(Back up) Curso de Psicologia do Envelhecimento: O Idoso e o Cuidador

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Curso de Psicologia do Envelhecimento Aula 1 de 5

Curso de Psicologia do Envelhecimento: O idoso e o cuidador Psi. Luciene CorrĂŞa Miranda Mestre em Psicologia

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Objetivos do curso Objetivos gerais:

• Apresentar informações para profissionais de saúde, estudantes e demais

pessoas interessadas no estudo do envelhecimento, em especial sobre os aspectos psicossociais envolvidos nesta etapa da vida. • Proporcionar ao cuidador de idosos conhecimentos teóricos que possibilitem um maior entendimento dos aspectos psíquicos comuns à velhice e a ele próprio; • Proporcionar ao próprio idoso um maior entendimento sobre como a psicologia pode auxiliar no seu processo de envelhecimento.

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Objetivos do curso Objetivos específicos:

• Familiarizar o aluno a duas teorias do desenvolvimento que abordam o

processo de envelhecimento; •Expor modelos de envelhecimento e suas eventuais conseqüências para aquele que envelhece; •Alertar para a importância da promoção da qualidade de vida do idoso e do cuidador; •Apresentar temas e termos inerentes à psicologia e ao processo de envelhecimento; •Discutir a importância da psicologia para o envelhecimento; •Discutir questões inerentes à psicologia e ao bem-estar do cuidador.

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Dinâmica do curso O curso será dividido em cinco aulas teóricas que poderão ser feitas de acordo com sua disponibilidade de tempo e horário.

Após as aulas, você poderá fazer uma avaliação online para verificação do seu aprendizado. Sendo aprovado, receberá o certificado de conclusão do curso em sua casa. www.cuidardeidosos.com.br


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Tema abordado:

Psicologia e Desenvolvimento Humano (breve contextualização)

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Plano de aula  Entender o que é Psicologia e sua importância no processo de envelhecimento; Entender o objeto de estudo da ciência do Desenvolvimento Humano; Aprender a relação entre desenvolvimento e envelhecimento; Aprender o que é envelhecimento nas teorias de Baltes e Erikson.

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1- ENVELHECIMENTO X DESENVOLVIMENTO: UMA PERSPECTIVA RECENTE Para avançarmos nesta unidade será necessário definirmos alguns termos básicos: a)

Psicologia: Ciência que estuda aspectos psíquicos normais e patológicos, as emoções, o comportamento, motivações conscientes, inconscientes, etc.

b)

Desenvolvimento Humano (DH): Estudo científico de como as pessoas mudam, e das características que permanecem razoavelmente estáveis durante toda a vida.

Papalia, D. E., Olds, S. W. & Feldman, R. D. (2006). Desenvolvimento Humano (8ª ed). Porto Alegre, RS: Artmed.

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1- ENVELHECIMENTO X DESENVOLVIMENTO: UMA PERSPECTIVA RECENTE c) Envelhecimento: processo inevitável e gradual de deterioração física que começa cedo (se pararmos para pensar podemos perceber que desde o nascimento estamos envelhecendo; para alguns autores este início se dá após a maturação sexual) e acontece durante todo o ciclo vital. A morte dá fim ao desenvolvimento (ou ao processo de envelhecimento). d) Ciclo vital: todo o ciclo de vida do ser humano. Quando completo, o ciclo vital compreende nascimento, crescimento, desenvolvimento, reprodução, envelhecimento e morte. Nem sempre o ciclo vital é completo, já que a morte pode interrompê-lo a qualquer momento.

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1- ENVELHECIMENTO X DESENVOLVIMENTO: UMA PERSPECTIVA RECENTE e) Autonomia: habilidade de controlar, lidar e tomar decisões pessoais sobre como se deve viver diariamente, de acordo com suas regras e preferências. f) Atividades de vida diária (AVD): tarefas que desempenhamos normalmente em nosso dia-a-dia, muitas essenciais para a nossa sobrevivência, tais como alimentação, higiene pessoal, locomoção, comunicação. g) Atividades instrumentais de vida diária (AVI): relacionadas com a manutenção de uma vida autônoma, tais como o trabalho, o lazer e a manutenção dos direitos e papéis sociais.

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1- ENVELHECIMENTO X DESENVOLVIMENTO: UMA PERSPECTIVA RECENTE Ao envelhecer estamos em processo de desenvolvimento? • Sim, mas está é uma perspectiva recente. Observem abaixo uma breve história dos estudos sobre o Desenvolvimento Humano. • Alguns teóricos consideravam que o desenvolvimento acontecia apenas durante a infância (Freud). Havia a idéia de que as pessoas poderiam aprender sobre si mesmas aprendendo as influências as quais sofreram enquanto crianças. • A partir do início do século XX (aproximadamente) alguns autores começaram a cogitar a idéia de que o desenvolvimento continua após a infância. Assim, alguns autores como Stanley Hall e Piaget afirmaram que o desenvolvimento acontece até a adolescência. •

Papalia, D. E., Olds, S. W. & Feldman, R. D. (2006). Desenvolvimento Humano (8ª ed). Porto Alegre, RS: Artmed. www.cuidardeidosos.com.br


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1- ENVELHECIMENTO X DESENVOLVIMENTO: UMA PERSPECTIVA RECENTE Ao envelhecer estamos em processo de desenvolvimento? • Uma perspectiva mais recente: Infância

Velhice

Desenvolvimento

Maturidade www.cuidardeidosos.com.br

Adolescência


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1- ENVELHECIMENTO X DESENVOLVIMENTO: UMA PERSPECTIVA RECENTE •

O desenvolvimento acontece ao longo do ciclo de vida (De acordo com autores como Erikson, Baltes, Bronfrenbrenner).

Desta forma, o envelhecimento passa a fazer parte do processo de desenvolvimento humano!

Estamos nos desenvolvendo mesmo quando envelhecemos, ganhamos rugas, ficamos menos rápidos, etc.

Após breves considerações sobre o processo de Desenvolvimento Humano (no próximo slide) estudaremos duas teorias do desenvolvimento que abordam o envelhecimento: Teoria Psicossocial e Teoria do Curso de Vida. www.cuidardeidosos.com.br


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1- ENVELHECIMENTO X DESENVOLVIMENTO: UMA PERSPECTIVA RECENTE •

Algumas questões sobre o DH:

1. Influência da hereditariedade (características herdadas dos pais, herança genética); 2. Influência do ambiente (meio exterior ao indivíduo, estimulação, aprendizagem, experiência); 3. O desenvolvimento pode ser um processo contínuo; 4. O desenvolvimento pode acontecer em etapas; 5. O ser humano pode ser ativo em seu processo de desenvolvimento; 6. O ser humano pode ser passivo em seu processo de desenvolvimento.

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2- TEORIA PSICOSSOCIAL (ERIK ERIKSON) Erik Erikson (1902-1994), alemão. • Inicialmente, Erik era psicanalista seguidor das idéias de Freud. • Modificou e estendeu a teoria freudiana: 1. 2.

Enfatizou a influência da sociedade no desenvolvimento da personalidade Afirmou que o desenvolvimento não ocorre apenas durante a infância, mas que o processo se estende por todo o ciclo vital.

Ele manteve-se intelectualmente ativo até o final de sua vida, já idoso. www.cuidardeidosos.com.br


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2- TEORIA PSICOSSOCIAL (ERIKSON) Síntese da Teoria: • • • •

A Teoria Psicossocial, proposta por Erikson, pressupõe que o processo de desenvolvimento ocorre ao longo da vida e não é restrito apenas aos primeiros anos ou décadas de vida, como julgavam vários outros teóricos. Importância da experiência de vida pessoal no processo de desenvolvimento. O desenvolvimento se dá por etapas, e ao final de cada uma delas ocorre uma crise, que ajuda a preparar o indivíduo para a etapa seguinte. Uma resolução saudável destas crises possibilita o surgimento de uma virtude, sendo que no idoso esta virtude é a sabedoria.

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2- TEORIA PSICOSSOCIAL (ERIKSON) Vamos entender melhor? •

O DH é produto das necessidades biológicas e psicológicas do indivíduo em constante interação com expectativas sócio-culturais emergentes no meio no qual o sujeito encontra-se inserido.

O sujeito percorre oito estágios no curso de seu desenvolvimento, cada um deles em determinada faixa etária, desde a infância até idade avançada. Para fins didáticos, os estágios serão apresentados um pouco mais à frente, nesta mesma aula.

Neri, A. L. (2002).Teorias Psicológicas do Envelhecimento. In: Freitas, E.V.; Py, L.; Neri, A. L.; Cançado, F. A. X.; Gorzoni, M. & Rocha, S. M. (2002). Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. Newman, B. M.; Newman, P. R. (2007). Theories of human development. Lawrence Erlbawn Associates. www.cuidardeidosos.com.br


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2- TEORIA PSICOSSOCIAL (ERIKSON) O que são estágios? • • • • •

São organizações específicas, períodos marcados por características peculiares que os distinguem dos estágios antecessores e sucessores. Acontecem em seqüência, obedecendo a um padrão de desenvolvimento. São caracterizados a partir de vários aspectos peculiares ao desenvolvimento humano, tais como crescimento físico, relações sociais, capacidades cognitivas e suas inter-relações. Ao longo da vida de cada pessoa acontecem experiências pessoais únicas para cada curso de vida e que podem interferir no desenvolvimento subseqüente. Estes estágios são marcados por uma crise. www.cuidardeidosos.com.br


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2- TEORIA PSICOSSOCIAL (ERIKSON) O que são crises para Erikson? • Cada crise é pertinente a um dos estágios. A resolução positiva de cada uma delas resulta numa virtude específica. • Caracteriza-se como uma tensão entre suas próprias competências e as novas demandas sociais que surgem em cada faixa etária. • Erikson definiu crise como a emergência de uma questão desenvolvimental importante naquele momento e que continuará sendo importante em outros momentos do curso de vida. • São denominadas psicossociais, pois são resultado de pressões e expectativas impostas pela cultura na qual o sujeito encontra-se inserido. Newman, B. M.; Newman, P. R. (2007). Theories of human development. Lawrence Erlbawn Associates.

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2- TEORIA PSICOSSOCIAL (ERIKSON) O que são crises para Erikson? • Em cada estágio o sujeito vive um estado de tensão devido à necessidade cultural da socialização e integração de seus membros à qual se somam as questões individuais. • Crises são eventos normais no desenvolvimento, para este autor crise não é sinônimo de desajustamento, problema. • Antes do término de cada estágio, o sujeito sente a necessidade de resolver uma crise específica para cada etapa do seu ciclo vital para assim se adaptar às novas demandas sociais que se modificam à medida em que a pessoa se desenvolve. •

Newman, B. M.; Newman, P. R. (2007). Theories of human development. Lawrence Erlbawn Associates.

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2- TEORIA PSICOSSOCIAL (ERIKSON) O que são crises para Erikson? •

A resolução positiva de uma crise resulta numa ampla gama de novas habilidades sociais necessárias para a adaptação do indivíduo frente a uma amplitude de características positivas e negativas. Resulta numa virtude, apropriada com o estágio de desenvolvimento no qual a pessoa se encontra. • Uma resolução negativa pode resultar em rigidez, conduta defensiva, diminuindo assim as chances de adaptação pessoal frente a um novo estágio de vida. Neri, A. L. (2002).Teorias Psicológicas do Envelhecimento. In: Freitas, E.V.; Py, L.; Neri, A. L.; Cançado, F. A. X.; Gorzoni, M. & Rocha, S. M. (2002). Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. Newman, B. M.; Newman, P. R. (2007). Theories of human development. Lawrence Erlbawn Associates. Papalia, D. E., Olds, S. W. & Feldman, R. D. (2006). Desenvolvimento Humano (8ª ed). Porto Alegre, RS: Artmed.

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2- TEORIA PSICOSSOCIAL (ERIKSON)

• O slide a seguir contém uma tabela onde estão enumerados, por faixa etária, as crises e as virtudes correspondentes (apenas para fins ilustrativos da teoria): • Como nosso objeto de estudo é o envelhecimento, apenas o último estágio e suas respectivas crise e virtude serão melhor explorados posteriormente.

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2- TEORIA PSICOSSOCIAL (ERIKSON) Integridade X Desespero: • • • •

Última crise do ciclo de vida, ocorre na terceira idade. Busca-se o senso de integridade a partir da resolução das crises anteriores. Por outro lado, o sujeito atinge o desespero quando se percebe incapaz de reviver o passado de maneira diferente ou considera que o tempo que lhe resta é muito curto para garantir sua integridade. A crise é na verdade um momento para que o indivíduo possa refletir, avaliar, resumir e aceitar sua vida, assim como a aproximação da morte.

Papalia, D. E., Olds, S. W. & Feldman, R. D. (2006). Desenvolvimento Humano (8ª ed). Porto Alegre, RS: Artmed.

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2- TEORIA PSICOSSOCIAL (ERIKSON) Integridade X Desespero: • • •

Caso a resolução desta crise seja satisfatória o idoso adquire a virtude da sabedoria: aceitação da vida como ela é e foi, sem maiores arrependimentos. Mesmo com a resolução satisfatória da crise ocorre um certo desespero diante da constatação da finitude da vida e da vulnerabilidade humana. Mesmo com os declínios ocasionados pelo envelhecimento é importante, para sua integridade psíquica, que o sujeito mantenha um engajamento ativo na sociedade e com a família, o que nem sempre acontece, visto que com o avanço da idade muitas pessoas tendem a ficar mais reclusas, introspectivas e assim minimizam sua participação social. Esta sabedoria pode ser transmitida às outras gerações.

Papalia, D. E., Olds, S. W. & Feldman, R. D. (2006). Desenvolvimento Humano (8ª ed). Porto Alegre, RS: Artmed. www.cuidardeidosos.com.br


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3- PERSPECTIVA DO CURSO DE VIDA (PAUL BALTES) Paul Baltes (1939-2006) • Psicólogo, professor e pesquisador. • Precursor da Perspectiva do Curso de Vida (Life Span), foi diretor do Centro de Psicologia do Curso de Vida do Instituto Max Planck de Desenvolvimento Humano, em Berlin. Professor na Universidade de Berlin e da Virginia. • Do ponto de vista teórico e da pesquisa Baltes interessou-se numa visão do curso da vida, que considera o funcionamento comportamental e cognitivo do ser humano desde a infância até idade avançada. • Como Erikson, também trabalhou até idade avançada. www.cuidardeidosos.com.br


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3- CURSO DE VIDA (BALTES) Curiosidades sobre a teoria: • Anteriormente, Stanley Hall (já mencionado anteriormente como um estudioso da infância e adolescência) fez uma importante colocação sobre o processo de envelhecimento. • Ele enfatizou a relação entre a velhice e a sabedoria, sendo esta compreendida como uma atitude meditativa, a tranquilidade, a imparcialidade e o desejo de oferecer lições morais aos mais jovens – a sabedoria como um produto da experiência de vida. • A teoria psicossocial de Erikson (vista anteriormente) foi considerada precursora da teoria do Curso de Vida.

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3- CURSO DE VIDA (BALTES) Desenvolvimento e Curso de Vida: •

Desenvolvimento e envelhecimento podem ser compatíveis.

Há uma relação entre o envelhecimento e o desenvolvimento, ambos são eventos de duração e relacionam-se a transformações em padrões comportamentais. • Ao longo de suas vidas os indivíduos acumulam ganhos e perdas. • O processo de envelhecimento acarreta uma série de perdas, mas um envelhecimento normal ou bem sucedido (conceitos que serão vistos nas próximas aulas) podem proporcionar ganhos. • O ambiente pode influenciar o processo de desenvolvimento. Neri, A. L. (1995). Psicologia do envelhecimento: uma área emergente. In: Neri, Anita Liberalesso. Psicologia do envelhecimento: temas selecionados na perspectiva de curso de vida. Campinas: Papirus, p.13-40.

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3- CURSO DE VIDA (BALTES) • A sociedade, os avanços científicos e as políticas públicas podem auxiliar o envelhecimento saudável focalizando a longevidade, a saúde física e a adequação do ambiente para a pessoa idosa, além de promover a compensação das perdas causadas pelo envelhecimento e promover a melhora do potencial dos idosos. • Com o envelhecimento diminui-se a capacidade de mudar para adaptar-se ao meio (por exemplo, através de novas aprendizagens) e diminui a resiliência (capacidade de reagir e de recuperar-se de situações de estresse como doenças, traumas físicos e psicológicos). Neri, A. L. (1995). Psicologia do envelhecimento: uma área emergente. In: Neri, Anita Liberalesso. Psicologia do envelhecimento: temas selecionados na perspectiva de curso de vida. Campinas: Papirus, p.13-40. Neri, A. L. (2002).Teorias Psicológicas do Envelhecimento. In: Freitas, E.V.; Py, L.; Neri, A. L.; Cançado, F. A. X.; Gorzoni, M. & Rocha, S. M. (2002). Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

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3- CURSO DE VIDA (BALTES) • Na velhice existe potencial de desenvolvimento, que acontece dentro dos limites da plasticidade individual de cada idoso. Esta plasticidade depende das condições histórico-culturais, responsáveis pela organização dos cursos de vida. Neri, A. L. (1995). Psicologia do envelhecimento: uma área emergente. In: Neri, Anita Liberalesso. Psicologia do envelhecimento: temas selecionados na perspectiva de curso de vida. Campinas: Papirus, p.13-40.

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3- CURSO DE VIDA (BALTES) • •

A idade cronológica não causa por si só o desenvolvimento e o envelhecimento, porém é um importante indicador destes processos. Podemos definir a idade destas pessoas apenas por sua aparência?

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3- CURSO DE VIDA (BALTES) O que é envelhecimento nesta teoria? • • •

• •

É uma propriedade exclusiva dos seres vivos, ausente nos minerais. No ser humano o envelhecimento engloba as transformações do organismo que acontecem após o processo de maturação sexual. O processo de envelhecimento não é igual: pode iniciar em épocas diferentes, afetar diferentes partes e funções do organismo; seu ritmo e velocidade não são iguais entre pessoas diferentes ou mesmo na própria pessoa. Este processo é acompanhado de alterações na aparência física, no comportamento, na experiência e nos papéis desempenhados. Ex: aparecimento de cabelos brancos (pode acontecer nas mais variadas idades, em algumas pessoas os primeiros fios surgem aos vinte e pouco anos, enquanto que em outros isto só acontece por volta dos 50-60 anos).

Neri, A. L. (1995). Psicologia do envelhecimento: uma área emergente. In: Neri, Anita Liberalesso. Psicologia do envelhecimento: temas selecionados na perspectiva de curso de vida. Campinas: Papirus, p.13-40. www.cuidardeidosos.com.br


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3- CURSO DE VIDA (BALTES) Assim, envelhecimento = mudança! • • • • • •

As mudanças que ocorrem no curso da vida envolvem ganhos e perdas. Algumas destas mudanças são de origem genética. Nas mulheres o ganho de peso que normalmente acontece com o passar dos anos é um exemplo que tanto nos incomoda! Outro ganho que já foi comentado anteriormente é a sabedoria! Por outro lado, um exemplo de perda é a diminuição progressiva da acuidade visual, que costuma acontecer com o passar dos anos. O envelhecimento e o desenvolvimento determinam assim a diminuição de probabilidade de adaptação do organismo ao meio. Em alguns casos esta adaptação pode ser facilmente alcançada com o uso de “complementos”, como, no exemplo da diminuição da visão, o uso de óculos. www.cuidardeidosos.com.br


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3- CURSO DE VIDA (BALTES) Assim, envelhecimento = mudança! • Em qualquer etapa do curso de vida o desenvolvimento envolve equilíbrio constante entre ganhos e perdas, o que resulta numa necessidade de mudança adaptativa constante. • Porém, estes ganhos e estas perdas não são constantes. Percebe-se que na infância há predomínio de ganhos (por exemplo, o crescimento físico), enquanto que na velhice predominam as perdas (por exemplo, queda dos cabelos). • Os cursos de vida individuais são resultado da interação de alguns fatores: sistemas de gradação por idade, normativos (maturação biológica e socialização) + contexto histórico, normativo + eventos não-normativos do desenvolvimento (aqueles que não ocorrem na época esperada para a maioria das pessoas). No slide a seguir veremos exemplos destes três tipos de fatores. (Neri, 1995) www.cuidardeidosos.com.br


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3- CURSO DE VIDA (BALTES) •

• • • •

Variáveis normativas graduadas por idade: influências biológicas e socioculturais diretamente relacionadas à passagem dos anos. Exemplo: estirão de crescimento do adolescente, aposentadoria em idade madura/velhice. Influências normativas do contexto histórico: eventos vividos por todos os indivíduos de determinado contexto (coortes) que podem ocasionar mudanças biossociais. Exemplo: pessoas que viveram no período da segunda guerra mundial e tiveram suas vidas influenciadas por isto. Influências não-normativas: podem ser biológicas ou ambientais e, ao contrário da anterior, não atingem a todos ao mesmo tempo. Exemplo: mulher que entra precocemente no climatério. Estas diferenças ajudam a tornar as pessoas diferentes entre si. À medida e que a pessoa envelhece estas diferenças individuais ficam mais acentuadas. Neri, A. L. (2002).Teorias Psicológicas do Envelhecimento. In: Freitas, E.V.; Py, L.; Neri, A. L.; Cançado, F. A. X.; Gorzoni, M. & Rocha, S. M. (2002). Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

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3- CURSO DE VIDA (BALTES) E o que fazemos com estas perdas? • As limitações impostas pelo envelhecimento podem ser minimizadas pela ativação das capacidades de reserva do organismo, dependendo do grau de plasticidade individual permitida pela influência de fatores genéticos, biológicos, psicológicos e socioculturais. • Ou seja, existem perdas no desenvolvimento, no envelhecimento elas são acentuadas, porém cada um possui uma capacidade de reserva variável, que pode auxiliar na adaptação do organismo. Como existem diferenças individuais, alguns se adaptarão com mais facilidade (envelhecimento normal e bem-sucedido), enquanto que outros apresentarão maiores dificuldades de adaptação (envelhecimento patológico ). •

Neri, A. L. (2002).Teorias Psicológicas do Envelhecimento. In: Freitas, E.V.; Py, L.; Neri, A. L.; Cançado, F. A. X.; Gorzoni, M. & Rocha, S. M. (2002). Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

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CONCLUSÕES DESTA AULA • • • • •

Nestas duas perspectivas teóricas desenvolvimento e envelhecimento caminhas lado a lado. O envelhecimento envolve perdas, mas, ao contrário do que se pensaram, envolve ganhos. Envelhecimento não é sinônimo de doença. Algumas pessoas realmente passam por um processo de envelhecimento patológico, sendo que muitas destas podem se tornar dependentes em função de patologias. Porém, aquelas que passam por um processo de envelhecimento normal ou bem-sucedido podem ficar idosas, independentes e adaptar-se bem às mudanças ocorridas com o passar dos anos. Estes três modelos de envelhecimento serão explorados na próxima aula.

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PARA REFLETIR Uma tarefa para a próxima aula: •

Em relação aos ganhos e às perdas que acontecem durante o envelhecimento, pense em exemplos destes dois eventos que podem acontecer. Pense também se há possibilidade de adaptação nestas situações; em caso positivo, qual seria uma alternativa viável? Você conseguiu enxergar o envelhecimento como parte do processo de desenvolvimento? Como?

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• Responda estas perguntas e envie para o meu e-mail: lucienecm1@gmail.com • Dúvidas? Você também pode tirar quaisquer outras dúvidas por este mesmo e-mail.

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