Revista Estilo Damha Nº 6

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Expediente

Expediente A revista Estilo Damha é uma publicação bimestral da Damha Urbanizadora e distribuída a todos os clientes e moradores dos empreendimentos Damha

Damha Urbanizadora José Paranhos Diretor Superintendente

Quem somos? A Damha Urbanizadora é uma empresa parte do Grupo Encalso Damha, conglomerado empresarial fundado em 1964, que atua nos seguintes segmentos: Engenharia Civil, Agronegócios, Shopping Center, Concessão de Rodovias, Energia e Empreendimentos Imobiliários. Presente no cenário nacional desde 1979, a Damha desenvolve e executa loteamentos fechados e condomínios residenciais, reconhecidos pela alta qualidade urbanística e construtiva. Em seus projetos, aplica o que há de melhor em conceito de urbanismo no País e infraestrutura qualificada, em perfeita harmonia com o meio ambiente. Ao projetar empreendimentos que integram padrão diferenciado de moradia, lazer e segurança, a Damha transforma o cotidiano dos moradores e das cidades em que se insere. A Damha Urbanizadora conta atualmente com 50 empreendimentos e mais de 19 mil unidades comercializadas e está presente em 16 Estados brasileiros. Em 2012, obteve crescimento de 67%, alcançando um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 585 milhões. O land bank total é de aproximadamente 100 milhões de m².

Fale conosco:

Diretores e Gerentes Akira Wakai Amauri Barbosa Junior Carlos Eduardo Meyer Freire Fernanda Toledo Juliana Liberati Luiz Lissner Nélio Galvão Paulo Montini Revista Estilo Damha Daniele Globo Editora Edson Suguihara Assistente Dirlene Ribeiro Martins Revisão Fotos: Julio Benedito, Gilmar Gomes, Matheus Amaral, Arquivo Prefeitura de Mirassol, Agência Mirassol FC, ACM, Ligia Motta, Gustavo Alves, Jairo Goldeflus, Guilherme Erhardt, Olga Ferrarin, Silvia Badino, Walter Fukuhara, Tati Zanichelli, Marcos Rezende Lima, Merlo, ConceitoCom Brasil, Oliver Dantas/VUELLA Atelier Fotográfico, Warner Music, Vert / Clay Patrick McBride, midiarama, Acervo Antonio Carlos Lopes da Silva, teamhoyt.com e rockinrio.com Foto Capa: Oliver Dantas/VUELLA Atelier Fotográfico Textos: Editora 10 (Décio Junior, Dirlene Ribeiro Martins, Marília Dominicci, Patrícia Volpe e Thatiana Miloso), Henrique Fruet, Nathália Generoso e ADS Comunicação Tiragem: 19 mil unidades

Auditado pela

SELO FSC

São Carlos (SP) - Fone (16) 3413 4637

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Editorial

Talento em família

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les são bonitos e famosos. Formam um dos casais mais badalados do país. Ele foi considerado, pela revista Época, um dos 100 brasileiros mais influentes de 2009; ela foi eleita, em 2000, um dos 50 rostos mais bonitos do mundo pela revista People. Foguinho, na TV, e Madame Satã, no cinema, foram dois dos personagens inesquecíveis interpretados por ele, enquanto ela foi responsável pelo grande sucesso de novelas como Da Cor do Pecado e Cheias de Charme. Isso mesmo, estamos falando de Lázaro Ramos e Tais Araújo, o lindo casal que estampa a capa desta edição da revista Estilo Damha. Os atores, que com muito trabalho e determinação colocaram seus nomes na lista dos melhores do ramo em atividade, nos deram uma entrevista exclusiva que você poderá conferir a partir da página 84. Birigui e Mirassol, que em breve receberão empreendimentos Damha, também ganham destaque em nossas páginas. Embora seja conhecida como a capital nacional do calçado infantil e abrigue marcas famosas do setor, Birigui não se acomodou. A Cidade Pérola, numa prova de que realmente é uma terra de oportunidades, agora também é referência em fabricação e manutenção de peças de aeronaves. Já a bela Mirassol não faz por menos e aposta no setor terciário para, além de ostentar o simpático título de Cidade Amiga, mostrar sua vocação para o progresso. Nesta edição, você também poderá entrar em contato com as ideias e os projetos de Raí, que, mesmo não frequentando mais os gramados como

jogador, mantém viva sua paixão pelo esporte através de seus trabalhos sociais. Em entrevista exclusiva, Raí fala dos grandes eventos esportivos e das recentes manifestações que tomaram as ruas, colocando em perspectiva seu significado para o País. Já nossos colunistas, cada vez mais inspirados, trazem muitas dicas sobre diversos temas que com certeza despertarão seu interesse. Esta edição também marca a estreia de uma nova seção, a de Turismo, e começamos com uma visita à agradável região de Bento Gonçalves. Bastaram poucas horas de contato com esse povo de descendência italiana para percebermos que, além dos famosos vinhos, queijos, passeios e ótima gastronomia, o local tem algo mais a nos oferecer. Nos quatro dias que por lá estivemos, deparamo-nos com pessoas que mal estudaram, mas que são mestres na arte do bom atendimento, na arte de fazer você se sentir bem-vindo e especial. São lugares raros, comandados por pessoas especiais, que nos proporcionaram experiências singulares. Em cada reunião de pauta, nós tentamos nos colocar em seu lugar e imaginar quais matérias seriam de seu interesse, que enfoque sobre cada assunto lhe agradaria mais. E nossa expectativa é a de estar no caminho certo. Mas, de qualquer forma, gostaríamos de conhecer a sua opinião. Se você quiser fazer algum comentário ou tiver alguma sugestão, mande um e-mail pra gente (estilodamha@ estilodamha.com.br). Até a próxima!

DANIELE GLOBO

Editora

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Casa Cor A Damha Urbanizadora marca presença na Casa Cor Brasília 2013 materializando novas tendências em ambientes reais. A empresa levará ao evento uma casa de 220 m² que ilustra o conceito “como morar bem em um terreno de 400 m²”. O projeto é da arquiteta Denise Zuba, do Studio Zuba Arquitetura & Interiores. A 22ª edição da Casa Cor Brasília será realizada entre os dias 19 de setembro e 29 de outubro. A cobertura completa do evento e os detalhes do projeto de Denise Zuba você confere na próxima edição da revista Estilo Damha (outubro/novembro).

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Índice

26 Turismo: Vale dos vinhedos e Região dos Montes (RS)

08 39 40 44 48 52 54 56 58 63

Especial Cidades: Birigui Coluna Comportamento: Escutar para comunicar melhor

Coluna Automóveis: Uma aventura com o Range Rover Sport Cultura: Feira de Santana: o artista Gil Mário

Cultura: Elena - o filme Damha News: O que acontece na Damha

Bairro Sustentável: Ações da Damha Urbanizadora Damha Golf News: Novidades do Damha Golf Club

Gastronomia: Trattoria Mamma Gema Coluna Economia: Criativamente Econômicos

64 70 76 80 88 96 100 102 105

Coluna Gastronomia: Cal”dinho” Verde Dicas de Moda: O “certo” e “errado”

Coluna Luxo: Haute Couture para as damas e Sur Mesure para os cavalheiros Editorial Moda: Art Pop

Nossa Capa: Lázaro Ramos e Taís Araújo Faça o Bem: Instituto Caminho do Meio

Aconteceu: Eventos dos residenciais Perfil Morador: Alex Mamed Jordão

Viagem do Leitor: Brotas (SP)

24 Especial Cidades: Mirassol 6 | Estilo Damha

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Colaboradores

Dicas Decoração: Organizando o Closet

Especial: Mês dos Pais Música: Rock in Rio

Lançamento: Damha Mall Arquitetura: Mais Curvas

Varal Cultural: O que vem por aí Coluna Moda: Autoimagem: você está de bem com a sua? Coluna Condomínio: “Juridiquês” nas assembleias de condomínios

66 Entrevista Exclusiva: Raí

Denise Gazeta Graduada em 2000 pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São José do Rio Preto, pós-graduada em Geoprocessamento pela Universidade Federal de São Carlos e sócio-proprietária do escritório Cordova e Gazeta Arquitetura Ltda.

Ligia Cordova Graduada em 2000 pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São José do Rio Preto, pós-graduada em Projeto pela Universidade de Franca e sócio-proprietária do escritório Cordova e Gazeta Arquitetura Ltda.

Ana Lima É consultora em organização na cidade de São Carlos Especializada na otimização de espaços, é responsável por promover mudanças significativas no dia a dia de seus clientes.

OPINIÃO DOS LEITORES “O que acho mais interessante é ver que existe uma preocupação por parte da produção da revista com os temas e como os leitores são incentivados a se tornarem pessoas melhores. Isso reflete os valores que a Damha Urbanizadora afirma defender. Dicas de cuidados com os animais e ações que beneficiam a quem precisa combinam SIM com grifes, cultura e boa comida. Continuem assim, cultivando beleza interior e exterior.” Mariana Raiana – Personal Trainer – Goiânia (GO) Agosto | Setembro 2013

A matéria “A doce voz da MPB”, edição 05, ficou ótima e nela podemos saber bastante sobre a Tiê, a Liz e a Amorinha! Fã clube da cantora Tiê Que bacana a matéria “Férias Escolares: época de tentar coisas novas”! Já fica a dica para os pais de primeira viagem, como eu. Marcelo Marchi – Sócio da PrimeUp, São Paulo (SP) “A revista está cada dia mais bonita e gostosa de ler. Me surpreendi com o editorial “Gótico Chic” da última edição. Foi inesperado.” Ana Flávia Araújo – Estudante de Moda – São Paulo (SP) Estilo Damha | 7

Fotos: Divulgação

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Negócios: Energia

Aquiles Nícolas Kílaris Tem 23 anos de experiência na área de arquitetura e urbanismo. Seu trabalho inspira-se nas curvas, formas sinuosas e integração com a natureza, dando origem a um estilo próprio de criação, o chamado “estilo Kílaris”. Participou das mostras Casa Cor, Campinas Decor e Casa Office, e é autor do livro Curvas na Arquitetura Brasileira.


EspecialCidades Birigui

BIRIGUI, TERRA DE

OPORTUNIDADES E PROGRESSO Textos: Nathalia Generoso Fotos: Julio Benedito

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onsagrada como a capital nacional do calçado infantil, Birigui (SP), uma cidade com quase 110 mil habitantes, é famosa por calçar pés infantis de vários países do mundo. Com 101 anos e crescendo cada vez mais, a cidade do Noroeste Paulista já passou por crises da economia brasileira e até internacionais, mas sobreviveu e expandiu os horizontes do setor industrial. Hoje, Birigui

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também é referência em fabricação e manutenção de peças de aeronaves. A cidade foi fundada pelo português Nicolau da Silva Nunes, que, ciente do potencial da região, comprou 400 alqueires de terra nas proximidades da ferrovia. Em 7 de dezembro de 1911, ele e um grupo de 17 pessoas vindas de uma cidade vizinha fundaram o povoado de Birigui, nome indígena que se refere à grande quanti-

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EspecialCidades Birigui

Também conhecida como “Cidade Pérola” dade de mosquitos existente na região, popularmente conhecidos como mosquito-palha. A partir daí o desenvolvimento foi natural, iniciado pelas lavouras de café, algodão e amendoim, que atraíam mão de obra de toda a região. Por isso, Birigui ainda é considerada um grande polo agrícola, responsável por mais de 90% da produção regional de arroz, 38% de soja e cerca de 40% de sorgo. Em 1941, a cidade

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ganhou uma fábrica para a produção específica de botinas vendidas aos moradores locais. Foi aí que a história do sucesso de Birigui começou a ser moldada e a cidade passou a ser chamada de Pérola da Região Noroeste. A cidade já foi administrada por 31 prefeitos. O atual, Wilson Carlos Rodrigues Borini (PMDB), está em seu segundo mandato.

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EspecialCidades Birigui

Hoje

Foto: Divulgação

Situada a 540 km da capital paulista, uma das preocupações do município para os próximos anos é com a diversificação da indústria, no momento praticamente concentrada no setor calçadista, para que a cidade continue sendo referência de geração de empregos na região. Birigui também é sinônimo de longevidade: está na 182ª posição entre os 645 municípios do Estado. Dados levantados pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) resultaram em uma pontuação de nível 76, sendo o máximo 100, no aspecto longevidade. Influem nessa dimensão as taxas de mortalidade infantil e perinatal, taxas de mortalidade entre a população jovem e adulta (15 a 39 anos) e de pessoas idosas (acima de 60 anos). Para manter os bons resultados, desde 1995 o município investe na manutenção de um grupo da 3ª idade que hoje conta com mais de duas mil pessoas cadastradas. O grupo, que é ligado à Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, oferece atividades aos frequentadores, como lazer, bailes, ginásticas, artesanato, esporte e palestras.

Educação A educação e a escolaridade do município sempre estiveram acima da média estadual: nos últimos anos, o indicador sintético de Birigui teve média de 76 e o do Estado, 68. A cidade possui 13 escolas de educação fundamental e investiu na ampliação de horários das crianças em sala de aula. Hoje, alunos de duas dessas escolas estudam em tempo integral. Além disso, possui 14 creches, que atendem a mais de 2.500 crianças de zero a cinco anos, também em período integral.

Saneamento A fama de terra do calçado infantil está presente até nos orelhões da cidade

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Em 2011, Birigui comemorou o avanço significativo na estrutura de saneamento básico, com a inauguração da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto), que suspendeu o despejo de todo o detrito produzido na cidade direto na natureza. O ribeirão Baixotes, manancial que abastece o município, recebia diariamente 16 mil m³ de esgoto, o que corresponde a quase 17 milhões de litros. Hoje, o Baixotes está livre da poluição, melhorando não só o aspecto ambiental, mas também o econômico e de lazer.

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EspecialCidades Birigui

CIDADE RICA EM CULTURA E LAZER, PARA TODA A REGIÃO

As praças da cidade, por onde passam centenas de pessoas em busca de lazer, foram recentemente reformadas

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cultura e o lazer, extremamente acessíveis à população de Birigui, são um dos maiores destaques atualmente. O município possui um teatro do Sesi e uma unidade do Sesc, a única na região. Biriguienses e moradores de cidades vizinhas lotam os complexos todos os finais de semana em busca de diversão, na maioria das vezes, gratuita. Espetáculos raros de se ver fora dos grandes centros, com artistas renomados e presença em circuitos Agosto | Setembro 2013

nacionais de cultura, são alguns dos privilégios dos moradores da região. O Sesc está terminando a construção de sua sede própria, avaliada em R$ 20 milhões. O complexo terá quatro piscinas, quadras, áreas para atividades ao ar livre, sala de atividades físicas, área de alimentação, clínica odontológica, salas de leitura, teatro com 250 lugares e espaços para uso de tecnologia digital e audiovisual. O Sesi também construirá uma nova sede, orçada em aproximadamente R$ 28 milhões. O prédio deste terá três andares. Estilo Damha | 11


EspecialCidades Birigui

O ator Reynaldo Gianecchini nasceu e viveu até os 18 anos na rua João Galo

Música Um dos patrimônios culturais mais antigos do município é a Corporação Musical Maestro Antônio Passarelli, que tem mais de 90 anos de existência. A banda municipal se apresenta aos domingos na praça Dr. Gama. A criação da banda foi uma iniciativa do primeiro prefeito de Birigui, Archibaldo Clark, que em 1921 convidou o maestro Antônio Passarelli a mudar-se para a cidade. Natural da Itália, Passarelli tinha 32 anos quando aceitou o convite. Atualmente, o regente da Corporação Musical é Carlos Eduardo Claudino da Silva, 36 anos, natural de São Paulo, que está em Birigui desde 2002. Hoje, a corporação musical é composta de 34 músicos, com idades a partir de 16 anos.

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Veio do interior Reynaldo Gianecchini é o biriguiense de maior destaque na cena cultural do país. Filho dos professores Heloisa e Reynaldo Cisoto Gianecchini, ele saiu de Birigui rumo a São Paulo aos 18 anos. Estudou Direito na PUC, tornou-se modelo e hoje é um dos atores mais conhecidos do Brasil. Gianecchini morou até os 18 anos na Rua João Galo, estudou na escola Stelio Machado Loureiro e praticava esportes no Clube Pérola. Desde pequeno fazia teatro no colégio.

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EspecialCidades Birigui

O Leão da Noroeste O futebol, maior paixão nacional, também mexe com a população. Time da cidade e um dos mais antigos clubes de São Paulo, o BEC (Bandeirante Esporte Clube) foi fundado em 11 de março de 1923. O time recebeu o título de ‘Leão da Noroeste’ pela série de vitórias durante excursão para jogos contra equipes de cidades localizadas ao longo da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, em seus primeiros anos. Um dos maiores feitos da história do time foi a vitória sobre o São Paulo no Morumbi em partida do primeiro turno do Campeonato Paulista de 1987. O time da capital era o atual campeão brasileiro, a partida foi disputada no dia 20 de maio e terminou em 2 a 0.

Um povo de fé A primeira capela de Birigui começou a ser construída em 1915, onde hoje fica a Matriz. Ela precisou ser ampliada em 1927. O prédio atual foi construído de 1937 a 1942 e, até 1996, era a única paróquia da cidade. De acordo com registros da igreja, a primeira missa celebrada em Birigui aconteceu na casa do fundador, Nicolau da Silva Nunes, e foi realizada por frades capuchinhos em 1915.

Prédio da atual matriz de Birigui começou a ser construído em 1937 Agosto | Setembro 2013

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EspecialCidades Birigui

Brincadeira vira esporte nacional Mais do que moda em sapatos infantis, os biriguienses têm orgulho de morar na cidade berço de um dos esportes que ganhou destaque nacional, o biribol. Tudo começou de uma brincadeira entre amigos na piscina de uma casa no centro da cidade. O responsável pela disseminação dessa prática foi o professor, advogado e esportista Dario Miguel Pedro.

A primeira piscina de biribol fora de Birigui foi construída em Bauru, na casa de Luiz Edmundo Carrijo Coube, prefeito da cidade entre 1973 e 1976. Em praticamente todas as cidades brasileiras existe pelo menos uma piscina para a prática do biribol, esporte que levou 25 anos para fazer parte dos Jogos Regionais e dos Jogos Abertos do Interior, que acontecem desde a década de 1990. O biribol foi patenteado por Dario e consta nos registros da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. As regras foram criadas por ele, que também é o idealizador da bola oficial. No Brasil, existe a Liga Nacional de Biribol, que promove campeonatos frequentemente.

O Parque do Povo Mais conhecida como Parque do Povo, a Praça Ana Nunes Garcia, com 28.453 m², é o principal espaço público para atividades físicas em Birigui. Além de sua academia ao ar livre, inaugurada em 2008 e que possui 19 aparelhos de ginástica, o Parque conta com uma pista de Cooper de 1,6 mil m. Pelo menos outras seis praças da cidade têm equipamentos de ginástica instalados pela Prefeitura; a intenção é incentivar e popularizar a prática diária de atividades físicas.

Praças bem conservadas e equipadas estão presentes em vários pontos da cidade 14 | Estilo Damha

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EspecialCidades Birigui

AEROCLUBE DA CIDADE FORMA 20 PILOTOS TODOS OS ANOS

Um dos mais antigos aeroclubes do país está em Birigui e forma cerca de 20 pilotos anualmente

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cidade ainda não possui aeroporto, mas conta com um aeroclube, um dos mais antigos do país, que forma cerca de 20 pilotos anualmente. Além dos cursos, o aeroclube presta serviços de táxi-aéreo. A frota inclui duas aeronaves tipo Aero Boero, de fabricação argentina; dois Cessnas 172, um deles adquirido em 2009 para aulas de voo em instrumento; um Cessna 152, para instrução Agosto | Setembro 2013

de voo; e um Paulistinha P-56. A atual pista do aeroclube de Birigui tem 900 m de comprimento para pouso e decolagem. Cerca de cinco empresas instaladas em Birigui atuam diretamente na prestação de serviços, manutenção, fabricação de peças e inspeção de aeronaves. Este é outro fator que ajuda a disseminar o nome da cidade, inclusive no exterior. Estilo Damha | 15


EspecialCidades Birigui

O POTENCIAL DOS CALÇADOS INFANTIS

O setor industrial é a principal força da economia de Birigui, responsável por enorme geração de emprego

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primeira fábrica de calçados especializada no público infantil em Birigui foi a Indústria de Calçados Ramos & Assumpção, fundada em 1958. Ela deu origem às duas maiores fábricas do setor no Brasil, a Indústria de Calçados Popi e o Grupo Kiuty. O setor industrial de Birigui é a principal força da economia, responsável pela maior porcentagem de geração de empregos no município, segundo o Ciesp (Centro da Indústria do Estado de São Paulo). Levantamento feito pelo órgão aponta que a cidade possui mais de 1.200 fábricas de 23 setores. Metade do polo industrial é formada por empresas que atuam no ramo de artigos de couro e artigos para viagem e calçados. Os setores de vestuário, acessórios, borracha e material plástico fazem parte da outra metade dessa força industrial do município. O que torna a cidade ainda mais importante para a economia regional é o fato de suas indústrias deman16 | Estilo Damha

darem grande quantidade de mão de obra. Em 2010, no setor calçadista, foram 22 mil empregos diretos e 10 mil indiretos. O segundo segmento que mais emprega é o moveleiro. A produção de calçados infantis corresponde a 53% do mercado nacional, segundo o Sinbi (Sindicato das Indústrias de Calçado de Birigui). Em 2010, 4,5% dos 61,458 milhões de pares produzidos foram exportados para aproximadamente 60 países. O Sinbi tem investido em capacitação de mão de obra, principalmente de jovens para o primeiro emprego. O setor recebe apoio de escolas preparadas para treinar pessoal, como a Escola Técnica do Centro Paula Souza, o Instituto Federal e a escola do Senai. A avenida Nelson Calixto tornou-se referência no município e região para compra de calçados e vestuário. São cerca de 15 lojas de fábrica que atraem moradores e comerciantes de outras cidades em busca dos calçados femininos, com preços baixos, produzidos em Birigui. Agosto | Setembro 2013


EspecialCidades Birigui

UMA CIDADE QUE CONQUISTA PELO ESTÔMAGO Texto e fotos: Nathália Generoso

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lém de calçados, esporte, móveis e aviões, Birigui também conquista pela gastronomia. O prato mais famoso na cidade e na região é o caldo de jegue. O nome da mistura é apenas sugestivo, o caldo não tem nenhum pedaço do animal como ingrediente e é feito com feijão branco, grão-de-bico, carne seca, bacon, calabresa, frango desfiado, pimentão e vários outros ingredientes nada leves, que esquentam e reforçam o ânimo de seus apreciadores. De acordo com Manoel Marques, mais conhecido como Mané Simpatia, apelido que hoje dá nome ao famoso restaurante da cidade, há 27 anos, quando chegou a Birigui, ele preparava a refeição para os jogadores do time de futebol da cidade, o Bandeirante. “Quando eles comiam, ficavam mais fortes e rápidos e até ganhavam o campeonato”, afirma Simpatia. A partir daí o caldo ficou cada vez mais famoso e já foi apresentado em vários programas de televisão.

O famoso caldo de jegue

História

As paredes do restaurante estão repletas de fotografias que contam histórias de amizade e momentos felizes de toda a trajetória do Mané Simpatia na cidade, assim como fotos de outros pratos também famosos por ali, como o mocotó, a dobradinha e a vaca atolada. O caldo de jegue é procurado durante todo o ano, mas especialmente em épocas mais frias, pois é forte e tem o poder de esquentar o corpo. Em média, de segunda a quinta-feira, passa cerca de 300 pessoas por dia no local, em busca do famoso caldo. Segundo Simpatia, aos finais de semana, dentre as mais de mil pessoas que passam diariamente por lá, 80% vão em busca da iguaria. ▪

Mané Simpatia e a galeria de famosos fãs do caldo Agosto | Setembro 2013

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EspecialCidades Birigui

Perspectiva artística meramente ilustrativa

ESTÁ CHEGANDO EM BIRIGUI

Portaria social

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Cidade Pérola receberá em breve o residencial Village Damha Birigui*, que levará o melhor conceito de urbanismo do Brasil pela primeira vez à cidade, em uma área de 277.411 m², que incluirá mais de 71 mil m² de áreas verdes e de lazer. Acompanhem nossos canais e saibam mais sobre esse lançamento da Damha. “O loteamento encontra-se em processo de registro. Nos termos do disposto na Lei 6.766/79, as vendas só serão iniciadas após o registro do empreendimento junto ao Oficial de Registro de Imóveis competente.” 18 | Estilo Damha

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EspecialCidades Birigui

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EspecialCidades Mirassol

MIRASSOL, CIDADE AMIGA

O carisma da Bela que cresceu ao lado da Fera Texto: Marília Dominicci

20 |Vista Estilo panorâmica Damha

Agosto | Setembro da cidade. À esquerda, a Igreja Matriz, construída em homenagem ao padroeiro: São Pedro 2013


EspecialCidades Mirassol Foto: Marcos Rezende Lima

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assava, certa feita, o fundador da cidade a cavalo pelo Largo da Capelinha, onde se cultivavam roças e arroz, quando um dos enxadeiros chamou sua atenção para a existência, no local, de uma touceira de plantas esguias, de cerca de dois metros de altura, no topo das quais desabrochavam grandes flores redondas, de cor amarelo-ouro. O passante, ao divisar as flores, exclamou: ‘É girassol’, ao que o roceiro respondeu: ‘Não, capitão. O nome dessa flor é Mirassol’.” (Conto Popular) A sabedoria popular transforma o desconhecido em mito e cria belas passagens como essa. A verdade é que não se sabe ao certo por que São Pedro da Mata Una virou Mirassol. Seja por causa das flores ou porque o centro da cidade é um dos pontos mais altos da região, de onde se pode ter uma vista privilegiada do nascer e do pôr do sol, o que se sabe, com certeza, é que Mirassol é bela.

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Foto: Marcos Rezendes Lima

EspecialCidades Mirassol

Como muitas outras cidades, Mirassol (SP) surgiu da esperança de tantos imigrantes e migrantes que cultivavam o sonho de adquirir para si e suas famílias um futuro em um pedaço de terra. À época sequer haviam estradas. Se tivessem sorte, haveria alguma trilha que levasse aos povoamentos mais próximos. Como ocorreu em tantas outras localidades, Mirassol nasceu das pessoas que se reuniam e se ajudavam, os recém-chegados se estabelecendo às margens dos terrenos dos que ali viviam. Limpa a terra para a construção e o plantio, fincou-se a cruz onde hoje está localizada a praça da matriz. Em seu entorno, aos finais de semana, as famílias se reuniam, oravam, se conheciam, se casavam... e assim girou a roda. Primeiro a agricultura sustentou a economia da cidade. Os cafezais e as culturas de cereais se estenderam por uma grande área. Depois vieram o progresso, os carros movidos a gasogênio e outros empreendimentos. Chegou também ao município a senhora Farid Dalul, que fundou, em sua casa verde, o pequeno negócio que no 22 | Estilo Damha

Foto: Arquivo Pr efeitura de Mirassol

A Praça Matriz de Mirassol, onde se encontra a Igreja de São Pedro, é um dos principais marcos na história da cidade. Naquele ponto foi erguida a cruz que marcou a fundação de São Pedro da Mata Una

decorrer do tempo veio a se tornar a fábrica de móveis Casa Verde. Atualmente, o setor terciário se destaca, correspondendo a 68% do PIB, seguido pelas indústrias, com 30,1%, e a agropecuária, com 1,8%. Confortavelmente localizada há 15 minutos de distância de São José do Rio Preto, ainda mantém as melhores características das cidades interioranas: a calma, o céu claro e o povo atencioso que lhe renderam o título – muito merecido – de “Cidade Amiga”. Ao mesmo tempo, uma caminhada pelas ruas e amplas avenidas comprova a presença do progresso e desenvolvimento no município de cerca de 55 mil habitantes. É a soma do útil e do agradável. Agosto | Setembro 2013


EspecialCidades Mirassol

Ouça-nos rugir!

Fotos: Agência Mirassol FC/arquivo

Mirassol é a casa dos Leões da Alta Araraquarense, o Mirassol Futebol Clube, um dos times de maior destaque no interior do estado de São Paulo e que, em 2013, comemora 88 anos de história. Desde 1925, o Leão disputou um grande número de amistosos, torneios regionais e, a partir de 1951, campeonatos estaduais. Entre os títulos conquistados estão o de Campeão Paulista da Série A-2, em 1959, e Campeão Paulista da Série A-3, em 1997. Seus torcedores apaixonados se reuniram, em 16 de abril de 2004, para formar a organizada “Fúria do Leão”, que acompanha o Mirassol em todos os jogos. É da Fúria a Musa do Mirassol, Bárbara Rodrigues. Aos 20 anos, a estudante de administração é presença certa no estádio. “Sou torcedora de ir ao estádio em todos os jogos. Vou junto com meus amigos na torcida organizada. Eles me ajudaram e me incentivaram bastante a participar do concurso, principalmente o meu namorado”, diz ela. A trajetória de muita luta e conquistas do time se deve, entre outras razões, à preocupação e ao cuidado que o Mirassol tem com as divisões de base. Por isso, e levando em consideração o desenvolvimento pessoal e social dos jovens envolvidos, foi apresentado, em 2011, o projeto social SER Leão – Saúde, Educação e Realização –, que mantém parceria com 35 municípios da região e com Ruilândia (distrito de Mirassol). Além do futebol ensinado nas 36 escolinhas conveniadas, as 3.015 crianças de 11 a 14 anos atendidas pelo projeto são incentivadas a desenvolver valores como autoestima, dedicação, disciplina e atenção aos estudos. Quem não estudar, não entra!

Projeto SER Leão transforma a vida de crianças em 35 municípios. No detalhe: a musa, Bárbara Rodrigues Agosto | Setembro 2013

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EspecialCidades Mirassol

Fotos: Arquivo Damha

Village Damha I

EM BREVE MIRASSOL RECEBERÁ SEU 4 EMPREENDIMENTO DAMHA O

Village Damha II

Village Damha III

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Damha Urbanizadora se prepara para investir mais uma vez em Mirassol. O projeto do Village Damha Mirassol IV*, que está atualmente seguindo os trâmites legais para obtenção do seu registro, trará novamente à cidade todos os diferenciais desenvolvidos pela Damha ao longo de seus 34 anos de história, aplicados em uma área de 250.782 mil m² que incluirá mais de 56 mil m² de áreas verdes e de lazer. Fique de olho em nossos canais e acompanhe mais este lançamento da Damha.

Portarias dos três empreendimentos Damha já implantados na cidade “O loteamento encontra-se em processo de registro. Nos termos do disposto na Lei 6.766/79, as vendas só serão iniciadas após o registro do empreendimento junto ao Oficial de Registro de Imóveis competente.” 24 | Estilo Damha

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EspecialCidades Mirassol

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Turismo Foto: ConceitoCom Brasil - arquivo

Vale dos Vinhedos e Região dos Montes

ABENÇOADA BENTO Terra de centauros e guerreiros. Pessoas e seres fantásticos Texto: Dirlene Martins Ribeiro e Marília Dominicci

O fator humano é o maior atrativo da região. Personalidade forte, carisma e maravilhosas histórias de vida de pessoas como Moysés Luiz Michelon, Diretor Geral do Hotel Villa Michelon

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hegamos a Bento Gonçalves (RS) no meio da tarde, sob uma garoa fria e insistente. Fazia 10 graus. Ainda assim a movimentação de pessoas pelo centro da cidade era intensa. Povo guapo! Nada de carrancas sob os guarda-chuvas. Imagino que parecíamos inusitados tentando fotografar debaixo de chuva. Típicos turistas. Próximo à sede da Prefeitura, um monumento chamou nossa atenção. Era uma homenagem a soldados cha26 | Estilo Damha

mados “Centauros Farroupilha”. Homens que lutaram pela liberdade da terra que amavam montados a cavalo, descritos em Os Sertões de Euclides da Cunha como “peleadores valentes, inimitáveis numa carga guerreira, transmudando o cavalo em projétil e levando o adversário no rampão das ferraduras ou tombando, prestes, na luta em que entram com despreocupação soberana pela vida”. Não demorou para compreendermos o slogan da campanha turística da cidade: Pura Inspiração. Agosto | Setembro 2013


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Uma colheita de boas lembranças Nesse contraste frio e quente de temperatura e ânimos, demos entrada no Villa Michelon, um belíssimo hotel, arquitetado de maneira inovadora para integrar toda a modernidade dos mais confortáveis hotéis com o aspecto histórico e a simplicidade, tão característicos da região. Fatores que o colocaram entre os poucos estabelecimentos aprovados como endereços oficiais de seleções durante a Copa do Mundo. Quem nos apresentou o complexo foi Moysés Luiz Michelon. O Diretor Geral do hotel deveria ser, oficialmente, adicionado à lista de atrações turísticas do local, tamanhas a simpatia e a quantidade de histórias para compartilhar. O projeto, pensado a partir do contato do turista com a comunidade e costumes locais, conta com atrações como o Memorial do Vinho, um resgate histórico e cul-

tural do vinho e da região, onde pudemos acompanhar e reviver toda a trajetória das famílias que colonizaram o Vale dos Vinhedos. A preocupação com a cultura local vai além da tentativa de mantê-la viva na memória das pessoas. A Casa do Filó realiza, nos dias de hoje, o tradicional “Filó Italiano”, exatamente como aqueles que o senhor Moysés frequentava em sua infância, com espaço para rezas, muita diversão, comida e bons vinhos – e aos quais ele se refere com tanto carinho e respeito. “O que somos é parte da nossa história. É nosso dever oferecer ao visitante uma parte disso. Quem vem até aqui, leva consigo um pouco dessa tradição, seja através da colheita da uva, do Filó, do Memorial do Vinho ou da convivência com as pessoas da nossa região”, diz ele.

Foto: Merlo – arquivo

Hotel Villa Michelon, Agosto | Setembro 2013

estrutura especialmente projetada para proporcionar aos hóspedes experiênciasEsti inesquecíveis lo Damha | 27


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MARIA FUMAÇA: UM PASSEIO REGADO A ALEGRIA Vinho, música e espetáculos garantem a animação do começo ao fim

Dentro da Maria Fumaça, a história é contada por artistas e pelo vagão Nono Pagot

Texto: Dirlene Ribeiro Martins Fotos: Matheus Amaral

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ntre os passeios mais esperados por aqueles que vão à Serra Gaúcha, está a divertida viagem de trem que dura cerca de duas horas e que leva de Bento Gonçalves à cidade de Carlos Barbosa, com parada estratégica em Garibaldi. Ao chegar para o embarque, um pouco antes das 9h, somos recepcionados por sorridentes moças que nos esperam para uma deliciosa degustação de vinho promovida por uma das vinícolas locais. Degustação de vinho, tão cedo?! A fila de pessoas que felizes se servem são uma prova de que a maioria não compartilha de nosso espanto. O toque do sino é a deixa para os passageiros embarcarem nos vagões. Logo que o trem parte, a promessa de experimentar o jeito de ser dos imigrantes italianos é cumprida. Atrações típicas italianas e gaúchas se revezam. Músicas e encenações são entremeadas por explicações de uma guia sobre a região e suas curiosidades. A pausa só acontece quando uma funcionária passa para vender doces, salgados, água e refrigerante. Em Garibaldi, enquanto todos degustam espumante moscatel e suco de uva da vinícola que leva o mesmo nome da estação, mais música gaúcha e italiana, neste caso a tarantela. Alguns passageiros aproveitam para se afastar um pouco e tirar fotos da belíssima Maria Fumaça, ainda que o tempo esteja especialmente frio e úmido e a estação seja bem mais acolhedora. Novo embarque, desta vez para o destino final, Carlos Barbosa. Antes de entrarmos, um vagão nos chama a atenção, o de número 215. Segundo a guia, trata-se de um vagão original, chamado de Nono Pagot, com bancos de madeira que passaram por restauração. Nesse vagão foram gravadas cenas do filme brasileiro O Quatrilho e, em breve, outra equipe de filmagem também o usará como locação. Mas toda essa fama não faz do charmoso vagão o preferido dos passageiros, pois muitos reclamam dos bancos duros. Já em Carlos Barbosa, músicos italianos nos esperam para a despedida. Lá, alguns passageiros aguardam para a viagem de volta no trem. Nosso retorno é feito de ônibus e, de novo em São Bento, somos encaminhados para a Epopeia Italiana, um parque temático onde é possível conhecer a história dos primeiros italianos que vieram para a América em busca de terra, trabalho e prosperidade. Sem dúvida, trata-se de um passeio encantador e muito divertido. Porém, ao contrário das viagens de Maria Fumaça de Campos do Jordão ou Curitiba, por exemplo, a grande atração não são as belezas naturais que se veem pelo caminho, mas, sim, o que essa região parece ter de melhor: a alegre simpatia desse povo que tem orgulho de suas raízes.

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Em cada estação, pausa para degustação e mais música

ÚTIL: Preços: R$ 70,00 (baixa temporada) e R$ 74,00 (alta temporada) Duração: 2 horas Horários: 9h, 10h45, 14h, 16h, 19h e 21h. Os passeios ocorrem às quartas e aos sábados, mas em alguns meses pode haver saídas extras. Recomenda-se fazer a reserva com antecedência e consultar os dias de saída: (54) 3455-2788, www.giordaniturismo.com.br Estilo Damha | 29


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O PARAÍSO NA SERRA

Vales, montanhas e belas construções são um convite para voltar Texto: Dirlene Ribeiro Martins Fotos: Matheus Amaral

Quedas d’água, vales e montanhas acompanham o visitante pelos Caminhos de Pedra

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ercorrer os Caminhos de Pedra, na Serra Gaúcha, foi como atravessar um paraíso repleto de vales e montanhas. Nesse trajeto aberto a mais de um século deparamo-nos também com um conjunto lindo de casas que abrigaram os imigrantes italianos. São casas de um tempo em que erguer paredes não era tarefa fácil. Era preciso encaixar pedras de formatos irregulares como na montagem de um quebra-cabeças. Mas isso não significa que a estética era deixada de lado. Detalhes de madeira lembram o desenho de uma renda. No interior das casas, muita simplicidade, recordações e histórias para contar. Em boa parte delas, há algum 30 | Estilo Damha

descendente pronto para narrar a saga da família e da construção. Alguns depoimentos nos permitem perceber as dificuldades pelas quais passaram os colonos que aqui chegaram. E as pedras que hoje encantam os visitantes já foram motivo de vergonha para esse povo. Foram necessários uns bons anos até que se tornassem o orgulho dos moradores. Todas as casas do Caminho de Pedras vendem produtos da região. Vinhos, sucos, doces, molho de tomate, massas, queijo de ovelha, embutidos, chimarrão são algumas das iguarias que podem ser encontradas no local. Precisamos de um dia para fazer o trajeto, mas, mal saímos de lá, já pensávamos em voltar. Agosto | Setembro 2013


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Construída em 1884, o antigo moinho Ceconello, ainda movido pela roda d’água, hoje abriga a Casa da Erva-Mate, onde a erva é beneficiada de forma artesanal pela família Ferrari

ÚTIL: O Roteiro Caminhos de Pedra funciona 365 dias por ano, das 9 às 17h30, mas pode ocorrer de algum estabelecimento estar em seu turno de folga. O trajeto é tranquilo e pode ser feito de carro. Mas para aproveitar melhor as paisagens e degustar os vinhos sem remorso, o melhor é contratar um guia. Mais informações: (54) 3454-5702. www.caminhosdepedra.org.br Construída em 1889, a Casa Righesso comercializa embutidos em um ambiente simples e aconchegante

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Um destino para apreciar sem moderação Texto: Marília Dominicci A exuberância do Vale dos Vinhedos na primavera

Construída durante uma forte estiagem, a Capela das Neves representa o que há de mais forte na tradição das famílias italianas do Vale dos Vinhedos. A argamassa que compõe suas paredes foi feita com vinho 32 | Estilo Damha

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Fotos: Gilmar Gomes

COMER, BEBER, REZAR E AMAR


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Fotos: Matheus Amaral

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ninhado no encontro dos municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul, o Vale dos Vinhedos representa um tributo ao legado histórico, cultural e gastronômico herdado dos imigrantes italianos que se estabeleceram no local. Primeira região brasileira a receber Indicação Geográfica e única no país a ostentar o selo de Denominação de Origem pelos vinhos finos produzidos, o Vale destaca-se pela prática do enoturismo e, principalmente, pela hospitalidade dedicada aos visitantes. Independentemente de onde parássemos, havia sempre um sorriso de boas vindas, um gesto de carinho, uma grande história permeando cada indivíduo e uma avidez ainda maior por compartilhá-la.

Receita da nona. As irmãs Jacinta e Lúcia produzem biscoitos com gostinho de infância

Toda variedade de sabores e produtos de uma queijaria tradicional local, especializada na produção de queijo banhado em vinho Agosto | Setembro 2013

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A tradição dos vinhos da família já alcança a terceira geração dos Laurentis. Na foto, Vera, esposa de Larri Larentis, nos apresenta o vinhedo Fotos: Matheus Amaral

Essas pessoas maravilhosas, chefs, vinicultores, hoteleiros, enólogos e tantos outros, nos convidaram a degustar vinhos e espumantes premiados, biscoitos e biscotti produzidos artesanalmente segundo a receita da “nona” – aqueles que ninguém consegue, copiar –, pratos preparados com cogumelos cultivados pelo próprio chef, queijos temperados e curtidos no vinho produzido naquela região. Enquanto o fizemos, caminhamos por entre vinhedos centenários adormecidos pelo frio do inverno, visitamos adegas e caves que abrigam alguns dos mais 34 | Estilo Damha

nobres vinhos produzidos no país, nos apaixonamos pela arte cultivada por cada uma daquelas pessoas com tanta delicadeza, conhecemos um pouco de sua cultura e, acima de tudo, nos sentimos bem-vindos. Ao longo da Estrada do Vinho encontramos grandes e pequenas vinícolas, destilarias, restaurantes, bistrôs, hotéis, pousadas, queijarias, ateliês de arte e artesanato, biscotteria e inúmeras outras atrações. Trata-se de um local em que as coisas parecem se complementar e adquirir novo significado à medida que observamos suas grandes extensões verdes, garrafas gentilmente organizadas à meia luz ou um longo corredor em cuja parede, incrustado na pedra, um pequeno santuário à Nossa Senhora de Caravaggio ilumina-se com a luz das velas. Visitar o Vale dos Vinhedos é penetrar no coração da história italiana no Brasil e permitir-se vivenciá-la através de uma experiência única. ▪ Agosto | Setembro 2013


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Rodrigo Bellora, chef e proprietário do Restaurante Valle Rústico, começou sua carreira preparando pizzas para os amigos e encontrou na gastronomia uma forma de restaurar o patrimônio de sua família Fotos: Matheus Amaral

ÚTIL: O Roteiro Vale dos Vinhedos funciona 365 dias por ano, com programações especiais para cada uma das estações. Algumas atrações, como visitas assistidas, contam com vagas limitadas e necessitam de agendamento prévio. Certos restaurantes não funcionam em determinados dias ou noites da semana, então não deixe de checar – e, se possível, fazer sua reserva – antes de sair. Para informações e contatos de hotéis, restaurantes, pousadas ou outros serviços: (54) 3451-9601. www.valedosvinhedos.com.br ou www.serragaucha.com

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Turismo Outros destinos

PARA VOLTAR, SEMPRE Diversão pouca é bobagem Texto: Marília Dominicci Fotos: Matheus Amaral

A Ponte Ernesto Dornelles, conhecida como “Ponte do Rio das Antas” é uma das maiores do mundo 36 | Estilo Damha

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Turismo Outros destinos

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ica em atrativos naturais, culturais e históricos, a região ainda disponibiliza outros roteiros turísticos de encher os olhos, além de propiciar o ambiente perfeito para a prática do turismo de aventura. O Roteiro Vale do Rio das Antas, lar da Casa Bucco e da Vinícola Salton, com sua magnífica paisagem e matas fechadas, é um dos cenários mais lindos e exuberantes de Bento Gonçalves. É ideal para apreciar produtos coloniais, artesanato e lancherias com vista panorâmica e tem ainda uma característica peculiar: atendimento familiar em grande parte dos estabelecimentos. Entre os inúmeros pontos turísticos está a Ponte Ernesto Dornelles, também conhecida como “Ponte do Rio das Antas”, uma das maiores do mundo em arcos paralelos suspensos e, para os que têm coração forte, local de prática de esportes radicais. Outro ponto de visitação imperdível é o Mirante da Ferradura, onde as águas do Rio das Antas formam uma enorme ferradura ao redor de uma montanha. Graças à sua formação geológica, rica em vales, canyons, rios, cachoeiras, cavernas e túneis, Bento Gonçalves conta ainda com uma exuberante floresta nativa e vales cobertos de parreiras. Cenário perfeito para os visitantes que procuram por adrenalina e lazer em atividades como canyoning, cascading, ducking, escalada, jeep aventura, pêndulo, rapel, mountain bike, tirolesa e trekking. Um roteiro para se levar na lembrança e no coração.

Desde 1925, a Casa Bucco é referência na produção de cachaças, licores, grappas (cachaça de uva) e vinhos finos. No detalhe, a “Caipira de Banana”, drink inusitado que nos encantou durante a nossa visita

ÚTIL: SEMTUR: 0800 603 6060 www.turismobento.com.br ou www.serragaucha.com

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ColunaComportamento Mara Behlau

Foto: Divulgação

ESCUTAR PARA COMUNICAR MELHOR Compreender o tipo de escuta que uma situação exige é uma habilidade que pode ser aprendida e desenvolvida por todos

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abemos o quanto a comunicação é importante em nossas vidas, embora nem sempre tenhamos a consciência do impacto que uma boa comunicação pode causar nos relacionamentos. Comunicar é tornar comum informações, sentimentos e emoções e produzir uma resposta no outro. A competência comunicativa é uma habilidade de mão dupla, que envolve aspectos da fala e da escuta. A maior parte das pessoas tem consciência sobre o quanto o seu modo de falar inspira os outros e influencia as decisões que são tomadas. Mas o que geralmente não está claro é como o ato de escutar tem igual valor na competência comunicativa. Ouvir e escutar são duas habilidades diferentes, embora muitas vezes usemos essas palavras como sinônimas. Ouvir está ligado ao processo básico do sentido da audição, sendo uma ocorrência passiva, que depende apenas de termos as células da cóclea intactas. Já escutar é ouvir com atenção, conferir significado às palavras e compreender o que existe além do que foi dito. Nem tudo o que ouvimos, escutamos! Dessa forma, quando ouvimos sons e palavras, podemos escutar ou não intenções, sentimentos, razões e dúvidas. O ditado popular “entrou por um ouvido e saiu pelo outro” significa que ouvir não é suficiente para que alguém entenda o que lhe foi dito e faça algo. Um bom falante é, acima de tudo, um ouvinte atento, ou seja, alguém que também sabe escutar. Porém, não existe somente um tipo de escuta, mas, sim, cinco delas: compreender o tipo de escuta que uma situação exige é uma habilidade que se desenvolve naturalmente para alguns, mas que pode ser aprendida e desenvolvida conscientemente por todos. Vejamos. A escuta apreciativa é a que devemos usar quando alguém conta uma história ou piada; nessa situação, devemos relaxar enquanto ouvimos e sorrir, mostrando alegria e prazer. A atenção que damos ao outro é valorizada, estreita laços e derruba barreiras, porque sinalizamos que o outro transmitiu uma boa mensagem ou emoção. Um erro comum é querer competir com o falante, contando uma história ou piada melhor que a dele! O segundo tipo é a escuta empática. Empatia é a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro e perceber o que

ele pensa e sente. A escuta empática é a que devemos utilizar quando alguém quer desabafar, o que geralmente envolve relatos de situações difíceis. Como no caso anterior, é um processo passivo, no qual devemos apoiar o falante, mostrar solidariedade, evitando relatar uma tragédia ainda maior ou tentando sugerir como ele pode resolver o problema apresentado. A menos que ajuda seja solicitada, freie seu desejo de dar palpites e compreenda que desafogar e liberar uma carga emocional, por si só, já é uma ação poderosa. O terceiro tipo é a escuta compreensiva. Este é um processo ativo geralmente utilizado quando alguém compartilha um evento complexo ou chocante, transmitindo rapidamente uma série de informações, de forma desorganizada. É o tipo de comunicação que ocorre nos relatos de tragédias e acidentes: as frases são atrapalhadas, confusas e incompletas. A tarefa do ouvinte é organizar as informações dadas pelo falante, fazendo com que a mensagem ganhe maior sentido. Para tanto, o ouvinte deve procurar acalmar o falante e fazer perguntas de esclarecimento, para compreender o que aconteceu e identificar se é necessário tomar alguma providência. O quarto tipo é a escuta perspicaz. É ainda mais ativa que a anterior e deve ser usada nas situações de aprendizado ou benchmarking (saber como o outro faz e assim melhorar seu desempenho – algo muito usado quando as empresas comparam suas práticas). O ouvinte deve fazer perguntas para compreender o que está sendo ensinado ou para obter a informação de que necessita. Com o uso de escuta perspicaz pode-se obter informações valiosas, dadas até mesmo pelos concorrentes mais fechados. O último tipo é a escuta avaliadora. É cem por cento ativa e deve ser usada quando se quer chegar a uma conclusão ou tomar uma decisão. Nessa situação, o ouvinte deve fazer perguntas suficientes para obter todos os dados de que precisa a fim de entender um problema e/ou tomar uma decisão importante, tal como uma contratação ou uma demissão, por exemplo. Desenvolver as habilidades para usar adequadamente os cinco tipos de escuta é um instrumento valioso para a conquista de uma comunicação consciente e o sucesso na vida pessoal e profissional.

Mara Behlau – Fonoaudióloga e doutora em Distúrbios da Comunicação Humana, consultora e coach certificada pelo Neuroleadership Group (NLG). Professora de Comunicação para Negócios no INSPER e também docente do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana na UNIFESP. Qualificada no instrumento Emotional Quocient Inteligence – EQi-2.0. Agosto | Setembro 2013

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ColunaAutomóveis Joel Silveira Leite

Avaliamos, no Reino Unido, o novo utilitário esportivo que a Land Rover vai lançar no Brasil no fim do ano

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novo Range Rover Sport começa a ser vendido no Brasil só no fim deste ano, mas você saberá antecipadamente como anda esse jipão confortável, ágil, requintado e valente, que foi apresentado no Reino Unido para um grupo de jornalistas especializados que fez um test drive completo: 700 quilômetros em autoestradas e vicinais, atravessando vilarejos seculares no interior da Inglaterra e do País de Gales, campos de produção agrícola e pastagem de ovelhas, que enfeitam a paisagem verde e bem cuidada da região. No asfalto, o motor V8 de 510 cavalos a gasolina, da versão topo de linha que será vendida no Brasil, mostrou muita potência, torque e agilidade a toda prova. As estradinhas estreitas e tortuosas não foram impedimento para ultrapassagens totalmente seguras, graças ao torque excepcional do carro, que proporciona uma recuperação de velocidade invejável. Com outro carro, algumas dessas manobras (especialmente pela dificuldade de dirigir com o volante do lado direito) seriam arriscadas. Com o Range Rover Sport, é pisar que ele ganha rapidamente a estrada à frente. Foram dois dias de testes, com três momentos de aventura.

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Fotos: Divulgação

UMA AVENTURA COM O RANGE ROVER SPORT

O primeiro foi num trecho em mata fechada, caminhos estreitos, terra, lama e travessia de rios com até 85 centímetros de água. Um sensor indica no painel a profundidade do curso d’água: o carro passa como se fosse uma embarcação, num misto de medo e prazer. O segundo comprovou a capacidade do carro de enfrentar todo tipo de piso. Avaliamos o controle de estabilidade de inclinação e o controle de descida de declive: no alto da ladeira, você tira o pé do freio e deixa o carro deslizar. Ele desce vagarosamente, ladeira abaixo, com toda a segurança. Você fica apreensivo, mas relaxa quando “entrega a sorte” para a tecnologia. O terceiro circuito é o mais inusitado: fizemos um test drive dentro de um jumbo. Vou repetir: um test drive dentro de um jumbo, isso mesmo, o avião. A Land Rover montou um avião “limpo” por dentro, onde foram colocados um Freelander estacionado para dificultar ainda mais a passagem do Range Rover Sport, obstáculos e rampas para avaliar a capacidade de inclinação lateral e a torção. Foi aberta uma porta na traseira da aeronave e outra na lateral, para facilitar o acesso, proporcionando uma aventura inédita e, digamos, um tanto estranha.

Até dentro de Jumbo fizemos test drive

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ColunaAutomóveis Joel Silveira Leite

Segurança a toda prova O Range Rover Sport é um carro para poucos, com equipamentos e sistemas tecnológicos de alto luxo. Para você ter uma ideia, além de aquecimento nos bancos dianteiros, coisa que outros carros de luxo também têm, ele conta com esfriamento dos assentos, quer dizer, desta vez os projetistas do Primeiro Mundo pensaram também nos consumidores dos países tropicais! Na parte de trás, o espaço é generoso para os passageiros, que têm à disposição telas de vídeo em cada encosto dos bancos da frente e controle individual do ar-condicionado – os passageiros podem regular a temperatura de acordo com o seu desejo, assim como o motorista e o passageiro da frente. O sistema de som é um bom exemplo da despreocupação com a economia quando o que importa é satisfazer o cliente: ele tem 1.700 W de potência e conta com 23 autofalantes distribuídos estrategicamente pelo interior do carro. Os sistemas de segurança vão muito além do ABS com EBS, o freio antitravamento com distribuição eletrônica da força de frenagem que já faz parte de qualquer carro de luxo. O Range Rover Sport traz, por exemplo, o sensor de passagem, que monitora os pontos cegos e emite avisos sonoro e visual (lampejos de luz no retrovisor), para alertar sobre mudança de pista. O carro tem câmaras na frente, nas laterais e na traseira, o que oferece total visão ao motorista. Conta ainda com controle de estabilidade, controle de tração e controle de descida em declive, o que dá segurança em descidas íngremes. Outro item importante é o hill start assist, que freia o carro durante três segundos quando você tira o pé do freio na subida, tempo suficiente para acionar o pedal do acelerador. E, para completar, ele traz o sistema para e anda, que desliga o motor quando o motorista pisa no freio, reduzindo o consumo e as emissões. Esse sistema, chamado star/stop, é responsável por uma economia de combustível que gira entre 5% e 7%. Enfim, tem tanto controle no painel que o ideal seria fazer um curso para aprender a operar o veículo, de forma a aproveitar todos os seus recursos e potenciais. Agosto | Setembro 2013

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ColunaAutomóveis Joel Silveira Leite

Carro ficou 420 kg mais leve Embora tenha ficado com uma aparência mais compacta, ele é 6,2 cm maior que o seu antecessor e mais curto do que os demais utilitários esportivos de sete lugares (haverá uma versão com essa opção): ficou com 4,850 m. A distância entre eixos cresceu 1,78 cm, ampliando o espaço interno e melhorando o acesso para os passageiros traseiros. A terceira fileira de bancos, que amplia a capacidade para sete pessoas, é novidade no Sport 2014. Um melhora excepcional feita para a nova versão foi a redução do peso do carro, graças ao uso de alumínio na carroceria e no chassi. O modelo anterior pesava 2.435 quilos e o novo pesa 2.115. São 420 kg a menos, o equivalente ao peso de cinco adultos.

Essa redução, no entanto, não garantiu que o índice de emissões chegasse pelo menos próximo da média estabelecida pela União Européia para 2015. A partir daquele ano os carros que circularem na comunidade terão que emitir, na média, 130 g de CO2 por quilômetro rodado. O Range Rover emite 249 g/kh. É quase o dobro. O Range Rover Sport é produzido em Solihull, no Reino Unido, e será vendido em 169 países. No Brasil ele vai competir com pelo menos quatro utilitários esportivos de luxo: o Mercedes-Benz ML, o Audi Q7, o BMW X5 e o Porshe Cayenne. As versões e os preços serão anunciados somente na época do lançamento no Brasil, mas o V8 que avaliamos não deverá custar menos do que R$ 400 mil.

Joel Silveira Leite _ É jornalista e pós-graduado em Semiótica e Meio Ambiente. É diretor da Agência AutoInforme, que mantém os sites Autoinforme (carros) e Ecoinforme (meio ambiente). Assina o blog O Mundo em Movimento, no UOL, e apresenta o programa AutoInforme na Rede Bandeirantes de Rádio. 42 | Estilo Damha

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Cultura Foto Ligia Motta

Gil Mário

Vegetação nordestina, sob a perspectiva de Gil Mário: cores e formas com nuances do surrealismo

A ARTE DO SERTÃO Feira de Santana (BA) se rende às linhas e cores de Gil Mário, artista plástico que levou sua arte às ruas da cidade Texto: Thatiana Miloso e Dimas Oliveira Fotos: Lígia Motta e ACM 44 | Estilo Damha

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Cultura Foto ACM

Feira de Santana: Gil Mário

Monumento ao caminhoneiro: homenagem aos motoristas que levam o progresso ao país

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aminhar pelas ruas de Feira de Santana (BA) pode revelar surpresas que vão além das percepções habituais provocadas pelos grandes centros urbanos. A cidade, que é a maior do interior nordestino em população, tem tudo o que se espera de um município com pouco mais de meio milhão de habitantes: arranha-céus, vida noturna agitada, universidades importantes, indústrias e comércio pujante. Mas a “Princesa do Sertão”, como é carinhosamente chamada por seus moradores, também surpreende por sua vocação para a arte, estampada em cores, linhas e formas que embelezam a paisagem do semiárido baiano. Um dos que contribuem para esse ar vanguardista de Feira de Santana é Gil Mário, artista plástico nascido em Salvador que há mais de 50 anos se dedica à profissão. Suas telas e esculturas carregadas de manifestações surrealistas, e famosas por expressarem sua paixão pela flora e fauna do semiárido nordestino, tornaram-se obAgosto | Setembro 2013

jetos de desejo dos cidadãos feirenses aficionados por arte. Mas sua obra não se restringiu às barreiras físicas comuns da produção artística. Presença garantida em casas, prédios e galerias da cidade, o trabalho de Gil atingiu uma nova dimensão ao extrapolar os espaços internos para ganhar as ruas da cidade. Os que circulam pela Avenida Presidente Dutra sabem bem o que isso significa. Sobre a rotatória da Praça Jackson do Amaury, na região central de Feira de Santana, um enorme monumento projetado pelo artista confere um ar pós-modernista à paisagem, mesclando o design futurista da estrutura metálica à opulência do concreto armado. Representando, respectivamente, a carroceria e a cabine de um caminhão, as duas peças se integram para formar o “Monumento ao Caminhoneiro”, obra construída em 2007 para homenagear os milhares de motoristas que cruzam as estradas baianas levando o progresso para o Estado e para o Brasil. Estilo Damha | 45


Cultura

Foto Ligia Motta

Feira de Santana: Gil Mário

A poucos quilômetros dali, novamente a paisagem semiárida é ofuscada pela arte. Desta vez, uma escultura em homenagem à poetisa Georgina Erismann salta aos olhos de quem circula pela Avenida João Durval Carneiro. Na forma de duas asas alçando voo, a obra expressa a liberdade criativa da célebre poetisa feirense, no momento da criação do hino de Feira de Santana. A autoria da obra? Gil Mário, que prefere atribuir à cidade o mérito pela devoção à arte: “Feira de Santana ainda tem rasgos de memória e retribui aos seus benfeitores, dando exemplo para as futuras gerações”. Palavras humildes, para quem tem talento de sobra. ▪ Escultura em homenagem à poetisa Georgina Erismann

Foto Ligia Motta

AO MESTRE, COM CARINHO

Gil Mário, artista consagrado em Feira de Santana

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Aos 67 anos, Gil Mário também dedica seu tempo à Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), onde leciona desde 1976. Acostumado a corrigir dissertações e trabalhos de conclusão de curso, o mestre se viu, por duas ocasiões, como tema central de teses que estudaram sua obra. Em 2011, a dupla Ludimila de Oliveira e Dimas Oliveira defendeu, na monografia de conclusão do curso de jornalismo da UEFS, o trabalho “Onde os Pássaros Se Escondem – Linhas e Cores da Obra de Gil Mário”. No texto são apresentadas a flora e a fauna a partir da perspectiva de formas e cores construída pelo artista. Um ano depois, a galerista Lígia Eugênia Marques Motta obteve o título de Especialista em Artes Visuais, da Faculdade Senac, com a monografia “Gil Mário – da Figuração à Abstração”. Por meio de um catálogo visual, ela apresentou os momentos mais significativos da carreira do artista, relacionando seus trabalhos com as mais variadas técnicas.

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Cultura Gil Mรกrio

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Cultura Elena

A NOVA CARA DO

CINEMA BRASILEIRO Com filme Elena, Petra Costa transforma a tragédia familiar em poesia Texto: Thatiana Miloso Fotos: Divulgação 48 | Estilo Damha

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Cultura Elena

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uarde bem este nome: Petra Costa. Aos 30 anos recém-completados, a jovem cineasta mineira chacoalhou o mercado cinematográfico brasileiro provando que fazer bom cinema envolve, sim, sair da zona de conforto e correr riscos. Com o documentário Elena, seu primeiro longa lançado nos cinemas no último mês de maio, ela leva às telas, com uma delicadeza e sensibilidade que surpreendem, a tragédia pessoal de sua família: a morte repentina da irmã 13 anos mais velha, Elena, que não suportou as decepções do sonho frustrado de se tornar atriz em Nova York e decidiu por fim à vida. Mas dizer que a obra se reduz aos caminhos percorridos por Elena na cidade norte-americana seria uma grande injustiça com o trabalho de Petra. O longa também aborda, de maneira sublime, questões que marcaram a vida da cineasta, como o impacto causado pela ausência da irmã, a irreversibilidade da perda e a persistência dessas lembranças em sua memória. Num jogo intenso em que a própria diretora contracena com Elena, a quem Petra chama de sua “memória inconsolável”, as histórias de ambas se mesclam e muitas vezes suas personalidades se confundem, transformando a tragédia familiar da cineasta em uma bela poesia capaz de despertar no público as mais variadas reações e emoções. A ideia de fazer um filme sobre a irmã surgiu quando Petra tinha 17 anos e encontrou, em casa, um antigo diário de Elena, escrito quando ela também vivia o auge de sua adolescência. Na época, o interesse pelo teatro já havia sido despertado na cineasta e, com ele, o medo de

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que esse caminho a levasse ao mesmo fim trágico de sua irmã. “Ao ler o diário de Elena, eu me identifiquei profundamente com as palavras dela, parecia que eram as minhas próprias palavras. Na época, eu fazia um curso na companhia Teatro da Vertigem e fiz uma cena em que misturava trechos do diário dela com trechos de diários meus, e isso acabou sendo o ponto de partida para o filme”, conta. O projeto foi colocado em stand by e Petra decidiu se matricular no curso de artes cênicas da Universidade de Columbia, em Nova York, partindo para os EUA com a mesma idade que Elena tinha quando se mudou para a cidade, 19 anos, para desespero de sua mãe, a jornalista Li An. Embora o caminho trilhado por Petra em solo norte-americano tenha sido bem diferente do da irmã, a ideia de fazer o filme continuava em sua cabeça. Como ela mesma diz no documentário, “volto para Nova York na esperança de te encontrar nas ruas, ando pela cidade ouvindo a sua voz, me vejo tanto nas suas palavras que começo a me perder em você”. Foi então que a cineasta decidiu enfrentar o trauma da perda para mergulhar fundo na história de Elena. Durante os três anos de produção do filme, Petra vasculhou os diários e os vídeos caseiros da irmã (cerca de 50), entrevistou dezenas de familiares e amigos que conviveram com Elena em Nova York, totalizando algo em torno de 200 horas de áudio. O resultado de todo esse trabalho é uma sequência de cenas que mesclam vídeos caseiros com imagens atuais de Petra em Nova York, conduzindo a vida complexa e delicada de Elena em uma narrativa harmoniosa feita em primeira pessoa por Petra e pela mãe.

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Cultura Elena

Cena da cineasta na água ilustra o cartaz do filme: “pouco a pouco as dores viram água, viram memória” O filme segue a linha cronológica da (curta) vida de Elena, da infância alegre e performática no Brasil à adolescência nos palcos paulistanos – como integrante do grupo de teatro Boi Voador – e mudança para Nova York. Ao perceber as frustrações da filha mais velha, Li An vai com Petra para os EUA a fim de amenizar a solidão de Elena. Mas, conforme os meses se passam e as expectativas de trabalho não se concretizam, a jovem atriz vai se tornando cada vez mais triste e depressiva. Até que uma noite, sozinha em casa, ela escreve uma carta em que narra suas angústias e aflições: “Esse corpo está doente. A vida o fez totalmente doente. Totalmente. Aquele eu descontrolado voltou… Eu ajo como se atuasse. Percebo tudo como numa tela de cinema… Eu vou me degradar e escorrer por esse ralo”. E, então, Elena decide ingerir uma grande quantidade de analgésicos com álcool, mistura que lhe seria fatal. 50 | Estilo Damha

“It hurts my feelings” [“isso me machuca demais”, numa tradução livre] foi a frase de Petra, então com 7 anos, ao saber pela mãe da morte da irmã. De volta ao Brasil, a menina alegre e desinibida se torna uma criança triste, depressiva e com um trauma que carregaria pelo resto da vida. Ir para Nova York e dirigir o filme Elena não amenizou a dor pela perda da irmã. Mas, sem dúvida, permitiu que os questionamentos sobre quem era a irmã e quem é Petra deixassem de existir. “Nova York era o último lugar em que eu deveria estar. Mas tive que ir para a cidade e percorrer os caminhos de Elena para que nossas identidades se separassem”, revela a cineasta. Para quem ama cinema e gosta de se surpreender com as emoções provocadas pela sétima arte, Elena é um documentário imperdível. Comovente em cada cena carregada de lirismo, dor e, acima de tudo, amor. Agosto | Setembro 2013


Cultura Elena

Uma carreira em ascensão Antes de dirigir e atuar em Elena, Petra Costa dirigiu o premiado curta Olhos de Ressaca, lançado em 2009 e que levou às telas a história de Vera e Gabriel, casados há 60 anos. Na obra, eles divagam sobre sua própria história: os primeiros flertes, o nascimento dos filhos, a vida e o envelhecer. Com Elena, Petra atingiu uma visibilidade inesperada. Desde sua estreia no 45º Festival de Brasília, no qual levou os prêmios de melhor direção, direção de arte, montagem e melhor filme segundo o júri popular (todos na categoria documentário), a obra ganhou também os prêmios de melhor fotografia no Planete + Doc Film Festival 2013, realizado em Varsóvia, na Polônia; de menção especial no 28º Festival Internacional de Cinema de Guadalajara e no 9º Festival Internacional de Documentários ZagrebDox; e de melhor documentário no Films de Femmes 2013. Atualmente o filme está em cartaz em Brasília, Natal, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Luís e São Paulo. A expectativa é de que, até o final do ano, Elena também seja lançado em DVD. Os fãs agradecem. ▪

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Elena ainda no Brasil, quando atuava no grupo de teatro Boi Voador

Li An e Petra: juntas na narrativa sobre a superação da dor

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DamhaNews O que acontece na Damha

VILLAGE II FEIRA DE SANTANA LEVA CONVIDADOS ÀS ALTURAS

DAMHA URBANIZADORA RECEBE PRÊMIO TOP DE MARKETING ADVB A Damha Urbanizadora recebeu recentemente três importantes prêmios nas áreas de Marketing e Sustentabilidade: o Top de Marketing ADVB, The Best of Marketing Best 25 anos e o Benchmarking Brasil. O primeiro foi conquistado com o case “A Revolução no Conceito de Morar Bem”, sobre os lançamentos dos empreendimentos Damha Brasília I e II. O segundo foi conquistado pelo conjunto da obra da empresa ao longo dos anos. Já o terceiro foi fruto do case “Ações Sustentáveis Transformando Vidas”, que retratou o projeto de requalificação da Vila dos Pescadores, em São Luís (MA), realizado pela Associação Bairro Sustentável. Para José Paranhos, Diretor Superintendente, “a conquista de prêmios como esses representa o reconhecimento do trabalho que está sendo desenvolvido pela Damha no sentido de construir uma marca forte e sustentável, o que gera, como consequência, uma valorização dos produtos e maior satisfação para aqueles que apostaram na empresa e nos diferenciais que ela oferece”.

Fotos Arquivo Damha

A Damha Urbanizadora realizou, nos dias 15 e 16 de junho, o lançamento do Village Damha II, em Feira de Santana (BA). Durante o final de semana, mais de 700 pessoas passaram pelo estande e puderam conhecer o residencial e outros produtos Damha. O evento contou com apresentação exclusiva do cantor Guymeo Jumonji, muito conhecido do público local, buffet de comidas típicas, playground e algodão doce para as crianças. Além disso, centenas de pessoas puderam sobrevoar, de helicóptero, a área do empreendimento.

TODO O PRIVILÉGIO DE FAZER PARTE DA FAMÍLIA DAMHA

Mais de 80 pessoas se reuniram no Parque Eco Esportivo Damha em São Carlos (SP), no dia 25 de maio, para curtir o Privilege Day. Entre os convidados estavam os futuros moradores do Residencial Damha Golf, que foram presenteados com uma bike dobrável, além de familiares e amigos. Os privilegiados aproveitaram atividades ao ar livre, especiais como estandes de golfe, massagem, arco e flecha, além de um maravilhoso show de jazz. 52 | Estilo Damha

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DamhaNews O que acontece na Damha

DAMHA FIT IPIGUÁ (SP) É SUCESSO DE VENDAS

JORNALISTAS VISITAM DAMHA NO INTERIOR PAULISTA

Fotos Arquivo Damha

De 3 a 5 de julho, jornalistas dos principais veículos de comunicação de Feira de Santana (BA) e Marília (SP) visitaram, a convite da Damha Urbanizadora, os empreendimentos da empresa em São Carlos e São José do Rio Preto, no interior paulista, e puderam conhecer, além dos condomínios nas duas cidades, o complexo formado pelo Parque Eco Esportivo e Eco Tecnológico, em São Carlos (SP), pioneiro no país.

Nos dias 22 e 23 de junho foi realizado o final de semana especial de vendas do Damha Fit Ipiguá, na cidade de Ipiguá (SP), ocasião em que todos os 733 lotes disponíveis foram comercializados. Com investimento da ordem de R$ 27 milhões, o empreendimento marca a estreia do conceito FIT, que apresenta um modelo diferenciado, com lotes de menores dimensões e menor custo de manutenção sem, contudo, abrir mão dos principais diferenciais de qualidade que se tornaram referência dos produtos Damha.

EVENTO PARA A IMPRENSA ANUNCIA LANÇAMENTO DO DAMHA EM MARÍLIA A chegada da Damha a Marília (SP), nona cidade no Estado a receber um residencial da empresa, foi anunciada oficialmente pelo Diretor Superintendente, José Paranhos (foto), em um evento para a imprensa no Quality Hotel Convention Center, no dia 20 de junho. O Village Damha Marília conta com investimentos da ordem de R$ 23 milhões e com o melhor conceito de urbanismo do país, qualidade consagrada da Damha.

ATLETA PATROCINADO PELA DAMHA É DESTAQUE NO PAN-AMERICANO Reinaldo Colucci alcançou mais um excelente resultado no dia 30 de julho, ao conquistar a 2ª colocação no Campeonato Pan-Americano de Triathlon, em Vila Velha (ES). O atleta, patrocinado pela Damha, liderou parte da prova, mas sentiu dores na perna direita e precisou reduzir o ritmo para continuar na competição. Em entrevista, Reinaldo lamentou não ter podido lutar pela 1ª posição, mas reconheceu que esta foi uma grande conquista. ▪ Agosto | Setembro 2013

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BairroSustentável

Alunos do curso de informática básica

Aula do curso de garçom

CENTRO COMUNITÁRIO DE BARRA DOS COQUEIROS (SE) RECEBE AÇÃO DA ABS

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iente da importância de seu papel no crescimento dos bairros próximos ao empreendimento, a Damha Urbanizadora criou a Associação Bairro Sustentável, que tem por objetivo desenvolver projetos de requalificação urbana e valorização humana na área de influência, contribuindo com a qualidade de vida da população. O Centro Comunitário Sócio Cultural de Barra dos Coqueiros (CCSCBC) é um espaço sem fins lucrativos que visa à inclusão social e atende a crianças, jovens, adultos e, principalmente, idosos. No mês de maio, a ABS foi procurada pela entidade para uma possível parceria na reforma de duas salas de aula que apresentavam problemas de infiltração e iluminação. A fim de atender a uma demanda da comunidade local,

Turma do curso de camareira 54 | Estilo Damha

a reforma foi feita em mutirão entre os dias 22 e 26 de maio. As salas reformadas serviram de apoio ao Programa de Capacitação Profissional organizado pela Damha Urbanizadora através da Associação Bairro Sustentável em parceria com o CCSCBC. Foram oferecidas 80 vagas para os cursos profissionalizantes de garçom, camareira, auxiliar de cozinha e informática básica, preenchidas por pessoas na faixa etária média de 30 anos que estavam fora do mercado de trabalho. A maioria não frequentara cursos profissionalizantes, tinha apenas o 2º grau incompleto. Iniciados no dia 16/07/2013, com término em 06/08/2013, os cursos contaram com professores barracoqueirenses que ministraram aulas teóricas e práticas. Ao final dos cursos os alunos receberam o certificado.

Salas de aula reformadas Agosto | Setembro 2013

Fotos Arquivo Damha

Ações da Damha Urbanizadora


BairroSustentável Ações da Damha Urbanizadora

Fotos Arquivo Damha

SEGUNDA ETAPA DA AÇÃO PROMOVE MUTIRÃO EM FEIRA DE SANTANA (BA)

Mutirão em ação de restauro da escola

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mutirão dá seguimento ao trabalho realizado pela ABS na cidade, que teve início em março 2013, para reforma da escola e gradil no entorno da igreja, demandas apontadas pelos moradores. Nos dias 15 e 16 de junho ocorreu o segundo mutirão de revitalização da comunidade São Francisco de Assis, que envolveu a troca das janelas, portas e pintura externa da escola local e assentamento de piso na escada. No mês seguinte, a própria comunidade se organizou para continuar os trabalhos, concluindo toda a etapa de gradis. Foi programado, para o 1º semestre de setembro, o início do trabalho de revitalização da praça de convívio, que envolverá a manutenção do espaço em geral, pisos, sala de aula ao ar livre, ajardinamento, rampa de acessibilidade, bancos e meio-fio. ▪ Agosto | Setembro 2013

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GolfNews Novidades do Damha Golf Club

JOVEM REVELAÇÃO DA DAMHA É CAMPEÃO NA FALDO SERIES Marcos Negrini, que começou no esporte na Academia de Golfe Dr. Anwar Damha, representará o país nos EUA Textos: Henrique Fruet Fotos: Divulgação

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arcos Negrini, jovem revelação do Damha Golf Club, sagrou-se campeão da categoria de até 16 anos da Faldo Series South America Championship, a final sul-americana de um dos circuitos de golfe juvenil mais conceituados do mundo. A competição aconteceu em julho no próprio Damha Golf Club, em São Carlos (SP). Negrini somou 209 tacadas (75/67/67), resultado que o levou ao playoff contra o paranaense Ulisses de Toledo

Carlos Gonzalez e Marcos Negrini na Faldo Series 56 | Estilo Damha

Junior para definir o campeão. O jovem de São Carlos saiu-se melhor no primeiro buraco do desempate e garantiu o título. Negrini e Toledo Junior também ficaram empatados em segundo lugar na categoria geral, atrás apenas do paulista Luiz Jacintho, campeão da categoria de até 21 anos. Negrini também conseguiu a primeira colocação no 9º Campeonato Paulista Juvenil de Inverno do Estado, evento da Federação Paulista de Golfe que aconteceu em paralelo à Faldo Series, garantindo, assim, sua posição de líder entre os juvenis paulistas. Como os campeões de cada categoria ganham vaga na final mundial do circuito, que acontece nos EUA em outubro, Negrini será o representante do Brasil. Este é o segundo ano consecutivo em que o Damha terá representantes na final mundial da Faldo Series, pois, em 2013, João Paulo Carlos da Silva, outro jovem talento do clube de São Carlos, garantiu vaga na final mundial na Irlanda após ter vencido a categoria de até 18 anos. Negrini e João Paulo começaram a jogar golfe no Damha Golf Club por meio da Academia de Golfe Dr. Anwar Damha, uma iniciativa do clube de São Carlos para o desenvolvimento do golfe entre os jovens. Ambos fazem parte da equipe de golfe juvenil do clube. A Faldo Series South America Championship foi apresentada pelo HSBC e pela Rolex e contou com o patrocínio mundial do R&A, ISPS Handa e do European Tour. A disputa ainda foi válida para os rankings nacional e mundial e foi organizada pela Confederação Brasileira de Golfe. Agosto | Setembro 2013


GolfNews Novidades do Damha Golf Club

DAMHA VENCE O 7o FESTIVAL DE GOLFE Time do clube anfitrião foi o vencedor de um dos torneios de evento que também selecionou representantes brasileiros para Aruba

O time campeão do Damha Golf Club

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Damha Golf Club sediou, no início de julho, o 7º Festival de Golfe, um torneio único no Brasil que reúne num só dia cinco competições diferentes. O time anfitrião do Damha Golf Club conquistou a Copa Interclubes com a equipe formada por Fabricio Lodi, Tiago Rino, Luis Mattos e Antonio Arruda. “Ficamos felizes com o resultado, pois competimos com times muito fortes”, comemorou Carlos Gonzalez, presidente do Damha Golf Club. Os vice-campeões foram os representantes da Associação Esportiva São José, de São José dos Campos, seguidos pelos sócios do Búzios Golf Club, de Búzios (RJ). Um dos destaques do evento foi o bicampeão olímpico de vôlei Giovane Gávio, que venceu a categoria individual de handicap 26 a 30 da Copa Interclubes, com Agosto | Setembro 2013

39 pontos. “Essa é a segunda vez que jogo no Damha e acho que é um dos melhores campos que já conheci. Fiquei muito feliz com o resultado”, disse o esportista. Luis Felipe de Almeida e Antonio Zauli foram os campeões da Copa Aruba, uma das principais premiações do dia, e garantiram o direito de representar o Brasil no Aruba International Pro-Am Golf Tournament, tradicional competição internacional que acontece em agosto naquela ilha do Caribe. O 7º Festival de Golfe teve patrocínio da Gocil, TNT, Damha Urbanizadora, Aruba e World Golfers Championship (WGC) e foi organizado pela Golfe & Cia. O evento foi também uma etapa do Torneio WGC Embrase, que selecionará a equipe brasileira que disputará a final mundial do World Golfers Championship na África do Sul no final de outubro e início de novembro. ▪ Estilo Damha | 57


Gastronomia Trattoria Mamma Gema

RECEITAS TRADICIONAIS EM

SABORES ĂšNICOS

Altair Pessali: dos gramados para a cozinha 58 | Estilo Damha

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Gastronomia Trattoria Primo Camilo

Receitas das mammas combinadas com um toque pessoal transformam os pratos servidos por Pessali em uma experiência singular

Texto: Dirlene Ribeiro Martins Fotos: Matheus Amaral

Bolinhos de bacalhau servidos à equipe da Estilo Damha

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fato de apreciar uma boa comida e bons vinhos ajudou o zagueiro Altemir Tessali durante a temporada em que jogou futebol no Japão. A dificuldade com a língua, com uma cultura diferente da que esse descendente de italianos estava acostumado, foi resolvida por meio da gastronomia. Uma vez por semana, preparava em sua casa um jantar ao qual compareciam de dez a doze japoneses ávidos por provarem sua feijoada, o macarrão a carbonara e a carne assada. E todos levavam duas garrafas de vinho, cada um, para agradar o anfitrião, a quem chamavam carinhosamente de Pessali-San. Em 2000, porém, uma lesão na cartilagem do joelho esquerdo encerrou a carreira do jogador que, entre outros times, defendeu o Fluminense, do Rio de Janeiro. Entretanto, o que para muitos seria motivo de desânimo, foi, com o perdão do trocadilho, o pontapé inicial para esse gaúcho realizar, junto com a esposa e dentista Clege, um antigo sonho, o de abrir um restaurante. Dois anos depois de deixar o futebol, mais precisamente em 30 de outubro de 2002, Pessali inaugurou na Serra Gaúcha, onde já morava com a família, a Trattoria Primo Camilo. O espaço escolhido foi uma casa antiga comprada pelo cunhado em Garibaldi (RS) e que Pessali alugou. O sucesso desse empreendimento motivou-o, exatos oito anos depois, a abrir as portas da TrattoAgosto | Setembro 2013

ria Mamma Gema, desta vez no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves (RS). “A coincidência de datas não é superstição, mas é bom poder comemorar o aniversário dos restaurantes com as duas equipes ao mesmo tempo”, explica Pessali. A escolha do nome do segundo restaurante ilustra bem a importância que a família tem para o casal. Em uma viagem pela região de Bariloche, na Argentina, Clege viu uma pata cercada de quatro patinhos e imediatamente teve a inspiração. “Clege disse: ‘Tua mãe é Gema, minha mãe é Gema. As duas tiveram quatro filhos. Vamos colocar Mamma Gema, é claro!’”, conta Pessali com prazer. “Comercialmente teria sido mais lógico colocar Primo Camilo, porque já era um restaurante conceituado, mas apostei no desafio, em outro nome. Percebi que uma história estava sendo contada através do nome do restaurante.” E a pata com quatro patinhos também se destaca na placa da fachada do restaurante. Nas trattorias italianas, explica Pessali, em geral se encontra uma comida caseira, à base de massa e molhos vermelhos. Seguindo essa tradição, as massas do Primo Camilo e Mamma Gema são feitas por nonnas (como são conhecidas as avós na Itália), que também são empreendedoras. “A gente fornece todos os ingredientes, e elas fazem as massas. Desde o início são as mesmas fornecedoras para ambos os restaurantes.” Estilo Damha | 59


Gastronomia Trattoria Mamma Gema

Atenção aos detalhes é a marca do empresário Pessali, como a pata e os quatro patinhos da placa, que representam um pouco da história da família Pessali leva muito do que aprendeu no futebol para dentro dos restaurantes. Para ele, time vencedor, equipe unida; time não vencedor, equipe desunida. Assim, faz questão de formar seus funcionários desde o início, como no futebol, em que existem as categorias de base. Para se ter uma ideia de como isso é levado a sério, um dos sócios do Mamma Gema é Lucimar Roncaglio, que trabalha com Pessali desde os 14 anos. Outra característica do empresário é a atenção aos detalhes dos pratos. Ele procurou até encontrar um distribuidor de carne que oferecesse um corte diferente, que é o coração da alcatra, considerada uma carne nobre, de fibras macias, e que, na chapa, fica saborosa graças à sua camada de gordura. Buscou molhos especiais também. Quando aprendeu com uma professora de italiano de Clege como identificar o bom cogumelo, passou a acompanhar a família da esposa, todo outono, na colheita da iguaria. Em São Marcos, interior de Farroupilha, encontrou cogumelos Por60 | Estilo Damha

cini, que, segundo Pessali, é “o melhor funghi del mundo”. Já a amizade com Márcio Brandelli, proprietário e enólogo da vinícola Almaúnica, também no Vale dos Vinhedos, lhe garantiu deliciosos vinhos Merlot e Malbec feitos especialmente para o Primo Camilo e o Mamma Gema. Pessali se autodefine como um “cozinheiro prático”, que não tem formação como chef, mas gosta de inventar. No dia marcado para esta entrevista, ele foi à cozinha disposto a nos servir bolinhos de bacalhau como entrada, mas descobriu que não havia fécula de batata. Não teve dúvida, misturou batata, temperos e amassou como se fosse pão, para dar consistência. E o resultado, sem dúvida, foi ótimo. Já ao provar o prato que ele escolheu para ser exibido e detalhado aqui, no mesmo momento nos lembramos do filme A Festa de Babette, e entendemos, como os convidados daquele banquete, que o ato de cozinhar também é um presente. ▪ Agosto | Setembro 2013


Gastronomia Trattoria Mamma Gema

CORAÇÃO DE ALCATRA AO MOLHO DE FUNGHI COM RISOTO DE ASPARGOS VERDES

INGREDIENTES 2 filés de coração de alcatra 200 g de cogumelos frescos, de preferência o Porcini 100 g de aspargos verdes 50 g de queijo Grana 1 colher (sopa) de nata 300 g de arroz italiano, arbóreo Caldo de legumes Azeite de oliva Sal, pimenta e salsinha a gosto

MODO DE PREPARO Em uma frigideira, doure os aspargos com azeite de oliva e tempere com sal e pimenta. Em seguida, corte-os em cubos e reserve. Na mesma frigideira coloque o arroz, o caldo de legumes e, quando estiver no ponto, adicione os aspargos e a nata. Continue mexendo em fogo baixo e, no final, coloque o queijo. O risoto está pronto. Doure os cogumelos em azeite de oliva e finalize com salsinha. Reserve. Em uma frigideira para carnes, sele os filés. Quando estiverem quase no ponto, acrescente os cogumelos na mesma frigideira, para pegar o gosto do tostado. Enfeite os pratos, abra o vinho e sirva. Bom apetite! A porção serve duas pessoas.

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Gastronomia Gourmet Tour Damha

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ColunaEconomia Eduardo Amuri

Foto: Divulgação

CRIATIVAMENTE ECONÔMICOS E se nosso amadurecimento financeiro ultrapassasse o óbvio?

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uando éramos pequenos, alguém nos ensinou que somos seres racionais. Em um momento ou outro, talvez, mas a verdade é que na maior parte do tempo somos seres extremamente emocionais. Nossa relação com o dinheiro sofre com isso, porque entramos em um ciclo de frustrações que nos impede de construir bons hábitos. Nós nos forçamos a tomar atitudes racionais que não se sustentam. A educação financeira tenta intervir, mas o processo é longo e complexo. Em meio a uma enxurrada de conteúdo, me chamam a atenção abordagens mais criativas, com exemplos que vão contra nosso primeiro julgamento emocional. A gente sabe que economizar no café depois do almoço pode resultar em uma boa quantia depois de 1 ano, mas será que vale a pena abrir mão dele? Será que ter inteligência financeira se restringe a isso? Um amigo me contou, orgulhoso, sobre as mudanças que ele implementou na rotina a fim de gastar menos dinheiro. Optou por fazer compras em um supermercado mais barato, cancelou a assinatura de serviços que não utilizava, reduziu o plano da TV a cabo. Até ai, sem grandes novidades. Estávamos nos despedindo, quando ele recomeçou: “Ah! Outra boa atitude financeira que tomei foi comprar um videogame”. Foi difícil não reagir com uma risada, mas me contive. Num ímpeto de não interromper a linha de raciocínio, pedi que explicasse o motivo que o levou a pensar na compra do videogame como uma decisão financeira inteligente. A resposta veio rápida e precisa: “O videogame custou 700 reais. Tenho o costume de gastar 250 reais por final de semana, entre bares, bala-

das e estacionamentos. Por conta da compra, estou me comprometendo a ficar mais em casa, afinal, gosto de jogar videogame. Não será um grande esforço. Com isso, restringi o orçamento do final de semana a 150 reais. Em menos de dois meses já terei compensado os 700 reais que gastei”. Levando em consideração apenas o aspecto financeiro, a compra do videogame foi muito inteligente. Economia não usual, mas muito válida. Dinâmicas como essa acontecem o tempo todo. Outra situação, essa mais comum, é a maneira como contratamos serviços. Ao refletir sobre frequentar uma escola de inglês ou contratar aulas particulares, o senso comum grita alto: “Aulas particulares custam o dobro do preço”. O ponto é que raramente paramos para refletir que, dependendo do caso, dois anos de aulas particulares geram o mesmo resultado que quatro anos de aula em escolas populares. Com isso, se somarmos o montante gasto com o aprendizado da língua, a opção pontualmente mais cara vai se revelar muito mais vantajosa. Temos dificuldade para analisar as situações dessa maneira mais racional e profunda. Nosso comportamento padrão é imediatista, queremos decisões rápidas. Tão logo uma situação nos é apresentada, sentimos uma urgência em classificá-la como “boa” ou “má”. É uma postura de defesa, já que o “não saber” incomoda. Nossa vida financeira pode funcionar como uma ferramenta excelente para identificarmos de que maneira esses processos ocultos ocorrem. É como se fosse um termômetro, um mecanismo de autoavaliação constante. Não é fácil assumir as rédeas, porém estar ciente desses movimentos já é um excelente começo. ▪

Eduardo Amuri - Formado em psicologia econômica, escreve sobre finanças e comportamento também no PapodeHomem (papodehomem.com.br) e no Dinheirama (dinheirama.com). Agosto | Setembro 2013

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ColunaGastronomia Márcio Moreira

Não tem caldo melhor para os dias frios

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esta vez, a coluna vem cheinha de boas lembranças da minha infância, quando eu adorava dançar quadrilha, comer batata assada na fogueira, dormir com cheiro de fumaça, tomar um caldo para aquecer e raspar o fundo da tigela com um pedacinho de pão. A verdade é que não tem caldo melhor para os dias frios que o tradicional caldo verde e, se vamos falar disso, o melhor caldo verde que conheço é preparado pelo meu irmão Leandro, mais conhecido como “Dinho”. Minha família toda tem essa coisa de culinária no sangue. Minha irmã caçula – das mulheres – é a rainha dos salgadinhos, enquanto a do meio adora preparar pratos com “sustança”, tipo mocotó, dobradinha e outras comidas ideais para curar mesmo as piores ressacas (e não é por mal que digo isso, mas acho que toda essa delícia deve vir um tanto das cervejas que ela toma). Já minha irmã mais velha, que é quem cozinha melhor, virou especialista em comida congelada. Como gosta de comprar comida congelada e servir pra gente! Agora, meu irmão-caçula-coisa-fofa, Leandro – o “Dinho” –, é o mestre do caldo verde. Mais um da família que tem um pé na cozinha, até mesmo sem querer. No caso dele, o talento apareceu à força. Era cozinhar ou morrer de fome (fala sério... quanto drama!). O boyzão sarado, filhinho de papai (só do papai), não gostava de fazer nada. Aliás, gostava sim! Adorava sair com meu carro pra namorar e fazia isso muitíssimo bem, até o dia em que se viu sozinho na minha casa: ele e a fome. Preocupado, o moleque me liga – eu, empacado no meio daquele trânsito louco de Sampa – para perguntar o que tinha em casa para comer. Respondi com meu melhor sotaque paulista recém-adquirido: “Se vira, mano. Faz aí o arroz que eu tô com fome”. Agora, imagine se ele sabia fazer alguma coisa! Toca ensinar o malandro a cozinhar daquele jeito mesmo. Pelo celular, em pleno engarrafamento (se fosse hoje em dia, lá iriam vários pontos

Foto: Divulgação

CAL DINHO” VERDE

na carteira pelo mau exemplo)! Cheguei para jantar e me deparei com o arroz pronto, daqueles que nem cachorro come, mas dá pra rebocar uma parede. Toda essa história pra contar que, depois disso, ele percebeu que precisava aprender a se virar, e assim foi melhorando. Começou a testar coisas na cozinha. Um dia era ovo frito; no outro, ovo frito; depois vinha mais ovo frito. Para a minha surpresa, eis que um dia chego em casa e ele estava com um caldo verde pronto. Que delícia! Até hoje não sei se aquilo era fome ou se estava bom mesmo, só sei que, no final, o safado se aproveitou da minha felicidade para pegar meu carro e sair com uma garota. Lá se foi um tanque cheio. Irmão mais novo tem dessas coisas... O caldo verde tradicional é uma sopa de couve galega típica do norte de Portugal, mas apreciada em todo o país. É provavelmente a mais famosa sopa portuguesa. É um caldo geralmente espesso e de cor predominantemente verde, por causa da couve cortada em tiras fininhas. Aqui no Brasil, a galega foi substituída pela prima manteiga e, dependendo da região, sofre algumas outras modificações. Para uma degustação típica minhota (referente às terras lusitanas), é servida em tigelas de barro, regada com um fio generoso de azeite e acompanhada de rodelas de chouriço e uma fatia de broa de milho. Pelos lados de cá, se bobear, serve-se o caldo com cerveja mesmo! Graças à simplicidade e leveza, come-se no início da refeição ou numa ceia tardia. É costume consumir caldo verde depois da meia-noite e em plena madrugada durante as festas de passagem de ano, assim como nas festividades em homenagem aos santos populares. É uma das sopas tipicamente portuguesas mais fáceis de preparar e, certamente, uma das mais famosas. Segue a dica de preparo do meu Caldo Verde, e não a receita do meu irmão. Tenho certeza de que ele vai ler e morrer de inveja. ▪

Marcio Moreira – Presta serviços pela empresa 2M Soluções Gastronômicas para restaurantes e rede hoteleira, ministrando palestras e oficinas em boa parte do país. Destacou-se durante 7 anos como coordenador e chef de cozinha da culinária do programa Mais Você da Rede Globo, pela sua capacidade de criar pratos com sabores do nosso Brasil. 64 | Estilo Damha

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Foto: Divulgação

Dica do Chef :

ColunaGastronomia Márcio Moreira

CALDO VERDE

INGREDIENTES 1 colher (sopa) de azeite 1 cebola pequena picadinha 1 dente de alho picadinho 2 batatas médias 1 tablete de caldo de galinha Sal a gosto 5 xícaras (chá) de água 1 xícara (chá) de couve manteiga cortada em tiras 1 linguiça portuguesa (ou chouriço de carne) defumada cortada em rodelas

MODO DE PREPARO Na panela de pressão e em fogo médio, doure no azeite a cebola e o alho, coloque a batata, o caldo de galinha, o óleo, a água e o sal. Cozinhe por cerca de 10 minutos, mas comece a contar o tempo depois que a panela começar a chiar. O ponto certo é quando a batata desmanchar. Em seguida, bata tudo no liquidificador. Acrescente as rodelas de linguiça portuguesa ou chouriço de carne e ferva por 5 minutos. Desligue o fogo e adicione a couve manteiga. Na hora de servir, coloque um fio de azeite e, se quiser, croutons. Agosto | Setembro 2013

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EspecialFutebol Raí

Foto: Gustavo Alves

CRAQUE ALÉM DOS CAMPOS Texto: Décio Junior

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esde que parou de jogar, Raí não deixou de lado sua paixão pelo esporte nem as preocupações sociais. Ao lado do amigo Leonardo, seu ex-companheiro de São Paulo, Paris SaintGerman e Seleção Brasileira, instituiu em 1998 a Fundação Gol de Letra, com atuações em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em 2006, ao lado de outras personalidades do esporte, iniciou um projeto pioneiro de apoio às causas sociais, ao fundar a Atletas pela Cidadania. 66 | Estilo Damha

Hoje, no momento em que o país comemora o título da Copa das Confederações, se prepara para a Copa do Mundo e para os Jogos Olímpicos em meio aos apelos sociais por grandes reformas na gestão pública, mais uma vez Raí se mostra engajado. De Londres, em entrevista exclusiva ao jornalista Décio Junior, Raí falou à revista Estilo Damha sobre os legados que os grandes eventos esportivos e as manifestações populares podem deixar para todos os brasileiros. Agosto | Setembro 2013


EntrevistaExclusiva Foto: Divulgação

Raí

Raí com crianças da Fundação Gol de Letra, em São Paulo Acreditar que o título da Copa das Confederações é sinônimo de que a Seleção Brasileira está pronta para encarar outros grandes adversários na Copa do Mundo de 2014 é prematuro. Pelo menos é assim que pensa Raí de Oliveira. Campeão mundial em 1994, quando iniciou a competição com a braçadeira de capitão da equipe de Carlos Alberto Parreira, ele admite que o Brasil voltou a ter uma equipe competitiva, mas ainda longe do favoritismo. “Até a Copa das Confederações, a seleção não tinha um padrão de jogo definido. O esquema sofria constantes alternâncias e isso não passava confiança. Agora há uma coesão e um entendimento entre os atletas. O esquema de jogo, mais que definido, foi assimilado pelos jogadores, e tudo isso contribuiu para que o grupo atual revertesse um ambiente negativo. Isso é fundamental para quem joga em casa, pois é preciso passar essa confiança para a torcida para que ela retribua, mas ainda temos pontos a acertar”, alerta. Para ele, numa avaliação atual, a Alemanha seria hoje a toda poderosa favorita à conquista do título mundial. “A Espanha também, pelo que vem jogando, mas acho que esse ciclo está acabando e não acredito que vá ser campeã. Alemanha, Argentina e Brasil, correndo por fora, já que deu um passo importante com a conquista da Copa das Confederações, são fortes candidatas. Além da semAgosto | Setembro 2013

pre chata Itália, que se crescer na competição pode dar muito trabalho aos adversários.” Mas até que o mundial aconteça, Raí chama atenção para o trabalho que ainda há pela frente para que alguns problemas de organização, infraestrutura e mobilidade urbana possam ser sanados. “Vamos ficar longe da excelência que poderíamos ter. Acho que, depois que o Brasil foi eleito, ficamos um tempo sem um planejamento adequado para iniciar os trabalhos. Os estádios estão bem equipados e bonitos, mas acho que até lá os gramados, por exemplo, ainda vão ter de melhorar, mas vamos conseguir realizar um grande evento.” Fora das “quatro linhas”, Raí chama atenção para o entorno dos estádios. “Temos muitos problemas, o acesso ficou ruim. Algumas cidades-sede vão decretar feriado no dia dos jogos e fazer alterações no trânsito para minimizar o problema. São alternativas, mas os acessos com certeza não vão ser resolvido até lá”, diz. Mesmo assim, ele acredita que os próximos meses poderão ser de grandes avanços e conquistas para o Brasil, já que o momento de pressão popular somado às iniciativas dos gestores públicos que têm se preocupado com os movimentos podem ser revertidos em avanços nos serviços públicos e investimento em infraestrutura. Estilo Damha | 67


EntrevistaExclusiva Raí

O LEGADO DOS GRANDES EVENTOS ESPORTIVOS

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ais do que um conhecedor da arte de jogar fures e profissionais da área e investir em infraestrutura. tebol, Raí tem um perfil de militante das causas São algumas deliberações e reivindicações que no mésociais. Instituidor da Fundação Gol de Letra, dio prazo vão ter um resultado efetivo para a atividade ONG que há mais de dez anos atua no deesportiva para a grande população, que é nossa princisenvolvimento de projetos educacionais para pal preocupação.” crianças e adolescente de duas importantes comunidaCom o compromisso de fortalecer essa agenda e de des, Vila Albertina em São Paulo e Caju no Rio de cobrar iniciativas a essas propostas, a Atletas para Janeiro, e vice-presidente da Atletas pela Cidaa Cidadania lançou em julho um manifesto dania, instituição que soma o engajamento reafirmando sua posição. Em defesa do “Teremos de vários atletas e ex-atletas do esporte interesse público e da transparência nas os dois maiores nacional, Raí aprova as manifestações obras, construções, intervenções sociais eventos esportivos que se espalharam pelo país. “É um moe na posição de que os recursos gerae não se fala vimento lindo que está acontecendo e dos pelos grandes eventos esportivos todos os setores devem aproveitar este devam ser destinados ao desenvolviem fortalecer momento para angariar conquistas. No mento social e econômico do país com as atividades nas caso do esporte a gente corre o risco de impacto positivo na vida das pessoas, a escolas” passar a Copa do Mundo e as Olimpíadas Atletas destaca em seu manifesto três imsem nenhum avanço para o setor. Teremos os portantes solicitações que foram apresentadois maiores eventos esportivos aqui e não se das ao governo federal (ver box nesta página). fala em fortalecer as atividades esportivas nas escolas, “Temos as cidades médias como exemplo, em que de criar espaços de lazer e para prática esportiva para a os prefeitos assinaram um compromisso com as nossas população ou em fortalecer o esporte amador. Então, temetas para dobrar o número de participantes do espormos de aproveitar este momento em que a classe política te na população e melhorar a qualidade do esporte na está mais sensível e que a população está atenta para coescola. Em nível federal estamos trabalhando para consbrar essas demandas, seja para o esporte, para truir um sistema integrado de esportes, quer dia cultura ou para a educação.” zer, qual o papel de cada ente federado, dos E para que essas conquistas aconteçam clubes, das entidades, das universidades “Precisamos é necessária a construção de políticas em construir um sistema como se fez na qualificar públicas consistentes. Há dois anos, a educação, em que o ensino fundamental professores Atletas pela Cidadania apresentou uma fica a cargo do município, o médio, do e profissionais agenda positiva ao país com dois ponEstado e o superior público, do Federal? da área e tos centrais para garantir um legado esNo esporte, todo mundo tenta fazer um investir em portivo e social: a acessibilidade a todos pouco de tudo, mas, ao mesmo tempo, os brasileiros às práticas esportivas e a você não tem uma política que direcione infraestrutura” revisão do Sistema Esportivo Nacional. “Esrecursos e profissionais capacitados para tamos trabalhando com propostas de mudano grande público. O esporte pode contribuir ça na legislação para limitar o poder de entidades para outras causas importantes, por isso estamos esportivas e priorizar recursos públicos para outras que batalhando e tentando construir metas ambiciosas que têm mais transparência. Precisamos qualificar professopossam beneficiar pessoas de norte ao sul do país.”

Três reivindicações dos Atletas pela Cidadania 1) A criação de um comitê interministerial para a reestruturação da legislação do sistema esportivo nacional e a criação de um Plano Nacional de Esporte. Com metas, estratégias, métricas de avaliação e resultados claros. Um comitê com participação da sociedade, com voz e voto, liderado pela Presidência da República. 2) Aprovação de legislação que dispõe sobre as 68 | Estilo Damha

condições necessárias para as entidades do Sistema Nacional de Esporte receberem recursos públicos (Emendas às Medidas Provisórias 612 e 615). 3) Total transparência dos investimentos e das apurações referentes às denúncias de violação de direitos humanos nos grandes eventos esportivos, como a exploração sexual infantil, remoções sociais forçadas e subemprego. Agosto | Setembro 2013


EntrevistaExclusiva Raí

AS AÇÕES DAS RUAS COMO REFLEXO DO ENGAJAMENTO DA JUVENTUDE

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Foto: Jairo Goldeflus

nquanto se dedica às solicitações feitas pela Atletas da Cidadania, Raí observa o fruto de outro trabalho: o engajamento de jovens da Fundação Gol de Letra. Recentemente, educadores da unidade de São Paulo promoveram um debate sobre a Cultura Popular Brasileira. Ao mesmo tempo em que se organizam em suas comunidades para essas discussões, alguns desses jovens vão às ruas reivindicar melhorias para o país. “Acredito que muitos dos jovens que estão indo pra rua pela primeira vez não fazem parte de grupos da sociedade civil organizada, mas, depois de um processo como este que vem resultando em conquistas, acho que eles passarão a participar mais”, diz Raí ressaltando que essa participação deve começar nos locais de origem, nos bairros e nas comunidades. Para o futuro, ele não tem dúvida de que teremos jovens cada vez mais envolvidos e interessados nas questões políticas e sociais do país. “Tudo isso vai ter influência nas próximas gerações. Hoje se fala em plebiscito, em reforma política e em financiamento de campanha. E esse pessoal que está com 10, 12 anos vai crescer ouvindo isso e terá um olhar mais atento a essas questões. Só espero que passem a participar mais localmente e não apenas de movimentos populares maiores, pois foi por meio do conhecimento oferecido pelas ONGs que uma parte desses jovens teve oportunidade de participar de associações de bairros ou de desenvolver outras atividades, e isso só vai encorajá-los a fortalecer esses trabalhos.” E o futuro de toda essa movimentação parece garantido. Para Raí, não há como retroceder, e ele considera o poder de ser ouvido uma das principais conquistas dos jovens nas ruas. “O poder de mostrar que estão atentos, que não são passivos. Paralelo a isso estamos vendo alguns políticos querendo fazer alguma coisa que vai ao encontro do apelo popular, e isso é uma conquista. As conquistas mais práticas são alguns projetos de leis que estavam parados e agora estão em pauta, é a reforma política, a reforma tributária, talvez. Acho que tudo isso vai fazer com que a gente ganhe uns dez anos de maturidade e de conquistas.” E contrariando outro apaixonado por futebol, o escritor Nelson Rodrigues, Raí deixa um conselho para essa juventude que se mostra engajada: “Por favor, não envelheçam, continuem assim”. ▪

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USANDO

SUA IMAGEM A SEU FAVOR C

erto ou errado? Pode ou não pode? Não chegando a uma resposta, refaça a pergunta: é o ideal? A adequação na hora de compor um visual leva em conta fatores nem sempre ligados à moda. Segundo João Braga, professor de História da Moda, “moda é tudo o que está em vigência em determinado tempo”. Isso se legitima e se identifica por uma roupa, um local, um design... Assim, o conceito de vestir-se bem – leia-se ADEQUADAMENTE – ultrapassa o quesito atualidade de passarela. Moda nem sempre significa adequação quando se trata de tipo físico. A elegância em vestir-se consiste em usar peças que valorizem seu corpo, disfarcem imperfeições ou enalteçam os favorecimentos da natureza. Vale, portanto, inicialmente, definir seu estilo por meio de seu cotidiano, suas atividades, necessidades e, obviamente, seu gosto. O próximo passo é verificar se as escolhas a beneficiam e, somente após a constatação, fazer qualquer investimento para o guarda-roupa. Por que você veste o que veste? Já parou para pensar se é escolha ou ditadura da moda? Como você quer que o mundo a veja? Você usa somente o que gosta? O espelho é o melhor aliado, acredite. Se ele denunciar algo, ouça-o. Afinal, ninguém tem a segunda oportunidade de criar a primeira boa impressão! Ao compor um visual, seja para qual finalidade for, lembre-se de que menos é mais. Quanto menos informações, menor o perigo de comprometer a imagem. Elegância é atemporal.

Modelos: Katiucha do Carmo Mirian Nadalin de Paula Venâncio Fotos: Flávia Castro Maquiagem: Vanessa Castro Pesquisa, produção e texto: Mônica Abed Zaher Mônica Zaher Consultoria de Imagem Colaboração: Espaço de Moda Carolina Faggion (SP)

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ANIMAL PRINT:

Um biótipo esguio pode abusar da estampa total, sem perigo de achatar a silhueta. Um tecido macio e rente ao corpo – sem ser colado, claro! – não cria volumes indesejáveis. Saia lápis pede saltos altos, por ser um estilo clássico, apesar da estampa. Agosto | Setembro 2013

A estampa é polêmica. Não há meio-termo: ou você adora ou não pode nem passar perto... Se a escolha é usar, veja como adequá-la.

A mesma ideia para um biótipo com curvas requer menos estampas e mais leveza na parte inferior do tronco, adelgando a silhueta. A estampa fica apenas com o detalhe da blusa. Estilo Damha | 71


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O CONFORTO DO VESTIDO EM MALHA:

Solto e com botas estilo montaria, se o problema não é altura.

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Com botas de salto médio, a elegância e a proporcionalidade estão garantidas, sem o perigo de achatar a silhueta. Agosto | Setembro 2013


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ESTAMPA FLORAL :

Se não existe volume nos quadris, a estampa floral pode tranquilamente ser usada na parte inferior da composição, sem comprometer a harmonia. Agosto | Setembro 2013

Pode, sim, ser usada no inverno, complementada por botas sem salto e jaquetas.

Listras verticais e meias pretas acompanhadas por salto grosso, proporcional ao tipo físico. Flores em segundo plano na produção, apesar da estampa total. Neste caso, sobressaem-se os complementos em cor neutra, favorecendo o tipo físico. Estilo Damha | 73


DicasdeModa Estampas

CAPÍTULO À PARTE ,

Decote “careca”, o mesmo das famosas camisetas básicas, pode dar a impressão de volume maior se você tiver seios fartos. Neste caso, um colar longo cria a ilusão de verticalidade, colaborando para o efeito desejado. 74 | Estilo Damha

O modelo bateau não chega de ombro a ombro, mas mostra o pescoço e boa parte da pele na altura dos ombros, dispensando complementos para suavizar a silhueta. Agosto | Setembro 2013


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OS DECOTES MERECEM ATENÇÃO

Sempre bem-vindo, o decote “V” favorece todos os tipos físicos. Para não ficar com o colo à mostra, uma gargantilha volumosa pode ser uma boa opção. Agosto | Setembro 2013

Sob a camisa aberta, um maxicolar faz as vezes de gola e permite os botões abertos com muita elegância. Estilo Damha | 75


ColunaLuxo Mariana Romão de Oliveira

Foto: Divulgação

HAUTE COUTURE para as damas e SUR MESURE para o cavalheiros Para toda dama com um vestido impecavelmente cortado, sempre tem um cavalheiro com seu Sur Mesure para acompanhá-la

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temporada de alta costura é a mais esperada no calendário internacional de moda, com todo o glamour dos desfiles, artistas e personalidades circulando nos salões e nas revistas. Na passarela, seus vestidos feitos à mão, muitas vezes, levam meses para serem concluídos. Sedas, bordados, pedrarias, tudo para uma feliz candidata que irá vesti-lo, com toda a graça que só um verdadeiro Haute Couture pode ter, e depois irá armazená-lo ao lado de outras preciosidades de temporadas passadas. São estimados 200 clientes em todo o planeta que podem se dar ao grande luxo de adquirir um vestido tão especial. Além do valor pelo trabalho manual, um vestido de Haute Couture é considerado uma obra de arte. Os preços exorbitantes podem ultrapassar os US$ 20.000,00, mas tudo em nome da arte, que é isso que um Haute Couture é, uma obra-prima. No Oscar, e em todos os red carpets que acontecem, esses vestidos são carinhosamente emprestados às celebridades, junto com as joias. Muitas vezes os astros não conseguiriam comprá-los, mas podem desfrutar deles por uma noite inesquecível, na qual todos os flashes serão para as estrelas da noite, os vestidos. Isso tudo não é grande novidade para ninguém. As mulheres, em todos os tempos, já nascem com um gostinho apurado para moda, mas o que poucos sabem é que para os homens há uma categoria tão exclusiva quanto a Haute Couture para as mulheres. Trata-se do SUR MESURE, ou feito sob medida. E não estou falando em ternos, muitíssimo bem cortados, tradicionalíssimos no guarda-roupa masculino, mas, sim, dos sapatos bespoke (feitos especialmente para alguém). Os chamados sapatos bespoke estão para os homens como os vestidos sob medida estão para as mulheres. Destinam-se a uma seletíssima nata de clientes mundo a fora que entendem, conhecem e podem pagar pelos sapatos que serão desenhados exclusivamente para eles. São joias raras, já que cada par pode ter o formato, cor, tipo de couro, desenho, enfim, tudo o que o cliente imaginar literalmente a seus pés. Com preços que começam em US$ 1.500,00, é possível encontrar o sapato ideal

em artesãos sapateiros que levam nome de grife e oferecem tratamento de rei. Marcas como Berluti e John Lobb são mais conhecidas do público, já que podem ser encontradas em grandes metrópoles como Londres, Nova York e Paris. A Berluti tem um charme todo especial, uma vez que em todas as suas lojas é possível ver o artesão trabalhando na preparação de um modelo. Um universo tão rico em detalhes, criatividade, sem contar a experiência única de ter cada par feito de acordo com o tamanho de cada pé, levando em consideração que são tamanhos diferentes sempre. Com desenhos lúdicos ou clássicos, a variedade não tem fim. Reis, artistas, jet setters ou, como dizemos, os muitíssimo bem nascidos já são habitués desses artesãos. Nomes como o dos Kennedys, Robert de Niro, Gerard Depardieu e Andy Warhol já foram vistos circulando com seus modelos exclusivíssimos. O próprio Andy Warhol teve seu nome imortalizado em um dos modelos da Berluti, hoje chamado de Andy Loafers, uma vez que eram o favorito do artista plástico. Outra marca também sagrada entre os sapatos sob medida é a John Lobb, que faz parte do poderoso grupo Hermès, marca centenária que detém um dos melhores know-how em couro dentro do mercado de sapatos e bolsas. O tenor Enrico Caruso, o ator Daniel Day Lewis e o rei Edward VII são alguns de seus célebres clientes. Atualmente, no Brasil, ainda não encontramos essas marcas, mas nada como uma viagem para revigorar as energias, adquirir novas peças para o closet e, claro, fazer uma visitinha a essas lojas para ver de perto o trabalho mágico que se pode ter em uma peça masculina. De homens de negócios a artistas plásticos, os sapatos sob medida são uma boa pedida para todo homem moderno, que sabe ser elegante e atual ao mesmo tempo. Pronto, na próxima vez em que falarmos em sob medida, os vestidos não serão os únicos a usufruírem do termo. Para toda dama com um vestido impecavelmente cortado, sempre tem um cavalheiro com seu Sur Mesure para acompanhá-la.

Mariana Romão de Oliveira _ Formada em Administração Hoteleira, estudou no Fashion Institute of Technology (FIT), em Nova York, e atualmente vive em Paris, onde conclui sua formação em Marketing in Luxury Business em uma das mais respeitadas instituições da Europa, a ISC Paris. 76 | Estilo Damha

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Juliana Cordeiro

Peças sob medida, cortes exclusivos: o luxo de ser único

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EditorialModa

O street style continua em alta e mostra que a rua é quem dita a moda.

Ficha técnica Fotos: Walter Fukuhara Modelos: Bárbara Bernardim e Rodrigo Arioli Beleza: Reginaldo Ferragini Stylist: Leandro Meneghelli e Larissa Mariano Direção: Breno Meneghelli

Vestido: Acostamento Sandália: Schultz para All Shoes Colar: Bossa Bijoux

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ELE Cardigan: Squad Camisa, gravata e calรงa: Bossa Sapato: Democrata para All Shoes ELA Camisola: Fruit de la Passion para Crystal Colar: Bossa Bijoux

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ELE Jaqueta: Squad Jeans: Alexandre Herchcovitch Camisa e gravata: Bossa Coturno: Factum para All Shoes ELA Vestido: Acostamento Sandรกlia: Schultz para All Shoes Bracelete: Bossa Bijoux Estilo Damha | 83


ELE Camiseta: Islamorada Jeans: Carlos Miele Coturno: Factum para All Shoes Camisa: Squad Suspens贸rio: Bossa ELA Len莽o: Bossa Jaqueta: Acostamento Saia: Carlos Miele Coturno: Orcade para All Shoes Cinto: Bossa 84 | Estilo Damha

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EditorialModa

ELE Camisa: Alexandre Herchcovitch Tricot: Squad Jeans: Carlos Miele Coturno: Factum para All Shoes ELA Camisa: Acostamento Shorts: Bossa Sandรกlia: Schultz para All Shoes Carteira de piton: Bossa

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Ele Blazer: Squad Lenรงo: Bossa Jeans: Carlos Miele Coturno: Factum para All Shoes Ela Camisa: Bossa Calรงa: Acostamento Sandรกlia: Schultz para All Shoes Colar: Bossa Bijoux

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Ele Polo: Acostamento Jeans: Alexandre Herchcovitch Coturno: Factum para All Shoes Ela Blazer e T-shirt: Bossa Jeans: Acostamento Bota: Schultz para All Shoes Colar: Bossa Bijoux Agosto | Setembro 2013

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Foto: Oliver Dantas/VUELLA Atelier Fotográfico

Lázaro Ramos e Taís Araújo

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NossaCapa Lázaro Ramos e Taís Araújo

UM CASAL PRONTO PARA

DERRUBAR BARREIRAS Personagens inesquecíveis, talento e prêmios são alguns dos pontos em comum entre Lázaro Ramos e Taís Araújo

Foto: Divulgação

Texto: Dirlene Ribeiro Martins

Em Insensato Coração, protagonista e galã

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m um país onde é pequeno o número de atores negros famosos, Lázaro Ramos e Taís Araújo conseguiram colocar seus nomes na lista dos melhores do ramo em atividade no Brasil. Além da vasta filmografia em que viveu tipos inesquecíveis, o primeiro papel de protagonista de Lázaro nas telenovelas brasileiras – em Insensato Coração, da Globo – também o alçou ao posto de galã. Já Taís impressionou o público quando, com apenas 17 anos, encarnou a personagem Xica da Silva no folhetim de mesmo nome de Walcyr Carrasco, transmitida pela extinta TV Manchete. Também trazem no currículo prêmios, personagens polêmicos e o senso de oportunidade quando se trata de Agosto | Setembro 2013

questões sociais, assunto que motiva a ambos. Têm em comum ainda o mês e ano de nascimento: novembro de 1978 (ele no dia 1º, ela no dia 25), mas enquanto Taís é do Rio de Janeiro, cidade onde o casal mora, Lázaro nasceu e começou sua carreira em Salvador. Esse casal lindo e talentoso concedeu uma entrevista exclusiva para a revista Estilo Damha, em uma locação em São Conrado, no Rio de Janeiro, enquanto se preparavam para as filmagens da campanha de lançamento de um novo produto Damha. Lázaro Ramos aproveitou-se da famosa demora feminina para se arrumar e engrenou um bom e longo bate-papo, enquanto Taís, mais contida, optou por curtir a conversa e ser mais comedida em suas respostas. Estilo Damha | 89


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Na pele de João Francisco dos Santos, o lendário transformista carioca, em Madame Satã A opção de sempre fazer diferente Um dos principais nomes da dramaturgia brasileira, Luís Lázaro Sacramento Ramos, ou simplesmente Lázaro Ramos, é um colecionador de prêmios e personagens memoráveis e polêmicos. Sua veia teatral foi revelada na Bahia, onde chegou a atuar em 22 peças, mas o reconhecimento mesmo veio com A Máquina, dirigida por João Falcão, e na qual dividia o palco com outros nomes que também ganharam prestígio nacional, como Wagner

Foguinho, personagem que rendeu a Lázaro indicação ao Emmy 2007

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Moura e Vladimir Brichta. A peça abriu-lhe as portas do cinema e, em 2000, foi convidado a atuar em nada menos do que cinco filmes: As Três Marias, O Homem do Ano, Madame Satã, O Homem Que Copiava e Carandiru. Em Madame Satã conquistou o seu primeiro papel como protagonista, representando o lendário transformista, malandro e capoeirista João Francisco do Santos que fez história no Rio de Janeiro da década de 1930. O cinema tornou Lázaro conhecido, mas a popularidade veio com a TV, quando comandou o quadro “Cinco Sentidos”, no Fantástico, antes de atuar na novela Cobras e Lagartos, de João Emanuel Carneiro. Nesse folhetim, Foguinho, o personagem vivido por ele, chamou a atenção pelo carisma e por poder ser descrito como um anti-herói charmoso, na linha de Beto Rockfeller e Roque Santeiro. Pelo papel, Lázaro foi indicado ao Emmy 2007 de melhor ator. Foi durante esse trabalho, também, que o ator conheceu e contracenou com Taís Araújo, que interpretava a cômica Ellen, com quem se casou oficialmente em junho de 2011 e teve um filho, João Vicente, que nasceu no mesmo ano. Lázaro não esconde que o que o atrai em um personagem é o fato de ser diferente de algo que tenha feito anteriormente. Mas também gosta, quando não está atuando, de poder emitir sua opinião, como fez ao escrever o livro infantil A Velha Sentada, ao comandar o programa Espelho, na TV Brasil, ou ao dirigir peças como Namíbia, Não. Em 2009, foi nomeado embaixador do UNICEF e, talvez não coincidentemente, foi considerado pela revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano. Agosto | Setembro 2013

Fotos: Divulgação

Lázaro Ramos e Taís Araújo


NossaCapa Lázaro Ramos e Taís Araújo

ED – Com o sucesso do espetáculo A Máquina, você se mudou de Salvador para o Rio de Janeiro. Como foi essa mudança? Você já se sente um legítimo carioca ou Salvador ainda bate fundo? LR – Eu me sinto um baiano muito bem recebido no Rio de Janeiro. É muito difícil pra mim abrir mão da cultura baiana, acho que tenho que agregar tudo aquilo que o Rio me oferece, e eu agrego com muito carinho e muito afeto, sempre. Agora, A Máquina foi uma decisão difícil, porque foi uma época em que eu já estava fazendo teatro não só como ator, mas como produtor do grupo também, já tinha começado a dirigir uma coisa ou outra, a ser assistente de direção, então eu achava que meu investimento como ator seria ali. Portanto, quando fui convidado pra fazer A Máquina eu não aceitei de cara, porque o convite era muito louco: “Vem fazer um espetáculo aqui com João Falcão, em Pernambuco, a gente não tem passagem pra te dar, você vai ter que ficar num apartamento com mais oito pessoas e não tem cachê” (risos). Eu falei: “eu não vou, vou fazer o que lá?”. Aí, Wagner (o ator Wagner Moura), que já estava no espetáculo, foi um dia pra Bahia e me convenceu. Ele falou: “Lazinho, vamos fazer, essa experiência vai ser incrível. Mesmo que você não fique para sempre fora da Bahia, esse espetáculo vai mudar a sua vida artisticamente”. E mudou artisticamente e todo o resto, porque a gente fez A Máquina em Pernambuco e depois fomos pro Rio de Janeiro, onde ficamos em Agosto | Setembro 2013

cartaz por três semanas, e vários cineastas e diretores de televisão viram nosso trabalho. Nesse período, eu fiz sete testes para sete filmes, passei nos sete e fiz cinco filmes, num único ano. E isso aconteceu também com Wagner, que fez Deus É Brasileiro e outros trabalhos, com Vladimir Brichta, com o Gustavo (Falcão) e com a Karina (Falcão). Então, esse espetáculo, que aconteceu em 2000, foi uma grande transformação. Foi o resultado de estar no lugar certo na hora certa.

Foto: Oliver Dantas/VUELLA Atelier Fotográfico

Estilo Damha – Lázaro, o fato de ter começado, ainda adolescente, no Bando de Teatro Olodum marcou sua trajetória artística? De que forma? Lázaro Ramos – Eu assistia ao teatro na Bahia, mas estava em outro caminho. Eu estudava Patologia Clínica, fiz vestibular para Bioquímica, achava que meu caminho seria esse. De repente, quando vi aqueles atores, percebi que era possível, mesmo na Bahia, ter um trabalho consistente no teatro. Quando vi aquele trabalho constante, percebi que é possível fazer parte dessa profissão. Tudo o que eles falavam no palco me interessava muito, foi aí que entendi que dava pra ser ator, até então me parecia um passatempo. E marca até hoje porque acredito que o tipo de ator que eu sou vem de tudo o que aprendi naquele grupo. Mesmo quando o grupo não estava em cartaz, sempre havia aula de alguma coisa. Quando não tinha um espetáculo para ensaiar, a gente estudava dança, música, canto, todos os dias. Tanto é que teve um período da minha vida que eu trabalhava das 7 às 17h como técnico de patologia num hospital e ensaiava das 19 às 22h. Então, isso fica muito forte. Acho que a minha assinatura como ator é o que aprendi no Bando.

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NossaCapa Foto: Divulgação

Lázaro Ramos e Taís Araújo

Taís e Lazáro em gravação da série O Dentista Mascarado ED – Você estreou no teatro em 1993 e no cinema em 1995. Sua primeira aparição na TV só ocorreu em 2002, em Pastores da Noite, minissérie baseada em obra homônima de um conterrâneo seu: Jorge Amado. Você resistiu a ir para a TV ou um papel interessante só apareceu nesse ano? LR – O cinema foi muito generoso comigo e os convites que apareciam para a TV, às vezes, não eram tão sedutores quanto os do cinema, então, sempre dei prioridade para o cinema. Tanto é que comecei a fazer televisão com mais regularidade somente em 2007, até então fazia somente pequenas participações. Em 2007, apareceu um quadro no Fantástico para mim, uma série sobre o sentidos da BBC de Londres em que eu fazia a versão brasileira. A partir disso recebi um convite para atuar em Cobras e Lagartos, a novela em que eu vivia o Foguinho, e então comecei a atuar na TV com mais frequência, mas sem abandonar o cinema e o teatro. Acho importante manter essas três relações. Hoje, mesmo no Brasil, não faz sentido você dizer “sou um ator de televisão”, “sou um ator de cinema”, “sou um ator de teatro”. Acho que dá pra gente dialogar com as três linguagens. Infelizmente, tenho feito menos teatro do que gostaria, porque os projetos em televisão e cinema têm durado mais tempo e me consumido de uma maneira que não tenho conseguido ficar em cartaz. Mas, se você me perguntar do que sinto falta agora, é de fazer mais teatro. Seria meu desejo conseguir parar, fazer uma peça, ficar em cartaz, porque essa foi a minha vida desde quando eu tinha 15 anos até 92 | Estilo Damha

a idade adulta, é a minha rotina. Tanto que é meio esquisito, pra mim, não estar ensaiando uma peça. Mas tenho me realizado através dos espetáculos que estou dirigindo, através dos atores, mas sinto falta de estar no palco. ED – Mas e se tivesse de escolher entre um dos três... LR – Eu consegui descobrir os prazeres de cada um. Como sou cria de teatro, achava que só seria possível ter prazer como ator ao ensaiar por vários meses uma peça, analisar o texto com profundidade, fazer um trabalho de improviso, depois ficar em cartaz um ano amadurecendo o espetáculo. Esse foi o primeiro prazer que descobri como ator. No cinema descobri o prazer de perpetuar uma coisa. Aquele filme que você fez, você vai rever dali a 20 anos e vai ter o sentimento que o cinema registrou. Descobri no cinema o prazer de fazer uma cena como se fosse a última da sua vida, e aquele momento ficou capturado. Na televisão descobri o prazer de acelerar esse processo todo e ainda assim fazer bem. Por isso hoje em dia não consigo escolher. ED – Qual meio gera uma reação maior do público em relação ao seu trabalho? LR – Acho que sou um caso raro, porque as pessoas falaram primeiro comigo por causa do filme O Homem Que Copiava. É muito engraçado isso, porque é um filme popular. Embora o público tenha sido de 800 mil espectadores, o que ele gerou foi muito grande. Madame Satã também, muita gente comentando. São filmes Agosto | Setembro 2013


NossaCapa Lázaro Ramos e Taís Araújo que dá vontade de você falar com o ator que fez. Claro que a televisão trouxe uma popularidade maior e trouxe o público infantil. Muita criança vem falar comigo agora, provavelmente por causa do Foguinho (da novela Cobras e Lagartos). Também não me prendo a um estilo, eu não faço só drama, não faço só comédia, então os públicos são diversos. E isso me deixa muito feliz, porque sempre acreditei nisso, que não existe uma verdade absoluta na carreira de ator. Tem muita gente que diz: “O caminho certo é este”. Acho até lindo! Tem gente que fica obstinada, a vida toda investigando um só caminho, eu não consigo. ED – Em 2009, a revista Época o considerou um dos cem brasileiros mais influentes. Esse título o surpreendeu ou você já tinha se dado conta de sua influência? LR – É claro que surpreende, porque o objetivo primeiro não é esse. O objetivo primeiro é ter uma identificação, falar com as pessoas, levar boas mensagens, entreter. Aí, quando vem um título desses, sempre fico surpreso e honrado, mas sempre tem a voz do Grilo Falante que diz que isso não é eterno e que é uma grande responsabilidade. Eu junto isso com o fato de ser o Embaixador da Unicef também, que trata de um assunto que me fala muito ao coração, sobre a importância dos direitos

das crianças e dos adolescentes. Tudo isso, antes de me envaidecer, me traz consciência da minha responsabilidade. ED – Você já fez de personagens alternativos (como Deco, de Cidade Baixa) até os mais populares (como Foguinho, de Cobras e Lagartos). Como consegue se sentir bem em “peles” tão diferentes? LR – Exatamente pela diversidade. Fico muito incomodado quando passo um período fazendo somente um estilo de coisa, porque o que me move é a cada dia reeducar o meu olhar para outro universo. Em qual outra profissão você tem essa possibilidade de vivenciar um pouco a vida de outra pessoa? Como ator, por meio dos meus personagens, vivi coisas que na minha vida provavelmente nunca vou viver. Como a minha formação não é acadêmica, tem aí um ingrediente de intuição e de estudo a cada início de trabalho, e acaba sendo meio natural esses caminhos diversos. Estou o tempo todo reaprendendo a profissão. Citando seu exemplo de Cidade Baixa, você vai pra Cachoeira, no interior da Bahia, andar em barro, fazer um filme que é sobre relações intensas e aprende aquilo. Já o Foguinho se relaciona com outras pessoas, no universo do Saara, do Rio de Janeiro. Só isso já te impulsiona e alimenta. Foto: Divulgação

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No espetáculo Caixa de Areia, Taís vive a crítica de arte Ana

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NossaCapa Lázaro Ramos e Taís Araújo ED – Qual é o melhor papel de Lázaro Ramos... LR – Nunca responderei a isso na minha vida. Vou deixar em testamento, escondido (risos). Não vou falar... ED – Mas eu nem te dei nem as opções ainda... LR – Você vai me dar e eu não vou responder... ED – É o papel de ator, diretor, escritor, apresentador, pai ou marido? LR – Ah, bom! Também acho que não dá pra escolher não. Quer ver uma coisa: achei que, quando fosse dirigir, ficaria com inveja dos atores, ficaria olhando o cara lá e

pensando: “Eu iria fazer assim...”. E descobri que não, que é possível dirigir e se realizar através do outro. Achei que ser ator fosse o máximo, mas hoje sei que dirigir também é muito bom! Acho que o bom é a possibilidade de ter vários alimentos. Tudo isso me alimenta, não fico preso a nada. Hoje em dia não posso dizer que minha carreira vai seguir só um caminho, o de ator. Acho que vai ser tudo. Inclusive, como sou uma pessoa interessada no mundo, nas pessoas, nas coisas, por cada assunto que eu me interessar, uma dessas linguagens é que vai fazer com que eu me pronuncie. O espetáculo infantil que eu dirigi e escrevi agora (A Menina Edith e a Velha Sentada), eu não tenho a menor vontade de fazer como ator, por que eu queria falar desse assunto como autor. ED – E pai e marido? LR – Pai e marido não entram porque é hors concours (risos).

Foto: Oliver Dantas/VUELLA Atelier Fotográfico

ED – E quanto aos próximos projetos? LR – Tenho a estreia, em outubro, do filme O Vendedor de Passados, dirigido pelo Lula Buarque de Hollanda, comigo e a Alinne Moraes. Também a peça A Menina Edith e a Velha Sentada, que eu dirigi, continuará em cartaz no Rio de Janeiro até dezembro.

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É divertido mudar Interpretar protagonistas na teledramaturgia brasileira já não é novidade alguma para Taís Araújo, ela soma quatro delas em seu currículo. Primeiro veio a já citada Xica da Silva, em 1996, papel que também consagrou a atriz Zezé Motta na década de 70. A novela foi vista em diversos países, e a nova atriz, além de ficar conhecida mundialmente, foi eleita pela revista People, de 2000, como um dos 50 rostos mais bonitos do mundo. Em 2004 foi a vez da personagem Preta, na novela Da Cor do Pecado, de João Emanuel Carneiro, a primeira protagonista negra em uma novela da Globo. Em 2009 foi convidada por Manoel Carlos para assumir o papel de Helena (nome dado a todas as protagonistas de novelas por escritas ele), em Viver a Vida. Foi um momento difícil na carreira da atriz, pois recebeu duras críticas à sua atuação e à química com seu par romântico interpretado por José Mayer. Finalmente, em 2012, viveu Maria da Penha, a empregada que virou cantora na novela Cheias de Charme, de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira. Graduada em jornalismo em 2008, Taís chegou a assinar matérias para o jornal A Folha de S.Paulo e para a revista Marie Claire e, no embalo, comandou uma temporada do Superbonita, programa de cuidados estéticos que é transmitido pela GNT. Além do talento artístico, Taís também vira notícia pelo que veste e pelo tipo de corte de cabelo que usa. Foi assim em janeiro deste ano, quando optou pelo cabelo curto, estilo ‘joãozinho’, antes de interpretar a pilantra Sheila da série O Dentista Mascarado, ou o vestido branco com enorme decote nas costas que usou para desfilar pelo taAgosto | Setembro 2013


NossaCapa Lázaro Ramos e Taís Araújo

ED – Taís, você e o Lázaro são responsáveis por quebrarem várias barreiras envolvendo atores negros, em especial na TV. Você tem noção da dimensão do que conseguiu ou tudo lhe parece natural? Taís Araújo – Tenho noção e sei da nossa responsabilidade. ED – Há alguma barreira que ainda gostaria de quebrar, talvez em outras áreas? TA – Não é uma barreira propriamente dita, porque diz respeito somente a mim, mas gostaria de fazer cinema. Produzir também é um desejo grande meu, e isso, sim, acredito que possa ser uma quebra de barreiras, porque no Brasil nós atores produzimos pouco, mas nos últimos tempos estamos buscando cada vez mais contar as histórias que nos tocam e interessam.

Fotos: Divulgação

pete vermelho do Festival de Cannes em maio. Se público e imprensa ficam atentos ao que a atriz usa, já na série, ela pôde se divertir mudando diversas vezes de cabelo e roupa por conta dos disfarces que a golpista Sheila precisava usar. A diversão no seriado ficou completa com a participação especial do marido no penúltimo episódio, em que Lázaro Ramos interpreta ele mesmo. Atualmente a atriz pode ser vista em Caixa de Areia, peça de Jô Bilac, em que interpreta Ana, mulher incapaz de se envolver com alguém por conta de seu olhar crítico a respeito de tudo e de todos. Três mortes marcam a vida da personagem, e é a partir delas que Ana faz uma análise da própria trajetória. No espetáculo que em breve estreará em São Paulo, Taís também participa da produção.

ED – Você chegou a cancelar suas férias para estrelar O Dentista Mascarado e viver um personagem bem diferente de tudo o que fez até agora. Como foi essa experiência? TA – Maravilhosa e enriquecedora! Fiz grandes amigos e aprendi diariamente com pessoas que são especialistas em comédia. ED – Seu próximo projeto, Taís, é seguir com a peça Caixa de Areia por São Paulo. É bom dar um tempo da TV? TA – O teatro me fortalece e é o que faz voltar com mais coragem pra TV, que é a minha casa. ED – O seu cabelo, Taís, seja qual for o corte, é sempre muito comentado. Você está sempre de bem com ele? TA – Eu sou feliz com meu cabelo e amo mudar, estou curtindo muito o cabelo curto. Cortar foi um desejo meu e agora vou deixar crescer. ED – Alguma vez ou alguma situação já a fez repensar sua trajetória artística ou, até mesmo, pensar em parar? TA – Sempre penso, mas mudo o pensamento rapidamente, porque sou completamente apaixonada pela minha profissão. ▪ Agosto | Setembro 2013

O que Taís veste e o corte de cabelo que usa sempre viram notícia Estilo Damha | 95


FaçaoBem Escola Caminho do Meio

EDUCAR PARA A

FELICIDADE Instituto localizado em Viamão (RS) busca, por meio da cultura da paz, melhorar as relações que crianças e adultos mantêm consigo mesmos e com o mundo à sua volta Texto: Dirlene Ribeiro Martins Fotos: Guilherme Erhardt 96 | Estilo Damha

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FaçaoBem Instituto Caminho do Meio

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o entrar no Centro de Estudos Budistas Bodsativa, em Viamão (RS), a primeira coisa que chama a atenção é a simplicidade: a simplicidade voluntária das pessoas que lá residem e trabalham e das propostas que norteiam os projetos que realizam. É nesse Centro, em meio a muito verde e tranquilidade, que funciona o Instituto Caminho do Meio, que surgiu, em maio de 2008, a partir da busca de alguns praticantes budistas de terem mais uma forma de atuar no mundo. De acordo com José Ricardo Buscke de Oliveira, o Juca, presidente do Instituto, o professor dos praticantes, Lama Padma Samten, sempre destaca a importância de se ter uma presença concreta na sociedade. “Desta maneira, ouvimos ensinamentos, meditamos e, numa etapa seguinte, agimos em meio às pessoas, nossos vizinhos, no bairro, na cidade e nas causas humanitárias de nosso tempo”, explica. O Instituto procura atuar em áreas fundamentais, como educação, saúde, meio ambiente, cultura, cultura de paz, ação social. Segundo Juca, a organização trabalha com a percepção de que todos são completamente dependentes do mundo vivo ao redor e também do mundo material. “Quando vemos o quanto precisamos dos outros, começa a surgir a noção de interdependência, ou seja, de que somos inseparáveis. Para preservar nossas vidas, precisamos preservar as vidas dos demais seres. Tudo o que fizermos para o mundo vai produzir resultados sobre nós. Se agirmos de forma correta, obteremos resultados positivos; se agirmos de forma negativa, vamos colher resultados negativos”, esclarece. O tema felicidade também é levado em conta pelo grupo que gerencia o Instituto. Embora reconheçam que é vantajoso estudar para futuramente conseguir um bom emprego, uma boa colocação, não acreditam que isso seja a única solução para a vida. “Considerar a geração de renda como um objetivo em si é um engano. Isso apenas mantém o processo atual que nos coloca na dependência das situações externas e não nos traz felicidade”, afirma Juca. Para gerar ações que realmente transformem o mundo em que vivemos, o Instituto inclui a cultura de paz no contato que mantém com comunidades, escolas e empresas. Dessa forma, detectam sonhos ou aspirações que podem ser favoráveis a todos, apoiam as lideranças já presentes e melhoram suas relações. “A educação em cultura de paz pode nos trazer o equilíbrio dentro do contexto em que vivemos, ajudando-nos a perceber mais profundamente as realidades e liberdades presentes nos diversos papéis que temos no mundo.” Na cultura de paz busca-se despertar e focar qualidades positivas naturalmente presentes em cada ser humano, para que seja possível estabelecer melhores relações consigo mesmo, com o outro, com a sociedade e com a biosfera. As ações transformadoras almejadas pelo Instituto estão em prática com a Escola Infantil Caminho do Meio, o Centro de Desenvolvimento Infantil Jardim do Castelo (CEDIN), o apoio ao Nascem e à Casa da Sopa na comunidade do Jardim Castelo (Viamão), a Série Diálogos – cursos e seminários que formam facilitadores em cultura de paz – e a produção e sistematização de conhecimento sobre o tema. Agosto | Setembro 2013

Juca: “Tudo o que fizermos para o mundo vai produzir resultados sobre nós” Estilo Damha | 97


FaçaoBem Escola Caminho do Meio

CEDIN: concretização de um sonho antigo da Comunidade Jardim do Castelo (Viamão, RS)

Aprender a ser A Escola Infantil Caminho do Meio está localizada numa área de 12 hectares, em meio a muitas árvores, pássaros, frutas e borboletas. Lá também há parques infantis, hortas e composteira, e as refeições são preferencialmente vegetarianas. Na escola é utilizada a “pedagogia das cinco sabedorias”, na qual, de acordo com Juca, os alunos aprendem a conviver com equilíbrio, respeito e amor. Os conteúdos tradicionais do currículo são ensinados a partir de uma série de práticas, como brincadeiras livres, roda de acolhimento, hora do conto, psicomotricidade, ioga infantil, culinária e agroecologia. “Buscamos realizar os jogos e brincadeiras dentro daquela sabedoria específica e aquilo vai tomando conta do espaço. Os pais nos dizem o que aconteceu em casa e com isso vamos nos fortalecendo”, explica. Os estudantes são divididos normalmente em grupos distintos, separados de acordo com a faixa etária, para a realização de atividades específicas a cada idade. No entanto, para trabalhar especialmente o respeito aos demais, as crianças se reúnem em momentos coletivos, diariamente, para aulas de culinária, de circo ou até mesmo para a tradicional aula de educação física. A escola conta com 40 alunos de primeira infância e atualmente está em expansão para atender também a estudantes do primeiro, segundo e terceiro ano do ensino fundamental. Seu funcionamento só é possível graças a doações vindas de todo o país. Já o CEDIN foi a concretização de um dos sonhos mais antigos da Comunidade Jardim do Castelo, também em Viamão (RS): o de criar um Centro de Desenvolvimento Infantil comunitário que possa atender a 150 crianças, de zero a seis anos, em um espaço onde recebam cuidados, atividades pedagógicas específicas e alimentação de acordo com sua faixa etária. O projeto do CEDIN foi elaborado pelo Instituto em con98 | Estilo Damha

junto com a comunidade e busca, como na Escola Caminho do Meio, uma educação voltada à ação consciente e vitoriosa no mundo, em que a criança aprenda a conhecer, a fazer, a conviver e a ser. Também aqui, busca-se dar à criança um espaço para que seu crescimento seja saudável e criativo, em que possa desenvolver suas potencialidades, ser cuidada e manter um relacionamento positivo consigo mesma e com tudo o que a rodeia. “Priorizamos o despertar dos sonhos e oferecemos possibilidades para sua realização, também enfatizamos os direitos da criança, a cooperação, a participação ativa... E o eixo propulsor de tudo isso é a cultura de paz”, conclui Juca. ▪

Formas de Contribuir Muitas pessoas contribuem com o Instituto diretamente com trabalho e ideias, mas contribuições financeiras regulares são o que têm mantido os projetos. Depósitos em conta podem ser feitos no Banco do Brasil: Agência 628-9, conta: 39616-8, Centro de Estudos Budistas, CNPJ 94.958.949/0001-42 Informe sua doação para mandalaescola@caminhodomeio.org.br. Quem preferir doar pelo PagSeguro, basta acessar o site www.mandalaescola.org Agosto | Setembro 2013


FaรงaoBem Escola Caminho do Meio

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Aconteceu Eventos dos residenciais

ADALBERTO SANTOS APRESENTA PALESTRA EM UBERABA (MG) E PRESIDENTE PRUDENTE (SP)

O

s moradores do Residencial Damha II, em Uberaba (MG), receberam no dia 19 de junho o consultor de segurança condominial Adalberto Santos, que também esteve no Damha III Presidente Prudente (SP) em 27 de julho, para uma palestra com o tema “O risco que vem de dentro”. No evento, foram tratados os seguintes temas: quais as situações que colocam o dia a dia dos proprietários em risco e como viver em uma sociedade segura, assim como procedimentos importantes para garantir a qualidade de vida dos moradores e seus familiares.

Foto: Arquivo

ASSEMBLEIA DE ENTREGA DO

Foto: Arquivo

VILLAGE II ARARAQUARA (SP)

N 100 | Estilo Damha

o dia 20 de junho foi realizada a assembleia de entrega do empreendimento Village Damha II, em Araraquara (SP). Com isso, a Damha Urbanizadora transferiu para a Associação de Moradores a gestão administrativa do residencial. O evento serviu para eleger os membros da Associação e contou com a participação dos proprietários dos lotes. Agosto | Setembro 2013


Aconteceu Eventos dos residenciais

VILLAGE DAMHA I SÃO CARLOS (SP)

ORGANIZA COLÔNIA DE FÉRIAS

Fotos: Silvia Badino

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urante o período de férias foi organizado, no Village I Damha São Carlos (SP), um programa de colônia de férias para as crianças e adolescentes. Foi contratada equipe especializada e os participantes realizaram diversas atividades. A iniciativa foi das próprias famílias das crianças.

Crianças se divertiram com as atividades

5 FESTA JUNINA REÚNE MORADORES EM a

SÃO CARLOS (SP)

a ocasião, com direito a bandeirinhas, flores e uma lindíssima fogueira de papel celofane. Foram montadas barraquinhas na rua, cheias de delícias tradicionais da época. Os visitantes puderam se divertir ao som de muita música e curtir uma belíssima queima de fogos. ▪ Fotos: Olga Ferrarin

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frio não intimidou os moradores do Village Damha I São Carlos (SP), que se reuniram para aproveitar comidas típicas, música, dança e diversão durante a 5ª Festa Junina do residencial. O centro de convivência foi decorado especialmente para

da Agosto | Decoração Setembro 2013

festa e ao lado, Sílvia (com Sofia no colo), Valéria, Karina, Tamara e Michela

Estilo Damha | 101


PerfilMorador Alex Mamed Jordテ」o

ALEX MAMED JORDテグ Texto: Patrテュcia Volpe Fotos: Arquivo

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Tendo os videogames como hobby, em 2013 este morador do Damha entrou para o Rank Brasil como O Maior Colecionador de Videogames do Paテュs Agosto |

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PerfilMorador Alex Mamed Jordão

O HOMEM QUE RESOLVEU DAR UM ‘HADOUKEN’ NA VIDA E HOJE É

O MAIOR COLECIONADOR DE VIDEOGAMES DO BRASIL

O colecionador possui 300 consoles únicos

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oi aos 10 anos de idade que Alex Mamed Jordão teve seu primeiro contato com o mundo dos jogos. Em 1984, numa época em que as brincadeiras de crianças eram pega-pega, jogos de tabuleiro, gira pião e esconde-esconde, eis que o irmão de Alex volta de uma viagem ao Paraguai trazendo um Atari 2600 (1977), o sonho de consumo infantil. Foi a partir daí que Alex experimentou a sensação de ser transportado para um mundo cheio de fantasias, aventuras e ação. Ali descobriu que poderia ser, por alguns instantes, herói, lutador, guerreiro medieval e craque do futebol. Tudo no mundo virtual e de sua imaginação. Alex tinha 15 anos quando ganhou do pai o primeiro videogame. Pronto! Não precisaria mais jogar no Atari Agosto | Setembro 2013

do irmão, agora tinha um só para ele: o Master System (1986). “O Master System foi outra revolução, pois veio com mais cores e formas. Agora, sim, conseguíamos ver realmente os personagens! Master System é o meu preferido até hoje”, diz Alex. Master System, para a época, era sensação! Uma evolução em tecnologia, cores e jogabilidade. Era acompanhado de uma pistola de tiro e óculos 3D. Calma! Óculos 3D em meados de 1987? É, o Master System tinha (mas se era mesmo 3D, só jogando para saber). Aos 18 anos, Alex resolveu abrir uma pequena locadora de videogames, a Galpão Games. Com quatro televisores e quatro videogames, a Galpão Games foi montada dentro da chácara de sua mãe e, graças ao sucesso, em dois meses Alex já ampliava os negócios. Estilo Damha | 103


PerfilMorador Alex Mamed Jordão Porém, a diversão não durou muito. Três anos depois, no início da década de 1990, surgiram as Lan Houses, que o fizeram fechar sua modesta locadora de videogames. Mas foi aí que Alex teve a sacada, digna de um jogador da vida, e decidiu passar essa fase ganhando todos os bônus possíveis: “Com várias TVs e videogames iguais, vou trocar cada item por videogames diferentes!”, decidiu Alex. E, quando menos esperava, já era dono de uma pequena estante com vários consoles (nome dado para plataformas físicas de videogame). A partir daí, toda data especial, como Natal, aniversário e até Páscoa, Alex pedia de presente ou comprava mais videogames. Logo após sua primeira entrevista para a televisão, Alex ficou muito conhecido em sua região e muitas pessoas começaram a procurá-lo para doar e trocar videogames, aumentando cada vez mais sua coleção.

Seu objetivo é o de abrir um museu para todos conhecerem a evolução e a história dos videogames Hoje, aos 39 anos, Alex Mamed Jordão é morador do Damha III em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, e empresário no ramo de Casas Lotéricas, Combustíveis e Avicultor. E levando os videogames como hobby, em 2013 entrou para o Rank Brasil como “O Maior Colecionador de Videogames do País”, graças a seus 300 consoles únicos. “Fiquei muito feliz, pois respondeu à dúvida de se eu era ou não um grande colecionador. Agora sim posso tentar fazer o meu tão sonhado museu”, diz. Seu objetivo não é apenas ser o maior colecionador de videogames do mundo, mas, sim, o de um dia abrir um museu para todos verem de perto a evolução e a história dos videogames. “Os benefícios também não podem ser esquecidos, como inteligência e raciocínio rápido. In104 | Estilo Damha

clusive, vários jogos estão sendo usados em clínicas de fisioterapia graças às suas tecnologias e mobilidades”, completa o colecionador. Hoje, por intermédio da coleção de Alex, você já pode embarcar em uma viagem no tempo, começando pelo Magnavox Odyssey (1972), o primeiro videogame do mundo, passando por Pongsne e chegando aos mais atuais, como Playstation 3 (2006) e Xbox 360 (2005). Os itens mais raros da coleção são o Adventure Vision (1982) e o Megaduck (1993). No momento, sua coleção só pode ser vista em exposições para as quais o paulista é convidado, mas, quando se fala em preços, Alex se apressa em afirmar: “Não tem como um pai colocar um valor em um filho. Não tem preço!”. ▪ Agosto | Setembro 2013


ViagemdoLeitor

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Brotas (SP)

VIAGEM DO LEITOR

Nesta nova seção, publicaremos dicas e roteiros de viagens dos leitores da Revista Estilo Damha. Começamos pelo passeio da editora, Daniele Globo. A próxima dica pode ser a sua. Fale conosco: estilodamha@estilodamha.com.br

BROTAS (SP)

Fotos: Divulgação

EM QUALQUER TEMPO Quem?

DANIELE GLOBO O que faz? Editora Estilo Damha Coordenadora de Comunicação

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ViagemdoLeitor Brotas (SP) Fotos: Divulgação

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ue Brotas (SP) é uma cidade de turismo de aventura, esportes radicais e muito contato com a natureza todo mundo já sabe – fato comprovado pelo grande número de turistas que a visitam, principalmente nos meses quentes de primavera e verão. Mas sair de São Paulo em uma sexta-feira chuvosa e fria de inverno, tendo Brotas como destino, parecia, no mínimo, estranho. Ledo engano, a cidade é surpreendente sob qualquer tempo e para qualquer pessoa. Decidimos, minha irmã e eu, que não faríamos os famosos esportes radicais da região, como rafting, boia-cross, arborismo, tirolesa e rapel. Queríamos mesmo era descansar. E a cidade nos surpreendeu, mostrou ter também uma veia turística para recarregar qualquer bateria anti-stress. Assim que chegamos à cidade fomos para a Pousada Frangipani (1) – escolhida, entre as muitas opções que a cidade oferece, pelo charme de suas instalações, bom gosto na decoração e muito conforto. Rodeada de frangipanis, árvores com flor de aroma agradável muito comum na Indonésia, se diferencia das demais da região por fugir do estilo rústico, oferecendo aos hóspedes conforto e aconchego em meio à zona rural. Tanto que na primeira noite preferimos ficar na pousada curtindo a confortável suíte com hidromassagem (2), instalada em um deck com vista para um charmoso jardim de inverno privativo. No sábado de manhã fomos conhecer algumas cachoeiras “leves”, pois não exigem muito condicionamento físico nem longas caminhadas para se contemplarem belos lugares. A primeira foi na Fazenda Cassorova. Uma bela trilha corta o Vale do Cassorova até a Cachoeira dos Quatis, de 42 m. Uma pausa para descanso na piscina natural da fazenda e depois uma pequena caminhada até a Cachoeira Cassorova (4), de 45 m. Mas queríamos aproveitar outros lugares, por isso fomos até o Recanto das Cachoeiras, bem próximo a Cassorova. No Recanto há duas cachoeiras: a Cachoeira do Santo Antonio (15 m), que é bem pertinho e de fácil acesso, e a Cachoeira de Roseira, de 55 m de altura. No período da tarde, fomos à Areia que Canta (5) – visita obrigatória –, uma fazenda com nascente de águas no meio da mata nativa, que forma uma piscina natural de 10 m de diâmetro. A água brota da terra, em meio a uma areia muito branca 100% quartz. Graças à forma arredondada das partículas de quartzo, quando estas entram em atrito produzem um som característico, por isso o nome Areia que Canta.

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Agosto | Rota das cachoeiras

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ViagemdoLeitor Brotas (SP)

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Como “todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite”, se o que você procura é comer em um lugar charmoso precisa conhecer o Bistrô Zen (3), na Água Branca, dos mesmos proprietários da pousada. Com cardápio elegante (da chef Mônica Albercon)i, e carta de vinho elaborada especialmente para harmonizar com os pratos, o lugar também encanta pela paisagem e pelo som da cachoeira do ladinho. O domingo amanheceu lindo e aproveitamos para almoçar em um restaurante que também vale como passeio: Vila Del Capo (6), que contempla orquidário, restaurante e antiquário. Claro que final de semana turístico que se preze termina com compras de produtos típicos e lembrancinhas para os amigos. Dica? Passe na Casa da Cachaça e o Armazém da Roça, com muitas opções em cachaças artesanais, cachaças temperadas, licores, doces, produtos orgânicos e condimentos de fabricação própria. ▪ Brotas é sempre uma boa pedida, faça chuva ou faça sol!

Fotos: Divulgação

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OUTRAS DICAS & ENDEREÇOS RECANTO DAS CACHOEIRAS: Estrada Municipal BRO 040, (14) 3653-4227 www.recantodascachoeirasbrotas.com.br FAZENDA CASSOROVA: (14) 3653-5638 www.cachoeiracassorova.com.br FAZENDA PRIMAVERA: SP 225, km 144. Destaca-se pelas porções de carnes pouco comuns, como rã e jacaré. BROTAS BAR: Av. Mário Pinotti, 267, (14) 3653-9930 www.brotasbar.com.br Dê uma chegada ao Museu Bozo D’Água, com teto ondulado e uma mesa em formato de bote de rafting. RESTAURANTE MALAGUETA: Av. Mário Pinotti, 243, (14) 3653-5491 www.restaurantemalaguetacom.br Experimente: risoto de funghi e ravióli de mussarela de búfala com molho de manjericão. VILA DEL CAPO: Rod. João Dorigon, km 7,5, (14) 3653-6160 www.viladelcapo.com.br Agosto | Setembro 2013

CASA DA CACHAÇA: Av. Padre Barnabé Giron, 221, (14) 3653-2273 www.casadacachacabrotas.com.br ARMAZÉM DA ROÇA Avenida Mário Pinoti, 132, (14) 3653.2359 QUADRI COMPANY R: Cubatão, 161, (14) 3653 2235 www.quadricompany.com.br Quem deseja muito mais do que uma aventura, precisa pilotar um quadriciclo em total contato com a natureza. HOTEL FAZENDA AREIA QUE CANTA: Rod. Engenheiro Paulo Nilo Romano, km 124, (14) 3653-1382 www.areiaquecanta.com.br Também é possível almoçar e jantar, de quinta a sábado. A comida é de fazenda feita em fogão à lenha. POUSADA FRANGIPANI: Estrada Municipal BRO 040, km 8 (14) 3654-3529/3654-3569 www.frangipani.com.br Estilo Damha | 107


Negócios Energia

UMA LUZ QUE BRILHA Com a comercializadora D’Energy, grupo Encalso Damha estreia com solidez no mercado energético Texto: Thatiana Miloso Fotos: Divulgação

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os últimos anos, o Brasil vivenciou um crescimento econômico que atraiu os olhares do mundo. O aumento do consumo, aliado ao aquecimento da atividade industrial e de um fluxo maciço de investimentos estrangeiros, provocou um boom sem precedentes na demanda por energia elétrica. E a utilização dessa força motriz tão essencial à vida moderna só tende a crescer. Segundo estudo do Ministério de Minas e Energia, eventos como a Copa do Mundo e a Olimpíada ajudarão ainda mais a elevar a taxa média de crescimento para o consumo de eletricidade: a estimativa é de que, até 2023, esse incremento seja de 4,9% ao ano, num cenário em que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deverá crescer a um ritmo de 4,7%. Atento aos desdobramentos da economia nacional, o grupo Encalso Damha – com presença já consolidada nos segmentos de Agronegócios, Empreendimentos Imobiliários e Concessão de Rodovias – decidiu apostar no setor energético para a expansão de suas ativi108 | Estilo Damha

dades. Em 2011, uma parceria com Chesf e a Voltalia viabilizou o investimento em quatro parques eólicos que estão sendo instalados no Rio Grande do Norte. Além desse novo empreendimento, a holding também criou, em abril de 2013, a D’Energy, comercializadora de energia que chega ao mercado com o compromisso de manter a mesma qualidade que fez do grupo Encalso referência em suas áreas de atuação – e com a proposta de ser um trading independente da geradora. A gerente comercial da D’Energy, Leilane Sabatini, explica que a empresa atua no chamado Mercado Livre, ambiente de negociação no qual consumidores “livres” podem comprar energia alternativamente ao suprimento da concessionária local, negociando preços e prazos diretamente com a comercializadora. “A D’Energy não se restringe apenas à energia eólica. Também negociamos energia proveniente de fontes hidráulicas, térmica e biomassa. Nosso foco é trabalhar com grandes indústrias que tenham uma demanda contratada mínima de 500 quilowatts (kW)”, conta Leilane. Agosto | Setembro 2013


Energia D’Energy

Benefícios Para ela, o principal benefício proporcionado pela D’Energy está na possibilidade de customização dos contratos. O cliente que opta por comprar energia no Mercado Livre tem a oportunidade de negociar preços e prazos, além de não precisar se preocupar com a gestão do consumo energético. “A customização traz, diretamente, redução de custos para o cliente. Com isso, conferimos a eles uma otimização de ganhos e processos”, avalia a gerente comercial. Recém-chegada ao mercado, mas com o respaldo de um grupo sólido financeiramente, a D’Energy já trilha uma trajetória de sucesso. Em apenas quatro meses de operação, a comercializadora já conquistou contratos de médio e longo prazos que envolvem a contratação de mais de 40 mil megawatts-hora (MWh). Prova concreta de que uma nova luz brilha no setor energético brasileiro. ▪

Benefícios da D’Energy Liberdade na negociação ▪diretamente com a comercializadora de energia. Possibilidade de adequação da compra de energia ao processo produtivo. Previsão orçamentária. Gerenciamento da energia elétrica como “matéria-prima”. Preços mais competitivos.

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Cerca de 70% da energia elétrica consumida no Brasil é gerada pelas usinas hidroeléticas

O consumo de energia elétrica no Brasil

Fonte: D’Energy

D’Energy Mais informações: (11) 2171-8900 Agosto | Setembro 2013

* A capacidade instalada no Brasil dobrou sua participação na matriz desde 2011. A energia eólica é considerada biomassa. Fonte: Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Estilo Damha | 109


DicasDecoração Organizando o Closet

ORGANIZE SEU CLOSET COM DICAS SIMPLES E QUE FAZEM A DIFERENÇA A organização traz, além de conforto, maior qualidade de vida Texto: Marília Dominicci e Ana Lima Fotos: Tati Zanichelli

Q

uem nunca acordou atrasado para o trabalho, ou não perdeu tempo à procura de uma roupa ou acessório e acabou saindo de casa sem o look desejado? Ou, então, outra situação: ter a frequente sensação de que você compra, compra, compra e nunca tem nada apropriado para vestir, quando, na verdade, o guarda-roupa está completamente cheio – e desorganizado? Na maioria das vezes, o que mais incomoda é procurar e não encontrar. Esse tipo de aborrecimento, logo no começo do dia, faz com que as coisas comecem a não fluir bem mesmo antes de sair de casa. A bagunça, de modo geral, afeta a clareza mental. Isso é fato. Quando isso se reflete no nosso lugar de repouso 110 | Estilo Damha

é pior ainda. O quarto e tudo aquilo que o compõe, inclusive o closet, devem refletir ordem e harmonia. Para trazer aconchego ao cômodo, abuse do uso de almofadas, cortinas e roupas de cama, isso o tornará acolhedor. Mas, para que dentro dele fluam somente boas energias, uma boa organização basta. Muitas pessoas têm problemas para se organizar por causa do volume de itens “estocados”. Roupas, sapatos e acessórios – entre outras coisas – se acumulam, na expectativa de um dia terem algum uso, e vão parar em uma prateleira de onde geralmente não saem. Isso só aumenta a desordem e ajuda a criar aquela falsa sensação de que nada serve. Agosto | Setembro 2013


DicasDecoração Organizando o Closet A primeira coisa a fazer é praticar o desapego. Observe cada peça que compõe seu armário e, ao se deparar com roupas que estão há muito tempo em desuso, desapegue-se. Se estiverem em bom estado, doe! Itens em piores condições são ótimos candidatos à doação para abrigos de animais. Cobertores, toalhas, almofadas e roupas mais velhas servem para aquecê-los, mesmo que estejam mais gastos. O que vale é ajudar a quem precisa. Depois de se desapegar, arrume cuidadosamente os itens, levando em consideração a função, frequência de uso e estação do ano. Muitas peças acabam esquecidas porque não estão bem posicionadas ou não foram

guardadas em condições de uso imediato. Procure lhes dar certo destaque, colocando-as à vista e ao alcance da mão. Isso certamente ajudará a compor um visual inteiramente renovado e muito mais variado. Note que a organização traz, além de conforto, maior qualidade de vida pela facilidade de encontrar tudo rapidamente. Cada coisa em seu devido lugar. Organize sua vida! Isso fará com que você ganhe tempo para momentos extremamente importantes, como estar com a família, por exemplo. Se você não tem tempo nem habilidade para organizar tudo sozinho, procure um profissional especializado e descubra as vantagens de uma consultoria personalizada! ▪

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Os cabides devem ser padronizados, isso fará grande diferença visual. PENDURAR: Todas as roupas de tecido plano, ou seja, que não esticam podem ser penduradas. NÃO PENDURAR: Roupas de tecido de elastano esticam e marcam ao serem colocadas em cabides. Tricô, crochê, lã e malha devem ser guardados dobrados. O couro é um tecido que quebra, então, guarde pendurado virado do lado avesso ou com uma capa de proteção. Lembre-se de que couro é pele e precisa respirar, por isso, coloque-o para tomar ar à sombra de vez em quando. CUIDADO: No inverno, as roupas costumam embolorar. Roupas íntimas ficam melhor organizadas em gavetas com divisórias ou colmeias. Guarde seus lenços em cabides e as echarpes em gavetas. As bolsas devem ser dispostas em prateleiras. Evite pendurá-las para não danificar as alças. Se não houver um espaço planejado para elas, lance mão de caixas e cestas para organizá-las. Faça uso de objetos organizadores. Além de ajudar na arrumação, eles compõem o ambiente. Cuidado ao escolher as capas protetoras. Suas roupas podem criar fungos por conta delas. Opte pelas capas de algodão com visores ou mesmo as de TNT. Use saquinhos de cravo, hortelã e alfazema. Eles perfumam e ajudam a espantar as traças. Giz e desumidificadores ajudam a manter seu armário seco e sem umidade.

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DicasDecoração Organizando o Closet

Fácil de visualizar, mais praticidade no dia a dia

ÚTIL: Ana Lima Consultora em Organização - São Carlos (SP) (16) 9795-2411 ou (16) 9784-4572 facebook.com/AnaLimaConsultoraEmOrganizacao

Ficha Técnica Projeto: Arq. Adriano Augusto Bosetti* (16) 3368-9160 Armários: Marcenaria São Nicolau* (16) 3116-6839 Roupas de cama: Casa & Aconchego* (16) 3371-7595 Objetos organizadores: Mil Maneiras* (16) 3413-3395 *Todos são de São Carlos (SP)

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DicasDecoração Organizando o Closet

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Cultura Rock in Rio

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Cultura Fotos: rockinrio.com

Rock in Rio

WELCOME

TO THE JUNGLE O maior festival de música do mundo é brasileiro

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Música Rock in Rio

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The unforgiven É fácil encontrar por aí alguém que critique o festival porque “no tempo dele o Rock in Rio não era contaminado por essas atrações que não têm nada a ver com rock”. A impressão que fica é a de que, pelos idos dos anos 80, qualquer desavisado que se aproximasse da Cidade do Rock sem ter o metal correndo nas veias pegaria fogo no melhor estilo dos efeitos pirotécnicos dos shows do Kiss. Felizmente – ou não – a coisa não é bem assim. Desde a primeira edição, em 1985, o RiR sempre teve um line up muito eclético, que já incluiu artistas como Ivan Lins, Elba Ramalho, New Kids On The Block, Alceu Valença, Katy Perry, Britney Spears, Ivete Sangalo e Cláudia Leite, entre outros.

Fotos: rockinrio.com

esde a primeira vez, lá se vão 30 anos e 12 edições realizadas. Mais de 6 milhões de pessoas já assistiram ao festival ao vivo, de pertinho. Outros sem número delas acompanharam pela televisão, uma vez que o evento recebe a cobertura de grandes canais. A ideia foi plantada na cidade do Rio de Janeiro e, apesar das raízes brasileiras, já deu frutos do outro lado do oceano, no Velho Mundo, com as edições do Rock in Rio Lisboa e Rock in Rio Madrid e, em 2014, vai invadir a casa dos nossos vizinhos argentinos na primeira edição do Rock in Rio Buenos Aires. Além da música, o RiR se destaca por ter sido um dos primeiros a abordar temas como sustentabilidade e responsabilidade socioambiental, realizando ações de conscientização e ajudando a melhorar a vida de milhares de pessoas.

O Rock in Rio 2013 acontecerá entre 13 e 22 de setembro, no Rio de Janeiro. Confira as atrações confirmadas em rockinrio.com

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Música Rock in Rio

Ideologia pra viver

We care a lot

Na 3ª edição do festival, cansados do tratamento que as bandas brasileiras recebiam, em comparação com as bandas internacionais, os músicos d’O Rappa, Skank, Jota Quest, Raimundos, Charlie Brown Júnior e Cidade Negra decidiram boicotar o Festival há 4 meses da apresentação. O protesto serviu para demonstrar o tamanho preconceito que havia com relação à música nacional – principalmente o rock. Ultraje a Rigor e Ira! não participaram da debandada, subiram juntos ao palco e “tiraram onda”, tocando um cover de “Should I Stay or Should I Go” (Eu Deveria ou Não Ficar?) do The Clash.

Em 2001, o Rock in Rio passou a representar algo mais que apenas um festival de música – de todo tipo – com o anúncio do projeto “Por um Mundo Melhor”. Desde então, parte da renda arrecadada passou a ser revertida para ações que buscam a melhoria da qualidade de vida de comunidades em todo o mundo. A primeira manifestação se deu por meio de um gesto simples, mas com um significado poderoso: um grande número de emissoras de rádio interrompeu completamente suas programações por três minutos. Estima-se que 98 milhões de pessoas participaram – voluntariamente ou não – do protesto. Além disso, foi o primeiro festival a reciclar 100% do lixo produzido e providenciar a compensação auditada de 100% das emissões de CO². O valor investido, até o momento, supera os 42 milhões de reais, e as ações incluem o plantio de 93 mil árvores e a construção de escolas, centros de estudos e salas sensoriais para crianças com necessidades especiais.

Born to be wild... e como! Esquisitices do Rock in Rio ▪ Ozzy Osbourne foi proibido – por contrato – de morder, mastigar ou comer qualquer animal vivo no palco. James Taylor – que estava passando por um infer▪no astral DAQUELES – só veio ao Brasil por obrigação contratual. Ao chegar, o carinho que recebeu dos fãs foi tamanho que, além de retomar sua carreira com força total, acabou gravando a música “Only a Dream in Rio” (Apenas um Sonho no Rio). Os músicos do Queen classificaram sua apresentação no Rock in Rio I como uma das cinco melhores da história da banda. A gravação de “Love of My Life” no Brasil é considerada a mais bela já feita. Prince exigiu 700 toalhas brancas em seu camarim – pra quê, ninguém sabe. A produção entrou em alvoroço, visitando todos os hotéis da região para pedir toalhas emprestadas. Conseguiram 300... só. O sino de uma tonelada e meia que fazia parte do cenário de palco do AC/DC teve de vir para o Brasil num navio e, ao chegar, descobriram que o palco não suportaria seu peso. Acabou substituído por uma réplica de gesso e uma gravação em playback das badaladas. Sandy e Júnior detêm o recorde de artistas mais novos a participar do festival. Ela, com 17 e ele, com 16. O baixista do Queens of the Stone Age, com calor, decidiu que seria uma boa ideia se apresentar pelado – isso aí, nu com a mão no bolso. Ele se defendeu dizendo que, depois de ver o Carnaval no Brasil, achou que fosse normal.

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Música Rock in Rio

À tout le monde (inclusive Girls, Girls, Girls) Com a grande procura por ingressos, está cada vez mais difícil conseguir acrescentar a tag #EUVOU a uma frase afirmativa que inclua o Rock in Rio. Não se trata de preço. As entradas praticamente “evaporam” assim que são colocadas à venda. Isso tem consequências diretas no planejamento de quem #VAI, mesmo que apenas por um dia: Compre passagens de ônibus ou avião e reserve o hotel com antecedência. Chegue cedo. BEM cedo. Use sapatos confortáveis. Saltos são lindos, mas, de-

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Fotos: rockinrio.com

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pois de 30 minutos na Cidade do Rock, você estaria um lixo – e eles também. Carregar pouco peso não justifica não ter um agasalho à mão. Não carregue objetos de valor nos bolsos e deixe correntes, anéis e quaisquer itens que possam causar ferimentos em casa. Câmeras fotográficas e alimentos comercializáveis serão confiscados na entrada, assim como medicamentos sem receita.

Cidade do Rock: a mega estrutura deverá receber cerca de 150 mil pessoas/dia 118 | Estilo Damha

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Especial Mês dos Pais

PAI É O HOMEM COMUM QUE O AMOR TRANSFORMA EM AÇO Texto: Marília Dominicci Fotos: teamhoyt.com

“Pai, quando estamos correndo é como se minha deficiência desaparecesse” – Rick Hoyt

Rick e Dick, o “Team Hoyt”, inspiram milhares de pessoas ao redor do mundo

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primeira vez em que ouvi falar de Dick Hoyt foi pela televisão. Na tela, um triatleta nadava com todos os outros competidores ao seu redor. A diferença? Este tinha uma corda amarrada ao corpo e puxava, a cada braçada, um bote dentro do qual levava um rapaz sorridente. Pergunteime como aquilo era possível e qual seria a intenção dele. Na época eu não sabia que ele simplesmente não poderia ter feito nada diferente. Ali, dentro do bote, o homem carregava consigo a fonte de seus superpoderes. Hoyt se tornou um ícone mundial da luta pelos direitos dos deficientes. Seu esforço – juntamente com a esposa, Judy (falecida em 2010) – mudou leis, quebrou regras e, acima de tudo, provou que muito do que se dizia a respeito de pessoas com paralisia cerebral estava equivocado. Ele falou com exclusividade para a revista Estilo Damha, diretamente de sua casa em Holland (EUA), sobre sua trajetória de vida. Agosto | Setembro 2013

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Especial Mês dos Pais

Sobre meninos e vegetais “Eu observava enquanto ele se contorcia, sem emitir qualquer som. Por um milésimo de segundo me perguntei se estava pronto para aquilo. Comecei a pensar em minha própria infância, em como tinha me divertido e em todas as oportunidades que tive, apesar de crescer em uma família grande com um orçamento pequeno. Me dei conta de quanta sorte todos tivemos por ser tão saudáveis e ativos. Era exatamente esse tipo de vida que eu queria proporcionar para os meus filhos. (...) Quando os médicos nos deixaram a sós, depois de dar a notícia, Judy e eu choramos muito e então tivemos uma conver-

sa séria. Sabia que não seria fácil, mas aquele era meu menino, meu filho. Eu o amei desde o momento em que o vi e estava determinado a ser o melhor pai que pudesse. Não me importava se ele tinha uma deficiência.” Com essas palavras, Dick descreve em Devoção (Devoted), seu primeiro livro, seus momentos iniciais como pai, ao saber que uma complicação durante o parto causou a falta de oxigenação no cérebro de Rick e resultou em sequelas irreversíveis. A despeito do que disseram os médicos, Dick e Judy decidiram levar o menino para casa e criá-lo como um

A mensagem na cadeira de rodas diz: “É uma vida boa”. Pai e filho viajam o mundo para mostrar que impossível é um ponto de vista garoto normal, dando-lhe tanta qualidade de vida quanta fosse possível. Sentiam que era seu dever como pais se certificarem de que ele recebesse todas as oportunidades que todas as outras pessoas têm, e enquanto Rick crescia puderam notar sua personalidade inteligente, engraçada e curiosa. “Meus pais queriam acreditar que, eventualmente, eu melhoraria. Mesmo que no fundo soubessem que eu nunca seria perfeito, eles ao menos sonhavam com isso”, escreveu Rick em One Letter at a Time, sem tradução ainda para o português. “Até aquele momento eles não tinham 120 | Estilo Damha

um diagnóstico oficial de que o que eu tinha era paralisia cerebral, então passavam todos os dias torcendo para que, quando acordassem no dia seguinte, tudo estivesse bem. Dia após dia eles se decepcionavam. (…) Os médicos disseram que o melhor que meus pais poderiam fazer seria me internar em uma instituição e seguir em frente com as próprias vidas como se eu nunca tivesse existido. Eles disseram que eu nunca seria nada além de um vegetal. Meu pai e eu muitas vezes brincamos com isso e tentamos imaginar que tipo de vegetal me havia tornado.” Agosto | Setembro 2013


Especial Mês dos Pais

Largada da Maratona de Boston 2013

A máquina da esperança Rick teve uma infância tão ativa quanto a de qualquer garoto. Andava de trenó com o pai e os irmãos, nadava – adorava quando o jogavam na água e depois o ajudavam a sair da piscina para, logo em seguida, atirá-lo novamente dentro dela. Nas partidas de beisebol, era o juiz. No hóquei, o goleiro. Amarravam o taco à cadeira de rodas e usavam travesseiros para protegê-lo enquanto alguém manobrava a cadeira. As coisas começaram a mudar quando, em 1974, a família convenceu um grupo de engenheiros a desenvolver um dispositivo de comunicação para Rick. Rindo, Dick comenta que a família fez apostas em relação a quais seriam as primeiras palavras de Rick e ficaram surpresos quando, em vez dos tão esperados “Oi, pai” ou “Oi, mãe”, o garoto selecionou as palavras “Go, Bruins”, em referência ao Boston Bruins, time de hóquei que disputava a Stanley Cup na ocasião. “Foi a Máquina da Esperança que nos deu esperanças verdadeiras acerca do futuro do nosso filho”, diz Dick. “Pela primeira vez, começamos a imaginar que ele teria Agosto | Setembro 2013

uma vida completa, uma vida cheia de oportunidades que nunca pensamos que ele fosse ter, incluindo a oportunidade de frequentar a escola. Com o aparelho, pudemos provar que nosso menino é capaz de aprender e se comunicar, sendo assim, apesar de relutantes, tiveram de aceitá-lo na escola.” A luta dos Hoyt para conseguir que Rick pudesse estudar resultou em um projeto de lei garantindo o direito de inclusão para alunos deficientes em todas as matérias, inclusive educação física e atividades recreativas. A primeira corrida dos dois aconteceu a pedido de Rick. Aos 15 anos, ele soube que Jimmy Banacos, jogador do time de Lacrosse da Universidade Westfield, havia sofrido um acidente de carro que o deixaria paralítico e que uma corrida de caridade seria organizada para levantar fundos para suas despesas médicas. “Pai, tenho que fazer algo por ele. Quero que ele saiba que a vida continua, mesmo que tenha ficado paralítico. Quero participar dessa corrida”, foi a mensagem que Dick recebeu do filho. Era algo que ele não poderia negar. Estilo Damha | 121


Especial Mês dos Pais

Amor eterno: pai e filho são homenageados com estátua em tamanho natural “Eu tinha 40 anos e não era um atleta. Todo o equipamento que tínhamos era uma velha cadeira de rodas. Se tínhamos problemas para empurrar aquela coisa, imagine correr com aquilo! De qualquer forma, fomos para a corrida – um percurso de 8,5 km. Todos pensaram que iríamos até a esquina e depois deixaríamos pra lá, mas chegamos até o final. Não consegui caminhar por duas semanas depois daquilo, mas um professor fotografou o Rick enquanto cruzávamos a linha de chegada, e ele estava sorrindo de uma forma que nunca havíamos visto antes. Naquela noite, ele escreveu no computador: ‘Pai, quando estamos correndo é como se minha deficiência desaparecesse’. Foi uma mensagem muito poderosa para mim.” Naquele momento nasceu o fenômeno conhecido como Team Hoyt. Apaixonados pelo esporte, pai e filho já completaram mais de 1.100 provas de resistência, maratonas e triatlos – incluindo 6 Iron Man – e se tornaram inspiração para todos os que conhecem sua história. 122 | Estilo Damha

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Especial Mês dos Pais

Muito além do impossível Apesar de todas essas conquistas, Dick afirma que o ponto alto da vida dos dois não teve relação alguma com as competições. Em 1984, após terminar o ensino médio, Rick decidiu que teria um diploma universitário e foi aceito como aluno pela Universidade de Boston. Para estudar, precisou se mudar e viver há duas horas de distância de onde seus pais moravam, por conta própria, assessorado por uma equipe de profissionais médicos. “No dia em que levamos o Rick até a universidade é que nos demos conta do quão distantes estaríamos dele. Sequer conhecíamos as pessoas que tomariam conta do Rick. Todo bom pai se sente triste quando percebe que seu filho não precisa mais dele. Senti isso vinte vezes mais forte, mas, ao mesmo tempo, isso era muito mais do que eu poderia ter desejado algum dia para o meu filho.” Em 1993, aos 31 anos, Rick se tonou o primeiro quadriplégico não falante a se formar na UB e um dos primeiros alunos com seu tipo de deficiência a se graduar em qualquer universidade do mundo. “Ele se formou com média B, uma vitória incrível e maravilhosa que ele conquistou sozinho, sem receber favores ou tratamento especial. Eu não poderia ficar mais orgulhoso do que fiquei naquele dia. Foi, de longe, um dos melhores da minha vida”, Dick

se emociona ao falar sobre a formatura do filho. Mais de 30 anos depois daquela primeira corrida, Dick, 72 anos, e Rick, 51 anos, não têm planos para a aposentadoria e, desde 1996, quando receberam o prêmio “Heróis do Centenário”, durante a comemoração dos 100 anos da Maratona de Boston (que a dupla concluiu 31 vezes), o Team Hoyt, como gostam de ser chamados, acumula prêmios. Apenas nos últimos anos, foram eternizados em uma estátua de bronze em tamanho real em Hopkinton, passaram a integrar a lista dos 100 Homens Fisicamente Mais Capazes, na qual ocupam a 24ª (Dick) e a 25ª (Rick) posições, e receberam, em 17 de julho, o prêmio ESPY Jimmy V Perseverance, que é entregue a todos aqueles que, como a dupla de Massachussets, vivem segundo a crença de que nada é impossível. “Eu sei que vou fazer isso enquanto meu corpo aguentar ou até o dia em que o Rick decidir parar, mas não vejo isso acontecendo tão cedo. Nosso mote é: SIM, VOCÊ PODE. Nunca desista.” Dick afirma não gostar de ser mencionado como “exemplo de pai”. Para ele, o mínimo que um pai de verdade pode fazer é acreditar, até o último instante, que seus filhos são capazes de superar absolutamente todos os obstáculos. ▪

LEITURA INDISPENSÁVEL DEVOÇÃO – DICK HOYT Publicado no Brasil pela editora Novo Conceito, o livro conta a trajetória de vida de Dick e Rick. Belíssimo. RICK’S STORY – DICK HOYT Sem previsão para ser publicado no Brasil, é uma mensagem de incentivo a todas as pessoas com, ou sem, deficiências. ONE LETTER AT A TIME – RICK HOYT Também indisponível em português, o título conta a história de vida de Rick de acordo com o seu próprio ponto de vista.

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Lançamento Damha Mall

ESTAÇÃO DAMHA MALL EMBARQUE NESTA NOVIDADE

Foto: Arquivo

O bonde que recebe os visitantes do Estação Damha Mall é o mesmo que, por meio século, circulou pelas ruas de São Carlos. Foi ele a inspiração para o belíssimo projeto arquitetônico que promove uma viagem no tempo através do encanto retrô das estações ferroviárias do início do século XX 124 | Estilo Damha

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Lançamento Damha Mall

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pós ter circulado durante 50 anos pelas ruas de São Carlos (SP), o bonde compôs as memórias e cruzou a história de mais de uma geração de são-carlenses. Essa retomada ao passado é o que concede um clima ainda mais especial ao novo empreendimento da Damha Urbanizadora para a cidade de São Carlos: o Estação Damha Mall. “A Damha gostaria de construir um mall cuja arquitetura lembrasse as antigas estações ferroviárias. Pesquisamos várias estações do Brasil para termos uma referência para o trabalho. Elementos como adornos, molduras, mãos francesas metálicas elaboradas, edificações alongadas, grandes aberturas e varandas em toda a volta eram as características mais comuns às construções da época. Essas foram as características principais incorporadas ao projeto, construído com materiais contemporâneos, de forma a garantir a funcionalidade de que um centro comercial aberto necessita”, contam Ligia Cordova e Denise Gazeta, arquitetas responsáveis pelo belíssimo projeto. Inaugurado em 28 de junho deste ano, trata-se de um centro comercial moderno, com excelente infraestrutura

e paisagismo inovador. Uma releitura poética e contemporânea das antigas estações, onde é possível apreciar muito mais do que apenas as lojas. No Estação Damha Mall, o visitante é convidado a reviver parte da história da cidade de São Carlos por meio da figura restaurada do bonde, do mirante e das máquinas e equipamentos de beneficiamento de café, também restaurados, que compõem a decoração interna do prédio. São 2.870 m² de edificação, em um terreno de mais de 20.500 m², com playground e estacionamento, totalizando 22 estabelecimentos comerciais, entre eles pet shop, salão de beleza, farmácia, casa de presentes, agência de viagens, boutique de carnes, cafeteria e sorveteria, além de uma filial da bem-sucedida Oil & Vinegar, especialista em produtos de culinária gourmet, e do escritório regional da Damha Urbanizadora, destinados a atender de forma personalizada e mais próxima ao público crescente e diferenciado que conta com poucas opções de comércio e serviços qualificados para suprir suas demandas em um ambiente elegante, seguro e, definitivamente, único.

A valorização da história está presente em cada detalhe, como os equipamentos de beneficiamento de café, que fazem parte da decoração do Mall Agosto | Setembro 2013

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DamhaMall Embarque nessa novidade

Nosso ilustre anfitrião: o bonde Quando a CPE (Companhia Paulista de Estradas de Ferro) inaugurou as linhas de bondes de São Carlos, em 27 de dezembro de 1914, o primeiro vagão a funcionar era destinado à manutenção de vias e ao socorro de acidentes. Não era comum vê-lo rodar, mas, onde estivesse, era sinônimo de que ali havia problemas. As linhas dos bondes de São Carlos eram três. Todas se aproximavam do centro da cidade, permitindo baldeações, e encontravam-se na Estação Ferroviária da CPE de Ferro nos horários de chegada e partida dos trens de passageiros e de entrada e saída dos funcionários das fábricas da região. Para cruzar a linha férrea, os bondes são-carlenses realizavam uma manobra, talvez única no país, que consistia em parar a uma distância de cerca de 20 metros dos trilhos, ligar o bonde e “embalar”, para ganhar velocidade. O cobrador, então, desconectava o bonde do fio trolley – que fornecia eletricidade ao veículo –, e o bonde atravessava a linha do trem “na banguela”, para ser reconectado após a passagem. Os veículos eram tão importantes que, no Carnaval, o corso era acompanhado pelo “Bonde da Alegria”, que levava os foliões menos dispostos a enfrentar a caminhada. Muitos jovens se divertiam colocando pedaços de sabão ou bananas maduras nos trilhos das subidas, para que os vagões patinassem e ficassem “encalhados”. O carro que hoje está em exibição no Estação Damha Mall é o “3”, comprado inicialmente por Seo Nicola, responsável pela recuperação de outro bonde na cidade – atualmente em exibição na chamada Praça do Bonde no centro de São Carlos – e que o adquiriu desmontado, por um valor que seria equivalente a R$ 200,00 hoje. Depois de restaurá-lo, Seo Nicola o vendeu para o proprietário de um pesqueiro na região, que o manteve sem nenhum cuidado até 2006, quando foi integrado ao acervo do Grupo Encalso Damha. Reformado e restaurado, recebeu local de destaque no espaço “Estação Damha”, onde está em exposição desde setembro de 2009. Apenas dois dos oito bondes motorizados que operaram na cidade foram preservados. Visite o bonde e embarque com a Damha nesta viagem histórica. ▪ 126 | Estilo Damha

Foto: Divulgação

Dr. Anwar Damha utilizava o bonde em sua infância. Quando teve oportunidade, o fundador do Grupo Encalso Damha comprou o bonde e providenciou para que fosse restaurado e colocado em exibição

Foto: Acervo Antonio Carlos Lopes da Silva

O bonde passava pela Praça Coronel Sales, na Av. São Carlos

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DamhaMall Embarque nessa novidade

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A ATRAÇÃO IRRESISTÍVEL DAS CURVAS

A área de lazer é o coração da casa. Graças aos grandes vãos de janela, esta área também serve de cenário para casa, pois pode ser vista de todos os ambientes projetados, inclusive no andar superior. Além do espaço gourmet, com bancada de refeições, fogão, churrasqueira e forno de pizza, a área de lazer possui uma bela piscina orgânica com bar aquático, spa com hidromassagem, pergolado com cascata e ducha com design exclusivo, assinado pelo arquiteto. 128 | EstiloTudo Damhaestá integrado pela mesma varanda.

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Uma casa em estilo neoclássico puro, repleta de colunas, frontões, entablamentos, cuja decoração acompanha a mesma tendência. A fachada ganhou curvas breves e se transformou em cartão de visita para as inúmeras surpresas que o interior reserva Agosto | Setembro 2013

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Arquitetura Curvas

o um nea, é um diferencial. Ela funciona com A decoração, totalmente contemporâ s Iara riore inte de r igne e foi o grande desafio da des contraponto ao estilo da arquitetura uma te: den reen surp foi o desses estilos. O resultado Kílaris, que auxiliou na harmonizaçã l iona a e func residência bela, confortável, integrad

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Arquitetura Curvas

ima à bancada de A ilha de cocção de alimentos, próx permite que o refeições, foi um pedido especial, pois dos “chef” não fique isolado dos convida

ABAIXO AS PAREDES! Construída em dois pavimentos, a residência atende às necessidades de um casal de empresários e seus dois filhos. A família de Campinas, de vida social intensa, desejava uma casa completamente integrada, onde todos pudessem ficar próximos, mesmo que não estivessem no mesmo ambiente. Living, sala de jantar, cozinha e área de lazer estão interligados no pavimento térreo. A cozinha, projetada de forma funcional, favorece o convívio familiar.

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Arquitetura Curvas

item Tijolos de vidro e vãos abertos perm ma rece aproveitar a iluminação natural e favo mo agis manutenção dos projetos de pais orcionar interno. A jabuticabeira, além de prop sombra, dá frutos duas vezes ao ano

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Arquitetura Curvas

Palmeiras, buxinhos e vasos com rno. bromélias compõem o paisagismo exte ição O muro foi aproveitado para a compos ta dos da horta, e o toque final fica por con belos xaxins com folhagens

Texto: Marília Dominicci Fotos: Arquivo Projeto: Aquiles Níkolas Kílaris Decoração: Iara Kílaris

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ÚTIL: AQUILES NÍCOLAS KÍLARIS Arquiteto Rua Comendador Torlogo Dauntre, 133 Campinas (SP) (19) 3462-3674 (19) 3406-7173 www.arquitetoaquiles.com.br Estilo Damha | 133


VaralCultural O que vem por aí

LER, VER e OUVIR Dicas de quem faz parte do dia a dia da Damha.

SETE ANOS NO TIBET

O SEGREDO DOS SEUS OLHOS

O Segredo dos Seus Olhos (2009, Argentina) arrematou a estatueta de Melhor Filme Estrangeiro, em 2010. O nome dado ao filme de Juan José Campanella diz muito sobre a história protagonizada pelo argentino Ricardo Darín. Logo nos primeiros minutos da obra, percebe-se a razão da escolha do título, mas, mesmo assim, o drama romântico-policial traz muitas surpresas. O passado em perfeita conexão com o presente, a paixão sufocada pelo tempo, a reflexão sobre ética e moral, junto a uma técnica impecável e uma fotografia misteriosa, tornam o filme especial. Vale muito a pena assistir.

Fotos Divulgação

Gabriel Rodrigues Fioroto Assistente de Marketing

GABRIELA MONTEIRO IMPROVISA NO RIO DE JANEIRO

Foto midiarama / divulgação

Em Sete Anos no Tibet, Heinrich Harrer reconta sua aventura ao ser um dos primeiros europeus a adentrar o Tibete. O autor relembra seus anos como prisioneiro de guerra, sua fuga para os Himalaias, até seu estabelecimento em Lhasa ao se tornar professor da figura máxima do Tibete, o Dalai Lama. Um livro que nos apresenta a mística cultura do Tibete, com seus costumes e crenças únicos.

Fernanda Toledo de Oliveira Gerente de Relacionamento com o Cliente

JOVENS EM CANÇÃO VÁRIOS INTÉRPRETES

Este CD traz todos os hinos das Jornadas Mundiais da Juventude realizadas no mundo até hoje. Este ano a JMJ foi sediada no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, com a presença do Papa Francisco, tornando a dica muito atual. As músicas deste CD, além de nos deixar lindas mensagens de amor e de paz, faz-nos sentir um pouquinho mais perto do céu. Patrícia Martins B. Silva Assistente Jurídico 134 | Estilo Damha

Considerada uma artista visionária, Gabriela Monteiro tem conquistado o público de todo o mundo com seu estilo peculiar. A artista, natural de Caracas, improvisa melodias – inclusive com sugestões da plateia – durante suas apresentações. Sua arte vem sendo aclamada em apresentações com as principais orquestras dos Estados Unidos e Europa. Sua apresentação será no dia 23 de setembro, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

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VaralCultural O que vem por aí

JOSS STONE CANTA A ALMA EM SALVADOR

Fotos: Vert / Clay Patrick McBride / Warner Music

Foto Warner Music / divulgação

A belíssima e talentosa inglesa Joss Stone volta ao Brasil em 31 de agosto como destaque da edição baiana do Circuito Banco do Brasil. Seu último lançamento, The Soul Sessions – vol. 2, vendeu mais de 116 mil cópias até o momento. Dividirão o palco com a musa: Carlinhos Brown, Monobloco, Preta Gil (com participação de Jau), Jota Quest, Skank e os DJs Taboo (Black Eyed Peas) e Ask 2 Quit. O festival receberá, ainda este ano, atrações como Jason Mraz e Red Hot Chilli Peppers em outras capitais do país.

AVENGED SEVENFOLD: HAIL TO THE KING Os músicos californianos do Avenged Sevenfold anunciam o lançamento do aguardado álbum Hail to the King, sétimo de sua carreira e segundo depois do falecimento do baterista Jimmy “The Rev” Sullivan. Seu predecessor, Nightmare, marcou a carreira da banda ao conquistar a primeira posição na Billboard. O A7X, como é conhecido, está escalado como destaque para se apresentar em 22 de setembro no Rock in Rio.

A GRAÇA DA COISA Martha Medeiros

Mais um maravilhoso lançamento da gaúcha Martha Medeiros, A Graça da Coisa vem todo permeado pelo inusitado ponto de vista da escritora acerca da vida. Para Martha Medeiros, a grande questão é se desapegar daquilo que é desnecessário, que nos faz mal, que nos atrasa, e enxergar a graça da coisa. A autora fala cara a cara com o leitor, mostrando que não estamos sozinhos em nossas neuroses diárias. Agosto | Setembro 2013

O CLUBE DO LIVRO DO FIM DA VIDA Will Schwalbe

“O que você está lendo?” Esta é a pergunta que Will Schwalbe faz para a mãe, Mary Anne, na sala de espera do instituto do câncer Memorial Sloan-Kettering. Toda semana, durante dois anos, Will acompanha a mãe às sessões de quimioterapia. Nesses encontros, conversam um pouco sobre tudo: a vida e os livros que estão lendo. Will e Mary Anne terão conversas tanto abrangentes quanto extremamente pessoais, estimuladas por um conjunto eclético de livros e uma paixão compartilhada pela leitura. Estilo Damha | 135


VaralCultural O que vem por aí

Consagrado em todo o mundo como o mal humorado “House”, na série de mesmo nome, Hugh Laurie é, além de um ator talentoso, um músico muito versátil. Autodidata, toca guitarra, bateria, piano e saxofone e já mostrou suas habilidades no Saturday Night Live, no grupo Band from TV e na faixa “If I can’t have you”, do álbum Hang Cool Teddy Bear, da banda Meat Loaf. Sob o selo Warner Music lançou os álbuns Let Them Talk e, em 12 de julho, Didn’t it Rain. Vale a pena conferir

THOR: O MUNDO SOMBRIO Aventura Depois dos acontecimentos de Thor e Os Vingadores, Thor luta para restaurar o equilíbrio em todo o cosmo, mas uma raça antiga liderada pelo vingativo Malekith retorna para mergulhar novamente o universo em escuridão. Diante de um rival que nem Odin, nem qualquer asgardiano pode enfrentar, Thor embarca em sua jornada mais perigosa e pessoal até agora, que o reunirá com Jane Foster e o forçará a sacrificar tudo para proteger a todos nós.

Fotos: Divulgação

HUGH LAURIE: DIDN’T IT RAIN

FLORES RARAS Drama

O filme narra o romance entre a brasileira Lota de Macedo Soares, idealizadora do Parque do Flamengo, e a americana Elizabeth Bishop, considerada uma das maiores poetisas da língua inglesa. Traz à tona a questão da homossexualidade em uma época em que o preconceito era ainda maior que nos dias de hoje.

MOZART E VERDI ENCANTAM NO TEATRO A programação do Teatro Municipal de São Paulo nos meses de agosto e setembro será especialíssima. Aida, ópera em quatro atos de Giuseppe Verdi, será apresentada durante todo o mês dos pais e conta a história trágica de um amor proibido em meio ao cenário misterioso do Antigo Egito. Setembro dará lugar a Don Giovanni, ópera em dois atos de Wolfgang Amadeus Mozart e que é considerada uma das maiores obras de arte do estilo. ▪ 136 | Estilo Damha

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ColunaModa Juliana Cordeiro

Foto: Divulgação

AUTOIMAGEM: VOCÊ ESTÁ DE BEM COM A SUA? As roupas que vestimos podem fazer milagres por nossa autoestima e servir de inspiração para quem nos vê

Q

uando você se olha no espelho, o que você vê? Quando se descreve para os outros, como você fala de si mesma? Será que a imagem que retrata é fiel ao que você de fato é? Uma recente campanha publicitária de uma marca de cosméticos, com o slogan “você é mais bonita do que pensa”, mostrou, por meio de retrato falado, a diferença entre o que vemos e descrevemos de nós mesmos (a nossa autoimagem) e o que os outros veem. Eles colocavam homens e mulheres em contato por certo tempo e pediam para que uma dessas mulheres se descrevesse e outra pessoa que teve contato com ela também a descrevesse. O resultado era sempre muito diferente e bastante impactante. As mulheres, ao se olharem em retratos falados por outras pessoas, entendiam o quanto a percepção de si mesmas era dura. Além de na maioria do tempo sermos muita rígidas conosco no quesito imagem, passamos muito tempo olhando para a beleza alheia ou para o que acreditamos ser o belo (e que normalmente não encontramos em nós mesmas). Crescemos nos comparando às modelos de passarela e dos editoriais de moda, às atrizes de TV ou às amigas mais belas e esbeltas, somos bombardeadas por informações diretas e subliminares sobre o que é o belo e nem mesmo paramos para pensar no que é belo para nós. Esquecemos de prestar atenção no que gostamos e passamos um tempo enorme nos punindo pelo que não gostamos e desejando o que é dos outros. Nós nos boicotamos. Apesar de nossa autoimagem ser tão determinante quanto a ideia que os outros fazem da gente, somos muito mais carrascos do que benfeitores quando nos olhamos e nos definimos. Não seria melhor lançamos um olhar de amor e descoberta sobre nós mesmas e paramos de gastar energia nos colocando para baixo? Com um exercício simples de parar em frente ao espelho e se olhar, descobrindo cada ponto de si mesma. Entendendo o que já é bom, selecionando o que pode melhorar e aceitando o que não pode

ser mudado. Usar essa energia que desperdiçamos para o aperfeiçoamento das muitas características físicas que podem ser modificadas ou ocultadas. A aceitação e o autoconhecimento vão lhe dar ferramentas para o aperfeiçoamento. Pense assim: nosso guarda-roupa é nossa mensagem não verbal para o mundo. É a maneira de nos comunicarmos com todos que estão a nossa volta e lhes passar um pouco do que somos, causar impressões e julgamentos. Por que, então, não dar aos habitantes do mundo uma mensagem positiva? As roupas que vestimos podem fazer milagres por nossa autoestima e podem ainda servir de inspiração para quem nos vê. Olha que presente! Estamos habituadas a usar as roupas para esconder imperfeições e esquecemos que elas podem também enaltecer o que temos de belo e único. Geralmente, nem sabemos direito do que gostamos em nós mesmas, que estilo de roupa nos agrada vestir. Nós nos vestimos porque precisamos cobrir o corpo e compramos meio que no modo automático ou no impulso, sem parar muito para pensar e avaliar se aquela peça realmente reflete quem a gente é. Não existe nenhum outro ser neste planeta com características idênticas às suas. Aprendamos, então, a enaltecê-las. O que não estiver em proporção equilibramos. A tecnologia e a moda estão a nosso favor. Nunca houve um tempo tão democrático e tão flexível na história da vestimenta. Podemos o que queremos, encontramos de tudo de todas as formas. Não há ninguém ditando o que devemos vestir. Há escolhas para todos. Só precisamos nos entender para escolher de acordo. A vida é muito curta para você perder tempo querendo ser quem não é. Você pode reformular a imagem que faz de si mesma e dizer ao mundo o que quer que ele pense de você também! O visual tem este poder. A grama do vizinho que você tanto admira pode não ser tão verde assim. No fundo, o que mais tememos é a nossa opinião sobre nós mesmas. Na maioria das vezes, o que a gente acha que vai acontecer é muito pior do que a experiência em si. ▪

Juliana Cordeiro – Formada em Direito, descobriu a moda como profissão quando morou em Florença, na Itália. Escreve também no site Sem Espartilhos (semespartilhos.com.br), colabora com o blog Sobre a Vida, o portal Papo de Homem e o PepperBlog e é figurinista do programa Escolhas da Vida da Rede Vida. Agosto | Setembro 2013

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ColunaCondomínio Marcio Rachkorsky

“JURIDIQUÊS” NAS ASSEMBLEIAS DE CONDOMÍNIOS

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a vida em condomínio, todas as decisões importantes são tomadas em assembleia geral. Eleição de síndico e diretoria, previsão orçamentária, aprovação de contas, obras e benfeitorias, rateio extra, mudança de regras, tudo passa pela assembleia, nos termos do Código Civil, das convenções de condomínio e dos estatutos. Participar e votar nas assembleias é o principal direito do proprietário, já que as decisões são democráticas e deliberadas conforme o voto da maioria dos presentes. Mas, então, como explicar o baixíssimo quórum nas assembleias, inferior a 20%? Em média, a cada cinco proprietários, somente um comparece à assembleia. Será por conta da novela, do jogo de futebol, do trânsito caótico? Não!!!! A verdade é que muitos se arrepiam só de ouvir falar em assembleia no condomínio e assim decidem não comparecer. Afinal de contas, não raramente, reunião de condomínio é sinônimo de briga, baixaria, confusão e falta de educação, com hora certa para começar e sem hora para acabar. As assembleias estão cada vez mais maçantes, com teses e discussões jurídicas complicadíssimas. A presença de um advogado para conduzir os trabalhos é comum. É natural que o advogado, acostumado aos formais embates nos Tribunais, acabe por utilizar, em seu cotidiano de trabalho, uma linguagem rebuscada, recheada de termos técnicos, brocardos jurídicos e palavras em latim. Porém, nas assembleias de condomínios e loteamentos, o advogado pode e deve utilizar uma linguagem mais simples e coloquial. Há certas expressões que advogados e administradores comumente usam nas reuniões, e não há como escapar delas! Assim, para não ficar “boiando” na próxima assembleia, é providencial um pequeno dicionário “juridiquês-português: • aclamação: maneira de aprovar sem votação, por meio de palmas ou brados • convalidação: é a correção ou ratificação dos vícios ou defeitos de um ato jurídico • data vênia: com a devida permissão; usa-se quando

Foto: Divulgação

Além de pegar leve no juridiquês, somente uma grande mudança de postura será capaz de acabar com o fantasma das assembleias chatas

discordamos da pessoa que nos merece muito respeito • decadência: perda de um direito por inércia de seu titular • dormientibus non socurrit jus: o direito não socorre quem dorme • ex lege: por força da lei • fumus boni júris: fumaça do bom direito; indica algo com boa probabilidade de ser verdadeiro, real • hipoteca: direito real sobre um imóvel que assegura o pagamento de uma dívida • in verbis: textualmente • jurisprudência: conjunto de decisões uniformes dos tribunais sobre questões de direito • periculum in mora: perigo da demora; argumento base para obtenção de liminares • quórum: número de membros necessário para tomar determinada decisão • remissão: perdão da dívida pelo credor • substabelecimento: transferência dos poderes outorgados através de procuração • sucumbência: o vencido paga as despesas do processo e honorários do advogado da parte vencedora. • una voce: a uma voz, por unanimidade • vacância: estado de vago • voto de minerva: voto de desempate Além de pegar leve no juridiquês, somente uma grande mudança de postura será capaz de acabar com o fantasma das assembleias traumáticas e chatas. E, nessa conjunção de esforços, aos moradores cabem três importantes missões: • comparecer às assembleias, participar e votar • opinar com educação e serenidade, sem ataques pessoais • não levantar assuntos fora da pauta da reunião Por fim, é sempre recomendável montar uma mesa simples com água, café e bolachinhas, pois muitos moradores chegam diretamente do trabalho e a tentação de ir direto para o sofá é grande! ▪

Marcio Rachkorsky – Advogado especializado em condomínios há mais de 20 anos, comentarista e apresentador da TV Globo/SP e comentarista na Rádio CBN. Escreve também no caderno de Imóveis da Folha de São Paulo, aos domingos. 138 | Estilo Damha

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