Gutierre Odontolife - Ed. 54

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DENtÍStICA

Associação de técnicas para clareamento em dentes vitais e desvitais.

IMPLANtODONtIA Cirurgia guiada virtual para reabilitação mandibular com implantes imediatos e carga imediata.

ENtREVIStA

Wilson Chediek, presidente do Ciosp 2014.

A saúde do dentista e suas relações com o ambiente de trabalho. ISSN - 1807-9954

Abr/Mai/Jun 2013 | ed. 54

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 Editorial Abr/Mai/Jun 2013 | ed. 54

A saúde do cirurgião-dentista em primeiro lugar

A

Odontologia é uma área da saúde que exige muito esforço físico, mental e psicológico do seu praticante, por isso, o desempenho profissional do cirurgião-dentista está diretamente relacionado com suas condições gerais de saúde. Para esta categoria, destaca-se também a influência de fatores envolvidos na prática diária da profissão, como a carga de trabalho, o número de horas trabalhadas, condição e disposição de móveis e equipamentos e, ainda, a exposição e manejo de produtos químicos e biológicos, como resinas, amálgamas, sangue e saliva. Tais condições podem condicionar o surgimento de diversos problemas de saúde, sobretudo de ordem muscular e postural, entre outras patologias. Resumidamente, a prática da Odontologia requer muita concentração, firmeza, delicadeza, precisão, condicionamento físico, equilíbrio emocional, mobilidade, atenção e uma série de outras habilidades motoras e mentais que, para o cirurgião-dentista que sonha em trabalhar durante longos anos, atendendo um número considerável de pacientes, cuidar da saúde é um quesito indispensável. Por tratar-se de um tema tão importante e de grande interesse da classe odontológica, decidimos abordá-lo de forma mais aprofundada na Matéria de Capa desta edição. Para isso, entrevistamos profissionais de diversas áreas que vão falar dos cuidados que o cirurgião-dentista deve ter com a sua saúde e de que forma esses cuidados podem influenciar no seu desempenho profissional. São eles o arquiteto, urbanista e mecânico, especialista nas áreas médica e odontológica, Rogério Aparecido de Jesus; a fisioterapeuta Dra. Karim Alessandra; o oftalmologista Dr. Fábio Ejzenbaum; o dermatologista Dr. Arthur Basile; e o otorrinolaringologista Dr. Marcelo de Toledo Piza. Estendemos também o assunto para o caderno da Gutierre Odonto, onde os colaboradores entrevistados falam do trabalho na empresa (que oferece um programa de ginástica laboral a toda sua equipe) e dos cuidados de cada um para prevenir e manter a saúde em dia. Esta edição da Gutierre OdontoLife traz ainda uma entrevista especial com o segundo vice-presidente da Apcd Central, Wilson Chediek, que será presidente do 32o Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (Ciosp), falando dos preparativos e das novidades que os participantes encontrarão na próxima edição do evento, que acontecerá entre os dias 30 de janeiro a 2 de fevereiro de 2014. Entre outros assuntos, você encontrará também artigos científicos exclusivos de diversas especialidades; agenda de eventos e cobertura dos principais acontecimentos do setor. Mais do que uma revista de cunho técnico/científico, a OdontoLife é um veículo de informação e comunicação que tem como foco principal o interesse, as necessidades e o bem-estar de toda a classe odontológica.

Ana Lúcia Pereira Editora

A Gutierre OdontoLife é uma publicação pertencente à OdontoLife Edição dePeriódicos Ltda. - ME, produzida e distribuída em parceria com a Dental Gutierre Odonto.

Direção Ana Lúcia Pereira de Jesus José Eduardo Gibin Gutierre Editora e Jornalista Responsável Ana Lúcia Pereira (MTb: 24.654) Fone: (16) 8177 0062 ana@revistaodontolife.com.br Departamento Comercial e Marketing Rodrigo Lozano Fone: (16) 3303 1820 rlozano@gutierreodonto.com.br Projeto Gráfico e Diagramação Neto Heleno info@netoheleno.com Redação Rua João Nutti, 1561 - Cj. 12 - Pq. Bandeirantes Ribeirão Preto-SP - CEP: 14090-387 Fone: (16) 3236 4802 Distribuição (gratuita) Dental Gutierre Odonto Rua Voluntários da Pátria, 2839 - Centro Araraquara-SP - CEP: 14801-320 Fone: (16) 3303-1820 Impressão Gráfica e Editora São Francisco Ltda. Rodovia Anhanguera, Km 320 + 20m Recreio Anhanguera Ribeirão Preto-SP - CEP: 14097-140 Fone: (16) 2101 4151 Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. A Gutierre OdontoLife não autoriza ninguém a retirar, emprestar ou permutar qualquer tipo de material para produção ou similares e nem a negociar em nome da revista sem autorização da diretoria. Normas de Publicação: No Caderno Científico, a revista Gutierre OdontoLife divulga artigos (Científico / Caso Clínico / Técnico ou de Revisão), produzidos por clínicos gerais e cirurgiões-dentistas das diversas especialidades odontológicas. Todo profissional que tiver interesse em publicar seu trabalho em nossas páginas deve enviar o material atendendo às seguintes normas para publicação: 1) Nos trabalhos em grupo, pelo menos um dos autores deverá ser cirurgião-dentista. 2) Os editores da Gutierre OdontoLife podem adaptar o artigo às normas jornalísticas vigentes e ao padrão gráfico da revista. 3) O texto deve ser digitado e entregue em arquivo do word (doc), na fonte Times News Romam, corpo 11, contendo: título, artigo, referências bibliográficas, titularidade do(s) autor(es) e legendas identificadas para todas as imagens (fotos, tabelas ou ilustrações). NÃO INSERIR imagens no arquivo doc. 4) Todas as imagens devem ser enviadas separadamente, em alta resolução (JPG - 300 DPIs) com, no mínimo, 9 cm de largura. Inserir no mínimo três e, no máximo, 16 imagens por artigo. 5) Os trabalhos em grupo deverão conter os nomes e a titularidade de todos os autores, e-mail ou telefone de pelo menos um dos autores. 6) Sobre as referências bibliográficas: devem ser adotadas as normas de Vancouver (as referências são enumeradas de acordo com a ordem de entrada no texto). 7) O conteúdo dos artigos é de exclusiva responsabilidade do(s) autor(res). Cada um receberá exemplares da revista em que seu trabalho foi publicado. 8) Anexar ao trabalho os dados completos de todos os autores para contato (nome completo - endereço completo - CEP - telefones e e-mail). Os trabalhos podem ser enviados para o e-mail: contato@ revistaodontolife.com.br ou através de mídia digital (CD ou DVD) endereçados para: Redação Gutierre OdontoLife - R. João Nutti, 1561 - Cj. 12 - Pq. dos Bandeirantes - CEP: 14090-387 - Ribeirão Preto-SP.

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 Índice

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24 - DENtÍStICA REStAuRADORA E EStÉtICA Associação de técnicas para clareamento em dentes vitais e desvitais.

CAPA

A Dicas indispensáveis para CDs que querem trabalhar durante anos mantendo a saúde em dia.

DENtAL GutIERRE ODONtO 16 - Equipe Gutierre Odonto de olho no trabalho e na saúde. 18 - Gutierre Odonto lança sua loja virtual em tempo recorde. 21 - Gutierre Odonto e JOTA colocam em prática programa educativo sobre Instrumentos Rotatórios. 22 - Em 2013 a Dental Gutierre Odonto investirá em congressos e eventos odontológicos.

26 - DENtÍStICA REStAuRADORA E EStÉtICA Técnica restauradora direta em dente posterior utilizando sistema adesivo de condicionamento seletivo. 28 - DENtÍStICA REStAuRADORA E EStÉtICA Clareamento de consultório associado ao clareamento caseiro. 30 - IMPLANtODONtIA Preservação da integridade alveolar - o uso dos extratores mecânicos. 34 - IMPLANtODONtIA Cirurgia guiada virtual para reabilitação mandibular com implantes imediatos e carga imediata. 38 - REABILItAÇÃO ORAL E EStÉtICA Reabilitação do sorriso com fragmentos cerâmicos. 40 - DISFuNÇÃO tEMPOROMANDIBuLAR E DOR OROFACIAL Estudo da ocorrência de disfunções temporomandibulares e distúrbio do sono em músicos cantores.

44 - DISFuNÇÃO tEMPOROMANDIBuLAR E DOR OROFACIAL Tratamento da Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial com Ortopedia Funcional dos Maxilares.

46 - ENtREVIStA Wilson Chediek. 48 - JuRISPRuDÊNCIA NA ODONtOLOGIA Aposentadoria especial para cirurgião-dentista. 50 - ODONtOLOGIA MuLtIDISCIPLINAR O Plano de Saúde Odontológico já bateu na porta do seu consultório. Você sabe como ele é? 55 - VItRINE ODONtOLÓGICA Notícia, informação, lançamentos, novidades e curiosidades na Odontologia. 58 - SOCIAL Flashs dos principais acontecimentos do setor.

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Dicas indispensáveis para CDs que querem trabalhar durante anos mantendo a saúde em dia. 8 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 54


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egundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, “Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, não apenas ausência de doença”. Ironicamente, a grande maioria dos profissionais desta área vive sob pressão permanente. Em condições gerais de vida, fica grande parte do tempo exposta a riscos de contrair doenças transmissíveis, de ser judicialmente processado, de ter que manter sua produtividade e sua clientela em alta, enfrentando diariamente fatores que aumentam a carga de estresse, que restringem sua vida social, o tempo para lazer e podem provocar inúmeras doenças. No caso dos cirurgiões-dentistas (CD) essa situação é ainda mais agravante, pois pertencem a uma categoria profissional de risco ocupacional bastante elevado. Suas condições de trabalho exigem esforço físico, mental e psicológico, movimentos repetitivos, método estático, coordenação motora, habilidade, firmeza, entre outras ações que podem determinar ou induzir o surgimento de graves problemas posturais e enfermidades de ordem visual, auditiva e dermatológica, entre outras. Com o objetivo de mostrar ao cirurgião-dentista como é possível compensar e amenizar os problemas provocados pelos esforços exigidos em seu local trabalho, entrevistamos especialistas de diferentes áreas para falar sobre as possíveis patologias que podem acometer o odontólogo ao longo de sua carreira, apresentando dicas e cuidados especiais necessários para manter a boa saúde física e uma vida mais saudável.

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Karim Alessandra M. do Prado Haram Fisioterapeuta.

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á décadas, a relação entre a saúde do cirurgião-dentista e suas condições de trabalho vem sendo estudada, permitindo afirmar que o principal motivo de reclamações da classe odontológica está relacionado essencialmente a problemas posturais, musculares e articulares. Nos últimos anos, com as indústrias investindo cada vez mais em equipamentos de alto padrão ergonômico, alguns desses problemas diminuíram, mas ainda estão longe de desaparecerem completamente. O mocho, a distância do mocho em relação à cabeça do paciente, aos instrumentos e pedais, a forma como todos os equipamentos e móveis estão dispostos dentro do consultório, são exemplos de fatores que vão influenciar no conforto e na postura do profissional na hora do atendimento. “Assim como existem normas reguladoras para a correta aplicação da ergonomia nos designs de clínicas odontológicas, existem normas ergonômicas específicas que devem ser obedecidas pelos fabricantes de instrumentos, equipamentos e móveis odontológicos. No caso dos mochos, por exemplo, onde o cirurgião-dentista permanece a maior parte do tempo sentado, existe hoje uma grande variedade disponível no mercado, mas é preciso saber escolher. Nem sempre um equipamento ergonomicamente correto atenderá 100% às necessidades dos profissionais, pois sempre haverá variáveis no biotipo de cada um”, afirma Rogério Aparecido de Jesus, 38 anos, arquiteto, urbanista e técnico em mecânica, especializado nas áreas médica e odontológica. Segundo ele, existem dicas importantes que podem ajudar na hora de comprar um mocho. 10 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 54

“O corpo humano foi feito para se movimentar e quando ficamos parados muito tempo, numa mesma posição, ele sofre. É isso que acontece com o cirurgiãodentista." “De modo geral, deve-se observar a altura e a largura do assento, a espessura da espuma, a altura e a largura do encosto e escolher o modelo mais adequado para sua estatura, altura e peso. Se possível, a pessoa deve permanecer um tempo sentada no produto, observar se a planta dos pés está totalmente em contato com o chão e as pernas formando um ângulo de 90 graus com os joelhos. Não se deixe levar pela aparência, pois um equipamento aparentemente confortável, se não for adequado ao seu biotipo, pode causar desconforto e tornar-se prejudicial à saúde depois de algum tempo de uso”, completa Rogério. Mesmo utilizando equipamentos que obedecem aos requisitos ergonômicos, a grande maioria dos cirurgiões-dentistas está subme-

tida a condições adversas de trabalho que, inevitavelmente, vão gerar problemas posturais e musculares, sobretudo na região cervical, nos ombros, cotovelo, punho e mãos. “A Odontologia é uma profissão que exige muito esforço físico do cirurgião-dentista por causa da posição em que ele trabalha. Com a mesma importância que ele cuida dos seus equipamentos, deveria cuidar do corpo, pois o corpo do cirurgião-dentista é o seu principal instrumento de trabalho. Por mais que os móveis estejam se adequando (e hoje existem opções fantásticas nesse sentido), para que o cirurgião-dentista tenha acesso à boca do paciente, seja ele destro ou canhoto, terá que inclinar o tronco para frente e fazer uma rotação. É esse giro que pode causar problemas, pois, normalmente, o odontólogo permanece muito tempo nesta mesma posição, diversas vezes ao dia, durante anos. Essa postura sobrecarrega a coluna vertebral obrigando o profissional a manter grupos musculares em tensão permanente, podendo provocar contraturas, encurtamento muscular e futuras lesões, entre outras patologias, como cefaleias, mal-estar, estresse, alterações de humor, etc. Lembrando que tudo isso pode variar muito de uma pessoa para outra, pois depende da capacidade de acomodação do corpo de cada um, uma vez que a dor aparece quando a pessoa não tem uma capacidade rápida de acomodação para o estímulo que está sendo dado ao seu organismo”, explica a fisioterapeuta Karim Alessandra M. do Prado Haram, 42 anos, graduada pelo Centro Universitário Claretiano, especialista em Reeducação Postural Global (RPG) e em Cadeias Musculares, pelo Instituto Philippe Souchard. “O corpo humano foi feito para se movimentar e quando ficamos parados muito tempo, numa mesma posição, ele sofre. É isso que acontece com o cirurgião-dentista. Na grande maioria das vezes, as queixas iniciais estão relacionadas com a coluna vertebral, sobretudo nas regiões lombar e cervical. Se não forem devidamente tratadas, podem desencadear uma sequência de problemas. Para compensar a dor na coluna, por exemplo, o profissional tende a sobrecarregar os ombros, mantendo-os em posição semi-elevada constantemente. Isso pode ocasionar bursites e tendinites, aumentando a tensão do músculo trapézio superior e nucais, o que também pode ocasionar cervicalgias e enxaquecas. Para estabilizar os ombros, ele tensiona, por exemplo, a cadeia do membro superior, podendo gerar como compensação um maior movimento da articulação do cotovelo, que pode sofrer com as epicondilites (estiramento ou ruptura dos pontos de inserção dos músculos flexores ou extensores do carpo no cotovelo). Quando o cotovelo começar a doer, a compensação acontecerá exigindo maior esforço do punho e da mão, onde pode ocorrer dor, sensação de peso, formigamento e sintomas gerais da Síndrome do Túnel do Carpo. É importante ressaltar que estamos falando de situações extremas, que podem ser evitadas desde que o cirurgião-dentista não deixe que esses sintomas iniciais passem despercebidos e, principalmente, comece a cuidar


Arthur Basile Dermatologista.

"A rotina de trabalho exige ainda que o cirurgião-dentista lave as mãos diversas vezes ao dia, o que também contribui para que a dermatite apareça." da sua saúde o quanto antes. Para esses profissionais a melhor opção é a prevenção”, destaca Karim Alessandra, que também é especialista em Reprogramação Músculo-Articular (RMA), técnica usada para tratamento e prevenção de lesões articulares e musculares; em Kinesio Taping (bandagens elásticas cineticofuncionais); em Osteopatia, pela Escuela de Osteopatia de Madrid; em Fisioterapia Desportiva, nos USA, onde também faz estudos com atletas da Universidade Lewis Clark, em Idaho. Geralmente, os primeiros sinais de desconforto aparecem entre os 35 e 40 anos, quando o organismo começa a perder força e flexibilidade, mas, segundo a fisioterapeuta, não é preciso esperar a dor acontecer para se prevenir. “Quem quer ser dentista e trabalhar durante longos anos com agenda cheia, tem que cuidar do corpo, de preferência, logo que a demanda começar a aumentar e o número de atendimen-

tos for superior a cinco ou seis por dia. O ideal é fazer atividade física para alongar e manter a força e a flexibilidade do corpo inteiro. Se for possível, faça alongamento diariamente entre um atendimento e outro, começando pela cabeça, pescoço, depois ombros, costas, braços e pernas, sempre com movimentos leves e lentos. Outra dica bastante simples, mas que ajuda muito, é espreguiçar, esticar o corpo. Isso pode ser feito em casa, na cama, logo que você acorda. Espreguice, abrace um joelho, depois o outro, os dois juntos. Gire as pernas dobradas para um lado e outro, bem devagar. Na academia, por exemplo, peça para o personal trainer fazer um trabalho de fortalecimento das costas, quadril e pernas, fundamental para compensar o esforço exigido pela profissão. RPG e Pilates também são recomendados para prevenção, pois alongam e fortalecem os músculos. Independente da modalidade, o importante é fazer algum tipo de atividade física. Em caso de dor, é aconselhável primeiro tratar essa dor com um especialista para depois retornar à rotina normal. Por fim, procure manter uma boa alimentação, principalmente no horário do almoço, evitando os alimentos que dilatam muito o estômago, como refrigerantes e salgados, que vão causar incômodos na hora em que o profissional estiver sentado no mocho realizando um atendimento ”, orienta a Dra. Karim. A rotina de trabalho do cirurgião-dentista não exige esforço apenas de sua musculatura e é muito comum esta classe enfrentar outros tipos de patologias, como problemas oftalmológicos, auditivos e dermatológicos. O CD precisa dos olhos funcionando perfeitamente para poder trabalhar, mas sem os cuidados necessários, pode sofrer com a presença de corpos estranhos nos olhos e a perda de qualidade da visão. “As principais queixas da categoria se dividem em dois tipos. As relacionadas à acuidade visual (principalmente após os 40 anos, onde é obrigatória a prescrição de óculos que possam corrigir tanto a visão para perto como à meia distância) e aquelas ligadas aos cuidados da proteção ocular contra corpos estranhos, como fragmentos de resinas, amálgamas, materiais de limpeza dentária, microorganismos da saliva do paciente e sangue”, esclarece o professor doutor Fábio Ejzenbaum, 40 anos, médico assistente do Departamento de Oftalmologia da Santa Casa de São Paulo-SP. Para ele, a primeira obrigação desse profissional é cuidar da saúde ocular como um todo. “De modo geral, isso só é possível com visitas periódicas anuais, que permitem não somente a prescrição da melhor correção óptica possível, mas também a detecção e tratamento precoce de doenças que podem afetar os olhos, pois grande parte das moléstias oculares pode ser inicialmente silenciosa, apresentando sintomas somente em estágios mais avançados. Outro cuidado que se deve ter é inerente à profissão de cirurgião-dentista: a proteção contra corpos estranhos. Nesse grupo precisamos lembrar tanto dos produtos comumente utilizados no consultório (ás vezes de tamanho tão pequeno ou microscópico, que o próprio profissional não percebe o contato ocular), mas também

do cuidado para que os olhos não representem uma porta de entrada para primoinfecções que o paciente possa transmitir através da saliva e principalmente do sangue”, completa o oftalmologista. A exposição diária a corpos estranhos aumenta também o risco de o CD contrair doenças infecto-contagiosas, obrigando a classe odontológica a adotar medidas de biossegurança (que merecem um capítulo à parte) para bloquear a transmissão de microorganismos

Marcelo de Toledo Piza Otorrinolaringologista.

“O som alto e contínuo incomoda, aumenta a tensão e pode provocar cansaço, irritação, estresse, nervosismo, dores de cabeça, ansiedade e até depressão. Em longo prazo, pode causar lesões no ouvido." www.gutierreodonto.com.br > 11


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Fábio Ejzenbaum Oftalmologista.

"... isso só é possível com visitas periódicas anuais, que permitem não somente a prescrição da melhor correção óptica possível, mas também a detecção e tratamento precoce de doenças que podem afetar os olhos..."

patogênicos. A medida mais simples, eficaz e indispensável é a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), como máscara, luvas, gorro, jaleco, óculos, etc. No entanto, em alguns casos, a utilização desses equipamentos pode provocar a manifestação de problemas dermatológicos, sendo o mais comum deles a dermatite de contato. “O uso contínuo das luvas de procedimento cria um ambiente propício para o desenvolvimento da dermatite de contato, porque são feitas de látex e talco que ressecam demais a pele. A rotina de trabalho exige ainda que o cirurgião12 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 54

-dentista lave as mãos diversas vezes ao dia, o que também contribui para que a dermatite apareça. Os CDs que trabalham com o laser também devem ter um cuidado extra por causa da radiação gerada por este equipamento”, acrescenta o médico dermatologista Arthur Basile, graduado pela Puc de Campinas-SP, especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (Ucla), professor da disciplina de Dermatologia da Universidade Barão de Mauá. Como não é possível minimizar a rotina da lavagem das mãos para o cirurgião-dentista, aconselha-se criar o hábito de usar hidratante após a higienização. “O CD não pode deixar de lavar as mãos e é muito comum alguns fazerem uso contínuo do álcool 70% para eliminar bactérias e vírus. Mas o álcool destrói toda a barreira protetora das mãos deixando-as vulneráveis para contraírem a dermatite de contato. Portanto, o ideal seria esse profissional adicionar o uso do hidratante, de preferência os mais leves e sem cheiro, após cada lavagem. O sabonete, quanto mais neutro, resseca menos a pele. Hoje, o mercado oferece uma grande variedade de produtos para hidratação. Existem também as luvas de silicone, de vinil e outros materiais que causam menos alergia do que o látex e o talco. Luvas e máscaras devem ser descartadas após cada procedimento. Se houver inflamação ou corte na pele ou nas unhas, precisam ser tratadas e protegidas. Se o CD estiver com herpes ou algum tipo de micose, ou notar a presença dessas doenças no paciente, utilize os equipamentos de proteção individual adequadamente ou, dependendo do caso, espere que estejam fora de atividade para dar continuidade ao tratamento. Outra dica importante é sobre o uso do protetor solar, pois o CD fica horas exposto às luzes branca ou amarela, que têm radiação ultravioleta e pode danificar a pele. Costumo dizer que usar protetor solar é tão importante quanto escovar os dentes. O correto seria acordar, escovar os dentes e passar o protetor. Almoçar, escovar os dentes e passar o protetor. Se for fazer alguma atividade fora do consultório, passe o protetor novamente. À noite não é necessário porque não tem radiação ultravioleta. Essa é uma orientação que vai além da rotina ocupacional e que deveria ser adequada ao dia-a-dia de qualquer pessoa. De forma geral, a qualquer sinal de coceira, irritação na pele, alguma ferida que não cicatrize, o profissional deve procurar o dermatologista e, o principal: certifique-se de que seja um médico especialista, reconhecido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia”, orienta Arthur Basile. Outro grande vilão que assombra o ambiente de trabalho dos cirurgiões-dentistas é o excesso de ruído. Alguns equipamentos, indispensáveis para o desempenho da profissão, como caneta de rotação, compressor de ar, sugadores e micromotor, por exemplo, produzem sons que, dependendo da relação entre tempo e intensidade, podem influenciar na perda de audição. Segundo o otorrinolaringologista Marcelo de Toledo Piza, 53 anos, graduado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (FMRP/USP) e diretor

de comunicações da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, não existe outra forma impedir danos à audição a não ser deixando de expor os ouvidos a sons altos. “O cirurgião-dentista pode adotar medidas para controlar e reduzir o excesso de ruídos em seu ambiente de trabalho, como condicionar o compressor de ar de maneira correta ou calibrar turbinas, mas só conseguirá proteger os ouvidos de sons altos usando o protetor auricular. Mesmo que isso possa interferir um pouco na comunicação com o paciente, ainda é a melhor forma de prevenção. Os mais comuns são os protetores de esponja, mais confortáveis e fáceis de usar. A perda da audição é muito insidiosa nessa categoria, mas, em muitos casos, o profissional demora a perceber, pois ela acontece de forma lenta e gradual”, afirma Marcelo Piza.

Rogério Aparecido de Jesus Arquiteto, urbanista e técnico em mecânica, especializado nas áreas médica e odontológica.

"Nem sempre um equipamento ergonomicamente correto atenderá 100% às necessidades dos profissionais, pois sempre haverá variáveis no biotipo de cada um.”


Exercícios de alongamento e relaxamento - Realizar os exercócios nos intervalos entre um atendimento e outro, ou pelo menos 2x ao dia. - Respeite os limites do seu corpo. - Faça movimentos lentos e leves, permanescendo de 10 a 15 segundos em cada posição. - Em cados de dores ou dúvidas, suspensa os exercícios e procure orientação médica. - Reduzem a tensão muscular, aumentam a flexibilidade, melhoram a circulação sanguínea, combatem a fadiga muscular, previnem lesões e dores na coluna.

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Fonte ilustrações: http://dsr-studio.blogspot.com - Adaptações: Kadi

De acordo com o ele, existem pesquisas que comprovam que a maioria das pessoas pode ficar exposta até oito horas ao som de 85 decibéis (dB) contínuos sem sofrer lesão. A partir daí, a cada 5 dB deve-se reduzir pela metade o tempo de exposição para evitar problemas, ou seja, a 90 dB o tempo de exposição diminui para quatro horas, a 95 dB, para duas horas e assim sucessivamente. “O som alto e contínuo incomoda, aumenta a tensão e pode provocar cansaço, irritação, estresse, nervosismo, dores de cabeça, ansiedade e até depressão. Em longo prazo, pode causar lesões no ouvido. A presença de zumbido é um dos primeiros sinais de que existe queda na audição. Depois disso, pode haver o prejuízo no entendimento e na discriminação das palavras, até a perda importante da audição em casos mais extremos. O cirurgião-dentista fica exposto a ruídos desde a sua formação acadêmica. Em média, depois de 10 anos de profissão, grande parte começa a apresentar queixas auditivas. A melhor dica para esses profissionais é a prevenção. Primeiro, fazendo uso do protetor auricular, depois, realizando exames periódicos de audiometria para saber se existe algum tipo de lesão, acompanhar a evolução do problema e tomar as medidas necessárias para o tratamento”, finaliza o especialista. O bom desempenho profissional do cirurgião-dentista depende diretamente de suas condições física, mental e psicológica. Por isso, não abra mão da sua saúde se pretende ter uma carreira longa e promissora. Previna-se, elimine os riscos, pratique esportes, faça atividade física, alongue, relaxe, extravase, desestresse, alivie, alimente-se bem, preserve os bons momentos de lazer e invista em qualidade de vida. Cuide-se bem e não permita que a sobrecarga e os esforços gerados no ambiente de trabalho interfiram na sua realização profissional, pois a Odontologia é uma das áreas mais importantes e belas da saúde e deve ser motivo de satisfação e alegria para quem a pratica.  www.gutierreodonto.com.br > 13


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Equipe Gutierre Odonto de olho no trabalho e na saúde padrão, pois depende muito do planejamento da semana e das necessidades emergenciais dos escritórios de vendas. Viajo constantemente para visitá-los e, quando estou na matriz, sempre me desloco entre os departamentos. Acho muito importante ter conhecimento dos problemas que nossas atividades profissionais podem trazer. Para compensar essa rotina costumo fazer minhas caminhadas e jogar futebol com os amigos aos sábados. Essas atividades têm influência no corpo e na mente. É muito importante cuidarmos do desenvolvimento emocional também. Com a implantação da ginástica laboral na empresa acredito que posso melhorar ainda mais meu desempenho. É comprovado o benefício das atividades físicas para o individuo, pois aumentam significativamente a disposição, gerando boas ideias, cooperação e vigor. Enfim, praticar atividades físicas só nos traz benefícios”, afirma André. Profissionalmente, ele revela que tem planos e objetivos ousados, entre os quais o principal é fazer história com a empresa, marcar uma geração com muito trabalho e dedicação. Para isso, sabe que precisa alcançar uma série de metas André Brazorotto menores que, juntas, possibilitarão bons resultados para empresa e, consequentemente, para todos os colaboradores. proveitando o tema de capa desta edição, “Estou muito satisfeito com as possibilidades que fala da saúde do cirurgião-dentista e que a empresa me oferece para que eu possa me de cuidados que podem evitar possíveis doenças ocupacionais, estendemos o assunto para apresentar mais quatro colaboradores internos da Dental Gutierre Odonto, que atuam em diferentes departamentos. Além de conhecer a trajetória e o trabalho de cada um deles, você vai saber como esses profissionais agem para driblar a correria e o cansaço do dia-a-dia, manter a disposição e garantir uma boa qualidade de vida. Preocupada com o bem-estar físico e mental de seus colaboradores, a Dental Gutierre Odonto promove regularmente ações direcionadas à saúde e oferece um programa de ginástica laboral em sua matriz, pois tem plena consciência de que o sucesso de sua organização depende da saúde dos seres humanos que estão diretamente ligados a ela. O supervisor de vendas André Brazorotto, trabalha na Gutierre há cinco anos. Iniciou suas atividades no setor de separação de pedidos, onde permaneceu durante quatro meses e passou pela área comercial, mais especificamente no setor de distribuição para dentais. Depois de aproximadamente três anos, foi convidado para supervisionar os escritórios de vendas que a empresa tem distribuídos pelo Brasil. “Atualmente minha rotina não segue um Aline Mendes

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"... adotar medidas de prevenção e promoção da saúde na empresa significa investir em qualidade de vida,..." 16 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 54


Transformamos negócios em sorrisos.

Davi Alessander Alves

desenvolver profissionalmente. A Gutierre é uma empresa onde se tem tranquilidade e liberdade para trabalhar, além de cultivar um ambiente de cooperação e empatia. De modo geral, me identifico com toda a filosofia da empresa, mas poderia destacar o incentivo ao comprometimento através dos exemplos, a humanização nas relações interpessoais e a valorização das conquistas e idéias, como as que tenho mais afinidade", completa André. Para a supervisora de vendas no varejo, Aline Mendes, a correria do dia-a-dia também exige muita concentração e disposição. Ela passa parte do tampo sentada e parte em pé, auxiliando as atendentes nas negociações com os clientes para fechamento de pedidos e fica em contato direto com o departamento de compras. “Trabalho na Gutierre há mais de sete anos. Iniciei como recepcionista e logo surgiu a necessidade de auxiliar o setor de separação, quando comecei a aprender a função, passando para este departamento. Pouco tempo depois, a empresa iniciou o projeto de Vendas no Varejo com a implantação do 0800. Assumi a função de vendedora e, após alguns anos, recebi o convite para supervisionar o setor, onde estou até hoje. Tenho conhecimento das possíveis lesões que posso adquirir em decorrência do meu trabalho e, por, isso faço atividades físicas para compensar o desgaste e ter mais disposição”, comenta Aline. Seu maior objetivo profissional hoje é contribuir para que a empresa tenha o maior CallCenter de produtos odontológicos do Brasil, que atenda com qualidade e dedicação. “A Gutierre é uma empresa muito humana, onde todos trabalham com o coração. No relacionamento, no respeito e no trato com clientes e colaboradores internos procuramos trabalhar com amor, demonstrando o carinho e a alegria que temos em ser a Gutierre Odonto. Estou muito satisfeita por fazer parte desta equipe”, destaca Aline. Um dos setores que mais exigem força e

condicionamento físico na Gutierre é o departamento de Logística e Expedição, responsável pela chegada dos produtos vendidos até o seu destino, nas condições adequadas, dentro dos prazos estabelecidos. Antes, porém, esses produtos precisam ser embalados, empacotados, carregados e transportados. Esse é o trabalho de Davi Alessander Alves, que está na Gutierre há dois anos. “Existem produtos de vários tamanhos, formatos e peso. Mas o volume diário de entregas acaba sendo grande. É claro que fazemos o trabalho respeitando nossos limites físicos, mas é preciso ter cuidado, principalmente com as costas, pescoço e braços. A própria ocupação acaba gerando um condicionamento físico, mas é sempre bom fazer alguma atividade para compensar esse esforço. Por isso faço caminhadas, pelo menos três vezes por semana, para manter a forma e também para relaxar”, explica Davi. Para ele, trabalhar na Gutierre é um privilégio que o estimula a desempenhar suas funções com responsabilidade e dedicação. “Na Gutierre todo mundo convive em harmonia, sem atritos, sempre um ajudando o outro. Isso torna o ambiente agradável e faz com que a gente se dedique ainda mais para realizar um trabalho de qualidade”, finaliza Davi. Para Rafaela Fiâmeta Rocha, do Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) e do pós-venda da Gutierre Odonto, os cuidados com a saúde são indispensáveis, pois ela passa a maior parte do tempo sentada. Na empresa desde maio de 2012, Rafaela também está fazendo o terceiro ano do curso de Terapia Ocupacional e tem consciência de que deve se prevenir para trabalhar e manter uma boa qualidade de vida. “Tomo alguns cuidados para que eu possa desenvolver meu trabalho de forma saudável. Fiz algumas adaptações como apoio para os pés e para o computador. Acho importante fazer atividade física, mas a falta de tempo não permite. Por isso, substituo-as fazendo alongamento, na sala mesmo, em pequenos intervalos, no período da manhã e no meio da tarde. Procuro alongar os braços e o pescoço para compensar o movimento repetitivo da digitação. Essa é

Rafaela Fiâmeta Rocha

uma forma de prevenir doenças, dores musculares e ter mais saúde no trabalho. Além de promover uma melhora na vida pessoal e profissional, a empresa também ganha, pois dificilmente haverá afastamento por motivos de doença, lembrando que é muito importante o acompanhamento de um profissional”, orienta Rafaela. Para a Gutierre Odonto, adotar medidas de prevenção e promoção da saúde na empresa significa investir em qualidade de vida, amenizar a carga de trabalho, diminuir os níveis de estresse, ansiedade e desequilíbrio entre vida pessoal e vida profissional, eliminar o sedentarismo de sua equipe, seu bem mais precioso, promover a motivação e, consequentemente, o aumento da produtividade, pois a saúde de qualquer empresa depende diretamente da saúde e do bem-estar de todos os seus colaboradores. 

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Gutierre Odonto lança sua loja virtual em tempo recorde E

m parceria com a Ciashop, uma das mais representativas empresas do setor de tecnologia, mídia e telecomunicações da América Latina, a Dental Gutierre Odonto fez o lançamento de sua loja virtual em tempo recorde. Foram necessários apenas três meses para que todo o projeto fosse elaborado e executado, incluindo inovações de design, como vitrine slider dinâmica em jQuery na página inicial, entre outros itens, permitindo que a loja iniciasse suas atividades durante o

Ciosp 2013. O lançamento da www.gutierreodonto. com.br causou um grande impacto entre os participantes do evento e, hoje, já é responsável por uma fatia significativa no volume total de vendas da empresa. A parceria entre Dental Gutierre Odonto e a Ciashop ocorreu de forma espetacular, resultando em um projeto bem desenvolvido e de alta qualidade, mostrando o quanto é importante unir estratégias para se chegar ao objetivo proposto. 

Lançamento da loja virtual da Gutierre (www.gutierreodonto.com.br) no Ciosp 2013.

Instituições do Terceiro Setor recebem doações da Dental Gutierre Odonto A

lém do sucesso de vendas e do lançamento da loja virtual (www.gutierreodonto.com. br) no Ciosp 2013, a Dental Gutiere Odonto realizou uma promoção especial beneficiando quatro importantes instituições nacionais: Hospital de Câncer de Barretos; Aliança Beneficente Universitária de São Paulo - Abeuni; Instituto Sorrir para Vida, de São Paulo-SP; e Fundação Toque, de Araraquara-SP. Nas compras acima de R$ 1.600,00, o cliente ganhava um boneco de pelúcia do Gutinho, mascote da Gutierre, e escolhia a instituição de sua preferência através de cartões que ficaram dispostos em displays ao lado dos caixas, para fazer sua doação. Cada cartão devidamente preenchido e personalizado com a logomarca da entidade escolhida representava um valor percentual da compra em doação. No final do 18 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 54

evento os cartões foram contabilizados e o valor das doações foi repassado respectivamente às instituições através de depósito bancário. O valor total de doações arrecadadas foi de R$ 13.385,00, sendo repassados R$ 5.600,00 ao Hospital de Câncer de Barretos; R$ 2.785,00 à Abeuni; R$ 2.500,00 ao Instituto Sorrir para Vida; e R$ 2.500,00 à Fundação Toque. “Foi a forma que encontramos de contribuir para que essas entidades deem continuidade aos seus projetos, beneficiando um número cada vez maior de pessoas que realmente necessitam de ajuda. Para o próximo ano, nossa meta é aumentar o valor das arrecadações. Até lá, sempre que houver oportunidade, poderemos participar ou promover outras ações desta natureza”, comenta o diretor Eduardo Gutierre. 

Gutierre apoia Projeto Voluntários do Sertão P

ela primeira vez a Dental Gutierre Odonto está participando como empresa apoiadora do Projeto Voluntários do Sertão com a doação de mais de R$ 13.000,00 em produtos para procedimentos odontológicos. A Organização Voluntários do Sertão é uma entidade do terceiro setor, instituída como pessoa jurídica de direito privado, com sede em Ribeirão Preto-SP, que tem como objetivo promover o voluntariado com atendimentos na área da Saúde, atendendo a população em vulnerabilidade social no interior do Brasil. A 13ª edição do Projeto, também conhecido como Mutirão da Saúde, aconteceu entre os dias 27 de abril a 5 de maio de 2013, na cidade de Anagé-BA. Os 250 profissionais voluntários, entre médicos, cirurgiões-dentistas, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, psicólogos e apoiadores, realizaram mais de 20.000 atendimentos à população carente de Anagé, da zona rural e de algumas cidades vizinhas. Além da doação dos produtos, participaram do evento como voluntários o diretor da Dental Gutierre Odonto, Eduardo Gutierre, o técnico de informação, Luciano Diniz e a jornalista e editora da revista Gutierre Odonto, Ana Lúcia Pereira. 


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Gutierre Odonto e Jota colocam em prática programa educativo sobre Instrumentos Rotatórios

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parceria entre a Dental Gutierre Odonto e a Jota AG Rotary Instruments existe desde 2009 e foi fortalecida no final do ano passado, quando a dental passou a importar diretamente os produtos da empresa suíça. Este fortalecimento trouxe uma série de benefícios aos cirurgiões-dentistas clientes da Gutierre que, além de terem acesso aos produtos de alta qualidade a preços competitivos, contarão com o atendimento de vendedores especialmente capacitados. “A Jota AG está no mercado há 104 anos. É a única empresa no mundo que investe em programa educativo de treinamento sobre instrumentos rotatórios, um campo que ainda hoje não é abordado com a importância que deveria. O objetivo do programa Jota Trainning é profissionalizar os vendedores ao máximo para que, depois de completar todos os módulos do treinamento, eles se tornem especialistas em instrumentos rotatórios. Em março deste ano os vendedores da Gutierre Odonto concluíram o primeiro módulo do treinamento e cada um recebeu um certificado assinado pela empresa. O programa completo é composto por vários módulos, um para cada tipo de instrumento, como pontas diamantadas, carbide, polidores, abrasivos, escovas, discos, limas, etc.”, explica o diretor de vendas da Jota AG na América Latina, Marcelo Marjovsky. Os instrumentos Jota AG são produzidos com matéria-prima da mais alta qualidade, seguindo rigorosos padrões de controle de fabricação, de acordo com as exigências do governo suíço para obtenção da certificação Swiss Made. A Jota AG também oferece todas as orientações necessárias sobre instrumentos rotatórios

aos cirurgiões-dentistas, de forma diferente e com informações adicionais específicas. “Trabalhamos em parceria com uma equipe de profissionais formadores de opinião no Brasil e no mundo, a Jota Masters, que conta com a participação do Dr. Paulo Kano, reconhecido nacional e internacionalmente, entre outros especialistas de renome. Essa equipe disponibiliza material audiovisual explicativo que pode ser adquirido junto com os kits da Jota ou acessados pela internet. Agora, o profissional que já conhece a alta qualidade suíça vai se identificar com a marca também através do programa educativo”, comenta Marjovsky, que completa: “A superioridade dos produtos suíços garante maior economia, redução do tempo de trabalho, aumento da produtividade, diminuição do estresse para o

cirurgião-dentista e para o paciente e influencia diretamente nos resultados dos procedimentos realizados. Por isso, quanto melhor o profissional souber utilizar os nossos instrumentos, conseguirá obter resultados ainda melhores”. Com a parceria entre a Dental Gutierre Odonto e a Jota AG, os odontólogos terão acesso a todas essas vantagens, com preços acessíveis e atendimento diferenciado. “Foi trabalhando com seriedade e investindo em profissionalismo que a Jota AG Rotary Instruments tornou-se uma líder mundial e encontrou na Dental Gutierre Odonto esta mesma filosofia de trabalho. Por essa razão, acreditamos que a nossa parceria tem tudo para ser um grande sucesso”, finaliza Marcelo Marjovsky. 

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Em 2013 a Dental Gutierre Odonto investirá em congressos e eventos odontológicos

Cirurgiã-dentista de Santa Catarina vence concurso “meu Consultório dos Sonhos” promovido pela Dental Gutierre Odonto

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Gutierre Odonto iniciou o ano marcando de forma surpreendente o Ciosp 2013, maior congresso odontológico da América Latina. Parte do sucesso da empresa se deu pelo lançamento de sua loja virtual (www.gutierreodonto. com.br), através da qual os visitantes puderam realizar compras on line no estande da Gutierre durante os quatro dias de evento. A empresa superou as metas de vendas e toda a equipe foi reconhecida através de bonificação especial relativa ao congresso. Entre outras atrações, a Gutierre divertiu os visitantes pelos corredores com seu mascote Gutinho e com anões contratados e caracterizados de “Pequenos Preços”. Destaque também para a concretização da recente parceria com a OdontoLife, através da exposição e entrega gratuita da revista Gutierre OdontoLife aos participantes que fizeram compras ou que passaram pelo estande. “Enquanto para o profissional os eventos técnico-científicos, como congressos, palestras ou conferências, representam uma excelente oportunidade de atualização e interação com outros colegas e empresas do setor, para a empresa esses eventos são importantes meios de difusão de 22 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 54

produtos, tecnologias, vendas e negócios, indispensáveis para o crescimento e fixação de sua marca. Por isso, decidimos investir um pouco mais nesse segmento. Com a loja virtual nossa participação em congressos fica ainda mais eficiente, pois, dependendo do tamanho e da localização do evento, podemos oferecer a mesma variedade de produtos, qualidade e praticidade aos visitantes, com investimentos reduzidos”, explica o diretor José Eduardo Gibin Gutierre. A Dental Gutierre Odonto também participou como apoiadora do Odonto Management Brazil - OMB, realizado nos últimos dias 15 e 16 de abril e já confirmou sua participação no 21º Ciorj, que acontecerá na capital carioca entre os dias 10 e 13 de julho. No Congresso Internacional do Rio de Janeiro a Gutierre montará um espaço todo voltado para sua loja virtual, disponibilizando vários computadores para que os visitantes possam fazer suas compras com agilidade e conforto e ainda concorrer a vários prêmios. A empresa continua programando sua participação em outros eventos ainda em 2013 e já está preparando mais novidades para 2014. 

ealizado entre os dias 31 de janeiro a 3 de fevereiro de 2013 e aberto a todos os estudantes regulares de cursos de graduação em Odontologia e profissionais de Odontologia do Brasil, o concurso “Meu Consultório dos Sonhos” sorteou um equipamento Unik C, da KaVo, no valor total de R$ 11.426,00 entre os participantes. Os interessados tiveram que responder à pergunta: “Por que esse é o meu consultório dos sonhos?”, em um formulário devidamente preenchido e entregue exclusivamente no estande da Dental Gutierre, dentro das dependências do Expo Center Norte, durante o 31o Ciosp. A apuração ocorreu no dia 15 de fevereiro de 2013 e a vencedora foi a cirurgiã-dentista Milena Perraro Martins, de Braço do Trombudo-SC. “Agradeço primeiramente à Dental Gutierre e à KaVo que me proporcionaram este prêmio e agradeço a todos os meus amigos, pacientes, colaboradores e familiares pelos votos na enquete. Tentarei sempre fazer o meu melhor para retribuir este presente e continuar ajudando a todos que, de alguma forma, precisem dos meus atendimentos odontologicos”, afirma Milena. O Conjunto Unik sorteado contém: Cadeira Odontológica, com cabeceira standard, estofamento slim, suctora rebatível, sugador Venturi 6,3mm e pedal multifuncional com 8 movimentos; um Equipo acoplado com braço articulado fixo, com seringa 3F, terminal borden alta rotação, terminal borden baixa rotação, bandeja em aço inoxidável sem bordas; um Refletor Odontológico de lâmpada halógena; e um Mocho Klinic.


CADERNO

Científico ARTIGOS CIEnTífICOS | TéCnICOS | CASOS ClínICOS | ARTIGOS DE REVISãO

DEnTíSTICA RESTAuRADORA E ESTéTICA ImPlAnTODOnTIA REABIlITAçãO ORAl DISfunçãO TEmPOROmAnDIBulAR E DOR OROfACIAl www.gutierreodonto.com.br > 23


 Caderno Científico | Dentística Restauradora e Estética

◗◗ Oscar Barreiros de Carvalho Junior Mestre e Doutor em Dentística e Materiais Dentários pela Usp de Bauru-SP. Professor de Dentística da Funec de Santa Fé do SulSP. Professor dos cursos de Especialização e Atualização em Dentística do Ibeo - São José do Rio Preto-SP, da Apcd - São José do Rio Preto-SP, da Abo - Cuiabá-MT, Abo Porto Velho-RO, Abo - Campo Grande-MS, Cpo - Presidente Prudente-SP e Ceoma Marília-SP.

Associação de técnicas para clareamento em dentes vitais e desvitais Introdução

◗◗ Referências Bibliográficas 1) FEINMAN, R.A et al. bIeaching teeth. Quintessence Publixhing Co. 1987. 102p. 2) HAYWOOD, V.B.; HEYMANN, H.O. Nightguard vital bleaching. How safe is it? Quintessence International, v.22, n.10, p.775782, 1991. 3) BARATIERI, L.N. et al. Clareamento dental. Ed. Santos, 1993, 179p. 4) BARATIERI, L.N.; RITTER, A.V.; MONTEIRO Jr., S. et al. Nonvital tooth bleaching: guidelines for the clinican. Quint. Int., v. 26, n.9, p.597-607, 1995. 5) RIEHL, H. Determinação da variação do pH de várias substâncias para restaurações da cor da coroa dentária (“clareamento”), intracoronariamente, 110p, 1997, Tese [Mestrado]- Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. 6) AUN, C. E.; MOURA, A.A.M. Clareamento dental. In: PAIVA, J.G.; ANTONIAZZI, J.H. Endodontia: bases para a prática clínica. 2. ed. São Paulo: Artes Médicas, 1988, p.759-777 7) CONSOLARO, A.; NEUVALD, L.R.; RIBEIRO, F.C. Clareação dentária: implicações clínicas e sua relação com as reabsorções dentárias. In: CONSOLARO, A. Reabsorções dentárias nas especialidades clínicas. Maringá: Dental Press, 2002. cap. 6, p.103-121. 24 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 54

A resolução de problemas estéticos, em que se necessita modificar a cor e às vezes a textura dos dentes, é hoje uma possibilidade real para os dentistas. O processo de clareamento dental consiste em remover-se da sua estrutura, esmalte e dentina, pigmentos que estejam corando fortemente os dentes e tornado-os mais escuros, isto, através de uma reação química. Estes pigmentos podem reagir com oxigênio, liberado pelos agentes clareadores e serem modificados em sua forma e cor, ficando o dente mais claro1. Atualmente, o dentista tem à sua disposição três compostos capazes de liberar o oxigênio para utilização nos diferentes tipos de clareamento. São eles, perborato de sódio, peróxido de carbamida e peróxido de hidrogênio. A diferença entre eles está na quantidade e na velocidade desta liberação. O perborato de sódio é indicado apenas para curativo de demora em dentes endodonticamente tratados, liberando oxigênio lentamente durante longo período, de uma semana a até 15 dias. Os peróxidos de carbamida e de hidrogênio podem ser utilizados em moldeiras, nos clareamentos domésticos e no consultório, com resultados imediatos. Nesta modalidade, os peróxidos de hidrogênio se destacam por liberarem maior quantidade de oxigênio em curtos períodos clínicos2. Associar as técnicas para obter resultados mais expressivos em menor tempo é uma alternativa clínica bastante viável. Pode-se optar pelo clareamento com peróxidos de hidrogênio inicialmente no consultório e, se necessário, complementar com o curativo de demora ou inverter esta ordem, começando-se pelo curativo de demora complementando-se com a técnica ambulatorial, caso o resultado seja satisfatório. Os procedimentos restauradores devem ser executados após uma semana no mínimo do término do clareamento, pois o oxigênio presente pode afetar a adesividade dos materiais restauradores3.

Caso Clínico Paciente apresentou-se com o dente 21 escurecido após tratamento endodôntico, fraturado na incisal e também pretendendo clarear toda a arcada. Os dentes íntegros apresentavam-se na cor A3 da escala Vita e, o dente 21, com coloração bastante escura, destacando-se dos demais elementos. Ao exame radiográfico, observou-se tratamento endodôntico adequado, possibilitando utilizar-se a técnica de clareamento interno. O dente 21 foi aberto pela palatina, limpa sua câmara pulpar e desobstruído endodonticamen-

te 3 mm abaixo da coroa clínica visível. Para impedir o contato do agente clareador com o material obturador de conduto, uma barreira (tampão cervical) foi confeccionada com cimento de ionômero de vidro (Maxxion R-FGM), com espessura de 2 mm na vestibular e 3 mm nas proximais e palatina. O método clareador selecionado foi o imediato, usando-se peróxido de hidrogênio a 35% (Whiteness HP Maxx - FGM) que promove alta liberação de oxigênio. Os tecidos moles foram protegidos com barreira gengival, afastadores labiais posicionados e o clareador aplicado dentro da câmara pulpar do dente 21 e na vestibular de todos os demais. Ocorrido o tempo de degradação, o peróxido de hidrogênio foi removido, os dentes lavados e secos e nova aplicação feita imediatamente. Houve um bom resultado nesta primeira sessão, com todos os dentes diminuindo a intensidade da pigmentação sem, entretanto, o dente 21 igualar-se aos demais. As aplicações de peróxido de hidrogênio devem ser espaçadas entre 5 a 10 dias pra não provocarem sensibilidade. Considerando o dente 21 não ter atingido cor similar aos vitais, foi utilizada como curativo de demora uma pasta consistente de perborato de sódio misturada com peróxido de hidrogênio líquido (Whiteness Perborato - FGM), capaz de liberar oxigênio lentamente por alguns dias. A pasta é colocada internamente na câmara pulpar em contato com a face vestibular e a cavidade vedada com resina composta do tipo “flow” (Opallis Flow - FGM). O paciente é orientado a observar a variação de cor, evitando que o elemento possa ficar mais claro que o conjunto. Após uma semana, removeu-se o curativo de perborato de sódio e uma segunda aplicação de peróxido de hidrogênio foi realizada nas mesmas condições da primeira. Ao final desta, o resultado do procedimento clareador foi altamente satisfatório, com os dentes ficando mais claros e o dente 21 com coloração semelhante ao conjunto. A restauração com resina composta foi feita somente após uma semana, possibilitando adesão eficaz. Foi usada uma resina composta com escala de cores para dentes clareados (Opallis - FGM), uma vez que as cores tradicionais apresentavam-se mais cromatizadas que os dentes. Usou-se uma resina com maior opacidade (cor D-Bleach) no preenchimento da área onde havia dentina e uma de maior transparência (cor E-Bleach M) nas áreas de reconstrução de esmalte. O resultado clínico foi altamente satisfatório, reabilitando-se o paciente estética e funcionalmente.


Carvalho Jr. OB

Figura 1

Figura 2

Aspecto inicial do paciente. Visão panorâmica com dentição cor A3. Figura 4

Figura 3

Visão aproximada salientando a diferença de cor do dente 21, endodonticamente tratado, para os vitais.

Figura 5

Clareador aplicado nas faces vestibulares de todos os dentes e, simultaneamente, na câmara pulpar do dente 21.

Figura 7

Figura 6

Aspecto ao final da primeira sessão, com satisfatória alteração na coloração do elemento 21.

Na mesma sessão realizou-se um novo procedimento clareador ambulatorial, atingindo um clareamento mais eficaz

Figura 11

Figura 10

Resina composta Opallis, cores para dentes clareados, usada na reconstrução coronária.

Vista aproximada dos incisivos centrais mostrando o bom resultado estético obtido.

Aspecto final após clareamento e restauração com resina composta do dente 21.

Figura 12

Visão panorâmica inicial.

Discussão

Figura 13

Clareador específico para curativo de demora, pó de perborato de sódio + peróxido de hidrogênio líquido, usado durante uma semana. Figura 9

Figura 8

Depois de uma semana observa-se o dente 21 com cor similar à cor do conjunto.

Clareador de alta potência, peróxido de hidrogênio a 35%, utilizado nas sessões de clareamento ambulatorial.

As atuais técnicas de clareamento dental apresentam resultados bastante satisfatórios na maioria dos casos, tanto para dentes vitalizados como para desvitalizados. Há várias possibilidades diferentes de tratamento, embora em todas, o que se busca é a liberação de oxigênio capaz de penetrar na estrutura dental e reagir com os pigmentos modificando a cor dos dentes4. Associar materiais e técnicas para obter melhor desempenho parece ser uma ótima alternativa clínica, potencializando resultados. A sessão inicial, com agente clareador de alta potência, tanto no dente desvitalizado como nos vitais, confere um efeito clareador imediato e, muitas vezes, suficiente para igualar a tonalidade de todos os dentes da arcada. Quando isto não ocorre, ficando ainda o dente desvital mais escuro, pode-se optar pelo complemento clareador com um curativo de demora de perborato de sódio5.

Visão panorâmica final.

Um dos grandes problemas nos clareamentos de dentes endodonticamente tratados é a possibilidade de este procedimento provocar reabsorção cervical externa. Para evitar esta ocorrência, faz-se necessária a confecção do tampão cervical evitando o contato do agente clareador com o material obturador de conduto6. O ionômero de vidro, devido à alta adesividade às paredes dentinárias tem boa indicação para este fim. A restauração do dente com resina composta deve ser feita após no mínimo uma semana do término da clareação, pois o oxigênio liberado poderia afetar negativamente na adesão dos adesivos e resinas à estrutura dental.

Conclusão As técnicas de clareação imediata, mediata e restaurações associadas, permitiram a obtenção de resultado estético e funcional altamente satisfatório, com eficiência, segurança e rapidez7.  www.gutierreodonto.com.br > 25


 Caderno Científico | Dentística Restauradora e Estética

◗◗ Paulo Sérgio Quagliatto Professor Associado da Área de Dentística e Materiais Odontológicos da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia-MG. E-mail: psquagliatto@ufu.br. ◗◗ Laura Machado M. Quagliatto Graduanda da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia-MG. ◗◗ Guilherme Faria Moura Graduando da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia-MG. ◗◗ POLLIANA OLIVEIRA MARTINS Graduanda da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia-MG.

Técnica restauradora direta em dente posterior utilizando sistema adesivo de condicionamento seletivo Resumo O desenvolvimento dos sistemas adesivos possibilitou maior conservação da estrutura dental remanescente sadia, sendo esta a mais significativa conquista possibilitada pelo uso deste material1,2. Sabe-se, no entanto, que nas técnicas restauradoras diretas em dentes posteriores a presença de tecido dentinário é comumente observada e a sensibilidade pós-operatória pode ser um fator clínico evidenciado. Vários fatores podem levar a essa situação clínica, tais como: profundidade da cavidade, tipo de dentina presente, não hibridização após condicionamento ácido dentinário, grau de umidade da dentina no momento da aplicação do sistema adesivo, contração do material restaurador entre outros. O presente artigo objetiva relatar um caso clínico de técnica restauradora direta com resina composta em dente posterior, a partir do condicionamento ácido seletivo do esmalte, utilizando um sistema adesivo com indicações para o condicionamento total (esmalte-dentina), self-etch e/ou condicionamento seletivo do esmalte.

Caso Clínico

◗◗ Referências Bibliográficas 1) Pashley DH. Dentin: a dynamic substrate a review. Scanning Microsc. 1989;3:161-76. 2) Pegado REF, Amaral FLB, Flório FM, Basting RT. Effect of different bonding strategies on adhesion to deep and superficial permanent dentin. Eur J Dent. 2010;4(2):110-7. 3) Amaral RC, Stanislawczuk R, ZanderGrande C, Gagler D, Reis A, Loguercio AD. Bond strength and quality of the hybrid layer of onestep selfetch adhesives applied with agitation on dentin. Oper Dent. 2010;35(2):211-9. 4) Perdigão J, Frankenberger R, Rosa B, Breschi L. New trends in dentin/enamel adhesion. Am J Dent. 2000;13:25-30. 5) Pashley DH, Carvalho RM, Tay FR, Agee KA, Lee KW. Solvation of dried dentin matrix by water and other polar solvents. Am J Dent. 2002;15(2):97102. 6) Ferracane, J,L. Resin Composite-State fo the Art. Dental Materials , 2011;27:29-38. 26 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 54

Paciente do gênero feminino, 23 anos, aluna de graduação da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia-MG, apresentando queixa e sensibilidade no elemento dental 47. Ao exame clínico constatou-se a presença de lesão cariosa oclusal, com esmalte circundante brando opaco e pigmentação dos sulcos oclusais adjacentes a lesão cariosa (Figura 1). Após análise clínica e radiográfica optou-se pela realização de restauração direta com resina composta e selamento dos sulcos oclusais adjacentes, Previamente à técnica anestésica foi realizada a demarcação dos contatos oclusais com fita carbono, para que durante a execução do preparo tivéssemos uma avaliação precisa dos locais de contatos, facilitando posteriormente o ajuste pós-restauração (Figura 2). Após execução do isolamento absoluto com lençol de borracha (Madeite) foi realizado o acesso à lesão cariosa com ponta diamantada #1013 (KG Sorensen) sob abundante refrigeração, removendo o esmalte opaco e complementando a remoção da dentina infectada com uma cureta de dentina (SSWhite), evitando assim a remoção excessiva dentinária e com correto controle manual (Figura 3).

O acabamento do ângulo cavo superficial do preparo foi realizado com ponta diamanta F (KG Sorensen) e a limpeza da cavidade realizada com clorexidina 2% com auxilio de um micro-brush (FGM). Após a finalização do preparo (Figura 4), o esmalte foi condicionado com ácido fosfórico 37% por 30 segundos (Condac FGM) (Figura 5), seguido de abundante lavagem, por 60 segundos e secagem suave com jato de ar. Procedeu-se então a aplicação do sistema adesivo Single Bond Universal (3M ESPE), aplicado com auxilio de um micro-brush (FGM), sendo que na superfície do esmalte foi aplicado uma camada uniforme e continua, e para a dentina foi aplicado com agitação durante 20 segundos (Figura 6) , secando suavemente por 5 segundos, e fotopolimerizado (Aparelho Optilight LD Max Gnatus) por 10 segundos, seguindo a recomendação do fabricante. A resina Z-350 XT A3 dentina, foi inserida em um incremento e fotopolimerizada por 20 segundos com o mesmo aparelho citado anteriormente. Passou-se então a inserção da resina Z-350 XT A2 esmalte, com a técnica do levantamento de cúspide e polimerizada da mesma forma que a resina de dentina (Figura 7). Foi removido o grampo e o lençol de borracha e executado o ajuste oclusal (Figura 8) com broca multilaminada 30 lâminas (SSWhite). O polimento foi realizado com discos Soft-Lex pop-on (3M ESPE) e finalizado com Jiff Brush (ULtradent). O aspecto final imediato pode ser observado na Figura 9 e o controle 30 dias após está representado na Figura 10.

Discussão Nas técnicas restauradoras diretas em dentes posteriores, a sensibilidade pós-operatória pode ser um fator clínico evidenciado, assim a utilização de adesivos que possuem características de autocondicionamento parece ser uma alternativa para controle da sensibilidade. Outro fator a ser considerado, quando se usa sistema adesivo autocondicionante é o modo de aplicação com agitação na superfície dentinária, por aumentar a resistência adesiva do sistema adesivo autocondicionante, aumentando a longevidade de união do sistema adesivo ao dente e do sucesso da restauração3. Trabalhos demostram que a resistência de união em dentina de adesivos autocondicionantes são similares aos


Quagliatto PS / Quagliatto LMM / Moura GF / Martins PO

Figura 2

Figura 1

Aspecto clínico inicial do elemento 47.

Figura 3

Demarcação dos contatos oclusais.

Figura 5

Figura 4

Preparo cavitário e remoção de dentina cariada.

Figura 6

Aplicação do sistema adesivo Single Bond Universal - Esmalte e Dentina. Preparo cavitário finalizado.

Condicionamento ácido seletivo.

Figura 8

Figura 7

Resina Z-350 XT - Dentina (A3) e Esmalte (A2).

Figura 9

Ajuste oclusal.

Aspecto final imediato após acabamento.

Figura 10

adesivos convencionais4,5. A técnica de inserção incremental do material restaurador também é uma alternativa para o controle da sensibilidade pós-opetaratória. A incidência da luz nos dentes posteriores é diferente em relação aos dentes anteriores e portanto o valor e opacidade são mais importantes que a matiz e croma, sendo possível assim restabelecer o mimetismo dente/restauração6.

Conclusão Utilizando técnica de hibridização com sistemas adesivos que apresentem comportamento autocondicionante e executando o procedimento restaurador pela técnica incremental com inserção de resina de dentina ou opaca e, posteriormente, com resina para esmalte, é possível restabelecer a forma, função, estética e manter a biologia dos tecidos submetidos ao tratamento. 

Aspecto final após 30 dias.

www.gutierreodonto.com.br > 27


 Caderno Científico | Dentística Restauradora e Estética ◗◗ Mariana Veras Aluna do curso de Especialização em Dentística da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo-SP (Forp/Usp). E-mail: mariana_veras_16@hotmail.com ◗◗ Alvaro Augusto Junqueira Júnior Especialista e Mestrando em Dentística pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo-SP (Forp/Usp). Auxiliar de ensino do curso de Especialização em Dentística da Forp/Usp. ◗◗ Gilson Piantino Silveira Especialista e Mestre em Dentística pela Faculdade de Odontologia de Araraquara-SP (Foar/Unesp). Doutor em Dentística pela Faculdade de Odontologia de São Paulo (Fo/ Usp). Professor do curso de Especialização em Dentística da Forp/Usp. ◗◗ Fernando Mandarino Mestre e Doutor em Dentística pela Faculdade de Odontologia de AraraquaraSP (Foar/Unesp). Professor titular de Dentística e professor coordenador curso de Especialização em Dentística da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo-SP (Forp/Usp).

Clareamento de consultório associado ao clareamento caseiro RESUMO Este relato de caso clínico tem como objetivo mostrar o emprego da técnica de clareamento mista, associando o clareamento em consultório com o realizado pelo próprio paciente. Utilizou-se peróxido de hidrogênio a 35% no clareamento de consultório e o peróxido de carbamida a 10% para o clareamento caseiro. Também foi instituído uso de dessensibilizante à base de nitrato de potássio diariamente, após o uso do gel clareador caseiro. Ao fim de duas semanas obteve-se um resultado extremamente satisfatório, alcançando o anseio estético do paciente.

INTRODUÇÃO

◗◗ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1) Schmidseder J. Clareamento dental. 2 ed., Porto Alegre: Artmed, 2011. p. 54-76. 2) Batista MIHM. Clareamento dental e restaurações diretas como soluções estéticas para dentes anteriores Paraíba, 2010.[Monografia].Curso de graduação em Odontologia, da Universidade Federal da Paraíba. 3) Pinto CF, Oliveira R, Cavalli V, Giannini M. Peroxide bleaching agent effects on enamel surface microhardness, roughness and morphology. Braz Oral Res ,vol.18,n.4,p.306-11,2004. 4) Luk K, Tam L, Hubert M. Effect of light energy on peroxide tooth bleaching. J Am Dent Assoc. vol.135,n.2,p.194-201,FEB,2004. 5) Lima MJP, Araújo JPC. Estudo in vitro da ação clareadoras do peróxido de hidrogênio a 35%. Revista Odonto Ciência – FacOdonto/ PUCRS vol.21,n.54,p.376-86,2006. 6) Campoy CD, Alves RHS. Clareamento caseiro: revisão de literatura.São José dos Campos,2001.[Monografia]: Faculdade de Odontologia, Universidade do Vale da Paraída. 7) Meireles SS, dos Santos Ida S, Della Bona A, Demarco FF. A double-blind randomized controlled clinical trial of 10 percent versus 16 percent carbamide peroxide toothbleaching agents: one-year follow-up. J Am Dent Assoc,vol.140,n.9,p.1109-17,sep,2009. 8) PerdigãoJ,FrancciC,SwiftEjJr,Ambros eWW,LopesM.Ultra-morphologide study of the interaction of dental adhesives with carbamide peroxide-bleached enamel.Am J Dent,vol. 6,p.291-301,dec,1998. 9) Miranda CB, Pagani C, Benetti AR, Matuda FS. Evaluation of the bleached human enamel by scanning electronic microscopy. J Appl Oral Sci vol.13,n.2,p.204-11,2005. 28 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 54

Segundo Schmidseder1, desde 1895, quando Westlake fez experimentos com uma mistura de peróxido e éter, observou-se o surgimento de uma nova era na Odontologia Estética. Notava-se desde aquela época a preocupação em clarear os dentes. Foi neste contexto que por acaso o então periodontista Munro, em 1968, descreveu que o peróxido de carbamida, até então só usado como antisséptico bucal, tinha um efeito colateral: o clareamento dos dentes. Nesse ínterim, o peróxido de carbamida em contato com os tecidos orais e saliva decompõe-se em peróxido de hidrogênio e ureia e, subsequentemente o peróxido de hidrogênio degrada-se em oxigênio e água, enquanto que a ureia decompõe-se em amônia e dióxido de carbono e o oxigênio é o responsável pela remoção das manchas intrínsecas2,3. No decorrer dos anos foi se expandindo uma variedade de técnicas e produtos para alcançar as exigências e demandas cada vez maiores do mercado clareador. Os pacientes procuram intensamente os consultórios dentários com o objetivo de obter dentes brancos1,2,4,5,6. Existe uma grande associação de dentes brancos com beleza e saúde bucal. As pessoas querem ter sorrisos com atratividade e chamar atenção nas relações interpessoais e profissionais, dando melhores impressões e obtendo assim sucesso e satisfação pessoal3,4,6.

CASO CLÍNICO O caso clínico apresentado refere-se a um paciente jovem, do sexo masculino, com descoloração normal dos dentes devido à ingestão de alimentos com corantes, como café, vinho e chocolates. Foi realizado inicialmente tratamento periodontal prévio, incluindo limpeza da superfície dentária com a mistura de Pedra Pomes e água. Em seguida, procedeu-se o isolamento do campo e proteção da gengiva com Topdam®, fotopolimerizando-o. Utilizou-se nesse momento gazes e

roletes de algodão para melhor proteção da língua e mucosas jugais. O gel clareador na concentração de 35% do peróxido de hidrogênio Whiteness® HPMAXX foi aplicado durante 15 minutos6. Após este período o gel clareador foi removido, sendo aplicado novamente por mais duas vezes, correspondendo ao tempo total de 45 minutos. Para finalizar a primeira sessão foi feita a aplicação tópica de flúor. Como o paciente relatou sensibilidade ao clareamento de consultório, o gel utilizado durante o clareamento caseiro foi o peróxido de carbamida a 10%, por duas semanas. Foi prescrito um dessensibilizante à base de nitrato de potássio para uso diário, sendo aplicado posteriormente ao gel clareador2. O paciente foi orientado a evitar certos alimentos que produzem formação de pigmentações extrínsecas durante todo o tratamento6,7.

DISCUSSÃO Para indicar um clareamento dental temos que ter em mente as indicações e possíveis efeitos colaterais. Idade, concentração do gel, presença de restaurações, manchas hipoplásicas e/ou fluoróticas e expectativas do paciente são fatores fundamentais na indicação de um tratamento clareador6,7. As vantagens de se fazer associação de técnica, sendo a primeira sessão de clareamento de consultório, são: rapidez de um resultado prévio satisfatório, que estimula o paciente, fazendo-o participar ativamente do tratamento junto com o profissional, e também o maior controle por parte do cirurgião-dentista quanto à proteção dos tecidos gengivais, diminuindo risco de queimaduras1. A utilização do peróxido de carbamida numa concentração baixa (10%) diminui o risco de maior sensibilidade durante o tratamento3,6,7.

CONCLUSÃO Observa-se que o exame clínico completo possibilita um diagnóstico correto, indispensável para traçar um bom planejamento. É de responsabilidade do cirurgião-dentista expor todas as limitações e possíveis efeitos colaterais provenientes do clareamento e também condensar seus conhecimentos, fazendo recomendações ao paciente para obtenção de resultados esperados e satisfatórios8,9. A associação das técnicas nos trouxe uma união das vantagens das duas técnicas, onde conseguimos maior participação e colaboração do paciente, tendo em vista que, após a primeira sessão, o paciente nos relatou que superou suas expectativas iniciais e isso fez com que ele respondesse bem às recomendações. 


Veras M / Junqueira Jr. AA / Silveira GP / Mandarino F

Figura 1

Figura 2

Foto inicial frontal.

Figura 4

Figura 3

Foto inicial intraoral.

Figura 5

Inicial hemiarcos esquerdos.

Figura 7

Figura 6

Inicial anteriores superiores com fundo escuro.

Figura 8

Barreira gengival.

Figura 10

Inicial anteriores inferiores com fundo escuro.

Figura 9

Aplicacファaフバ do gel clareador.

Figura 11

Remocファaフバ de bolhas de ar.

Inicial hemiarcos direitos.

Gel aplicado na arcada superior.

Figura 12

Aspecto final hemiarcadas direitas.

Aspecto final hemiarcadas esquerdas.

www.gutierreodonto.com.br > 29


 Caderno Científico | Implantodontia

◗◗ Sergio Polloni Periodontista

Preservação da integridade alveolar - o uso dos extratores mecânicos Introdução

◗◗ Referências Bibliográficas 1) Araujo, M.G., Linder, E. & Lindhe, J. (2011) Bio-Osss Collagen in the buccal gap at immediate implants: a 6-month study in the dog. Clinical Oral Implants Research 22: 1–8. 2) Araujo, M.G. & Lindhe, J. (2005) Dimensional ridge alterations following tooth extraction. An experimental study in the dog. Journal of Clinical Periodontology 32: 212–218. 3) Araujo, M.G. & Lindhe, J. (2009) Ridge alterations following tooth extraction with and without flap elevation: an experimental study in the dog. Clinical Oral Implants Research. 20: 545–549. 4) Araujo, M.G., Sukekava, F., Wennstrom, J.L. & Lindhe, J. (2006a) Tissue modeling following implant placement in fresh extraction sockets. Clinical Oral Implants Research 17: 615–624. 5) Araujo, M.G., Wennstrom, J.L. & Lindhe, J. (2006b) Modeling of the buccal and lingual bone walls of fresh extraction sites following implant installation. Clinical Oral Implants Research 17: 606–614. 6) Benex®: www.benexextractionsystem.com. 7) Suaid FA, Novaes AB, Queiroz AC, Muglia VA, Almeida ALG, Grisi MFM. Buccal bone plate remodeling after immediate implants with or without synthetic bone grafting and flapless surgery: a histomorphometric and fluorescence study in dogs. Clin. Oral Impl. Res. 00, 2012, 1–12. 8) Suaid FA, Grisi MFM, Souza SLS, Palioto DB, Taba Jr M, Novaes Jr AB. Buccal bone remodeling after tooth extraction using the flapless approach with and without synthetic bone grafting. A histomorphometric study in dogs. Clin. Oral Impl. Res. 00, 2012, 1–7. 30 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 54

O incrível aperfeiçoamento técnico-científico trazido pelas novas perspectivas de manutenção da estética do sorriso nos últimos anos veio trazer aos nossos pacientes a oportunidade de não sofrerem o prejuízo das perdas de volume alveolar que ocorrem na cicatrização natural de um alvéolo pós-extração. O conhecimento gerado pelas pesquisas neste campo da preservação do rebordo vem alcançando patamares refinados, onde hoje já se pode prever com razoável segurança qual perda tecidual poderá ocorrer. Nestas situações de previsão de perda, um procedimento de carga imediata poderia ser executado em duas etapas, porque, desta forma a perda de volume previsível é menor. Estes achados também puderam determinar se a manutenção volumétrica dos alvéolos realmente seria facilitada pela inserção de um implante ou não. Além destes achados experimentais, o conhecimento do comportamento da reabsorção e remodelação óssea pós-extração ficou melhor esclarecido em condições naturais e nas variáveis de enxertia com ou sem a inserção de implantes1-5; 7,8. O desafio de instalarmos um implante num alvéolo onde as condições ideais estão no seu limite de aplicabilidade exige dos profissionais envolvidos que se atualizem constantemente e lancem mão de técnicas diferenciadas que os conduzam a uma estabilidade primária adequada que possibilite a ocorrência da osseointegração com níveis de segurança adequados. Na busca de técnicas extrativas menos trau-

Figura 1

máticas, um avanço foi a proposta da utilização de instrumentos denominados periótomos ou osteótomos para os dentes unirradiculares. Estes instrumentos, por movimentos de impulsão, pretendem romper os ligamentos periodontais mais cervicais e progressivamente serem introduzidos no espaço ligamentar provocando miniluxações, até lograr o deslocamento da raiz. Outro acréscimo foi o desenvolvimento de um aparelho de tracionamento mecânico através de cabos e polias, o qual permite romper as fibras periodontais por tracionamento vertical, sem a utilização de movimentos laterais de luxação6. Nos relatos que seguem descrevemos a nossa experiência clínica em dois casos limítrofes para a indicação de implantação imediata à extração. Elegemos uma técnica extrativa pouco traumática, utilizando extratores mecânicos.

Caso Clínico I Paciente do sexo feminino com grande demanda estética, 33 anos, com dente 24 fragilizado por cárie radicular que reduziu a espessura mesial de dentina sadia. A paciente não se dispunha a passar por tracionamento ortodôntico, optando pela substituição por implantes. Fatores limitantes: Raiz com diâmetro próximo ou maior do que 4,3 mm e ápice próximo ao seio maxilar, fatores estes que reduziam a expectativa de estabilidade primária. Selecionamos um implante de diâmetro de 5 mm e intencionamos elevar a base do seio maxilar para buscar estabilizar o ápice do implante na sua cortical (Figuras 1 a 8).

Figura 2

Dente 24.

Radiografia inicial.


Polloni S

Figura 3

Figura 4

Tracionador em posição.

Figura 6

Figura 5

Tracionamento 5 mm.

Figura 7

Implante posicionado, biomaterial preenchendo gaps do alvéolo.

Caso Clínico II Paciente do sexo feminino, 80 anos, fratura vertical antiga na raiz distal do dente 36. Boa faixa de gengiva inserida. Raiz mesial posicioFigura 9

Figura 8

Radiografia final.

Provisório imediato.

nada próxima ao ponto médio do espaço mésio-distal. A manutenção da integridade da estreita faixa de gengiva interradicular poderá colaborar para o selamento do alvéolo pós-implantação. Fator limitante: A presença de reação infla-

matória crônica unindo os dois ápices reduz a previsibilidade de estabilidade primária. A manutenção da integridade do osso interradicular será de grande valia para a osseointegração (Figuras 9 a 14).

Figura 10

Figura 11

Inicial molar.

Figura 12

Radiografia inicial.

Figura 13

Integridade das margens gengivais.

Margem gengival integra pós extração.

Ligamento periodontal rompido 2 mm.

Figura 14

Selamento do alvéolo.

Radiografia final. www.gutierreodonto.com.br > 31


 Caderno Científico | Implantodontia Figura 15

Polloni S

Figura 16

Forças de extração.

Figura 17

Tracionadores mecânicos.

Discussão O uso de extratores mecânicos6 vem proporcionar a oportunidade de que a pretendida ruptura dos ligamentos que se busca na extração dental ocorra sem trauma aos tecidos gengivais e ósseos na periferia do alvéolo dental. Indicados para dentes unirradiculares e/ ou em situações nas quais existe a presença de raízes retas, a aplicação de suas forças extrativas rompem os ligamentos por um tracionamento controlado, onde a partir de dois milímetros de movimento extrusivo, ou até bem menos, podemos estar seguros do sucesso do procedimento. Com este dispositivo de tracionamento, a avulsão acontece com menos dor e os sinais

32 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 54

Extratores mecânicos.

clínicos de trauma cirúrgico são quase imperceptíveis já no dia seguinte ao procedimento. A utilização deste dispositivo auxiliou na obtenção de sucesso nos dois casos apresentados e foi determinante em possibilitar a manutenção da integridade dos tecidos gengivais, vitais para que se alcance o selamento biológico do interior dos alvéolos, isolando-os do meio bucal (Fotos ilustrativas da técnica - Figuras 15, 16 e 17).

Conclusão Concluímos, portanto, que este método extrativo trouxe aperfeiçoamento às técnicas de exodontia e que foi benéfico ao auxiliar a manutenção dos tecidos alveolares nos casos apresentados. 


www.gutierreodonto.com.br > 33


 Caderno Científico | Implantodontia

◗◗ Thallita Pereira Queiroz Especialista, Mestre e Doutora em Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial, pela Unesp. Professora da Graduação em Cirurgia, Terapêutica, Clínica Integrada e do Programa de Pós-Graduação em Implantodontia do Centro Universitário de Araraquara (Uniara). Professor da Especialização de Implante da Escola de Odontologia de Cuiabá-MT. E-mail: thaqueiroz@hotmail.com ◗◗ Rogério Margonar Especialista em Implantodontia, Mestre e Doutor em Periodontia, pela Unesp. Professor da Graduação em Periodontia e Clínica Integrada e Coordenador do Programa de Pós-Graduação do Centro Universitário de Arararaquara (Uniara). ◗◗ Eloá Rodrigues Luvizuto Especialista em Periodontia, Mestre e Doutora em Clínica Integrada, Professora Substituta do Departamento de Cirurgia e Clínica Integrada da Faculdade de Odontologia Unesp de Araçatuba. ◗◗ Élcio Marcantonio Doutor em Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial, pela Unesp. Professor do Programa de Pós-Graduação em Implantodontia do Centro Universitário de Araraquara (Uniara). ◗◗ Walter Betoni Júnior Mestre e Doutor em Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial. Professor da disciplina de Cirurgia da Universidade de Cuiabá (Unic) e Professor da Especialização de Implante da Escola de Odontologia de Cuiabá-MT. ◗◗ Fernando gardin Cirurgião-Dentista, especialista em Implantodontia pela Escola de Odontologia de Cuiabá-MT. ◗◗ Diego Moraes de Matheus Aluno de graduação em Odontologia da Uniara. ◗◗ Daniela Oliveira Marques Aluna do Programa de Pós-graduação em Implantodontia da Uniara.

Cirurgia guiada virtual para reabilitação mandibular com implantes imediatos e carga imediata RESUMO A cirurgia guiada virtual minimiza o erro da colocação de implantes em relação à técnica manual ou com o uso do guia cirúrgico convencional. Para isso, um exame complementar preciso de diagnóstico por imagem (tomografia computadorizada – TC) deve ser realizado. A TC auxilia o profissional na melhora da precisão da colocação dos implantes através da confecção de um protótipo que permitirá a confecção de guias cirúrgicos mais precisos. Os autores apresentam um caso clínico de cirurgia guiada virtual para reabilitação mandibular com implantes imediatos e carga imediata de uma paciente parcialmente desdentada. Os dentes remanescentes mandibulares foram desconsiderados da imagem tomográfica, os cortes tomográficos foram reformatados e usados para construir um planejamento virtual de implantes e um modelo de guia em Slice Dental (BioParts, São Paulo, Brasil). Os dentes remanescentes mandibulares foram extraídos, o guia cirúrgico adaptado para a instalação de quatro implantes usando o sistema Slice Guide seguido da instalação de prótese tipo protocolo imediato. Esta técnica permite um melhor planejamento dos implantes mesmo quando as extrações são realizadas na mesma sessão, tornando os procedimentos mais precisos e reduzindo o tempo cirúrgico. Palavras-chaves: cirurgia guiada, tomografia computadorizada, mandíbula, implantes, prótese.

INTRODUÇÃO As tendências atuais da implantodontia focam-se em procedimentos cirúrgicos menos invasivos assim como na redução do tempo da osseointegração previamente à instalação protética. O procedimento de carga imediata na implantodontia apresenta inúmeras vantagens tanto para o dentista quanto para o paciente. Podemos citar a diminuição do trauma cirúrgico, a melhora da estética imediata, adequada função mastigatória e preservação dos contornos dos tecidos moles e duros. Assim como, o aspecto psicológico do paciente também não deve ser subestimado. Em relação à taxa de sobrevida desses implantes, estudos mostram que a sobrevida de implantes imediatamente carregados na mandíbula é compatível com a técnica convencional de dois estágios1, 2. Um planejamento avançado para a futura reabilitação tem um impacto sobre a estética e biomecânica e pode realmente determinar se a 34 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 54

prótese planejada pode ser confeccionada3. O conhecimento prévio da anatomia do paciente, localização dos implantes, comprimento, diâmetro e angulação podem ajudar a evitar danos iatrogênicos com um potencial na redução do tempo de tratamento e desconforto ao paciente4. A cirurgia guiada virtual é uma cirurgia minimamente invasiva que faz a integração dos dados da futura reabilitação com a anatomia do paciente5 minimizando o erro da colocação de implantes em relação à técnica manual ou com o uso do guia cirúrgico convencional. Para isso, um exame complementar preciso de diagnóstico por imagem (tomografia computadorizada - TC) deve ser realizado. A TC auxilia o profissional na melhora da precisão da colocação dos implantes através da confecção de um protótipo que permitirá a confecção de guias cirúrgicos mais precisos. Assim como, através dos programas de computação podemos avaliar a densidade óssea e a precisão de localização das estruturas nobres de interesse ao cirurgião-dentista6. Diante disto o objetivo deste trabalho foi de descrever um caso clínico de cirurgia guiada virtual para reabilitação mandibular com carga imediata de uma paciente parcialmente desdentada.

CASO CLÍNICO Uma mulher de 76 anos de idade, com comprometimento dos dentes remanescentes inferiores apresentou-se ao curso de Especialização em Implantodontia do Centro Universitário de Araraquara-SP (Uniara) para reabilitação oral (Figuras 1A e 1B). A paciente apresentava bom estado geral de saúde, não era fumante e não apresentava hábitos parafuncionais. Várias possibilidades de reabilitação, mostrando suas vantagens e desvantagens, foram apresentadas à paciente. Após a demonstração de alguns casos chegou-se à conclusão da realização de cirurgia guiada para a instalação de implantes imediatos com carga imediata para o arco inferior, empregando-se o sistema Slice Guide (Conexão Sistemas de Prótese, Arujá-SP, Brasil). A paciente foi avaliada no pré-operatório em relação à anatomia mandibular, relação de volume ósseo, relações mandibulares, distância maxilomandibular e oclusão. Posteriormente realizaram-se as moldagens do arco superior e inferior e montagem em articulador. Um guia cirúrgico com marcações de guta percha radiopaca foi confeccionado (Figura 2). Estas marcações geram pontos de referência para a tomografia computadorizada, facilitando o


Queiroz TP / Margonar R / Luvizuto ER / Marcantonio E / Betoni Jr. W / Gardin F / de Matheus DM / Marques DO

Figura 1A

Figura 1B

Caso clínico inicial - vista frontal.

Caso clínico inicial - vista oclusal da mandíbula.

Figura 3

Figura 2

Guia cirúrgico com marcações de guta percha radiopaca que geram pontos de referência para a tomografia computadorizada.

Figura 4A

Guia prototipado em posição. Figura 4B

Implantes instalados na mandíbula e prova da infraestrutura metálica. Planejamento virtual utilizando o software Dental Slice.

Figura 5A

Figura 5B

Vista frontal da prótese.

Prótese do tipo protocolo parafusada. www.gutierreodonto.com.br > 35


 Caderno Científico | Implantodontia

Queiroz TP / Margonar R / Luvizuto ER / Marcantonio E / Betoni Jr. W / Gardin F / de Matheus DM / Marques DO

Figura 6

Figura 7

Radiografia panorâmica do acompanhamento pós-operatório de quatro anos.

Tomografia computadorizada pós-operatória confirmando o adequado posicionamento dos implantes, conforme planejamento virtual.

◗◗ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1) Gallucci GO, Morton D, Weber HP. Loading protocols for dental implants in edentulous patients. Int J Oral Maxillofac Implants 2009;24 Suppl:132-46. 2) Schneider D, Marquardt P, Zwahlen M, Jung RE. A systematic review on the accuracy and the clinical outcome of computer-guided template-based implant dentistry. Clin Oral Implants Res 2009;20 Suppl 4:73-86. 3) Widmann G, Bale RJ. Accuracy in computer-aided implant surgery--a review. Int J Oral Maxillofac Implants 2006;21(2):305-13. 4) Fortin T, Bosson JL, Isidori M, Blanchet E. Effect of flapless surgery on pain experienced in implant placement using an image-guided system. Int J Oral Maxillofac Implants 2006;21(2):298-304. 5) Barnea E, Alt I, Kolerman R, Nissan J. Accuracy of a laboratory-based computer implant guiding system. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2010;109(5):e6-e10. 6)Norton MR, Gamble C. Bone classification: an objective scale of bone density using the computerized tomography scan. Clin Oral Implants Res 2001;12(1):79-84. 7) Bedrossian E. Laboratory and prosthetic considerations in computer-guided surgery and immediate loading. J Oral Maxillofac Surg 2007;65(7 Suppl 1):47-52. 8) Casap N, Tarazi E, Wexler A, Sonnenfeld U, Lustmann J. Intraoperative computerized navigation for flapless implant surgery and immediate loading in the edentulous mandible. Int J Oral Maxillofac Implants 2005;20(1):92-8. 9) Sudbrink SD. Computer-guided implant placement with immediate provisionalization: a case report. J Oral Maxillofac Surg 2005;63(6):771-4. 10) Hahn J. Single-stage, immediate loading, and flapless surgery. J Oral Implantol 2000;26(3):193-8. 11) Nickenig HJ, Eitner S, Rothamel D, Wichmann M, Zoller JE. Possibilities and limitations of implant placement by virtual planning data and surgical guide templates. Int J Comput Dent 2012;15(1):9-21. 36 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 54

posicionamento da prótese no software tridimensional para o planejamento virtual Dental Slice (BioParts, São Paulo, Brasil). O planejamento foi de realizar as extrações dos dentes remanescentes mandibulares na mesma sessão da colocação de quatro implantes na mandíbula. Durante o planejamento virtual (Figura 3), os dentes foram desconsiderados da imagem tomográfica e os dados foram enviados para a confecção de um guia cirúrgico prototipado. Uma hora antes da cirurgia, a paciente foi pré-medicada com amoxicilina 2g, 4mg de dexametasona e 5mg de diazepam. Anestesia local (mepivacaína 2% / adrenalina 1:100.000) também foi administrada. Os dentes foram extraídos previamente à adaptação do guia cirúrgico. A sequência cirúrgica foi realizada após a colocação do guia cirúrgico (Figura 4A), sem rebatimento do retalho mucoperiosteal (flapless). Logo após, realizou-se a instalação de quatro implantes de titânio para carga imediata (Conect AR, 3,75 x 13 mm, Conexão Sistemas de Prótese, Arujá-SP, Brasil) instalados por meio da técnica guiada com estabilidade primária média de 50N.cm. Em seguida, os pilares protéticos intermediários foram instalados para a moldagem de transferência. No dia seguinte provou-se a barra metálica fundida5 (Figura 4B). No segundo dia após a instalação dos implantes, foi realizada a instalação da prótese do tipo protocolo parafusada7 (Figuras 5A e 5B) e os ajustes oclusais foram realizados. A tomografia pós-operatória confirma o adequado posicionamento dos implantes (Figura 6). O caso clínico apresenta-se com quatro anos de acompanhamento e a paciente encontra-se satisfeita (Figura 7).

DISCUSSÃO O avanço da tecnologia computadorizada mudou as possibilidades de diagnóstico e de intervenção cirúrgica na implantodontia permitindo ao cirurgião visualizar o procedimento cirúrgico antes da colocação dos implantes8, 9. Este avanço melhorou a precisão e previsibilidade da colocação dos implantes, assim como mudou o protocolo cirúrgico invasivo para um

procedimento sem retalho (não invasivo) e eventual carga imediata10. Uma grande vantagem do procedimento sem retalho é a redução do sangramento intra-operatório com maior conforto ao paciente no pós-operatório e redução do tempo de cicatrização. O planejamento virtual e a cirurgia guiada realizados provaram ser úteis na reabilitação imediata com implantes osseointegráveis e carga imediata subsequente a realização das exodontias dos dentes remanescentes, fornecendo, portanto, uma possibilidade adicional para os implantodontistas e seus pacientes. Além disso, estudos longitudinais devem ser conduzidos a fim de avaliar parâmetros como o sucesso em longo prazo dessa técnica, bem como o possível posicionamento divergente dos implantes no planejamento virtual e a situação real resultante da cirurgia de instalação dos implantes. Alguns autores descrevem que a cirurgia guiada virtual chega ser tão precisa que esta alteração de precisão está dentro de 1mm para o posicionamento do implante e até 5 graus de desvio de sua inclinação11. Portanto, não existem estudos que mostram o grau de precisão quando a técnica de cirurgia guiada virtual é realizada no mesmo momento das exodontias dos dentes remanescentes. Contudo, esta descrição de caso clínico confirma que este procedimento é viável e reduz a quantidade de cirurgias assim como o tempo cirúrgico deixando o paciente mais satisfeito.

CONCLUSÃO Diante do caso clínico apresentado foi possível concluir que a técnica de cirurgia guiada virtual permite um melhor planejamento dos implantes, favorecendo a precisão do posicionamento dos mesmos e a consequente reabilitação protética, reduzindo o tempo cirúrgico e o desconforto para o paciente. Também foi possível concluir que as exodontias dos dentes remanescentes podem ser realizadas na mesma sessão da instalação dos implantes pela técnica da cirurgia guiada virtual desde que um adequado planejamento reverso seja realizado. 


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 Caderno Científico | Reabilitação Oral e Estética

◗◗ Antônio de Luna Malheiros - Segundo Especialista em Implantodontia pela Associação Odontológica de Ribeirão Preto (Aorp). Mestre e Doutor em Reabilitação Oral pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Forp/ Usp). Professor da Faculdade de Odontologia da Universidade de Franca (Unifran).

Reabilitação do sorriso com fragmentos cerâmicos INTRODUÇÃO A evolução das técnicas e materiais utilizados na reabilitação de nossos pacientes tem nos proporcionado possibilidades que não poderíamos imaginar há poucos anos atrás. Ao mesmo tempo é possível sermos cada vez mais conservadores e conseguirmos resultados finais ainda mais estéticos. Dentre estes materiais, as cerâmicas feldspáticas aparecem em um lugar de destaque. São sistemas que têm como vantagens excelentes resultados estéticos, propriedades ópticas semelhantes ao esmalte dental, durabilidade em longo prazo, resistência à alteração de cor e manchamento, alta adesão ao esmalte dental quando utilizados com sistemas adesivos adequados e alta resistência à fratura e ao desgaste após a cimentação. Como qualquer tratamento contemporâneo, algumas desvantagens estão associadas à técnica: alto custo, necessidade de um técnico altamente treinado para este tipo de trabalho, técnica de cimentação bastante sensível e fragilidade das peças no momento de pré-cimentação.

CASO CLÍNICO No caso clínico proposto, o paciente apresentava diastemas em duas regiões, entre os elementos 12 e 13 e entre os elementos 22 e 23 (Figuras 1 e 2). Como o paciente não tinha interesse em alterar a cor e não necessitava de mudanças no formato de seus elementos dentais, a indicação ideal para o caso é a de fragmentos cerâmicos. Técnica na qual não há desgastes de esmalte, e a espessura das peças é tão pequena que mantêm a cor dos dentes do paciente. Na primeira etapa do atendimento, foi realizada moldagem total de ambas arcadas com silicona de adição (Figura 3) e seleção de cor. Este procedimento deve respeitar, de preferência, a utilização de iluminação natural no final da manhã ou início da tarde. Um grande aliado nesta etapa do tratamento é a utilização de máquina fotográfica. Em pacientes jovens, o mais comum é que os dentes apresentem variações de anatomia e de coloração ao longo de sua extensão. Com o envio de imagens ao técnico contendo o elemento dental e a escala de cor de cerâmica (Figura 4), a possibilidade de sucesso e de instalação de peças na próxima sessão de atendimento é enorme. De posse das moldagens e das imagens o técnico confeccionou o modelo (Figura 5) e realizou o enceramento (Figura 6). Após a aprovação do mesmo, o ceramista (Francisco Mello Junior, São Carlos-SP) realizou a confecção das peças cerâmicas respeitando o enceramento (Figuras 7 a 10). Para realizar a cimentação das peças, três etapas devem ser respeitadas: preparo da peça, preparo do dente e cimentação propriamente dita: 1) Preparo da peça: inicialmente deve-se pro38 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 54

ceder a limpeza das peças com álcool. Depois de limpas e secas, deve-se realizar o condicionamento com ácido fluorídrico da porção interna dos fragmentos. Deve-se atentar ao fato de que diferentes sistemas cerâmicos recomendam diferentes tempos para este condicionamento. A função desta etapa é aumentar a aderência mecânica do silano à cerâmica. Após lavar e secar bem as peças, em seguida deve-se aplicar o silano. Deve-se secar o silano com jato de ar. Se possível, utilizar um secador de cabelos, pois o ar quente aumenta ainda mais a aderência. 2) Preparo do dente: após realização de profilaxia, deve-se realizar o ataque ácido ao esmalte dos elementos dentais envolvidos. Após lavar e secar bem deve-se aplicar um adesivo. Os adesivos duais que já vêm com microbrush acoplados são bastante indicados para este tipo de trabalho. Caso se deseje utilizar um adesivo fotopolimerizável, levando em conta que a fina espessura do peça parmitirá a polimerização, deve-se escolher um adesivo que não contenha o primer no mesmo frasco. Após esta etapa não deve ser realizada a fotopolimerização do adesivo. 3) Cimentação propriamente dita: Aplica-se uma fina camada do adesivo na peça sem fotopolimerizar e sobre o adesivo, aplica-se o cimento resinoso selecionado. O ideal é que o cimento resinoso seja específico para laminados, lentes de contato e fragmentos. Os cimentos que possuem em seu nome o termo “veneer” são os indicados para tais procedimentos. Deve-se dar preferência para utilizar um cimento transparente. Após a realização destes passos, com as peças em posição (Figuras 11 e 12) deve-se proceder ao acabamento das peças. Nas áreas de união dos fragmentos com os elementos dentais, os excessos podem ser removidos com brocas em alta rotação de granulação fina e com borrachas de exacerapol. A imagem 13 mostra a total integração e harmonia dos fragmentos com o sorriso sem a realização de qualquer desgaste dental e solucionando a queixa do paciente. 


Malheiros - Segundo AL

Figura 1

Figura 2

Figura 3

Notar os diastemas entre os elementos 12 e 13 e entre os dentes 22 e 23. Figura 4

Figura 5

Figura 6

Modelo de estudo.

Seleção de cor com auxílio de máquina fotográfica. Figura 7

Moldagem com silicone de adição.

Figura 8

Enceramento. Figura 9

Figuras 7, 8 ,9 e 10 - laminados confeccionados. Figura 10

Figura 11

Figura 12

Momento após a cimentação e previamente aos acabamentos. Figura 13

Fragmentos completamente integrados ao sorriso do paciente. www.gutierreodonto.com.br > 39


 Caderno Científico | Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial

◗◗ Andréa Cândido dos Reis Professora do Departamento de Materiais Dentários e Prótese da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Forp/Usp). E-mail: andreare73@yahoo.com.br ◗◗ Abel Rocha Professor no Instituto Artes do Departamento de Música da Universidade Estadual Paulista (Unesp). ◗◗ Snijhana Dragham Doutoranda da Faculdade de Medicinade Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Fmrp/Usp). ◗◗ Vinicius Pedrazzi Professor do Departamento de Materiais Dentários e Prótese da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Forp/Usp). ◗◗ Jaqueline Martin Aluna do curso de Graduação em Odontologia, da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Forp/Usp).

40 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 54

Estudo da ocorrência de disfunções temporomandibulares e distúrbio do sono em músicos cantores INTRODUÇÃO O sistema estomatognático é um dos mais complexos sistemas do corpo humano e tem como principais constituintes a Articulação Temporomandibular (ATM), músculos, maxila, mandíbula, dentes, vasos sanguíneos e nervos. Seu funcionamento integrado garante que sejam realizadas todas as funções estomatognáticas, como a sucção, respiração, deglutição, mastigação e fala. A ATM é uma articulação do tipo sinovial, composta de uma ligação móvel entre o osso temporal e a mandíbula e que se relaciona com as articulações adjacentes e da coluna cervical. O funcionamento anormal da ATM, da musculatura mastigatória e de outras estruturas associadas é denominado Disfunção Temporomandibular (DTM). A DTM trás grandes prejuízos não só para a ATM, mas também para músculos e funções do sistema estomatognático e apresenta relações com os distúrbios do sono, sendo que, o bruxismo, a apneia e o ronco são os sinais mais visíveis dessa relação1. A privação do sono causa alterações na voz (alteração de tom, ritmo, clareza, intensidade vocal e articulação) perceptíveis, como rouquidão e voz cansada2,3. Estresse emocional e ansiedade podem desencadear hábitos como o de ranger e apertar os dentes, que são chaves importantes para o desenvolvimento de DTM4. A susceptibilidade para o aparecimento das DTMs é maior para pessoas que fazem uso da voz profissionalmente, como professores, oradores e cantores5,6. Uma boa qualidade de sono resulta, portanto, numa produção melhorada e adequada da voz. Avaliações periódicas das estruturas do sistema estomatognático - em especial a ATM para o diagnóstico precoce de patologias (como deslocamentos, traumas, anquilose, artrites, tumores e alterações do disco intra-articular) previnem o mau funcionamento dessas estruturas e garantem o bom funcionamento das funções estomatognáticas e da voz7,8. Tal diagnóstico e tratamento das DTMs demandam, portanto, a abordagem de várias especialidades, como a Odontologia, Medicina, Fonoaudiologia, Psicologia e Fisioterapia. A avaliação preventiva da ATM, da qualidade do sono e da qualidade geral de vida dos pro-

fissionais da voz anteriormente citados torna-se extremamente importante para que sejam evitados ou tratados distúrbios que possam acarretar em disfunção mais severa.

JUSTIFICATIVA Tendo em vista que a literatura específica de avaliação e tratamento de disfunções temporomandibulares é vaga no que se refere especificamente à profissão do cantor, a realização do presente estudo visa conhecer qual o nível de qualidade de vida desses profissionais com relação a essas duas variáveis.

OBJETIVO O objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade do sono e disfunções temporomandibulares em cantores.

MATERIAL E MÉTODOS Este estudo avaliou 60 cantores da cidade de Ribeirão Preto e região. Como método de inclusão foi determinado que todos fossem do sexo feminino, com idade entre 16 e 76 anos, que cantam de 2 a 30 horas semanais e exercem esta atividade de 2 a 35 anos. Foram utilizados os questionários “Fletcher & Luckett”, para distúrbio do sono e “Anamnésico de Fonseca”, para análise da presença de DTM.

RESULTADOS E DISCUSSÃO A qualidade de vida está intimamente associada com a qualidade da voz, consequentemente, o desfavorecimento da qualidade de vida pode implicar em alterações na voz e na saúde vocal de profissionais como, por exemplo, dos professores9. Ruídos e dores articulares, rouquidão, limitações dos movimentos mandibulares, entre outros, são os mais comuns sintomas da DTM10-14. Entretanto, para a fala e o canto, a diminuição da amplitude máxima de abertura bucal e redução da nos movimentos mandibulares são os maiores problemas enfrentados por cantores e profissionais que usam regularmente a fala como instrumento de trabalho15, 16. Além disso, pessoas que apresentam DTM possuem uma assimetria dos movimentos mandibulares, fato que não afeta diretamente a função mastigatória17, 18. Nosso estudo avaliou 60 cantoras através dos


Reis AC / Rocha A / Dragham S / Pedrazzi V / Martin J

Carla Odorizzi (cantora).

questionários de De Fonseca, para DTM e Índice da Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI), mostrando que 86,6% dos participantes sentem dificuldade em abrir a boca e 90% sentem dificuldades nas realizações de movimentos mandibulares. Quando comparamos pacientes assintomáticos e sintomáticos, as queixas de dificuldades na fala estão presentes no grupo que apresenta DTM19. Isso acontece porque os músculos, durante a fala, influenciam os movimentos articulares que, por sua vez, são alterados em função da dor20. Além disso, as queixas relacionadas à DTM são mais frequentes em mulheres entre os 20 e 50 anos de idade21,14, dentre estas, as cantoras profissionais, instrumentistas e professoras estariam mais expostas, já que exigem mais do sistema estomatognático5,6,14,22, revelando voz rouca seguida da soprosa, com aumento de ruído e alterações na ressonância da voz, o que interfere diretamente na qualidade vocal. Em nosso estudo, a maioria das cantoras queixou-se de dores, ou de sintomas músculo-esquelético e distonia vocal, o que concorda com os resultados de Fragelli e Rodríguez-Lozano23,24. Os resultados deste trabalho apontaram que grande parte dos portadores de DTM apresentam algum tipo de hábito parafuncional relacionado com o funcionamento incorreto e inadequado do sistema estomatognático, que pode levar a alterações álgicas e/ou degenerativas da ATM, deslocamento do disco articular isoladamente ou em associação com a dor miofascial25. Esse último sintoma é o mais prejudicial para os profissionais cantores, que relatam a constante ingestão de medicamentos analgésicos para a continuidade de seu trabalho, com o consequente mascaramento dos sintomas e piora nas lesões desse sistema. Quanto ao cansaço muscular, 80% dos entrevistados dizem não sentir nada, enquanto 30% sentem dores de cabeça com frequência e 26,6% em algumas ocasiões. Dores na nuca e torcicolos estão ausentes em 43,3% dos entrevistados, com a mesma porcentagem de pessoas que dizem apresentar esse quadro em algumas ocasiões. Dores nas articulações temporomandibulares (ATMs) e nos ouvidos foram relatados por somente 10%. Ruídos na região de ATMs ao mastigar ou ao abrir a boca foram relatados por 20%. Os hábitos parafuncionais, tais como apertar www.gutierreodonto.com.br > 41


 Caderno Científico | Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial e/ou ranger de dentes, mascar chiclete, morder o lápis ou lábios e roer unhas foram positivos em mais da metade da amostra: 53% dos entrevistados. Paralelamente à DTM, outra variável avaliada neste estudo - como potencial para a diminuição da qualidade de vida de músicos cantores - foi o distúrbio do sono. O distúrbio do sono é um potencial agravante para todos os sintomas da DTM, alterando o equilíbrio das atividades biológicas. O tratamento desse distúrbio exige uma investigação minuciosa, a fim de verificar a origem do problema26,27. Os resultados dos questionários de De Fonseca, para DTM e Índice da Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI) utilizados neste estudo, mostraram a associação entre DTM e qualidade do sono, além de relação desses com o estresse e alguns hábitos do sono como o ronco e bruxismo (no que concorda com Martins 28, Souza 29 e Verri 1). Por meio de questionários sócio-demográficos, Índice de Qualidade do Sono Pittsburgh (PSQI), Escala de Ansiedade, Depressão e Stress, é possível perceber que o sono é responsável pela recuperação física e mental e indispensável para qualquer pessoa. A má qualidade de sono tem relação direta com o peso, ansiedade, depressão, estresse e com estados afetivos negativos. Assim, as implicações na qualidade do sono interferem fisicamente e emocionalmente 30. De todos os dados presentes no questionário, os dados que mais chamaram a atenção foram: a demora em iniciar o sono, frequente em 23,3% da amostra; 43,3% relatam ter sono calmo; e mais da metade, 53,3%, dizem rangem os dentes à noite.

Reis AC / Rocha A / Dragham S / Pedrazzi V / Martin J

Em relação aos sinais e sintomas da sonolência diurna, foi frequente em 43,3% dos entrevistados. Em relação ao ronco, 56,7% dizem roncar. A confusão mental ao acordar, demorando a retomar a consciência, é ausente em 60%, 26,6% muito raramente, 3,33% ocasionalmente e 10% frequentemente. O esquecimento é para 16,6% ocasional ou frequente, 36,6% muito raro e 30% nunca tiveram esquecimento. Durante a realização de esforços físicos 63,3% dizem apresentar falta de ar. O mesmo grupo de indivíduos serviu de base para a avaliação da qualidade e quantidade do sono associado à voz. A maioria das entrevistadas, apesar não apresentar queixas quanto à insônia, relatavam alterações da voz ao acordar, sendo essas alterações mais percebidas por mulheres disfônicas do que pelas não disfônicas. As disfônicas relatam precisar de mais horas de sono do que normalmente dormem para que não tenham interferências na voz e no desempenho das atividades diurnas. Verificou-se que grande parte das cantoras apresenta baixa qualidade do sono, o que interfere nas execuções das atividades do dia-a-dia e no trabalho, além de dores e desconfortos na região da ATM. Contudo, ainda são necessários mais trabalhos que relacionem o sono com a qualidade de vida e saúde vocal, visto que existem poucos estudos com relação aos músicos31.

COnCluSãO Fica claro, então, que a DTM é uma patologia que pode ser desencadeada por hábitos repetitivos, estresses e, dentre outros, pela má qualidade de sono, que, por sua vez, interfere na harmonia do sistema estomatognático gerando outras complicações. 

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 Caderno Científico | Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial Martins GM / Romano GMM / Santos ZC / Cançado MLC ◗ GIOVAnnA mOuRA mARTInS ROmAnO Especialista em Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial. E-mail: dragiovannamouramartins@hotmail.com ◗ lAuRA mOuRA mARTInS Doutora e PhD em Disfunção Temporomandibular e Ortodontia. ◗ zélIA COElhO SAnTOS Especialista em Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial. Mestre em Ortodontia. ◗ mARInA lEmOS CARDOSO CAnçADO Especialista em Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial.

Tratamento da Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial com Ortopedia funcional dos maxilares OBJETIVO Relatar o protocolo terapêutico da DTM/DOF com Ortopedia Funcional dos Maxilares.

InTRODuçãO ◗ REfERênCIAS BIBlIOGRáfICAS 1) Ahn SJ, Baek, Kim TW, Nahn DS., Discrimination of internal derangement of temporomandibular joint by lateral cephalometric analysis, AM J Orthod Dentofacial Orthop. 2006 SEP; 130(3): 331-9 2) Mc namara, Jr, James A. 1973/12 “ Neuromuscular and skeletal adaptations to altered function in the orofacial region,.” American Journal of Orthodontics 64 (6): 578-606. 3) Dworkin SF, LeResche L. Research diagnostic criteria for temporomandibular disorders: review, criteria, examinations and specifications, critique. J CraniomandibDisord. 1992;6(4):301-55. 4) SIMOES, W.S., Ortopedia Funcional dos Maxilares através da Reabilitação NeuroOclusal, Editora Artes Médicas, São Paulo, 3 edição, 2003. 5) MOURA_MARTINS, L. Nova visão em Ortopedia Funcional dos Maxilares. 2001 6) MOURA_MARTINS, L., et.al.; Ortopedia Funcional dos Maxilares da prevenção à disfunção. Ed. Totta- São Paulo; Cap. 03, pag. 109. 7) SIMOES, W.S., Ortopedia Funcional dos Maxilares através da Reabilitação NeuroOclusal, Editora NIKE-Ortobello(GR); Italy; 5 edição; Cap.7. pag 789-834.

Figura 1

Os desarranjos internos das ATMs constituem-se num problema muito frequente que afeta a cada dia mais pessoas, que acabam perdendo a qualidade de vida. A abordagem terapêutica das DTMs através da Ortopedia Funcional dos Maxilares visa restabelecer o equilíbrio e a estabilidade das funções do sistema estomatognático através da reorganização das forças oclusais com a estimulação adequada dos receptores periodontais, possibilitando uma reorientação da memória proprioceptiva, rompendo o ciclo vicioso de contração muscular que pode desencadear os estados álgicos da cabeça e estruturas orofaciais1,2.

CASO ClínICO Indivíduo do gênero masculino, 42 anos e dois meses de idade, cujas queixas eram cefaleias, dores orofaciais incluindo a musculatura do pescoço e costas, dores em todas as articulações, bruxismo cêntrico nas ocasiões de estresse emocional, perda de audição e ruído articular. O diagnóstico foi elaborado por meio do RDC3 e por imagens radiográficas das ATMs. Foi reaFigura 2

lizada radiografia das ATMs pré-tratamento e, após oito meses de tratamento. Na radiografia inicial as ATMs apresentaram-se com a morfologia alterada, osteófitos e subluxação bilateral das cabeças da mandíbula. A terapêutica foi realizada com o uso de aparelho ortopédico funcional SN 124 por 8 meses, de uso exclusivamente noturno5,6. A catamnese foi realizada com aparelho ortopédico funcional SN 37. O paciente relatou remissão total das algias da cabeça e pescoço, além de melhora da acuidade auditiva e ausência dos ruídos nas ATMs. O equilíbrio das funções mastigatórias foi constatado após tratamento e também uma melhora na qualidade de vida. Na radiografia transcraniana fica evidente a remodelação adequada das cabeças das mandíbulas, ausência dos osteoartrite e reposicionamento cêntrico.

COnCluSãO A OFM estabeleceu uma relação maxilomandibular ideal, baseada nas estruturas específicas envolvidas na terapêutica ortopédica funcional e nas necessidades fisiológicas dos vários tecidos do sistema estomatognático. Os resultados são efetivos e evidentes, em curto prazo de tempo, no tratamento de pacientes portadores de DTM/ DOF quando bem diagnosticados e indicados.  Figura 3

Radiografia ATM.

Foto Intra-bucall frontal. Figura 4

Radiografia lateral. Figura 5

Figura 6

Radiografia ATM após oito meses.

Foto intra-bucal após oito meses. 44 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 54

Radiografia lateral após oito meses.


CADERNO

Informativo EnTREVISTAS | VITRInE ODOnTOlÓGICA | SOCIAl

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 Entrevista

Wilson Chediek Ele participa das atividades da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (Apcd) desde que cursava a Faculdade de Odontologia da Unesp de Araraquara-SP, quando foi diretor acadêmico da regional. Na Apcd - Regional de Araraquara, ocupou cargo em todos os departamentos, sendo hoje diretor da Escola de Aperfeiçoamento Profissional (Eap). Há sete anos, faz parte da diretoria da Apcd - Central, onde atualmente ocupa o cargo de segundo vice-presidente. Já foi coordenador executivo de Saúde Bucal da Secretaria Municipal da Saúde de Araraquara-SP, presidente do sindicato de Odontologia de Araraquara-SP e tesoureiro da Federação Nacional dos Odontologistas. Cirurgiãodentista de renome, participativo e influente, foi indicado para presidir a próxima edição do Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (Ciosp), que já tem data marcada para os dias 30 de janeiro a 2 de fevereiro de 2014, no Expo Center Norte, na Capital Paulista. Na entrevista que segue, Chediek fala de sua trajetória na Apcd, dos resultados do Ciosp 2013 dos preparativos, novidades e expectativas para a próxima edição do maior congresso de Odontologia da América Latina, em 2014. Gutierre OdontoLife: Na sua opinião, qual a importância de participar de uma entidade tão representativa como a Apcd - Central? Wilson Chediek: A maior importância é poder trabalhar em benefício da classe odontológica. A Associação, além de promover o convívio entre os cirurgiões-dentistas por meio de atividades esportivas, culturais e científicas, cria e oferece possibilidades para que o profissional, desde a 46 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 54

fase acadêmica, tenha condições de se aperfeiçoar e reciclar constantemente, para que possa desenvolver um trabalho de qualidade. Dessa forma, contribui para manter a excelência da Odontologia brasileira, hoje reconhecida no mundo todo. Gutierre OdontoLife: O senhor foi vice-presidente do Ciosp 2013. Para os organizadores qual foi o balanço final do evento? Wilson Chediek: Tivemos um público 15,84% superior em relação à edição passada, somando mais de 92 mil participantes, de aproximadamente 50 países, circulando pelos corredores do Expo Center Norte. A 16ª Feira Internacional de Odontologia também foi um sucesso e reuniu 217 expositores do Brasil e mais 16 países, muitos dos

quais já demonstraram interesse em participar da próxima edição. Esses números confirmam a credibilidade internacional do Ciosp e o respeito que os profissionais têm por este grande evento. Gutierre OdontoLife: Em 2014 o senhor será o presidente do “Congressão”. Que novidades os participantes podem esperar para o próximo ano? Wilson Chediek: O Ciosp é um congresso que reúne vários eventos ao mesmo tempo. A edição de 2013 foi marcada pelo I Congresso Multidisciplinar da Apcd, que teve o foco voltado para as especialidade odontológicas, que foram agrupadas em dez módulos científicos, totalizando 140 cursos. A partir de agora, o Congresso


“Queremos ampliar as ações voltadas para o setor público, reciclando os profissionais que atendem a população...”

Multidisciplinar acontecerá nos anos ímpares, eliminando também os diversos eventos promovidos pela Apcd durante o ano. Nos anos pares, o Ciosp retoma sua característica original, mais amplo na área comercial e também no número de atividades científicas como palestras, cursos, workshops, painéis, etc. Nosso objetivo é aprimorar a cada ano. Pretendemos criar uma comissão dos Conselhos Regionais de Odontologia para ouvir a opinião dos profissionais do interior. Queremos ampliar as ações voltadas para o setor público, reciclando os profissionais que atendem a população na rede pública e buscar maior apoio dos governos federal, estadual e municipal, entre outras novidades. A área comercial e o número de atividades científicas também serão maiores. Gutierre OdontoLife: A partir de quando os profissionais e empresas podem começar a se programar para o Ciosp 2014? Wilson Chediek: Vamos tentar antecipar o fechamento da grade científica para que o cirurgião-dentista possa se programar o quanto antes. Mas as inscrições podem ser feitas desde já. Cada congresso tem uma característica diferente. O sucesso da feira comercial, por exemplo, depende muito da conjuntura econômica mundial. O Brasil atravessa hoje um momento econômico favorável, se considerarmos as crises nos Estados Unidos e na Europa. A indústria internacional, que hoje enfrenta dificuldades para vender nos países em crise, está ávida para adentrar

no Brasil e conquistar esse mercado promissor da Odontologia nacional. Por esse motivo, com algumas empresas querendo aumentar o espaço dos estandes e novas empresas querendo participar do congresso pela primeira vez, a tendência é que para 2014 a área comercial seja ampliada. Ao mesmo tempo, queremos promover ações conjuntas com os governos, objetivando aumentar o poder de compra dos profissionais. Gutierre OdontoLife: O senhor tem alguma orientação para fazer aos profissionais que querem participar do Congresso no ano que vem? Wilson Chediek: A adesão é totalmente gratuita, tendo o congressista que pagar apenas uma pequena taxa referente aos cursos que pretende fazer, com uma pequena variação entre sócios e não-sócios. Pedimos aos participantes que procurem fazer sua inscrição com antecedência. Atualize seu cadastro na Apcd para que o seu crachá seja entregue no endereço correto, evitando transtornos e filas de última hora no primeiro dia de evento. Outras informações podem entrar ser obtidas através do site da Associação e do nosso Departamento de Congressos e Feiras (Decofe). A Apcd trabalha para atender o colega da melhor forma possível, com todo o conforto e qualidade que a categoria merece. O sucesso do Ciosp é fruto de anos de dedicação de profissionais que trabalham em equipe para dar continuidade aos projetos que são colocados em andamento. 

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 Jurisprudência na Odontologia

Aposentadoria especial para cirurgião-dentista

A

aposentadoria especial é um benefício previdenciário concedido ao segurado que tenha trabalhado em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física, atividades essas consideradas insalubres. Poucos sabem que o cirurgião-dentista também tem direito a receber tal beneficio. É plenamente aplicável ao cirurgião-dentista o benefício da aposentadoria especial em razão de laborar permanentemente exposto a agentes nocivos e/ou prejudiciais à saúde, dentre os quais podemos citar os materiais infecto-contagiantes e radiações ionizantes, quando examina os dentes e a cavidade bucal, por via indireta (utilizando aparelhos) ou, por via direta, para verificar a presença de cáries e outras afecções, ou ainda, pelo ruído do micro-motor, dentre outras inúmeras situações que tornam o trabalho insalubre1. Dessa forma, o cirurgião-dentista, desde que seja filiado ao Regime Geral de Previdência Social, seja como segurado empregado, contribuinte individual (autônomo), ou, ainda, filiado a Regime Próprio de Previdência na condição de funcionário público (federal, estadual, municipal ou distrital), poderá requerer junto ao órgão competente a aposentadoria especial. Sabe-se que a aposentadoria especial é considerada, na atualidade, uma das melhores aposentadorias paga pela Previdência Social, pois além de ter um tempo menor para se aposentar (ou seja, 15, 20 ou 25 anos - dependendo do grau de nocividade do agente insalubre), não exige idade mínima e nem tem no cálculo do benefício o terrível fator previdenciário, ou seja, a renda mensal inicial da aposentadoria será calculada na base de 100% do salário-de-benefício. Em outras palavras, a pessoa que exerce atividade nociva ou prejudicial à saúde ou à integridade física aposenta mais cedo e ganhando mais. No presente caso, importante esclarecer que para o cirurgião-dentista se aposentar precisará de no mínimo 25 (vinte e cinco) anos de tempo de contribuição, tanto para homens quanto para mulheres. Contudo, a questão da exposição do trabalhador aos agentes nocivos e prejudiciais à saúde é bem discutida no meio jurídico em razão do entendimento restrito conferido pelo INSS. Isso porque, anteriormente à Lei nº 9.032/95, a legislação a ser aplicada era a vigente no período em que a atividade foi exercida, sendo certo que com fundamento nos Decretos n.º 53.831/64 e n.º 83.080/79 seria possível o reconhecimento do trabalho exercido em condição especiais com base 48 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 54

na categoria profissional do trabalhador até 28/04/1995, situação essa que perdurou até o advento da Lei n.º 9.032/95, que passou a exigir a comprovação da efetiva exposição aos agentes nocivos em caráter permanente. A partir de 05/03/1997, data em que foi editado o Decreto n.º 2.172/97, regulamentando a Medida Provisória n.º 1.523/96, convertida na Lei nº 9.528/97, passou a ser exigível a apresentação de laudo técnico para a caracterização da atividade especial, mediante a apresentação do PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário, fornecido pelo empregador2. No entanto, o entendimento do INSS é no sentido de exigir comprovação da exposição aos agentes nocivos em todo o período trabalhado, independente da época em que foi exercido, dificultando a concessão da aposentadoria e o reconhecimento do caráter especial da atividade. Para o período em que é necessária a comprovação por meio do PPP, é importante mencionar que o empregador tem o dever de fornecer tal documentação, conforme rege a legislação em vigor. Uma situação peculiar de grande discussão nos meios jurídicos e que deve ser observada com mais atenção é o caso dos cirurgiões-dentistas autônomos (contribuinte individual) que trabalham em seus consultórios particulares não possuindo vínculo empregatício e que, consequentemente, não têm empregador que elabore o PPP para comprovação do período reclamado. Nesta hipótese, o INSS entende que o cirurgião-dentista autônomo não poderia comprovar o agente insalubre de sua atividade, razão pela qual deixa de considerar o caráter especial da atividade, por consequência, negando-lhe um direito a aposentadoria especial. No entanto, mediante discussão e análise do caso de forma mais profunda é possível reverter essa situação. Para isso, entendemos como meios de prova do efetivo labor na exposição aos agentes nocivos, o laudo pericial emitido por médico do trabalho, ou engenheiro de segurança do trabalho, em que conste a descrição do local de trabalho, os serviços realizados, as condições ambientais, o registro dos agentes nocivos, o tempo de exposição, comprovante de pagamento de ISS, comprovante do pagamento da anuidade ao Conselho e sindicato da categoria, bem como quaisquer outros documentos comprobatórios de que o profissional cirurgião-dentista autônomo exerceu a Odontologia durante o período anterior ao pedido de aposentadoria especial. Outra questão polêmica se refere à apo-

sentadoria de cirurgiões-dentistas enquanto funcionários públicos (federal, estadual, municipal ou distrital), sujeitos a regime próprio de previdência. Isso porque, embora a Constituição Federal de 1988 tenha previsto a possibilidade de concessão da aposentadoria especial a estes segurados, tal disposição depende de Lei Complementar para que fosse regulamentada, que por omissão do Poder Legislativo, jamais foi editada. Todavia, o Supremo Tribunal Federal já se manifestou em alguns julgados nos sentido de que em razão da omissão do legislador, admite a aplicabilidade da legislação do Regime Geral de Previdência Social (Lei n° 8.213/91), de maneira subsidiária a Lei do Servidor Público (Lei n° 8.2112/90)3. Existem casos em que o direito à aposentadoria especial dos cirurgiões-dentistas pode ser negligenciado, independentemente se são profissionais liberais, profissionais empregados ou servidores públicos. Para evitar prejuízo, o profissional deve ficar atento e requerer o benefício administrativamente, solicitando o pagamento do benefício, como forma de resguardar seu direito, pois o benefício é sempre devido a partir do requerimento administrativo e no insucesso da solicitação é aconselhável procurar um advogado de sua confiança para verificar se é o caso de propositura de ação judicial4. Por fim, é importante registrar que aquele segurado que requerer a aposentadoria especial não poderá permanecer ou retornar à atividade que ensejou a concessão do benefício, ou outra que o exponha aos agentes nocivos, sob pena de ter cessado seu benefício pela Previdência Social - INSS, ou pelo órgão da esfera da Administração Pública, na forma da legislação especifica. Por óbvio que o presente artigo não conseguiria esgotar o assunto, mas apenas orientar os profissionais cirurgiões-dentistas a respeito da possibilidade de conquistarem uma espécie de aposentadoria mais vantajosa.  Carlos Eduardo Cláudio Advogado Trabalhista e Previdenciário.

◗◗ REFERÊNCIAS Bibliográficas 1) Correia MOG, Legislação Previdenciária Comentada, dpj; São Paulo, 2008. 2) Castro CAP, Lazzari JB, Manual de Direito Previdenciário, Conceito; 2009. 3) Texto: Aposentadoria Especial. Url: <http://www.crodf.org.br/crodf/?ac=link&id=65 4) Texto: Dentista autônomo consegue aposentadoria especial - 09-01-2013. Url:http://www.bachurevieira.com. br/noticias1.asp?codigo=9370


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 Odontologia Multidisciplinar

O Plano de Saúde Odontológico já bateu na porta do seu consultório. Você sabe como ele é?

O

s planos de saúde odontológicos são uma realidade no Brasil. Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANSS)¹, o número de beneficiários, em 2012, já chegou aos 18 milhões² somente nos planos exclusivamente odontológicos e a perspectiva é que ultrapasse 20 milhões em 2013. Contudo, o conceito e o formato dos planos de saúde odontológicos são pouco compreendidos para uma parcela dos cirurgiões-dentistas que os atendem e que, muitas vezes, fazem confusão na orientação dos seus clientes e beneficiários de planos, além de submeterem-se a riscos desnecessários quando se credenciam. A legislação principal dos planos de saúde no Brasil é a Lei nº 9.656, de 03 de junho de 1998³, que dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde e conceitua, em seu artigo 1º, parágrafo primeiro, o que é um plano de saúde: “I - Plano Privado de Assistência à Saúde: prestação continuada de serviços ou cobertura de custos assistenciais a preço pré ou pós-estabelecido, por prazo indeterminado, com a finalidade de garantir, sem limite financeiro, a assistência à saúde, pela faculdade de acesso e atendimento por profissionais ou serviços de saúde, livremente escolhidos, integrantes ou não de rede credenciada, contratada ou referenciada, visando a assistência médica, hospitalar e odontológica, a ser paga integral ou parcialmente às expensas da operadora contratada, mediante reembolso ou pagamento direto ao prestador, por conta e ordem do consumidor;”. Para melhor entendimento dos cirurgiões-dentistas, discorrerei com a pretensão de aproximar o escrito na legislação com as rotinas do consultório, quando da orientação do atendimento de beneficiários de planos de saúde odontológico, no que se refere ao parágrafo supra mencionado, e alguns dos seus desdobramentos. Inicialmente, gostaria de pontuar: o plano odontológico (como é comunmente chamado) é um plano de assistência à saúde. Apesar de óbvio, a maioria das pessoas relaciona o plano de saúde exclusivamente ao plano de médico. Ambos são planos de saúde: médico e/ou odontológico. Não menos importante é dizer que somente os planos registrados após o surgimento da Lei mencionada são regidos por ela. A estrutura de um plano de saúde odontológico compõe basicamente: 1) Uma rede assistencial para atendimento odontológico: consistente em cirurgiões50 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 54

-dentistas, clínicas e laboratórios, que podem ser credenciados, referenciados, cooperados ou contratados com vinculo trabalhista. Esta relação depende do tipo de empresas que operam o plano. A Lei 9656/98³, ainda no seu artigo primeiro, define quem pode e quem não pode operar planos de saúde: “II - Operadora de Plano de Assistência à Saúde: pessoa jurídica constituída sob a modalidade de sociedade civil ou comercial, cooperativa, ou entidade de autogestão, que opere produto, serviço ou contrato de que trata o inciso I deste artigo; § 2o Incluem-se na abrangência desta Lei as cooperativas que operem os produtos de que tratam o inciso I e o § 1o deste artigo, bem assim as entidades ou empresas que mantêm sistemas de assistência à saúde, pela modalidade de autogestão ou de administração. § 3o .... § 4o É vedada às pessoas físicas a operação dos produtos de que tratam o inciso I e o § 1o deste artigo. § 5o É vedada às pessoas físicas a operação de plano ou seguro privado de assistência à saúde.” 2) Um conjunto (rol) de procedimentos odontológicos definidos em contrato a serem ofertados aos clientes. Neste caso, a Lei³, em seu artigo 12, parágrafo IV, determina um mínimo de coberturas, que são definidas e descritas pela ANS num rol de procedimentos cobertos. São Eles: “IV - quando incluir atendimento odontológico: a) cobertura de consultas e exames auxiliares ou complementares, solicitados pelo odontólogo assistente; b) cobertura de procedimentos preventivos, de dentística e endodontia; c) cobertura de cirurgias orais menores, assim consideradas as realizadas em ambiente ambulatorial e sem anestesia geral”. Entretanto, não são todos os procedimentos odontológicos que são cobertos obrigatoriamente pelos planos, ainda que se possa dizer que a maioria o é. Também existem planos que possuem coberturas extras, incluindo no contrato procedimentos que não são obrigatórios por lei e que passam a ser naquele contrato. 3) Um valor (preço), normalmente pago mensalmente. A mensalidade, tecnicamente chamada de prêmio ou contraprestação pecuniária. Estes valores mensais cumprem uma série de regras e cálculos. Os primeiros são determinados pela ANS, que define as coberturas, modalidade de planos (particulares ou empresa-

riais), faixas etárias, garantias financeiras, etc. Os segundos são cálculos matemáticos e estatísticos realizados por atuários que, baseados nas regras definidas pela ANS, no custo de pagamento da rede de atendimento, na tributação vigente e nas margens desejadas pelas operadoras, estabelecem os valores a serem pagos pelos clientes. Cabe ressaltar que estes valores podem ser calculados para serem pagos previamente ao uso das coberturas, sendo denominados, neste caso, planos com pré-pagamento, ou, após o uso, plano pós-pagamento, para planos de custo operacional ou autogestão onde a operadora define o preço a ser cobrado dos beneficiários após o uso das coberturas. 4) Os mecanismos operacionais. Aqui estariam compreendidas as formas de funcionamento das operadoras: atividades comerciais, administrativas, atendimento etc. Contudo, iremos nos limitar a falar somente sobre mecanismos de regulação. O glossário temático4 - saúde suplementar - e publicado pela ANS define os mecanismos reguladores como: “Mecanismos de regulação, masc. pl. Meios ou recursos técnicos, administrativos ou financeiros utilizados pelas operadoras para gerenciamento da prestação de ações e serviços de saúde. Notas: i) Esses mecanismos são adotados pelas operadoras com a finalidade de controlar ou regular a demanda ou a utilização pelos beneficiários dos serviços cobertos nos planos de saúde. ii) Os mecanismos de regulação adotados e todas as condições de cada modalidade devem estar previstos em contrato e informados clara e previamente ao beneficiário no material publicitário, no contrato e no livro da rede de serviços”. Os mecanismos de regulação possuem regras definidas pela ANS e são: autorização prévia de procedimentos, a porta de entrada, fatores moderadores (Coparticipação e Franquia), sendo que eu acrescentaria, também, a carência e as diretrizes de utilização ou protocolos - DUT5,6. A autorização prévia, conforme descrito no glossário temático4, é definida como: “Autorização prévia de procedimento de saúde, fem. Mecanismo de regulação da operadora que consiste em avaliação da solicitação antes da realização de determinados procedimentos de saúde. Ver Mecanismos de regulação”. Podemos dizer que este conceito se estenderia à “porta de entrada”, definida pela Resolução do


Beneficiários de planos privados de saúde por cobertura assistencial do plano (Brasil - 2000-2012) 60,0 50,0

(milhões)

40,0 31,0

31,4

31,5

32,1

33,8

35,4

39,3

37,2

41,3

42,6

45,8

47,5

48,7

17,0

18,4

30,0 20,0 10,0

2,6

3,1

dez/00

dez/01

3,7

4,3

5,3

6,2

7,3

dez/05

dez/06

9,1

10,7

dez/07

dez/08

12,9

14,6

0,0 dez/02

dez/03

dez/04

dez/09

dez/10

dez/11

dez/12

Assistência médica com ou sem odontologia Exclusicamente odontológico Fonte: Caderno de Informação da Saúde Suplementar: Beneficiários, Operadoras e Planos / 2012

Conselho de Saúde Suplementar - Consu n° 087, de 03 de novembro de 1998, que dispõe sobre mecanismos de regulação nos planos e seguros privados de assistência à saúde, que, em seu artigo 4º, parágrafo primeiro, item “b” descreve: “Art. 4° As operadoras de planos ou seguros privados de assistência à saúde, quando da utilização de mecanismos de regulação, deverão atender às seguintes exigência: I - informar clara e previamente ao consumidor, no material publicitário do plano ou seguro, no instrumento de contrato e no livro ou indicador de serviços da rede: a) ... b) os mecanismos de "porta de entrada", direcionamento, referenciamento ou hierarquização de acesso;” A carência, conforme descrito no glossário temático, é definida como; “Carência de plano privado de assistência à saúde, fem. Período corrido e ininterrupto, determinado em contrato, contado a partir da data de início da vigência do contrato do plano privado de assistência à saúde, durante o qual o contratante paga as contraprestações pecuniárias, mas ainda não tem acesso a determinadas coberturas previstas no contrato”. De modo geral, as operadoras utilizam este mecanismo como limitador ao acesso aos tratamentos. Entretanto, caberia o entendimento de que, neste período de carência, o beneficiário não está impedido de utilizar o plano e os procedimentos, apenas as coberturas definidas em contrato não estão vigentes ainda. Dessa forma, a utilização dos procedimentos poderia ocorrer desde que o pagamento integral dos valores dos procedimentos fosse arcado pelo beneficiário e pago diretamente à rede de atendimento ou às operadoras. Esta última forma

é denominada intermediação. A Lei também define, no parágrafo 5º do artigo 12 da Lei 9656/98³, os períodos máximos de carência por tipos de procedimentos, estando os procedimentos odontológicos enquadrados nos itens “b” e “c” deste parágrafo. “V - quando fixar períodos de carência: a) prazo máximo de trezentos dias para partos a termo; b) prazo máximo de cento e oitenta dias para os demais casos; c) prazo máximo de vinte e quatro horas para a cobertura dos casos de urgência e emergência;” Outro mecanismo de regulação bastante utilizado e confundido - a confusão ocorre em relação às coberturas contratadas - são os fatores moderadores denominados coparticipação e franquia, assim definidos no mesmo glossário4: “Coparticipação, fem. Mecanismo de regulação financeira que consiste na participação na despesa assistencial a ser paga pelo beneficiário diretamente à operadora, em caso de plano individual e familiar, ou à pessoa jurídica contratante, em caso de plano coletivo, após a realização de procedimento.” “Franquia, fem. Mecanismo de regulação financeira que consiste no estabelecimento de valor até o qual a operadora não tem responsabilidade de reembolso, nem de pagamento da assistência à rede credenciada ou referenciada.” Nota: a franquia é paga pelo beneficiário diretamente ao prestador da rede credenciada ou referenciada no ato da utilização do serviço. Ambos os fatores moderadores, assim denominados por moderarem financeiramente a utilização indiscriminada das coberturas do plano pelo beneficiário, são valores definidos

contratualmente e que o beneficiário paga parcialmente ou “co-participa” do pagamento dos procedimentos cobertos quando da sua utilização. Quando este pagamento é para a operadora, chama-se coparticipação. Quando é diretamente ao prestador do serviço, chama-se franquia. A confusão com a cobertura acontece devido ao entendimento errôneo de que um procedimento coberto não poderia ter custo algum. Comumente se usa a expressão de que os procedimentos de prevenção são 100% cobertos. De fato, a Lei³ determina que eles estejam 100% contemplados no rol de cobertura do plano. Entretanto, eles podem apresentar custos de fatores moderadores. Por fim, as diretrizes de utilização ou protocolos clínicos que, a meu ver, poderiam ser enquadrados como mecanismos de regulação com base científica e que são definidas pelo glossário4 como: “Diretriz de utilização, fem. Conjunto de critérios, clínicos ou não, que condicionam a obrigatoriedade de cobertura, pela operadora de plano privado de assistência à saúde, de determinados procedimentos ou eventos em saúde estabelecidos no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Notas: i)Tem por finalidade estabelecer a melhor indicação para a execução do procedimento ou evento em saúde no setor de saúde suplementar. ii) A obrigatoriedade da cobertura do procedimento ou evento em saúde está condicionada àpresença dos seus critérios atestada em declaração do médico ou cirurgião-dentista assistente.” A Resolução Normativa nº 211, de 11 de janeiro de 20105,6, atualiza o rol de procedimentos www.gutierreodonto.com.br > 51


 Odontologia Multidisciplinar

◗◗ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1) Brasil. Lei nº 9.961 de 28 de janeiro de 2000. Ementa: Cria a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS e dá outras providências. - Sítio da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS 2) Brasil. Ministério Da Saúde. Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS. Caderno De Informação da Saúde Suplementar : Beneficiários, Operadoras e Planos. Dados eletrônicos. – Rio de Janeiro: ANS, setembro de 2012. Disponível também online em: <Http://Www.Ans.Gov.Br/ Portal/Site/Informacoesss/Informacoesss.Asp> Issn 1981 3627 3) Brasil. Agência Nacional de Saúde Suplementar - LEI Nº 9.656, de 03 de Junho de 1998. Medida Provisória N.º 2.177- 44, De 24 De Agosto De 2001. - Sítio da Agência Nacional de Saúde Suplementar. www.ans.gov.br 4) Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS. Glossário Temático: Saúde Suplementar: Terminologia. Disseminação da Informação. Ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 5) Brasil. Resolução Normativa Nº 211 de 11 de janeiro de 2010. Ementa: Atualiza o rol de procedimentos e eventos em saúde, que constitui a referência básica para cobertura assistencial mínima nos planos privados de assistência à saúde, contratados a partir de 1º de janeiro de 1999, fixa as diretrizes de atenção à saúde e dá outras providências. 6) Brasil. Resolução Normativa Nº 262, de 1 de agosto de 2011. Ementa: Atualiza o rol de procedimentos e eventos em saúde previstos na rn nº 211, de 11 de janeiro de 2010. 7) Brasil. Resolução Do Conselho De Saúde Suplementar – CONSU N° 08 de 3 de novembro de 1998. Ementa: Dispõe sobre mecanismos de regulação nos planos e seguros privados de assistência à saúde. 8) Brasil. Conselho Federal de Odontologia - CFO [Homepage]. Disponivel em: www.cfo.org.br 9) Brasil. Resolução Normativa nº 139, de 24 de novembro de 2006. Ementa: Institui o Programa de Qualificação da Saúde Suplementar. 10) Brasil. Agência Nacional de Saúde Suplementar [Homepage]. Disponível em: www.ans.gov.br 52 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 54

e eventos em saúde, que constitui a referência básica para cobertura assistencial mínima nos planos privados de assistência à saúde define, no seu ANEXO II, as diretrizes de atenção à saúde. Essas diretrizes limitam ou condicionam a utilização e aprovação de determinados procedimentos. Ex: “Biópsia de boca - para a segmentação odontológica, a cobertura será obrigatória quando a extensão, localização e características da lesão permitirem a realização do procedimento em ambiente ambulatorial, conforme indicação do cirurgião-dentista assistente. “Condicionamento em odontologia - Cobertura mínima obrigatória de 03 (três) sessões/ano para beneficiários com comportamento não cooperativo/de difícil manejo, conforme indicação do cirurgião-dentista assistente.” 5) Registros e indicadores de performance: é de suma importância e segurança que o cirurgião-dentista que desejar atender aos beneficiários de uma operadora de planos de saúde médico e/ou odontológico busque referências sobre a operadora e seus planos. A operadora deve, obrigatoriamente, estar com registro ativo no Conselho Federal/Regional de Odontologia8 e na ANS, ter um responsável técnico cadastrado em ambas as autarquias e seus planos também devem estar cadastrados e registrados na ANS, inclusive os anteriores à Lei 9656/98³ devem possuir cadastro. Para o indicador de performance, limitar-no-emos ao Índice de Desempenho da Saúde Suplementar – IDSS9, assim definido: “Índice de Desempenho da Saúde Suplementar da Operadora - IDSS, masc. Sin. IDSS. Medida de análise de desempenho que avalia a eficiência das operadoras de planos privados de assistência à saúde. Notas: i) É componente do Programa de Qualificação da Saúde Suplementar. ii) É calculado a partir do resultado obtido

nos indicadores criados, agrupados por suas características, em quatro dimensões. Nesse cálculo, são utilizadas as informações sobre beneficiários, produtos e situação econômico-financeira encaminhadas pelas próprias operadoras para os sistemas de informações da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), dentro de cada período analisado (12 meses), bem como as informações apuradas em processos administrativos sancionadores.” O IDSS8 varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, melhor classificada a operadora foi dentro dos critérios da ANS, cumprindo, no período da análise, os requisitos determinados e divididos em quatro dimensões de avaliação: atenção à saúde, econômico-financeiro, operacional e atenção ao beneficiário. Esses dados são públicos e estão disponíveis nos respectivos sites10 das autarquias e são atualizados com periodicidade máxima de um ano. Muito ainda há de se dizer e entender sobre os planos de saúde odontológicos. De tempos em tempos, mudanças significativas são introduzidas pela ANS, em resposta à dinâmica do mercado. Espero ter ajudado para o entendimento de alguns pontos e contribuído para novas dúvidas e curiosidades. 

Rodrigo D. Villela Cirurgião-dentista graduado em Odontologia pela Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp), pós-graduado em MBA em Administração – pela Universidade de São Paulo (Usp), MBA em Gestão de Saúde, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Especialista em Radiologia Odontológica e Imaginologia e em Odontologia Legal, pela Usp. Experiência profissional de mais de 15 anos na área administrativa com ênfase na Gestão de Operadoras de Planos de Saúde, assessoria em Odontologia Legal e gestão de clínicas e consultórios. E-mail: rdvodonto@bol.com.br


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54 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 54


 Vitrine Odontológica > Colgate marcou presença no Ciosp 2013

> Aprovado Projeto de Lei que garante presença do cirurgião-dentista nas Unidades de Terapia Intensiva

A Colgate, marca número 1 em recomendação dos dentistas, esteve presente no Ciosp (I Congresso Interdisciplinar da Associação Paulista dos Cirurgiões-Dentistas - Apcd), em São Paulo, que reuniu mais de 90 mil pessoas entre profissionais e acadêmicos. A empresa ofereceu em seu estande de 652m², o maior do evento, espaços exclusivos para que os participantes pudessem conhecer ainda mais seus produtos e tecnologias, além de terem acesso a conteúdos exclusivos sobre higiene oral. A programação especial do espaço da Colgate durante o evento incluiu atividades interativas, mostras de suas inovações tecnológicas, manuseio dos produtos, entre outras atividades com foco na importância da higiene oral. Os participantes do congresso também puderam entrar em um laboratório onde foi demonstrada a eficácia do flúor do creme dental Total 12, além do manuseio de outros produtos da linha, auxiliados e orientados por um profissional. Outra novidade para os dentistas foi a biblioteca virtual Colgate. Preocupada com a importância da sustentabilidade e com a facilidade do compartilhamento de informações, a marca elaborou um sistema no qual é possível pesquisar estudos clínico e ainda receber o material por e-mail, garantindo rapidez e economia de papel. Os profissionais puderam, ainda, baixar conteúdos educativos de orientação em saúde bucal em painéis com QR code e, posteriormente, repassar as informações aos pacientes. Em parceria com a Apcd Central, a Colgate ainda teve um espaço especial, onde fez uma retrospectiva de todas as atividades realizadas em 2012, com a unidade móvel em prol da comunidade, a qual leva educação e atenção básica em saúde bucal para crianças de todo Brasil. A Colgate também esteve presente na programação científica do Ciosp, patrocinando quatro simpósios: Cremes dentais fluoretados, Hipersensibilidade, Gestão de consultórios odontológicos e Alliance for a Cavity-Free Future - Aliança para um futuro sem cáries (ACFF). “Com base em estudos científicos, elaboramos uma grade de simpósios que abrangeram temas variados, desde as inovações do mercado, até dicas para os profissionais gerirem seus consultórios odontológicos da melhor forma”,explica Patricia Bella Costa, Gerente de Relações com Profissionais da Colgate-Palmolive.

Foi aprovado por unanimidade, no dia 10 de abril, o Projeto de Lei 2.776/08 que torna obrigatória a presença do cirurgião-dentista nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), dos hospitais da rede pública e privada. O Projeto de Lei (PL) foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados, em Brasília. Agora, o PL será encaminhado para aprovação no Senado Federal e em seguida receberá sanção presidencial. A Federação Nacional dos Odontologistas (FNO) contribuiu de forma significativa, juntamente com as Entidades Odontológicas para tornar realidade a aprovação do Projeto de Lei que oferecerá mais saúde para os pacientes internados em UTIs. Segundo o Presidente da FNO, Dr. Fernando Gueiros, por meio do Projeto de Lei, o cirurgião-dentista será integrado legalmente às equipes multidisciplinares das UTIs. “Essa é uma vitória muito importante para toda a classe odontológica e também uma conquista para a população brasileira que necessita de cuidados especiais nos leitos de UTI. Essa não é apenas uma vitória da Odontologia, mas sim da nação brasileira”, afirma. Na ocasião, a FNO também esteve representada pela vice-presidente, Dra. Joana Batista de Oliveira Lopes, o secretário-geral, Dr. Ernani Bezerra da Silva, o tesoureiro, Dr. Wilson Chediek, o 2º vice-presidente, Dr. Armando Dourado, e o diretor suplente César Roberto Schmidt. A FNO agradece o apoio dos deputados que concederam parecer favorável ao Projeto na CCJC: Fábio Trad (PMDB/MS), Benjamin Maranhão (PMDB/PB), José Genoíno (PT/SP), Dr. Grillo (PSL/MG), Onofre Santo Agostino (PSD/SC), Efraim Filho (Democratas-PB) e o relator do PL Osmar Serraglio (PMDB/PR).

>Entidades Nacionais Odontológicas pariciparam da 4ª Paralisação Nacional Convocados pelas entidades nacionais odontológicas (CFO, FIO, ABO, FNO e ABCD) os profissionais de classe participaram da 4ª Paralisação Nacional contra a exploração abusiva dos Planos Odontológicos, realizada no dia 19 de abril. A mobilização foi liderada pela Comissão Nacional de Convênios e Credenciamentos (CNCC), composta pelas Entidades Nacionais Odontológicas e conta com o apoio e execução das Comissões Estaduais de Convênios e Credenciamentos. A ação consistiu na suspensão do atendimento aos usuários de operadoras de planos odontológicos ‘por um dia’ em protesto por remuneração justa dos prestadores de serviço (cirurgiões-dentistas) e em defesa da qualidade do atendimento ofertado. Atualmente, os cirurgiões-dentistas sofrem com a baixa tabela de procedimentos. O valor destinado aos prestadores de serviço não cobre alguns custos operacionais realizados nos tratamentos odontológicos. Além dos preços irrisórios existe um número significativo de glosas, em cima dos procedimentos realizados, isso remete ainda mais nos valores a serem recebidos pelos cirurgiões-dentistas. As glosas correspondem a: toda cobrança efetuada que não coincide com os acordos e regras firmadas entre o serviço prestado e o valor recebido. Em todo o Brasil, existem 18,4 milhões de usuários de planos odontológicos e aproximadamente 44 mil cirurgiões-dentistas em atendimento neste formato na condição de pessoa física. Essa estrutura, somada às pessoas jurídicas, cobre em média 8% da população brasileira. www.gutierreodonto.com.br > 55


 Vitrine Odontológica > O que é a ACFF

A Aliança para um futuro sem cáries (Alliance for a Cavity-Free Future - ACFF) tem o objetivo de reunir especialistas em saúde pública e saúde bucal para elevar o patamar de entendimento da cárie como um problema de saúde pública mundial, além de definir uma nova abordagem evolutiva da doença e promover ações integradas com outras especialidades para o seu combate efetivo. Desde a chegada da Aliança ao Brasil, suas informações sobre a prevenção da cárie vêm sendo disseminadas por meio do site www.aliancaparaumfuturolivredecarie.org e de ações sociais ligadas à iniciativa global “Sorriso Saudável, Futuro Brilhante”, da Colgate-Palmolive, que leva informação a milhares de crianças em todo mundo. Além disso, a companhia trabalha para levar água fluoretada para toda a população a fim de reduzir a incidência de cárie.

> FNO participa de mobilização em defesa de mais investimentos na saúde pública brasileira A Federação Nacional dos Odontologistas participou, no início de abril, do Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública (Saúde + 10) em defesa de mais recursos para a saúde pública brasileira. A passeata foi realizada na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, com saída da Igreja Catedral até o Congresso Nacional. Na ocasião, representantes de entidades de diversas classes e profissionais da área da saúde integraram a marcha com o objetivo de reafirmar a necessidade de fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS). O ato de protesto anunciou também a contagem oficial de assinaturas alcançadas até o momento pelo Projeto de Emenda Popular que assegura 10% do Produto Interno Bruto para o orçamento da União na Saúde. A vice-presidente da FNO, Dra. Joana Batista de Oliveira Lopes, compareceu à manifestação e destacou a importância de lutar por mais investimento para a saúde pública. “A Federação Nacional dos Odontologistas sempre lutou por causas que promovam a qualidade da saúde pública. O trabalho do cirurgião-dentista está integrado aos profissionais da área da saúde, seja na rede pública ou privada. Essa é uma luta da população brasileira e a FNO contribuirá com o que for necessário para garantir mais investimento na área da saúde”, afirma. Na íntegra, o Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública foi criado há cerca de um ano e tem como meta coletar 1,500 milhões de assinaturas em prol de um Projeto de Lei de Iniciativa Popular que assegure o repasse efetivo e integral de 10% das receitas correntes brutas da União para a saúde pública brasileira, alterando, dessa forma, a Lei Complementar no 141, de 13 de janeiro de 2012.

> Presidente da Sorridents apresenta palestra em evento sobre gestão odontológica No dia 15 de abril, a presidente da Sorridents, Carla Renata Sarni, participou da 1ª Conferência da Gestão Estratégica na Odontologia com uma palestra sobre empreendedorismo. Sob o título “Pensando como Empreendedor: Dentista com Visão Empresarial - Quebra de Paradigmas e Mudanças de Atitudes. Tudo começa aqui”, a executiva contou sua trajetória profissional mostrando que o pensamento empreendedor no começo da Sorridents foi o fator decisivo para tornar a empresa na maior rede de franquias odontológicas da América Latina. Depois de 18 anos de atuação, a Sorridents já é reconhecida como a clínica da família e agora busca reconhecimento nacional como referência odontológica. “Quando comecei a atuar como dentista não conseguia entender como um profissional se sujeitava a atender pacientes em condições precárias. Sempre priorizei o atendimento com qualidade”, relembra. Para Carla, a faculdade não ensina o cirurgião-dentista a ser um empresário, mesmo muitos deles tendo o ideal de abrir o próprio consultório, o que acaba frustrando parte da classe. “Quando saímos da faculdade pensamos apenas em atender nossa própria carteira de pacientes e esquecemos que é preciso saber administrar o negócio como se fosse uma pequena empresa. O Brasil tem grande potencial para virar referência em Odontologia e se os dentistas conseguirem enxergar estas oportunidades, o reconhecimento da profissão será ainda maior”, ressalta. A 1ª Conferência Estratégica Odonto Management Brazil 2013, aconteceu entre os dias 15 e 16 de abril, em São Paulo, no São Paulo Center e teve como objetivo equipar, informar e capacitar dentistas e administradores de clínicas, utilizando ferramentas de gestão como: planejamento estratégico, tributário, financeiro, estratégias de marketing e comunicação com aplicação de benchmarks e casos práticos nacionais para tornar seus negócios lucrativos, eficientes e referência no mercado. 56 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 54

> Chapa 5 vence as eleições do Crosp para o biênio 2013-2015 A Comissão Eleitoral do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo informa o resultado oficial do segundo turno das eleições para o biênio 2013-2015. Apuradas todas as urnas da Capital e Interior, a Chapa 5 foi a vitoriosa; teve 30579 votos (63,70%), enquanto a Chapa 1 ficou com 15046 votos (31,34%). Houve ainda 1321 votos nulos (2,75%) e 1062 brancos (2,21%), o que totaliza 48008 votos. A Chapa 5 é composta pelos seguintes cirurgiões-dentistas: Claudio Yukio Miyake CRO-SP: 37.146 Marco Antonio Manfredini CRO-SP: 27.268 Marcos Jenay Capez CRO-SP: 47.098 Wilson Chediek CRO-SP: 19.854 Nilden Carlos Alves Cardoso CRO-SP: 44.213 Rogerio Adib Kairalla CRO-SP: 25.635 Rada El Achkar da Silva CRO-SP: 14.529 Ueide Fernando Fontana CRO-SP: 4.700 Maria Lucia Zarvos Varellis CRO-SP: 26.107 Mary Carolina Skelton Macedo CRO-SP: 33.526 Fonte: www.crosp.com.br

 Calendário de Eventos JUNHO Congresso da ABO Pará Data: De 27 a 29 de junho de 2013. Informações: www.abopa.org.br JULHO Evento Internacional de Odontologia e Medicina Legal Data: De 04 a 06 de julho de 2013. Local: Salvador-BA Informações: www.croba.org.br 21º Congresso Internacional de Odontologia do Rio de Janeiro – Ciorj Data: De 10 a 13 de julho de 2013. Local: Rio de Janeiro-RJ. Informações: www.ciorj.org.br XXI Congresso Brasileiro de Estomatologia e Patologia Oral Data: De 17 a 20 de julho de 2013. Local: Salvador-BA. Informações: www.estomatologiabahia.com.br


> Produtos Ultradent ganham nova apresentação

o dentista. “Cada um dos produtos tem seu padrão cromático, o que traz personalidade e facilita a diferenciação e o destaque nos canais de venda. São fáceis de abrir e reciclar e a transparência permite a perfeita visualização do produto”, explica. “Também alteramos a apresentação das pontas aplicadoras, que passa a ser em maior quantidade para cada embalagem, proporcionando ao profissional o desempenho ideal do produto durante a utilização”, completa Scarparo. As novas embalagens foram criadas pela agência de design paulistana 100% Design, que também assina a criação do mascote da Copa de 2014, no

GC South America

Brasil. “Queríamos criar para Ultradent embalagens com uma identidade visual forte e única e que transmitissem a performance e qualidade dos produtos no ponto de venda. Desenvolvemos uma linha de embalagens que expõe os produtos de forma exclusiva: o blister está deslocado para a direita, dando a sensação que os produtos flutuam ao lado de suas marcas. É uma solução inovadora que facilita a abertura e manuseio dos produtos, diferente do que existe no mercado”, diretora de Criação Associada da 100% Design, Lilian Chiofolo. Todas as embalagens são inteiramente produzidas pela Ultradent.

Qualidade mundial finalmente no Brasil!

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Dentais de todo país já estão recebendo da Ultradent do Brasil as novidades que celebram o crescimento da planta brasileira, nos últimos cinco anos. Segundo o gerente de Marketing Brasil e América Latina, Clauber Scarparo, entre as mudanças, destaque para as novas embalagens de produtos. “Começamos com 40 marcas de produtos Ultradent em nova embalagem, com layout inovador e adequado às necessidades do mercado brasileiro”, declara Scarparo. Para chegar ao desenho final, a Ultradent considerou ainda a utilização de materiais passíveis de reciclagem e apresentações econômicas para

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Material Reembasador Macio

Cimento Cirúrgico Periodontal sem Eugenol

Um dos gessos mais populares do mundo, GC FUJIROCK® EP está disponível em 4 cores para atender a todos os requisitos de um modelo para trabalhos protéticos estéticos e de alta qualidade.

Material reembasador temporário para amortecer a pressão mastigatória para próteses totais e parciais.

Material bicomponente para proteger feridas cirúrgicas, suturas ou estabilizar dentes abalados por trauma.

Características e benefícios:

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• Excelentes propriedades físicas

• Indicado para pacientes que não toleram a rigidez da

• Não libera calor.

• Tempo de espatulação curto: em média 1 minuto • Tempo de trabalho estendido: mais de 8 minutos

prótese • Isento de monômeros, não libera calor, não provoca

• Tempo de presa curto: apenas 12 minutos

sensação de queimação nem sabor ou odor

• Pode ser removido da moldagem em apenas 30 minutos

desagradáveis

• Coeficiente de expansão de apenas 0,008% • Altamente fluido: excelente tixotropia para precisão de cópias e detalhes • Disponível nas cores: Pastel Yellow (amarelo), Polar White (branco), Golden Brown (marrom) e Topaz Beige

(bege)

• Contém undecilato de zinco: minimiza odor e proliferação de fungos no pós-cirúrgico

• Não possui sabor e odor desagradáveis • Não adere às luvas na manipulação • Não possui eugenol sendo, portanto, compatível com as resinas • Oferece proteção comprovada para casos cirúrgicos • Dureza resiliente

• Ideal para aplicações pós-cirúrgicas

• Resistente a fraturas ou rupturas

• Rendimento: 32 aplicações por embalagem

• Versões: Normal/ Hard e Fast Set

• O reembase normalmente dura aproximadamente de 3 a 6 meses www.gutierreodonto.com.br > 57

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 Social

Silvio Cecchetto, Cristina Aparecida Imperetriz e Marcelo Alves, no Ciosp 2013.

Os TPDs João Motoka, Márcio Pessica e Edson Aparecido Rodrigues de Lima, no Ciosp 2013.

Flavia Aldarvis, Patricia Bella Costa e Rodrigo Rubio, no estande da Colgate, durante no Ciosp 2013.

Foto: Lilyana Israele

José Dias, Carlos Soares e Thiago Monfré, no estande da Dental Gutierre Odonto, no 31º Ciosp.

Rafael de Lucena, Isabella Romão Martins e Marcela Nery Santos, de Pernambuco-RE, no Odonto Management Brazil (OMB).

Foto: Lilyana Israele

Luciano Viana, Patricia Bella Costa e Ricky Ramos, no Ciosp 2013.

Marli Hollerweger, de Florianópolis-SC, no Odonto Management Brazil (OMB). 58 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 54

Nova turma do curso de Atualização em Estética, ministrado pelos professores Paulo Quagliatto e Auro Tomio Nisiyama, na Apcd Ribeirão Preto.


Foto: Lilyana Israele

José A. Lima Gonçalves, no Odonto Management Brazil (OMB).

Os palestrantes Nísia Teles, Mônica Savaris e Éber Feltrim, no Odonto Management Brazil (OMB).

Foto: Lilyana Israele

Foto: Lilyana Israele

Foto: Lilyana Israele

Ricardo Antônio Pinto e Edson Heigi Tanaka, de São Paulo-SP e Nara Terra Hing, do Rio de Janeiro-RJ, no Odonto Management Brazil (OMB).

Suelena Morais, no Odonto Management Brazil (OMB).

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Foto: Lilyana Israele

 Social

SĂŠrgio Aronis, no Odonto Management Brazil (OMB). Foto: Lilyana Israele

Lilyana Israele

Carla Sarni, no Odonto Management Brazil (OMB).

Alunos de Odontologia da Uniara visitam a matriz da Dental Gutierre Odonto.

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