O Estado de SP em PDF - Sexta 30072010

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O ESTADO DE S. PAULO

SEXTA-FEIRA, 30 DE JULHO DE 2010

Petrobrás é a maior devedora da Caixa

Economia B7

Este anúncio tem caráter meramente informativo

Certificados de Recebíveis Imobiliários da 137ª Série da 2ª Emissão da

Novo empréstimo de R$ 2 bilhões eleva para 4% a participação da estatal petroleira na carteira de crédito da instituição financeira Fernando Nakagawa BRASÍLIA

● Sem concentração

Com o novo empréstimo de R$2 bilhões, a Petrobrás dispara na posição de principal devedor da Caixa: a estatal já tem cerca de 4% de toda a carteira de crédito do banco. Nos concorrentes, a posição do maior devedor é bem menor, em torno de 1%. O vice-presidente de controle e risco da Caixa,Marcos Vasconcelos, rechaça a preocupação com a concentração com a justificativa de que a Petrobrás tem baixo risco. O dirigente afirma também queaoperaçãonãoafetaacapacidade da Caixa de oferecer créditopara outrosclientes, comomicro e pequenas empresas, já que o banco tem fôlego para até R$ 110 bilhões em novos financiamentos. Deacordocomoúltimo balanço da Caixa, o maior devedor tinha em 31 de março dívida de R$ 3,6 bilhões ou 2,64% de todos os financiamentos. Somados os R$ 2 bilhões do novo crédito, o porcentual salta para pertode 4%. O nível é muito superioraoobservadonaconcorrência. No Itaú, o maior devedor tinha na mesma data dívida de R$ 1,69 bilhão ou 1% da carteira. No Bradesco, o maior cliente concentrava R$ 2,38 bilhões ou 1,1%. No balanço do também estatalBancodoBrasilnãoháinformação quanto ao maior devedor. “Aconcentração(domaior devedor) está em um patamar considerado normal”, afirmou Marcos Vasconcelos. Apesar de não

MARCOS VASCONCELOS

Repsol prepara abertura de capital no Brasil Nicola Pamplona / RIO

A petroleira espanhola Repsol anunciou ontem que estuda abrir o capital de sua subsidiária brasileira, com o objetivo de levantar recursos para os pesados investimentos projetados para suas operações no País. A ideia é realizar uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na BM&FBovespa, caminho já utilizado pela OGX, do grupo de Eike Batista, e em estudo pela HRT Oil/Gas, também nacional. A Repsol projeta investimentos entre US$ 10 bilhões e US$ 18 bilhões no desenvolvimento das reservas de petróleo descobertas no Brasil, algumas delas no pré-sal da Bacia de Santos. A companhia vinha estudando a venda de parte dos ativos para levantar o capital, mas decidiu testar o mercado acionário antes de optar pela venda. “Não faria sentido vender parte da nossa unidade sem antes ir aomercado”,disseodiretoroperacional da companhia, Miguel Martinez.“Nós esperamos queo aumentode capital realmente financie a Repsol Brasil para cobrir os investimentos necessários para desenvolver todas as nossas propriedades no País.” O processo só deve ser iniciado após concluída a capitalização da Petrobrás, que deve concentrar as atenções do mercado financeironeste terceiro trimestre, disse o executivo em entrevista para divulgar lucro de € 523 milhões no segundo trimestre de 2010. O valor é 60% superior ao do mesmo período de 2009. Exxon. Outra petroleira que di-

vulgou balanço ontem – o lucro de US$ 7,5 bilhões no segundo trimestre –, a Exxon anunciou que perfurará um terceiro poço no pré-sal da Bacia de Santos no quarto trimestre deste ano. A companhia é operadora da concessãoBM-S-22,aosuldasdescobertas gigantes da Petrobrás na região, como Tupi e Guará.

VICE-PRESIDENTE DA CAIXA

“A concentração está num patamar considerado normal. A Petrobrás é uma empresa de baixíssimo risco.” “Se o mercado de capitais estiver bom, grandes empresas liquidam os empréstimos, o que faz com a concentração caia.”

demonstrar preocupação, o dirigente argumenta que a Petrobrás é uma empresa de baixíssimo risco e a concentração pode cair rapidamente.“Se o mercado de capitais estiver bom, grandes empresas tomam recursos em outros segmentos e liquidam os empréstimos, o que faz com que a concentração caia”, diz. O presidente da Austin Rating, Erivelton Rodrigues, avalia como muito elevado o peso do maior devedor da Caixa. “Não é comum ter 4%. Mas é necessário observar que a Petrobrás é uma empresa de risco baixo e não tem problemas financeiros em seu histórico”, diz. Operação comercial. Vasconcelos rebate as críticas de que a operação de empréstimo da Petrobrás seria inadequada por envolver dois entes federais. Na visão de críticos, o empréstimo é questionável porque, ao envolver duas instituições controladas pelo governo federal, pode mascarar eventuais interesses ou condições que não seriam re-

produzidas no mercado. O vice-presidente da Caixa rechaçaateseao afirmarqueaoperação foi fechada sob condições comerciais adequadas, já que o crédito com grande empresa tem baixo risco e conta com um juro avaliado como razoável. “A ponderação entre a margem de lucro e risco é positiva porque o risco perto de zero compensa a margem que é mais estreita se comparado aos empréstimos no varejo”, cita. Aconcessãodonovoempréstimo à Petrobrás é encarada pela direção da Caixa como uma operação alinhada com o plano de abocanhar uma fatia maior do segmento de grandes empresas. Segundo Vasconcelos, o banco temrecursossuficientesparaentrar com mais força nesse setor sem prejudicar clientes menores. “Não há nenhum tipo de concorrência entre clientes para tomar crédito com os recursos disponíveis.Atualmente,temosfolga entre R$ 100 bilhões e R$ 110 bilhões para novos empréstimos”, disse o vice-presidente. Ele também esclarece que empréstimos como o concedido à Petrobrás usam os chamados recursos livres, aqueles que não têm destinação específica e podem ser repassados para qualquer tipo de financiamento e cliente. É uma situação distinta do dinheiro disponível para, por exemplo,ofinanciamento da habitação ou saneamento básico – operações que contam com recursos que vêm de uma fonte específica e só podem ser usados para esses fins.

No montante total de

R$ 53.593.548,15 Lastreado em Créditos Imobiliários cedidos por

Coordenador Líder

Agente Fiduciário

Assessor Legal


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