O Estado de SP em PDF - Domingo 25072010

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O ESTADO DE S. PAULO

DOMINGO, 25 DE JULHO DE 2010

HABITAT A VIDA NAS CIDADES

estadão.com.br

O POVO NO PODER A República como lugar onde se governa com aval da população surgiu no século 5º a.C., em Roma. Até o século 1º a.C., o Fórum (em ruínas ao lado), era o centro das discussões políticas.

Online. Siga o caderno Metrópole pelo Twitter twitter.com/metropole_oesp AGLIBERTO LIMA/AE

Cemitérios têm m² mais caro que apartamento É o que se verifica em pelo menos nove deles espalhados por diferentes bairros de São Paulo Felipe Oda / JORNAL DA TARDE

É caro viver em São Paulo. Morrer também. A “lógica” da valorização imobiliária, em que o preço cobrado é o que o mercado está disposto a pagar, prova isso. O metro quadrado de nove cemitérios da capital é tão ou mais caro do que o de casas e apartamentos em seus bairros. Quem pretende comprar umterrenooujazigonoCemitério Parque dos Girassóis, em Parelheiros, na zona sul, por exemplo, começa pagando R$ 9.403 pelo metro quadrado e pode chegar a R$ 25 mil, se quiser adicionais, como ossário ou maior número de gavetas. O metro quadrado em um imóvel da vizinhança custa quatro vezes menos. À procura de apartamento na região do Morumbi, na zona sul, onde estão três dos cemitérios mais caros da cidade, os recém-casados Andréia e Renato Malta, ambos de 26 anos, se surpreenderam mais com o valor dos jazigos do que com o dos imóveis. “É estranhoimaginarqueosnossosfuturos vizinhos, que nem podem aproveitar a estrutura do local, pagaram mais do que nós”, disse Malta.

Aposentado tem renda extra como corretor funerário ● Aos 73 anos, João Batista pre-

fere dizer que é aposentado. Mas a maior parte da renda na casa do ex-vendedor não é da aposentadoria que recebe, mas dos “terrenos” que vende como corretor. “O dinheiro da aposentadoria é curto e precisei continuar na ativa”, diz. Por meio de conhecidos, Batista começou a vender jazigos em cemitérios particulares da cidade e hoje, apesar de não gostar da definição, é “corretor funerário”. Com a experiência de sete anos no setor, Batista afirma que a localização dos terrenos no cemitério é fundamental. “Quanto mais próximo de algum famoso ou da área do velório, mais nobre é o jazigo e maior a procura”, diz. Batista não revela quanto ganha. “Não seria ético.”

Ali, os Cemitérios Gethsêmani e Morumby refletem a valorização imobiliária do seu entorno: o preço do metro quadrado varia de R$ 2 mil a R$ 9.300. Isso

Mundo Urbano Por dentro da garagem ‘mais sexy’ dos EUA Quemdissequeumestacionamento para 300 automóveis precisa ser um grandeterreno vazio ou uma garagem cinza deconcretoeasfalto?EmMiami, um empreendedor investiunadamenosqueUS$65milhões para construir o que o está sendo chamado de “garagem mais sexy” dos Estados Unidos por veículos como o site da Bloomberg. Feito essencialmente de concreto e vidro, o prédio no

Hermínia dos Anjos Costa – Aos 89 anos. Filha de Antonio Augusto Pires e Maria Isabel Costa. Deixa filhos. O enterro foi no Cemitério de Congonhas. Juracy Barroso Vasconcellos – Aos 88 anos. Filha de José Alvim Barroso e Maria F. Barroso. O enter-

TERRA VALORIZADA l O valor médio do m2 de jazigos ou terrenos em nove dos 40 cemitérios da cidade supera o preço

do m2 de imóveis na mesma região 2

M ² IMOVEL

2

M ² JAZIGO

ZONA NORTE Jaçanã

Cemitério Parque dos Pinheiros

R$ 2.247

R$ 2.966

R$ 3.200

Cangaíba

ZONA LESTE

Cemitério da

R$ 1.952 Penha

Jaraguá

Cemitério Parque do Jaraguá

R$ 1.923

R$ 6.212,12

Itaquera

Tatuapé

R$ 3.173,78 Cemitério da

ZONA OESTE

Quarta Parada

Morumbi Vila Sônia

Cemitério Gethsêmani

Cemitério do Morumby

R$ 9.230,76

R$ 3.675,84

Cemitério do Carm Carmo

R$ 2.071

R$ 2.672

R$ 6.456,52 R$ 3.428

R$ 3.428

R$ 8.136,36 Jardim Marajoara

R$ 2.981

Cemitério Jardim Marajoara

ZONA SUL Parelheiros

Cemitério Parque dos Girassóis

OS LOCAIS COM M2 MAIS CARO DO MUNICÍPIO

R$ 9.403,40 R$ 2.485

R$ 11 mil

Higienópolis

R$ 10.900

Jardins

R$ 10 mil

Cidade Jardim

R$ 8.700

Ibirapuera

R$ 8.400

Itaim-Bibi

R$ 8 mil

Alto de Pinheiros

R$ 7 mil

Moema

R$ 6.800

Vila Nova Conceição

R$ 5.900

Vila Madalena

R$ 5.400

Real Parque

R$ 5.200

Campo Belo e Pinheiros

FONTES: SECRETARIA MUNICIPAL DE SERVIÇOS E EMPRESA BRASILEIRA DE ESTUDOS DE PATRIMÔNIO (EMBRAESP) E LOPES INTELIGÊNCIA DE MERCADO

INFOGRÁFICO/AE

Iuri Pitta

número 1.111 da Lincoln Road tem pisos com gabaritos variados: desde cerca de 2 metros a mais de 10 metros. Uma série de rampas e escadas ligam os andares,todoscercadosapenasdeparapeitos, propiciando uma vista geral da cidade. Praticamente não há paredes internas.Assim,oprojetoassinado pelo conceituado escritório suíço Herzog & de Meuron criou grandes áreas consideradas ideais para eventos como festas e casamentos ou mesmo lançamentos de filmes como Sex and The City 2. Fora isso, o prédio 1.111 também reúne apartamentos e escritórios num mesmo endereço, próximo de um dos principais centros de compras de Miami. Isso justifica o apelo “sexy” do empreendimento, não?

Falecimentos Olga Ribeiro Marini – Aos 99 anos. Filha de Francisco Demétrio Ribeiro e Anna Lataro Ribeiro. Deixa os filhos Alfredo e Antonio. O enterro foi no Cemitério de Santana.

é a lógica do mercado imobiliário, na visão do urbanista Renato Cymbalista. “Os cemitérios privados são um tipo específico de produção do solo imobiliário, que responde à lei de oferta e demanda, ou seja, o preço é o que o mercado se dispõe a pagar.” No caso dos cemitérios públicos, os valores são atribuídos também ao seu prestígio, afirma o geógrafo Eduardo Rezende, da Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais (Abec). “Alguns abrigam famílias célebres da cidade ou personalidades, como o Araçá, o São Paulo e do Morumby”, afirma. Pagar mais por esses locais tem a ver com a busca pela diferenciação. “Mesmo depois da morte, o ser humano quer ter ou manter o status”, diz. É o que faz ser tão caro o jazigo no Cemitério da Quarta Parada, na Água Rasa, zona leste, que é público. O metro quadrado ali custa cerca de R$ 3.173, enquanto o dos imóveis vizinhos, R$ 2.672. “Podemos pensar em mudar de ramo”, ironiza o corretor de imóveis Lauro Münggen. Também na zona leste, vizinhos do Cemitério do Carmo, em Itaquera, estranharam o fato de o metro quadrado dos imóveis, em média R$ 2 mil, de acordo com a Empresa Brasileira de Patrimônio (Embraesp), custar menos do que o do cemitério, em torno de R$ 3.700. “Pagar mais para comprar um jazigo do que uma casa? Bem estranho. Nunca soube disso! E o que o cemitério tem para custar tanto?”, questiona a dona de casa Eulália Figueira, de 45 anos. A resposta, mais uma vez, inspira-se nos recursos imobiliários para a valorização: enquantoosimóveissevalemdeinfraestrutura, como playground, espaçogourmetesegurança,oscemitérios também se valorizam com os serviços que oferecem – capela, fraldário, ambulatório. Hoje, quatro cemitérios na cidade oferecem jazigos gratuitos. DeacordocomoServiçoFunerárioda Prefeitura deSão Paulo, na Vila Formosa, Vila Nova Cachoeirinha, D. Bosco e São Luís, a única taxa cobrada é de R$ 59, pelo sepultamento.

ANDREW WINNING/REUTERS

CHINA

O dilema de crescer sem esquecer tradições

Feliz da vida Bastou o primeiro-ministro inglês, David Cameron, dar a Barack Obama uma pintura do artista de rua Ben Eine para imagens de seus grafites em Londres rodarem o mundo. Isso é que é garoto-propaganda!

A pujança da China tem transformado o horizonte de suas cidades. Para onde se olha, é quase impossível não ver canteiros de grandes avenidas ou modernos arranha-céus. Mas obras assim também fazem os chineses reverem seu passado – e travar o conhecido debate entre a promoção do desenvolvimento e a proteção das tradições. Um caso recente ilustra essa situação. O governo removeu comunidades seculares em Pequim para obras de reurbanização de um bairro que inclui um complexo turístico orçado em US$ 73 milhões (R$ 129 milhões). Os urbanistas chineses

temem o desaparecimento de hábitos e tradições do país. “Queremos preservar um modo de vida existente há séculos”, diz o professor de urbanismo Yao Yuan. NYT

INTERPRETAÇÃO “Todo grande arquiteto é um grande poeta. Ele tem de ser um intérprete de sua época” Frank Lloyd Wright (1867-1959) ARQUITETO AMERICANO QUE PROJETOU A SEDE DO MUSEU GUGGENHEIM, EM NOVA YORK

Para publicar anúncio fúnebre: Balcão Iguatemi – Shopping Iguatemi 1a - 04, tel. 3815-3523 / fax 3814-0120 – Atendimento de 2ª a sábado, das 10 às 22 horas, e aos domingos, das 14 às 20 horas. Balcão Limão – Av. Prof. Celestino Bourroul, 100, tel. 3856-2139 / 3857-4611 / fax 3856-2852 – Atendimento de 2ª a 6ª das 9 às 19 horas. Só serão publicadas notícias de falecimento/missa encaminhadas pelo e-mail falecimentos@grupoestado.com.br, com nome do remetente, endereço, RG e telefone

ro foi no Cemitério da Consolação. Philomena Caiat – Aos 88 anos. Filha de José Caiat e Josephina Santamaria Caiat. O enterro foi no Cemitério Gethsemani. Ignez Palermo Gabriel – Aos 80 anos. Filha de José Palermo e Palmyra Palermo. Deixa o filho Carlos José. O corpo foi transladado para o Crematório da Vila Alpina. Cenyra Rocha del Papa – Aos 77 anos. Filha de Francisco de Oli-

veira Rocha e Ophelia Vianna Rocha. Deixa as filhas Priscila e Monica. O corpo foi transladado para o Crematório da Vila Alpina. Armando Januário de Souza – Aos 67 anos. Deixa o filho Alex Januário. O enterro foi no Cemitério São Pedro. Bruno Rodrigues de Souza – Aos 66 anos. Filho de Francisco Justino de Souza e Laura Rodrigues de Souza. Deixa os filhos Abiano, Camila e Diogo. O enterro foi no

Cemitério da Vila Formosa. Armando Sergio Ludovico – Aos 63 anos. Filho de Dulce Vieira Ludovico, era casado com Alice Rocha de Azevedo Ludovico. Deixa os filhos Caio e Renata, a nora Luciana Del Chiaro Ludovico, o genro Marcel Costa Pereira, irmã e sobrinha. Paulo Victor Bustamante Rocca – Aos 46 anos. Filho de Joço Baptista Rocca Filho e Vera Regina de Vasconcellos Bustamante. Deixa as filhas Isabella e Daniela. O corpo foi transladado para o Crematório da Vila Alpina. Kurt F. Miller– Deixa a esposa Maria Theresia, os filhos Joerg e Andreas. O velório será hoje, das 8 às 11 horas, no Cemitério e Crematório Horto Paz. MISSAS

Saudosista da São Paulo de outros tempos Sérgio da Costa Lima foi diretor de Recursos Humanos do Banco do Commercio e IndústriadeSão Paulo,mas começou com office-boy, aos 14 anos, na mesma empresa. Maria Aparecida Cioffi Gomide – Amanhã, às 11 horas, na Igreja São José, na Rua Dinamarca, 32, Jardim Europa (7º dia).

Aprendeu tudo com os funcionários mais velhos, muito bem preparados, que lhe serviram como mestres. Entrou na faculdade deadministração somente aos 28 anos. Ele trabalhou por cerca de 30 anos no centro – no prédio onde depois seria a Bolsa de Valores – e era um saudosista da antiga São Paulo, quando as pessoas podiam andar sozinhas nas ruas à noite. Sempre atualizado, gostava do cotidiano da capital paulista eeragrandeconhecedorda história da metrópole. Dia 22, aos 68 anos. Wilson Marcelino da Silva – Hoje, às 18h30, na Igreja Assunção de Nossa Senhora, na Alameda Lorena, 665-A, Jardim Paulista.


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