Diário Popular

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CULTURA

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Quinta - feira, 21 de janeiro de 2010

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C A R N AVA L 2010

Projetos sociais formam novos percussionistas

Aulas promovidas pela Escola de Samba Vai Quem Quer são gratuitas, na quadra da agremiação, no bairro João XXIII

TIMÓTEO - Com a in-

tenção de descobrir novos talentos da percussão e abastecer a carência das escolas de samba de Timóteo, a Agremiação Vai Quem Quer lançou ontem (20) dois projetos para a formação gratuita de percussionistas: um para os pequenos, a “Bateria Mirim” e outro voltado para adultos que querem aprender a tocar samba, o “Aprendizes da Vai”. Além do caráter social, o foco do projeto é fortalecer a bateria da escola e formar

Wilson Freitas

As aulas são gratuitas e acontecerão na quadra da agremiação, no bairro João XXIII

novos ritmistas para os próximos carnavais. O mestre da bateria da Vai Quem Quer, Luis Fabiano dos Santos, acredita que, para o carnaval de 2010, é quase impossível formar um novo ritmista, mas já pensando nos próximos carnavais a possibilidade é grande. “É um projeto em que estamos pensando o futuro. A gente tem hoje muitos ritmistas que estão parando de tocar, às vezes por estarem mais velhos. A nossa intenção é que a

gente consiga formar novos percussionistas para todas as escolas, não é um projeto que visa somente a Vai Quem Quer”, conta Fabiano. O diretor de bateria da escola explica ainda que além do samba, os aprendizes vão aprender a tocar outros ritmos como afro, axé e reggae. Para se inscrever na “Bateria Mirim”, os interessados devem ter entre 4 e 13 anos e autorização dos pais ou responsáveis, além de assiduidade no projeto. As aulas

acontecerão na quadra da escola, no bairro João XXIII, sempre às terças e quintas-feiras, de 18h30 às 19h30. O interessante nesta oficina é que os primeiros acordes serão ensinados por duas crianças: Luis Henrique, de 14 anos, e Tales, de apenas oito anos. Apesar da pouca idade, os jovens já têm conhecimento de sobra e capacidade para ensinarem outras crianças a tocar. “A gente resolveu colocar dois percussionistas mirins

para ministrarem as oficinas pensando que os aprendizes podem se sentir incentivados. Meu filho, o Fabiano Júnior, de apenas quatro anos, também vai ajudar nas aulas, inclusive ele faz parte da bateria da Vai Quem Quer e vai ser responsável por puxar o samba no dia do nosso desfile. Eles aprenderam com os mestres da escola e estão se tornando grandes ritmistas”, diz, orgulhoso, mestre Fabiano. Já o projeto “Aprendizes da Vai”, como o próprio nome diz, oferece aulas de percussão para jovens e adultos a partir dos 14 anos que nunca tiveram iniciação musical e desejam fazer parte da bateria da escola Vai Quem Quer. As aulas serão ministradas nas segundas, quar tas e sextasfeiras, de 18h30 às 19h30, também na quadra da agremiação. A super visão do projeto é do mestre Luis Fabiano e dos diretores de alas da escola.

INCENTIVO CARIOCA

Fabiano esteve há duas semanas na Escola de Samba Salgueiro, no Rio de Janeiro, e lá teve contato direto com a “furiosa” da agremiação. O mestre Marcão da Bateria contou a Fabiano sobre um projeto desenvolvido na comunidade do Andaraí, onde fica a quadra da escola. Fabiano voltou empolgado do Rio e resolveu desenvolver o projeto aqui também em Timóteo. A inspiração carioca pode ser o grande passo para a formação de uma bateria cada vez mais repleta de ritmistas. O “coração” da Escola de Samba Vai Quem Quer esse ano deve entrar na avenida com pouco mais de 90 integrantes, e no ano que vem a intenção é que esse número passe de 150. As inscrições podem ser feitas na quadra da escola, na Rua 95, 311, bairro João XXIII. Informações pelos telefones 3849-4370 (Quadra da Escola) e 8759-7887 (Luis Fabiano). (Janaína Oliveira)

FOTOGRAFIA

Arredores tem nova exposição em Ipatinga

IPATINGA - Documentar o cotidiano dos que vivem da terra na periferia de Ipatinga. Esta é a proposta do Projeto Arredores, dos fotógrafos Rodrigo Zeferino e Ricardo Alves, que têm nova exposição no hall da Prefeitura de Ipatinga, entre os dias 18 e 29 de janeiro. Através do olhar dos fotógrafos foram retratados, de forma poética, aspectos do cotidia-

no relativos a trabalho, lazer, alimentação, relações pessoais, religiosidade, etc., todo esse universo, valioso patrimônio imaterial que corre o risco de desaparecer com o tempo e com o processo natural de desenvolvimento da cidade. Segundo os artistas, “Ipatinga acompanha um novo e próspero momento de expansão das indústrias do Vale

do Aço e com o crescimento das empresas, cresce também o número de casas e loteamentos, a cidade incha e começa a transbordar”, ressaltam. EXPOSIÇÃO

Além de compor imagens de forte apelo estético e artístico, com toda a beleza típica do cotidiano dessas pessoas e da luz desses lugares, o registro ser-

virá como documento histórico do município sobre a cultura presente ali. Estabelecendo diálogo entre a técnica fotográfica e as artes visuais, o documentário se compromete a ir além do mero registro de uma realidade. A proposta é também compor imagens que sensibilizem o olhar do espectador, que chamem atenção para o incomum ou que

redefinam o comum, funções estas inerentes a qualquer manifestação das artes visuais na contemporaneidade. A primeira etapa do projeto, patrocinado pela Prefeitura de Ipatinga através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, que documenta apenas algumas localidades rurais de Ipatinga, é composta de 30 imagens e ficará em exposição até o dia

29 de janeiro, no hall da Prefeitura Municipal de Ipatinga. A intenção dos fotógrafos é que o trabalho tenha continuidade nos próximos anos, até que seja documentada toda a zona rural do Vale do Aço mineiro, região que engloba 22 municípios. Para acesso às demais imagens produzidas durante o trabalho acesse www.graofotografia.com/arredores.


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