Jornal Por Extenso - 2ª edição

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UEMG - Divinópolis - 3º Jornalismo - Ano 1 – nº 2 - Abril/Maio de 2019

Villa Nova é absolvido e volta a disputadr Módulo I do Campeonato Mineiro

Guarani é rebaixado novamente. Apesar da decepção da diretoria, decisão ainda cabe recurso. p.

Parque da Ilha, em Divinópolis, é interditado novamente p. 4 A decisão foi tomada pela Vigilândia em saúde.

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15M

Divinópolis foi uma das cidades que organizou manifestações contra o corte de verbas das universidades públicas. p. 5

Ciência também é preta Conheça mais sobre o Congresso de pesquisadores Negros (Copene). p. 6

Foto/Divulgação

Preparativos para a 49ª Divinaexpo começam em Divinópolis Estruturas do parque já estão sendo montadas. p.

Cena musical

Região Centro-Oeste promove cultura através da música. p. 7

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Semana de Museus

Evento promove exposições sobre memória e cultura. p. 8

Cinema independente Foto/Divulgação

O professor Jader Maia conta um pouco sobre a produção de conteúdos independentes. p. 9


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A segunda edição do “Por Extenso” aborda aspectos da cultura, da educação, da saúde, do entretenimento e do esporte, com a finalidade de contar, com clareza e objetividade, as histórias apuradas no Centro-Oeste mineiro e no Brasil, prezando pela linguagem formal, objetiva e próxima do leitor, a fim de alcançar públicos diversificados. A publicação, realizada pelo 3° período de Jornalismo, foi desenvolvida nas disciplinas de Oficina de Jornalismo Impresso e Núcleo de Jornalismo I. Esta edição, conta com matérias dos mais variados assuntos, tais como Semana de Museus realizada na UEMG - unidade Divinópolis, que promoveu diversas atividades; e, também, sobre o time do Guarani, que se envolveu em uma disputa para permanecer no módulo 2 do Campeonato Mineiro. A Edição traz ainda uma matéria sobre os preparativos para a 49ª edição da Divinaexpo e, na música, um dos temas é a banda Lira Musical Nossa Senhora do Desterro, de Marilândia, município de Itapecerica, e, o outro, é uma entrevista com a jornalista e artista musical Yeda Labrunie, da cidade de Luz, que conta um pouco sobre sua carreira musical. A interdição do Parque da Ilha, após registro de um surto do vetor da febre maculosa, também virou notícia nessa edição. Outra temática abordada foi o Copene, o congresso de pesquisadores negros que acontece anualmente em diferentes regiões do Brasil. A proposta gráfica buscou representar a imagem principal de cada matéria, sendo que cada grupo fez a editoração da página pela qual ficou responsável. A elaboração do editoral, da capa e finalização da publicação foi realizada pela turma, sob supervisão da professora Daniela Couto. O conteúdo aqui apresentado é, porém apenas uma parte de todo o processo de aprendizagem que mescla teoria e prática jornalística, a fim de tornar significativo cada conhecimento construído sobre o jornalismo impresso.

Jornal Por Extenso - ano 1 - nº 2 – abril/maio de 2019 - Realização: 3º período de Jornalismo da UEMG unidade Divinópolis – Disciplinas: Oficina de Jornalismo Impresso e Núcleo de Jornalismo 1 – Jornalista e professora responsável: Daniela Martins B. Couto (MG9.994JP).


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Villa Nova é absolvido e volta a disputar o Módulo I do Campeonato Mineiro Pleno do TJD devolve os pontos ao time de Nova Lima e rebaixa o Guarani. Decisão ainda cabe recurso Alexandre Bernardes Cristiane Menezes Roberta Carvalho

Divulgação: Guarani

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uarani de Divinópolis: o itme voltou a ser rebaixado para o Módulo II do campeonato Mineiro. Isto porque o Villa Nova entrou com recurso para o Pleno do Tribunal de Justiça Desportiva no caso envolvendo o atacante Pinguim, que teria sido escalado de forma irregular em dois jogos. O clube de Nova Lima foi absolvido por seis votos a dois pelos auditores do TJD e, dessa forma, se mantém no Módulo I do Campeonato Mineiro. Entretanto a decisão ainda cabe recurso e o time de Divinópolis deve recorrer ao

Superior Tribunal de Justiça Desportiva, como divulgado em nota oficial no último dia primeiro de maio. De acordo com o clube, “o Guarani EC informa que, respeitosamente, discorda da decisão e que adotará as medidas jurídicas cabíveis para revertê-la, com o consequente provimento da denúncia”.

O caso O Guarani de Divinópolis terminou o Campeonato Mineiro na 11ª posição, que o rebaixava para o Módulo II, após um imbróglio judicial envolvendo a participação de um jogador irregular pela equipe do Vila Nova.

ainda teria mais duas partidas de suspensão a cumprir referentes à participação no Campeonato Mineiro sub-20 de 2018. Essas deveriam ter sido cumpridas em 2019.

A equipe de Nova Lima havia terminado o campeonato uma posição Segundo o Guarani, acima da equipe de Dio atacante Pinguim vinópolis, no entanto, foi punida com uma perda de 16 pontos no primeiro julgamento, o que acarretou com a troca de posições entre as equipes e consequente rebaixamento do Villa. Com a decisão em segunda instância o Villa voltou a sua posição no Vitor Hugo “Pinguim” personagem principal da polêmica. Divulgação: TV Banqueta Módulo I.


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Parque da Ilha, em Divinópolis, é interditado novamente O local, liberado para o uso da população na segunda quinzena de abril, voltou a ser interditado na terça-feira, 7 de maio, por recomendações da Vigilância em Saúde Rosimeire Corrêa, Ana Luisa Lisboa, Paula Alana e Brenda Ribeiro

Foto/Divulgação

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pós registro de um surto do vetor da febre maculosa, popularmente conhecido como carrapato estrela, na região do Parque da Ilha, em Divinópolis, no ano passado, a Prefeitura decretou a evacuação imediata do local. Por esse motivo, o Parque da Ilha, que antes servia como ponto de encontro para jovens, famílias, grupo de amigos e, além disso, um local frequentemente usado para prática de exercícios físicos, foi interditado por cerca de quatro meses. A medida foi dada por iniciativa da própria prefeitura de Divinópolis, tendo em vista a situação emergencial, de acordo com informações do gerente de comunicação da prefeitura, Pablo Santos. A febre maculosa A febre maculosa é uma doença infecciosa causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, e transmitida por carrapatos, principalmente os da família Ixodida (carrapato estrela). A reincidência da doença é maior em regiões rurais e em locais que possuem alguns animais, que podem integrar o ciclo do inseto, como, por exemplo, as capivaras, vacas, cachorros e aves. Vale salientar que a doença é transmitida apenas por carrapatos infectados com a bactéria, não sendo possível infecção entre pessoas. Os principais sintomas apresentados são febre alta, calafrios, dor de

Foto/Divulgação

cabeça, dores musculares, cansaço e perda significativa de apetite.

ano. Em 2019, ainda não foi registrado nenhum caso da doença.

O diagnóstico é realizado por exame de sangue e a demora para a identificação da doença pode causar complicações, levando à morte.

Interdição O Parque da Ilha ficou interditado por cerca de quatro meses em virtude de uma infestação de carrapato-estrela.

Segundo informações do Ministério da Saúde, em 2017, 58 pessoas morreram de febre maculosa no Brasil. No ano de 2018, foram confirmados 60 casos, com 17 mortes. A região Sudeste é a que possui o maior número de ocorrências, sendo São Paulo o estado com mais registros: 33, com 15 mortes. Em Minas Gerais, foram registrados 10, com duas mortes, conforme dados divulgados até agosto; Espírito Santo e Rio de Janeiro não registraram nenhum caso e nenhuma morte no mesmo período. Reincidência Os casos de febre maculosa começaram a surgir na cidade, em junho de 2018. A partir daí, as autoridades do setor de saúde da cidade iniciaram um trabalho de controle da proliferação do carrapato. Entre as ações realizadas, diversos locais foram interditados devido à infestação ou risco de infestação dos aracnídeos, como campos de futebol e escola. Em 2018, foram confirmados cinco casos da doença na cidade e três mortes, segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), divulgadas no final do

Acredita-se que a presença deles no local se deu pelaproximidade com o Rio Itapecerica, onde se encontram as capivaras, um dos hospedeiros do aracnídeo. Em agosto do ano passado, o acesso ao espaço foi restringido pela Vigilância em Saúde e, em janeiro do ano seguinte, o parque foi reaberto. Mais adiante, outras duas varreduras foram realizadas, mas como foi detectado menor índice de vetor da doença, o local continuou aberto à população. No dia 15 de abril, o espaço foi reaberto para o público, seguindo recomendações do setor de Vigilância em Saúde, após a realização de uma dedetização e uma vistoria, que constatou baixa incidência do carrapato no local. Mas, uma varredura efetuada no sábado, 4 de maio, constatou uma nova infestação do carrapato-estrela. Segundo informações da Vigilância, a interdição do parque será voltada apenas aos frequentadores. Os funcionários continuarão trabalhando normalmente, pois os carrapatos foram encontrados dentro da mata.


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Protesto contra corte do governo federal é realizado em Divinópolis. UEMG, Cefet e UFSJ estiveram presentes Divulgação: Marcela Vasconcelos

Paulo Vitor Souza e Vitória Vilaverde

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epois do anúncio do contingenciamento de contas públicas do Governo Federal, que afetou o orçamento das universidades e institutos federais com o congelamento de R$ 1,7 bilhões, manifestações contrárias se estenderam por todo país. O Movimento ganhou o nome de 15M, por ter sido realizado no dia 15 de maio. Segundo o governo, os cortes foram sobre os gastos não obrigatórios como água, energia e gastos com terceirizados. Áreas como assistência estudantil, salários de servidores e aposentadorias não seriam afetados. No entanto,

o congelamento afeta diversas áreas, entre elas, a de pesquisa. Em Divinópolis, alunos, professores e funcionários das três universidades públicas da cidade – UEMG, Cefet e UFSJ – saíram às ruas em protestos organizados pelos próprios estudantes. “As manifestações foram válidas e fizemos isso com a mais completa organização. Não se justifica um corte por motivo de “balbúrdia”. O ministro provavelmente não conhece o que acontece dentro da universidade pública”, comentou Samara Silva, estudante de Jornalismo. Todos os estados do país registra-

ram manifestações. Em Divinópolis, o ato começou na rua São Paulo e percorreu algumas vias do centro da cidade. “Reafirmamos nossa luta em prol de uma universidade pública de qualidade e pressionamos o recuo a essa decisão de cortar investimento”, ressaltou Letícia Ribeiro, estudante de Ciências Biológicas. A União Estudantil Divinopolitana (UED) esteve presente na manifestação e foi responsável pela articulação entre as universidades do município. “O corte de 30% mobilizou universidades”, reforçou Camila Menezes, presidente da

UED. Lohanna França, estudante de Bioquímica da UFSJ, explicou que a universidade, sem os recursos, paralisa as atividades já no segundo semestre. “O corte na UFSJ alcançou os 17 milhões na instituição como um todo. Aqui, no campus de Divinópolis, nosso gasto com energia por exemplo é de 40 mil por mês. A gente não volta para o segundo semestre se o corte persistir. Isso é muito sério”. Outros protestos estão marcados para acontecer no dia 30 de Maio. Em todo o país, organizações estudantis e outros grupos sociais já se mobilizam para o ato.


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A ciência também é preta Sul recebe quarta edição do Congresso de Pesquisadores Negros Duda Xavier e Maria Paula Lopes

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ealizado pela Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN), o Congresso de Pesquisadores Negros (Copene) é um evento que acontece anualmente em distintas regiões com o objetivo de alavancar pesquisas e projetos científicos de acadêmicos negros. Neste ano, o Copene Sul será realizado de 16 a 19 de julho, em Jaguarão, no Rio Grande do

Por Extenso: Você já participou de alguma edição do Copene ? Adriana: Participei do Copene no ano de 2009, na cidade de Goiânia, em uma mesa de comunicação oral chamada “Raça, gênero e sistema prisional: relatos de experiências de mulheres negras que cumprem pena no regime semiaberto”. Por Extenso: Como você analisa o envolvimento da população negra com a ciência e a pesquisa nos últimos anos? Adriana: Sempre existiu envolvimento da população negra com a ciência, ocorre é que não se tinha acesso à informação. Mas, por exemplo, nos Estados Unidos, nós temos, a

Sul, com a temática “Ancestralidades, conquistas e resistências em tempo de intolerância”. O congresso pretende incentivar a luta antirracista, a produção de conhecimentos ligados à raça e ancestralidade, à inovação política, social e científica e ao pensamento crítico epistemológico. Visando discutir relações étnico-raciais por meio de conferências,

partir de 1861, referências como Alfred Oscar Coffin, que era professor de Matemática no Tennessee. Mas as maiores referências são norte americanas e nós não tínhamos acesso a essa informação. Se formos pensar em nível de Brasil, vários nomes se destacaram, como o professor Milton Santos, que foi formado em Direito, passou pelo Golpe Militar de 1964 e é uma grande referência para nós. Por Extenso: Você acredita que esse tipo de movimento é um motivador para negras e negros falarem sobre pautas raciais? Adriana: Na verdade, os Copenes sempre são voltados às questões raciais, não ape-

mesas de debates, oficinas, simpósios temáticos e relatos de experiências, o Copene conta com edições regionais anuais e, em 2019, será sua quarta edição no Sul do país. Além de diversos debates, o incentivo existente no Copene é um dos pontos mais representativos do Congresso, onde é muito pautada a importância da presença de negros e negras nas pesquisas científicas brasileiras,

principalmente, no que diz respeito à resistência negra, arte e culturas afro-brasileiras, gênero, sexualidades, mídia e saúde, que são alguns dos eixos temáticos presentes no edital do congresso.

nas de afirmação, mas de conhecimento. É um espaço político voltado a cientistas negros que estão produzindo. É um dos melhores espaços que eu vejo, mais que um motivador, um indicador para negras e negros, pois sempre tem pesquisas novas das quais não se tem conhecimento. É uma oportunidade de pesquisadores de todo Brasil e, também, internacionais, para trocas políticas e culturais.

que sustentaram a vida inteira esse país. Têm uma história de dor e luta, mas principalmente de resistência. Com a chegada dessas mulheres na pesquisa, todas as pesquisas estarão relacionadas a grandes projetos para o país. Indicaria muito mais estudo, estudar com qualidade, com afinco. Apresentar sempre melhor, no sentido de demonstrar que nós fazemos ciência, sim, e fazemos com qualidade.

Por Extenso: O que você indicaria para jovens que estão se inserindo na área da pesquisa atualmente? Adriana: Eu sempre digo que a mudança virá pelas mulheres negras, isso porque foram elas

Conversamos com a afropesquisadora Adriana Severo, doutora em Serviço Social e professora na UEMG - unidade Divinópolis, sobre a importância do Copene.

Mais informações sobre a associação e o evento podem ser obtidas pelos seguintes canais:Site(www.abpn. org.br)(https://www.copenesul2019.abpn.org. br/apresentaca) Facebook (www.facebook. com/abpn.org.br/).


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Banda Lira Musical: cultura e história Keli Cristina

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banda Lira Musical Nossa Senhora do Desterro também é conhecida como a banda de Marilândia, município de Itapecerica. O registro mais antigo dela que se tem notícia data de 1925 e é uma fotografia do Sábado de Aleluia daquele ano. O primeiro nome da banda era Lira Desterrense e, posteriormente, foi alterado em homenagem à santa padroeira da cidade. Não existe um documento oficial que comprove o surgimento da banda, mas o que se sabe é que ela foi formada na época em que a Guarda Nacional estava no Centro-O-

zou a troca do mobiliário da sede. Agora, a banda está aguardando o próximo edital pra concorrer novamente.

Faceboolk .com/bandadodesterro

este do estado de Minas Gerais, por volta de 1900. Atualmente, a banda tem 18 integrantes fixos, podendo variar dependendo da grandiosidade do evento realizado, chegando a 25 pessoas tocando. João Pedro Corrêa Cardoso (19) toca na banda desde 2009 e observa que “ape-

sar da sua história, a banda de Marilândia não é tão conhecida em Divinópolis. Mesmo assim, a banda é uma referência cultural em Marilândia e Itapecerica”. João Pedro também conta que o projeto “Essa banda toca ou não toca!” foi um projeto de incentivo municipal que viabili-

A banda tem repertório amplo, que vai desde músicas religiosas a rock, pop, axé, sertanejo, músicas internacionais e até clássicos do grupo Mamonas Assassinas. Ela toca em eventos diversos, tais como procissões, festejos oficiais no município e nos encontros da banda. A banda forma músicos gratuitamente há quase 100 anos e muitos deles alcançaram destaque na carreira, em nível nacional.

Cena musical divinopolitana Brunna Rosa

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eda Labrunie, jornalista, mãe, feminista e cantora começou sua carreira aos 14 anos, na cidade de Luz, Minas Gerais, e ultimamente tem utilizado as redes sociais para divulgar o seu trabalho. Em conversa com o Jornal Por Extenso, ela nos conta um pouco mais sobre a sua carreira, sobre a cena musical em Divinópolis e os desafios de exercer a profissão na cidade. Por extenso: Quais artistas inspiram você? Yeda Labrunie: Luciana Melo, Cláudio Zolli, Negra Li, Sandra de Sá e J.Lo. Por extenso: Qual o gênero musical você canta? Yeda: Eu acho que canto pop, porque é uma mistura popular de ritmos brasileiros. Por extenso: Você compõe suas músicas? Yeda: Sim. Por extenso: Sobre

espaço para mostrar trabalho.

Divulgação: arquivo pessoal

quais temas você mais gosta de falar? Yeda: Sobre as coisas que me incomodam. Eu levei um tempo para perceber que arte é uma expressão política, um manifesto. Todo artista é um revolucionário se sua arte toca alguém. Por extenso: Qual a sua nova música de trabalho? Yeda: O nome é “Tudo Isso” e está em fase de acabamento. Por extenso: E sobre parcerias? Yeda: Sou sortuda por conhecer pessoas que

acreditam no meu trabalho, desde o pessoal do figurino, maquiagem, artistas e gravação, é uma família. Um orgulho! Por extenso: Tem novidades vindo por aí? Yeda: Sim. A próxima música revela um lado feminino que mais gosto, o “mulherão” como dizem. Por extenso: Como você avalia o cenário musical de Divinópolis? Yeda: Como meu armário, um monte de possibilidades e sem lugar para usar. Aqui tem um monte de artistas e pouquíssimo

Por extenso: Na sua opinião, falta incentivo aos artistas, por parte do poder público? Yeda: Na minha opinião, falta reconhecimento da própria população, o famoso “santo de casa”. A prefeitura poderia, sim, abrir espaços culturais e fazer eventos gratuitos em praças e escolas, mas sem público fica difícil. O povo move a cultura e é importante que se queira receber cultura. Por extenso: Você acredita que se existissem mais programas que enaltecessem a cultura divinopolitana, os artistas teriam mais reconhecimento? Yeda: Acredito que sim, estamos precisando de cultura, e muito. Por extenso: Você gostaria de deixar o seu contato e suas redes sociais? Yeda: Sim: Intagram @ yedalabrunie.


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Semana de Museus promove exposição sobre cultura afrobrasileira e religiosa

Divulgação: Facebook Portal EmRedes

Otávio Júnior Bernardo de Almeida

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Semana de Museus trouxe diversas manifestações culturais para dentro da universidade e uma delas foi a Festa de Nossa Senhora do Rosário, popularmente conhecida também como Reinado ou Congado ou Congada. A comemoração é bem popular em Minas Gerais e, na região Centro-Oeste, uma das localidades que se destaca é Bom Despacho. A festa é realizada anualmente e homenageia, entre outros santos da igreja católica, Nossa Senhora das Mercês, São Benedito, Santa Efigênia e Nossa Senhora do Rosário, cujo nome identifica, em algumas regiões, a manifestação cultural, cuja origem remonta ao sincretismo religioso. A festa ainda é pouco

conhecida em alguns lugares do país, de acordo com João Pedro, estudante do 7º período do curso de História da UEMG. Segundo ele, alguns de seus colegasde sala que vieram de São Paulo, não conheciam essa manifestação cultural e religiosa, o que reforça a importância de exposições assim para difundir, junto a públicos diversos, mais informações sobre a cultura regional. Cultura afrobrasileira Os rituais religiosos marcam a história do município de Bom Despacho e a Festa de Nossa Senhora do Rosário é uma delas. Ela é, geralmente, confundida com o folclore, porém, é uma comemoração religiosa que atrai centenas de pessoas ao redor do estado e da região, bem como

apreciadores da cultura afrobrasileira. O contexto revela um pouco da história e da importância dos escravos na formação cultural e religiosa do país, bem como na constituição de festas, comemorações, crenças, música e culinária. Durante a Semana de Museus, várias escolas estiveram na universidade parar mostrar aos alunos, entre outras atividades promovidas pelo evento, um pouco da vasta cultura afrobrasileira. Uma delas foi a Escola Municipal José Carlos Pereira, de Divinópolis, que veio prestigiar as exposições, com os alunos do 3º ano do Ensino Fundamental. “Elas absorvem bem as informações e têm a vontade de contar para os pais, sendo uma for-

ma ótima de espalhar informações sobre o assunto”, disse a professora Luciana Souza. Para ela, as exposições culturais contribuem para o crescimento dos alunos. Ao saberem mais sobre a cultura brasileira, eles se interessam pelo assunto e, assim, os professores podem criar atividades interativas sobre o tema, motivando ainda mais o ensino das crianças. Pode-se perceber que a Semana de Museus contribui não apenas com a difusão da cultura, mas também, com a vida escolar das crianças, gerando conhecimento e proporcionando lazer e informação, contribuindo para despertar o interesse sobre questões regionais que conservam memórias e histórias do Brasil.


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Cinema independente da produção à recepção

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cinema independente nacional começou a ganhar força nos anos 90, em que houve um período chamado “Cinema Retomada”, mas foi a partir de 2006 que a produção realmente tomou gás e mais de 360 longas foram registrados pela Agência Nacional do Cinema (Ancine). Apesar de apenas 160 desses longas terem ido parar nas salas de projeção, o número ainda é maior do que resultados de anos anteriores. Em Divinópolis, não é diferente. A cidade e a região Centro-Oeste também registram produções cinematográficas independentes. Um desses produtores é Jader Gontijo Maia, formado em Jornalismo, mestre e doutor em Estudos Linguísticos pela UFMG. Atualmente, ele é professor nos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda e trabalha no campo da produção audiovisual. Além disso, ele desenvolve pesquisas sobre discurso midiático, discurso político, narrativas de vida, representações e imaginários. Em maio, Jader conversou com nossa equipe sobre a produção audiovisual independente, e apontou questões ligadas às possibilidades e desafios na área. Por Extenso: Como é o desenvolvimento do filme, desde o processo de criação até a sua apresentação ao público? Jader: Cada produção possui suas especificidades em relação ao planejamento e estratégias

de produção. Se é um filme de ficção ou documentário, longa ou curta metragem, tudo isso impacta no modo como será organizada a produção. Mas de modo geral, toda produção audiovisual se estrutura com base em três etapas: a Professor Jader Maia durante aula de Telejornalismo. pré-produção, a produção e a pós-produção. Na pré- pois implica em custos, Por Extenso: Quais di-produção, a equipe faz e geralmente altos cus- ferenças você percebe toda a preparação e o tos. Para um filme de entre as produções braplanejamento das gra- ficção de longa metra- sileiras e estrangeiras? vações, como definir a gem são necessários Jader: A qualidade e, equipe de produção, es- milhões de reais para mesmo, a quantidade colher o elenco do filme, a produção, no Brasil, da produção audiovias locações onde serão chegando a centenas sual independente vão realizadas as gravações, de milhões de dólares depender do contexto reservar e produzir os no caso de superprodu- social e econômico do equipamentos e todos ções norte-americanas. país em que está inserios recursos necessários Mercados como o bra- da. Países com um merpara a realização, como sileiro são ainda muito cado de produção mais estúdio, cenários, figu- pouco desenvolvidos, dinâmico e consolidado rinos. Na etapa de pro- com poucas possibilida- oferecem melhores condução são realizadas as des de financiamento da dições de produção aos gravações propriamente produção, sobretudo, a independentes, uma vez ditas, com base no pla- produção tida como in- que há toda uma cadeia no de filmagem das ce- dependente. Em relação de fornecedores aptos nas ou entrevistas. Já ao aspecto tecnológico, a fomentar as demanna fase de pós-produção na área da produção das de produção. Em são feitas as seleções audiovisual, como em outros casos, existem das imagens/cenas/en- outras áreas da tecno- leis de apoio à produção trevistas e organizadas logia, os equipamentos audiovisual, como a Lei numa sequência definida possuem um alto custo Rouanet no Brasil, por pelo roteiro, acrescen- e defasam muito rápido, exemplo, que permite tando as edições de áu- exigindo constante atua- que produtores independio, trilhas sonoras, du- lização dos produtores e dentes tenham acesso blagens, etc. Assim que produtoras. aos editais de fomento à o filme é finalizado, ele já produção audiovisual. entra na etapa de testes Por Extenso: Quais e pré-lançamento, e em benefícios e impactos Em Divinópolis, foi inauseguida o lançamento. que essas produções gurado no final de 2018 trazem para o Brasil? o Cine Clube Adriano Por Extenso: Quais Jader: Toda produção Reis, local próprio para a são as principais di- cultural traz benefí- exibição dos conteúdos ficuldades que você cios para a sociedade, independentes de produencontra na produção uma vez que acaba tores da região. O clube desses conteúdos nos por promover e revelar foi criado em homenaâmbitos econômicos e aspectos da cultura de gem ao cineasta Adriano tecnológicos? um país e de um povo, Reis, que hoje trabalha Jader: Toda produção contribuindo para o pro- como editor de vídeos audiovisual, por mais gresso sociocultural e, para a TV Integração, simples que seja, requer mesmo, civilizatório de filial da Rede Globo de um bom planejamento, uma sociedade. Divinópolis. Laura Resende

Ana Clara Libório Júlia Mendonça Laura Resende Olga Constância


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Preparativos para a 49ª edição da Divinaexpo começam em Divinópolis João Pedro Cardoso e Larissa Miranda A Divinaexpo, maior rodeio completo do Brasil, acontece todos os anos entre maio e junho. O evento é realizado pelo Sindicato Rural da cidade, promovido pela Lucs Promoções e abrange montarias em touros, cavalos, competição com tambores e provas de laço. No ano passado, o público total foi de 150 mil durante todos os dias e a expectativa para este ano é que seja ainda maior. O presidente do sindicato, Irajá Nogueira, disse que a preparação da festa começa no final da edição, no mês de junho do ano anterior. Para a escolha dos cantores é feita uma sondagem em outras exposições do país. Assim, os contratos são fechados a partir de setembro. Já as estruturas de ferragem e arquibancadas começaram a ser montadas no último dia 23 de abril. Irajá enfatizou o quão prejudicial foi a greve dos caminhoneiros em 2018. Na época, um boato de que

Foto/Divulgação 2015

Foto/Divulgação

a exposição não aconteceria circulou nos aplicativos de mensagem. Apesar da nota não ter sido expedida pela organização do evento, o alcance foi grande e interferiu na venda de ingressos. Olhando pela perspectiva do comércio, Janaína Borges, gerente de uma empresa de vestuário e sapataria, explicou que a Divinaexpô é a melhor data para o seguimento que ela trabalha, superando até o Natal. As vendas para a festa começam no final de abril, tendo um leve aumento na segunda metade de maio. Os artigos da loja são comprados de acordo com as tendências do mercado, mas as roupas tradicionais como montaria, botas e botinas são adquiridos todos os anos. No quesito cultural, a cidade e a região são repletas de produtores rurais, o que favorece a popularização da festa. Em relação à mídia, a grande maioria das rádios de Divinópolis tocam sertanejo e uma delas, inclusive, tem o repertório totalmente sertanejo.

Acompanhe nossos programas na TV Candidés, canal 13, em Divinópolis, toda quinta-feira, às 20h40, e também, nas nossas redes sociais. Divulgar ciência e ações voltadas à melhoria da qualidade de vida é o objetivo do “Perspectivas”. Já a cultura mineira é foco do “Mineiríssimo”. Ambos trabalham a informação de forma leve e dinâmica, e são produzidos por meio da Multimídia - Agência/Laboratório de Jornalismo do curso de Jornalismo da UEMG - Divinópolis.

www.multimidiauemg.wix.com/multimidia


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