Caderno das Letras AEMF 19.20

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Ano letivo 2019.2020

Caderno das Letras


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Agrupamento de Escolas Martim de Freitas Rua André de Gouveia, Coimbra https://www.agrupamentomartimdefreitas.com/web/ Responsabilidade Grupo de Português

Biblioteca Escolar

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Editorial

Caderno das Letras representa o ponto de chegada das várias atividades de escrita dos alunos do Agrupamento de Escolas Martim de Freitas ao longo do ano letivo de 2019/ 2020. Num ano com percalços inesperados no seu rumo, nem todos os trabalhos estão aqui registados porque a distância impediu, por vezes, um mais próximo acompanhamento das produções dos alunos. Vamos todos esperar que o futuro nos reserve o convívio próximo e que nos ofereça todas as vantagens da escola.

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Textos Um acordo trapaceiro (Cão preso a uma corda pelo pescoço. A corda por sua vez está presa a uma grande árvore. O cão ladra sem parar)

Cãozarrão: (Ladrando com aflição): Ão, ão! Ão, ão! Ão, ão! Soltem-me, por favor! Quero fariscar os coelhos novos nas matas e serranias! Florinda: (Aproximando-se, com cautela): Tenho uma proposta para te fazer! Estou disposta a roer-te a corda em troca de uma combinação. Cãozarrão: (Num frenesim, de um lado para o outro): Mas que combinação? Despacha-te, antes que chegue alguém! Estamos na época da caça e estou ansioso por caçar um coelho. Florinda: (Com prontidão): Era só o que mais faltava! Ajudar-te para, no fim, eu e a minha família, sermos o teu jantar… Só se me prometeres que não me vais perseguir nem atacar. O mesmo acordo servirá para os meus filhos. Não podes tocar em nenhum deles. Prometes? Cãozarrão: (Já totalmente impaciente): Sim, prometo! Despacha-te! Ouço vozes que se aproximam. Deve ser um grupo de caçadores. Se não te apressares, será tarde demais. Florinda: (Com pena do cão): Está bem. Vou ajudar-te porque não me imagino sem poder correr livremente pelas florestas e pelos matagais. Para além disso, já a minha avozinha dizia que a maior virtude dos cães é a lealdade. Cãozarrão: (Correndo livre e feliz pelos matagais e a ladrar, freneticamente de alegria): Ão, ão! Ão, ão! Ão, ão! Que bom é ter liberdade! E que bom é fariscar o rasto de coelhos novos e tenrinhos. O meu faro apurado diz-me que estou muito perto de caçar um. Coelhinho: (Aflito e muito trémulo, já nos dentes do cãozarrão): Por favor, não me faças mal! Sou filho da Florinda. Outros Coelhos: (Cheios de medo): Não nos comas, por favor! Somos filhos da Florinda. (O canzarrão apanha um coelho velho, pesadão e de orelhas caídas). Coelho Velho: (Numa voz esganiçada, de cana rachada): Larga-me, larga-me! Sou filho da Florinda. Não me podes fazer mal! Cãozarrão: (Desconfiado e sem o largar): Este coelho velho não me vai enganar! Coelho Velho: (Gritando, muito indignado): Sou o filho da Florinda, já disse! Não te esqueças que lhe fizeste uma promessa.

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Cãozarrão: (Pondo-lhe a pata em cima): Filho da Florinda?! Achas que sou parvo? Velho, gordo e pesado e com essas orelhas murchas e caídas, tu pareces é ser o avô da Florinda. Se a vires, dá-lhe um recado meu. Avisa-a que o cão é o animal mais leal que existe, mas só com quem merece. Não com quem é batoteiro e trapaceiro! A partir de agora, acabou o nosso acordo e aconselho-a a fugir para bem longe, pois com a fome com que eu ando, da próxima vez não a irei poupar, nem a ela nem a nenhuma das suas crias!

Ana Vitória Conceição, nº2, 5ºB e Lorena Reis, nº14, 5ºB

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O planeta está doente, precisa de nós Há muitos milhares de anos, nasceu na galáxia um planeta chamado Terra que hoje está doente e precisa de nós. Um grupo de jovens decidiu reunir-se para tomar medidas de modo a poder ajudá-lo, uma vez que este se encontra em estado crítico. Então, esses jovens começaram por ouvir as declarações do planeta que assim se pronunciou: - Olá. Eu sou a Terra. Sabes como me sinto? Se estou bem ou mal? Pois...tu não te preocupas comigo. Fazes lixo e eu depois fico doente! Após ouvirem esta proclamação da Terra, eles decidiram organizar uma

manifestação para salvar o Planeta, na qual participaram ativistas de todo o mundo que seguiram o seu exemplo e que quiseram defender o seu lar. Durante dias sem fim, os jovens lutaram pela saúde do Planeta e decorreram diversos protestos, tendo surgido propostas concretas para ajudar a reduzir a poluição de modo a poupar o PLANETA e a sua saúde! Após concretizarem o seu propósito, convenceram

os governos dos seus países a tomar medidas de proteção da Terra e os cidadãos passaram a ser menos gananciosos e a poupar os recursos naturais existentes. Foram assim adquiridos novos hábitos para combater os incêndios, as secas, as cheias e outras calamidades provocadas pela ação irrefletida do ser humano. A água, fonte de vida, passou a ser poupada e, nos rios, nos lagos e nos mares a vida pôde

renascer em equilíbrio. As florestas voltaram a acolher árvores frondosas, animais e várias espécies de plantas que voltaram a reproduzir-se e a viver em harmonia. Decorreram dez anos a poupar e a proteger o Planeta para garantir a sua saúde e prevenir um desastre que poderia vir a ser catastrófico. Os jovens e os ativistas de todo o mundo continuaram a incentivar as pessoas, desde

a Monróvia à Tailândia, para que protegessem o planeta, um lugar maravilhoso e único! Então, crianças e jovens foram de novo falar com a Terra para saber se esta se encontrava curada. - Olá! Faz tempo que não te vemos! Como andas? -perguntaram eles, entusiasmados. - Obrigada por se preocuparem comigo! Estou melhor graças a vocês. A minha febre desceu, não há tanta poluição e as minhas manchas vermelhas estão a desaparecer. Muito obrigada por terem feito uma ação que milhares de pessoas não teriam coragem de fazer! – constatou a TERRA, lisonjeada. CADERNO DAS LETRAS

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Dito isto, os humildes ativistas e os jovens sentiram-se honrados e felizes por terem ajudado a proteger a sua CASA e todos aprenderam que “A Natureza não precisa de nós, nós é que precisamos dela!”

Maria Beatriz de Almeida Monteiro, 5.º C, nº13 1º lugar ex aequo 2º Ciclo/ Concurso literário

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Halloween O Halloween é uma tradição. Máscaras e guloseimas não podiam faltar. Que mais então, Numa noite de muita diversão? Doçura ou travessura, Nós vamos pedir. E se for travessura, Vamos- nos todos rir. Bruxas e bruxinhas, Vassouras e vassourinhas, Diabos e diabretes, Todos com trajes diferentes. Toda a gente a sonhar, Porque é hora de celebrar Esta antiga tradição, Repleta de emoção E de muita animação. Luana Branco, nº14, 5ºD

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Paleta de cores Peguei na minha paleta Cheia de cores maravilhosas Tão claras, tão escuras Mas não deixam de ser estilosas. O vermelho é do amor A cor dos corações Pinto com muito esplendor O sino e as suas canções. De azul se veste o céu, Oceano celestial Onde os pássaros alegremente Quase alcançam o divinal. Vermelho e azul Duas cores especiais De entre todas para mim Mais bonitas não há iguais. Luana Branco, nº14, 5ºD

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A caixa de lápis Há muito tempo, quando os objetos falavam, no quarto do João, existia uma caixa de lápis. O João adorava desenhar e todos os dias fazia um desenho, ora com dinossauros, ora com princesas e tudo o que se possa imaginar. Um dia, quando o João foi para a escola, os lápis começaram a discutir sobre quem era o preferido do João. - Eu sou o preferido do João. – afirmou o lápis preto - Eu é que desenho os olhos das morenas, os chapéus dos piratas e o símbolo do seu clube favorito de futebol. - Que disparate! – exclamou o lápis amarelo -Eu desenho o Sol ... - Espera lá! – interrompeu o lápis laranja - Eu é que desenho o Sol, afinal o Sol é uma grande laranja no Espaço. - Maluco! – insultou o lápis amarelo - Tu não leste o livro de Ciências Naturais do João? - Acalmem-se que é a vez de eu falar – anunciou o lápis azul, o lápis que cumpria as regras - O João usa-me para pintar o céu, o mar... - Shut up! – ordenou o lápis cinzento que sabia falar várias línguas – - Eu desenho coisas infelizes como o nevoeiro, o céu cinzento, a morte e a tristeza. - Falaram em coisas tristes e mortas, essas coisas nunca se pintam. O que se pinta são os casos felizes e com vida, como por exemplo os prados verdejantes, as árvores frondosas... afinal o verde representa a Natureza. – observou o lápis verde. - Natureza, eu dou-te a Natureza. As rosas, as joaninhas... Mas o vermelho também representa a realidade: o sangue, a carne... – resmungou o lápis vermelho. - Mas há algo que ainda não sabemos, qual é o lápis preferido do João? – argumentou o lápis branco, coitado dele, nada podia dizer sobre as suas pinturas. - Para sabermos isso temos que esperar que o João chegue. – concluiu o lápis verde. Passado algum tempo o João chegou e todos os lápis gritaram em coro: - Qual de nós é o teu lápis favorito? - Não dá para escolher, vocês são todos importantes – declarou o João – Não dá para desenhar a bandeira de Portugal sem o vermelho, nem o símbolo da Académica sem o branco... Todos os lápis perceberam e, nesse mesmo dia, o João desenhou um arco-íris com todas as cores. Martim Petrov Barreto, nº21, 5ºE

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Mar Tenebroso De madrugada parti com a minha tripulação, Para o mar tenebroso que dava tanta aflição. Lendas e histórias de arrepiar, Sobre o mar que nós íamos enfrentar. Mar tenebroso onde vivia um gigante Cheio de vontade de engolir uma embarcação, Mas os portugueses só olham adiante Para a riquezas e especiarias de Mormugão. Viagem a nossa por mares desconhecidos, Embarcações e tripulações estão perdidos, Caravelas e barcas afundadas, Homens e animais afogados. E, no entanto, só há uma explicação Para as tempestades e correntes fortes, Para os remoinhos e rochas altas, Para os baixios e ondas fortes. Foi o gigante Adamastor, De olhos esverdeados como as algas, Uma barba verde e mal feita, Uma boca gigante e aterrorizadora, Os dentes podres e partidos. Um verdadeiro monstro. Ainda bem que Bartolomeu Dias Abriu uma passagem neste mar. Assim a minha tripulação Pelo Adamastor pode passar, Sem se ter de preocupar. Martim Barreto, nº21, 5.º E

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Descrição de paisagem Na Câmara de Lobos, na ilha da Madeira, vejo uma paisagem que me surpreende. O mar de águas límpidas e calmas onde os barcos adormecidos flutuam. O céu está coberto de um manto branco e delicado, mas também sobressai um tom de azul forte e brilhante. Mais ao fundo à direita, consigo ver um pequeno farol em cima de uma enorme rocha e uma casa branca à beira mar. Fico encantada com toda esta tranquilidade, recomendo este lugar a quem quer passar umas férias calmas e sossegadas!

5ºG, Texto coletivo

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O valor de uma promessa (Num quintal um cão de caça está preso a uma árvore por uma corda). Trovão: (Ladrando com aflição): Ão-ão! Ão-ão! Ão-ão! Soltem-me, por favor! Quero fariscar os coelhos novos nas matas e serranias! Florinda: (Aproximando-se, com cautela): Tenho uma proposta para te fazer! Estou disposta a roer-te a corda em troca de uma combinação. Trovão: (Num frenesim, de um lado para o outro): Diz! Diz! Faço tudo o que tu quiseres, desde que me soltes rapidamente! Florinda: (Com prontidão): A minha condição é que tu, finalmente, deixes de me perseguir a mim e aos meus filhos. Estamos cansados de fugir de ti! Trovão: (ofegante, na expetativa de ficar livre): Prometo! Podes confiar em mim… Anda, rói depressa! Florinda: (roendo a corda do Trovão): Espero bem que não quebres a tua promessa; conto contigo! Trovão: (Correndo livre e feliz pelos matagais): Coelhos, preparem-se para me receberem nas vossas casinhas!!! (lambendo os beiços) Ali está o meu primeiro petisco… Coelhinho: A… a… a… eu sou fi-fi-lho da Florinda!! (A situação repetia-se sempre que apanhava outros coelhos) Outros Coelhos: Eu sou filho da Florinda! Eu sou filho da Florinda! Eu sou filho da Florinda! (O canzarrão apanha um coelho velho, pesadão e de orelhas caídas). Coelho Velho: (Numa voz de cana rachada) Não me magoes… Olha que a minha mãe é a Florinda! Trovão: (Virando-se para o público, desconfiado e sem o largar): Este coelho velho não me vai enganar! Coelho Velho: (Gritando, muito indignado): Sou filho da Florinda, já disse! Trovão: (Pondo-lhe a pata em cima): Filho da Florinda?! És demasiado velho para seres filho da Florinda. Mas, já que és filho da Florinda, diz-lhe para sair do meu território com os seus filhos. Eu não faço negócios com batoteiros! (Tira a pata de cima do coelho e este desata a fugir). Camila Jesus, Diana Marques, Maria João Nogueira (5.º I)

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Deixa-te levar pela leitura… Certo dia, mais concretamente num sábado, lá estava eu a ver televisão durante a quarentena, mas continuava bastante aborrecido. Pensei numa atividade divertida e que deixasse o meu dia espetacular. E foi aí que tive uma ideia tão luminosa como o sol no verão: “LER “. Fui a correr para a minha biblioteca caseira buscar um livro. Sim, eu tenho uma biblioteca em casa! Mas quando cheguei lá, fiquei tão indeciso como quando uma pessoa quer escolher entre brócolos e couve-flor. Eu sei que a maioria de vocês não escolheria nenhum, mas eu tenho uma grande indecisão sobre qual devo começar a comer. Então, pensei no tipo de livro que queria ler: um que me fornecesse informação nova e acabei por escolher um sobre Coimbra, que é a minha cidade. Abri o livro e nesse preciso momento parece que eu tinha entrado nele. Passei pelo Mosteiro de Santa Clara, pelo Parque Verde, fui aprender com o Exploratório, passeei pela Quinta das Lágrimas e depois fui observar a vida vegetal no Jardim Botânico, que é mesmo ao lado do aqueduto. O mais estranho é que não havia ninguém nas ruas. Mas continuei. Passei por cima de todas as pontes, passei pelo conhecido Convento de São Francisco, fui ver comboios às estações ferroviárias, fui comer um gelado ao shopping, fiquei maravilhado com a Universidade de Coimbra e até passei pela Sé Nova e pela Sé Velha. E já agora, sabiam que a Universidade de Coimbra, a mais antiga de Portugal, é Património Mundial da Unesco? Aposto que não! Tete teteté... Tete teteté ...E foi aí que eu acordei. Eu estava atrasado para a vídeoaula! Mas afinal era sábado. Uf!... E como é sábado, vou aproveitar para acabar de ler o meu livro. Já viram onde é que a leitura nos pode levar? Então aproveitem esta quarentena e os tempos livres para ler! Afonso Dias, nº1, 6ºA

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Mundo encantado Era uma vez um rei que vivia muito triste e mandou chamar três fadas para que fizessem com que a rainha lhe desse um filho. As fadas prometeram-lhe que os seus desejos seriam satisfeitos… “O príncipe com orelhas de burro”, in “Contos populares portugueses”, Adolfo Coelho

… com uma condição. As fadas queriam que o rei lhes desse muitas barras de ouro e que passasse por três provas para mostrar que merecia criar um filho. O rei deu-lhe logo as barras de ouro que tinha, mas faltava ainda realizar as provas. A primeira era atravessar o oceano Índico a nadar. O rei interrogou as fadas: - Como irei atravessar este oceano a nadar? Vocês fazem ideia dos animais venenosos e da profundidade deste oceano? As fadas, que eram sapientíssimas, referiram: - Se tu queres um filho, faz por merecê-lo. Para se ter um filho, tem que se ser corajoso. Então o rei teve de atravessar o oceano Índico inteiro. De procurar mantimentos e de enfrentar todos os obstáculos encontrados. Concluída a primeira prova, veio a segunda. Para a concluir, teria que atravessar a floresta sombria para recolher um diamante. Chegou à floresta e começou por encontrar um esqueleto e ouvir uivos. Entretanto, escureceu e teve de passar a noite num castelo. Mas quando entrou no castelo, foi trancado numa sala que guardava três portas. A primeira escondia uma bigorna que pesava cinco toneladas e que esmagaria qualquer um. A segunda ameaçava um vampiro e a terceira dava para uma sala escura e sem saída. Foi, então, que o rei ouviu uma voz que proclamou: - Terás de escolher uma das portas! O rei, desesperado, pediu: - Por favor, deixa-me sair daqui. - Nunca! - disse a voz escura e sombria. - Terás de enfrentar o meu desafio. O rei prometeu, confiante: - Verás que eu sairei daqui. Então, o rei abriu a porta do vampiro e escondeu-se na porta da sala escura. Assim, o vampiro saiu e entrou na porta com a bigorna, sendo de imediato esmagado. Depois, saiu pela porta que já não tinha nenhum vampiro e concluiu a segunda prova. Mas faltava a última, que era muito difícil… ,

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Primeiro, o rei tinha que viver durante uma semana na Antártida. Depois, teria que passar uma semana no deserto e, por último, passar pelas fadas que se iriam unir e formar uma fada gigante. Primeiro, suportou o gelo da Antártida durante uma semana, construindo um iglu. Em seguida, aguentou o calor tórrido do deserto, construindo um grande castelo de areia e só faltava, então, vencer as fadas, numa épica batalha. Finalmente, chegou o momento da batalha. O rei estava armado com um capacete, uma armadura, um escudo e uma espada. Equipou-se também com uns utensílios de ninja, um arco e uma flecha que tinha guardado em criança. Começou por lançar flechas à fada gigante, que por sua vez lançou um feitiço que o obrigou a defender-se com o escudo. A batalha demorou muito tempo até que o rei pegou nas suas estrelas de ninja e atirou-as às fadas. Estas separaram-se e foram derrotadas. Finalmente, as fadas deram ao rei o filho que este tanto desejava e disseramlhe: - Muitos parabéns! Sejam muito felizes! - Obrigado, minhas amicíssimas fadas! – agradeceu o rei. – Provei que consigo tomar conta desta doce criança. As fadas voltaram para junto da rainha, que criou o bebé que agora era do rei. Este nunca mais se sentiu triste, pois tinha sempre uma doce criança ao seu lado.

Afonso Dias, nº1, 6ºA

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O planeta está doente, precisa de nós… - Olá, eu sou o Afonso. A minha amiga Terra está muito doente e se ela cair, caímos todos. Por isso, temos de a ajudar. Vamos lá falar com ela e descobrir como podemos nós salvar a Terra. - Então, Terra, melhoraste desde o ano passado? – perguntei. E a Terra, desesperada, anunciou: - Não sei quanto tempo vou aguentar. Olha, a Austrália está numa grave crise de incêndios, enquanto, pelo contrário, a Indonésia está a atravessar muitas cheias. Há tantos desalojados! E não é só isto… As calotas polares estão a derreter, causando a subida do nível das águas do mar, o que irá rapidamente afundar as ilhas do Pacífico. Ursos, pinguins e focas estão em perigo. O plástico vai parar ao mar e os animais ficam encalhados e ingerem plásticos, o que poderá ser fatal. Os pesticidas vão também parar ao mar, enquanto eu sinto tremores e dores de cabeça por causa das alterações climáticas. Foi então que comecei a juntar a minha turma, depois a escola, a cidade, o país e consegui juntar o continente inteiro. Rapidamente a América do Sul, Central e do Norte juntaram-se, depois África, Oceânia e a Ásia. Mas havia um pequeno pormenor. Expulsámos o Donald Trump, porque grande parte da culpa da minha amiga Terra estar doente é dele. E começámos por o prender. Depois apagámos os incêndios florestais da Austrália, socorremos as pessoas e ajudámos os animais. Cultivámos também novas plantas e seguimos para as cheias da Indonésia, onde construímos casas em sítios mais altos e barreiras para a água não passar. Depois, resolvemos um dos maiores problemas que a Terra tinha, o plástico. Para vencer esse grande problema, retirámos todo o plástico que havia no oceano, o que demorou muito tempo. Socorremos os animais presos no plástico e os pesticidas que iam para o mar, proibimo-los. Assim, tinham acabado os problemas da Terra e as alterações climáticas, pois já não havia poluição atmosférica devido à proibição da libertação de gases prejudiciais à camada de ozono. A Terra estava sorridente, sentia-se muito bem e agradeceu-me: - Muito obrigada, Afonso, salvaste a Terra. Foi um milagre o que aconteceu! E assim acaba a história de uma grande aventura que nos trouxe de volta uma vida saudável. Mas, no meio disto, aconteceu uma coisa inesperada, eu acordei…. É verdade, afinal era tudo um sonho, mas arranjei aqui várias ideias para que, no futuro, a Terra fique igual à do meu sonho. Por isso, quando andarem por aí, pensem que um

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dia, como no meu sonho, pode acontecer um grande milagre que nos darรก a vida num planeta melhor. Eu acabo a minha histรณria por aqui, mas lembrem-se, isto foi uma histรณria, mas pode acontecer na realidade!

Afonso Dias, nยบ1 - 6ยบA

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O grupo de flores Uma noite, tive um sonho onde eu e as minhas duas melhores amigas, chamadas Anastasia e Ksenia, viajámos pelo mundo da “Gacha Life”. Com a nossa amizade, formámos um grupo com o nome “O grupo das Flores”. Mas porquê “O grupo das Flores”? Este sonho explica tudo! Tudo começou quando, numa festa de pijama, já de noite, nós adormecemos e todas juntas caímos num buraco muito profundo. Admiradas, ficámos a olhar uma para as outras e reparámos que estávamos parecidas com as pessoas da Gacha Life. A Ksenia era uma fada azul, a protetora da Natureza. A Anastasia era uma menina das estrelas, que protegia o Sol, as estrelas e o mar. E eu… um Anjo de asas, a protetora dos seres vivos… Todas juntas formávamos uma flor muito forte e com muitos poderes! Depois fomos caminhando naquele mundo extraordinário e encontrámos uma lobinha que se chamava Katerina. Ela mostrou-nos aquele mundo e disse que havia um Deus Jaguar muito poderoso, que estava a pôr todos em perigo e só nós é que podíamos derrotá-lo. Eu e a Ksenia estávamos prontas para derrotar aquele monstro, mas a Anastasia interrompeu os nossos planos e disse: “Não acho que seja uma boa ideia matá-lo, pois nós somos boas e não podemos fazer coisas más. Tentem resolver tudo sem guerras!” Depois de ouvir aquelas palavras, concordámos com ela. Então, ficámos a pensar no plano. Passadas umas horas, já tínhamos tudo planeado. O mais importante era uma poção de ervas que só a Ksenia poderia fazer. Por isso, eu, a Anastasia e a Katerina fomos procurar as plantas necessárias. Não demorámos muito tempo, porque a Katerina, como era uma loba, conseguia encontrar as ervas pelo cheiro. Já estávamos preparadas para a derrota …, mas quando o vi, fiquei com pena, pois percebi que ele não queria fazer mal, só nos queria ajudar para voltarmos ao mundo normal. Finalmente, uma voz interrompeu o sonho, era a minha mãe a acordar-nos!

Anna Tsybulska, nº2, 6º A

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O cavaleiro misterioso Depois de muita brincadeira, adormeci cansado e de repente vi-me num sonho estranho… Era um dia de outono, frio e de céu muito nublado. Eu e o meu melhor amigo fomos passear a uma floresta com árvores enormes, tão altas que até pareciam girafas. E de tão densa a floresta, era assustadora! Enquanto eu e o meu amigo passeávamos, apareceu de repente, vindo de lado nenhum, um velho cavaleiro de armadura reluzente e de espada à perna muito direito no seu cavalo negro. - O que andam a fazer estes dois jovens sozinhos na floresta? – perguntou-nos. - Andamos a passear – respondemos um pouco a medo. E, como que por magia, o cavaleiro desapareceu com o meu amigo. Levou-o para o seu castelo. Fiquei aterrorizado, tinha ficado sozinho naquela floresta escura e imensa! Pus-me a caminho e como era um sonho, encontrei logo o castelo… Entrei. Percorri muitos salões e encontrei o cavaleiro da armadura brilhante, sentado num trono. Enchi-me de coragem e gritei: - Devolve-me o meu amigo-o-o! E o cavaleiro deu uma gargalhada que fez eco no salão. - Só se me responderes a uma pergunta! – disse. E eu amedrontado, mas ansioso, respondi: - E qual é essa pergunta? - Quanto é um mais um? – perguntou com um sorriso maldoso. - São dois! - respondi, descansado, pois era muito bom a matemática. O cavaleiro coçou a cabeça e olhou-me admirado. - Podes levar o teu amigo contigo - respondeu o cavaleiro. E lá fomos nós os dois para casa a correr, contentes por estarmos novamente juntos.

Bernardo Duarte, nº4, 6.º A

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A minha vizinha é um gato Era mais um dia nesta quarentena. Eu estava a estudar, mas já um pouco cansada e decidi descansar um pouco. Levanto-me da minha cadeira, vou para a janela do meu quarto e lá está outra vez o gato na janela, melhor dizendo a minha vizinha. Vou explicarvos melhor. Na minha rua, que até é uma rua com algumas casas modernas, à frente da minha casa, há uma casinha estranha, já velha, cor-de-rosa, com janelas verdes de madeira. Nessa casa vive uma senhora, mal-educada, que nunca fala nem cumprimenta ninguém. Tem uns longos cabelos negros e olhos verdes arrepiantes. A senhora já tem alguma idade, mas veste-se com calças às flores, túnicas até aos joelhos, bandoletes das mais variadas cores, sapatos super coloridos… enfim ela é estranha. Vive rodeada de gatos, alimenta todos os gatos da rua, nem quero imaginar como será a casa por dentro, deve ser só cheiro a gatos, comida de gatos espalhada por todo lado… Numa das janelas da casa está sempre um gato preto a observar tudo e todos e o olhar dele é igualzinho ao da minha vizinha. Ela quase nunca sai à rua, mas quando sai o gato desaparece da janela. Então eu acho que ela quer observar a rua, mas de maneira a que ninguém perceba que ela o está a fazer. Lá estava eu a continuar a pensar na senhora-gato, quando de repente ela sai de casa, olha para mim de forma assustadora e pela primeira vez me chama. - Constança! Constança! Mas, afinal, era a minha irmã que me estava a chamar. Tinha adormecido em cima da secretária…

Constança Heleno; nº6; 6ºA

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Sonhos…coisas que imaginamos enquanto estamos no mundo do sono. Raramente as pessoas se lembram deles… Mas esse não foi o meu caso! Eu tive o maior sonho de sempre, cheio de aventuras. Por isso deixem-me contá-lo.

A joia do sol Certa noite, estava eu no conforto da minha cama quando tive este sonho… Tinha acordado num quarto, mais especificamente numa cama. Lógico, porque é sempre numa cama… Saí do quarto e deparei-me com uma grande aldeia, velha e escura como breu. As pessoas caminhavam tristemente na terra, pois o Sol tinha desaparecido. Um senhor esperava-me à porta de casa. Era velho e tinha a pele toda enrugada. Pediu-me ajuda, dizendo lentamente: - Jovem…ajude-nos, por favor… - Sim, o que precisa? - perguntei-lhe. - Tem de recuperar a Joia do Sol da nossa aldeia, senão viveremos para sempre tristes e na escuridão…tome este mapa, este saco de sobrevivência e salve a aldeia, por favor. E, já agora, eu chamo-me Babuska. Observei o mapa e quando ia a olhar para aquele homem, ele já não estava lá. Uma espada surgiu na minha mão e ouvi uma voz dizer que só a poderia utilizar quando ela brilhasse como o Sol. - Eu não o irei desapontar, senhor Babuska…- pensei em voz alta. E lá parti eu. Atravessei vários lugares perigosos como: a Montanha da Neve, as Planícies dos Geiseres, Ácidos, as Placas do Destino, o Vulcão Vermelho, o Mar da Sentença … Ao longo desta viagem, deparei-me com várias criaturas, umas fantásticas e bonitas, outra feias e horrorosas, outras amigáveis e outras violentas. Finalmente tinha chegado ao meu destino: o Monte Kaalaaki! Escalei-o até ao topo, mas não demorou até que um dragão negro aparecesse. À volta do pescoço tinha a Joia do Sol. Assim que me viu, desatou a cuspir fogo, mas era um fogo escuro e frio, o que me pareceu muito assustador. Não sabia o que fazer, até que a espada reluziu. Pulei do meu esconderijo e com a espada lutei com aquele dragão, com todas as minhas forças para não desiludir o senhor Babuska. Após uma longa batalha, o dragão caiu por terra. Quando lhe tirei a Joia do Sol, o dragão luziu mais que 10.000 Sóis. De negro e frio passou a ser luminoso, quente e

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amigável. Montei-o e à medida que voava até à aldeia, a Joia ia brilhando cada vez mais. Quando lá chegámos, apontei a Joia ao Sol que brilhou tanto, mas tanto que quase me cegou. No final, o que estava destruído, foi restaurado. Estava a viver um sonho, literalmente, mas como em todos os sonhos, o meu foi igual e acabou, com o fim do mundo do sono. Fui acordado pela minha mãe. Mas que maçada! Enquanto no sonho eu era um herói glorioso e reconhecido, no mundo real era só um Zé Ninguém com uma forma física pouco interessante e sem um DRAGÃO! Acham isto justo?! Mesmo assim, foi um sonho incrível e espero que um dia me volte a acontecer um igual, ou talvez ainda melhor! Duarte Gonçalves Tavares, nº8, 6º A

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O planeta está doente, precisa de nós… Eu fui criada há tantos anos que nem me lembro bem desde há quanto tempo existo. Era feliz, rodeada de pessoas gentis e cuidadosas e tudo era excelente. Mas, passados anos, a minha vida mudou completamente. As pessoas evoluíram, graças à Ciência e Tecnologia, o que até é uma coisa boa. Pelo menos…para elas. Em relação a mim, começaram a destruir-me, a deixar-me doente e a cada dia que passa fico pior. Os meus amigos estão a morrer, tal como as plantas. Então, vou perguntar-lhes o que se passa com eles. E lá fui eu… comecei por ir visitar o meu amigo Polar, um urso que vive no Pólo Norte. Como é que será que ele…ah!... Oh não! O gelo, o gelo está a derreter! É o aquecimento global! E eu estou a ficar com febre! Mas onde é que ele estará? - Aqui, Terra! Ajuda-me! - Polar?! Onde é que estás?! - Aqui, Terra, estou atrás de ti! - O quê? Onde?! - Debaixo de ti! - Oh, que alívio…, mas o que fazes aí? Estás preso por acaso? - É claro que estou! Os malditos humanos estão a fazer tantas coisas erradas que o gelo está a derreter! Com todos aqueles gases poluentes, o calor não para de aumentar! - É por isso que estou com febre! Obrigada, Polar! Adeus! - Espera! Tu não me soltas? - Não há tempo a perder e tu ficas bem. Voltarei com soluções. E continuei a minha viagem. Fui, então, visitar a Lora, a minha flor calminha. - Lora, estás aí? - Socorro! Acudam-me, este é o meu fim! - Lora, estás bem? Precisas de respiração boca a boca?! - Não, eu só preciso que pares com esta desflorestação! Os animais não têm onde se abrigar nem comer e respiram mal! - Então, é por isso que eu estou a respirar mal…Obrigada, Lora! - Espera, Terra! Ajuda-me! - Não há tempo a perder e tu ficas bem. Voltarei com soluções. Agora só preciso de … O quê? - Quem és tu?

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- Eu chamo-me Billy e sou um canguru australiano. Os incêndios dos últimos meses estão a causar uma grande destruição! As florestas estão a morrer e há espécies em vias de extinção! - Não te preocupes. Eu vou arranjar uma solução rapidamente. Mais tarde voltarei com soluções. Ai, as coisas estão a ficar muito preocupantes! Tenho de ir ver Mary, um golfinho do Atlântico, que de certeza deve estar sujo e cheio de plástico. -Terra! - Oh! Mary, estás aí. Esta água está mesmo suja. - Sim, nós vamos embora deste sítio que já não é mais seguro. - Adeus. Espero ver-te em breve e tranquila. - Adeus! Eu estou mesmo doente, os meus melhores amigos também e podem morrer. É uma situação stressante! Mas eu, eu tenho uma arma secreta: as crianças. As crianças são as únicas pessoas que podem mudar o mundo. Eu acredito que elas possam dar a volta a isto tudo, porque têm esperança, tal como eu, de que um dia tudo voltará à sua ordem. E quando isso acontecer, eu vou estar aqui para presenciar esse momento. Duarte Gonçalves Tavares, nº8, 6ºA 2º lugar 2ºCiclo/ Concurso literário

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O planeta está doente. E agora? A sustentabilidade defender É ser inteligente E tornar o mundo mais consciente. Para quê tanta água gastar? … se há maneiras tão fáceis de a poupar! Toca a economizar Para esta nunca acabar E a vida salvar! Uma simples embalagem No ecoponto colocar Se todos o fizermos O planeta iremos salvar Reciclar, recuperar, reutilizar… A sustentabilidade defender É ser inteligente E tornar o mundo mais consciente.

Matilde Antunes, nº17, 6ºA Concurso «Há Poesia na Escola» (2ºlugar)

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Um sonho Era uma noite de lua cheia e para onde quer que olhasse havia uma luz clarinha a fazer reflexo nos meus olhos. Estava difícil adormecer! Quando finalmente consegui fechar os olhos, vi um pôr do sol nos meus pensamentos e isso relaxou-me e trouxe-me uma maior tranquilidade. Passado um pouco, já tinha um sonho a criar-se: era sobre uma menina que gostava muito de ir à praia, mas sabia que este ano não ia ser possível passar umas deliciosas férias, como em outros anos. O mundo estava a passar por uma terrível pandemia, que ainda não se sabia bem como combater. A menina começou, então, a lembrar-se dos atos que devia praticar para, também ela, não ficar afetada: lavar as mãos frequentemente; usar máscara sempre que tivesse que sair e ter algum cuidado ao retirar a mesma; manter a distância de três metros das outras pessoas; utilizar lenços de papel apenas uma só vez; tossir para o braço e não para o ar; tentar não sair de casa (só se for mesmo necessário) entre outros cuidados… Esta menina sabia agora que apesar de todos estes cuidados podia tentar fazer outras coisas, como passear e ver o mar e a praia ao longe, fazer piqueniques em família, umas sestas no jardim, andar de bicicleta, ler histórias e sonhar que para o ano já tudo estaria diferente e a praia estaria sempre à sua espera, para uns bons e divertidos banhos. Matilde Silva, nº16, 6ºA

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Sonhos Bem, não sei muito bem como começar este texto, porque se bem me lembro já não sonho há algum tempo. Acho que já sei! Resolvi perguntar ao meu cérebro e aos meus neurónios, acho que eles melhor do que ninguém me saberão explicar o porquê e por isso eles levaram-me a uma central onde estão todos os meus pensamentos e sentimentos. Fiquei tão espantado e maravilhado com o que estava a observar! Tudo estava arrumado em estantes e organizado como se de uma biblioteca se tratasse. Muito assustado, perguntei: - Como é possível o meu cérebro ser assim, qual o porquê de eu não sonhar? Ao que me reponderam, em coro: - Todas as noites, todos os seres humanos sonham, mas nem sempre se conseguem lembrar, quando, ao outro dia, acordam. O que acontece neste momento é que, como sabes, o mundo está a atravessar uma pandemia e nós também estamos a sofrer com isso. Então, não estás a sonhar porque todos nós estamos em quarentena. Quando ouvi aquela explicação, espantei-me porque nunca pensei que o meu cérebro e os meus neurónios podiam ficar de quarentena. E não podiam mesmo, porque tudo o que acabaste de ler foi um sonho meu.

Rodrigo Valente Almeida, nº21, 6ºA

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O planeta está doente, precisa de nós… Era uma vez uma menina chamada Carolina. Adorava tudo o que se relacionava com o espaço e sonhava ser astronauta quando crescesse. Até tinha uma cadela chamada Galáxia. Desde pequena, os pais da menina diziam que os seus olhos azuis pareciam duas estrelas cintilantes. Mas Carolina não era só uma estrela em casa, também era uma menina estudiosa e aplicada nas aulas. E a professora estava sempre a dizer que ela era bem capaz de conseguir chegar a astronauta, o que a fazia muito feliz. Num certo dia, depois de ver um programa sobre astros na televisão, Carolina foi deitar-se na sua cama, com a Galáxia a dormir a seus pés, e adormeceu. Uma hora depois, acordou numa nave espacial, rodeada de astronautas profissionais, que iam a caminho da Lua! - Mas o que é que eu estou a fazer aqui? - questionou a rapariga, confusa. - Tu vais ser a primeira criança no espaço! Esta vai ser a melhor viagem da tua vida! - exclamou um astronauta ao seu lado. Para além de confusa, Carolina estava também muito entusiasmada. Afinal, iria realizar o seu sonho mais profundo, e não precisava de esperar até ser crescida. Adorou saltar na Lua e brincar no espaço. O fato parecia ser bastante pesado, mas a menina sentia-se leve como uma pena. Era tudo como ela sempre sonhara: bonito, incrível e até mágico. Mas, de repente, ouviu um barulho que lhe despertou curiosidade, vinha de perto do seu planeta. Aproximou-se cuidadosamente e viu que ele estava a chorar. Então perguntou: - Porque choras? O que se passou? - São as Alterações Climáticas! - respondeu ele-Os humanos estão a dar cabo de mim! O ar poluído faz-me tossir. As vossas praias são o meu nariz e, como elas estão sujas, ele está sempre entupido. As vossas florestas são os meus pulmões e, como há cada vez mais desflorestação, custa-me respirar. E, ainda por cima, tive que tirar a minha roupa favorita, que é azul e verde, e pôr esta cinzenta e preta. Que tristeza! - Tenho tanta pena tua! Eu não consigo sobreviver sem a minha T-shirt com a imagem da Via Láctea! Não fiques assim! Eu vou ajudar-te, prometo. E assim fez. Voltou para a Terra e começou a limpar-lhe o nariz. Depois deste estar bem limpo, conseguiu fazer com que todos os chefes das fábricas de Portugal decidissem pôr filtros nas chaminés, para que a Terra não estivesse sempre a tossir. E,

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por fim, voltou ao espaço e ajudou a sua nova amiga a pôr a sua roupa preferida outra vez. E foi nesse momento que acordou. Tudo aquilo tinha vindo da sua imaginação. - Que tristeza! Afinal não fui ao espaço, não falei com a Terra e não a ajudei! Pelo lado positivo, agora que já sei o que se passa no meu planeta, já o posso ajudar, mas desta vez a sério! Foi então que ouviu chamar pelo seu nome: - Carolina, vem à sala, por favor. Está a dar uma notícia que é capaz de te interessar. Quando Carolina chegou à sala, o pai comentou: - A primeira criança que foi ao espaço tem a tua idade e o teu nome! Que engraçado! “Será que foi tudo um sonho?” -pensou a Carolina. Maria Leonor dos Santos, nº9, 6ºC 1º lugar ex aequo 2º ciclo/ Concurso literário

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Um sonho diferente Quando acordei, fui ver as horas. Reparei que eram quatro da manhã e, como tal, fiquei baralhada. De repente, ouvi uma voz suave a chamar-me e a alertar que o Reino dos Doces estava a ser destruído por um monstro verde e viscoso, a quem chamavam de Bulka Straggel. Confusa, pensei... “Bulka Straggel?! Porque é que me estão a avisar?” A voz continuava, mas mais forte. Eu, cheia de pensamentos estranhos, não entendia se falava para mim ou se apenas me queria assustar. A voz continuou, mas daquela vez pediu-me para segui-la e, como sou curiosa, fui. Entrei num lugar estranho, mas bonito, cor de rosa, alegre e acolhedor. Parecia ser o Reino dos Doces! Tinha um arco cheio de doces, mas não eram nada normais.... Havia ursos de gomas gigantes, rebuçados quentes e derretidos... e, lá ao fundo, conseguia avistar um monte verde, devia ser o Bulka Straggel. Vi que essa parte do reino estava acinzentada e diferente... andei, até chegar perto desse monstro, para o poder defrontar..., mas não sabia como... E acordei...Bem, não sei se foi um sonho ou não, mas sei que adorei! Estou à espera de uma continuação! Joana Farinha, nº1, 6ºC

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Uma prenda para a Laura Uma noite, sonhei que tinha um hamster, mas além da minha cadela Vitória, não podia haver outro animal lá em casa. No dia seguinte, fui para a escola e passei por uma loja de animais. Na montra estavam muitos hamsters. Liguei à minha mãe e perguntei-lhe se podia reservar um. A mãe respondeu que ia pensar… Mas, quando acabei as aulas, fui buscar um. Dei-lhe o nome de Galileu. Era tão fofinho! As patinhas, o bigode e a cor de âmbar deixaram-me contentíssima. Quando cheguei a casa, a minha mãe não gostou da surpresa. Tive de o devolver. Percebi que devia ter esperado pela decisão dela. Contei ao vendedor que tinha desobedecido e como me viu tão triste, disse que podia passar lá e brincar com ele. Pedi ao vendedor da loja para me ensinar a tratar dele. Aprendi que não é tão fácil como pensamos. Um dia, o Galileu desapareceu e fiquei muito triste. Quando cheguei a casa, a mãe levou-me ao meu quarto e, para minha surpresa, quem estava todo contente a rodar na roda da sua gaiola? Era o Galileu! Abracei a mãe e prometi não voltar a desobedecer. Mas acordei e percebi que tinha sido um sonho… Laura Fernandes, nº4, 6ºC

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O sonho invertido Estava eu a dormir quando, de repente, comecei a sonhar. Aquele sonho não era muito normal. Havia um rapaz que não era pobre nem rico. Chamava-se Fred, vivia no campo. As pessoas que lá viviam tinham uns dias bons, outros maus, a maior parte eram maus, estavam sempre cansados e mal-humorados. Só duas crianças é que pensavam sempre no lado positivo da vida, o próprio Fred e a sua amiga Laura. Ao fim do dia, depois de tratarem do gado e de fazerem as tarefas da escola, iam brincar para a floresta. Chamavam-na Floresta Encantada, pois pensavam que lá havia outras criaturas. Os dois contavam isso a toda a gente, mas as pessoas diziam que era uma floresta normal como todas as outras. Um dia, quando iam buscar madeira ao outro lado da floresta para construírem a sua própria casa, Fred encontrou um ovo cheio de cores e chamou a Laura: - Vem rápido, Laura, acabei de encontrar um ovo gigante! Mas a Laura disse: - Se isso for um ovo de avestruz, tu é que vais ter de me dar um ovo gigante de chocolate dos mais caros e mais saborosos! Impaciente, ela correu para perto e ficou boquiaberta durante tanto tempo que Fred teve de lhe puxar o queixo para cima para tentar saber se ela conhecia a espécie que tinha deixado o ovo ali. É claro que o Fred teve de esperar um belo tempo para que ela parasse de olhar para o ovo com tanto espanto. Quando se recompôs, ela quis levá-lo para casa, mas o amigo não deixou, declarou: - Enquanto não soubermos que espécie é, não a levaremos para lado nenhum. Laura compreendeu e, no dia seguinte, foram à biblioteca da escola à procura de informações para descobrirem que espécie era aquela, mas sem dizerem a ninguém. Depois de muitas horas, não encontraram nada que explicasse a origem do ovo. Decidiram tocar no ovo e, em simultâneo, exclamaram: - Entrar! E subitamente estavam num escorrega tão grande que demoraram cerca de cinco minutos até chegarem ao final. (Não esquecendo os gritos da Laura e o desmaio do Fred). Depararam-se com um mundo completamente diferente. Na entrada para aquele sítio, encontraram uma placa que dizia “Mundo encantado” e, em baixo, “Mundo invertido”. Subitamente acordei. Nessa noite, tive dificuldades em voltar a adormecer, porque não conseguia deixar de pensar na continuação desta aventura! Leonor Dias, nº7, 6ºC CADERNO DAS LETRAS

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Um mundo colorido Uma noite, sonhei que estava num mundo cheio de arco-íris, de doces e de tudo o que podia imaginar. Comecei a explorar e percebi que era mais lindo do que eu pensava. No caminho, vi um cachorrinho a dirigir-se a mim, peguei-o ao colo e qual não foi o meu espanto quando apareceu, mesmo à minha frente, a minha BFF, Star Butterfly. - Olá, Star! - exclamei eu. - Olá, Charlie, tudo bem? - Sim, e contigo? - Também está tudo bem, obrigada. - Queres vir comigo explorar este mundo? - sugeri. - Claro que sim, eu adoro explorar – concordou Star. Então, nós as duas e o cachorrinho continuámos a explorar. Percorremos países, cada um com a sua cor, onde vimos crianças felizes a correr pelos campos verdejantes, com casinhas de doces coloridas e cascatas de sumo de vários frutos. Chegámos a um campo com muitas árvores cheias de frutos, o sítio perfeito para fazer um piquenique. Colhemos alguns frutos e doces que encontrámos, sentámo-nos à sombra de uma grande árvore e aí nos deliciámos… Mas, de repente, acordei e vi que era tudo um sonho. Fiquei bastante triste, pois gostava de conhecer mais coisas. Logo caí na realidade em que vivemos, que não é nada colorida, mas sim, muitas vezes, triste. Maria Carolina Santos, nº 8, 6ºC

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O resgate da princesa Conta-se que um cavaleiro se apaixonou perdidamente por uma linda princesa. Vezes sem conta rondava o castelo da sua amada na esperança de vê-la. Um dia, na varanda mais alta do castelo… “Lenda sobre a origem do nome de Viana do Castelo”, tradição popular

… o cavaleiro viu que a princesa estava a gritar por socorro! Parecia estar aterrorizada com algo perto de si. Ele agarrou na sua espada afiada, pôs o elmo prateado e começou a subir a torre do castelo onde tinha visto a princesa a gritar. Depois de subir muito, encontrou-se no topo da torre, onde não havia sinal da princesa em lado nenhum. Foi então que olhou para baixo e encontrou um bilhete onde estava escrito: “Cavaleiro, se estás a ler isto, fica informado que eu estava a gritar porque uma bruxa me raptou! Ela levou-me para a torre do castelo dos Infernos, onde me guarda com todas as suas forças. Quando chegares cá, ela dir-te-á para fazeres três desafios: o primeiro é roubar um ovo a um dragão, o segundo é encontrar uma agulha num palheiro e a terceira é reconhecer uma chave de ouro em várias chaves pintadas. Ajuda-me, mas toma cautela!”. Quando acabou de ler isto, o cavaleiro foi buscar três coisas ao castelo: pimenta, um detetor de metais e uma balança. A seguir, partiu à aventura e foi para o Castelo dos Infernos. Tal como a princesa indicou, ela encontrava-se na torre mais alta, onde a bruxa o aguardava. - Olhem quem ele é! - disse a bruxa. - Queres fazer companhia à tua amada? - Tu és um monstro, bruxa! - exclamou o cavaleiro, irritado. - Muito obrigada - retorquiu ela - és muito amável. Então é assim, já conheces os três desafios? - Sim, eu conheço-os, bruxa. - Então comecemos com o primeiro desafio! E logo apareceu um dragão que tinha um ovo às costas. O cavaleiro pegou na pimenta, deitou um bom bocado sobre o focinho do dragão e ele começou a espirrar, o que deu tempo ao cavaleiro para retirar o ovo. E logo apareceu um dragão que tinha um ovo às costas. O cavaleiro pegou na pimenta, deitou um bom bocado sobre o focinho do dragão e ele começou a espirrar, o que deu tempo ao cavaleiro para retirar o ovo. CADERNO DAS LETRAS

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tempo ao cavaleiro para retirar o ovo. - Conseguiste passar a primeira tarefa, mas será que consegues passar a segunda? - perguntou a bruxa. Então, a torre transformou-se num grande palheiro, onde o cavaleiro tinha que encontrar a agulha. Ele pegou no detetor de metais e percorreu o palheiro, até que o detetor começou a apitar, logo encontrando a agulha. - Venceste as duas primeiras provas, mas será que consegues a última? E, finalmente, caíram sobre o cavaleiro muitas chaves douradas, onde só uma era de ouro maciço. Ele pegou na balança, e pesou as chaves todas, até que uma pesava mais e o cavaleiro percebeu que era essa. - Não! - disse a bruxa, e desapareceu num sonoro PUF! Então, a princesa ficou livre e casou com o cavaleiro, e viveram felizes para sempre. Maria Leonor Rosa dos Santos, nº9, 6ºC

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Um sonho de outra dimensão Era uma noite normal na Avenida Armando Gonçalves. Eu e a minha família tínhamos acabado de jantar e eu estava a ler, calmamente, um livro digital, sentada na minha cama quentinha. O livro falava de gerações de rainhas mágicas duma dimensão distante chamada Mewni. Entretanto, adormeci. Nessa noite tive um pesadelo terrível. Sonhei que não acordei a horas e que não tinha entregado nenhum dos trabalhos da escola... Mesmo sabendo que aquilo não era realidade, acordei sobressaltada. Levantei-me da cama e fui até à cozinha, para beber um copo de água. De repente, tive o pressentimento de que estava a ser observada... peguei numa colher de pau e andei devagarinho para trás. - Não te preocupes, não te faço mal. - Quem és tu? - perguntei eu. - Isso não interessa, agora. Preciso de saber o teu nome. Não queria dizer o meu nome a uma estranha, então olhei à volta. Observei uma árvore genealógica pendurada no frigorífico (todas nós somos Maria) e um calendário. - O meu nome é Maria Diaz. - A sério? Bem, Maria, podes pensar que não me conheces, mas eu sei quem tu és melhor que ninguém. Peço-te apenas que feches os olhos. A voz dela soava preocupada. Fiz-lhe a vontade. - Podes-me dizer o teu nome? - Star, Star Butterfly. Podes abrir os olhos. Fiquei encantada! Os meus olhos visualizavam o mais luxuoso dos castelos, todo decorado com borboletas, trevos e corações. - Este é o Castelo Butterfly. É por isso que precisamos de ti. Ele corre perigo. - Isto...isto é Mewni?! - Uau, aprendes rápido! Sim, Mewni, lar doce lar. - Se tu és a princesa Star, porque precisas de uma humana como eu? - Toda a gente precisa de ajuda para alguma coisa, um dia. Eu preciso de ti para salvar o meu reino. - Porque é que ele está em perigo? - Aproxima-se um maremoto. Todos os camponeses têm medo de sair das suas casas e recusam-se a construir um dique. A minha magia é muito fraca, e não o consigo fazer sozinha. Ouvi dizer que tu gostas de desenhar e escrever. Eu posso criar um lápis que torna realidade tudo o que tu desenhares ou escreveres. Aceitas ajudar-me?

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- Aceito tudo para te proteger, minha princesa. Ajoelhei-me e desatamos as duas a rir. Depois de receber o dito lápis, comecei a construir um dique gigante, que cobriria o castelo e a vila dos pés à cabeça. - Toma, isto fará com que tenhas sorte – prometeu-me Star. Era uma linda capa azul, com um “M” branco no meio. Vesti-a com orgulho. Mas uma onda gigante aproximava-se a passos largos de Mewni. Nós estávamos quase a terminar o dique.... Comecei a ficar desesperada. A onda a aproximar-se e eu cada vez mais nervosa... Ela cada vez mais próxima e eu cada vez mais pessimista. - Não vamos conseguir, não vamos conseguir... - sussurrava eu, prestando pouca atenção ao dique. - Nós vamos conseguir! - gritou ela. Dito isto, transformei-me num grandioso anjo com enormes asas brancas. Então, com o poder do otimismo da Star, voei até à onda e dei-lhe um soco. Acordei. Estava deitada no chão, enrolada num cobertor azul. Levantei-me e senti uma picada. Desenrolei o cobertor, e qual foi a minha surpresa quando vi um grande “M” lá escrito e um pequeno lápis. Encontrei também um papel onde estava escrito o seguinte: “Obrigada, Maria Diaz! Mewni está em segurança graças a ti. Dou-te o lápis e a capa que usaste milagrosamente. Sempre que me quiseres encontrar, parte o bico do lápis. Beijinhos para a minha “humana” preferida, Star.” A partir desse momento, andei sempre com a capa e com o lápis, que foram e sempre serão os meus amuletos da sorte. Maria Leonor Gonçalves Garcia da Rosa dos Santos, n.º 9, 6.º C

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O robô destruidor Lá estava eu com o meu pai, a minha mãe e a minha irmã em nossa casa. Cada um estava a fazer o que queria. Umas horas depois, ouvimos um estrondo e, pensando que não era nada, continuamos o que estávamos a fazer. Mas os estrondos não paravam e já se conseguiam ouvir gritos ao longe. Fomos todos para a janela: vimos uma poeira ao fundo da rua e, no meio dela, apareceu um robô gigante. Tinha uns pés do tamanho de uma casa e o seu corpo era tão grande como a Amazónia. O robô ia-se aproximando e pisava tudo o que lhe aparecia pela frente. Eu e o resto da minha família evacuamos a nossa casa. Do nada, um homem apareceu à frente do robô. Este fazia tudo o que estava ao seu alcance para conseguir derrotar o homem, mas não conseguiu. O homem estava com um fato feito de um metal muito poderoso e só foi preciso um soco para o pôr direto no chão... Entretanto, os meus olhos abriram-se, vi o meu quarto, sem qualquer poeira e não estava nada destruído. Tudo não tinha passado de um sonho. Rita Morais Varandas, 6ºC, nº15

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O planeta está doente, precisa de nós Era uma vez uma rapariga chamada Nicole. Tinha doze anos e vivia numa ilha chamada Caraíbas. Um dia, Nicole estava a brincar na areia e uma onda enorme trouxe milhares de bocados de plástico para a costa. Foi logo a correr para casa e procurou os seus pais. Depois de os encontrar, Nicole relatou-lhes tudo o que tinha acontecido na praia e eles acharam que ela já tinha idade para perceber o que estava a acontecer com o nosso planeta. Estes falaram em duas palavras: «crise climática». Nicole não percebeu bem e foi para o quarto pesquisar… O nosso planeta estava doente. O plástico no mar e na terra tinham deixado a sua marca, fazendo os animais ficarem em perigo de extinção, pois comiam os plásticos, pensando ser comida, e depois nós comemos alguns desses animais. Além disso, com o calor, o gelo começava a derreter e transformava-se em água. Então, a água dos oceanos crescia e o nível das águas do mar subia, podendo fazer com que algumas cidades e ilhas perto do mar ficassem submersas. Nicole tinha de agir, o planeta era a sua casa, ele estava doente, mas ainda não tinha morrido, ainda havia esperança… Nicole saiu de casa e foi bater a todas a portas, pois dentro de um dia, todos os habitantes das Caraíbas estariam a apanhar lixo por toda a ilha. No dia seguinte, a limpeza da ilha foi transmitida na televisão e pessoas de todo o mundo assistiram. Os movimentos de apelo à proteção ambiental foram fazendo a diferença… Espanha, Brasil, Portugal, Japão, uma parte de África e uma parte da Ásia. Passados alguns dias, Nicole foi para o mar e nadou, nadou… até passar a fase da rebentação das ondas. Depois, foi para o fundo do mar com uma botija de oxigénio com o objetivo de apanhar o plástico e de salvar os animais. Os que estivessem muito feridos e doentes seriam trazidos para a costa e seriam tratados. Naquele dia, Nicole sabia que não tinha ajudado muito o planeta e que ele ainda estava doente, mas a febre já tinha baixado e por esta diferença o planeta agradece.

Rita Varandas, nº15, 6ºC

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Golfinhos e tubarões Estava um dia de sol. Então, eu e a minha família decidimos ir a uma piscina, mas essa piscina era especial, pois de um lado tinha tubarões e do outro, golfinhos que estavam separados por um vidro. Eu ainda era pequenina e não sabia muito bem distinguir os golfinhos dos tubarões. Decidi ir ver os golfinhos (pensava eu), mas como os meus pais não me deixavam ir sozinha, tive de esperar até que eles se distraíssem. Passados uns longos minutos, finalmente, eles distraíram-se. E lá fui eu. Como gostava (e ainda gosto) muito de animais, decidi fazer-lhes uma festinha, mas imaginem o que aconteceu: um deles estava prestes a morder-me, pois era um TUBARÃO. Mas, de repente, a minha irmã transformou-se numa super-heroína e salvou-me! Fiquei bastante surpreendida, pois pensava que os super-heróis não existiam, e afinal a minha irmã era uma! Mas de repente…acordei e percebi que tudo isto tinha sido apenas um sonho… Sofia Matos, nº 18, 6ºC

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O meu sonho Era skater profissional. Depois de muito treino e muito empenho, tinha conseguido ser selecionado para participar no concurso mais ambicionado por todos! Muitas manobras… muitas etapas… muita exigência por parte do júri… e eu assustado, nem acreditava que ali estava, quanto mais que poderia vir a ganhar! Batalha após batalha, fui ganhando e fui passando, etapa a etapa. A final estava à porta. Tinha conseguido chegar a Las Vegas e ia competir com os meus ídolos…Tony Hawk e o Maurio McCoy. Ora, que possibilidades teria eu?! Mas estava tão contente por ter conseguido chegar até ali, que nem me focava muito na vitória! O Tony foi o primeiro a fazer o caminho que ele próprio tinha inventado. Que manobras extraordinárias! De seguida, foi o McCoy e depois chegou a minha vez! Esmerei-me! Estava feliz! Sentia o skate a dançar debaixo dos meus pés…uau!…. Correu-me mesmo bem! Minutos mais tarde, no pódio o meu nome ficou para a final… tinha vencido! Como era possível?! Nem queria acreditar! A explodir de alegria, subi ao pódio e segurei aquela taça de ouro. Apercebi-me mais tarde, na X GAMES, que tinha realizado uma manobra que superava a de Tony Hawk (um 900o) … tinha conseguido fazer um 1080o. Acordei a sorrir e a acreditar que era mesmo um grande skater… Quem sabe se um dia este sonho ainda se torna realidade! Tomás Basto, nº 21, 6ºC

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O planeta está doente, precisa de nós Era uma vez uma aldeia de gnomos. Mas não eram uns gnomos quaisquer. Eram ECO gnomos, uma espécie de gnomos ecológicos, amigos do Planeta Terra. Um dia, eles receberam uma carta de um amigo e ficaram preocupados. Querem saber o que tinha a carta?... “Caríssimos amigos gnomos. Fiquem sabendo que eu sofro de uma grave doença provocada pelos vírus guerra, secas, ondas de calor, degelo e desflorestação. Preciso que enviem os vossos melhores ECO gnomos para alertarem os humanos e vos ajudar a combater esta doença. Por favor, sejam rápidos! Do vosso Amigo Planeta Terra “ A eleição dos melhores ECO gnomos foi muito demorada, mas acabaram por escolher três: o Reaproveitar, que consegue usar a força da mente para transformar, por exemplo, uma garrafa de plástico, numa jarra de flores; o Reciclar, cuja varinha mágica transforma qualquer lixo em coisas úteis no dia-a-dia; o Respeitar, que através de hipnotismo, modifica os comportamentos das pessoas, fazendo com que elas melhorem o Planeta Terra. E os três partiram para o Planeta Terra, na sua missão de fazer com que os humanos corrigissem os seus erros. A primeira pessoa que encontraram foi a ativista Greta Thunberg – o único ser humano que estava consciente do que estava a acontecer ao Planeta Terra. Greta aceitou ajudá-los a cumprir a sua missão e, como era muito popular entre os adolescentes, rapidamente juntaram um “exército” de voluntários, decididos a mudar o destino do Planeta. Milhares de toneladas de plásticos e lixo foram recolhidos dos rios, mares e oceanos, milhões de árvores plantadas em todo o planeta; foi generalizada a utilização de fontes de energia renováveis e reduzida acentuadamente a emissão de gases poluentes. Os três gnomos perceberam que tinham completado com sucesso a sua missão e regressaram a casa. Ficaram conhecidos na Terra como “Os três RS” e é graças à ação conjunta deles e de Greta que o Planeta está finalmente a recuperar da sua grave doença. Afonso José Barbosa, nº2 - 6ºE 3º lugar 2º ciclo/ Concurso literário

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Sonho ou pesadelo? Vou-vos contar o sonho/pesadelo mais fantástico de todos aqueles que já tive em doze anos de vida. Apareci na minha cave; estava mais escura e assustadora do que o habitual (não queiram lá dormir uma noite…). Subitamente, apareceu à minha frente uma boneca rasgada de olhos vermelhos e sorrisinho assustador. Eu avancei, mas ela cresceu, encheu-se de músculos de aço e deu-me um soco com tal violência que me implodiu. Fui parar a um sítio escuro e ouvi uma voz eletrónica a dizer: - “A reiniciar…” E um clarão de luz transportou-me para o sítio inicial. Compreendi rapidamente que aquilo era um videojogo de terror dos mais mortificantes de sempre. Observei por cima da minha cabeça o meu nome e o nível em que me encontrava. Voltei e enfrentei-a com um golpe brutal de jiu-jitsu. No nível seguinte, enfrentei o Slender Man, um homem de smoking e gravata vermelha, de cara branca e tentáculos pretos gigantes. Dei um nó nos tentáculos e deilhe um golpe num sítio “um bocadinho delicado” e matei-o. No último nível, enfrentei Bill Cipher (parecidíssimo com um illuminati). O segredo estava em apanhá-lo desprevenido e dar-lhe um soco no olho. Fiz-lhe isso e ele estoirou. De repente, acordei sentado na minha cama. Tinha sido tudo um sonho (ou um pesadelo) ...

Afonso José Barbosa, nº2 - 6ºE

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Um diário valioso Era um dia normal, pelo menos no ano de 2097. Acordei, pus óleo no robô para ele me preparar o pequeno-almoço e eu ir para o trabalho. O meu emprego era vender produtos em segunda mão, na Rua nº 194. Aquela loja era muito movimentada, tinha sempre quatro, cinco pessoas a vender e comprar. Mas num certo dia, entrou uma pessoa na loja com uns 80 anos que tinha um diário que descrevia a pior pandemia de todos os tempos: Covid-19. Toda a gente sabe o que as pessoas sofreram naquela altura. Não se podia sair de casa, só ao supermercado, farmácia e trabalho. Mas adiante… o senhor mostrou-me algumas das páginas onde relatava as consequências, com mais pormenor, desta guerra contra o vírus. Este diário não foi escrito por ele, disse-me ele, este senhor só o encontrou perdido numa casa queimada e abandonada. No diário dizia que tinha sido escrito por um José que tinha sido infetado junto com a família… coitado! O senhor, ao qual pertencia o diário, queria vender-mo por 200 euros. Eu, sem pensar duas vezes, disse-lhe logo que sim e comprei-o, achando que muita gente iria gostar de saber como foram aqueles tempos. José Pedro Fernandes, nº11 – 6ºE

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O planeta está doente, precisa de nós Tudo começou em 2019, quando uma menina, chamada Greta Thunberg, falava com o seu grande e inseparável amigo, o Planeta Terra. Mas este tinha de contar a Greta da sua grave doença, que se chamava Aquecimento Global. - Greta, eu tenho uma doença muito grave chamada Aquecimento Global. Ela apareceu devido à poluição, aos combustíveis fósseis e acima de tudo por causa do Ser Humano, que não para de mandar lixo para o chão e de usar o plástico que depois é lançado aos mares e mata muitos dos meus amigos peixes. A camada de ozono está a ser destruída e isso está a deixar-me mais vulnerável aos raios solares. - Porque é que não me contaste isso antes? - perguntou Greta, indignada. - Porque achava que ainda eras demasiado pequena e não queria que te preocupasses comigo – explicou o Planeta. - Isso é muito tolo! É claro que me vou preocupar contigo, és o meu melhor amigo! exclamou a menina. – Pronto, vou tentar mudar a mentalidade das pessoas, de TODAS elas... Então Greta, que não queria ver mais o seu amigo doente, criou um movimento ativista chamado #Vamos Mudar, que consistia em que alunos de todo mundo deixassem a escola e fossem protestar para a rua, pelo menos uma vês por mês. A menina também disse: - Acabem com as guerras, pois estamos todos unidos contra o Aquecimento Global!! Ao verem isto, os líderes do mundo abriram os olhos e fizeram tudo para tentar mudar. - Se o meu plano não tivesse resultado, em 2030 estaríamos TODOS MORTOS e tu poderias também morrer, amigo Planeta! - Tens toda a razão e, por me teres ajudado, irás ser recompensada. Essa recompensa será: ajudaste todo o mundo a mudar, portanto, sempre que precisares de ajuda, vais ter literalmente toda a gente a ajudar-te. - Obrigada.

José Pedro Rodrigues, nº12, 6ºE

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Eu e Ortsnom Certa noite, depois de adormecer tive um sonho curioso. Sonhei que estava numa ilha cheia de palmeiras e com uma vegetação muito bonita. Comecei a andar e vi uma pegada enorme, diferente da de um ser humano e fiquei muito surpreendida. De quem seria? Continuei a caminhar para melhor conhecer a ilha… E o meu espanto foi maior quando, numa planície verdejante, vi um monstro com dez metros de altura e um olho na testa! Senti-me muito assustada e escondi-me, mas o mostrengo conseguiu ver-me. Nesse momento, dirigiu-se a mim e eu comecei a fugir. Ele corria mais do que eu e apanhou-me no ar com as suas mãos gigantescas. Estava com muito medo e desmaiei. Quando acordei, estava na gruta, onde ele vivia. Mal abri os olhos, olhou para mim e disse: - Ainda bem que já acordaste, mas não tenhas medo de mim. Afinal a criatura era meiguinha e vivia sozinha naquela ilha há muitos séculos, apenas queria companhia e amigos. Chamava-se Ortsnom e começou a mostrar-me todos os recantos daquela ilha encantada. Quando íamos saltar para mar azul, acordei. Fiquei com muita pena porque estava a gostar muito do meu sonho. Mariana Marques Saramago, nº 16 - 6º E

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O planeta está doente, precisa de nós O Planeta está doente e o futuro dos mais jovens, condicionado. Então, Greta Thunberg juntamente com os seus amigos urso-polar, foca e golfinho tentaram motivar outros jovens a ajudar o Planeta. Um dia, ela propôs aos amigos: - Vamos fazer uma manifestação? - Que boa ideia! Nós os três estamos fartos das atitudes do ser humano que prejudicam a nossa vida – consideraram eles, consolados com a ideia. Uns dias depois, Greta perguntou de novo aos amigos: - Podemos fazer hoje a manifestação? A foca e o golfinho disseram que sim, mas o urso-polar disse que não, pois estava em cima de um iceberg prestes a desaparecer. Mas Greta e os outros dois amigos foram ajudar o urso-polar e este ficou bem. No dia seguinte, a jovem ativista perguntou aos amigos: - Podemos fazer hoje a manifestação? O golfinho e o urso-polar disseram que sim, mas a foca disse que não, pois estava com uma rede de pesca presa no pescoço. Mas Greta e os outros dois amigos foram ajudar a foca e esta ficou bem. Voltaram a passar uns dias e Greta perguntou aos amigos: - Podemos fazer hoje a manifestação? A foca e o urso-polar disseram que sim, mas o golfinho disse que não, pois tinha sido capturado pelo pescador Fernandes. Mas Greta e os outros dois amigos foram ajudar o golfinho e este ficou bem. Greta estava cansada de os amigos estarem sempre a ser ameaçados pelo ser humano, então decidiu ir falar com o Planeta Terra. - Olá, sr. Planeta Terra! – saudou ela. – Eu sou uma ativista, chamo-me Greta e vim, em nome de todos os seres humanos, pedir desculpa por tudo o que lhe fizemos. A Terra, por estar tão doente, nem respondeu, mas esperou uns dias para o ser humano mudar de atitudes. Uns dias mais tarde, Greta, os seus amigos e outros jovens fizeram finalmente uma manifestação, nas ruas da Alemanha, com cerca de 500 mil pessoas cheias de vontade e milhares de alunos nas ruas de Londres. As palavras de Greta foram estas:

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- Não há Planeta B! Em vez de apanharem conchas na praia, apanhem o lixo do mar. Em vez de fazerem piqueniques nas florestas, cuidem das árvores. Na verdade, já pararam para pensar que estamos a destruir os mares e as florestas? Quando as pessoas ouviram isto, mudaram a sua atitude e começaram a ter comportamentos que ajudaram o Planeta. Finalmente a Terra viu-se livre daquela doença e todas as pessoas passaram a viver felizes num Mundo mais bonito e cheio de amor. Mariana Saramago, nº 16 - 6ºE

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Um sonho estranho Olá a todos! Hoje vou contar-vos um sonho muito esquisito que tive. Mas antes, explicar-vos que tenho dois cães que adoro: o Romeu e a Vitória. Acho que não conseguia viver sem eles… Não sabia muito bem o que estava a acontecer nem como fui lá parar. Só me lembro de estar no jardim da minha casa e ouvir uns barulhos estranhos e sinistros, como se tivesse alguém a ser possuído. Quando os meus cães deram conta do barulho, foram os dois a correr para a parte da frente da casa. Como é óbvio, muito sorrateiramente, fui espreitar o que estava a acontecer. Quando olhei, vi uma espécie de naves de extraterrestres que irradiavam luzes vermelhas e algumas azuis. Tinham um cartaz a anunciar que queriam levar todos os cães da Terra. Pensei logo em salvar os meus, mas infelizmente duas das naves já os tinham encontrado. Quando estavam a apontar para eles, o Romeu ficou com asas de galinhas e com umas orelhas ainda maiores do que as dele; a Vitória, com uma das patas sem pelo, parecendo ter uma espécie de tatuagens e uma cauda cortada. Foi aí que acordei e fiquei muito aliviada ao saber que fora um simples pesadelo! Matilde Carvalho, nº18 - 6ºE

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O planeta está doente, precisa de nós Era uma vez o Planeta Terra. Há muitos, muitos anos, principalmente na época do Paleolítico, o Planeta era encantado, cheio de matagais, com diversas qualidades de erva e enormes árvores, que mais pareciam torres de princesas, flores e frutos e grandes quedas de água, tudo era bonito! O ser humano respeitava a Mãe Natureza e até lhe prestava culto, pois afinal ela é a nossa casa, o nosso lar. Agora, o Planeta está doente, devido ao aquecimento global, provocado pelo consumo exagerado de combustíveis fósseis, pela desflorestação, pelo uso intensivo e indevido do solo com a aplicação desmesurada de químicos, a redução da camada de ozono, … Tudo devido aos estragos causados pelo ser humano e está na hora de o ajudarmos. Assim, reuniram-se no templo do Tempo os responsáveis por cuidar do Planeta, ou seja, o Tempo, a Mãe Natureza, a Chuva, o Oceano, o Vento, as Plantas e o representante dos Seres Humanos. Infelizmente, o próprio Planeta Terra não pôde comparecer, teve uma noite terrível e mal se conseguia levantar da cama. A Mãe Natureza começou por dizer: - É certo que a culpa de o Planeta estar doente é responsabilidade dos seres humanos, mas se todos ajudarmos mais depressa o Planeta recuperará. E temos de ser rápidos, pois já morreram mais de mil e quinhentos animais…só na Austrália, na Oceânia têm desaparecido a olhos vistos. É um desastre! Assim começaram a surgir as ideias. A Chuva dizia: - Poderíamos utilizar as energias renováveis! Ó Vento, tu que tens tanta força, podes ajudar a produzir muita energia! O Vento respondeu: - Sim, tenho capacidade para isso, mas têm de saber aproveitá-la. E tu, amigo Humano, tens que desenvolver mais estratégias para aproveitar as energias, porque não começam a aproveitar melhor as águas das chuvas, e já agora aproveitem melhor as águas residuais para a rega dos campos e jardins, estão a desperdiçar tanta água… - Alternar a produção nos vários campos de cultivo e utilizar sementes e espécies mais resistentes ás pragas e doenças, podem não produzir tanto mas também não poluem e não aumentam os custos de produção! - afirmavam as plantas.

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E assim, foram surgindo muitas outras boas ideias, como a que o Tempo teve: - Utilizar plantas nas nossas casas que purificam o ar, como o Aloé Vera, a Areca Bambu entre tantas outras, elas absorvem gases prejudiciais e limpam o ar de toxinas, pós e germes. Além disso, tornam o ambiente mais fresco e húmido. - Podem também reflorestar algumas regiões, e aproveitem as espécies autóctones, são mais resistentes e não necessitam de tanta água e cuidados. Assim, tornam o ambiente mais húmido e ajudam contra a erosão dos solos. Não se esqueçam que também os lençóis freáticos precisam de ajuda, estão a diminuir e a ser contaminados com tantos químicos que usam na agricultura e criação de gado. Eu já não consigo abastecê-los muito bem! – disse a Chuva. Começaram então a pôr as ideias em prática. Alguns seres humanos de bom coração ajudaram. Limparam matas e matagais, mares e oceanos, realizando expedições. Implementaram hortas biológicas nas cidades e aldeias aumentando assim a produção e reduzindo a poluição. Organizaram grupos de intervenção que foram semear e plantar espécies autóctones em espaços incultos e abandonados, reflorestaram matas e bosques, plantaram diversos tipos de árvores de fruto que pudessem contribuir para a alimentação das populações nos locais mais necessitados, fizeram campanhas de camaradagem para poder ensinar a trabalhar a Terra de maneira sustentável e doaram espécies, tanto de plantas como animais que ajudassem a repovoar regiões e combater a desertificação, etc. Outros realizaram manifestações para combater as alterações climáticas, em prol da proteção ambiental. Criaram regras de comercialização sustentável que todos possam produzir e escoar os seus produtos aumentando assim os rendimentos per capita das populações e ao mesmo tempo garantindo a sustentabilidade dos ecossistemas. Por todo o mundo intervieram pessoas, principalmente jovens movidos pela ativista Greta Thunberg e tantos outros que seguiram o seu exemplo. O Planeta ainda não recuperou totalmente, mas se todos ajudarmos vai tudo acabar bem. Continua a ajudá-lo e motiva os teus amigos, familiares e professores para que também o façam.

Ana Filipa Simões, nº 3, 7ºB 1º lugar ex aequo 3º ciclo/ Concurso literário

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O planeta está doente, precisa de nós Era uma vez, um planeta chamado Terra. Esse planeta era muito diferente dos outros, pois tinha vida, muita variedade de plantas e muitas espécies de animais. Esse planeta estava muito feliz por ter tantos seres a viver nele, e todos pareciam felizes, até que apareceu uma espécie nova: os humanos. O planeta adorava os humanos porque eles tinham muitos sentimentos e, desde o início, usavam a cabeça para pensar, quando a maior parte dos animais usava o instinto. Passaram-se anos e o Planeta começou a sentir dores. Sempre que isso acontecia ele ia ver quem lhe provocava essas dores, percebeu que eram os humanos e foi aí que começou a gostar menos deles. À medida que os anos foram passando, o Planeta começou a sentir uma impressão estranha, como se tivesse pedrinhas no estômago. Era o lixo que os humanos atiravam para o chão e para os oceanos, isto era grave porque os seus amigos peixes também estavam a ficar doentes e a morrer. Passado mais algum tempo, o Planeta começou a reparar que tinha manchas pretas, examinou o que era, e percebeu que era o fumo das fábricas. E ficou mais preocupado porque o buraco do ozono estava a ficar cada vez maior e a vida ficava mais difícil para toda a gente. Consequentemente, o Planeta começou a mostrar sinais de dor, com os fogos cada vez maiores e mais violentos e percebeu que os humanos estavam a perder a inteligência que tinham ganho ao fim deste tempo todo. O planeta começou a ter cada vez mais dores, mas os humanos não se importavam muito, porque achavam que podiam viver confortáveis sem terem que se preocupar com o Planeta. Só quando a vida começou a ficar muito difícil também para os humanos é que eles perceberam que havia alguma coisa errada com a Terra. O Planeta começou então a notar uma diferença nos humanos: estavam a deitar cada vez menos lixo para o chão e também a utilizarem menos plásticos, o Planeta percebeu que os humanos precisavam dele. Finalmente, também os humanos começaram a compreender a necessidade de cuidarem do seu Planeta, reciclavam mais lixo e faziam menos poluição. O Planeta estava tão doente que ainda não recupero, talvez se os humanos continuarem a esforçar-se, o Planeta venha a recuperar e todos os animais possam voltar a ser felizes como eram antes dos humanos aparecerem. Pedro Lopes, nº 21, 7º B – Menção honrosa Concurso literário

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O planeta está doente, precisa de nós Estávamos em 2034. Mais do que nunca o nosso planeta, a tão importante Terra, precisava de nós. O ar estava cada vez mais irrespirável, os nossos combustíveis estavam a acabar e as ideias dos cientistas para criar máquinas para nos ajudar a sobreviver eram cada vez mais escassas. Os partidos de todas as grandes cidades do mundo estavam agora unidos num só para tentar resolver o maior problema da atualidade, o ambiente. Depois de muito trabalho por parte de vários cientistas de classe mundial chegou-se a uma conclusão: o planeta iria em pouco tempo ficar sem ar respirável. Todos morreriam. Então a única solução era arranjar outro lugar para viver, que já há muito se sabia qual era, Marte. Este planeta, não muito longe da Terra, tinha condições que apesar de não serem as melhores, eram mais do que suficientes para se lá ficar o tempo necessário de modo a que o nosso planeta se regenerasse. Então começaram a preparar naves espaciais com comida e material para que a população sobrevivesse durante a longa estada que os esperava em Marte. Um novo problema chegou depois. Com o tempo reduzido que tinham, não conseguiam montar naves suficientes para levar todos os cidadãos. Foram falar com os seus superiores que decidiram escrever os nomes de todos os cidadãos em pequenos papeis e depois tirar à sorte. Assim foi, já tinham pouco tempo. Então as pessoas que tinham tido a sorte de entrar começaram a despedir-se das suas famílias e a embarcar nas naves, para seguir viagem. Com a tecnologia que havia era uma viagem de cerca de três dias. As naves começaram a chegar e, claro, todos ficaram pasmados a olhar para o novo planeta. Em Marte havia novos estilos de vida e um perímetro delineado pelos cientistas para todos os cidadãos viverem durante os 15 anos seguintes. O tempo foi passando rapidamente com tanto que fazer e aprender. Havia muito trabalho e apenas uma folga aos domingos, uma vez que durante os dias da semana e ao sábado trabalhavam arduamente com apenas folgas para as refeições e para dormir. No entanto, a espera tinha acabado! Era o grande dia! Iam finalmente voltar a “casa”, à terra! Muitos, apesar de felizes por voltar à sua terra, tinham medo de encontrar algo novo que fosse mau; alguns, beliscavam-se com medo de ter sido tudo um sonho; outros, tinham esperança de encontrar familiares e amigos; e por fim, ainda outros estavam apenas calados a olhar para tudo o que iam ter que deixar novamente.

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Partiram e em três dias estavam de volta. Era um planeta novo! Estava repleto de verde, o ar era limpo, as águas dos rios reluziam à luz do sol e de tudo o que estava à sua volta. A terra tinha-se tornado um autêntico paraíso. A partir daí começaram a valorizar mais o que tinham, deixaram de usar energias fósseis, e perceberam que desde sempre podiam ter vivido assim.

Duarte Moreira nº8 7ºC 3º lugar ex aequo 3º ciclo/ Concurso literário

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Self destruction: estreia brevemente Consta que a sétima arte é um ofício que se faz escoltar de bengala, e, por conseguinte, potencialmente a experiência que detém desde o ano que germinou, o faz materializar o inimaginável. O filme cujo enredo vão testemunhar foi concebido em 1980, mas passa-se nos anos que correm. O fastígio da revolução industrial instigou repercussões significativas e veio anexada a questões medonhas, já nessa década, porém, ainda assim emergência climática são vocábulos inexistentes e termos aparentemente absurdos. Magotes de pessoas aguardavam o ímpeto do seu dia. Um lazer nobre, que alteia as expectativas de qualquer um: iriam comparecer à estreia de um filme. A propaganda de marketing segurou parco tempo aos espectadores e o espalhafatoso e clássico triturar de pipocas era nulo. Um relógio de parede de design minimalista assinalava as 17:30 h, que todos haviam suspirado. Irrelevante era o que constituía o preto e branco para os privilegiados, pois nada os presenteava com tão pleno deleite do que um filme narrado no futuro. O enlevo pela imaginação alusiva aos anos que vivenciamos fazia com que a projeção do filme fosse igualmente reproduzida nos olhos das pessoas, do tamanho brilho que estes possuíam. Yasmin era a protagonista. - É a rapariga do futuro! - batizaram-na as crianças. - Que rapariga tão dócil! - murmuravam as mães. - Espero que não seja um filme feminista! - ecoou na sala. É relevante elucidar-vos que, sujeita a uma demorada observação, a imagem do planeta futuro era díspar à idealização de todos os presentes. - Mãe - exclamou um rapaz no extremo da sala - que feio o sítio, melhor, o planeta futuro. Gosto do de agora, dos seus raios de sol curiosos, dos morangos encarnados e sumarentos, das águas geladas dos rios e dos búzios que perpassam a melodia da maresia. De volta ao conteúdo do filme, Yasmin, que prazerosamente trilhava nos arquivos dos documentários, invejava os que em tempos remotos e distantes os contemplavam, sem estarem separados ou recorrerem a um ecrã. Perdida nos seus pensamentos, ocorreulhe retroceder no tempo e alertar a raça humana, para o que os seus comportamentos egocêntricos e ignorantes despoletaram. Uma vez no passado, acorreu ao mais alto comissariado a fim de relatar o que pretendia. A chacota e humilhação vieram à tona, não fossem aqueles excelentíssimos

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políticos um poço de irreflexão e inconsciência. A credibilidade daquela rapariga, a seus olhos seletivos, míopes e presunçosos, era ínfima e suscitava uma afronta ao estatuto de prezar que ocupam na sociedade. Desolada e consternada, as lágrimas atufaram a face franzina e débil de Yasmin. O que concluiu era devastador: a poluição ambiental era subsequente de outro género de poluição: a moral que infesta inúmeros sujeitos. A Humanidade estava destinada a extinguir-se arrastando consigo milhões de espécies insontes. Fim. O filme terminou, contudo, o fim deste evento assemelhava-se a uma época de mudança. O rosto do público transbordava de indignação e vontade de mudança. Estavam persuadidos e convictos que a proteção do seu lar é benéfica para os próprios e, para tal os seus atos deveriam sofrer alterações. Um filme salvara o mundo, a raça humana e as espécies que o ocupam?

Carolina Santos, 8ºD, nº 7 1º lugar 3º ciclo/ Concurso literário

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Pureza H2O e Maria Sujinha Pureza H2O é uma das mais limpas águas de Portugal. Após ter sido tratada, mudouse com os seus pais para a casa da família Noro. Ela adorava a casa, pois era saudável e bastante sossegada. Esta família tinha o principal cuidado de não deitar objetos sólidos ou produtos tóxicos nos canos, pois iria causar danos, como o entupimento e a contaminação tóxica das águas. Era muito curiosa e não conhecia ainda muito bem os cantos daquela casa, pois estava lá há pouco tempo. Então, sempre que tinha oportunidade, esquivava-se dos pais e ia explorar a casa. Um dia, Pureza H2O decidiu ir dar mais um dos seus passeios fascinantes. Saiu sorrateiramente, sem dizer nada a ninguém e escapou-se por um buraco misterioso. A escuridão era ocupada nos seus olhos, uma viagem bastante turbulenta. Quando pensou que já tinha acabado, sentiu-se a ser puxada para baixo por uma enorme força. Após muitas cambalhotas e piruetas, parou novamente. Pureza encontrava-se num sítio bastante desagradável, imundo e com um cheiro horrendo. Perdida e sozinha, Pureza, sem saber onde estava e o que fazer, começou desesperadamente a chorar e a chamar pelos pais, que, com tanta demora, já deviam estar preocupados. Estava muito assustadiça, passou da sua temperatura normal para os 0ºC, passando assim para um cubo de gelo. De repente, ouviu uma voz que lhe perguntava o porquê de ela estar a chorar. Olhou para trás e viu uma água que desconhecia. Tinha um aspeto sujo e horrível. Meio assustada, Pureza perguntou-lhe como se chamava e onde estava. Esta respondeu-lhe que o seu nome era Maria Sujinha e que estava em sua casa. Pureza já não tão amedrontada, voltou para o seu estado físico normal: -

- Não tens medo de viver sozinha neste lugar horrível? - perguntou Pureza.

-

- Claro que eu não vivo sozinha! - respondeu Maria

-

- Então com quem vives?

-

- Eu saio imensas vezes daqui! Tenho imensos amigos cá dentro e lá fora. Tens de os conhecer um dia destes, principalmente o Chumbo, o Manganês, os Nitratos, o Ferro, Líquidos Gordurosos e muitas Poeiras. - respondeu Maria Sujinha. Pureza pediu que lhos apresentasse. Quando os viu, achou-os com mau aspeto e obesos. Reparou melhor e percebeu que tinha amigos iguais, só que mais saudáveis. Sem saber para onde ir, pediu alojamento a Maria Sujinha e esta disse-lhe que sim, pois não ia recusar um pedido de uma amiga.

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Felizmente, os seus pais andavam à sua procura e, num dia de muita sorte, a sua mãe achou-a. Chorando de alegria, Pureza pediu a sua mãe que levasse para sua casa a Maria Sujinha. Ela tinha-se tornado uma das suas melhores amigas e Pureza não a queria deixar. Primeiro a mãe recusou, mas, depois de tanta insistência, lá acedeu. Levou-as, então, para uma ETAR. Passaram por três tratamentos: o primário, o secundário e o terciário. Depois destes tratamentos, todos os amigos agradeceram à mãe de Pureza, especialmente Maria Sujinha que mudou o nome para Maria Limpinha. Todos estes amigos se tornaram inseparáveis e Pureza tornou-se menos curiosa e mais prudente. Júlia Pinto Rodrigues, nº8, 8ºE 3

3º lugar ex aequo 3º ciclo/ Concurso literário

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