Jornal Café com Pauta - nº1

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UEMG Divinópolis - Ano 1 - nº 1 - 2º período de Jornalismo - Agosto/Setembro de 2019

SAÚDE EM FOCO

Área da saúde, em Divinópolis, apresenta progresso com realização de craniotomia. E, ainda: - Hospital do Câncer e ACCCOM geram resultados. /- Controle do Aedes Aegypti é realizado no município.

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IMPORTÂNCIA AINDA, - Variados eventos e ações culturais são realizados As leis são um meio para que os direitos de todos sejam respeitados. E neste número, duas delas são nas cidades do Centro-Oeste mineiro. DAS discutidas: a Lei Maria da Penha e a Lei da Transpa- NESTA - Município de Divinópolis estimula turismo local. rência. Além disso, a violência contra crianças é outro - Polo da Moda é reconhecido por lei. LEIS tema abordado nesta edição. p.4, 5 e 6 EDIÇÃO: - Incentivo ao esporte. p.7 a 12


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OPINIÃO

EDITORIAL

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ntegrar design e jornalismo é uma aprendizagem constante, pois abrange a percepção das mudanças inerentes a ambos e que, nesta disciplina, se encontram para gerar aprendizagens sobre o dia a dia do jornalismo impresso. Assim, a discussão gira em torno de linha editorial e projeto gráfico, valor notícia, pauta, fontes, apuração, reportagem e edição. Mas, além da discussão, há a prática, momento em que cada aluno vivencia as várias etapas da produção jornalística. Como resultado dessas aprendizagens, surge o jornal da sala, cuja linha editoral é elaborada coletivamente pela turma. A decisão do nome passa por votação e, neste semestre, a opção foi por “Café com Pauta”. A proposta parte da percepção de que, no momento do café, há também a conversa sobre assuntos diversos, desde os mais leves, até os mais sérios. E são esses assuntos, relacionados ao Centro-Oeste de Minas Gerais, que serão observados nas pautas propostas por esta produção. Nestas páginas, podem ser encontrados vários olhares, vozes e recortes de mundo por meio de narrativas que tratam de distintas histórias do cenário regional. E, para que essas histórias pudessem ser contadas, as atividades em sala de aula propuseram elaboração de pautas, métodos de apuração, técnicas de redação, aprendizagem sobre as particularidades do texto jornalístico, além da edição e da editoração eletrônica. Nesta edição, cada aluno propôs a pauta a ser desenvolvida e o enfoque, voltado para o contexo regional, despertou reflexões sobre saúde, cultura, turismo, economia e violência, questões que, muitas vezes, vão além dos limites geográficos do Centro-Oeste mineiro. E, dessa interação entre teoria e prática, surge então o primeiro jornal a ser inteiramente produzido pelo 2º período de Jornalismo. E que esta seja a primeira de muitas outras edições. Boa leitura!

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O DESPERDÍCIO DE HOJE É A FOME DE AMANHÃ Cerca de 8,7 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçados no Brasil

Arquivo Gazeta do Povo.

Camila Machado.

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desperdício de alimentos é um tema recorrente e, com o passar do tempo, tal prática acabou se naturalizando. Mas, a fim de mudar isso, inúmeras instituições quantificam o desperdício de alimentos e lutam para fortalecer os sistemas de informação, visando gerar uma reflexão e uma mudança de atitude no consumidor. Cerca de 1/3 da produção mundial de alimentos é desperdiçada, tanto na colheita, no armazenamento, no transporte quanto no consumo. Os números são alarmantes: segundo um levantamento do Embrapa apresentado por uma reportagem publicada no G1,em fevereiro deste ano, cada brasileiro joga, aproximadamente, 40 quilos de alimentos no lixo todo ano. Ainda segundo a matéria, cerca de 8,7 milhões de toneladas de comida são desperdiçados no Brasil, o que seria suficiente para alimentar, no mínimo, 13 milhões de pessoas. O desperdício de alimentos

afeta negativamente toda a estrutura produtiva, já que desperdiçar alimentos é desperdiçar também trabalho, água, energia, combustível, dinheiro e nutrientes, sem contar que, junto aos alimentos desperdiçados, vai para o lixo também a oportunidade de alimentar quem passa fome. Em 2018, segundo a ONU, 821,6 milhões de pessoas não tinham o que comer, o que significa que uma em cada nove pessoas vive, hoje, em estado de insegurança alimentar. Tal número seria facilmente reduzido se, ao invés de desperdiçados, os alimentos fossem utilizados em favor daqueles que precisam. Tentando reduzir os casos de insegurança alimentar e também o desperdício de alimentos, o Governo Federal criou, em 2003, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) que auxilia na formulação de políticas públicas que buscam garantir o direito à

Daniela Martins B. Couto Professora da disciplina de Design de Jornalismo

Expediente Jornal Café com Pauta – Ano 1 – nº 1 – Agosto/Setembro de 2019 – Realização: 2º período de Jornalismo da UEMG - unidade Divinópolis – Disciplina: Design de Jornalismo – Monitoria voluntária: Vitória Mariana Silva Vilaverde (4º período de Jornalismo) – Projeto Gráfico, arte-finalista, foto da capa e editora: Daniela Martins B. Couto (MG9.994JP).

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alimentação a todos. Em Divinópolis, há o Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Comseans), inaugurado em 2005. Segundo a representante da UEMG no Conselho, professora Márcia Helena, o Banco de Alimentos foi uma das iniciativas implantadas na cidade. Tal iniciativa tem como objetivo reaproveitar alimentos que seriam desperdiçados, distribuindo-os para creches, hospitais, asilos, casas de recuperação e outros, que atendam pessoas em estado de insegurança alimentar e nutricional. Segundo ela, o Conselho busca agora reimplementar na cidade o restaurante popular, programa que oferece refeições a preços bem acessíveis à população, principalmente, para as parcelas mais vulneráveis da sociedade. É através de iniciativas como essas e de pequenas mudanças de atitude que o desperdício de alimentos e também a fome podem ser, aos poucos, combatidos.


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SAÚDE

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HOSPITAL DO CÂNCER E ACCCOM: UNIÃO QUE GERA RESULTADOS Beatriz Flôres

a Fundação Geraldo Correa. A soma Hospital do Câncer, Casa de Apoio e Centro Oncológico alcançou o total de 185.648 atendimentos no ano de 2018 e 673.906 benefícios socioassistências no mesmo período. Acccom/Divulgação Atualmente, 54 municípios fazem parte m 21 de março de 1995, nas- da macrorregião de Divinópolis. A ceu a Associação de Comba- maioria dos pacientes oncológicos te ao Câncer do Centro-Oeste de Mi- desses municípios vem em busca de nas (ACCCOM), fundada, de forma tratamento e de esperança de cura no voluntária. pelo médico oncologista Hospital do Câncer de Divinópolis. Roney Quirino, Rotary Clube, Ma- Consuelo disse que 95% dos atendiçonaria, Lions Clube, CDL, ACID, mentos são realizados pelo SUS e os entre outras instituições. De acordo outros 5%, através de planos de saúcom a gerente de comunicação da de. A porta de entrada é através das associação, Consuelo Reis, a ACC- Secretarias Municipais de Saúde das COM construiu, equipou, expandiu 54 cidades atendidas que encamie é a mantenedora técnica e financei- nham os pacientes para o tratamento ra do Hospital do Câncer, por meio no Hospital do Câncer. A construção dele, inicialmende um contrato de comodato com

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te contou com 1500m² e, depois, em 2009, a área foi ampliada para 5000m². A construção da Casa de Apoio, com 80 leitos, foi muito importante para o acolhimento dos pacientes e acompanhantes, principalmente, de outras localidades. A criação do telemarketing foi uma grande conquista também, pois, através dele, são obtidos recursos de doadores para custear a obra. Além disso, a construção do Centro Administrativo foi importante para reestruturar e organizar a instituição, dando a ela condições de um crescimento sustentável. O objetivo da ACCCOM, segundo informação publicada na 70ª edição da revista da associação, “é a busca constante na melhoria e recuperação dos pacientes, dando a todos eles um tratamento digno, humano, carinhoso e fraterno”. Parcerias Em Divinópolis, atualmente, três redes de supermercados – ABC,

MartMinas e Rena – apoiam o projeto “Meu troco pode mais (Accom)”. O funcionamento do projeto é simples: quando clientes desses supermercados chegam ao caixa, são convidados a doar o troco ou parte dele para a ACCCOM. Assim, é gerado um cupom não fiscal, com o valor doado. Há, também, uma parceria com os Supermercados BH, com a doação diária de alimentos, que está ajudando muito na alimentação dos pacientes e acompanhantes. Quanto à divulgação, existe uma parceria com a Rádio W-Alpha, online 24 horas, que contribui com a visibilidade dos trabalhos da ACCOM em toda região, e o programa “Mais Saúde”, veiculado na TV Candidés. Por fim, a parceria com a Fundação Geraldo Corrêa tem sido um sucesso. Hoje, na oncologia, a ACCOM tem um dos melhores atendimentos no Brasil, em qualidade, rapidez e eficiência, conforme a instituição.

PROGRESSO NA ÁREA DA SAÚDE EM DIVINÓPOLIS SURPREENDE MORADORES Dafny Martins

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Hospital São João de Deus, localizado na cidade de Divinópolis, em Minas Gerais, realizou no dia 2 de agosto, uma rara cirurgia de retirada de tumor, denominada craniotomia. O procedimento, que é arriscado, consiste no ressecamento do tumor cerebral com o paciente acordado. Esse tipo de procedimento tem a finalidade de indicar ao cirurgião quais locais do cérebro podem ou não ser ressecados, sem prejudicar suas funções.

O músico Airton Alves Rodrigues, 55, descobriu o tumor há cerca de seis anos, realizou os tratamentos que conseguiram erradicar a doença. Somente alguns anos depois, ele descobriu que o tumor havia retornado. À procura de tratamento, o músico foi encaminhado ao médico-cirurgião Thales Morais que decidiu fazer o procedimento. A cirurgia foi realizada com Airton acordado, mesmo que sedado. Para que pudessem observar os locais afetados, o

médico solicitou ao músico que tocasse teclado durante o ressecamento do tumor. O mesmo afetava, principalmente, a coordenação motora do paciente, fato esse que convenceu ainda mais a equipe médica de realizar o procedimento. A cirurgia deixou os moradores da cidade e da região muito surpresos, especialmente, por ser um procedimento de dificuldades extremas. Essa então, foi a primeira cirurgia cerebral do Centro-Oeste mineiro a

Crédito:

ser realizada com um paciente acordado. Airton se recupera bem e espera ter a possibilidade de voltar a exercer sua profissão sem nenhum empecilho.

DIVINÓPOLIS REALIZA CONTROLE DO AEDES AEGYPTI Paulo Sena

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início do de agosto foi marcado pelo combate à dengue, em Divinópolis. A prefeitura e a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) fizeram ações de incentivo, limpeza e combate, com o objetivo de evitar a proliferação do Aedes Aegypti em várias regiões da cidade. Nos dias 3 e 4 foram feitos mutirões de limpeza nos bairros Morada Nova, Bela Vista e São Francisco. Com a ajuda dos agentes de saúde, a população pode ter acesso

a informações e orientações de prevenção. Antes mesmo dessa ação, a prefeitura já havia feito campanhas de panfletagem e atos educativos com a população. Entre os dias 5 e 9, os mesmos órgãos junto à diretoria de Vigilância em Saúde, fizeram o Levantamento

de Índice Rápido do Aedes Aegypti (LIRAa). Foram colhidos dados de 4.948 imóveis e, segundo resultado divulgado pelo site da prefeitura, o índice de infestação na cidade é de 1,2%. Para o Ministério da Saúde, o valor corresponde a um risco médio.

Reprodução: Google Imagens

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Até o mês de agosto deste ano, foram notificados 4.516 casos na cidade, 3.475 foram confirmados e 364 foram descartados. Para que o controle ao foco do Aedes Aegypti seja efetivo, a população também deve contribuir diariamente. Eliminar água parada, tampar poços e cisternas, evitar acúmulo de lixo em residências e vias públicas são algumas ações que devem ser adotadas, além de autorizar a visita dos agentes de saúde nas residências.


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SAÚDE

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SETOR FARMACÊUTICO FATURA CERCA DE 120 BILHÕES, EM 2018 E acredite... para este ano, a previsão ainda é de aumento Clotildes Cassiano

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m cada esquina das principais avenidas, esbarramos em farmácias e, em Divinópolis, não é diferente. Só na Avenida 1° de Junho, há mais de dez empresas desse ramo em menos de oito quarteirões. A situação é curiosa e, ao mesmo tempo, preocupante: será que as pessoas estão ficando cada vez mais doentes? O que de fato vem trazendo lucro para este setor? De acordo com IQVIA, nos três primeiros meses deste ano só a Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan) vendeu cerca de R$ 1,4 bilhão em medicamentos e não medicamentos: 8% a mais que o valor registrado no mesmo período de 2018. Foram comercializadas entre janeiro e março de 2019 cerca de 253,4 milhões de unidades no trimestre, um aumento de 4% em relação ao ano passado. O destaque foi para os medicamentos genéricos que chegaram a representar 43,4% das vendas. Segundo a Abradilan, devido à crise econômica e com o orçamento mais enxuto, muitas famílias optaram por medicamentos com valores mais acessíveis e, por isso, os genéricos tiveram evidência nas vendas. Só em 2018, o faturamento foi acima de R$ 120 bilhões, 11,76% a mais do que 2017, segundo dados da IQVA. Para Edison Tamascia,

presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), em reportagem publicada no portal da federação, as previsões de crescimentos do faturamento do segmento para 2019 devem se manter nas mesmas faixas. O mercado farmacêutico, em geral, deve crescer cerca de 10% e, as redes associativistas, 20%. Para André de Oliveira Baldoni,

farmacêutico, professor universitário e pesquisador na área, o aumento da quantidade de farmácias advém de dois grandes fatores: primeiro, a medicalização social, em que as pessoas se automedicam, e, segundo, devido ao rápido envelhecimento populacional brasileiro. Baldoni compara países da Europa com o Brasil: segundo ele, a França levou cerca de 100 anos para dobrar a população de idosos e, em nosso país,

Reprodução Google Maps

Farmacias em uma das principais Avenidas de Divinópolis

essa faixa etária deve dobrar em, aproximadamente, 25 anos. Logo, com o aumento da proporção de idosos, aumenta-se muito a demanda por medicamentos, devido às condições crônicas de saúde, que exigem tratamento. Sobre as formas de tratamento, o médico Flávio Antônio Marcelino Alves comenta que, além da alopata, encontramos a homeopatia, a fitoterapia e outras práticas integrativas, que trazem benefícios. “Ao contrário dos medicamentos de farmácia, em geral, da alopatia, esses tratamentos citados não tratam os sintomas da doença especificamente. Eles tendem a estimular o organismo nas suas funções orgânicas, melhorando a imunidade, melhorando estado geral da pessoa, sendo um tratamento um pouco mais lento”, explica. Mas, segundo o médico, quando há, por exemplo, um quadro agudo de infecção, a preferência é pelos medicamentos que têm ação rápida, como antibiótico ou anti-inflamatório. Ele observa que a sociedade, em geral, ainda tem a crença no remédio, acreditando que ali está a solução para tudo, mas, avalia também que, atualmente, as pessoas estão buscando maior qualidade de vida através de uma boa alimentação e exercícios físicos, prevenindo doenças e combatendo o estresse emocional.

GERAIS

TODOS CONTRA A VIOLÊNCIA INFANTIL Eduarda Lino

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Escola de Divinópolis lembra “caso Amanda” para protestar

caso da menina Amanda, que foi brutalmente assassinada pela vizinha no começo de agosto, tem sido divulgado constantemente pela imprensa, tomando até mesmo uma proporção nacional, pois trata-se de um crime aterrorizante. Uma escola particular da cidade, localizada no bairro L.P.Pereira, no dia 13 de agosto, lembrou o fato para protestar contra todo e qualquer tipo de violência infantil. Os alunos da escola, que estavam participando do Jogos Escolares de Divinópolis (JED) usaram, durante jogos da competição, uma fita preta amarrada no braço, significando luto, e também entraram em quadra com uma faixa com os dizeres: “Luto por Amanda e pela violência infantil”. O secretário e treinador do time de futebol da escola, Thiago An-

drade, crianças aos sarelatou berem do que a protesto, ideia surThiago giu devido ao destaca que os grande mesmos impacto reagiram causacom endo pela https://g1.globo.com/mg/centro-oeste/noticia/2019/08/13/estudantes-protestamtusiasnotícia. -contra-morte-de-amanda-e-violencia-infantil-em-divinopolis.ghtml mo, já “O fato acabou que parimpactando as crianças, pois este ticipariam de algo tão nobre e imtipo de fato não faz parte do dia portante. Além disso, os próprios a dia delas. Em conversa duran- alunos se dispuseram a conseguir te o treinamento com os garotos, as faixas com os pais. notando que o assunto não saía Para uma aluna da escola, a da cabeça deles, decidimos pres- iniciativa foi motivo de orgulho. tar essa homenagem à Amanda e, “Achei muito importante a escola também, protestar sobre esse pro- mostrar que esse tipo de violência blema que acontece em todo nosso é errado. Amanda foi uma, de vápaís”, comentou. rias crianças, que sofrem com isso. Questionado sobre a reação das Achei interessante o que a escola UEMG Divinópolis - Ano 1 - nº 1 - 2º período de Jornalismo - Agosto/Setembro de 2019

fez”, observou Lorena, 9 anos. Além do ato realizado, a escola nos concedeu uma declaração oficial. “Infelizmente, nós da escola sabemos que nosso papel vai bem mais além do que ensinar. Cabe à escola observar o comportamento de seus alunos, pois está nele o primeiro sinal de que algo está errado, seja em casa ou na rua. Nosso país está em primeiro lugar na América Latina em números de crimes contra crianças e a escola, local onde elas passam boa parte do seu dia, deve dar todo apoio necessário a campanhas que busquem alertar o público geral sobre o assunto”. A escola onde Amanda estudava, também prestou a sua homenagem. De acordo com uma pesquisa feita em 2018, o Brasil é líder no ranking de violência contra a criança na América Latina.


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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCESSA MUNICÍPIOS MINEIROS POR DESCUMPRIREM A LEI DA TRANSPARÊNCIA Lagoa da Prata, Nova Serrana e Pitangui não disponibilizam em seus sítios eletrônicos todas as informações exigidas por lei Jackeline Cavalcante

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Ministério Público Federal (MPF) ingressou com três ações civis públicas, em 2017, contra municípios mineiros que vêm descumprindo a legislação que rege o acesso à informação. A Lei 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação) deu continuidade aos avanços trazidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000) e pela Lei da Transparência (LC 131/2009), e cria novas obrigações para os gestores, entre elas, a de "liberar e dar amplo conhecimento, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público". Isso significa que todo ente público - municípios, Estados e União - estão obrigados a publicar em seus sítios eletrônicos informações atualizadas sobre os recursos recebidos, incluindo sua natureza, origem e o valor de previsão orçamentária, assim como a destinação que foi dada a eles, com valores de empenhos, liquidações e pagamen-

tos, além da identificação dos favorecidos pelos pagamentos. A deficiência nessa informação dificulta o controle pelos órgãos do estado que fazem o repasse para os municípios. De acordo com o MPF, os municípios teriam até 60 dias para regularizar o Portal da Transparência, sob pena de pagamento diário de 10 mil reais. Em 2017, a situação dos sítios em algumas cidades da região Centro-Oeste de Minas Gerais ainda era a seguinte: - Lagoa da Prata detectou pendências tais como a não disponibilização de relatórios orçamentários e financeiros para download

em diversos formatos; a falta da indicação precisa de um Serviço de Informação ao Cidadão físico, com informações sobre endereço e horário de atendimento e a não divulgação da estrutura organizacional da prefeitura, tampouco das remunerações dos servidores. - Nova Serrana nem possuía um Portal da Transparência. Algumas informações exigidas por lei estão dispersas pelo site da prefeitura de forma incompleta o que dificultava seu acesso. - Já Pitangui apresenta as mesmas deficiências que o município de Lagoa da Prata, inexistindo

também dados sobre a prestação de contas do ano anterior e o relatório orçamentário e financeiro dos últimos seis meses. Ao fazer a checagem no Portal de cada município, até o fechamento desta edição, pode-se obter as seguintes informações: - Nova Serrana obteve um sítio eletrônico e disponibiliza nele tanto o nome dos servidores como os relatório de contas públicas de forma atualizada, enquanto a prestação de contas só possui dados até o ano de 2016. - Em Lagoa da Prata, também tem dados referentes à receita e à dívida pública até o mês de março de 2016, e licitações e instrumentos orçamentários apenas até dezembro de 2015. - Em Pitangui, que tem pouco mais de 25 mil habitantes, há dados como receita e despesas, prestação de contas entre os anos de 2015 e 2016, conta com dados atualizados em execução orçamentária, transferência financeira e gastos com pessoal.

PERIGO EM CASA Muitos adultos abusam de crianças em nosso país, e eles podem estar mais próximos do que se imagina Paola Rabelo Morato

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Imagem ilustratva - Paola Rabelo Morato

questão da pedofilia é um problema que assombra crianças de todo o país. A psicóloga clínica Simone Helena afirma que “estudos da medicina apontam que é uma doença do neurodesenvolvimento. A ocorrência de abuso sexual na infância não é a causa, mas pode contribuir para o desenvolver da patologia”, explica. Um levantamento realizado pela BBC News, em 2018, buscou dados sobre o percentual de denúncias de violência sexual contra crianças, e revelou um “grande buraco de informações” por parte das autoridades, não havendo um controle que acompanhasse os casos. Nos dados brasileiros consta que existem municípios com ausência de ocorrências desses abusos, não pela inexistência deles, mas pela falta de denúncias, já que a maior parte dos casos ocorre dentro do ambiente familiar e não é relatado à polícia, ou por ser o abusador um parente próximo, ou por dependência financeira, ou por medo das consequências. A professora de Educação Infantil Tatiana Rabelo conta que a escola pode observar essa questão por meio do comportamento das crianças. Ao perceber algo errado ou diferente, e que levante a suspeita do problema, a instituição aciona o Conselho Tutelar que, por sua vez, toma as providencias para apurar e acompanhar o caso. Mas a escola não aborda o assunto, muitas vezes, por receio, resistência ou preconceito dos pais em relação ao tema. A professora aposentada Afonsina Rabelo possui 29 anos como educadora e já lecionou em diversas escolas da cidade. Ela lembra que nunca presenciou nenhuma medida sobre a questão nas instituições em que trabalhou. Diante disso, pode-se perceber a importância de incluir a discussão sobre educação sexual nas escolas, para que as crianças e adolescentes possam se informar melhor sobre o problema e, através da informação, identificar o que pode estar errado no seu dia a dia e, assim, ter a possibilidade de se proteger, pois o perigo não está apenas nas ruas e nas pessoas estranhas, mas também, e infelizmente, nos conhecidos de casa.

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LEI MARIA DA PENHA COMPLETA 13 ANOS Mesmo com avanço na legislação, violência doméstica é mais comum do que se imagina Wilker Duarte

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Lei 11.340/06, conhecida como Lei Maria da Penha completou 13 anos no dia 7 de agosto. Sancionada pelo então presidente Luís Inácio Lula da Silva, em 2006, ela criou mecanismos para coibir a violência contra a mulher. Mesmo após 13 anos de vigência, a violência de gênero continua um grave problema a ser encarado por toda a sociedade, com a mulher como protagonista. Quem foi Maria da Penha O nome da lei foi dado em homenagem à farmacêutica Maria da Penha. Em 1983, seu marido tentou matá-la duas vezes. Penha ficou paraplégica por causa das agressões sofridas. Após anos passando por situações de violência doméstica, Penha conseguiu denunciar o marido. Dezenove anos depois, ele foi condenado quando faltavam seis meses para a prescrição do crime. Cumpriu apenas dois anos – um terço da pena. Foi solto em 2004. O episódio chegou à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) e foi considerado, pela primeira vez na história, um crime de violência doméstica.

continua uma constante. De janeiro a junho deste ano, 46.510 mulheres denunciaram atos de violência pelo Disque 180 – 10,93% a mais que no mesmo período de 2018. De acordo com o estudo “Visível e invisível: a vitimização de mulheres no Brasil – 2ª edição”, divulgado no dia 26 de fevereiro e realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e pelo Instituto Datafolha, 536 mulheres foram vítimas de agressão física a cada hora no último ano, o que equivale a 4,7 milhões de mulheres. Além disso, 1,6 milhão (três por minuto) sofreram tentativas de espancamentos ou estrangulamento. Segundo a Polícia Militar (PM), entre 2016 e 2018, apenas em Nova Serrana, 2.157 mulheres sofreram violência e, dessas, 15 foram mortas.

Perigo dentro de casa Ainda segundo o estudo “Visível e invisível: a vitimização de mulheres no Brasil – 2ª edição”, 76,4% das mulheres indicaram que o agressor era um conhecido, número que teve aumento de 25% em relação à pesquisa realizada em 2017. Dentre os vínculos mais citados, destacam-se namorado, cônjuge ou companheiro como principais perpetradores, com 23,8% (aumento de 23%); ex-namorados e ex-companheiros com 15,2%; e vizinhos com 21,1%. A maioria das mulheres continua sendo vítima de violência dentro de casa (42%).

Avanços na legislação Outras legislações foram criadas no mesmo sentido da Lei Maria da Penha. Exemplo disso foi a legislação que alterou profundamente o tratamento destinado ao homicídio contra a mulher. A presidente Dilma Rousseff, sancionou a Lei 13.104, em 9 de março de 2015, conhecida como a Lei do Feminicídio. A lei al-

Romper com a violência pela denúncia Enfrentar a violência contra a mulher exige romper fatores que mantêm as mulheres em silêncio como temor, vergonha e crença na mudança do parceiro, entre outros. Há também a necessidade de mais eficácia no cumprimento da lei. “Eu acredito que [é preciso]

tera o Código Penal (art.121 do Decreto Lei nº 2.848/40), incluindo o feminicídio como uma modalidade de homicídio qualificado, entrando no rol dos crimes hediondos.

O que mudou com a Lei Em 2006, a lei mudou o regime que possibilitava acordo entre agressor e vítima. Ou seja, a violência passou a ser considerada crime e pode levar à prisão. A pena nunca pode ser uma multa, por exemplo. Não existe possibilidade de acordo. Ainda que a lesão corporal seja leve, o processo segue.

Medidas de proteção contra agressor Além disso, a legislação busca proteger a mulher, prevendo medidas como o afastamento do agressor, garantia de proteção policial ou o encaminhamento da vítima a abrigos. A delegada Regional de Nova Serrana, Angelita Viviane Soares, falou sobre um dos mecanismos da lei, a medida protetiva. “A mulher que se achar em situação de risco pode se dirigir à Delegacia. Nós vamos colher a oitiva e encaminhar medida protetiva para Justiça. Nas cidades que não são sede de comarca, qualquer policial civil ou militar pode deferir medida protetiva e o juiz, em 24 horas, vai convalidar ou não”, explicou a delegada. Três mulheres agredidas por minuto Infelizmente, mesmo com lei, a violência contra mulher

uma pena mais dura, capaz de punir o autor. Ele tem que ter medo de ficar preso. Mais celeridade na tramitação do inquérito e do processo, mais policiais treinados, uma delegacia especializada que não só atenda a mulher vítima de violência sexual e a mande embora, mas que tente ajudá-la. Muitas dependem financeiramente do agressor, têm filhos para cuidar, então, têm vários problemas em volta dessa agressão. Eu acredito que é um trabalho social”, explicou a delegada Angelita. Atendimento psicológico e denúncias Ela destaca que existe a possibilidade de oferecer atendimento psicológico às mulheres vítimas de violência na própria Delegacia de Nova Serrana, com a inauguração de um espaço para esse fim. Quanto aos inquéritos, há a prioridade para os casos de violência contra a mulher. “Estamos fazendo um mutirão com os inquéritos envolvendo, além da violência familiar, as questões de violência sexual. Acredito que a gente tenha mais de 150 atualmente”, afirmou Angelita. Denúncias podem ser feitas de forma anônima para o Disque-denúncia (181) ou para o Ligue 180, que é a Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência , serviço de utilidade pública gratuito que recebe denúncias de violência, reclamações sobre os serviços da rede de atendimento à mulher e orienta as mulheres sobre seus direitos e sobre a legislação vigente, encaminhando-as para outros serviços quando necessário. Mês da Lei Maria da Penha em Nova Serrana O Centro de referência de Atendimento à Mulher (Cram) Casa Mais

Mulher, de Nova Serrana, realizou diversas atividades no Mês da Lei Maria da Penha. O local atende a mulheres vítimas de qualquer espécie de violência. De acordo com a coordenadora da Casa Mais Mulher, Jassiara Figueiredo, as atividades incluem rodas de conversa, seminário e sessão de cinema. De acordo com ela, em torno de 65 mulheres são atendidas pelo Cram. “Mas a gente sabe que isso não é nem 1% da demanda da cidade e tem a dificuldade que muitas mulheres têm de procurar ajuda. A gente sabe o quanto ainda há de preconceito, muito tabu em torno do assunto”, disse Jassiara. A Casa Mais Mulher de Nova Serrana fica na Rua José Rodrigues da Costa, nº 171, Centro.

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TURISMO

DIVINÓPOLIS RECEBE INVESTIMENTOS E AVANÇA NO TURISMO

Fotos: Flávio Santana

Maria Clara Ribeiro

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Prefeitura de Divinópolis, junto às Secretarias Municipais, procura fomentar o turismo na cidade. Inúmeras ações foram realizadas e estão sendo aprimoradas pelo governo da cidade com o intuito de promover o turismo. Em setembro de 2017, no mapa do turismo de Minas Gerais, o município foi incluído na categoria B, que se refere a melhor infraestrutura e ao fluxo de turistas domésticos e internacionais. Já no dia 26 de agosto deste ano, Divinópolis atingiu a categoria B também no Mapa do Turismo Brasileiro, segundo o Ministério do Turismo (MTur). A ascensão é relacionada às boas ações econômicas e turísticas desenvolvidas em 2018. A cidade faz parte da região turística Circuito Verde-Trilha dos Bandeirantes e, a

partir do relatório, pode solicitar ao Ministério investimentos em ações de infraestrutura turística, qualificação profissional e em projetos que já ocupam o cronograma municipal. A mudança de categoria é uma oportunidade para fomentar o turismo em Divinópolis. Conforme o Plano Municipal de Turismo, onde consta os planos da pasta, um dos objetivos é solicitar verba para viabilizar a estrada de acesso a Cruz de Todos os Povos, que fica no distrito de Santo Antônio dos Campos, também conhecido como Ermida. Vale ressaltar esta ação: os primeiros 12 metros da Cruz de Todos os Povos já estão erguidos. Segundo o coordenador do projeto, José Geraldo da Silva, os trabalhos estão divididos em etapas devido à complexidade. A segunda fase terá an-

damento quando a associação conseguir os valores necessários para o custeio da mesma. O Trem Turismo também ganhou força. O projeto seguirá o exemplo de Brumadinho. Várias cidades da região são entrecortadas por linhas férreas. O trem sairia de Bom Sucesso até Divinópolis, com paradas em municípios que integrarão o roteiro. Segundo o secretário de Cultura, Gustavo Mendes, “o programa tem apoio do Ministério da Cultura e com o empenho da Prefeitura de Divinópolis logo poderá ser uma realidade em nossa cidade”, comemora. Já o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Rafael Nogueira destacou a importância desse investimento para a cultura e turismo da região. “Esse resultado

é muito positivo para nossa cidade. Temos muitas ações para colocar em prática”, esclareceu. Outra novidade é a criação de um terminal rodoviário no Aeroporto Internacional de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, e que tem Divinópolis é uma possível rota. A proposta da BH Airport, concessionária administrativa do terminal, recebeu aval do Ministério do Turismo e será um projeto-piloto. Divinópolis se enquadra na área delimitada pelo projeto, que visa atender cidades com potencial turístico em um raio de até 300 quilômetros da capital mineira. Os ônibus do terminal poderão atender uma demanda estimada em 2 milhões de passageiros por ano e é uma necessidade, pois a atividade turística vem crescendo em Minas Gerais.

O QUE OS MORADORES PENSAM SOBRE A CRUZ? Flávio Santana

A

Cruz de Todos os Povos, localizada no Morro da Gurita, em Divinópolis, está em fase de construção e terá por volta de 73 metros, sendo a terceira maior do mundo, segundo a Diocese de Divinópolis. O projeto de construção dessa cruz existe desde 2016, mas as obras começaram apenas em agosto de 2018. Na região, essa cruz é vista como um grande atrativo turístico, visto que o Brasil possui 86,8% da população cristã, conforme dados do IBGE. Além do mais, o local possui uma vista panorâmica muito bela, contribuindo para o turismo. Para a moradora local Aline Grego Santiago, confeiteira que mora aos arredores do Morro da Gurita, a construção da cruz trará benefícios. Ela acredita que haverá influência no comércio e na notoriedade do lugar, pois, “Ermida [bairro onde se en-

contra a cruz] está esquecida”, avalia. Segundo Aline, o ponto turístico poderá melhorar o lugar para os moradores e para os bairros vizinhos, como São Roque, possibilitando um crescimento maior para esses bairros. Quanto ao acesso ao local, a moradora disse que a prefeitura prometeu fazer o asfalto há cerca de dois anos, mas que, até então, não havia terminado o serviço. Em con-

sequência de fortes chuvas, segundo Aline, o caminho está cheio de buracos, dificultando a passagem de carros. Diz, ainda, que “sem esse asfalto, o acesso de Ermida para lá [Morro da Gurita] não vai ficar legal”. Por fim, com uma visão otimista, avalia que se o caminho até a construção religiosa for bem asfaltado, o lugar ficará bem valorizado. Ademais, o Centro-Oeste de Mi-

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nas Gerais possui diversos eventos religiosos e símbolos do cristianismo, os quais atraem grande número de visitantes. Isso movimenta consideravelmente o comércio e o fluxo nas cidades que possuem tais eventos ou espaços. Na cidade de Pitangui, localizada a 53km de Divinópolis, por exemplo, existe, desde 1880, uma capela conhecida como Capela da Cruz do Monte. Ela conta com uma estátua de aproximadamente 10 metros do Cristo Redentor. Nesse contexto, mensalmente, a região recebe inúmeros visitantes devido ao atrativo religioso. De maneira análoga, percebe-se o potencial turístico que a Cruz de Todos os Povos, em Divinópolis, possui. Quando pronta, poderá elevar o número de turistas na região e, assim, segundo Aline, tornar a região mais conhecida.


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ECONOMIA

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24ª FENOVA É UM SUCESSO

Fenova 2019 Nova Serrana — Foto: Fenova/Divulgação

Sara Maia

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24ª Fenova – Feira de Calçados de Nova Serrana foi realizada de 13 a 15 de agosto de 2019, no Centro de Convenções da cidade, das 10h às 19h. A feira calçadista é de extrema importância, pois movimenta a economia da cidade direta e indiretamente. O projeto se iniciou em 2007 com o título “NSFM- Nova Serrana Feira e Moda” e contou com a participação de muitas empresas da cidade. O objetivo foi divulgar os produtos calçadistas do polo. O Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana (Sindinova) realizou 11 edições da NSFM e, em 2012, nenomeou o evento para

Fenova. Desde então, a feira tem crescido cada vez mais, tanto na estrutura, quanto na abrangência. Ela já é considerada a maior feira de calçados de Minas Gerais. Neste ano, 100 marcas expuseram ao mercado seus últimos lançamentos para a coleção primavera-verão 2019-2020. Entre essas, cinco participaram pela primeira vez da feira. Além de receber marcas novas, o grande diferencial desta edição foi a presença de um enorme volume de lojistas nacionais e de 15 importadores da América Latina e da Europa que, trazidos pelo Sindinova e pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), vieram estabele-

cer negócios. O Projeto Exportador Fenova teve o objetivo de alcançar o mercado exterior para que, com isso, os negócios das fábricas calçadistas pudessem ser ampliados. Em um pronunciamento concedido à assessoria de comunicação do Sindinova e publicado no site da Fenova, Ronaldo Lacerda, presidente do sindicato, enfatizou a necessidade de dobrar as exportações. “Somos, em Minas Gerais, o segundo município com o maior número de empresas exportadoras. Em 2018, 56 empresas exportaram R$2.8 milhões de pares de calçados. É hora de ir mais além e dobrar nossas exportações”, afirmou. Já Dênis Magela, analista técnico

do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em entrevista à assessoria de comunicação do Sindinova, também publicada no site da Fenova, ressaltou a relevância desse evento para o comércio regional. “A Fenova é o maior evento local que fomenta a geração de negócios para a indústria calçadista da região. Esta ação é uma grande oportunidade para o encontro de lojistas e fabricantes e o momento de estreitar os laços comerciais e, naturalmente, aumentar o volume de negócios”, declarou. A Fenova foi uma realização do Sindino em parceria com o Centro Internacional de Negócios da Fiemg e o Sebrae.

FEIRA MOOD Sustentabilidade e consumo consciente se entrelaçam em um movimento na UEMG Cristiano Medeiros

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Feira MOOD, que foi criada há cerca de um ano e meio, objetiva atrair parceiros e clientes que estejam dispostos a consumir de maneira mais consciente, ou melhor, de maneira diferente do comércio atual. A ideia partiu da estudante do curso de Publicidade e Propaganda, Letícia Salviano, que tinha um bazar e vendia, principalmente, pela internet. A ideia da feira surgiu ao ser identificada a necessidade de levar às pessoas algo físico que tratasse de sustentabilidade, de consumo de qualidade, de maneira consciente e que abordasse temas mais humanos. Segundo as estudantes Letícia Salviano e Rafaella Guevara, ambas participantes da feira, cerca de 10 a 15 pessoas fazem parte de cada edição. No entanto, o movimento em si não tem um número exato de participantes, mas sempre que é colocado em pauta um

novo evento, são abertas vagas para inscrições pela internet. Para a seleção dos participantes, as ideias mais autênticas são levadas em consideração, observando produções feitas à mão ou que sigam a linha sustentável, e, ainda, que deem prosseguimento à ideia da feira no geral. Quanto aos preços, Rafaella e Letícia avaliam que os produtos costumam ser muito acessíveis, tendo

em vista que a maior parte do público é formada por estudantes, além de o conceito da MOOD ter muito de consumo consciente, tanto para o empreendedor quanto pro consumidor. “A ideia surgiu da inLeonardo Sousa tenção de se ter um nome curto que pudesse ser usado para traduzir a real intenção da feira e de maneiras diferentes. Basicamente, significa Moda, Ornamentos e Decoração, mas também tem a sua

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referência no Mood em inglês, que significa humor”, contou Letícia. Para Rafaella, trabalhar em um mundo acadêmico, diferente dos demais comércios e feiras já existentes, não é difícil. “Acho muito válido trabalhar com a universidade e os estudantes em si por ser um espaço muito rico culturalmente e pela capacidade criativa existente no espaço”, comentou. A feira tem muitos planos para o futuro e um dos maiores é levá-la para outros lugares, além da UEMG e fazer assim com que ela consiga ter mais visibilidade pelo público da cidade, através de mais divulgação. A frequência da exposição é de uma vez por mês, e acontece no saguão administrativo da UEMG, local sede da maioria das suas exposições. Para mais informações, o instagram da feira é @feiramood.


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EDUCAÇÃO

com

JOGOS INTEGRAM ALUNOS POR MEIO DO ESPORTE EM DIVINÓPOLIS Marcos Sant’ Ana

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e 8 de agosto a 4 de setembro, aconteceu mais uma edição dos Jogos Escolares de Divinópolis (JED), considerada a maior competição estudantil do Centro-Oeste Mineiro. Organizado pela prefeitura municipal por meio da Secretaria Municipal de Esportes e Juventude (Semej), a competição tem a proposta de mostrar qual escola obteve o melhor desempenho e é, também, uma forma de incentivar o esporte para crianças e adolescentes, visando à formação de futuros atletas e à promoção da disciplina e do espírito de equipe entre os participantes. Mais de 2,9 mil estudantes de ambos os sexos, com idades entre 8 e 16 anos, representaram as 48 instituições de ensino inscritas na competição, entre elas, uma federal, 26 estaduais, nove municipais e 12 par-

ticulares, competindo em três modalidades esportivas: futsal, handebol e voleibol. O evento foi dividido em três categorias de idade: Jedinho (nascidos entre 2008 e 2010), Módulo I (nascidos em 2006 e 2007), e Módulo II (nascidos entre 2003 e 2005). As escolas campeãs de cada categoria e modalidade irão representar Divinópolis nos Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG), em 2020, competição organizada pelo Governo do Estado. Caso a equipe campeã desista de participar do JEMG, a escola vice-campeã será convidada para o torneio e, assim, sucessivamente. As quatro melhores escolas de cada categoria e modalidade

serão “cabeças de chave” na organização dos grupos da próxima edição do JED. A cerimônia de encerramento do JED, realizada no Ginásio Poliesportivo Fábio Botelho Notini, no centro da cidade, contou com a presença de autoridades municipais como o secretário de esportes Ewerton Dutra e o prefeito Galileu Machado (MDB). No último dia da competição, acon-

teceram as finais do futsal masculino e feminino do Módulo II. Na final masculina, o Colégio Integral venceu a Escola Estadual Miguel Couto. Entre as meninas, a Escola Estadual São Francisco de Paula conquistou o troféu após vencer a Escola Estadual Padre Matias Lobato.

Fotos: divulgação: Prefeitura Municipal de Divinópolis

CJ REALIZA CURSO EM ITAÚNA O Centro da Juventude iniciou o curso Pré-Enem para jovens do ensino público Brígida Magalhães

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Secretaria Municipal de Assistência Social, por meio do Centro da Juventude (CJ), em parceria com a Universidade Aberta Integrada de Minas Gerais (Uaitec LAB), iniciou o curso extensivo Pré-Enem, no dia 13 de agosto de 2019. Esse curso oferece aulas gratuitas com foco no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que ocorrerá em novembro, visando auxiliar os jovens itaunenses, proeminentes do ensino público, a realizar a prova. Edenia Alcântara, 29, atual coordenadora do Centro da Juventude, revela que sempre foi um sonho a realização desse projeto. O Centro da Juventude é um equipamento da Secretaria de Assistência Social de Itaúna, que serve como espaço para a ocupação de diversos grupos. São desenvolvidas diversas atividades e oficinas de diferentes seguimentos, todas elas gratuitas e direcionadas ao público alvo de 15 a 29 anos. O CJ se localiza na Praça de Esportes JK, espaço cedido pela Secretária de Esportes, na Rua Maestro Hermínio Corradi, bairro Cerqueira Lima. Atualmente, o Centro conta com três salas, uma recepção, uma biblioteca, um telecentro, um espaço de convivência e uma cozinha. Nesses

Conta oficial do CJ

Alunos do curso social com o professor de Química, Pedro Nilo, e a coordenadora, Edenia Alcãntara

espaços, são realizadas, entre outras atividades, aulas de capoeira, danças urbanas, yoga, teatro, hip hop e o “Café com Libras”, que é um encontro para a comunidade surda de Itaúna e região, além de o espaço ser utilizado pelo grupo de escoteiros. A utilização das salas pode ser feita pela população, porém com agendamento prévio e abertas para a comunidade. O Curso Pré-Enem é uma iniciativa do CJ, porém, é realizado na sede da Uaitec LAB, localizada na Rua Godofredo Gonçalves, 451, Centro. Foram ofertadas 50 vagas para aqueles que formaram ou estão no último ano do Ensino

Médio de escolas públicas. As aulas ocorrem nas terças, quartas e quintas-feiras, das 19h às 21h30. No mês de agosto, foram lecionadas as matérias de História, Biologia e Química, esta última com o facilitador Pedro Nilo. Todos os facilitadores desse curso são voluntários, assim como em todos os projetos do Centro da Juventude. “Nós trabalhamos dessa forma, com o voluntariado. Os responsáveis de cada grupo são voluntários em que o espaço é compartilhado e as responsabilidades também são compartilhadas”, comentou a coordenadora.

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Além do início das aulas do curso Pré-Enem, o Centro da Juventude celebrou no dia 24 de agosto, um ano de existência do espaço e inaugurou o telecentro. A comemoração dessa data é de grande importância e muita emoção para os frequentadores do local. O Centro da Juventude passou por diversos obstáculos e situações que os auxiliaram na evolução do projeto. Edenia pontua que o Centro da Juventude é um espaço que recebe e acolhe as demandas dos jovens que se sentem desamparados pela sociedade, é um espaço de escuta e expressão, seja através da arte, seja através da fala. Portanto, segundo ela observa, o Centro da Juventude atua como um espaço para o desenvolvimento social e político da comunidade, oferecendo serviços de direitos básicos, como o acesso à cultura e educação. O Curso Pré-enem, pois, atua como forma de promoção de acesso à cultura e à educação, uma política pública, visto que a realidade de jovens estudantes do ensino público é muito distante dos jovens do ensino particular. Promover esse curso é uma tentativa de igualar as oportunidades. “Então, o espaço da Juventude é isso, um espaço de resistência, um espaço de voz para essas minorias”, encerra Edenia.


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CULTURA

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TRADICIONAL FESTA DO REINADO AGITA SAMONTE Leonardo Sousa

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tradicional festa de Nossa Senhora do Rosário, conhecida por muitos também como Congada ou Reinado, contou com uma longa programação. O início foi na quinta-feira, 15 de agosto, e foi até o domingo, 18, em Santo Antônio do Monte. A festa é um tradicional evento folclórico-religioso da cidade, que realizou, em 2019, a sua 58° edição interrupta. Esse fato é importante porque entre os anos de 1945 e 1960, ela foi interrompida, e retornou no ano de 1961, mantendo, desde então, a realização das comemorações até os dias de hoje. O evento é organizado pela irmandade de Nossa Senhora do Rosário, que é a entidade mantenedora da festa. Nesta edição, a festa contou com mais de 22 congadas que são cadastradas na entidade, e todas foram fundadas em Santo Antônio do Monte. Segundo o presidente da irmandade, Geraldo Aparecido da Silva, a festa recebeu também mais de seis Congadas visitantes de cidades da região, como Lagoa da Prata, Di-

Eduardo Moura

vinópolis, Perdões, Formiga, Santo Antônio do Amparo e Campos Altos. Uma das congadas mais importantes da festa são os Moçambiques. Segundo a história contada pelos

mais antigos e repassada de geração em geração, existe entre eles e a imagem de Nossa Senhora do Rosário uma ligação muito importante. Conta-se que ela apareceu em

alto mar e só veio para a terra quando Moçambique chegou cantando e dançando para ela. Outras congadas ou cortes mais antigas e tradicionais são Congo do Peão, Congada Luiz Carolina, Moçambique Otaviano Piriá e Congada José Alexandre. Helena Maria Mendonça, que já faz parte da festa há mais de 30 anos, atualmente participa como bandeireira e afirma que a festa significa para ela uma grande fé e devoção à Nossa Senhora do Rosário. A bandeira fica à frente aos congadeiros, guiando assim as congadas. Na bandeira tem sempre as imagens de Nossa Senhora do Rosário, São Benedito, Santa Efigênia, e o nome de sua congada. Além de o evento movimentar a economia da cidade com as manifestações religiosas próprias da festa, valoriza a cultura tanto com a história que carrega quanto com as danças, músicas e fé que representa. A festa envolve mais de três mil pessoas e reúne muitas famílias em torno da devoção à Nossa Senhora.

SABERES E SABORES Culinária mineira é exaltada na 7ª Jornada do Patrimônio cultural Talita Brandão

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esde 2009, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) realiza no estado a Jornada do Patrimônio Cultural para exaltar a cultura e o patrimônio local, contando com a participação de vários municípios. Divinópolis participa dela desde a primeira edição e, neste ano, a participação da cidade na 7° edição, com o tema “Culinária e Patrimônio”, não foi diferente. O município, com apoio e participação da UEMG, organizou vários eventos entre os dias 19 e 31 de agosto. A participação da universidade teve força por meio do Centro de Memória Professora Batistina Corgozinho (Cemud), que ajudou na produção da jornada, realizando uma feira e uma exposição na universidade. A Jornada começou na segunda-feira, 19, com a realização do seminário “Culinária e patrimônio cultural: manutenção das tradições e saberes e o desenvolvimento regional”, no Teatro Municipal Usina Gravatá. O

cenário apresentou uma mesa-redonda que tratou sobre a relação entre as comidas tradicionais e as tradições culturais de Divinópolis e região, sua influência segundo a religiosidade dos moradores e sua importância para a sociabilidade. No início da semana, já na UEMG, também foi inaugurada a exposição “Cultura material, saberes e sabores da culinária do Centro-Oeste mineiro”, idealizada pelo Cemud, e que exibiu objetos que estiveram e ainda estão presentes em grande parte das cozinhas brasileiras e, principalmente, na mi-

neira. Dentre eles, estavam objetos típicos da tribo Kaxixó do Centro-Oeste mineiro, localizada à margem esquerda do Rio Pará, a mais ou menos 15km da comunidade de Ibitira, município de Martinho Campos. A tribo indígena emprestou os objetos para os dias da exposição, trazendo para essa uma representatividade da sua cultura. No dia 21, em uma confraternização com a comunidade local, ocorreu a feira dos saberes e sabores. Nela, vários moradores da região que se destacam pela culinária típica mineira, levaram alimentos

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tradicionais para degustação da comunidade. A variedade de comidas como o biscoito caseiro, paçoca de carne de sol, bolo de queijo e doce de leite foram o deleite daqueles que saciaram sua fome na feira, que também aconteceu na UEMG. A estudante de História e estagiária do Cemud , Maraísa Martins, contou que a experiência na jornada foi bastante positiva. “A Jornada é uma iniciativa bem interessante, pois é uma forma de privilegiar anualmente os patrimônios da população do Centro-Oeste, que compõem sua história e memória. O tema deste ano foi de grande importância, uma vez que contou com a relevância de algo que é presente para as pessoas, evidenciando o sentido do patrimônio da vida da população local”. Outro ponto observado por Maráisa foi a feira realizada na quarta-feira. “Ela foi bem proveitosa e deu espaço para uma grande interação e integração de várias pessoas, e compartilhamento de comidas típicas das cidades próximas a Divinópolis”, finalizou.


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CULTURA

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MÚSICA, SUSTENTABILIDADE E INCLUSÃO: A NOVA ONDA DOS FESTIVAIS Se hoje as pautas de debate no mundo giram em torno dos grandes impactos ambientais e problemas sociais, os atuais festivais de música não poderiam ficar de fora e, cada vez mais, abraçam a ideia de sustentabilidade e cooperativismo Iasmin Borges

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festival Lollapalooza, que acontece anualmente no Brasil desde 2012, é uma grande referência ao tratar sobre consciência socioambiental. Na última edição, o evento proporcionou áreas especiais para pessoas com deficiência, além de disponibilizar o Kitlivre, que são triciclos motorizados e elétricos para as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. O evento também deu espaço para o “Projeto Cabelegria”, por meio do qual as pessoas cortavam seus cabelos para posterior doação. No aspecto ambiental, a organização não-governamental Greenpeace esteve presente com a ação Rock’n’Recycle, que estimulou o público a recolher lixo reciclável durante o festival. Neste ano, 4300 sacos de lixo foram entregues em troca de brindes. Seguindo a mesma linha de princípios sustentáveis, o Rock In Rio, que tem mais de 34 anos de festival, lançou um plano de sustentabilidade no ano de 2010 em parceria com a ONU e, mais tarde, adotou os Objetivos de Desenvolvimen-

to Sustentáveis (ODS). Entre esses objetivos, constam consumo e produção responsáveis e ação contra a mudança global do clima. Não por acaso, o evento já recebeu, em 2013, a primeira certificação na América Latina da norma internacional ISO 20121. Já em 2019, o projeto social “Amazonia Live” pretende plantar mais de três milhões de árvores na floresta Amazônica, local que já havia recebido outras quatro milhões de mudas, em 2017, e traz consigo o slogan “Todos por um mundo melhor”. Na linha desses grandes festivais, aconteceu, em Divinópolis, o festival Conecta, que deu um show de sustentabilidade e inclusão. Em parceria com o Instituto Dom Quixote, uma árvore foi plantada para cada ingresso vendido e três intérpretes de libras possibilitaram a integração dos deficientes auditivos ao evento musical. Ainda no que diz respeito à acessibilidade, foram destinadas áreas exclusivas a deficientes físicos. O evento adotou, também, o sistema de triagem in loco, ou seja, o processo

ros têm se destacado não somente como um meio de promover cultura e diversão, mas também, como um modo de gerar empregos e consciência social e ecológica. de separação de lixo foi feito no próprio local. Com o objetivo de arrecadar alimentos, o festival adotou a chamada meia-entrada social, no qual através da doação de 1 Kg de alimento, qualquer pessoa poderia pagar apenas o valor de meia-entrada do evento. Essa prática tem sido adotada por diversos outros festivais que objetivam contribuir com instituições beneficentes. Com música, arte, diversidade e inclusão, cada vez mais os festivais brasilei-

POLO DA MODA É RECONHECIDO POR LEI Divinópolis é destaque no ramo do vestuário pelo Brasil Gabriela Santos

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ivinópolis conta com mais de 1800 empresas, que estão sempre por dentro das principais tendências do mundo da moda e se destacam pela qualidade e preço acessível. Em âmbito nacional, a fama de uma das principais cidades de Minas Gerais, no que diz respeito a confecção têxtil, é de grande admiração. Representantes, lojistas e sacoleiras de todo o brasil são atraídos pela variedade de produtos. Para promover esse reconhecimento, a cidade conta com um sindicato que representa a indústria da confecção local. O Sindicato das Indústrias do Vestu-

ário de Divinópolis (SINVESD) tem foco no fortalecimento do setor, no estímulo à competitividade e na ampliação da visibilidade e foi criado há 30 anos. Desde então, auxilia no crescimento da área e no fomento ao turismo de negócios. Nesse quesito, o SINVESD desenvolveu a feira Minas Veste Brasil, que está na sua 10ª edição na cidade como um dos principais eventos de confeccionistas que reúne compradores de várias partes do país. A fim de fortalecer a moda mineira, os sindicatos estão unificando os lojistas de todo o estado na famosa MVB.

Em uma entrevista com Monica Ferrigni, que atua na área comercial do SINVESD, ela conta alguns detalhes sobre os métodos utilizados pela rede de indústrias do município para se sobressaírem no setor. RepoRtagem: Como Divinópolis conseguiu fama nesse setor, levando em conta a concorrência com outras confecções do Brasil, como a de São Paulo? monica FeRRigni: Uma grande concentração de indústrias da confecção, assim como prestadores de serviço (lavanderia, bordado e estamparia) fez com que Divinópo-

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lis fosse identificada como polo da moda. Além disso, a qualidade do produto e seu desenvolvimento fazem um diferencial à frente de outros polos. RepoRtagem: Quais as formas utilizadas por eles para “driblar” as crises que assombram o comércio de tempos em tempos? monica FeRRigni: Para a indústria, tem sido muito difícil. Uma boa estrutura dentro da empresa e qualificação dos seus profissionais, assim como investimento em tecnologia tem ajudado às industrias para superar este momento.


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EVENTOS

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2° CAVALGADA DOS LOPES REÚNE MORADORES DE ERMIDA E REGIÃO Com muita música e tradição, festa celebra cavalgada e homenageia Nossa Senhora da Guia Milena Souza

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oradores de Ermida e região participaram no domingo, 25 de agosto, da 2° Cavalgada dos Lopes, saindo às 11h em direção à Igreja Nossa Senhora da Guia, na Comunidade dos Lopes. O evento, com o formato de festa, realizou sua segunda edição e contou com comidas típicas, preparadas por moradores da comunidade, shows de artistas locais e a tradicional missa sertaneja. História Conhecida como Cavalgada de Nossa Senhora da Guia, a tradição teve sua origem em 1983, quando cavaleiros da região decidiram se unir para homenagear a santa. Com o passar dos anos, a

e os convidavam a participar da missa.

Jonas Alcantara

Cavalgada saindo de Ermida com destino à Igreja Nossa Senhora da Guia.

cavalgada tornou-se mais conhecida, atraindo um público maior, contando também com desfiles, nos quais os cavaleiros iam uni-

formizados em grupos e eram recebidos pelo Frei Leonardo, da paróquia Santo Antônio dos Campos, que lhes dava a benção

Comemoração A Cavalgada dos Lopes contou com diversas atrações musicais, como os shows ao vivo de Munique Evany, Pedro Paulo & Palmerim e Manu Lopes Sanfoneiro, além de diversas barracas com comidas típicas feitas por moradores locais. A renda gerada pela festa foi direcionada para a manutenção do Centro Comunitário dos Lopes. Organizada pela Associação do Conselho Comunitário, a festa recebeu apoio da Prefeitura de Divinópolis e patrocínio dos Supermercados BH, Div Sat Net e Elsys.

3ª CORRIDA RÚSTICA MAÇÔNICA É REALIZADA NO CENTRO-OESTE DE MINAS GERAIS Vitor Faria

A

3ª edição da Corrida Rústica Maçônica do Centro-Oeste de Minas Gerais aconteceu no dia 18 de agosto, em Divinópolis, a partir das 8h, e percorreu as ruas do bairro Belvedere. Um dos organizadores do evento, Glauber Alves, disse que a maçonaria divinopolitana promove a corrida desde 2017 para auxiliar diversas instituições da região. Em 2019, os recursos arrecadados com a corrida foram para o Centro Integral de Saúde São Bento Menni. Ainda de acordo com Glauber, foram incluídos na realização da corrida, atletas com necessidades especiais do Projeto Pernas Divinas e, para isso, quatro cadeiras adaptadas foram disponibilizadas pela loja

maçônica. Mais de 500 atletas com idade a partir de 12 anos se inscreveram para participar da corrida nas categorias 5 km, 10 km e caminhada livre. A largada da prova aconteceu na Rua Januário de Souza Rocha, 245, perto da sede campestre do Divinópolis Clube. Foram distribuídas medalhas de participação da prova para os inscritos no evento. Além disso, houve premiação para as melhores classificações nas categorias feminina e masculina, e faixa etária. Também foi premiada a participação dos integrantes da loja maçônica e do Centro de Saúde São Bento Menni na corrida.

PARADA LGBT+ 2019 É REALIZADA EM DIVINÓPOLIS Eduarda Salgado

A

Parada do Orgulho LGBTQI+, em Divinópolis, evento que marca a luta social pela igualdade de direitos foi realizada nos dias 13, 14 e 15 de setembro, na Rua Pitangui. Houve apresentações musical com artistas locais e as novidades para este ano foram as atividades filantrópicas realizadas, entre elas prestação de serviços e feira pet. De acordo com o presidente do Movimento LGBT de Divi-

Divulgação

nópolis, José Marcelo David, a 16ª edição do evento teve o tema “Sempre pelo afeto. 50 anos de

Stonewall”. A comunidade LGBT+ existe, e precisa ser respeitada e reco-

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nhecida. Ao longo do tempo, estudos têm sido feitos para discuitr a sexualidade. Evidências científicas sugerem que há inúmeros fatores biológicos que interagem para construi-la é possível – e provável – que existam explicações genéticas, epigenéticas, hormonais e, ainda, imunológicas que influenciam a sexualidade, seja heterossexual, homossexual ou qualquer variação, antes mesmo do nascimento.


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