BOLETIM DER HUT: Cultura Teuto-Brasileira na Cabeça - mês de março de 2018

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BOLETIM “DER HUT” - CULTURA TEUTO-BRASILEIRA NA CABEÇA, WWW.PORTAL25.COM- março de 2018

Tradições, Música, Dança, Turismo, Idioma, Gastronomia e Sociedade Brasil, março de 2018. Ano 2, nº 16. p.01.

A Banda Treml Um dos símbolos da cidade de São Bento do Sul, o conjunto instrumental mantém características vindas com os imigrantes alemães. Por Elisangela Leitzke e Denis Simões. Quando se pensa em comunidade alemã no Brasil vem à mente a imagem de pessoas trabalhadoras, persistentes, que gostam de espaços floridos e que fazem música. Alguns desses ícones podem não ser reais, porém a questão musical é inegável: os teuto-brasileiros tem como valor a preservação do canto e das melodias instrumentais, mantendo a tradição de corais e de bandas nas colônias na América Latina. Em São Bento do Sul um grande exemplo desta cultura musical sobrevive ao tempo e mantém forte a identidade ale-mã na região: a Banda Treml. São 104 anos de história, 5 maestros, mais de 400 integrantes que fizeram parte da Banda Treml. Acima de 1000 músicas compõem o repertório, algumas muito antigas, trazidas ainda pelos imigrantes. Atualmente são 33 componentes com idades entre 15 e 75 anos, destacou o seu regente, Luis Francisco Kamienski. O Boletim Der Hut teve a honra de conversar com ele, que entrou em 1979 na Treml e assumiu sua regência em 2012. Nas primeiras levas de imigrantes vindos da Europa para São Bento do Sul, que foi fundada em 1873, muitos eram músicos e trouxeram consigo seus instrumentos. Até hoje se mantém a tradição musical na cidade. Ao longo dos anos houve diversas mudanças em relação ao repertório do conjunto, no que diz respeito à comunicação com o público e com a comunidade. Uma dessas alterações resultou na entrada de mulheres na banda, em 1995, e na viagem para a Alemanha em 2001, disse Kamienski. O que não se alterou foi a integração da comunidade com a Banda. Como enfatiza o regente, há fila de espera de jovens músicos aguardando vaga para realizar seu sonho musical. Somos bastante apoiados pela co-

munidade, tanto por sua presença em nossos eventos quanto pelo auxílio financeiro para projetos. São poucos os grupos instrumentais que mantém as tradições musicais alemãs da forma como a Banda Treml o faz, ainda com formações típicas e a presença de um regente. Um diferencial do conjunto foi o fato do sobrenome dos líderes dar nome ao grupo. Foi assim com os dois irmãos da recém-formada Banda Augustin; continuou ao transformar-se em Banda Zipperer e, em 1913, em Banda Treml. A designação não mudou mais quando foi definido que se manteria o nome Treml em homenagem aos regentes João e Affonso de uma mesma família, que ocuparam o posto até 1980. Até 1993 Mathias Herzer foi o maestro. Depois o foi Pedro Machado de Bittencourt. Em 2012 Luis Francisco assumiu e permanece na regência. Em sua história tem uma extensa lista de trabalhos e gravou entre 1961 e 1992 nove LPs. O décimo foi lançado nas comemorações do centenário em 2013. Para se adaptar aos modernos meios tecnológicos toda a discografia foi remasterizada e digitalizada. Segundo o regente, a agenda do grupo é movimentada tocamos tanto em festividades da cida-

A Banda Treml, de São Bento do Sul-SC. Apoio:

de como em festas particulares, aniversários, casamentos, bodas de prata e de ouro. Além disso, já participaram de incontáveis eventos em diversos estados do país. E as relações com a Alemanha não ficam só no estilo musical: são vividas nas amizades internacionais. A Treml mantém contatos com grupos amigos em Baden-Württemberg e na Baviera, promovendo visitas como ocorreu em 2001, assim como os alemães também vêm ao Brasil. A Banda está organizando nova tournée pela Europa para 2018 e o regente destaca: Os últimos dias serão dedicados à visitas na região do Böhmerwald, finalizando a viagem em Praga. A intenção é conhecer os locais de origem das famílias pioneiras de São Bento do Sul. Leia em nosso site, DERHUT.COM.BR (em breve), o depoimento completo do regente Luis Francisco Kamienski.


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Editorial Rápidas

Novo ano, novo ciclo?

P

assou o carnaval e o Brasil voltou a andar. É interessante que em dezembro já se ouve o Feliz Ano Novo, com as trilhas televisivas Hoje é um novo dia de um novo tempo que começou... contudo, é como se o tempo ficasse congelado para as férias e só reaquecesse na quarta-feira de cinzas - se não na semana seguinte. Uma tradição tipicamente tropical. Entretanto, na Alemanha as atividades já reiniciaram depois do Dia de Reis, 06/01, quando é feriado. Em alguns lugares guardar os enfeites natalinos marca o retorno à rotina. É reservar na memória os bons momentos do período de festas e seguir em frente. E o que isso quer dizer? É um julgamento com juízo de valor entre latinoamericanos e europeus? Na prática, trata-se de um reflexo climático somado a um calendário que acumulou datas comemorativas em um mesmo período. Enquanto os brasileiros tem o solstício de verão perto do Réveillon, com os dias mais longos, na Alemanha ocorre o de inverno, tendo menos tempo de luz do sol. Vendo por outro ponto de vista, parece lógico ao brasileiro somar logo depois das festas de final de ano as férias - escolares e de trabalho. Isso possibilita aproveitar melhor os dias mais longos com sol, o que ocorre aproximadamente até o

carnaval. Para os alemães essa lógica se mantém, aproveitando a proximidade do solstício de verão para a folga mais prolongada; a diferença é que isso ocorre no período de julho e agosto no hemisfério norte e as datas comemorativas ligadas ao veraneio são outras. No fundo, aproveitar o verão para descansar e desfrutar dos dias ensolarados é tradição nesses dois continentes. O que muda é que os brasileiros têm o privilégio de somar a alegria do carnaval ao calor e bom clima do verão. Recordome de um professor alemão de danças, no mês de janeiro, que, aproveitando qualquer tempinho livre, ia tomar banho de sol: tinha recém saído do escuro inverno germânico e queria aproveitar os raios solares na Terra Brasilis. Em poucos dias estava vermelho como pimentão. Os brasileiros e alemães podem aproveitar da melhor forma possível o tempo mais caloroso do verão; que tenham nesse momento maior contato com a natureza e com o meio ambiente. E quando o inverno chegar, que a sociedade siga se confraternizando, agora em um local quente, fazendo a diferença mesmo tendo o clima frio. Antes de criticar os hábitos de uma comunidade é importante também entendê-los.

Em março reiniciam os bailes dos Encontros de Grupos de Danças Alemãs no Brasil. A programação de atividades segue intensa até o mês de novembro. ?

Depois de muito trabalho o site do Boletim Der Hut está tomando forma e chegando aos internautas. Mesmo ainda em seu modelo mais básico, se propõe divulgar conteúdos em formato texto, áudio e vídeo.

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Recebemos do Prof. Elio Dahmer, do Vale do Taquari, o livro A imigração alemã: por que os alemães colonizaram o sul do Brasil? A história da colônia Teutônia, Linha Frank e Linha Schmiedt. Obrigado pelo material e indicamos para quem quer conhecer mais sobre esta região do Rio Grande do Sul.

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Agradecemos às contribuições de temas para as próximas edições do Der Hut em múltiplas plataformas. Em breve vamos trazer assuntos como oratória, tipos de cervejas, trajes típicos, entre outros.

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Tramandaí e Garmisch-Partenkirchen

BOLETIM “DER HUT” CULTURA TEUTO-BRASILEIRA NA CABEÇA Coordenação: Denis Gerson Simões; Conselho Editorial: Claudia Santana, Denis Simões, Elisangela Leitzke, Felix Mugwyler; Textos: Elisangela Leitzke, Denis

Simões, Leonardo Piske, William Roese; Revisão: Elisangela Leitzke; Contatos: derhut@portal25.com Períodicidade: mensal; Distribuição: online; Contribuições: até dia 10 de cada mês, para publicações no mês

seguinte. Textos inéditos de no máximo 2000 caracteres. Centro Cultural 25 de Julho de Porto Alegre. Rua Germano Petersen Júnior, 250, B. Auxiliadora. Porto Alegre-RS. CEP 90540-140. Fone: (51) 33428733 www.25brasil.com.br


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auf YouTube

Veja mais no vídeo

Coluna da

Lise

Deutsch Português Alemão Portugiesisch

Tamancos, carnaval e mais tamancos Em fevereiro foram publicados vídeos sobre a feitura dos Sapatos de Pau, o Narrensprung, o evento do dialeto Plattdüütsk e tratando dos Encontros de Grupos de Danças Folclóricas Alemãs. Todas as quartas-feiras.

O Narrensprung, o Pulo dos Tolos, foi tema do vídeo lançado na Quarta-feira de Cinzas. O texto pode ser lido na edição de fevereiro de 2017. Foto: Denis Simões.

Quatro vídeos novos. Esse foi o saldo do canal do Der Hut no mês de fevereiro de 2018. Os audiovisuais trabalharam questões ligadas à cultura alemã, seja no Brasil ou na Europa. Uma produção que ainda está engatinhando, mas que já traz os primeiros resultados. Retomando a proposta da capa da edição passada, foi apresentada a tradição de fazer tamancos de madeira no Brasil, destacando os municípios de Westfália e Teutônia, assim como a família Brune no legado do hábito de fazer os Holzschuhe. Foi interessante o envolvimento das pessoas neste vídeo, tendo contribuições e questionamentos sobre o tema. Outro assunto que foi retomado em formato de vídeo foi o Narrensprung, o Pulo dos Tolos, que foi capa da edição do Boletim Der Hut em fevereiro de 2017. Foram apresentadas informações básicas da festa, assim como características de alguns personagens que povoam esse desfile em Rottweil, cidade localizada no sul da Alemanha, em Baden-Württemberg. A trilha sonora escolhida foi o Narrenmarsch, que foi gravada especialmente para essa matéria. E devido a boa interação junto ao público, que comentou o vídeo dos ta-

mancos com Ivair Brune, foi apresentada a matéria sobre o Encontro do Sapato de Pau, tratando do dialeto Plattdüütsk. O material contou com a entrevista de Lucioldo Ahlert, um dos coordenadores do evento. O mês se encerrou no dia 28/02 com o vídeo tratando dos Encontros de Grupos de Danças Alemãs no Brasil, que teve boa receptividade dos internautas. As imagens mostraram como ocorrem essas festas no Brasil, com destaque ao Rio Grande do Sul. Um desafio desse conjunto de vídeos foi congregar as propostas de temas às imagens que se tinha no banco de conteúdos do Der Hut. Também as músicas escolhidas seguiram as leis de proteção aos direitos autorais. Em breve teremos como publicar materiais mais interessantes e de boa qualidade somando mais experiência a esse processo. Para março várias surpresas estão reservadas, como a entrevista com grupos de danças, atividades turísticas e o preparo de pratos típicos da culinária alemã. Pluralidade em múltiplas plataformas.

Evair Brune utilizando os tamancos produzidos pelo seu avô, Arnoldo Brune. Foto: Denis Simões

Idioma é Cultura

Como a revista Der Hut está presente em diversas plataformas online, nós como editores também precisamos estar sempre atentos ao que está acontecendo e sendo postado. Já que eu mesma vivo no mundo digital atrás de material para dar aulas ou novas ideias para a revista, às vezes encontro coisas interessantes. Dia destes cruzei com um post no Facebook que comparava o significado da expressão preste atenção em diversos idiomas. Em português claramente se presta atenção em algo, em inglês pay attention se paga atenção, e em alemão existem algumas formas de dizer isso. Eu gosto muito de duas delas: Acht geben - dar atenção - e Aumerksamkeit schenken - presentear atenção. Talvez agora faça mais sentido, porque os alemães primam pela pontualidade. Se for convidado para a casa de alguém, não haverá uma TV ligada ao fundo ou uma checada rápida no celular para saber das novidades, enquanto os outros conversam. O tempo é considerado um presente de uma pessoa para outra. Ninguém gostaria de se atrasar para receber um presente tão caro quanto o tempo do outro, não é mesmo? Eu amo esse idioma!

Deutsch Português Alemão Portugiesisch


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Morar na Alemanha: oportunidades e dificuldades

Por Leonardo Augusto Piske Numa viagem em 2010 com minha família ficamos 30 dias passeando por cidades da Europa. Estivemos em vários lugares e o que mais chamou minha atenção foi a Alemanha. À partir deste passeio coloquei em mente voltar lá para trabalhar, estudar e morar. Como eu sabia poucas palavras em alemão, não conseguia ter uma conversação fluente. Fiz um curso de idiomas em Blumenau, me formei no técnico e trabalhei em duas empresas alemãs. Terminei o superior de tecnologia e consegui a cidadania alemã (meu Opa Martin Schwertl nasceu na Alemanha). Depois de formado, com experiência profissional e alguns anos estudando a lín-

Falar alemão é abrir portas para o Mundo! Aulas presenciais em Munique ou online em todo o planeta. lise_leitzke@yahoo.com.br WhatsApp: +49 1511 0279078

menau. Curiosidade: meu Opa Martin Schwertl foi o organizador da primeira viagem da banda ao Brasil. De maneira que foi uma enorme satisfação para a banda Winzerkapelle receber seu neto brasileiro e me convidaram para participar. Comecei a ensaiar e tocar em desfiles, pequenas apresentações e em eventos. Os músicos amam o Brasil - em especial Santa Catarina. Aqui em Rödelsee em TODOS os ensaios da banda são feitas várias caipirinhas com cachaça e açúcar brasileiro. Conheço todos os integrantes: um dos músicos e organizadores da banda é maestro de outra banda, chamada Knauf Bergmannskapelle. Fui convidado a tocar também com eles. Assim participo de duas bandas em desfiles, Ständchen, festas de aniversário, jubileus, eventos de igreja e associações, além de reuniões e ensaios o ano inteiro. Viajamos por algumas cidades e regiões, conhecendo novas pessoas e culturas e a atmosfera nos deixa contentes e emocionados. Estou muito feliz em morar e trabalhar na Alemanha. Só o futuro dirá, se um dia volto ao Brasil. Tenho o emprego dos meus sonhos, podendo exercer a profissão que estudei, trabalhando na concessionária da Audi. Em 2017 recebi dois cursos pagos pela empresa direto na fábrica. Tenho muito a agradecer: à minha família, aos amigos e a Deus.

Elisangela Leitzke reside na Alemanha e é professora e tradutora desde 2013, com mais de 2500 horas/aula. Tem qualificação para ser avaliadora nas provas orais e escritas telc - The European Language Certificates, reconhecidas em toda a Europa - em escolas licenciadas.

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A música: uma das conexões com a Alemanha.

gua, pensei estar preparado. Estou na Alemanha desde 25 de julho de 2015. Foi muito difícil me integrar aqui, pois meu alemão não era avançado e onde eu moro se fala o dialeto da Francônia. O Fränkisch é bem diferente do Hochdeutsch alemão oficial - que havia aprendido. No início morei com meus parentes e familiares europeus, que me ajudaram e mostraram como tudo funcionava. Com o decorrer do tempo relacionar-se tornou-se mais simples. Depois de alguns meses comecei a fazer a carteira de motorista - Deutscher Führerschein. Foram mais de 1200 perguntas estudadas em alemão e português durante extensas semanas. Além disso, segui as aulas de alemão, que frequento até hoje. A motivação para participar de grupos de danças alemãs sempre foi grande. Em Blumenau participei durante dois anos (2014-2015) do Tanz- und Spielgruppe Gartenstadt e do Blumenauer Schuhplattler. Depois dos estudos consegui conciliar o tempo para dançar e participar de eventos relacionados. Na Alemanha procurei por Tanzgruppen nas cidades e vilas na região onde moro, no entanto, não achei nenhum. Até fui para o Geldersheim-Tanzgruppe, entretanto, era muito longe. Então descobri os integrantes da banda Winzerkapelle Rödelsee, que já estiveram mais de 10 vezes no Brasil, inclusive tocando na Oktoberfest de Blu-


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Medien Zum Sehen und Hören Por Denis Gerson Simões

Monty Python

Imagem do Bavarian Restaurant Sketch do Monty Python's Flying Circus.

No mês passado falamos dos filmes de comédia que retratavam em algum momento as indumentárias alemãs pelo menos os seus estereótipos. Vendo o tema a colega Claudia Santana sugeriu dois vídeos que retratam de forma bastante irônica os alemães: quadros do lendário programa televisivo inglês Monty Python. Antes de apresentar os quadros, é fundamental recordar quem é o Monty Python. Alguns dirão que se trata de uma comédia de absurdos, outros simplesmente declararão que é humor britânico. O que se sabe, sim, é que os artístas desta série, denominada Monty Python's Flying Circus, ainda hoje inspiram programas de TV do mundo inteiro, mesmo tendo sido lançados em 1969. Os brasileiros poderiam compará-lo, mesmo com ressalvas, aos sucessos satíricos dos anos 1980 TV Pirata e 1990 Casseta e Planeta Urgente. Voltando aos alemães e esse grupo inglês, destacamos dois vídeos famosos produzidos por eles, o Quadro do Restaurante Bávaro (Das Bayerische Restaurant Stuck) e o Alemães x Gregos (Deutschland gegen Griechenland). Fica claro nesses conteúdos que a comédia do absurdo pode não ter limites. Começando pelo Restaurante Bávaro, o quadro do programa apresenta um casal norte-americano indo a um dito tradicional espaço de gastronomia da Baviera. Do idioma em alemão às indumentárias, há uma boa caracterização, sem esquecer da trilha sonora

Die lustigen Holzhackerbuam. Contudo, o que acontecerá com esses turistas é surpreendente. Vale a pena ver e se impressionar - ou se chocar. O outro esquete do Monty Python se passa no Estádio Olímpico de Munique, em um memorável jogo de futebol entre a seleção dos filósofos alemães contra os gregos. Compõe esses times figuras como Kant, Hegel, Nietzsche, Platão, Aristóteles, Socrates, Demócrito, entre outros. Uma partida desportiva repleta de jogadas pensadas e reflexões emocionantes. Mais do que criatividade, constituir esse roteiro exigiu um olhar histórico dentro dos gramados. Esses episódios, assim como outros desses humoristas, podem ser vistos no YouTube, com dublagem ou legendas em alemão e inglês. A oportunidade de sair da casinha vendo um breve vídeo na Internet. Se encontrar novos audiovisuais tratando da cultura alemã, escreva para nós: derhut@portal25.com.

O grande jogo dos filósofos gregos contra alemães, com a arbitragem de Confúcio.

Feste und Musik Por William Schmidt Roese - Fritz

17ª Lagoa Fest Hallo meine lieben Freunde! Estive participando no dia 09/02 do lançamento da 17ª Lagoa Fest, que ocorrerá nos dias 02, 03 e 04 de março em Lagoa Dos Três Cantos/RS. Ela será realizada pelo Núcleo Cultural e com o Apoio da Prefeitura Municipal. Essa festa da alegria germânica trará muita cultura, gastronomia típica, feira comercial e industrial. Como pontos fortes estão a boa música alemã e as atividades culturais. No dia 04/03, domingo, por exemplo, terá apresentação dos 08 corais do município e bandas típicas. Para quem gosta de música gaúcha, na última noite virão Os Serranos. Os mascotes Fred e Lili são o símbolo da festa, recordando a hospitalidade do povo germânico. Também destacam que não tem idade para aproveitar a festa. Esses foram alguns dos tópicos destacados pelo Presidente Cultural, Edio Schrader. O lançamento contou com o desfile de carros antigos, a centopéia de bicicletas, a comunidade com trajes típicos e homenagens aos imigrantes que colonizaram a região. Se apresentaram uma pluralidade de bandinhas. Assim, convidamos a todos a virem prestigiar a 17ª Lagoa Fest. Também desejo um bom retorno à todos vocês, amigos dos grupos de danças, que estão retornando ao seus ensaios. Bom ano de 2018 e espero que nos vejamos nos muitos Encontros de Grupos!

O Presidente do Núcleo Cultural e esposa, vice-prefeita Juliane Raquel Kempf, primeira Dama Meire Sandra Wagner, Prefeito Dionísio Wagner, Soberanas e os mascotes Lili und Fred


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Gruppen Notícias dos Grupos de Danças / Infos MARÇO 2018 * 17/03 - Festa dos 25 anos do Schützenhaus Tanzgruppe - Nova Petrópolis-RS. * 24/03 - 12. Westfälischer Tanzabend Westfälische Tanzgruppe - WestfáliaRS. (51) 999950798

Curso de Danças em Gramado: a seleção de repertório Quando se organiza um seminário de danças a escolha do repertório é um processo bastante trabalhado, com pesquisas e busca por atender às necessidades e expectativas de quem deles participa. Veja como foi pensada a seleção de coreografias dos Cursos de Danças Folclóricas Alemãs da Associação Cultural Gramado - Casa da Juventude.

* 24/03 - Encontro de Grupos de Danças - G.D. Jugendfreund - Restinga Sêca -RS. ABRIL 2018 * 07/04 - 10º Encontro de Grupos Fo l c l ó r i c o s - 2 3 a n o s d o Volkstanzgruppe Talquelle - Nova Hartz - RS. (51) 99503-1666 * 07/04 - Encontro de Grupos de Danças Folclóricas Alemãs - G. D. F. A. Tanzen i s t F re i h e i t - Fo r q u e t i n h a - R S . grupotanzenistfreiheit@gmail.com * 14/04 - 3º. Encontro de Grupos Fo l c l ó r i c o s - B l a u t h s c h n e i s s Volkstanzgruppe - Farroupilha-RS. g.d.desvioblauth@bol.com.br * 21/04 - 14º Baile do Chope e Encontro de Grupos - Lustige Jugend - Augusto Pestana-RS. (55)99992-8038 *28/04 - 1. Heimatlandfest Heimatland Volkstanzgruppe Pinhalzinho-SC. (45) 99981-2349 *28/04 - Aniversário 18 anos G.D.F.A. Wiedergeburt - Encontro - Igrejinha-RS. bitamuller@yahoo.com.br * 28/04 - 30°Baile do alemão - G.D.F.A. Immer lustig und durstig - Não-MeTo q u e - R S . ( 5 4 ) 9 9 1 2 1 - 0 2 0 1 contato@comunitaria1049.com MAIO 2018 * 12/05 - 16ª Schlachtfest - Associação Artístico Cultural Teutônia - CanabarroTeutônia-RS. (51) 99927-8182 * 19 e 20/05 - 69. Sudetendeutscher Tag - Augsburg - www.sudeten.de * 20/05 - 11º Encontro de Grupos - Der Deutsche Jugendtanz - Vale do Sol-RS. gertrudesmelchior@yahoo.com.br NOVEMBRO 2018 * 10/11 - Tanzfest Porto Alegre 2018. D. V. Tanz mit uns. Centro Cultural 25 de Julho de Porto Alegre. Baile Temático Danças Alemãs. www.25brasil.com.br

Apresentação no Lago Negro, em Gramado, com danças da cultura sorábia.

A cada ano os diversos cursos de danças populares no Brasil tem participantes mais exigentes e isso não é diferente nos da cultura alemã. A qualidade técnica dos áudios e das coreografias, assim como do material de apoio, necessita ser boa, além de atender às demandas dos diversos grupos de danças que utilizarão esse conteúdo em seus repertórios. Tratando do planejamento do curso promovido na Associação Cultural Gramado - ACG - Casa da Juventude para janeiro de 2018, Helder John destacou que necessitou para esse processo de uma aprofundada pesquisa: Durante a seleção de danças, foi buscado um material chamado Lose Blätter. Uma série publicada na DDR - antiga Alemanha Oriental - para dança folclórica e coreografias a partir de danças folclóricas. A partir desse resgate, promovido na Europa e no Brasil, que chegou-se ao repertório oferecido, chamando a atenção as danças sorábias - de uma comunidade eslava que reside em diversos pontos

da Alemanha. Esse material praticamente não era mais trabalhado, salvo algumas e xceções (grupos voltados a coreografias para palco - Thüringer Folkloreensemble, Ensemble Thea Maas de Dresden, entre outros -, os quais se limitam a algumas danças), frisou Helder. Mais do que uma retomada de coreografias, buscou-se um diálogo com uma cultura pouco conhecida pelos brasileiros. O motivo da escolha foi a história da dança folclórica na Alemanha. Uma vez que a DDR tinha um movimento de dança folclórica muito forte e, assim como outros países socialistas, tinha um projeto para construção do sentimento nacional. E a dança folclórica (mesmo que adaptada para palco) era um dos elementos base, explicou ele. Deseja conhecer mais sobre a cultura sorábia, a organização de um curso de danças alemãs, além de como foi planejado o curso de Gramado 2018? Acompanhe em breve no nosso site, com o conteúdo na íntegra produzido pelo Prof. Me. Helder John.


Brasil, março de 2018. Ano 2, nº 16. Pág. 07.

Tänze

Danças Alemãs Cantadas No Brasil é comum que as crianças encontrem-se na escola e, dando-se às mãos, saiam cantando e dançando cirandas. A mais famosa é a Ciranda Cirandinha, que não precisa ter técnica e nem experiência para conseguir executar: o mais importante é entoar a música e seguir os passos. O mesmo ocorre com cânticos na Alemanha, que em sua simplicidade e no cantar da letra acabam conduzindo passos e perpetuando tradições. A grande parte das danças populares que sobreviveu aos séculos têm em sua música o acompanhamento de letra, geralmente versinhos simples que contam histórias ou mesmo cantam a sequência da coreografia. Podem estar em algum dialeto ou já serem apresentadas no Hochdeutsch, o alemão gramatical. Contudo, quanto mais popular ela for, a tendência é também ter mais variações nas frases, agregando características regionais. O importante é, quando há uma dança com texto, que quem a execute entoe a letra, acompanhados ou não da melodia com instrumentos musicais. Todos cantarem juntos é fator que simboliza a unidade dos dançarinos e a interação entre a coreografia e o conteúdo do texto. São danças que tem letra em sua melodia o Siebenschritt, Kikeriki, Lott ist tot, Bauernmadl, Herr Schmiedt, Kreuzpolka, Helgoländer Siebensprung, entre outras tantas. Entre os grupos de danças alemãs no Brasil é bastante difícil ver os integrantes dançando e cantando simultaneamente. Quando acontece é geralmente entre as categorias infantis. Contudo, na Alemanha, Áustria e Suíça é uma prática muito mais comum, inclusive por muitos dos Tanzgruppe terem conjuntamente no ensaio o momento do canto coral. Há também danças mais complexas com cânticos, como a Sternpolka, Untersteirer Ländler e mesma a Pommersche Krakowiak, só para destacar algumas.

Por Denis Simões

Desvendando a descrição (4) Siebenschritt FORMAÇÃO INICIAL: Vários pares na circunferência do círculo. Com uma mão dada, ele com a direita e ela com a esquerda, no sentido anti-horário. PASSOS: corrido (Laufschritt) e lateral (Nachstellschritt). ? 01-04: começando com os pés de fora do par (ele esquerdo e ela direito), correm sete curtos passos para a frente, sendo que no sétimo passo há um pulo final de marcação. ? 05-08: o mesmo que 01-04, só que de costas e começando com o pé interno do par (ele dir. e ela esq.); ? 09 - Soltam-se as mãos. Cada um vai dar dois passos laterais começando com os pés de fora (ele esq. e ela dir.) afastando-se do par. ? 10 - Retornam os dois passos, começando com os pés de dentro, reaproximando o casal. ? 11-12 - dupla fica frente a frente e engancham-se os braços direitos. Fazem 8 passos corridos retornando a posição lado a lado no 8º. passo. ? 09-12 - Repete novamente a sequência de 09 a 12. Esta versão é bastante simples. Há com outras formações, como com a cruzada (Kreuzfassung) e com passo pulado (Hüpfschritt) ao final. Letra para cantar o Siebenschritt Eins, zwei, drei, vier, fünf, sechs, sieben, wo ist denn der Hans geblieben? Ist nicht hier, ist nicht da, ist wohl in Amerika. Essa é uma das letras dessa música. A tradução livre dela ficaria: Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete Onde foi parar o João Ele não está aqui, ele não está lá; Provavelmente está n a América Algumas pessoas atribuem a letra à migração de alemães aos EUA no século XIX, que ocorreu em grande quantidade.

O Siebenschritt, traduzida como Sete Passos, é uma das danças mais populares dos países de língua alemã, tendo diversas coreografias e letras na música. Mesmo com muitas variantes é tradicional que na primeira parte os pares realizem sete passos para frente e depois para trás, o que dá nome a ela. Por ter figuras simples e ser cantada, acabou transitando por diversas localidades da Europa, chegando até à América Latina, sendo dançada hoje dentro do repertório dos grupos tradicionalistas do Rio Grande do Sul com o nome de Chote Carreirinho.

Siebenschritt na Tanzfest 2012.

6, 7 ou 8 passos? As muitas variantes do Siebenschritt trazem questionamentos que deixam qualquer um confuso. Por exemplo, um pulo no final da sequência de sete passos conta como o sétimo, ou se realizam sete passos corridos e, após, se dá um pulo no oitavo tempo? Ops, perdeu a conta? Se o pulo não conta como passo, então se faz seis passos e mais um pulo no sétimo tempo? Então não seriam Sechserchritt? Indiferente dos questionamentos, busque seguir uma das coreografias registradas em algum momento do passado.


Brasil, março de 2018. Ano 2, nº 16. Pág. 08.

Zugspitze: ponto mais alto da Alemanha Ir para Garmisch-Partenkirchen é destino obrigatório para os estrangeiros que querem conhecer a Alemanha alpina.

Decorando o Salão Todos os anos quando se faz a Tanzfest Porto Alegre há uma grande preocupação: como enfeitar o Salão de Festas do Centro Cultural 25 de Julho para os convidados? A dúvida não é em função de que precise esconder alguma coisa do espaço, já que o local é bonito por si só; é sim como forma de receber com distinção os visitantes que vem a esse baile típico. Então, como proceder com a decoração? Para unir a tradição de Alemanha, Áustria e Suíça optou-se por trazer as cores dos três países estampadas em bandeiras, flâmulas e decorações nas mesas. Para destacar aspectos culturais, serão apresentados símbolos como o Relógio Cuco, os Sinos e representações artísticas dos Alpes. E o hall de entrada receberá totens em estilo Enxaimel para destacar a arquitetura germânica na Europa e no Sul do Brasil. Um conjunto que dá trabalho para preparar e montar. E para destacar o espaço do Chope Artesanal, uma tenda está sendo especialmente montada para a noite, produto dos esforços da equipe de organização do evento. Cada detalhe sendo cuidado com carinho para, no final do ano, estar pronto e do agrado dos convidados. De toda forma, a maior decoração que se pode ter é o Centro Cultural lotado de amigos utilizando coloridos trajes típicos, uma tradição de décadas da entidade. E reserve sua indumentária para este dia. Valerá muito a pena!

Espaço convidativo na Tanzfest Porto Alegre 2017. Foto: Denis Simões.

Vista para o Ostgipfelkreuz, no Zugspitze. Foto: Denis Gerson Simões.

Para quem quer conhecer a Alemanha e deseja ver os pontos turísticos presentes nos principais cartões postais do país é fundamental ir à Baviera e à fronteira com a Áustria, pois muito do estereótipo germânico está ali. E não se sinta culpado por desejar ver esses locais, pois realmente são muito bonitos e chamam a atenção dos visitantes. Um destes destinos diferenciados e que vale a pena passar um dia é o famoso Zugspitze, cume mais alto da Alemanha. Para chegar a esse pico, que mantém a neve mesmo no verão europeu, pode-se ir de carro, trem ou ônibus. Por ser um destino majoritariamente de turistas e esportistas, locais de estacionamento e boa sinalização não faltam. De toda forma, fique ligado para não perder os horários de subida e descida dos meios de transporte, principalmente o primeiro de ida e o último de volta com a Seilbahn, Zahnradbahn e Gletscherbahn. E lembre-se que no meio do caminho há uma baldeação, dependendo do trajeto pelo qual optar. O lado alemão do topo fica em Garmisch-Partenkirchen e o austríaco em Ehrwald, no Tirol. Em ambos os lados a paisagem é encantadora, aproveitando para ver as melhores

imagens a partir do trem e do bondinho. O local tem a marca de 2962 metros de altura. O ponto mais íngreme está marcado com a Ostgipfelkreuz, cruz dourada que se destaca em meio à neve branca. Se para a Alemanha o local é sinônimo de grande altitude, para a Áustria é ponto ainda bem secundário, já que o Grossglockner ganha de longe, com 3798 metros. Contudo, a infra-estrutura no Zugspitze não deixa nada a dever a outros pontos mais altos, contando com complexo turístico de encher os olhos. Há restaurante, estande de bebidas e até a possibilidade de degustar um bom fondue. Tem, também, acomodações diferenciadas - com apartamentos escavados no gelo, mas que não se pode realmente pernoitar ali. E para quem gosta de esportes de neve, pode aproveitar para esquiar, fazer snowboard, andar de trenó ou mesmo dar uma volta com sapatos especiais, os Schneeschuhe. O importante é trazer encanto aos olhos e se divertir. E se o turista quiser dizer para todo mundo que fez dois países em um só dia, pode entrar pela Alemanha e sair pela Áustria, ou vice versa. Só não poderá esquecer o carro do lado errado.


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