Diário do Comércio

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

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Bailarinos no teatro, em livro e DVD. São Paulo Companhia de Dança no Sérgio Cardoso, a preço popular. Rita Alves

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uem perdeu os espetáculos da São Paulo Companhia de Dança este ano tem mais uma oportunidade para assisti-los. O grupo, dirigido por Iracity Cardoso e Inês Bogéa, reapresentará seis peças de seu repertório a preços populares (R$ 10). E a iniciativa já tem palco garantido: o Teatro Sérgio Cardoso. É lá que os bailarinos da companhia se apresentarão neste fim de semana, entre os dias 19 e 21, e 26 a 28 deste mês. Se na sua agenda o compromisso com os dançarinos está marcado para esta sexta (19), sábado (20) e domingo (21), prepare-se para ver Theme and Variations, de George Balanchine (19041983), balé sustentado pela música de Tchaikovsky (1840-1893), compositor russo. Vigor técnico, leveza, força, habilidade nos desequilíbrios e virtuosismo serão características vistas no palco, comuns nos trabalhos do coreógrafo. O solo Prélude à L´aprés-midi d'un Faune (1994), da coreógrafa canadense Marie Chouinard (1955), a partir da obra homônima de Debussy (1862-1918), vem na sequência e dura oito minutos. A inspiração da dança de Marie surgiu depois de ela ter estudado as fotos feitas por Adolphe Meyer durante a coreografia de Vaslav Nijinski, em 1912, em Paris. E por último chega Sechs Tänze, do coreógrafo Jirí Kylián (1947), remontada no Brasil por Patrick Delcroix (1963). Interpretado por oito bailarinos, o espetáculo mescla dança e humor em condensados 13 minutos. Prefere ver os dançarinos no último fim de semana do mês? Sem problema. O programa também traz belas coreografias. Nos dias 26, 27 e 28 a plateia assiste a Os Duplos, de Maurício de Oliveira, protagonizado por oito bailarinos. No palco, o espectador contempla a imagem do bailarino que dança ao som da música de André Abujamra. Integram o programa ainda as criações de George Balanchine: Tchaikovsky Pás de Deux e Serenade. A coreografia Tchaikovsky Pás de Deux dura oito minutos, tempo suficiente

Reginaldo Azevedo/Reprodução

Divulgação

para ver no palco o virtuosismo técnico dos bailarinos, que misturam técnicas clássicas e neoclássicas. Apresentada pela primeira vez em 1960, pelo New York City Ballet, tem remontagem atual assinada pelo bailarino e professor belga Bem Huys. O artista também é responsável pela remontagem de Serenade, coreografia sobre a Serenata em Dó Maior para Cordas, de Tchaikovsky. Sala de Ensaio Além de assistir aos espetáculos, o público também poderá ver os dançarinos entre os livros da biblioteca de casa. A São Paulo Companhia de Dança é tema do livro Sala de Ensaio Textos Sobre a São Paulo Companhia de Dança (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e São Paulo Companhia de Dança, diversos autores, 288 páginas, R$ 50), organizado por Inês Bogéa, diretora

artística da companhia. A obra será lançada nos dias 19 e 20 de novembro, às 19h30, e 21 de novembro, às 17h30, no Teatro Sérgio Cardoso. O livro traz nove artigos, um deles de autoria de Inês Bogéa. Entre os outros escritores estão os jornalistas Manuel da Costa Pinto e Flávia Fontes Oliveira, a pesquisadora Sandra Meyer, os escritores Antonio Prata, Francisco Bosco e Fabrício Corsaletti, a pesquisadora Márcia Strazzacappa e o curador e crítico de arte Agnaldo Farias. O leitor ainda encontra fotos dos espetáculos e ilustrações do cartunista Caco Galhardo, além de tradução dos textos para o inglês.

Bogéa e Iracity Cardoso, está previsto para ser lançado no próximo sábado (20), às 19h, no Teatro Sérgio Cardoso, e será distribuído em escolas, bibliotecas e instituições culturais. O box trata da carreira artística e da obra de cinco emblemáticos personagens da história da dança no Brasil: Angel Vianna, Carlos Moraes, Márcia Haydée, Décio Otero e Sônia Mota. O espectador terá a oportunidade de ver nas fitas depoimentos, registros audiovisuais e material iconográfico. Quem preferir, pode sintonizar a TV Cultura nos dias 20 e 23 de novembro e 30 de outubro, às 17h30, datas em que serão exibidas a íntegra de alguns filmes.

Figuras da Dança Os artistas também fazem parte de Figuras da Dança, terceira temporada da série, composta por box com cinco DVDs. O material, concebido por Inês

Teatro Sérgio Cardoso. Rua Rui Barbosa, 153, Bela Vista, tel.: 3288-0136. Sexta, 21h30. Sábado, 21h. Domingo, 19h. R$ 10.

Regina Ricca

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rimeiro foi a fase da descoberta da metrópole. Alice saiu de Palmas, no Tocantins, e se perdeu no caleidoscópio paulistano, onde desenhou uma espécie de crônica urbana acelerada que muitos dos que aqui vivem conhecem bem. Reencontrou parentes, viveu uma tragédia pessoal, fez novos amigos, bateu ponto freneticamente pela noite paulistana e foi tocando a vida, dando cabeçadas aqui e acolá. Na segunda temporada – que ficará restrita a um especial de duas partes, com 80 minutos cada um –, iremos reencontrar Alice dois anos depois ainda em busca de si mesma, mas em uma situação diferente: estabelecida na profissão, com situação financeira mais folgada e prestes a dar novo rumo à vida amorosa. Alice – personagem-título do seriado produzido pela HBO e pela Gullane Filmes que foi ao ar em setembro de 2008 em 13 capítulos (ao custo milionário de R$ 1 milhão cada) – volta ao ar neste sábado (20), às 22h, agora batizada como Alice – Um Especial em Duas Partes. Dirigida por dois craques da telona – Karim Ainöuz e Sergio Machado –, a trama se inspira no universo de Lewis Carroll: tem no centro de sua história uma garota doce, curiosa e cheia de ambição que cai no "País das Maravilhas" paulistano. E como São Paulo também é protagonista desta história, as câmeras dos dois cineastas fizeram jus ao talento de ambos: a Cidade nunca foi tão lindamente fotografada como em Alice. Grande parte do sucesso da série deve-se à performance da atriz mineira Andréia Horta (foto no alto) como a protagonista da história. "Voltar a fazer Alice foi como reencontrar uma grande amiga que não vemos há dois anos. Já a conheço muito bem e sei tudo sobre ela. Com a diferença de que eu também estou mais madura, como ela", diz Andréia, que também pôde ser vista como a médica Rosângela, na série A Cura, da Globo, e está no longa Muita Calma Nessa Hora, em cartaz nos cinemas. Segundo Andréia, Alice agora pensa em se casar com Nicholas (Vinicius Zinn), comprar apartamento e construir família. Na procura pela casa ideal, Alice vai encontrar figuras estranhas e se emocionar com as histórias de algumas delas. Também vai ficar mais atenta aos relacionamentos amorosos de pessoas próximas, como o da amiga Monique (Silvia Lourenço) que faz de tudo para viver um amor de verdade, ou o da madrasta Irislene (Carla Ribas), que aposta tudo em um novo relacionamento, e os da meia-irmã adolescente Regina Célia (Daniela Adler Piepszyk), que está descobrindo o amor. "Tudo isso vai servir de pretexto para que Alice se reencontre consigo mesma, e ponha em xeque essa história de casamento", diz Andréia. "Alice é uma série apaixonante. Ela reúne personagens que agem de modo muito passional diante dos conflitos da vida e isso cria reações igualmente intensas no público", afirma Luis F. Peraza, vice-presidente executivo de Aquisições e Produção Original da HBO Latin America. Vale dizer que Alice não comoveu apenas o público brasileiro. Vendida internacionalmente, a série chegou pelo Fox Life em Portugal e já foi apresentada nos EUA em versão dublada em espanhol e legendada em inglês. Arquivo DC

Renata Massetti/Reprodução

Presa aos eixos da grande cidade, Alice continua sonhando.

OS MUTANTES

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á viu alguma fotografia 3x4 admirável? Na Caixa Cultural é possível encontrar uma série delas em grande formato. As inusitadas imagens fazem parte da exposição Quem é Você?, da publicitária e artista gaúcha Renata Massetti, em parceria criativa com Juliano Moreira (acima, à esquerda). No local, o espectador vê o ensaio fotográfico de dois rapazes, ambos com a aparência física modificada diversas vezes desde 2006. A artista explica que o projeto nasceu com o convite do amigo Juliano Moreira. "O Juliano sabia que iria mudar de visual e me convidou para registrar tal alteração física, para seu uso pessoal mesmo. Partindo mais da intenção de uma ação do que de uma ideia formada, o projeto foi originado". Diante do pedido de Juliano, Renata não titubeou e pensou em algo mais rico. "Esse momento foi crucial. Não pensei na dimensão que o projeto poderia ganhar, mas percebi que deveria captar as imagens de uma maneira pensada, pois teríamos duas

visualidades muito diferentes. Foi então que sugeri que fizéssemos uma fotografia estilo catalogação. Ou seja, sem expressões faciais ou gestual, algo estilo 3x4 e que mostrasse toda a visualidade através de um giro de 360 graus em fotografias. No entanto, boa parte do material exposto são fotografias nas quais os personagens estão com expressões diversas. Essa segunda linha de material foi captada, mais na descontração do que para uma real utilidade e posteriormente é que essas imagens ganharam força, pois deram mais leveza ao trabalho." A ideia de fotografar outra pessoa, além do amigo Juliano, veio em seguida. Renata conta que o segundo personagem foi uma questão de oportunidade. O comentário de um amigo próximo sobre os planos de dar fim aos seus dreadlocks, raspando a cabeça, foi o suficiente para o convite ser feito. "Sempre pensamos em colocar uma mulher no projeto, mas aí não basta escolher alguém aleatoriamente, é preciso que esta pessoa tenha um

perfil que mude constantemente de visual. O trabalho é aberto, pessoas que têm esse perfil e gostariam de participar, podem me procurar, e uma mulher será muito bem vinda!" Além das fotografias, o visitante também encontra pelo local extensas tiras com as imagens dos retratados. A aparência distinta deles ainda pode ser vista em um vídeo com trilha sonora. Outra maneira divertida de aproveitar a mostra é brincando com o clássico jogo cara-a-cara, adaptado com o retrato da dupla de modelos. "O jogo cara-a-cara (que particularmente marcou minha infância) brinca com a ideia da aquisição de diferentes identidades através do visual", afirma Renata. Um praxinoscópio também permite interação. O objeto deve ser rotacionado pelo espectador para reproduzir a sequência de imagens em movimento. "São diferentes pontos de partida para a leitura do trabalho, mas todos com a mesma finalidade: evidenciar a alteração e levar a reflexão sobre a construção

de nossa identidade." O objetivo de Quem é Você?, além de destacar as alterações físicas dos rapazes, é surpreender o público. "É uma discussão sobre as identidades que podemos adquirir somente através da nossa alteração visual. A mobilidade de sentidos que temos ao construirmos nossa aparência, e como ela está carregada desses sentidos pelos imaginários simbólicos e bagagem cultural da sociedade e do próprio sujeito." Renata conta que continua a retratar a dupla de modelos e pretende continuar a jornada fotográfica enquanto puder. Os registros das últimas modificações deles estão na mostra. Diferente dos garotos, a artista afirma que só mudou seu visual duas vezes. "Não sou do tipo tão radical assim, os meninos são muito mais inspirados para esse quesito." (RA) Caixa Cultural. Praça da Sé, 111, tel.: 3321-4400. Terça-feira a domingo, das 9h às 21h. Grátis.

Che no Telecine Os fãs do Telecine Cult, canal que garante sempre a exibição do bom cinema, têm polêmico programa neste sábado (20), às 22h: assistir ao filme Che, de Steven Soderbergh, produção lançada em 2008 nos cinemas em coprodução entre Espanha, França e EUA. O drama conta a história do médico argentino Ernesto Guevara de La Serna (vivido por Benício Del Toro, foto ao lado), que se transforma no principal líder revolucionário das Américas. O filme desvenda as articulações e a trajetória de Che ao lado de Fidel e Raul Castro, que culminaram na Revolução Cubana de 1956. Baseado no livro de memórias O Diário de Che à Bolívia, de autoria do próprio revolucionário, a produção foi dividida em dois filmes. O Telecine Cult exibe agora apenas a primeira parte da história. A segunda, que ganhou o nome de Che - A Guerrilha, ainda não tem data de estréia na TV.


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