Portfólio Projecto de Arquitectura

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PORTFÓLIO PROJECTO DE ARQUITECTURA



CURRICULUM VITAE INFORMAÇÃO PESSOAL Nome: Celine dos Reis Vicente Data de nascimento: 31.08.1985 B.I.: 12828653 Nacionalidade: Portuguesa Naturalidade: França Contacto: (+351) 916137394 Email: celinevicente@gmail.com FORMAÇÃO ACADÉMICA

2004-2011 – Mestrado Integrado em Arquitectura. ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa. Média ponderada – 13/20 valores. Classificação final – 16/20 valores, componente prática: 16/20 valores + vertente teórica – CONSTRUIR SÍTIOS: a Casa da Cultura da Juventude de Beja de Raúl Hestnes Ferreira e as técnicas tradicionais descritas em a Arquitectura Popular em Portugal. – 17/20 valores. 2003-2004 – Licenciatura em Antropologia. ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa. Curso Interrompido. FORMAÇÃO PROFISSIONAL 2012 - Vendedora. Natura Invicta. Armazéns do Chiado. Lisboa. 2007-2012 – Atendimento ao público. Pracetas de Stº António. Fátima. 2006-2007 - Confecção de alimentos, reposição e atendimento ao público. Sistemas McDonald’s Portugal, Lda. Lisboa. 2000-2006 - Despacho de encomendas e fabrico de artigos. José Almeida Pereira - Fábrica de Artigos Religiosos, Lda. Fátima. FORMAÇÃO ADICIONAL

INFORMÁTICA AutoCAD Microsoft Office Word

Microsoft Office Excel Microsoft Office Power Point Adobe Photoshop WORKSHOPS/ EXPOSIÇÕES 2007 - Workshop de abertura do ano lectivo 2007/2008 “O Percurso”. 2008 - Workshop de abertura de ano lectivo 2008/2009 “A Cápsula”. 2009 - Workshop de abertura do ano lectivo 2009/2010. “Caixas Negras ou um elogio ao processo.” 2009 - Exposição e Seminário ”HABITAR EM COLECTIVO: Arquitectura Portuguesa antes do SAAL”. 20010 - Workshop de abertura do ano lectivo 2010/2011. “Construa um ambiente para viver em…”. 20011 - Workshop de aquecimento de abertura ao último exercício de Projecto Final de Arquitectura. 1ª Tarefa: “Imagem de mistério, com livro, cadeira e janela”, 2ª tarefa: “Torre ou ponte construída com objectos comuns”. PUBLICAÇÕES PERNA, Ana Filipa; VICENTE, Celine. Bairro Eng.º Duarte Pacheco, in HABITAR EM COLECTIVO: Arquitectura Portuguesa antes do S.A.A.L.. Lisboa: ISCTE-IUL, 2009, p. 21-26.



ÍNDICE PROJECTOS I. HABITAÇÃO Colectiva e comércio. Alcântara. Trabalho Individual. II. REABILITAÇÃO. Edifício no Quebedo, Setúbal. Ninho de empresas. Trabalho Individual. III. INTERFACE. Estação Intermodal. Setúbal. Trabalho Individual. IV. PROJECTO FINAL de Arquitectura.

(a) INTERVENÇÃO NAS RUÍNAS + CENTRO DE INTERPRETAÇÃO. Tróia. Trabalho Final de Curso, vertente prática. Trabalho Individual. (b) HOTEL E SPA. Tróia. Trabalho Final de Curso, vertente prática. Trabalho Individual. DISSERTAÇÃO DE MESTRADO V. CONSTRUIR SÍTIOS. Trabalho Final de Curso, vertente teórica. Trabalho Individual. -VI. HOBBIE: Desenho e pintura.



I. Habitação Colectiva e Comércio. Alcântara, Lisboa. Projecto individual.


HABITAÇÃO colectiva e comércio. Este Exercício consiste na proposta de um conjunto habitacional, equipamentos colectivos e sector terciário; bem como o arranjo exterior, com a criação de espaços públicos de estar e de passagem e estacionamento que responda à necessidade dos moradores. O local proposto para a realização deste projecto situase em Alcântara, sobranceiro à Av. 24 de Julho. Uma zona de Lisboa de onde ressalta o duelo entre o edificado de caracter industrial e habitacional. No próprio terreno existe o vestígio de uma ruína industrial que é assim mantido criando um espaço de entrada algo romântico na zona onde se situa um auditório e uma galeria de arte e que apela à história do lugar. Os edifícios são dispostos de forma a possibilitar a permeabilidade das pessoas através desse quarteirão e recriando espaços de permanência que interagem e constroem os percursos. O estacionamento

subterrâneo é iluminado naturalmente através de claraboias que surgem no desenho do espaço público. Ao nível do rés-do-chão localiza-se todo o sector terciário, tanto nos edifícios habitacionais quanto nas ligações à galeria e auditório que se localizam noutra extremidade do quarteirão. O sistema de vistas é um ponto de partida para o desenho dos apartamentos. Os acessos verticais são colocados em vãos abertos que permitem a visibilidade entre os edifícios. O edifício habitacional funciona com sistema de galeria e é notória a utilização de um modulo que constrói os alçados e o emprego de cor (neste caso o laranja), sendo esta zona marcada por uma grande empregabilidade da cor nos edifício. As tipologias variam entre T1, T2 e T4. A galeria de arte e o auditório aludem á lembrança da construção de caracter industrial, mais marcado ainda pela ruína que o precede.



Registo fotográfico panorâmico do terreno proposto por este exercício.


Localização e proposta


Corte BB’


Piso -1

Piso 0

Piso 1

Piso 2


Piso 3.

Corte AA’




Piso 0

Piso 1

Piso 2

Piso 3 Edifício de habitação e comércio.


Alรงado Oeste

Alรงado Norte

Alรงado Este

Alรงado Sul




II. REABILITAÇÃO. Edifício no Quebedo, Setúbal. Ninho de empresas.


REABILITAÇÃO. Tendo sido previamente estudada a cidade de Setúbal, é traçada em grupo uma proposta estratégica para cidade. Desse trabalho vale salientar a mudança da passagem da linha do comboio à superfície para um trajecto subterrâneo que dá lugar a grandes mudanças na superfície. Desta cicatriz resulta grande espaço livre que volta a juntar os dois lados da cidade, anteriormente de baixa permeabilidade, originado tantas divergências de vivência entre um lado e outro. Assim sendo, é proposta grande linha verde que ocupa o espaço liberto juntando as duas zonas com percursos pedonais, novas funcionalidades em edifícios devolutos e mudanças na rede viária. A praça do Quebedo, onde se localiza o projecto aqui exposto, foi em tempos praça bastante movimentada e vivenciada, exibindo-se como grande espaço Urbano de importância na cidade, no entanto encontra-se neste momento bastante degradada e abandonada. Isto devido à dificuldade de vivência proporcionada dela complicação do trafego automóvel imposto pela linha

do comboio. Levando ao abandonado do seu caracter de permanência, de potencial impulso socioeconómico. Com a proposta de grupo de passar a linha de comboio a um nível subterrâneo, possibilita-se para este trabalho individual a requalificação deste espaço e consequentemente a recuperação da sua função. O edifício proposto para este exercício é um edifício já existente que se encontra quase totalmente desocupado e muito degradado, que tinha função habitacional nos pisos superiores e comércio no résdo-chão. É proposto uma recuperação do edifício, mantendo a estrutura original, que passaria a funcionar como ninho de empresas justificado pela zona onde se insere. Este novo programa assim como a reabilitação de outros edifícios devolutos e a nova estrutura urbano proposta iriam promover a apropriação do espaço, o comercio e o convívio entre os habitantes.




LEGENDA Novos programas propostos Zonas verdes propostas Arvores propostas Espelho de agua



LEGENDA Equipamento multiusos Centro de divulgação cultural Ninho de empresas

Centro de dia e creche Habitação e comércio Comércio


Piso 0.


Piso 1

Piso 2

Piso 3


Planta de cobertura.


Alรงado Sul

Alรงado Norte

Alรงado Este

Alรงado Oeste


Corte FF'

Corte EE'

Corte DD'


Corte CC'

Corte BB'

Corte AA'



III. INTERFACE. Estação Intermodal. Setúbal.


INTERFACE. Tendo sido previamente estudada a cidade de Setúbal, é traçada em grupo uma proposta estratégica para cidade. Desse trabalho vale salientar a mudança da passagem da linha do comboio à superfície para um trajecto subterrâneo que dá lugar a grandes mudanças na superfície. Este projecto individual consiste na elaboração da estação ferroviária subterrânea em Alcântara Mar e o interface com a estação fluvial de catamarans e ferries. Assim como a requalificação urbana da zona. As estações, ferroviária e fluvial, são estrategicamente posicionadas através de eixos de grande importância nesta zona. Localizando-se a estação ferroviária subterrânea sob o separador projectado para as redefinidas avenidas Luísa Todi e Jaime Rebelo possibilita a iluminação natural da estação. Os acessos à estação são também estrategicamente posicionados, havendo uma saída específica para o interface com a estação fluvial e outras duas que posicionam os utilizadores em locais opostos.

A estação fluvial é implantada no alinhamento com a rua Camilo Castelo Branco e perpendicularmente às avenidas Luísa Todi e Jaime Rebelo, apoiada sobre pilares debruça-se sobre a marina. O programa alberga um serviço hoteleiro, bar, informações, sala de espera e sanitários que se fecham ao contrário da zona destinada à passagem e estadia dos utentes que é ausente de portas ou vidros, funcionando a forma para protecção dos fenómenos meteorológicos e justificando-se pelo tempo previsto de espera. Além deste edifício que serve os passageiros de catamarans, existe ainda um outro apoio independente destinado aos escritórios de administração dos transportes fluviais e aos passageiros que viajarão nos ferries. As mudanças no espaço envolvente, observam-se tanto no edificado (quando proposto novo edificado em espaço livre ou depois da demolição de edifícios obsoletos), na rede viária e no espaço público.



1 2

3

4 6

5 5 4

7

7

5


A linha do comboio é suprimida da superfície, dando lugar a uma estrada mais cómoda com separador generoso para peões. 5 5

Legenda

5 5

1. Centro de dia para Idosos carênciados 2. Centro de Apoio Social a jovens, adultos e crianças 3. Habitação 4. Habitação e comercio 5. Comércio 6. Estação ferroviária 7. Estação Fluvial




Piso 1

Planta de cobertura

Corte AA‘

Corte BB‘


Corte CC‘



Pode observar-se a localização da plataforma e da linha de comboio subterrânea.



Piso -2 Planta do cais

Piso -1 Planta do átrio

Corte BB’


Corte CC’


Corte AA’

Corte DD’

Corte EE’



IV. PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA. (a) Intervenção nas ruínas + centro de interpretação (b) Hotel Spa em Tróia


PROJECTO FINAL de arquitectura. A península de Tróia, localizada na margem esquerda da foz do estuário do Sado, a sul de Setúbal e integrada no arco litoral Tróia - Sines da costa ocidental de Portugal, desde cedo se mostrou um território sedutor, tanto a nível da exploração de actividades económicas, relacionadas com a pesca e com a produção de sal – que levaram à fixação dos romanos em tempos idos –, como pelo seu potencial de deslumbramento, pincelado numa paisagem aprazível e mutável ao longo dos tempos. A água, um elemento sempre presente na península – quer seja pelo rio Sado, pelo mar Atlântico ou pela lagoa da Caldeira – condicionante da sua própria configuração, recria um cenário enquadrado

pela serra da Arrábida, localizada na margem oposta. Este conjunto de elementos e de características peculiares presentes em Tróia justificam a exploração das suas potencialidades turísticas. A unidade curricular de Projecto Final de Arquitectura é composta por dois exercícios, com um tema central que procura explorar um paralelismo entre as ocupações ancestrais e os locais eleitos para o desenvolvimento de programas turísticos. Neste sentido, é estabelecida uma estratégia em macroescala que se relaciona com as propostas de valorização das ruínas e da criação de um programa hoteleiro.



A península de Tróia apresenta um eixo viário principal com grande definição que se ramifica e conduz a diferentes núcleos. Contudo, as duas zonas divididas por esse eixo que atravessa a península denunciam um desequilíbrio enorme de vivências. Enquanto a zona sudoeste corresponde a uma área turisticamente desenvolvida, com infra-estruturas e espaços públicos que se foram apropriando do território ao longo da costa atlântica, a zona sudeste, que engloba a lagoa da Caldeira e se vira para o rio Sado, carece de elementos cativantes que condicionam a sua exploração. Partindo desta informação, e elegendo a rede de caminhos já existentes, definiuse um trajecto a partir do eixo viário que atravessa a península, numa forma de estabelecer percursos pedonais e viários que possibilitam uma maior permeabilidade e comunicação para esta zona. No âmbito da rede de percursos, definiram-se as vias indispensáveis à circulação de viaturas, como é o caso do acesso ao campo arqueológico e ao equipamento e um itinerário secundário e pedonal, de carácter lúdico, que se desenvolve em torno da Caldeira.


LEGENDA Intervenção nas ruínas + centro de interpretação Hotel Spa



IV. PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA. (a) Intervenção nas ruínas + centro de interpretação


INTERVENÇÃO NAS RUÍNAS + centro de interpretação. Neste exercício de valorização das ruínas, é pretendida a relação entre a macro-escala (análise estratégica do território) e a micro-escala (intervenção arquitectónica detalhada). A área de estudo insere-se no designado UNOP04. As ruínas romanas estão classificadas como Monumento Nacional e encontram-se adjacentes a uma área classificada como Reserva Ecológica Nacional. A resposta a este exercício consiste na elaboração de um centro de acolhimento e interpretação do sítio arqueológico de Tróia, com o propósito de receber os seus visitantes, assim como, também, acolher as actividades da equipa técnica de arqueologia. Esta trabalho propõe assegurar a visita na parcela II (referente a duas oficinas; um mausoléu e um conjunto de sepulturas; e o conjunto termal. A valorização desta parcela é sustentada pelo propósito de facultar um contacto mais directo com as ruínas que possibilite a compreensão da sua espacialidade e o entendimento do conjunto, conferido visualmente a partir de pontos estratégicos. Neste sentido, considerase que a proposta actual de utilização de passadiços confundem a percepção e o entendimento global da espacialidade e da escala das várias ruínas, assim como inibem a sensação de recuo mental da real vivência destes espaços, proporcionada pela imaginação e conciliada com as explicações das visitas guiadas. Este núcleo de ruínas desenvolve-se numa cota semelhante em quase toda a sua extensão. Deste modo, é regularizada a cota onde estas se encontram e o terreno envolvente de cotas superiores é manipulado através de muros de suporte, desenvolvidos em socalcos, permitindo uma cobertura vegetal e vistas

mais abrangentes. Havendo a necessidade da criação de coberturas que assegurem a preservação de elementos vulneráveis às condições atmosféricas (como é o caso das cetárias), estas são introduzidas nos locais onde existiam anteriormente, permitindo a recriação da espacialidade vivenciada nestes espaços e a sua compreensão. No entanto, estas não correspondem à sua antiga aparência, pois assumem-se como elementos de um novo tempo. A actual cobertura existente no mausoléu, não sendo original e não contribuindo para a sua valorização, é modificada de forma a possibilitar entradas de luz controladas, favorecendo a sua contemplação. O centro de acolhimento e interpretação do sítio arqueológico de Tróia é localizado num ponto estratégico de forma a definir a entrada e a saída do trajecto de visita. Este impõe-se como um elemento de transição onde se pode adquirir conhecimento auxiliar à visita das ruínas. É constituído por dois volumes e uma zona de ligação entre estes. O volume mais acessível alberga os programas que se relacionam com os visitantes e, o segundo as zonas técnicas destinadas à equipa de arqueólogos. Cada um destes tem um acesso independente para as ruínas e na ligação entre ambos localiza-se a zona de bar, partilhada por visitantes e trabalhadores. Constitui-se como objectivo deste projecto a imposição mínima na paisagem, integrando-se e confundindo-se nesta. Neste sentido optou-se por, parcialmente, enterrar o elemento construído e elegeuse como materialidade a utilização da pedra. A cobertura é habitável e impõe-se enquanto ponto de observação e de estar, a partir do qual se vislumbra toda a paisagem envolvente.





Fotos anteriores à actual intervenção que se encontra no sítio arqueológico de Tróia e onde pode se verificar a cota do piso semelhante em quase toda a totalidade desta parcela. Começando a acentuar-se a diferença a partir do mausoléu.


Actual intervenção que se encontra no sítio arqueológico de Tróia. Com a implantação de passadiços que sobem e descem criando uma confusão na percepção espacial real.





O centro de acolhimento e interpretação do sítio arqueológico de Tróia é localizado num ponto estratégico de forma a definir a entrada e a saída do trajecto de visita. É constituído por dois volumes e uma zona de ligação entre estes. O volume mais acessível alberga os programas que se relacionam com os visitantes e, o segundo as zonas técnicas destinadas à equipa de arqueólogos. Cada um destes tem um acesso independente para as ruínas e na ligação entre ambos localiza-se a zona de bar, partilhada por visitantes e trabalhadores.


Corte AA’

Corte EE’

Corte FF’


Corte BB’

Corte CC’

Corte DD’


Corte GG’

Corte HH’

Corte II’




IV. PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA. (b) Hotel Spa em Tr贸ia


Aldo Rossi, a casa de Borgo Ticino (Novara, 1973)

HOTEL SPA. Este exercício consiste na estratégia de relocalização do Hotel de Charme, previsto no plano de pormenor junto das ruínas romanas – especificamente no Palácio Sotto-Mayor e edifícios adjacentes –, para um novo local a definir dentro da UNOP04. Esta Unidade Operativa caracteriza-se essencialmente pela presença da Caldeira, voltada para o rio Sado, pela integração na Reserva Ecológica Nacional – onde está incluída a Reserva Natural do Estuário do Sado – e pelas ruínas romanas. Tendo sido previamente feito um estudo aprofundado desta zona, é realizada uma estratégia que define uma lógica de movimentação dentro da mesma e é a partir deste entendimento que é fundamentada a localização do equipamento hoteleiro. Inserido no percurso estabelecido, desenvolve-se a partir de uma lógica de vistas e de alinhamento com a zona das ruínas e da Caldeira. A paisagem envolvente é caracterizada pelo terreno arenoso, constituído por dunas e uma vegetação que as protege contra a erosão, mantendo o equilíbrio natural e o carácter da paisagem. O hotel proposto implanta-se na margem da lagoa da Caldeira, desdobrando-se sobre esta. Os seus enquadramentos privilegiam o contacto visual com a zona das ruínas – destacando-se o Palácio SottoMayor e a Ermida de Nª S.ª de Tróia localizada numa cota superior –, a paisagem vegetal envolvente e a Caldeira sujeita à influência das marés. Em maré-baixa, esta deixa a descoberto uma vasta área de sapal, possibilitando a observação de inúmeras aves. A implantação do edifício é inspirada num projecto do arquitecto Aldo Rossi, a casa de Borgo Ticino (Novara, 1973). O hotel consiste num volume principal assente sobre o terreno onde se estabelece o seu acesso,

desmultiplicando-se noutros quatro volumes sustentados por pilares que se elevam sobre as dunas e a lagoa. O volume de entrada alberga os espaços de recepção, auditórios e zonas de estar, enquanto, os quartos, o spa e o restaurante se desenvolvem nos braços que partem a partir deste. As zonas técnicas e de serviços localizam-se num andar enterrado sob o volume principal. O programa é desenvolvido a partir de uma lógica de vistas, que atravessam os vários volumes do edifício, mantendo um contacto permanente com a paisagem. Pretendendo-se um enquadramento sensível com a envolvente e uma maior durabilidade da construção é conjugada uma estrutura de betão (andar enterrado, laje e pilares) e a madeira que constituí os pavimentos, a cobertura e as paredes. O espaço exterior junto ao Hotel é concebido em consideração ao próprio programa hoteleiro e afirmase, ainda, como elemento de paragem no percurso proposto. Consiste na manipulação das dunas de forma a criar zonas de estar que, por sua vez, se ligam a uma piscina exterior que se localiza sobre a Caldeira. Todo o conjunto é pensado de forma a ser usufruído não só por quem estadia no hotel, mas por qualquer outro visitante que se desloque a esta zona de Tróia. Assim, promovem-se atractivos às várias actividades, quer para visitas rápidas à zona das ruínas ou à natureza envolvente, quer a estadias mais prolongadas. A ligação estabelecida entre o Hotel, as ruínas e o percurso definidos têm como objectivo promover, não apenas, o usufruto destes equipamentos, mas também de todos os atractivos e potencialidades de toda a área confinante à Caldeira.







Piso -1


Piso 0



Alรงado Noroeste

Alรงado Sudeste

Alรงado Nordeste

Alรงado Sudoeste


Corte AA‘

Corte BB‘

Corte CC‘

Corte EE‘

Corte DD‘





Pormenor dos quartos




V. DISSERTAÇÃO de Mestrado. Construir Sítios: a Casa da Cultura da Juventude de Beja de Raúl Hestnes Ferreira e as técnicas tradicionais descritas em a Arquitectura Popular em Portugal. Trabalho Final de Curso, vertente teórica. Trabalho Individual.



DISSERTAÇÃO para o título de mestre em arquitectura Laboratório de História e Teoria da Arquitectura

Orientadora: Prof.ª Arq.ª Ana Vaz Milheiro À PROCURA DO INQUÉRITO – 50 anos sobre a publicação da Arquitectura Popular em Portugal. CONSTRUIR SÍTIOS: a Casa da Cultura da Juventude de Beja de Raúl Hestnes Ferreira e as técnicas tradicionais descritas em a Arquitectura Popular em Portugal. PALAVRAS-CHAVE: Arquitectura popular, Técnicas tradicionais de construção, Arquitectura do Alentejo.

ÍNDICE 1. Introdução 2. Descrição sumária dos materiais, sistemas e técnicas de construção tradicional referenciados no Inquérito à Arquitectura Popular em Portugal. 2.1. Zona 1 – Minho, Douro Litoral e Beira Litoral 2.2. Zona 2 – Trás-os-Montes e Alto Douro 2.3. Zona 3 – Beiras 2.4. Zona 4 – Estremadura, Ribatejo e Beira Litoral 2.5. Zona 5 – Alentejo 2.6. Zona 6 – Algarve, Baixo Alentejo e Alentejo Litoral 2.7. Quadro síntese dos materiais, técnicas e sistemas construtivos referidos no Arquitectura Popular em Portugal por zona 3. Alentejo 3.1. “O monte alentejano” 3.2. Materiais, sistemas e técnicas de construção tradicionais no Alentejo 3.2.1. A pedra 3.2.2. A terra 3.2.3. Os ligantes 3.2.4. A madeira 3.2.5. Os elementos vegetais 3.2.6. Os elementos cerâmicos 3.2.7. Os sistemas construtivos 3.2.8. Revestimentos 4. Construir Sítios 5. Conclusão 6. Bibliografia 7. Anexos 7.1. Entrevista ao arquitecto Victor Mestre 7.2. Entrevista ao arquitecto Nuno Malato 7.3. Entrevista ao arquitecto Hestnes Ferreira



1. INTRODUÇÃO Esta dissertação tem como objectivo avaliar a motivação em introduzir técnicas de construção tradicionais nos projectos contemporâneos de arquitectura. Pretende-se justificar que é possível ampliar as possibilidades construtivas criando um diálogo mais enriquecedor dentro da cultura arquitectónica portuguesa e sem comprometer a sua autenticidade. O texto estabelece uma relação entre as técnicas tradicionais descritas no livro Arquitectura Popular em Portugal, as técnicas tradicionais actualmente utilizadas no Alentejo e a forma como as mesmas são aplicadas na arquitectura contemporânea. Para atingir o objectivo a que se propõe, esta dissertação está estruturada em três níveis de leitura. O primeiro nível de leitura consiste na descrição das várias técnicas, materiais e sistemas tradicionais de construção detalhados no livro Arquitectura Popular em Portugal, que terá sido elaborado na sequência do Inquérito à Arquitectura Regional Portuguesa. No âmbito do trabalho de grupo e para melhor entendimento deste livro foram ainda efectuadas entrevistas, entre as quais o arquitecto Francisco da Silva Dias comprova a diversidade construtiva encontrada na sequência do Inquérito. Com base nesta informação será perceptível a vasta extensão de soluções construtivas desenvolvidas e aperfeiçoadas ao longo dos tempos pelos habitantes locais. Estas soluções diferem em cada localidade consoante os materiais e as imposições do meio. Com o decorrer do tempo os sistemas e técnicas tradicionais de construção foram sendo gradualmente abandonadas. No segundo nível de leitura é efectuado um levantamento dos sistemas e técnicas tradicionais da Zona 5 – Alentejo, com o objectivo de verificar a sua utilização actual. Para tal, foram efectuadas visitas a localidades, estabelecidos contactos com artesãos e construtores locais e um levantamento fotográfico O terceiro nível de leitura consiste na análise do edifício da Casa da Cultura da Juventude de Beja, inserida na Zona 5 – Alentejo, do arquitecto Hestnes Ferreira. Este edifício, construído entre 1975 e1985, em Beja, concilia uma estrutura construída com materiais e técnicas contemporâneas com coberturas de abóbadas e arcos construídos por artesãos alentejanos. Através da análise do edifício e do percurso do arquitecto Hestnes Ferreira pretende-se avaliar o benefício da conciliação das várias técnicas construtivas tradicionais e contemporâneas nos edifícios contemporâneos. Para apoio na análise foram efectuadas entrevistas aos arquitectos Victor Mestre, Nuno Malato e Hestnes Ferreira. Disponível em : http://issuu.com/daliceline/docs/vertente__te_rica_pfa_cv



VI. HOBBIE: Desenho e pintura.


Grafite. Caneta. Guache

Grafite. Grafite.


Grafite. Óleo sobre tela

Lápis de cor. Óleo sobre tela


Ă“leo sobre tela




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