O Estado de SP em PDF - Sexta 30072010

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O ESTADO DE S. PAULO

AnteroGreco

SEXTA-FEIRA, 30 DE JULHO DE 2010

O peso do pênalti

N

antero.greco@grupoestado.com.br

eymar tem pouco tempo de carreira e já virou centro de algumaspolêmicas. A maisrecente surgiu anteontem, por causa da gaiatice com que bateu – e perdeu – pênalti contra o Vitória. A falha em momento decisivo fez com que se transformasse em personagem do jogo. Vilão, claro. Moleque, irresponsável, imaturo foram alguns adjetivos desencavados para classificar sua tentativa frustradadeenganarLee comuma cavadinha sutil. O goleiro do time baiano não caiu na conversa e fez defesa fácil. Não condeno Neymar nem vou engrossaro corodosque oconsideram um caso de máscara precoce e irreversível. Noto nesse rótulo desejo inconsciente de ver uma promessa de craque quebrar a cara, só para se ter o gostinho de dizer “Nãofalei?Não valianada”.Oumal-dis-

farçada reação de dor de cotovelo. Ao contrário, torço para que todo dia surja um candidato a astro – e que a maioria, senão todos, se torne realidade. A alegria de acompanhar futebol, pra mim, está nos jogadores habilidosos, aqueles que nos fazem sonhar. Ou será que vivemos numa era em que se deve incensar os brucutus preocupados em atingir canelas e maltratar a bola? A mediocridade é que deve dar o tom? Neymar tentou ser diferente, e esse é um dos aspectos que moldam o caráter de quem foge da média e procura driblar o lugar-comum. Teve êxito em outras ocasiões – lembram do pênalti que fez Rogério Ceni cair sentado? – e foi incensado.Dessavez,errouadoseedesperdiçou chance de aumentar a vantagem do Santos, que vencia por 1 a 0. Oepisódiopodefuncionar comolição emvezdeserencaradocomoprovadefinitiva de que enveredou pelo caminho torto da prepotência. Derrapadas aprimoram pessoas inteligentes e talentosas. E, até prova em contrário, o rapaz tem essas qualidades. Sem contar que, aos 18 anos, todos somos meio tontos. Não é diferente com Neymar. Trata-se de um garoto em fim de adolescência que,deumahoraparaoutra,seviucerca-

dodeatenção. Pormaior quesejao equilíbrio a guinada mexe com a cabeça. A máscara muitas vezes é só uma etapa da vida. Tenho amigos médicos extraordinários que, no começo da carreira, desfilavam com estetoscópio penduradonopescoço.Puraexibição.Tropeço até hoje em jornalistas que se acham o máximotãologocomeçamaverseusnomes nas reportagens ou ao serem reconhecidos na rua porque aparecem na tevê.Felizmente,comotempo,grandeparte percebe que a recompensa pelo valor do que fazem virá pela dedicação, pelo currículo, e não por símbolos externos. Então, ficam seguros e a máscara cai.

Neymar errou na tentativa de surpreender goleiro do Vitória, mas não precisa ser repudiado Neymar pode estar nesse processo. Antes de condená-lo à vala dos casos perdidos, vale a pena investir. Ele precisa da convivência com gente bem intencionada, com bom senso, que o ajude a melhorar. Pessoas que possam aconselhá-lo a ser sério, sem ser sisudo, leve sem ser leviano. Não se deve podar a iniciativa, a criatividade, mas apontar

alternativas. Por exemplo: Neymar surpreenderia Lee se tivesse batido com força, no canto. Seria uma bela molecagem,justamente porqueogoleiro esperava o toquinho. Não se descarta assim diamante bruto. Se resultar num falso brilhante, não há como driblar um zagueiro implacável: o tempo. Esse cuida de dar dimensão exata para tudo. Dias difíceis. O São Paulo entrou

em parafuso desde a parada para a Copa. Os recentes resultados ruins no Brasileiro (3 derrotas, 1 empate) se refletiram no desempenho de quarta-feira no Beira-Rio. O time de Ricardo Gomes foi confuso e medroso contra um Inter sóbrio e ousado.A derrota por 1 a 0 foi café pequeno, e houve jogador tricolor que comemorou por considerar tarefa fácil anular a vantagem. Na teoria, sim; não na prática. Ou o São Paulo reencontra já seu jogo ou tchau Libertadores. Hoje está mais para despedida. Pior a emenda? Massa afirmou:

“Quando eu disser que sou o 2º piloto, não irei mais correr.” Não precisa dizer; a Ferrari já falou por ele.

Futebol

São Paulo entrega os pontos e mira Dunga Diretoria não crê mais no título da Libertadores e ex-técnico da seleção volta a ser cogitado para substituir Ricardo Gomes

Tinga é o trunfo colorado para a decisão do Morumbi

Giuliander Carpes

● Agora está confirmado: Tinga

ENVIADO ESPECIAL PORTO ALEGRE

poderá atuar contra o São Paulo na segunda partida da semifinal da Libertadores. O volante, que marcou um gol na final de 2006 entre os dois times, já quase não sente mais dores musculares na coxa direita. Ontem o jogador fez apenas trabalho de recuperação física no Beira-Rio e Celso Roth deve deixá-lo de fora do Gre-Nal de domingo pelo Brasileiro. Tinga será o trunfo do treinador no Morumbi. O comandante colorado conta com a cadência que o volante costuma dar ao meio-campo para permanecer bom tempo com a posse de bola no jogo de volta da semifinal e não incorrer no mesmo erro do São Paulo, que recuou demais anteontem. / G.C.

Adiretoria são-paulina nãoficou nada satisfeita com a atuação do time na derrota (1 a 0) para o Internacional, anteontem, no Beira-Rio. O presidente Juvenal Juvêncio ficou particularmente descrente que a equipe de RicardoGomes possaserecuperar depois de partida em que se limitou a ficar na defesa. Já são cinco jogos seguidos sem vitória e a atuaçãodeontemfoiamplamente criticada nos bastidores. O dirigente do clube teria dito que a equipe “foi covarde” em reunião informal que a direção tricolor teve logo após a partida, nohotelemqueadelegaçãoestava hospedada em Porto Alegre. Mais uma vez, o nome de Dunga esteve na pauta. Se o presidente são-paulino já tivesse convencido o técnico a assumir imediatamente o comando do time, o Gomes teria sido demitido. Juvenal, costurando apoio em Brasília para uma reviravolta do

Morumbi na Copa de 2014, não teve tempo de encontrar Dunga na passagem pelo Rio Grande do Sul. Nos próximos dias, o técnico vai para a Itália, com a família, passar férias. Oex-técnicodaseleçãonãoes-

Ricardo Gomes se defende. Pe-

Paulo Galdieri

Bruno César ainda não jogou um clássico contra o Palmeiras, mas diz sentir que o peso do jogo é diferente. E se inspira nas artimanhas do treinador rival para vencer. Para o meia do Corinthians, uma vitória no jogo de maior rivalidade do futebol paulista vale muito. E vale até usar de malandragem para isso.

CONVICÇÃO BRUNO CÉSAR Artilheiro do Corinthians

“Num clássico você tem de estar ligado o tempo todo” É nesse quesito que o meia usa o exemplo de Felipão. O treinador é sempre muito participativo, ainda mais quando a partida é importante. E não se exime de, por exemplo, jogar

Mãos na massa. Lula deixou sua marca no hall da fama do Beira-Rio e viu de perto as obras de reforma do estádio do Inter

la primeira vez desde que está no São Paulo, há mais de um ano, o técnico se eximiu de alguma responsabilidade. Disse que não pretendia ver o time tão recuado no Beira-Rio. “Não era essa (de recuar) a orientação. Tivemos um primeiro tempo medíocre”, reclamou Ricardo Gomes, subindo o tom um pouco mais do que costuma. “Na segunda etapa, já estivemos um pouco mais próximos do São Pauloque queremos.Vamosmelhorar.Otorcedorpodetercerteza quevamos reverter este resultado no Morumbi. Será um jogo totalmente diferente.” Se não for, o técnico se despede do clube, mesmo que a direção não contrate um substituto imediatamente. Capitão irritado. Rogério Ceni também ficou bastante incomodado com a atuação da equipe. O goleiro costuma ser um termômetro do que pensa a diretoria sobre a equipe . Quando o capitão faz reclamações públicas, os dirigentes logo interpretam que algo não vai bem para os lados do CentrodeTreinamento da Barra Funda. “Jogamos muito mal contra o Inter, não demos um chute a gol”, disse o capitão são-paulino, que fez boa partida e reclamou muito dos companheiros, principalmente depois do gol. O zagueiro Alex Silva teve opinião um pouco diferente: “Acho que não merecíamos ter tomado o gol. Fizemos uma partida praticamente perfeita na defesa.” Já foram vendidos 38.920 ingressosparaojogodevolta,quinta-feira, no Morumbi. Não há mais bilhetes para os visitantes.

Malandragem de Felipão vira estímulo para corintiano Bruno César pretende usar artimanhas do técnico rival para ajudar seu time a ganhar o clássico de domingo, no Pacaembu

CELSO JUNIOR/AE

tá disposto a entrar em fogueira logo contra o Inter, time pelo qual torce e ainda tirando o emprego de um amigo pessoal, Ricardo Gomes, companheiro de seleçãobrasileira noiníciodadécada de 90. Prefere dedicar-se à família no momento, principalmente porque seu pai está com a saúde debilitada.

uma segunda bola dentro de campo para esfriar o jogo, se isso for favorecer seu time. “O Felipão é malandro. Num clássico você tem que estar ligado o tempo todo. Aí entra a malandragem mesmo”, diz Bruno César. Com seis gols, ele é um dos artilheiros do Brasileiro. Para chegar a essa condição, diz não ter medo de arriscar o chute, seja de onde for, o que lhe rendeu um apelido. “Me chamam de chuta-chuta.” Com a mudança de comando, Bruno se diz um pouco receoso. “É complicado (a mudança de técnico) mas o jeito é dar continuidade e fazer com o Adílson o que já fazia com o Mano.”

Lula visita o Beira-Rio e libera verbas Elder Ogliari PORTO ALEGRE

No final da manhã de ontem, o presidenteLula participoudecerimôniadeliberação definanciamento para obras urbanas de PortoAlegre, voltadas para a Co-

Kléber: bater rival vai animar o Palmeiras Bruno Winckler

Kléber voltou bem ao Palmeiras após o recesso da Copa do Mundo. Já marcou duas vezes e tem contribuído para os gols dos companheiros. O atacante sabe, no entanto, que qualquer coisa que faça em prol do time contra o Corinthians terá mais peso que toda uma temporada. O ídolo palmeirense confia na vitória contra o rival, o que representaria, na sua visão, uma mudança de rumo para o time, dez pontos amenos queo líder Corinthians. “O resultado a gente nunca consegue prever, mas posso garantir um time aguerrido e com

pade2014, saneamento ehabitação popular, e também de duplicação de rodovias no Estado. No início da tarde, foi ao Beira-Rio descerrar a placa alusiva ao início das reformas da obra do estádio do Inter para a Copa de 2014. NoBeira-Rio,opresidentevoltou a defender a promoção da Copa de 2014 pelo Brasil. Numa resposta aos que criticam o investimento,opresidentecomparou os mundiais de 1950, também organizado pelo País, e o próximo. “Eu fico pensando: se no tempo em que a gente só ti-

muita vontade de vencer. Sabemos que podemos reduzir a vantagem deles.” Kléber busca a segunda vitória nesta volta aoclube e,por consequência, a primeira de Felipão em seu retorno também. “Não tem como mensurar o valor de uma vitória nesseclássico, mas o pessoal sabe da importância dos três pontos para o treinador. Daria uma tranquilidade a mais para o Felipão trabalhar.” OatletaressaltaofatodeoPalmeiras estar se distanciando dos líderes.Ealerta.“Nóstemosfalado muito em conseguir vaga para a Libertadores, mas, se a gente não acordar, não vai dar tempo. Vamos fazer de tudo para vencer e subir na tabela”, falou. “Por mais que todos tenham um poucodepaciênciapeloiníciode trabalho, ninguém gosta de perder um jogo como esse. As cobrançassempresãoenormes.Eavitória daria moral ao grupo.”

nha café para exportar a gente fezaCopa, porque nãopodemos fazer a de 2014, quando o Brasil estará perto de ser a quinta economia do mundo?”, perguntou. Cercado por dirigentes do Inter e alguns jogadores, como Tinga, Kleber, Bolívar e Sandro, Lula mostrou-se triste pelo Brasil ter perdido da Copa de 2010, mas recorreu ao ditado “Deus escreve certoporlinhastortas”paramanifestar esperanças para o próximo mundial.“Se agente nãopode ganhar 2010 é porque Deus sabe que não podemos perder 2014”.

Melhor na tv ● FUTEBOL CAMPEONATO BRASILEIRO SÉRIE B Portuguesa x São Caetano e Vila Nova x Coritiba

21h / SPORTV Icasa x Guaratinguetá

21h / PAY-PER-VIEW CAMP. METROPOLITANO DE FUTSAL 2º jogo da final Corinthians x Palmeiras

21h / ESPN BRASIL ●

AUTOMOBILISMO

FÓRMULA 1 2º treino do GP da Hungria

9h / SPORTV


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