ESCRITORES DO FUTURO

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Alguns dos alunos do 4º ano participaram neste concurso organizado pela Verbo http://www.editorialverbo.pt/ - no final do ano lectivo de 2007/2008 em que se comemorava os cinquenta anos da editora portuguesa. Assim, a partir de uma frase de um escritor conhecido, os alunos tinham de criar uma história! Os alunos que participaram neste concurso deixaram-se tentar pelas frases que se seguem: FRASE « A noite acorda à noite e põe-se a murmurar:

ESCRITOR Maria Alberta Menéres

“Tenho medo do escuro, quem me vem sossegar?” » « O rio corre entre duas margens, numa mora a

Maria do Carmo Rodrigues

Playstation, noutra a escola. » « Num dia de muito sol encontrei um caracol. »

Maria Isabel de Mendonça Soares

« Era uma vez uma linda e pobre camponesa

Maria da Conceição Galveias

que encontrou, próximo de um rio cristalino,

Ferreira

um maravilhoso anel mágico. » O conto deveria ter no máximo três páginas, redigidas com letra Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento de 1,5 entre linhas. Os dez melhores contos seleccionados estarão na base de um livro a publicar pela Verbo no final de 2008. Aqui ficam os trabalhos dos nossos alunos que, apesar de não terem alcançado prémio, revelam a imaginação dos nossos jovens leitores que obedeceram às

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regras previamente estabelecidas! Não figurarão no livro a publicar pela Verbo, mas têm desde já lugar de honra no nosso blogue e estão todos de Parabéns!

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A Noite, o escuro, a Lua e Eu A Noite acorda à noite e põe-se a murmurar: «Tenho medo do escuro, quem me vem sossegar?» Eu, que ainda estava acordada, fui ver o que se passava. - Noite, não precisas de te preocupar, se quiseres eu faço-te uma casinha com um belo candeeiro para te sossegar. Então a noite disse a uma estrela para me vir buscar. Trouxe um frigorífico e um fogão e até um magnífico carrinho de mão. Uma cadeira para se sentar e uma barreira para separar. Um jardim com alecrim e no fim... - Lua! - chamei eu. A Lua veio ter comigo e perguntou-me o queria e eu disse-lhe que queria que ela iluminasse a noite escura para que esta não se sentisse só. - É claro que faço isso, mas há dias para descansar. A Lua sorriu contente deixando a Noite a brilhar. Passados uns dias ouvi-a a chorar. - O que se passa? - perguntei eu. - Não encontro a minha amiga, não tenho ninguém para me iluminar, não tenho ninguém com quem brincar. - Noite, a Lua deve ter apanhado trânsito, amanhã voltará. Na noite seguinte, a Lua voltou dizendo que, depois de um dia de férias, estava disposta a trabalhar. Da janela do meu quarto via a Noite e a Lua a jogar. Nesta noite a Lua vinha cheia, dizendo que tinha comido muito à ceia. E disse-me: - Vamos dar um passeio para que eu possa fazer um pouco de exercício. Íamos a caminho de não sabemos o quê e reparámos que estávamos perdidas. - Tenho de voltar para casa antes que os meus pais acordem! - disse eu. - Olha, estou a ver ali uma coisa redonda, vamos perguntar-lhe se sabe o caminho para a cidade. - Por favor pode dizer-nos o caminho para a cidade? - Sigam as estrelas, elas vão dar a um sítio onde vocês se podem orientar.

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Fizémos o que aquela estranha bola disse e fomos ter a uma nuvem a quem perguntámos: - Por favor, pode dizer-nos o caminho para a cidade? - Siga as minha amigas nuvens, tenho a certeza que vai lá dar. Chegámos até à última nuvem e perguntámos: - Por favor, pode-nos dizer o caminho para a cidade? E ela disse que não sabia o caminho para a cidade, mas que podia fazer com que a chuva viesse e como todos sabem a chuva vai ter algures à terra. -Mas era melhor dizerem-me qual é a cidade onde querem ir. - Uma cidade chamada Castelo Branco. - Ok, que a chuva vá para aí! - Adeus Lua, adeus Noite! - disse eu. - Adeus! - disseram elas ao mesmo tempo. Quando me vi bem perto de casa, vi a Lua a acenar-me e então percebi que não tínhamos estado muito perdidas, pois em qualquer parte do mundo se via a Lua e quando caíamos dela íamos sempre dar onde queríamos. Acordei de manhã e fui tomar o pequeno almoço a pensar na noite que aí vinha. Estava ansiosa como todas as vezes que acordava. Estranhamente, nunca tinha sono de manhã, como se tivesse dormido toda a noite. Cada vez ansiava mais pelo momento de todas as noites. Por vezes ficava horas a olhar pela janela do meu quarto para ver quando é que a Lua aparecia e então a minha mãe entrava no meu quarto a tentar perceber porque fazia aquilo, seria por causa da paisagem ou seria porque não tinha mais nada que fazer? - Vem jantar!!!!- dizia a minha mãe, da cozinha. Eu ficava muito contente por ouvir a palavra jantar, mas ficava mais contente ainda quando ouvia a palavra dormir. - Querida, já são horas de dormir. - dizia a minha mãe. Eu ficava a ler um pouco e quando ouvia os meus pais a subir para irem para a cama, desligava a luz, arrumava o livro e fingia dormir. O silêncio ficava na casa e eu abria a janela do meu quarto, onde me esperava uma estrela para me levar lá para cima. - Boa noite! - disse eu. - Boa noite! - diziam-me a Lua e a Noite.

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A Noite achava estranho dizer boa noite, porque ela própria era a Noite, mas depressa se habituara. - Vamos jogar às apanhadas! -disse eu. - Sim! - disse a Lua. - Fixe! – disse a Noite. - Apanhei-te Lua! - Apanhei-te Noite! E assim continuávamos a brincar toda a noite. Até que fossem horas de eu ir para minha casa. Naquela noite a lua não apareceu. Achei estranho porque normalmente ela avisava. Na noite seguinte voltou a não aparecer. Passado um mês não apareceu. Nas notícias só falavam sobre o desaparecimento da Lua. Eu esqueci-me que a Noite estava sozinha e vejam só que, passado uma semana, a Noite foi-se embora e era sempre de dia. Como não havia noite, não se viam as estrelas. Um dia fui à janela do meu quarto e ouvi uma voz a dizer: - A Lua e a Noite precisam da tua ajuda! Vem para o céu. Então reparei que era a voz da estrela que me vinha sempre buscar todas as noites, pois afinal de contas eram horas de ser de noite, só que ninguém a via. A estrela conduziume até ao céu e logo a seguir levou-me até à casa da Noite. Ela estava dentro de um baú com buraquinhos para poder respirar. Abri o baú e a Noite chorava tanto que até o baú já estava inundado. - Vou encontrar a Lua! Demorei alguns dias a encontrá-la. - Oh - gemeu ela - finalmente a ajuda chegou. Quando a consegui tirar de um buraco, fomos rapidíssimo para casa. Cheguei, abri o baú... - Ah!! - gritei eu - Ela, ela já, já não está aqui!!!! - O quê?! - disse a Lua. Todos os dias eu e a Lua procurávamos a Noite, quando brincávamos às apanhadas sentíamos sempre a falta dela e ás vezes até nos caía uma lágrima. Perguntávamos a planetas e a estrelas se tinham visto a Noite mas eles respondiam todos que não.

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Então optámos por ficar em casa dela à espera, à espera. Nestes dias, não sei porquê, mas tinha sempre sono. Às vezes deixava-me dormir e mandava uma carta a uma estrela a dizer que tinha muito sono e que ficaria em casa. Um dia, a noite voltou a casa dizendo: - Tive tanto medo do escuro que me fui embora procurar um sitio com luz, mas nunca o encontrei e por isso voltei. - E agora que estou cá... apanhei-te! - disse a Noite para mim. CATATÉU

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A Playstation que não queria ir à escola O rio corre entre duas margens, numa mora a Playstation, noutra a escola. Era uma Playstation que não ia para a escola. Ela era inteligente, mas só para os jogos de vídeo. A sua mãe, a Wii, andou na escola e gostou, mas como via que a sua filha não estava de acordo com a ideia de ir para a escola, nunca a tinha inscrito na que havia na outra margem do rio. A Playstation via da sua casa todas as consolas a jogar no recreio da escola e a aprender coisas novas. Um dia, decidiu ir visitar a escola e gostou muito. Era muito gira e nesse mesmo dia fez um amigo, o Gameboy. Quando chegou a casa, ela disse à mãe: - Eu quero ir para esta escola. É muito gira! A mãe respondeu-lhe : - Vais amanhã, sim? - Claro que vou. Podes contar com isso! Na manhã seguinte ela acordou muito cedo, preparou-se, pôs a sua pasta às costas e foi para a escola. Quando lá chegou viu logo o seu amigo Gameboy que brincava com a Xbox, com a Nintendo DS e com a Gamecube. A Playstation começou a ter muito boas notas e foi avançando nos seus estudos. Ela cresceu e quando ficou grande encontrou um namorado - o Ipod Nano.

VANESSA

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ERNESTINHO “Num dia de muito sol encontrei um caracol” - Maria Isabel de Mendonça Soares Num dia de muito sol encontrei um caracol estendido numa folha de couve a apanhar sol na praia. Esse caracol pareceu-me muito especial porque os caracóis não costumam sair quando está calor, só aparecem quando chove. Aproximei-me do caracolzinho e perguntei-lhe: “Olá! O que é que tu andas a fazer aqui enquanto o sol está a queimar?” - mas não me respondeu. Estava tão seco que nem a boquinha conseguia abrir. Peguei nele na concha da mão, vi o aspecto tão triste daquele bichinho e levei-o para a casa dos meus avós onde eu estava a passar férias. Pu-lo na garagem porque estava mais fresco. Eu achei-o tão lindo que gostei logo dele e até me pareceu que ele também gostou logo de mim. Será por eu lhe ter salvo a vida? Dei-lhe um banhinho numa concha que tinha encontrado à beira-mar; ele começou a abrir a boquinha e sussurrou-me: “Obrigado.” Essa agora! O meu caracol sabe falar! Ele já estava melhor! Olhou para mim e fez-me um sorriso. Estranhei, mas achei os modos dele engraçados. Ele contou-me que vivia num campo de couves até que uma lavradeira o tinha apanhado com uma couve e que tinha caído do cesto dela. Ele precisava refrescar, então seguiu em direcção ao mar, mas a água era tão salgada que perdeu as forças, não conseguiu voltar para trás e ficou no meio da areia. Para o ajudar a retomar forças, fui ao quintal do meu avô e lá cortei umas folhinhas de alface. Quando voltei para a garagem, o meu caracolzinho estava à minha espera. - “Tens fome, caracolzinho? Toma lá essas folhinhas fresquinhas do quintal do meu avô! São para ti.” - disse eu. Não me respondeu, mas petiscou com muita vontade. - “Um dia hei-de mostrar-te o caminho para ir ao quintal do avôzinho. Com certeza vais gostar desse lugar.” - propus-lhe. Fiz uma caminha numa caixinha de fósforos com muitas folhinhas de couve e alface e pus o meu caracol a dormir. Toda a noite sonhei com o meu caracol. Quando

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acordei de manhã cedo, fui depressa ver o meu novo amigo. Estava na caixinha ainda a dormir. - “Olá, amigo! Passou bem?” - perguntei-lhe baixinho. Olhou para mim e respondeu : -“ Passei. E tu ?” - “Eu também. Sabes, sonhei contigo.” - respondi-lhe - “Sonhei que te dava o nome de Ernesto. Gostas desse nome?” - “ Gosto.” - concordou ele. Tornámo-nos inseparáveis. Uma manhã, o meu avô chegou muito triste a casa. Um bichinho tinha comido as alfaces e as couves todas no quintal dele. Zangou-se comigo por eu ter mostrado o caminho ao meu caracol e este tinha aproveitado para ir comer tudo. Prometi ao meu avô que o Ernesto nunca mais iria para o quintal. Estava de castigo. Só eu é que podia lhe dar de comer. Um dia, fui dar um passeio com o Ernesto pelos ombros. Encontrámos um campo gigante cheio de alfaces. Pus o meu caracolzinho no meio de campo e fui sentarme debaixo duma árvore, à sombra. Adormeci sonhando com o meu caracol. Quando acordei, andei à procura do Ernesto pelo campo todo, mas não o achei. Chamei-o, mas ele não veio. Tinha desaparecido. Comecei a chorar, chorar, chorar... A tarde passou e o Ernesto não tinha aparecido. Decidi passar a noite no campo, onde tinha deixado o meu caracolzinho. A noite estava muito fresca. De manhã, quando eu abri os olhos, vi o Ernesto à minha beira dentro dum mar de lágrimas. - “Ernestinho, és tu? Malandro, onde estavas ontem quando te chamei?” O meu caracolzinho baixou as antenas e olhou-me de canto. - “Apanhei um susto! Pensei que nunca mais nos tornaríamos a ver.” Quando chegámos a casa, os meus avós estavam a chorar. Eles também tinham passado a noite toda à minha procura. Fizemos uma festa para festejar os nossos reencontros e o meu avô ofereceu-me um pedaço de terra para eu cultivar alface só para o Ernestinho.

EVITA5

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Num dia de sol encontrei um caracol… Num dia de sol encontrei um caracol no meu jardim que sabia ler e escrever. Desde aí comecei a contar-lhe tudo o que se tinha passado na minha vida e ele, na dele. Nesse dia havia muito sol e o caracol escondeu-se na sua casinha. Ele não gostava do sol só gostava da chuva. Não percebi muito bem porque é que ele não gostava do sol, afinal o sol é que faz girar o girassol a flor preferida dos caracóis. Numa manhã de Junho, o caracol foi até um lindo girassol que girava como uma ventoinha. Aí percebi que o caracol tinha alguma coisa que o fazia chorar quando via os girassóis e perguntei-lhe: - O que se passa? - Perdi os meus pais num dia de sol, quando estavam num girassol. Os meus pais tinham um grande girassol que parecia um carrossel. Nesse momento um raio de sol atingiu-os… desde aí nunca mais gostei do sol. Quando o caracol se virou para ir para a sua casinha vi que ele tinha a carapaça um bocadinho queimada. Vi que ele não me tinha mentido. Não disse mais nada e acompanhei-o até à sua pequena casinha de folhas. Vimos o grande girassol onde tinham morrido os pais dele. Nesse dia estava a chover e o caracol apresentou-me a outro caracol que não via desde o desaparecimento dos pais: era a avó. Quando esta o viu disse: - Os teus pais não estão mortos! O caracol ficou muito espantado e contente, mas sem saber o que pensar da história da avó. Passado alguns anos, o caracol levou-me a conhecer o segredo dos caracóis. Porque esse dia era especial, era o meu aniversário, fazia 29 anos. Já conhecia o caracol há15 anos. Eu perguntei ao caracol: -

Porque é que me contas o segredo dos caracóis?

-

Tu és nosso amigo, amigo dos animais e como já nos conhecemos há 15 anos já te podemos contar. Sempre que algum caracol conhece alguém de outra espécie depois de 14 ou 15 anos podemos contar o segredo. Não podes contar isto a ninguém! disse-me o caracol.

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-

Prometido! - disse-lhe.

-

Há muitos anos, quando ainda não havia humanos neste mundo os caracóis não viviam bem, não havia plantas porque os humanos não existiam, sem humanos não há flores, sem humanos não há folhas para fazer as casinhas… quando os humanos começaram a existir os caracóis já não se preocupavam todos os anos em trocar de país. Assim é que os caracóis começaram a ser inteligentes!

Depois do caracol ter contado tudo regressou a casa. No dia seguinte eu fui plantar flores e árvores para que os caracóis tivessem casinhas de folhas. Como o caracol era agora um grande amigo meu e nunca mais voltara a ver os pais, fiquei com vontade de o ajudar e fui falar com os primos e a avó dele: -

Temos que encontrar os pais do caracol.

-

Quem, os nossos tios? - perguntaram o primo e a prima do caracol.

-

Sim, o meu filho! - disse a avó.

O caracol chegou nesse momento e perguntou-nos: -

O que se passa?

-

Estamos a pensar onde é que a tua mãe e o teu pai podem estar! - disse-lhe.

-

Pois! - respondeu a avó, a prima e o primo.

-

Eu sei que vocês me querem ajudar, mas não vale a pena! - respondeu o caracol.

Apesar desta reacção, no dia seguinte, fomos todos até um parque e vimos um caracol no meio das silvas dentro da sua casinha. Chegámos perto dele e perguntámos-lhe: -

O que tens?

Ele saiu da sua casinha, era o pai do meu amigo que ficou tão contente que nem queria acreditar… a avó tinha dito a verdade, os pais dele não estavam mortos! Foram para casa para o pai do caracol descansar. O caracol perguntou então ao pai: -

Onde está a mãe?

-

Está no parque. Agora deve andar à minha procura! - respondeu o pai do caracol. Vamos procurá-la?

E lá fomos. O meu amigo caracol é que encontrou a mãe. Ficaram todos felizes! Num dia de sol encontrei um caracol no meu jardim, desde aí a minha vida mudou para o melhor.

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Nunca se esqueรงam de plantar mais flores e รกrvores para ajudarmos a Natureza, os caracรณis, e outros animais! CATARINA

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O Anel Mágico Era uma vez uma linda e pobre camponesa que encontrou, próximo de um rio cristalino, um maravilhoso anel mágico. A camponesa chamava-se Madalena e morava num casebre muito simples, em frente à mata. Madalena vivia sozinha, sem muitas idéias para se divertir. Apesar de nem tanto descansar, orgulhava-se das tarefas caseiras que fazia no seu dia à dia. Todas as manhãs ia à beira deste cristalino rio para pegar água para beber e lavar as roupas. Num belo domingo ensolarado, como sempre, Madalena continuava a trabalhar e por sua sorte, na beira do rio, achou então este anel, que lhe parecia muito especial. O anel possuia uma grande pedra preciosa brilhante de cor azul turquesa, como uma água-marinha e no seu interior uma espécie de líquido que flutuava no alto da pedra. A jovem camponesa ficou impressionada pelo anel. Jamais vira nada igual na sua vida. - O que pode ser isto?!? - exclamou Madalena. Com a presença do anel, a camponesa sem entender o porquê, ficava muito mais entusiasta. Passado algum tempo, Madalena quis descobrir o mistério do anel azul, e, por isso, tentou fazer com ele todos os movimentos possíveis, até que uma voz surgiu de dentro da pedra. Era uma voz feminina e delicada, assim como a sua. A voz doce e meiga lhe dizia: - Madalena, você pode ir além de seus sonhos, basta querer e acreditar... A jovem assustada, hesitava em conversar com o anel mágico e durante minutos ficou a tremer sem nada responder. O anel mágico repetia: - Ouça Madalena, ouça o que lhe digo, Madalena. Você pode realizar quantos sonhos quiser, mas para isso vai ter que acreditar! A pobre camponesa resolveu dizer à voz misteriosa do anel que acreditava nos seus sonhos, embora não pudesse deixar de ficar surprendida com tamanha fantasia!!! Madalena era uma jovem muito esforçada e que então, tinha ao menos, o direito de receber uma recompensa pela sua luta na vida, porque fazia sempre tudo sozinha. A camponesa realizou vários sonhos, que representavam a vida dela e coisas muito importantes para ela, graças à ajuda da voz do anel. Todos os dias conversavam as duas, Madalena e a voz do anel, sobre o que ela queria ter, e a voz do anel dizia que tudo dependia unicamente dela.

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Madalena realizava sonhos simples, sobretudo para facilitar a sua vida, mas continuava, mesmo assim, a trabalhar. - Mas o que está acontecendo comigo?!? perguntava-se Madalena. - A resposta está na sua mente. - respondia a voz do anel. A partir daquele momento, Madalena entendeu que a voz do anel era ela mesma. Entendeu assim que tudo estava na cabeça dela e que podia ser feliz quando quisesse, era só acreditar!!! O ditado desta história é que podemos ser felizes quando quisermos! FAFUNÉ

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Anel Mágico Era uma vez uma linda e pobre camponesa que encontrou, próximo de um rio cristalino, um anel mágico. Quando encontrou o anel, a camponesa que se chamava Lurdes, ficou muito contente: - Olha um anel! Que sorte! - disse ela - É magnífico! - Olá! Olá! Como estás? - começou a falar o rubi que estava no centro do anel Ai! Há tanto tempo que estava aqui perdido!!! A camponesa assustou-se, mas logo a seguir respondeu ao anel que às tantas lhe disse: - Concedo-te os três desejos que me pedires - disse o anel – mas têm que ser pequenos! - A sério?!? - surpreendeu-se a camponesa! - mas…mas de verdade? - Claro!!!! Eles passaram dias magníficos juntos! Um dia a camponesa pediu ao anel que lhe desse uma flor amarela, mas o anel não reagiu e com dificuldade disse-lhe: - Lurdes, estou doente! Ajuda-me! - Mas como? - Leva- me a um mágico! Ela ficou muito aflita porque não sabia onde encontrar um mágico, e então, como queria ajudar o novo amigo, partiu em busca de um mágico. Depois de muito procurar, encontrou alguém: - Não posso fazer nada pelo seu anel - lamentou-se o mágico - mas pode deixá-lo aqui que eu cuido dele! - Não, não!!!! Não vou deixar o meu melhor amigo! - resmungou a camponesa, que pegou no anel e o levou com ela para casa; fez-lhe uma caminha, uma sopinha e cuidou dele. Durante a noite, o anel conseguiu, com um pouco de magia, escrever uma carta à camponesa: « Lurdes, não te posso ver sofrer por minha causa. Tive que partir! Desculpa! Adeus e espero que sejas feliz! O teu amigo, Anel Mágico » A camponesa ficou muito triste e decidiu partir à procura do anel. Ela passou muitas dificuldades, como atravessar um campo cheio de vacas, mas um dia conseguiu

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reencontrar o seu amigo e cuidou t達o bem dele que ele curou-se e nunca mais se separaram! PIPOCA

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O Anel e a Camponesa Era uma vez uma linda e pobre camponesa que encontrou, próximo de um rio cristalino, um maravilhoso anel mágico. Vou contar-vos a sua história. A linda camponesa, que era muito pobre, vivia na margem direita do rio mais abandonado de Portugal. Sobre a margem esquerda, havia um castelo, também ele abandonado, escuro, alto, largo e que, ao que parece, tinha lá escondido um magnífico tesouro! Mas esse tesouro, dizia-se, só se abria com um objecto misterioso, precioso e ignorado... O rio era abandonado, sim, mas era límpido e via-se o fundo, mesmo nos sítios mais profundos, de tal modo que a pesca era sempre miraculosa. Um dia em que estava a pobre camponesa a pescar, apareceu um enorme peixe dourado. Ela pensou que se o conseguisse pescar, tinha comida para um mês. Então, ela fez um grande gesto com a sua cana de pesca e em vez de pescar o peixe, apanhou um objecto que brilhava no fundo do rio. Espantada, aproximou o objecto... Mas que pena, era uma caixa pequena e aparentemente sem valor. Ela voltou para casa. Quando chegou, abriu a caixa. Surpresa! A caixa tinha lá dentro, a brilhar como mil Sóis, um pequeno anel de ouro com rubis, safiras, esmeraldas e diamantes incrustados. Sobre um pequeno escudo, brilhava um enorme rubi com um espelho dentro! Era espantoso como cabia tanta coisa bonita num objecto tão pequeno. A camponesa guardou o seu precioso tesouro. Certo dia passeava pelas ruas da aldeia mais próxima do seu rio abandonado, viu numa loja antiga e com objectos estranhos um livro intitulado: “O Anel para abrir o cofre”. Ela pensou logo no seu anel e no tesouro do castelo. Então, comprou o livro com o pouco dinheiro que tinha e dirigiu-se a correr para o castelo. Depois de muito correr, lá chegou bem cansada. Como a grande porta antiga estava fechada, ela deu a volta e passou pela porta de trás, destruída pelos muitos anos de abandono. “Aaaaahhhh!” Ela caíu num buraco. Ficou desesperada. Do nada apareceram esqueletos que corriam atrás dela. Alguns caíam em mil pedaços, mas continuavam a persegui-la. Ela correu, correu, e viu, no meio da escuridão, uma porta... Dirigiu-se para a porta, mas apareceu-lhe um fantasma pela frente. Procurando acalmar-se, a jovem e linda camponesa dirigiu-se ao fantasma. Mas o fantasma desapareceu. Era uma projecção.

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Havia mais alguém na sala, outra pessoa... Um impostor? A pobre camponesa agarrou numa corda que estava ali à mão e conseguiu apanhá-lo. Então o impostor falou: “Eu sou o Rei e todas estas coisas... era eu: o peixe, o livro, os esqueletos, o fantasma. Todas elas foram para te pôr à prova, pobre camponesa! Quando fores dona do meu tesouro, eu poderei finalmente libertar-me da minha maldição e ir para o reino dos mortos. Tu serás rica e feliz. Adeus menina, pobre camponesa!” Ela ficou sozinha na sala do tesouro. Por um buraco na parede, entrava um raio de luz. Ela tirou o seu anel do bolso e pôs o espelho dentro do rubi à frente do raio. Dentro do anel, no interior de cada uma das pedras preciosas, a luz espalhou-se e iluminou a sala com milhares de cores magníficas! Dzuiiinnnng! Um raio de luz, mais brilhante que os outros, reflectiu-se na parede da sala que se abriu para dar passagem para um tesouro mil vezes maior que o castelo, que já de si era enorme! A pobre camponesa viveu feliz para sempre a distribuir a sua riqueza por aqueles que mais precisavam.

MAGALHÃES

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O ANEL MÁGICO Era uma vez uma linda e pobre camponesa que encontrou próximo de um rio cristalino, um maravilhoso anel mágico. O anel tinha o poder de realizar todos os desejos da pessoa que o enfiava no dedo, mas só podia realizar um desejo por dia. Então, a bela jovem enfiou-o no dedo e pediu-lhe o vestido mais bonito do mundo: e o anel realizou o seu desejo. O vestido era da cor do sol e iluminava tudo à sua volta. A camponesa devia agora esperar pelo dia seguinte para pedir um outro desejo. No dia seguinte, a camponesa devia levantar-se às sete horas. Mas quando acordou, o relógio já marcava as nove horas. Esquecendo-se de que tinha o anel no dedo, ela disse em voz alta: «Ah! Se pudessem ser só 7 horas!». E subitamente o relógio indicou sete horas. Ela ia pedir um outro desejo para corrigir a sua asneira, mas lembrou-se de que só se podia pedir um desejo por dia… No dia seguinte, ela pediu ao anel mágico para recuar dois dias. O anel disse-lhe que não podia realizar um desejo tão grande. A camponesa perguntou-lhe então se não conhecia uma solução. O anel disse-lhe que havia uma, mas que era muito perigosa. - Qual é? - perguntou-lhe a camponesa. O anel mágico disse-lhe que ela devia pegar num cabelo da Bruxa Mimi, trazer-lho, cozinhar uma sopa com o cabelo, e, por fim, lavar o anel dentro dessa sopa. A camponesa partiu em busca do cabelo. Ela devia fazer uma longa viagem. Andou durante um mês, noite e dia sem parar, até chegar junto dos pais da bruxa Mimi. Mas antes de penetrar no sinistro castelo da bruxa devia atravessar a floresta maldita. Quando chegou à floresta maldita, a brava camponesa apanhou medo. Armou-se de coragem e entrou na floresta. Parecia-lhe que as árvores tinham olhos, havia muitos morcegos, era noite e fazia frio. Quando chegou em frente do castelo, empurrou a porta: parecia que ninguém morava naquele sítio tão estranho. Avançou, os seus passos ecoavam no castelo todo, até aparecer a bruxa Mimi, mesmo à sua frente. A tremer de medo, a camponesa disse-lhe que era uma cabeleireira que vinha para lhe cortar o cabelo. A bruxa acreditou e sentou-se numa cadeira para que a camponesa lhe cortasse o cabelo. Esta cortou-lhe o cabelo e aguardou um deles no bolso. Quando acabou, correu até à porta sem se voltar para trás porque sabia que a bruxa Mimi capturava toda a gente que entrasse no seu castelo. Correu, correu, correu

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durante um mês, até chegar novamente a casa dela. Assim que chegou, a camponesa fez a sopa, meteu o cabelo na sopa e lavou o anel mágico dentro dela. Depois pediu ao anel para recuar sessenta e três dias e formulou então o voto tão desejado... Era uma vez uma linda e pobre camponesa que encontrou próximo de um rio cristalino, um maravilhoso anel mágico. O anel tinha o poder de realizar todos os desejos da pessoa que o enfiava no dedo, mas só podia realizar um desejo por dia. Então, a bela jovem enfiou-o no dedo e pediu-lhe o vestido mais bonito do mundo: e o anel realizou o seu desejo. O vestido era da cor do sol e iluminava tudo à sua volta. A camponesa devia agora esperar pelo dia seguinte para pedir um outro desejo. No dia seguinte, às sete horas, acordou, levantou-se, vestiu-se e foi ter com a sua amiga. Voltou para casa e pediu ao anel mágico para a tornar rica. E então, desde esse dia, a camponesa viveu muito feliz… com o seu anel mágico!

PRECINDA

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O anel mágico Era uma vez uma linda e pobre camponesa, que encontrou próximo de um rio cristalino, um maravilhoso anel mágico. Esse anel transportou-a ao tempo dos dinossauros. Ela ficou espantada por ver um mundo tão lindo, com tanta natureza, e os animais gigantes a comer erva. Quando entrou numa floresta, viu um dinossauro a comer outro dinossauro. Ela escondeu-se, para não ser vista, e assim não ser comida. Depois viu outro camponês pobre e belo, que lhe fez sinal para que ela se aproximar. Quando chegou junto dele, perguntaram ao mesmo tempo: - Como te chamas? - Chamo-me Adriana - disse a camponesa. - Eu sou o Pedro – respondeu o camponês. Adriana e Pedro, já amigos, deram um passeio. Quando chegaram ao lago, beberam da mesma maneira que os dinossauros. - O que vamos poder comer? – perguntou a camponesa. - Plantas… - respondeu ele. - E para dormir e casar-se sabes? - Sim para dormir dormimos nas árvores. Mas para casar… isso não é necessário para ter filhos! - Tens razão! Tiveram oitos filhos a quem deram os nomes que se seguem: Tira, Loria, Lucas, Nicolas, Eva, Tomas, Guillerme, Alexandra, José. E viveram felizes até à morte.

LNP

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