Le Concert de la Loge

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Le Concert de la Loge Philippe Jaroussky contratenor


O MINISTÉRIO DA CULTURA, O GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, A SECRETARIA DA CULTURA E A CULTURA ARTÍSTICA APRESENTAM

Nathália Sudario

Victor Bigai

DESDE 2014 A CULTURA ARTÍSTICA INCENTIVA A FORMAÇÃO DE JOVENS MÚSICOS EM PARCERIA COM A FUNDAÇÃO MAGDA TAGLIAFERRO. EM 2016, 13 BOLSISTAS TIVERAM SUAS CARREIRAS IMPULSIONADAS, RECEBENDO AULAS PARTICULARES DE PROFESSORES RENOMADOS E INFRAESTRUTURA PARA PARTICIPAR DE PROCESSOS SELETIVOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS. EM MARÇO DESTE ANO, FOI SELECIONADA UMA NOVA LEVA DE ESTUDANTES QUE TERÃO A OPORTUNIDADE DE APRIMORAR SUA TÉCNICA NO CONTRABAIXO, VIOLONCELO, FLAUTA, VIOLINO OU PIANO A CULTURA ARTÍSTICA TEM MUITO ORGULHO DESTE PROJETO E DE PODER AJUDAR OS JOVENS A BRILHAR NOS PALCOS DO BRASIL E DO MUNDO! Saiba mais sobre o programa e os bolsistas em http://culturaartistica.com.br/bolsas-magda-tagliaferro realização

MINISTÉRIO DA CULTURA

DIVULGAÇÃO

BOLSAS DE ESTUDO MAGDA TAGLIAFERRO


O Ministério da Cultura, o Governo do Estado de São Paulo, a Secretaria da Cultura e a Cultura Artística apresentam

Le Concert de la Loge Philippe Jaroussky contratenor

patrocínio

realização

Gioconda Bordon

3 Programa 4 Notas sobre o programa 10 Paulo Kühl Biografias 17


SOCIEDADE DE CULTURA ARTÍSTICA DIRETORIA

Antonio Hermann D. Menezes de Azevedo VICE-PRESIDENTE Gioconda Bordon Carlos Mendes Pinheiro Júnior, Fernando Lohmann, Gioconda Bordon, Ricardo Becker, Rodolfo Villela Marino SUPERINTENDENTE Frederico Lohmann PRESIDENTE DIRETORES

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Fernando Carramaschi VICE-PRESIDENTE Roberto Crissiuma Mesquita Antonio Hermann D. Menezes de Azevedo, Carlos José Rauscher, Francisco Mesquita Neto, Gérard Loeb, Henri Philippe Reichstul, Henrique Meirelles, Jayme Sverner, Marcelo Kayath, Milú Villela, Pedro Parente, Plínio José Marafon, Roberto Baumgart PRESIDENTE

CONSELHEIROS

CONSELHO CONSULTIVO

Alberto Jacobsberg, Alfredo Rizkallah, George Zausner, João Lara Mesquita, Mário Arthur Adler, Patrícia Moraes, Stefano Bridelli, Sylvia Pinho de Almeida, Thomas Michael Lanz PROGRAMA DE SALA — EXPEDIENTE COORDENAÇÃO EDITORIAL Gioconda Bordon EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Ludovico Desenho Gráfico

SUPERVISÃO GERAL Silvia Pedrosa

EDIÇÃO

Marta Garcia

ASSESSORIA DE IMPRENSA

Conteúdo Comunicação

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Le Concert de la Loge : Philippe Jaroussky, contratenor / [coordenação editorial Gioconda Bordon ; notas sobre o programa Paulo Kühl]. – São Paulo : Cultura Artística, 2017. Vários colaboradores.

ISBN: 978-85-93629-01-3

1. Concertos – Programas – São Paulo (SP). 2. . Jaroussky, Philippe 3. Le Concert de la Loge (Grupo musical) - Biografia 4. Óperas 5. Orquestras 6. Tenores (Cantores) - Biografia I. Bordon, Gioconda. II. Kühl, Paulo. 17-03214 CDD-782.1 Índices para catálogo sistemático: 1. Ópera : Concertos : Música 782.1

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO | SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO — OSESP REGENTE TITULAR E DIRETORA MUSICAL

Marin Alsop

REGENTE ASSISTENTE Valentina

Peleggi

DIRETOR ARTÍSTICO

Arthur Nestrovski

FUNDAÇÃO ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO — ORGANIZAÇÃO SOCIAL DE CULTURA

Fernando Henrique Cardoso PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Fábio Colletti Barbosa Antonio Carlos Quintella DIRETOR EXECUTIVO Marcelo Lopes SUPERINTENDENTE Fausto Augusto Marcucci Arruda MARKETING Carlos Harasawa diretor EVENTOS Mauren Stieven supervisora, Gabrielle Coelho, Graziela Fernanda Gaeta Tognetti APOIO A EVENTOS Felipe Lapa DIVISÃO OPERACIONAL Analia Verônica Belli gerente DEPARTAMENTO DE OPERAÇÕES Mônica Cássia Ferreira gerente, Alexsandro Silva de Brito, Fabiane de Oliveira Araújo, Larissa Baleeiro da Silva, Mariana de Almeida Neves, Regiane Sampaio Bezerra DEPARTAMENTO TÉCNICO Angela da Silva Sardinha, Eliezio Ferreira de Araújo, Gerson da Silva, Rodrigo Kazuo Sugo Faustino ILUMINAÇÃO Daniel Santos Coimbra, Edivaldo José da Silva SONORIZAÇÃO Andre Vitor de Andrade, Fernando Vieira da Silva, Renato Faria Firmino MONTAGEM Adailson de Andrade, Denilson Caroso Araújo, Edgar Paulo da Conceição, Emerson de Souza, Humberto Alves Coralino, Marcio Dionizio, Rodrigo Batista Ferreira, Sandro Silvestre INDICADOR Reginaldo dos Santos Almeida encarregado, Eline Souza do Carmo, Eudênio dos Santos da Cunha, Kaique Henrique Ricardo Ribeiro PRESIDENTE DE HONRA

VICE-PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

REALIZAÇÃO

MINISTÉRIO DA CULTURA


Gioconda Bordon

gioconda@culturaartistica.com.br

Experiências Musicais O desenvolvimento tecnológico atualmente nos proporciona as mais diversas maneiras de ouvir música – arte que sofreu radicais mudanças em sua forma de distribuição. Sem sair de casa, podemos assistir, via streaming, a boa parte dos concertos das melhores orquestras do mundo, a espetáculos de dança, óperas e recitais. Contudo, nada se compara à experiência de estarmos presentes no lugar e no momento em que tudo acontece. Assim, orquestras sinfônicas, conjuntos de câmara, instrumentistas e cantores, tocando ao vivo, se veem diante do desafio de surpreender o público. As artes visuais e a iluminação, com seu poder de dramatizar a cena, podem atuar como coadjuvantes. Um exemplo extremo: em dezembro de 2015, em Nova York, o pianista Igor Levit e a artista performer Marina Abramovic criaram uma experiência inusitada. Antes de Levit tocar as Variações Goldberg, de Bach, um fone de ouvido foi distribuído aos espectadores com o objetivo de barrar os sons externos. Após trinta minutos de silêncio absoluto, o público, enfim, estava preparado para a audição. Exagero? Talvez. Porém, viver um momento transformador é o que nos leva à sala de concerto, daí a busca por formatos menos convencionais. Fundada em 2015, a orquestra francesa que se apresenta esta noite também pretende oferecer momentos ricos e livres. Seus projetos, inspirados pelo conjunto do século XVIII que lhe empresta o nome, pretendem mesclar obras de diversos gêneros musicais num mesmo concerto. Ou, ao contrário e de maneira igualmente ousada, oferecer peças de apenas um compositor, como as árias de Haendel para castrati que veremos nestes concertos, interpretadas pelo admirável Philippe Jaroussky. Duas noites preciosas da temporada de 2017. Bom concerto a todos! 3


SÉRIE BRANCA Sala São Paulo 24 de abril, segunda-feira 21h SÉRIE AZUL

Sala São Paulo 25 de abril, terça-feira 21h

Le Concert de la Loge Philippe Jaroussky contratenor GEORG FRIEDRICH HAENDEL (1685-1759) Radamisto, HWV 12 c. 4’10 Abertura

Flavio, rei dos Lombardos, HWV 16 c. 5’52 Recitativo “Son pur felice” Ária “Bel contento”

Siroe, rei da Pérsia, HWV 24 c. 7’12 Recitativo “Son stanco” Ária “Deggio morire, oh stelle!”

Concerto Grosso op. 6 n.1, HVW 319 c. 12’ Imeneo, HWV 41 c. 6’10 Ária “Se potessero i sospir miei”

Radamisto, HWV 12 c. 4’40 Recitativo “Vieni d’empietà” Ária “Vile, se mi dai vita” intervalo Os concertos serão precedidos do Momento Musical, palestra de Irineu Franco Perpetuo sobre os compositores, peças e intérpretes da noite que acontece às 20 horas no auditório do primeiro andar da Sala São Paulo. 4

O conteúdo editorial dos programas da Temporada 2017 encontra-se disponível em nosso site uma semana antes dos respectivos concertos.


Giustino, HWV 37 c. 5’41 Recitativo “Chi mi chiama alla gloria” Ária “Se parla nel mio cor”

Tolomeo, rei do Egito, HWV 25 c. 6’8 Recitativo “Inumano fratel” Ária “Stille amare”

Excertos de Música Aquática, HWV 348

c. 18’

I. Overture II. Bourrée III. Hornpipe IV. Air V. Allegro

Radamisto, HWV 12

c. 7’45

Ária “Ombra cara”

Flavio, rei dos Lombardos, HWV 16 c. 5’30 Recitativo “Privarmi ancora” Ária “Rompo i lacci”

Programação sujeita a alterações. facebook.com/culturartistica Instagram: @culturaartistica www.culturaartistica.com.br

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Le Concert de la Loge Philippe Jaroussky contratenor GEORG FRIEDRICH HAENDEL (1685-1759)

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FLAVIO

FLAVIO

Récit Son pur felice al fine. Ahi! Per la tenerezza Sento stemprarmi il core. Parmi veder sull’etra Per sì fausto imeneo tutte le stelle Rider più liete, e scintillar più belle.

[Recitativo] Sou feliz, enfim. Ah! Na ternura Sinto meu coração dissolver-se. Creio ver no céu, Por esse feliz casamento, todas as estrelas Rirem com mais alegria e cintilarem com mais beleza.

Aria Bel contento già gode quest’alma Né più teme d’avere a penar, Che d’Amore la placida calma il mio seno qui giunge a bear. Bel contento, etc.

[Ária] Minha alma já desfruta de um doce prazer E não teme ter de sofrer Pois da calma serena do amor Meu peito veio se deleitar Minha alma já desfruta...

SIROE

SIROE

Récit Son stanco, ingius Numi, di soffrir l’ira vostra. A che mi giova l’innocenza , e virtù? Si opprime il giusto, s’inalza il traditor. Se i merti umani così bilancia Astrea, o regge il coso, o l’innocenza è rea.

[Recitativo] Estou cansado, deuses injustos, De suportar sua ira. De que me servem a inocência e a virtude? Se o justo é oprimido, se o traidor ascende. Se o Astro equilibra assim os méritos humanos Ou o acaso reina, ou a inocência é culpada

Aria Deggio morire, o stelle, nè all’innocenza mia v’è chi contento dia, nè chi dia pace. Io son vicino a morte e ogn’un nella mia sorte, o mostrasi rubelle, o pur si tace.

[Ária] Devo morrer, ó estrelas, E não há nada que dê Contento à minha inocência, Ou que lhe dê paz. Eu me aproximo da morte E todos, nessa triste situação Ou mostram-se hostis, Ou calam-se.


IMENEO

IMENEO

Aria Se potessero i sospir’ miei Far che l’onde a queste sponde, Riportassero il legno infido, io vorrei tutti sciogliere là sul lido i sospiri del mio cor.

[Ária] Se os meus suspiros pudessem Fazer com que, para essa costa, as ondas Trouxessem de volta o barco infiel, Eu gostaria de despejar sobre essas margens Todos os suspiros de meu coração.

Ma non possono far dal mare Ritornare a me Rosmene. Deh! Su l’ale a qeste arene La conduca il Dio d’Amor!

Mas eles não podem, do mar, Trazer-me de volta Rosmene. Ai! Que de volta para cá, sobre suas asas, Conduza-a o Deus do Amor!

RADAMISTO

RADAMISTO

Récit Vieni, d’empietà mostro crudel! Aprimi’l petto, e saziati, spietato, Del mio sangue onorato! Insperbisci pure, alma vile, Insolente, non avvezza a vittorie, Abusa di tua sorte! Eccoti il petto igbudo, l’opera è degna di te, Col braccio vile, vieni a darmi la morte! Essa per il cor mio non ha terrore, Le sono andato mille volte incontro, E l’ho vista per me piena d’onore.

[Recitativo] Vem, monstro impiedosamente cruel! Abre meu peito e sacia-se, impiedoso, De meu sangue honrado! Pavoneia-te, alma vil, Insolente, desacostumado às vitórias, Abusa de tua sorte! Eis meu peito descoberto, a obra é digna de ti, Com braço vil, vem trazer-me a morte! Meu coração ela não aterroriza, Fui mil vezes ao seu encontro, E, para mim, a vi cheia de honra.

Air Vile! Se mi da vita, Vile! Se mi da morte, Vedrai che l’alma forte Sempre ti sprezzerà. Empio! non hai sì ardita La destra senza gloria? Compisci la vittoria con otto di viltà!

[Ária] Vil! Se me deres a vida, Vil! Se me deres a morte, Verás que minha alma forte Sempre te desprezará. Ímpio! Não tens tão ousada A inglória mão direita? Conquista tua vitória com esse ato aviltante.

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GIUSTINO

GIUSTINO

Récit Chi mi chiama alla gloria? Ubbiodiente il mio destino ascolto, e gia men corro a coglier Palme ... e dove? Ah! che vaneggio! Pure il Fato mi trae : seguirlo io deggio. Capanna, Boschi, addio Spezzo l’aratro mio. Già al cor rimbomba Or la guerriera tromba Il timpano feroce udir già parmi Giustino, andiamo alla Vittorie, all’armi.

[Recitativo] Quem me chama para a glória? Obediente, meu destino escuto, E já corro a colher os louros... Mas onde? Ah, que delírio! Mas o destino me impele: devo segui-lo. Cabana, bosque, adeus! Quebro o meu arado. Já em meu peito ressoa O trompete de guerra Já pareço escutar o tímpano feroz Giustino, avante para a vitória, às armas.

Air Se parla nel mio cor Intrepiedo valor Voce è del Fato Nè degg’io disprezzar Ma lieto io vo’ ascoltar Suono sì grato

[Ária] Se em meu coração fala A bravura intrépida É a voz do destino Não devo desprezá-la Mas quero escutar, feliz, Um som tão apreciado.

TOLOMEO

TOLOMEO

Récit Che più si tarda omai, oh geghittose labbra, a dissetar con queste poche stille, che Elisa a te presenta, l’empio furor della tua sorte irata? Si beva, si,si beva! (Beva il veleno e getta la coppa )

[Recitativo] Por que esperais ainda, Ó lábios preguiçosos, Para apaziguar, com essas poucas gotas Que Elisa oferece, O furor cruel de vosso destino enraivecido? Bebamos, sim, sim, bebamos! [Bebe o veneno e contempla a taça]

Inumano fratel, barbara madre, dispietata Elisa, Numi, o furie del Ciel, Cielo Nemico, implacable destin, tiranna sarte, tutti, tutti, v’invito aguestare il piacer della mia morte. Ma tu, consorte amata, non pianger no, metre che lieto spiro; basta che ad incontrar l’anima mia, quando uscirà del sen, man di un sospiro.

Desumano irmão, bárbara mãe, Impiedosa Elisa, Divindades e fúrias do céu, Céu inimigo, implacável destino, Sorte tirana, todos, todos, convido-vos A desfrutar o prazer de minha morte. Mas tu, esposa amada, não chores, Não até que, feliz, eu expire; Basta que, ao reencontrar minh’alma, Quando ela deixar meu peito, Mandes um suspiro.


Air Stille amare, gia vi sento Tutte in seno, la morte a chiamar, gia vi sento smarzare il tormento gia vi sento tormarmi a bear. (cade spirate sopra il sasso)

[Ária] Gotas amargas, já vos sinto em meu peito, chamar a morte, Já vos sinto acalmar meu tormento Já vos sinto novamente acolher-me. [Cai expirando sobre a pedra]

RADAMISTO

RADAMISTO

Air Ombra cara di mia sposa Deh! Riposa E lieta aspetta la vendetta che farò! E poi tosto ove tu stai Mi vedrai Venir a volo E fedel t’abbraccerò.

[Ária] Sombra querida de minha esposa Ah! Repousa E, feliz, espera a vingança que realizarei! E, breve, lá onde estás Tu me verás Voar para ti E, fiel, abraçar-te.

FLAVIO

FLAVIO

Récit Privarmi ancora Dell’amata beltà? ma pria che gli astri Febo nel ciel ricopra Vendicati saran’ dal mio furore E l’onor vilipeso, e’l genitore!

[Recitativo] Privar-me ainda De minha bela amada? Mas, antes que o astro Febo o céu recubra, Serão vingados por meu furor Meu pai e minha honra ultrajada.

Air Rompo i lacci, e frango i dardi Che al mio sen Amor scagliò; Ma poi senza l’idol moi, Come, o Dio! Viver potrò!

[Ária] Rompo os laços e quebro as flechas Que o amor envia a meu peito; Mas agora sem meu ídolo, Como – ó Deus! – poderei viver?

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Notas sobre o programa Paulo M. Kühl

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O repertório deste concerto revela muito da maneira como eram criadas as óperas na primeira metade do século XVIII: uma combinação das ideias musicais do compositor, do texto escrito pelo libretista e, sobretudo, da figura principal do cantor, que de fato era o grande chamariz desse tipo de espetáculo. Georg Friedrich Haendel, Nicola Francesco Haym e o castrato Senesino (Francesco Bernardi) são as figuras centrais aqui, ainda que não as únicas. Haendel (1685-1759), compositor de carreira europeia, que vai desde o Teatro do Mercado dos Gansos em Hamburgo, passando pela Itália e por Hannover, para finalmente estabelecer-se na Inglaterra a partir de 1710, é um dos principais músicos associados à composição de ópera italiana (mesmo que fora da Itália), com 39 obras completas em italiano. Haym (1678-1729), nascido em Roma, talvez um tanto mais obscuro para o público moderno, atuou como violoncelista, compositor, empresário e, o que nos interessa, como libretista. Chegou a Londres em 1701 e durante os primeiros anos ali desenvolveu sobretudo sua carreira musical. A partir de 1710 começou a adaptar óperas italianas (texto e música) para os palcos da cidade. Em sua colaboração com Haendel, produziu pelo menos oito libretos baseados em óperas de outros autores, o que era muito comum no período. A adaptação de vários libretos italianos consistia sobretudo em reduzir o tamanho dos recitativos, menos interessantes para o público inglês, e criar várias situações para as árias, justamente os números musicais que mais atraíam o interesse do público, por serem o momento da ópera em que os cantores podiam exibir todos os seus dotes musicais. E aqui entra a figura de Senesino (?-1759), e também de vários outros cantores que participaram das montagens das óperas de Haendel. Nascido em Siena (daí seu nome artístico), juntou-se à companhia de ópera do King’s Theatre em 1720, lá permanecendo até junho de 1728. Durante esse período, cantou em treze óperas do compositor, retornando posteriormente à Inglaterra para uma nova estadia de 1730 a 1733.


De modo geral, a estrutura da ópera italiana na primeira metade do século XVIII envolvia uma sequência de recitativos e árias, com uma abertura instrumental, um ou mais duetos e um coro final com os solistas. Se em uma concepção mais tradicional a música deveria ser subordinada à palavra e, portanto, ao sentido que ela carrega, sabe-se que a prática musical tendia a privilegiar a música em detrimento da palavra. Nessa tensão constante, o recitativo seria aquele mais próximo à fala e tinha como objetivo conduzir a ação. Na visão de Stefano Arteaga, jesuíta espanhol radicado na Itália, em sua monumental história da ópera italiana (1782-1786), “quando a alma, ondeando em um tumulto de afetos contrários, sente-se atormentada pelas próprias dúvidas, sem contudo saber que partido tomar — tal incerteza e a passagem alternada de um movimento a outro diverso é o que forma o recitativo obbligato”, também conhecido como accompagnato. Já na ária, os afetos se expandem e, nas palavras do autor, “estão, por assim dizer, em seu último período”. Assim, a passagem do recitativo ao recitativo acompanhado e finalmente à ária revela um percurso crescente da movimentação dos afetos. E é sobretudo na ária que o cantor mostrará todos os recursos de sua voz. Entra então em cena o castrato, que desde o final do século XVII tornara-se central na ópera. Devido às peculiaridades de sua conformação física, o castrato bem sucedido tinha em geral uma voz muito ágil, um fôlego inesgotável e diversos outros recursos, utilizados ao máximo pelos compositores e que tanto seduziam o público. Para nós, resta certa nostalgia desse mundo perdido, tal como narrado nos mais diversos relatos de época. Ao mesmo tempo, permanece o horror com relação à mutilação dos jovens meninos, configurando-se assim a impossibilidade de recuperar aquilo que foi perdido. Além disso, é curioso pensar que em muitas partes da Europa não parecia haver nenhum problema com o fato de um cantor ou uma cantora, com uma voz “feminina”, cantar papeis masculinos (em geral heroicos) ou femininos. François Raguenet, em sua tendenciosa comparação entre a música italiana e francesa de 1702, ao enunciar as vantagens da primeira, afirmava que os castrati “fazem o personagem que quiserem, uma mulher ou um homem, segundo a necessidade. Pois os castrati estão tão acostumados a fazer papéis de mulher que as melhores atrizes do mundo não são melhores do que eles. Eles têm a

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voz tão doce quanto a delas e a têm muito mais forte; são maiores do que o comum das mulheres e, por isso, têm mais majestade do que elas. São até mesmo, em geral, mais belos como mulheres do que as próprias mulheres”. Desse modo, a representação era muito mais importante do que uma identificação entre sexo, gênero e voz. Claro que nas encenações modernas os papéis são atribuídos a sopranos, mezzo-sopranos, contraltos e contra-tenores. São muitos os nomes conhecidos dos castrati — Farinelli, Caffarelli, Mancini, Rauzzini, Crescentini, entre tantos outros — e os elogios que receberam. Para o repertório aqui apresentado, o nome de destaque, como já se viu, é o de Senesino, mas também aparecem Giovanni Battista Andreoni (no caso da ópera Imeneo) e Domenico Annibali (em Giustino). É importante lembrar que os compositores criavam suas óperas pensando em intérpretes específicos e também as transformavam e adaptavam conforme as qualidades dos cantores. Haendel teve a possibilidade de trabalhar diretamente com diversos grandes cantores, dentre eles Francesco Borosini, Margherita Durastanti, Francesca Cuzzoni, Faustina Bordoni e Farinelli, numa época em que a ópera italiana na Inglaterra finalmente se estabeleceu, em especial por causa da importação de grandes cantores italianos. De maior interesse aqui, Senesino: para ele, Haendel escreveu diversos papéis e também adaptou a ópera Radamisto, explorando aquilo que o cantor tinha de melhor.

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Para o início de suas óperas, Haendel adotou, diferentemente do modelo italiano tradicional da sinfonia com três movimentos, a ouverture francesa. Assim, a abertura de Radamisto (HWV 12), estreada em abril de 1720 no King’s Theatre, Londres, bem exemplifica esse modelo vindo dos balés de corte franceses e consolidado nas tragédias líricas de Lully e de seus seguidores e já adotado na Inglaterra desde Purcell: uma seção inicial, com notas pontuadas, seguida por um fugato, retornando depois à primeira parte. As outras obras instrumentais desta noite são o Concerto Grosso op. 6 n.1 (HVW 319) e trechos da Música Aquática (HWV 348). O primeiro faz parte dos 12 Grandes Concertos, publicados em 1740, com a formação usual dos concerti grossi: orquestra com tutti (ripieno), alternando com dois violinos e um violoncelo (concertino). São cinco movimentos que


exploram de vários modos as relações entre os solistas e o tutti, além de produzir oposições constantes nos andamentos, com propostas engenhosas que jogam com as expectativas do público da época. Já a longa suíte da Música Aquática foi criada para acompanhar uma festa no rio Tâmisa, em junho de 1717, que contou com a presença do rei George I e convidados. Trata-se de uma peça brilhante, dentre as mais conhecidas do compositor, originalmente com a presença de trompas e trompetes em movimentos rápidos, que se alternam com passagens mais lentas. Flavio, rei dos Lombardos (HWV 16) estreou no King’s Theatre em maio de 1723, com libreto de Haym, baseado em uma obra de Matteo Noris. O castrato Gaetano Berenstandt desempenhou o papel título e Senesino aparece como Guido, filho de Ugone, conselheiro do rei. As ações de Guido compõem uma trama emprestada do Cid de Corneille. O recitativo “Son pur felice” e a ária “Bel contento” fazem parte do ato I, cena IV, quando os amores de Guido e Emilia ainda não foram perturbados por fatos que viriam a seguir na ópera, e o personagem expressa sua felicidade e confiança no futuro. É uma ária da capo, em cuja primeira parte há um diálogo constante entre a voz e o primeiro violino, quase em clima triunfante. O outro trecho da ópera aqui apresentado é a ária de bravura “Rompo i lacci”, também de Guido, no ato II, cena VI, quando já está instaurada a desavença entre os pais de Guido e Emilia e, consequentemente, os amantes devem separar-se. Fica explícita uma das grandes qualidades associadas à voz dos castrati, a saber, a agilidade que se equipara aos instrumentos. Na primeira parte da ária da capo, novamente voz e violinos se imitam, mas desta vez numa velocidade muito maior. Na segunda, com um nítido contraste, há um diálogo entre a voz e o oboé (na partitura original), o qual parece repetir a insistência na pergunta feita pelo personagem: “como, ó Deus, poderei viver?”. Siroe, rei da Pérsia (HWV 24) estreou no King’s Theatre em fevereiro de 1728, com libreto de Haym baseado na obra homônima de Metastasio e papel título escrito para Senesino. O arioso “Son stanco” e a ária “Deggio morire, o stelle” fazem parte do ato III, cena VII —

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uma cena de prisão — quando o herói é injustamente encarcerado, depois de uma longa trama que envolve disfarces, enganos e desventuras amorosas. O pequeno recitativo accompagnato precede uma longuíssima ária, na qual o cantor, seguido por uma orquestra insistente, deve mostrar todas suas qualidades patéticas, através da interpretação de notas mais longas. Já o caso da Imeneo (HWV 41) é um pouco distinto. O libreto foi adaptado anonimamente, a partir de uma obra homônima de Silvio Stampiglia, e a ópera estreou no teatro de Lincoln’s Inn Fields, em Londres, num momento mais complicado da carreira de Haendel, em novembro de 1740. O papel de Tirinto foi escrito para o castrato Giovanni Battista Andreoni (?-1797), que cantou em Londres entre os anos 1740 e 1741. A ária “Se potessero i sospir miei” está na primeira cena da ópera, na qual Tirinto lamenta-se sobre o desaparecimento de sua amada Rosmene, primeiramente num larghetto (“La mia bella, perduta, Rosmene”) e depois na ária. Aqui, mais do que o papel de um herói, trata-se de um amante que sofre, o que fica aparente no desespero das árias do personagem. As notas pontuadas e pequenas pausas e cesuras representam musicalmente os suspiros mencionados logo no primeiro verso.

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A ópera Radamisto (HWV 12) tem um libreto anônimo, talvez de autoria de Haym, adaptado de dois textos anteriores, um de D. Lalli e outro de M. Noris. Vale lembrar que, na estreia em abril de 1720, quem cantou o papel título foi Margherita Durastanti. Já na versão de dezembro daquele mesmo ano, Senesino assumiu o papel e Durastanti ficou com a parte de Zenóbia. Foram várias as mudanças no libreto e na composição musical, as quais revelam um pouco da maneira como Haendel criava suas óperas e também a atenção que dava a cantores específicos. O recitativo accompagnato “Vieni d’empietà” e a ária “Vile, se mi dai vita”, do ato II, cena V, mostram o caráter guerreiro e desafiador do protagonista, insistindo em suas virtudes heroicas. Trata-se de um trecho inexistente na versão original e que foi escrito especialmente para Senesino. Haendel teve de transpor as árias originais e criou outras para equilibrar a presença de Senesino e Durastanti na ópera. A ária estrepitosa tem uma agitação criada pela fala rápida do canto e por trechos de coloratura, além do acom-


panhamento orquestral especialmente nervoso por causa das notas pontuadas. Já a ária “Ombra cara”, do ato II, cena III, tem um caráter muito distinto. Com um acompanhamento sereno e notas mais longas para o cantor, é um verdadeiro lamento do protagonista que está prestes a perder sua amada Zenóbia. Giustino (HWV 37) estreou no teatro do Covent Garden em Londres, em fevereiro de 1737, com o castrato Domenico Annibali no papel título. O libreto é uma adaptação anônima de textos de Nicolò Beregan e Pietro Pariati. Trata-se de uma obra mais variada, com a presença do Maravilhoso, o que é visível no ato I, cena V, em cuja descrição se lê: “a Fortuna desce em uma majestosa máquina, sentada sobre uma roda que gira, seguida por gênios que trazem nas mãos cetros, coroas e tesouros”. O recitativo accompagnato “Chi mi chiama alla gloria?” e a ária “Se parla nel mio cor” mostram o confiante herói em busca de sua vitória; a música exige agilidade do cantor, que em alguns momentos imita sons da trompa guerreira, sobretudo em alguns arpejos. A ópera Tolomeo (HWV 25) também estreou no King’s Theatre, em abril de 1728, mais uma vez com libreto de Haym, adaptado de um texto de Sigismondo Capace, e com Senesino no papel título. O recitativo accompagnato “Inumano fratel” e a ária “Stille amare” fazem parte do ato III, cena VI, quando Tolomeo, depois de ser abandonado e traído por quase todos, decide morrer e toma o que ele crê ser um veneno. Assim, a ária acontece no momento em que o personagem estaria morrendo, descrevendo os efeitos em seu corpo. O acompanhamento orquestral, com um baixo cromático descendente, enfatiza a ideia da vida que se esvai. Pensada como uma ária dal segno, temos a impressão de que o cantor repetirá a primeira parte. Contudo, a frase é interrompida e o personagem morre no palco. Posteriormente, sabemos que não era um veneno, mas apenas um sonífero, e a trama se resolve num final feliz com um dueto e um coro.

Paulo M. Kühl é professor de história da arte e história da ópera no Instituto de Artes da UNICAMP.

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FRANCK JUERY

Le Concert de la Loge Chouchane Siranossian violino e direção musical VIOLINOS

Ayako Matsunaga Blandine Chemin Karine Crocquenoy Laurence Martinaud Lilya Slavny Lucien Pagnon Paul-Marie Beauny VIOLAS

David Glidden Maria Mosconi Pierre-Eric Nimylowycz VIOLONCELOS

Emily Robinson Jérôme Huille

CONTRABAIXO

Christian Staude OBOÉS

Jon Olaberria Laura Duthuillé FAGOTE

Josep Casadella Cunillera CRAVO

Takashi Watanabe


Le Concert de la Loge A criação do Le Concert de la Loge foi inspirada por uma sociedade de concertos fundada em1781 — a Le Concert de la Loge Olympique —, considerada na época uma das melhores orquestras da Europa. Seu principal regente, Chevalier Saint George, encomendou as famosas Sinfonias Parisienses ao compositor Joseph Haydn. Seus mais destacados concertos foram realizados no Palácio das Tulherias, graças ao apoio de Maria Antonieta.

Saiba mais Em 2016, o Concert de la Loge iniciou a gravação do ciclo integral das Sinfonias Parisienses, de Joseph Haydn. No primeiro CD, além de La Reine de France, estão presentes também a Sinfonia em dó menor n. 4, de Henri-Joseph Rigel; o trecho “Semplicetto, ancor non sai”, de Endimione, de Johann Christian Bach, e, ainda, “Io d’amore, oh Dio, mi moro”, da obra Didone abbandonata, de Giuseppe Sarti. A interpretação é da soprano Sandrine Piau.

Em 2015, o violinista francês Julien Chauvin decidiu reviver esse grande momento da vida musical parisiense e criou um novo conjunto em homenagem à antiga orquestra. Formado por instrumentos de época, seu objetivo é abarcar um repertório amplo, que vai do barroco ao contemporâneo e inclui programas para grupos de câmara, conjuntos sinfônicos e líricos. Além disso, seu trabalho propõe um novo desenho musical, aberto a grande variedade de formações que podem mesclar diversas expressões artísticas. Esse formato estimula o diálogo não apenas entre as artes como também entre artistas e público. As atividades do La Loge incluem ainda a recuperação de peças do repertório francês, programa desenvolvido com o Centro de Música Barroca de Versalhes e com o Palazzetto Bru Zane. Com apenas três anos de existência o ensemble francês já produziu e apresentou diversos espetáculos, como a ópera Armida, de Haendel, encenada por Marianne Clément. Em suas turnês pela Europa, tocou ao lado de personalidades de destaque do mundo lírico, como as sopranos Sandrine Piau e Karina Gauvin, e de instrumentistas barrocos como os cravistas Jean Rondeau e Justin Taylor. Dois espetáculos estreiam este ano: as óperas Le Cid, de Antonio Sacchini, com cenografia de Sandrine Langlade, e Phèdre, de Jean Baptiste Lemoyne, encenada por Marc Paquien. Em 2016, um ano após a fundação do novo Le Concert de la Loge Olympique, o Comitê Nacional Esportivo Olímpico Francês obrigou o grupo a retirar a palavra “Olympique” de sua denominação original, sem com isso interferir na homenagem à orquestra que lhe serviu de inspiração. Nestes dois concertos em São Paulo, o grupo será dirigido pela violinista Chouchane Siranossian.

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Philippe Jaroussky O contratenor Philippe Jaroussky nasceu em 1978, em Maisons-Laffitte, próximo de Paris. Aos onze anos iniciou seus estudos de violino e chegou a ganhar um concurso no Conservatório de Versalhes. Aos quinze resolveu mudar de instrumento e escolheu o piano, mas logo se deu conta de que com aquela idade dificilmente conseguiria seguir a carreira de pianista. Alguns anos mais tarde, durante uma apresentação do cotratenor/sopranista Fabrice di Falco, descobriu o que fazer com seu grande talento musical: seria cantor. Começou então a estudar com Nicole Fallien. Hoje, Jaroussky é um nome destacado do mundo lírico internacional. Com domínio técnico e amplitude vocal excepcionais, ele desliza dos registros mais graves aos mais agudos com segurança e delicadeza assombrosas. Dedica-se aos principais autores barrocos e renascentistas, como Vivaldi, Pergolesi e Haendel, embora interprete também compositores contemporâneos como Marc-André Dalbavie e Kaija Saariaho. A diversidade de seu repertório fica evidente no álbum Green, de 2015, que traz as famosas melodies francesas de Fauré, Ravel, Chausson e Debussy, com participação do pianista Jérôme Ducros e do Quarteto Ebène. Em 2016 lançou um novo álbum, com cantatas de Bach e Telemann. Jaroussky tem se apresentado com grupos do porte de Les Musiciens du Louvre, Arts Florissants, I Barocchisti, Venice Baroque Orchestra e Il Pomo d’Oro, entre outros. Em 2002, fundou o Ensemble Artaserse, com o qual esteve em turnê em São Paulo como parte da Temporada de 2014 da Cultura Artística. Artista exclusivo da gravadora Erato-Warner, Jaroussky recebeu os prêmios mais importantes do mundo da música clássica: Disque d’Or, em 2007; Diapason d’Or e Album of the Year do Les Victoires de la Musique, em 2008, e Midem Classical Awards, em 2009. Em 2015/2016 foi o artista residente na Berlin Konzerthaus, e, neste ano, ocupa a mesma posição em Hamburgo, na Elbphilharmonie.

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Em sua agenda de 2017, além desta turnê pela América do Sul, está também a estreia da ópera Alcina, de Haendel, na Opera House de Zurique, ao lado da mezzo-soprano Cecilia Bartoli.

Saiba mais O recém-lançado álbum La Storia di Orfeo teve por inspiração obras de Monteverdi, Sartorio e Rossi. Árias de óperas dos três compositores relatam o mito dos amantes Orfeu e Eurídice, um projeto muito caro a Jaroussky. Ao seu lado estão a soprano Emöke Baráth, o Coro da Rádio e Televisão Suíça e o conjunto I Barocchisti, sob direção de Diego Fasolis.


SIMON FOWLER


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AMIGOS DA CULTURA ARTÍSTICA Agradecemos a todos que contribuem para tornar realidade os espetáculos e projetos educativos promovidos pela Cultura Artística.

MECENAS Adolpho Leirner Alexandre e Silvia Fix Ana Lucia e Sergio Comolatti Ana Maria Igel e Mario Higino Leonel Ane Katrine e Rodolfo Villela Marino Anna Helena Americano de Araújo Antonio Hermann D. M. Azevedo Arsenio Negro Jr. Beatriz Baumgart Tadini Brejeiro Carmo e Jovelino Mineiro Cláudio Thomaz Lobo Sonder Cristian Baumgart Stroczynski Cristina Baumgart Denise Pauli Pavarina Eduardo Define Edward B. G. Weaver Fabio de Campos Lilla Frédéric de Mariz Gioconda Bordon Giovanni Guido Cerri Gustavo Salomão Hélio Seibel Heloisa Leite de Moraes Define Henri Slezynger e Dora Rosset Israel Vainboim Jacques Caradec Jean Claude Ramirez Jorge Sidney e Nadia Atalla José Carlos Evangelista José E. Queiroz Guimarães José Roberto Opice Karin Baumgart Srougi Lázaro de Mello Brandão Marcelo Kayath Marcos Baumgart Stroczynski Marcos Braga Rosalino Michael e Alina Perlman Milú Villela Minidi Pedroso Nádia e Olavo Setúbal Jr. Nelson Nery Junior Otto Baumgart Paulo Bruna

Paulo Proushan Pedro Herz Rolf Gustavo Roberto Baumgart Rosa Maria de Andrade Nery Sylvia e Flávio Pinho de Almeida Ursula Erika Marianna Baumgart 3 mecenas anônimos

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Abram e Clarice Topczewski Alberto Whitaker Antonio Carlos Marcondes Machado Antonio Kanji Arnaldo Malheiros Calçados Casa Eurico Carlos Mendes Pinheiro Junior MANTENEDORES Carlos P. Rauscher Claudia Annunziata G. Musto Alfredo Rizkallah Claudio Alberto Cury Arnoldo Wald Claudio e Selma Cernea Augusto Livio Malzoni Dario Chebel Labaki Neto Bruno Alois Nowak Dario e Regina Guarita Cleide e Luiz Rodrigues Corvo Edith Ranzini Erwin e Marie Kaufamnn Eduardo Secchi Munhoz Fernando Eckhardt Luzio Edward Launberg Fernando Lohmann Elias e Elizabeth Rocha Barros Francisco Humberto de Abreu Maffei Evangelina Lobato Uchoa Henri Philippe Reichstul Fernando de Azevedo Corrêa Jayme Blay Francisco J. de Oliveira Jr. José Luiz e Sandra Setúbal Francisco Montano Filho Lea Regina Caffaro Terra Galícia Empreend. e Participações Ltda. Livio De Vivo Gerard Loeb e Angela Varela Marcelo Pereira Lopes de Medeiros Gustavo e Cida Reis Teixeira Maria Zilda Oliveira de Araújo Heinz Jorg Gruber MV Pratini de Moraes Henrique Lindenberg Neto Neli Aparecida de Faria Isaac Popoutchi Nelson Pereira dos Reis Israel Sancovski Paulo Guilherme Leser Izabel Sobral Regina e Gerald Reiss Jayme Sverner Ricard Akagawa José e Priscila Goldenberg Ruy e Celia Korbivcher Junia Borges Botelho Ruy Souza e Silva e Fátima Zorzato Katalin Borger Sandra Arruda Grostein Leo Kupfer Silvia e Fernando Carramaschi Luci Banks Leite Tamas Makray Lúcia Lohmann e Nemer Rahal Thomas Frank Tichauer Luiz Franco Brandão Valeria e Antonio Carlos Barbosa de Oliveira Luiz Henrique Martins Castro Vavy Pacheco Borges Luiz Roberto de Andrade Novaes Vitor Maiorino Neto M. Bernardete Baretto de Menezes Sampaio Walter Ceneviva Malú Pereira de Almeida Wolfgang Knapp Marcia Igel Joppert 4 mantenedores anônimos Marcos de Mattos Pimenta Maria Bonomi


Maria Helena Peres Oliveira Maria Joaquina Marques Dias Maria Teresa Igel Nelson Jafet Nelson Vieira Barreira Oscar Lafer Oswaldo Henrique Silveira Patricia de Moraes Paula e Hitoshi Castro Paulo Cezar Aragão Raphael Pereira Crizantho Renata e Sergio de Simon Ricardo Luiz Becker Rosa Maria Graziano Ruben Halaban Sergio Luiz Macera Ulysses de Paula Eduardo Jr. Wilma Kövesi (i.m.) 6 benfeitores anônimos

APOIADORES Alessandro e Dora Ventura Ana Cristina Arantes Ana Elisa e Eugenio Staub Filho Ana Maria Malik André Guyearch Andrea Sandro Calabi Beatriz e Numa Valle Beatriz Garcez Lohmann Bernardo Guerra Carla Milano Carlos Alberto Junqueira Franco Carlos Chagas Rodrigues Carmen Guarini Cássio Augusto Macedo da Silva Charles e Sandra Cambur Ciça Callegari e Luiz Eugenio Mello Cristina e Richard Barczinski Dan Linetzky Waitzberg Daniela e Frederico Carramaschi Edson Eidi Kumagai Eduardo Molan Gaban Eliana Regina Marques Zlochevsky Elizabete e Mauro Guiotoku

Eric Alexander Klug Francisco, Mariana e Gabriela Turra Guilherme Ary Plonski Gustavo Henrique Machado de Carvalho Helio e Livia Elkis Horacio Mario Kleinman Issei e Marcia Abe José Carlos Dias José de Paula Monteiro Neto José Francisco Kerr Saraiva José Rubens Pirani Leda Tronca Lilia Katri Moritz Schwarz Lucila Pires Evangelista Luis Renato Oliveira Luiz Alberto Placido Penna Luiz Diederichsen Villares Luiz Marcello M. de Azevedo Filho Luiz Schwarcz M.Luiza Santari M.Porto Marcello D. Bronstein Marcelo Gutglas Márcio P.P. Garcia Marco Tullio Bottino Maria Cecilia Comegno Maria da Graça e Mario Luiz Rocco Marisa e Patrick Nielander Marta D. Grostein Martha Diederichsen Stickel Mauro André Mendes Finatti e Caio Andreazza Morbin Omar Fernandes Aly Patricia Giesteira Pedro Spyridion Yannoulis Plinio J. Marafon Raquel Szterling Nelken Raul Corrêa da Silva Regina Celidonio e Luiz Fernando Caiuby L. da Silva Ricardo Hering Roberto Crissiuma Mesquita Roberto Falzoni Rosa Maria Salvetti Teli Penteado Cardoso Walter Jacob Curi 20 apoiadores anônimos

Lista atualizada em 28 de março de 2017

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Agradecemos a todos que têm contribuído, de diversas maneiras, para o esforço de construção do novo Teatro Cultura Artística. PATROCINADORES

PRINCIPAIS DOADORES (R$ 5.000,00 ou mais) Adolpho Leirner Affonso Celso Pastore Agência Estado Aggrego Consultores Airton Bobrow Alexandre e Silvia Fix Alfredo Egydio Setúbal Alfredo Rizkallah Álvaro Luís Fleury Malheiros Ana Maria Levy Villela Igel Antonio Carlos Barbosa de Oliveira Antonio Carlos de Araújo Cintra Antonio Corrêa Meyer Arnaldo Malheiros Arsenio Negro Jr. Aurora Bebidas e Alimentos Finos Banco Pine Banco Safra Bicbanco Bruno Alois Nowak Calçados Casa Eurico Camargo Correa Camilla Telles Ferreira Santos Carlos Nehring Netto CCE Center Norte Cláudio e Rose Sonder Cleõmenes Mário Dias Baptista (i.m.) Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração Daniela Cerri Seibel e Helio Seibel Dario Chebel Labaki Neto Dora Rosset Editora Pinsky Ltda. Elias Victor Nigri Elisa Wolynec EMS Erwin e Marie Kaufmann Eurofarma Fabio de Campos Lilla Fanny Ribenboin Fix

Fernando Eckhardt Luzio Fernando Lohmann Fernão Carlos Botelho Bracher Festival de Salzburgo Flávio e Sylvia Pinho de Almeida Francisca Nelida Ostrowicz Francisco H. de Abreu Maffei Frédéric de Mariz Frederico Lohmann Fundação Filantrópica Arymax Gerard Loeb Gioconda Bordon Giovanni Guido Cerri Heinz J. Gruber Helga Verena Maffei Henri Philippe Reichstul Henri Slezynger Henrique Meirelles Idort/SP Israel Vainboim Jacques Caradec Jairo Cupertino Jayme Bobrow Jayme Sverner Joaquim de Alcântara Machado de Oliveira Jorge Diamant José Carlos e Lucila Evangelista José E. Queiroz Guimarães José Ephim Mindlin Jose Luiz Egydio Setúbal José M. Martinez Zaragoza José Roberto Mendonça de Barros José Roberto Opice Jovelino Carvalho Mineiro Filho Katalin Borger Lea Regina Caffaro Terra Leo Madeiras Livio De Vivo Luís Stuhlberger Luiz Diederichsen Villares


Suzano Luiz Gonzaga Marinho Brandão Tamas Makray Luiz Rodrigues Corvo Theodoro Jorge Flank Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados Thomas Kunze Mahle Metal Leve Thyrso Martins Maria Adelaide Amaral Unigel Maria Alice Setúbal Ursula Baumgart Maria Bonomi Vale Maria Helena de Albuquerque Lins Vavy Pacheco Borges Marina Lafer Vitor Maiorino Netto Mário Arthur Adler Vivian Abdalla Hannud Marisa e Jan Eichbaum Volkswagen do Brasil Ind. de Veículos Automotores Ltda. Martha Diederichsen Stickel Wolfgang Knapp Michael e Alina Perlman Yara Baumgart Milú Villela 3 Doadores Anônimos Minidi Pedroso Moshe Sendacz Natura Neli Aparecida de Faria Gostaríamos de agradecer também Nelson Reis as doações de mais de 200 Nelson Vieira Barreira empresas e indivíduos que Oi Futuro contribuíram com até Oswaldo Henrique Silveira R$ 5.000,00. Lamentamos não Otto Baumgart Indústria e Comércio poder, por limitação de espaço, Paulo Bruna citá-los nominalmente. Paulo Setúbal Neto Pedro Herz Pedro Pullen Parente Pinheiro Neto Advogados Polierg Tubos e Conexões Polimold Industrial S.A. Porto Seguro Raphael Pereira Crizantho Ricard Takeshi Akagawa Ricardo Egydio Setúbal Ricardo Feltre Ricardo Ramenzoni Richard Barczinski Roberto Baumgart Roberto Egydio Setúbal Roberto e Luizila Calvo Ruth Lahoz Mendonça de Barros Ruy e Celia Korbivcher Salim Taufic Schahin realização Samy Katz Sandor e Mariane Szego Santander São José Construções e Comércio (Construtora São José) Silvia Dias Alcântara Machado Stela e Jayme Blay


28 e 29 de março TRIO WANDERER 24 e 25 de abril LE CONCERT DE LA LOGE PHILIPPE JAROUSSKY contratenor 23 e 24 de maio BENJAMIN GROSVENOR piano 6 e 7 de junho POTSDAM CHAMBER ORCHESTRA TREVOR PINNOCK regência EMMANUEL PAHUD flauta 27 e 28 de junho ROYAL NORTHERN SINFONIA JULIAN RACHLIN violino e direção artística 1 e 2 de agosto YOA — ORQUESTRA DAS AMÉRICAS CARLOS MIGUEL PRIETO regência DUO ASSAD violão 22 e 24 de agosto ANDRÁS SCHIFF piano 12 e 13 de setembro QUARTETO EMERSON 29 e 31 de outubro ORQUESTRA NACIONAL DO CAPITÓLIO DE TOULOUSE TUGAN SOKHIEV regência BERTRAND CHAMAYOU piano LUCIENNE RENAUDIN-VARY trompete 13 e 14 de novembro CAPPELLA MEDITERRÂNEA E CORO DE CÂMARA DE NAMUR LEONARDO GARCÍA ALARCÓN regência Programação e datas sujeitas a alterações


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