01 abr 2011

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Ano 86 - Nº 23.343

Jornal do empreendedor

www.dcomercio.com.br

Conclusão: 23h55

R$ 1,40

São Paulo, sexta-feira, 1 de abril de 2011

Alô!

Melhor manter distância... Publicado no The Journal of the American Medical Association (acima, a capa), o estudo está em dcomercio.com

Bastam 50 minutos com o celular colado ao ouvido para o metabolismo da glicose no cerébro aumentar em 7%. Isto está provado por estudo reproduzido pelo The New York Times. O mais importante, porém, não se sabe: fará mal à saúde? "Melhor manter distância do celular", diz uma cientista. Mais recomendações, pág. 12 Paulo Pampolin/Hype

Agora, guarda-costas 'garantem' a sua Família Feliz Contra argumento que adesivos que são febre atraem ladrões, designer acrescenta seguranças a papai, mamãe, filhos... Pág. 10 Divulgação

d

cultura

O novo alvo da Kia, para escapar das revoluções. O Soul Flex e o novo Sportage (foto) estarão mais presentes no Brasil por causa da crise nos países árabes. Pág. 19

Divulgação/Globo

Ben Stansall/AFP

MESA DE 1º DE ABRIL

Londres vira uma festa real

Para deputado, material de escolas de 1º grau estimula homossexualismo. Pág. 5

Paulo Pampolin/Hype

MEC distribui 'kit gay', diz Bolsonaro

Sérgio Lima/Folhapress

É o casamento do príncipe William. Boa Viagem. Pág. 20

Divulgação

HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 28º C. Mínima 18º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 29º C. Mínima 18º C.

ISSN 1679-2688

23343

9 771679 268008

Doces, queijos, pães: vitrine de loja especializada em produção de alimentos cenográficos (esq.). São de mentirinha. Você acredita? O fogaréu é do filme Vale dos Esquecidos, cartaz do Festival É Tudo Verdade, que começa hoje em SP. Lília Cabral (alto) está no seriado Divã: uma das cinco apostas na comédia que a Globo estreia na próxima semana.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, 1 de abril de 2011

O BC está falhando em convencer os agentes econômicos de que continuará a cumprir a sua missão. Roberto Fendt

pinião

O QUE CABE (OU NÃO) AO BC

EYMAR MASCARO

ALCKMIN: SEGURO MORREU DE VELHO O PT não é a única preocupação de Alckmin. O governador joga também na hipótese do prefeito Gilberto Kassab ser candidato à sua sucessão pelo novo partido, o PSD.

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reocupado com as eleições para prefeito no ano que vem e para governador em 2014, Geraldo Alckmin quer ampliar o controle do PSDB na região metropolitana de São Paulo, onde o PT tem bom desempenho eleitoral. Uma das regiões que incomoda o governador é o ABC, berço do PT. Alckmin deseja que seu partido eleja maior número de prefeitos na Capital e entorno, para facilitar sua quase certa candidatura à reeleição. Nas últimas eleições, PT e PSDB polarizaram a campanha em muitos municípios da região metropolitana, mas os tucanos não têm alcançado êxito, por exemplo, no ABC, que concentra cerca de 2 milhões de votos. Alckmin é um dos favoritos a voltar ao Palácio dos Bandeirantes em 2014. Recentemente, obteve índice de aprovação em pesquisa Datafolha superior às marcas dos governos de José Serra e Mário Covas. O governador quer se preparar inclusive para a hipótese do PT lançar Lula ao Bandeirantes. O PT não é a única preocupação de Alckmin. O governador joga também na hipótese do prefeito Gilberto Kassab ser candidato à sua sucessão pelo novo partido, o PSD.

ROBERTO FENDT

PSDB já tem expressivos resultados no restante dos municípios do interior. Dos 30 milhões de eleitores no Estado, 20 milhões estão no interior. Mas na única vez que enfrentou Kassab, Alckmin perdeu a eleição para a prefeitura. Mas, o comando do PSDB sabe que antes das eleições de governador, o partido vai enfrentar a importante eleição de prefeito da Capital. O objetivo de Alckmin é conquistar a Prefeitura que hoje está nas mãos de Kassab. Se não for com candidato próprio do PSDB, o governador pode apoiar seu aliado Guilherme Afif Domingos. O que Alckmin não admite é que a prefeitura paulistana seja reconquistada pelo PT. Quando Alckmin estiver concluindo seu mandato, em 31 de dezembro de 2014, o PSDB estará

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firma-se que o Banco Central (BC) entrou em nova fase. As opiniões se dividem, havendo quem saúde a nova fase do banco, apontando que a instituição deixou para trás a preocupação exclusiva com o controle da inflação para contemplar também outras prioridades. Esse novo rumo da política monetária seria alvissareiro por reduzir os custos dos ajustes na economia e afetar menos a dinâmica do crescimento econômico. Na ponta oposta, há quem diga que o Banco Central está deixando de lado sua missão e se tornando tolerante com a inflação. A tolerância zero com a inflação, afirmada pela presidente Dilma Rousseff, estaria sendo substituída por um gradualismo perigoso que estaria se refletindo de forma negativa na formação das expectativas dos agentes econômicos. Quem tem razão? Na última quarta-feira o BC divulgou o Relatório da Inflação. O calhamaço é publicado trimestralmente pelo BC e serve para informar os agentes econômicos sobre a percepção do banco com relação ao comportamento das principais variáveis econômicas. Das 144 páginas do Relatório, a maioria dos jornais selecionou um parágrafo que é sintomático da estratégia para o combate à inflação: "O Comitê de Política Monetária (Copom) entende que os custos, em termos de nível de atividade, de se evitar que os efeitos primários do choque de oferta deslocas-

sem a inflação, em 2011, para um patamar acima do valor central de 4,5% para a meta seriam demasiado elevados". Prossegue afirmando que a expansão da demanda interna já está sendo moderada, em razão das medidas tomadas anteriormente, incluindo as de caráter macroprudencial. Frase mais incisiva da nova estratégia surge pouco abaixo da citação do parágrafo anterior: "Além disso, o Comitê pondera que a flexibilidade inerente ao regime de metas para a inflação permite que os efeitos primários do choque sejam acomodados. Dito de outra forma, nas atuais circunstâncias, a boa prática recomenda buscar uma convergência mais suave da inflação para a trajetória de metas, à semelhança de estratégia adotada no passado pelo Banco Central". E o texto termina afirmando que pretende garantir a convergência da inflação para a meta em 2012. "Acomodar os efeitos primários do choque" significa que se deve ter alguma tolerância com a inflação no presente para evitar os efeitos colaterais de um

enfrentamento mais forte do problema. Esses efeitos colaterais estariam concentrados em uma desaceleração ainda mais acentuada do crescimento do PIB em 2011.

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corre que, institucionalmente, não cabe ao BC cuidar do PIB ou do câmbio. O BC brasileiro como textualmente apontado no site (http:// www.bcb.gov.br/?SPBBC), tem como missão institucional a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do sistema financeiro. Nisso difere da missão do Federal Reserve, o BC dos Estados Unidos. Lá, o ele tem como missão institucional atuar sobre as condições monetárias e creditícias para assegurar o máximo emprego, a estabilidade dos preços e taxas de juros de longo prazo moderadas, além da solidez do sistema financeiro americano. Por outro lado, o sistema de metas de inflação não está calcado no atingimento das metas dentro do ano calendário. Como afirma com propriedade o Relatório, em outras ocasiões buscou-se atingir a meta em um período mais alongado. E nem poderia ser de outra

Cortar gastos do governo não faz parte da missão do BC. Mais do que o gradualismo no combate à inflação, é preocupante a ausência de cortes nas despesas públicas.

forma, já que os efeitos das políticas não necessariamente se dão no horizonte temporal do ano-calendário. Desde o início do regime de metas de inflação ficou claro que o horizonte seria de 18 meses, período mais seguro para a verificação da eficácia das medidas tomadas contra a inflação.

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rrou, portanto, o BC ao enfatizar no Relatório a "acomodação dos efeitos primários do choque", dando a impressão de que o combate à inflação seria atenuado. Deveria ter dado mais ênfase às tecnicalidades do regime de metas, ilustrando-as com exemplos em que se buscou atingir o centro da meta em período superior a um ano. A comunicação do BC está falhando em convencer os agentes econômicos de que continuará a cumprir a sua missão. Mais importante, contudo, é que a real causa da aceleração da inflação não está sendo combatida: o brutal aumento de gastos do governo no ano eleitoral. Apenas um choque nas despesas públicas poderá reverter as expectativas negativas da população sobre a inflação futura – que vem se deteriorando desde o fim do ano passado. Mas cortar gastos do governo não faz parte da missão do Banco Central. Mais que o gradualismo no combate à inflação, é preocupante a ausência de cortes nas despesas públicas. Enquanto eles não forem feitos, o BC continuará a enxugar gelo. Com ou sem gradualismo.

EYMAR MASCARO É JORNALISTA E COMENTARISTA POLÍTICO

REVISTA ARCA Recebo o jornal todos os dias. Hoje (31/03), para minha surpresa, veio junto uma revista falando de animais. Bem, adoro cachorro e tenho uma vira-lata que é tudo para mim. As reportagens são muito interessantes e achei muito bem elaborado o brinde para recolher as necessidades do animal. Gostaria de saber como será a edição: mensal? Priscila Martins - S. Paulo G Adorei a ideia da revista para o mercado pet. Os amantes dos animais precisam de iniciativas assim para ter mais informações. Parabéns!

Maria Luiza Reis - S. Paulo

Resposta: A periodicidade da revista dependerá da receptividade deste número. Torçam conosco!

ROBERTO FENDT É ECONOMISTA

Presidente Rogério Amato Vice-Presidentes Alfredo Cotait Neto Antonio Carlos Pela Carlos Roberto Pinto Monteiro Cláudio Vaz Edy Luiz Kogut Érico Sodré Quirino Ferreira Francisco Mesquita Neto João de Almeida Sampaio Filho João de Favari Lincoln da Cunha Pereira Filho Luciano Afif Domingos Luís Eduardo Schoueri Luiz Gonzaga Bertelli Luiz Roberto Gonçalves Nelson Felipe Kheirallah Nilton Molina Paulo Roberto Pisauro Renato Abucham Roberto Faldini Roberto Mateus Ordine

completando 20 anos de poder no Estado. O PT é impedir que os tucanos se eternizem no Palácio dos Bandeirantes. É por isso que entre os petistas já se discute a possibilidade de Lula ser candidato a governador, embora o partido saiba que a vontade do expresidente é a de ser candidato novamente ao Planalto, principalmente se o índice de popularidade de Dilma Rousseff estiver baixo no momento da escolha do candidato. Outra fonte de preocupação de Alckmin é imaginar que José Serra pode cismar de ser candidato a governador. Ao ser derrotado por Dilma Rousseff, Serra ficou sem opções. Caso não queira ser candidato a prefeito, Serra pode pretender ser candidato ao governo estadual em 2014. Se dependesse de sua vontade, Serra gostaria de disputar mais uma vez a presidência, mas como o PSDB está mais inclinado a lançar o senador Aécio Neves, restaria ao ex-governador paulista tentar a sucessão de Alckmin. Nesse caso, Serra teria de disputar a convenção partidária com Alckmin que, em nenhuma hipótese, admite não concorrer à reeleição.

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A COMPUTAÇÃO JÁ NÃO ESTÁ MAIS SÓ NA MESA DO ESCRITÓRIO: ELA ESTÁ EM TODO LUGAR.

pinião

Computação já faz parte de nós

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O Vale do Silício é uma região da Califórnia que se estende desde São Francisco até mais ou menos Santa Clara, uns 75 quilômetros ao Sul. É ali que ali se concentram as empresas e instituições de pesquisa onde foram e continuam sendo desenvolvidas inovações que transformaram nosso jeito de viver. Ali foi inventada a microeletrônica, que permitiu o surgimento dos chips, depois dos computadores e de todas as facilidades eletrônicas que vemos hoje em dia. Surgiram ali a HP, a Apple, a Intel, a Oracle, a Sun e praticamente todas as empresas que participaram do desenvolvimento da computação. Elas não surgiram à toa: estão próximas a algumas das melhores universidades americanas que são Stanford (em Palo Alto) e Berkeley (na cidade do mesmo nome, subúrbio de São Francisco). Além das empresas, há também grandes centros de pesquisa, entre eles o PARC, ou Palo Alto Research Center, o centro de pesquisas que a Xerox inaugurou na cidade de Palo Alto para criar os dispositivos e processos que a transformaram no que ela é hoje. Ali foram inventados a impressora a laser, a computação gráfica, a interface gráfica com janelas que hoje utilizamos nos computadores e também o padrão de rede atual - aquele que utiliza um fio azul e que conecta nossos computadores à Internet. James Begole é um dos principais cientistas que atualmente trabalham lá. Ele é o gerente da área de "Computação Ubíqua" desse centro de pesquisas – a computação que está em todo lugar. Essa área estuda a criação de novos sistemas e recursos para uso das pessoas no seu dia a dia. E os últimos trabalhos de James Begole incluem sistemas de colaboração, comunicação mediada por computadores, detecção baseada em sensores e outras coisas ainda mais complicadas. Begole estudou Matemática na

Universidade da Virgínia, fez mestrado e doutorado em Ciência da Computação e antes de estudar serviu no Exército dos EUA como tradutor de língua árabe. É dele Ubiquitous Computing for Business: Find New Markets, Create Better Businesses, and Reach Customers Around the World (em português, "Computação ubíqua para negócios: encontre novos mercados, crie melhores negócios e alcance clientes em todo o mundo", FT Press, 280 páginas). O título é horrível e Begole pode não ser talentoso como escritor ou professor, mas seu livro chama a

nicos. Para entender até onde isso já chegou, basta admitir que um celular é um computador de bolso. Quando o computador foi inventado, ele ocupava uma grande sala e ninguém imaginava nem que poderia se tornar pequeno, nem barato, e muito menos descartável. Assim como o celular é um computador que encolheu, milhares de outros recursos da computação ficaram tão pequenos que podem, de fato, estar em qualquer lugar. Num supermercado ou numa loja de departamentos, por exemplo, nem sempre é possível ver os sensores e antenas que podem estar monitorando desde o estoque das prateleiras até eventuais tentativas de furto. Há dis-

positivos instalados à vista dos clientes, como as câmeras de vigilância: elas tem a intenção de inibir os furtos – tanto desencorajando os oportunistas quanto flagrando os mais ousados para recuperar as mercadorias.

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as elas podem estar fazendo bem mais do que isso. Existem sofisticados sistemas de monitoramento que utilizam essas imagens para mapear os clientes dentro de um supermercado: registrar os percursos feitos por eles, áreas onde se concentram mais

gentes, capazes de reagir. É isso o que James Begole explica no livro: é possível integrar essa tecnologia a produtos, serviços, processos e estratégias, criando a partir daí uma diferença que pode transformar os negócios. Um exemplo bastante simples dessa possibilidade é a aplicação que a Cielo desenvolveu para o iPhone no

PAULO BRITO Brasil: ela transforma o aparelho numa máquina para leitura de cartões de débito e crédito. Em outras palavras, é possível carregar no bolso uma daquelas maquininhas que processa cartões – disfarçada de iPhone.

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esse modo, cada nova utilidade computacional embutida nos nossos celulares, relógios e netbooks e outros equipamentos cria mais um laço conosco e nos torna parte de um grande sistema. Que, ao mesmo tempo, ajuda e vicia. PAULO BRITO É JORNALISTA, GRADUADO EM ECONOMIA E MESTRE EM COMUNICAÇÃO E SEMIÓTICA

atenção para o fato de que a computação não está mais na mesa do escritório: ela está em todo lugar, embora nem sempre percebamos que isso esteja acontecendo. Para quem faz negócios, utilizar esses recursos pode ser vantajoso. É que com sensores e computadores espalhados por todos os lugares, o mundo dos negócios vai dispor de uma enorme quantidade de informações sobre os clientes e, naturalmente, poderá tirar proveito disso. De todos os aspectos que podem favorecer os negócios, o mais evidente parece ser a miniaturização dos componentes e dispositivos eletrô-

(certas gôndolas ou balcões, por exemplo), tempo de permanência nesses lugares e assim por diante. As agências de segurança de vários países também se utilizam das câmeras para capturar e digitalizar as milhões de faces que passam pelos terminais de transporte, em busca de terroristas e bandidos de toda espécie. Mas não é só aí que a computação ubíqua se manifesta: ela já está em nossos pulsos, nossos bolsos, pode estar em nossas roupas e até em nossos corpos, sob a forma de chips. Esse conceito permitiu que uma porção de cientistas começasse a pensar em computadores que podem ser "vestidos", ou em ambientes inteli-

Cada nova utilidade embutida em nossos relógios, notebooks, celulares, cria laços conosco e nos torna parte de um grande sistema.

CHICÃO, O MEU NOVO DONO

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Chicão, ex-cão Sem- Teto, é a figura mais doce que conheço. Ele veio parar na minha casa por artes da minha filha, minha dona de fato, que já havia acolhido o Fedegoso, novo-rico ex-pobre, da nova crasse mérdia canina ascendente, nunca antes vista nestepaíz. O Fedegoso, também ex-cão Sem -Teto, ganhou na mega-sena ao ocupar a minha casa. Conquistou plano de saúde particular para as vacinas – nada de SUS– bolsa-spa para banho e corte do cabelo, torce o nariz para certos tipos de ração e exige "mistura" no jantar. Obediente, acrescento um pouco de carne moída, para a gororoba ficar mais palatável. Acostumei-me ao Fedegoso, cão médio que já estrelou um artigo nesta página com foto e tudo, "Fedegoso e eu", e ficou impossível: deu autógrafos para a cachorrada raça-pura da vizinhança e exigiu um osso de cachê para conceder entrevista ao jornal local. Sente-se um Brad Pitt. Fedegoso é o cão mais parecido com gato que conheço (tivemos uma gatinha, que nos deixou após mais de 16 anos de convívio). Você chama e ele não vem; só vem quando lhe dá na telha. Rola no chão, fica de barriga pra cima, dá patadas no ar com

NEIL DIRETO DO CANIL

FERREIRA as patinhas da frente e lambe a mão da gente; e parece que dá risada. Faz as mais incríveis fofices, a um preço combinado, pois exige ganhar biscoito pelo número artístico – e ganha. Tem casinha própria do plano "Minha casa minha vida", com mesa de bilhar e reproduções de Van Gogh na parede, mas não entra nela nem quando chove o tanto que choveu neste verão. Prefere ficar no seu bunker, onde acho que se sente seguro – um posto de vigilância onde passa quase todo o tempo em que não está pedindo biscoito: isto é, sob os carros, na garagem que é aberta. Minha filha acha que ele acostumou-se a ficar debaixo de carros quando era habitante

de rua. Eram o seu teto; viciouse em cheirar óleo, etanol, gasolina, borracha de pneus. Se sumir, vou procurá-lo em alguma oficina mecânica. O Chicão, embora da mesma raça, na sua carteirinha de saúde está escrito "SRD”", ou Sem Raça Definida, como o Fedegoso. Sabe-se que a raça deles é super-definida, ambos são vira-latas puros de nascença; o Chicão, como eu dizia, embora da mesma raça é de outra raça. É grandão e desajeitado para os padrões de quem estava habituado ao Fedegoso, tem um vozeirão – mas é amigável, brincalhão ao extremo adora a companhia humana e despreza a raça canina. le não é um cão, ou não sabe que é, ou se sabe não concorda, como está mais do que demonstrado à minha família inteira, incluindo as netinhas, a quem observa com um ar blasé e certo distanciamento brechtiano. Foi abandonado perto da portaria do condomínio em que moro, onde já residia, por invasão, outro Sem-Teto, um enfezadinho mestiço poodle, o Mau Elemento, alimentado escondido pelo porteiro, com ração doada por minha filha, que acabou sendo adotado. Minha filha autonomeou-se “tia” do Chicão e um dia pegou a guia e levou-o a pé, para

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tomar banho e consultar o veterinário para as necessárias vacinas. É uma longa caminhada e ela descobriu que o Chicão era educado, treinado a andar na guia, não puxava, não rosnava para as pessoas, a cauda amistosamente balançando para todo mundo, de extrema gentileza e mansidão com as crianças. Não parecia rir, como o Fedegoso; o Chicão ri. o examiná-lo, o veterinário notou que era castrado. Tudo indicava que era um cão cuidado por uma familia que, por motivos inexplicáveis, tinha-o abandonado perto da nossa portaria. Não digo que o Chicão só falta falar. Não falta; ele fala. Falou comigo quando minha filha resolveu adotá-lo de vez. Não sossega enquanto não digo bom dia a ele todas as manhãs, exige com divertida insistência o biscoito de boa noite, o mesmo que o

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Fedegoso ganha e emburra quando recuso de mentirinha. Vizinhos de condomínio resolveram despejá-lo da portaria e a administradora falou : "A gente põe ele num carro e solta na Raposa Tavares". Minha filha chegou aos prantos em casa dizendo: "Poxa, aceitem o Chico, é só um prato de ração a mais e um pouco de carinho". E enfática, colocando todo o peso do mundo na palavra “eu”, pronunciada em letras maiúsculas, comprometeu-se: “EU cuido dele”. Alguém já enfrentou uma filha aos prantos ? Então sabe o que estou falando. E sabe o resultado. O Chicão mudou-se para minha casa. Tem casinha (casinha ? casona, como disse ele é grandão) plano de saúde, bolsa-alimentação, aposentadoria e spa garantidos. Eu e minha mulher apanhamos barbaridade para

pingar o remédio da otite no ouvido dele. Ao "só um prato de ração a mais", acrescente uvas moscatel, abacate, mamão, pera, maçã e manga, que o lorde aprendeu a comer de sobremesa ou no café da manhã e não dispensa. a minha filha, a que cuidaria do Chicão ? Vai bem, obrigado, nos Estados Unidos, ralando o couro (coitada) para o seu Doutorado em Genética, volta lá pelo meio do ano. De vez em quando manda um e-mail perguntando: “E aí, o Chico tá se comportando ? Sente a minha falta ?` Gosto de cães porque sei o que fazem quando encontram o Poste. "GOLEIRO TODO MUNDO TEM; ROGÉRIO CEM SÓ O SÃO PAULO TEM !" (Voz rouca das gerais, arquibancadas, numeradas e camarotes ).

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NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.GERAL

gibaum@gibaum.com.br

No velório de José Alencar, José Dirceu ficou logo atrás do ministro Gilmar Mendes, do Supremo, que julgará o mensalão.

k Eu limpo meu nariz com cotonete porque meu dedo não entra no nariz.

Negociador discreto 333 Nos funerais do ex-vicepresidente José Alencar, quem teve o cuidado de manter total discrição, foi o deputado federal Valdemar Costa Neto (PL-SP) que, em 2002, no apartamento do deputado Paulo Rocha, com a presença de Lula, José Dirceu, Delúbio Soares e o próprio Alencar, negociou a entrada do nome do empresário mineiro na chapa do petista. Numa entrevista de 2005, o próprio Valdemar confirmava que chegou ao apartamento “pedindo R$ 20 milhões, baixou para R$ 15 milhões e levou menos de R$ 10 milhões”, supostamente para seu partido. Valdemar foi um dos primeiros mensaleiros denunciados, cara a cara, por Roberto Jefferson.

PÃO DOCE Não chega a ser novidade: quase sempre aos sábados, Eike Batista, maior bilionário brasileiro, gosta de fazer suas comprinhas num supermercado dobairrodoLeblon,noRio,com direito a uma esticada numa padaria chamada Rio-Lisboa. Lá, compra pães doces e, dependendo,outras guloseimas. E vai sempre acompanhado por três seguranças: dois ficam na portae um,dentro,acompanhao bilionáriodelonge.Na semana passada, Eike cruzou com Maria Fernanda Coelho, que já havia se desligado da Caixa Econômica Federal. Antes, ela também ia acompanhada por um segurança. Desta vez, estava só – e segundo ela, “livre, leve e solta”. 333

Olho em Delúbio 333 Mesmo afastado, temporariamente, da presidência nacional do PT, por problemas de saúde, José Eduardo Dutra acompanha o movimento de corrente majoritária do PT, chamada Construindo o Novo Brasil, que pretende apresentar na reunião de abril do Diretório Nacional a volta de Delúbio Soares, o tesoureiro do mensalão , aos quadros do partido. Dutra, um dos “três porquinhos” de Dilma, sabe que, se Delúbio conseguir vitória na reunião, as seqüelas para o governo poderão ser colossais. Mais: se achar que esse bloco tem chances de ganhar, tira o assunto da pauta.

ATÉ PASTORES 333 A TV Brasil não significa prioridade para a presidente Dilma Rousseff que, aliás, não está disposta a fazer nenhum outro grande investimento lá. Desde seu lançamento, a emissora jamais conseguiu sair do traço. Agora, depois de uma polêmica sobre a transmissão de missas aos sábados e domingos,acúpuladaTVBrasil resolveu fazer exatamente o contrário. Ou seja: mantém as missas e abre espaço para as igrejas evangélicas. O único problema é como ganhar dinheiro com os evangélicos, oficialmente, de madrugada, como fazem muitas emissoras da TV aberta e mesmo fechada.

MARIA MELILO // vencedora do BBB11 e que levou R$ 1,5 milhão, revelando tópico de sua filosofia de vida.

333 Quem foi à noite de solidariedade organizada por Xuxa Meneghel (primeira foto à esquerda), que tratou de dar uma mordida no bolo de seu aniversário (48 anos), e a primeira-dama de São Paulo, Maria Lucia Alckmin (segunda foto), no Palácio dos Bandeirantes, pagou R$ 10 mil por uma mesa, fez lances no leilão (o vestido de Xuxa usado na noite foi arrematado por R$ 240 mil) e ajudou a arrecadar R$ 2 milhões, que serão repartidos entre a fundação de Xuxa e o Hospital do Câncer de Barretos. Também lá, Hebe Camargo (terceira foto), que pagou R$ 200 mil pelo violão de Victor (da dupla Victor e Léo), mais Guilhermina Guinle (quarta foto) e o padre Fábio de Mello (direita).

Noite de caridade

333 Especialistas em oncologia e administração hospitalar estimam que, nos últimos treze anos, desde sua primeira cirurgia, incluindo-se pequeno período que recorreu a seu plano de saúde (durante o tempo em que ocupou a VicePresidência do país nunca usou dinheiro do governo), José Alencar, que pagou tudo do próprio bolso, tenha gastado mais de R$ 10 milhões, ou cerca de R$ 800 mil por ano, em média (fora viagens). Só para efeito de comparação: hoje, no Hospital das Clínicas de São Paulo, 120 pacientes da Oncologia, portadores de câncer no intestino, colón e reto, em estado avançado, aguardam na fila uma vaga na cirurgia. É uma média que vem se registrando nos últimos dois anos.

Brasil real

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MAIS: e um pouco atrás estava Roberto Gurgel, procurador-geral da República, que ele acha que pedirá sua condenação.

333 “Ser submissa no quarto é muito divertido. Você pode ser feminina e ter alguém macho tomando conta de tudo. Isso é divertido para mim: eu gosto de levar uns tapas”. A confissão é da cantora Rihanna, capa (destaque) e recheio da Rolling Stone norte-americana, onde sua matéria tem como título Queen of Pain. Seu novo single S&M, que fala sobre sadomasoquismo começa a emplacar e Rihanna, que estará no Brasil em setembro para o Rock in Rio, fala sobre o ex-namorado Chris Brown, que vivia batendo nela. “Não quero dificultar a carreira dele, o que não significa que devemos nos falar”.

Gostade uns tapas

Novo par Quem diria: o jogador Dentinho, do Corinthians, que fez uma participação especial no filme Bruna Surfistinha, está namorando Daniela Souza, a conhecida Mulher Samambaia, ex-integrante do programa Pânico na TV e agora, repórter do Tudo é Possível, da Record. Os amigos chegados fazem brincadeirinhas, lembrando velha expressão popular que, diante de determinadas circunstâncias, dizia “juntou a fome com a vontade de comer”. 333

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Escarpins tricolores.

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Escarpins de uma cor só.

Filósofo da moda Quem vem a São Paulo, como conferencista da sexta edição do projeto Fronteiras do Pensamento (Casa do Saber), é o filósofo francês Luc Ferry, autor do bestseller Aprendendo a Viver (1 e 2), que lançou mais recentemente A Revolução do Amor – Por uma Espiritualidade Laica. Ferry integra um grupo de pensadores franceses que, hoje, fazem estudos, projeções e estimativas do que será a França no futuro. Ele acha que “o cristianismo deu certo porque é a única religião que nos promete alguma coisa” e defende a idéia de que “o sacrifício coletivo sumiu”, perguntando: “Quem quer hoje, no Ocidente, morrer por Deus, pela pátria ou pela revolução?” E aposta: “Quase ninguém”. 333

1° de Abril

Nova fonte 333 Alguns artistas brasileiros e especialmente duplas de sertanejos (estima-se que o país tenha, hoje, mais de 200) estão vendendo um novo tipo de faturamento: marcam determinado local, onde posam para fotografias ao lado dos fãs, o que dura, em média, menos de cinco minutos. Dependendo da atração, pode custar de R$ 500 a R$ 700. Outros também estão vendendo encontros de 45 minutos, durante um almoço com direito a uma pergunta (mais foto, claro). Aí, é mais caro: pelo menos R$ 1.200, correndo o almoço por conta da admiradora. Alguns tem fila de espera e outros, fazem sorteio. Já garotas que aparecem em revistas masculinas possuem agenciadores que vão direto ao que interessa.

São Valério

BEIJO TÉCNICO? Novo projeto da Globo é um remake da novela O Astro, de Janete Clair, de 1977, quando os capítulos finais pararam o Brasilporque todomundoqueria saber “quem havia matado Salomão Ayala”, personagem vivido, na época, por Dionísio Azevedo.DanielFilho,quedirigiu a novela, interpretará Salomão Ayala, ao lado de Regina Duarte. Dia desses, eles se encontraram noprojeto HistóriadaTelenovela eDaniellembrou que“oprimeiro beijo técnico de Regina Duarte foi nele”, na novela Deusa Vencida. Aí, Regina estrilou: “Como assim, beijo técnico? Não entendi”. E gargalhou. 333

MISTURA FINA O GRUPO português Pestana, que tem hotéis no Brasil, prepara o desembarque no país da EuroAtlantic Airways especializada em leasing de aeronaves e tratamento para operadores turísticos. 333

333 A MORTE de José Alencar acabou atrapalhando os planos de Dilma Rousseff de esticar a viagem a Portugal, dando um pulo até a Grécia neste fim de semana. Ela queria passar o 31 de março, longe dos repórteres e das celebrações que aconteceram em vários quartéis do país, mesmo a data tendo sido retirada do calendário oficial das Forças Armadas.

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Fotos: Paula Lima

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Giba Um

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sexta-feira, 1 de abril de 2011

ANTES e depois do lançamento da animação Rio, quem circulava sozinho pelo Rio de Janeiro era o ator Jesse Eisenberg, que concorreu ao Oscar pelo filme Rede Social, no qual interpreta Mark Zuckerberg, o criador do Facebook. Quando ia à praia, usava camisa, boné e muito protetor solar (é muito branco). E também de boné, foi visto até almoçando num restaurante a quilo no Humaitá. 333

AINDA a biografia de José Sarney: nos últimos meses de seu governo, ele conta que os maiores ataques partiram de Fernando Collor, em campanha presidencial. Chamou Sarney de “corrupto, incompetente e safado” (Lula só chamou de “ladrão”) e chegou a dizer que mandaria prendê-lo e arrancar seu bigode. Hoje, a propósito, são bons parceiros e Collor compareceu no lançamento do livro, ao lado de Sarney e de Itamar Franco. 333

A PRESIDENTE Dilma está acertando com os ministérios e assessores direitos uma caravana nacional: quer percorrer os 27 Estados da Federação para inaugurar programas do governo. É a segunda fase do processo de “desencastelamento” da Chefe do Governo, que vive repetindo que “o Brasil não se limita a Brasília”.

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Colaboração: Paula Rodrigues,Alexandre Favero

Solução

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ilho de camponeses de Auvergne (França), Valério ingressou na vida religiosa após ler a Bíblia. Depois de fazer-se monge e sacerdote no convento da cidade, viajou pelo país pregando e convertendo pagãos e atraiu inúmeras vocações para a Igreja. Morreu em 619.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 1 de abril de 2011

5 BOLSONARO Deputado cria nova polêmica ao criticar ação do MEC contra homofobia

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REAÇÃO Para Cândido Vacarezza, Bolsonaro opina como "estúpido".

Bolsonaro: material do MEC é 'kit gay' Sergio Lima/Folhaparess

Para ele, iniciativas do ministério contra homofobia estimulam homossexualismo nas crianças

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m uma série de declarações polêmicas nos últimos dias, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) voltou à carga ontem e atacou iniciativas do Ministério da Educação (MEC). Em entrevista à rádio Estadão ESPN, ele criticou o que chamou de "kit gay para escolas de primeiro grau". "Atenção, pais: os seus filhos vão receber um kit que diz que é para combater a homofobia, mas que, na verdade, estimula o homossexualismo", disse, em referência a uma campanha preparada pelo MEC para combater o preconceito nas escolas. "Com a mentira de estar combatendo a homofobia, eles estão estimulando o homossexualismo e abrindo as portas para a pedofilia", afirmou. O deputado foi questionado novamente sobre de que forma agiria se tivesse um filho gay.

"Não corro esse risco. Eduquei muito bem meus filhos", afirmou durante a entrevista. Bolsonaro disse ainda que é contra a adoção de crianças por casais homossexuais. "Se qualquer um de nós for criado junto com homossexual, com certeza vai ser homossexual". Questionado sobre se tem medo de perder o mandato ou ser processado por suas declarações, disse: "Não estou preocupado em perder o mandato. Eu tenho imunidade para roubar ou para falar?". Golpe militar – À Estadão ESPN, fez saudação aos militares. "Hoje, 31 de março, me permita saudar os militares, (que) junto com a imprensa, a Igreja Católica, os trabalhadores e com as mulheres na rua, proporcionaram o 31 de Março (de 1964). Assim, não estamos hoje, aqui, cortando cana, como em Cuba". (AE)

Língua solta: "Com a mentira de combater a homofobia, eles estimulam o homossexualismo e abrem as portas para a pedofilia", diz Bolsonaro.

José Cruz/ABr - 03.02.2011

Vacarezza avalia o colega. E conclui que ele é um 'estúpido'.

Seminário aponta falta de representação da população negra

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líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), chamou de "estúpido" o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que em entrevista ao programa CQC, da TV Bandeirantes, chamou de "promiscuidade" a possibilidade de um filho seu ter relacionamento com uma mulher negra. Vaccarezza defendeu que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) faça um debate sobre os limites da imunidade parlamentar em casos como esse. Vaccarezza destacou que Jair Bolsonaro já falou por diversas vezes de forma preconceituosa, principalmente contra os homossexuais. "O Bolsonaro tem se caracte-

Vacarezza: pelo debate sobre limite da imunidade parlamentar

rizado como um deputado estúpido, mas ele foi eleito com esta estupidez." O líder do governo lembrou que os parlamentares têm direito à imunidade sobre o que falam e defendeu que o caso do colega seja debatido também pela CCJ, e não somente pelo Conselho de Ética.

"Eu acho que a imunidade parlamentar sobre o que ele fala é um dos pilares da democracia, e por isso acho que é preciso tomar uma decisão mais ampla. Não se pode deixar esse assunto restrito ao Conselho de Ética, é preciso fazer um debate na Comissão de Constituição e Justiça." (AE)

Deputado-pastor diz que África é continente amaldiçoado Para Marco Feliciano (PSC-SP), a Bíblia dá sustentação às maldições entre africanos

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a mesma semana em que as declarações do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) ao programa C QC , na B an d, provocaram reações no Congresso, outro parlamentar usou o Twitter para dizer que "os africanos são amaldiçoados". É o caso do pastor Marco Feliciano (PSCSP), deputado federal de primeiro mandato. Garante que a afirmação vem de um conhecimento teológico. Apresentando-se como afrodescentente, nega que seja racista. Os primeiros posts tratando do tema foram colocados anteontem na página do parlamentar no Twitter. Segundo ele, foi sua assessoria que colocou o "ensinamento" na internet, mas com seu aval. Entre outras frases, Feliciano diz na rede social que "sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, aids e ainda a fome." Ontem, ele retornou ao tema: "A maldição que Noé lança sobre seu neto, Canaã, respinga sobre o continente africano, daí a fome, pestes, doenças e as guerras étnicas!" Segundo o deputado, a Bíblia sustenta a teoria de que o continente africano foi amaldiçoado. O parlamentar afirma que, pela Bíblia, Cam, filho de Noé, "vê a nudez do pai" em um momento de embriaguez de Noé e ri. Quando Noé volta a si, ele chama Cam e seu neto

Luiz Aloe/Agência Câmara

Marco Feliciano se declara afrodescendente e nega que seja racista

Sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, doenças oriundas de lá: ebola, aids e ainda a fome. MARCO FELICIANO (PSC-SP) Canaã e joga uma maldição sobre o neto, que, posteriormente, seria o responsável por povoar o continente africano. Em entrevista por telefone, ontem, ao estadao.com.br, o deputado reafirmou as frases colocadas na rede social. Ele afirmou que tudo isso é um "ensinamento teológico avançado". Feliciano nega que seja racista

e diz que "ora pela África". "O problema do continente africano é espiritual e se vence com oração. Isso poderia ter acontecido com outro continente, mas foi lá. Eu apenas citei um texto que é teológico para quem quiser aprender. O resto é maldade das pessoas." Homossexuais – Feliciano também faz ataques a homossexuais. "A podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime, à rejeição", diz ele em um dos posts. O deputado afirma ainda que respeita os homossexuais, mas que é contra a "promiscuidade" que está sendo colocada diante de seus filhos. "Dentro de quatro paredes, eles têm liberdade, mas não podem querer que eu aceite um ato que é condenado pela Bíblia Sagrada", diz ele. (AE)

s ações afirmativas para a população negra não são apoiadas no Congresso Nacional, porque os negros não têm representatividade política. A afirmação é da assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Eliana Graça. Segundo ela, os parlamentares brasileiros reconhecem que existe uma falha no sistema de representação, porém acham que é algo natural para a sociedade. "Os congressistas não concordam com nenhuma proposta de ação afirmativa para que essa população negra, que está sub-representada, possa alcançar uma representatividade mais condizente. E não é só na questão do negro, é na questão dos indígenas e das mulheres", disse Eliana, ontem, durante o seminário Racismo, Igualdade e Políticas Públicas, em Brasília. Uma pesquisa da União dos Negros pela Igualdade (Unegro), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), revelou que a representação negra no novo Congresso aumentou. O número de deputados que se autodeclaram negros passou de 25 (5%), em 2007, para 43 (8,5%). No Senado, há apenas dois: Paulo Paim (PT-RS) e Magno Malta (PR-ES). (ABr)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, 1 de abril de 2011

Não se pode ouvir passivamente aquilo que a opinião pública, mediante a mídia, pensa do Judiciário. Cezar Peluso, presidente do STF

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Sergio Lima/Folhapress - 29.03.11

CÓDIGO FLORESTAL

Rebelo quer votação no começo de abril Relator do projeto lembra que 90% da matéria já está definida no texto

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Pressa: "Receberei até o início da próxima semana as últimas contribuições", diz Aldo Rebelo.

Comissão inspeciona usina de Jirau Análise local das condições de trabalho permitiria ao TRT definir sobre embargo

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ma comissão formada por representantes do Tribunal Regional do Trabalho de Rondônia e da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) – auxiliados por servidores da Usina Hidrelétrica Jirau – fizeram ontem uma inspeção surpresa ao local, para averiguar se procede ou não a Ação Civil Pública impetrada na quartafeira pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). A suspeita é de que alguns funcionários estejam dando continuidade à obra sem as condições adequadas para o trabalho. A ação do MPT foi definida após uma equipe de auditoresfiscais do Ministério do Trabalho constatar a inviabilidade temporária para o prosseguimento da obra na margem do Rio Madeira, onde incêndios e depredações foram provoca-

"Queremos saber se a obra está ou não funcionando, dando condições de trabalho, alojamento e alimentação. MAC-DONALD RIVERO JUNIOR dos em alojamentos, na área de lazer, lavanderia, farmácia e, também, em uma agência bancária. O que a comissão quer averiguar é se o ambiente de trabalho é satisfatório na outra margem do Rio Madeira. A suspeita é de que cerca de 4 mil trabalhadores residentes na região ainda estejam prestando serviços na margem, cujas instalações não foram afetadas pelos incêndios e depreda-

ções. Se a comissão confirmar a presença de trabalhadores no local, vai avaliar a situação em que se encontram. De acordo com o MPT, nos casos em que o empregador mantém alojados trabalhadores, há a necessidade de se "manter patamares mínimos" para a condução de uma obra. Para retomar as atividades na área onde houve o conflito, os inspetores avaliam ser imprescindível que a área de vivência seja restaurada dentro dos parâmetros estabelecidos. "Queremos saber se a obra está ou não funcionando de forma precária, dando condições de trabalho, alojamento e alimentação adequadas aos trabalhadores", disse ontem o secretário-geral da Presidência do TRT, Mac-Donald Rivero Junior. Só então o juiz Afrânio Viana Gonçalves decidirá se embarga a obra. (ABr)

Terceiro Pacto Republicano deve sair até final de maio Gaston Brito/Reuters - 30.03.11

O Cardozo: "Foi uma reunião em que fechamos o eixo do pacto, que é a questão do acesso e da modernização do sistema jurisdicional".

SECRETARIA DE COORDENAÇÃO DAS SUBPREFEITURAS NOTIFICAÇÃO O Subprefeito de Vila Maria/Vila Guilherme, ANTONIO DE PADUA PEROSA, em conformidade com o disposto no artº 5º, parágrafo 1º do Decreto 15.627/79 de 15/12/79 e item 2.4 da Portaria nº 022/SMSP/GAB/2005, notifica o proprietário do veículo abaixo relacionado a comparecer a esta Subprefeitura à Rua General Mendes nº 111, no prazo de 30 dias a contar da data desta publicação, para providenciar sua retirada, satisfeitas as exigências legais, sob pena de ser alienado por meio de leilão: TRANSPORTES FINK S.A. Placa LGU 5290 - Rio de Janeiro Chassi V007356 VW/VW 13.130 CAMINHÃO - MOD./FAB. 1984 - BRANCA Processo 2010-0.211.383-7

SECRETARIA DE COORDENAÇÃO DAS SUBPREFEITURAS NOTIFICAÇÃO O Subprefeito de Vila Maria/Vila Guilherme, ANTONIO DE PADUA PEROSA, em conformidade com o disposto no artº 5º, parágrafo 1º do Decreto 15.627/79 de 15/12/79 e item 2.4 da Portaria nº 022/SMSP/GAB/2005, notifica os proprietários dos veículos abaixo relacionados a comparecerem a esta Subprefeitura à Rua General Mendes nº 111, no prazo de 30 dias a contar da data desta publicação, para providenciarem sua retirada, satisfeitas as exigências legais, sob pena de serem alienados por meio de leilão: ELBIOS MESSIAS DO NASCIMENTO Placa GPC 8308 - CABREUVA Chassi 9BVNZGAA0CE602046 VOLVO/VOLVO N 12 - MOD./FAB. 1982 - BRANCA Processo 2011-0.013.208-9 LEANDRA EDUARDO CUSTODIO Placa CYY 0531 - SÃO PAULO Chassi 9BD14600003090343 FIAT/FIAT PREMIO CS 1.3 - MOD./FAB. 1986 - VERDE Processo 2011-0.022.669-5 SERGIO FILAND Placa BYB 0689 - SÃO PAULO Chassi 9BFZZZ33ZRP021897 FORD VERSAILLES 2.0 I GL - MOD./FAB. 1984 - BRANCA Processo 2011-0.022.666-0 BANCO ITAUCARD S.A. Placa JNU 4677 - MOGI DAS CRUZES Chassi 8AWZZZ6K2XA603146 IMP/VW POLO CLAS 1.8 MI - MOD./FAB. 1999 - PRATA Processo 2011-0.022.678-4

ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou ontem que o Terceiro Pacto Republicano deve sair até o dia 30 de maio. Ele se encontrou no início da tarde com o o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, que propôs a ideia na abertura do ano judiciário em fevereiro. Também participou do encontro o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. "Foi uma reunião muito positiva em que nós fechamos o eixo do pacto, que é a questão do acesso e da modernização do sistema jurisdicional brasileiro", disse Cardozo, lembrando que o foco é a agilização, o acesso à Justiça e ações contra a violência e o crime organizado. "Nós vamos fechar nesse pacto um conjunto de situações adequadas, neste momento, para que os Três Poderes possam pactuar. Nossa ideia é que até o dia 30 de maio nós possamos anunciar esse pacto”, disse José Eduardo Cardozo. Perguntado sobre a proposta de emenda à Constituição que pretende tornar as sentenças executáveis a partir de decisão de tribunais de segunda instância, a PEC dos Recursos, Cardozo afirmou que se trata de um dos pontos importantes que estão sendo discutidos. Durante a apresentação da ideia de Peluso na semana passada, no Rio de Janeiro, Cardozo considerou a proposta polêmica, mas que poderia ser integrada ao pacto após debate. (ABr)

deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), relator do substitutivo ao projeto de lei nº 1.876/99 – que cria um novo código florestal brasileiro –, está em intenso processo de negociação para chegar a um consenso e por o texto em votação logo no início de abril. "Creio que já avançamos em 90% da matéria", disse ontem o deputado. Pela manhã, Rebelo esteve reunido com equipes dos Ministérios da Agricultura (MAPA) e do Meio Ambiente (MMA), para debater os últimos pontos de divergência sobre o assunto. "Receberei até o início da próxima semana as últimas contribuições e fico à espera do presidente da Câmara para que possa ler o relatório em plenário", disse Rebelo. Há a expectativa de que o texto seja

apreciado no dia 5 de abril. Sob o comando da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), está sendo articulada uma manifestação que pretende reunir milhares de produtores rurais nesse dia na Esplanada dos Ministérios, para pressionar pela atualização do Código Florestal. O deputado disse que já está decidido a retirar do texto a proposta de que haja moratória de 5 anos para novos desmatamentos. A ideia é não fixar prazo, mas a exploração de novas áreas continuará sendo permitida somente depois do aval dos órgãos responsáveis. Segundo Rebelo, a moratória pouco atinge, por exemplo, São Paulo e Rio Grande do Sul, que já têm suas regiões agropecuárias consolidadas, mas pode gerar problemas para esta-

dos como Piauí, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso. "Estou decidido a retirar (a moratória)", disse Rebelo, ao participar de evento na sede da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), em Brasília. O deputado disse que, em relação a esse ponto, não há objeção do MMA. Rebelo disse também que avançam as negociações para reduzir a extensão da Área de P re s e r v a ç ã o P e r m a n e n t e (APP), que é a faixa de terra à beira dos rios, em 50% do que estava até agora previsto. A faixa mínima, de 15 metros para rios que tenham até 5 metros de extensão, cairia para 7,5 metros. Em relação a esse ponto, Rebelo admite que não há concordância do MMA, mas defende que essa retração seria necessária para proteger os pequenos produtores. (AE)

Santo Antonio: propostas em discussão

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epresentantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da construtora Odebrecht discutiram ontem propostas para serem levadas à assembleia dos trabalhadores da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, em Rondônia. Os operários estão parados há duas semanas, por causa da onda de protestos que começou no canteiro de obras

da Hidrelétrica Jirau, também no Rio Madeira. A expectativa, segundo o presidente da CUT, Arthur Henrique, é que os trabalhadores aceitem o que foi discutido ontem entre sindicalistas e empresários e encerrem a paralisação. "A expectativa é no sentido de que é possível retomar a obra", disse. A data da assembleia ainda não está definida.

Sindicalistas e empreiteira acertaram a antecipação do reajuste salarial de 5% para o mês de abril e o aumento do valor da cesta básica de R$ 100 para R$ 132. O reajuste definitivo seria discutido posteriormente na data-base, em maio. Santo Antônio e Jirau são as duas maiores obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). (ABr)

Judiciário deixou de julgar 1 milhão de processos em 2010 Número representa 5,8% das 17,1 milhões de novas ações no ano passado Fabio Pozzebom/ABr - 17.11.10

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evantamento divulgado ontem pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) mostra que o Judiciário deixou de julgar 1 milhão de processos iniciados em 2010, 5,8% das 17,1 milhões de novas ações do ano passado. Houve, ainda, aumento em 17% nas despesas de custeio. A meta estipulada pelo conselho era que 100% dos novos processos de 2010 fossem analisados. Segundo a pesquisa, o resultado foi puxado pelos tribunais estaduais, sendo que os tribunais superiores cumpriram a meta de julgar os processos apresentados no ano. O acúmulo de 2010 vai se somar aos mais de 86,5 milhões de processos acumulados.

Peluso: defesa da Justiça

Durante apresentação dos dados, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cezar Peluso, saiu em defesa do Judiciário. Argumentou que os números não podem ser analisados

friamente e responsabilizou o Executivo também pelo desempenho da Justiça. "Não é possível considerar os números de modo absoluto, é preciso perceber como eles espelham um trabalho que eu diria extraordinário da magistratura brasileira e a tentativa de resolver problemas que são praticamente insolúveis em curto prazo, que não dependem apenas do esforço da magistratura, mas de condições materiais nem sempre presentes e cuja responsabilidade não é do poder Judiciário", disse. Peluso ainda criticou a imprensa. "Não se pode ouvir passivamente aquilo que a opinião pública, mediante a mídia, pensa a respeito do Judiciário." (Folhapress)

André Coelho/AOG

O PODER DE BATOM – As senadoras Vanessa Grazziotin, Marta Suplicy, Ana Amélia e Gleise Holffman se divertem durante inauguração dos retratos das novas senadoras. A partir de agora, elas ocupam novo espaço na Galeria das Senadoras da República e entram, em maior número, para a história do Congresso Nacional.


p O último adeus do Brasil para Alencar DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 1 de abril de 2011

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Alencar foi o primeiro grande empresário a romper o preconceito contra um operário na Presidência Deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG)

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Em Belo Horizonte, o ex-vice-presidente da República é velado, cremado e recebe o carinho da família, políticos e de mais de 5 mil pessoas que foram se despedir dele Gustavo Andrade/AE

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om honras de chefe de Estado, o corpo do ex-vice-presidente da República, José Alencar, foi cremado no início da tarde de ontem, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Antes, o corpo foi velado em clima de emoção no saguão do Palácio da Liberdade em uma cerimônia aberta ao público, que reuniu familiares, autoridades, políticos e levou cerca de cinco mil pessoas a se despedirem de José Alencar. A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanharam o velório. Já a cremação foi reservada à família. As cinzas serão levadas para a capela de Nossa Senhora da Glória de Itamuri, distrito de Muriaé, onde Alencar havia nascido há 79 anos. Segundo a família, foi para atender um desejo do ex-vice-presidente que queria que as suas cinzas ficassem depositadas na igreja na qual foi batizado. Em Minas Gerais – Depois de passar a madrugada em Brasília, o corpo do ex-vicepresidente chegou a Belo Horizonte por volta das 9h15, em avião da força Aérea Brasileira (FAB). Seguiu em cortejo no modelo American LaFrance, de 1959, o mesmo veículo que transportou os corpos de Tancredo Neves (1985) e do ex-vice-presidente Aureliano Chaves (2003). Durante o trajeto, muitos aplausos, que se repetiram na abertura do caixão. A cerimônia começou com atraso de uma hora e meia. Lula, abatido, ficou sempre ao lado do caixão. Na saída, disse: "Ele foi muito mais que um vice. Era mais forte do que eu." Dilma brincava com as bisnetas do ex-vice-presidente, Maria e Manuela. A presidente não deu declarações e voltou para Brasília após o velório. Pé de ouvido – O que também chamou a atenção foi a longa conversa de pé de ouvido entre o ex-presidente e os senadores Aécio Neves (PSDB) e Itamar Franco (PPS). Lula elogiou a disposição de Itamar, dizendo que a volta à política lhe fez bem. Aécio retrucou dizendo que Lula é que estava bem, numa demonstração de que a vida longe do poder também pode ser boa. O petista respondeu que já programou uma série de viagens pelo país porque, para ele, "ficar em casa é mortal." O calor intenso no saguão do Palácio da Liberdade, um prédio de estilo eclético de 1897,

que já foi sede do governo mineiro e hoje é reservado para solenidades oficiais, fez com que, durante a missa de corpo presente, a ex-primeira-dama Marisa Letícia, Aécio Neves e Bárbara, neta de Alencar, passassem mal. Mas os três, após atendimento médico no local, se recuperaram. E m oç ã o – A viúva Mariza Gomes da Silva, visivelmente abatida pela maratona que começou logo após a morte do marido, estava cercada pelos familiares. O governador Antonio Anastasia (PSDB) colocou à disposição uma sala nos fundos do palácio. Foi lá que Lula e Dilma se despediram de Mariza. Quando a cerimônia foi fechada, às 13h30, ainda havia cerca de duas mil pessoas concentradas na Praça da Liberdade. Pelo menos a metade delas estava na fila, mas não pode Léo Lara/AE

Marcos de Paula/AE

O corpo de José Alencar é levado pelos Dragões da Independência, com todas as honras de chefe de Estado, enquanto a multidão se aglomera do lado de fora do Palácio da Liberdade para o último adeus. Dentro do saguão, entre familiares e políticos, a presidente Dilma Rousseff permanece quieta e o ex-presidente Lula se esforça para não chorar mais uma vez.

dar o último adeus. O momento mais emocionante da cerimônia ocorreu após o fechamento do caixão. Parentes se reuniram em torno do corpo e fizeram orações. Do Palácio da Liberdade, o féretro seguiu em uma limusine Cadilac 1974 até o cemitério Parque Renascer, sendo recebido ao som da marcha fúnebre, tocada pela banda do Exército. Agradecimento –Toda a cerimônia ocorreu com honrarias de chefe de Estado, inclusive salvas de tiros de fuzis e de obuses levados do 4º Grupo de Artilharia de Campanha do Exército Brasileiro (EB), em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, para Contagem. Após a cremação, o filho Josué Gomes da Silva, herdeiro no comando da Coteminas, disse que a família estava comovida com o apoio recebido de todas as correntes políticas. A irmã de Alencar, Cecília Peres da Silva Freire, revelou que "ele morreu lúcido, sabendo que estava dando um passo para outra vida", e se foi com um "obrigado Brasil". (Agências)

Andre Dusek

Dilma chega calada e vai embora sem falar nada

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presidente Dilma Rousseff chegou e saiu do velório do expresidente José Alencar sem dar nenhuma declaração, mas enquanto esteve no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, dedicou atenção à família, especialmente à bisneta de Alencar, Maria, com quem mais conversou. No saguão nobre, dividiram o espaço o senador Itamar Franco (PPSMG) e os presidentes do Senado, José Sarney (PMDBAP), e da Câmara, Marco Maia (PT-RS), além do ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio. Patrus Ananias, ex-ministro de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, classificou o ex-vice-presidente como "referência" pela "vida magnífica" que le-

Cremação gera suspeita com ação de paternidade Especulação, contestada pela família, circulou durante velório em Belo Horizonte

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decisão da família de José Alencar pela cremação do seu corpo coloca em evidência a ação judicial movida pela professora aposentada Rosemary de Morais, de 55 anos, para ser reconhecida como filha do ex-vicepresidente da República. A família alega que atendeu a um pedido de Alencar, mas no velório, ontem em Belo Horizonte, circulou a informação de que o corpo poderia ser enterrado e não cremado. Os funcionários do Cemitério do Bonfim, na capital mineira, chegaram a ficar de prontidão no Palácio da Liberdade. Esses fatos foram suficientes para que se especulasse que a decisão pela cremação poderia levar à anulação da possibilidade de prova material por

meio do exame de DNA. A situação gerou mal-estar entre os familiares. Rosemary, que mora em Caratinga (MG), desistiu de ir ao velório, com receio de passar "por uma intrusa", como disse. "Penso que é um direito deles. O certo seria colher material genético antes da cremação. Não sou eu que tenho de provar, são eles." Rosemary confirmou que não foi ao velório "para não dar motivo, para não atrapalhar, para dizer que fui atrás de mídia. Estou quieta no meu canto", afirmou. O advogado que a defende, Geraldo Jordan de Souza Júnior, disse que caberia à família de Alencar fazer a reserva do material para contestar a alegação de paternidade, uma vez que Rosemary foi declara-

da filha legítima pelo juiz José Antônio de Oliveira Cordeiro, da Vara Cível de Caratinga. Após a cremação, Antônio Gomes da Silva, irmão de Alencar, negou qualquer vínculo entre a cremação e a ação de paternidade. "De jeito nenhum", reagiu. "Foi uma decisão que tinha de partir da mulher e dos filhos. Tem que consultar todos." Quem também negou qualquer relação foi o sobrinho Rodrigo Guarçoni. "Não tem. Esse é um assunto que está na Justiça. A nossa posição é a do doutor Alencar", disse. Durante o processo, o ex-vice recusou conceder material genético. O fato foi considerado pelo juiz como presunção de paternidade. A defesa recorreu e o processo corre sob sigilo. (AE)

vou. Patrus lembrou ainda que quando disputou a prefeitura de Belo Horizonte, em 1992, pelo PT, Alencar era presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIemg) e promoveu debates com todos os candidatos. "Ele quebrou a desconfiança recíproca entre meu partido e os empresários. Ganhou um lugar definitivo na história de Minas, do Brasil e no coração dos brasileiros", disse. O presidente do PT mineiro, deputado federal Reginaldo Lopes, confirmou o papel dele na aproximação de petistas com empresários e industriais. "Alencar foi o primeiro grande empresário a romper o preconceito contra um operário na Presidência", disse ao aceitar ser vice de Lula. (AE)

O convite que o vice não pôde aceitar

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lguns dias antes de morrer, o ex-vicepresidente José Alencar comentou, em tom de brincadeira, no Hospital Sírio-Libanês, onde ficou internado, que o expresidente Luiz Inácio Lula da Silva o havia convidado para ser vice novamente em 2018. "O Lula me convidou para ser vice, então, os médicos vão ter de me segurar por mais oito anos", disse Alencar segundo relato emocionado do ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral. O ministro lembrou, ontem à noite, em conversa no Palácio do Planalto, que Lula e Alencar passavam horas conversando e sempre pediam aos

Carvalho: horas de papo e goró.

auxiliares que trouxessem um "goró", uma bebida. Carvalho avaliou que a reação emocionada de Lula no velório de Alencar, especialmente em Brasília, mostrou a força da parceria deles durante os oito anos de governo. "Alencar foi mais do que um vicepresidente, foi um companheiro testado nas horas mais duras, foi a pessoa que estava mais perto do Lula nessas horas", revelou Carvalho. (AE)


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sexta-feira, 1 de abril de 2011

nternacional

Aris Messinis/AFP

UM TIRO CERTEIRO Deserção de chanceler gera efeito dominó e outros aliados de Kadafi abandonam o regime líbio

Insurgentes lançam foguetes contra forças de Kadafi, a 20 quiilômetros de Brega, no leste da Líbia. O recuo dos rebeldes fez aumentar a pressão para que seja fornecido equipamento militar pesado. Mahmud Hams/AFP

U

m dia após o chanceler de Muamar Kadafi, Moussa Koussa, renunciar ao cargo ao chegar ao Reino Unido, outros aliados próximos ao líder líbio decidiram abandonar o regime. Entre os desertores estaria Ali Abdussalam Treki, um outro ex-chanceler. Para o ex-ministro da Imigração líbio Ali Errishi, o regime de Kadafi está "com os dias contados". Em entrevista à emissora de televisão France 24, Errishi disse que "este é o fim". "É um revés para o regime e outros se seguirão", previu. "Eu sempre disse que éramos todos reféns em Trípoli", disse o ex-ministro, que abandonou o regime pouco

após o início do levante contra o regime, em meados de fevereiro. "Kadafi não tem mais ninguém. É só ele e seus filhos." Segundo o jornal britânico The Guardian, um assessor do filho de Kadafi, Saif al Islam, foi para o Reino Unido negociar um entendimento. Funcionários das potências dizem, sob anonimato, que o ditador propõe que um filho seu o substitua no cargo durante eventual transição. Deserção - Apesar das negociações, aliados continuam a deixar o governo de Kadafi. O ex-chanceler Treki havia sido designado pelo ditador para representar a Líbia na ONU após a renúncia da missão líbia

SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA E DESENVOLVIMENTO SOCIAL COMUNICADO A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social - SMADS comunica que, a partir de 01/04/11, na Seção Técnica de Licitações e Contratos, na Rua Líbero Badaró, 561/569 - 5º andar - Centro - São Paulo, das 09:00 às 17:00 horas, fone para informações: 3291-9712, estará à disposição dos interessados o respectivo caderno de licitação para consulta e aquisição, até o último dia útil anterior à data designada para a sessão de abertura do aludido certame e no endereço eletrônico da Prefeitura Municipal de São Paulo: http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br: PREGÃO 06/SMADS/2011 Proc. 2011-0.032.581-2. OBJETO: Contratação de empresa especializada em serviços de limpeza, asseio e conservação predial para atendimento nos seguintes equipamentos de SMADS: LOTE 1: CAS/NORTE, LOTE 2: CAS/SUDESTE, LOTE 3: CAS/SUL, LOTE 4: CAS/CENTRO-OESTE, LOTE 5: CAS/LESTE e LOTE 6: SMADS - GABINETE/ COMAS/GESTÃO DE BENEFÍCIOS/SUPERVISÃO DE EVENTOS FUNCIONAIS/ ALMOXARIFADO/CAPE. SESSÃO DE RECEBIMENTO E ABERTURA DOS ENVELOPES: 15/04/11 às 10:30 horas. CUSTO DO CADERNO: R$ 0,15 por folha.

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO - SEMPLA COORDENADORIA DE GESTÃO DE BENS E SERVIÇOS-COBES Acha-se aberta licitação na modalidade PREGÃO PRESENCIAL N° 001/2011 COBES - Processo Administrativo nº 2008-0.191.839-8, que tem por objeto CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA EM MEDICINA E SEGURANÇA DO TRABALHO PARA IMPLANTAÇÃO DE PROJETO PILOTO DE SERVIÇOS DE SAÚDE DO SERVIDOR, ABRANGENDO A REALIZAÇÃO DE EXAMES CLÍNICOS E LABORATORIAIS, DE ACORDO COM O PCMSO, REALIZAÇÃO DE PALESTRAS, AVALIAÇÃO DE RISCOS E ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS. A abertura será procedida pela CPL-3, no dia 14/04/2011 às 10:00 horas. O Edital e seus anexos poderão ser adquiridos pelas interessadas no horário das 09h30 às 15h30, até o último dia útil que anteceder a abertura, mediante o recolhimento aos cofres públicos da importância de R$ 0,15 (quinze centavos) por folha, por meio da DAMSP que será fornecida no DGSS.21, na Rua Líbero Badaró, 425 - 3º andar, Centro - São Paulo/SP, ou através da Internet pelos sites http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br e www.comprasnet.gov.br.

na organização. Na quarta-feira, foi anunciado que o exchanceler da Nicarágua Miguel D'Escoto deve representar o país na ONU. Em comunicado, Treki se recusou a assumir qualquer posição oficial e condenou o "derramamento de sangue". Ele defendeu um diálogo nacional para discutir as aspirações líbias. A rede de TV Al-Jazeera informou na noite de ontem que "um número de pessoas" próximas a Kadafi deixou a Líbia com destino à Tunísia, um dia depois de o chanceler líbio, Moussa Koussa, ter renunciado. Citando fontes não-identificadas, a Al-Jazeera afirmou que o grupo incluía o presidente da empresa nacional de petróleo, Shokri Ghanem; o porta-voz do Congresso Geral do Povo, Mohamed Abdul Qasim alZwai; o chefe de inteligência estrangeira, Abuzeid Dorda; e Abdelati al-Obaidi, um alto diplomata encarregado de assuntos europeus. Um porta-voz do governo líbio não estava disponível de imediato para comentar. O governo da Líbia reconhec e u a p e n a s a re n ú n c i a d e Koussa. "Esta é uma luta por toda a nação. Não depende de indivíduos ou funcionários", independentemente de seus cargos, disse o porta-voz do governo Mussa Ibrahim. I mu n id a de - Koussa chegou na quarta-feira a Londres, vindo da Tunísia. Ele disse que deixou seu posto e viajou "por sua própria vontade", segundo a chancelaria britânica. O ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, disse ontem que Koussa não recebeu imunidade. O líbio já foi chefe do serviço de inteligência de Kadafi e apontado como culpado por atrocidades como o atentado contra um Boeing 747 em 1988, em Lockerbie, na Escócia. (Agências)

Desorganização e falta de treinamento impedem que rebeldes avancem, apesar da ajuda internacional.

Otan assume. Mas rejeita armar rebeldes líbios. Kadafi alerta para 'guerra fora de controle'

A

Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) assumiu ontem o comando das operações internacionais na Líbia e rejeitou publicamente a ideia de armar rebeldes – opção considerada pelo presidente norteamericano, Barack Obama. A aliança assume o posto que foi dos Estados Unidos e lidera agora as forças na operação Protetor Unificado. A ideia é manter a zona de restrição aérea, além de manter os ataques às forças do ditador líbio, Muamar Kadafi, e proteger os civis. Ontem, o líder líbio fez um alerta às potências ocidentais ao afirmar que elas desencadearam uma guerra entre cristãos e muçulmanos que pode fugir do controle. "Se continuarem, o mundo vai mergulhar em uma guerra

de cruzada real. Eles iniciaram algo perigoso que não pode ser controlado e que fugirá ao controle deles", disse um texto de Kadafi lido na televisão estatal. "Os líderes que decidiram lançar uma guerra de cruzada... e que mataram... números enormes de civis na Líbia enlouqueceram com o poder e querem impor a lei da força sobre a força da lei," dizia o texto. Proteção - O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, lembrou ontem que a aliança está no país para proteger os líbios e reiterou que é contra a ideia de fornecer armas aos rebeldes líbios. "Nós estamos lá para proteger o povo líbio, não para armar o povo", declarou Rasmussen. "Até onde a Otan sabe, e eu falo em nome da Otan, vamos nos concentrar no con-

trole do embargo de armas e o objetivo claro de um embargo de armas é interromper o fluxo de armas no país", completou. A Otan assume as operações na Líbia em um momento sensível – as tropas de Kadafi estão recuperando cidades que os insurgentes haviam tomado nos últimos dias, após mais de uma semana de bombardeios desfechados por aviões da coalizão internacional. O recuo dos insurgentes em direção a Benghazi, no leste da Líbia, fez aumentar a pressão para que seja fornecido equipamento militar pesado aos opositores. Armar os rebeldes poderia ser uma forma de "equilibrar" as forças da batalha, embora muitos questionem se é seguro dar armas a grupos desconhecidos e o que aconteceria com estas armas após a guerra. (Agências)


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sexta-feira, 1 de abril de 2011

9 O jogo acabou. O primeiro-ministro do governo formado por Ouattara, Guillaume Soro.

nternacional

at/AFP Al-Zayy Yasser

Chanceler kuwaitiano em apuros

Ditador sírio tenta ganhar tempo Assad cria comitês e lança investigações para apaziguar fúria de manifestantes

Cresce instabilidade no Kuwait

O

gabinete do Kuwait renunciou ontem em uma estratégia para "salvar" três ministros membros da família governista Al-Sabah de um processo no Parlamento. A renúncia ocorre em meio a pedidos por reformas que ecoam a onda de revoltas no mundo árabe. O Parlamento do Kuwait pressionava para questionar os ministros por várias acusações, como corrupção e incompetência. O ministro das Relações Exteriores, xeque Mohammed AlSabah, também foi convocado para esclarecer seu trabalho. A renúncia pode estar ligada à tensão sectária na região do Golfo, onde os países do Conselho de Cooperação do Golfo apoiaram a monarquia sunita do Bahrein durante os protestos da população – de maioria xiita. O jornal Al Watan, de propriedade da família, disse que o chanceler não enfrentaria questões no Parlamento que poderiam provocar sectarismo. (Agências)

Jean-Philippe Ksiazek/AFP

Fronteiras fechadas na Costa do Marfim Intensos confrontos entre dois presidentes isolam país

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Kambou SIA/AFP - 17/12/10

Milícias de Gbagbo patrulham ruas de Abidjã, antes da chegada das forças de seu rival. O líder de facto se recusa a deixar o poder (acima).

presidente eleito da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, fechou as fronteiras do país e decretou toque de recolher em Abidjã, a principal cidade do país africano, ontem. As medidas foram anunciadas em meio a violentos confrontos entre forças de Ouattara, líder reconhecido pela comunidade internacional, e as do presidente de facto, Laurent Gbagbo, que se recusa a deixar o cargo apesar de ter perdido as eleições de novembro passado. Cerca de 500 marfinenses foram mortos em confrontos desde o início da disputa política no país, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). O governo de Ouattara, até o momento bloqueado em um hotel de Abidjã, anunciou um toque de recolher à noite, por três dias, e ordenou o fechamento das fronteiras marítima, terrestre e aérea até nova decisão, segundo um comunicado de seu Ministério do Interior. Os disparos começaram em Abidjã pouco depois de as for-

PRODUTOS DO JAPÃO EM XEQUE

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governo brasileiro adotou critérios mais rigorosos para a entrada de alimentos importados do Japão no país. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Agricultura, os produtos alimentícios japoneses deverão apresentar uma declaração de autoridades sanitárias japonesas de que não contêm índices de radioatividade acima do normal. A nova regra será adotada para produtos colhidos ou fabricados após o incidente no Japão. As autoridades brasileiras afirmam, no entanto, que o risco de contaminação é pequeno. Radiação- O Japão pode ampliar a área de isolamento no entorno da usina de Fukushima, depois que a Agência Internacional de Energia Atômica

Kim Kyung-Hoon/Reuters

Bebê com 17 dias de vida faz exame de radiação, em Fukushima.

(AIEA) reportou níveis de radiação duas vezes maiores que o necessário para o esvaziamento da área em uma vila fora dos 30 quilômetros. Segundo auto-

ridades, há pouco mais de cem pessoas vivendo no raio de um quilômetro detectado com radiação acima do permitido pela AIEA. (Agências)

ças de Ouattara terem chegado à cidade. Moradores relataram que tiroteios ocorreram nas regiões central e sul e nas imediações da TV estatal. Os apoiadores do líder eleito avançaram em diversas direções, enquanto unidades de elite de Gbagbo tomaram posições em torno do palácio presidencial. A França – país do qual os

marfinenses se tornaram independentes em 1960 – deslocou soldados para proteger estrangeiros, e mantenedores de paz da ONU assumiram o controle do aeroporto de Abidjã. Segundo a ONU, foram confirmadas as mortes de 494 pessoas no conflito desde que o impasse começou, após as eleições de novembro. (Agências)

O

presidente da Síria, Bashar al-Assad, que enfrenta uma onda de manifestações pedindo mais liberdades, criou um comitê para estudar a substituição da lei de emergência, em vigor há décadas, por uma legislação antiterrorismo, informou a imprensa estatal ontem. O comitê vai estudar e redigir uma "legislação, incluindo a proteção da segurança da nação e da dignidade dos cidadãos, e o combate ao terrorismo, abrindo o caminho para a revogação da lei de emergência", em vigor desde 1963, disse a agência de notícias estatal Sana. O comitê vai concluir seu trabalho até 25 de abril, acrescentou a agência, sem dar maiores detalhes. A revogação da lei de emergência, usada há décadas para sufocar qualquer oposição ao governo monolítico do partido Baath, vem sendo uma reivindicação central dos manifestantes, que já fizeram duas semanas de protestos nos quais mais de 60 pessoas foram mortas. Na semana passada, autoridades sírias disseram que foi tomada a decisão de abolir a legislação de emergência. Mas na quarta-feira, nas primeiras declarações públicas que deu desde o início da onda de protestos, Assad não fez referência à rescisão da lei nem a um cronograma para as reformas sugeridas, incluindo a legislação sobre partidos políticos, liberdade de imprensa e combate à corrupção. C o n ce s s õ e s - Para apaziguar a oposição, o governo sírio também lançou ontem uma investigação imediata sobre as mortes de "civis e tropas" em Deraa e Latakia, duas cidades focos de protestos no país. Além disso, outro comitê foi montado para avaliar a concessão de cidadania síria a 250 mil curdos que vivem no norte do país – uma antiga demanda da minoria étnica que vive em um país com maioria árabe. Desconfiança - O anúncio de ontem dificilmente irá convencer os céticos. "Em nossa parte do mundo, quando você cria um comitê isso significa que você quer enterrar uma questão", disse Hilal Khashan, professor de ciência política da Universidade Americana de Beirute. "Ele (Assad) está querendo comprar tempo". (Agências)


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sexta-feira, 1 de abril de 2011

REDES SOCIAIS Polícia acha que Orkut e Facebook expõem mais do que o desenho.

idades

PIONEIRO Primeiro adesivo foi homenagem de designer à esposa, em 2005.

A Família Feliz pode ter até jabuti, cachorro, gato e passarinho.

Família Feliz agora tem guarda-costas Os adesivos que viraram febre em São Paulo entram numa nova fase: para rebater o argumento de que eles atraem ladrões, descartado até pela polícia, o designer Germano Spadin, pioneiro dos decalques, decidiu criar bonequinhos que representam seguranças de cara feia e de terno preto. Além disso, a pedida, agora, é personalizar os adesivos, mas sem nomes nem qualquer outra informação de caráter pessoal. Marisa Folgato

Guarda-costa de cara feia 1

Guarda-costa de cara feia 2 Zé Carlos Barreta/Hype

L

ugar de guarda-costas (aqueles grandalhões de terno, gravata e óculos escuros) é na traseira do carro. Ou melhor, do lado de fora e bem colados na lataria. Essa é a nova onda de adesivos feitos para "proteger" os bonequinhos colantes que representam membros da família e viraram febre entre os paulistanos. "Criei os seguranças porque fiquei indignado com alguns comentários criticando os adesivos, dizendo que expunham informações que poderiam ser usadas por ladrões", diz o designer Germano Spadini, pioneiro nos adereços automotivos Família Feliz. Agora dá para colar os guarda-costas ladeando os familiares. "O assaltante vai olhar é o modelo do carro e há muito mais dados na internet sobre a pessoa do que num desenho", diz.

O designer Germano Spadini, pioneiro nos adereços automotivos Família Feliz: "há mais dados na internet sobre a pessoa do que num desenho" Luiz Prado/Luz

O casal de namorados e um cartaz anunciando tirinhas feitas segundo o gosto do cliente Na cadeira de rodas

Sem registro – A polícia concorda. "Um simples adesivo com o desenho estilizado das famílias no veículo não traz tanto risco, não faz da pessoa um alvo potencial. Até o momento, a Polícia Militar não tem nenhum registro de casos relacionados ao assunto", garante o tenente Cleodato Moisés do Nascimento, porta-voz do Comando de Policiamento da Capital. Ele alerta, porém, que o comprador deve evitar colocar informações pessoais como nome e profissão. "Orkut e Facebook transmitem mais detalhes e todo mundo tem acesso", diz o policial. Sem nomes – Especialistas em segurança chamam a atenção para o perigo maior de outro tipo de adesivo, como o que traz o nome do bebê, a propaganda da escolinha do filho, da academia, do condomínio. "Anúncios de venda do carro colado no vidro, com o telefone para contato, devem ser evitados." Para a farmacêutica Paloma

A farmacêutica Paloma Romano Cossero, que fez um decalque personalizado: a esposa loira e o marido calvo. "Acho legal, homenageia a família, representa a nossa, bem feliz."

Romano Cossero, os desenhos em seu veículo informam apenas que se trata de um casal com dois filhos. "As duas cadeirinhas obrigatórias no banco de trás já comprovam a existência das crianças. Depois de ver casos de ladrões que levaram o carro com o bebê dentro, até acho que a informação de que há crianças a bordo pode evitar problemas desse tipo", afirma Paloma. Ela prefere curtir sem

preocupações a simpatia dos bonequinhos. "Acho legal, homenageia a família, representa a nossa, bem feliz e unida." Mas escolheu modelos personalizados, outra novidade de Spadini. A mãe (Paloma) é loira, o pai é calvo como seu marido, o menino loiro tem uma bola de futebol e a menina tem cabelos castanhos. E acrescentou a frase "Um amor de família". Explosão – A farmacêutica

conheceu a empresa de Spadini, a Job Design Criaativo (com dois as), quando resolveu decorar os quartos dos filhos com adesivos de desenhos animados. Aliás, a decoração ainda é a maior fonte de renda da empresa. Mas o sucesso da Família Feliz impressiona. A história começou com os adesivos representando Spadini e sua mulher, Susan, em 2005, e ganhou força com a gravidez de Susan, em 2008.

Então um menino veio se juntar ao casal no carro. O adereço cativou amigos e as encomendas começaram. Foram dois anos vendendo cerca de 300 peças por mês. "Estourou há um ano. Agora são dez mil mensais." Pirataria – O produto é vendido na loja do Tatuapé e pela internet, no site www.jobadesivos.com.br. "Pode estar em outros lugares também, porque tem gente que compra

para revender." Mas ele avisa que há produtos pirateados no mercado. Fácil de ver em postos de combustível e em bancas de jornais. Spadini até fez uma promoção: quem quiser trocar o pirata por um modelo de sua autoria, personalizado, tem 50% de desconto. O preço das peças varia de R$ 3 a R$ 5. É possível comprar em qualquer tamanho e não apenas para o carro: pode ser nas paredes, em portas de armários, capas de cadernos, espelhos, vidros. "Falecido" – E dá para personalizar tudo: o designer já fez um padre para uma fiel dar de presente de aniversário ao pároco, família afro, cadeirante, oriental, gordos. "Uma mulher pediu um boneco parecido com o 'falecido'. Achei que era um exnamorado, mas ela era viúva e queria o desenho com asas." Já pediram o marido com sua inseparável pochete, menino com o pé engessado. "Uma senhora quis um gato e eu fiz. Ela voltou uma semana depois porque o bicho tinha morrido e pediu para acrescentar uma auréola." Pedido atendido. Tem animais, das mais variadas raças de cachorros e gatos, peixinhos no aquário, porquinho da índia, pato, vaca e até galinha. "Fortinho" – A paisagista e decoradora Cristina Campos colou no carro a sua figura de cabelo curtinho, meio gordinha; o marido loiro e "fortinho", e o casal de filhos. "E ainda minha yorkshire e um indício da minha profissão: um vasinho de flores correndo." A simpatia pelos bonequinhos se espalhou. Suas duas irmãs e a sogra também reproduziram as famílias no carro. Sem rabo – O consultor Douglas Augusto da Glória, de 25 anos, personalizou seu adesivo por conta própria. "Cortei o rabo do desenho do cachorro para que ele ficasse igual ao da minha pincher, a Nina." Além do bicho, o consultor ainda se retratou num rapaz de gravata e cabelo espetado com gel e colocou a namorada do lado. "Primeiro convenci minha mãe a usar os adesivos." Cinco: pai, mãe, filho, avó e a cachorrinha. Rabo cortado de novo. "Achei a ideia interessante, um negócio de família, que valoriza", afirma. O consultor não vê perigo nos adesivos. "Já passaram trote na minha mãe dizendo que tinham me sequestrado, dando nome completo e a faculdade onde estudava. Não sei onde conseguiram os dados. Provavelmente na internet e não num bonequinho no carro."


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sexta-feira, 1 de abril de 2011

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11 A transmissão se dá por meio do contato direto com a secreção do olho. Trecho da nota do Cremesp

idades

ANTIGAS FORÇAS ESTÃO... Divulgação

E

xatamente há 110 anos, o então presidente de São Paulo (cargo que na República Velha equivalia ao de governador) Rodrigues Alves (1848-1919) inaugurou no Rio Tietê, em Santana de Paranaíba, uma hidroelétrica para atender a Capital. Era algo modesto, mas não podemos esquecer que naquela época a população paulista não passava de 240 mil habitantes. Foi erguida em lugar tão isolado que os últimos 13 quilômetros para levar o material de construção somente eram vencidos por carro de boi. A passagem do tempo encarregou-se de torná-la obsoleta. Por isso, em 1952, foi reduzida a uma usina elevatória, isto é, com a função apenas de controlar o fluxo de águas do Tietê. Nessa altura já fora batizada como Edgard de Souza (1876-1956), em homenagem a um notável engenheiro paulista de minas e de eletricidade. Finalmente, em 1982, o governador Franco Montoro promoveu sua desativação.

...SENDO RESSUSCITADAS

M

as em breve a velha usina voltará a iluminar. Licitação nesse sentido acontecerá na primeira quinzena de maio a cargo da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), responsável pelas suas operações. A fome de energia que acomete o planeta tornou imprescindíveis os megawatts que ela pode gerar, suficientes, aliás, para atender 100 mil pessoas, no caso, na região de Alphaville. Caso haja alguma sobra, será lançada na rede nacional. Proximamente, a Usina da Traição, instalada no Rio Pinheiros, na altura da Ponte Ary Torres, deverá ter o mesmo destino. Ela foi inaugurada em 1940, com a missão de aumentar a capacidade de geração da Usina Henry Borden, em Cubatão. No momento, a usina tem apenas a função de elevatória. Mas, por serem reversíveis, suas quatro turbinas podem ser perfeitamente direcionadas para produzir energia.

SOB O OLHAR DE ZÉ ALENCAR stas fotos reproduzem imagens que certamente estavam entre as primeiras que José Alencar viu no mundo. Trata-se da localidade de Itamuri, onde ele nasceu há 79 anos, distrito rural a 17 km de Muriaé, na Zona da Mata mineira. Ali mora Zezinho do Frango do Quiabo, primo do vice-presidente, cujo apelido

E

deriva do seu procurado restaurante de comida caseira. Na verdade, Zé Alencar ainda tinha vários parentes por lá; o mais popular é Rodrigues Guarçoni, sobrinho, ex-viceprefeito da cidade. Até o limite que o câncer lhe permitiu, Zé Alencar ia passar temporadas em Itamuri. A última vez foi há cinco anos. Depois foi trocando aquelas agradáveis paisagens montanhosas pelos corredores dos hospitais. Graças às suas

montanhas, Itamuri é hoje um concorrido pólo de turismo ambiental. Aliás, o povo itamuriense tira seu sustento da natureza, seja no turismo verde ou na criação de porcos e de peixes ornamentais. André Ricardo da Silva, 27 anos, repórter da tradicional Gazeta de Muriaé , informa que Itamuri tem cerca de quatro mil habitantes e que é bom viver naqueles horizontes da Serra do Brigadeiro.

Fotos: Reprodução

A VIDA IMITA A ARTE Eduardo Knapp/Folhapress

E

mbora não saiba, e talvez até desconheça a existência do prestigiado escritor italiano Ítalo Calvino (1923-1985), o catador de latinhas André Luiz Rodrigues Augusto, 23 anos, tem profunda afinidade com ele. André, conforme reportagem publicada pela Folha de S. Paulo na terça-feira passada, mora na copa de uma figueira branca, por entre galhos, na Avenida Radial Leste.

Cunha: suspeito tentou incriminar pai de garotas

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No alto, a igrejinha de Itamuri. Acima, a casa onde Zé Alencar morou, sua escola e cavaleiros numa das festas da cidade.

Conjuntivite: Conselho alerta médicos paulistas A

USP: nota maior para alunos da rede pública

Cremesp divulgou nota com recomendações aos profissionais. Doença já afetou cerca de 42 mil pessoas. Silva Júnior/Folhapress - 29/03/2011

O

grande número de casos de conjuntivite levou o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) a divulgar um alerta aos médicos do Estado. Em nota divulgada ontem, o Conselho afirma que, nos três primeiros meses deste ano, surtos já atingiram cerca de 42 mil pessoas, em mais de 20 cidades paulistas (mais de 70 mil no País). O vírus é considerado altamente contagioso. Entre as orientações do Cremesp estão: procurar assistência médica; evitar a automedicação; não usar colírios contendo antibióticos; lavar os olhos somente com água mineral, filtrada ou fervida – de preferência gelada; não lavar os olhos com soro fisiológico ou

Garota é atendida em Ribeirão Preto: mais de 20 cidades foram atingidas

água boricada e lavar frequentemente as mãos. "Os atuais surtos de conjuntivite são causados principalmente pelo vírus Coxsackie A 24, altamente contagioso, com grande transmissibilidade em

locais fechados, escolas, creches, ambientes de trabalho e familiar", diz trecho da nota. "A transmissão se dá por meio do contato direto com a secreção do olho de uma pessoa infectada e de maneira in-

direta por meio de contato com superfícies, toalhas, instrumentos ou soluções contaminadas", completa o texto. Complicações – A conjuntivite é uma doença com duração de sete dias, na maioria dos casos. A correta assistência médica garante o diagnóstico clínico e o tratamento adequado. Outras doenças podem surgir durante a evolução clínica da conjuntivite, podendo passar despercebidas em surtos com grande número de casos. Por isso, segundo dr. Adamo Lui Netto, os médicos devem estar atentos para eventuais complicações da conjuntivite. Por fim, o Cremesp reitera que as medidas de higiene e o tratamento adequado da conjuntivite constituem as principais medidas de prevenção. (Folhapress)

USP aprovou ontem aumento de bônus – de 12% para 15% no seu vestibular – para alunos de escolas públicas. A bonificação terá como base o desempenho do estudante na primeira fase da Fuvest. O objetivo é aumentar a presença de alunos do sistema oficial em seus cursos. Atualmente, cerca de 25% dos aprovados são de escolas públicas. Até este ano, quem se formou no fundamental e seguiu na rede pública no ensino médio ganhava 3% de bônus "automático". Representantes dos estudantes, dos cursinhos populares da USP e do Núcleo de Consciência Negra protestaram contra as mudanças. "Nossa campanha é pela ampliação de vagas na USP e por cotas sociais e raciais", afirmou a coordenadora da rede Emancipa de cursinhos populares, Bianca Cruz. (Folhapress)

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pedreiro José Benedito de Oliveira, pai das garotas Josely de Oliveira, de 16 anos, e Juliana, de 15, encontradas mortas na segunda-feira, em Cunha (SP), contou à polícia, que o principal suspeito do crime, Ananias dos Santos, esteve em sua casa um dia após o desaparecimento das irmãs, solicitando que ele guardasse uma arma. A atitude pode ter sido uma tentativa de incriminar o pedreiro. Segundo Oliveira, Santos demonstrava nervosismo e pediu para esconder a arma. "Disse a ele que fosse embora", afirmou. A mulher que namorava o suspeito do duplo homicídio disse, em entrevista a uma emissora de TV, que se arrepende de não ter avisado a polícia logo que recebeu um telefonema de Santos, um dia após o sumiço das irmãs, afirmando saber onde estavam os corpos. (AE)

Imita o Barão Cosme Chuvasco de Rondó, herói do criativo e divertido livro O Barão nas Árvores, de Calvino, lançado em 1957. A diferença entre

ambos é que Cosme tinha ampla mobilidade, circulando de uma arvore a outra por largas extensões – fossem olmos, azinheiros, oliveiras ou choupos – sem jamais colocar os pés no chão. Lá em cima ele cozinhava, escrevia e até editava um jornal intitulado Gazeta das Pegas. E cultivava os ideais da Revolução Francesa (O livro se passa no fim do século 18 e início do 19) O escritor sugere, com muito humor, que o Barão de Rondó, na sua maneira própria de se desenvolver, estava fazendo o caminho inverso ao do macaco.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.LOGO

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Só no sapatinho O estilista Kobi Levi transforma calçados em esculturas como passatempo. E sempre coloca uma criação nova em seu blog. http://kobilevidesign.blogspot.com/

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T ECNOLOGIA

iPad 2: liberado para o Brasil A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) homologou ontem o iPad 2, da Apple, o que possibilita que o tablete comece a ser vendido no Brasil. Assim como o aparelho anterior, o iPad com conexão Wi-Fi foi catalogado pela agência como "transceptor de radiação restrita" e como "estação terminal de acesso"

no modelo com Wi-Fi e 3G. Mas, segundo a assessoria de imprensa da Apple, a empresa continua sem previsão de lançamento para o aparelho por aqui. No momento, o maior problema da Apple é suprir a demanda pelo iPad2 nos países onde já é vendido. O tablet teve lançamento simultâneo em 24 países na semana passada.

L EILÕES Mike Clarke/AFP

L

Analista exibe uma tiara de esmeralda e diamantes avaliada que é uma das principais peças dos leilões de abril da Sotheby's. A peça será vendida em Hong Kong é avaliada entre US$ 5 milhões e US$ 10 milhões.

pós dois anos e meio de pesquisas, cientistas norte-americanos conseguiram observar como os celulares afetam a atividade cerebral. Em estudo realizado com 47 pacientes e publicado na revista The Journal of the American Medical Association (Jama), pesquisadores revelam que, quando uma pessoa utiliza o celular por 50 minutos, seu cérebro aumenta em 7% o metabolismo da glicose. O fato científico até então desconhecido ajudará a compreender possíveis efeitos negativos dos aparelhos sobre a saúde e o comportamento humanos. Mas, por enquanto, garantem os cientistas, não há motivo para pânico. "Os telefones celulares são fantásticos e têm feito muito para aumentar a produtividade", disse ontem ao jornal norteamericano The New York Times (NYT) a coordenadora do estudo, Nora Volkow. Enquanto novos estudos são realizados para determinar os riscos reais do uso de celulares, o NYT quis saber o que os usuários devem fazer agora para evitar problemas no futuro. Volkow e sua equipe afirmam que a melhor atitude é manter distância dos aparelhos, evitando expor o cérebro ao excesso de radiação eletromagnética. Um recomendação é esperar que a ligação seja completada para aproximar o aparelho do ouvido, pois é no momento de conexão com as torres que o celular emite mais radiação. Tirar o aparelho do ouvido ao falar, só voltando a aproximá-lo quando é o interlocutor que fala também é eficiente. A radiação é "significativamente menor quando um celular recebe sinais do que quando transmite", explicou ao NYT o professor assistente de

Paulo Pampolin/Hype

Jama

Área amarela maior (dir.) indica aumento da ação da glicose no cérebro

engenharia elétrica e computação na Universidade Rice, em Houston, Zhong Lin. Em conversas mais demoradas, o ideal é colocar o aparelho na função alto-falante e mantêlo longe do ouvido. Quem acha que isso ameaça a privacidade do diálogo pode utilizar o fone de ouvido. Melhor ainda é utilizar o fone Bluetooth, sem fios. Manter o aparelho distante da cabeça é a principal forma de reduzir a intensidade da radiação eletromagnética sobre o cé-

rebro, explicam os especialistas e, nesse sentido, "cada milímetro conta", disse Louis Slesin, editor da revista M i c row a v e News, ao jornal norte-americano. Se você puder optar, esqueça os smartphones, que emitem mais radiação que os celulares comuns. Ou, melhor ainda, substitua as conversas pelas mensagens de texto, é mais seguro, acredita Slesin. Os cientistas recomendam também não carregar o aparelho no bolso da calça ou próxi-

mo aos seios. O ideal é sempre colocá-lo em uma bolsa ou maleta afastados do corpo. Há estudos que sugerem uma ligação entre o uso de celulares e câncer, diminuição da densidade óssea e infertilidade masculina. Se você costuma reclamar da cobertura ineficiente da sua operadora, os cientistas fornecem um argumento extra: quando o sinal é fraco, o aparelho emite mais radiação para realizar a conexão. "Poucas barras de sinal significam mais radiação", resume o professor de engenharia elétrica da Universidade de Utah, Om Gandhi. Portanto, evite fazer ligações no interior de túneis e elevadores. Os especialistas reforçam ainda o alerta de autoridades de saúde da Grã-Bretanha, França, Alemanha e Rússia: evite que crianças utilizem celulares por períodos prolongados. Leia mais sobre o estudo em www.dcomercio.com.br

ESA/AFP

M ERCADO Patrick Bernard/AFP

F UTEBOL

O Imperador no Timão Miguel Schincariol/AE

Vinho no plástico

GRAVIDADE IRREGULAR - A Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou ontem o mais preciso mapa da gravidade da Terra já obtido. A partir de informações coletadas durante dois anos pelo satélite Goce, o modelo geoide mostra minunciosamente as irregularidades da gravidade no planeta. Essas informações são essenciais para medir a movimentação dos oceanos, a mudança do nível do mar, a dinâmica do gelo e para entender como a Terra é afetada pelas mudanças climáticas. Também poderão ajudar a entender mais profundamente os processos que causam terremotos. A TÉ LOGO

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para mim estar aqui e espero fazer tudo o que os torcedores querem", afirmou Adriano. Já o Corinthians não esperou para começar a explorar a imagem do atacante e lançou, no mesmo evento, uma camiseta especial em homenagem ao novo contratado. A camisa é branca e traz a frase "Mais um guerreiro da República" estampada. Nas costas, há o distintivo do Corinthians com a mensagem "Do Império à República Popular do Corinthians". A camiseta já está à venda na loja oficial do Corinthians na internet, por R$ 49,90.

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O 'imperador' Adriano já é, oficialmente, o camisa 10 do Corinthians. No início da tarde de ontem, em evento exclusivo para a imprensa no Centro de Treinamento Joaquim Grava, em São Paulo, o atacante, de 29 anos, foi apresentado como o mais recente reforço do Timão. Com contrato válido até junho de 2012 e salário de R$ 300 mil mais bônus em caso de conquista de títulos e artilharias, Adriano será o jogador mais bem pago da equipe. "Estou muito feliz de fazer parte desta família do Corinthians. É um sonho

Vinícolas de Bordeaux, na França, apresentaram ontem as garrafas de plástico em que serão vendidos seus vinhos. As garrafas de vidro são uma tradição, mas os produtores franceses dizem que foi preciso deixar o orgulho de lado e ceder à exigência do mercado por garrafas mais leves e inquebráveis. L OTERIAS Concurso 622 da LOTOFÁCIL 02

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Acesse www.dcomercio.com.br para ler a íntegra das notícias abaixo:

Descoberto no RS ancestral distante do crocodilo com hábitos grupais Cobra venenosa 'desaparecida' é encontrada no recinto de répteis do zoo de NY

Concurso 2560 da QUINA 02

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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13 CONTAS PÚBLICAS Déficit nominal sobe a 1,9% do PIB e chega a R$ 11,2 bi em fevereiro

conomia

PORTUGAL Parlamento será dissolvido e eleição está marcada para 5 de junho

Um olho na inflação, outro no crescimento. O aumento do custo de vida não dará trégua neste ano e o governo tenta administrar alta sem comprometer demais o PIB Celso Junior/AE

Giseli Cabrini

Aquecimento no primeiro trimestre

T

rês meses após o início do ano, o principal desafio da equipe econômica está em segurar a alta dos preços, sem comprometer o crescimento. A percepção do mercado e do próprio Banco Central (BC) é que o dragão da inflação não dará trégua tão cedo. E que, dificilmente, a meta oficial para o ano – alta de 4,5% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com tolerância de dois pontos para cima ou para baixo – irá convergir para o centro. Na contramão, prevalece uma visão baixista para o Produto Interno Bruto (PIB). Apesar de tradicionalmente o pico inflacionário se concentrar nos três primeiros meses – período marcado por reajuste de tarifas, como as de transportes, e chuvas que aumentam os preços de alimentos – , os resultados foram além do esperado. O IPCA, termômetro oficial para medir a inflação, avançou 0,83% em janeiro e, na sequência, 0,8% em fevereiro. O boletim Focus do Banco Central (BC) – que mede o sentimento de agentes do mercado financeiro– previa aumento de 0,74% em janeiro e a primeira sondagem em fevereiro estimava alta de 0,78%. No último documento, divulgado em 25 de março, a previsão era encerrar 2011 com aumento de 6%. Embora a disparada nos preços dos alimentos verificada em 2010 tradicionalmente tenda a perder força com a entrada da safra nacional de grãos e o fim da entressafra do boi, o cenário externo para commodities é altista. Os problemas políticos em países do Norte da África e Oriente Médio colocaram em xeque a oferta futura de petróleo, o que fez com que as cotações se elevassem, comprometendo também os preços dos derivados. Em paralelo, problemas climáticos em grandes produtores mundiais de alimentos – Nova Zelândia, Austrália, China – e em países europeus têm colaborado para manter elevados os preços de commodities alimentícias.

A

O governo da presidente Dilma Rousseff se vê diante da frequente dificuldade brasileira de cortar seus próprios gastos.

Além disso, a decisão dos Estados Unidos em manter a taxa de juros entre zero e 0,25% ao ano, incentiva a opção por investimentos em ativos reais. Paralelamente a essas questões externas, a economia brasileira – mesmo após a estabilização – ainda carrega um efeito perverso: a indexação. Os chamados preços administrados – entre eles aluguel, tarifas de água, luz e transportes – têm uma dinâmica que faz com que eles sejam reajustados com base no comportamento do ano anterior. A memória dos tempos de hiperinflação persiste. Ou seja, qualquer resultado acima do previsto provoca um efeito disseminador "altista" que contamina toda a economia, colaborando para o aumento nos preços de produtos e serviços. Na última quarta-feira, o BC admitiu que a inflação acumulada em 12 meses poderá atingir o ponto máximo no final de setembro (6,6%), para depois recuar para 5,6%. A probabilidade de que a meta não seja cumprida foi calculada em 20% para 2011. Na avaliação da professora

de Administração da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Cristina Helena Pinto de Mello, a autoridade monetária sinaliza que a meta de inflação para 2011 deverá ser reavaliada. "Isso não significa que o regime de metas será abandonado, mas que em 2011 o governo irá trabalhar com o intervalo para cima e não mais perseguir o centro", explicou o economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Emilio Alfieri. E sp ec ia li st as – Os economistas são unânimes. Para domar a inflação, sem minar o crescimento, além de medidas de contenção do consumo (veja matéria abaixo) o governo terá de colocar em prática uma ação clássica – gastar menos e

com mais qualidade, além de promover reformas estruturais que se arrastam há anos, como a tributária. E, é claro, investir em infraestrutura. Segundo o professor de Finanças da Brazilian Business School (BBS) Ricardo Torres, o poder público parece ignorar um dos fundamentos básicos da economia de que cada recurso a ser investido se converte em riqueza enquanto que o gasto vira prejuízo no futuro. "A atual administração, no entanto, deu passos importantes nesse sentido ao anunciar na sequência cortes de R$ 50 bilhões no orçamento e aumento de recursos para financiamentos via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)", afirmou o professor de Finanças da Escola de Economia de São Paulo

Aumento de impostos, bom só até certo ponto.

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efeito das medidas governamentais de restrição ao crédito (veja quadro) dividem os economistas. "O Brasil já tem uma carga tributária excessivamente alta. Esses aumentos nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) tende a elevar esse patamar, uma vez que cria uma escala de valores que são repassados desde a cadeia produtiva até a etapa final da venda de produtos e serviços", afirmou o professor de Finanças da Brazilian Business School (BBS) Ricardo Torres. Ele avaliou ainda que essas ações teriam um viés arrecadatório. "Se isso se confirmar, será ainda mais nocivo para a economia. O governo tenderia a gastar mais e de forma errada." A avaliação de que as novas medidas anunciadas para o IOF teriam, na verdade, intenção de

ampliar a arrecadação não é isolada. Grande parte do mercado aposta nisso, uma vez que com arrecadação menor fica mais difícil para o governo cumprir a meta de superávit primário – entrada de impostos para o pagamento dos juros da dívida – estabelecida para este ano, em 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB). A diretora-executiva da Standard & Poor's do Brasil, Milena Zaniboni, acrescentou que, caso o Brasil não cumpra a meta "pode haver rebaixamento" da classificação da nota de risco do País. Hoje, o Brasil possui a nota inicial de grau de investimento: BBB-. Em fevereiro, o superávit primário foi de R$ 2,56 bilhões, ante R$ 14,27 bilhões em janeiro. A professora de Administração da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Cristina

Helena Pinto de Mello considerou as medidas positivas no sentido de evitar um aperto ainda maior na taxa de juros, mas se mostrou preocupada com a situação da balança de pagamentos. "Essas ações evitam a valorização do real e contribuem para desaquecer a economia, o que reduz a pressão sobre a balança de pagamentos. No entanto, com a redução do superávit na balança comercial há uma piora

das transações correntes. Será necessário usar mais recursos da conta financeira para equilibrar o rombo da balança de serviços, que é tradicionalmente deficitária." Para ela, o Brasil não tem um passivo grande, "mas uma fragilidade enorme para manter a atração de capital externo. No cenário externo, não há indicador que sinalize estabilidade. Qualquer mudança nos juros externos

da Fundação Getúlio Vargas (EESP), Samy Dana. Ele, no entanto, criticou a opção da equipe econômica de também usar o aumento na taxa básica de juros (a Selic) para tentar frear a inflação. Desde janeiro, os juros sofreram duas elevações consecutivas para 11,75% ao ano. "Essa política é muito ineficiente, por não inibir o consumo e provocar um efeito perverso: a atração de capital estrangeiro que faz com que o dólar enfraqueça ainda mais diante do real." Crescimento – No caso do PIB, de acordo com o BC, ele deve crescer 4% em 2011, depois dos 7,5% de 2010. Há três meses, a previsão era de um avanço de 4,5%. A projeção inicial do Focus também era terminar o ano com crescimento de 4,5%. "Na verdade esse desaquecimento na atividade econômica começou a ser sentido desde o último trimestre de 2010 e se manteve nesses primeiros três meses de 2011. Mas, isso não é ruim, uma vez que colabora para diminuir a pressão sobre a inflação", afirmou a professora de administração da ESPM.

pode ser perigosa." Contas externas – Os economistas também divergem quanto aos efeitos da valorização do real frente ao dólar. Apesar de reconhecer que a apreciação da moeda local reduz a competitividade da indústria nacional, para Torres, da BBS, o Brasil vive uma situação muito distinta da registrada nos EUA. "A partir dos anos 1970, as indústrias norte-americanas intensificaram o processo de exportação de indústrias e empregos. Porque não conseguem produzir localmente para suprir a demanda, o que não acontece no Brasil." E acrescentou. "Além disso, precisamos parar de olhar para só para fora e olhar do lado. As empresas nacionais de pequeno e médio portes têm um universo potencial de negócios entre si que não é aproveitado." Segundo o professor de Finanças da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Samy Dana, a valorização da moeda norte-americana teria um efeito positivo para o controle da inflação, ao inibir o consumo. (GC com agências)

s vendas do varejo devem encerrar o trimestre aquecidas em comparação a igual período do ano passado. A previsão é de crescimento de cerca de 7% no SCPC, que mede as operações a prazo, e de 8% no SCPC Cheque, termômetro para as compras à vista. A estimativa foi feita pelo economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Emilio Alfieri, com base nas informações da SCPC Boa Vista, empresa responsável pela administração do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). "Em 2011, está havendo um movimento contrário do que ocorreu em 2010. O ano começa aquecido, mas a previsão é de uma desaceleração gradativa de encerramento, com alta de 6% a 7% nas vendas do varejo", disse. De janeiro a março de 2010, as consultas ao SCPC cresceram 6,6% e ao SCPC Cheque, 6,4%. No fim do ano, as vendas tiveram avanço de 10,4%. Ainda segundo Alfieri, o resultado – que deve ser confirmado hoje, quando saem os números oficiais – ficará dentro do previsto. "Se você termina um ano em ritmo acelerado vai iniciar o outro na mesma velocidade. Além disso, janeiro e fevereiro sofreram influência das pessoas que usaram o décimo terceiro, férias e bônus de fim de ano nas tradicionais liquidações." O economista, no entanto, diz que, isoladamente, março deve mostrar desaceleração, principalmente nas vendas à vista, em função do efeito dessa renda extra. Avaliação – Em relação às medidas adotadas pelo governo para tentar driblar a inflação, Alfieri disse que elas têm se mostrado acertadas. "O aumento nos compulsórios e no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foi também muito utilizado no início do Plano Real." Ele considerou que não há erro da equipe econômica em abandonar o centro da meta. "Isso proporcionará um ajuste mais gradual e evitará uma eventual recessão." Segundo Alfieri, só há dois riscos no cenário: um novo choque "altista" nas commodities e a não execução do corte previsto de R$ 50 bilhões nos gastos do governo federal. (GC)


14 -.ECONOMIA

DIÁRIO DO COMÉRCIO

COMÉRCIO

sexta-feira, 1 de abril de 2011


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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As ações de telecomunicações e do setor elétrico não dependem da cotação internacional das commodities nem do consumo interno Eduardo Matsura, analista da Corretora Souza Barros

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Ayrton Vignola/AE

A percepção de menor crescimento da economia brasileira foi um dos fatores que prejudicou os investimentos na bolsa nos últimos três meses

Mercado de ações encerra A trimestre menos otimista

bolsa de valores foi o fundo DI, que fechou março investimento mais na faixa de 0,7% a 1%. "Os funrentável de março, dos de renda fixa renderam com alta de 1,79%, segundo mais por causa da queda dos ranking elaborado pelo ad- juros futuros ao longo do ministrador de investimen- mês. Como os bancos esperatos Fabio Colombo. "O merca- vam maior elevação da Selic, do de ações reagiu após mui- compraram papéis a taxas tos altos e baixos. As perspec- mais altas e tiveram ganhos", tivas são boas a médio prazo diz o administrador. Ele acredita em uma pepor causa da reconstrução do quena queda na rentabilidaJapão", diz Colombo. Embora tenha apresenta- de dos fundos de renda fixa e do desempenho melhor em DI neste mês, em razão do memarço em relação a fevereiro, nor número de dias úteis no a bolsa de valores teve queda mês e da pressão inflacionáde 1,04% no trimestre. Para ria. Outra aplicação que deve Colombo, o cenário é de vola- ser prejudicada pelo cenário tilidade por causa dos confli- de inflação alta e de um nútos na Líbia e da crise nuclear mero menor de dias em abril é a poupança, que no Japão. Esses fechou março fatos, segundo o com rendimento a dm in i st rad or, líquido de p re s s i o n a m o preço do petróAs perspectivas 0,62%. No acumulado do ano, leo e colocam são boas a a poupança rendúvidas sobre a médio prazo deu 1,76%. Para recente recupepor causa da o administrador, ração da econoreconstrução é u m i n v e s t imia mundial. No mento interescenário interno, do Japão sante para os pesam as presFABIO COLOMBO, poupadores que sões inflacionáADMINISTRADOR DE não têm acesso rias, as incerteINVESTIMENTOS aos fundos DI e zas sobre o corte de renda fixa de gastos do governo e a indicação de que o com taxas de administração Banco Central (BC) não eleva- inferiores a 2,5% a 3% ao ano – rá tanto a taxa básica de para uma movimentação de seis meses – ou de 3% a 3,5%, juros, a Selic. As aplicações atreladas à para resgate após dois anos. Entre os fundos cambiais, inflação ficaram na vice-liderança do ranking em março. os atrelados ao euro fechaOs títulos indexados ao Índi- ram o mês em 0,79%, acima ce Nacional de Preços ao Con- dos 0,3% de fevereiro. No sumidor Amplo (IPCA) tive- ano, o euro liderou o ranking ram rendimento bruto de de investimentos, com renta0,95% a 1,25%. Já os títulos in- bilidade de 4,66%, em função dexados ao Índice Geral de da recuperação do mercado Preços – Mercado (IGP-M) internacional. O ouro, que liproporcionaram ganhos de derou o ranking em fevereiro, 0,85% a 1,15%. Para Colom- fechou março sem variação e bo, a tendência é que essas caiu 4,39% no trimestre. A aplicações continuem com tendência, segundo Colomrendimentos altos pois pa- bo, é de estabilidade. As aplicações atreladas ao dólar caígam juros e mais a inflação. A rentabilidade do fundo ram 2,1%. No ano, a moeda de renda fixa foi de 0,8% a norte-americana fechou em 1,1% ao mês – e superou o queda de 2,04%. (RT)

Medidas para conter a inflação contribuíram para diminuir o interesse na bolsa de valores no ano

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mercado de ações atravessou o prim e i ro t r i m e s t re deste ano menos otimista em comparação com igual período do ano passado e com perspectivas positivas somente em médio e longo prazos. A percepção de menor crescimento da economia brasileira, a incerteza sobre os efeitos do ajuste fiscal do governo, o cenário de inflação, a alta da taxa básica de juros (Selic) e a possibilidade de novas medidas de contenção do consumo prejudicaram os investimentos na bolsa de valores nos últimos três meses. Além dessas questões internas, o mercado de ações ainda enfrentou turbulências internacionais como a crise financeira na Europa, os conflitos nos países árabes, o terremoto e o tsunami no Japão. De acordo com o gerente da mesa de investimentos pessoa física da Fator Corretora, Alfredo Sequeira Filho, as perspectivas só são positivas em médio e em longo prazos, quando o setor de commodities for beneficiado pela demanda por aço, minério de ferro e alimentos por parte do Japão. "A atratividade da renda

variável só será retomada com têm a confiança em relação às a diminuição da inflação e vendas e ao nível de emprego quando o Comitê de Política no País, mas em relação ao Monetária (Copom) começar a mercado de ações, o otimismo reduzir a taxa básica de juros", é moderado. Setores – Segundo o analista afirma Sequeira. A Fator Corretora tem uma técnico da Corretora Souza perspectiva de que o Ibovespa Barros, Eduardo Matsura, os feche o ano em 75 mil pontos, setores que caíram no começo ou seja, com um potencial de do ano, após a alta dos juros e valorização de aproximada- das medidas adotadas pelo gomente 10% nos próximos nove verno, em dezembro e janeiro, foram consumo e meses em relação bancos, que tiveao fechamento de ram recuperação ontem, de 68.586 em fevereiro. pontos. "Nossa reAs ações que comendação é não Nossa permaneceram investir em ações recomendação elevadas no priem curto prazo. É meiro trimestre, preciso cuidado", é não investir mesmo diante das diz o gerente. em ações em incertezas do Na avaliação da curto prazo. mercado, foram Associação BrasiALFREDO SEQUEIRA as de telecomunileira das CompaFILHO, FATOR cações e as do senhias Abertas CORRETORA tor elétrico. "Elas (Abrasca) – que são consideradas congrega 198 asdefensivas em sociados que representam 90% do valor das momentos de muita volatilic o m p a n h i a s l i s t a d a s n a dade porque não dependem BM&FBovespa – a principal da cotação internacional das preocupação do investidor é commodities e nem do consucom a inflação alta. "Isso dei- mo interno", afirma Matsura. Segundo ele, o índice do sexou os empresários mais cautelosos com os investimentos tor de telecomunicações, o porque diminui a estabilidade Itel, subiu 18,2% no primeiro e cria uma incerteza no merca- trimestre. O IEE, índice do sedo", diz o presidente da entida- tor de energia elétrica, teve de, Antonio Castro. De acordo um ganho de 9,73% no períocom ele, os empresários man- do. Dos dois segmentos, o que

registrou maior ganho de janeiro a março foi a ação ordinária MPXE3, de 51,67%, da empresa MPX Energia, de Eike Batista. Os destaques no primeiro trimestre foram os papéis preferenciais da TIM, com alta de 27,22%, da Vivo (22,49%), Brasil Telecom (21,33%), Eletrobrás (14,64%), Cemig (16,77%) e Embraer (14,92%). A Fator Corretora recomenda a venda de ações preferenciais (PN) da Vale, que caíram 1,67% no trimestre em razão da pressão do governo para trocar o presidente da companhia. "Sugerimos a compra de papéis da Petrobras, que tem perspectivas de descobertas e acumulou alta de 5,07% no trimestre", afirma Matsura. Os papéis que recuaram em relação ao ano passado foram os da Cyrela Realty, com queda de 29,15%, e os da BM&FBovespa (-9,51%). Estrangeiros – Enquanto a bolsa brasileira teve quedas no primeiro trimestre, a norteamericana subiu. Segundo Sequeira Filho, os resultados positivos das empresas de tecnologia dos Estados Unidos fizeram com que a Bolsa de Nova York tivesse uma recuperação. No acumulado do ano, o índice Dow Jones subiu 6,41%. No período, o Ibovespa caiu 1,04%.

Tombini fala de medidas no Congresso requerimento na Comissão de Finanças. No Senado, a iniciativa do convite coube ao senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). O presidente da CFT afirmou que considerou satisfatórios

os esclarecimentos de Tombini sobre a negociação. Segundo o petista, Tombini explicou que o BC atuou para evitar o "contágio do sistema financeiro após o anúncio do rombo". (AE)

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Ainda segundo o deputado Cláudio Puty, a autoridade monetária ressaltou que a economia brasileira tem apresentado média de crescimento acima dos países europeus e que, para ilustrar, lembrou que a inflação na França atingiu 6,5%, com taxa de juros fixada em 1% ao ano. Tombini reafirmou aos parlamentares que o BC vai trabalhar com expectativa de crescimento da economia de 4% neste ano, como apontou o relatório. Esclarecimentos – No encontro, o presidente do BC deu explicações também sobre a compra do banco Panamericano. A oposição protocolou requerimentos de convites aos presidentes do BC, da Caixa, e ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, para prestarem esclarecimentos aos parlamentares sobre a participação de recursos públicos no negócio. O deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) é autor do

DC

E

m café da manhã com deputados da Comissão de Finanças e Tributação (CFT), o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse que a autoridade monetária está atuando no combate à inflação, atenta ao ingresso de capital especulativo no País e "disposta a tomar novas medidas" para conter a volatilidade do câmbio, segundo relatou o presidente da Comissão, deputado Cláudio Puty (PT-PA). Na quarta-feira, o relatório trimestral de inflação elaborado pela autoridade monetária admitiu que a inflação só voltará para o centro da meta de 4,5% no ano que vem. Tombini fez uma exposição aos parlamentares sobre a conjuntura macroeconômica, defendendo as recentes ações do BC para controlar a entrada de capitais, como a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de compras e empréstimos no exterior.

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Rejane Tamoto

Bolsa tem maior variação em março


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, 1 de abril de 2011

A Previdência lida com 55 milhões de contribuintes, volume que dá margem a litígios. Instituto Nacional de Seguridade Social

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Patrícia Cruz/LUZ

Inadimplência cresce nas classes C e D Maioria dos que procuram balcão do SCPC ganha até três salários mínimos Vanessa Rosal

O

s c o n s u m i d o re s da nova classe média brasileira, beneficiados pelo aumento dos postos de trabalho e do salário mínimo no País, começam a ter um certo descontrole financeiro. É o que revela a pesquisa "Perfil do Inadimplente", realizada pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a partir de entrevistas com os consumidores que procuraram o Balcão de Atendimento do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), administrado pela Boa Vista Serviços (BVS). Do total de entrevistados, 56% recebem entre um e três salários mínimos e integram as classes C e D. Em março último, 76% dos inadimplentes tinham dois ou mais carnês em atraso, contra 73% em março de 2010 e 47% em março de 2009. "Essas pessoas melhoraram de vida, começaram a consumir e acabaram se descontrolando em seus gastos", disse o economista da ACSP, Emílio Alfieri. Por outro lado, o número de consumidores que tem de dois a cinco cheques sem fundo –

Oferta maior de emprego ajuda consumidores a renegociar suas dívidas e a limpar o nome

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pessoas que ainda usam o prédatado para fazer compras – era de 25% em março de 2009; subiu para 35% em março de 2010 e agora totaliza 77%. Apesar desse aumento, Alfieri afirma que atualmente, os usuários de cheque preferem prazos mais curtos para fazer suas compras, ou seja preferem não se endividar a longo prazo." Na lista de motivos citados pelos entrevistados, a "perda do emprego" continua sendo a maior causa da inadimplência, com 56%, mas o "descontrole do gasto" permanece em segundo lugar, com 14%. Já a recuperação do posto de trabalho, que era de 65% em março de 2009, passou para

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As empresas e órgãos públicos aparecem tanto como réus – ou requeridos –, quanto como autores. As do setor público são rés em 67% dos processos em que estão envolvidas. Entre os bancos, o percentual é de 55% . O Bradesco, por exemplo, é requerido em 47% das ações e autor em 53%. Já as empresas de telefonia são requeridas em 78% dos processos que as citam. Na Justiça do Trabalho, o maior litigante, com 27% dos processos na área, é o setor público federal. A seguir os bancos (21%), as indústrias (19%), telefonia (7%) e serviços, (5%).

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Econômica Federal, Bradesco e Itaú estão envolvidos em mais de 50% dos processos que citam instituições financeiras. Só o Bradesco responde por 3,8% do total dos casos envolvendo os diversos setores analisados, o que coloca a instituição na sétima posição da lista dos 100 maiores litigantes. Telefonia – Nas empresas de telefonia, Brasil Telecom e Telemar aparecem, respectivamente, com 3,3% e 1,3% dos processos que correm em âmbito nacional. A Vivo aparece com 0,6% e a TIM, com 0,4% dos processos dos 100 maiores litigantes.

DC

Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgou a lista das 100 empresas ou órgãos públicos com os maiores números de processos correndo nos tribunais federais, estaduais e trabalhistas. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) encabeça a lista, com 22,3% das contendas judiciais do total de processos envolvendo os 100 maiores litigantes. Do total de processos, 51% envolvem o setor público. As empresas do setor bancário aparecem em seguida, com 38% e as companhias de telefonia representam 6% do global. Ou seja: somente esses três setores representam 95% dos maiores litigantes nacionais. O INSS argumenta que "algumas das decisões ainda são do tempo da Receita Previdenciária, que acabaram computadas como passivos do INSS". Além disso, "a Previdência lida com 55 milhões de contribuintes, volume que dá margem a litígios". A instituição comenta também que tem colocado em prática "alguns programas de redução de demandas judiciais, tentando acelerar os processos ainda no âmbito administrativo". Do setor bancário, Caixa

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da pessoa física, os valores poderão ser transferidos para a conta corrente, a poupança ou ser usados para o abatimento do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) do próximo ano. As pessoas jurídicas só poderão resgatar os créditos se o valor for igual ou superior a R$ 25 e apenas por meio de transferência dos valores para conta corrente ou poupança próprias. Desde que foi lançado, há três anos, o programa da Nota Fiscal Paulista gerou R$ 2,6 bilhões de créditos a consumidores, condomínios, empresas do Simples Nacional e entidades de assistência social e de saúde em liberações efetuadas entre 2008 a 2010. O programa da Fazenda estadual conta com mais de 10,8 milhões de participantes cadastrados e 12,8 bilhões de documentos fiscais registrados no sistema. Para resgatar os valores, é preciso acessar o sistema da Nota Fiscal Paulista (www.nfp.fazenda.sp.gov.br), utilizar login e senha, selecionar a opção "utilizar créditos" e seguir as instruções na tela.

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compra, vai receber dinheiro no banco de sua escolha, na quarta-feira seguinte à solicitação de resgate. É a sétima vez que o fisco libera os créditos gerados por meio do recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Abatimentos –No caso

por cento dos inadimplentes que se apresentaram ao balcão do SCPC em março tinham dois ou mais carnês em atraso

INSS é lider em litígios

Mais créditos da Nota Paulista Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (SefazSP) vai liberar no dia 19 de abril os créditos do programa da Nota Fiscal Paulista referentes às compras feitas por consumidores no segundo semestre de 2010. Quem inseriu o CPF ou ou o CNPJ na nota fiscal no ato da

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68% em março de 2010. "As pessoas que perderam seus empregos já os recuperaram", afirma Alfieri. Do total de pesquisados, 81% afirmaram estar empregados. A maioria dos entrevistados (41%) tem de 21 a 30 anos, seguido pela faixa entre 31 e 40 anos (35%) e de 41 a 50 anos (13%). A pesquisa revela ainda que entre os inadimplentes voltou a predominar, ligeiramente, o número de homens, com 52%, ao contrário de pesquisas anteriores, quando as mulheres lideravam a lista. Segundo Alfieri, a inadimplência no comércio varejista será controlada de forma gradual pelo governo, através de medidas que foram definidas a partir do final de 2010, como o aumento nas alíquotas de recolhimentos compulsórios dos bancos, determinado pelo Banco Central . Para o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Rogério Amato, o aspecto positivo da pesquisa é a parte que mostra que aumentou a recuperação do emprego. "Isso explica a forte recuperação do crédito. Além disso, a aprovação do cadastro positivo vai ajudar a evitar que o consumidor se endivide acima de sua capacidade", disse.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 1 de abril de 2011 Brassinter S/A Indústria e Comércio CNPJ nº 56.994.460/0001-37 Aviso aos Acionistas Acham se a disposição dos Srs. Acionistas na sede social, os documentos a que se refere o Artigo 133 da Lei nº 6.404/76 relativos ao exercício findo em 31.12.2010 São Paulo, 29 de Março de 2010. Diretoria. (30, 31/03 e 01/04/2011)

Auto PostoTupi Ltda, torna público que requereu na Cetesb Renovação da Licença de Operação, para atividade de comércio de produtos derivados de petróleo, sito à Avenida Alvaro Ramos, 401 - 03058-060 - Belenzinho - São Paulo - SP. Auto Posto Margodete Ltda, torna público que requereu na Cetesb Renovação da Licença de Operação, para atividade de comércio de produtos derivados de petróleo, sito à Rua Padre Estevão Pernet, 412 - 03315-000 - Tatuapé - São Paulo - SP.

Destilarias Melhoramentos S.A.

Springer S.A. CNPJ nº 92.929.520/0001-00 AVISO Encontram-se à disposição dos Senhores Acionistas na sede da empresa na Rua Howard Archibald Acheson Junior, 55 – Bloco A – 1º andar – Jardim da Glória, Cotia-SP, os documentos de que trata o artigo 133 da Lei 6404 de 15/12/76, alterada pela lei 10303 de 31/10/2001, relativos ao exercício social encerrado em 31/12/2010. Cotia, 29 de março de 2011. ROGÉRIO PINTO COELHO AMATO. Presidente do Conselho de Administração (30,31,01)

IND. E COM. DE PEÇAS PARA AUTOS QUALITY LTDA. torna público que recebeu da Cetesb a Licença de Operação nº 29005010, válida até 17/03/2015 p/ fabricação de peças e acessórios não elétricos, N.E., para veículos automotores, sita à Rua Miguel Nelson Bechara, 329, Freguesia do Ó, São Paulo/SP.

Canamor Agro-Industrial e Mercantil S.A. CNPJ nº 57.017.436/0001-00 Edital de Convocação Ficam convocados os Srs. acionistas para uma assembléia geral ordinária, às 10:00 hs. do dia 02.05.2011, à Rua XV de Novembro, 184, 8º Andar, Conj. 803. Acham-se à disposição dos acionistas os documentos a que se refere o art. 133 da Lei 6.404/76. São Paulo, 30 de março de 2011. A Diretoria. 31/03 e 01,02/04/2011

CNPJ nº 45.777.166/0001-57 Aviso aos Acionistas Encontram-se à disposição dos Senhores Acionistas, no prédio da sede social, na Capital do Estado de São Paulo, na Rua São Bento, nº 329, no 12º andar, os documentos a que se refere o Art. 133 da Lei 6.404/76, relativos ao exercício social encerrado em 31/12/2010. São Paulo, 28 de março de 2011. Diretoria (30 e 31/03, 01/04)

Companhia Agrícola Usina Jacarezinho CNPJ nº 61.231.478/0001-17 Aviso aos Acionistas Encontram-se à disposição dos Senhores Acionistas, no prédio da sede social, na Capital do Estado de São Paulo, na Rua São Bento, nº 329, no 12º andar, os documentos a que se refere o Art. 133 da Lei 6.404/76, relativos ao exercício social encerrado em 31/12/2010. São Paulo,, 28 de março ç de 2011. Diretoria (30, 31/03 e 01/04)

INBEV PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS S.A. CNPJ/MF n° 07.526.557/0001-00 - NIRE 35.300.368.941 AVISO AOS ACIONISTAS

Comunicamos aos Srs. Acionistas, nos termos do artigo 133, da Lei n.º 6.404/76, conforme alterada, que os documentos e informações relacionados às matérias objeto da ordem do dia da próxima Assembleia Geral Ordinária da Companhia, encontram-se à disposição dos Acionistas na sede da Companhia. São Paulo, 30 de março de 2011. Lucas Machado Lira - Diretor.

CERVEJARIAS REUNIDAS SKOL CARACU S.A. CNPJ/MF nº 33.719.311/0001-64 - NIRE 35.300.160.321 AVISO AOS ACIONISTAS

CRBS S.A.

Comunicamos aos Srs. Acionistas, nos termos do artigo 133, da Lei n.º 6.404/76, conforme alterada, que os documentos e informações relacionados às matérias objeto da ordem do dia da próxima Assembleia Geral Ordinária da Companhia, encontram-se à disposição dos Acionistas na sede da Companhia. Jaguariúna, 30 de março de 2011. João Mauricio Giffoni de Castro Neves - Diretor.

Comunicamos aos Srs. Acionistas, nos termos do artigo 133, da Lei n.º 6.404/76, conforme alterada, que os documentos e informações relacionados às matérias objeto da ordem do dia da próxima Assembleia Geral Ordinária da Companhia, encontram-se à disposição dos Acionistas na sede da Companhia. Jaguariúna, 30 de março de 2011. João Mauricio Giffoni de Castro Neves - Diretor Geral.

Ambev Brasil Bebidas S.A.

CNPJ/MF nº 56.228.356/0001-31 - NIRE 35.300.199.448 AVISO AOS ACIONISTAS

Companhia Melhoramentos Norte do Paraná CNPJ n° 61.082.962/0001-21 Aviso aos Acionistas Encontram-se à disposição dos Senhores Acionistas, no prédio da sede social, na Capital do Estado de São Paulo, na Rua São Bento, nº 329, no 12º andar, os documentos a que se refere o Art. 133 da Lei 6.404/76, relativos ao exercício social encerrado em 31/12/2010. São Paulo, 28 de março de 2011. Conselho de Administração (31/03, 01 e 02/04)

CNPJ/MF n° 73.082.158/0001-21 AVISO AOS ACIONISTAS Comunicamos aos Srs. Acionistas, nos termos do artigo 133, da Lei n.º 6.404/76, conforme alterada, que os documentos e informações relacionados às matérias objeto da ordem do dia da próxima Assembleia Geral Ordinária da Companhia, encontram-se à disposição dos Acionistas na sede da Companhia. Jaguariúna, 30 de março de 2011. João Mauricio Giffoni de Castro Neves Diretor Geral

MORENA DISTRIBUIDORA DE BEBIDAS S.A.

CNPJ n° 61.082.988/0001-70 Aviso aos Acionistas Encontram-se à disposição dos Senhores Acionistas, no prédio da sede social, na Capital do Estado de São Paulo, na Rua São Bento, nº 329, no 12º andar, os documentos a que se refere o Art. 133 da Lei 6.404/76, relativos ao exercício social encerrado em 31/12/2010. São Paulo, 28 de março de 2011. Diretoria (31/03, 01 e 02/04)

CNPJ/MF n° 03.051.050/0001-96 - NIRE 35.300.391.705 AVISO AOS ACIONISTAS Comunicamos aos Srs. Acionistas, nos termos do artigo 133, da Lei n.º 6.404/76, conforme alterada, que os documentos e informações relacionados às matérias objeto da ordem do dia da próxima Assembleia Geral Ordinária da Companhia, encontram-se à disposição dos Acionistas na sede da Companhia. Jaguariúna, 30 de março de 2011. João Mauricio Giffoni de Castro Neves Diretor Geral

Pró Metalurgia S.A.

HOSPITAL E MATERNIDADE SÃO LUIZ S.A.

Maringá S.A. Cimento e Ferro-Liga

Companhia Aberta CNPJ nº 56.994.924/0001-05 - NIRE 35 3 0004949 7 Aviso aos Acionistas Encontram-se à disposição dos Senhores Acionistas, na sede social, na Rua Manoel Antonio da Luz, 76 1º andar - sala 1 - Bairro Santo Amaro - CEP 04745-030 - São Paulo - SP, os documentos a que se refere o artigo 133 da Lei 6.404/76, relativos ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2010. São Paulo, 30 de Março de 2011. Luiz Augusto Trindade - Diretor-Presidente e Diretor de Relações com o Mercado.

CNPJ/MF nº 06.047.087/0001-39 - NIRE nº 35.300.318.000 AVISO AOS ACIONISTAS Comunicamos aos acionistas do Hospital e Maternidade São Luiz S.A. (“Companhia”), em cumprimento ao disposto no art. 133 da Lei nº 6.404/76, que os seguintes documentos da administração se encontram à sua disposição na sede social da Companhia, na Rua Francisco Marengo, nº 1.312, na Cidade e Estado de São Paulo: (i) o relatório da administração; (ii) a cópia das demonstrações financeiras, e (iii) parecer dos auditores independentes. Rio de Janeiro, 30 de março de 2011. Diretoria

Companhia de Cimento Portland Ponte Alta CNPJ nº 61.403.507/0001-80 Aviso aos Acionistas Encontram-se à disposição dos Senhores Acionistas, no prédio da sede social, na Capital do Estado de São Paulo, na Rua São Bento, nº 329, no 12º andar, os documentos a que se refere o Art. 133 da Lei 6.404/76, relativos ao exercício social encerrado em 31/12/2010. São Paulo, 28 de março de 2011. Diretoria (31/03, 01 e 02/04)

Companhia Canavieira de Jacarezinho CNPJ n° 49.648.587/0001-39 Aviso aos Acionistas Encontram-se à disposição dos Senhores Acionistas, no prédio da sede social, na Capital do Estado de São Paulo, na Rua São Bento, n° 329, no 12º andar, os documentos a que se refere o Art. 133 da Lei 6.404/76, relativos ao exercício social encerrado em 31/12/2010. São Paulo, 28 de março de 2011. Diretoria (30, 31/03 e 01/04)

Richard Saigh Indústria e Comércio S.A. Companhia Fechada - CNPJ nº 61.206.397/0001-67 - NIRE 35.300.042.174 Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária - Edital de Convocação Ficam convocados os senhores acionistas da Richard Saigh Indústria e Comércio S.A. (a “Companhia”) a se reunirem em Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária a ser realizada em sua sede social, na cidade de São Caetano do Sul, Estado de São Paulo, na Rua Heloisa Pamplona nº 842, Bairro Fundação, no dia 12 de abril de 2011, às 10:00 horas, para deliberarem sobre a seguinte Ordem do dia: em Assembleia Geral Ordinária: i) tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras relativas ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2010; ii) deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de dividendos; e iii) eleger os membros do Conselho Fiscal; em Assembleia Geral Extraordinária: i) fixar a remuneração global dos administradores da Companhia. Edgard Nassif Saigh - Diretor Vice-Presidente.

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ANDRADINA AVISO DE ABERTURA DE LICITAÇÃO Processo nº 33/11 – Tomada de Preços nº 02/11 OBJETO: Contratação de empresa especializada para a execução de recapeamento asfáltico, tipo CBUQ, área de 33.080,93 m², referente ao contrato 312598-10/2009 – Ministério do Turismo. TIPO: MENOR PREÇO. REGIME: Empreitada por preço global. VENCIMENTO: 10(dez) horas, do dia 20 de abril de 2011. Edital por meio magnético - taxa no valor de R$ 34,84. INFORMAÇÕES: Prefeitura - Rua Dr. Orensy Rodrigues da Silva n°341, fone/fax (18) 3702-1000 ramal 1029, de 2° a 6° feira, das 08h30 às 16h. Andradina, 31 de março de 2011. JAMIL AKIO ONO – PREFEITO

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 31 de março de 2011, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Consórcio Alfa de Administração S.A.

Requerente: Kapiton Confecções Ltda. - Requerida: Comercial Petit Bebe Ltda. - Rua Guaicurus nº 1.317 Água Branca - 2ª Vara de Falências Requerente: Maria Tereza Garcia Dasi - Requerido: CBF - Centro Científico e Cultural Brasileiro de Fisioterapia - Avenida do Café nº 753 - Vila Guarani - 2ª Vara de Falências Requerente: Marisol Indústria do Vestuário Ltda. R e q u e r i d a : D i s t r i bu i d o r a d e M a l h a s S a n t a Catarina Ltda.-EPP - Rua Afonso Sardinha nº 202 - Lapa - 1ª Vara de Falências Requerente: Banco Safra S/A - Requerida: União Mec Ltda. - Rua Gustavo do Godi nº 116 - Penha de França - 2ª Vara de Falências

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Sociedade Anônima de Capital Aberto CNPJ/MF nº 17.193.806/0001-46 e NIRE 35 3 0002366 8 Edital de Convocação Convidamos os senhores acionistas a se reunirem no dia 28 de abril de 2011, às 11:30 horas (onze horas e trinta minutos), na sede social, na Alameda Santos, 466, 1º andar, Cerqueira César, nesta Capital, a fim de deliberarem sobre a seguinte ordem do dia, em: Assembleia Geral Ordinária: 1. Tomar as contas dos Administradores, examinar, discutir e votar o Relatório da Administração, as Demonstrações Financeiras, o Relatório dos Auditores Independentes e o Parecer do Conselho Fiscal, relativos ao exercício social encerrado em 31/12/2010; 2. deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e ratificar as distribuições de juros sobre o capital próprio relativas ao 1º e 2º semestres de 2010; 3. fixar a verba máxima de participação dos administradores no lucro líquido do exercício de 2010; 4. eleger os membros do Conselho de Administração, efetivos e suplentes, para o próximo mandato, nos termos do Estatuto Social, Artigo 15; 5. fixar a verba máxima destinada à remuneração dos integrantes da Diretoria e do Conselho de Administração e 6. se assim deliberado, instalar o Conselho Fiscal, eleger seus membros efetivos e suplentes e fixar suas remunerações. Para requerer a adoção do voto múltiplo para a eleição dos membros do Conselho de Administração, os requerentes, representando no mínimo 5% do capital votante, deverão exercer esta faculdade até 48 (quarenta e oito) horas antes da Assembleia Geral. Consigna-se ainda, para a eleição destes mesmos membros, a possibilidade de exercício das faculdades de que tratam o caput e parágrafos do artigo 141 da Lei nº 6.404/76, com a redação que lhes foi dada pela Lei nº 10.303/01. Assembleia Geral Extraordinária: Tomar conhecimento e deliberar sobre a Proposta da Diretoria, com pareceres favoráveis do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal para: a) aumentar o capital social em R$ 25.298.000,00 (vinte e cinco milhões e duzentos e noventa e oito mil reais), sem emissão de ações, mediante a capitalização de igual valor a ser retirado da conta “Reserva para Aumento de Capital” e aprovar a correspondente reforma estatutária; e b) alterar a redação do Artigo 7º do Estatuto Social, com o objetivo de atualizá-la e adequá-la à atual composição do capital da Sociedade, e aprovar a correspondente reforma estatutária. Nos termos do Parágrafo Único do Artigo 11º do Estatuto Social, para participar da Assembleia Geral é necessária a condição de acionista até 8 (oito) dias antes da data da realização do respectivo conclave e, quando o acionista se fizer representar por mandatário, é necessário o depósito do instrumento de procuração na sede social, até 5 (cinco) dias também antes do mesmo evento. O instrumento de procuração deve ter firma reconhecida, e ser acompanhado de comprovação de poderes do respectivo outorgante. Nos termos do Artigo 126 da Lei nº 6.404/76, e alterações posteriores, para participar e deliberar nas Assembleias Gerais, o acionista deve apresentar, além do documento de identidade, comprovante de titularidade das ações de emissão da Sociedade expedido pelo custodiante. Os documentos pertinentes às Assembleias encontram-se à disposição dos acionistas na sede da Sociedade. São Paulo, 25 de março de 2011. Paulo Guilherme Monteiro Lobato Ribeiro - Presidente do Conselho de Administração.

Alfa Holdings S.A. Sociedade Anônima de Capital Aberto CNPJ/MF nº 17.167.396/0001-69 e NIRE 35 3 0002375 7 Edital de Convocação Convidamos os senhores acionistas a se reunirem no dia 28 de abril de 2011, às 11:00 horas (onze horas), na sede social, na Alameda Santos, 466, 1º andar, Cerqueira César, nesta Capital, a fim de deliberarem sobre a seguinte ordem do dia, em: Assembleia Geral Ordinária: 1. tomar as contas dos Administradores, examinar, discutir e votar o Relatório da Administração, as Demonstrações Financeiras, o Relatório dos Auditores Independentes e o Parecer do Conselho Fiscal, relativos ao exercício social encerrado em 31/12/2010; 2. deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e ratificar as distribuições de juros sobre o capital próprio relativas ao 1º e 2º semestres de 2010; 3. fixar a verba máxima de participação dos administradores no lucro líquido do exercício de 2010; 4. eleger os membros do Conselho de Administração, efetivos e suplentes, para o próximo mandato, nos termos do Estatuto Social, Artigo 15; 5. fixar a verba máxima destinada à remuneração dos integrantes da Diretoria e do Conselho de Administração; e 6. se assim deliberado, instalar o Conselho Fiscal, eleger seus membros efetivos e suplentes e fixar suas remunerações. Para requerer a adoção do voto múltiplo para a eleição dos membros do Conselho de Administração, os requerentes, representando no mínimo 5% do capital votante, deverão exercer esta faculdade até 48 (quarenta e oito) horas antes da Assembleia Geral. Consigna-se ainda, para a eleição destes mesmos membros, a possibilidade de exercício das faculdades de que tratam o caput e parágrafos do artigo 141 da Lei nº 6.404/76, com a redação que lhes foi dada pela Lei nº 10.303/01. Assembleia Geral Extraordinária: Tomar conhecimento e deliberar sobre a Proposta da Diretoria, com pareceres favoráveis do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, para: a) aumentar o capital social em R$ 21.513.700,00 (vinte e um milhões, quinhentos e treze mil e setecentos reais), sem emissão de ações, mediante a capitalização de igual valor a ser retirado da conta “Reserva para Aumento de Capital” e aprovar a correspondente reforma estatutária; b) alterar a redação do Artigo 7º do Estatuto Social, com o objetivo de atualizá-la e adequá-la à atual composição do capital da Sociedade, e aprovar a correspondente reforma estatutária. Nos termos do Parágrafo Único do Artigo 11º do Estatuto Social, para participar da Assembleia Geral é necessária a condição de acionista até 8 (oito) dias antes da data da realização do respectivo conclave e, quando o acionista se fizer representar por mandatário, é necessário o depósito do instrumento de procuração na sede social, até 5 (cinco) dias também antes do mesmo evento. O instrumento de procuração deve ter firma reconhecida e ser acompanhado de comprovação de poderes do respectivo outorgante. Nos termos do Artigo 126 da Lei nº 6.404/76, e alterações posteriores, para participar e deliberar nas Assembleias Gerais, o acionista deve apresentar, além do documento de identidade, comprovante de titularidade das ações de emissão da Sociedade expedido pelo custodiante. Os documentos pertinentes às Assembleias encontram-se à disposição dos acionistas na sede da Sociedade. São Paulo, 25 de março de 2011. Paulo Guilherme Monteiro Lobato Ribeiro - Presidente do Conselho de Administração.

17 EAGLE DISTRIBUIDORA DE BEBIDAS S.A. CNPJ/MF nº 12.268.405/0001-94 - NIRE 35.300.159.659 AVISO AOS ACIONISTAS

Comunicamos aos Srs. Acionistas, nos termos do artigo 133, da Lei n.º 6.404/76, conforme alterada, que os documentos e informações relacionados às matérias objeto da ordem do dia da próxima Assembleia Geral Ordinária da Companhia, encontram-se à disposição dos Acionistas na sede da Companhia. Jaguariúna, 30 de março de 2011. João Mauricio Giffoni de Castro Neves - Diretor Geral.

Tekno S.A. - Indústria e Comércio Companhia Aberta - C.N.P.J. 33.467.572/0001-34 Assembléia Geral Ordinária e Assembleia Geral Extraordinária Edital de Convocação São convocados os Srs. acionistas a se reunirem em Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária, a se realizarem no dia 28 de abril de 2011, às 14:00 horas, na sede social, na Rua Alfredo Mário Pizzotti, 51, nesta capital, a fim de deliberar sobre a seguinte ordem do dia. 1° - ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA a) Relatório de Administração, Demonstrações Financeiras e Parecer dos Auditores, relativos ao exercício encerrado em 31/12/2010; b) Destinação do lucro do exercício findo e distribuição dos dividendos; c) Fixação da verba anual da remuneração dos administradores.d) Eleição do Conselho de Administração. Conforme instrução CVM 282/98, o percentual mínimo no capital votante necessário à requisição da adoção do voto múltiplo é de 5% (cinco por cento); e) Instalação do Conselho Fiscal. 2° - ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA Exame e deliberação a respeito da proposta da administração de: a) Aumento do Capital Social de R$ 151.500.000,00 (cento e cinqüenta e um milhões e quinhentos mil reais) para R$ 156.500.000,00 (cento e cinqüenta e seis milhões e quinhentos mil reais), mediante a capitalização de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) da conta de reserva de lucros retidos, com emissão de ações bonificadas e conseqüente alteração do artigo 5° do Estatuto Social; Os senhores acionistas deverão comparecer a assembléia com seus documentos de identidade e os representantes legais e procuradores dos acionistas, deverão também, comprovar a legitimidade da representação até 3 dias antes da assembléia, na sede social da Companhia. São Paulo, 29 de março de 2011. Valter Takeo Sassaki Presidente do Conselho de Administração 30-31/03 e 01/04/11

VOTORANTIM FINANÇAS S.A. COMPANHIA ABERTA CNPJ/MF 01.386.256/0001-41 - NIRE 35.300.180.542 ATA DE REUNIÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO, REALIZADA EM 16 DE MARÇO DE 2011 1. DATA, HORÁRIO E LOCAL - Dia 16 de março de 2011, às 10:00 horas, na sede social da Companhia, na Avenida das Nações Unidas, n° 14.171, Torre A, 6º andar, Conjunto 602, Sala D, Vila Gertrudes, na Capital do Estado de São Paulo. 2. PRESENÇA – Totalidade dos Conselheiros. 3. MESA DIRIGENTE – José Ermírio de Moraes Neto, Presidente; Marcus Olyntho de Camargo Arruda, Secretário. 4. DELIBERAÇÕES – Tendo em vista as condições estabelecidas na Cláusula 5.18 da Escritura Particular de Emissão Pública de Debêntures Não Conversíveis e Subordinadas da 4ª Emissão de Votorantim Finanças S.A., por unanimidade de votos, o Conselho fixou os seguintes critérios para o próximo período de remuneração das debêntures: i) a partir do dia 1º de abril de 2011 e até a data de vencimento das Debêntures, não haverá incidência de qualquer tipo de remuneração sobre o saldo do valor nominal unitário das Debêntures, sendo certo que o pagamento do valor nominal unitário das Debêntures ocorrerá na data de vencimento das Debêntures, qual seja, dia 1º de abril de 2015; e ii) para o quarto período de vigência de remuneração que se inicia no dia 1º de abril de 2011 e termina na data de vencimento das Debêntures, não haverá a incidência de qualquer tipo de prêmio ou amortização. 5. OBSERVAÇÕES FINAIS - a) O Sr. Presidente franqueou o uso da palavra, não havendo, todavia, nenhuma manifestação; b) Os trabalhos foram suspensos para a lavratura da presente ata, que tendo sido lida e achada conforme, vai assinada pelos presentes. (aa) José Ermírio de Moraes Neto, Presidente; Marcus Olyntho de Camargo Arruda, Secretário; José Ermírio de Moraes Neto; Marcus Olyntho de Camargo Arruda, Cláudio Ermírio de Moraes; Luís Ermírio de Moraes; Clóvis Ermírio de Moraes Scripilliti e Wang Wei Chang. A presente transcrição é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio. São Paulo, 16 de março de 2011. MARCUS OLYNTHO DE CAMARGO ARRUDA - Secretário. Arquivado na JUCESP em 25.03.11, sob nº 112.208/11-3. Kátia Regina Bueno de Godoy - Secretária Geral.

Banco Alfa de Investimento S.A. CNPJ/MF nº 60.770.336/0001-65 e NIRE 35 3 0005322 2 Edital de Convocação Convidamosossenhoresacionistasasereuniremnodia28deabrilde2011,às10:00horas(dezhoras), na sede social, na Alameda Santos, 466, 1º andar, Cerqueira César, nesta Capital, a fim de deliberarem sobre a seguinte ordem do dia, em: Assembleia Geral Ordinária: 1. tomar as contas dos Administradores, examinar, discutir e votar o Relatório da Administração, as Demonstrações Financeiras, o Relatório dos Auditores Independentes, o Parecer do Conselho Fiscal e o Resumo do Relatório do Comitê de Auditoria, relativos ao exercício social encerrado em 31/12/2010; 2. deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e ratificar as distribuições de juros sobre o capital próprio relativas ao 1º e 2º semestres de 2010; 3. fixar a verba máxima de participação dos administradores no lucro líquido do exercício de 2010; 4. eleger os membros do Conselho de Administração, efetivos e suplentes, para o próximo mandato, nos termos do Estatuto Social, Artigo 13; 5. fixar as verbas máximas destinadas à remuneração dos integrantes da Diretoria, do Conselho de Administração e do Comitê de Auditoria e 6. se assim deliberado, instalar o Conselho Fiscal, eleger seus membros efetivos e suplentes e fixar suas remunerações. Para requerer a adoção do voto múltiplo para a eleição dos membros do Conselho de Administração, os requerentes, representando no mínimo 5% do capital votante, deverão exercer esta faculdade até 48 (quarenta e oito) horas antes da Assembleia Geral. Consigna-se ainda, para a eleição destes mesmos membros, a possibilidade de exercício das faculdades de que tratam o caput e parágrafos do artigo 141 da Lei nº 6.404/76, com a redação que lhes foi dada pela Lei nº 10.303/01. Assembleia Geral Extraordinária: Tomar conhecimento e deliberar sobre a Proposta da Diretoria, com pareceres favoráveis do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, para aumentar o capital social em R$ 30.000.000,00 (trinta milhões de reais), sem emissão de ações, mediante a capitalização de igual valor a ser retirado da conta “Reserva para Aumento de Capital” e aprovar a correspondente reforma estatutária. Nos termos do Parágrafo Único do Artigo 9º do Estatuto Social, para participar da Assembleia Geral é necessária a condição de acionista até 08 (oito) dias antes da data da realização do respectivo conclave e, quando o acionista se fizer representar por mandatário, o depósito do instrumento de procuração, na sede social, até 05 (cinco) dias também antes do mesmo evento. O instrumento de procuração deve ter firma reconhecida e ser acompanhado de comprovação de poderes do respectivo outorgante. Nos termos do Artigo 126 da Lei nº 6.404/76, e alterações posteriores, para participar e deliberar nas Assembleias Gerais, o acionista deve apresentar, além do documento de identidade, comprovante de titularidade das ações de emissão da Sociedade expedido pelo custodiante. Os documentos pertinentes às Assembleias encontramse à disposição dos acionistas na sede da Sociedade. São Paulo, 25 de março de 2011. Paulo Guilherme Monteiro Lobato Ribeiro - Presidente do Conselho de Administração.

Financeira Alfa S.A. - Crédito, Financiamento e Investimentos Sociedade Anônima de Capital Aberto CNPJ/MF nº 17.167.412/0001-13 e NIRE 35 3 0004818 1 Edital de Convocação Convidamos os senhores acionistas a se reunirem no dia 28 de abril de 2011, às 10:30 horas (dez horas e trinta minutos), na sede social, na Alameda Santos, 466, 1º andar, Cerqueira César, nesta Capital, a fim de deliberarem sobre a seguinte ordem do dia, em: Assembleia Geral Ordinária: 1. tomar as contas dos Administradores, examinar, discutir e votar o Relatório da Administração, as Demonstrações Financeiras, o Relatório dos Auditores Independentes, o Parecer do Conselho Fiscal e o Resumo do Relatório do Comitê de Auditoria, relativos ao exercício social encerrado em 31/12/2010; 2. deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e ratificar as distribuições de juros sobre o capital próprio relativas ao 1º e 2º semestres de 2010; 3. fixar a verba máxima de participação dos administradores no lucro líquido do exercício de 2010; 4. eleger os membros do Conselho de Administração, efetivos e suplentes, para o próximo mandato, nos termos do Estatuto Social, Artigo 13; 5. fixar a verba máxima destinada à remuneração dos integrantes da Diretoria e do Conselho de Administração e 6. se assim deliberado, instalar o Conselho Fiscal, eleger seus membros efetivos e suplentes e fixar suas remunerações. Para requerer a adoção do voto múltiplo para a eleição dos membros do Conselho de Administração, os requerentes, representando no mínimo 5% do capital votante, deverão exercer esta faculdade até 48 (quarenta e oito) horas antes da Assembleia Geral. Consigna-se ainda, para a eleição destes mesmos membros, a possibilidade de exercício das faculdades de que tratam o caput e parágrafos do Artigo 141 da Lei nº 6.404/76, com a redação que lhes foi dada pela Lei nº 10.303/01. Assembleia Geral Extraordinária: Tomar conhecimento e deliberar sobre a Proposta da Diretoria, com pareceres favoráveis do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, para aumentar o capital social em R$ 23.000.000,00 (vinte e três milhões de reais), sem emissão de ações, mediante a capitalização de igual valor a ser retirado da conta “Reserva para Aumento de Capital” e aprovar a correspondente reforma estatutária. Nos termos do Parágrafo Único do Artigo 9º do Estatuto Social, para participar da Assembleia Geral é necessária a condição de acionista até 8 (oito) dias antes da data da realização do respectivo conclave e, quando o acionista se fizer representar por mandatário, é necessário o depósito do instrumento de procuração na sede social, até 5 (cinco) dias também antes do mesmo evento. O instrumento de procuração deve ter firma reconhecida e ser acompanhado de comprovação de poderes do respectivo outorgante. Nos termos do Artigo 126 da Lei nº 6.404/76, e alterações posteriores, para participar e deliberar nas Assembleias Gerais, o acionista deve apresentar, além do documento de identidade, comprovante de titularidade das ações de emissão da Sociedade expedido pelo custodiante. Os documentos pertinentes às Assembleias encontram-se à disposição dos acionistas na sede da Sociedade. São Paulo, 25 de março de 2011. Paulo Guilherme Monteiro Lobato Ribeiro - Presidente do Conselho de Administração.

RB CAPITAL HOLDING S.A. - NIRE 35.300.360.346 - CNPJ/MF nº 10.140.272/0001-40 Ata de Assembléia Geral Extraordinária Realizada em 23/03/2011 1. Local, data e hora: Dia 23/03/2011, às 10hs., na sede social da RB Capital Holding S.A. (“Companhia”), na R. Amauri, 255, 5º and., parte, Jd. Europa, na Cidade de São Paulo/SP. 2. Convocação: Dispensada a convocação, na forma do art, 124, § 4º, da Lei nº 6.404/76, em decorrência da presença dos acionistas representando a totalidade do capital social da Cia.. 3. Presença: Acionistas representando a totalidade do capital social da Cia., conforme registros lavrados no Livro de Presença de Acionistas assinado e arquivado na sede da Cia.. 4. Mesa: Presidente: Marcelo Pinto Duarte Barbará; Secretário: Marcelo Michaluá. 5. Ordem do Dia: Deliberar sobre a 2ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, em série única, da espécie quirografária, para distribuição pública com esforços restritos de colocação, nos termos da Instrução CVM nº 476, de 16/01/2009, da Cia. (“Emissão” e “Debêntures”, respectivamente). 6. Assuntos e Deliberações: Foi aprovada, pela unanimidade dos acionistas, a lavratura da presente ata sob a forma de sumário e sua publicação com omissão das assinaturas dos acionistas, na forma do art. 130 da Lei n° 6.404/76. Também por unanimidade, foi deliberada a 2ª emissão de debêntures da Cia., de acordo com os termos e condições abaixo definidos: 6.1. Emissão de Debêntures: (a) Valor da Emissão: R$44.000.000,00, na Data de Emissão, conforme abaixo definida; (b) Quantidade de Debêntures: 44 Debêntures; (c) Valor Nominal Unitário: R$1.000.000,00; (d) Número de Séries: única; (e) Data da Emissão, Prazo e Vencimento: as Debêntures serão emitidas em 01/04/2011 (“Data de Emissão”). As Debêntures terão prazo de 60 meses a contar da Data de Emissão, vencendo, portanto, em 01/04/2016 (“Data de Vencimento”); (f) Colocação: as Debêntures serão distribuídas por meio de oferta pública com esforços restritos de colocação, nos termos da Instrução CVM nº 476/09, sob o regime de garantia firme de colocação; (g) Conversibilidade: simples, não conversíveis em ações da Cia.; (h) Forma: nominativa e escritural, sem emissão de cautelas ou certificados; (i) Espécie: quirografárias; (j) Atualização do Valor Nominal: o valor nominal unitário das Debêntures será atualizado, pro rata temporis por dias úteis, pela variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, apurado e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, (a) anualmente, desde a Data de Emissão até o 24º mês (inclusive); e (b) mensalmente, a partir do 25º mês (inclusive), a contar da Data de Emissão, até a Data de Vencimento, sendo o resultado dessas atualizações incorporado automaticamente ao valor nominal unitário das Debêntures; (k) Remuneração: as Debêntures farão jus ao pagamento de juros remuneratórios prefixados, à razão de 8,5493% ao ano, calculados de forma exponencial e cumulativa pro rata temporis, incidentes, a partir da Data de Emissão, sobre o saldo do valor nominal unitário atualizado das Debêntures (“Remuneração”). A Remuneração será paga em 36 parcelas mensais, sendo a primeira devida em 01/05/2013, ou no próximo dia útil, caso 01/05/2013 não seja dia útil, e as demais no 1º dia útil dos meses subsequentes. Até o 24º mês, inclusive, a contar da Data de Emissão, a Remuneração será incorporada ao valor nominal unitário atualizado das Debêntures (“Novo Principal”); (l) Amortização do Principal: o Novo Principal será amortizado em 3 parcelas anuais e consecutivas, cada uma em valor correspondente ao percentual amortizado, indicado na tabela abaixo, nas datas também previstas na tabela abaixo: Parcela de Amortização do Novo Principal - Data de Pagamento - Percentual Amortizado do Novo Principal: 1ª - 01/04/2014 - 33,3333%; 2ª - 01/04/2015 - 33,3333%; 3ª - 01/04/2016 33,3334%. Será agregado a cada parcela de amortização do Novo Principal o valor da atualização monetária incidente sobre o valor da citada parcela entre o final do 24º mês a contar da Data de Emissão e a respectiva data de pagamento; (m) Resgate Antecipado e Amortização Extraordinária: a Companhia poderá a qualquer tempo resgatar antecipadamente, total ou parcialmente, as Debêntures. O valor do resgate antecipado será equivalente ao saldo atualizado do valor principal das Debêntures que será resgatado, acrescido da Remuneração e demais encargos devidos e não pagos até a data do resgate antecipado, bem como de um prêmio de: (a) 2%, caso o resgate antecipado seja realizado até o 24º mês (inclusive), a contar da Data de Emissão; (b) 1,35%, caso o resgate antecipado seja realizado entre o 25º mês (inclusive) e o 36º mês (inclusive), a contar da Data de Emissão; (c) 1,2%, caso o resgate antecipado seja realizado entre o 37º mês (inclusive) e o 48º mês (inclusive), a contar da Data de Emissão; ou (d) 0,9%, caso o resgate antecipado seja realizado entre o 49º mês (inclusive) e o 60º mês (inclusive), a contar da Data de Emissão. Adicionalmente, as Debêntures poderão ser, a qualquer tempo, extraordinariamente amortizadas, a critério exclusivo da Emissora, desde que esteja adimplente em relação a todas as suas obrigações previstas na escritura de emissão das Debêntures, até o limite de 95% do valor nominal unitário atualizado, ou do Novo Principal atualizado, conforme o caso. A amortização extraordinária será equivalente ao percentual do saldo atualizado do valor principal das Debêntures, conforme definido pela Emissora, acrescido (a) da Remuneração, calculada pro rata temporis até a data do efetivo pagamento da amortização; e (b) de prêmio equivalente ao aplicável ao resgate antecipado, conforme acima descrito; (n) Vencimento Antecipado: poderá ocorrer o vencimento antecipado das Debêntures nas hipóteses e condições taxativamente descritas na escritura de emissão das Debêntures; (o) Garantias: não há quaisquer garantias; (p) Destinação dos Recursos: os recursos captados com a emissão das Debêntures terão a destinação descrita na escritura de emissão das Debêntures; e (q) Negociação das Debêntures: as Debêntures serão registradas para negociação no Módulo Nacional de Debêntures - SND, administrado e operacionalizado pela CETIP S.A. - Balcão Organizado de Ativos e Derivativos (“CETIP”), sendo a custódia eletrônica e a liquidação financeira das Debêntures realizadas pela CETIP. 6.2. Autorizar os Diretores e procuradores da Companhia a tomar todas as medidas necessárias para efetivar a Emissão ora aprovada, incluindo, mas não se limitando, a definição e aprovação do teor dos documentos relacionados à Emissão, observadas as condições estabelecidas no item 6.1 acima, a prática dos atos necessários à assinatura da Escritura de Emissão, à contratação de instituições financeiras autorizadas a operar no mercado de valores mobiliários como intermediárias, à contratação do agente fiduciário, do banco mandatário, da instituição escrituradora, do consultor jurídico e das demais instituições que eventualmente se façam necessárias para a realização da Emissão, fixando-lhes os respectivos honorários, bem como a publicação e o registro dos documentos de natureza societária perante os órgãos competentes, incluindo providências junto à CETIP ou quaisquer outros órgãos ou autarquias junto aos quais seja necessária a adoção de quaisquer medidas para a implementação da Emissão. 7. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, às 12hs. a Assembléia foi encerrada. A presente ata foi lavrada por meio de processamento eletrônico e, depois de lida e aprovada, foi assinada por todos os presentes. Acionistas presentes: RB Capital Fundo de Investimento em Participações, Luis Cláudio Garcia de Souza, Marcelo Pinto Duarte Barbará, Marcelo Pereira Lopes de Medeiros, José Pio Borges, André Pinheiro Lara Resende e Winston Frisch. Certifico que a presente é cópia fiel da ata original lavrada em livro próprio. São Paulo, 23/03/2011. Mesa: Marcelo Pinto Duarte Barbará - Presidente, Marcelo Michaluá Secretário. JUCESP nº 113.616/11-9 em 29.03.11. Kátia Regina Bueno de Godoy - Sec. Geral.


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sexta-feira, 1 de abril de 2011

As pessoas são bombardeadas por 1,5 mil mensagens por dia. Marcos Roberto Hiller, professor da Fatef

conomia

HERANÇA MAIA

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Fotos Divulgação

BARATÍSSIMO agência Rai, do publicitário Fábio Burg, veicula a campanha "Baratíssimo", da rede de restaurantes Subway. A ação destaca o sanduíche de Peito de Frango de 15 cm, com valor promocional de R$ 4,95, e o comercial para TV que foi produzido pela Black Maria. Com o título "Notas", a peça mostra diversas situações em que os personagens são avaliados: na escola, nos esportes, no carnaval e na intimidade. A nota é sempre 4,95, mostrando que todos só pensam nesse número e na promoção dos restaurantes Subway. Mas com essa nota, é claro, que na escola, no carnaval e na intimidade, o garoto-propaganda não chegará a lugar nenhum.

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GAROTO-PROPAGANDA da rede Subway: nota 4,95, mesmo valor do sanduíche

PEQUENOS LEITORES publicitária Stela Greco Loducca assumiu uma missão: incentivar as crianças a ler. A decisão de abraçar essa causa foi tomada após Stela BIBLIOTECA virtual perceber, na prática, o impacto negativo que a falta do hábito da leitura tem no desenvolvimento do potencial cognitivo dos pequenos. Durante dois anos ela participou de um trabalho de incentivo à leitura, com crianças no projeto social da Congregação de Santa Cruz, no CCA Bom Jesus, localizado no Jaguaré. Lá aprendeu muito e decidiu, em parceria com a LOV, da Loducca, construir um espaço digital para estimular a leitura de livros. No site www.opequenoleitor.com.br, os pequenos têm acesso a livros coloridos, que estimulam o prazer da leitura.

A

CONSUMIDORAS falam

ZECA Pagodinho invade a internet

TESTEMUNHOS

CAIU NA REDE

Ypê, marca de produtos de higiene e limpeza, sempre apresentados por Nicete Bruno, agora ganham novo posicionamento que traz para os comerciais as suas próprias consumidoras. Com o mote, "Quem usa, adora!", elas contam, de forma espontânea, suas experiências com Tixan Ypê e testemunham sobre o desempenho, o rendimento e, principalmente, o perfume dos produtos. A campanha dos produtos da Química Amparo é assinada pela agência P&M.

universo digital é o tema da nova campanha de Brahma. Na comunicação, criada pela agência Africa, o cantor Zeca Pagodinho entra em contato, de forma divertida, com as redes sociais da marca e convida o público a acompanhá-lo em suas aventuras na web, convidando os "brahmeiros" a segui-lo. O comercial Cadê marca a estreia da comunicação. Nele, o cantor Jorge Aragão interpreta a música "Zeca cadê você?". O segundo chama-se "Digitais", no qual Zeca explica o significado da rede para Jorge Aragão. Ambos têm por objetivo apresentar ao "brahmeiro" um olhar descomplicado do mundo digital.

A

O

NAMORO NA TV a manhã da última quarta-feira, o programa Mais Você, da TV Globo, exibiu a namorada do Louro José, a Andorinha Dorinha. Apaixonados desde o Carnaval, quando Andorinha Dorinha veio para o Rio de Janeiro para acompanhar os desfiles, a história de amor do casal ganhou páginas de revistas de celebridades e a mais nova ferramenta de marketing do azeite português Andorinha. A história de amor entre o companheiro de programa de Ana Maria Braga e a Andorinha Dorinha promete desdobramentos no programa e na mídia. É que a Sovena, fabricante do produto, está investindo R$ 5 milhões nesta ação que contempla não só os merchandisings na TV Globo, mas também o ponto de venda.

N

ANDORINHA ao lado do Louro José

a antiguidade, os povos trições aos produtos que, muito domaias, dizimados pelos es- ces, favoreciam o surgimento de cápanhóis na descoberta da ries e atrapalhavam a dentição de América, mascavam um látex de uma crianças e adolescentes, que os consuárvore comum em toda a América do miam em profusão. Foi, então, que os laboratórios AmeSul, o sapotizeiro, com a intenção de manter o hálito fresco. O hábito de rican Chiclets Company, começaram a mascar esse látex, mesmo com o fim fazer pesquisa até o lançamento, em dessa cultura, se manteve, especial- 1962, de Trident, que continha três enmente no México. Em 1869, o ditador zimas, não tinha adição de açúcar e famexicano Antonio López de Santa An- zia bem aos dentes. Daí o nome do nona se exila em Nova York, com alguns vo produto, capaz de esticar a vida das de seus fiéis escudeiros, entre os quais gomas de mascar. A Adams acabou Rudolf Napegy, que leva na bagagem por comprar o laboratório concorrenbalas de látex, chamadas "Tchiclé", te e a marca no ano seguinte e em uma junção de "tchi" (boca) e "clé" 1964, os astronautas da Nasa começaram a levar Trident na bagagem refor(movimento). çando o markeProcurando fating da inovação. zer amizade, NaA Adams crespegy oferece alceu tanto que gumas dessas baacabou nas mãos las para Thomas da Pfizer e desta Adams, inventor nas mãos da Cadem horas vagas, bury Schweppes que vai testar, CHICLETES no Rock in Rio que a vendeu pasem sucesso, o lára a Kraft Foods. tex na tentativa de produzir pneus, botes infláveis e Seguindo a trajetória de inovação aliabrinquedos. O acaso, porém, o faria re- das à marca Trident, a empresa, agora, tomar o uso do látex, cujo produto Na- aposta alto no produto, que é um dos pegy queria vender, ao ver uma garo- patrocinadores do Rock in Rio, que tinha pedir um tablete de cera parafi- acontece em setembro. A marca que, nada numa farmácia para mascar. Ele, ao lado de Volkswagen, Claro, Cocaentão, pegou a massa do sapoti que ti- Cola e Heineken, adquiriu cota de R$ 7 nha, diluiu em água quente, acrescen- milhões, espera emprestar mais enertou alcaçuz e cortou em pequenos pe- gia às vendas e já está lançando prodaços embrulhados em papéis colori- dutos atrelando a famosa goma de dos. Ofereceu em consignação em far- mascar ao mais esperado evento mum á c i a s e o s p e d i d o s s e sical dos últimos anos, com o Pão de Açúcar como pano de fundo. Também multiplicaram. Não demorou para que o produto criou estandes inovadores, que estão ganhasse, na embalagem, um nome e espalhados pelo Rio, lembrando do um slogan: "Goma Adams de Nova festival mais aguardado. Nos produtos York – estala e estica". Fez tremendo que chegam ao ponto de venda, Trisucesso e Adams aproveitou para ino- dent já faz essa associação para mosvar ainda mais, lançando sabores e co- trar que tem tudo a ver com inovação, res até se unir a outros fabricantes, desde 1964, quando esse chiclete foi adotando o nome de "chiclets", numa para a lua. Os maias sempre sonharam alusão às origens do produto, só que com a conquista do espaço. com nomenclatura patenteada. Assim, a Adams tornou-se referênEnvie informações para cia em todo o mundo e avançou firme essa coluna para o e-mail: até os anos 1960, mesmo após a morte carlosfranco@revista do fundador. Nos anos 1960, dentistas publicitta. com.br e autoridades começaram a fazer res-

Mário Miranda/LUZ

Pequenas empresas podem recorrer às redes sociais Paula Cunha

A

s empresas podem usar as redes sociais para divulgar produtos e serviços, desde que utilizem a linguagem correta para atingir o público-alvo e saibam responder adequadamente às demandas desses consumidores. Entretanto, devem adotar normas que as protejam de problemas legais com estes internautas e criar um código de conduta para controlar o uso desses meios por parte de seus funcionários. Estas foram as conclusões das palestras realizadas ontem, na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), sobre o tema Introdução das micro e pequenas empresas ao mundo digital. O evento foi patrocinado pela Faculdade e Tecnologia Fundetec (Fatef) e realizado pela ACSPEventos. Marcos Roberto Hiller, professor da entidade educacional, lembrou que

os consumidores evoluíram rapidamente nos últimos anos e hoje são influenciados pelas mídias digitais. "Atualmente, as pessoas são bombardeadas por cerca de 1,5 mil mensagens a cada dia. Deste total, elas captam aproximadamente 100 e absorvem realmente apenas dez", disse Hiller. Diante destes números, as empresas precisam estabelecer estratégias para atingir seus objetivos, tanto nestas novas mídias quanto nas tradicionais. Facebook – Segundo Hiller, entre as redes destaca-se o Orkut, a rede social que abriga atualmente 26 milhões de internautas brasileiros. Além disso, o Facebook registrou crescimento de 479% no Brasil no ano passado e São Paulo é a segunda cidade que mais utiliza o Twitter em todo o mundo, ultrapassada apenas pela cidade de Nova York. Com estes instrumentos nas mãos, os consumidores opinam abertamente a respeito de

CR REVESTIMENTOS REV ESTIMENTOS

empresas, serviços e produtos e estas opiniões geram forte impacto sobre o mundo corporativo. Por isso, o especialista reforça que as corporações precisam se estruturar para lidar com estes novos veículos com transparência, mas sem ignorá-los. Atitude – Para o professor da Fatef, as empresas precisam ter a mesma atitude tanto no mundo real quanto no virtual e contratar profissionais capazes de analisar a repercussão de suas inserções nas mídias sociais. Para as pequenas e médias empresas do País, a estratégia de divulgar produtos e serviços nas redes sociais deve ser bem avaliada. Hiller opina que esses meios podem ser utilizados apenas se os empreendedores constatarem, através de pesquisas, que encontrarão um público-alvo adequado aos seus objetivos dentro do ambiente da internet. No campo jurídico, as em-

Palestra do professor Marcos Roberto Hiller, na sede da ACSP, destacou as oportunidades da internet para novos negócios

presas precisam criar regras determinadas para controlar o uso das mídias sociais por parte de seus funcionários, bem como adotar softwares capazes de avaliar e de elaborar relatórios com informações específicas, como o tempo utilizado pelos funcionários para acessar determinados sites e as redes sociais. Thaís Corteze, professora da Fatef, sugeriu que as empresas criem um estatuto que seja am-

plamente divulgado entre todos os colaboradores. Segundo ela, as companhias precisam questionar se o uso dessas redes afeta ou não a produtividade. Ela lembrou que as regras que regulam o uso devem ser claras e opinou que o bloqueio ao acesso não é uma boa alternativa, pois a própria internet oferece atalhos que conduzem a estes endereços virtuais. "A empresa é corresponsável pelo uso que os seus co-

laboradores fazem das redes sociais, bem como os provedores de acesso. Por isso, as regras quanto ao seu acesso devem ser muito claras", acrescentou a professora. Quanto à iniciativa de algumas companhias de acionar a Justiça para bloquear conteúdos na web, a professora disse que essas corporações podem sair com suas imagens prejudicadas. A resposta pode ser dada no próprio mundo virtual.

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sexta-feira, 1 de abril de 2011

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Nº362

DCARR

O Nissan Sentra 2012 chegou em três versões motor 2.0. O preço de entrada, R$ 54.990, foi mantido e a garantia permanece de três anos sem limite de quilometragem.

CHEGARAM

Soul Flex e o novo Sportage Crise no Oriente Médio ajuda Kia brasileira a receber os modelos que pouco apareciam nas lojas e já eram chamados de virtuais CHICOLELIS

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om a crise nos países árabes, especialmente a Líbia, em plena revolução, a coreana Kia fez uma mudança: o alvo das suas exportações. Bom para os brasileiros que esperavam pelo novo Sportage e o Soul Flex, cujas produções não conseguiam atender à demanda mundial. A partir deste mês, 1.200 modelos do Sportage da terceira geração estarão chegando às concessionárias brasileiras da Kia, segundo o presidente da empresa no Brasil, José Luiz Gandini. Dentro deste panorama vem também o Soul, que na versão 2012 brasileira é equipado com motor Flex, tornando-se o primeiro carro na categoria a usar o propulsor bicombustível no País, sendo importado de um país que está fora dos acordos que isenta produtos de taxações, como Argentina e México. Atraente - Desenhada pelo alemão Peter Schreyer, a 3ª geração do Sportage chama atenção pela beleza de suas linhas. O modelo ficou mais largo, mais comprido e mais baixo, oferecendo mais espaço para seus cinco ocupantes, sem causar transtornos àqueles com mais de 1,80m de altura, mesmo quando acomodados no banco traseiro. Os preços do SUV estão en-

A versão 2012 do Kia Soul chega ao Brasil equipada com motor bicombustível

MENOS PORTAS tre R$ 83.900 – o modelo de entrada, com ar-condicionado, direção hidráulica, sistema de som e ABS – e R$ 105.900 – versão top, com transmissão automática, tração 4x4, bancos de couro, além de outros itens de segurança e conforto. As versões intermediárias custam, respectivamente, R$ 87.900, R$ 97.900 e R$ 103.400. A previsão da Kia é dobrar as suas vendas em 2011, pulando das 54.445 unidades do ano passado para 104 mil neste. Para tanto, a empresa conta com o Divulgação

O Sportage chega, em sua 3ª geração, com preços a partir de R$ 83.900

crescimento da rede dos atuais 150 pontos para 180 ao final do período. A espectativa é vender 16 mil Sportage, contra 7.400 em 2010, e também mais que dobrar os números do Soul, com base no seu novo motor flex. O Soul vem para o mercado com o menor preço da categoria: entre R$ 58.900 e R$ 65.900, este último completo e com transmissão automática. O atual preço, anunciado pela Kia, refere-se ao modelo 2010/2011, vendido por R$ 49 mil. Mas são os últimos exemplares, adverte Gandini.

MAIS OPÇÕES DO MAIS VENDIDO Fiat lança Uno versão Sporting e o duas portas

O

novo Fiat Uno foi o carro mais vendido no Brasil durante o mês de fevereiro, com 21.396 unidades emplacadas. Desde maio de 2010, quando foi lançado, já teve mais de 120 mil modelos comercializados. Mas a marca italiana não parece estar satisfeita e passou a oferecer o compacto também na versão duas portas, totalizando agora dez opções de compra. Outra novidade da Fiat é o esportivo Uno Sporting (fotos) com itens de personalização no acabamento interno, farol com máscara negra, faixas e minissaias laterais, ponteira de escapamento dupla, aerofólio traseiro, rodas de liga leve aro 15”, computador de bordo, volante em couro, além da suspensão que foi ajustada e ficou 20 mm mais baixa

e com molas mais rígidas. Ainda de série, a versão Sporting oferece direção hidráulica, faróis de neblina e trava e vidros dianteiros elétricos. A versão ganhou três opções exclusivas de pintura: Amarelo Indianópolis, Vermelho Modena e Laranja Nemo. A linha 2012 do novo Uno é comercializada agora nas seguintes versões: Vivace 1.0 2 portas (R$ 26.490), Vivace 1.0 4 portas (R$ 28.140), Way 1.0 2 portas (R$ 27.670), Way 1.0 4 portas (R$ 29.320), Attractive 1.4 2 portas (R$ 29.840), Attractive 1.4 4 portas (R$ 31.670), Way 1.4 2 portas (R$ 30.650), Way 1.4 4 portas (R$ 32.480), Sporting 1.4 2 portas (R$ 32.170) e Sporting 1.4 4 portas (R$ 33.970) Anderson Cavalcante


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tUma festa real urismo

para os turistas Phil Noble/AFP

Londres está repleta de atrações em torno do casamento do príncipe William com Catherine Middleton, marcado para o próximo dia 29 Antonella Salem re, por exemplo, bolos dos noivos em miniatura e amanteigados de coração com o nome de William e Catherine. Já no recém-reformado hotel The Langham o 'Tea Royale' inclui gostosuras que capturam o espírito festivo do grande dia, como sanduichinhos de lagosta e pepino e sobremesa de coroa com damasco e framboesa. Para completar, uma taça de champanhe para brindar ao príncipe e à futura princesa. Drinques especiais não vão faltar aos hóspedes e visitantes dos seis hotéis do grupo Park Plaza em Londres. Neles, foi lançada uma lista de coquetéis inspirados no casamento real. Um exemplo do menu? O 'Old Passioned', que leva maracujá fresco, vodca de maracujá e oxicoco. Pacotes – Vale a pena aproveitar os programas montados por alguns hotéis londrinos em ocasião do grande evento e que incluem mimos e serviços à altura da realeza. Até maio, o St. James Hotel alia diárias em um quarto categoria Deluxe, café da manhã inglês, chá da tarde e um tour a pé de duas horas pelos palácios reais da cidade. Aos que sonham em casar-se em Londres, o hotel propõe também uma festa para até 40 pessoas com menu de três

Buckingham (à dir.) faz parte do tour dos palácios reais, oferecido pelo St. James Hotel. No Swissôtel The Howard, meninas são transformadas em princesas (à esq.). Hotéis criaram drinques e chás da tarde inspirados no jovem casal.

Fotos: Divulgação

O

mês de abril mal c o m e ç o u e L o ndres já vive em plena celebração em torno do histórico casamento do príncipe William com Catherine Middleton, a realizar-se no próximo dia 29. Para os turistas e moradores é fácil, fácil, entrar no clima de festa real. A capital inglesa está repleta de programas que h om e n ag e ia m a união – de pacotes cheios de luxo nos hotéis a chás da tarde com quitutes c o n f e c c i o n ad o s e s p e c i a lmente com o tema. E, quem diria, até um sorvete inventado em prol dos pombinhos. A sorveteria italiana Dri Dri, na Portobello Road, coração de Notting Hill, criou a receita inédita de sorbet com peras inglesas Williams e chips de chocolate amargo que, misturados, resultam em um sabor refrescante. O lugarejo é especialista em sorvetes gourmets com ingredientes orgânicos, garimpados com fazendeiros e produtores europeus. Pensando em delícias, o tradicional chá da tarde inglês ganhou um 'twist' real este mês. O hotel cinco-estrelas The Royal Horseguards, que fica a poucos passos de onde ocorrerá o desfile do casamento, prepara um menu de ouro. Espe-

pratos criado por um chef estrelado no guia Michelin, entre outros luxos. No Grosvenor House, hotel do grupo JW Marriott, o programa 'Feito para uma Princesa' foi idealizado pensando em serviços à moda de reis e rainhas. Ou seja, acomodação em uma suíte Park View, traslado do aeroporto em um automóvel Bentley ou em um Rolls

Royce, chá da tarde, passeio de charrete privativo pelo Hyde Park e café da manhã. Na chegada, hóspedes recebem uma garrafa de champanhe, copos comemorativos, um bolo de casamento em miniatura e um livro sobre a história de Grosvenor House. E os pacotes especiais em

Londres incluem até as moçinhas. Até junho, meninas de 3 a 8 anos viram verdadeiras princesinhas no Swissôtel The Howard. Na chegada a esse "castelo" cinco-estrelas, o hotel prepara um chá da tarde de princesa com direito a uma garrafa de champanhe sem álcool. Em seguida, a mocinha ganha um vestido cor-de-rosa, tiara, capa, bolsa e sapatos adornados com purpurina. O quarto terá cama com lençóis de l i n h o e o b anheiro repleto de produtos de beleza para pequenas princesas. O ponto alto do programa é um passeio de carruagem rum o à W e s tminster Abbey, local do casam e n t o . Tu d o em horna à transformação de Catherine em princesa. Atrações – Nem só os hotéis aproveitaram o evento real para atrair e mimar os visitantes. A partir do momento em que o casal trocar alianças, dia 29, por uma semana, todos os casais chamados Will e Kate que chegarem à roda-gigante

London Eye com seus certificados de casamento em mãos terão dois ingressos cortesia para aproveitar a visão panorâmica e romântica da cidade do alto. Na noite do casório, por sinal, a roda-gigante ganhar á i l u m i n ação patriótica: em vermelho, branco e azul. Já a National Gallery montou diversos programas, entre palestras, workshops e tours ligados ao tema real durante os meses de abril e maio. Visitantes podem,

por exemplo, juntar-se a um grupo para explorar pinturas da coleção que um dia pertenceram a reis e ouvir histórias de rainhas e princesas. No Zoológico, entre o dia 29 de abril e 2 de m a i o , W i lliams e Catherines ganham um dia grátis. Basta levar o passaporte e comprovar o nome. Para quem adora os clássicos contos de fadas, a ocasião é perfeita para ir conferir a adaptação da história 'Cinderella' do Royal Ballet.

SERVIÇO

A partir do dia 29, por uma semana, os casais chamados Will e Kate que forem à London Eye (acima) ganham ingressos cortesia. 'Cinderella' (abaixo), do Royal Ballet, inspira o clima romântico.

Dri Dri: 189 Portobello Road, W11 2ED. The Royal Horseguards: 2 Whitehall Court, SW1A 2EJ, tel. (44-0871) 376-9033, www.guoman.com. Chá da tarde especial a 32 libras por pessoa. The Langham: 1c Portland Place, Regent Street, GB W1B 1JA, tel. (44-20) 7636-1000, http:// london.langhamhotels.co.uk/. 'Tea Royale' a 51,50 libras por pessoa. Park Plaza: consulte os hotéis no www.parkplaza. com/. Coquetéis custam 9 libras. St. James Hotel and Club: 7-8 Park Place, St. James's, SW1A 1LS, tel. (44-20) 7316-1600, www.stjameshotelandclub.com. Pacote especial a partir de 455 libras por quarto. Festa de casamento a 175 por pessoa. Grosvenor House: Park Lane, W1K7TN, tel. (44-207) 499-6363, www.marriott.co.uk. Programa comemorativo a 2,109 libras por noite (mínimo de cinco noites). Swissôtel The Howard: Temple

Place, WC2R 2PR, tel.(44-20) 78363555, www.swissotel.com/london. Pacote de princesa com uma noite em acomodação 'Grand River View Room' e café da manhã sai a 2904,11 libras. London Eye: Riverside Building, County Hall, Westminster Bridge Road, SE1 7PB, www.londoneye.com. National Gallery: Trafalgar Square, www.nationalgallery.org.uk/. London Zoo: Regent's Park, www.zsl.org/zsl-london-zoo/. Cinderella: na Royal Opera House, Covent Garden, WC2E 9DD0, tel. (44-20) 7304-4000, www.roh.org.uk/.

Até maio, a National Gallery (acima) promove workshops e tours ligados a reis e rainhas. Grosvenor House tem pacote com hospedagem na suíte 'Park View' (à esq., acima). No St. James, oferta em 'Deluxe' (ao lado).


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CINCO VEZES COMÉDIA Globo dá um cultura tempo aos épicos e investe no humor. Certa de lucros imediatos, estreia cinco séries. Domingo já tem.

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Regina Ricca

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ir não só é o melhor remédio para combater as mazelas do dia a dia, como, também, ajuda a movimentar a audiência na TV, e, consequentemente, a atrair mais e bons anunciantes. Partindo dessa premissa, a Globo deu um tempo na produção dos elogiados dramas épicos de outrora (Os Maias, A Muralha, Grande Sertão: Veredas )

e decidiu investir pesado, neste ano, no 'papel-comédia'. Assim, a partir deste domingo (3), o telespectador pode se preparar para ver séries mais populares, cujo único compromisso é com o humor. De seu plantel de atores, a emissora escolheu aqueles com timming ideal para fazer rir. Nesta nova safra de programas, estarão em ação, por exemplo, Ingrid Guima-

rães, estrela de Batendo o Ponto; Andrea Beltrão, Fernanda Torres, Vladimir Brichta, Otávio Muller, e o impagável Flavio Migliaccio aparecem em Tapas & Beijos; Lilia Cabral, por sua vez, volta a encarnar um personagem que já fez no teatro e no cinema, na série Divã; e Suzana Vieira (à dir.) incorpora, novamente, a perua doida Lara Romero, seu alter-ego, na série Cinquentinha, que

volta, com força total, na nova Lara com Z, criação do mesmo Agnaldo Silva. Finalmente, Marisa Orth e Jorge Fernando dão cores, graça e reflexão a Macho Man, novo humorístico criado por Fernanda Young e Alexandre Machado, os 'pais' de Os Normais, a série mais inteligente de comédia que a Globo produziu nos últimos anos.

Fotos: Divulgação

BATENDO O PONTO

O

chefe implicante, os colegas reclamões, os sapos engolidos todo santo dia. Quem já não viveu isso? O escritor Paulo Cursino, que teve de ralar em vários escritórios de vendas, na época de estudante, usou essa experiência, familiar a 9 entre 10 seres humanos, para escrever Batendo o Ponto, que estreia neste domingo (3), após o Fantástico. A série segue na mesma linha de sitcoms, produzidas em ambientes de trabalho, como a inglesa The Office. "É a minha homenagem a antigos colegas e patrões. Mas não nego que tem um pouco de vingança, também", brinca Cursino. Em Batendo o Ponto, toda a rotina profissional de um escritório é vista sob a ótica de uma secretária -- no caso, Val (Ingrid Guimarães), mulher que divide seu tempo entre ser mãe de uma adolescente e secretária da Colapax, empresa que vende cola. Apesar de ser uma empresa de pequeno porte, o acúmulo de serviço é grande, o que leva Val a sonhar com um aumento. Mas sua vida sofre uma reviravolta quando ocorre a troca de chefes. Sai João (Paulo Betti), com quem ela já estava acostumada a trabalhar, e entra Guilherme (Pedro Paulo Rangel), que tem fama de cortar custos e reduzir o quadro de funcionários. (RR)

Batendo o Ponto: Alexandre Nero e Ingrid Guimarães.

DIVÃ

TAPAS & BEIJOS No bairro cartão-postal do Rio de Janeiro, Copacabana, trabalham duas amigas tresloucadas, Sueli (Andrea Beltrão) e Fátima (Fernanda Torres). São vendedoras da Djalma Noivas, loja especializada em casamentos. É para lá que vão as mulheres que encontraram o que ambas mais almejam: um príncipe encantado. Esse é o ponto de partida de Tapas & Beijos, série global a partir desta terça (5). Sueli já chegou a se casar na igreja, mas foi abandonada, em seguida, pelo marido, mestre-salas vivido por Érico Brás, que volta, na história, após cinco anos de ausência. Já Fátima é amante de Armane (Vladimir Brichta), casado e dono de uma importadora no bairro. "A Fátima é irresistível", diz Fernanda Torres sobre sua nova personagem. " No fundo, ela respeita a esposa dele, sabe qual é o seu papel na história. " A série, criada por Claudio Paiva, tem direção de Maurício Farias, marido de Beltrão. "A Copacabana de Tapas & Beijos é aflita, agitada, caótica e rica em histórias", detalha Cláudio Paiva. "Copacabana é um bairro encantador, com uma diversidade humana e cultural incríveis." (RR)

Divã, que chega à tela da Globo nesta terça (5), logo após a exibição de Tapas& Beijos, nasceu do livro de mesmo nome, da escritora gaúcha Martha Medeiros, e, depois, desdobrouse como peça e filme, ambos interpretados por Lilia Cabral (foto). Sua personagem, Mercedes, é uma mulher simples, recém-separada, que se redescobriu após fazer terapia. "Mercedes é uma mulher 'possível' e fascinante. Ela é muito interessante, uma pessoa cheia de novas possibilidades; naturalmente, há uma identificação de todas as mulheres", declara o autor da série, Marcelo Saback. Dirigida por José Alvarenga, o Divã da TV mostra Mercedes com dois filhos crescidos, permitindo-se mais, e colocando em prática sua maior paixão: as artes plásticas. "A cada episódio, Mercedes vai para o divã com um motivo e essa história terá começo, meio e fim", conta Lilia Cabral. Mercedes, agora, sonha em fazer o papel da amante com o homem dos seus sonhos em Nova York; é de lá que o telespectador a verá nos primeiros episódios da série, que tem no elenco, também, Totia Meireles, Paulo Gustavo e Marcelo Airoldi. (RR)

LARA COM Z

S

érie spin-off de Cinquentinha, mais uma vez saída da pena de Aguinaldo Silva, Lara com Z-- , que estreia nesta quinta (7) -- traz de volta a perua Lara Romero (Suzana Vieira), pronta para ficar com os negócios da família. Ela, também, decidiu captar dinheiro para fazer um filme de um famoso autor de novelas (qualquer semelhança não será mera coincidência). Só não imaginou que o roteiro não ficaria como queria. O dinheiro, então, foi investido

na compra do Teatro João do Rio. Depois de reformá-lo, Lara se autopresenteou com uma montagem monumental de Macbeth. Na noite da estreia, porém,. Leandro (Humberto Martins), um fiscal do governo, manda fechar o teatro e entrega uma intimação a Lara: ou devolve o dinheiro que captou e gastou irregularmente, ou será presa. O seriado, é bom lembrar, foi escrito, especialmente, em homenagem à atriz Suzana Vieira (foto, com Humberto

Martins). "Há muito tempo eu queria escrever um seriado em que Susana fosse a protagonista absoluta", revela Aguinaldo, que admite ter-se inspirado na vida pessoal dela para escrever a história. "Lara é uma atriz de novelas, eu sou um autor de novelas. Ela é fruto da minha experiência no ramo. Claro, as situações que eu vivi, e nas quais me inspirei, aparecem exacerbadas no seriado, já que é de ficção que estamos falando." (RR)

MACHO MAN

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á para rir bastante e, também, para refletir um pouco sobre estas ansiedades humanas", avisa a escritora Fernanda Young, referindo-se às tentativas, constantemente fracassadas, de Nelson (Jorge Fernando, de volta ao ofício de ator) e Valéria (Marisa Orth) para se adaptarem ao mundo dos homens heterossexuais e das mulheres magras, respectivamen-

te. Fernanda escreve Macho Man (estreia 8, sexta) ao lado do marido Alexandre Machado, seu parceiro, também, em Os Normais. "Por que ninguém fez até hoje uma história sobre um ex-gay? Já se fez de homem que vira mulher, e vice-versa; de adulto que vira adolescente, e vice-versa; de rico que vira pobre, e vice-versa; -- até de hétero

que vira g ay já se fez. Nós resolvemos, portanto, investigar como seria a vida de um gay que vira hétero", diverte-se Fernanda, criadora de tipos impagáveis. "São as quebras de paradigmas, vividas pelos personagens desajustados, e bem-humorados, de Macho Man, que os tornam mais fascinantes", diz Alexandre Machado. (RR)

Nesta edição Humor também no teatro, com Edwin Luisi. Música: na pista de Geraldo Vandré. Cinema: verdades e mentiras. Gastronomia: deguste ilusões. Documento: Johnny Alf. Leitura: viagem politicamente incorreta pela História do Brasil.


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cultura

O lado poético da eletricidade Renato Pompeu

É

também, como jornalista, músico, artista plástico e psicodramatista, e, como escritor, integra a Academia de Letras do Rio de Janeiro. Os artigos foram escritos tendo como público-alvo os grandes consumidores industriais de energia, mas podem ser lidos com proveito por qualquer leitor (a) apreciador (a) de crônicas. Afinal, o gênero surgiu nos jornais franceses do século XIX, como relato de amenidades e, transplantado para o Brasil de então, onde não havia tantas amenidades, evoluiu para um modo agradável e fácil de tratar de coisas desagradáveis e/ou difíceis, uma atitude genuinamente brasileira. Herdeiro dessa tradição, Ludmer trata

de modo ameno de um assunto complexo, as necessidades energéticas do Brasil e do mundo. Assim, em janeiro de 2008, ele anunciava: "A escassez de energia é iminente". E explicava: "A inclusão de dois bilhões de habitantes da Terra, ainda sem contato com o consumo de energia comercial, ainda não se realiza. Somente na China há 1 bilhão de candidatos. Há que acrescentar Índia, Malásia, Coreia do Norte, Indonésia, Filipinas, Laos, Cambodge, Vietnã, Tailândia e outros, e ainda parte da América Latina e quase toda a África.

O que fazer?" (Consta assim no original, embora as formas preferíveis sejam Malaísia - o nome do país mudou há alguns anos - e Camboja). E Ludmer continua: "A introdução do progresso tecnológico é para ontem. E não se enxerga isso nem para amanhã. O mundo luta pelo domínio da energia nuclear, a fusão. Mas não produz materiais que aguentem comercialmente a temperatura próxima à do Sol. Isso levará uma ou duas décadas de esforço (além das quatro já despendidas nisso). Porém, o homem tem pressa e medo". O artigo se mantém bastante atual e

informativo, não só sobre energia, e sempre bastante claro e agradável de ler: "De 1% de água potável na Terra, 13% estão no Brasil, sendo depredados com aplicação de mercúrio nos garimpos; favelamentos nas represas; destruição de matas ciliares nos rios e tudo o mais que se conhece. Não se resguardam nem a Serra da Cantareira na Grande São Paulo, nem o morro do Cristo Redentor, nas Laranjeiras, no Rio de Janeiro, quanto mais a nossa Amazônia". Como Machado de Assis, ou Rubem Braga, os assuntos desagradáveis são transformados em leitura agradável por Ludmer: "Numa hipótese otimista, as tecnologias e a conservação de

energia mal abatem os efeitos do crescimento da população mundial. As mocinhas chinesas têm direito a cotonetes e lingeries; as africanas querem uma banheira de hidromassagem; e os afegãos, uma Lamborghini. Pode-se supor um texano sem o direito de ir e vir em seu Cadillac de doze válvulas e sobras de potência? Pois apenas a proibição de fabricação e circulação desses 'energívoros' diminuiria a pressão no mercado petrolífero em uma Arábia Saudita. O mundo é capaz desta reeducação, desta disciplina?" Será? O certo é que os textos de Ludmer em Sertão Elétrico são assim, informativos e chamativos.

Fernando Filho/Divulgação

Alegria de viver

possível ser, ao mesmo tempo, um engenheiro especializado e um bom escritor. Se isso tem um precedente no Brasil, praticamente insuperável, com Euclides da Cunha, a verdade é que o paulistano Paulo Ludmer (foto), 67 anos, professor na Faculdade de Engenharia Industrial da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e da Universidade Mackenzie, se mostra um cronista à altura dos nomes mais famosos desse gênero tão tipicamente brasileiro, no livro Sertão Elétrico, editado pela Artliber, que reúne artigos publicados na revista Eletricidade Moderna, de 2008 a 2010. Afinal, Ludmer atua,

Depois de 11 anos, a volta da comédia que consagrou a versatilidade de Luisi.

Estreia remontagem de Tango, Bolero e Cha Cha Cha. Diversão de vaudeville com Edwin Luisi. Sérgio Roveri

Q

uando estreou, no final do ano 2000, a comédia Tango, Bolero e Cha Cha Cha foi um dos grandes sucessos da temporada: um ano em cartaz no Rio, um em São Paulo, turnê em Portugal, viagens pelo interior do País e cinco prêmios de prestígio, entre eles o Shell e o Mambembe, para o protagonista Edwin Luisi, que surgia em cena com impressionante desenvoltura na pele da transexual Lana Lee. Era de se esperar que, ao resgatar o espetáculo dez anos depois, fossem evitadas grandes mudanças num time que

sempre ganhou. A remontagem da peça, que entra em cartaz nesta sexta (1), no Teatro do Shopping Frei Caneca, continua apostando na dubiedade dos diálogos, no clima de vaudeville e nas conversas entrecortadas que servem de estopim para um sem número de confusões. "A diferença é que, agora, temos um espetáculo visualmente mais bonito do que o de dez anos atrás", diz Edwin Luisi, 64 anos, e a habilidade intacta de continuar se equilibrando em cima de um salto 10 sem plataforma. "Na época, produzimos com o dinheiro

do bolso e não imaginávamos o sucesso que nos aguardava. Hoje, em condições melhores, e com patrocínio, pudemos investir mais em cenários e figurinos". Escrito por Eloy Araújo, o texto de Tango, Bolero e Cha Cha Cha não recorre a psicologismos, baratos ou acadêmicos, para explicar as motivações do personagem Daniel (Luisi), que repentinamente abandona um casamento de oito anos e um filho de sete para se submeter a uma cirurgia de mudança de sexo e retornar, dez anos depois, já sob o nome de Lana Lee

e acompanhado do novo marido que conheceu em Paris. "A peça não tem a pretensão de levantar um debate sobre a homossexualidade. Eu construí o personagem da forma mais simples possível, deixando de lado qualquer ponto de vida psicológico", diz o ator. "Não é uma peça sectária. Ela apenas mostra que as pessoas têm a chance de ser felizes de uma outra forma, ainda que não seja fácil para um sujeito ter de contar para a ex-mulher e o filho agora adolescente que ele mudou de sexo e tem um parceiro. É um espetáculo sobre

a família e não sobre a transexualidade". Ainda que o título possa sugerir, Tango, Bolero e Cha Cha Cha não faz qualquer aproximação com os musicais. Os ritmos servem apenas para pontuar os climas expressos no espetáculo. Desta forma, o tango representa a tragédia que se anuncia com a volta do marido ao antigo lar, o bolero expressa a série de confusões que este retorno acarreta e, por fim, o cha cha cha simboliza a alegria de um final feliz, quando a família, remodelada e compreensiva, resolve empreender

uma viagem a Paris. Bibi Ferreira continua assinando a direção desta nova montagem, que agora traz no elenco os atores Cris Nicolotti, Johnny Massaro, Carlos Bonow e Carolina Loback. Tango, Bolero e Cha Cha Cha. Sexta (1). Teatro do Shopping Frei Caneca. Rua Frei Caneca, 569, 6º andar. Tel.: 3472-2229. Sexta. 21h30. Sábado. 21h. Domingo. 18h. R$ 70 a R$ 80.

Reflexões sociais de dois autores famosos Sérgio Massa/Divulgação

Divulgação

A Invasão: texto de Dias Gomes.

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á seria uma coincidência bem-vinda o retorno ao cartaz na Cidade, na mesma semana, de dois dos maiores dramaturgos brasileiros do século XX. As semelhanças, no entanto, ganham uma nova dimensão quando as peças em questão – A Invasão, de Dias Gomes, e Ponto de Partida de Gianfrancesco Guarnieri – foram escritas a partir de fatos verídicos e, com o tempo, se tornaram obras fundamentais de um

teatro de forte questionamento social. A Invasão entra em cartaz neste sábado (2), no Teatro Comune, enquanto que Ponto de Partida pode ser vista nas noites de segunda e terça no Espaço Beta do Sesc Consolação. Escrita em 1976 e inspirada na morte do jornalista Vladimir Herzog, ocorrida no ano anterior na sede do Doi-Codi, em São Paulo, Ponto de Partida é uma parábola política ambientada na

Ponto de Partida: obra de Guarnieri. pracinha central de uma aldeia medieval, onde, numa manhã qualquer, o pastor Dôdo encontra o corpo de um poeta enforcado em uma árvore. Por se tratar de um homem afável e amante da vida, os moradores custam a acreditar na hipótese do suicídio e abre-se uma grande discussão popular a fim de determinar se ali não teria ocorrido um homicídio. Na atual montagem, feita pelo Grupo Nohgátikus, com direção de

Pedro Braga, o texto de Guarnieri ganha elementos do teatro oriental, como forma de promover uma ligação entre o Brasil das décadas de 1960/80 e o Japão medieval. No caso de Invasão, o que serviu de inspiração para Dias Gomes foi um fato ocorrido no Rio de Janeiro, no fim da década de 1950, quando um prédio inacabado, situado na zona norte da Cidade, foi tomado por um grupo de

sem-teto. Em pouco tempo, o local passou a ser conhecido em toda Cidade como Favela do Esqueleto. A peça estreou em 1962 e, depois, teve sua encenação proibida entre 1968 e 1978. Os atores da Cia. Das Artes, dirigida por Antonio Netto, visitaram uma série de prédios invadidos na região central de São Paulo, durante o processo de ensaios da atual montagem. Num destes prédios, por exemplo, tomaram

contato com 150 invasores que tinham à disposição um único banheiro. (SR) A Invasão. Sábado (2). Teatro Comune. Rua da Consolação, 1218. Tel.: 3476-0792. Sábado. 19h. Domingo. 18h. R$ 40. Ponto de Partida. Em cartaz no Espaço Beta do Teatro Sesc Anchieta. Rua Doutor Vila Nova, 245. Tel.: 3234-3000. Segunda, terça. 21h. R$ 10.


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Fotos: Lilo Clareto/LUZ

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Ana, especializada no estudo, divulgação e história da tradicional bebida japonesa. Cenário suave e receptivo do Itigo, pródigo em rótulos surpreendentes.

Celebração do saquê

cultura

Armando Serra Negra

I

rashaimassê (seja bem vindo)! O Itigo Sake House é um legítimo izakaya (boteco), que veio para honrar a tradição do seishu (saquê). Leve e elegante, clean como um ikebana (flor viva), o clima sugere a discrição própria dos orientais. O verde marinho permeia o ambiente, uma escada leva ao mezanino. Um óleo sobre tela, sem moldura, um Buda é o único ornamento. Ele sorri afável ideogramas chineses e japoneses, em amarelo ouro, desejando vida longa e prosperidade: kampai (saúde)! Paira no pratinho um delicado otoshi

(couvert), cortesia deliciosa, diferente todos os dias. A saborear no escolher entre os 30 rótulos de saquê oferecidos. Pode ser um bolinho de arroz com salmão torrado, descansando em maionese de alga, com um toque singelo de cebolete. Odoroki (surpresa)! "Nenhum outro estabelecimento apresenta uma carta de saquês tão variada", anui a anfitriã Ana Kanamura, ressalvando um de seus fornecedores, a Adega do Sake. A admiração pelo nihonshu (bebida do Japão) inspirou seu trabalho de conclusão de curso de Administração Pública, na

Fundação Getúlio Vargas, em 2005. "Enquanto o consumo de saquê decai 10% ao ano, em média, no Japão, cedendo espaço para uísque e cerveja, aumenta no resto do mundo", confere. Entre 2008 e 2009 laureou-se no prestigiado Sake Professional Course, indo primeiro a São Francisco, nos EUA, e depois a Tóquio, no Japão. Ensina que os saquês são classificados em três categorias: super premium, como o Dassai Junmai Dainjinjo (R$ 47), premium, Ozenoyukidoke (R$ 38,50) ou básico Hakushika Yamananishiki (R$ 17). Um chi gou (dose) de saquê equivale a 180 ml. Voltado à cul-

tura e difusão da bebida, o Itigo (um gole) dispensa os nacionais. "A partir de abril estaremos ministrando cursos de aprendizado e degustação", convida. A qualidade do saquê é definida pelo grau de polimento dos grãos de arroz. "Quanto mais polido, mais refinado; os mais elaborados começam a partir de 50% de polimento". No cardápio, o lugar mostra sua vocação: as marcas são sublinhadas com a indicação do grau de polimento, da graduação do paladar (suave-seco) e o teor alcoólico. Ana desvenda o mistério popular, de porquê o vinho de arroz,

com baixo teor alcoólico (diante dos destilados) dá tamanha futsuka yoi (ressaca): "É uma questão de qualidade; o que dá mais dor de cabeça, uma cachaça Tatuzinho, ou uma Anísio Santiago?" Atrás do kantan (balcão) de vidro jateado, Fábio, o exímio itamae (coz inheiro) sugere como petisco seus omaka zê (por conta do chef ), preparados conforme sua inspiração. "São pequenas porções que variam entre R$ 7,00 e R$ 25 cada". Além de sakeritas - a maior responsável pela popularização do saquê no Brasil - e outros konseishu (co-

quetéis), há cervejas long neck Kirin (R$ 10) e Sapporo (R$ 12). Matta kuti kudasai (volte sempre)! Obs: Nesse momento de aflição, enviamos aos japoneses votos de ânimo, força e boa sorte: gambatte kudasai! Itigo Sake House. Alameda Lorena 871. Jardins. Tel.: 3062-7875. Adega do Sake. Rua Galvão Bueno, 387. Liberdade. Tel.: 3209-3332.

AE/27-07-1967

Enigma nas nuvens

André Domingues

E

m toda a música brasileira, talvez mais esperada a volta aos palcos (e à vida artística, em geral) seja a do enigmático Geraldo Vandré. Desde que foi para o exílio, em 1969, por sua oposição ao governo, o cantor e compositor paraibano se recusa a cantar para o público brasileiro. Algo de novo, porém, pode estar em curso. Em conversa recente com o DC, o antigo parceiro Théo de Barros (coautor da clássica Disparada) relatou ter recebido, há cerca de três anos, um convite de Vandré para se apresentarem ao vivo. O show seria numa área de fronteira, com Théo no lado brasileiro e Vandré do lado de algum país vizinho. Essa escolha excêntrica se deve, certamente, ao fato de Vandré ter declarado, em suas raríssimas entrevistas das últimas décadas, que não voltaria a cantar em território nacional. Théo recusou a apresentação, mas pôde apurar que outro grande artista dos anos 70 teria recebido o mesmo convite, ouvindo da boca de Vandré, uma promessa: "Estou voltando!". A promessa, como se sabe, ainda não vingou. O jornalista e pesquisador Assis Ângelo, por exemplo, é firme em dizer: "Eu garanto que ele, por enquanto, não faz show nenhum. Não tem papo!" Sua opinião tem peso, visto que é um dos poucos que Vandré ainda contata no meio musical. Assis, inclusive, lembra ter ouvido do amigo que recusou, há pouco tempo, uma proposta de cerca de R$ 50 mil para voltar a se apresentar. Um retorno de Vandré aos palcos, por enquanto, parece fora de questão, mesmo valendo mais do que esses R$ 50 mil oferecidos, já que suas canções, sua hist[oria, e seu enigma seriam capazes de garantir lotação plena em qualquer cidade do Brasil. A dificuldade, aí, não é acertar o preço, mas entender sua cabeça. Acontece que, desde que voltou do exí-

lio, o compositor se nega a cantar em solo brasileiro (chegou a subir ao palco duas vezes, mas em Puerto Strossner, atual Ciudad del Este, no Paraguai, mas cantou pouco). Sua posição, hoje, é de não se apresentar para uma sociedade "massificada" e "sem razão". Sabe-se, por outro lado, que ele tem composto canções e que trabalha num poema sinfônico, sendo de se supor que queira, em algum momento, dar vazão a essa produção. Fica a dúvida. A dificuldade de entender Vandré se mede pela brusca mudança ocorrida em sua vida, depois que voltou do exílio. Ao contrário do que se esperava, ele acabou

Geraldo Vandré, artista dos anos 60, agitou festivais, compôs clássicos da MPB, polemizou. E saiu de cena. Saiu? afinando relações com as Forças Armadas, principalmente com a Aeronáutica, à qual dedicou até um hino, Fabiana. Ao mesmo tempo, o engajamento político do passado foi renegado, confusamente, nas poucas entrevistas que deu, inclusive numa recente aparição na televisão: "Essa história de protesto tem muito que ver com alienação denominatória na história do protest song americano, que é a música country. Então, existe algumas coincidências... não, não, não concordo com essa denominação 'música de protesto'. Eu fiz música brasileira". O meio que Vandré hoje freqüenta pode ter a ver com a dificuldade em subir ao palco. Por mais que diga que nunca te-

ve problemas com as Forças Armadas e que nunca sofreu nenhum tipo de violência, poderia causar certo desconforto nos novos amigos ouvir seus antigos sucessos. E não só os versos contestadores de Pra Não Dizer que Não Falei de Flores, mas também, "Eu já fui até soldado/ Hoje, muito mais amado,/ Sou chofer de caminhão" (Ventania) ou "O terreiro lá de casa/ Não se varre com vassoura/ Varre com ponta de sabre/ Bala de metralhadora" (Cantiga Brava). As pessoas que conviveram com Geraldo Vandré, no passado, costumam dizer que era um homem de temperamento difícil, com tendência à vaidade e à megalomania. Isso não bate com sua atual recusa ao mundo do showbiz, onde, provavelmente, seria muito bem recebido. Nesse raciocínio, resta só a possibilidade de, vaidosamente, preferir o "mito" heroico do passado aos benefícios da fama no presente; mas, não há como saber. Para uma possível volta aos palcos, é preciso considerar, ainda, algo pouco lembrado pelos fãs: se Vandré teria condições artísticas para, aos 76 anos, realizar uma performance à altura da sua obra. Afinal, ele nunca foi um exímio intérprete, com uma voz agradável, mas comum, e com evidentes problemas de ritmo. O mais frequente parceiro de Vandré, nos anos 60, Hilton Acioli, acredita ser improvável que esteja num bom nível artístico, depois de tantos anos parado. Acha improvável, também, Vandré aparecer sem ter certeza de que faria um bom papel. Certeza, porém, em se tratando dele, é algo muito distante. Todo o mistério em torno de Geraldo Vandré vai perdurar enquanto continuar sua reclusão. Ele aceitar falar é algo raro, retornar um recado da imprensa, quase impossível. A opção pelo silêncio parece, enfim, a única coisa mais ou menos sólida que sobrou em sua vida pública.

1968: o "último suspiro".

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emblemático ano de 1968, apelidado de "o ano que não terminou" pelo jornalista e escritor Zuenir Ventura, foi o último suspiro da carreira artística de Geraldo Vandré. E que suspiro! Foi naquele ano que ele teve sua maior glória, no Festival Internacional da Canção, com o Maracanãzinho urrando contra sua classificação em segundo lugar, e cantado em altos brados Pra Não Dizer que Não Falei de Flores (Caminhando). Havia naquela reação da jovem plateia não só o ímpeto da ideologia, mas, também, uma empolgação genuína com a música. Afinal, era um espetáculo emocionante a mistura daquela canção de refrão heroico com uma interpretação des-

pojada, que abria mão das bandas enormes dos festivais em favor de um canto solo acompanhado por um violão rudimentar. Aquela noite guardou a imagem mais viva de Geraldo Vandré. 1968 foi, também, o ano em que Vandré precisou se afastar da mídia. Foi um sumiço muito compreensível, em função do grande sucesso de Pra Não Dizer que Não Falei de Flores , que trazia uma crítica ao momento político: "Há soldados armados, amados ou não/ Quase sempre perdidos com armas na mão/ Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição/ De morrer pela pátria e viver sem razão..." Pouco depois de defender a canção

no FIC, Vandré ficou escondido e acabou indo para o exílio; primeiro no Chile e, em seguida, na França. Não se sabe o passou por lá; como viveu e sobreviveu; mas, desse afastamento do Brasil, nunca se recuperou. Em 1973, ainda lançou um disco, Das Terras do Benvirá, mas nada aconteceu e Vandré se afastou de vez. Alguns acreditam que foi por medo de perseguição; outros, que não suportou a ideia de precisar reconstruir a carreira. Ele diz que isso nada tem a ver com os militares. Sua decepção teria sido somente em relação ao uso midiático, massivo, das suas canções. Como tudo é possível, resta mais um mistério de Vandré. (AD)

Uma canção, quatro décadas, Neste mês de abril, completam-se quatro décadas da primeira vez que Geraldo Vandré gravou uma de suas canções, Quem Quiser Encontrar o Amor, parceria com Carlos Lyra (78 rpm da extinta RGE). Sua história em discos, porém, durou pouco mais de dez anos; e tem cinco LPs e uns poucos compactos e bolachões de 78 rpm. A parte mais importante se concentra em apenas quatro anos, entre o lançamento de Geraldo Vandré (1974) e Canto Geral (1968). Ali está a essência da colaboração do paraibano à MPB. Não é fácil encontrar os discos originais de Vandré, mas, todos valem a procura. Sobretudo, Hora de Lutar, de 1965, e o citado Canto Geral. O primeiro retrata a vigorosa adesão do artista à canção de protesto, com boas peças como A Maré Encheu e Samba de Mudar. Têm ali, ainda, algumas boas versões de obras alheias, com o clássico Asa Branca, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, e Sonho de um Carnaval, do iniciante Chico Buarque, defendida por Vandré no festival de 1965 da TV Excelsior. Já o segundo, em que a maturidade se faz sentir, chama a atenção pela pesquisa de elementos da cultura popular brasileira comandada pelo excelente grupo que o acompanhava, o Quarteto Novo, formado por Théo de Barros, Heraldo do Monte, Hermeto Pascoal e Airto Moreira. Nesse disco, entre cuícas e berimbaus, estão joias como Cantiga Brava e João Maria. Dos cinco LPs, somente esse de 1968 foi reeditado em CD. A arte de Vandré merecia bem mais. (AD) AE/27-07-1967


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, 1 de abril de 2011

Carta romana de vinhos

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cultura

José Guilherme R. Ferreira

Abriu o apetite? Olhe mais de perto. É 1º de abril!

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o tratar da mesa dos romanos, o chef e historiador da alimentação Patrick Fass dedica várias páginas de seu livro (Around the Roman Table/The University of Chicago Press/1994) ao vinho e suas circunstâncias de produção, comércio e consumo. O estudioso alemão foi buscar nos poetas, escritores e doutores da Roma antiga uma nomenclatura de época e com ela preparou uma "carta de vinhos" , citando desde os medíocres às ânforas indispensáveis num banquete. Inaugura a lista com o Albanum, seco ou doce, das colinas de Alba, melhor quando envelhecido por 15 anos – vinho reverenciado por Athenaeus, Horácio, Plínio, Marcial e Columella. A relação contempla o brancoFalernumda Campânia, paparicado pela literatura da época, maduro aos 20 anos. O poeta Marcial adorava o Tarentinum, suave e com pouco álcool, bem diferente dos vinhos produzidos hoje na mesma região, a Puglia. Fass lista o Sorrentinum, com fundo de terra e amargor, que deveria ser consumido bem jovem em charmosas vasilhas de argila. Já o encorpado Massilitanum dividia a opinião dos enólogos de seu tempo. O médico Galeno o tinha na lista de delícias e de receitas para uma vida saudável. Já Marcial, politicamente incorretíssimo, criticava o vinho dizendo ser bom para envenenar mendigos. E nada de gelar a zurrapa com neve, luxo que seria mais caro do que a própria bebida. O Opimianum, Falernum da estupenda safra 121 a.C., servido pelo novo-rico Trimalquião, como escreveu Petrônio em Satíricon, ganhou o nome do cônsul da época. Bem diferente do forte Fundanum, oferecido nas tabernas na mesma

Empresa Pão Nosso produz réplicas de alimentos que dão água na boca. É a dica gastronômica para este dia da mentira.

Lúcia Helena de Camargo

B

olos, pães, tortas, doces, sanduíches, queijos e frios extremamente apetitosos são vendidos por Maúdy Corigliano na sua empresa, a Pão Nosso. Mas nada disso é feito para comer. Como hoje é 1º de abril, dia internacional da mentira, vamos falar de comida de mentira. Do pãozinho que parece recém-saído do forno ao bacalhau pra lá de realista, os artigos são confeccionados em uma casa na cidade de Santana do Parnaíba, instalada em uma região rodeada de verde. Tão convincentes são os produtos que Maúdy chegou a precisar se explicar com a Vigilância Sanitária quando fazia a entrega de um enorme parmesão faixa azul, em uma cantina do bairro do Bixiga. "Fui barrada pelo fiscal, que por acaso estava ali para uma inspeção. Ele questionou o fato de eu estar levando o queijo debaixo do braço, sem qualquer plástico ou embalagem". Desfeito o mal-entendido, sobraram elogios ao trabalho. "O homem disse que a precisão da peça o enganou direitinho", conta ela, divertindo-se ao lembrar o episódio. Em outra ocasião, uma atendente da lanchonete Graal fez menção de barrar a saída de Maúdy, pois ela carregava nas mãos uma pizza cenográfica, pela qual, entendeu a moça, não havia pago. As vendas da empresa se concentram nos estabelecimentos da rua Paula Souza, frequentada por gente ligada à

gastronomia. O sonho de Maúdy é abrir ali uma loja própria. Também são aceitas encomendas pelo site e por telefone. Um pãozinho francês custa R$ 11; o parmesão, R$ 130. Um bolo brigadeiro sai por R$ 80 e um manjar, R$ 60. As pimentas são vendidas por R$ 98 (grandes) e R$ 49 (pequenas). O trabalho mais caro, por exigir alto nível de elaboração, é o bacalhau – R$ 800. Cenário de novela Os produtos da Pão Nosso decoram vitrines de lojas de conveniência, secos e molhados, restaurantes e a maioria dos estandes do Mercado Municipal. Já apareceram até na televisão em horário nobre, no cenário da novela Caras & Bocas, exibida pela TV Globo em 2009. No bar de Gabriel, personagem do ator Malvino Salvador, pendiam do teto mortadelas, queijos, salames, pimentas vermelhas e réstias de alhos confeccionados na oficina de Maúdy. Maúdy não descuida da divulgação e procura estar presente em feiras de alimentação e afins. O resultado é que possui clientes do Sul ao Norte do País. Chegou a ir a Itajaí para atender ao chamado de uma rede de supermercados e recentemente recebeu uma encomenda de um comerciante de Quixadá, no Ceará. E fez em tempo recorde peças para um camarote carnavalesco. "Temos muita

coisa para pronta entrega, e nos empenhamos em produzir rapidamente, quando o cliente tem pressa", ressalta Maúdy. O responsável pela criação é Joaquim Demétrio Baptista. Ele faz o molde em isopor, depois o cobre com porcelana fria e aplica a pintura. A precisão nos detalhes é levada a sério. Isso demanda olhar acurado e o cuidado em incluir aquelas pequenas imperfeições que fazem os alimentos parecerem tão reais, afinal, ninguém acreditaria em um pãozinho lisinho demais. Uma vez criado o modelo, outros artesãos responsáveis por modelagem, acabamento e pintura replicam os objetos. A Pão Nosso foi fundada há quatro anos. Surgiu por acaso, como a maioria dos negócios. "Em uma visita ao Mercado Municipal, comecei a observar os vegetais e embutidos pendurados e tive a ideia de começar a fazer as réplicas, que dariam a mesma ideia de fartura ali exposta e seriam mais perenes", conta Maúdy. "Precisam ser bem feitos para tomar o lugar das coisas reais", ponderou à época. Meta alcançada. Hoje ninguém sabe diferenciar uns dos outros.

época, "caminho curto para a embriaguez". Os antigos romanos apreciavam os vinhos maduros, mas nada de compará-los anacronicamente aos vinhos de guarda de hoje. César era capaz de desembolsar bons sestércios por um litro do velho Opimianum, autorizando a exclamação de Plínio: "Quanto dinheiro guardamos em nossas adegas ! "

José Guilherme R. Ferreira é membro da Academia Brasileira de Gastronomia (ABG) e autor do livro Vinhos no Mar Azul – Viagens Enogastronômicas (Editora Terceiro Nome)

Arquivo DC

Pão Nosso. Estrada do Produtor, 701. Ingaí. Santana do Parnaíba. Telefones: 4192-3273, 4192-2365 e 9632-8185. www.paonossoar tesanato.com.br

Fotos: Paulo Pampolin/Hype

Johnny. Para presente. Aquiles Rique Reis

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Cesta de pães inclui broas, baguetes, sonhos, croissants: você quase sente o cheiro do pão quente.

Réstia de alhos: integrou cenário de novela.

A torta de morangos: pronta para ser cortada.

ohnny Alf - Entre amigos (Lua Music) é um presente para os que tiveram o privilégio de ouvi-lo. Uma caixa com três discos com o mesmo objetivo, cada um à sua maneira: homenagear o grande compositor, instrumentista e cantor. Com concepção e seleção de repertório de Thiago Marques Luiz e Nelson Valencia, o primeiro álbum, Johnny Alf ao Vivo e à Vontade com Seus Amigos, contém gravações ao vivo de Alf com alguns convidados ilustres. Com Cida Moreira, os dois ao piano, Johnny Alf canta A Noite do Meu Bem. Com sua voz poderosa, Cida contrasta com a delicadeza vocal de Alf. Tudo a ver. Emocionados, renovam a emoção presente na obra-prima de Dolores Duran. Na pouco conhecida, mas bela, Nós (Johnny Alf ), Leny Andrade amplia sua bossa com ótimas divisões e afinação impecável. Guitarra, bateria e baixo a acompanham com simplicidade, que é o que pede a modernidade harmônica de Alf. No segundo disco, Em Tom de Canção (título de uma canção de Alf ), Alaíde Costa se responsabiliza por escolher o repertório e interpretá-lo do jeito que só ela é capaz de fazer. Seus agudos seguem firmes. Sua respiração dá aos versos e às notas a precisão com as quais foram concebidas pela genialidade do homenageado. Assim, em dez faixas produzidas por Thiago Marques Luiz, ela se desdobra e passeia através do que marcou a fantástica trajetória musical de Johnny Alf. Sensibilidade. Johnny Alf por Seus Amigos é o terceiro CD. Produzido por Thiago Marques Luiz, dezesseis intérpretes capricham em homenagens a Johnny Alf. Acompanhada por piano, baixo, bateria e guitarra,

com arranjo de Giba Estebez, Wanderléa faz reverente versão para o clássico Ilusão à Toa ( Johnny Alf ). Sua voz contida vai aos versos com elegante veemência. A levada bossa-nova se ampara na pegada sutil dos instrumentos. Gostoso de ouvir. E Zé Renato dá sua voz afinada a Céu e Mar (Johnny Alf ). O samba suinga. O piano pontua. A bateria é fina. O baixo marca. Apenas tudo isso. Johnny Alf, carioca de Vila Isabel, veio ao mundo Alfredo José da Silva. De família humilde, tinha tudo para repetir a trajetória da criança pobre, órfão de pai, de um subúrbio qualquer. Não repetiu. A música clássica disputava a preferência do menino com os grandes compositores americanos, principalmente os que compun h a m p a r a c i n e m a : G e o rg e Gershwin e Cole Porter. As músicas norte-americanas e brasileiras, tão diversificadas e ricas, foram fontes nas quais Alf bebeu da água cristalina que desce do morro em gingas sutis e se encontra com o improviso libertário do jazz. A sutileza e a liberdade entraram em suas veias. Johnny Alf esteve sempre vários acordes à frente de seu tempo. Suas composições, seu piano, suas melodias e frases musicais são socos no estômago de quem duvidava de que pudesse ser genial o brasileiro que, desafiando preconceitos artísticos e musicais, criaria raras e infindas belezas. Gotas d'água num mar de notas de um teclado tão limpo e preciso quanto genial.

Aquiles Rique Reis, músico e vocalista do MPB4.


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sexta-feira, 1 de abril de 2011

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cultura

O Chile na Frente dos Demais Carlos Celso Orcesi

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Chile está correndo na frente: quase 30% do total importado pelo Brasil advém do estreito país, mais exatamente 29,17% em valor e 35,31% em volume. Em 2º lugar está a Argentina, de quem o Brasil importa 22,19% em valor e 24,55% em volume. Embora em termos de valor a diferença não seja assim tão alta, em termos de volume (35% versus 24,5%) a diferença é grande. Foram 26,5 milhões de litros em 2010, contra 18 milhões de litros exportados a nós pelos filhos de Messi. A diferença entre volume e valor mostra bem o perfil do consumidor brasileiro, que há poucos anos está "descobrindo" o vinho. Prefere então os vinhos mais baratos, os reservados com nomes de santos (Helena, Carolina, Rita) ou diabos (antes que me acusem de blasfemo, refiro-me ao famoso Casilero), brancos leves e frutados, porta de entrada para o fascinante mundo do vinho. Em 3º lugar vem a França com 14,82% em valor e apenas 4,86% em volume. O valor proporcionalmente mais alto em relação ao volume aqui se explica pelo concentrado peso da Champagne de tais importações (42% do total), com custo médio de R$ 35,00 do total. Na 4ª coloca-

ção vem a Itália, com 13% em valor e 17,62% em volume. Atenção, com a Itália se passa o inverso da França. O volume é maior do que o custo médio. O que conta vindo da bota não são os supertoscanos que alguns privilegiados podem pagar, antes ao enjoativo Lambrusco com 59% e ao inafastável "Prosecco de eventos e casamentos" com 14% do total. E dá-lhe bolhas disfarçando a qualidade sofrível do vinho. Em quinto vêm Portugal com 12% em valor e 11% em volume, depois a Espanha, Alemanha, África do Sul, Austrália, Nova Zelândia, Uruguai e EUA. O Brasil é de fato grande, mas de Oiapoque no extremo norte a Chuí no extremo sul, uma linha reta e diagonal deve corresponder a 3.500 km. Já a extensão norte-sul do Chile é a maior de todos os países do mundo: 4.300 km. A oeste o Pacífico e a leste a Cordilheira dos Andes, é conhecido por seus onze vales. De norte a sul quatro deles estão ao norte de Santiago: Elqui, Limarí, Aconcagua e Casablanca. No centro está o benchmark Vale Maipo que começa nos arredores da Capital, juntamente com o Vale San Antonio, também no centro porém mais próximo do oceano. Os outros cinco vales estão ao sul: Cachapoal, Colchagua, Curicó, Maule e Região Sul.

O Chile, principalmente em relação ao tamanho de seu território, tem muita vocação à vinha, cobrindo uma área de 117.000 hectares e produzindo 646 milhões de litros. Para comparar, a França maior produtor mundial (quase empatado com a Itália, ora um ora outro) tem mais de 1 milhão de hectares de vinhas e 4,8 bilhões de litros de produção, quase oito vezes mais. Curiosamente Argentina e Chile competem pela exportação de vinhos no mundo inteiro. Em 2010 a Argentina, surfando na onda da Malbec, ultrapassou o Chile, assumindo o 4º lugar entre os maiores exportadores ao 1º mercad o g l o b a l , o s E UA . O s h e r m a n o s venderam US$-222 milhões enquanto os chilenos venderam cifra próxima: US$210 milhões (5º lugar). O Chile, principal exportador ao Brasil, terá todas as condições de subir ao pódio novamente este ano. Isto porque, a partir de 2011, em função da integração ao Mercosul, haverá redução de 20% da alíquota de importação sobre os vinhos chilenos. Nossa esperança como consumidores é que os demais competidores aumentem a qualidade e baixem os preços; afinal o Chile a bater já é magro por natureza.

Fotos: Divulgação

Assim É, Se Lhe Parece, de Carla Gallo, traça perfil do artista plástico Nelson Leirner.

Black Power Mixtape, de Göran Hugo Olsson: o movimento negro nos EUA, durante os anos de 1960 e 70.

É tudo verdade Lúcia Helena de Camargo

N

esta sexta, 1º de abril, dia da mentira, começa a edição 2011 do É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários. O evento acontece na Cidade pelo 16º ano consecutivo e lançará 18 documentários brasileiros inéditos, de curta, média e longa-metragem. Em dez dias, o festival exibirá. no total. 92 filmes produzidos em 29 países. Entre os participantes, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México, Uruguai, Holanda, Alemanha, Portugal, Itália. Como atrações especiais serão apresentadas as retrospectivas que celebram a russa Marina Goldovskaya e poetas brasileiros. E a boa notícia para o público é que todas as sessões terão entrada gratuita. O filme de abertura será Black Power Mixtape, de Göran Hugo Olsson. Lançado no festival de Sundance, aborda a história do movimento negro nos EUA, durante os anos de 1960 e 70. Entraram na programação trabalhos de premiados com o Oscar, como Kevin MacDonald, ganhador do prêmio da Aca-

demia em 2000 por Um Dia em Setembro. Agora, em A Vida em um Dia, gente do mundo inteiro responde às perguntas: "Como foi seu dia em 24 de julho de 2010? O que você carregava nos bolsos? O que você amava? Do que você tinha medo naquela data?" 80 mil pessoas gravaram em vídeo as respostas e postaram no site YouTube, totalizando 4.500 horas de filmagem. Desse material, MacDonald – que contou com a ajuda do produtor Ridley Scott (diretor de Gladiador, entre outros) – fez um extrato e montou o filme. Em celebração ao seu 70º aniversário, serão exibidos nove filmes de Marina Goldovskaya, cineasta que esteve presente à desintegração da União Soviética. Ela participará de debate em São Paulo no dia 7. Um dos destaques do ciclo é a pré-estreia internacional de sua mais recente obra, O Gosto Amargo da Liberdade (foto no centro), retrato da jornalista Anna Politkovskaya, assassinada em 2006. Já a a retrospectiva Poesia É Verdade vai dedicar 15 documentários, realizados entre 1948 e 2007, à produção nacional

sobre vida e a obra de grandes poetas brasileiros. Entre as obras exibidas estão Assaltaram a Gramática, de Ana Maria Magalhães, que traça o perfil de Paulo Leminsky, Chacal, Francisco Alvim e Waly Salomão; Caramujo-Flor, de Joel Pizzini, adentra a poesia de Manoel de Barros; Castro Alves ( 184 71871), de Humberto Mauro, que reúne vida e obra do poeta baiano. Em Do Sertão ao Beco da Lapa - E o Mundo de Oswald, de Rudá de Andrade, o filho reconstitui os anos paulistanos de formação de seu pai. Já Hi-Fi, de Ivan Cardoso, fala do movimento concretista e de Augusto de Campos. Ferreira Gullar é o homenageado em O Canto e a Fúria, de Zelito Viana. O Fazendeiro do Ar, de Fernando Sabino e David Neves, celebra Carlos Drummond de Andrade. Vinicius, de Miguel Faria Jr., traz

as muitas faces do poetinha Vinicius de Moraes. Os Programas Especiais destacam filmes como o brasileiro inédito Os Cavalos de Goethe, de Arthur Omar. E haverá ainda a pré-estreia do curta Santoscópio = D umontagem e do l o n g a S a n t o s D umont: Pré-Cineasta?, de Carlos Adriano. Dentro da mostra competitiva participam sete documentários brasileiros inéditos. O vencedor receberá o prêmio no valor de R$ 110 mil e o troféu criado por Carlito Carvalhosa. Entre os destaques estão Assim É, Se Lhe Parece, de Carla Gallo, que traça um perfil do artista plástico Nelson Leirner; Aterro do Flamengo, de Alessandra Bergamaschi, explora as reações dos transeuntes a um episódio inusitado ocorrido nesse local do Rio de Janeiro de grande circula-

É tudo mentira

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mentira é um dos grandes motores dos filmes. Como tema, só não ganha do amor e da morte. Desvendar um embuste costuma tomar dois terços do longametragem, com a revelação e as explicações ocorrendo na parte final. Essa conta varia de acordo com o grau de suspense que se quer conferir à trama. No clássico Sob o Domínio do Mal (The Manchurian Candidate, EUA, 1962, foto), dirigido por John Frankenheimer, Raymond Shaw é Laurence Harvey, militar americano que retorna da Guerra da Coreia coberto de condecorações por heroísmo. Porém, seu colega Bennett Marco (Frank Sinatra) começa a relembrar, em pesadelos, que os fatos podem não ter ocorrido exatamente como se divulgou. Suspense de primeira, ganhou refilmagem em 2004, com Denzel Washington no papel principal, Jonathan Demme na direção e a Guerra do Golfo no lugar da Coreia. Já Golpe de Mestre (The Sting, EUA, 1973), comandado por George Roy Hill, entra mais no espírito das mentiras deste 1º de abril. Paul Newman e Robert Redford são dois vigaristas que

conseguem dar um golpe sobre a Máfia, embolsando muito dinheiro. Claro que a organização criminosa não vai perdoar. Só que os malandros armam um golpe ainda maior para se livrar. Há aqueles para quem a mentira se transforma em patologia. Começa a mentir por uma conveniência e acaba acreditando na própria história inventada. É o caso de Prenda-me Se for Capaz (Catch Me If You Can, EUA, 2002), no qual Leonardo DiCaprio se faz passar por médico, advogado e co-piloto, tudo com apenas 18 anos. Mestre na arte do disfarce, ele aproveita suas habilidades para viver a vida como quer e praticar golpes milionários, que fazem com que se torne o ladrão de banco mais bemsucedido da história dos Estados Unidos. Tom Hanks vive o agente do FBI que sai em seu encalço. A direção é de ninguém menos do que Steven Spielberg. O filme brasileiro VIPs, em cartaz na Cidade, segue na mesma linha, tendo como argumento a história real de Marcelo da Rocha (nas telas, Wagner Moura), que se faz passar por filho do dono de uma companhia aérea para conseguir vantagens. Há as mentiras que, defendem

alguns, são perpetradas em nome do amor. Como em Adeus Lênin! (Good Bye, Lenin!, Alemanha, 2003), dirigido por Wolfganger Becker. Em Berlim Oriental, 1989, pouco antes da queda do muro de Berlim, a Sra. Kerner (Katrin Sab) entra em coma, do qual só acorda em, 1990. Seu filho, Alexander (Daniel Brühl), esconde da mãe o fim do regime comunista, para poupá-la do dissabor de ver em ruínas o único mundo que conhecia. E há os mentirosos malintencionados, como no argentino Abutres (Carancho, Argentina, Chile, França, Coreia do Sul, 2010) dirigido por Pablo Trapero, no qual Ricardo Darín é um advogado especializado em acidentes rodoviários. Todos os dias ele vai a emergências de hospitais em busca de clientes, para os quais não conta que o destino dos processos é corrupção e desvio de dinheiro. Alguns desses e muitos outros (Quanto Mais Quente Melhor; Tootsie; Escorpião de Jade entre eles) estarão na mostra É Tudo Mentira, que acontece em paralelo ao festival É Tudo Verdade, no Cine Olido. Av. São João, 473. Tel.: 3397-0000.

ção de pessoas. E quem algum dia já pensou em ser vegetariano poderá adotar a ideia ao ver Carne, Osso, de Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros, que denuncia a precariedade de frigoríficos. Tancredo, a Travessia, de Silvio Tendler, relembra a trajetória do político mineiro Tancredo Neves (1910-1985), desde sua ligação com Getúlio Vargas até sua morte. Vale dos Esquecidos, de Maria Raduan, conta a história da disputa pela terra no território ocupado pela fazenda Suiá-Missu (MT), grande latifúndio na década de 1970. Na competição brasileira de curtas, disputada por nove filmes (R$ 10 mil e o troféu ao vencedor), serão exibidos A Poeira e o Vento, de Marcos Pimentel, que mostra o cotidiano de um pequeno vilarejo mineiro, nas imediações do Parque Estadual de Ibitipoca; Braxília, de Danyella Proença, viagem por Brasília junto com o poeta Nicolas Behr; Coutinho Repórter, de Rená Tardin, conversa com o cineasta Eduardo Coutinho sobre sua experiência na equipe do programa Globo Repórter, quando realizava documentários de cunho social em

plena ditadura, entre outros. Destacam-se na competição internacional os longas Meridiano Azul, de Sophie Benoot, no qual a cineasta belga questiona os efeitos do furacão Katrina sobre os EUA e Você Não Gosta da Verdade - 4 Dias em Guantánamo, de Luc Côté e Patricio Henriquez, que revela um contato entre agentes secretos canadenses e um prisioneiro de Guantánamo. O idealizador e diretor é o crítico de cinema Amir Labaki. As salas participantes são Cine Livraria Cultura, Centro Cultural Banco do Brasil, Cinemateca Brasileira, Reserva Cultural e Cinemark Eldorado. Paralelamente à exibição dos filmes acontece a 11ª Conferência Internacional do Documentário. Sob o tema A Entrevista no Documentário e coordenação de Maria Dora Mourão, será sediado na Cinemateca Brasileira, entre os dias 7 e 9. É Tudo Verdade. Ingresso: grátis. Endereços das salas e programação completa: www.dcomercio.com.br


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Durante toda a vida, o escritor Machado de Assis teve de se virar para conseguir dinheiro para garantir a própria sobrevivência. Um de seus empregos foi como censor do Conservatório Dramático, órgão da Corte do Imperador Pedro II encarregado de analisar as peças que poderiam ser apresentadas ao público. Entre 1862 e 1863, avaliou 17 peças, proibindo três delas. Uma delas, A Mulher que o Mundo Respeita, não ganhou a licença porque o censor a considerou "um episódio imoral, sem princípio nem fim" e "uma baboseira". E ele via com simpatia a função de aplicar a tesoura. Em um artigo de 1860, defendeu que os censores tivessem o poder para ser "uma muralha às bacanais indecentes e parvas que ofendessem a dignidade do tablado."

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achado de Assis, o censor.

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d

cultura

POLITICAMENTE INCORRETO

Livro vira a História do Brasil pelo avesso Marcus Lopes

Muitas das coisas que aprendemos no banco da escola podem não ser nada daquilo. Em nova versão do Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil (Leya Brasil, 368 páginas, R$ 39,90), jornalista desafia estudos tradicionais e apresenta novas versões para episódios e personagens famosos.

N

ão é de hoje que a História do Brasil está na moda. Escritores como Laurentino Gomes e Eduardo Bueno têm caído no gosto do público com uma nova maneira de apresentar o nosso passado. A receita que junta fatos interessantes com uma linguagem leve e acessível tem garantido lugar certo na lista dos livros mais vendidos. O jornalista Leandro Narloch é um dos mais novos integrantes desse grupo. Seu Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil tornou-se logo um grande sucesso. Tanto é que ganhou uma versão revisada e ampliada. E com toda razão. Trata-se daqueles livros de uma sentada só, gostoso e com novidades que pipocam a cada página. Com certeza, o leitor não vai mais enxergar a história da mesma maneira.

Inglaterra tentou impedir a Guerra do Paraguai O Brasil foi um país sanguinário que praticamente exterminou seu vizinho durante a Guerra do Paraguai. O autor Leandro Narloch foi atrás de documentos que mostram que ainda há muito o que ser mostrado ao grande público sobre o maior conflito armado em que o Brasil se envolveu diretamente. A Inglaterra, tida como a grande vilã, na verdade tentou evitar a guerra. O paraguaio Solano López, conhecido como dirigente de um país próspero e alfabetizado, era um ditador expansionista de um país atrasado e que não sossegou enquanto o Brasil não aceitou suas provocações.

F

Zumbi, senhor de escravos. Que os escravos eram donos de escravos não chega a ser propriamente uma novidade. Era comum negros alforriados ganharem dinheiro, por trabalho ou herança, e possuírem seus cativos. Mas pouca gente sabe que Zumbi, o rei dos Palmares, também tinha escravos. Com base em relato de historiadores, Leandro Narloch mostra que o Quilombo de Palmares era dono de escravos, capturados em fazendas saqueadas pelos integrantes do quilombo. Ou seja, quem fugia para lá era liberto. Mas quem era capturado como escravo continuava escravo no quilombo. Para quem pertencia ao primeiro grupo, a vida também não era muito fácil. Quem ia para Palmares deveria viver lá a vida toda e se submeter aos líderes, como uma espécie de máfia. Quem fugia era perseguido até a morte.

L

ampião, o brega.

Existe uma versão romântica de que os cangaceiros lutavam por algum tipo de justiça social roubando dos ricos para dar aos pobres, que seriam seus "protegidos". O Guia Politicamente Incorreto mostra um outro lado dessa história, a começar por Lampião, o mais famoso deles. "Lampião dava a vida para estar entre os coronéis", declarou o cangaceiro Miguel Feitosa ao historiador Frederico Pernambucano de Melo. Em uma ocasião, na Paraíba, o bando de Virgulino Ferreira invadiu uma cidade apenas para libertar o genro de um coronel que estava preso por assassinato. Com os pobres, ele não era tão generoso. Contrário à construção de estradas no sertão, chegou a matar grupos de operários que trabalhavam nelas, apesar de adorar andar nos automóveis dos coronéis seus amigos. Também é conhecido seu gosto por perfumes caros, uísque escocês e roupas de cores berrantes e sem qualquer tipo de combinação, que hoje seriam chamadas de bregas.

eijoada passou longe da senzala

Rei de Portugal, o primeiro ecologista. Os primeiros colonizadores europeus sempre foram apresentados como pessoas violentas e exterminadores de índios e florestas, que, por sua vez, são considerados inofensivos, puros e amantes da natureza. Documentos da época revelam que não era bem assim que as coisas funcionavam. Quando as primeiras caravelas chegaram ao litoral brasileiro, os nativos já haviam exterminado parte da Mata Atlântica. É que eles tinham o hábito de cercar com fogo a mata para encurralar e caçar os animais – que também sofreram nas mãos dos índios, sendo que muitas espécies nem chegaram a ser conhecidas pelos colonizadores, pois já haviam sumido do mapa. No século XVI, os portugueses, quem diria, criaram as primeiras leis ambientais para o território da colônia. O Rei Manuel 1.º (14691521) baixou ordens que proibiam o corte de árvores frutíferas em Portugal e todas as posses portuguesas, o que contribuiu para a preservação de centenas de espécies nativas por aqui. Em 1605, o Regimento do PauBrasil punia exploradores que derrubassem mais árvores do que o previsto na licença. Os colonos também não podiam derrubar pau-brasil para a plantação de roças. "Ao contrário do que muitos pensam e propagam, a exploração racional do pau-brasil manteve boa parte da mata Atlântica até o final do século 19 e não foi a causa do seu desmatamento, fato bem posterior", registrou o biólogo Evaristo Eduardo de Miranda.

A feijoada, prato típico brasileiro, tradicionalmente consumida às quartas e sábados, não foi criada pelos escravos nas senzalas, com feijão e pedaços menos nobres do porco. De acordo com o folclorista Câmara Cascudo, não há indícios de que os negros misturavam feijão com carnes. O

mito das partes desprezadas pela casagrande das fazendas é como o conceito de que misturar manga com leite faz mal: de tanto ser repetido ao longo dos anos acabou virando uma verdade. Na realidade, a origem do prato adorado pelos brasileiros é europeia, mais precisamente francesa. O modo de fazer o cassoulet, da França, é muito

C

anudos, contra a mordida do Leão.

Uma das principais reivindicações de Antônio Conselheiro era a redução de impostos. Na época da Guerra de Canudos (1893-1897), o governo federal tentava organizar um sistema de tributação no País, em especial sobre o comércio interno. Conselheiro, tido pela História como um mero religioso fanático, afirmava que os impostos eram a escravidão de todas as raças e chegou a queimar o edital de cobrança da cidade de Bom Conselho (BA). Depois que o seu grupo se instalou em Canudos, nenhum cobrador de impostos conseguia executar seu trabalho no arraial, pois eram colocados para correr, transformando o lugar em uma espécie de "freeshop" sertanejo. Aliás, a cidade, conhecida como um lugar miserável, abrigava prósperos armazéns, que chegavam a fornecer mercadorias para localidades vizinhas. parecido com a feijoada: feijão branco com carne de porco e salsichas. Aliás, no começo do século XIX, quando a escravidão ainda caminhava em pleno vapor, o Diário de Pernambuco de 7 de agosto de 1833 anunciava um prato novo no Hotel Théatre, um dos mais elegantes de Recife: "Feijoada à brasileira".


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