FAM - Contabilidade Geral - 2014

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Contabilidade GERAL



RogĂŠrio Massami Kita e Ricardo Aparecido Tanaka

Unidade Curricular

Contabilidade GERAL

SĂŁo Paulo 2013


FACULDADE DAS AMÉRICAS - FAM Diretora Geral: Leila Mejdalane Pereira Diretora Acadêmica: Denise Aparecida Campos

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Faculdade das Américas

K67C

Kita, Rogério Massani

Contabilidade Básica e Contabilidade Geral / Rogério Massani Kita, Ricardo Aparecido Tanaka - São Paulo: SOCIEDADE EDUCACIONAL DAS AMÉRICAS, 2013. 190 p.

Nucleo de Educação a Distância - NEaD

Inclui bibliografia

1. Contabilidade. I. Título Tanaka, Ricardo Aparecido. II. Título

CDD 657

PRODUÇÃO EDITORIAL - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - FACULDADE DAS AMÉRICAS Coordenação de Produção: Vania Aparecida Marques Leite Editor: Maria Bernadete Toneto Projeto Gráfico: Elaine Tozetto Capa: Renato Gondra Figueiredo Diagramação: Evelyn Domingues

2013 © NEaD: Núcleo de Educação a Distância da Faculdade das Américas - FAM. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e detentor dos direitos autorais


Aula 1 - Patrimônio e estrutura de plano de contas

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Sobre os autores Rogério Massami Kita Professor universitário na Faculdade das Américas - FAM. Mestre em Administração de Empresas pela Universidade Metodista de São Paulo,pós graduado em Controladoria pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie e bacharel em Ciências Contábeis pelo Centro Universitário Álvares Penteado (FECAP). Palestrante pelo Conselho Regional de Contabilidade (CRC/SP) e empresário contábil. Currículo lattes: < http://lattes.cnpq.br/4250943186537674>.

Ricardo Aparecido Tanaka Professor universitário. Graduado em Ciências Econômicas e em Ciências Contábeis pelo Centro Universitário Álvares Penteado (FECAP). Possui pós graduação em Controladoria pelo Centro Universitário Álvares Penteado (FECAP) e pós graduação MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Fez curso de extensão em Empreendedorismo Corporativo realizado em Babson College (USA). Leciona nos cursos presenciais de Administração, Contabilidade e Tecnólogos de Gastronomia, Gestão Comercial, Comércio Exterior e Marketing. Lecionou nos Cursos de Eduação a Distância de Contabilidade. Currículo lattes: <http://lattes.cnpq.br/2327103021700183>.



SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO................................................................................................ 9 Aula 1 - Patrimônio e estrutura de plano de contas Conceito de Contabilidade ..................................................................... 12 Patrimônio da empresa e suas variações..................................................... 13 Balanço Patrimonial............................................................................. 15 Estrutura do Plano de Contas.................................................................. 17

Aula 2 – Lançamentos Contábeis Revisão Patrimonial.............................................................................. 16 Método das Partidas Dobradas................................................................. 33 Lançamentos Contábeis......................................................................... 34 Razonetes......................................................................................... 34

Aula 3 - Demonstrações Contábeis Balanço Patrimonial............................................................................................ 44 Demonstração do Resultado de Exercício (DRE)............................................. 46 Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)............................. 47 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)................................ 49 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC).................................................... 49 Demonstração do valor adicionado – DVA..................................................... 53

Aula 4 - Princípios Contábeis Princípios Contábeis............................................................................. 62 Convenções Contábeis........................................................................... 64

Aula 5 - Custos Conceito de custos............................................................................... 72

Classificação dos custos......................................................................... 72

Apuração do custo............................................................................... 73


AULA 6 - Precificação

Estratégias da precificação..................................................................... 82

Contabilidade gerencial X contabilidade fiscal ............................................. 82

Formação do preço de venda.................................................................. 84 Estrutura do preço internacional (mercado global)........................................ 88

AULA 7 - Custeios Custeio por absorção............................................................................ 96 Custeio variável................................................................................. 101 Custo padrão..................................................................................... 102

Aula 8 - Departamentalização Departamentalização........................................................................... 112 Apropriação dos custos indiretos pela departamentalização............................ 113 Detalhamento e exemplo...................................................................... 114

AULA 9 - Análise das Demonstrações Financeiras

A análise financeira............................................................................. 132

Aspectos básicos da análise................................................................... 133 Análise Horizontal e Vertical.................................................................. 133 Indicadores....................................................................................... 135

AULA 10 - Estrutura de Capital Índices de atividade............................................................................ 144

Índices de atividades e situação financeira................................................. 146

Necessidade de Capital de Giro............................................................... 147 Análise da Taxa de Retorno sobre os Investimentos....................................... 147

bIBLIOGRAFIA.................................................................................157


Apresentação

Caro aluno(a), Bem vindo à Unidade Curricular A contabilidade por muitos é considerada uma ciência que se dedica a demonstrar a situação financeira das empresas. Ela se utiliza de um processo e de uma metodologia contábil para a elaboração dos demonstrativos contábeis. Atualmente estamos passando pelo alinhamento das demonstrações contábeis de todos os países que estão trabalhando para o desenvolvimento de um conceito, em queonde a conciliação e entendimento da contabilidade sejam uniformes. Esta ação vem sendo desenvolvida por mais de 134 países. Esta é basicamente a visão da contabilidade fiscal, que obedece aà legislação fiscal e financeira dos países. Esse processo chama-se Harmonização Contábil. Como você vai perceber, no nosso estudo da Contabilidade Básica, estamos alinhados a este novo procedimento contábil, afinal o contabilista necessita estar atualizado com as leis vigentes. Sequencialmente estaremos desenvolveremosndo a Contabilidade Gerencial que está intimamente ligada a à Tomada de Decisão. Ela não segue necessariamente todos os aspectos fiscais e financeiros à risca, pois sua necessidade e finalidade são é outras, estando ligadas aà visão gerencial do processo. A informação deve ser adequada aos seus usuários, quer sejam internos ou externos aà empresa. Todos possuem interesses diferenciados com relação à empresa, os funcionários querem saber se a empresa possui recursos para efetuar o pagamento no mês, já os fornecedores possuem o interesse em saber se, executando a venda, eles irão receber. Aos clientes interessa saber se a empresa é forte e terá continuidade, pois os produtos necessitam de manutenção tanto na atualização quanto no desenvolvimento de um novo padrão. Bancos e agentes financeiros necessitam saber se a empresa possui recursos para arcar com as despesas de financiamento. A área financeira possui o interesse em saber se a empresa possui caixa, se é capaz de gerar caixa para a continuidade dos pagamentos. E a sociedade como um todo e os acionistas querem saber se a empresa gera valor agregado, gera resultados, gera lucro, é capaz de contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa. Ambas as Contabilidades teêm os seus perfis de apresentação diferentes, mas ambaos são utilizados utilizadas para a tomada de decisão., porém, a que mais auxilia neste processo de tomada de decisão é a Contabilidade Gerencial. Bom estudo!



Aula 1 - Patrimônio e estrutura de plano de contas

AULA

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Patrimônio e estrutura de plano de contas neSta aUla

´ Conceito de Contabilidade ´ Patrimônio da empresa e suas variações ´ Balanço Patrimonial ´ Estrutura do Plano de Contas

MetaS de CoMPReenSÃo ´ Compreender a fi nalidade da Contabilidade e sua importância na conjuntura econômica e fi nanceira de uma empresa de forma a determinar se ela é lucrativa ou não. ´ Determinar o patrimônio de uma empresa por meio das Demonstrações Contábeis.

´ aPReSentaÇÃo Nesta aula vamos estudar os conceitos de Contabilidade e suas funções. Também vamos analisar o conceito de patrimônio por meio dos grupos de conta de Ativo e Passivo, de forma que você possa ter uma visão contábil, analisando sua importância no contexto empresarial.

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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Conceito de Contabilidade Você já parou para pensar o que é Contabilidade? Podemos dizer que Contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio das empresas e pessoas físicas, gerando informações estratégicas para tomadas de decisões. Logo, vemos que, por meio da Contabilidade, poderemos observar a situação econômica e fi nanceira de uma empresa e consequentemente determinar se ela é lucrativa ou não.

Saiba O Caduceu, uma das simbologias de Mercúrio, legendário deus protetor do comércio, simboliza a Contabilidade. É representado por um bastão entrelaçado por duas serpentes e um elmo alado A insígnia da profissão contábil significa a capacidade, a inteligência e a astúcia.

PenSe niSSo Procure no Youtube e veja o vídeo “História da Contabilidade”, produzido pela Fundação Brasileira de Contabilidade. A partir de suas observações, descreva - com suas palavras - qual é a finalidade da Contabilidade. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=vtJEMxgmlds>. Acesso em: 14 ago. 2013.

Podemos dizer que a Contabilidade tem as seguintes fi nalidades: 1. Planejar os fatos que ocorreram e que irão ocorrer na empresa; 2. Controlar as ações previamente decididas de forma a buscar o resultado esperado.


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Aula 1 - Patrimônio e estrutura de plano de contas

E quanto aos usuários da Contabilidade? São todas as personalidades jurídicas e físicas que irão se utilizar desta informação para análise, entendimento, comparação e registro de dados para um processo decisório. Dentre estes usuários podemos citar: empresas em geral, bancos, governo, agentes fi scais, investidores, administradores e acionistas.

Patrimônio da empresa e suas variações Patrimônio. Este é um dos conceitos mais importantes quando se estuda a Contabilidade. Afi nal, tudo o que se irá avaliar, analisar ou registrar, os chamados fatos contábeis, estará atrelado diretamente ao conceito de patrimônio, ou contabilmente falando, ao Patrimônio Líquido. Podemos dizer que o patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações. Dentro desta visão de patrimônio, naturalmente buscamos identifi car qual seria nosso patrimônio como pessoa física (personalidade jurídica de um indivíduo). Para tanto, devo somar todos os bens em meu nome, somar aos eventuais valores de direitos que possuo a receber e consequentemente diminuir as minhas dívidas. O resultado desta operação será o meu patrimônio, que pode ser um valor positivo, negativo ou até mesmo nulo.

Bens são tudo do aquilo que a pessoa física ou jurídica possui, podendo ser: dinheiro, veículo, estoques, computadores, imóvel. Direitos são valores reconhecidos como decorrentes de que irá acontecer. Está dentro de seu direito receber um valor por um fato existente que gerou uma obrigação de um terceiro. Exemplo: valores a receber, títulos a receber, clientes, empréstimos a receber etc. Obrigações: o termo indica que existe uma obrigação com alguém, ou seja, existe uma dívida para com terceiros. Ex: duplicatas a pagar, salários a pagar, impostos a pagar, empréstimos a pagar. Naturalmente pode-se observar que os itens de Bens e Direitos são valores positivos e, portanto, serão chamados de Ativo. Consequentemente, as Obrigações representam valores negativos ao Patrimônio da empresa, logo serão chamadas de Passivo. Já vimos que Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações, logo temos que:

Ativo – Passivo = Patrimônio Líquido

Fatos contábeis: Fatos contábeis São atos que ocorrem constantemente numa organização de forma a se evidenciar as consequências que irão provocar nas demonstrações da empresa.


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Exemplo: ATIVO BENS DIREITOS TOTAL

PASSIVO 70.000 OBRIGAÇÕES 50.000 PATRIMÔNIO 120.000 TOTAL

40.000 80.000 120.000

Uma empresa possui bens no montante de R$ 70.000,00 e direitos que representam R$ 50.000,00. Por outro lado, um conjunto de obrigações de R$ 40.000,00. Logo, podemos determinar que o Patrimônio da empresa equivale a R$ 80.000,00 (positivo) já que o Ativo soma R$ 120.000,00 (Bens R$ 70.000,00 + Direitos R$ 50.000,00) menos o Passivo de R$ 40.000,00 (Obrigações). Vamos colocar esses conceitos em prática? Identifique as contas apresentadas a seguir como sendo Bens, Direitos ou Obrigações: Contas Veículos Duplicatas a Pagar Bancos Estoques Duplicatas a Receber Dinheiro Imóvel Máquinas Aluguel a Pagar Títulos a Receber Marcas e Patentes Empréstimos a Pagar

Tipo

Grupo

É de grande importância que você consiga identificar as diferenças entre os grupos de Ativo e Passivo. Caso ainda tenha dúvidas, sugerimos novamente a leitura do item Patrimônio. Por meio das contas a seguir, determine o valor do patrimônio da empresa: Caixa Duplicatas a Receber Títulos a Pagar Móveis Estoques Valores a Receber Salários a Pagar

10.000,00 4.000,00 6.000,00 8.000,00 5.000,00 25.000,00 7.000,00


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Aula 1 - Patrimônio e estrutura de plano de contas

Conforme já abordamos, o conceito de Patrimônio é essencial para o entendimento da Contabilidade e, neste sentido, você deve compreender claramente como o patrimônio é formado.

´ fontes de Patrimônio líquido Existem duas formas de uma empresa aumentar seu Patrimônio que pode ser proveniente das seguintes fontes:

Ações: Ou quotas sociais. Unidade representativa do Capital Social da empresa. É por meio delas que um sócio ou acionista determina sua participação societária.

a. Investimentos – Efetuados pelos proprietários em troca de ações, quotas ou outras participações. Ou seja, aporte de capital na empresa. b. Lucros – Realização de resultados positivos na entidade (ou também conhecido como empresa) decorrente de suas atividades, sendo este o objeto das entidades com fi ns lucrativos.

Aporte: Investimento dos sócios ou acionistas, por meio de entrada de recursos financeiros na empresa.

balanço Patrimonial O balanço Patrimonial é uma das mais importantes demonstrações contábeis, por meio do qual podemos apurar a situação patrimonial e fi nanceira de uma entidade em um determinado momento. Nessa demonstração estão claramente evidenciados seu Ativo, o Passivo e o Patrimônio Líquido.

´ estática Patrimonial Vamos fazer uma apresentação do Balanço Patrimonial por meio da estática patrimonial, que nada mais é do que a representação do Balanço Patrimonial por meio de cada operação, de forma a evidenciar o Ativo e Passivo e, principalmente, o valor do Patrimônio Líquido. Veja a seguir como é representado o Balanço Patrimonial: ATIVO CAIXA BANCOS CLIENTES ESTOQUE VEÍCULOS IMÓVEL TOTAL

PASSIVO 10.000,00 TÍTULOS PAGAR 17.000,00 FORNECEDORES 28.000,00 15.000,00 CAPITAL SOCIAL 20.000,00 LUCROS 50.000,00 140.000,00 TOTAL

5.000,00 10.000,00 100.000,00 25.000,00 140.000,00

Pelo exemplo, podemos verifi car que o Ativo representa um valor de R$ 140.000,00. E o Passivo um valor de R$ 15.000,00. Logo, podemos observar que o Patrimônio Líquido desta empresa é de R$ 125.000,00.

Balanço Patrimonial: É o principal relatório contábil, responsável por demonstrar o patrimônio da organização.


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Integralização: Integralizar o capital social de uma empresa é o ato de investir, fazer o aporte financeiro na empresa.

Para melhor compreender o passo a passo dos registros contábeis, faremos lançamento diário a cada operação numa empresa comercial. Exemplo de operações no Balanço Patrimonial: 1ª operação – Dois sócios decidem abrir uma empresa com integralização de capital no valor de R$ 20.000,00 em dinheiro. ATIVO Caixa Total

PASSIVO 20.000,00 Capital Social 20.000,00 Total

20.000,00 20.000,00

A entrada de recurso fi nanceiro na empresa é um bem, portanto se lança no Ativo e o investimento dos sócios através de Capital Social é um Patrimônio Líquido. Que é a diferença entre Ativo e Passivo. 2ª operação – Compra de um computador no valor de R$ 3.000,00 a prazo. ATIVO Caixa Computador Total

PASSIVO 20.000,00 Fornecedores 3.000,00 Capital Social 23.000,00 Total

3.000,00 20.000,00 23.000,00

No dia seguinte, houve a compra de um computador, portanto é um bem adquirido cuja compra foi feita a prazo, assumindo uma obrigação para a empresa. 3ª operação – Abertura de conta bancária no valor de R$ 5.000,00. ATIVO Caixa

PASSIVO 20.000,00 Fornecedores 5.000,00 15.000,00

Bancos Computador Total

5.000,00 Capital Social 3.000,00 23.000,00 Total

3.000,00

20.000,00 23.000,00

Nesta operação, perceba que os lançamentos ocorreram somente no lado do Ativo, ou seja, a movimentação entre as contas e seus respectivos grupos, é conforme a operação. Houve uma saída do Caixa e entrada do recurso fi nanceiro na conta bancária. 4ª operação – Aquisição de mercadorias para revenda no valor de R$ 3.000,00 com pagamento em cheque.


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Aula 1 - Patrimônio e estrutura de plano de contas

ATIVO Caixa

PASSIVO 15.000,00 Fornecedores

Bancos

5.000,00 -3.000,00 2.000,00

Mercadorias Computador Total

3.000,00 Capital Social 3.000,00 23.000,00 Total

3.000,00

20.000,00 23.000,00

Por fi m, nesta operação, o pagamento foi feito por meio de cheque, logo deverá ser diminuído o saldo bancário e não da conta Caixa. A contrapartida foi a aquisição da conta de mercadorias. Ao fi nal destas operações podemos observar que os sócios investiram R$ 20.000,00; decorrente deste aporte fi nanceiro foram adquiridas mercadorias e um computador com pagamento a prazo. Totalizando de bens e direitos no Ativo um valor de R$ 23.000,00 diminuindo as Obrigações de R$ 3.000,00, temos um Patrimônio Líquido de R$ 20.000,00. Para melhor observarmos como são elaboradas as demonstrações contábeis, a seguir apresentaremos um modelo de plano de contas, com as principais contas e nomenclaturas utilizadas.

estrutura do plano de contas A Lei 11.638/07 alterou e revogou dispositivos da Lei 6.404,76, trazendo principalmente mudanças quanto à forma de apresentação das demonstrações contábeis e da estrutura de contas na Contabilidade, passando a ser referência na Contabilidade Moderna. Portanto, fi que atento a consultas bibliográfi cas e sites quanto a esta lei, para não estudar por meio de literatura desatualizada.

Plano de Contas: É o conjunto de todas as contas contábeis da empresa, em que estão compostos os grupos do Ativo, Passivo, Despesas e Receitas. Geralmente são utilizadas as contas mediante a necessidade de classificação ou o registro de um fato contábil.


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Modelo Simplificado de Plano de Contas Atualizado com a Lei Nº 11.638/07 e MP 449/08 1. ATIVO 1.1 Circulante 1.1.01 Disponível 1.1.01.01 Caixa 1.1.01.01.01

Caixa pequenas despesas

1.1.01.02 Banco conta movimento 1.1.01.02.01 Banco do Brasil S/A. 1.1.01.02.02 Banco Itaú S/A. 1.1.01.02.03 Bradesco 1.1.01.03

Aplicações financeiras

1.1.01.03.01 Banco do Brasil S/A. 1.1.01.03.02 Banco Itaú S/A. 1.1.01.03.03 Bradesco S/A. 1.1.02

Clientes

1.1.02.01

Cliente X

1.1.02.02

Cliente Y

1.1.03 Duplicatas a receber 1.1.04

(-) Duplicatas descontadas

1.1.05

(-) Provisão p/ devedores duvidosos

1.1.06 Adiantamento a fornecedores 1.1.07 Adiantamento a empregados 1.1.08 Títulos a receber 1.1.08.01 Nota promissória a receber 1.1.09 Impostos diversos a compensar 1.1.09.01 ICMS a recuperar 1.1.09.02 IPI a recuperar 1.1.09.03 IRRF a recuperar 1.1.09.04

CSLL a recuperar

1.1.09.05

PIS a recuperar

1.1.09.06 INSS a recuperar 1.1.09.07

COFINS a recuperar

1.1.09.08 Outros tributos a recuperar 1.1.10 Estoques 1.1.10.01

Mercadorias para Revenda

1.1.10.02

Produtos em elaboração

1.1.10.03 Matéria-prima 1.1.10.04

Material de embalagem

1.1.10.05

Materiais de Uso/Consumo

1.1.11 Títulos e valoresmobiliários


Aula 1 - Patrimônio e estrutura de plano de contas

1.1.11.01

Depósito p/ incentivo fiscal

1.1.12 Despesas antecipadas 1.1.12.01

Juros s/ empréstimo de capital de giro

1.1.12.02

Juros s/ financiamento Imobilizados

1.1.12.03

Despesas financeiras

1.1.12.04 Seguros 1.1.12.05 Vale transporte 1.1.12.06 Outras 1.2 Não Circulante 1.2.01 Realizável a longo prazo 1.2.01.01 Aplicações em Incentivos Fiscais 1.2.02 Investimentos 1.2.02.01 Participação empresas ações diversas 1.2.02.02 Outros investimentos 1.2.03 Imobilizado 1.2.03.01 Terrenos 1.2.03.02

Móveis e utensílios

1.2.03.03

(-) Depreciação móveis e utensílios

1.2.03.04 Instalações 1.2.03.05

(-) Depreciação instalações

1.2.03.06

Máquinas, equipamentos e ferramentas

1.2.03.07

(-) Depreciação máquinas, equipamentos e ferramentas

1.2.03.08

Computadores e periféricos

1.2.03.09

(-) Depreciação Computadores

1.2.03.10 Veículos 1.2.03.11

(-) Depreciação veículos

1.2.03.12 Imóveis 1.2.03.13

(-) Depreciações Imóveis

1.2.04 Intangíveis 1.2.04.01

Marcas e Patentes

1.2.04.02

(-) Amortização Marcas e patentes

1.2.04.03

Pesquisa e desenvolvimento

1.2.04.04

(-) Amortização Pesquisas e desenvolvimento

1.2.04.05 Direitos autorais 1.2.04.06

(-) Amortização sobre direitos autorais

2. PASSIVO 2.1 Circulante 2.1.01

Salários a pagar

2.1.02 Fornecedores 2.1.03 Duplicatas a pagar 2.1.04

Empréstimo e financiamentos

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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

2.1.05 Imposto a pagar / recolher 2.1.06 Títulos a pagar 2.1.07 Encargos Sociais a Recolher 2.1.08 Outros Títulos a Pagar 2.1.09 Aluguéis a pagar 2.1.10

Água e Luz a pagar

2.1.11 Dividendos Propostos a Pagar 2.2 Não Circulante 2.2.01 Exigível a Longo Prazo 2.2.01.01

Promissórias a Pagar de Longo Prazo

2.3 Patrimônio líquido 2.3.01

Capital Social

2.3.01.01 Capital Subscrito 2.3.01.02 2.3.02

(-) Capital a Integralizar

Reserva de capital

2.3.02.02

Ágio na emissão de ações

2.3.02.03

Alienação de partes beneficiárias

2.3.03

Reservas de Reavaliação (saldos de 2007)

2.3.04 Ajustes de Avaliação Patrimonial 2.3.05

Reservas de Lucros

2.3.05.01 Reserva Legal 2.3.05.02 Reserva Estatutária 2.3.05.03

Reserva para Contingências

2.3.05.04

Reserva de Incentivos Fiscais

2.3.05.05

Reserva de Retenção de Lucros

2.3.05.06

Reserva de Lucros a Realizar

2.3.05.07

Reserva Especial para Dividendos Obrigatórios Não Distribuídos

2.3.06 (-) Ações emTesouraria 2.3.07 (-) Prejuízos Acumulados 2.3.07.01 Lucros do exercício 2.3.07.02 (-) Prejuízos do exercício 3. DESPESAS 3.1 Custosdiretos da produção 3.1.01

Custos dos produtos vendidos

3.1.01.01 CMV 3.2 Despesas Operacionais 3.2.01 Despesas Administrativas 3.2.01.01 13º Salário 3.2.01.02 Adicional noturno 3.2.01.03

Água / Esgoto

3.2.01.04 Alimentação


Aula 1 - Patrimônio e estrutura de plano de contas

3.2.01.05 Aluguéis e arrendamento 3.2.01.06 Assistência médica/social 3.2.01.07 Associação de classe 3.2.01.08 Contribuição/donativos 3.2.01.09 Correios 3.2.01.10 Depreciação/Amortização 3.2.01.11 Despesas com manutenção da loja 3.2.01.12 Farmácia 3.2.01.13 Férias 3.2.01.14 FGTS 3.2.01.15 Gás 3.2.01.16 Horas extras 3.2.01.17 Impostos e taxas 3.2.01.18 Impressos 3.2.01.19 Indenizações/avisoprévio 3.2.01.20 INSS 3.2.01.21 Legais e judiciais 3.2.01.22 Luz 3.2.01.23

Materiais de consumo

3.2.01.24

Multas de trânsito

3.2.01.25

Multasfiscais

3.2.01.26 Pró-labore administração 3.2.01.27

Propaganda e publicidade

3.2.01.28 Reproduções 3.2.01.29

Revistas e jornais

3.2.01.30

Salários e ordenados

3.2.01.31 Seguros 3.2.01.32

Serviço terceiros pessoa física

3.2.01.33

Serviço terceiros pessoa jurídica

3.2.01.34 Telefone 3.2.01.35 Vale-transporte 3.2.01.36

Viagens e representações

3.2.02 Despesas Comerciais 3.2.02.01

Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa

3.2.02.02 Amostra grátis 3.2.02.03 Combustível 3.2.02.04

Comissões de venda

3.2.02.05 Embalagens 3.2.02.06 Fretes na entrega 3.2.02.07 Impostos s/ veículos 3.2.02.08

Manutenção de veículos

3.2.02.09

Propaganda e publicidade

3.2.03 Despesas financeiras

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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

3.2.03.01 Encargos e Juros de Mora 3.2.03.02 Despesas Bancárias 3.2.03.03 CPMF 3.3 Despesas não operacionais 4. RECEITA 4.1 Receita bruta s/ vendas e serviços 4.1.01

Receita bruta de venda

4.1.01.01 4.1.02

Revenda de mercadorias

Receita bruta de serviços

4.1.02.01

Prestação de serviços

4.2 Dedução de receita bruta vendas/serviços 4.2.01 Dedução de receita bruta de vendas 4.2.01.01

Cancelamento de devoluções

4.2.01.02 Abatimento incondicional 4.2.01.03 ICMS 4.2.01.04 COFINS 4.2.01.05

PIS s/ vendas e serviços

4.2.02 Dedução de receita bruta s/ serviços 4.2.02.01 ISS 4.3 Receita operacional 4.3.01

Receita financeira

4.3.01.01

Variação monetária ativa

4.3.01.02

Juros s/ aplicações financeiras

4.3.01.03 Descontos obtidos 4.3.01.04

Receita de aplicações pré-fixadas

4.3.01.05 Multas ativas 4.3.01.06 Dividendos 4.3.01.07 4.3.02

Juros s/ duplicatas

Recuperações diversas

4.3.02.01 Reembolsos diversos 4.3.02.04 4.3.03

Receitas patrimoniais

4.3.03.01 4.4

Venda de sucatas Resultado da venda de bens

Receita de Participações Societárias

4.4.01

Receita em Participações com Empresa Coligadas

4.4.01.01

Receita de Participações Societárias

4.5 Outras Receitas não operacionais 5.

CONTAS DE COMPENSAÇÃO

5.1 Resultado do exercício 5.1.01 Apuração de resultado


Aula 1 - Patrimônio e estrutura de plano de contas

Para as contas apresentadas, cabe destacar a separação entre as contas patrimoniais (Ativo e Passivo) e as contas de resultado (Despesas e Receitas).

leitURaS indiCadaS Sugerimos duas obras (que estão na Biblioteca virtual) nas quais você poderá verificar outros modelos de plano de contas aplicáveis às empresas: Equipe de Professores FEA/USP. Contabilidade Introdutória, 11 Ed. São Paulo: Atlas, 2010, p. 192 a 196. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Geral Fácil, 8ª. Ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 38 a 40.

Divulgação

tRoCando ideiaS Pelo exposto sobre as funções da Contabilidade, como você observa a atuação da Contabilidade como ciência no dia a dia das empresas? É possível identificar a variação patrimonial nas operações diariamente? Tente verificar o patrimônio da empresa em que trabalha ou de alguma a que tem acesso (a internet traz dados de algumas empresas) e comente isso no Fórum virtual com seus colegas.

23


PalaVRa de aUtoR Um plano de contas é específico para cada empresa e pode ser personalizado de acordo com as necessidades do dia a dia, portanto, caso necessite se utilizar deste material para atividades profissionais, deverá ser avaliada a situação cotidiana de cada empresa. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Geral Fácil, 8 Ed. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 36.

Neste fi nal de aula, gostaria de relembrar os principais tópicos da estrutura do plano de contas que irão compor o Balanço Patrimonial. São eles:

´ ativo Lembre-se que este grupo representa as contas de Bens e Direitos.

´ ativo Circulante Neste grupo serão classifi cadas todas as contas de bens e direitos de curto prazo, ou de liquidez ou vencimento em até 12 (doze) meses.

´ ativo não Circulante Ao contrário do grupo circulante, este grupo irá classifi car os bens e direitos de longo prazo, ou seja, aqueles que ultrapassam o período de 12 meses. Por exemplo: um título a receber com prazo de vencimento superior a 12 meses. Neste grupo também estarão os itens classifi cados como Investimentos, Imobilizado e Depreciação.

´ Passivo São as obrigações a vencer da empresa que também podem ser de curto prazo e de longo prazo. Sendo assim as de curto prazo para Passivo Circulante e para de longo prazo o Passivo Não Circulante.

´ Patrimônio líquido Será composto pela diferença entre as somas do Ativo (Bens e Direitos) menos o Passivo (Obrigações).


SínteSe Nesta aula os principais conceitos estudados foram: Patrimônio, que é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa, avaliados por meio de uma unidade monetária, podendo ser positiva, negativa ou nula. Ativo (-) Passivo = Patrimônio Líquido. O relatório de Balanço Patrimonial deve ser apresentado conforme o modelo de plano de contas vigente e sempre o total do Ativo e do Passivo serão iguais.

atiVidadeS Classifique as contas entre Ativo e Passivo e demonstre o Balanço Patrimonial: Computador Mercadorias Impostos a Pagar Caixa Duplicatas a Pagar Capital Social Títulos a Receber Imóvel

3.000,00 5.000,00 10.000,00 15.000,00 8.000,00 37.000,00 12.000,00 20.000,00

Este exercício é bastante semelhante aos demais já realizados, porém agora também está composto de valores, para isso, lembre-se dos conceitos de Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido.


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

ESTUDO DE CASO

a Contabilidade na idade antiga e na idade Média Museu Arqueológico Nacional de Atenas/Wikimedia Commons

Tábua de argila ostentando inscrição micênica (Micenas) em escrita Linear B encontrada na “Casa do Mercador de Óleo”. A tábua, manipulada por uma jovem mulher, gravava (com tinta) em uma quantidade de lã as inscrições. O lado inverso possui uma figura masculina.

Os primeiros vestígios de atividade contábil situam-se em por volta de 8000 a.C., em Uruk, cidade da antiga Mesopotâmia, no território atual do Iraque. Uruk era um centro da civilização sumeriana. Esses primeiros registros contábeis constituíam-se em fichas de barro,

guardadas em receptáculos de barro, que eram utilizadas na contagem do patrimônio. Por exemplo, uma ficha de barro poderia representar um boi. Se esse boi fosse transferido para outra pastagem ou fosse emprestado, a sua ficha seria igualmente transferida para um


Aula 2 - Lançamentos Contábeis

outro receptáculo de barro, registrando dessa forma o evento ocorrido e auxiliando o controle do patrimônio por parte do proprietário. Dessa forma, um único evento contábil (por exemplo, um empréstimo de um boi) envolveria dois receptáculos de barro: um, representando o estoque de bois do dono do boi, forneceria uma ficha e outro, representando o direito do dono do boi sobre a pessoa que estava tomando o boi emprestado, receberia esta ficha. Isto seria um duplo registro da transação, ou em outras palavras, um lançamento de partida dobrada. Após a criação das fichas de barro para o controle da contabilidade, houve a criação de tábuas com escritos cuneiformes, para a contabilização de pão, cerveja, materiais e trabalho escravo, em Uruk e em Ur, também na Suméria. Dessa forma, a invenção da escrita pelo homem está intimamente ligada ao surgimento da contabilidade. O Antigo Egito também contribuiu com grandes avanços na ciência contábil, principalmente devido à necessidade do governo de organizar a arrecadação de impostos. Os antigos egípcios inovaram ao efetuar os registros contábeis utilizando valores monetários, no caso o shat de ouro e prata. Na Antiga Grécia, a burocracia da cidade de Micenas mantinha arquivos que registravam, em placas de barro, lançamentos de impostos, propriedade territorial, reservas agrícolas, inventários de escravos, de cavalos, de carros de guerra e de peças desses carros. A escrita utilizada era a “linear b”. Com o desenvolvimento da democracia grega, os governantes eleitos passaram a ter que prestar contas de como utilizavam os recursos públicos, através de demonstrações contábeis inscritas em pedra. Os antigos romanos se preocupavam em registrar cuidadosamente o seu patrimônio pessoal, utilizando tábuas de cera gravadas com estiletes pontiagudos para rascunhos, que em seguida eram transcritos para papiros ou pergaminhos. De alguns destes escritos, denominados ratio, surgiu o livro razão atual. A nível de administração governamental, os romanos tinham a figura do “contador-geral do estado”, que controlava as finanças imperiais e que era um dos mais importantes funcionários da máquina estatal.

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Idade Média Na Idade Média, a ciência contábil europeia sofreu um retrocesso. O colapso do Império Romano do Ocidente e a invasão dos bárbaros germânicos ocasionaram a diminuição drástica do comércio no continente, devido à insegurança generalizada e à desorganização das atividades produtivas. Houve uma decadência cultural, devido ao pouco valor dado pelos invasores à cultura livresca. A alfabetização ficou restrita aos mosteiros. Como a população tornouse analfabeta em sua maioria e praticamente não havia mais comércio, não havia mais meio nem razão de se efetuar a contabilidade, ocasionando uma interrupção na evolução da ciência contábil. No continente americano, no entanto, a civilização inca desenvolveu nesse período um original sistema de contabilidade, os quipos. Estes eram cordões de lã de lhama e alpaca ou de algodão que, através de nós, registravam quantidades úteis para a administração do Império Inca. O sistema numérico usado era o decimal, sendo que o nó, pela sua localização, podia estar na casa das unidades, dos decimais, das centenas ou dos milhares. A cor dos cordões significava um item padronizado: se o cordão fosse amarelo, por exemplo, representava milho, desde que de acordo com o contexto. Pois, dado o número de cores ser menor que o número de itens patrimoniais, cada cor podia representar mais de um tipo de item. Daí, o amarelo poder representar milho ou ouro, dependendo da situação. No final da Idade Média, ocorreu o renascimento comercial e urbano da Europa, devido ao fim das invasões bárbaras. Isso gerou a necessidade de um desenvolvimento da ciência contábil, como forma de controlar o fluxo comercial em expansão. Essa necessidade foi particularmente sentida nas cidades do norte da Itália (Gênova, Veneza e Florença), que desenvolveram, de maneira independente umas das outras, sistemas contábeis utilizando “partidas dobradas”, ou seja, registros das operações mercantis mostrando a origem e a aplicação dos recursos. (Projeto Wikilivros - Livros abertos por um mundo aberto)


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral


Aula 2 - Lançamentos Contábeis

AULA

2

Lançamentos Contábeis neSta aUla

´ Revisão Patrimonial ´ Método das Partidas Dobradas ´ Lançamentos Contábeis ´ Razonetes MetaS de CoMPReenSÃo ´ Efetuar registros contábeis ´ Aprofundar os conceitos de método das partidas dobradas. ´ Analisar a classifi cação das contas através dos razonetes. ´ Aplicar os conceitos de método das partidas dobradas que levará à verifi cação das variações patrimoniais que ocorrem em uma empresa.

´ aPReSentaÇÃo Na Aula 1, verificamos que a Contabilidade estuda o Patrimônio das empresas e que através dos Bens, Direitos e Obrigações é possível se obter informações sobre o seu resultado patrimonial. Logo, através de um Balanço Patrimonial, todos nós podemos observar o que existe de Ativo (Bens e Direitos) e Passivo (Obrigações e Patrimônio Líquido). Nesta aula, iremos ver os lançamentos contábeis de cada operação, de forma a aplicar o método das partidas dobradas e o resultado final através das Demonstrações Contábeis.

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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Revisão Patrimonial Relembrando os conceitos que abordamos na Aula 1, podemos verificar a variação patrimonial de uma empresa e como são elaborados os lançamentos contábeis. Relembrando:

´ 1ª operação 15/janeiro - Integralização de Capital Social na empresa, no valor de R$ 5.000,00 Ativo Caixa

Passivo R$ 5.000 Capital Social

R$ 5.000

´ 2ª operação 10/fevereiro – Compra de imóvel comercial no valor de R$ 1.500, a vista. Ativo Caixa Imóvel Total

Passivo R$ 3.500 Capital Social R$ 1.500 R$ 5.000 Total

R$ 5.000 R$ 5.000

´ 3ª operação 13/fevereiro – Compra de mercadorias, a prazo, no valor de R$ 1.000. Ativo Caixa Imóvel Estoques Total

R$ R$ R$ R$

Passivo 3.500 Fornecedores 1.500 1.000 Capital Social 6.000 Total

R$ 1.000 R$ 5.000 R$ 6.000

´ 4ª operação 20/fevereiro – Aquisição de veículo no valor de R$ 600. Ativo Caixa

Passivo R$ 2.900 Fornecedores

R$ 1.000

Imóvel Estoques Veículos Total

R$ 1.500 R$ 1.000 R$ 600 Capital Social R$ 6.000 Total

R$ 5.000 R$ 6.000

´ 5ª operação 23/fevereiro – venda de 50% do imóvel pelo valor de R$ 1.000, a prazo.


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Aula 2 - Lançamentos Contábeis

Ativo Caixa Imóvel Estoques Veículos Títulos Receber Total

Passivo R$ 2.900 Fornecedores R$ 750 R$ 1.000 R$ 600 Capital Social R$ 1.000 Lucros R$ 6.250 Total

R$ 1.000

R$ 5.000 R$ 250 R$ 6.250

´ 6ª operação 05/março – Pagamento de parcela de fornecedores no valor de R$ 300. Ativo Caixa Imóvel Estoques Veículos Títulos Receber Total

R$ R$ R$ R$ R$ R$

PASSIVO 2.600 Fornecedores 750 1.000 600 Capital Social 1.000 Lucros 5.950 Total

R$

700

R$ 5.000 R$ 250 R$ 5.950

Você se lembrou dessas operações? Esta revisão foi alocada de propósito aqui para você avaliar se o conteúdo da Aula 1 está bem claro, pois, caso contrário, recomendamos que você volte ao conteúdo já estudado e veja os conceitos abordados. Vamos praticar os conceitos aprendidos de forma a fixar os mesmos? Elabore o Balanço Patrimonial a partir das informações a seguir: a. Integralização de Capital Social, no valor de R$ 50.000,00 em dinheiro; b. Compra de Veículo, no valor de R$ 15.000,00, parcelado em 15 prestações mensais; c. Abertura de conta bancária no valor de R$ 3.000,00; d. Aquisição de Mercadorias a prazo no valor de R$ 6.000,00; e. Pagamento da 1ª. parcela do veículo através de cheque.


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Classifique as contas a seguir em seus respectivos grupos e em seguida elabore o balanço patrimonial. Caixa R$ 50.000,00 Máquinas e Equipamentos R$ 80.000,000 Fornecedores R$ 45.000,00 Duplicatas a Pagar R$ 26.000,00 Clientes R$ 70.000,00 Provisão Devedores Duvidosos R$ 10.000,00 Móveis e Utensílios R$ 30.000,00 Salários a Pagar R$ 6.000,00 Capital Social R$ 150.000,00 Lucros Acumulados R$ 60.000,00 Títulos a Pagar Longo Prazo R$ 45.000,00 Duplicatas Descontadas R$ 3.000,00 Depreciação Acumulada R$ 10.000,00 Mercadorias R$ 25.000,00 Impostos a Pagar R$ 15.000,00 Contas a Pagar R$ 10.000,00 Capital a Integralizar R$ 40.000,00 Prejuízos Acumulados R$ 25.000,00 Bancos R$ 35.000,00 Impostos a Recuperar R$ 25.000,00


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Aula 2 - Lançamentos Contábeis

Além da importância de se identifi car o Patrimônio de uma empresa, devemos acima de tudo saber classifi car os Bens e Direitos (Ativo) e as Obrigações (Passivo).

Método das Partidas dobradas Sobre o Método das Partidas Dobradas, o Método Veneziano. Ribeiro (2012, p. 63) afi rma que “de uso universal, esse método foi apresentado pela primeira vez pelo frade franciscano Luca Pacioli, na cidade de Veneza, Itália, em 10 de novembro de 1494. Sua adoção permite o controle de todos os componentes patrimoniais, bem como das variações do Patrimônio Líquido, que poderão resultar em lucro ou prejuízo”. Museu de Capodimonte/Wikimedia Commons

Lucro: Resultado positivo, decorrente da diferença entre Receitas e Despesas. Neste caso houve mais Receitas do que Despesas.

Prejuízo: Resultado negativo, decorrente da diferença entre Receitas e Despesas. Neste caso, houve mais Despesas do que Receitas.

Retrado de frei Luca Pacioli com um aprendiz, por Jacopo De Barbari.


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Devedor: Remete à condição de estar em dívida com alguém, mas contabilmente representa o saldo estar a débito ou com saldo devedor.

Credor: É a situação inversa do devedor. Contabilmente verificamos os saldos da conta a crédito ou com saldo credor.

O princípio fundamental do método é o de que não há devedor sem que haja credor, correspondendo a cada débito um crédito de igual valor. Também é bastante comum ouvir a seguinte expressão: “Para todo débito existe um crédito correspondente”. Se observarmos os lançamentos até agora realizados, já aplicamos este conceito de método das partidas dobradas, pois em qualquer operação identifi camos a conta de origem de recursos e da aplicação dos recursos, que não deixa de ser simplesmente um lançamento a débito e outro a crédito.

lançamentos Contábeis Ribeiro (2012, p.63) defi ne Lançamento como “o meio pelo qual se processa a escrituração. É a forma contábil de se processar o registro dos fatos no Livro Diário”. Dentre os itens necessários, apontamos os seguintes elementos:

Fato Gerador: Momento em que ocorreu uma operação contábil e que deverá ser informado na Contabilidade, independentemente de pagamento ou recebimento de recursos financeiros.

a.

Local e Data do fato Gerador;

b.

Conta a Débito;

c.

Conta a Crédito;

d.

Histórico com a descrição da operação;

e.

Valor.

Logo, se fossemos fazer um lançamento contábil, teríamos a seguinte operação: São Paulo, 28 de Fevereiro de 2013 Débito – Caixa Crédito – Capital Social Integralização de Capital na empresa, através dos sócios, no valor de R$ 50.000,00.

Razonetes O razonete é a expressão contábil utilizada para fazer os registros contábeis de cada conta, informando se a conta será lançada a débito ou a crédito. Nada mais é do que um “T” maiúsculo com tamanho gigante, de forma a separar o lado esquerdo para débito e o lado direito para crédito.


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Aula 2 - Lançamentos Contábeis

Conta “XyZ” Débito

Crédito

Contas de ativo: As contas do balanço Patrimonial, grupo do ativo, têm saldo de natureza devedora.Contas do Passivo e Patrimônio líquido: os grupos do Passivo e Patrimônio Líquido tem saldo de natureza credora.

dÉbito

CRÉdito

atiVo

AUMENTA

DIMINUI

PaSSiVo

DIMINUI

AUMENTA

PalaVRa de aUtoR Adotando esta opção, o raciocínio de débito e crédito torna-se simples, mas você precisa saber que todo fato administrativo ocorre em forma de troca, sendo envolvidos pelo menos dois elementos que possuam valores idênticos, denominados recursos. Assim, um dos elementos representa a origem dos recursos, isto é, de onde a empresa retirou o respectivo valor, e o outro elemento representa a aplicação do recurso, ou seja, em que a empresa investiu esse valor. (RIBEIRO, 2012, p. 65)

aplicação de Recursos = débito origem dos Recursos = Crédito


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Lembra quando abordamos pela primeira vez a elaboração do Balanço Patrimonial, lançando a variação patrimonial entre as contas de Ativo e Passivo? Muito bem, agora faremos o mesmo exemplo, porém aplicando os conceitos de Débito e Crédito e lançando nos razonetes. Acompanhe o passo a passo: 1ª operação - dois sócios decidem abrir uma empresa com integralização de capital no valor de R$ 20.000,00 em dinheiro CAIXA 20.000,00

CAPITAL SOCIAL 20.000,00

Lembre da nossa regrinha, para aumento no Ativo lanço a débito e para aumento no Passivo, devemos lançar a crédito. 2ª operação - compra de um computador no valor de R$ 3.000,00 a prazo. COMPUTADOR 3.000,00

FORNECEDOR 3.000,00

Para cada nova conta abrirá um novo razonete e sempre com o conceito do método das partidas dobradas. 3ª operação - abertura de conta bancário no valor de R$ 5.000,00 CAIXA 20.000,00

BANCOS 3.000,00

5.000,00

5.000,00

Note que nesta operação ambas as contas são do Ativo, logo ocorrerá sim o método das partidas dobradas mas somente no Ativo. E por ser uma continuação das operações anteriores, não há necessidade de abrir um “novo razonete CAIXA, mas sim lançar do lado do crédito. 4ª operação - Aquisição de mercadorias para revenda no valor de R$ 3.000,00 com pagamento em cheque. MERCADORIAS 3.000,00

BANCOS 3.000,00

5.000,00

3.000,00

De novo, sempre haverá um Débito e um Crédito, neste caso houve aumento na conta de Mercadorias, portanto na conta de Mercadorias e um Crédito na conta Bancos pelo pagamento em cheque. Após o fi nal dos lançamentos em razonetes, devemos totalizar os saldos de cada conta.


4ª. operação – Aquisição de mercadorias para revenda no valor de R$ 3.000,00 com pagamento Aula 2 - Lançamentos Contábeis em cheque. MERCADORIAS 3.000

BANCOS

MERCADORIAS

CAPITAL SOCIAL 5.000 3.000,00

3.000,00

3.000

20.000,00

De novo, sempre haverá um Débito e um Crédito, neste caso houve aumento na conta de Mercadorias,5.000,00 portanto débito na conta de Mercadorias e um Crédito na conta Bancos pelo pagamento em cheque.

20.000,00

15.000,00

Após o final dos lançamentos em razonetes, devemos totalizar os saldos de cada conta.

COMPUTADOR 3.000,00

FORNECEDOR

CAIXA 20.000

CAPITAL SOCIAL 20.000

3.000,00

5.000 15.000

20.000

COMPUTADOR 3.000

3.000,00

MERCADORIAS 3.000,00

FORNECEDOR 3.000,00 3.000

BANCOS

3.000

MERCADORIAS 3.000

5.000,00

3.000

BANCOS 5.000 3.000 3.000,00

3.000

2.000

3.000,00

2.000,00

Através destes saldos,podemos podemos elaborar o Balanço Patrimonial, somente somente ao final da última Através destes saldos elaborar o Balanço Patrimonial, operação: ao fi nal da última operação: ATIVO Ativo Circulante Caixa Bancos Mercadorias

PASSIVO Passivo Circulante 15.000,00Fornecedores 3.000,00 2.000,00 3.000,00

Ativo Não Circulante Computador

Patrimônio Líquido 3.000,00 Capital Social 20.000,00

Total

23.000,00Total

23.000,00

tRoCando ideiaS Após este exemplo prático, discuta com seus colegas qual o conceito do método das partidas dobradas.

Vamos verifi car o quanto estes conceitos fi caram claros a você, a partir de algumas atividades? Pense nos conceitos de débito e crédito. 1. Uma operação de compra de um veículo a prazo no valor de R$ 20.000,00, deve ser contabilizada através do método das partidas dobradas como: a.

Um débito em Veículos e Um crédito em Títulos a Pagar;

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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

b.

Um crédito em Veículos e Um débito em Títulos a Pagar;

c.

Um débito em Veículos e Um crédito no Caixa;

d.

Um crédito em Veículos e Um débito em Caixa;

e.

Um débito em Veículos e dois créditos em Caixa e Títulos a Pagar;

2. Quando se fala em aumento de Ativo, deve-se sempre lançar a conta: a.

De Origem da operação a Débito e a de Aplicação a Crédito;

b.

De Aplicação a Débito e a de Origem a Crédito;

c.

De Origem e Aplicação a Débito;

d.

De Origem e Aplicação a Crédito;

e.

A favor do Caixa da empresa;

3. Entende-se por método das partidas dobradas: a.

Lançamentos contábeis com informação de data, conta e valor;

b.

Sistema de contabilização de lançamentos a crédito da empresa;

c.

Registro de conta a débito correspondente a outra conta a crédito de valor diferente;

d.

Registro de conta a débito correspondente a outra conta a crédito de valor correspondente;

e.

Toda vez que se debitar uma conta do Ativo deverá se creditar uma conta do Passivo;

lembre-se: 1. No Plano de Contas existem dois grupos que separam as contas de curto prazo (Circulante) e longo prazo (Não Circulante). Se a operação ultrapassar a condição de recebimento ou pagamento após 12 meses, deverá ser contabilizada em separado; 2. Toda vez que na operação houver recebimento ou pagamento e não houver informação quanto à condição fi nanceira desta operação, deverá ser considerada uma operação a vista;

leitURaS indiCadaS Recomenda-se a leitura da obra Contabilidade Geral Fácil do autor Osnir Moura Ribeiro, pois traz de forma simples e clara os conceitos aqui abordados. Outras obras que tenham por título Contabilidade Geral ou Contabilidade Introdutória também são recomendadas para leitura.


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Aula 2 - Lançamentos Contábeis

SínteSe Este estudo é de fundamental importância para sua compreensão e para a sequência desta disciplina. Para tanto, você deve ter pleno entendimento do que é um Patrimônio e como ele é apurado e, consequentemente, saber identifi car, através da estrutura do plano de contas, o que representa um ativo e um passivo. Uma vez claros estes conceitos, foram aplicados os conceitos teóricos na prática, de forma a permitir acompanhar a movimentação das contas e os refl exos patrimoniais em cada operação na empresa. A partir dai, verifi camos os conceitos de lançamentos contábeis e os registros contábeis a débito e crédito de forma a facilitar todas as operações na empresa. Assim, ao fi nal dos razonetes, é possível obter o saldo de cada conta e fi nalmente agrupar cada conta entre o Ativo e Passivo e por fi m obter o Balanço Patrimonial.

atiVidadeS Os exercícios refletem o conteúdo prático desta aula: gerar os lançamentos contábeis por meio de razonetes, aplicando os conceitos de método das partidas dobradas e, por fim, demonstrando o balanço patrimonial da empresa.

A empresa Papai Noel Ltda., realizou as seguintes operações: •

Integralização de Capital Social no valor de R$ 100.000,00 em dinheiro;

Aquisição de Mercadorias no valor de R$ 15.000,00;

Compra de Imóvel no valor de R$ 200.000,00, tendo pago 10% a vista e o restante parcelado em 60 meses;

Abertura de conta bancária no valor de R$ 10.000,00;

Pagamento da 1ª. parcela do imóvel através de cheque.

Elabore o Balanço Patrimonial em 29/12/2011, por meio dos razonetes.

Dois sócios decidem investir em um restaurante cujo capital inicial previsto é de R$ 200.000,00, com participação igual para cada um. O sócio A oferece integralizar sua parte através de um imóvel comercial e o sócio B irá integralizar em dinheiro R$ 70.000,00; o restante será integralizado em até 2 anos. a.

Efetue a operação através de razonetes;

b.

Apresente o Balanço Patrimonial.


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

ESTUDO DE CASO

a Contabilidade na idade Moderna Wikimedia Commons

Diário contábil do século XVII


Aula 2 - Lançamentos Contábeis

A Idade Moderna teve início em 1453, com a conquista de Constantinopla pelos turcos. Com o avanço dos turcos no oriente, fechouse a rota comercial que ligava a Europa e a Ásia e que havia sido aberta pelas Cruzadas na Idade Média. A necessidade da abertura de novas rotas para a Ásia levou diversas nações da Europa Ocidental, como Portugal, Espanha, França, Inglaterra e Países Baixos, a procurarem por novas rotas marítimas para a Ásia que não passassem pelo Oriente Médio dominado pelos turcos. Isto gerou as Grandes Navegações. Com a descoberta da América e da rota marítima para a Índia, houve um grande incremento do fluxo comercial europeu. As nações que conduziam esta expansão necessitaram da técnica contábil desenvolvida pelas cidades do norte da Itália a fim de controlar as transações comerciais. Esta técnica contábil veio a ser denominada Escola Contista e teve, como figura principal, Luca Pacioli, um frei italiano que sistematizou e popularizou o sistema de partidas dobradas desenvolvido pelas cidades do norte da Itália na Baixa Idade Média. Para tal popularização, contribuiu o fato de a obra de Pacioli ter surgido juntamente com a criação da impressora de tipos móveis por Gutenberg, o que possibilitou uma ampla difusão do livro de Pacioli que expunha o sistema de partidas dobradas. A primeira edição da obra clássica de Pacioli, La Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalità, foi impressa em 10 de novembro de 1494, em Veneza. A escola contista tinha como objetivo o controle do patrimônio da empresa através da apuração do saldo das contas. As contas seriam o somatório dos direitos e obrigações que o proprietário tinha em relação a cada pessoa. Além de Luca Pacioli, outro importante personagem dessa escola foi Benedetto Cotrugli. Uma inovação dessa escola foi a criação da conta de capital, que determinava a dívida da empresa para com os proprietários. A criação de inúmeras sociedades por ações nessa época gerou a necessidade desta separação do patrimônio da empresa do dos proprietários. No final do século XVIII, eclodiu a Revolução Industrial na Inglaterra. O surgimento das grandes indústrias tornou a contabilidade

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tradicional, que calculava o custo com base no gasto de aquisição das mercadorias que haviam sido vendidas, insuficiente. Surgiu a “contabilidade de custos”, que passou a calcular o custo de cada produto vendido com base na estimativa do gasto de fabricação de cada produto vendido.. (Projeto Wikilivros - Livros abertos por um mundo aberto) Divulgação


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral


Aula 3 - Demonstrações Contábeis

AULA

3

Demonstrações Contábeis neSta aUla

´ Balanço Patrimonial ´ Demonstração do Resultado de Exercício (DRE) ´ Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) ´ Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) ´ Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) ´ Demonstração do valor adicionado (DVA)

MetaS de CoMPReenSÃo ´ Compreender as Demonstrações Contábeis e suas fi nalidades. ´ Desenvolver as principais demonstrações contábeis: o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício.

´ aPReSentaÇÃo Nesta aula abordaremos as demonstrações contábeis do Balanço Patrimonial; Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); Demonstração de Origem e Aplicações de Recursos (DOAR); Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC); Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL); Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) e Demonstração do Valor Adicionado (DVA)

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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Balanço Patrimonial Conforme já vimos, balanço patrimonial é a demonstração contábil constituída de duas partes e composta por três elementos básicos: os Ativos (bens e direitos), os Passivos (Obrigações) e o Patrimônio Líquido, cuja finalidade é apresentar a posição financeira e patrimonial das empresas. O Balanço Patrimonial é uma demonstração estática. As contas são classificadas no balanço de forma ordenada e uniforme para facilitar a interpretação e análise dos usuários da situação econômica e financeira da empresa. No Balanço Patrimonial foram promovidas várias alterações na estrutura das Demonstrações Contábeis em decorrência da Lei Nº 11.638/2007. Esta lei trouxe algumas mudanças que alteraram a Lei Nº 6.404/76, com o foco nas demonstrações contábeis, que serão apresentadas a seguir, comparando no formato da Lei Nº 6.404 e após as alterações vigentes:

´ Quadro Comparativo do Balanço Patrimonial – BP Antes da alteração da Lei Nº 6404/76 Ativo Ativo circulante Ativo realizável a longo prazo Ativo permanente Investimento Ativo Imobilizado Ativo Diferido Passivo Passivo circulante Passivo exigível a longo prazo Resultado de exercício futuro Patrimônio líquido Capital Social Reservas de capitais Reservas de Reavaliação Reservas de Lucros Lucro ou prejuízo acumulados Prejuízos acumulados

Após alteração da Lei Nº 6404/76 Ativo Ativo circulante Ativo não circulante Realizável a longo prazo Investimento Imobilizado Intangível Passivo Passivo circulante Passivo não circulante Patrimônio Líquido Capital Social Reservas de Capital Ajuste de Avaliação Patrimonial Reservas de Lucro Ações em Tesouraria

´ Ativo São as aplicações de recursos em bens e direitos da empresa que podem ser medidos monetariamente, trazendo benefícios presentes e futuros. As contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registradas. No grupo Ativo Circulante não houve alteração. O grupo Realizável a Longo Prazo, após a alteração da Lei Nº 6.404/76, está classificado dentro do ativo não circulante, subgrupo do ativo de menor grau de liquidez, ou seja, que se transformarão em dinheiro mais lentamente.


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Aula 3 - Demonstrações Contábeis

O grupo Ativo Permanente se alterou quanto à nomenclatura. Antes era subdividido em investimento, imobilizado e diferido. Com a alteração da Lei Nº 11.638/07, o ativo não circulante é subdividido em realizável a longo prazo, investimento, imobilizado e intangível. Investimento: Diz respeito às aplicações de recursos que têm como objetivos gerar resultados positivos para a entidade, como por exemplo a participação permanente em outras empresas. Imobilizado: Corresponde aos bens e direitos que tenham por objeto bens corpóreos (tangíveis) que são utilizados para o funcionamento da atividade da companhia ou da empresa. Depreciação dos bens: É determinada pela empresa tendo como parâmetro o tempo de vida útil de cada bem. Os bens incorpóreos (bens que possuem valor contábil, mas não existem fi sicamente a ponto de serem tocados), que eram classifi cados como imobilizado em intangível, agora têm um subgrupo de ativo intangível, estão classifi cados dentro do ativo não circulante, são os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa fi nalidade.

Valor contábil: Informa o seu valor de registro na operação contábil.

Diferido: Seriam as despesas pré-operacionais, e os gastos de reestruturação que resultem em aumento no Exercício Social. Se o diferido não puder ser reclassifi cado para outro grupo de contas, poderá permanecer sob esta rubrica até sua completa amortização. Exemplo: Uma indústria farmacêutica investe milhões de reais para buscar uma vacina ou um novo medicamento que possa gerar resultados, sejam positivos ou negativos. Enquanto não estiver claro o que houve de resultado através destes valores gastos, serão classifi cados em Diferido.

´ Passivo São apresentadas no passivo as obrigações da companhia, subdividindo-se em Passivo Circulante e Exigível a Longo Prazo. De acordo com a Lei Nº 11.638/07, todas as obrigações não classifi cadas no passivo circulante devem ser classifi cadas no passivo não circulante, isto é, obrigações cuja liquidação não se espera que ocorra dentro do ciclo operacional da empresa, serão classifi cadas no passivo não circulante antes classifi cado como exigível a longo prazo. Dentre as classifi cações do passivo, a mais signifi cativa diferença entre a Lei Nº 6.404/76 e a Lei Nº 11.638/07 está na utilização do subgrupo de resultados de exercícios futuros, cujo objetivo é abrigar receitas já recebidas que efetivamente devem ser reconhecidas nos anos futuros. Com a Lei Nº 11.941 este subgrupo foi revogado.

Revogado: Informa que aquele assunto não está mais em vigência, sendo substituído por outro.


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´ Patrimônio líquido

Valor de mercado: Valor definido a título de mercado, podendo ser maior ou menor do que o valor registrado na contabilidade. evolutivo.

Ultimo grupo que compõe o Balanço Patrimonial, o Patrimônio Líquido, foi alterado com a nova legislação pois, segundo o § 2º do art. 178 da Lei consolidado das Sociedades por Ações - Lei Nº 6.404/76, deverá ser estruturado de acordo com os seguintes subgrupos: capital social, reserva de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. Veja as principais mudanças ocorridas no patrimonial líquido: Ajuste de avaliação patrimonial: Antes da alteração existia o subgrupo Reservas de Reavaliação, agora será classifi cado como ajuste de avaliação patrimonial, que representa acréscimos derivados da diferença entre o valor contábil e o valor de mercado. Lucros Acumulados: não são mais classifi cados como lucros acumulados, mas sim, devem ser contabilizados em reservas de lucro. Se a reserva de lucros ultrapassar o valor do Capital Social precisa ser distribuída. Assim, a conta Lucro Acumulado fi ca extinta e fi ca somente a conta de Prejuízo Acumulado. Ações em tesouraria: (que representam ações ou participação societária não negociadas ou disponíveis para comercialização) ̶ “[...] deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição ”(Brasil, 1976, §5º art. 182).

demonstração do Resultado de exercício (dRe) A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é uma demonstração contábil dinâmica que se destina a evidenciar a formação do resultado líquido em um exercício, através do confronto das receitas, custos e despesas, gerando informações signifi cativas para a tomada de decisão.

Debêntures: São dívidas de uma empresa, que assume o compromisso de devolver, com juros e prazo, um valor prédeterminado.

Na DRE houve algumas alterações com a nova legislação. Observando o quadro a seguir, podemos ver algumas diferenças nas despesas não operacionais e na participação do lucro. O art. 187 do inciso IV da Lei S.As diz que as receitas e despesas não operacionais classifi cadas após a mensuração que resulta o lucro ou prejuízo operacional serão considerados como outras receitas e outras despesas. A redação dada pela Lei Nº 11.941/ 09 altera para: VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e


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Aula 3 - Demonstrações Contábeis

partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa.

´ Quadro Comparativo da Demonstração

de Resultado de Exercício – DRE

Antes da alteração da lei Nº 6404/76 Receita Operacional Bruta (-) Deduções e abatimentos da Receita bruta (-) Devolução de vendas/ Impostos e Contribuições incidentes sobre venda

Após alteração da lei Nº 6404/76 Receita Operacional Bruta (-)Deduções e abatimentos Receita bruta (-) Devolução de vendas/ Impostos e Contribuições incidentes sobre venda

(-) Descontos/abatimentos (=) Receita Operacional Líquida (-) Custos produtos vendidos (-) Custo das Mercadorias Vendidas (-) Custo dos Serviços prestados (=) Lucro Operacional Bruto (Margem ou Resultado) (-) Despesas com vendas (-) Despesas Administrativas (-) Despesas Tributários (+/-) Receita e Despesas Operacionais (-) Despesas Financeiras (+) Receitas Financeiras (+/-) Variações Cambiais (+/-) Outras receitas ou (despesas) Financeiras (=) Resultado Operacional (-) Despesas não Operacionais (=) Lucro Líquido Antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social (-) Provisão para Imposto de Renda e Contibuição Social sobre o Lucro (=) Lucro Líquido pós provisão e Antes das Participações (-) Participações de Administradores, Empregados, Debêntures, Partes Beneficiárias Contribuição Estatutária (=) Lucro Líquido do Exercício

(-) Descontos/abatimentos (=) Receita Operacional Líquida (-) Custos produtos vendidos (-) Custo das Mercadorias Vendidas (-) Custo dos Serviços prestados (=) Lucro Operacional Bruto (Margem ou Resultado) (-) Despesas com vendas (-) Despesas Administrativas (-) Despesas Tributários (-)Despesas Operacionais Financeiras (-) Despesas Financeiras (+) Receitas Financeiras (+/-) Variações Cambiais (+/-) Outras receitas ou (despesas) (=) Resultado Operacional (+) Receitas não Operacionais (=) Lucro Líquido Antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social (-) Provisão para Imposto de Renda e Contibuição Social sobre o Lucro (=) Lucro Líquido pós provisão e Antes das Participações (-) Participações de Debêntures, Empregados, Administradores e Partes beneficiárias e Fundo de Assistência e Previdência de Empregados (=) Lucro Líquido do Exercício

Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) Verificamos que de acordo com a Lei Nº 11.638/07, no art. 186, a DMPL se manteve sem sofrer nenhuma alteração.


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DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO FINDO EM 31.12.X2 EM MILHARES DE R$ RESERVAS DE CAPITAL Histórico

Saldo em 31.12.x1 Ajustes de Exercícios Anteriores: efeitos de mudança de critérios contábeis retificação de erros de exercícios anteriores Aumento de Capital: com lucros e reservas por subscrição realizada Reversões de Reservas de contingências Reversões de Reservas de lucros a realizar Lucro Líquido do Exercício Proposta da Administração de Destinação do Lucro Transferências para reservas Reserva legal Reserva estatutária Reserva de lucros para expansão Reserva de lucros a realizar Dividendos a distribuir (R$ por ação) Saldo em 31.12.X2

Capital Realizado

Ágio na Emissão de Ações

Subvenções para Investimentos

RESERVAS DE LUCROS Reserva para Contingência

Reserva Estatutária

Reserva Legal

Lucros Acumulados

Total


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Aula 3 - Demonstrações Contábeis

demonstração de lucros ou Prejuízos acumulados (dlPa) A Lei Nº 11.638/07 alterou a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, extinguindo a conta Lucros Acumulados no balanço patrimonial. Porém, sua existência não foi vedada, tanto que sua demonstração continua totalmente vigente, mas apenas a fi gura de saldo positivo no balanço. Logo, basta demonstrar, ao longo do ano, se houve aumento ou diminuição do saldo desta conta, o que também pode ser observado diretamente na coluna de lucros acumulados na demonstração anterior.

demonstração dos fluxos de Caixa (dfC) Substituiu a DOAR (Demonstração de Origens e Aplicação de Recursos). A DOAR tinha por objetivo principalmente informar as operações de fi nanciamentos e investimentos da empresa durante o exercício, e alterações na posição fi nanceira da empresa. A demonstração das origens e aplicações de recursos explica a variação do Capital Circulante líquido ocorrido de um ano para o outro.

´ origens São entradas de recursos, é a fonte originária de recursos, sendo o passivo e o Patrimônio Líquido. São aplicadas no ativo. As origens de recursos se agrupam da seguinte forma: lucro do exercício; acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e ajustado pela variação nos resultados de exercícios futuros; realização do capital social e contribuição para reservas de capital; recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a longo prazo, da redução do ativo realizável a longo prazo e da alienação de investimento e direitos do ativo imobilizado. Originam-se: 1. das operações, quando as receitas são maiores que as despesas, quando houver lucro no exercício, teremos origem; e quando houver prejuízo teremos aplicação de recursos; 2. dos acionistas, quando temos um aumento de capital integralizado, pois assim teremos aumento de disponibilidades da empresa; 3. de terceiros, quando fazemos empréstimos de longo prazo, recursos oriundos de venda de ativo permanente e outros.

´ aplicações As aplicações reduzem o Capital Circulante Líquido e ocorrem normalmente nas aplicações de recursos não circulante. Conforme a Lei das S.As, as aplicações de recursos são agrupadas em: dividendos distribuídos; aquisição de direitos do ativo imobilizado; aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo diferido; redução do passivo exigível a longo prazo.

Capital Circulante Líquido: Também conhecido como CCL de uma empresa, é o capital de giro de uma empresa, podendo ser representado pela diferença entre o Ativo Circulante (-) Passivo Circulante.


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A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) passou a ser um relatório obrigatório desde 1 de janeiro de 2008 pela Lei Nº 11.638/07, para todas as sociedades de capital aberto ou com patrimônio líquido superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).

O objetivo primário da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é prover informações relevantes sobre os pagamentos e recebimentos em dinheiro de uma empresa, ocorridos durante um determinado período. De forma condensada, esta demonstração indica a origem de todo o dinheiro que entrou no caixa em determinado período e, ainda, o resultado do fluxo financeiro. Assim como a DRE, a DFC é uma demonstração dinâmica e também está contida no balanço patrimonial. A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) facilita aos investidores, credores e outros usuários o entendimento e análise sobre a posição financeira da empresa, das transações de investimentos e de financiamento etc. Seguindo as tendências internacionais, o fluxo de caixa pode ser incorporado às demonstrações contábeis tradicionalmente publicadas pelas empresas. Basicamente, o relatório de fluxos de caixa deve ser segmentado em três grandes atividades. 1. Atividades Operacionais: São explicadas pelas receitas e gastos decorrentes da industrialização, comercialização ou prestação de serviços da empresa. Estas atividades têm ligação com o capital circulante líquido da empresa. 2. Atividades de Investimento: São os gastos efetuados no Realizável a Longo Prazo ou no Ativo Permanente, bem como as entradas por venda de ativos imobilizados. 3. Atividades de Financiamento: São os recursos obtidos do Exigível a Longo Prazo e do Patrimônio Líquido. Devem ser incluídos aqui os empréstimos e financiamentos de curto prazo. Na Demonstração dos fluxos de caixa existem dois métodos de avaliação: o método direto e o método indireto. Método Direto: O método direto explicita as entradas e saídas brutas de dinheiro dos principais componentes das atividades operacionais, como recebimentos pelas vendas de produtos e serviços e os pagamentos a fornecedores, tributos e empregados.


Aula 3 - Demonstrações Contábeis

´ Quadro Demonstração de Fluxo de Caixa

DFC – Método direto ATIVIDADES OPERACIONAIS Recebimento de clientes

Pagamento a fornecedores de estoques Pagamento de impostos sobre vendas Pagamentos de despesas com venda e administrativas Pagamentos de despesas financeiras Recebimentos de receitas financeiras Dividendos recebidos de sociedades investidas Pagamentos de impostos de renda e contribuições Sociais TOTAL DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS: Valor da venda de ativos imobilizados Aquisições de ativos imobilizados TOTAL DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS

ATIVIDADE DE FINANCIAMENTOS: Recebimentos de empréstimos e financiamentos Pagamento de empréstimos e financiamentos Recebimento de integralização de capital Dividendos pagos TOTAL DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS

AUMENTO LÍQUIDO NO CAIXA CAIXA NO INÍCIO DO PERÍODO CAIXA NO FINAL DO PERIÍODO INFORMAÇÃO ADICIONAL DE ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS E INVESTIMENTOS QUE NÃO AFETARAM O CAIXA

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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Método Indireto: Faz a conciliação entre o lucro líquido e o caixa gerado pelas operações, por isso é também chamado de método da reconciliação.

´ Quadro - Demonstração de Fluxo de Caixa DFC – Método Indireto ATIVIDADES OPERACIONAIS: LUCRO LÍQUIDO DO PERÍODO Aumento (diminuição) dos itens que afetam o caixa Depreciação e Amortização Variações monetárias líquidas devedores Resultado de equivalência patrimonial Dividendos recebidos de sociedades investidos Lucro na venda de ativos imobilizados Aumento de contas a receber de clientes Aumento dos estoques Aumentos de fornecedores de estoques Aumento de impostos sobre vendas Aumento de impostos sobre lucros TOTAL DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS: Valor da venda de ativos imobilizados Aquisições de ativos imobilizados TOTAL DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS ATIVIDADE DE FINANCIAMENTOS: Recebimentos de empréstimos e financiamentos Pagamento de empréstimos e financiamentos Recebimento de integralização de capital Dividendos pagos TOTAL DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS AUMENTO LÍQUIDO NO CAIXA CAIXA NO INÍCIO DO PERÍODO CAIXA NO FINAL DO PERÍODO INFORMAÇÃO ADICIONAL DE ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS E INVESTIMENTOS QUE NÃO AFETARAM O CAIXA


Aula 3 - Demonstrações Contábeis

Demonstração do Valor Adicionado - DVA Houve a inclusão e a obrigatoriedade dessa demonstração para as companhias abertas. Ela procura informar sobre a agregação e distribuição de valor ao negócio, sugerindo maior transparência para seus usuários, em virtude de apresentar nova e mais detalhada informação sobre os negócios da entidade. Demonstração do Valor Adicionado, que também pode integrar o Balanço Social, constitui, desse modo, uma importante fonte de informações, à medida que apresenta esse conjunto de elementos que permitem a análise do desempenho econômico da empresa, evidenciando a geração de riqueza, assim como dos efeitos sociais produzidos pela distribuição dessa riqueza.

´ Quadro - Demonstração do Valor Adicionado – DVA 1-RECEITAS 1.1) Vendas de mercadoria, produtos e serviços 1.2) Provisão p/devedores duvidosos – Reversão/(Constituição) 1.3) Não operacionais 2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI) 2.1) Matérias-Primas consumidas 2.2) Custos das mercadorias e serviços vendidos 2.3) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros 2.4) Perda/Recuperação de valores ativos 3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (Receitas (-) Insumos) 4 – RETENÇÕES 4.1) Depreciação, amortização e exaustão 5 –VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (Valor Adicionado Bruto (-) Retenções) 6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 6.1) Resultado de equivalência patrimonial 6.2) Receitas financeiras 7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (Valor Adicionado Líquido (+) Valor Recebido) 8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 8.1) Pessoal e encargos 8.2) Impostos, taxas e contribuições 8.3) Juros e aluguéis 8.4) Juros s/ capital próprio e dividendos 8.5) Lucros retidos / prejuízo do exercício * O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7.

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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Para melhor abordagem conceitual, iremos tratar nesta aula somente o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado do Exercício. Até o momento, já vimos como se elabora o Balanço Patrimonial, através dos razonetes e lançamentos a débito e a crédito. A partir de agora, também faremos os lançamentos que envolvem contas de Receitas e Despesas, que é exatamente o que se apresenta em uma Demonstração do Resultado do Exercício, para evidenciar se a empresa apurou lucro ou prejuízo num determinado período. Primeiramente, devemos trazer de volta a regra de débito e crédito. Você se lembra dela? Muito bem, agora, você deve lembrar que sempre que houver uma conta de despesa, faremos o lançamento a Débito e sempre que formos lançar uma receita, o lançamento será a Crédito.

´ Quadro Resumo dÉbito

CRÉdito

atiVo

AUMENTA

DIMINUI

PaSSiVo

DIMINUI

AUMENTA

deSPeSaS

X

ReCeitaS

X

Como foi abordado pelo método das partidas dobradas, agora você deverá realizar os razonetes dos respectivos grupos, seja a débito ou a crédito, e sempre deverá atentar quanto às contas patrimoniais onde será lançado no Balanço Patrimonial e as contas de resultado na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Lembre-se de que, na DRE, você deverá apurar a diferença entre as Receitas e as Despesas, e o resultado de lucro ou prejuízo, deve ser transferido ao Patrimônio Líquido.

tRoCando ideiaS Agora que vimos todas as demonstrações contábeis utilizadas atualmente, procure em jornais, internet ou até mesmo na empresa em que trabalha estas demonstrações contábeis. O objetivo é que você tenha acesso aos principais relatórios contábeis. Depois disso, vá ao Fórum no ambiente virtual e comente com seus colegas o que eles também conseguiram localizar e compartilhe estas informações com o grupo.


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Aula 3 - Demonstrações Contábeis

A seguir acompanhe um exemplo prático; A empresa Três Irmãos Ltda. realizou as seguintes operações. faça os registros contábeis e elabore o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado do Exercício:

a. Integralização de Capital no valor de R$ 100.000,00 em dinheiro; b. Compra de máquinas, no valor de R$ 5.000,00 a prazo; c. Pagamento de aluguel, no valor de R$ 7.000,00; d. Compra de 100 mercadorias, no valor de R$ R$ 10.000,00, sendo 10% a vista e o restante a prazo; e. Venda de 30 unidades, pelo valor de R$ 25.000,00 a prazo.

a.

Integralização de Capital no valor de R$ 100.000,00 em dinheiro; CAIXA

CAPITAL SOCIAL

100.000

100.000

Conforme nossa regrinha, débito para aumento de Ativo e um crédito para aumento no Passivo. b.

Compra de máquinas, no valor de R$ 5.000,00 a prazo;

MÁQUINAS

FORNECEDOR

5.000

5.000

Note que a operação foi a prazo, por isso o lançamento em Fornecedor.

c.

Pagamento de aluguel, no valor de R$ 7.000,00; ALUGUEL

CAIXA 100.000

7.000

7.000 Houve um pagamento de despesa, logo débito de Aluguel e crédito no Caixa.

d.

Compra de 100 mercadorias, no valor de R$ R$ 10.000,00, sendo 10% a vista e o restante a prazo;

MERCADORIAS

CAIXA 100.000

10.000

7.000 1.000 FORNECEDOR 5.000 9.000 A compra de mercadorias, foi lançada a débito pelo aumento no Ativo. O pagamento teve um sinal de 10% que saiu do Caixa e o restante foi parcelado, sendo lançado no Passsivo. A soma do débito é igual a soma dos créditos.


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

e.

Venda de 30 unidades, pelo valor de R$ 25.000,00 a prazo.

VENDAS 25.000

MERCADORIAS 10.000

CLIENTES 25.000

CUSTO 3.000 3.000

A venda é uma Receita, portanto, lançamento a crédito e a prazo. Uma vez que 30 unidades foram vendidas, devemos contabilizar a baixa destas unidades. Para isso, houve o reconhecimento do Custo (Despesas) a débito e a contra partida foi em Mercadorias a crédito pela diminuição do ativo. O valor de R$ 3.000 foi obtido através da conta de R$ 100/unitário para uma unidade, multiplicado pela quantidade de unidades vendidas.

Os razonetes totalizaram as seguintes operações: CAIXA 100.000

CAPITAL SOCIAL 100.000 7.000 1.000

100.000

92.000

MÁQUINAS 5.000

FORNECEDOR 5.000 9.000

5.000 14.000 ALUGUEL 7.000 7.000 VENDAS 25.000

CLIENTES 25.000

25.000

25.000

MERCADORIAS 10.000

CUSTO 3.000 3.000

7.000

3.000


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Aula 3 - Demonstrações Contábeis

A seguir o Balanço Patrimonial e a DRE:

ATIVO Ativo Circulante Caixa Clientes Mercadorias Ativo Não Circulante

Máquinas

Total

PASSIVO Passivo Circulante

92.000,00 Fornecedor 25.000,00 7.000,00

14.000,00

Patrimônio Líquido

5.000,00 Capital Social Lucros 129.000,00 Total

100.000,00 15.000,00 129.000,00

DRE Vendas

25.000,00

Custo

-

3.000,00

Aluguel

-

7.000,00

Lucros

15.000,00

Note que o total da DRE foi transferido para o Balanço Patrimonial, no grupo de Patrimônio Líquido, com isso o total do Ativo será sempre igual ao do Passivo.

diCa Para aprofundar seus conceitos, assista à videoaula Demonstrações Contábeis e Notas Explicativas que o Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo disponibilizou em seu site (<www.crcsp.org.br> ). Aproveite também para baixar o conteúdo de material de apoio.

Vídeo

Disponível em: <www.webed.com.br/webed/crc/?276/280/16053>. Acesso em: 15 ago. 2013.

SínteSe Nesta aula, vimos que, além do Balanço Patrimonial, a DRE nos informa o resultado econômico e talvez e mais desejado de todos os usuários da contabilidade, o saldo de lucro ou prejuízo de um determinado período. Para isso, devemos isolar as contas de resultado e apurar o resultado econômico que determina o valor patrimonial de uma empresa. Você deve estar atento a ambos os relatórios (Balanço Patrimonial e DRE), que são de suma importância aos usuários da Contabilidade, pois, através destes, serão possíveis diversas análises e tomadas de decisões. Refaça novamente os exercícios propostos e estude com afi nco para melhor fi xação e entendimento destes conceitos.


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

atiVidadeS Classifique as contas entre Ativo, Passivo, Despesas e Receitas. Caixa Duplicatas a Pagar Aluguel Duplicatas Descontadas Salários a Pagar Mercadorias Depreciação Vendas Impostos sobre vendas Máquinas e Equipamentos Capital Social Empréstimos a Receber de Longo Prazo Salários Comissões sobre vendas Impostos a Pagar Custo Mercadorias Vendidas Neste primeiro exercício, você deve estar atento aos tipos de contas e seus respectivos grupos de forma a identificar onde será informado no Balanço Patrimonial e DRE.


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Aula 3 - Demonstrações Contábeis

atiVidadeS

Faça os razonetes das operações a seguir e elabore as demonstrações contábeis: a.

Integralização de Capital no valor de R$ 50.000,00 em dinheiro;

b.

Compra de 50 unidades de mercadorias pelo valor de R$ 10.000,00;

c.

Pagamento de despesas com Manutenção de imóvel no valor de R$ 800,00;

d.

Venda de 10 mercadorias, pelo valor de R$ 4.000,00, a prazo;

e.

Aquisição de móveis para a empresa, no valor de R$ 5.000,00 a prazo.

Faça os razonetes e registre as contas patrimoniais e de resultado, apurando o resultado do período.

atiVidadeS Através das contas abaixo, elabore o Balanço Patrimonial e a DRE: Capital Social R$ 40.000 Bancos R$ 6.000 Mercadorias R$ 20.000 Fornecedores R$ 5.000 Máquinas R$ 40.000 Títulos a Pagar R$ 20.000 Salários R$10.000 Depreciação R$ 5.000 Vendas R$ 60.000 Capital a Integralizar R$ 5.000 Provisão Devedores Duvidosos R$ 2.000 Computador R$ 7.000 Custo R$ 15.000 Salários a Pagar R$ 10.000 Caixa R$ 37.000 Depreciação Acumulada

R$ 8.000

Este exercício é bastante semelhante ao anterior, porém não há necessidade de se fazer os razonetes, você deve partir dos saldos informados e elaborar o Balanço Patrimonial e a DRE.


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral


Aula 3 - Demonstrações Contábeis

AULA

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Princípios Contábeis neSta aUla

´ Princípios Contábeis ´ Convenções Contábeis

MetaS de CoMPReenSÃo ´ Compreender e praticar os princípios contábeis como forma de conduta profi ssional. ´ Compreender os princípios contábeis e aplicar as funções contábeis com ética profi ssional

´ aPReSentaÇÃo Nesta aula abordaremos os princípios contábeis que se constituem em normas e condutas profissionais. São estas normas que caracterizam as funções do profissional contábil que deve exercer esta atividade de forma adequada e conforme previsão legal.

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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Princípios contábeis Antes de começarmos a tratar dos princípios contábeis, vamos entender a lei? O Conselho Federal de Contabilidade publicou a Resolução Nº 750/93, apresentando os princípios contábeis, que vigorou até o fi nal de 2009 com a convergência das normas internacionais e a publicação da Resolução Nº. 1.282/09.

tRoCando ideiaS Sugerimos que você acesse o texto da Resolução Nº 750/93 e a leia na íntegra, para maior compreensão de cada princípio. O material pode ser também obtido na internet. Após a leitura, entre no Fórum virtual de discussão e comente com os colegas se os princípios devem ser seguidos obrigatoriamente ou se há exceções que podem fugir à regra. Disponível em: <www.crcrs.org.br/arquivos/livros/livro_principios.PDF>. Acesso em: 15 ago. 2013.

Premissa: Ideia ou parte de um raciocínio, cuja afirmação é dada como verdadeira e certa.

São seis os princípios contábeis, que podem ser defi nidos como: 1. As premissas básicas acerca dos fenômenos e eventos contemplados pela contabilidade; 2. Regras e procedimentos que os usuários da Contabilidade devem obedecer.

Entidade

Prudência

Continuidade

Princípios contábeis Competência

Oportunidade

Registro pelo valor original


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Aula 4 - Princípios Contábeis

´ entidade É o princípio que reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afi rma a autonomia patrimonial e a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes. Veja bem: “Em uma empresa não se deve confundir bens, direitos e obrigações do sócio (pessoa física) com a pessoa jurídica, já que são entes distintos”.

´ Continuidade A continuidade ou não da entidade, bem como sua vida defi nida ou provável, devem ser consideradas quando da classifi cação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas. Comentário: “Espera-se que toda empresa tenha lucros e perspectiva de lucros”. Alguns autores também farão referência a estes dois princípios como postulados contábeis, em função de serem considerados a essência e os pilares da existência da Contabilidade. Esta importância para os princípios da entidade e da continuidade se dá simplesmente porque se não houver uma entidade, e esta entidade não tiver continuidade, não há porque se falar de registro de fatos contábeis.

´ oportunidade Refere-se simultaneamente à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das coisas que as originaram. Comentário: “Sempre será contabilizado o fato contábil, na data em que ocorre, pelo valor da operação e buscando sempre registrar o fato de forma a garantir que o patrimônio da empresa apresente o valor exato daquela operação, de forma correta e íntegra”.

´ Registro pelo valor original Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do país. Comentário: “Como o próprio nome já diz, será contabilizado o valor do bem ou da obrigação conforme sua aquisição”.

´ Competência As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, independentemente de recebimento ou pagamento. Comentário: “É também conhecido como o regime da competência, onde

Tempestividade: Data em que ocorre um determinado fato contábil.


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será contabilizada a Receita ou a Despesa pelo seu fato gerador, ou mesmo quando ocorreu e não pela data de recebimento ou pagamento, como é realizado pelo regime de caixa”. Este princípio é importante para tomadas de decisões com base no resultado fi nanceiro e econômico de uma empresa, de forma a se avaliar o desempenho e futuras previsões fi nanceiras.

´ Prudência Determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior para os do Passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas. Comentário: “Espera-se que o contador seja prudente nas suas decisões e registros contábeis. Portanto, sempre que houver dúvida quanto ao registro de uma operação, deverá ser identifi cado por especialistas ou por documentação hábil que apure os valores para ativos e/ou passivos. E diante destes valores, será contabilizado para itens do Ativo o de menor valor e para itens do Passivo o de maior valor”.

Convenções Contábeis As Convenções Contábeis surgiram depois dos Princípios Contábeis como forma de se adequar ou ajustar algumas regras que não haviam sido previstas anteriormente. Logo, é uma forma de complementar as condutas profi ssionais. São elas:

Consistência

Objetividade

Convenções contábeis

Materialidade

Conservadorismo


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Aula 4 - Princípios Contábeis

´ Consistência (ou uniformidade) A Contabilidade de uma entidade deverá ser mantida de tal forma que os usuários das demonstrações contábeis tenham possibilidade de delinear a tendência da mesma com o menor grau de difi culdade possível. Comentário: “O profi ssional contábil deverá sempre manter uma consistência ou uniformidade quanto às suas decisões e registros e, quando necessário, poderá fazer uma alteração dos seus registros através de ressalvas e indicações a administração da empresa”.

´ Conservadorismo (ou prudência) Este conceito é o mesmo para o Princípio da Prudência. Logo, podemos aplicar o mesmo conceito tanto para o princípio como para a convenção. A Convenção do conservadorismo surgiu de forma a complementar as informações previstas no Princípio da Prudência e, com o passar dos tempos, usualmente acabaram sendo classifi cados como o mesmo princípio.

´ Materialidade (ou relevância) O contador deverá, sempre, avaliar a infl uência e materialidade da informação evidenciada ou negada para usuário à luz da relação custo-benefício, levando em conta aspectos internos do sistema contábil. Comentário: “Quando se fala de relação custo-benefício, estamos nos referindo à praticidade dos registros contábeis e não simplesmente em ignorar a regra contábil, ou seja, cada caso é diferente e deve ser avaliada cada situação quanto à geração da informação de forma individualizada ou agrupada”.

´ objetividade Para procedimentos igualmente relevantes da aplicação dos Princípios preferir-se-ão, os que se puderem ser comprovados por documentos ou por consenso de pessoas qualifi cadas. Comentário: “Todos os registros contábeis deverão estar acompanhados de documentação hábil que comprove aquele fato contábil”.

leitURaS indiCadaS Os princípios contábeis são conceitos de importante compreensão e que devem fazer parte do dia a dia de um bom profissional. Você deve também buscar compreender estes conceitos com a leitura de autores que abordam este assunto. Pesquise este assunto em livros de Contabilidade Geral, Teoria da Contabilidade e Introdução à Contabilidade, todos disponíveis em nossa biblioteca. MARION, José Carlos. Contabilidade Básica, 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009. IUDÍCIBUS, Sergio de. Teoria da Contabilidade, 10. ed. São Paulo: Atlas 2010.


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

SínteSe Nesta aula observamos, pelos registros contábeis, a importância do uso dos princípios contábeis, uma vez que os usuários desta ciência são diversos e é preciso que haja uma mesma visão sobre o estudo patrimonial das empresas. Hoje, com a economia globalizada, as demonstrações contábeis estão cada vez mais padronizadas, de forma a atender às necessidades das empresas nacionais e internacionais, e sua essência como um todo em qualquer lugar do planeta. Esperamos que você tenha compreendido estes conceitos e, acima de tudo, pratique sempre estes princípios que regem nossa profi ssão.

atiVidadeS Essa questão foi extraída do Enade de 2009: A constituição das provisões para férias, décimo terceiro salário e dividendos propostos é uma conduta profissional que atende a qual princípio contábil? A) Competência. B) Consistência. C) Continuidade. D) Entidade. E) Prudência. Um profissional contábil deixou de registrar duas notas fiscais referentes a uma operação de compra de ativo imobilizado porque não havia recebido estas notas, ao perceber isso, lançou no mês seguinte a operação, mesmo sem ter o documento em mãos. Houve alguma infração quanto aos Princípios Contábeis? Em caso positivo, descreva quais foram, justificando sua resposta.


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Aula 4 - Princípios Contábeis

ESTUDO DE CASO

a Contabilidade na era contemporânea Museu de Waldenbuch/Wikimedia Commons

Livro caixa alemão, do início do século XX

A Idade Contemporânea teve início com a Revolução Francesa, em 1789, a qual determinou um período histórico de libertação do indivíduo frente ao estado. Tal libertação significou o surgimento de inúmeras escolas contábeis. A primeira foi a escola lombarda ou administrativa, que surgiu com a publicação de La Contabilità Applicata alle Ammministrazioni Private e Pubbliche, de Francisco Villa, em 1840. Essa escola defendia que o principal objetivo da contabilidade era a administração das entidades. Vale lembrar que a administração de empresas ainda não se constituía em um ramo independente do conhecimento, nessa época. A contabilidade deixava de se limitar à apuração dos saldos das contas e passava a se preocupar em como gerir as empresas. A escola personalista, logismográfica, jurídicopersonalista ou toscana surgiu em 1867. Fundava-se no estudo das relações jurídicas entre os proprietários

da empresa, os correspondentes (terceiros que negociavam com a empresa) e os agentes consignatários (empregados a quem eram confiados os valores da empresa). A escola controlista ou veneziana surgiu com a publicação de La Ragioneria, de Fabio Besta, em 1880. Além de Besta, seus principais defensores foram Vittorio Alfieri, Carlo Ghidiglia, Pietro Rigobon e Pietro D’Alvise. Segundo essa escola, o objetivo da contabilidade seria o controle das empresas. Tal controle poderia ser anterior ao fato econômico (contratos, por exemplo), concomitante (vigilância sobre os empregados, por exemplo) ou posterior (balanço patrimonial, por exemplo). O controle poderia ainda ser ordinário (quando parte da rotina da empresa) ou extraordinário (quando ocorresse de forma excepcional). A escola estadunidense surgiu em 1887, com a criação da Associação Estadunidense de Contabilistas Públicos.


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ESTUDO DE CASO Essa escola se preocupou em melhorar a qualidade da informação contábil, de modo a torná-la mais útil para as empresas. Ao mesmo tempo, se preocupou em padronizar a informação contábil, de modo a facilitar a comparação entre o desempenho das várias empresas por parte dos investidores. Foi essa escola a responsável pela divisão da contabilidade em contabilidade financeira (voltada para informar o público externo à empresa) e contabilidade gerencial (voltada para informar os administradores da empresa). Uma outra característica dessa escola foi a grande importância das associações profissionais de contadores em seu desenvolvimento teórico. Ao contrário das demais escolas, a estadunidense se preocupou em ser eminentemente prática, evitando construções teóricas muito elaboradas. Essa escola foi ainda responsável pela confecção dos “princípios de contabilidade geralmente aceitos”. Entre os principais personagens dessa escola, citam-se: Charles Ezra Sprague, Henry Rand Hatfield, William Andy Paton, Ananias Charles Littleton, Carman George Blough, Maurice Moonitz, Raymond Chambers, Richard Mattessich, Lawrence Robert Dicksee, Kenneth Most e Kenneth Forsythe MacNeal. A contabilidade no Brasil teve como marco simbólico inicial a inauguração da Escola de Comércio Álvares Penteado em 1902, em São Paulo. Tal escola adotou a linha europeia, ou seja, as escolas alemã e italiana. A escola alemã surgiu em 1919 com a publicação do livro de Schmalembach sobre balanço dinâmico. Trouxe como inovações: a separação clara do balanço patrimonial da demonstração do resultado do exercício, a correção monetária de acordo com um índice geral de preços ou com o padrão-ouro, e valoração dos ativos pelos preços correntes. Seus principais autores foram Schmalembach, Schmidt, Gomberg, Schär e Gutenberg. A moderna escola italiana, ou economia aziendal, surgiu em 1922 e perdura até os dias de hoje. Defende que o objetivo da contabilidade é calcular o resultado das empresas. Seu principal pensador é Gino Zappa. A escola patrimonialista surgiu em 1926 com a

publicação do livro Ragioneria Generale, de Vincenzo Mazi. Segundo essa escola, o objetivo da contabilidade é o estudo do patrimônio. Esse, por sua vez, se dividiria em: contas de ativo, contas de passivo e contas diferenciais (o patrimônio líquido). Os críticos dessa escola, no entanto, afirmam que esse objetivo é demasiadamente ambicioso para os recursos de que disporia a contabilidade. Esses críticos se localizam principalmente na Itália, razão pela qual esta escola logrou maior sucesso fora de seu país de origem. Outro grande pensador desta escola é o brasileiro Frederico Herrmann Júnior. Entre 1950 e 1980, foram muito utilizadas as máquinas contábeis, que eram máquinas mecânicas projetadas para o recolhimento e o armazenamento das informações referentes às atividades das empresas, por meio de fichas e cartões perfurados. Entraram em desuso com o advento dos computadores pessoais. A contabilidade brasileira, que inicialmente havia adotado as escolas europeias, passou a adotar a escola estadunidense na segunda metade do século XX, devido ao poderio econômico incontestável dos Estados Unidos. Três marcos dessa mudança na contabilidade brasileira aconteceram durante a década de 1970: o lançamento do livro “Contabilidade Introdutória” por parte de professores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, o advento da Lei Nº 6 404 de 1976 e a publicação da Circular 179, de 1972, do Banco Central. O sistema de custeio baseado em atividades foi um inovador sistema de cálculo de custos desenvolvido pelos professores estadunidenses Robert Kaplan e Robin Cooper, em meados da década de 1980. Ele se baseia na atribuição de custos a atividades e, em seguida, na distribuição das atividades aos diversos produtos. É um importante auxiliar no gerenciamento das empresas, uma vez que permite a atribuição de responsabilidades segundo as atividades. (Projeto Wikilivros - Livros abertos por um mundo aberto)


Aula 4 - Princípios Contábeis

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Unidade Curricular: Contabilidade Geral


Aula 5 - Custos

AULA

5

Custos neSta aUla

´ Conceito de custos ´ Classifi cação dos custos ´ Apuração do custo

MetaS de CoMPReenSÃo ´ Compreender os conceitos de custos e de controle do estoque. ´ Compreender a diferença entre despesas e custos, entendendo a importância deste conceito no processo de tomada de decisão e análise dos resultados da empresa. ´ Compreender os métodos de apuração do estoque, identifi cando qual deles proporciona um melhor resultado econômico e fi nanceiro para uma tomada de decisão.

´ aPReSentaÇÃo Nesta aula abordaremos especificamente o assunto de Contabilidade de Custos. Lembre-se de que, até agora, já vimos o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado do Exercício como partes integrantes das Demonstrações Contábeis. Também estudamos os relatórios contábeis utilizados para avaliação do patrimônio, do lucro ou prejuízo e também da capacidade financeira da empresa perante terceiros. Diante deste cenário, agora vamos aprofundar nossos conhecimentos na apuração do resultado das empresas, de forma a identificar o valor real do custo, as despesas gerais e consequentemente a margem de lucro.

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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Conceito de custos Gasto: É todo sacrifício financeiro que a empresa assume para gerar um produto ou serviço na expectativa de trazer retorno positivo à empresa. O gasto pode ser considerado como um custo ou uma despesa.

Custo é todo gasto direto ou indireto relacionado à produção de bens e/ ou serviços. Exemplo: matéria prima, mão de obra utilizada na produção ou execução do serviço, produtos para comercialização. Veja um exemplo: o custo de produção de um par de sapatos, por exemplo, inclui o preço pago pelos materiais usados para fabricá-los (couro, sola, laços, linha, cola, corantes etc.), a remuneração do trabalho (para o tempo de dedicação dos trabalhadores para fazer cada sapato), além de uma parcela dos custos gerais de operação da fábrica ou ofi cina (depreciação ou arrendamento do edifício da fábrica, energia elétrica, manutenção, reparos, seguro, depreciação de máquinas e equipamentos etc.). No caso de serviços, por exemplo o custo de transporte de um passageiro de uma cidade para outra, inclui o custo de bens entregue ao passageiro durante a viagem (refeições, bebidas, revistas, acessórios etc.), os pagamentos feitos pelo trabalho realizado pelo trabalho designado para o voo (tripulantes e comissários de bordo), além de uma parcela do valor de todos os elementos necessários para a prestação do serviço, tais como depreciação, manutenção e reparação do aparelho, equipamento, combustível, direitos de uso pessoal de terra do aeroporto etc. Já as são os gastos realizados para geração de receita e que não estão diretamente relacionados à produção. Exemplo: com telefone, pró-labore, folha de pagamento pela administração e vendas. Para a Contabilidade, a principal diferença entre custos e despesas é que o primeiro se incorpora ao valor do produto durante o processo de fabricação e vai se transferindo ao Ativo à medida que os produtos vão se processando. A despesas, por seu lado, não se incorpora ao valor do produto, mas sim afeta diretamente o resultado do período. Lembre-se: ambos os grupos de contas - Custos e despesas são valores que deduzem as Receitas na Demonstração de Resultado do Exercício. Porém, a diferença entre os conceitos é de extrema importância, como veremos em Análise de Investimentos.

Classificação dos custos A classifi cação dos custos pode ser analisada sob dois aspectos: quanto aos produtos e quanto ao volume de produção.

Quanto ao produto

CUSTOS

Diretos 

Indiretos

Quanto ao volume de produção

Fixos 

Variáveis


Aula 5 - Custos

Quanto aos produtos podemos classificar os custos em diretos e indiretos. Custos diretos são os custos que podem ser diretamente identificados aos produtos sem a necessidade de rateio, pois os valores são atribuídos a este custo pelo seu consumo. Exemplo: quilos de material consumido, horas de mão de obra alocada àquele produto etc. Custos indiretos são os custos alocados na produção, englobados num processo de produção ou fabricação em conjunto com outros produtos ou serviços; logo, é necessário estabelecer um critério de rateio para distribuir estes gastos proporcionais a cada produto ou serviço. Exemplo: aluguel, salário de funcionários, energia elétrica etc. Quanto ao volume de produção, podemos classificar os custos em fixos e variáveis. Custos fixos são aqueles custos que não variam de acordo com a quantidade produzida e em geral os valores não oscilam de um mês para o outro. Logo, quanto maior a produção, menor será o custo. Exemplo: o aluguel da empresa será sempre o mesmo valor, independentemente se houve produção ou não. Porém, note que, se no mês X houve uma produção de 500 unidades e há um aluguel de R$ 5.000,00, logo teremos um custo do aluguel por unidade de R$ 10,00. Se, no mês seguinte, forem produzidas 400 unidades, este mesmo custo ficará em R$ 12,50. Custos variáveis: neste caso, como o próprio nome diz, varia proporcionalmente a capacidade produzida, ou seja, se produzo mais o custo também irá aumentar e vice-versa. Exemplo: compra de matéria-prima.

Apuração do custo Quando falamos de apurar o custo, devemos levar em consideração sempre a atividade da empresa, ou seja, verificar se estamos lidando com uma empresa comercial, industrial e até mesmo uma prestadora de serviços. Esta análise é importante pois, independentemente de sua atividade fim, sempre haverá uma forma de apurar o custo de uma mercadoria, um produto ou serviço. E estes conceitos são diferentes numa visão gerencial de custos x s.

´ Apuração CMV (Custo das Mercadorias Vendidas) Quando se busca identificar o custo das mercadorias vendidas, usualmente é praticada a seguinte fórmula:

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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

CMV = ei + CoMPRaS – ef Que signifi ca: CMV = Custo das Mercadorias Vendidas EI = Estoque Inicial EF = Estoque Final

Ou seja, o custo (CMV) pode ser obtido pela diferença entre os valores de estoque e o volume de compras realizado em um determinado período. Porém, este tipo de controle e apuração de custo não é muito preciso e também não demonstra as quantidades de mercadorias comercializadas e que ainda estão em poder da empresa. Por este motivo, geralmente são utilizados para empresas comerciais de pequeno porte.

´ Sistema de apuração do estoque Existem três métodos para a avaliação e controle do inventário permanente:

PEPS

Avaliação e controle do inventário permanete

• Texto

UEPS

Média ponderada

• Texto

• Texto


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Aula 5 - Custos

´ PEPS

A sigla PEPS significa: ““Primeiro que entra, primeiro que sai”. Ou seja, para o controle na ficha de estoque será levada em consideração a primeira entrada.

´ UEPS

UEPS significa: “Último que entra, primeiro que sai”. Ou seja, para o controle na ficha de estoque será levada em consideração a última entrada.

´ Média Ponderada A Média Ponderada será determinada por um valor médio entre as operações e esta média será utilizada para controle na ficha de estoque. Vamos ver por meio de um exemplo como se aplica cada uma dessas modalidades de apuração do custo. Exemplo:Uma determinada empresa comercial realizou as seguintes operações: 1. Compra de 10 mercadorias, por um preço unitário de R$ 10,00. 2. Compra de 20 mercadorias, por R$ 12,00. 3. Venda de 25 mercadorias por R$ 5.000,00 4. Compra de 50 mercadorias por preço unitário de R$ 15,00. 5. Venda de 30 mercadorias por R$ 10.000,00.

PEPS Quantidade 1 10,00 2 20,00

Entradas $ unitario 10,00 12,00

$ Total

Quantidade

-

-

10,00 15,00 -

10,00 12,00 -

100,00 180,00 -

5,00 25,00

12,00 15,00

3

-

-

-

50,00

15,00

750,00

5

-

-

-

80,00

$ Total -

100,00 240,00

4

Total

Saídas $ unitario

1.090,00

55,00

Quantidade 10,00 20,00 30,00

Saldos $ unitario 10,00 12,00

$ Total 100,00 240,00 340,00

5,00 50,00 55,00

12,00 15,00

60,00 750,00 810,00

60,00 375,00

25,00

15,00

375,00

715,00

25,00

15,00

375,00

UEPS Quantidade 1 10,00 2 20,00

Entradas $ unitario 10,00 12,00

$ Total

Quantidade

-

12,00 10,00 -

240,00 50,00 -

15,00

450,00

-

-

-

4

50,00

15,00

750,00

20,00 5,00 -

5

-

-

-

30,00

80,00

$ Total -

100,00 240,00

3

Total

Saídas $ unitario

1.090,00

55,00

740,00

Quantidade 10,00 20,00 30,00 5,00 50,00 55,00 20,00 5,00 25,00

Saldos $ unitario 10,00 12,00

10,00 15,00 15,00 10,00

$ Total 100,00 240,00 340,00 50,00 750,00 800,00 300,00 50,00 350,00


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Média Ponderada Quantidade 10,00 20,00

Entradas $ unitario 10,00 12,00

$ Total

Quantidade

Saídas $ unitario

100,00 240,00

-

-

$ Total -

Quantidade 10,00 20,00 30,00

Saldos $ unitario 10,00 12,00 11,33

$ Total 100,00 240,00 340,00

11,33 15,00 14,67 14,67

56,67 750,00 806,67 366,67

-

-

-

25,00

11,33

50,00

15,00

750,00

-

-

283,33 -

-

-

-

30,00

14,67

440,00

5,00 50,00 55,00 25,00

723,33

25,00

80,00

1.090,00

DRE Vendas CMV Lucro

55,00

PEPS 1.500,00 715,00 785,00

UEPS 1.500,00 740,00 760,00

366,67

MP 1.500,00 723,33 776,67

Note que os três métodos apuram o controle de estoque de entradas e saídas de mercadorias, apresentando a mesma quantidade de 25 unidades ao fi nal do mês apurado. Porém, as diferenças em cada método são os valores de custo unitário das mercadorias vendidas, o que gera a diferença no total do custo e, consequentemente, no valor fi nal do estoque. Pode-se notar que o método PEPS é o que apresenta o menor custo, logo terá um maior lucro. No UEPS temos o inverso, maior custo com o menor lucro. Lembre-se de que, hoje, os sistemas administrativos e contábeis já possuem soluções de controle do estoque que executam a apuração do custo das mercadorias vendidas, mas, de qualquer forma, a aplicação só é bem executada quando se tem domínio da informação. Logo, você deve ter estes conceitos bem claros, para uso no dia a dia.

tRoCando ideiaS O que você compreendeu através destes conceitos? Percebeu o quanto o conceito de custos é primordial para determinar se um determinado produto é rentável ou não para a empresa? O contador tem papel fundamental nesta etapa de gerar as informações de resultado contábil, financeiro e econômico para os gestores da empresa melhor avaliarem o que pode e deve ser feito para a empresa atingir suas metas e objetivos. Entre no Fórum no ambiente virtual e troque experiências com seus colegas a respeito da importância, ou não, dos custos para as empresas.


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Aula 5 - Custos

leitURaS indiCadaS Recomendamos a leitura de obras sobre Contabilidade de Custos. Como referência no assunto a obra do professor Eliseu Martins é bastante rica de conceitos. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

SínteSe Nesta aula abordamos um importante conceito da área contábil: o custo de um determinado produto ou serviço é fator vital para a sobrevivência de um negócio, pois, um administrador, contador ou “controller” sempre irá se deparar com este conceito para uma tomada de decisão. Ações como produzir mais ou menos, investir ou encerrar a produção de um determinado produto e, acima de tudo, estabelecer um ponto de equilíbrio rentável para o que é gasto de produção e margem de lucratividade para a empresa são indispensáveis. Através dos conceitos de custos e os critérios de controle do estoque, poderão ser obtidos os valores do custo. Existem, no entanto, muitos outros conceitos atrelados a custo e abordagens que serão estudados nos próximos capítulos.

atiVidadeS Classifique as contas quanto a Custos Variáveis (CV), Custos Fixos (CF) e D (Despesas): Gastos com aluguel do escritório administrativo Gastos com energia elétrica da parte produtiva Salário do funcionário da portaria Consumo de matéria-prima Encargos financeiros Depreciação de máquina e equipamentos Mão de Obra utilizada para fabricação do produto “X” da empresa Salário do Gerente Administrativo Salário do Gerente da Produção


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

atiVidadeS Uma empresa possui apenas um único produto. O gasto de mão de obra utilizada para fabricação deste produto deve ser classificado como: a.

Custo indireto variável;

b.

Custo indireto fixo;

c.

Custo direto variável;

d.

Custo direto fixo;

e.

Despesas

atiVidadeS A empresa XTR apurou um custo variável unitário de R$ 350 e um custo fixo de R$ 200.000, ao final do mês foram vendidas 1.000 unidades por R$ 680.000. Apure o resultado operacional de forma a evidenciar o lucro da empresa.


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Aula 5 - Custos

atiVidadeS Apurar o resultado da empresa Cia. Miracatu, utilizando os métodos PEPS, UEPS e MP, observando as seguintes informações: 1.

Movimentação dos estoques no período:

Compras de 10 unidades ao custo unitário de R$ 100 Compras de 20 unidades ao custo unitário de R$ 150 Vendas de 32 unidades por R$ 200 cada uma Compras de 40 unidades a R$ 160 cada uma Vendas de 45 unidades a R$ 200 cada uma 2. O estoque inicial de mercadorias estava constituído de 12 unidades, ao custo unitário de R$ 90,00. 3.

Despesas Operacionais de R$ 6.000

4.

Receitas Financeiras de R$ 4.500

Neste exercício, o aluno deve apurar o custo pelos três métodos PEPS, UEPS e a Média Ponderada e, após este controle, deverá apurar o resultado do exercício de forma a evidenciar qual o melhor método que proporcione o maior resultado financeiro a empresa.


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

ESTUDO DE CASO

futuro da Contabilidade A partir da Segunda Guerra Mundial, com o surgimento do primeiro verdadeiro computador, o “Computador e Integrador Numérico e Eletrônico” (Electronic Numerical Integrator and Computer), a contabilidade sofreu grandes mudanças. Atividades repetitivas que antes eram executadas por pessoas passaram a ser executadas com muito maior eficiência por máquinas, liberando os contadores para atividades intelectualmente mais criativas. Este processo promete continuar, com o desenvolvimento de novos programas de computador que substituem o trabalho dos contadores. Ao mesmo tempo, a transmissão de dados contábeis via internet torna-se cada vez mais difundida, modificando enormemente a atividade do profissional contábil. Um exemplo dessa mudança é o adoção crescente da nota fiscal eletrônica, que promete substituir totalmente a versão em papel. Outra vertente de mudança no cenário contábil é a preocupação da sociedade com a preservação ambiental. Isto está gerando uma mudança nos paradigmas contábeis acerca da avaliação patrimonial: conceitos como ativo e passivo ambiental estão sendo desenvolvidos pelo novo ramo da contabilidade ambiental. A questão social também começa a ser objeto de estudos da contabilidade, que procura meios de incluir em seus relatórios informações sobre o impacto das empresas na sociedade.

Atualmente, ocorre um movimento internacional de padronização de normas contábeis nacionais, tendo como referência o Padrão Internacional de Demonstrações Financeiras (International Finantial Reporting Standards), o qual, por sua vez, se baseia predominantemente, embora não exclusivamente, no padrão contábil europeu. Tal harmonização das normas contábeis a nível internacional facilitará o livre trânsito do capital internacional, o que se espera que dinamize a economia mundial rumo a uma maior eficiência na alocação de recursos. É importante, porém, que tal incremento da riqueza leve em consideração seus impactos ambientais e sociais. Neste ponto, a contabilidade também tem um papel a exercer, informando aos administradores tais impactos e sugerindo as políticas adequadas. Não se pode esquecer ainda os efeitos que uma possível expansão da humanidade rumo ao espaço possa gerar na economia. Historicamente, a ciência contábil sempre sofreu um grande desenvolvimento em períodos de expansão comercial, devido à própria necessidade de maior eficiência nos registros contábeis. Caso ocorra um incremento da exploração espacial, com colonização humana fora da terra, isto certamente significará um incremento do comércio, com grandes efeitos no desenvolvimento da ciência contábil. (Projeto Wikilivros - Livros abertos por um mundo aberto)


Aula 5 - Custos

AULA

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Precificação neSta aUla

´ Estratégias da precifi cação ´ Contabilidade gerencial X contabilidade fi scal ´ Formação do preço de venda ´ Estrutura do preço internacional (mercado global)

MetaS de CoMPReenSÃo ´ Aplicar o conhecimento contábil na elaboração e no gerenciamento de formação de preços com relação ao aspecto custo (gerencial), entendendo, observando e exercitando este importante processo de decisão.

´ aPReSentaÇÃo O tema a ser desenvolvido nesta aula é precificação (pricing, em inglês). É uma atividade financeira/contábil que deve considerar as demais variáveis, por exemplo, as de marketing. Sua finalidade é a definição de preços para novos produtos e o ajuste de preços para produtos já existentes, levando em conta as modificações com o mercado. A precificação faz parte do composto mercadológico e, do ponto de vista do consumidor, é elemento inseparável do produto (bem ou serviço). É através dessa relação que o consumidor pode avaliar a relação custo-benefício ou, em outros termos, sua possibilidade de extrair valor do dinheiro que ele despende.

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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Estratégias de precificação A Contabilidade Gerencial corresponde à somatória das informações demandadas pela administração da empresa com o objetivo de apoiar seu processo decisório, porém sem abrir mão dos procedimentos usados na contabilidade tradicional, ainda que de forma mais livre, sem se submeter às restrições impostas pelos princípios fundamentais de contabilidade. Nesta aula, como dissemos, vamos estudar a precifi cação. Custo: Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. Já o desembolso é o pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço.

Estratégia de precifi cação é o elemento de tomada de decisão da empresa preocupado com o estabelecimento de preços que atrairão o mercado-alvo, permitindo assim alcançar os objetivos de lucro. Na defi nição de sua estratégia, a empresa se defronta com algumas opções que irão orientar sua política, em termos de quais variáveis serão predominantes na sua determinação, a saber: (a) o cliente; (b) os competidores e (c) custos. O foco que iremos desenvolver neste módulo é o aspecto fi nanceiro/contábil: custos.

Contabilidade gerencial x contabilidade fiscal A Contabilidade Fiscal nos auxilia na mensuração dos resultados da empresa e se pauta na questão legal, ou seja, nas leis. Já a contabilidade que tem foco na tomada de decisão nas empresas é chamada de Contabilidade Gerencial. A seguir apresentamos um quadro que vai auxiliar a comparar estas duas contabilidades, pois, dentro da realidade da empresa, é necessária a convivência entre a contabilidade de fatos e eventos e a contabilidade do exercício da tomada de decisão – a contabilidade gerencial. Divulgação


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Aula 6 - Precificação

´ Tabela 1 FATOR Principais usuários Liberdade de escolha Enfoque no Tempo

Relatórios Objetivos dos relatórios

Prazo Bases de Mensuração

CONTABILIDADE FINANCEIRA Administradores da organização e partes externas Princípios Contábeis Geralmente Aceitos Consulta ao passado para avaliação Resumidos com preocupação com a empresa como um todo Análise Financeira

Menos Flexível geralmente um ano Moeda Corrente

CONTABILIDADE GERENCIAL Administradores de vários níveis da organização Nenhuma restrição além do custo x benefício Orientação para o futuro. Orçamento e Registros Históricos Detalhados preocupação com partes da empresa. Planejamento, Controle, avaliação de desempenho e outros. Flexível Várias Bases (Corrente, índices)

A Contabilidade de Custos está diretamente relacionada à Contabilidade Gerencial. Alguns questionamentos são sempre realizados. Vamos discutir alguns deles:

´ Quem utiliza e necessita da informação contábil? Normalmente poderíamos elencar os seguintes usuários da informação contábil: sócios, acionistas, proprietários de quotas societárias, administradores, diretores e executivos em geral, bancos, capitalistas, investidores, governo, pessoas físicas em geral. Porém, a informação gerada pela Contabilidade Gerencial é de uso específico da empresa e pelo conjunto de executivos existentes dentro dela. Esta especificidade é que torna muito ampla a questão da elaboração da informação gerencial que é derivada das informações contábeis.

´ Qual o objetivo da informação elaborada? Na contabilidade fiscal o objetivo é atender aos princípios contábeis aceitos pelo padrão contábil utilizado no país. Na contabilidade gerencial o objetivo está voltado à melhor decisão, portanto o foco é na relação custo benefício.

´ Qual o enfoque da contabilidade com relação ao aspecto temporal?

A base da informação contábil fiscal são dados passados, utilizados para a elaboração da informação e dos demonstrativos contábeis, que irão mensurar o desempenho passado. Já na Contabilidade Gerencial o aspecto temporal está orientado para o futuro, para a elaboração de informações orçamentárias, para a tomada de decisão, sendo utilizados os dados históricos para a elaboração e projeção de resultados.


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Na formação de relatórios, como podemos diferenciar sua elaboração na questão fi scal e gerencial? Na questão fi scal a elaboração de relatórios está voltada para a empresa como um todo, e com enfoque na análise fi nanceira, com o objetivo de averiguar o desempenho da empresa. No aspecto gerencial as informações são preparadas também por áreas, departamentos, pois o enfoque está voltado para a análise do planejamento, do controle e da avaliação de desempenho destas áreas/departamentos.

´ Quais as finalidades da informação - contábil e gerencial? Finalidade Administrativa: Controlar o custo das entidades e prestar informações aos clientes internos e externos. Finalidade Econômica: Apurar o redito (lucro ou prejuízo). Finalidade de Controle: pode ser conceituado como o processo pelo qual a alta administração se certifi ca, na medida do possível, de que a organização está agindo conforme os planos e políticas traçados pelos donos do capital ou pela própria alta administração. No processo de controle a informação contábil pode ser útil: como meio de comunicação; como meio de motivação e como meio de verifi cação. Finalidade de Planejamento: é o processo de decidir que curso de ação deverá ser tomado para o futuro.

leitURaS indiCadaS Recomendamos a leitura de obras sobre Contabilidade de Custos. Como referência no assunto, a obra do professor Eliseu Martins é bastante rica de conceitos e de abordagens da aula. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

formação do preço de venda O preço de venda está diretamente ligado ao valor sufi ciente para cobrir os impostos indiretos sobre vendas, custos fi xos, custos variáveis, despesas fi xas, despesas variáveis e gerar o lucro pretendido pelo gestor. Fatores como concorrência, imagem, expansão de mercado, entre outros, também são levados em conta na hora de formar o preço de venda. Ou seja, embora exista um processo matemático e lógico, em resumo um processo fi nanceiro na formação do preço, temos também que levar em consideração as variáveis de marketing e de mercado para a elaboração do preço de venda de um produto ou serviço ofertado. A decisão do preço de venda deve tomar em consideração, ainda, aspec-


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Aula 6 - Precificação

tos como continuidade da empresa, lucro dos acionistas, crescimento da companhia, referencial da concorrência, participação no mercado.

Os modelos de gestão de preço mais utilizados, basicamente, são dois: 1.Preço de venda com base nos custos – é igual aos custos de produção acrescidos da margem de lucro. Apesar de ser a forma mais usual de fixação de preço, principalmente em atividades comerciais de médio e pequeno portes, o risco desse modelo é que os compradores não aceitem o preço estabelecido. 2.Preço de venda com base no mercado – leva em consideração o quanto o mercado está disposto a pagar. Os custos incorridos são irrelevantes no estabelecimento do preço de venda. Derivado deste modelo temos o custo meta, que é um aperfeiçoamento do modelo utilizado pela indústria japonesa, que significa identificar quanto o mercado está disposto a pagar por um produto e deduzir-se dele a margem desejada, chegando assim ao custo que a empresa deve tentar buscar atingir dentro da sua realidade. Vamos ver cada um desses modelos?

´ Formação de preço de vendas com base nos custos A formação do preço de venda com base nos custos levou empresas de grande e pequenos porte a adotar o conceito de mark-up, ou seja, um percentual a ser acrescentado aos custos identificados no processo de elaboração do produto ou do serviço produzido. Esse percentual a ser acrescentado aos custos não é um numero aleatório, mas sim, calculado a partir dos componentes que se adicionam aos custos de produção. Os principais componentes considerados são: despesas administrativas, despesas comerciais, outras despesas operacionais (assistência técnica, por exemplo); custos financeiros de produção e vendas; margem de lucro estabelecida; impostos indiretos sobre as vendas (ICMS, PIS, COFINS etc.). Como exemplo temos o seguinte processo de elaboração de preço, seguindo os componentes informados: Despesas Administrativas Despesas Comerciais Custo Financeiro Acrescemos a margem de lucro desejada Total de A

10,00% 9,00% 2,00% 10,00% 31,00%


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Como o preço de venda sem impostos corresponde a 100%, se deduzirmos o percentual calculado, teremos o percentual do custo de elaboração: Preço de venda (sem impostos) Menos o Total de A Custo de elaboração

100,00% 31,00% 69,00%

Podemos calcular então o mark up sem os impostos: Preço de venda (sem impostos) Custo de elaboração Mark up sem impostos = 100 / 69 = 1,449

100,00% 69,00%

Agora que calculamos o mark up sem impostos, para calcular o mark up com os impostos, é necessário saber o percentual de cada imposto que incide sobre a venda, e somarmos todos estes percentuais. Como cada produto ou serviço possui uma alíquota diferente de acordo com a lei, vamos simplifi car o modelo tomando como base o valor de 20% como ICMS, PIS e COFINS. Preço de venda (com impostos) Menos os impostos sobre vendas Mark up com impostos = ( 100 / 80 ) = 1,25

100,00% 20,00%

Cálculo do preço de venda utilizando o mark-up (em reais): a. Custo unitário do produto b. Mark-up sem impostos c. Preço de venda sem impostos (A x B) d. Mark-up com impostos e. Preço de venda com impostos (C x D)

1.000,00 1,449 1.449,00 1,25 1.811,25

´ formação de preço de venda com base no mercado Gasto: Sacrifício econômico financeiro com que a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço qualquer.

É uma forma de calculo “de frente para trás”, ou seja, os parâmetros para estabelecer o preço são, exclusivamente, a concorrência e o valor que os clientes estariam dispostos a pagar. Neste modelo os custos de produção serão colocados à parte.

A empresa estabelece um preço máximo de venda ao produto e dele deduz sua margem de lucro. O que sobrar é o valor a ser buscado como objetivo de gastos por parte da fabricação do produto.


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Aula 6 - Precifi cação

Preço de venda preestabelecido Menos a margem desejada (20,00%) Custo – Meta

1.000,00 200,00 800,00

Embora este modelo seja bastante simples de ser calculado, no ambiente corporativo/empresarial é muito difícil sua implementação, pois apresenta diversas difi culdades e barreiras.

Saiba COMO OS CLIENTES ENCARAM A QUESTÃO DO PREÇO Muitos empresários acreditam que o preço é o que o cliente considera mais importante na hora da compra. O preço tem, de fato, grande importância, sobretudo quando a concorrência vende produtos similares. Todavia, uma pesquisa do Sebrae sobre perda de clientes realizada em um grande número de lojas revelou que: • 40% dos consumidores deixam de comprar devido a serviços ruins; • 25%, porque não vêm nenhuma diferença na loja em que costumam comprar; • 8,3%, porque os produtos não são encontrados ou não atendem às suas necessidades; •

8,3% não compram por causa do preço.

Recomendações para a formação do preço de venda 1. Ao definir o preço de venda, devem ser levadas em conta as particularidades do segmento de atuação; 2. É preciso ter um bom planejamento, com metas claras de lucratividade e dimensionamento de capacidade de vendas; 3. Não vale a pena entrar no jogo dos concorrentes predatórios, que não conseguem se diferenciar e derrubam os preços. É melhor investir em diferenciais; 4. Os estoques podem ser minimizados aumentando a linha de produtos; 5. O giro deve ser maximizado. Deve ser dada preferência aos itens que complementem a atual linha trabalhada, aumentando assim as vendas e o giro dos produtos; 6. Vale investir em comunicação. Os clientes devem ser informados sobre os novos itens vendidos, que devem ser expostos de forma mais atraente, facilitando a aceitação dos consumidores; 7. A linha de produtos deve ser mantida. A interrupção resulta em perda de credibilidade junto aos consumidores; 8. A falta de produtos tem de ser evitada. Se necessário, eles devem ser substituídos por similares. Disponível em: <www.sebrae.com.br>


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

estrutura de preço internacional (mercado global) Como estamos trabalhando num mercado globalizado, é importante conhecermos a nomenclatura utilizada dentro da composição de elaboração do preço internacional. As metodologias vistas podem ser utilizadas na precifi cação. Normalmente são conhecidas pelas suas siglas. A seguir discriminam-se as mais usuais: Cif - (Cost, Insurance and Freight) Precifi cação de custo seguro e frete. Uma prática de precifi cação comum em exportações; o preço cotado para o comprador inclui custo, seguro e frete. C&f - (Cost and Freight) Precifi cação de custo e frete. Prática de precifi cação também usual em exportações; o preço cotado para o comprador inclui o custo e o frete, fi cando o seguro por conta do comprador. fiS - (Free In Store) Precifi cação até o ponto de destino. Método de precifi cação em que o produtor é responsável por todo frete e custos de entrega; os bens solicitados são entregues livres de frete para o cliente. fob - (Free On Board) Precifi cação livre a bordo. Método de precifi cação em que o produtor absorve apenas os custos envolvidos até a entrega dos bens “livre-a bordo”, ou seja: até o ponto de despacho de um transportador local. Nesse momento a propriedade dos bens passa para o comprador, que é responsável pelo remanescente dos custos de frete e seguro. faS - (Free Alongside Ship) Livre no porto. Método de precifi cação em que o fabricante paga os custos de frete até o porto. Os custos com carregamento, transporte e seguro são absorvidos pelo comprador.

Saiba Você já está acostumado a fixar os preços dos seus produtos para o mercado interno, levando em conta os custos de produção, comercialização, tributos internos etc. Quando o assunto é mercado internacional, no entanto, a composição do preço de exportação deve considerar novos elementos, bem como excluir outros que não incidirão nas vendas externas. A determinação do preço de exportação é um dos aspectos mais importantes e decisivos para a conquista e permanência em determinado mercado. Fixá-lo pela primeira vez deve merecer atenção especial, tendo em vista que alterá-lo num curto espaço de tempo, quando o assunto é mercado internacional, é quase inaceitável. Existem vários métodos para se obter o Preço de Exportação, dentre os quais os seguintes: 1. Valor presumido de um produto - A fixação do preço baseia-se na percepção que se tem com relação a determinado grupo de produtos que, por serem exóticos ou únicos, parecem mais caros para os consumidores do que outros produtos que não têm esse apelo; 2. Seguir o líder - Este é um dos métodos menos arriscados e mais utilizados por exportadores iniciantes que ainda não têm uma noção muito clara do mercado que está ingressando. Os preços são fixados com base nos praticados pelos líderes no mercado-alvo. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/sistemas_web/aprendex/default/index/conteudo/id/130>. Acesso em: 28 ago. 2013.


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Aula 6 - Precifi cação

tRoCando ideiaS Você compreendeu que a contabilidade gerencial é uma contabilidade para a tomada de decisão, ou seja, uma ferramenta flexível e, portanto, uma ferramenta poderosa e que deve e pode ser utilizada dentro do processo? Para que você compreenda melhor este conceito, realize uma pesquisa em qualquer site de empresa que possua as demonstrações financeiras auditadas. Você pode também pesquisar em jornais de grande circulação demonstrativos financeiros que são divulgados na mídia escrita. Compartilhe suas pesquisas em um Fórum no ambiente virtual. Discuta com seus colegas se existe um critério para a elaboração do relatório da auditoria.

diCa Assista o vídeo do professor Roberto Assef. Ele realiza uma palestra sobre a questão da formação de preço de venda no varejo. Após assistir ao vídeo verifique os pontos de convergência com o nosso capítulo. Disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=g59G6FD2kOw >. Acesso em: 28 ago. 2013.

diCa Neste vídeo uma consultora do Sebrae-MG comenta a respeito da formação de preço de serviço. Após assistir ao vídeo veja que a área financeira é uma referência da área comercial (quem determina o preço é o mercado, porém o cálculo correto do preço garante a lucratividade da empresa). Disponível em: < http://www.youtube.com/ watch?v=thJNiUBkB7Q (Serviço)>. Acesso em: 28 ago. 2013.

Vídeo

Vídeo


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

SínteSe Nesta aula abordamos um importante conceito da área contábil, a precifi cação, que é a metodologia da elaboração do preço nas empresas, na qual são levados em consideração para o preço de venda os custos de um determinado produto ou serviço. Todos os fatores de tomada de decisão, matéria-prima, mão de obra direta, custos diretos, indiretos, fi xos e variáveis, despesas administrativas, comerciais, e o mark-up devem ser considerados. Perda: Bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária.

A precifi cação tem como base dois modelos básicos, um baseado na sua composição de custos e o outro com ênfase no mercado. É importante conhecermos todas as variáveis existentes dentro do processo de elaboração de preço para evitar a perda fi nanceira, o que acarreta prejuízos para a empresa. A Contabilidade Gerencial se apresenta como uma ferramenta poderosa, desde que bem utilizada no processo de decisão, pois se antecipa aos resultados da empresa, proporcionado ao controller ou aos gestores ações para minimizar as perdas e maximizar os resultados de um ou de mais produtos.

atiVidadeS O que é preço de venda?


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Aula 6 - Precifi cação

atiVidadeS O que é mark up?

atiVidadeS A empresa XTR estimou os seguintes custos para fabricar um determinado produto: Matéria-prima: R$ 25,00 Custos de conversão: R$ 18,00 Os seguintes dados são utilizados para determinar o preço da venda: ICMS = 18% PIS = 0,65% COFINS = 3,00% Lucro antes do imposto de renda = 18,00% Despesas Administrativas = 5% sobre o custo de conversão. Despesas Comerciais = 8% sobre o custo de conversão. Determine: O mark-up de venda com impostos. O mark-up de venda sem impostos.


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

atiVidadeS A empresa Papai Noel Ltda. fabrica produtos sob encomenda e está participando de uma concorrência para o fornecimento de um tanque de armazenamento de óleo. Com base nos dados da engenharia foram estimados os seguintes custos: Materiais = R$ 120.000,00 Mão de obra direta = R$ 40.000,00 Custos Indiretos (fixos e variáveis) = R$ 30.000,00 Estudos realizados pelo departamento de custos da empresa apontam que as despesas administrativas e comerciais representam 10% dos custos de conversão. Os seguintes dados são base para a formação do preço de venda: IPI = 5% ICMS = 18% PIS = 0,65% COFINS = 3,00% A empresa considera como margem de lucro 10% sobre os custos dos materiais. Determine o preço de venda à vista.


Aula 6 - Precifi cação

ESTUDO DE CASO

Veja, neste infográfico elaborado pela Petrobras, como é composto o preço da gasolina.

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Unidade Curricular: Contabilidade Geral


Aula 7 - Custeios

AULA

7

Custeios neSta aUla

´ Custeio por absorção ´ Custeio variável ´ Custo padrão

MetaS de CoMPReenSÃo ´ Compreender como se formam os custos na empresa. ´ Saber gerenciar as variáveis que comprometem os lucros de uma empresa de modo a obter a lucratividade esperada.

´ aPReSentaÇÃo A empresa em um primeiro momento necessita sobreviver. Para isso, precisa gerar resultados, sejam eles negativos ou positivos. Não tendo recursos suficientes para sustentar inúmeros meses o caixa negativo, não irá garantir a sua continuidade. O objetivo, a meta de toda empresa, é o lucro. Portanto vamos explorar mais nesta aula como minimizar os custos, analisando o custo por absorção, o custo variável e custo padrão. Demonstraremos que por meio da contabilidade gerencial podemos controlar e buscar atingir os resultados esperados pela empresa, seja através da elaboração do custo, seja comparando com o custo padrão.

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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Custeio por absorção O método de custeio por absorção caracteriza-se por apropriar custos fi xos e variáveis (e direitos e indiretos) aos produtos. Todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos. Desse modo, os produtos fabricados incorporam todos os custos incorridos no período.

PalaVRa de aUtoR As principais características do custeio por absorção: 1. Engloba os custos totais: fixos, variáveis, diretos e/ou indiretos. 2. Necessita de critério de rateios, no caso de apropriação dos custos indiretos (gastos gerais de produção) quando houver dois ou mais produtos ou serviços. 3. É o critério legal exigido no Brasil. Entretanto, nem sempre é útil como ferramenta de gestão (análise) de custos, por possibilitar distorções ao distribuir custos entre diversos produtos e serviços, possibilitando mascarar desperdícios e outras ineficiências produtivas. 4. Os resultados apresentados sofrem influência direta do volume de produção. Disponível em: <www.portaldecontabilidade.com.br>. Acesso em: 23 ago. 2013.

O primeiro passo para a apuração dos custos é separar os gastos do período em despesas, custos e investimentos. As despesas não são apropriadas aos produtos, e sim lançadas na demonstração de resultado do exercício, por estarem relacionadas à geração de receita e à administração da empresa; já os custos são apropriados aos produtos e os investimentos ativados.


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Aula 7 - Custeios

O passo seguinte consiste em separar os custos em diretos e indiretos. Os custos diretos serão apropriados diretamente aos produtos que são identifi cados, já os custos indiretos serão apropriados aos produtos através de um sistema de rateio.

CUSTOS DIRETOS PRODUTOS

CUSTOS INDIRETOS SISTEMA DE RATEIO

PRODUTOS

Pelo exemplo a seguir iremos demonstrar como se calcula o custeio por absorção:

´ 1º PaSSo: a separação entre custos e despesas Gastos Comissões de vendedores Salários da fábrica Matéria-prima consumida Salários da administração Depreciação na fábrica Seguros da fábrica Gastos fi nanceiros Honorários da diretoria Materiais diversos – fábrica Energia elétrica – fábrica Manutenção Gastos de entrega Correios e telefone Material de consumo– escritório

(em R$) 80.000 120.000 350.000 90.000 60.000 10.000 50.000 40.000 15.000 85.000 70.000 45.000 5.000 5.000

´ 2º PaSSo: a apropriação dos custos diretos A empresa consegue apropriar diretamente (através de medições objetivas) aos seus produtos os seguintes custos: Matéria-prima: Por meio de um sistema de requisições, a empresa de-


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

termina com exatidão a quantidade de matéria-prima utilizada na fabricação de cada produto. Essa quantidade é transformada em valor monetário (custo). Atenção: a matéria-prima enquanto no estoque não é custo. Só é considerada como tal quando é consumida para a elaboração de produtos, ou seja, quando faz parte dos produtos.

A B C Total

Matéria-Prima Produto Valores em Reais 75.000 135.000 140.000 350.000

Mão de obra: Do total de mão de obra, R$ 120.000, a empresa consegue apropriar diretamente R$ 90.000, por meio de apontamento de quanto tempo os operários trabalham para fazer cada produto. Esse tempo é transformado em valor monetário (custo). Os outros R$ 30.000 (supervisor, chefe e outros que não trabalham diretamente na elaboração dos produtos) não são apropriados diretamente, devido à não possibilidade de se medir quanto da mão de obra está entrando em cada produto. Assim, eles serão apropriados de forma indireta, utilizando-se o critério de rateio, o que será visto adiante.

M.O.D. (Mão de Obra) Produto Valores em Reais A 22.000 B 47.000 C 21.000 Total 90.000

Energia elétrica: Do total de energia elétrica, R$ 85.000, a empresa consegue apropriar diretamente R$ 45.000, por ter instalado medidores em algumas máquinas, possibilitando a identificação do consumo de energia com a fabricação de cada produto. Esse consumo é transformado em valor monetário (custo). Os outros R$ 40.000 são apropriados de forma indireta (não há possibilidade de apropriação direta), utilizando-se critério de rateio.

Energia Elétrica Produto Valores em Reais A 18.000 B 20.000 C 7.000 Total 45.000


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Aula 7 - Custeios

Resumindo, tem-se: Produto

Matéria-Prima

A B C Total

M.O.D.

75.000 135.000 140.000 350.000

Energia Elétrica

22.000 47.000 21.000 90.000

18.000 20.000 7.000 45.000

Total do Custeio Direto 115.000 202.000 168.000 485.000

´ 3.º PASSO: A apropriação dos custos indiretos Os custos que não puderam ser apropriados diretamente aos produtos serão alocados por meio de rateio (estimativas). Os custos que ainda não foram apropriados são os seguintes:

Gastos Salários da fábrica (M.O.I.) Depreciação na fábrica Seguros da fábrica Materiais diversos – fábrica Energia elétrica – fábrica Manutenção – fábrica Total dos Custos Indiretos

Valores em Reais 30.000 60.000 10.000 15.000 40.000 70.000 225.000

A empresa terá que apropriar esses custos indiretos por meio de estimativas ou rateios. Para cada um deles pode determinar um critério de rateio específico. No caso em questão, a empresa resolveu somar todos os custos indiretos e utilizar um único critério de rateio: com base no que cada produto recebeu de custos diretos. Dessa forma, com base nos custos diretos, tem-se:

PRODUTO A B C TOTAL

TOTAL DOS CUSTOS DIRETOS 115.000 202.000 168.000 485.000

PROPORÇÃO % 23,71 41,65 34,64 100,00


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

A proporção encontrada nessa base de rateio escolhida será utilizada para distribuir os custos indiretos aos produtos, conforme segue: PRODUTO

PROPORÇÃO %

A B C TOTAL

23,71 41,65 34,64 100,00

RATEIO DOS CUSTOS INDIRETOS R$ 53.351 93.711 77.938 225.000

O custo total de cada produto é encontrado somando-se os custos diretos com os indiretos, como segue:

PRODUTO A B C TOTAL

CUSTOS DIRETOS R$ 115.000 202.000 168.000 485.000

CUSTOS INDIRETOS R$ 53.351 93.711 77.938 225.000

CUSTO TOTAL R$ 168.351 295.711 245.938 710.000

Se a empresa tivesse escolhido outro critério de rateio – coomo, por exemplo, a proporção que cada produto recebeu de mão de obra direta – os valores rateados seriam diferentes, como se pode observar no quadro seguinte: M.O.D.

PRODUTO

M.O.D.

A B C TOTAL

22.000 47.000 21.000 90.000

PROPORÇÃO % 24,44 52,22 23,33 100,00

O rateio dos custos indiretos ficaria, portanto, da seguinte forma: PRODUTO A B C TOTAL

PROPORÇÃO % 24,44 52,22 23,33 100,00

RATEIO DOS CUSTOS INDIRETOS R$ 55.000 117.500 52.500 225.000


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Aula 7 - Custeios

PRodUto A B C TOTAL

CUStoS diRetoS R$ 115.000 202.000 168.000 485.000

CUStoS indiRetoS R$ 53.351 93.711 77.938 225.000

CUSto total R$ 168.351 295.711 245.938 710.000

VoCÊ Sabia? O método de Custeio por Absorção (também chamado “custeio integral”) foi derivado do sistema desenvolvido na Alemanha no início do século XX, conhecido por RKW (Reichskuratorium für Wirtschaftlichtkeit).

Custeio Variável O custeio variável é utilizado para se obter a margem de contribuição, que é uma informação relevante para o processo de decisão. Muitas vezes, para fi ns gerenciais, os custos obtidos por meio do custeio por absorção não são efi cientes para tomada de decisão, em virtude do tratamento dado aos custos fi xos, ou seja, a absorção pela produção. De acordo com o custo variável, os custos fi xos não são inerentes aos produtos e vários motivos contribuem para isto, entre eles o fato de os custos fi xos serem custos correspondentes aos recursos necessários para manter a estrutura de produção e não custos decorrentes dos recursos consumidos pelos produtos em fabricação. Um exemplo desta situação seria o custo de aluguel das instalações da fábrica. Independentemente da quantidade produzida o valor do aluguel não se altera, o custo permanece inalterado, porém, se a empresa resolve diversifi car sua linha de produção, incluindo, por exemplo, mais um produto, este custo não se altera. Vamos exemplifi car alguns problemas relacionados aos custos fi xos. Suponha que uma empresa tenha uma produção em função de demanda instável, oscilando entre 8 mil e 12 mil quilos mensais. Custo Fixo de 80.000 reais e Custo Variável de 12,00 reais o kg. Então, para a produção de três volumes diferentes de produção, seriam:


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PRODUÇÃO KG 8.000 10.000 12.000

Unidade Curricular: Contabilidade Geral

CUSTO TOTAL FIXO VARIÁVEL 80.000,00 96.000,00 80.000,00 120.000,00 80.000,00 144.000,00

TOTAL 176.000,00 200.000,00 224.000,00

CUSTO UNITÁRIO POR KILO FIXO VARIÁVEL TOTAL 10,00 12,00 22,00 8,00 12,00 20,00 6,67 12,00 18,67

Podemos notar que: Do custo total somente a parcela variável se modificou, pois é consequência do volume fabricado, ao passo que o custo fixo não se alterou; Custo fixo unitário se altera, pois é consequência da divisão por um valor fixo pelo volume produzido: quanto maior a produção, menor será o custo fixo unitário; Custo variável unitário não se modifica, pois cada unidade fabricada recebe o mesmo montante; Custo total unitário é a soma das parcelas de custo fixo e variável unitários: quanto maior a produção, menor o total unitário.

Custo Padrão Custo padrão é o custo que é apurado antes do processo produtivo. Sua aplicação ocorre nas indústrias que possuem um processo de fabricação de produtos em série, pois, se fosse calculado o custo do produto por encomenda, o custo padrão não poderia ser utilizado, devido às especificidades que ocorrem nos itens fabricados. Esse processo pode ser utilizado apenas quando os produtos são fabricados em lote. O custo meta também é apurado antes do processo produtivo, porém, o custo padrão leva em consideração as condições normais de uma empresa, não deixando qualquer aspecto em segundo plano, para depois determinar qual o valor deste aspecto. Este custo tem por finalidade estabelecer um padrão de comportamento dos custos, gerando condições de controlar e avaliar a eficiência do processo de produção. Através dele podemos estabelecer padrões de consumo de recursos dos itens que compõe a produção e quantificar financeiramente. Reduzir os custos e auxiliar na formação do preço de venda são outras duas finalidades do custo padrão. Para se determinar o custo padrão exige-se o esforço de duas áreas combinadas que deverão coletar dados para calcular este custo: a engenharia e a contabilidade de custos. Por meio dos padrões de consumo que consomem as máquinas e equipamentos, por meio das medições da capacidade produtiva da mão de obra, o tempo utilizado, a energia despendida, é que se consegue estabelecer um racional para o cálculo do custeio padrão.


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Aula 7 - Custeios

Todas as vezes que houver alterações nas especifi cações dos produtos, na qualidade dos materiais, nos preços de equipamentos, ou seja, toda vez que o processo produtivo sofrer alguma alteração nas suas variáveis originalmente calculadas, deve-se recalcular o custo padrão. As empresas se utilizam do custo padrão para poder comparar com o custo real apurado, determinando, assim, quando a produção foi favorável ou desfavorável. Veja o exemplo a seguir.

´ Matéria-prima Custo Padrão Custo Real

16 kg 19 kg

Custo Padrão Custo Real

5m 4 kg

Custo Padrão Custo Real

80 fl 75 fl

Matéria-prima a R$ 40,00/kg R$ 42,00/kg Matéria-prima b R$ 100,00/m R$ 135,50/m Matéria-prima C R$ 7,00/fl R$ 6,80/fl

R$ 640,00 R$ 798,00 R$ 500,00 R$ 542,00 R$ 560,00 R$ 510,00

´ Mão de obra direta Custo Padrão Custo Real Custo Padrão Custo Real

departamento W 40 hs R$ 46 hs R$ departamento Y 20 hs R$ 19 hs R$

12,00/h 12,50/h

R$ 480,00 R$ 575,00

23,50/h 25,00/h

R$ 470,00 R$ 475,00

´ Custos indiretos de fabricação – C.i.f. Custos indiretos variáveis Custos indiretos fi xoa Volume de produção Custos indiretos totais Volume produzido

Padrão R$ 450 por unidade R$ 300.000 por mês 1.000 unidades por mês Real R$ 760.000 800 unidades

leitURaS indiCadaS Recomendamos a leitura de obras sobre Contabilidade de Custos. Como referência no assunto, a obra do professor Eliseu Martins é bastante rica em conceitos e abordagens da aula. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

SínteSe Nesta aula verifi camos como se apura o lucro nas empresas, através dos métodos de custeio por absorção, custeio variável e custeio padrão. Verifi camos como se calcula o ponto de equilíbrio de uma empresa, e a importância de saber este ponto. Estas são informações úteis e necessárias para que se consiga administrar uma empresa com racionalidade, com o uso de uma metodologia, ao invés de aguardar o sabor de mercado. Afi nal, as questões que sempre preocupam o empresário são: quanto produzir e a que preço produzir, pois estas duas informações juntas resultam em um ponto central da discussão dessa aula: o lucro esperado.

atiVidadeS Com base nos dados a seguir, calcular o custo por absorção.

Gastos Comissões de vendedores Salários da fábrica Matéria-prima consumida Salários da administração Depreciação na fábrica Seguros da fábrica Gastos fi nanceiros Honorários da diretoria Materiais diversos – fábrica Energia elétrica – fábrica Manutenção Gastos de entrega Correios e telefone Material de consumo – escritório

(em R$) 40.000 100.000 300.000 60.000 40.000 5.000 15.000 60.000 15.000 55.000 50.000 35.000 6.000 4.000

A empresa consegue apropriar diretamente (por meio de medições objetivas) aos seus produtos os seguintes custos: Matéria-prima: Por meio de um sistema de requisições, a empresa determina com exatidão a quantidade de matéria-prima utilizada na fabricação de cada produto. Essa quantidade é transformada em valor monetário (custo). Atenção: a matéria-prima enquanto no estoque não é custo. Só é considerada como tal quando é consumida para a elaboração de produtos, ou seja, quando faz parte dos produtos.


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Aula 7 - Custeios

Matéria-Prima Produto A B C Total

Valores em Reais 70.000 80.000 150.000 300.000

Mão de obra: do total de mão de obra, R$ 100.000, a empresa consegue apropriar diretamente R$ 90.000, por meio de apontamento de quanto tempo os operários trabalham para fazer cada produto. Esse tempo é transformado em valor monetário (custo). Os outros R$ 30.000 (supervisor, chefe e outros que não trabalham diretamente na elaboração dos produtos) não são apropriados diretamente, devido à não possibilidade de se medir quanto da mão de obra está entrando em cada produto. Assim, eles serão apropriados de forma indireta, utilizando-se o critério de rateio, o que será visto adiante. M.O.D. Produto A B C Total

Valores em Reais 20.000 50.000 30.000 100.000

Energia elétrica: Do total de energia elétrica, R$ 55.000, a empresa consegue apropriar diretamente R$ 40.000, por ter instalado medidores em algumas máquinas, possibilitando a identificação do consumo de energia com a fabricação de cada produto. Esse consumo é transformado em valor monetário (custo). Os outros R$ 40.000 são apropriados de forma indireta (não há possibilidade de apropriação direta), utilizando-se critério de rateio. Energia Elétrica Produto A B C Total

Valores em Reais 8.000 20.000 12.000 40.000

Resumindo, tem-se: Produto A B C Total

Matéria-Prima

M.O.D.

Energia Elétrica

Total do Custeio Direto


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Os custos que não puderam ser apropriados diretamente aos produtos serão alocados através de rateio (estimativas). Os custos que ainda não foram apropriados são os seguintes: Gastos Salários da fábrica (M.O.I.) Depreciação na fábrica Seguros da fábrica Materiais diversos – fábrica Energia elétrica – fábrica Manutenção – fábrica Total dos Custos Indiretos

Valores em Reais

A empresa terá que apropriar esses custos indiretos através de estimativas ou rateios. Para cada um deles pode determinar um critério de rateio específico. No caso em questão, a empresa resolveu somar todos os custos indiretos e utilizar um único critério de rateio: com base no que cada produto recebeu de custos diretos. Dessa forma, com base nos custos diretos, tem-se: PRODUTO

TOTAL DOS CUSTOS DIRETOS

PROPORÇÃO %

A B C TOTAL A proporção encontrada nessa base de rateio escolhida será utilizada para distribuir os custos indiretos aos produtos, conforme segue: PRODUTO

PROPORÇÃO %

RATEIO DOS CUSTOS INDIRETOS

R$ A B C TOTAL O custo total de cada produto é encontrado somando-se os custos diretos com os indiretos, como segue: PRODUTO A B C TOTAL

CUSTOS DIRETOS R$

CUSTOS INDIRETOS R$

CUSTO TOTAL R$


107

Aula 7 - Custeios

atiVidadeS Uma empresa tem custo total de R$ 25.000 quando produz 1.000 unidades em um período e de R$ 45.000 quando produz 2.000 em outro período. Considere 20.000 de custo fixo. Responda: a.

qual é o custo fixo de cada período?

b.

qual é o custo variável de cada período?

c.

qual é o custo fixo unitário de cada período?

d.

qual é o custo variável unitário de cada período?

e.

qual é o custo total unitário de cada período?

atiVidadeS O custo variável unitário varia de acordo com a quantidade produzida? Explique.


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

atiVidadeS O custo fixo unitário varia de acordo com a quantidade produzida? Explique.

atiVidadeS Por que o custo total por unidade produzida (custo total unitário) é menor na produção em grande escala?

atiVidadeS Quando determinada empresa produz 1.000 unidades por mês, seus custos fixos são de R$ 24.000 e os variáveis de R$ 40.000. Qual é o valor do custo total para uma produção de 1.250 unidades?


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Aula 7 - Custeios

atiVidadeS O que representam os custos fixos para a empresa?

atiVidadeS Assinale a alternativa correta: os custos que não variam em função do volume de atividade da empresa, dentro de um certo período de tempo e numa certa capacidade instalada, são: a. fixo total e variável total; b. fixo unitário e variável total; c. fixo unitário e variável unitário; d. fixo total e total; e. fixo total e variável unitário.

a. b. c. d. e.

Assinale a alternativa correta: um custo é fixo quando: seu valor varia de acordo com o volume de produção; seu valor está ligado ao consumo de matéria-prima; se trata de despesa financeira; seu valor é determinado independentemente de aumentos ou diminuições de volume de produção; varia de modo inversamente proporcional ao volume de produção.

Dentre os padrões fixados para um mês, a empresa Natal Feliz Ltda. fixou seus C.I.F. - Custos Indiretos de Fabricação em: Custos indiretos variáveis: R$ 8/u Custos indiretos fixos.......: R$ 6.000/mês Volume de produção........: 1.000 unidades/mês Entretanto, os valores reais foram os seguintes: Custos indiretos totais: R$ 16.000 Volume produzido......: 800 unidades Calcule as variações de volume, de custos e total, indicando se são favoráveis ou desfavoráveis.


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

atiVidadeS Dentre os padrões fixados para um mês, a empresa Ano Novo Legal Ltda. Fixou seus C.I.F. Custos Indiretos de Fabricação em: Custos indiretos variáveis: R$ 8/u Custos indiretos fixos.......: R$ 6.000/mês Volume de produção........: 1.000 unidades/mês Entretanto os valores reais foram os seguintes: Custos indiretos totais: R$ 16.000 Volume produzido...: 1.000 unidades Calcule as variações de volume, de custos e total, indicando se são favoráveis ou desfavoráveis.


Aula 7 - Custeios

AULA

8

Departamentalização neSta aUla

´ Departamentalização ´ Apropriação dos custos indiretos pela departamentalização ´ Detalhamento e exemplo

MetaS de CoMPReenSÃo ´ Decidir sobre alocação de custos departamentalizados e/ou custos por produto, de maneira a verifi car a participação dos produtos na composição da margem total de uma empresa.

´ aPReSentaÇÃo Nesta aula vamos trabalhar a margem de contribuição, ou seja, quanto cada produto deixa de margem para a empresa. Sendo assim, vamos abordar a questão do custo por departamento e também por produto. Basicamente a distribuição do custo ocorre como no custeio por absorção: alocação dos custos diretos e os custos indiretos são alocados por rateio, sendo que alguns custos são discriminados por departamento, daí todos os custos são rateados segundo critérios que são definidos e dados pelo exercício.

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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

departamentalização Departamento: Unidade mínima administrativa para a Contabilidade de Custos, representadas por homens e máquinas desenvolvendo atividades homogêneas, e na qual existe um responsável pelo seu resultado.

Para a contabilidade de custos departamentalização é o critério mais efi caz para uma racional distribuição dos custos, envolvendo o processo de dividir a empresa em departamentos e de debitar todos os gastos neles incorridos. Divulgação

PalaVRa de aUtoR Os Departamentos da área produtiva são divididos em dois grandes grupos, onde são apurados os custos de produção em cada um deles. 1. Departamentos de Produção: são os departamentos que promovem qualquer tipo de modificação sobre o produto diretamente. Exemplo: departamento de corte, departamento de acabamento, departamento de montagem etc. 2. Departamento de Serviços: são os departamentos cujo trabalho realizado tem como objetivo a prestação de um serviço para outros departamentos. Vivem basicamente para execução de serviços e não para atuação direta sobre o produto. Exemplo: Almoxarifado: guarda e distribui materiais necessários ‘a produção; Segurança Industrial: protege as instalações fabris etc. Os Departamentos de Produção (também conhecidos como produtivos) têm seus custos apropriados diretamente aos produtos, já que estes passam fisicamente por eles. Os Departamentos de Serviços (também conhecidos como auxiliares) não podem apropriar seus custos diretamente aos produtos, já que esses, na maioria dos casos, não passam pelos departamentos de serviços. MARTINS, Roberto. Teoria e contabilidade de custos. Rio de Janeiro: UFRRJ.


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Aula 8 - Departamentalização

apropriação dos custos indiretos pela departamentalização Veja o resumo dos passos para a apropriação dos custos indiretos pela departamentalização:

APROPRIAÇÕES CUSTOS INDIRETOS

IDENTIFICAR

ESTABELECER A ORDEM FAZER O RATEIO

APROPRIAR

1. Identificar os Custos Indiretos com os departamentos onde foram incorridos. No caso de o custo não estar identifi cado com nenhum departamento – como, por exemplo, o aluguel – d eve ser atribuído a um departamento comum a toda a fábrica. 2. estabelecer a ordem (hierarquia) de rateio dos Departamentos de Serviços. A ordem é estabelecida em função da prestação de serviços: o departamento de serviço que presta mais serviços (mais auxilia) aos demais departamentos de serviços do que deles recebe ajuda deve ter seu custo rateado (distribuído) em primeiro lugar. E assim por diante, até que todos os custos dos departamentos de serviços sejam zerados, isto é, totalmente distribuídos (alocados) para os Departamentos de Produção. Para se estabelecer essa hierarquia (quem mais auxilia do que é auxiliado) o conhecimento dos departamentos, evidentemente, é extremamente importante. Como os produtos não são elaborados nos Departamentos de Serviços, é necessário que os custos alocados a eles sejam apropriados aos Departamentos de Produção para, então, serem apropriados aos produtos. É a forma que se tem para relacionar produtos e departamentos; 3. fazer o rateio, de acordo com os critérios estabelecidos pela empresa; 4. apropriar os Custos Indiretos, que agora estão totalmente nos Departamentos de Produção, aos Produtos.


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Detalhamento e exemplo 1. Identificar os custos indiretos com os departamentos onde foram incorridos. Nessa fase não é feito nenhum cálculo ou rateio. Os custos são simplesmente alocados aos departamentos onde foram gastos – é uma apropriação direta aos departamentos, sem necessidade de rateio. Se por acaso o custo não estiver identificado com nenhum departamento ̶ como, por exemplo, o aluguel, que é um gasto comum à fábrica, o valor deve ser atribuído a um departamento, normalmente o de administração ou de controle da fábrica. Exemplo: uma determinada empresa teve os seguintes custos indiretos: Custo Aluguel M.O.I. Depreciação Máquinas Energia elétrica

R$ 12.000 43.000 3.510 2.250

Conforme mencionado, os custos devem ser alocados aos departamentos onde foram incorridos:

Custos

Aluguel M.O.I. Depreciação Máquinas Energia elétrica Total

Acabamento

Montagem

Administração Almoxarifado Geral da Fábrica

11.000

9.000

12.000 8.000

1.000

1.200

810

750 12.750

500 10.700

1.000 21.810

Manutenção

8.000

Total

12.000 43.000

7.000 500

3.510

7.500

250 60.760

8.000

Como o contrato de aluguel é global, isto é, para a empresa como um todo, o seu custo é alocado a um departamento comum à fábrica – Administração Geral da Fábrica. A mão de obra indireta é apropriada diretamente aos departamentos, pois através de controles consegue-se determinar com exatidão onde ela está alocada, ou seja, onde os funcionários classificados como custos indiretos trabalham. A depreciação de máquinas também é facilmente alocada aos departamentos. Basta conhecer-se o valor da depreciação de cada máquina e o departamento em que cada uma delas está instalada. Os departamentos que possuem relógios medidores de consumo de energia permitem que se aloque a eles, de forma direta, a energia elétrica gasta. É importante relembrar que nessa fase são feitas apropriações diretas aos departamentos, sem qualquer rateio.


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Aula 8 - Departamentalização

2.Nesse exemplo, a fábrica tem dois departamentos de produção (Acabamento e Montagem), locais onde os produtos são elaborados ou transformados/modificados, e três departamentos de serviço (Administração Geral da Fábrica, Almoxarifado e Manutenção), que auxiliam outros departamentos, principalmente os de produção. Como os produtos não são elaborados nos departamentos de serviços, é necessário que os custos alocados a eles sejam apropriados aos departamentos de produção para, então, serem apropriados aos produtos. É a forma que se tem de relacionar produtos e departamentos, já que os produtos são elaborados pelos departamentos de produção. O vínculo que existe é entre os departamentos de produção e os produtos. Antes de se começar o rateio é necessário estabelecer a ordem (hierarquizar) de rateio dos departamentos de serviços. A ordem é estabelecida em função da prestação de serviços: o departamento de serviço que mais presta serviços (mais auxilia) aos demais departamentos de serviços do que deles recebe ajuda deve ter seu custo rateado (distribuído) em primeiro lugar. E assim por diante, até que todos os custos dos departamentos de serviços sejam zerados, isto é, totalmente distribuídos (alocados) aos departamentos de produção. Hierarquizar: ordem de rateio dos departamentos de serviços (da direita para a esquerda: quem mais auxilia é colocado à direita)

Custos

Aluguel M.O.I. Depreciação Máquinas Energia| elétrica Total

Acabamento

Montagem

Almoxarifado

Manutenção

Administração Geral da Fábrica

8.000

Total

12.000 8.000

12.000 43.000

11.000

9.000

7.000

1.000

1.200

500

810

3.510

750 12.750

500 10.700

7.500

1.000 21.810

2.250 60.760

8.000

3. Fazer o rateio, de acordo com os critérios estabelecidos pela empresa. 3.1. Distribuir (ratear) os custos do departamento Administração Geral da Fábrica: 3.1.1.Rateio do aluguel: de acordo com a área ocupada: Departamento Acabamento Montagem Almoxarifado Manutenção Administração Geral da Fábrica Total

Área Ocupada (m²) 600 800 400 200 250 2.250


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Nesse quadro tem-se a área ocupada de todos os departamentos da fábrica. No entanto, como o objetivo é que todos os custos da Administração Geral da Fábrica sejam distribuídos aos demais departamentos, a área da própria Administração Geral da Fábrica deve ser desconsiderada para efeito do rateio, como segue: Departamento

Área Ocupada (m²) 600 800 400 200

Acabamento Montagem Almoxarifado Manutenção Administração Geral da Fábrica Total

2.000

O rateio pode ser feito calculando-se a proporção, para em seguida distribuir-se o custo de aluguel aos departamentos: Departamento Acabamento Montagem Almoxarifado Manutenção Administração Geral da Fábrica Total

Área Ocupada (m²) 600 800 400 200

2.000

Proporção % 30 40 20 10

Rateio do Aluguel R$ 3.600 4.800 2.400 1.200

100

12.000

Ou, pode ser feito calculando-se o valor do aluguel por metro quadrado (já que a base de rateio escolhida foi a área ocupada): Custo do Aluguel/m² = $ 12.000/ 2.000 m² = $ 6,00/m² Basta, agora, multiplicar a área de cada departamento pelo valor do m², para encontrar-se o custo que será atribuído (alocado) a cada um deles. Departamento Acabamento Montagem Almoxarifado Manutenção Administração Geral da Fábrica Total

Área Ocupada (m²) 600 800 400 200

Aluguel / m² - R$/m² Rateio do Aluguel R$ 6,00 3.600 6,00 4.800 6,00 2.400 6,00 1.200 6,00

2.000

12.000

Evidentemente, as duas formas apresentadas levam ao mesmo resultado de distribuição de custos. O passo seguinte é fazer a transferência dos custos, isto é, creditar o aluguel do departamento Administração Geral da Fábrica e debitar (fazer a


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Aula 8 - Departamentalização

apropriação) nos demais departamentos, de acordo com o cálculo de rateio efetuado, tendo-se: Custos

Aluguel M.O.I. Depreciação Máquinas Energia elétrica Total Administração Geral da Fábrica Aluguel

Acabamento.

Montagem

Almoxarifado.

7.000 500

Manutenção

Administração Geral da Fábrica

8.000

12.000 8.000 810

12.000 43.000 3.510

2.250 60.760

11.000 1.000

9.000 1.200

750 12.750

500 10.700

7.500

8.000

1.000 21.810

3.600

4.800

2.400

1.200

(12.000)

Observa-se que R$ 12.000 saíram (foram creditados) do departamento Administração Geral da Fábrica e foram alocados (debitados) nos outros departamentos. O total da linha, obviamente, resulta em 0 (zero), pois os custos simplesmente foram transferidos de um departamento para os demais. 3.1.2 . Rateio da M.O.I.: com base na quantidade de funcionários de cada departamento: Departamento Acabamento Montagem Almoxarifado Manutenção Administração Geral da Fábrica Total

Nº de funcionários 18 11 6 5 4 44

Como já feito com a área ocupada, os dados do próprio departamento objeto de rateio, no caso Administração Geral da Fábrica, não devem ser considerados, para que ele não fique com nenhum custo. Assim, o novo quadro será: Departamento Acabamento Montagem Almoxarifado Manutenção Administração Geral da Fábrica Total

Nº de funcionários 18 11 6 5 40

Total


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Calcula-se, agora, o custo da m.o.i. por funcionário: Custo da m.o.i./func. = $ 8.000 / 40 func. = $ 200,00/func. Multiplica-se, então, esse valor pela quantidade de funcionários de cada departamento: Departamento

Nº de funcionários

Acabamento Montagem Almoxarifado Manutenção Administração Geral da Fábrica Total

M.O.L. / Func. R$ / func.

18 11 6 5

Rateio da M.O.I. R$

200,00 200,00 200,00 200,00

3.600 2.200 1.200 1.000

200,00 44

8.000

Fazendo a transferência no quadro de rateio, tem-se: Custos

Aluguel M.O.I. Depreciação Máquinas Energia elétrica Total Administração Geral da Fábrica Aluguel M.O.I.

Acabamento

Montagem

Almoxarifado

7.000 500

Manutenção

8.000

Administração Geral da Fábrica

Total

12.000 8.000 810

12.000 43.000 3.510

2.250 60.760

11.000 1.000

9.000 1.200

750 12.750

500 10.700

7.500

8.000

1.000 21.810

3.600 3.600

4.800 2.200

2.400 1.200

1.200 1.000

(12.000) (8.000)

3.1.3. Rateio da Depreciação de Máquinas: de acordo com o custo de depreciação de máquinas que cada departamento já recebeu diretamente:

Departamento Recebida Acabamento Montagem Almoxarifado Manutenção Administração Geral da Fábrica Total

Depreciação já 1.000 1.200 500 810 3.510


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Aula 8 - Departamentalização

Os dados da Administração Geral da Fábrica devem ser desconsiderados para efeito do rateio, tendo-se, então: Departamento

Depreciação já

Recebida Acabamento Montagem Almoxarifado Manutenção Administração Geral da Fábrica Total

1.000 1.200 500

2.700

O cálculo do custo da depreciação pelo valor da depreciação já alocada é: Custo deprec./deprec.alocada = $ 810 / 2.700 = $ 0,30/deprec. Esse valor é multiplicado pelo valor de depreciação que estava apropriado a cada departamento, obtendo-se: Departamento

Depreciação Apropriada

Depreciação/ depreciação apropriada R$ / deprec.

Acabamento

1.000

0,30

Montagem Almoxarifado Manutenção Administração Geral da Fábrica Total

1.200 500

0,30 0,30 0,30 0,30

Rateio da depreciação R$ 300 360 150

2.700

810

Após a distribuição dos custos de depreciação de máquinas, tem-se: Custos

Aluguel M.O.I. Depreciação Máquinas Energia elétrica Total Administração Geral da Fábrica Aluguel M.O.I. Depreciação Máquinas

Acabamento

Montagem

Almoxarifado

7.000 500

Manutenção

8.000

Administração Geral da Fábrica

Total

12.000 8.000 810

12.000 43.000 3.510

1.000

2.250 60.760

11.000 1.000

9.000 1.200

750

500

12.750

10.700

7.500

8.000

21.810

3.600 3.600

4.800 2.200

2.400 1.200

1.200 1.000

(12.000) (8.000)

300

360

150

(810)


120

Unidade Curricular: Contabilidade Geral

3.1.4. Rateio da Energia Elétrica: de acordo com o custo já alocado de energia elétrica a cada departamento: Departamento Acabamento Montagem Almoxarifado Manutenção Administração Geral da Fábrica Total

Custo já alocado de Energia Elétricas 750 50

1.000 2.250

Desconsiderando-se os valores da Administração Geral da Fábrica: Departamento Acabamento Montagem Almoxarifado Manutenção Administração Geral da Fábrica Total

Custo já alocado de Energia Elétrica 750 50

1.250

O custo da energia elétrica pelo valor já apropriado é: Custo E.E./E.E. aprop. =$ 1.000 / 1.250 = $ 0,80/ e.e. O rateio, portanto, é feito multiplicando-se esse valor pela energia elétrica (E.E.) já alocada:

Departamento Acabamento Montagem Almoxarifado Manutenção Administração Geral da Fábrica Total

Custo já Apropriado de E.E. 750 500

E.E. / E.E. Aprop. R$ / E.E. 0,80 0,80 0,80 0,80

Rateio da E.E. R$ 600 400

0,80 1.250

1.000


121

Aula 8 - Departamentalização

O quadro de rateio fica da seguinte forma: Custos

Aluguel M.O.I. Depreciação Máquinas Energia elétrica Total Administração Geral da Fábrica Aluguel M.O.I. Depreciação Máquinas Energia Elétrica

Acabamento

Montagem

Almoxarifado

7.000 500

Manutenção

Administração Geral da Fábrica

8.000

Total

12.000 8.000 810

12.000 43.000 3.510

2.250 60.760

11.000 1.000

9.000 1.200

750 12.750

500 10.700

7.500

8.000

1.000 21.810

3.600 3.600

4.800 2.200

2.400 1.200

1.200 1.000

(12.000) (8.000)

300

360

150

600

400

(810) (1.000)

Como todos os custos que estavam no departamento Administração Geral da Fábrica foram distribuídos, deve-se fazer uma soma, atualizando dessa forma o quadro de rateio:

Custos

Aluguel M.O.I. Depreciação Máquinas Energia elétrica Total Administração Geral da Fábrica Aluguel M.O.I. Depreciação Máquinas Energia Elétrica SOMA

Acabamento

Montagem

Almoxarifado Manutenção

7.000 500

8.000

Administração Geral da Fábrica

Total

12.000 8.000 810

12.000 43.000 3.510

1.000

2.250 60.760

11.000 1.000

9.000 1.200

750

500

12.750

10.700

7.500

8.000

21.810

3.600 3.600 300

4.800 2.200 360

2.400 1.200 150

1.200 1.000

(12.000) (8.000) (810)

600

400

20.850

18.460

(1.000) 11.250

10.200

60.760


122

Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Os custos da Administração Geral da Fábrica foram “zerados”, isto é, totalmente distribuídos. O total dos custos indiretos da empresa, evidentemente, são os mesmos do início. O próximo passo é fazer o rateio dos custos do próximo departamento de serviço – o departamento de Manutenção. 3.2. Ratear os custos do departamento de Manutenção 3.2.1. Todos os custos da Manutenção, R$ 10.200, são rateados de uma única vez, utilizando-se como critério de rateio a quantidade de máquinas instaladas nos departamentos: Departamento

Nº de Máquinas

Acabamento Montagem Almoxarifado Manutenção Administração Geral da Fábrica Total

4 6 2 2 14

Tanto o departamento objeto de rateio (Manutenção), quanto o que já teve seus custos distribuídos (Administração Geral da Fábrica) não podem ser considerados para efeito de cálculo. Assim, o quadro ajustado fica: Departamento

Nº de Máquinas

Acabamento Montagem Almoxarifado Manutenção Administração Geral da Fábrica Total

4 6 2

12

Calculando-se o custo do departamento de Manutenção por máquinas, tem-se: Custo da manut./máq. = $ 10.200/12 máq. = $850/máq. Multiplicando-se valor calculado pelo número de máquinas, obtém-se: Departamento Acabamento Montagem Almoxarifado Manutenção Administração Geral da Fábrica Total

Nº de `Máquinas 4 6 2

Manut. / Máq. R$ / Rateio da Manutenção máq.. R$ 850 3.400 850 5.100 850 1.700 850 850

12 O quadro de rateio fica da seguinte forma:

10.200


123

Aula 8 - Departamentalização

Custos

Aluguel M.O.I. Depreciação Máquinas Energia elétrica Total Administração Geral da Fábrica Aluguel M.O.I. Depreciação Máquinas Energia Elétrica SOMA Manutenção

Acabamento

Montagem

Almoxarifado

7.000 500

Manutenção

Administração Geral da Fábrica

8.000

Total

12.000 8.000 810

12.000 43.000 3.510

2.250 60.760

11.000 1.000

9.000 1.200

750 12.750

500 10.700

7.500

8.000

1.000 21.810

3.600 3.600

4.800 2.200

2.400 1.200

1.200 1.000

(12.000) (8.000)

300

360

150

600 20.850 3.400

400 18.460 5.100

(810) (1.000)

11.250 1.700

10.200 (10.200)

60.760

Como todos os custos do departamento de Manutenção foram distribuídos, recomenda-se fazer uma nova soma: Custos

Aluguel M.O.I. Depreciação Máquinas Energia elétrica Total Administração Geral da Fábrica Aluguel M.O.I. Depreciação Máquinas E.Elétrica SOMA Manutenção SOMA

Acabamento

Montagem

Almoxarifado

Manutenção

Total

12.000 8.000

12.000 43.000

11.000

9.000

7.000

1.000

1.200

500

810

3.510

750 12.750

500 10.700

7.500

8.000

1.000 21.810

2.250 60.760

3.600 3.600

4.800 2.200

2.400 1.200

1.200 1.000

(12.000) (8.000)

300 600 20.850 3.400 24.250

360 400 18.460 5.100 23.500

150 11.250 1.700 12.950

8.000

Administração Geral da Fábrica

(810) (1.000) 10.200 (10.200)

60.760 60.760


124

Unidade Curricular: Contabilidade Geral

3.3. Ratear os custos do Almoxarifado 3.3.1. A empresa decidiu distribuir todos os custos do Almoxarifado, que agora está em R$ 12.950, em partes iguais para os dois departamentos de produção (Acabamento e Montagem). Cada um deles receberá, portanto, R$ 6.475. Atualizando o quadro de rateio, tem-se: Custos

Aluguel M.O.I. Depreciação Máquinas Energia elétrica Total Administração Geral da Fábrica Aluguel M.O.I. Depreciação Máquinas Energia Elétrica SOMA Manutenção SOMA Almoxarifado

Acabamento

Montagem

Almoxarifado

Manutenção

8.000

Administração Geral da Fábrica

Total

12.000 8.000

12.000 43.000

810 1.000

3.510 2.250 60.760

11.000

9.000

7.000

1.000 750

1.200 500

500

12.750

10.700

7.500

8.000

21.810

3.600 3.600

4.800 2.200

2.400 1.200

1.200 1.000

(12.000) (8.000)

300

360

150

600 20.850 3.400 24.250 6.475

400 18.460 5.100 23.500 6.475

(810) (1.000)

11.250 1.700 12.950 (12.950)

10.200 (10.200)

60.760 60.760

Como agora todos os custos dos departamentos de serviços já foram rateados, isto é, todos os custos foram distribuídos para os departamentos de produção, pode-se elaborar o quadro de rateio final: Custos

Aluguel M.O.I. Depreciação Máquinas Energia elétrica Total Administração Geral da Fábrica

Acabamento

Montagem

11.000 1.000

9.000 1.200

750

500

12.750

10.700

Almoxarifado

7.000 500

7.500

Manutenção

8.000

8.000

Administração Geral da Fábrica

Total

12.000 8.000 810

12.000 43.000 3.510

1.000

2.250

21.810

60.760


125

Aula 8 - Departamentalização

Aluguel M.O.I. Depreciação Máquinas Energia Elétrica SOMA Manutenção SOMA Almoxarifado SOMA

3.600 3.600 300

4.800 2.200 360

600

400

20.850 3.400 24.250 6.475 30.725

18.460 5.100 23.500 6.475 30.035

2.400 1.200 150

1.200 1.000

(12.000) (8.000) (810) (1.000)

11.250 1.700 12.950 (12.950)

10.200 (10.200)

60.760 60.760 60.760

Você percebeu que a contabilidade gerencial é fundamental para a tomada de decisões? O uso do rateio é uma forma de alocar recursos aos produtos e, portanto, é uma decisão gerencial. Não existe um padrão a ser seguido em todas as empresas, pois é uma decisão para se buscar o melhor resultado.

Alocar: Apropriar, atribuir.

As informações devem estar elaboradas da maneira mais clara possível para os usuários da contabilidade conseguirem elaborar os relatórios gerenciais de acordo com as solicitações da gerência.

tRoCando ideiaS Você já teve contato com a tomada de decisão em que houvesse a necessidade do uso do rateio, ou da alocação ou realocação de recursos? Qual foi o seu papel neste processo? Você participou do processo de decisão? Você concordou com o rateio, ou acredita que teria outra forma mais justa de se alocar os recursos? Diante dessas questões, entre no Fórum no ambiente virtual e compartilhe sua experiência com os colegas da sua turma a respeito do rateio.

Realocação: Alocação dos custos de funcionamento dos departamentos de serviço aos diversos departamentos de produção, proporcionalmente aos benefícios relativos ou aos serviços recebidos para cada departamento de produção.


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

SínteSe Nesta aula analisamos o lucro de tal forma a verifi car a composição da margem de contribuição, que é o montante que resta do preço de venda de um produto depois da dedução de seus custos e despesas variáveis. Representa a parcela excedente dos custos e das despesas gerados pelos produtos.

Margem de contribuição: Diferença entre o preço de venda de um produto e seu custo variável e despesas variáveis. Esta diferença é a contribuição dos produtos para a cobertura dos custos e despesas fixos e para o lucro da empresa.

Caso o preço de venda de um produto seja inferior aos seus custos e despesas variáveis, temos uma situação de margem de contribuição negativa, que deve ser revista ou, por condições comerciais, suportada, ou, mesmo por razões estratégicas, a empresa poderá manter produtos com esta situação. A empresa só começa a ter lucro quando a margem de contribuição dos produtos vendidos é maior do que seus custos e despesas fi xos do exercício. Desta forma, esta margem pode ser entendida com a contribuição dos produtos à cobertura dos custos e despesas fi xos e ao lucro.

atiVidadeS A Fábrica Lavabem Ltda. produz máquinas de lavar e de secar roupas. Os seus custos e despesas no último mês foram os seguintes:

Gastos Aluguel da fábrica Mão de obra direta Matérias-primas consumidas Deprec. equip. produção Deprec. equip. escritório Gastos com entrega Demais custos indiretos

R$ 20.000 71.000 70.000 12.000 3.000 4.000 8.000

Gastos Aluguel do escritório Mão de obra indireta Salários da administração Materiais indiretos Gastos fi nanceiros Material de escritório Demais despesas

R$ 5.000 36.000 18.000 7.000 2.100 2.500 3.000

A empresa apropriou os custos diretos, como se segue: Produto Lavadora Secadora

Matéria-Prima R$ 31.500 38.500

M.o.d. R$ 46.218 24.792

Os custos indiretos foram identifi cados com os departamentos onde foram incorridos, conforme segue:


127

Aula 8 - Departamentalização

Custos ind.

Aluguel M.O.I. Depr. Equip. Mat. Indiretos Demais C.I. Total

adm. Geral R$

20.000 10.000 2.400 1.000 2.000 35.400

Montagem R$

10.800 4.400 2.000 1.600 18.800

Manutenção R$ acabamento R$

7.200 1.600 1.000 1.600 11.400

total

R$

20.000 36.000 12.000 7.000 8.000 83.000

8.000 3.600 3.000 2.800 17.400

A apropriação dos custos indiretos é feita com base na departamentalização. A distribuição (rateio) dos custos dos departamentos de serviços é feita na seguinte ordem: 1. O primeiro departamento a ter seus custos distribuídos é Administração Geral da Fábrica. Os custos desse departamento são rateados como se segue: Aluguel: Deprec M.O.I.: Mat. Ind.: Demais C. Ind.:

Rateado de acordo com a área ocupada de cada departamento; Alocada com base no valor das máquinas de cada departamento; Apropriada com base no número de empregados; Rateio de acordo com o que cada depto. já recebeu de custos com materiais indiretos; Os outros custos indiretos são rateados com base nas requisições feitas pelos departamentos.

Bases de rateio: Parâmetros utilizados para fazer a distribuição de custos indiretos a mais de um objeto de custeio.

2. Os custos do departamento de Manutenção são distribuídos na mesma proporção do valor das máquinas de cada departamento. A apropriação dos custos indiretos dos departamentos de produção aos produtos é feita com base nas horas-máquina utilizadas para fabricação. As bases de rateio mencionadas estão contidas nos seguintes quadros:

depto. Adm. Geral Montagem Manutenção Acabamento

Produto Lavadora Secadora Total

número de empregados 3 9 4 7

Área ocupada m² 100 400 100 300

Montagem HM 2.820 3.180 6.000

Valor das máquinas R$ 10.000 20.000 10.000 30.000

Materiais indiretos R$ 1.000 2.000 1.000 2.000

acabamento HM 2.200 1.800 4.000

Quantidade aquisições 150 400 250 350


128

Unidade Curricular: Contabilidade Geral

As quantidades vendidas e produzidas e o preço de venda unitário são:

Produto Lavadora Secadora

Manutenção e administração Geral Quantidade Produzida Quantidade vendida Unidade unidade 1.000 900 800 640

Preço de Venda R$ / unidade 400 420

atiVidadeS a.

Mapa de rateio dos custos indiretos, utilizando a departamentalização;

b.

Quadro dos custos totais de cada produto;

c.

Cálculo do custo total unitário;

d.

Demonstrativo do resultado bruto de cada produto;

e.

Demonstrativo do resultado da empresa (bruto e líquido)

Custos ind.

MaPa de Rateio doS CUStoS indiRetoS Montagem R$ acabamento R$ R$

R$

total

Aluguel M.O.I. Depr.equip. Mat.Indiretos Demais C.I. Total

apropriação dos custos indiretos aos produtos Custos ind. Montagem R$ acabamento R$ total R$ Lavadora Secadora

R$


129

Aula 8 - Departamentalização

DEMONSTRATIVO DE RESULTADO LAVADORA R$ SECADORA R$

TOTAL DA EMPRESA

Receita Bruta C.M.V. Resultado Bruto Despesas Resultado Líquido Receita Bruta

Produto Lavadora Secadora Total

Cálculo do custo total e do custo total unitário C.Ind. R$ C.Diretos R$ C.Totais R$ Quantidade

CT. Unitário R$


130

Unidade Curricular: Contabilidade Geral


Aula 8 - Departamentalização

AULA

9

Análise das Demonstrações Financeiras neSta aUla

´ A análise fi nanceira ´ Aspectos básicos da análise ´ Análise Horizontal e Vertical ´ Indicadores

MetaS de CoMPReenSÃo ´ Compreender os processos que envolvem a análise de informações fi nanceiras. ´ Compreender a importância do entendimento das relações entre as curvas de custo total e o faturamento. ´ Identifi car o que é relevante na análise das informações fi nanceiras, as variações e infl uências que ocorrem nas contas, nos grupos de contas ou nos indicadores fi nanceiros.

´ aPReSentaÇÃo Nesta aula vamos aprender como devemos analisar as Demonstrações, quais os motivos que nos levam a analisar tais demonstrativos, por que despertam tanto interesse nos administradores internos da empresa, como nos diversos segmentos de analistas externos. Basicamente vamos trabalhar com o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado do Exercício, ou seja, os relatórios contábeis utilizados para avaliação do desempenho financeiro da empresa.

131


132

Unidade Curricular: Contabilidade Geral

A análise financeira A análise fi nanceira visa propiciar ao administrador interno ou externo averiguar o desempenho da empresa, de forma a identifi car oportunidades tanto de melhoria quanto de ganhos. Basicamente esta análise visa fundamentar o estudo do desempenho econômico fi nanceiro de uma empresa em determinado período passado, para diagnosticar sua posição atual e sua capacidade de produzir resultados que sirvam de base para a previsão de tendências futuras. O objetivo é avaliar os refl exos das decisões tomadas, a fi m de conhecer a situação sobre a liquidez (situação fi nanceira), a estrutura patrimonial (estrutura de capital) e a rentabilidade (situação econômica) da empresa.

Saiba Adoção do IFRS no Brasil, uma verdadeira revolução contábil. A passagem de um modelo baseado em regras para outro que tem como norte princípios não é simples, principalmente porque exige a mudança de comportamento dos profissionais envolvidos. O mercado brasileiro acabou de passar por uma verdadeira revolução contábil: a adoção nas normas contábeis emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB), chamadas de International Financial Reporting Standard (IFRS). A adoção desse padrão contábil exigiu e continuará exigindo muito esforço de todos os que se relacionam com a informação contábil: os contadores, que preparam a informação, os auditores, que opinam sobre a informação, os analistas, que utilizam a informação, os órgãos reguladores, que emitem os novos padrões e fiscalizam as entidades, os professores, que pesquisam e ensinam tais padrões, entre outros. Esse processo de adoção do padrão contábil internacional já vinha sendo feito de uma forma indireta há alguns anos, por meio de emissão de padrões locais próximos às práticas internacionais. Em 2006 e 2007, o processo de convergência evoluiu consideravelmente, a partir do momento em que o Banco Central, a CVM e SUSEP decidiram que as entidades reguladas por tais órgãos teriam que adotar as IFRS em suas demonstrações consolidadas a partir de 2010. Mas foram as alterações da Lei das S/A, iniciadas pela aprovação da Lei nº 11.638/07, e a emissão dos Pronunciamentos técnicos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) que tornaram a convergência no Brasil irreversível e com impactos na contabilidade individual das entidades, o que exigiu um esforço ainda maior dos profissionais. Durante muito tempo, a contabilidade no Brasil foi vista como um modelo em que prevaleciam as normas, ou seja, o mais importante era atender às regras, mesmo que isso resultasse na produção de uma informação contábil que não refletisse a realidade econômica da entidade. Um dos exemplos mais conhecidos é a contabilização da depreciação. Se uma entidade adquirisse uma máquina e soubesse que essa máquina duraria mais de 40 anos, muito provavelmente a entidade iria depreciar o equipamento em 10 anos, pois essa era a vida útil para fins fiscais. E depois de 10 anos, a máquina registrada por zero na contabilidade ainda estava a todo vapor. Mas, mesmo assim, esse viéis era aceito, pois era a regra existente. A mudança da legislação societária trouxe consigo o descasamento entre a contabilidade societária e a fiscal, possibilitando com que a entidade possa fazer refletir na sua informação contábil a realidade econômica. A partir da adoção do IFRS, não há mais uma regra de depreciação, mas a aplicação de um princípio: a depreciação deve refletir o consumo dos benefícios econômicos do ativo. Em função disso, a produção da informação contábil necessita de um julgamento profissional e envolve maior subjetividade na interpretação dos princípios. A passagem de um modelo baseado em regras para outro baseado em princípios não é simples, principalmente porque exige uma mudança de comportamento dos profissionais envolvidos com o assunto. Entretanto os benefícios advindos dessa mudança são muitos: a informação contábil torna-se mais compreensível, relevante, confiável e comparável, e tudo isso pode ser resumido em uma expressão: “informação contábil de melhor qualidade!” Fonte: Brasil Econômico, 15 jun 2011.


133

Aula 9 - Análise das Demonstrações Financeiras

aspectos básicos da análise O enfoque dado à análise das informações contábeis é desenvolvido pelo interesse do analista que está responsável por analisar os dados. O administrador da empresa, a exemplo, ao medir periodicamente os resultados da empresa, procura avaliar, na realidade, o impacto determinado pelas decisões fi nanceiras sobre o seu desempenho. Para os acionistas (ou os interessados em investir em suas ações), o objetivo da análise é a capacidade da empresa gerar lucros líquidos e desempenho das ações no mercado e os dividendos. Iremos desenvolver a análise generalista, ou seja, aquela que atenderá a todo e qualquer usuário da informação contábil, iremos também desenvolver a análise pelo método horizontal e vertical, e depois faremos a análise através de indicadores. Lembrando sempre que a análise de indicadores requer alguns cuidados, tais como: não olhar isoladamente um índice, pois não é informação sufi ciente para se atribuir qualquer desempenho à empresa. É relevante destacar que temos que levar em conta a questão temporal, ou seja, conhecer a conjuntura econômica que envolveu a montagem daquele índice. Temos que ter cuidado também com a análise setorial, pois nem todas as empresas do mesmo setor possuem as mesmas características, do tipo: tamanho, recursos fi nanceiros, recursos humanos, recursos tecnológicos, ou seja, é uma análise de tendência. É importante trabalhar com os indicadores, mas, mais importante é cruzar todas as informações possíveis para se tomar uma decisão correta.

análise Horizontal e Vertical Uma das técnicas de análise das demonstrações contábeis, de simples aplicação, é a análise horizontal e vertical. Como comentado no tópico acima, é importante fazer uma análise comparativa através de índices do passado ou comparando-se com indicadores setoriais.

´ análise Horizontal Através dsta análise é possível verifi car a evolução nominal dos vários itens de cada demonstração contábil em intervalos sequenciais determinados de tempo. Ou seja, fazemos a comparação da conta contábil com a própria conta contábil, para verifi car qual o resultado que houve com a conta, se houve um acréscimo ou decréscimo. Podemos tanto calcular o valor nominal, a diferença simples entre os dois períodos; ou podemos calcular o percentual de variação que houve entre as contas.

Análise Horizontal: tipo de análise cuja finalidade principal é apontar o crescimento das contas das Demonstrações Financeiras ao longo dos períodos analisados, a fim de evidenciar tendências


134

Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Quando estivermos realizando a comparação dos índices, estaremos averiguando se houve um crescimento ou decrescimento no desempenho daquele determinado indicador. Cuidados ao se utilizar a análise horizontal – basicamente devemos ter um cuidado maior na análise de períodos em que ocorreu infl ação, pois o impacto da infl ação deve ser considerado na análise, já que ele pode gerar uma informação errônea com relação ao desempenho da conta. Análise Vertical: tipo de análise para avaliar a estrutura das demonstrações financeiras, sua composição de itens e sua evolução no tempo, permite a comparação destes itens, também, em relação a outras empresas do mesmo ramo.

´ análise Vertical Também constitui um processo de comparação, mas é desenvolvida através de comparações relativas entre valores afi ns ou relacionáveis identifi cados numa mesma demonstração contábil. Esta análise permite que se emitam considerações a respeito de alterações ocorridas na estrutura dos relatórios analisados, complementando a análise horizontal. Esta análise também é conhecida como análise estrutural. Por trabalhar com valores relativos, temos que calcular as proporções percentuais que ocorreram entre as contas.

atiVo Circulante Caixa Duplicatas a Receber Estoques Total Circulante Não Circulante Realizável de Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível Total não Circulante Total PaSSiVo Circulante Fornecedores Salários a Pagar Impostos a Pagar Dividendos a Pagar Total Circulante Não Circulante Exigível de L. Prazo (Financiamentos) Patrimônio Líquido Capital Reservas de Lucro Total

31-12-x4 31-12-x5

aV4

aV5

aH

40.000 150.000 390.000 580.000

10.000 220.000 420.000 650.000

5,06% 18,99% 49,37% 73,42%

1,20% 26,51% 50,60% 78,31%

-75,00% 46,67% 7,69% 12,07%

50.000 60.000 70.000 30.000 210.000 790.000

40.000 50.000 60.000 30.000 180.000 830.000

6,33% 7,59% 8,86% 3,80% 26,58% 100%

4,82% 6,02% 7,23% 3,61% 21,69% 100%

-20,00% -16,67% -14,29% 0,00% -14,29% 5,06%

200.000 30.000 60.000 50.000 340.000

220.000 40.000 6.000 14.000 280.000

25,32% 3,80% 7,59% 6,33% 43,04%

26,51% 4,82% 0,72% 1,69% 33,73%

10,00% 33,33% -90,00% -72,00% -17,65%

100.000 350.000 300.000 50.000 790.000

150.000 12,66% 18,07% 400.000 44,30% 48,19% 340.000 37,97% 40,96% 60.000 6,33% 7,23% 830.000 100,00% 100,00%

50,00% 14,29% 13,33% 20,00% 5,06%


135

Aula 9 - Análise das Demonstrações Financeiras

indicadores Os indicadores servem para avaliar a empresa em determinado período de tempo, com relação a sua situação fi nanceira, de acordo com a estrutura da fórmula, apontando como direcionadores o resultado efetivo. Em outras palavras, indicadores de liquidez vão demonstrar a capacidade de pagamento, a capacidade da empresa em saldar seus compromissos de curto, imediato e longo prazos. Os índices de endividamento irão apresentar a composição do endividamento, bem como a qualidade desta dívida. Já os indicadores de lucratividade irão determinar qual é o valor do lucro e analisar em valores absolutos a relação do resultado com ele mesmo. A análise combinada destes três indicadores proporcionará uma visão mais ampla da situação fi nanceira e econômica considerando seu endividamento. Índice de Liquidez Corrente (ou Liquidez Comum) (LC) Este índice demonstra a capacidade de pagamento da empresa a Curto Prazo, por meio da fórmula:

´ ativo Circulante / Passivo Circulante Cálculo: X4: 580.000 / 340.000 = 1,70 ̶ Interpretação para cada 1,00 de dívida a empresa tem 1,70 de dinheiro e valores que se transformarão em dinheiro. X5: 650.000 / 280.000 = 2,32̶ Interpretação para cada 1,00 de dívida a empresa tem 2,32 de para cobertura desta dívida. Este indicador, quanto maior, melhor.

´ índice de liquidez Seca (lS) Este índice demonstra a capacidade de pagamento da empresa a Curto Prazo, descontando-se os estoques. A intenção é apurar o valor supondo que a empresa não possa contar com os estoques. Calcula-se por meio da fórmula: (Ativo Circulante - Estoque) / Passivo Circulante Cálculo: X4: (580.000-390.000) / 340.000 = 0,56  Interpretação para cada 1,00 de dívida a empresa tem 0,56 de Ativo Circulante, sem os estoques. X5: (650.000-420.000) / 280.000 = 0,82 Interpretação para cada 1,00 de dívida a empresa tem 0,82 de Disponível acrescido das duplicatas a receber.

Índices de liquidez: utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, isto é, constituem uma análise sobre se a empresa tem a capacidade financeira de saldar seus compromissos.


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Este indicador, quanto maior, melhor.

´ índice de liquidez Geral (lG) Este índice demonstra a capacidade de pagamento da empresa a Longo Prazo, considerando tudo que é capital no curto prazo e tudo que a empresa já assumiu como dívida. Calcula-se por meio da fórmula: (Ativo Circulante+Ativo Realizável Longo Prazo) / (Passivo Circulante+Passivo Exigível de Longo Prazo) Cálculo: X4: (580.000+50.000) / (340.000+100.000)= 1,43  Interpretação para cada 1,00 de dívida de curto e longo prazo a empresa tem 1,43 de valores a receber a Curto e Longo Prazo. X5: (650.000+40.000) / (280.000+150.000)= 1,60  Interpretação para cada 1,00 de dívida de terceiros a empresa tem 1,60 de Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo. Este indicador, quanto maior, melhor.

´ índice de liquidez imediata (li) Este índice demonstra a capacidade de pagamento da empresa saldar imediatamente suas dívidas de Curto Prazo. Calcula-se por meio da fórmula: (Caixa +Bancos + Aplicações de Curtíssimo Prazo) / Passivo Circulante Cálculo: X4: (40.000) / (340.000) = 0,12  Interpretação a empresa tem 0,12 de cada 1,00 de disponibilidade imediata. X5: (10.000) / (280.000) = 0,04  Interpretação a empresa tem 0,04 de cada 1,00 de recurso para saldar suas dívidas de curto prazo. Este indicador, quanto maior, melhor.

´ índice de endividamento - Participação de Capitais de terceiros sobre Recursos totais Índices de rentabilidade : são indicadores econômicos utilizados na análise empresarial voltada para rentabilidade da empresa, para seu potencial de vendas, para sua habilidade em gerar resultados para a evolução das despesas e investimentos.

Calcula-se por meio da fórmula: (Capital de Terceiros) / Passivo Total Cálculo: X4: (440.000) / (790.000)= 0,56  Interpretação a empresa tem 0,56 ou 56% dos recursos totais se originam de Capitais de Terceiros, portanto 44% é fi nanciado por Capital Próprio. X5: (430.000) / (830.000) = 0,52  Interpretação: a empresa tem 0,52 ou 52% dos recursos totais se originam de Capitais de Terceiros,


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Aula 9 - Análise das Demonstrações Financeiras

portanto 48% é fi nanciado por Capital Próprio. Este indicador, quanto menor, melhor.

´ índice de endividamento – Garantia do

Capital Próprio ao Capital de terceiros

Calcula-se por meio da fórmula: Patrimônio Líquido / (Passivo Circulante+Passivo Não Circulante) Cálculo: X4: (350.000) / (440.000)= 0,80  Interpretação: para cada 1,00 de Capital de Terceiros a empresa tem de Capital Próprio 0,80 de Garantia. X5: (400.000) / (430.000)= 0,93  Interpretação: para cada 1,00 de Capital de Terceiros a empresa tem de Capital Próprio 0,93 de Garantia. Este indicador, quanto maior, melhor. Composição do Endividamento Calcula-se por meio da fórmula: Passivo Circulante / (Passivo Circulante+Passivo Não Circulante) Cálculo: X4: (340.000) / (440.000) = 0,77  77% dos Capitais de Terceiros vencerão a Curto Prazo. X5: (280.000) / (430.000) = 0,65  65% dos Capitais de Terceiros vencerão a Curto Prazo. Este indicador, quanto menor, melhor. Vale lembrar, na questão do Endividamento de uma empresa, que o endividamento, como todos ouvem falar, é uma situação ruim, mas existe o endividamento que é bom, que ajuda a empresa a crescer, é aquele onde as taxas de juros são negociadas e as parcelas se enquadram dentro do fl uxo de caixa da empresa, não corroendo o caixa. Taxa de Retorno sobre Investimentos Calcula-se por meio da fórmula: TRI = Lucro Líquido / Ativo Total Cálculo: 185.162 / 925.744 = 0,20 ou 20%  para cada $ 1,00 investido pela empresa há um ganho de $ 0,20. Podemos concluir que a empresa irá demorar cinco anos para recuperar o investimento que foi realizado. (O payback do investimento total é calculado

Payback: tempo médio de retorno; tempo em que retornará o investimento realizado.


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

dividindo-se 100% pelo TRI) Este indicador, quanto maior, melhor.

´ taxa de Retorno sobre o Patrimônio líquido Calcula-se por meio da fórmula: TRPL = Lucro Líquido / Patrimônio Líquido Cálculo: 185.162 / 740.644 = 0,25 ou 25%  para cada $ 1,00 investido pelos proprietários há um ganho de $ 0,25. Podemos concluir que os empresários terão de volta seu investimento em quatro anos (O payback dos proprietários). Este indicador, quanto maior, melhor.

tRoCando ideiaS Agora que você já estudou as técnicas de análise horizontal e vertical, entre no fórum do ambiente virtual e discuta com seus colegas como essas técnicas podem auxiliar pequenas e médias empresas a evitar a insolvência.

SínteSe Nesta aula abordamos um dos importantes pontos da contabilidade gerencial, que é a análise de indicadores. Vimos os indicadores de endividamento, liquidez e rentabilidade. Todos são importantes para a tomada de decisão do administrador. Nunca devemos tecer qualquer comentário sobre a situação geral da empresa, sem antes fazer uma análise de todos os indicadores, e compará-los com indicadores da empresa de outros anos, e indicadores de empresas do mesmo setor. Um dos fatores que irá afetar diretamente os indicadores é a economia nacional e a economia internacional. Ambas devem ser levadas em conta também na leitura que for realizada junto aos indicadores. Supondo que a empresa tenha obtido num ano 1 um indicador igual a 100 e no ano 2 obtido o mesmo indicador, mas as condições econômicas não eram das melhores no ano 2, logicamente que o melhor ano da empresa foi o ano 2. Em condições ruins a empresa atingiu os mesmos indicadores.


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Aula 9 - Análise das Demonstrações Financeiras

atiVidadeS Com base nas Demonstrações Financeiras a seguir, calcular os índices de Liquidez para os anos de X6 e X7:

atiVo X6

X7

Circulante Caixa Dupls. a Receber Estoques Total do Circulante Não Circulante Realizável a L. Prazo Investimentos Imobilizado (-) Depr.Acumul. Total do Não Circulante

10.000 15.000 30.000 55.000

28.000 50.000 15.000 93.000

12.000 8.000 20.000 (6.000) 34.000

5.000 15.000 40.000 (10.000) 50.000

Total

89.000

143.000

PaSSiVo e PatRiMônio lÌQUido X6 X7 Circulante Fornecedores 5.000 5.000 Contas a Pagar 4.000 4.000 Imposto Renda 8.000 2.000 Dividendos a Pagar 15.000 Total do Circulante 17.000 26.000 Não Circulante Financiamentos (ELP) 30.000 Total do Não Circulante 30.000 Patrimônio Líquido Capital 60.000 60.000 Reservas de Lucro 12.000 27.000 Total Pat.Liquido 72.000 87.000 Total 89.000 143.000


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

atiVidadeS 1. Toda empresa que tem bom lucro tem condições de pagar suas dívidas pontualmente? Explique 2.

Porque endividamento relaciona-se com a rentabilidade?

3.

Calcule os índices de Endividamento e Liquidez da Cia. Abaixo:

balanço Patrimonial - Cia abaixo atiVo Ativo Circulante Disponibilidades Contas a Receber (Líq.) Estoques Despesas Antecipadas Total do Circulante Não Circulante Realizável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Deprec. Acumulada Total do Não Circulante Total do Ativo

X7 400.000 6.000.000 2.000.000 600.000 9.000.000

X8 600.000 8.000.000 4.000.000 1.000.000 13.600.000

2.000.000 1.600.000 6.000.000 (1.200.000) 8.400.000 17.400.000

3.000.000 2.600.000 8.900.000 (2.100.000) 12.400.000 26.000.000

X7 2.400.000 1.200.000 3.000.000 800.000 7.400.000 4.000.000

X8 2.400.000 1.400.000 6.000.000 200.000 10.000.000 8.000.000

4.000.000 800.000 1.200.000 6.000.000 17.400.000

5.200.000 800.000 2.000.000 8.000.000 26.000.000

PaSSiVo Passivo Circulante Fornecedores Contas a Pagar Empréstimos Provisão para Imposto de Renda Total do Circulante Não Circulante Patrimônio Líquido Capital Reservas de Capital Reservas de Lucro Total do PL Total do Passivo


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Aula 9 - Análise das Demonstrações Financeiras

atiVidadeS 4.

Calcule os Índices de Endividamento, Liquidez e Rentabilidade da empresa

atiVo Circulante Disponível Duplicatas a Receber ( - ) Duplicatas Descontadas ( - ) Prov.Devedores Duvidosos Estoques Não Circulante Imobilizado ( - ) Depreciação Total do Ativo PaSSiVo e Pl Circulante Fornecedores Empréstimos Não Circulante Empréstimos L. Prazo Total do Não Circulante Patrimonio Liquido Capital ( - ) Prejuízos Acumulados Total do Passivo e PL Demonstração de Resultado Vendas Brutas ( - ) Impostos Vendas Líquidas Custo das Mercadorias Vendidas Lucro Bruto ( - ) Despesas com vendas ( - ) Despesas administrativas ( - ) DespesasFinanceiras ( - ) Depreciação ( - ) Devedores Duvidosos Despesas Lucro (Prejuízo) Líquido

X1

X2

X3

4.000 60.000 (30.000) (2.000) 80.000

10.000 80.000 (50.000) (3.000) 60.000

8.000 50.000 (30.000) (2.000) 100.000

200.000 (20.000) 180.000 292.000

250.000 (45.000) 205.000 302.000

300.000 (75.000) 225.000 351.000

X1

X2

X3

X4 12.000 90.000 (50.000) (4.000) 120.000

X5 5.000 120.000 (60.000) (4.000) 90.000

350.000 400.000 (110.000) (150.000) 240.000 250.000 408.000 401.000 X4

X5

10.000 76.000 86.000

20.000 87.000 107.000

25.000 136.000 161.000

20.000 208.000 228.000

16.000 225.000 241.000

130.000 130.000

130.000 130.000

130.000 130.000

130.000 130.000

130.000 130.000

100.000 (24.000) 76.000 292.000

100.000 (35.000) 65.000 302.000

100.000 (40.000) 60.000 351.000

100.000 (50.000) 50.000 408.000

100.000 (70.000) 30.000 401.000

300.000 500.000 (45.000) (75.000) 225.000 425.000 (180.000) (300.000) 75.000 125.000 (15.000) (25.000) (14.000) (12.000) (48.000) (71.000) (20.000) (25.000) (2.000) (3.000) (99.000) (136.000) (24.000) (11.000)

1.100.000 1.300.000 1.200.000 (165.000) (195.000) (180.000) 935.000 1.105.000 1.020.000 (660.000) (780.000) (720.000) 275.000 325.000 300.000 (55.000) (65.000) (60.000) (17.000) (21.000) (24.000) (176.000) (210.000) (192.000) (30.000) (35.000) (40.000) (2.000) (4.000) (4.000) (280.000) (335.000) (320.000) (5.000) (10.000) (20.000)


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral


Aula 9 - Análise das Demonstrações Financeiras

AULA

10 Estrutura de Capital neSta aUla

´ Índices de atividades ´ Índices de atividades e situação fi nanceira ´ Necessidade de Capital de Giro ´ Análise da Taxa de Retorno sobre os Investimentos

MetaS de CoMPReenSÃo ´ Identifi car a necessidade de capital de giro de uma empresa, bem como avaliar a questão de investimento para o crescimento da empresa. ´ Relacionar os conceitos contábeis envolvidos na análise fi nanceira.

´ aPReSentaÇÃo Nesta aula vamos abordar especificamente a Estrutura de Capital das empresas. É através desta estrutura que a empresa consegue fazer investimentos, gastos, despesas, de tal forma a atingir o objetivo que é o lucro. Já verificamos em aulas anteriores basicamente o conteúdo que será necessário para desenvolvermos este aula final da unidade curricular. Todos os conceitos vistos desde a primeira aula, os conceitos de Contabilidade e suas funções, o conceito patrimonial através dos grupos de conta de Ativo e Passivo; o patrimônio das empresas; os Bens, Direitos e Obrigações e o resultado patrimonial de uma empresa.

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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

índices de atividade Para entender melhor a situação fi nanceira, vamos estudar neste tópico, quanto tempo (dias) a empresa demora, em média, para: receber vendas, pagar compras e para renovar seu estoque. Quanto maior a velocidade de recebimento de vendas e renovação de estoque, melhor. Do contrário, quanto menor for a velocidade do pagamento de compras, desde que não haja atrasos, melhor. Veja que o Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV) somado ao Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE) aproxima-se muito do Ciclo Operacional da empresa, já que foi medido, em média, quanto tempo (dias) os estoques demoram a serem vendidos, e somamos ao prazo de recebimento das vendas. O preferencial seria que a empresa atingisse uma posição, na qual o Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE), somado ao Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV) resultasse igual ou inferior ao Prazo Médio de Pagamento de Compras (PMPC).

((PMRE + PMRV) / PMPC)) ≤ 1

Quando se tratar de uma empresa industrial, a difi culdade se destacará, uma vez que aparecem no cálculo do Custo do Produto Vendido (publicado na DRE) os Gastos Gerais de Fabricação (Mão de obra Direta + Outros Custos Diretos de Fabricação + Custos Indiretos de Fabricação). CPV = EI + C + GGF - EF

´ Valores Médios O saldo no fi nal do exercício de Duplicatas a Receber (BP) representa uma parte do total de vendas (VDR). Certamente, duplicatas a Receber representam as vendas do fi nal do ano. Atentando para o total de vendas, notaremos que nessa conta, estão acumuladas vendas do ano todo (e não só do fi nal do ano). Por isso, limitaríamos muito a qualidade de nosso índice, se comparássemos as duplicatas do fi nal do exercício com as vendas acumuladas de todo o período, dadas as distorções causadas pela infl ação e as variações de vendas. Por isso, a fi m de melhorar a representatividade de Duplicatas a Receber, é recomendável que se utilizem valores médios de Duplicatas a Receber, apenas se houver infl ação alta ou oscilações relevantes de vendas. Todavia, se a empresa tem vendas e compras regulares, uniformes, no


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Aula 10 - Estrutura de Capital

ano, numa economia com baixa infl ação, é possível trabalhar com os valores fi nais de estoques, Duplicatas a Receber e Compras e Fornecedores. É assim que faremos agora em relação à empresa Casa das Lingeries Ltda.

´ 1º. Prazo Médio de Recebimento de Vendas PMRV = (360 dias X Duplicatas a Pagar a Receber) / Vendas Brutas PMRV20X5 = (360 X 220.000) / 800.000 = 99 dias

A empresa espera, em média, 99 dias para receber suas vendas. Este índice indica, em média, quantos dias a empresa esperar para receber as suas vendas.

´ 2º. Prazo Médio de Pagamento de Compras PMPC =( 360 dias X Fornecedores) / Compras Compras -> CMV = EI + C – EF -> 650.000 = 390.000 + C – 420.000 C = 680.000 PMPC20X5 = (360.000 X 220.000) / 680.000 = 116 dias

Indica, em média, quantos dias a empresa demora para pagar as suas compras.

´ 3º. Prazo Médio de Renovação de estoques PMRE = (360 X Estoques) / Custo das Vendas PMRE20X5 = (360 X 420.000) / 650.000 = 232 dias (em média, a cada 232 dias, a empresa renova – vende – seu estoque).

Indica, em média, quantos dias a empresa leva para vender seu estoque.

´ 4º. Posicionamento de atividade (Posição Relativa) PA = (PMRE + PMRV ) / PMPC = (232 dias + 99 dias ) PMPC (totalmente desfavorável)

/116 dias

= 2,85


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Capital de Giro: Pode ser entendido como ativo circulante. Capital de movimento ou capital de trabalho.

Giro: Rotação de um bem, no qual se tem seu investimento, financiamento e seu reinvestimento. Alguns exemplos: giro de estoque e giro do ativo.

O ideal seria que esse índice se aproximasse de 1, ou de valor menor que 1. Nesse caso, a empresa demora em vender (PMRE) e, para receber suas vendas (PMVR), o prazo exagerado de 331 dias (232 + 99). O prazo de quase um ano é seu Ciclo Operacional. Por outro lado, em 116 dias paga suas compras. Em outras palavras, a empresa nem vendeu ainda (PMRE = 232 dias) e já precisou pagar salário, aluguel, fornecedores etc. Isso evidencia problemas de capital de giro. O fato de ser um giro tão lento de estoque provoca uma Liquidez Seca baixa de 0,82 em 20x5. Embora a Liquidez Corrente (2,32) seja satisfatória, consideramos que o item estoque pesa demasiadamente e preocupa o analista, o credor etc. O prazo médio de recebimento das vendas (99) também é alto, embora avaliado pelo prazo do pagamento das compras (116 dias).

índices de atividades e situação financeira No início desta aula, admitimos uma empresa que gira o estoque em 30 dias e recebe as vendas em 54 dias, pagando as compras em 90 dias. Vimos que a posição relativa dos prazos é favorável e igual a 0,93.

PMRE 30 dias

equivalente ao Ciclo operacional = 84 dias PMRV 54 dias

folga 6 dias

PMPC = 90 dias Nesse caso, a empresa tem uma folga fi nanceira de seis dias, ou seja, após vender e receber esperará seis dias para pagar suas compras com fornecedores. Admitamos que a empresa tivesse que pagar suas compras em 60 dias. Nesse caso, a posição relativa seria 84/60 = 1,40 – considerada desfavorável.

PMRE = 30 dias PMPC = 60 dias

equivalente ao Ciclo operacional = 84 dias PMRV = 54 dias

O período de 24 dias que a empresa pagaria antes de receber as vendas, conhecido como Ciclo Financeiro, signifi ca Necessidade de Capital de Giro a ser fi nanciada.


147

Aula 10 - Estrutura de Capital

necessidade de Capital de Giro Para um cálculo mais adequado à Necessidade de Capital de Giro (NCG), não poderíamos comparar o Giro de Estoque (PMRE) e Recebimento das Vendas a Prazo (PMRV) apenas com o Pagamento de Fornecedores (PMPC). Para se produzir estoque e vendê-lo, outros componentes operacionais, além das compras, fazem parte do ciclo ininterrupto das operações da empresa. Esses outros componentes são conhecidos como contas cíclicas, pois sempre estão sendo alimentadas na produção e venda dos estoques: ativo Circulante Quando compra Matéria-Prima (PM) gera -> Quando transforma MP em estoques gera -> Quando vende a prazo os estoques gera ->

Passivo Circulante Fornecedores Salários a pagar Impostos a escolher

Na empresa Casa das Lingeries Ltda. Estudamos uma situação em que a Posição Relativa é de 2,85 (o ideal seria menos que 1). No ano de 20X5, as contas cíclicas eram: ativo Circulante Duplicatas a Receber Estoques

Passivo Circulante 220.000 Fornecedores 420.000 Salário a Pagar 640.000

220.000 40.000 260.000

Necessidade de Capital de Giro = Ativo Circulante Cíclico (-) Passivo Circulante Cíclico NCG = 640.000 – 260.000 NCG = 380.000

análise da taxa de Retorno sobre os investimentos Identifi cação da melhor fórmula. Retorno é lucro obtido pela empresa. Investimento é toda aplicação realizada pela empresa com o objetivo de obter lucro (retorno). As aplicações estão em evidência no Ativo. Assim, temos aplicações em disponíveis, estoques, imobilizados, investimentos etc. A combinação dessas aplicações todas proporciona resultado para a empresa: lucro ou prejuízo.


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Unidade Curricular: Contabilidade Geral

Taxa de Retorno sobre o Investimento (TRI) = Lucro/Ativo

Nem sempre é fácil calcular a verdadeira Taxa de Retorno Operacional. Encontramos obstáculos para a apuração dessa taxa. Por isso, os analistas, em geral, dão a preferencia a calcular a Taxa de Retorno Total, considerando o Lucro Líquido sobre o Ativo Total. Operacionalmente, esse é o melhor processo, e, em virtude disso, adotaremos tal critério, ou seja: TRI = Lucro Líquido / Ativo Total

´ taxa de Retorno e Margem X Giro A taxa de Retorno pode decompor-se em dois elementos que contribuirão sensivelmente para seu estudo: Margem de Lucro Líquido. Signifi ca quantos centavos de cada real de venda restaram após a dedução de todas as despesas (inclusive o Imposto de Renda). Evidente que, quanto maior a margem, melhor. Margem de Lucro = Lucro Líquido / Vendas = $ .. Centavos de lucro para $ 1,00 vendido

Estes indicadores de Lucro sobre Vendas são conhecidos como lucratividade, ou seja, apuram quantos centavos se ganha por real vendido. Giro Ativo. Signifi ca a efi ciência com que a empresa utiliza seus Ativos, com o objetivo de gerar reais de vendas. Quanto mais for gerado de vendas, mais efi cientemente os Ativos serão utilizados. Giro do Ativo = Vendas / Ativo Total = a empresa vendeu o correspondente a ... vezes seu Ativo

Este indicador é conhecido também como “produtividade”. Quanto mais o Ativo gerar em vendas reais, mais efi ciente a gerência está sendo na administração dos investimentos (Ativo). A ideia é produzir mais, vender mais, numa proporção maior que os investimentos no Ativo. Taxa de Retorno sobre multiplicação da Margem ganham mais na margem, que ganham mais no giro

investimentos. Pode ser obtida por meio da de Lucro pelo Giro Ativo. As empresas que normalmente ganham no preço. As empresas visam à quantidade. A rentabilidade de uma


149

Aula 10 - Estrutura de Capital

empresa é obtida por meio de uma boa conjugação entre Preço e Quantidade, ou seja, entre Margem (lucratividade) e Giro (produtividade): Margem de Lucro X Giro Ativo = TRI

Vejamos: Margem de Lucro X Giro do Ativo = ? (Lucro Líquido / Vendas) X (Vendas / Ativo Total) = ? Lucro Líquido / Ativo total = TRI Assim: Margem de Lucro X Giro do Ativo = TRI

Saiba Giro do arivo é a receita bruta de vendas e serviços dividido pelo ativo total. Mede a eficiência operacional da empresa.

Análise da margem X giro As empresas podem ter a mesma Taxa de Retorno sobre Investimentos com Margem e Giro totalmente diferentes. Margem1 X Giro empresa a ->

tRi -> 15% = 0,15 X 1,0

empresa b ->

tRi -> 15% = 0,075 X 2,0

empresa C ->

tRi -> 15% = 0,20 X 0,75

Assim, conforme a característica de cada empresa, o ganho poderá ocorrer numa concentração maior sobre o giro ou sobre a margem. Empresas que necessitam de grandes investimentos terão difi culdades em vender o correspondente a uma vez seu Ativo durante o ano, ou, ainda, necessitam de vários anos para vendê-lo o correspondente a uma vez apenas. Essas empresas ganharão na margem para obter uma boa TRI. São os casos das usinas hidrelétricas, do metrô, de cias. telefônicas etc. Se o metrô desejar uma TRI de 20% ao ano, sabendo que demorará, em média quatro anos para vender uma vez seu Ativo, deverá planejar uma Margem de Lucro de 80%:


150

Unidade Curricular: Contabilidade Geral

TRI = Margem X Giro 20% =

x

X 0,25  x = 80

´ fórmula du Pont Analisaremos, por meio deste modelo, todos os itens que participam, ou seja, que contribuem para a formação da TRI. No Quadro 10.4, temos todos os componentes que formam a Taxa de Retorno. Tudo será analisado, item por item. Qual item está contribuindo em proporção maior, por exemplo, para a queda da Taxa de Retorno? Admitamos que a TRI da Cia. Maria Júlia esteja decaindo com o passar dos anos. Apurou-se que a razão básica é a queda da Margem de Lucro, pois o Giro se manteve constante. Aprofundando a análise, fi cou constatado que o Custo Total está crescendo mais que as Vendas; que as Despesas Operacionais cresceram em proporção maior que todos os itens de Custos, que as Despesas Administrativas são as que mais subiram. Assim, conhecemos onde reside o problema, a fi m de que possamos agir para solucioná-lo. A Cia. Tatiana, com fi m especulativo, compra um grande lote de Estoque (a prazo) para ganhar com a infl ação. No fi nal do ano, seu presidente constata com surpresa que a TRI da Tatiana caiu. Qual foi o motivo? Ora, aumentando o Estoque, aumentará o Ativo Circulante, que, por sua vez, aumentará o Ativo Total. Com o aumento do Ativo Total sem correspondência nas Vendas, aumentará o denominador (não aumenta o numerador), o Giro cairá e consequentemente, cairá a TRI. Todo esse tipo de análise pode ser realizado simples e objetivamente, de acordo com o Quadro 10.4.

´ Quadro 10.4 esquema completo da análise Margem X Giro Custos dos Produtos Vendidos +

Despesas de vendas +

Despesas

Despesas Administrativas + Despesas Financeiras

Vendas Lucro Líquido Margem Líquida

Dividido pelas

Despesas não operacionais +

Custo total Outras ?Despesas

Vendas Taxa de Retorno

+

Menos

multiplicado pelo

Outras Disponível Vendas

Giro Ativo

Provisão para IR +

Ativo Circulante

+ Duplicatas a Receber

Dividido pelo

+ Estoques

Ativo Total

Mais Real L. razo + Ativo não Circulante

Investimentos + Imobilizado + Intangivel


151

Aula 10 - Estrutura de Capital

´ Exemplo de análise margem X giro BALANÇO PATRIMONIAL Demonstrações Financeiras da Cia. Deocleciano - Em $ milhões ATIVO 31-12-de PASSIVO 31-12-de Circulante 20X1 20X2 20X3 Circulante 20X1 20X2 20X3 Disponível 400 450 500 Fornecedores 200 400 500 Duplicatas a Receber 500 800 1.400 Empréstimos 900 1.000 1.100 Estoque 600 750 1.100 Bancários 100 100 100 Total do Circulante 1.500 2.000 3.000 Outros 1.200 1.500 1.700 Circulante 1.000 1.200 1.200 Total do Circulante 100 120 1.000 Não Circulante Realizável a L. P Investimento Imobilizado Intangível Total do N. Circulante Total do Ativo

1.100 1.350 1.800 400 450 500 300 200 100 2.800 3.200 3.600 4.300 5.200 6.600

Não Circulante Financiamentos (ELP) Patrimônio Líquido Capital e Reservas

3.000 3.580 3.900 4.300 5.200 6.600

Total do Passivo + PL

´ Demonstração do resultado do exercício Em $ Milhões PERÍODOS Receita Líquida (-) Custo da Mercadoria Vendida = Lucro Bruto (-) Despesas Operacionais* De vendas Administrativas Financeiras = Lucro Operacional (-) Despesa Não Operacional = Lucro antes do Imposto de Renda (-) Provisão para Imposto de Renda e Contr. Social (300) = Lucro Líquido

20X1 2.500 (900) 1.600

20X2 3.000 (1.100) 1.900

20X3 3.300 (1.200) 2.100

(200) (150) (300) 950 (110) 840 (320) 540

(300) (180) (400) 1.020 (100) 920 (320) 600

(350) (200) (500) 1.050 (120) 930 610

Taxa de Retorno sobre Investimentos2 20X1 = (LL / Ativo) = (540 / 4.300) = 12,56% 20X2 = (LL / Ativo) = (600 / 5.200) = 11,54%

20X3 = (LL / Ativo) = (610 / 6.600) = 9,246%


152

Unidade Curricular: Contabilidade Geral

tRoCando ideiaS Entre no Fórum do ambiente virtual e compartilhe ideias sobre a seguinte questão: Realmente é importante a empresa conhecer a estrutura de formação de seu capital ou é melhor a empresa somente focar na busca de seus resultados?

SínteSe Vimos nesta aula que os Índices de Atividade são importantes para a tomada de decisão, mas somente eles isoladamente não refl etem uma realidade, é necessário ter o cruzamento com a situação fi nanceira. Vimos também qual a necessidade de Capital de Giro de uma empresa, e a análise da Taxa de Retorno sobre os Investimentos.


153

Aula 10 - Estrutura de Capital

atiVidadeS Como podemos nos utilizar dos índices de atividade para analisar a situação financeira das empresas?

atiVidadeS Qual a relação existente entre os índices de atividade e o Ciclo Operacional e o Ciclo Financeiro? Dê um exemplo.

atiVidadeS Analise a afirmativa: “Os índices de atividade evidenciam os prazos necessários para que os itens do Ativo se renovem e para que possamos analisar o Ciclo Operacional e o Ciclo Financeiro.”


154

Unidade Curricular: Contabilidade Geral

atiVidadeS Como o processo contábil pode auxiliar o empresário?

atiVidadeS Uma empresa com PMRE igual a 20 dias e PMRV igual a 45 dias terá um ciclo operacional igual a: a. 25 dias b. 65 dias c. 35 dias d. 45 dias e. Impossível calcular

atiVidadeS A Empresa Modelo possui ciclo operacional igual a 88 dias e PMPC igual a 90 dias. Nesse caso temos que: a. O ciclo financeiro dessa empresa será de 178 dias. b. A empresa terá que se financiar em 2 dias. c. A Cia tem uma folga financeira de 2 dias. d. A empresa terá que se financiar em 3 dias. e. A empresa tem uma folga financeira de 3 dias.


155

Aula 10 - Estrutura de Capital

atiVidadeS Como a Participação no Lucro estimula os funcionários a melhorar a produtividade da empresa?

atiVidadeS Como podemos dizer que as empresas modernas preferem estimular seus funcionários a ganhar no lucro da empresa que nos aumentos de salários?

atiVidadeS Na análise Du Pont é comum dizermos que nenhum investimento ou despesa pode crescer mais que as vendas. Explique essa afirmativa.


156

Unidade Curricular: Contabilidade Geral


Aula 10 - Estrutura de Capital Bibliografia

157

BIBLIOGRÁFIA: •• Equipe de Professores FEA/USP. Contabilidade Introdutória, 11 Ed. São Paulo: Atlas, 2010. •• GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira, 12 Ed. São Paulo: Pearson Education, 2010. •• IUDÍCIBUS, Sergio de. Teoria da Contabilidade, 10 Ed. São Paulo: Atlas, 2010. •• MARION, José Carlos. Contabilidade Básica, 10 Ed. São Paulo: Atlas, 2009. •• MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos, 10 Ed. São Paulo: Atlas, 2010. •• RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Geral Fácil, 8ª. Ed. São Paulo: Saraiva, 2012.


AULA

1

Expectativas de resposta

´ Classifique as contas entre Ativo e Passivo e demonstre o Balanço Patrimonial: Computador Mercadorias Impostos a Pagar Caixa

Ativo Ativo Passivo Ativo

3.000,00 5.000,00 10.000,00 15.000,00

Duplicatas a Pagar Capital Social Títulos a Receber Imóvel

Passivo Passivo Ativo Ativo

8.000,00 37.000,00 12.000,00 20.000,00

Na atividade proposta, você deverá realizar a classifi cação das contas em seus respectivos grupos e informar o valor do patrimônio de uma empresa, colocando em prática os conceitos aprendidos nesta aula. Após as atividades, temos os seguintes resultados: Contas Veículos Duplicatas a Pagar Bancos Estoques Duplicatas a Receber Dinheiro Imóvel Máquinas Aluguel a Pagar Títulos a Receber Marcas e Patentes Empréstimos a Pagar

tipo Bens Obrigações Bens Bens Direitos Bens Bens Bens Obrigações Direitos Bens Obrigações

Grupo Ativo Passivo Ativo Ativo Ativo Ativo Ativo Ativo Passivo Ativo Ativo Passivo


AULA

1

Expectativas de resposta ativo bens Caixa Móveis Estoques direitos Duplicatas Receber Valores a Receber total

Passivo 23.000,00 obrigações 10.000,00 Títulos a Pagar 8.000,00 Salários a Pagar 5.000,00 29.000,00 Patrimônio 4.000,00 25.000,00 52.000,00 total

ativo ativo Circulante Caixa Mercadorias Títulos Receber ativo não Circulante Computador Imóvel total

Passivo 32.000,00 Passivo Circulante 15.000,00 Impostos Pagar 5.000,00 Duplicatas Pagar 12.000,00 23.000,00 Patrimônio 3.000,00 Capital Social 20.000,00 55.000,00 total

13.000,00 6.000,00 7.000,00 39.000,00

52.000,00

18.000,00 10.000,00 8.000,00 37.000,00 37.000,00 55.000,00


AULA

2

Expectativas de resposta

´ Nas atividades dessa aula, espera-se de você o desenvolvimento do modo como foram classificadas as contas, através do conceito de método das partidas dobradas. Da mesma forma que o exemplo apresentado durante a aula, deverão ser realizados os razonetes de todas as operações e, ao final da última operação, o aluno desenvolverá o Balanço Patrimonial. A empresa Papai Noel Ltda., realizou as seguintes operações:

• Integralização de Capital Social no valor de R$ 100.000,00 em dinheiro;

• Aquisição de Mercadorias no valor de R$ 15.000,00;

• Compra de Imóvel no valor de R$ 200.000,00, tendo pago 10% a vista e o restante parcelado em 60 meses;

• Abertura de conta bancária no valor de R$ 10.000,00;

• Pagamento da 1ª. parcela do imóvel através de cheque.

Elabore o Balanço Patrimonial em 29/12/2011, por meio dos razonetes. Dois sócios decidem investir em um restaurante cujo capital inicial previsto é de R$ 200.000,00, com participação igual para cada um. O sócio A oferece integralizar sua parte através de um imóvel comercial e o sócio B irá integralizar em dinheiro R$ 70.000,00; o restante será integralizado em até 2 anos. a. Efetue a operação através de razonetes; b. Apresente o Balanço Patrimonial.

´ Atividade 1 Vamos praticar os conceitos aprendidos de forma a fixar os mesmos? Elabore o Balanço Patrimonial a partir das informações a seguir: a. Integralização de Capital Social, no valor de R$ 50.000,00 em dinheiro; b. Compra de Veículo, no valor de R$ 15.000,00, parcelado em 15 prestações mensais; c. Abertura de conta bancária no valor de R$ 3.000,00; d. Aquisição de Mercadorias a prazo no valor de R$ 6.000,00; e. Pagamento da 1ª. parcela do veículo através de cheque.


AULA

2

Expectativas de resposta a. Integralização de Capital Social, no valor de R$ 50.000,00 em dinheiro; atiVo AC Caixa total

PaSSiVo PL 50.000,00 Capital Social 50.000,00 total

50.000,00 50.000,00

b. Compra de Veículo, no valor de R$ 15.000,00 parcelado em 15 prestações mensais; atiVo AC Caixa ANC Veículo

total

c. atiVo AC Caixa Bancos ANC Veiculo

total

PaSSiVo PC 50.000,00 Títulos Pagar PNC 15.000,00 Títulos Pagar Longo Prazo PL Capital Social 65.000,00 total

12.000,00 3.000,00

50.000,00 65.000,00

Abertura de conta bancária no valor de R$ 3.000,00; PaSSiVo PC 47.000,00 Títulos Pagar 3.000,00 PNC 15.000,00 Títulos a Pagar Longo Prazo PL Capital Social 65.000,00 total

12.000,00

3.000,00

50.000,00 65.000,00


AULA

2

Expectativas de resposta d. Aquisição de Mercadorias a prazo no valor de R$ 6.000,00; atiVo AC Caixa Bancos Mercadorias

ANC Veículo total

PaSSiVo PC 47.000,00 Títulos a Pagar 3.000,00 Fornecedores 6.000,00 PNC Títulos Pagar Longo Prazo 15.000,00 PL Capital Social 71.000,00 total

12.000,00 6.000,00

3.000,00

50.000,00 71.000,00

e. Pagamento da 1ª. parcela do veículo através de cheque atiVo AC Caixa Bancos Mercadorias

ANC Veículo total

PaSSiVo PC 47.000,00 Títulos a Pagar 2.000,00 Fornecedores 6.000,00 PNC Títulos a Pagar Longo Prazo 15.000,00 PL Capital Social 70.000,00 total

11.000,00 6.000,00

3.000,00

50.000,00 70.000,00


AULA

2

Expectativas de resposta ativo Ativo Circulante Caixa Bancos Mercadorias Impostos Recuperar Clientes Duplicatas Descontadas Prov. Dev. Duvidosos Ativo Não Circulante Máquinas Móveis Depreciação Acumulada

total

Passivo Passivo Circulante Fornecedores Duplicatas Pagar Salários Paga Impostos Pagar Contas a Pagar

-

-

192.000,00 50.000,00 35.000,00 25.000,00 25.000,00 70.000,00 3.000,00 10.000,00 Passivo Não Circulante Títulos a Pagar Longo Prazo 100.000,00 80.000,00 Patrîmônio Líquido 30.000,00 Capital Socia 10.000,00 Capital a Integralizar Lucros Acumulados Prejuízos Acumulados 292.000,00 total

102.000,00 45.000,00 26.000,00 6.000,00 15.000,00 10.000,00 45.000,00 45.000,00 145.000,00 150.000,00 40.000,00 60.000,00 25.000,00 292.000,00

Testes página 37: 1

A

2

B

3

D

A empresa Papai Noel Ltda., realizou as seguintes operações: • Integralização de Capital Social no valor de R$ 100.000,00 em dinheiro; • Aquisição de Mercadorias no valor de R$ 15.000,00; • Compra de Imóvel no valor de R$ 200.000,00, tendo pago 10% a vista e o restante parcelado em 60 meses; • Abertura de conta bancária no valor de R$ 10.000,00; • Pagamento da 1ª. parcela do imóvel através de cheque.


AULA

2

Expectativas de resposta CAIXA

CAPITAL SOCIAL 100.000,00

100.000,00

15.000,00 20.000,00 10.000,00 55.000,00

100.000,00

MERCADORIAS

IMÓVEL

15.000,00

200,000,00

15.000,00

200,000,00

TÍTULOS A PAGAR

TÍTULOS A PAGAR - LONGO PRAZO

36.000,00

144.000,00

33.000,00

144.000,00

3.000,00


AULA

2

Expectativas de resposta BANCOS 10.000,00

36.000,00

3.000,00

7.000,00

atiVo atiVo CiRCUlante CAIXA BANCOS MERCADORIAS

atiVo nao CiRCUlante IMÓVEL total

BALANÇO PATRIMONIAL PaSSiVo PaSSiVo CiRCUlante 55.000,00 TITULOS A PAGAR 33.000,00 7.000,00 15.000,00 PASSIVO NAO CIRCULANTE TÍTULOS A PAGAR - LONGO PRAZO 144.000,00 PatRiMonio liQUido 200.000,00 CAPITAL SOCIAL 100.000,00 277.000,00 total 277.000,00

Dois sócios decidem investir em um restaurante cujo capital inicial previsto é de R$ 200.000,00, com participação igual para cada um. O sócio A oferece integralizar sua parte através de um imóvel comercial e o sócio B irá integralizar em dinheiro R$ 70.000,00; o restante será integralizado em até 2 anos. a. Efetue a operação através de razonetes; b. Apresente o Balanço Patrimonial.


AULA

2

Expectativas de resposta CAPITAL SOCIAL

IMÓVEL

200.000,00

100.000,00

200.000,00

100.000,00

CAIXA

CAPITAL A INTEGRALIZAR

70.000,00

30.000,00

70.000,00

30.000,00

atiVo atiVo CiRCUlante CAIXA ATIVO NAO CIRCULANTE IMÓVEL total

atiVo atiVo CiRCUlante CAIXA ATIVO NAO CIRCULANTE IMÓVEL total

balanÇo PatRiMonial PaSSiVo PatRiMônio líQUido 70.000,00 CAPITAL SOCIAL 200.000,00 CAPITAL A INTEGRALIZAR - 30.000,00 100.000,00 170.000,00 total

170.000,00

balanÇo PatRiMonial PaSSiVo PatRiMônio líQUido 70.000,00 CAPITAL SOCIAL 200.000,00 CAPITAL A INTEGRALIZAR - 30.000,00 100.000,00 170.000,00 total

170.000,00


AULA

3

Expectativas de resposta ´ Atividade 1 Classifique as contas entre Ativo, Passivo, Despesas e Receitas. Caixa Duplicatas a Pagar Aluguel Duplicatas Descontadas Salários a Pagar Mercadorias Depreciação Vendas Impostos sobre vendas Máquinas e Equipamentos Capital Social Empréstimos a Receber de Longo Prazo Salários Comissões sobre vendas Impostos a Pagar Custo Mercadorias Vendidas Neste primeiro exercício, você deve estar atento aos tipos de contas e seus respectivos grupos de forma a identificar onde será informado no Balanço Patrimonial e DRE. Neste exercício, a expectativa é de que você classifi que as contas conforme exposto no plano de contas, principalmente na estrutura quanto a: Ativo, Passivo, Despesas e Receitas:


AULA

3

Expectativas de resposta Caixa Duplicatas a Pagar Aluguel Duplicatas Descontadas Salários a Pagar Mercadorias Depreciação Vendas Impostos sobre vendas Máquinas e Equipamentos Capital Social Empréstimos a Receber de Longo Prazo Salários Comissões sobre vendas Impostos a Pagar Custo Mercadorias Vendidas

ativo Circulante Passivo Circulante Despesas Ativo Circulante Passivo Circulante Ativo Circulante Ativo Não Circulante Receitas Despesas Ativo Não Circulante Patrimônio Líquido Ativo Não Circulante Despesas Despesas Passivo Circulante Despesas

´ Atividade 2 Faça os razonetes das operações a seguir e elabore as demonstrações contábeis: a. Integralização de Capital no valor de R$ 50.000,00 em dinheiro; b. Compra de 50 unidades de mercadorias pelo valor de R$ 10.000,00; c. Pagamento de despesas com Manutenção de imóvel no valor de R$ 800,00; d. Venda de 10 mercadorias, pelo valor de R$ 4.000,00, a prazo; e. Aquisição de móveis para a empresa, no valor de R$ 5.000,00 a prazo. Faça os razonetes e registre as contas patrimoniais e de resultado, apurando o resultado do período. Neste caso prático, você deverá aplicar todos os conceitos já abordados, desde razonetes, débito e crédito e a elaboração do Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício.


AULA

3

Expectativas de resposta CAPITAL SOCIAL 50.000,00

CAIXA 50.000,00

10.000,00

800,00

50.000,00

39.200,00

ESTOQUE 10.000,00

2.000,00

8.000,00

MANUTENÇÃO 800,00

800,00

VENDAS

CLIENTES

4.000,00

4.000,00

4.000,00

4.000,00


AULA

3

Expectativas de resposta MÓVEIS

FORNECEDORES

5.000,00

5.000,00

5.000,00

5.000,00

CUSTO 2.000,00

2.000,00

atiVo atiVo CiRCUlante CAIXA CLIENTES ESTOQUE atiVo nao CiRCUlante MÓVEIS total

balanÇo PatRiMonial PaSSiVo PaSSiVo CiRCUlante 39.200,00 FORNECEDORES 4.000,00 8.000,00 PatRiMônio líQUido 5.000,00 CAPITAL SOCIAL LUCROS 56.200,00 total

5.000,00

50.000,00 1.200,00 56.200,00


AULA

3

Expectativas de resposta ´ Atividade 3 Através das contas abaixo, elabore o Balanço Patrimonial e a DRE: Capital Social Bancos Mercadorias Fornecedores Máquinas Títulos a Pagar Salários Depreciação Vendas Capital a Integralizar Provisão Devedores Duvidosos Computador Custo Salários a Pagar Caixa Depreciação Acumulada

R$ 40.000 R$ 6.000 R$ 20.000 R$ 5.000 R$ 40.000 R$ 20.000 R$10.000 R$ 5.000 R$ 60.000 R$ 5.000 R$ 2.000 R$ 7.000 R$ 15.000 R$ 10.000 R$ 37.000 R$ 8.000

Neste caso prático, você deverá aplicar todos os conceitos já abordados, desde razonetes, débito e crédito e a elaboração do Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício.

dRe VENDAS CUSTO MANUTENÇÃO LUCROS

4.000,00 2.000,00 800,00 1.200,00


AULA

3

Expectativas de resposta Capital Social Bancos Mercadorias Fornecedores Máquinas Títulos a Pagar Salários Depreciação Vendas Capital a Integralizar Provisão Devedores Duvidosos Computador Custo Salários a Pagar Caixa Depreciação Acumulada

atiVo atiVo CiRCUlante Caixa Bancos Mercadorias Provisão Devedores Duvidosos atiVo nao CiRCUlante Máquinas Computador Depreciação Acumulada totalR$

PL AC AC PC ANC PC D D R PL AC ANC D PC AC ANC balanÇo PatRiMonial PaSSiVo PaSSiVo CiRCUlante R$ 37.000 Fornecedores R$ 6.000 Títulos a Pagar R$ 20.000 Salários a Pagar -R$ 2.000 PatRiMonio liQUido R$ 40.000 Capital Social R$ 7.000 Capital a Integralizar R$ 8.000 LUCROS 100.000 total

R$ 40.000 R$ 6.000 R$ 20.000 R$ 5.000 R$ 40.000 R$ 20.000 R$ 10.000 R$ 5.000 R$ 60.000 R$ 5.000 R$ 2.000 R$ 7.000 R$ 15.000 R$ 10.000 R$ 37.000 R$ 8.000

R$ 5.000 R$ 20.000 R$ 10.000

R$ 40.000 5.000,00 R$ 30.000 100.000,00

dRe Vendas Custo Salários Depreciação LUCROS

R$ 60.000 -R$ 15.000 -R$ 10.000 -R$ 5.000 R$ 30.000


AULA

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Expectativas de resposta A constituição das provisões para férias, décimo terceiro salário e dividendos propostos é uma conduta profissional que atende a qual princípio contábil? Resposta A Um profissional contábil deixou de registrar duas notas fiscais referentes a uma operação de compra de ativo imobilizado porque não havia recebido estas notas, ao perceber isso, lançou no mês seguinte a operação, mesmo sem ter o documento em mãos. Houve alguma infração quanto aos Princípios Contábeis? Em caso positivo, descreva quais foram, justificando sua resposta. Com essa pergunta esperava-se que você compreendesse cada um dos princípios, identifi cando se as práticas contábeis utilizadas diariamente estão de acordo com a ética e princípios contábeis geralmente aceitos, de forma a resguardar a responsabilidade profi ssional. O profi ssional deixou de executar suas atribuições contábeis, ferindo o princípio da oportunidade, ao deixar de registrar o ativo no momento do fato gerador e também o princípio da objetividade, ao gerar informação contábil sem a devida prova documental.


AULA

5

Expectativas de resposta Esperamos que com as atividades propostas nesse aula você tenha conseguido diferenciar custos e despesas e aplicar os três métodos de apuração do estoque de forma, identificar qual deles proporciona um melhor resultado econômico e financeiro para uma tomada de decisão. Classifique as contas quanto a Custos Variáveis (CV), Custos Fixos (CF) e D (Despesas): Gastos com aluguel do escritório administrativo Gastos com energia elétrica da parte produtiva Salário do funcionário da portaria Consumo de matéria-prima Encargos financeiros Depreciação de máquina e equipamentos Mão de Obra utilizada para fabricação do produto “X” da empresa Salário do Gerente Administrativo Salário do Gerente da Produção Cálculo do valor percentual de cada grupo de conta representado dentro pelos agentes de despesa: Gastos com aluguel do escritório administrativo

D

Gastos com energia elétrica da parte produtiva

CV

Salário do funcionário da portaria

D

Consumo de matéria prima

CV

Encargos fi nanceiros

D

Depreciação de máquina e equipamentos

CF

Mão de Obra utilizada para fabricação do produto “X” da empresa

CF

Salário do Gerente Administrativo

D

Salário do Gerente da Produção

CF


AULA

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Expectativas de resposta Uma empresa possui apenas um único produto. O gasto de mão de obra utilizada para fabricação deste produto deve ser classifi cado como Alternativa D: CUSTO DIRETO FIXO Apurar o resultado da empresa Cia. Miracatu, utilizando os métodos PEPS, UEPS e MP. Uma empresa possui apenas um único produto. O gasto de mão de obra utilizada para fabricação deste produto deve ser classifi cado como RECEITA VENDA CUSTO VARIAVEL 1.000 X 350 CUSTO FIXO LUCRO

680.000,00 350.000,00 200.000,00 130.000,00

Exercício - Miracatu PEPS

EI

Quantidade 12,00 1 10,00 2 20,00

Entradas $ unitario 90,00 100,00 150,00

3

-

-

4

40,00

160,00

5

-

-

Total

82,00

$ Total Quantidade 1.080,00 1.000,00 3.000,00 -

6.400,00 -

11.480,00

Saídas $ unitario

$ Total -

-

Quantidade 12,00 10,00 20,00

Saldos $ unitario 90,00 100,00 150,00

$ Total 1.080,00 1.000,00 3.000,00

12,00 10,00 10,00 -

90,00 100,00 150,00 -

1.080,00 1.000,00 1.500,00 -

10,00 40,00

150,00 160,00

1.500,00 6.400,00

10,00 35,00

150,00 160,00

1.500,00 5.600,00

5,00

160,00

800,00

10.680,00

5,00

160,00

800,00

77,00

UEPS

EI

Quantidade 12,00 1 10,00 2 20,00

Entradas $ unitario 90,00 100,00 150,00

3

-

-

4

40,00

160,00

5

-

-

Total

82,00

$ Total Quantidade 1.080,00 1.000,00 3.000,00 -

6.400,00 -

11.480,00

Saídas $ unitario

$ Total -

-

Quantidade 12,00 10,00 20,00

Saldos $ unitario 90,00 100,00 150,00

$ Total 1.080,00 1.000,00 3.000,00

20,00 10,00 2,00 -

150,00 100,00 90,00 -

3.000,00 1.000,00 180,00 -

10,00 40,00

90,00 160,00

900,00 6.400,00

40,00 5,00

160,00 90,00

6.400,00 450,00

5,00

90,00

450,00

11.030,00

5,00

90,00

450,00

77,00


AULA

5

Expectativas de resposta MĂŠdia Ponderada

EI

Quantidade 12,00 1 10,00 2 20,00

Entradas $ unitario 90,00 100,00 150,00

3

-

-

4

40,00

160,00

5

-

-

Total

82,00

Vendas CMV Despesas Operacionais Receitas Financeiras Lucro

$ Total Quantidade 1.080,00 1.000,00 3.000,00 -

6.400,00 -

11.480,00

SaĂ­das $ unitario

$ Total -

32,00

120,95

-

-

45,00

152,19

77,00

-

Quantidade 12,00 10,00 20,00 42,00

Saldos $ unitario 90,00 100,00 150,00 120,95

$ Total 1.080,00 1.000,00 3.000,00 5.080,00

10,00 40,00 50,00

120,95 160,00 152,19

1.209,52 6.400,00 7.609,52

5,00

152,19

760,95

5,00

152,19

760,95

3.870,48

6.848,57

10.719,05

dRe PePS UePS MP 15.400,00 15.400,00 10.680,00 11.030,00 6.000,00 6.000,00 4.500,00 4.500,00 3.220,00 2.870,00

15.400,00 10.719,05 6.000,00 4.500,00 3.180,95


AULA

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Expectativas de resposta O que é preço de venda? Você, aluno, deverá explicar o conceito e incluir as variáveis que ele utilizou para a elaboração do preço de venda. Como exemplo: custos diretos somados aos custos indiretos, somados à expectativa de margem. O que é mark up? Nesta pergunta se espera que você, aluno, disserte sobre formação de preço e especifi camente de margem de lucro. A empresa XTR estimou os seguintes custos para fabricar um determinado produto: Matéria-prima: R$ 25,00 Custos de conversão: R$ 18,00 Os seguintes dados são utilizados para determinar o preço da venda: ICMS = 18% PIS = 0,65% COFINS = 3,00% Lucro antes do imposto de renda = 18,00% Despesas Administrativas = 5% sobre o custo de conversão. Despesas Comerciais = 8% sobre o custo de conversão. Determine: O mark-up de venda com impostos. O mark-up de venda sem impostos. O mark-up de venda com imposto: 73,68 O mark up de venda sem imposto:57,73 A empresa Papai Noel Ltda. fabrica produtos sob encomenda e está participando de uma concorrência para o fornecimento de um tanque de armazenamento de óleo. Com base nos dados da engenharia foram estimados os seguintes custos: Materiais = R$ 120.000,00


AULA

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Expectativas de resposta Mão de obra direta = R$ 40.000,00 Custos Indiretos (fixos e variáveis) = R$ 30.000,00 Estudos realizados pelo departamento de custos da empresa apontam que as despesas administrativas e comerciais representam 10% dos custos de conversão. Os seguintes dados são base para a formação do preço de venda: IPI = 5% ICMS = 18% PIS = 0,65% COFINS = 3,00% A empresa considera como margem de lucro 10% sobre os custos dos materiais. Determine o preço de venda à vista. O preço de venda à vista é R$ 279.481,93.


AULA

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Expectativas de resposta Com base nos dados, calcular o custo por absorção. Gastos Comissões de vendedores Salários da fábrica Matéria-prima consumida Salários da administração Depreciação na fábrica Seguros da fábrica Gastos fi nanceiros Honorários da diretoria Materiais diversos – fábrica Energia elétrica – fábrica Manutenção Gastos de entrega Correios e telefone Material de consumo– escritório

(em R$) 40.000 100.000 300.000 60.000 40.000 5.000 15.000 60.000 15.000 55.000 50.000 35.000 6.000 4.000

A empresa consegue apropriar diretamente (através de medições objetivas) aos seus produtos os seguintes custos: Matéria-prima: Através de um sistema de requisições, a empresa determina com exatidão a quantidade de matéria-prima utilizada na fabricação de cada produto. Essa quantidade é transformada em valor monetário (custo). Atenção: a matéria-prima enquanto no estoque não é custo. Só é considerada como tal quando é consumida para a elaboração de produtos, ou seja, quando faz parte dos produtos. Matéria Prima Produto A B C Total

Valores em Reais 70.000 80.000 150.000 300.000

Mão de obra: Do total de mão de obra, R$ 100.000, a empresa consegue apropriar diretamente R$ 90.000, através de apontamento de quanto tempo os operários trabalham para fazer cada produto. Esse tempo é transformado em valor monetário (custo). Os outros R$ 30.000 (supervisor, chefe e outros que não trabalham diretamente na elaboração dos produ-


AULA

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Expectativas de resposta tos) não são apropriados diretamente, devido à não possibilidade de se medir quanto da mão de obra está entrando em cada produto. Assim, eles serão apropriados de forma indireta, utilizando-se o critério de rateio, o que será visto adiante. M.O.D. Produto A B C Total

Valores em Reais 20.000 50.000 30.000 100.000

Energia elétrica: Do total de energia elétrica, R$ 55.000, a empresa consegue apropriar diretamente R$ 40.000, por ter instalado medidores em algumas máquinas, possibilitando a identifi cação do consumo de energia com a fabricação de cada produto. Esse consumo é transformado em valor monetário (custo). Os outros R$ 40.000 são apropriados de forma indireta (não há possibilidade de apropriação direta), utilizando-se critério de rateio. Energia Elétrica Produto A B C Total

Valores em Reais 8.000 20.000 12.000 40.000

Resumindo-se tem: Produto A B C Total

Matéria-Prima 70.000 80.000 150.000 300.000

M.o.d. 20.000 50.000 30.000 1000.00

energia elétrica 8.000 20.000 12.000 40.000

total do Custeio direto 98.000 150.000 192.000 440.000

Os custos que não puderam ser apropriados diretamente aos produtos serão alocados através de rateio (estimativas). Os custos que ainda não foram apropriados são os seguintes:


AULA

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Expectativas de resposta Gastos Salários da fábrica (M.O.I.) Depreciação na fábrica

Valores em Reais 60.000 40.000

Seguros da fábrica Materiais diversos – fábrica Energia elétrica – fábrica Manutenção – fábrica Total dos Custos Indiretos

5.000 15.000 55.000 50.000 225.000

A empresa terá que apropriar esses custos indiretos através de estimativas ou rateios. Para cada um deles pode determinar um critério de rateio específi co. No caso em questão, a empresa resolveu somar todos os custos indiretos e utilizar um único critério de rateio: com base no que cada produto recebeu de custos diretos.

Dessa forma, com base nos custos diretos, tem-se: PRodUto A B C TOTAL

total doS CUStoS diRetoS 98.000 150.000 192.000 440.000

PRoPoRÇÃo % 22 34 44 100

A proporção encontrada nessa base de rateio escolhida será utilizada para distribuir os custos indiretos aos produtos, conforme segue: PRodUto A B C TOTAL

PRoPoRÇÃo % 22.27 34 43,63 100

Rateio doS CUStoS indiRetoS - R$ 50.113,64 76.500,00 98.181,82 225.000


AULA

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Expectativas de resposta O custo total de cada produto é encontrado somando-se os custos diretos com os indiretos, como segue: PRODUTO A B C TOTAL

CUSTOS DIRETOS R$ 98.000,00 150.000,00 192.000,00 440.000,00

CUSTOS INDIRETOS R$ 50.113,64 76.704,55 98.181,82 225.000,00

CUSTO TOTAL R$ 148.113,64 226.704,55 290.181,82 665.000,00

Uma empresa tem custo total de R$ 25.000 quando produz 1.000 unidades em um período e de R$ 45.000 quando produz 2.000 em outro período. Considere 20.000 de custo fixo. Responda: a. qual é o custo fi xo de cada período? 20.000 b. qual é o custo variável de cada período? Para 1.000 = 5.000 e para 2.000 = 25.000 c. qual é o custo fi xo unitário de cada período? Para 1.000 = 20 e para 2.000 = 10 d. qual é o custo variável unitário de cada período? Para 1.000 = 5 e para 2.000 = 12,5 e. qual é o custo total unitário de cada período? Para 1.000 = 25 e para 2.000 = 22,5 O custo variável unitário varia de acordo com a quantidade produzida? Explique. O custo variável unitário varia de acordo com a quantidade produzida, pois quanto maior a quantidade produzida, maior será o custo variável. O custo fixo unitário varia de acordo com a quantidade produzida? Explique. O custo fi xo unitário varia de acordo com a quantidade produzida, pois quanto maior a quantidade produzida, menor será o custo fi xo unitário, pois ele não varia em função da produção. Por que o custo total por unidade produzida (custo total unitário) é menor na produção em grande escala? Porque conseguimos quantidade produzida.

diluir

os

custos

no

período

em

função

da

maior

Quando determinada empresa produz 1.000 unidades por mês, seus custos fi xos são de R$ 24.000 e os variáveis de R$ 40.000. Qual é o valor do custo total para uma produção de 1.250 unidades?


AULA

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Expectativas de resposta Resposta: 74.000. O que representam os custos fixos para a empresa? Representa um valor constante independente da quantidade produzida. Quais são os custos que não variam em função do volume de atividade da empresa, dentro de um certo período de tempo e numa certa capacidade instalada? Alternativa D – Custos fi xo total e total. Um custo é fixo quando? Alternativa D – Seu valor é determinado independentemente de aumentos ou diminuições de volume de produção. Dentre os padrões fixados para um mês, a empresa Natal Feliz Ltda. fixou seus C.I.F. - Custos Indiretos de Fabricação em: Custos indiretos variáveis: R$ 8/u Custos indiretos fixos.......: R$ 6.000/mês Volume de produção........: 1.000 unidades/mês Entretanto, os valores reais foram os seguintes: Custos indiretos totais: R$ 16.000 Volume produzido......: 800 unidades Calcule as variações de volume, de custos e total, indicando se são favoráveis ou desfavoráveis. 200 unidades a menor de produção, impactando em 2.000 a mais no custo total, isto impactou desfavoravelmente na composição dos custos. Dentre os padrões fixados para um mês, a empresa Ano Novo Legal Ltda. Fixou seus C.I.F. - Custos Indiretos de Fabricação em: Custos indiretos variáveis: R$ 8/u Custos indiretos fixos.......: R$ 6.000/mês Volume de produção........: 1.000 unidades/mês Entretanto os valores reais foram os seguintes:


AULA

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Expectativas de resposta Custos indiretos totais: R$ 16.000 Volume produzido...: 1.000 unidades Calcule as variações de volume, de custos e total, indicando se são favoráveis ou desfavoráveis. Não houve variação na quantidade produzida, porém, surtiu um efeito desfavorável nos custos indiretos variáveis aumentando em 2,00 o custo do produto.


AULA

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Expectativas de resposta a. Mapa de rateio dos custos indiretos, utilizando a departamentalização Custos ind. Aluguel M.O.I. Depreciação Mat.Indiretos Demais C. Indiretos Total dos Custos Ind. Aluguel M.O.I. Depreciação Mat.Indiretos Demais C. Indiretos Total dos Custos Ind. Rateio manutenção Total dos Custos Ind.

Montagem

acabamento

Manutenção

10.800,00 4.400,00 2.000,00

8.000,00 3.600,00 3.000,00

7.200,00 1.600,00 1.000,00

adm. Geral 20.000,00 10.000,00 2.400,00 1.000,00

total 20.000,00 36.000,00 12.000,00 7.000,00

1.600,00

2.800,00

1.600,00

2.000,00

8.000,00

18.800,00 10.000,00 4.500,00 800,00 400,00

17.400,00 7.500,00 3.500,00 1.200,00 400,00

11.400,00 2.500,00 2.000,00 400,00 200,00

35.400,00 -20.000,00 -10.000,00 -2.400,00 -1.000,00

83.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00

800,00

700,00

500,00

-2.000,00

0,00

35.300,00

30.700,00 10.200,00

17.000,00 -17.000,00

0,00 0,00

83.000,00 0,00

40.900,00

0,00

0,00

83.000,00

6.800,00 42.100,00

b.Quadro dos custos totais de cada produto c.Cálculo do custo total unitário Produto Lavadora Secadora Total

Custo direto Custo indireto 77.718,00 42.282,00 63.282,00 40.718,00 141.000,00 83.000,00

Custo total Qtd. produzida Custo T. Unitário 120.000,00 1.000 120,00 104.000,00 800 130,00 224.000,00

d. Demonstrativo do resultado bruto de cada produto e. Demonstrativo do resultado da empresa (bruto e líquido)


AULA

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Expectativas de resposta Receita Bruta C.M.V. Resultado Bruto Despesas Resultado LĂ­quido

LAVADORA R$ 360.000,00 108.000,00 252.000,00

SECADORA R$ 268.800,00 83.200,00 185.600,00

TOTAL 628.800,00 191.200,00 437.600,00 37.600,00 400.000,00


AULA

9

Expectativas de resposta Com base nas Demonstrações Financeiras a seguir, calcular os índices de Liquidez para os anos de X6 e X7:

ativo circulante x6 x7 ativo circulante x6 x7 ativo circulante + aRlP) x6 x7

liquidez Corrente passivo circulante 3,24 3,58 liquidez Seca estoque/passivo circulante 1,47 3,00 liquidez Geral (passivo circulante + PelP) 5,24 2,55

Toda empresa que tem bom lucro tem condições de pagar suas dívidas pontualmente? Explique. A empresa precisa pagar suas despesas, e somente consegue pagar suas despesas mediante a execução de suas vendas. Estas vendas devem ser rentáveis de modo a gerar resultado para o pagamento de suas dívidas. Porque endividamento se relaciona com a rentabilidade? A empresa deve se endividar desde que consiga arcar com esta despesa. O endividamento é bom a partir do momento em que se investe na empresa gerando mais resultados, e portanto mais rentabilidade. Calcule os índices de Endividamento e Liquidez da Cia. Abaixo.

endividamento (PC+PELP)/Passivo Total garantia do passivo liquidez corrente seca geral

X7

X8 0,66 0,53

0,69 0,44

1,22 0,95 1,53

1,36 0,96 1,44


AULA

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Expectativas de resposta Calcule os Índices de Endividamento, Liquidez e Rentabilidade da empresa. endividamento (PC+PELP)/Passivo Total garantia do passivo liquidez corrente seca geral rentabilidade taxa retorno sobre investimento taxa retorno sobre o patrimônio líquido

X1 0,74 0,35

X2 0,78 0,27

X3 0,83 0,21

X4 0,88 0,14

X5 0,93 0,08

1,30 0,37 1,35

0,91 0,35 1,27

0,78 0,16 1,21

0,74 0,21 1,14

0,63 0,25 1,08

-0,08 -0,32

-0,04 -0,17

-0,01 -0,08

-0,02 -0,20

-0,05 -0,67


AULA

10 Expectativas de resposta Como podemos nos utilizar dos índices de atividade para analisar a situação financeira das empresas? Temos que calcular os índices de tal forma a verifi car todo o ciclo operacional representado pelos indicadores. Comparamos os valores e chegamos à conclusão. Qual a relação existente entre os índices de atividade e o Ciclo Operacional e o Ciclo Financeiro? Exemplifique e dê um exemplo. A relação é direta, pois os dois ciclos são expressos em dias. E os indicadores estão contidos dentro dos ciclos citados. Analise a afirmativa: “Os índices de atividade evidenciam os prazos necessários para que os itens do Ativo se renovem e para que possamos analisar o Ciclo Operacional e o Ciclo Financeiro.” Sim, pois através do movimento dentro dos ciclos, é que iremos identifi car o crescimento ou o decréscimo dos Ativos da empresa. Como o processo contábil pode auxiliar o empresário? O processo contábil pode fornecer informações imprescindíveis para a tomada de decisão do empresário. Porém, ele necessita de um contador, pois ele deve ter consistência nos dados apresentados. Uma empresa com PMRE igual a 20 dias e PMRV igual a 45 dias terá um ciclo operacional igual a: 65

dias – alternativa B

A Empresa Modelo possui ciclo operacional igual a 88 dias e PMPC igual a 90 dias. Nesse caso temos que: A empresa terá que se fi nanciar em 2 dias- alternativa B Como a Participação no Lucro estimula os funcionários a melhorar a produtividade da empresa? Com a distribuição dos lucros, os funcionários fi cam mais estimulados a contribuírem para o resultado da empresa. Como podemos dizer que as empresas modernas preferem estimular seus funcionários a ganhar no lucro da empresa que nos aumentos de salários? As empresas buscam divulgar que é muito importante a realização do caixa no salário do funcionário, ao invés do aumento anual do mesmo. Na análise Du Pont é comum dizermos que nenhum investimento ou despesa pode crescer mais que as vendas. Explique essa afirmativa. Porque as vendas representam o numerador da equação e, portanto, quanto maior, melhor o resultado.




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