12 homens e uma sentença

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Cleibsom Américo, Fábio Domingos, José Vinícius, Tácio Fernando, Valdemir Augusto, alunos da UNICAP, do 2º período do Bacharelado em Filosofia, trabalho apresentado para Oficina de Retórica, em 2012.2, sob orientação da profª. Eleonora Enoque.

ANÁLISE DO FILME “DOZE HOMEMS E UMA SENTENÇA”

FICHA TÉCNICA

 Título no Brasil: Doze homens e Uma Sentença  Título Original: 12 Angry Men  País de Origem: EUA  Género: Drama  Tempo de Duração: 117 min.  Ano de lançamento: 1957  Estúdio/Distrib. MGM TELEVISION  Direção: William Friedkin  Roteiro: Reginald Rose  Idioma: Inglês/português

ELENCO: Elenco: Dorian Harewood (Jurado 5), Courtney B. Vance (Foreman), Tyrees Allen (Guarda), Mary McDonnell (juiz), William Petersen (Jurado 12), Edward James Olmos (Jurado 11), Mykelti Williamson (Jurado 10), Hume Cronyn (Jurado 9), Jack Lemmon (jurado 8), Tony Danza (Jurado 7), James Gandolfini (Jurado 6), Armin Mueller-Stahl (Jurado 4), George C. Scott (jurado 3), Ossie Davis (Jurado 2), Douglas Espanha (O acusado), Charlie Haden.


SINOPSE: Inicialmente realizado como uma produção para tevê, o filme acompanha um júri composto de doze homens que devem julgar um jovem porto-riquenho acusado de ter assassinado seu próprio pai. Para o veredicto final, a votação tem que ser unânime e, se for considerado culpado, a lei determina para estes casos que o réu seja condenado à morte. Rapidamente, onze dos jurados votam pela condenação. Um deles – o arquiteto Davis, interpretado por Henry Fonda – é o único que quer discutir um pouco mais antes de dar a decisão final. Afinal, estavam decidindo se uma pessoa, um jovem , viveria ou morreria. Enquanto Davis tenta convencer os demais jurados , o filme vai revelando a característica de cada um – o estilo e a história de vida, as atividades, as motivações e a influência no grupo – mostrando o que os levou a tentar considerar o garoto como culpado e a desnudar

os seus próprios

preconceitos. Cada um dos jurados tem origem, condição social e idade diferente e, como não podia deixar de ser, diversos tipos de personalidade: entre os doze, há o tímido, o intelectual, o idoso, o de origem humilde, o imigrante, enfim , cada um é um ser único e está ali para decidir sobre o destino de outro ser humano. A trama prossegue sem se preocupar em mostrar se o réu é culpado ou não, mas sim se uma pessoa pode ser julgada por seus semelhantes com base apenas em evidências circunstanciais e suposições. O filme mostra a fragilidade estrutural e a complexidade de um grupo constituído de pessoas comuns, já prenunciando um estilo que iria predominar em quase toda a obra futura de Lumet: os padrões éticos que confere ao comportamento dos seus personagens e a forma de mostrá-los, sempre envoltos na condição humana. A tensão crescente vem muito mais do conflito de personalidades entre os personagens e no atrito dos diálogos do que propriamente da ação.

Na

verdade, a lógica, o preconceito e a emoção dominam o tempo todo o campo da ação, com o núcleo se situando sempre na questão relacionada com a responsabilidade inerente à possível condenação de um jovem à morte e não na preocupação de esclarecer um crime.


DIRETOR: William Friedkin, diretor, ator, produtor nasceu no ano de 1939 em Chicago, Illinois, EUA. Nas artes, certos criadores são lembrados apenas ou quase sempre por uma única realização, embora tenham feito outras também repletas de virtudes. No cinema, William Friedkim ganhou o Oscar de Melhor Diretor de 1971 por ”Operação França”, mas seu nome é relacionado imediatamente (ou unicamente) a ”O Exocista”, feito em 1973, e que acabou virando um clássico. Paradoxos de uma vida totalmente dedicada a Sétima Arte. Filho de um negociante fracassado em diversos ramos e que acabou morrendo nas ruas em estado de miséria, Friedkin não chegou ao cinema por acaso. Essa foi a sua meta desde que viu ”Cidadão Kane” quando ainda era adolescente. Paralelamente aos seus estudos, passou a trabalhar na WGN TV de Chicago. Depois de formado, obteve a chance de dirigir documentários. E um deles, ''O Povo contra Paul Crump'' (que abordava um caso judicial), causou grande celeuma e ganhou o Golden Gate Award no festival de São Francisco. Era o início de uma carreira com momentos marcantes. Depois de dirigir vários episódios de série para a TV, em especial para o programa de Alfred Hitchcock, Friedkin assinou em 1967 o seu primeiro longametragem, ''Good Times'', que tinha a estreante Cher no principal papel. Mas ele começou a mostrar mais ousadia em 1970, ao levar para a tela a peça ''Os Rapazes da Banda'', uma comédia dramática com personagens homossexuais. Após a consagração obtida com ''Operação França'' e ''O Exorcista'', o cineasta fez vários filmes vigorosos como "O Comboio do Medo" e ''Parceiros da Noite'', com Al Pacino, outra corajosa abordagem da vida homossexual, agora no seu lado mais perigoso - o da caçada nas ruas. Mas sucesso mesmo, e de bilheteria, ele só viu acontecer em 1985 com ''Viver e Morrer em Los Angeles''. Friedkin, que desde 1991 está casado com uma executiva do mundo do cinema, Sherry Lansing, anteriormente ligou-se a Kelly Lange (1987-1990) e as atrizes Lesley-Anne Down (1982-1985) – que lhe deu um filho -, e Jeanne Moreau (1977-1979), a grande musa do cinema francês.


ROTEIRISTA: Regin Rose ,apelidado deReggie nasceu no ano de1920, em New York City, Nova Iorque, EUA e, faleceu no ano de 2002.Estudou no City College. Após a formatura, ele trabalhou em uma série de biscates: atendente de recepção, limpador de janelas, e conselheiro do acampamento. Ele, então, serviu no Exército dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, completando o seu serviço como um primeiro-tenente. Depois da guerra, Rose retornou para Nova York, onde trabalhou primeiro para o departamento de publicidade do estúdio Warner Bros e depois como redator de uma pequena agência de publicidade. Em 1951, ele vendeu sua primeira teleplay, The Bus to Nowhere , em seguida, passou a escrever os scripts de televisão numerosos nos anos de 1950 e 1960, incluindo 12 Angry Men , pelo qual ganhou um prêmio Emmy. Ele criou, supervisionado, e escreveu vários episódios da série de televisão de sucesso The Defenders (1961-1965), pelo qual recebeu prêmios Emmy em 1962 e 1963.

GÊNERO DO DISCURSO DO FILME: Judicial ou forense pois é perceptível que ele acontece num ambiente judicial e está todo incluso num caso de julgamento. Esse tipo de Gênero se baseia no justo/injusto, ações passadas, juízes/jurados, tribunais, real/irreal, modos de persuasão/acusação/defesa.

CENAS ANALIZADAS NO FILME

LINHA Nº

1ª CENA

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Dorian Harewood (Jurado 5) -Não acho que se possa determinar o tipo de corte que o garoto fez ou não, simplesmente pela forma como ele segura a faca.


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Mykelti Williamson (Jurado 10) -Está certo, completamente certo!

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Dorian Harewood (Jurado 5) -O que você acha?

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Mykelti Williamson (Jurado 10) -Bem, eu não sei.

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Dorian Harewood (Jurado 5) -O que quer dizer?

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Mykelti Williamson (Jurado 10) -Eu não sei!

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Mykelti Williamson (Jurado 10) -E você?

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Dorian Harewood (Jurado 5) -Certo, escutem, escutem, escutem... Eu vou

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dizer uma coisa. Estou cansado dessa coisa toda, certo? Quero dizer, essa conversa não está nos levando alugar algum! Então, vou parar por aqui.

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Estou mudando meu voto para inocente!

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George C. Scott (jurado 3) -Você o quê?

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Ossie Davis (Jurado 2) -Você me escutou. Eu... já estou cheio!

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George C. Scott (jurado 3) - O que quer dizer com já está cheio? Isso não é

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uma resposta! Edward James Olmos (Jurado 11) -Ei, você... apenas preocupe-se com você mesmo!

16 George C. Scott (jurado 3) -Ele está certo! Isso não é resposta! Que tipo de 17

homem você é?

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George C. Scott (jurado 3) -Você senta aqui e vota culpado, como todos os

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outros, porque tem ingressos para um jogo no seu bolso. George C. Scott (jurado 3) -Então, você simplesmente muda seu voto porque está cheio de toda essa conversa?

21 George C. Scott (jurado 3) -Certo, escute, amigo... 22 George C. Scott (jurado 3) -Você não pode fazer isso! Você não pode brincar 23

assim com a vida de uma pessoa! O que há de errado com você? Isso é algo terrível para se fazer! Você não se importa?


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Ossie Davis (Jurado 2) -Ei, espere um pouco! Você não pode falar assim comigo! George C. Scott (jurado 3) -Eu posso falar assim contigo! Se você quiser votar inocente, então vote por que foi convencido de que o garoto é inocente, não por que está cheio. Se quiser votar culpado, então assim o faça. Ou você não tem coragem de fazer o que acha certo? William Petersen (Jurado 12) -Escutem! Vamos falar de fatos. Esse tipo de gente nasce para mentir. É assim que eles são e ninguém mais inteligente vai me convencer do contrário. Eles não conhecem a verdade! Apenas veja o tipo

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de gente! Eles são diferentes! Eles pensam diferente, agem diferente e não precisam de uma desculpa para matar. Bem, é verdade! Todos sabem. Fumando aquele crack... Eles são marginais! Vejam esse cara, espertinho... o que isso quer dizer, batendo a porta assim? De qualquer forma, essa gente está sempre drogada até que BANG! De repente alguém está morto na sarjeta... Vejam, ninguém está os culpando por isso. Eles apenas são assim, pela natureza, certo? Eles são violentos! A vida não significa para eles o que significa para nós. Onde você vai? Onde você vai? Ei, enquanto você estiver aí, talvez queira limpar os ouvidos, assim pode escutar. Certo, escutem-me agora! Esses latinos! Eles ficam o tempo todo drogados e brigando... Se alguém morre, é apenas alguém que morreu, eles não ligam! Eles procriam como animais... Ok, é claro que há alguns pontos positivos neles também... Veja, sou o primeiro a admitir... Eu já conheci alguns que eram legais... ...mas eram uma exceção! James Gandolfini (Jurado 6) -Você é doente, sabia? Dorian Harewood (Jurado 5) -Doente? Dorian Harewood (Jurado 5) -Por que não se senta? James Gandolfini (Jurado 6) -Seu velho filho da puta! Quem é você?

31 Dorian Harewood (Jurado 5) -Não, quem é ele para me dizer isso? 32 James Gandolfini (Jurado 6) -Doente... Olhem para ele! Mal consegue se


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levantar!

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Dorian Harewood (Jurado 5) -Não, eu estou falando e você vai me ouvir! Dorian Harewood (Jurado 5) -James Gandolfini (Jurado # 6)- - Talvez você

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devesse... - Você, cale a boca, sente-se! James Gandolfini (Jurado 6) -Não há um deles... Não há um que se salve! Nenhum! Fui claro? Bastardos sensíveis! E vocês pensando que são tão

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espertos... Estamos em perigo aqui, não sabiam? Esses mexicanos se multiplicam como coelhos! Eles vêm para cá ilegalmente e se multiplicam cinco vezes mais rápido que o meu povo! 5 vezes, irmãos! E eles são animais selvagens! Eles estão contra nós, nos odeiam! Querem nos destruir! Eles

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vêm para cá e se beneficiam de tudo o que construímos! É isso aí! Não me olhe assim... Há um perigo... Estamos vivendo tempos perigosos, irmão. Se

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não os esmagarmos, se não fizermos algo, sempre que pudermos, eles é que vão nos destruir! Eles vão acabar com a gente... Dorian Harewood (Jurado 5) -A mulher que testemunhou ter visto o assassinato tinha essas mesmas marcas nos lados do nariz. Dorian Harewood (Jurado 5) -Uau! Você viu isso? Dorian Harewood (Jurado 5) -Por favor... por favor... Um minuto! Por favor! Só um minuto... E terminarei. Não sei se vocês notaram, eu não havia pensado nisso antes, mas, pensando no resto dela novamente, ela tinha essas marcas! Ela ficava esfregando-as no tribunal... Edward James Olmos (Jurado 11) -Ele está certo!

42 Edward James Olmos (Jurado 11) -É verdade, ela fazia isso! Dorian Harewood (Jurado 5) -Essa mulher, que tinha cerca de 45 anos, 43 44

estava fazendo um esforço tremendo

para parecer mais jovem. Vocês

sabem, para a primeira aparição pública dela... Cabelo pintado, maquiagem pesada e roupas novas... que cairiam melhor em uma mulher mais jovem...


e... estava sem óculos! Vejam se conseguem ter uma imagem mental dela. ) Edward James Olmos (Jurado 11) -O que quer dizer com "sem óculos"? 45 46

Você não sabe se ela usa óculos! Só porque ela estava esfregando o nariz? Dorian Harewood (Jurado 5) -Ela tinha as marcas. Eu as vi. James Gandolfini (Jurado 6) -E daí? O que isso quer dizer? Edward James Olmos (Jurado 11) -Eu também vi. Ele está certo! James Gandolfini (Jurado 6) -Eu era o que estava mais perto dela... Ela tinha as marcas! James Gandolfini (Jurado 6) -O que está tentando dizer?

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Dorian Harewood (Jurado 5) -Ela as tinha! - Isso é o que quero dizer... Ela tinha as marcas! Ela pintou o cabelo e tinha marcas no nariz, agora eu pergunto: o que isso quer dizer?

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- Aquelas marcas poderiam ter sido feitas por outra coisa, senão óculos?

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- Não... não poderiam... O que está dizendo?

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Jack Lemmon (jurado 8) -Não vi nenhuma marca!

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George C. Scott (jurado 3) - Eu... eu vi... sim, eu vi... É estranho, eu... não tinha pensado nisso antes, estranho...

TIPOS DE PROVAS

PROVA TÉCNICA: São argumentos persuasivos criados a partir da fala do orador. Conclui-se como prova técnica porque Eliot- o agente funeral- irá tentar persuadir Anna apenas com argumentos criados por ele mesmo, através da sua oralidade.


PROVA NÃO TÉCNICA: São provas que não são inventados pelo orador, socorrese da evidencia de testemunhos, contratos escritos ou documentos. Eliot usou o atestado de óbito de Anna para persuadi-la sobre sua provável morte.

FIGURAS DE LINGUAGEM E FALÁCIAS Falácia ad hominem ofensivo: em vez de atacar uma afirmação, o argumento ataca a pessoa que o proferiu. (jurado 8) -Esse maria-vai-com-as-outras parece bola de pingue-pongue! (Jurado 6) -Espere, não precisa me... (jurado 8) -Peço perdão! De joelhos. Petição de princípio: também chamada de falácia de raciocínio circular. (Jurado 5) -A mulher que testemunhou ter visto o crime tinha as marcas fundas nos lados do nariz... Ela ficava esfregando o nariz... Isto prova que ela tinha as marcas..

FIGURAS DE LINGUAGEM PRESENTES NO TRECHO DO FILME As figuras de retórica ou de linguagem são recursos linguísticos utilizados especialmente a serviço da persuasão. Podemos dividi-las em quatro tipos: figuras de som, figuras de palavras, figuras de pensamentos e construção. Ironia: ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, pela contradição de termos, sugere-se o contrário do que as palavras ou orações parecem exprimir. A intenção é depreciativa ou sarcástica. (Jurado 11) -Ok, defensor dos fracos e oprimidos! Comparação: ocorre comparação quando se estabelece aproximação entre dois elementos que se identificam ligados por conectivos comparativo, explícitos - feitos, assim como, tal, como, tal qual, tal como, qual, que nem - e alguns verbos - parecer, assemelhar-se e outros.


(Jurado 11) -eles se procriam como animais! -O publicitário ali está indo de um lado para o outro, como uma bola de ping-pong! Metáfora: a metáfora é uma comparação abreviada, em que o conectivo não está expresso, mas subentendido. Daí a ideia de transporte do sentido próprio para o sentido figurado. (Jurado 11) -E eles são animais selvagens! Alusão: é uma referência a um fato, a uma pessoa real ou imaginária, conhecida do interlocutor. (Jurado 11) -eu não havia pensado nisso antes, mas, pensando no rosto dela novamente, ela tinha estas marcas!

Tipos de argumentos presentes no filme Entimema: o que o caracteriza é que ele se baseia num sinal ou num lugar-comum, isto é, numa ideia aceita por todos. (jurado 3) -A cama dela fica perto da janela, ela podia olhar para fora, deitada... Viu o crime através das janelas do trem em movimento. Ela diz que as luzes se apagaram logo depois do crime... Silogismo: o que o caracteriza é que ele vai do universal para o universal. (Jurado 6) -Todas as mulheres que usam óculos, têm marcas no nariz. Reescrito na forma de silogismo:(Jurado # 6) Todas as pessoas que tem marcas no nariz usam óculos. Aquelas mulheres usam óculos. Logo, elas tem marcas no nariz. Indução: o que a caracteriza é que ela se baseia numa enumeração de casos particulares para se chegar ao universal. (jurado 3) -Algumas mulheres não usam óculos apenas por vaidade. Ninguém vai deitar de óculos. Então logicamente, ela não estava usando óculos.


Referência DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA. Título original: “Twelve Angry Men”. Direção: Sidney Lumet. Produção/Distribuição: Fox/MGM. Elenco: Henry Fonda, Lee J. Cobb, Ed Begley, E.G. Marshall, JackWarden, Martin Balsam, John Fiedler, Jack Klugman, Edward Binns, Joseph Sweeney, George Voskovec, Robert Webber. EUA. 1957. Drama. DVD. 96 min. Aristóteles - Retórica. Pref. e Intro. De Manoel Alexandre Júnior. Trad. e notas de Manoel Alexandre Júnior, Paulo Farmhouse Alberto e Abel do Nascimento Pena. Centro de filosofia da Universidade de Lisboa- Imprensa Nacional-casa da Moeda. ENOQUE, Eleonora da Silva. Tópicos em Teoria da Argumentação. Notas de Aula. UNICAP. Recife, 2012.


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