinfonia, as pessoas transando pareciam anjos brincando, toma mais um gole da pinga e fica doidão com a pinga, que sobe para a cabeça e começa a curtir a musica, balançando a cabeça junto com os outros doidos que curtiam a musica e falava . Hu , hu, isto que é festa divertida. E dava mais uns goles na pinga. Quando uma garota se aproxima dele para beija-lo, ele a beija mas não sente nada e a dispensa, por que ele estava apaixonado e só uma pessoa interessava para ele e ela não estava ali naquele momento. O pessoal curtem a festa até umas 02:00 horas da madrugada. O Dib bêbado, chama os seus amigos bêbados também, para irem embora. Eles pegam os skates embaixo do sofá da casa e saem cabaleando. A casa ficava numa ladeira. Uma decida boa para fazer um dow hill.

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Vamos descer com os skates (fala o Leco). Eles sobem nos skates, bêbados, mas não conseguem dar mais que uns passos e caem. Então resolvem descer sentados (como carinho de rolimã) pegando uma velocidade. Eles dão risadas, o Leco e o Dib continuam descendo. Então o Dib cai se ralando todo. Eles dão mais risadas e continuam descendo o resto da rua sentados no skate e freiando com os pés. No final da rua eles olham para cima, olhando a ladeira que eles encararam bêbados e dão risadas. Você se ralou todo Dib, olha o braço, joelho. ( diz o Leco e dá risada junto com o Lu.) Vamos nadar agora no Garcia, para cortar a bebedeira. ( idealiza o Lu.) Nesse frio!! ( fala o Dib). É , nesse frio nos pulamos o muro na calada, sem que o guarda nos veja, tiramos a roupa e nadamos pelados. O que vocês acham ? O Dib e o Leco se olham e dão risadas. Gostei da idéia .( fala o Dib.) Eu também . ( concorda o Leco)

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Vamos logo então deixamos os Skates em casa. Eles deixam os Skates na casa do e caminham até o Garcia pelo fundo. Eles escalam o muro . Tem alguém ali. ( fala o Leco.) É uns caras fumando maconha, eles não vão nos incomodar. ( fala o Dib.) O muro do lado de fora era muito alto, mas do lado de dentro da piscina só tem três metros ao inverso do lado de fora que tem mais ou menos sete metros de altura, fazendo com que usassem um poste de iluminação da quadra da escola, como apoio para os pés e subissem raspando a costa na parede e apoiando os pés no poste, chegando no topo do muro, tinham que se livrarem dos arrames farpados, abaixando os e pulando uma altura de três metros de altura, depois era só diversão. O Dib e o Leco em cima do muro pisam nos arrames farpados que cercavam o muro e o Lu pula primeiro. O Dib segura para o Leco pular e segurando os arrames com um pé só e passando o outro por cima pulando, como ele estava bêbado, cai meio desengonçado, mas não se machuca. Eles olham para a piscina, vê a neblina que baixava sobre ela. está muito frio eu não vou entrar não. O Lu e o Leco concordam, estavam sem coragem também. O Dib olha para eles dá risada , tira a roupa e pula na piscina, os outros dois fazem o mesmo e nadam pelados. Buuuu, está água gelada curou a bebedeira na hora. ( fala o Dib, saindo da piscina, para mergulhar de novo dando uma cambalhota. O Leco faz o mesmo e o Lu também. Eles fazem uma farra na piscina as 03:00 da madrugada. Vamos sair? Já curou a bebedeira e está ficando muito gelado aqui . ( fala o Leco.) Eles saem se trocam . Por onde que nos vamos sair agora? ( pergunta o Lu). Vamos sair pelo portão da frente, se o guarda aparecer, nós saímos correndo, já nadamos mesmo. O Leco e o Lu concordam. Vamos pular no três juntos, para não ficar ninguém para trás. Eles pulam, fazendo muito barulho e saem correndo, o guarda aparece na janela da porta da secretária, mas eles não dão nem chance para o guarda e correm até a rua dos Master e entram na casa do Lu, dão muitas risadas. O Leco e o Dib decidem irem embora dormirem, cada um para a sua casa . Não esqueçam hoje a noite nos iremos no point da Lapa, pegar o pichador que pichou por cima do nosso grafite . O Leco e Dib vão andando até chegarem perto da casa do Dib, onde o mesmo se despede. O Leco continua o seu caminho e ao olhar ao longe ele observa um movimento estranho, dois homens que vinham saindo da viela, se escondem voltando para dentro dela bruscamente. O Leco acha aquilo estranho e desconfia. Vou chamar o Dib para me acompanhar até a viela . Ele volta até onde o amigo se separou e não o vê mais. Ele deve Ter subido correndo, doido como é, agora eu tenho que me virar sozinho, já sei !! O Leco esperto como era , disfarça que estava mijando em um muro, ficando em um ângulo, onde havia um poste, que atrapalhava a visão dos dois suspeitos e aproveitando, para pular pela casa do velho Gigio, que agora não morava mais ninguém e estava abandonada e o seu quintal dava acesso a avenida, por onde o Leco conseguia enganar os dois sujeitos . Ele corre entre os destroços, escorrega e cai em cima de uma coisa grudenta e fedida. Credo !! é o resto da carniça do cachorro do Dib , que ele jogou aqui e pós fogo e aquele mendigo comeu pensando que era frango assado, mas não comeu tudo, que nojo!! Ahh!! Ele se limpa e pula o muro do fundo que sai na avenida, caminha até o outro lado da viela, para saber quem são os suspeitos e o que pretendiam fazer com ele. Ele se esconde atrás da parede do lado antes da passagem e espia para tentar identificar quem são . É o Gentil e o seu capanga, esse cara não aprende mesmo, é mas agora ele está armado mesmo, dá para ver o brilho da arma daqui. Os dois suspeitos começam a conversar entre eles. Ele está demorando demais, eu acho que ele voltou . ( fala o capanga). Vamos atras dele, se ele voltou não deve de estar muito longe. ( ordena o Gentil.)

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Os dois correm para a rua, deixando a viela. O Leco aproveita e corre para a casa dele. Eu tenho que avisar os caras, que essa treta está piorando, amanhã cedo irei avisar o Dib, que é o que corre mais perigo.

O Leco chegando na casa dele, abre a porta e acende a luz e derepente. AAAHHH!!, que susto mãe. Como a mãe do Leco não enxergava, ela não precisava de luz para andar, andava tateando as coisas. O que a senhora está fazendo acordada está hora ? Tive um sonho ruim com você e acordei e não consegui mais dormir, estava preocupada, mas agora você já chegou, eu acho que vou conseguir dormir, que cheiro é esse? Parece carniça, está vindo de você filho. É carniça sim mãe, do cachorro que era do Dib. Do cachorro que era do Dib?? ( estranha a mãe.) É mãe, é uma longa historia, o Tuco não te contou que e o mendigo comeu o cachorro dele . O mendigo comeu o cachorro dele? Como!!! Foi assim. O cachorro do Dib, que se chamava Bidu morreu, ele já estava velho, tinha uns quinze anos o cachorro e morreu de velhice, a avó dele pediu para que ele enterrasse o cachorro, o que ele fez pegou o cachorro no colo e o levou ate um lugar abandonado mais próximo, como não existe mais terrenos baldios ele o enterrou na antiga casa do velho Gigio, enterrou não como ele não tinha levado uma pá para cavar um buraco, ele fez o seguinte, pegou um monte de entulho que estava jogado por e jogou por cima, não sendo suficiente ele colocou a janela da casa do velho Gigio que arrancaram por cima e para ele estava de bom tamanho, mas ele não contava com o frio que tem feito estes dias, os moleques da rua, resolveram fazer uma fogueira e adivinha aonde que eles forram buscar as madeiras. Na casa do velho Gigio e pegaram a janela, que cobria o cachorro. ( responde a Mãe.) Isso mesmo mãe, o que aconteceu foi que o cachorro começou a apodrecer e feder e a vizinha do lado começou a reclamar quem tinha sido o Filho da Puta que tinha jogado aquele cachorro ali e contaram para ela, que o cachorro era do Dib, e ela foi reclamar lá na casa do Dib, a sua avó brigou com ele e mandou que ele tirasse o cachorro de lá e o enterrasse em outro lugar. O que o Dib fez? Foi até o terreno enfrentou aquele mau cheiro, colocou um saco plástico nas mãos

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e tentou pegar o cachorro, mas ele já estava em decomposição e se desmanchou todo caindo verme e tripa para todo lado, fazendo com que ele soltasse o resto do cachorro e vomitasse por cima, ele pensou e agora o que eu vou fazer, o Mi deu uma idéia para ele . - Vai lá no desmanche pega um pouco de gasolina e coloco fogo no cachorro. Foi exatamente o que ele fez, foi lá no desmanche pediu um pouco de gasolina, colocou a gasolina naquelas garrafas antigas de vidro de refrigerante, de fanta, encheu a garrafa até o gargalo, um litro exato de gasolina e foi até o cachorro tampando o nariz para não vomitar de novo e jogou o litro todinho no cachorro e depois ateou fogo. Ele pós fogo no cachorro? ( desacredita a mãe) Mas isso não é tudo não mãe, eu te falei que era uma história longa, sabe o que mais aconteceu, o pior está por vir, quando o Dib colocou fogo no cachorro, fez um mau cheiro pior do que estava, um cheiro de carne podre queimada, que se espalhou por quarteirões, pela fumaça que fazia, um cheiro horrível, a vizinhança todo começou a reclamar e a vizinha do lado ligou a mangueira e apagou o fogo, não deixando com que o fogo destrui-se totalmente os restos mortais do cachorro. Que confusão!! Ainda não acabou Mãe. Tem mais ainda? Tem, o pior vem agora, quando a vizinha apagou o fogo o cachorro ficou assado igual a um leitão, o que aconteceu no outro dia foi o seguinte, um mendigo que passava por ali, viu a casa abandonado do velho Gigio e entrou para se alojar ali, quando ele viu o cachorro assado, sentou bem a vontade na frente do cachorro, colocou um lencinho no pescoço e começou a comer o cachorro, a Dona Rosinha vendo aquilo, correu na casa dela e pegou um prato de comida e para o Homem, quando ela voltou já havia um monte de pessoas dizendo para o medingo não comer aquilo, a dona Rosinha ofereceu a comida para ele, mas ele rejeitou dizendo que aquele frango assado, tinha sido a sua mãe que havia preparado para ele, e que seria desfeita trocar o frango assado da mãe dele pelo prato de comida da Dona Rosinha, e comeu o cachorro , lambia até os ossos, deixando só algumas partes que ele não, agüentava mais e foi justamente está parte, que eu cai em cima hoje. Credo !! que nojo!!! Eu nem vou te perguntar o como você cai em cima, o que estava fazendo, por que não tenho mais estômago, para agüentar esse mau cheiro que esta vindo de você, ainda mais depois dessa historia, estou quase vomitando eu acho que agora que não consigo dormir mesmo, só de lembrar me dá ânsia de vomito, vai menino tomar banho logo antes que eu vomite em cima de você. O Leco toma banho e vai dormir, acorda as 11:00 horas e vai até a casa do Dib avisalo do ocorrido, da noite passada . Ele o chama, demora um pouco e a avó dele atende a porta, avisando . O Mauro já saiu. A senhora, sabe onde que ele foi? Ele disse que ia buscar alguém na escola. O Leco pensa que ele tinha ido buscar alguém no Leme e vai até lá. Mas o Dib não estava no Leme, ele havia ido buscar a Leila , que estudava no Meireles. O Dib estava sentado nos degraus da escada do boteco que ficava do outro lado da escola, enquanto ele esperava ele pensava. Tenho que arrumar um novo emprego, se eu começar a namorar serio com a Leila, pelo o que pude perceber, os pais dela são preconceituosos e não vão aceitar que sua filha namore com um vagabundo. Eu vou procurar aquele meu amigo que montou uma transportadora, quem sabe ele não me arruma alguma coisa provisória, só até eu achar coisa melhor. A campanhia do colégio sou e o Dib fica de prontidão, esperando ela sair, naquele tulmuto de dar inveja a um estádio de futebol . Mas no meio de tanta gente, ele avista dois olhos azuis esverdeados, sorrindo para ele. Ele desce da escada e vai de encontro a ela, dá um beijo nela e pega na mão dela, como se fossem namorados a muito tempo. vamos comigo até em casa? meu pai quer te conhecer, para ver se ele me deixa namorar com você. ( pergunta ela ) O Dib dá de ombros e responde . Vamos. Os dois caminham calados, cada um pensando no que iria acontecer e no que aconteceu.

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A Leila lembrava da noite passada, do inferno que tinha sido na sua casa na noite passada, a avó dela havia contado para o pai dela sobre o Dib e inventou e aumentou um pouco mais a historia, deixando o pai dela muito furioso a ponto de bater nela, onde não a machucou mais por que a sua mãe entrou no meio e não deixou ele bater mais nela e mandando com que ele sai-se para esfriar a cabeça, mas ele foi parar no bar , tomou umas e outras, para piorar mais ainda situação. Ele ia lembrando de cada detalhe que a avó da Leila ia contando para ele e tomava mais uma, ela o prevenia do que poderia acontecer e as palavras dela não sai da cabeça dele. você vai deixar a sua filha namorar, com um cabeludo vagabundo, ele não quer nada serio com ela, ele só quer aproveitar dela e se mandar, eu vi os dois se agarrando no meio da rua, numa pouca vergonha. Ele toma mais uma e recorda o resto. Você não pode deixar isso acontecer, tem que resolver isso logo antes que a sua filha apareça gravida e se torne uma mãe solteira aos 15 anos de idade. Essa foi de doer, ele vira um copo cheio de cachaça numa golada só. E já completamente bêbado, ele fala sozinho no balcão do bar esmurrando a parede, dizendo . Isso não vai acontecer, eu mato, eu mato, eu mato. E chorava ao lembrar da filha pequeneninha, com cachinhos dourados e dois olhos azuis e diz. Eu não criei a minha filha para o primeiro vagabundo que aparecer, papala e levala de mim. Toma a ultima dose de água ardente, mais derrubando do que bebendo e vai para casa, chegando em casa ele abre a porta da sala com um chute, fazendo um estardalhaço e gritando . - Mulher a culpa é sua !!de deixar isto acontecer com a nossa filha, você devia tomar conta melhor das nossas filhas. - olha o exemplo que você está dando para a sua irmã menor, você acha isso certo? em filha. E repete . acha certo ? ele passa a mão na cara e quando as tiram começa a quebrar as coisas dentro de casa, ele dá um murro na estante quebrando a porta e depois chuta mesinha de centro, quebrando o vidro do meio, espirando caco de vidro para todo lado e se cortando, no dedão do pé e do calcanhar, mas estava tão bêbado que não sentia dor e ficava andando pela casa toda espalhando sangue em tudo que tocava e gritava. Eu mato, eu mato . Ele vai até a cozinha pega uma faca, sai correndo dizendo que ia até o portão da escola encontrar o Dib e matalo, por que iria desgraçar a filha dele. Ele corre até o portão do Leme, mas estava tão bêbado, que havia caído três vezes antes de chegar e estava todo ralado e sangrando mais ainda e fica ali na entrada do colégio tentando lembrar da fisionomia do Dib, mas não conseguia lembrar por só tinha o visto uma vez e de longe e naquele momento estava muito bêbado, não conseguia nem lembrar o próprio nome, já estava chamando Jesus de Jenézio. Fica ali olhando e sangrando com a faca na cintura e não o encontra, até que o seu cunhado vem buscalo de carro. O convence e o leva para casa onde chega desmaiado, para o bem de todo mundo . O Dib sem saber metade do que tinha acontecido na noite anterior, continua indo de mãos dadas com ela, na esperança que eles o aceite. Eu preciso te contar uma coisa, que aconteceu ontem a noite em casa, a minha avó contou parta ele de você, mas ela inventou e encheu a cabeça dele de minhoca, ele bebeu muito e fez horrores ontem em casa, hoje quando ele acordou e viu o que tinha feito achou melhor te conhecer antes de tirar conclusão precipitada e pediu para que você fosse hoje lá em casa, o meu pai é muito bravo e eu estou com medo que ele te machuque. Ele a interrompe não deixando-a terminar de dizer e fala. Eu sou homem, como o seu pai, se ele vier falar comigo numa boa, eu irei conversar com ele numa boa, agora se ele vier com ignorância, eu também sei ser ignorante. Eles já subiam a rua que dava acesso a casa dela , quando eles encontram com o pai dela descendo com pressa. onde você vai pai ? eu vou na garagem ver que horas eu vou trabalhar e quero falar com você depois que eu voltar. O Dib o olha e responde. Tudo bem eu vou estar esperando-o O pai desce, parecia que ainda estava meio zonzo da bebedeira da noite passada.

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Seu pai é motorista de ônibus e trabalha bêbado assim ? As vezes ele dirige melhor bêbado do que sóbrio, em questão de acidente, graças a Deus nunca se machucou. Ele s chegam no portão da casa dela e sua mãe estava no portão. A mãe dá uma olhada de espanto e ao mesmo tempo de medo para o Dib e diz. Meu marido quer conversar com você. Eu sei encontrei com ele no caminho . Entra aqui vamos espera-lo lá dentro. O Dib entra na casa e olha cada detalhe e repara que estava faltando uma porta da estante e o vidro da mesinha de centro e fica em pé. Senta ! ( diz a mãe da Leila ) Ele se senta e fica um pouco ocioso pela conversa. E a primeira coisa que a mãe dela pergunta é . Você trabalha? Fui mandado embora Terça feira passada. A mãe faz uma cara de desconfiada e se cala, ficando um silêncio, que parecia gritar no meio da sala, por uns cinco minutos ninguém fala nada. Até a mãe da Leila lhe oferecer água. Quer água ou café? Eu queria água, por café eu não bebo. A mãe da Leila se levanta do sofá e vai até a cozinha buscar água e o remeda. Eu queria água , por que água eu não bebo. E volta trazendo um copo de água gelada. aqui está a sua água. Ele toma a água, agradece e procurava ser o mais simpático e educado possível, que ele podia. Passa-se meia hora e o pai dela chega, ele entra passa direto pelo rapaz e vai até a cozinha e quando volta ia saindo sem dar atenção e é quando o Dib pergunta para ele. O senhor não queria falar comigo ? Eu, eu , estava querendo Ter uma conversa com você, mesmo. Eu estou aqui, pode falar. O que você pretende com a minha filha?, é compromisso sério ou só zoeira? Eu quero leva-la a sério. Ah ! sei . mas i esse cabelo comprido, por que você não corta? Mas eu gosto assim. Gosta assim e você trabalha? No momento fui demitido, na Terça feira passada. Por que? Não sei, eu acho que foi corte. Eles conversam por horas, até a avó da Leila chegar. Você deixou este vagabundo entrar na sua casa? Ele escuta aquilo e engole seco , para não ofender a senhora.

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O comportamento do pai dela muda. olha, eu vou ser bem direto com você, eu não quero que você namore com a minha filha, desta forma. Enquanto você não arrumar um emprego e não cortar o cabelo eu não deixo vocês namorarem. Ele tenta dialogar, mas percebe que iria ser inútil e desisti. Desculpa incomodar, mas eu só corto o cabelo se eu quiser, não vou cortar por que você me pediu, você não vai deixar a gente namorar, nos namoramos escondidos, sem você saber. Depois de dizer isso, ele se despede da Leila e vai embora. O pai da Leila faz uma cara de quem comeu e não gostou. A avó da Leila comenta. Eu não te disse que ele era insolente. Deixa ele comigo. O Dib desce pelo escadão, pulando de três em três degraus, como sempre e pensa. Puxa vida, todo mundo resolveu implicar com o meu visual, droga é a minha vida, não preciso namorar em casa, eu vou namorar com ela escondido. Estou morrendo de fome, não almocei até agora, vai dar cinco horas, estou morrendo de fome, vou passar na casa do Lu, ele já deve Ter voltado do serviço. No caminho ele encontra com o Lu descendo do ônibus. Estava indo na sua casa agora. Olha só o Swacht novo que eu comprei. Bem louco, mais colorido que o outro , que você tem. Vamos lá em casa que eu vou te mostrar desenho que eu fiz ontem a noite, depois que vocês foram embora. Eles entram pela cozinha, onde em cima da mesa havia alguns salgadinhos, e era tudo o que o Dib queria e sem perder tempo ele pega alguns e enfia na boca. Vamos subir no meu quarto, que eu vou trocar de roupa e te mostrar o desenho que fiz. O Lu puxa a ultima gaveta do guarda roupa, onde dentro da gaveta havia uma pasta, ele abre a pasta e retira um desenho. Era uma Mestre com os braços abertos e alguns raios saindo das mãos e do chão sai as letras formando Master. - Esse vai ser o novo desenho q eu vamos fazer na nove de julho, por cima do outro grafite, que tem lá. O Dib olha mais um pouco o desenho e comenta. Esse desenho está legal.

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Que horas nos vamos no Mac da Lapa? Pegar o cara que atropelou o nosso grafite? ( pergunta o Lu) Depois da nove, é o horário que o pessoal está começando a se reunir lá. Eu vou tomar banho, você me espera um pouco? O Dib balança a cabeça dizendo que sim. Enquanto o Dib esperava o Lu tomar banho, ele se senta na cama, pega os desenhos da pasta e fica admirando um por um , mas não conseguia esquecer o que o pai da Leila havia dito para ele. (Enquanto você não cortar o cabelo e arrumar um emprego, você não namora com a minha filha.) Um emprego? Eu podia ser desenhista ou viver fazendo arte. Iria ser muito bom .- Puxa vida!! Já pensou se eu arrumasse um emprego, em uma Editora de quadrinhos, ou em uma agencia de Publicidade, iria ganhar muito dinheiro e não seria preciso cortar o cabelo, poderia ir trabalhar do jeito que eu bem entendesse, por que esse pessoal que trabalha em publicidade ou com arte, andam como uns doidos, sempre na moda e as ultimas modas, estão cada vez mais inovando e fazendo roupas que chocam ao primeiro olhar. O Tuco e o Leco aparecem no quarto do Lu, pela porta do fundo. Cadê o Lu? ( pergunta o Tuco). Está tomando banho? Dibão eu estava mesmo precisando falar com você, lembra ontem a noite quando fomos embora juntos? O que, que tem ? Então o Gentil e o comparsa dele estavam me esperando na viela, escapei por pouco. O Leco conta para ele como foi a sua escapada. Precisamos ficar espertos com esse cara, ele vai acabar pegando um de nos, na crocodilagem. ( fala o Tuco.) É , ou acabamos com ele ou ele acaba com um de nós. ( fala o Leco) Esse cara está louco de tanto fumar maconha, a maconha derreteu o cérebro dele, é só não mostrar medo para ele, que ele, que ele não faz nada, deixa ele pra lá, um dia alguém acaba com ele e nem vamos precisar sujar as nossas mãos. ( fala o Dib) Depois de 30 minutos o Lu sai do chuveiro. caramba meu, pensei que tinha caído no ralo. ( brinca o Dib) Vai logo se troca , que vamos lá chamar o Urucka e o Juca. ( fala o Tuco) O Lu naquela frescura de sempre, pega peça por peça de roupa e fica pensando qual ira vestir. Hoje nós temos que parecer bem mau, então eu vou vestir uma roupa que me deixa com cara de mau e todo mundo vai usar toca para apavorar. ( eles tinham seis tocas iguais . pretas com um bordado escrito Master e uma lata de spray igual a da tatuagem, na frente da touca . Eles descem do quarto do Lu e vão até a casa do Urucka. O Urucka vinha descendo a rua em direção deles. Legal nem precisamos subir está rampa toda, nos poupou dessa em negrão. ( fala o Tuco.) Como sempre eles se comprimentam e vão até a casa do Juca. Chegando na casa do Juca, onde o mesmo estava esperando no portão. Entra ai vem ver os brinquedinhos, que vamos levar no Point, para apavorar aqueles trouxas. Eles entram em um quarto, onde o pai do Juca usava para trabalhar com madeira. E de trás de uma mesa ele tira uma corrente, um bastão, pedaço de cano e pontas de lanças enfiadas em paus. O Tuco pega a corrente e diz. Eu vou ficar com a corrente em uma mão e na outro, com esse soco inglês. (Ele tira o soco inglês do bolso e mostra aos amigos.) Os amigos olham o soco inglês e comentam. Legal!! Deve de ser legal dar um soco em alguém com isso, deve de fazer um estrago. ( fala o Dib) Vamos malhar um pouco, para ficarmos inchados e apavorar na aparência também. O Juca tinha alguns pesos de musculação na sua casa, onde treinavam algumas vezes. O Dib, Tuco, Leco e o Juca, malham um pouco; o Lu e o Urucka só olhavam, pois eles teriam que ficar um mês inteiro malhando, para aparecer um músculo naquela magreza toda . oito horas a gente sai, é uma hora de bubão daqui até o final, vamos chegar por volta das nove horas. ( comenta o Lu.) A mãe do Juca trás uma jarra de suco de maracujá, para eles beberem. Foi aquela briga para ver quem bebia primeiro.

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Eles tomam o suco e treinam mais um pouco, até as 20:00 horas da noite. vamos ai pessoal, está na hora, todo mundo pegou a toca e o que vai usar para bater naqueles trouxas, estão todos prontos? ( pergunta o Juca.) todos respondem que sim . Então vamos nessa !!!! ( fala o Urucka.) Eles vão até o ponto de ônibus onde só um, fica no ponto para dar o sinal, por que se fossem todos para o ponto o motorista não pararia. Fica só o Lu e o Urucka no ponto para dar o sinal. Vem o ônibus e os dois dão sinal. O ônibus para e o pessoal saem de trás da banca de jornal sem correr e sobem camalmente no ônibus e se sentam nos últimos bancos e na tampa do motor, ninguém bagunça, estavam todos sérios, ninguém sabia o que os esperavam, se iriam brigar com varias pessoas ou iram encontrar um frangote pela frente e se alguém compra-se a treta deles ou algo pior, calados e pensativos eles vão até o ponto final do ônibus, onde o Lu e o Dib arrombam a porta do ônibus e descem numa boa sem correr e encarando os motoristas que estavam no ponto final, naquelas casinhas de madeiras, onde só haviam dois e eles nem se manifestaram fazer alguma coisa contra eles, que estavam todos capuzados e alguns de camisetas rasgadas, mostrando os músculos. Eles andam pelas ruas da Lapa até chegarem no Mac. Onde se encostam num canto e ficam esperando o momento certo. O Point já estava cheio, tinha pichador para todo lado e cada vez chegava mais. O Tuco, Urucka, Lu e o Juca vão até o Mac , comer alguma coisa, pedem alguns lanches e na hora de pagar, o Tuco para pegar o dinheiro, tira o soco inglês e a corrente do bolso. O gerente olha o soco inglês e a corrente e fica assustado. O Tuco tira o dinheiro é dá para a caixa. Ela avisa que ainda estava faltando dinheiro. Urucka procura uns trocos nos seus bolsos e deixa cair o bastão com lança, o gerente arregala o olho e olha para o Lu, que estava deixando o seu bastão fazer volume na blusa dando a aparência de ser um revolver. Urucka acha o restante do dinheiro que estava faltando e dá para o caixa, que pega o dinheiro com uma cara de assustada. Ao saírem o gerente liga para a policia e avisa que alguma coisa iria acontecer ali. O Tuco dá o Lanche do Dib e do Leco que esperavam na esquina. Dib dá uma mordida no lanche e avista um cara que ele conhecia . Eu conheço aquele cara, vou perguntar para ele, se ele conhece, este tal de Testa? Ele pergunta para o sujeito, que responde. Ele estava aqui agora pouco, o que ele fez? Pichou por cima do nosso grafite. Ele é louco de fazer isso, eu acho que ele não tem noção do que fez e não sabe qual é a conseqüência, para quem faz isso, alem de perder ibope e se queimar com a galera. Olha ele lá! Qual? Aquele todo esquisito, que faz justo ao apelido, testudo. Para a sorte do esquisito, neste exato momento aparecia policia de todos os lados fazendo com que eles esquecessem o sujeito e saíssem de fininho para que a policia não pega-se eles e entram em um boteco, um pouco para frente disfarçam que estavam tomando cerveja. A policia chegou dos quatro lados, na contra mão por cima, por baixo, fizeram um cerco onde poucos conseguiram escapar. A policia enfileira os pichadores um do lado do outro, todo com as mãos na parede e dá geral em mais de cinqüenta pichadores, onde quem era de maior, era levado para a delegacia se explicar e os menores liberados, depois de serem identificados. Os policiais fizeram uma pilha com as latas de sprays, retiradas dos pichadores. Um dos poucos que conseguiu escapar, junto com os Master, comenta. Olha quanta lata de spray, que os policiais aprenderam, dava para fazer um grafite da hora, deve Ter umas 100 latas de sprays .

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O Dib pergunta para o sujeito se ele conhecia o Testa. Eu conheço sim. Por que? Ele atropelou o nosso grafite. Vocês são os Master, né?

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É somos e viemos aqui para socar a boca desse trouxa. O sujeito olha o volume, na camisa do Lu e pensa que ele estava armado e diz. Ele mora do outro lado da cidade, eu acho que é Guarapiranga ou Sacomã alguma coisa assim . É muito longe não vamos até lá, mas um dia nos vamos pegar ele de surpresa, pode ser aqui mesmo . O sujeito escuta e diz que eles estão certos. Vamos embora já fizemos nosso papel aqui. ( fala o Tuco) É vamos antes que a policia venha para o nosso lado. ( alerta o Leco) Eles agem naturalmente e saem pela rua do lado sem as tocas para não chamarem a atenção. Andam dois pontos de ônibus do ponto final e pegam o ônibus que os trouxeram. O motorista não fala nada e deixa eles subirem . Eles se sentam nos mesmos lugares que vieram e comentam sobre o que aconteceu. Deixamos o nosso recado, mas quase que rodamos e se nos rodássemos, com essas coisa aqui iríamos , se ferrar legal. ( fala o Juca ) O Lu concorda com ele. O Urucka e o Tuco , sentados num banco juntos , conversavam de outra coisa, parecia ser sobre musica. O Lu, Leco e o Juca continuavam conversando, sobre o ocorrido e o Dib se isola no canto da tampas do motor, só olhando a paisagem e pensando no que o pai da Leila havia lhe dito, ele estava com muita raiva e não tinha descontado em ninguém a sua raiva. - não tinha dado tempo de dar uns socos, naquele loque, a policia chegou bem na hora. - E falando em policia !!! o motorista está encostando na Rota, ele vai chamar os policiais, para nos pegarem, rápido dispensem as correntes, os bastões, tudo que é intendido como arma. O motorista para o ônibus na entrada do quartel da Rota na avenida Tiradentes, desce do ônibus e vai chamar os policiais. Vai Tuco!! O seu soco inglês também. Ele fica com dó , de se desfazer do seu soco inglês e pensa duas vezes. No exato momento em que aparece dois policiais na porta de trás do ônibus, o motorista sobe pela porta da frente, para abrir a porta traseira. E quando o Tuco escuto o barulho de ar comprimido, se soltando e abrindo a porta e joga o soco inglês, que com o barulho da porta se abrindo os policiais não ouvem o soco inglês cair no chão. Os policiais da Rota eram muitos ruins, sempre batiam, dizem que quando eles perseguem ladrões e os capturam, os ladrões nunca chegam vivos, eles não perdoam , matam mesmo, sem piedade. Um dos guarda grita. Desce um por um !!! Eles já sabiam que iriam apanhar, por isso que era para descer um por um. O Dib é o Primeiro a descer, por que ele estava sentado na tampa do motor, ao descer ele toma um tapa na orelha, que o deixa surdinho por alguns instantes, com o ouvido zumbindo , depois foi a vez do Leco , também leva um pé de ouvido, o Juca o Lu a mesma coisa e o Tuco e o Urucka apanham mais por serem os últimos, tomam um tapa na orelha e um pontapé na bunda. Vai todos com as mãos na parede e olhando para a parede, com as pernas abertas. Aparecem mais cinco policiais e já chegam batendo também, eles chutavam uma das pernas pelo lado de dentro afastando as, fazendo com que quase abrisse espacate, batiam bem no tornozelo, par doer mais e revistavam um por um , numa brutalidade só. O ônibus vai embora e os deixa lá com os policiais, apanhando. Um dos policiais com uma cara de ruim, com um bigodinho parecido com o do Hitler diz. Vão continuar bagunçando nos ônibus ou aprenderam a lição, se não aprenderam podemos ensinalos de novo. Todos balançam a cabeça dizendo que aprenderam a lição. Os policiais os dispensam e manda eles pegarem outro ônibus e que não fizessem nada com aquele motorista, por que o nomes deles estavam todos anotados, e se fizessem alguma coisa, iriam ser todos presos da próxima vez. Os guardas entram, o Tuco olha para a rua e vê o seu soco inglês brilhar bem no meio da avenida, ele disfarça que está atravessando a avenida e que seu cardaço desamarrou, se abaixa fingindo que iria amarra-lo e apanha o soco inglês e volta pelo outro lado da avenida até o ponto de ônibus mais próximo. Dessa vez eles pegam o Imirm- Itaim, que já passava naquela avenida, por que não iriam pagar a

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condução e o Itaim era mais fácil de descer sem pagar a condução, ainda mais depois de acontecer isso . Eles sobem no ônibus e ficam todos atras, até chegarem no Imirim, onde dessa vez o Leco arromba a porta, para ele descerem. Todos descem o Dib fica por ultimo e antes de descer ele olha para o espelho do motorista e reconhece aquele rosto e o motorista vice versa , era o pai da Leila. Ele toma um choque . O Leco grita . Vai logo não estou agüentando mais!!!! Ele desce o resto dos degraus e olha para o retrovisor do ônibus onde , o pai da Leila continuava olhando-o e faz sinal encinuando alguma coisa, que não era nada boa. O ônibus vai embora o Dib fica olhando estatelado. O que foi Dib viu um fantasma? ( pergunta o Lu) É como se fosse. ( responde ele ) o motorista do ônibus é o pai daquela mina que eu estou ficando e ele me reconheceu. Agora já era, você dançou de vez. ( fala o Leco) Ah !! deixa pra lá, vamos para a rua logo, antes que aconteça mais alguma coisa errada com a gente, está dando tudo errado hoje. Eles caminham e comentam, sobre quem apanhou mais dos policiais, passando pela viela eles dão aquela mijadinha de costume e continuam comentando. Derreteste, aparece as duas senhoras voltando da igreja e gritam . Cristo!! Vocês não fazem outra coisa na vida a não ser urinar nesta viela, vão trabalhar para queimar energia, seus vagabundos. Eles correm arrumando a calça e rindo, até perderem o fôlego. Mas mesmo assim o Dib não parava de pensar no que o pai da Leila estaria pensando sobre o que aconteceu. O Pai da Leila terminava de Ter dado a ultima viagem e justo na ultima viagem tinha que Ter encontrado com o Dib e os seus amigos. Isto fez com que ele fica-se com a cabeça cheia e para-se no bar para tomar uma, duas três... E depois de estar bem bêbado ele vai para casa, ele abre o portão fazendo muito barulho e xingando. Essa merda... Está enferrujada, isso é só ilusão, não protege contra ladrão. Os cachorros vem ao seu encontro e pulam nele querendo brincar e lambelo. Ahh!! Isso sim que é amigo, vocês são a minha família, não essas filhas que eu tenho e essa mulher, que não serve pra nada, família? Aahhh!!! Isso é tudo ilusão, o homem casa para ser digno e respeitado, depois vem os filhos, alguns dizem que é a nossa alegria, isso é ilusão, só nos trás desgostos e aborrecimento . Ele se desequilibra e cai sentado no chão e deito no chão gelado, os cachorros lambem a boca dele , ele resmunga e tenta se levantar. A porta da sala se abre . Era a dona Marlene. Está bêbado de novo Lelio? Não enche o saco !! eu bebo o tanto que eu quiser, a vida é minha e faço dela o que bem entender. Isso é exemplo que se dá para as suas filhas. Faz o que eu falo e não faz o que eu faço, isso é o que elas tem que entender e sabe quem eu vi bagunçando na ultima viagem que eu fiz... Quem ? ( pergunta a Dona Marlene) O namoradinha da sua filha, ele não serve para a nossa filha, ele é um vagabundo que só quer zuar, ele só quer aproveitar dela e depois vai largar só o resto dela ... Não fala isso homem! Você não sabe o que está falando. A Leila aparece na porta da sala do lado da mãe e pergunta . O que você viu pai? Eu vi o vândalo do seu namoradiiinhooo, ele e os vagabundos dos amigos dele, arrombaram a porta do meu ônibus, e desceram sem pagar a condução, ele é um vagabundo cabeludo, só vai fazer você sofrer. A Leila olha para a mãe, com uma lagrima escorrendo pelo rosto e diz. Que azar!!

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É azar não é verdade mesmo, é bom que isto aconteceu assim, para mim saber quem é o seu nada, eu não quero que você o veja nunca mais, ouviu ... Ela sobe para o quarto correndo e tranca a porta e se desmancha em choro. Puxa que azar, acho que agora é o fim nunca mais vou poder ver o Dib de novo, não vou poder namorar em casa, que droga. Enquanto isso o Dib estava sentado em frente a casa do Lu, parecia sentir o choro da Leila, estava desolado. acho que é o fim mesmo, agora que o pai dela não vai deixar eu namorara com ela mesmo. ( ele fala para o Leco, que estava sentado ao seu lado, enquanto o pessoal bebia água na cozinha do Lu) passa um fusquinha vinho, a pessoa de dentro do fusca o comprimenta, ele não consegue enxergar direito, quem estava dentro do fusca e comprimenta também, assim mesmo. Derreteste o fusca dá marcha ré e volta até onde o Dib e o Leco estavam sentados, a porta se abre . É o Ailton. E ai beleza ? Certo? Vocês estão trabalhando? Não! , não estamos ( respondem juntos) Vocês não querem trabalhar para mim. Para fazer o que ?( pergunta o Dib) Entregar uns envelopes. Tem que cortar o cabelo ? ( pergunta o Leco) Não acho que não precisa. Legal quanto você paga? ( pergunta o Dib) Quinhentos cruzados, está bom? Está sim, quando começamos ? Amanhã as 06:00 horas da manhã, pode ser. Por mim tudo bem e por você Lecão? Tudo bem também. Então amanhã eu pego vocês dois na sua casa Dib, as 06:00, combinado. O sujeito entra no fusca e vai embora . Legal era tudo o que eu precisava, um emprego, eu trabalho lá por uns tempos, até conquistar a confiança do pai da Leila, isso pode ser a solução para mim, foi Deus que nos fez sentar aqui através do raio da lua, para traçar os nossos destinos. Como pode né, nem fomos procurar emprego e o emprego vem até nos . ( fala o Leco) Eu vou embora dormir, para acordar cedo. Eu também. ( fala o Leco ) O Leco chama o Tuco para irem embora juntos e o Dib estava tão ansioso que nem espera pelo amigo e sobe para a sua casa. O Dib deita na cama, estava tão feliz que até esquece o que tinha acontecido naquele dia e desmaia, dorme profundamente. Derepente de madrugada por volta das 03:00 horas ele acorda com uma gritaria no seu quarto. Ele olha a porta do quarto onde estavam a sua avó e sua tia, tentando impedir de que seu primo entrasse no quarto, ele estava com uma faca na mão e dizia que iria matar o Dib. O Dib dá um pulo da cama, empurra a porta e a tranca, mas o seu primo continuava batendo na porta, mas Derepente para. Será que ele foi embora? ( pergunta a tia ) Acho que não ele quer que pensamos isso, o que aconteceu que ele está assim? Ele deve Ter usado muita droga e tomado muita pinga, que até recebeu um espirito ruim . Onde ele arrumou dinheiro para comprar droga?( pergunta a avó) O Dib olha para o criado mudo e percebe que o radio não estava mais lá. O radio ele pegou? Ele fica com muita raiva e pega um barra de ferro da janela, para se defender da faca e abre a porta e atropeça no primo que estava agachado, se balançando para frente e para traz, com uma voz de criança, ele havia recebido um espirito de criança. O Dib olha aquilo e não tem coragem de bater naquilo e desce para a sala, para pensar um pouco. O primo desce logo atrás, se escorregando, degrau por degrau como se fosse uma criança brincando

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na escada e chegando mais perto do Dib dizendo . Quer brincar, vamos brincar, de une dune te ? O Dib o empurra e vai para a cozinha. Puxa vida, só por que eu arranjei um emprego hoje e que tenho que acordar cedo, isso tinha que acontecer. Ele se senta na cozinha e espera a hora passar, dormir iria ser perigoso naquela situação, dá um cochilo na mesa e acorda assustado. Puxa!! Dormi 02:00 horas, já são 05:00 da manhã, vou tomar um banho e me trocar, já vou ficar pronto. Ele entra no banheiro , liga o chuveiro e quando começa a tomar banho, o seu primo começa a bater na porta do banheiro dizendo, que iria mata-lo. Ele desliga o chuveiro rapidamente e veste uma calça do sexto de roupa suja, no momento que ele terminava de vestir a calça, o seu primo dá uma pesada na porta, conseguindo arromba-la. Ele estava com uma faca na mão e apontava para o Dib. O Dib se afasta até encostar na parede e fica em posição de defesa , esperando o golpe da faca. O primo dele olha para ele, com um olhar nervoso, e vê que ele não estava com medo e que estava pronto para se defender, mas mesmo assim tenta acerta-lo. O Dib coloca o pulso no antebraço do primo desviando o golpe e dá um empurrão, nele jogando-o para trás . O primo o olha novamente nos olhos e percebe que poderia tomar a pior e desiste, mas antes de sair ele dá com a faca na porta do banheiro, quebrando-a em dois pedaços e empurra a mãe e a avó que estavam , atras dele pedindo que ele não fizesse aquilo. O Dib corre para o quarto para se trocar-se, se veste e desce com a intenção de bater no primo, vai até a cozinha, para comer alguma coisa também e encara o primo sentado na mesa. O que está olhando? Nunca viu? ( fala o primo) Não . nunca vi um drogado raciocinando .( fala o Dib) O que é. Quer brigar? ( fala o Primo). O primo se levanta e vai para cima do Dib, era tudo o que ele queria e antes mesmo do primo dele perceber o que estava acontecendo. O Dib dá-lhe um soco no queixo, jogando-o para trás e dá outro soco com a esquerda e mais um com a direta e uma seqüência de porradas, o encurralando no armário e só para de bater quando ele escuta a sua tia e sua avó pedindo para que para-se. Ele para de bater e vai saindo dá cozinha. E quando o primo tem uma reação. Agora você vai ver. O primo corre até a gaveta do armário e pega uma faca e corre atrás do Dib, que já estava na sala e tenta acerta-lo com a faca. O Dib segura a mão da faca e o empurra contra a parede, segurando a faca. A avó e a tia o ajuda a tirar a faca da mão do primo, que rosnava de raiva, com os olhos muito vermelho, eles conseguem tirar a faca dele. E o soltam mas ele corre para a cozinha para pegar outra faca. Só que dessa vez não era para matar o Dib era para ele mesmo e tenta se matar, mas não consegue enfiar a faca profundamente e se ferre superficialmente. O Dib o olha e vê que ele não iria fazer nada demais e sai para a rua e se senta no registro, para esperar o amigo que vinha busca-lo para irem trabalharem . Passam-se 20 minutos e o rapaz chega. Vamos ! cadê o seu amigo que ia junto? Ele não chegou ainda, olha ele vem vindo. O Leco chega entra no carro e eles vão para o serviço. O Leco olha para o Dib e sorri . os dois estavam ansiosos, para chegar logo no serviço. O Ailton dirigia e explicava , por cima o que eles teriam que fazer, quanto iriam ganhar, etc. Eles chegam na firma e observam aquele balcão com alguns carros estacionados na frente da empresa . A mão do Dib estava sangrando. A sua mão está sangrando. ( fala o Leco) Não é nada não é só um cortinho, me cortei com a faca. O Dib não conta a verdade, como ele havia se cortado. Vamos entrar para vocês verem por dentro. (fala o Ailton ). Eles entram no galpão onde haviam duas mesas enormes, e dois computadores e um monte de caixas.

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O que nós vamos fazer hoje aqui é o seguinte . ( explica o Ailton). Vamos separar essas caixas, para cada nome que está na parede, por ordem de CEP e os documentos também, para Segunda feira já está tudo pronto para saírem para entregarem . O Dib e o Leco observam como , se faz a separação e o ajuda a fazer e pega caixa daqui, coloca ali, olham o endereço para verem o CEP certo, perguntavam onde ficava tal lugar que não tinha CEP, estavam se dedicando, pegando mesmo no pesado , com afinco. Derepente chegam dois homens, o Ailton os apresentam . Este é o Fofão e este e o Ruy ,eles iram fazer algumas entregas hoje para adiantarem dá Segundafeira, vocês vão com eles para aprenderem o serviço. O Dib sai com o Fofão e o Leco com o Ruy, eles ajudam a carregarem os carros, o Fofão tinha um Fiat 147, verde e o Ruy um fuscão verde também, (como eles eram tercerizados trabalhavam com os próprios carros) com os carros carregados eles saem para entregarem e pegam a marginal pinheiros em sentido para Santo Amaro, eles se separam em uma ponte, onde o Fofão começa a entrar em algumas ruas, e a entregar as encomendas, as primeiras entregas o Dib o ajuda e observa como faz, mas ele estava muito cansado e acaba dormindo no banco do passageiro, e só acorda quando já havia acabado tudo e já estava voltando para o galpão. Acordo dorminhoco? ( brinca o Fofão) É eu não dormi direito está noite, desculpa eu não Ter te ajudado com o resto. Não se preocupa não hoje estava fácil; mas você aprendeu como se faz ? Eu acho que aprendi, vamos ver na Segunda quando eu vou fazer sozinho. Eles chegam no galpão o Leco já havia chegado e o estava esperando para irem embora com o Ailtom. Bom por hoje é só , agora Segunda-feira , nos voltaremos no mesmo horário, para que vocês conheçam qual região irão fazer. Eles entram no carro com destino de casa e o Ailtom continua explicando, mais alguns detalhes. O Dib já não estava mais prestando atenção no que o homem falava, só pensava em contar a

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novidade para a Leila; por que talvez, agora o pai dela o deixava namorar com ela, mas antes teria que pedir desculpa do ocorrido no ônibus, de ontem a noite. Eles chegam na casa do Dib, onde o Ailtom os deixam e os avisam. Segunda-feira, eu passo aqui para pegalos, no mesmo horário de hoje. E vai embora acelerando o carro. Onde você vai agora? ( pergunta o Leco) Eu estou pensando em ir na casa da Leila, contar para ela a novidade e pedir desculpa para o pai dela. Você é louco? Não , mas se você for comigo, eu vou me sentir melhor. E os dois vão até a casa da Leila, chegando -lá. E agora o que eu faço? Chama, ela . Mas e se o pai dela aparecer? Ai eu não sei. O Dib a chama pelo nome dela. A porta se abre e por sorte a irmã dela que aparece. Chama a sua irmã para mim, fazendo um favor. Ela balança a cabeça dizendo que sim, e entra para chamar a irmã. A Leila aparece na porta e corre até o portão e diz. Você é louco de vir aqui ? Não agüentei esperar , para te contar da novidade, arranjei um emprego, talvez seu pai nos deixe namorar agora. Eu acho que não. Por que ontem a noite ele disse que te viu bagunçando no ônibus dele e ainda desceu por trás e não pagou a condução; isso é verdade? É sim. Agora você piorou tudo, por que ele não quer que eu te veja mais e vai embora enquanto ele está dormindo, se ele acordar e te pegar aqui eu estou ferrada. Então vai lá em casa mais tarde, promete? Prometo. Que horas você vai? Depois das quatro que ele sai para trabalhar, dou uma desculpa qualquer para a minha mãe, e vou na sua casa. Me dá um beijo, então!! Não, você está louco? E se a minha mãe ver. Vai só um beijinho. Ele ensiste tanto que ela acaba dando um beijo rapidamente e entra correndo. Vamos Leco, vamos passara na rua, para ver se tem alguém lá. Eles descem pelo escadão, brincando , pulando de três para mais degraus de uma só vez e correm pela rua, pulando para alcançarem os beirais das casas , passam pela viela onde tem um grafite, com uma mulher segurando um spray e escrito spray. Atravessam a Avenida e chegam na rua onde estavam o Tuco, Lu e o Instein. Quando o Dib se aproxima do Instein para complimenta-lo, ele vê o olho dele roxo . O que foi isso? Apanhei ontem a noite na festa da São Roque, me confundiram com outra pessoa e me bateram . Quem foi que fez isso? Você o reconhece , se o ver de novo? ( pergunta o Leco). Reconheço sim e hoje a noite vai Ter outra festa lá. Então nós vamos lá resolver essa treta. (fala o Tuco) Que horas que vai começar a festa? ( pergunta o Dib) Eu acho que começa as nove horas. Beleza então nós, nos encontramos aqui as 08:30 ou as 09:00 na entrada da festa ( idealiza o Leco) Mas como aconteceu, explica direito. Estávamos eu e o Mimi encostados na parede e Derepente, veio um cara dizendo para o Mimi, que ele tinha passado a mão na bunda da mina dele. O Mimi falou que não tinha sido ele. O cara falou , que tinha sido um cabeludo e o único cabeludo que tinha na festa era ele e deu um

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soco no Mimi. Eu fui falar para eles que não tinha sido ele e eles me bateram, não quiseram nem saber, dois me seguraram e dois bateram. Hoje a noite nós vamos lá ver se esses covardes são valentes mesmo. ( fala o Dib). O Dib e o Leco se sentam na calçada em frente a casa do Lu, no momento em que ele havia ido buscar água. O Lu volta com a água e perguntando. vocês viram o aro de basquete? Quebrou, vamos Ter que arranjar outro. Vamos pegar aquele da quadra do colégio, que já está pendurado, é só pular pela chácara e lá dentro um faz cadeirinha para o outro destarrachar os parafusos. ( fala o Tuco ). Beleza então eu vou pegar um alicate e uma chave de boca e nos vamos buscar este aro. O Lu busca as ferramentas e eles sobem em direção ao colégio, pulam pelo muro da chácara, passam pelo mato, pulam a cerca da quadra do colégio . O Leco faz cadeirinha para o Dib desrrosquear os parafusos, que estavam todos enferrujados, dificultando muito. O Dib se cansa e só havia tirado um parafuso ainda. O Lu tenta um pouco e o Tuco faz cadeirinha dessa vez. Como o Lu era mais leve, o Dib ajuda o Tuco a segura-lo para ele ficar mais tempo. O Instein só olhava para ver se ninguém aparecia. O Lu com mais apoio consegue soltar dois parafusos, ficando faltando só um que não queria se soltar de forma nenhuma, estava muito enferrujado. Espera um pouco Lu eu vou me pendurar, para ver se o parafuso quebra. O Leco se pendura no aro de basquete e se chacoalha para ver se o parafuso se quebra. Chacoalha, chacoalha e nada do parafuso quebrar e o aro entorta um pouco. O Dib se pendura também, para tentar aumentar o peso, quem sabe assim ele quebre. O parafuso não se quebra, mas a base do aro onde o parafuso passa entorta e a cabeça do parafuso passa pelo buraco, se soltando. O Dib e o Leco caem no chão e o aro também, fazendo um barulhão. Vê se não estragou o aro! ( fala o Lu) O Tuco pega o aro olha e diz. Entortou um pouco mas dá para desentortar e no buraco onde passa o parafuso é só colocar uma rodela. Vamos lá em casa eu pego um martelo e nós desentortamos . ( fala o Dib) Eles vão até a casa do Dib, onde ele pega uma marreta . isso não é martelo é uma marreta, vai destruir o resto do aro. ( fala o Tuco) cala a boca e segura que eu vou bater para desentortar. ( fala o Dib) eu não vai que você era e me acerta com essa bigorna. Segura bobão, eu não vou te acertar .( fala o Dib) Então vai com cuidado. ( fala o Tuco) O Dib bate com a marreta no aro e o Tuco o solta gritando. Ai !! dá choque quando bate no aro, estremece a mão, não vou mais segurar. Seu bundão, deixa que eu mesmo seguro e desentorto. ( fala o Dib) O Dib pisa no aro para apoiar e bater com a marreta. Estou quase conseguindo, falta pouco. Ele estava tão entretido em deixar o aro reto que não percebe alguém chegar por trás dele. Oi!! Ele se viram, olha para ver quem estava falando , oi.. Oi !! ( fala o Dib surpreso ) Era a Leila, as pernas dele bambeiam o coração dispara, fica com cara de bobo . toma o aro Leco, já ficou bom vai lá coloca-lo eu vou ficar aqui agora. Os amigos descem para instalar o aro. O Dib fica com a Leila no portão, ainda meio surpreso. Vamos ficar no meu quarto ouvindo musica? ( sugere o Dib, sem perder tempo) Ela concorda e eles sobem para o quarto dele. Vamos ouvir Legião? É a única musica ouvivél, que você tem, não é? É mais ou menos, mas eu também tenho, Bob Marley, i eu me esqueci o meu primo roubou o meu

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radio está noite, mas tudo bem eu canto para você um pouco. Então canta um regae para nos. Eles brincam e riem ,se deitam na cama do pai se beijando com esfregação, esquentando muito as coisas. Quando eles percebem já estão se amando, sem camisinha sem nada, não estavam nem ai , só queriam se amarem, eles se amam tanto, que os dois pegam no sono. O Dib abre o olho, repara que já estava escuro e olha no relógio . 09:00 horas!!! Os caras já devem de terem ido resolver a treta do Instein. Rápido Leila se troca, eu tenho que ir em um lugar. Eles se trocam, mas o tempo não espera e saem para a rua, com passadas rápidas, até chegarem na festa, já passava das 09:30 . O Dib coloca a toca dos Master antes de entrar na festa e vai entrando, logo na entrada ele encontra um conhecido, que o avisa. Tira esta toca , por que os seus companheiros vieram aqui e bateram em um pessoal e todos estavam usando toca, agora a policia esta procurando por eles. O Dib agradece pelo aviso ao amigo e reclama. Droga!!! Cheguei atrasado, você viu a briga? ( pergunta para o conhecido) Vi sim . Como foi? Aquele grandão. O Leco. É esse mesmo e o irmão dele, entraram na frente juntos, com o Instein, logo atrás estavam o Urucka, Juca e o Lu, todos encapuzados, o Insteim apontou para uns caras ,o Leco foi com tudo para cima deles, não quis muita conversa não, partiu logo para a briga mesmo. Os colegas do cara quiseram entrar, mas o Tuco e o resto dos seus amigos não deixaram e ainda apavoraram todo mundo gritando, que quem mandava nessa porra de Bairro era os Master. O Leco estava dando um pau no cara, mas chamaram a policia e eles saíram logo, gritando. Quem manda nas ruas são os Master. Eles fizeram isso ? puxa que pena que eu cheguei atrasado, falo obrigado pelo toque eu vou sair fora daqui . O conhecido o complimenta, ele pega na mão da Leila e vai embora. Eu tenho que ir embora agora, você me leva até em casa? ( fala a Leila) Já estamos perto mesmo, vamos e nos damos aquelas paradinhas antes, pelo menos não fica tudo perdido. Eles caminham em direção a casa dela e param em uma entradinha escura se esfregam e se beijam mais um pouco. Eu tenho que entrar, já está ficando tarde e o meu pai já deve de estar para chegar, melhor você ir embora daqui para não se encontrar com ele. Ele concorda e a deixa ir embora, ele fica parado só olhando ela ir embora, ela se virava e dava risada, ele fica ali até ela entrar a esquerda em uma rua e sumir de vista, ele se vira e começa a andar pensando. eu vou passar lá na rua para saber como foi que aconteceu tudo certinho. Chegando na rua estavam todos lá. O Instein de longe já dá uma bronca nele. Que mancada, que você deu, nem apareceu. Eu fui sim só que cheguei atrasado. Não foi nada, amaguego. ( fala o Tuco) Você está ligado que eu não amarelo para briga nenhuma. Quer dizer que o Lecão sentou o reio no cara. É dei muita porrada naquele sujeito folgado. Como foi a briga? Eu fui perguntar para o cara quem tinha batido no Instein e por que, o cara quis dá uma de cão e levou uma comigo, e dei um soco nele e ele caiu , se levantou e agarrou nas minhas pernas eu cai por cima dele dando mais soco nele, depois disso saímos fora rapidinho, por que a policia estava vindo em nossa direção. É eu sei, encontrei um camarada na entrada que me contou tudo, o que aconteceu.

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Você foi lá mesmo então? Eu fui só cheguei atrasado por que estava com a Leila em casa e acabei dormindo e perdendo a hora. Eu sabia que você não iria nos deixar na mão assim , sem nenhum motivo. O Leco o perdoa-a, mas o Tuco não parava de falar que ele tinha dado mancada. O Tuco o irrita tanto que ele acaba indo embora . Chegando na sua casa ele sobe direto para o quarto pensando e chateado. Eu não dei mancada, só perdi a hora, eu não podia larga a Leila e sair correndo assim depois de Ter feito amor com ela, o que ela iria pensar, que eu só quero aproveitar dela, isso não é certo, não dei mancada não, outro dia eu irei provar que não foi mancada. Ele havia dormido a tarde inteira, mas parece que quanto mais você dorme, mais você quer dormir e desmaia , acordando com um barulho na janela de pedra batendo, ele olha o relógio que marcava 10:00 da manhã. puxa dormi muito, nunca tinha dormido tanto assim, que sensação boa será que quando morremos é está sensação, que sentimos, se for assim deve de ser boa. Ele abre a janela, era o Tuco atacando pedrinhas. O que você quer? Conversar com você. Sobe ai, a porta deve de estar aberta, se não estiver, bate na porta que a minha avó abre para você. O Dib deita de novo e cobre a cabeça. A porta estava aberta, o Tuco entra e sobe para o quarto; entrando no quarto ele acha estranho o amigo com a cabeça coberta e pergunta . O que você está fazendo, com a cabeça coberta com o cobertor ? Cheirando peido. O Que você disse??? Isso mesmo que você ouviu, cheirando peido. O Tuco cai na gargalhada. HÁ, há, há, por que? Estou tentando descobrir o que comi ontem. Há, há ,há, como isso? É simples, quando você peida, o primeiro odor é fedido, mas se você agüentar esse fedor alguns segundos depois, dá para sentir o cheiro do alimento que você comeu, um exemplo, se eu tivesse comido ovo, o cheiro seria um pouco mais forte de agüentar, mas depois vem um cheiro, que você percebe bem fraquinho. E o que, que você comeu ontem então. Não sei acho que nada, ou urubu, por que está muito fedido, que nem percebe, o cheiro que vem depois, talvez não comido nada mesmo, deve ser o cheiro do estômago vazio, que deve ser tão perigoso quanto um caminhão de gasolina vazio, você sabe né, que o caminhão de gasolina vazio é mais perigoso, por causa do gás que forma dentro, do que a própria gasolina em si. É o negocio está perigoso mesmo estou começando a sentir, o gás que está saindo da coberta, vou respirar na janela.( fala o Tuco) Eu vou até a janela respirar também, por que nem eu estou agüentando. Ainda está com raiva de mim? Não, estou com fome, olha só essas laranjas verdes, eu acho que vou come-las assim mesmo, tem até algumas amarelinhas, estou meio resfriado e dizem que laranja tem muita vitamina C, eu vou chupar algumas. Ele pega uma faquinha, feita de um pedaço de serra, que estava no criado mudo, do lado da janela e pula a janela, o Tuco faz o mesmo, eles apanham algumas laranjas e sentam no beiral da casa e chupam as laranjas, conversam sobre diversos assuntos e jogava os bagaços nas pessoas conhecidas que passavam na rua, ficam umas horas ali até que a avó do Dib aparece na janela. O que vocês estão fazendo ai, estão apanhando todas as minhas laranjas do pé, sai daí já, seus moleques . O Dib despula a janela, espera a avó sair do quarto e se troca, e vão até a casa do Lu. O Lu como sempre estava dormindo, eles pedem para a mãe do Lu deixarem eles o acordarem e sobem até o quarto dele. Eles entram no quarto do Lu e puxam a coberta e a cueca dele, deixando a bunda dele de fora.

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Ele acorda todo nervosinho e xingando. Para com isso meu caramba! Parece Bobo droga! Acorda magrelo ! há! Há! Há! ( zoa o Tuco ) Droga! Ninguém me deixa dormir, a minha mãe a meia hora atrás, veio aqui me acordar, dizendo que havia dois homens rondando a casa ontem a noite. Era o Gentil e o capanga dele!! ( exclama o Tuco). É pode ser .( fala o Lu ) Nos temos que resolver com esse cara de uma vez por todas , antes que ele mate um de nós. ( fala o

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Tuco) Esse coitado não faz nada com ninguém, não a droga acabou com ele, não agüenta uma porrada é só não ligar para ele, ele não fede e não cheira . ( fala o Dib). Os dois amigos ouvem aquilo. É mesmo esse cara é um cuzão, não vai fazer nada com a gente não. ( fala o Tuco) E mudam de assunto. Eles saem para a rua e encontram com o Leco e o Juca, que vinham chegando com a bola de basquete, para estrearem o aro novo. Vamos jogar, eu e o Leco contra vocês três. Vamos lá então. ( fala o Lu) Eles jogam das 02:00 as 04:00 horas da tarde, estavam empatados, então resolvem desempatar e jogam até as 05:00 horas, o Juca e o Leco levam a vantagem e param de jogar. Estou com fome . ( fala o Juca) Vamos comer umas pizzas ou esfiha, na casa da esfiha. Cada um tira seus trocados do bolso , juntam tudo, dava para comprar umas 20 esfihas. Eles vão até a casa de esfiha. Chegando na casa de esfihas, eles fazem o pedido e derepente escutam uma vos falar atrás dele. Ora, ora, olha só quem esta aqui. Eles se viram, para olhar para verem quem era. Era o Gentil com um copo de conhaque na mão e debruçado no balcão do bar da esfiharia. Toma um gole. ( oferece o conhaque, para o Dib.) Não obrigado. ( fala o Dib) Vai fazer desfeita, só estou tentando ser amigável com vocês, eu estou sozinho e vocês estão em cinco e podem me dar um pau agora né, se quiserem? Não que eu esteja com medo de vocês, vocês podem me bater agora, por isso que quero ser legal com vocês, toma bebe um pouco. O Dib dá um gole no conhaque. Oferece para os seus amigos também, vai bebam também, aproveitem que eu estou bonzinho, afinal estou em desvantagem. Não que eu esteja com medo de vocês. ‘ a droga já tinha afetado tanto o seu cérebro que ele mudava de expressão, não dava para entender ou imaginar, qual iria ser a sua próxima reação”. E derepente. Não estou com medo de vocês. ( fala o Gentil colocando a mão na cintura). - Vocês duvidam que eu mate vocês aqui agora. “mudando a expressão do rosto completamente. Não , eu não duvido de ninguém . ( fala o Dib) É eu também não duvido. ( fala o Gentil, já com outra expressão no rosto. O garçom avisa que as esfihas já estavam prontas. O Dib coloca o copo no balcão, na frente do Gentil e o agradece e sai enquanto o Tuco pegava as esfihas. Eles vão saindo e o Gentil fica só fitando eles saírem, eles andam até a rua e se sentam na calçada formando uma rodinha, para comerem as esfihas e o Leco comenta. Vocês viram como o rosto dele mudava derepente. Eu vi, sim . ( confirma o Lu) A droga acabou com o cérebro dele mesmo, ele nem sabe mais o que fala e o que faz. ( fala o Tuco ) Não se pode vacilar com um cara desse, nunca se sabe do que ele é capaz de fazer. ( fala o Juca ). O Dib fica calado só comendo e dando de ombros. Olha quem está lá na esquina!! ( fala o Lu). Todos olham assustados e curiosos. É o Fuscão. Vai dar susto em outro Lu. ( fala o Leco) Pensei que fosse o loco do Gentil. ( fala o Juca) O Fuscão se aproxima da rodinha, ele estava vestido com roupa de futebol. Eles oferecem esfiha para ele. Ele agradece e pergunta para o Dib. Dib estamos sem goleiro para agarrar no nosso time, você não quer agarrar no gol para nos? Tem roupa de goleiro lá? Tem sim.

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Vou sim, vamos . O Dib pega mais uma esfiha se levanta e acompanha o Fuscão até a quadra de futebol de areia. O Fuscão vai até uma sacola e tira uma camisa de goleiro um short e um par de luvas de goleiros e dá para o Dib. Ele pega o acessório e vai até o vestiário se trocar. Quando ele estava voltando para a quadra encontra, com aquele ex namorado da Leila, que era colega dele também, que tinha dito que teria feito amor com ela, só para fazer ele sofrer ou estragar o namoro deles, ele se aproxima do sujeito e o sujeito vem ao seu encontro sorrindo dando a mão para comprimentar ele . O Dib não o complimenta e dá um empurrão nele xingando. Seu mentiroso! Por que você mentiu, dizendo que tinha comido ela? - você sabe o quanto isso mexeu comigo? Eu não disse que cheguei a comer ela, eu dei a entender que aproveitei dela e só fiquei no bem bom. O cara fala para um amigo que estava com ele e ri. O Dib não gosta dá resposta e dá uma rasteira no sujeito derrubando-o, naquele chão cheio de pedrinhas. O amigo do sujeito ameaça ir para cima do Dib. O Dib o encara e manda ele ficar na dele que a treta não era com ele e dá um chute no sujeito no chão. O pessoal chama o Dib para jogar, que o jogo já iria começar e que estava valendo um troféu, não era brincadeira. Sorte sua que eu tenho que ir jogar, se não você iria apanhar mais. E dá mais um chute na costa dele e entra para a quadra de areia. O Dib se posiciona-se no gol e olha para ver o que o sujeito estava fazendo. cadê o sujeito? Ele tinha desaparecido, se mandou rapidamente com medo. O jogo se inicia e o outro time vem para o ataque com tudo e marca um gol. O Dib ainda estava frio e não conseguiu, impedir o gol. Um pessoal que assistia o jogo ofende ele chamando-o de frangueiro. Ele olha com raiva para o grupinho e todos se calam. frangueiro é eu vou mostrar para eles quem é o frangueiro. E o jogo continua. O Dib defende um , duas, três e quantas mais que fosse chutadas no gol. Mas o seu time não fazia nenhum gol. Até que no finalzinho do primeiro tempo o seu time marca e empata em 1 a 1. Os times trocam de lado dá quadra e o jogo continua. Eles trocam de atacante e o Fuscão entra para jogar, fazendo um golaço de fora da área, de perna esquerda. Ficando 2 a 1, para o time deles. Passado cinco minutos eles vão e fazem mais um gol ficando 3 a 1. O Dib relaxa um pouco e pensa . Eu tenho que me desculpar com a Leila ela estava falando a verdade mesmo. Puxa a vida eu quase acredito naquele cara e rira perder o meu amor. E golllll. O que aconteceu, ué quem fez o gol? O Dib se distraiu pensando na Leila, que nem vira o atacante do outro chutando. Deixando assim o jogo a 3 a 2. Presta atenção Dib, está viajando.(Fala o Fuscão) . Pode deixar, não vai entrar mais nenhuma bola aqui. E o Dib fica arrisco como um gato e segura todas as bolas chutadas para o gol dele até o final do jogo, garantindo a vitória por 3 a 2 e levando o troféu. Eles possam para umas foto de recordação e vão para o bar comemorar. O Dib agradece o Fuscão e o avisa que tinha que sair e não iria ficar com eles para comemorar. Era exatamente 20:15 horas da noite. Ele vai até a casa do Lu, o chama e entra. Lu preciso me desculpar com a Leila . Por que ? Encontrei com aquele sujeito, que tinha dito que havia comido ela, e era mentira mesmo, eu o

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impressionei e ele deixou soltar, que só estava zoando com ela, por vingança, talvez. Eu tinha te avisado que era mentira, ainda bem que você, ainda ficou com ela. É mas mesmo assim ainda preciso me desculpar; o que eu faço? Faz um grafite perto da casa dela, elogiando-a, tem umas latinhas de sprays aqui em casa, eu acho que dá para fazer um grafite. Beleza, eu vou até a casa dela falar com ela e já aproveitou, para olhar se tem algum muro legal , vou tomar banho, para tirar este suor e depois que eu voltar da casa dela, passo aqui, falo . Ele toma banho rapidamente, estava ansioso para ver a Leila, havia descoberto que ela estava falando a verdade. Se troca e vai. Chegando na casa da Leila o pai dela estava jogando baralho no quintal, com mais três caras. O Dib olha e pensa. E agora o que eu faço, me desculpo e peço para ele chamar ela, ou eu mesmo a chamo. O cachorro lati para o Dib no portão, chamando a atenção dos homens que jogavam baralho. O pai olha para ele o reconhece e pergunta. O que você quer? A Leila se encontra? ( ele se faz de educado) Não sei . Estou sim. Ela aparece na porta da sala, desmentindo o pai, que provavelmente, não queria chamala . É aquele seu namoradinho vagabundo. Ela não acredita no que vê sente suas pernas tremerem , mas vai de encontro do Dib no portão. Você ficou louco, vindo aqui? Não resistir e não suportava mais ficar sem te ver. Ela abre o portão. Me dá um beijo? Não, você é louco mesmo não está vendo o meu pai ali. E daí , na hora que estiver entretido com o jogo, você me beija . Vamos nos sentar naquele murinho, que está meio escuro e nos ajuda, dificultando que ele nos veja. Eles se sentam em um murinho de arrima bem no canto da parede, dificultando a visão do pai dela. Ele a olha de cima a baixo e diz. Nossa você está irresistível, com essa jardineira de moletom cor-de-rosa, curtinho mostrando estás coxas grossas , com esses pelinhos loirinhos, nossa dá água na boca. Para com isso , você está me deixando sem jeito. E o meu beijo, você ainda não deu. Ela olha para ver se o pai dela não estava olhando e quando se vira para beija-lo , ele já estava em cima dela e se beijam desesperados, como se nunca haviam se beijado antes. Ela quase fica sem fôlego e pede para parar. chega! Meu pai não viu? Não ele não viu nada, está prestando atenção no jogo. No momento que ele acaba de falar, o pai dela dá uma olhadinha, esticando o pescoço, para tentar velos. Confirma naquele momento que nada de mais estava acontecendo e continua a jogar. me dá mais um beijo. Rápido ,vai logo. Ela o beija e naquele momento começa a chover, fazendo com que eles parassem de se beijarem e corressem para dentro do quintal, onde o pai dela jogava baralho. Deixando assim ele de cara a cara com o pai dela. A chuva aumenta de uma certa forma, que estava molhando dentro da garagem, fazendo com que os homens que jogavam baralho entrassem para dentro da casa e indo jogar baralho na mesa da cozinha. E a Leila também tinha que entrar, por que chovia muito e estava molhando toda a roupa dela e a dele. Eu vou embora na chuva mesmo, não posso ficar aqui o seu pai não está gostando nada. Ele vai saindo e escuta uma voz de homem falar com ele . entra aqui rapaz espera a chuva passar, vai ficar doente nessa chuva. ( era o pai da Leila).

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E sem pensar duas vezes ele entra, pede licença, ( como se fosse educado) e fica de pé esperando que alguém o mandasse sentar . senta aí no sofá, assiste um pouco de televisão, em quanto a chuva não passa. O pai dela vai para a cozinha jogar também, mas sempre dando uma olhadinha, para verificar, se eles não estavam fazendo nada de errado. E quando perdia, vinha se sentar no sofá , esperar a próxima rodada. Em uma dessas vezes que ele saiu do jogo, o vizinho também saiu e veio se sentar na sala com eles e começou a fazer alguns comentários. Nossa Lelio como a sua filha é bonita né. Quando eu mudei para cá, eu queria namorara com ela, mas ela era muito novinha, mas hoje ela já é uma mulher formada, já dá para namorar com ela. Qualquer dia desses eu vou estar te chamando de sogro, né sogrão. Dib escuta aquilo , sente seu sangue ferver, seus olhos arregalam, louco para dar um soco na boca daquele trouxa . mas tinha que se conter, por que estava dentro da casa da Leila. Ele se contem , mas por dentro se corroía e não agüentava mais olhar para a cara daquele otário, ele se levanta e diz. A chuva diminui um pouco, vou ficar aqui no quintal, até ela terminar por completo e irei embora. Ele sai e fica no quintal a Leila vem atrás e percebe que ele estava estranho. o que foi ? o Que você tem ? por que você ficou assim ? você não escutou o que aquele otário falou, só faltou ele te beijar na minha frente. Não tem nada a ver ele falou aquilo brincando. Brincando nada , ele está querendo zoar com a minha cara, eu vou esperar ele sair e vou dar um pau nele. Não faz isso! por favor ... Tá bom , não vou fazer nada só vou conversar com ele. E o Dib não fala mais nenhuma palavra, estava ancioso para que o homem saísse. O irmão dele sai primeiro, depois de cinco minutos sai ele. Quando ele estava passando entre o Dib e a Leila , o Dib coloca o pé na frente dele para que ele atropessasse no pé dele. O homem atropeça e resmunga. Você é louco? Você que não está vendo o meu pé. É cego. O que é que você quer arranjar confusão espera ai, que você vai ver. O vizinho chama o pai da Leila. Lelio vem aqui ver o que esse cara quer comigo, espera ai agora você vai ver.

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O pai dela sai . o que é que está acontecendo? Esse namoradinho da sua filha colocou o pé , para mim atropeçar, de propósito. Coloquei mesmo você não é homem não, não sabe resolver a treta comigo sozinho, tem que chamar os outros. E o Dib dá um empurrão, no vizinho. Eu vou chamar o meu irmão agora você vai ver. Chama quem você quiser , que eu quebro a sua cara e de quem você chamar também. O homem entra na casa dele e volta com o irmão. O Dib sem hesitar parte para cima dos dois e empurra o vizinho mais uma vez dizendo. Você não é homem sozinho, precisa chamar o irmãozinho, mas pode caminhar os dois , que eu dou conta dos dois. E quando a briga ia começar, o pai da Leila entra no meio. - Parem com isso! Você vai para lá e vocês dois entram para a casa de vocês . o Dib ainda fala mais uma vez. você não é homem é um rato covarde. O homem entra resmungando. O pai da Leila se vira par o Dib e diz. A chuva parou , agora você já pode ir embora. O Dib meio sem graça se despede e vai saindo, anda alguns metros para a rua e olha para trás . A Leila estava olhando-o e manda um beijo para ele e observa que o muro da casa do vizinho que ele arranjou confusão era perfeito. é perfeito aquele muro eu vou fazer o grafite ali mesmo, vai Ter um gostinho especial fazer naquele muro, vou homenagear a Leila e me vingar daquele otário . Mas acho que estraguei tudo de novo, o que será que o pai dela está pensando de mim. Enquanto isso na casa da Leila. Leila vai par o seu quarto que eu quero conversar com a sua mãe. A Leila sobe para o quarto dela onde sua irmã estava ouvindo musica e que não tinha percebido nada do que tinha acontecido . O pai dela certifica-se de que ela havia subido mesmo, vira para a mulher e diz. você viu o rapaz é bravo mesmo, é homem ele encarou os dois irmãos, e estava pronto para dar porrada nos dois , se eu não os separo; estou começando a gostar deste rapaz. O Dib chega na casa do Lu e o chama. A mãe dele aparece e manda que ele suba para o quarto do Lu. Vamos lá fazer o grafite eu já sei , de um muro perfeito do lado da casa dela, é a casa de um trouxa , que quase dei umas porradas nele agora . Por que ? Por causa de uma conversinha, que aquele otário, ficou falando para o pai da Leila na minha frente e me irritou. Legal , nós iremos fazer nesse muro mesmo, caso o cara apareça, a gente dá umas porradas nele. ( fala o Lu). Eu vou chamar o Instein, para ir com a gente. O Dib vai até a casa do Instein chama-lo. E o Lu fica preparando as coisas, para levarem, ele separa um lata de látex, algumas bisnaguinhas coloridas, escolhe os sprays, deixa tudo na garagem , de jeito para saírem e pensa . o que está faltando? Ahh!! O desenho!! Ele sobe até o seu quarto , novamente vai até o guarda-roupas e puxa a ultima gaveta, onde haviam diversos desenhos e escolhe um personagem e uma letra , que já estava separado, onde estava escrito “Amor”. Essa letra e esse personagens são perfeitos. Quando ele desce para a garagem. O Dib e o Instein já estavam lá o esperando. Pronto Lu, já estamos prontos. Já mas ainda é muito cedo, vamos esperar um pouco . Cadê o resto dos caras? ( pergunta o Instein) O Leco o Juca e o Urucka saíram juntos, eu acho que forram jogar basquete em um lugar longe e

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não chegaram até agora e o Tuco não o chamamos, por que ele vai ficar zoando com o motivo do grafite. (explica o Lu para o Instein). Faltam dez para meia noite, meia noite e meia nos vamos, ok,. (fala o Dib) Tudo bem, enquanto isso vamos comer uns pedaços de pizza, que o meu pai fez. Eles vão até a cozinha, onde o Lú tira de dentro do forno do fogão uma forma de pizza e a coloca em cima da mesa. Quando ele a abre ele estava intaquita ninguém havia comido. Legal. (exclama o Dib). Legal nada, tem que deixar , para o meu irmão também ele não comeu ainda e deve de estar para chegar. Cada um come dois pedaços e deixam dois pedaços na forma, e o Lu coloca a forma de volta no forno, para que nem o Dib e o Instein, não comessem aqueles dois pedaços. Meia noite e meia, vamos está na hora. ( avisa o Lu). Cada um pega um pouco das coisas, dividindo-as para carregarem melhor. O Dib leva o látex, o Instein a caixa de sprays e o Lu a mixila e a pasta de desenho. E vão em direção a casa da Leila. Passam pelo beco da avenida e sobem o escadão que dava quase de frente a casa dela, mas era uma escada muito grande, com muitos degraus e com pesos na mão parecia que a escada era maior ainda, o Dib reclama. puxa vida essa escada nunca me pareceu tão grande como agora, quando eu venho por aqui , costumo subir correndo-a, mas com essa lata de tinta fica muito difícil, porque quando eu a comecei carrega-la deveria pesar uns dez quilos, depois de Ter andado até aqui e subir essa escada, está parecendo que tem uns trinta quilos. Eles chegam no muro e largam as tranqueiras todas no chão e descansam um pouco , estavam exaustos com os braços doendo. nossa como os caras fizeram falta agora, quando a gente vai fazer grafite pela cidade a fora, nos sempre revezamos um pouco por isso não cansa tanto , para isso que serve uma equipe.( fala o Lu). Vamos começar logo vai. ( fala o Instein) O Dib desenha o personagem e o Lu a letra o Instein vai pintando logo atrás, para não perder tempo, tudo pintado só faltando o contorno. O Dib chacoalha a lata de spray um pouco mais forte , para Ter ,mais pressão no spray. É quando uma luz se acende no quintal da casa. E aparece o vizinho da Leila. O Dib fala para ele. sai aqui agora, vamos resolver aquele assunto. O sujeito com um baita medo , volta para dentro da casa e tranca a porta e apaga a luz . Ele vai chamar a policia. ( fala o Instein). Não, não vai não ele não tem telefone, ele usa o telefone da Tia da Leila, vamos terminar o grafite, sossegados. Eles terminam o grafite. Está faltando alguma coisa, uma dedicação . ( fala o Dib). É mesmo.( fala o Instein) Eu vou escrever aqui nessa nuvenzinha, “Dedicado as pessoas que nos amam.”. ( fala o Lu). Isso mesmo Lu, legal está frase. ( fala o Lu) O Lu escreve a frase e quando termina, vinha vindo um sujeito, no escuro. Tinha que ser vocês mesmo!! Era um amigo dele, que os deixou assustados. ficou legal. Você nos deu um susto. ( fala o Dib). Não tive a intenção estou voltando do trabalho e passo por aqui sempre a essa hora. Você nunca foi assaltado não? ( pergunta o Instein) Já fui algumas vezes e fiquei aliviado, quando vi que era vocês, por que eu também me assustei, pensado que fossem ladrões, ainda bem que não era , assim eu vou chegar em casa são e salvo e dormi tranqüilo, falou, falou, ficou muito bonito este grafite. Eles balançam as cabeças e olham o sujeito ir embora. é ficou legal vamos ajuntar as coisas e sair fora, por que eu tenho que trabalhar ainda hoje, quero ver se pelo menos durmo umas três horas, já vai dar duas da manhã, vamos logo ( fala o Dib). Agora ficou tudo mais leve, acabamos com alguns sprays e látex, agora para descer está escada é muito mais fácil, por que para descer todo santo ajuda .

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E como estava mais leve as coisas para carregarem eles chegam rápido na casa do Lu e largam as coisas no canto da garagem mesmo e cada um vai para a sua casa . O Dib se lava rapidamente, só para limpar as tintas das mãos e algumas partes onde se sujou e desmaia no sofá mesmo. Passado duas horas e meia, uma buzina toca, na porta, da sua casa. É o Ailton tenho que ir trabalhar , más já meu, caramba não dormi nada. Mas tudo bem se a Leila gostar da dedicação de amor, vai valer a pena esse sacrifício. Ele abre a porta e pede para que espere um pouco, se troca rapidamente e sai , entra no carro , complimenta o Ailton . Cadê o seu amigo ele não vem? Não sei . Ele não apareceu até agora , não posso esperar, já estamos atrasados. E eles vão para o serviço sem o Leco mesmo e a caminho todo sem dizer uma palavra. No local do serviço o Ailton o apresenta ao gerente, que não diz uma palavra, só gesticula com a mão, como se fosse uma tesoura, querendo dizer, já dizendo que ele teria que cortar o cabelo. O Dib não gosta muito da idéia , mas fica para trabalhar assim mesmo. O Ailton explica-lhe o resto do serviço, em quanto os rapazes separavam a carga para cada região da cidade por CEP. Feito a separação; o Ailton levanta uma saca cheia de documentos até a boca dizendo. isso daqui é todo seu e aquelas quatro caixinhas, também. Dib olha aquilo meio assustado mas não arrega. é todo o centro da cidade, que eu vou fazer? ( pergunta o Dib) É sim , mais como é o seu primeiro dia sozinho, nós iremos te ajudar o levando até o centro, para a volta eu vou te dar um passe de ônibus para você voltar. Eles entram no carro, Ailton, Edson e o Dib. O Ailton vai dirigindo e comenta que já foi motorista de ambulância. Mentira ( diz o Dib) Você não acredita, então olha o que eu vou fazer. O Ailton corre entre os carros, costurando o trânsito, passando em cada pedacinho impossível de passar a uma velocidade bem alta e vai assim até o centro, chegando rapidamente na Rua Florencio de Abreu. Pronto chegamos e agora você acredita?

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O Dib desce do carro dando risada por que se divertira muito com a correria do Ailton e diz. eu sabia que você era motorista de ambulância, eu via você passar todo dia , na hora do almoço na rua dirigindo uma ambulância. Eu só falei aquilo para se divertir um pouco e acordar, que estou morrendo de sono. É mas o Edson não gostou nada da brincadeira. Brincadeira mais infantil, fica arriscando a vida dos outros de graça, vê se cresce vocês dois. O Dib e o Ailton dando risada, tiram os pacotes do carro para entregar, colocando-os na calçada. O Edson colocas a mão no bolço e tira um passe de ônibus e dá para o Dib. Toma é para você voltar, sabe onde que pega o ônibus e qual deve pegar? Não . Você vai tomar o ônibus na Xavier de Toledo, o ônibus é o Vila Anastácio. O Edson explica, onde que ele vai tomar o ônibus e entra no carro chamando o Ailton. Vamos logo que eu tenho mais coisas para fazer e vamos voltar como pessoas civilizadas, dirigindo com segurança. O Ailton olha para o Dib e dá risada e lhe deseja boa sorte, entra no carro, dá a partida e sai como se fosse um velhinho dirigindo, dando a seta e colocando o braço para fora, bem devagarinho , olha pelo retrovisor para o Dib e dá risada até se misturar com outros carros e sumir de vista. O Dib olha para o saco cheio de pacotes, coça a cabeça e cria coragem, encaixa as caixas pequenas no saco e coloca o saco nas costas, como se fosse Papai Noel e pensa. Eu vou entregar primeiro estas caixas, para ficar melhor para entregar o resto depois. Ele anda até a primeira entrega e deixa duas caixas e alguns envelopes, mas o peso não diminui nada e continua pelas ruas que ele conhecia, deixando as que ele não conhecia por ultimo e anda de um lado para o outro esbarrando nas pessoas, que estavam sempre com pressa no centro da cidade, que nem olham para pedirem desculpas depois de umas esbarradas. Já se acostumando com aquilo ele continua as suas entregas e as horas se passam, o relógio marcava meio dia e ainda faltava mais da metade, ele ainda não sentia fome naquele momento e continua com as suas entregas, algumas vezes voltava nos mesmos lugares, por que esquecera de deixar um outro pacote que estava embaixo dos outros pacotes, mas não desanimava, batalhava bravamente até que o saco ficasse mais leve e mais fácil de transporta-lo, faltando só as ruas que ele não conhecia. E pergunta para um jornaleiro onde ficava a rua Riachuelo, depois pergunta para um taxista onde ficava a rua do Seminário , e pergunta para as pessoas que passavam algumas ruas e foi conseguindo assim entregar quase tudo. Quando faltavam apenas três , o relógio já marcava quatro horas passadas e ele não havia comido nada e não tinha dinheiro para comer, pois não havia pensado sobre este detalhe tão importante e coloca a mão no bolço e tira o passe de ônibus que o Edson havia lhe dado para voltar, ele olha para um carrinho de milho quente com uma placa escrita, “aceito passes de ônibus” ele olha para o passe e olha para o carrinho de milho e pensa. E depois para eu voltar, mas estou com fome, Ah eu desço por trás ou peço para o cobrador deixar eu passar por baixo da roleta . E vai até o vendedor de milho e pede um milho, dá o passe para o vendedor e pede mais uma palha de milho para embrulha-lo, ele enrola o milho na palha, passando sal e enrola a outra palha por cima e o guarda na mochila que ele havia trago pensando que os envelopes iriam caber nela, e coloca a mochila na costa e pergunta para o vendedor se ele conhecia a rua Santo Antônio. O vendedor lhe explica e comenta que era a rua onde ficava o prédio Joelma, aquele prédio que pegou fogo a alguns anos atrás um incêndio horroroso, onde morreram muitas pessoas uma tragédia, hoje está reformado e fica perto da Av. Nove de Julho. O Dib se lembra do Prédio, por que uma vez seu pai havia lhe mostrado, quando passavam em frente de ônibus, ele agradece o vendedor e anda até a rua, faz a entrega, já não agüentava mais de fome ele se senta nos degraus de uma lanchonete fechada na esquina , pega o milho na mochila e o devora, não deixando nenhum grão de milho e sugando caldo do sabugo . Ainda faltavam duas entregas ele olha para conferir o endereço dos dois envelopes, pede informação de onde ficavam e os entregam . Ufa!! Acabei, agora e só voltar e entregar essas assinaturas nessas notas e ir para casa. Ele procura pelo ônibus, que o Edson dissera, na rua Xavier de Toledo, o ônibus estava lá , certinho no lugar onde ele dissera . ele sobe no ônibus, vai até o cobrador e explica a sua situação.

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O senhor poderia deixar eu passar por baixo da roleta, eu perdi todo o meu dinheiro e não tenho para voltar para casa, outro dia eu lhe pago. O cobrador era gente boa e o libera para ele passar por baixo. Vai, passa ai, não esquenta a cabeça eu já passei por isso também. O Dib agradece o cobrador se agacha se segurando na catraca e se escorrega por baixo dela se levanta e se senta no banco a esquerda. O ônibus parte cinco minutos depois, ele estava exausto e com o chacoalhar do ônibus ele pega no sono, acordando com o cobrador o chamando. Ei moço acorda já chegamos no final. Ele acorda meio confuso . não vó deixa eu dormir mais um pouquinho estou cansado. Ele olha para o cobrador ainda meio sonolento. Quem é você onde eu estou ? Antes que o cobrador responde-se ele se recorda e agradece mais uma vez o cobrador, desce do ônibus ainda meio tonto de sono e anda até a firma que ficava algumas quadras do ponto final daquele ônibus, ele chega na firma entrega os recibos da entrega para o Ailton que o esperava para irem embora para casa, já eram quase sete horas da noite . Ele estava faminto, por aquele milho não dera para tapear a fome dele e estava com sono, cansado e com saudades da Leila. Ah ! hoje não vou na casa da Leila , por que a hora que eu chegar em casa vou tomar um banho , jantar e dormir. O Ailton o deixa em casa e ele faz aquilo mesmo que disse que iria fazer. Toma banho, janta e dorme, dorme não desmaia mesmo, só levantando no outro dia com a buzina do carro do Ailton. Já!! Parece que acabei de dormir, vai coragem, só assim, você vai poder namorar com a Leila, o pai dela não quer que ela namore com um vagabundo. Pensando nisso ele se troca rapidinho , não toma café, só pega uma maçã e sai comendo-a, no carro do Ailton. No caminho o Ailton o explica, que Terça feira era mais fácil , por que a Segunda feira era mais pesada, por que tinha duas cargas. Eles chegam na firma e o Ailton tinha razão, tinha pouca coisa para entregar, rapidamente ele pega as suas coisa e dois passes de ônibus para ir e voltar. Faz as suas entregas rapidamente, e volta para a firma por volta das 11:00 horas da manhã. Ele encontra com o gerente da empresa que pergunta. Ainda não cortou o cabelo? Não deu tempo ontem, vou cortar hoje . O Dib tenta enrolar para cortar o cabelo, mas não tem jeito. O Edson que parecia um sargento, o leva para cortar o cabelo. A cabeleireira olha o cabelo dele e fica com dó de cortar. mas fazer o que, tem que cortar né. E dá a primeira tesourada e cai um tucho no chão . O Dib olha o seu cabelo caindo no chão e sente um aperto no coração. Ele pede para a cabeleireira deixar um fio comprido na frente como protesto. Mas este sacrifício todo tinha que valer a pena, pela a sua dedicação em Ter a Leila ao seu lado, sendo um homem digno o pai dela não iria ter desculpa para não deixar eles namorarem . Enquanto ele pensava a cabeleireira terminava de cortar o cabelo dele. Pronto ficou um gato. Ele olha no espelho. É ficou bom mesmo e esse fio eu posso esconder penteando-o junto com o cabelo. O Edson paga para a cabeleireira e leva o Dib a té a casa dele, avisando que no outro dia seria ele que iria passar para busca-lo . O Dib entra na sua casa e a sua prima estava lá e o elogia. Nossa ficou um gato, parece uma pessoa. A avó o elogia também. Ah !! agora sim . está parecendo um homenzinho, aquele cabelo o deixava com cara de vagabundo, mau elemento, dava mau impressão.

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O Dib não gosta muito do comentário da avó, mas não retruca , apenas passa por ela e sobe para o quarto, para se trocar e volta rapidamente para almoçar. o que tem para comer vó? Pizza de batata.( é um prato, feito com rodelas de batatas, na manteiga regada ao leite com uma pitada de orégano , levado ao fogo em uma forma de pizza). Era por isso que eles chamavam este prato de pizza de batata. Oba !! pelo menos eu ganhei alguma recompensa hoje por Ter cortado cabelo. É meu filho isso é tudo o que eu posso fazer por você, se eu pudesse faria muito mais por você. (diz a avó , para ele dando um abraço nele). Eles se sentam a mesa e almoçam juntos, como se fosse o ultimo almoço da vida deles. Quando eles acabam de almoçar. A avó pede para que ele abra a geladeira. Ele abre a geladeira e surpreso da um grito . - Oba!! Torta de morango!!! E se você quiser comer agora pode comer, ela deve de estar meia mole, porque acabei de fazer, iria ficar para a noite, eu pensei , que você só iria chegar mais tarde, como você chegou mais cedo e não vai agüentar esperar, pode comer agora mesmo.

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Com um sorriso de uma orelha a orelha, ele tenta cortar mais estava muito mole e sua avó diz. Deixa para mais tarde, quando você voltar da escola, por que hoje você vai para a escola né? Já faz uma semana que você não vai para a escola. É hoje vou sim , vó. ( diz ele para a avó lambendo os beiços de vontade de comer a torta de morango. Ele se levanta, anda até a sala e pega o skate no buraco de baixo da escada vai saindo para a rua . a avó que vinha atrás , fala. Você acabou de almoçar, não vai fazer estrepolia, pode dar uma indigestão, espera um pouco a comida descer. Dando risada e dando de ombros ele responde para a avó. Que nada vó eu não vou fazer esforço, pelo contrário eu vou descer só com o embalo da descida em cima do skate, não faz esforço nenhum é menos que andar até a casa do Lu. E sai aproveitando a descida da calçada da sua casa, e como ele disse vai até a rua debaixo sem dar embalo no skate, só curtindo o vento que batia na sua cara , no final da rua , não tem jeito ele tem que descer do skate e paga-lo na mão para poder passar pelos buracos, que ali tinha e anda até a casa do Lu para chama-lo que aquela hora talvez ele já estaria em casa também. Ele o chama, ele aparece na janela e Dib diz. Vamos lá no Garcia andar um pouco de skate ? O Lu balança a cabeça dizendo que sim e gesticula com a mão, para ele esperar um pouco. O Lu aparece com o skate e eles vão andando carregando os skates nas mãos até o Garcia, onde chegando eles não esperam nem um pouco e já pondo os skates no chão, para começarem a andarem e fazerem manobras nos degraus da mine arquibancada que ali havia. E ficam horas , tentando fazer varias coisas com os skates se distraindo, que nem passava pela cabeça do Dib que a Leila poderia estar no balneário, jogando Vôlei na quadra coberta. E ela estava mesmo , quando acabou o treino de vôlei ela tinha que sair da quadra pela entrada principal, onde logo na entrada ficava a quadra que o Dib estava andando de skate. E subindo a rampa de saída em frente a quadra ela vê dois cara andando de skate e pergunta para a prima dela que estava com ela. Aquele ali, não é o Lu andando de skate? É sim . ( responde a prima ) Vamos lá perguntar se ele sabe que horas o Dib, vai estar em casa, por que , ontem ele não foi em casa e eu queria falar com ele. Lu você sabe que horas o Dib volta do serviço? O Dib que estava sentado na arquibancada descansando e olhando para ela. Mas ela não o reconhecera de início , pelo motivo dele Ter cortado o cabelo . O Lu dá uma olhada para o Dib, sentado na arquibancada , como querendo dizer ele está ali e a Leila acompanhando o olhar do Lu para o Dib. Ela olha para ele, não o reconhece de início e depois exclama. Dib!!! É você mesmo? Cortou o cabelo? Não lavei e encolheu . Seu grosso!! Mas ficou um gato . Você é a Quarta pessoa que me diz isso hoje? Convencido! Não , não é isso que eu quis dizer, só quis dizer que pelo menos gostaram que eu cortei o cabelo . Você ficou bem melhor assim, meu pai que já está começando a gostar de você, agora que ele vai gostar mais ainda de te ver com o cabelo cortadinho. E falando no meu pai, eu estava te procurando para te chamar para ir lá em casa hoje a noite, que o meu pai quer falar com você, ele vai deixar a gente namorar!!! Mas vai impor algumas condições, e é isso que quer falar com você. Tudo bem , depois que eu sair da escola, eu vou na sua casa e converso com ele. Ela se senta ao lado dele na arquibancada, dá um beijo nele e ficam conversando até escurecer e dar o horário do Dib ir para a escola. Vamos embora eu prometi para a minha avó que hoje eu iria na escola. A Leila chama a sua prima que estava conversando com o Lu, um pouco mais adiante dos degraus. Vamos embora ! Eles andam juntos até a esquina, onde a Leila e a prima vão juntas embora para o outro lado e o Dib e o Lu entram na rua dos Master .

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O Dib se despede do Lu e sobe para tomar banho pois já estava ficando atrasado para ir para a escola, ele toma banho e se troca rapidamente, belisca alguns bolinhos de vento que a sua avó avia feito e desce para a escola, que ficava do outro lado da avenida, entra e tenta se concentra. Mas não conseguia se concentrar em nenhuma matéria , pois só conseguia pensar no que o pai da Leila , iria lhe dizer. E ele não via a hora da aula terminar, para ir na casa dela. Finalmente a aula termina e acaba com a tortura dele. E como um raio ele se dirigi para a casa dela, chegando no portão da casa, bate palmas. O pai dela que atende a porta. Ele não o reconhece e pergunta . Pois não em que posso ajudalo? Sou eu seu Lelio . Eu quem, ah é você , desculpe não te reconheci de cabelo curto, vamos entre. O Dib entra. Agora está parecendo homem . É já me disseram isso hoje. ( Dib não gosta muito do comentário dele, mas não demostra) Se senta, quer água ou alguma coisa? Não obrigado . Agora com o cabelo cortado, ficou bem melhor, melhorou mais 50% no meu conceito. O que o senhor queria falar comigo? Sabe o que é , eu tenho muito ciúmes das minhas filhas, é difícil para um pai aceitar que ela namore com alguém e nós sempre queremos o melhor para a nossa filha, por isso que tenho que ser rígido com a escolha dos namorados delas . temos que saber se o rapaz está querendo levar um namora a sério, ou só está querendo curtir com ela, você me entende? Sim entendo. Ainda bem que você me intende, nó também ficamos preocupados se ela demora para chegar em casa, aonde vai , que horas vai voltar, você me entende? Entendo sim . Era isso que eu queria pedir para você, respeitar o horário que ela tiver que chegar em casa, não vai ser todo dia que ela vai poder sair, estás são as nossas normas, está bom ? Está sim, mas agora eu tenho que ir embora amanhã acordo cedo e já está me dando um pouco de sono, já está tarde. Ele se despede, agradece a atenção e vai saindo, a Leila o acompanha e o pai dela também até o portão . Chegando no portão, o Dib complimenta o pai dela e fica olhando para ele, esperando ele entrar, para que ele possa beijar a Leila. Mas o pai dela não arredava o pé dali, até a Leila falar. O pai se toca, não está vendo, que nós estamos querendo ficar sozinhos um minutinho só . Desculpe, não demore que você sabe que eu não gosto que fique no portão, acho que é pouca vergonha. O pai dela entra , ela olha para se certificar, vira e dá um beijo nele, daqueles de faltar fôlego, parando só para dizer. Ainda bem que o meu pai nos deixou namorar. É ainda bem mesmo, parece que tudo está dando certo na minha vida agora. Me dá mais um beijo , que eu não posso demorar, não vamos abusar no primeiro dia e estou louco para chegar em casa para comer as torta de morango que a minha avó fez para mim. Ela o beija mais uma vez e diz . ummmm, torta de morango eu também adoro torta de morango. Eu guardo um pedaço para você, e amanhã , você come. Agora eu tenho que entrar, tchau, vai com cuidado e sonha comigo, amanhã nós nos vemos. Ele fica esperando ela entrar e ela fica esperando ele ir embora. Entra você! Não vai embora você, eu quero ficar aqui vendo você ir embora. Está bom mas antes me dá mais um beijo, entre as grades do portão mesmo. Eles se beijam, entre as grades e ela escuta o pai dela a chamar para entrar, e entra correndo. O Dib a vê entrando e cria coragem para ir embora também.

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Ele desce pelo escadão, anda alguns metros e encontra com o CDP. O CDP se despedia da sua namorada também, que morava ali naquela rua mesmo ele pede para que o Dib espera-se por ele, para eles irem embora juntos, sendo que o CDP morava na rua da frente da casa do Dib. O Dib o espera se despedir da namorada e eles vão embora juntos . vamos pelo milhão e aproveito para ver se tem alguém lá. Não vamos pela vielinha que é mais perto de casa e já aproveito e deixo o meu material em casa e depois vamos até a rua . Andando pela calçada da Avenida eles avistam um armário de cozinha no canteiro, os dois olham para o armário e olham para a Avenida, e um olha para o outro com um ar de sacanagem , e o Dib pergunta para o CDP. Você pensou o mesmo que eu ? Acho que sim, de colocar o armário no meio da avenida. É isso mesmo, vai pega desse lado que eu pego do outro, aproveita que não vem vindo carro. Eles colocam o armário de atravessado , na pista do meio da avenida e correm para a vielinha de onde ficam olhando para ver o que iria acontecer. Olha lá vem vindo alguns carros . ( fala o Dib dando risada como se alguma coisa tivesse possuído do corpo dele.) O CDP também dava risada, como se estivesse possuído . O Primeiro carro avista o armário só quando estava bem perto e dá aquela freada chegando bem perto quase batendo, fazendo com que o motorista tenha que dar ré para poder desviar do armário. Os dois se acabam de rir, riam tanto, que pareciam que estavam drogados, derepente outro carro e novamente uma freada brusca , Os dois caem na gargalhada. Uma ambulância que vinha em alta velocidade com a sirene ligada, também frea bruscamente e desvia do armário quase batendo nele, Os dois já não acham tanta graça assim e resolvem tirar o armário do meio da avenida, mas antes que eles chegassem no armário um carro que vinha em alta velocidade, não consegue parar e bate no armário, fazendo um grande barulho enorme e fazendo jogando estilhaço de madeira e vidro para todos os lados. Os dois olham para o carro amaçado e correm para dentro da vielinha e correm até o predinho, onde se escondem e ficam esperando para ver se ninguém tinha vindo atrás deles, ficam uns vintes minutos escondidos atras do muro . vamos sair CDP, eu acho que ninguém nos viu. Se não já teriam vindo atrás da gente, é verdade vamos sair. Quando eles pulam o muro de volta eles escutam.

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O mulequeda!!! Os dois se assustam. E quando eles olham para ver quem era, xingam. Magrelo, FDP!!!!( era o Leco que voltava da rua). Estão assustados, o que vocês andaram aprontando? Eles contam para o Leco o que tinham acabado de fazer. Vocês são loucos ?? Eu não sei parecia que nós estávamos possuídos, não parávamos de rir, foi derepente pegamos o armário e colocamos sem pensar, parecia que não tinha sido a gente e quando o carro bateu eu senti um choque no corpo, parecia que tinha me livrado da coisa ruim. É foi mesmo eu também senti isso . ( fala o CDP) Ah vocês estão loucos! Não estamos loucos não, as vezes fico pensando em tudo que fazemos nesta vida e que toda ela é gravada, para no final dela sermos julgados. ( fala o Dib) Mas como Deus consegue gravar a vida de todo mundo, ele não teria tanto lugar para colocar fita e também não poderia gravar tudo o que fazemos. ( fala o CDP, se sentando no muro) Deus não usa vídeo cabeção, ele é muito mais esperto que você imagina, e a nossa memória, não é uma maquina de vídeo, que grava tudo o que fazemos, pensa bem, quando Deus for te julgar, para ele ver o filme da sua vida ele coloca a mão na sua cabeça e assiste ela todinha e vai ver até coisas que você não lembrava mais que fez e assim não tem como mentir para ele, ele vera com os próprios olhos sem precisar ficar correndo atrás de você para poder te filmar.( fala o Dib) É mesmo eu não tinha pensado nisso, ele grava tudo sem sair do lugar, você mesmo tem consigo o seu veredicto. ( fala o Leco). Você não apareceu para ir trabalhar hoje? O que aconteceu? Perdi a hora. Enquanto o Leco se explicava o motivo de não Ter ido trabalhar vozes vinham da vielinha , e cada vez mais perto deles. Eles ficam olhando para ver quem era, até que surge. O Gentil com o seu capanga . Ora, ora, olha quem nós encontramos aqui. O Dib, Leco e o CDP, olham para eles e não respondem nada. O Gentil estava doidão, totalmente fora de si e vai logo sacando a arma e dizendo. hoje vocês não me escapam, eu vou matar , um por um, bem devagarinho. O Dib se enfeza e diz. - Você não é homem de fazer isso. E levanta a camisa, batendo no peito e dizendo. - Quer atirar, então atira, você vai me fazer um favor, eu tenho curiosidade de saber como é a vida após a morte, se é melhor ou pior que aqui, se for melhor é um favor que você me faz, vamos atira , atira logo, me faz este favor, você é um bundão, não tem coragem de atirar, estou vendo que não vai ser hoje que vou descobrir isto, vai mata a minha curiosidade de saber como é a morte. Atira!, atira aqui! , se você é homem ? ( e bate no peito mais uma vez). O Dib sabia que fazendo aquilo iria deixa-lo confuso, confundindo as idéias dele. E o Gentil não atira mesmo e o Dib diz. Está vendo como você é um cuzão.( ele abaixa a camisa, ajeita-a e se vira dando as costa para ele , se esquecendo do que sua tia avia lhe dito, para não dar as costa para o seu inimigo) . Derepente um estrondo, de pólvora. O Dib cai de joelhos no chão. O Leco e o CDP não entendem o que estava acontecendo e ficam olhando o Dib acabar de cair no chão. Eles olham o Gentil, que ainda tinha a arma em punho apontada , saindo fumaça pelo cano. E ficam esperando que ele atira-se neles também, mas a reação dele foi outra. Ele larga o revolver e coloca a mão na cabeça e diz. O que foi que eu fiz ? eu não queria fazer isso. O capanga o chama para fugir, que ele não podia ficar ali vacilando, os vizinhos, já começavam a aparecer. E os dois fogem. O Leco e o CDP, viram o corpo do Dib de costa para o asfalto, na esperança de socorre-lo . O Leco grita desesperado por ajuda. Socorro, socorro, socorro, alguém nos ajude.

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Mas já era tarde o tiro tinha sido certeiro, pegou no coração por trás . Ele não respirava mais, não se mexia, mas estava de olhos abertos como se quisesse dizer alguma coisa ainda, mas não teve chance, morrera imediatamente. O CDP em estado de choque fica olhando o Leco gritando desesperado. Os vizinhos chegam para ver o que tinha acontecido e formavam uma roda em volta do corpo. No dia seguinte no velório . Estava cheio de amigos e aconteciam diversas cenas . uma das cenas foi do primo do Dib gritando como um louco. porque ele? E não eu , ele era uma pessoa boa não merecia morrer, eu sim mereço morrer, a minha vida está destruída mesmo com essa maldita droga, não tenho mais vida, mas ele tinha uma vida, ; por que? Deus, por que? Não me levou no lugar dele. Ele não parava de gritar isso , até que o levaram para fora do velório. Mas a cena mais marcante ainda estava por acontecer. Quando a sua avó chegou no velório num planto tremendo, dizendo. Não, o meu preto não, é mentira , ele não morreu. Ela se aproximava do caixão, e dizia . Levanta, se levanta. Agarrando o corpo e tentando levanta-lo. As pessoas pediam para ela se acalmar e tentam tira-la de perto do corpo, mas ninguém conseguia e deixaram-na , agarrada com o corpo . Todos se emocionam e não tinham forças para tira-la dela. Até que escutam um barulhão. O caixão havia caído no chão e a senhora por cima dele, o corpo rola pra fora, e a senhora também não se mexia mais. Tentam levanta-la mas ela, já não se mexia mais . Ela havia sofrido um ataque cardíaco fulminante, morrendo por cima do neto já morto e derrubando o caixão, uma cena muito forte, os que viram com certeza nunca iram esquecer. O pai do Dib vinha chegando para o velório e vê aquela cena e não acredita no que vê e pergunta. O que aconteceu com a minha mãe? Todos olham para ele mas ninguém tem coragem de contar, de que a sua mãe e o seu filho estavam mortos ali juntos. Mas ele percebe, que a sua mãe falecera e também não aceita. não , não , isso não é justo, por que, por que? Até que ele sente uma dor no peito e dá um grito de dor e cai no chão . As pessoas olham mas não acredreditam naquilo que estava acontecendo e correm para socorre-lo . Uma das pessoa que tentava socorre-lo comenta. não pode mais morrer ninguém aqui , rápido vamos socorre-lo! E fazem massagem no peito dele, respiração boca a boca, dando os primeiros socorros até a ambulância chegar e leva-lo para o hospital, junto com o corpo da mãe dele. As pessoas que continuavam no velório arrumam o corpo no caixão novamente e pedem para que seja interrado logo, por que ninguém agüentava mais tanta emoção . E durante o enterro, todos ficam sabendo, que o pai dele também falecera, antes mesmo de chegar no hospital.

Um mês depois. O Tuco se levanta da parte de cima do seu beliche, ainda inconformado com o que havia acontecido com o seu amigo, chama o irmão que havia presenciado a cena da morte do amigo. Levanta Leco!! Vamos lá fazer o grafite em homenagem ao Dib. Sem precisar dizer duas vezes o Leco dá um pulo da cama. Sim... vamos.

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O Tuco se admira com a rapidez com que o Leco se levantara, mas entendia o motivo, que o fez se levantar tão rápido. Se trocam rapidamente e sobem para tomar café, ao entrarem na cozinha a mãe deles ouvia o programa de sempre, o Tuco vai direto no rádio e o desliga, por que aquelas histórias traziam algumas lembranças, a mãe dele, não diz nada e respeita a vontade do filho , eles tomam seus café, beijam a mãe e saem, pegam os skates, descem a rua sem fazer nenhuma manobra, usavam mais os skates como meio de transporte e vão até a casa do Juca chama-lo. Eles não tinham muitos motivos para brincadeiras e na casa do Juca só o Leco o chamo e ele sai rapidamente, já estava esperando e os três vão juntos, na casa do Lu chama-lo para irem fazer o grafite. Quando eles passavam na rua que dava caminho para ex. casa do Dib. O Tuco fala. Eu vou chamar o Dib, enquanto vocês, vão lá chamar o Lu. O Leco e o Juca olham para o Tuco. Desculpe-me e que eu ainda não consigo acreditar que ele morreu. O Juca e o Leco abraçam o amigo e falam que também não acreditavam, e os três ficam ali parado abraçados por alguns instantes. vai vamos logo! chega de viadagem . ( fala o Tuco) chegando na casa do Lu, eles tiveram uma surpresa. O Lu já estava acordado com as coisas todas prontas, para irem fazer o grafite, só esperando por eles sentado na descida da calçada em frente a sua casa. Mas todos entendem a atitude dele e não comentam nada. O Urucka também vinha chegando do outro lado, como sempre, eles se complimentam. Estão todos aqui? Então vamos logo! O Lu pede para que eles esperassem um pouco que estava faltando uma pessoa. Praticamente os quatros restantes pensam a mesma coisa e dizem em uma só vos . Ele não vem mais Lu, você se esqueceu o que aconteceu. Não é isso que eu estava querendo dizer. ( fala o Lu). E no momento que ele estava tentando se explicar, ele olha para a esquina e mostra quem ele estava esperando. Todos olham para a esquina sem entenderem nada. A Leila!! ( exclama o Tuco). Ela quer ir com a gente fazer a homenagem ao Dib. ( diz o Lu). Eles a esperam chegar a complimentam e vão andando até o local onde iriam fazer o grafite, era perto e no caminho eles passam em frente a casa onde o Dib morava. Todos se calam e olham para a casa com saudades, alguns deles sentem os olhos encherem de lagrimas, mas continuam com os seus objetivos.

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Eles chegam no local onde iria ser feito o grafite, era o lugar onde toda a confusão começou, no muro da oficina do Gentil, que era a única coisa que ainda estava de pé e inteiro, por que a loja e o escritório estavam todo destruídos, um carro que ficou na loja para conserta-lo, estava totalmente destruído, tinham ateado fogo no carro e no escritório, mas os bombeiros apagaram o fogo antes que ele destrui-se tudo, mas mesmo assim o local ficou totalmente destruído. Como o Gentil fugiu depois do crime, abandonando tudo para trás , eles se vingaram destruindo a loja dele. Ah! eu ia me esquecendo, o Gentil foi morto ontem, encontraram o seu corpo numa favela com três tiros, a justiça do homem pode falhar, mas a justiça divina não falha, aqui se faz aqui se paga. Como você ficou sabendo disso ? ( pergunta o Juca) Está no Noticias populares de ontem, que está lá em casa. Quem matou ele . ( pergunta o Urucka ). Foi o capanga dele, que se sentiu ameaçado por que o Gentil havia dito se fosse preso, o levaria com ele, por que ele também era cúmplice do assassinato , por causa disso ele deu três tiro no Gentil e foi preso no local, no jornal tem a foto dele algemado. Eles ficam, por alguns instantes parados refletindo sobre o que o Lu estava falando, até que o Tuco quebra o silêncio. Vai vamos logo fazer este grafite! e parar de contar histórias de terror. Eles começam , pintando o muro e depois desenham . o Grafite era o rosto do Dib e do lado uma letra estilizada escrito Dib. Cada um faz a sua parte. O Lu e o Juca fazem o desenho , o Tuco pinta, o Leco faz os detalhes das letras e o Urucka da o acabamento final. Pronto !! ( exclama o Urucka ). Eles atravessam a rua e observam o grafite como havia ficada. Derepente a Leila que só assistia eles grafitarem, tem uma atitude estranha. Ela atravessa a rua em direção do grafite. Todos a observam com curiosidade. Ela para em frente do desenho fica olhando-o, Derepente ela passa a mão no grafite, que ainda não estava com a tinta seca e suja as pontas dos dedos dela, levanta a camisa e passa as pontas dos dedos sujos de tintas na barriga dizendo. é meu filho eu quero que você seja igual ao seu pai, um grande sujeito. O que ela falou ? (pergunta o Tuco). Ela disse alguma coisa de filho. (fala o Leco). ela está gravida do Dib ? (pergunta o Juca). É parece que sim . (responde o Urucka). Ela está gravida sim, ela me contou e por isso eu a chamei para vir com a gente. (fala o Lu). E você não conta nada para a gente, que vai nascer um Dibinho perna de pau, você vai apanhar só para larga a mão de ser besta. (fala o Tuco). O Lu sai correndo e os outros quatros correm atras dele tentando pega-lo . A Leila olha , para eles correndo e imagina o Dib correndo junto com eles, sorrindo e pulando como crianças. Um passarinho que os observava, do muro onde eles grafitaram, voa em direção deles, como se quisesse acompanhá-los.

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