CRMV-PR Nº 38

Page 1

Rua Fernandes de Barros, 685 - Alto da X V - Curitiba - Paraná - CEP: 80045-390

Impresso Especial

9912289200/2012 DR/PR CONSELHO REG. DE MED. VETER. DO PARANÁ

CORREIOS

FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT

Nº 38 – Ano XI – Set/Out/Nov/Dez 2012 DEVOLUÇÃO GARANTIDA

CORREIOS

Extensão Rural

Tecnologia, sucessão familiar e amor a terra


Índice

3 Palavra do Presidente

4 Transparência

6

17

28

Extensão rural leva tecnologia e amor à terra Para a produção de leite e carnes no Paraná

Animais selvagens

29 Sindivet-PR

20 30

Por dentro do Conselho

Encefalopatia Espongiforme Bovina

Artigo Técnico

10

23

31

Rápidas

Tecnologia eleva valor genético

Acapameve

13 Fruet e os animais de rua

25 Queijos e carnes de ovelha especiais

14 Alexandre Kireeff

15 Coluna Jurídica CRMV-PR 2

26 A Educação do Capataz na preservação do meio ambiente


xxxxxxxdo Presidente Palavra Encerr amos mais um ano. Gr aça s a Deus com muito tr abalho que nos proporcionou entender o excesso de burocr acia do Sis tema e colocar em ordem vários processos.

Em parceria com Prefeitur a s municipais, atuamos orient ando progr ama s de controle populacional de animais abandonados e bem es t ar animal.

Continuamos em 2012 com a realização dos Seminários Bá sicos de Responsabilidade Técnica, des tinados principalmente aos formandos da s diver sa s faculdades do Par aná. Par a a próximo ano teremos mudança s nos seminários com a par ticipação do SEBR A E e realização de Seminários avançados abordando os diver sos tema s técnicos da Responsabilidade Técnica. Implant aremos um Progr ama de Acredit ação do Responsável Técnico quando ofer t aremos capacit ação técnica e exigiremos a efetiva atuação dos Prof issionais.

Es t amos implant ando um Progr ama de Rees tr u tur ação e Dinamização da s Delegacia s Regionais par a dar maior agilidade no atendimento aos Prof issionais e empresários, desde a contr at ação de funcionários, reaparelhamento e refor ma s par a melhoria da aparência.

Na área de comunicação, contr at amos um Prof issional alt amente capacit ado par a nos a ssessor ar, que es t á rees tr u tur ando todo o setor procur ando maior agilidade, tr ansparência e inserção do CR M V- PR nos diver sos ins tr umentos de mídia. Es t amos em fa se de contr at ação de uma empresa de consultoria par a elabor ação da s diver sa s mídia s do CR M V- PR , além de pesquisa de nível de satis fação e correção de r umos. Os processos adminis tr ativos circular ão por meio eletrônico, de forma digit alizada, evit ando perda de tempo e necessidade de arquivos f ísicos. O setor de f iscalização e a ssessoria técnica es t á sendo ampliado com a contr at ação de mais dois Médicos Veterinários que ser ão lot ados em Londrina e Ca scavel. Em parceria com o Minis tério Público agimos na s faculdades de Medicina Veterinária f iscalizando funcionamento dos hospit ais e clínica s univer sit ários e bem es t ar animal.

A seção de recobr ança foi rees tr u tur ada pa ssando a ser denominada Seção de Cobr ança e responsável por toda a cobr ança do CR M V- PR , desde a emissão dos boletos de anuidades, a s cobr ança s amigáveis, o atendimento aos Prof issionais e empresários, até a inscrição em dívida ativa. Par a a a ssessoria jurídica contr at amos mais um advogado par a dar agilidade aos processos adminis tr ativos e judiciais. Es t abelecemos um progr ama de capacit ação dos funcionários visando melhor atendimento a nossos clientes. O ano de 2013 nos esper a com muit a s atividades a serem realizada s. Desejamos a todos um ano próspero, cheio de realizações. Que o Senhor de todos os seres no ajude a sermos melhores, cultivar mos a vir tude e ser mos reconhecidos cada vez mais como Prof issionais imprescindíveis à sociedade.

E liel de Freitas Presidente do CR M V- PR

Expediente Diretoria Executiva: Presidência: Eliel de Freitas Vice-presidência: José Ricardo Pachaly Secretaria-Geral: Juliano Leônidas Hoffmann Tesouraria: Felipe Pohl de Souza Conselheiros efetivos: Itamara Farias, José Jorge dos Santos Abrahão, Leunira Vigano, Luiz Carlos Rodrigues, Piotre Laginski,Evandra Maria Voltarelli, Leandro Cavalcante Lipinski Conselheiros suplentes: Claúdia Maria dos Santos Gebara, Icaro Waldamir Fiechter

Comissão Editorial Ângelo Garbossa Neto, Felipe Pohl de Souza, José Ricardo Pachaly, Piotre Laginski, Itamara Faria Jornalista Responsável: Ana Maria Ferrarini – MTB-PR nº 1179 jornalismo@crmv-pr.org.br Redação e revisão: Ana Maria Ferrarini Fotografias: Ana Maria Ferrarini, Assessorias de Imprensa e Banco de Imagens Tiragem: 12 mil examplares Impressão: Via Laser Artes Gráficas Ltda www.vialaser.com.br

Projeto Gráfico: Abissal Design & Comunicação www.abissaldesign.com.br Diagramação e Ilustração: Mamute Design www.mamutedesign.com.br Publicação do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná – CRMV-PR Rua Fernandes de Barros, 685 – Alto da XV CEP: 80045-390 – Curitiba – Paraná www.crmv-pr.org.br As matérias e artigos assinados não representam necessariamente a opinião da Diretoria do CRMV-PR.

3 CRMV-PR


Por dentro do Conselho

Transparência - Demonstrativo de Receitas e Despesas | Período: janeiro a outubro de 2012 Receitas Anuidades de Pessoas Físicas Anuidades de Pessoas Jurídicas Subtotal Receitas com Aplicações Financeiras Receitas com Inscrições Expedição de Carteiras Expedição de Certidões Expedição de Certificações Contr. Rep. Téc. Receita de Dívida Ativa Transferências do CFMV Outras Receitas (*) Alienação de Bens Móveis Total (A)

R$

Itens (1)* (2)* (3)* (4)* (5)* (6)* (7)*

R$

Despesas Pessoal Material de Consumo Remuneração de Serviços Pessoais Outros Serviços e Encargos Diversas Despesas de Custeio Obras/Benfeitorias e Instalações Equipamentos e Material Permanente Total (B)

Superávit Orçamentário: C = A – B

% 1.955.948,67 1.952.056,00 3.908.004,67 150.720,39 94.010,55 28.465,88 143.815,22 117.925,99 149.919,99 4.592.862,69

42,59% 42,50% 85,09% 3,28% 2,05% 0,62% 3,13% 2,57% 3,26% 100% %

1.784.216,95 58.195,92 777,50 1.257.744,55 80.815,86 11.532,48 3.193.283,26

55,87% 1,82% 0,02% 39,39% 2,53% 0,36% 100,00%

1.399.579,43

30,47%

(*) Outras Receitas: Multas p/falta inscrição/registro, Multas p/falta RT, Multas p/ausência a Eleição, Indenizações e Restituições (custas processuais), Multas, Juros e Atual. Monet. s/anuidades de Pessoas Físicas e Pessoas Jurídicas, Taxa de Propriedade Rural e Listagens de Empresas.

Méd. Vet. Eliel de Freitas CRMV-PR Nº 0826 Presidente

Fernando Manoel Araújo TC-CRC-PR Nº 016757/O-8 Chefe da Seção de Contabilidade

(1)*Salários,AdicionalporTempodeServiço,GratificaçãodeEncargosdeChefia,ServiçosExtraordinários,13ºSalário,Férias,Abonopecuniáriodeférias,Adicion alde1/3ConstitucionaldeFérias,AjudadeCustoAlimentação,AuxílioCreche/Babá, INSS, FGTS, PIS; Indenizações Trabalhistas. (2)*Materiaisdeexpediente,MateriaisdeProcessamentodeDados,CombustíveiseLubrificantes,Materialp/ ManutençãodeVeículos,MaterialElétricoeEletrônico,MateriaisdeLimpeza/Conservação,GênerosAlimentícios,Mat.Acess.p/Máq.eApar.,Material p/ Manutenção de Imóveis, Vestuários e Uniformes, Outros Materiais de Consumo. (3) * Prestação de Serviços de Autônomos e INSS (Ex. Diarista, Jardineiro, Eletrecista, Encanador). (4)*Assessorias:JurídicaAdministrativaeTrabalhista,Serv.deAuditoriaInterna,AssinaturadeJornais,PeriódicoseRevistas,LocaçãodeMóveis,ImóveiseEstacion amentos,Telefonia,Fax,ServiçosPostais,Diárias/PassagensDiretoria,Conselheiros,ComissõesDiversaseColab.Eventuais,Água/Esgoto,EnergiaElétrica,Plan odeSaúde,ValeTransporte,DespesasBancárias,DespesascomEducaçãoContinuada,Congr.Conv.eConferências,Desp.c/Serv.Fiscalização,ProduçãoeServ. Gráficos-Revista/Informativo,Manut.eConserv.deVeículos,PublicaçãodeEditais,Serv.deMonitoramento/ Vigilância,AssessoriaeConsultoriaemInformática ,Despesasc/DelegaciasRegionais,DespesasdeConvênio-Estagiários,Serv.deManutençãodeSite,Despesas de Custas Processuais, Distrib. Dilig., Autos de Exec. Fiscal. (5) * Sentenças Judiciárias e Despesas de Exercícios Anteriores. (6) * Benfeitorias, Reformas e Instalações no imóvel da Sede/Delegacias Regionais do CRMV-PR. (7) * MobiliárioemGeraleUtensíliosdeEscritório,MateriaisBibliográficos,UtensíliosdeCopaeCozinha,MáquinaseAparelhosdeEscritório,EquipamentosdeP rocessamentodeDados,AparelhosdeIntercomunicações,Veículos,Equipamentospara Áudio, Vídeo e Foto.

CRMV-PR 4


Por dentro do Conselho xxxxxxx

Transparência - Demonstrativo de Receitas e Despesas | Período: janeiro a outubro de 2012 Proposta Orçamentária para o exercício de 2012 1. Receita Arrecadada

R$

5.550.000,00 R$

Total 2. Despesa Realizada

4.592.862,69 R$

Total 2.1 Despesa com Pessoal

3.193.283,26 R$

Total

1.784.216,95

2.2 Despesa com diárias 2.2.1. - Despesa com diárias - Diretoria - Diretoria Despesa com diárias 2.2.2. - Despesa com diárias - Conselheiros- Diretoria Despesa com diárias 2.2.3. - Despesas com diárias - Assessores/Delegados - Diretoria Despesa com diárias 2.2.4. - Despesas com diárias - Empregados - Diretoria Despesa com diárias 2.2.5. - Despesas com diárias - Colaboradores Eventuais - Diretoria Despesa com diárias 2.2.6. - Despesas com diárias - Comissões Diversas- Diretoria Despesa com diárias Total

R$

2.3 Despesa com deslocamento 2.3.1. - Despesa com transporte aéreo/terrestre - Diretoriairetoria Despesa com diárias 2.3.2. - Despesa com transporte aéreo/terrestre - ConselheirosDiretoria Despesa com diárias 2.3.3. - Despesa com transporte aéreo/terrestre - Assessores/Delegados- Diretoria Despesa com diárias 2.3.4. - Despesa com transporte aéreo/terrestre - Empregados Diretoria Despesa com diárias 2.3.5. - Despesa com transporte aéreo/terrestre - Colaboradores EventuaisDiretoria Despesa com diárias 2.3.6. - Despesa com transporte aéreo/terrestre - Comissões Diversas Diretoria Despesa com diárias Total

R$

2.1 Despesa Diversas Total

R$

46.354,50 42.917,50 6.195,00 16.720,00 12.570,00 24.487,50 149.244,50

34.703,08 24.519,50 6.638,54 12.097,44 11.688,62 19.704,49 109.351,67

1.150.470,14

Serviço Movimentação de Registros no CRMV-PR - período setembro a outubro de 2012 Prima – médicos veterinários Prima – zootecnistas Cancelamento – médicos veterinários Cancelamento – zootecnistas Prima reativada – médicos veterinários Prima reativada – zootecnistas Prima óbito – médicos veterinários Prima óbito – zootecnistas Secundária – médicos veterinários Secundária – zooctenistas Secundária cancelada – médicos veterinários Secundária cancelada – zootecnistas Transferência Concedida – médicos veterinários Transferência Concedida – zootecnistas Transferência recebida – médicos veterinários Transferência recebida – zootecnistas Aposentadoria – médicos veterinários Aposentadoria – zootecnistas Transferência reativada – médicos veterinários Transferência reativada – zootecnistas

101 06 04 0 05 02 01 0 06 0 0 0 08 0 18 0 0 0 05 0 5 CRMV-PR


Por dentro do Conselho xxxxxxx

Reunião administrativa CRMVs do Sul Foto: Diogo Wosch

à ges t ão do prefeito eleito Gus t avo Fr uet, “o primeiro a regis tr ar em car tório compromissos par a a adoção de política clar a, des tinando 0,1 por cento do orçamento do município, super ando o que Por to A legre aplica em sua s pr ática s de controle e bem es t ar animal”. Na opor tunidade, o professor Biondo abordou recomendações da III Conferência de Medicina Veterinária do Coletivo e I Simpósio de Proteção A nimal e Política s Pública s, realizados pela Univer sidade Feder al do Par aná e Ins tituo Técnico de Educação e Controle A nimal.:

Eliel de Freitas, presidente do CRMV-PR, abre discussões

Nos dois últimos dia s do mês de novembro represent antes da s diretoria s execu tiva s e ser vidores dos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária do R io Gr ande do Sul, Sant a Cat arina e Par aná discu tir am em Curitiba experiência s adminis tr ativa s e de comunicação. O presidente do CR M V- PR , Eliel de Freit a s, des t aca a busca de aper feiçoamentos nos atendimentos: - Percebemos que na área de comunicação o R io Gr ande do Sul es t á mais bem es tr u tur ado e na área de cobr ança s a s mudança s de nossa ges t ão result am em situação melhor do que de gaúchos e cat arinenses. A nossa seção de cobr ança é específ ica, com responsabilidade de conver sar com a s pessoa s, insis tindo no pagamento de débitos por via adminis tr ativa, permitindo parcelamentos até o limite da s resoluções do Conselho Feder al. Na área de Recur sos Humanos, dividimos soluções.

Par a o professor Biondo o entendimento com a nova adminis tr ação da cidade de Curitiba per mitir á avanços signif icativos na s política s pública s, “ já que a s escola s da Feder al, Católica, Tuiu ti e Evangélica es t ão aber t a s par a convênios de todos os tipos. Não ser á necessário hospit al público veterinário, ba s t a dar dinheiro par a os hospit ais univer sit ários, dis tribuindo -se o atendimento par a regiões onde es t ão localizados. Em São Paulo, o hospit al da Univer sidade de São Paulo fa z 10 0/120 atendimentos dia, contr a 4 0 de Hospit al Público, ao cus to de cem contr a 750 reais por animal”.

Foto: Diogo Wosch

Eliel de Freitas, presidente do CRMV-PR

Foto: Diogo Wosch

A reunião adminis tr ativa foi dividida em gr upos de Compr a s, Licit ações e Contr atos, Cobr ança s Pessoa Jurídica e Física, e de Comunicação, reser vando -se a manhã do dia 30 par a o debate da s propos t a s. A progr amação de diretores e convidados do Cear á, Espírito Santo e Goiá s ofereceu pales tr a s sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos em Es t abelecimentos Veterinários- Plano de Gerenciamento de Resíduos de Ser viços de Saúde, com o médico veterinário João V ieir a, do Mato Grosso do Sul, Capacit ação de Responsável Técnico e Revisão do Manual de Responsabilidade Técnica, com o presidente do CR M V- PR , e Política s Pública s par a Controle Populacional de A nimais, com o médico veterinário A lexander Biondo, da Univer sidade Feder al do Par aná. Eliel de Freit a s apont a mudança na forma de conceder cer tif icações de RTs:

- É impor t ante que política s preventiva s ao abandono sejam implant ada s, incluindo a vigilância epidemiológica do abandono, tr at ando o mesmo como um agr avo à saúde coletiva. A lém disso, es tr atégia s par a identif icação animal, controle reprodu tivo, controle do comércio, legislações per tinentes à guarda responsável, proteção e bem- es t ar animal e educação, dever ão ser implant ados levando em consider ação a s realidades locais, integr ando política s pública s nos diferentes níveis públicos.

Alexander Biondo, professor UFPR

- Es t amos verif icando alguma s ques tões legais e vamos tr abalhar treinamentos on line, com prova s após os treinamentos; pa ssou na prova, recebe a cer tif icação. Se der cer to aqui, os ou tros Es t ados vão adot ar. Não podemos abrir mão do bá sico. Depois, faremos seminários de alto nível. O controle populacional e bem es t ar animal foi tema abordado pelo médico veterinário A lexander Biondo, professor da Escola de Medicina Veterinária da Univer sidade Feder al do Par aná. Na pales tr a, des t acou a expec t ativa em relação CRMV-PR 6


Por dentro do Conselho xxxxxxx

Ensino O X X Seminário Nacional de Ensino da Medicina Veterinária- Def inindo r umos da Medicina Veterinária no Br a sil, ocorreu em Br a sí lia- DF, de 8 a 10 de ou tubro de 2012. O objetivo da s pales tr a s da primeir a manhã do evento foi divulgar a globalização do Ensino de Medicina Veterinária que, segundo o Dr. Ron DeHaven (EUA), iniciou há 10 anos. Desde ent ão têm sido tr açada s diretrizes mundiais par a os cur sos de Medicina Veterinária. Ele expôs a s última s recomendações aos cur sos de Medicina Veterinária deter minada s pelo Gr upo ad hoc de Educação da OiE “ World Organization for A nimal Health”, ins tituição criada a par tir da necessidade da cer tif icação de produ tos de origem animal a serem impor t ados ou expor t ados. Como essa responsabilidade é ba sicamente do Médico Veterinário no País no qual tr abalha, chegou-se ao consenso de que seria preciso um padr ão mínimo na formação de cada Médico Veterinário. A deter minação desse padr ão é uma da s principais preocupações da OiE. O Dr. DeHaven disse que devemos prever a demanda de mercado de tr abalho que esper ar á o Médico Veterinário nos próximos anos e com isso aler t ar os alunos sobre a realidade prof issional. E xemplif icou dizendo que es t á havendo a tendência de diminuição nos lucros par a os clínicos de pequenos animais e um campo de tr abalho promissor es t á se abrindo com a inclusão cada vez maior do Médico Veterinário na Saúde Pública. Ele t ambém considerou que muit a s vezes o que o es tudante quer aprender é diferente do que a sociedade precisa da prof issão, e isso necessit a ser corrigido. Na sequência o Dr. Jean- Fr ançois Char y (Fr ança) t ambém ressaltou a impor t ância da integr ação do aluno com o mundo do tr abalho. Ele é o fundador da “ World Feder ation of Veterinar y Education” ( W F V E ) que visa a ssegur ar um padr ão de qualidade na formação do Médico Veterinário pela ins tituição de um sis tema global de avaliação de cur sos, que uma vez adot ado pelos diferentes países, favorecer á a educação de alto

nível com um currículo mínimo que dever á ser adapt ado a cada país e, mais especif icamente, a cada região do país, com ba se em sua s car ac terís tica s produ tiva s. A seguir, após consider ações sobre a s “Diretrizes Curriculares Nacionais” realizada s pelo presidente da Comissão Nacional de Ensino da Medicina Veterinária (CNEM V ) o Prof. R afael Gianella Mondadori, houve uma sequência de pales tr a s sobre “Conceitos impor t antes par a a cons tr ução de es tr atégia s de ensino -aprendizagem”, proferida s pela consultor a Dr a. Fabiana A lves de Souza dos Santos sobre meios que podem ser u tilizados pelos professores par a facilit ar o processo de aprendizagem dos alunos. No dia seguinte, for am realizada s of icina s par a a cons tr ução de es tr atégia s de ensino -aprendizagem da competência humanís tica nos cur sos de Medicina Veterinária. A CNEM V far á um resumo do tr abalho realizado na s of icina s e publicar á um manual de es tr atégia s de ensino -aprendizagem com o objetivo de divulgá-la s amplamente aos professores dos Cur sos de Medicina Veterinária. No último dia, houve a pales tr a de “Habilidades e competência s do médico veterinário de animais selvagens”, proferida pelo Prof. Rogério R iba s L ange, Presidente da Comissão Nacional de A nimais Selvagens do CFM V e membro da Comissão Es t adual de Ensino da Medicina Veterinária do CR M V- PR . Ou tro a ssunto abordado foi “Responsabilidade Técnica em biotérios de criação e experiment ação”, pelo Dr. Carlos A lber to Muller, Coordenador de Biotérios e Biossegur ança da FIOCRUZ / R J.

dos cur sos de Medicina Veterinária do es t ado do R io de Janeiro. Sob a coordenação do professor .Marcelo Pacheco, vice-presidente do CR M V- R J, foi realizada pesquisa sobre os currículos de todos os cur sos exis tentes no R io de Janeiro, com o objetivo de repensar o ensino da Medicina Veterinária naquele es t ado. Os result ados do es tudo iniciado em 2010 ser ão publicados nos próximos meses, ma s adiantou-se que foi verif icada a inadequação do per f il do egresso em relação à s opor tunidades do mercado de tr abalho e t ambém que o mercado não identif ica a s univer sidades como parceir a s e vice-ver sa. Procur ando seguir a s tendência s globais de Ensino, tr abalho nes te mesmo sentido es t á sendo realizado pela Comissão Es t adual de Ensino da Medicina Veterinária do CR M V- PR , que solicitou es te ano aos coordenadores dos cur sos exis tentes no es t ado do Par aná o encaminhamento dos currículos de cada cur so visando inicialmente conhecer o per f il atual do médico veterinário egresso dos cur sos exis tentes no Es t ado.

Profa . C armen G rumadas Coordenador a do Colegiado do Cur so de Medicina Veterinária da Univer sidade Es t adual de Londrina e Presidente da Comissão Es t adual de Ensino da Medicina Veterinária – CR M V- PR

Menos de dois meses depois, em 26 de novembro, ocorreu no CR M V- R J o Seminário Es t adual de Ensino de Medicina Veterinária e sua s conexões com o mercado de tr abalho, cujos tema s e debates indicar am for temente a tendência de que o mercado de tr abalho local venha a ser levado em consider ação nos projetos pedagógicos

7 CRMV-PR


Por dentro do Conselho xxxxxxx

Comissão RT Foto: Diogo Wosch CERT na plenária

A Comissão de Es tudos sobre Responsabilidade Técnica (CERT ) propõe a revisão da s leis per tinentes ao setor de RT, com apoio do setor jurídico do Conselho Regional de Medicina Veterinária. Par a par ticipar da s reuniões for am convidados represent antes da Secret aria Es t adual de Saúde, ca sa s agropecuária s, indús tria s de alimentos e clínicos veterinários. A CERT iniciou a revisão do atual manual de orient ação e procedimento do Responsável Técnico, agor a em sua terceir a edição. Os seminários de RTs rotineir amente promovidos pelo CR M V t ambém ter ão seu conteúdo revis to. Esses tópicos cons t am de relatório apresent ado à Plenária do Conselho Regional de Medicina Veterinária, “ de acordo com a visão da atual ges t ão, que tr at a com ênfa se a ques t ão da responsabilidade técnica”. A comissão foi criada par a apoiar a s decisões do CR M VPR e tornar pública a impor t ância do médico veterinário par a a sociedade e par a o próprio empresário propriet ário

CRMV-PR 8

de es t abelecimentos onde é obrigatória a presença de um RT, des t aca o presidente da CERT, Guilherme Sérgio Gonçalves. Como forma de subsidiar o conteúdo técnico par a a rees tr u tur ação do manual, é consenso a a elabor ação de cur sos de capacit ação específ icos por área de atuação par a prof issionais de RT além de seminários es t aduais sobre o a ssunto Responsabilidade Técnica. “Es t amos tr abalhando no sentido de respaldar os prof issionais de for ma que o CR M V enalteça a boa condu t a e o valorize per ante o empresário”, des t aca Guilher me. A Comissão de Es tudos sobre Responsabilidade Técnica é integr ada por mais cinco médicos veterinários, Celso Fernando Dia s D Oliveir a, Paulo Moreir a Borba, Olmar Bellincant a, Hor ácio Slongo e Nes tor Wer ner. Por se tr at ar de um tr abalho a longo pr a zo, cada et apa es t á sendo minuciosamente tr abalhada a f im de não haver conf litos com a s leis vigentes e que o produ to f inal sir va de modelo par a ou tros es t ados.


Por dentro do Conselho xxxxxxx

Seminários RT Foto: Diogo Wosch Seminário de RT em MAringá Eliel de Freitas, Presidente do CRMV-PR

A par ticipação de 115 médicos veterinários, zootecnis t a s e acadêmicos no Seminário de Responsabilidade Técnica de Maringá impressionou o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Par aná, que fez a pales tr a de aber tur a: - O interesse dos fu turos prof issionais na busca de conhecimentos sobre responsabilidade técnica e a presença de prof issionais já inscritos no CR M V, par a melhor ar informações

par a o desempenho prof issional, valoriza demais o nosso tr abalho. A ques t ão ética do prof issional numa região que envolve avanços tecnológicos, conhecimentos sobre pequenos, médios e gr andes animais, produção de leite e derivados, car nes e população atent a aos seus direitos, deve ser des t acada nos a spec tos legais da responsabilidade técnica e sua s implicações adminis tr ativa s, civis e criminais.

Comissão de Saúde Pública Veterinária destaca ações A Comissão de Saúde Pública Veterinária do CR M V- PR fez reuniões mensais ao longo de 2.012, entre a s quais se des t acam a par ticipação no For um da s Comissões do sis tema CR M Vs/ CFM V, par a discu tir a presença do médico veterinário no Núcleo de A poio à Saúde da Famí lia, par ticipando da Es tr atégia de Saúde da Famí lia. Também foi impor t ante a discussão sobre o aumento da incidência de esporotricose na região metropolit ana de Curitiba, quando foi decidida a disponibilização do link do CIE VS -notif ique aqui, no site do CR M V- PR , por iniciativa da médica veterinária Thaila Fr ancini Corona. Um terceiro tema de des t aque foi a par ticipação dos coordenadores dos cur sos de Medicina Veterinária da Tuiu ti e da Pontif ícia Univer sidade Católica do

Par aná par a a discussão de es tr atégia s par a imunização de pré- exposição par a alunos e prof issionais da Medicina Veterinária, que saem da s univer sidades par a o campo de tr abalho expos tos a riscos, sem proteção adequada. Essa s es tr atégia s dependem de parceria s com o Es t ado. A médica veterinária Elizabete Balbino Javorouski, presidente da CSP V, des t aca dois a ssuntos que ainda es t ão em discussão: - O arma zenamento de imunobiológicos na área de saúde, vacina s e soros, e o de ovos, desde a produção, obtenção e u tilização, ainda es t á em discussão porque envolvem os minis térios da Saúde e da Agricultur a. De qualquer

forma, agr adeço nes t a manifes t ação o empenho e a dedicação prof issional dos componentes de nossa comissão no tr at amento de ques tões ligada s à saúde pública veterinária em nosso Es t ado e no País. Par ticipamos de simpósios e conferência s na Univer sidade Es t adual de Londrina e Feder al do Par aná ( Conferência de Medicina Veterinária do Coletivo e Simpósio de Proteção A nimal e Política s Pública s), além de par ticipação na s Câmar a s Técnica s do Conselho Es t adual de Negociação Pemanente do Sus/ Par aná, cur so de “For mação de O f icina s de Controle A nimal- FOC A”, em São Paulo, e represent ação do CR M V no Conselho Es t adual de Saúde.

9 CRMV-PR


Rápidas xxxxxxx

Foto: Divulgação

Proibição Chumbinho

comercialização proibida

O Superintendente de V igilância em Saúde, Sezifredo Pa z, comunicou à diretoria do Conselho Regional de Medicina Veterinária o cancelamento do regis tro do produ to TEMIK 150. “Com is to, o aldicarb, princípio ativo do TEMIK 150, deixar á de ser fabricado, impor t ado, dis tribuído e comercializado no Br a sil”. O aldicarb é o principal agrotóxico utilizado de forma irregular como raticida doméstico (chumbinho) e era o produto mais tóxico que possuía registro no país. Estimativas da ANVISA apontam que o produto é responsável por quase 60 por cento dos oito mil casos de intoxicação

relacionados a chumbinho no Brasil. No Paraná, segundo dados do SINAM, foram registrados neste ano 428 casos de intoxicações. A comunicação da Superintendência de V igilância em Saúde informa que, além do aldicarb, exis tem ou tros ativos como carbufur ano, terbufós, metomil e for ato que são agrotóxicos gr anulados e comercializados de forma irregular e clandes tina como chumbinho. A dis tribuição e a comercialização desses produ tos ferem a Lei de Crimes Contr a a Saúde Pública, conf igur am-se como crime hediondo e provocam prisões, além da apreensão dos produ tos.

Foto: Divulgação

Homenagem póstuma - Elvira

Elvira Helena Drulla Brandão

CRMV-PR 10

A médica veterinária Elvir a Helena Dr ulla Br andão, mor t a em ou tubro pa ssado, foi prof issional que sempre atuou na Saúde Pública, iniciando carreir a na Secret aria Es t adual de Saúde no município de Ir ati, interior do Par aná, na década de 8 0. “Dedicou-se com paixão e competência ao tr abalho. Dedicada ma s f ir me, simples e discret a, cuidadosa e atenciosa, viajou muito, gos t ava de idioma s e apreciava a her ança cultur al familiar nordes tina e polonesa”, lembr a car t ão de lembr ança dis tribuído pela famí lia. Em 1.991, veio par a Curitiba tr abalhar na 2ª. Regional Es t adual da Saúde, como chefe do Setor de A limentos, pa ssando em concur so público da Prefeitur a de Curitiba e atuando no nível centr al como chefe do Ser viço de A limentos, sendo tr ans ferida depois par a o Dis trito Sanit ário do Por t ão. Na década seguinte, retor nou ao Centro de Saúde A mbient al, na Divisão de A limentos, pedindo tr ans ferência tempos depois par a o Centro de Epidemiologia , onde f icou até o falecimento. Especializada em Saneamento e V igilância Sanit ária, foi conselheir a titular do Conselho Municipal de Saúde; membro da Comissão Per manente de Comércio A mbulante do município de Curitiba, da Comissão de Saúde Pública Veterinária do CR M VPR e da Câmar a Técnica do Conselho Es t adual de Saúde do Par aná, além de conselheir a suplente no Conselho Municipal de Segur ança A liment ar, represent ando o CR M V- PR . “Determinada e realis t a, ref letiu muit a fé na sua t ão cor ajosa, impecável e per sis tente maneir a de sonhar e lu t ar pela vida e saúde- a própria e a dos ou tros”, encerr a o tex to em sua homenagem.


Rápidas xxxxxxx

Saúde Pública Aconteceu na noite de 25 de ou tubro de 2012 no A nf iteatro do Hospit al Univer sit ário (HU) da Univer sidade Es t adual de Londrina – PR o I Fór um Saúde Pública Veterinária: Política s Pública s de Saúde e N A SF com a presença de Prof issionais, Ges tores da Á rea da Saúde, Pós- Gr aduandos e Discentes. O evento foi promovido pelo Colegiado do Cur so de Medicina Veterinária – UEL, com apoio do Pró -Saúde (Minis tério da Saúde) e do Progr ama de Pós- Gr aduação em Ciência A nimal da UEL. Com o objetivo de situar os par ticipantes sobre a s atuais Política s Pública s de Saúde e a inserção do Medico Veterinário no N A SF (Núcleo de Atenção à Saúde da Famí lia), for am discu tida s amplamente a s possibilidades ger ada s por es t a nova área de atuação. A progr amação contou com a par ticipação da Profa Evelin Mur aguchi (UEL – CCS) falando sobre o Progr ama Pró -Saude/

PE T Saúde: evolução e result ados na UEL, seguida de mesaredonda moder ada pelo Prof. It almar Teodorico Navarro (UEL- CC A) e tendo como debatedores Prof. Nat al Jat aí de Camargo (SES A / UFPR); Dr. Marcelo V iana de Ca s tro (17ª Regional de Saúde/ SES A) e Prof. Walfrido K . Svoboda (UFPR). Os debates for am sobre a inserção do Médico Veterinário na Saúde Pública do Par aná; a s Redes de Atenção à Saúde no SUS; a qualif icação da Atenção Primária à Saúde no Par aná (A PSUS) e sobre o Médico Veterinário na s atuais Política s Pública s de Saúde – N A SF, com gr ande par ticipação da interessada plateia de 130 par ticipantes que contou com a presença do Presidente do CR M V- PR , Dr. Eliel de Freit a s.

Profa . C armen G rumadas Coordenador a do Colegiado do Cur so de Medicina Veterinária da Univer sidade Es t adual de Londrina e Presidente da Comissão Es t adual de Ensino da Medicina Veterinária – CR M V- PR

Homenagem professor UEL

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná foi representado na sessão solene pelo tesoureiro, médico veterinário Felipe Pohl de Souza, e pela presidente da Comissão Estadual de Ensino da Medicina Veterinária do CRMV-PR, professora Carmen Grumadas.

A lém de docente, Er ns t Echehardt Muller exerceu muitos cargos adminis tr ativos na UEL, como diretor de Centro, chefe de Depar t amento, diretor do Hospit al Veterinário, coordenador de Colegiado dos Cur sos de Ciência s Agr ária s, do Colegiado dos Cur sos de Pós- Gr aduação e pró -reitor de Pesquisa e Pós- Gr aduação. E o ser vidor técnico -adminis tr ativo José A ldevino de Car valho ingressou na UEL em 1973, contr at ado como ser vente do L abor atório de A natomia do Centro de Ciência s Biológica s. No ano seguinte foi promovido, por meio de tes te seletivo, par a o cargo de Auxiliar no L abor atório de Microbiologia. Em 197 7, atr avés de concur so, pa ssou a labor atoris t a, função que exerce até hoje colabor ando par a o ensino, pesquisa e ex tensão.

O professor Erns t Echehardt Müller e o labor atoris t a José A ldevino de Car valho receber am o título de Professor Emérito e Técnico A dminis tr ativo Emérito, respec tivamente, pelo tr abalho desenvolvido na UEL na s última s década s. A homenagem foi no A nf iteatro do Centro de Es tudos Sociais A plicados (CES A), dur ante sessão solene do Conselho Univer sit ário, presidida pela reitor a Nádina Moreno. A iniciativa par tiu do Centro de Ciência s Agr ária s (CC A), que deliberou a solicit ação do Depar t amento de Medicina Veterinária Preventiva. O título represent a um reconhecimento da Univer sidade aos dois ser vidores pelo comprometimento que dispensar am ao tr abalho realizado ao longo des tes qua se quarent a anos.

Felipe Pohl, tesoureiro do CRMV-PR

11 CRMV-PR


Rápidas xxxxxxx

Prescrição Obrigatória A p a r t i r d e m a i o, 133 s u b s t â n c i a s d e u s o ve t e r i n á r i o p r e s e n t e s n a i n s t r u ç ã o normativa 25 do Ministério da A g r i c u l t u r a , Pe c u á r i a e A b a s t e c i m e n to ( M a p a), s ó p o d e r ã o s e r ve n d i d a s co m a p r e s c r i ç ã o f e i t a p o r m é d i co ve t e r i n á r i o. A r e ce i t a d eve co n t e r t r ê s v i a s , u m a p a r a o e s t a b e l e c i m e n to q u e co m e r c i a l i zo u o p r o d u to, o u t r a p a r a o proprietário do animal e a última f ica co m o m é d i co ve t e r i n á r i o. O secretário geral do Conselho Federal de Medicina Veterinária, Felipe Wouk, dá três exemplos de mau uso de medicamentos que causam agravos à saúde do ser humano:

- A i n s t r u ç ã o v i s a o co n t r o l e d e m e d i c a m e n to s q u e p o s s a m p o t e n c i a l m e n t e c a u s a r r i s co s à saúde do homem por ocasião de s e u m a u u s o. N o p r i m e i r o g r u p o, as drogas que agem deprimindo o s i s t e m a n e r vo s o ce n t r a l , s e d a t i vo s e a n a l g é s i co s p o t e n t e s , e n t r e e l a s o c l o r i d r a to d e x i l a s i n a , m u i t o co n h e c i d o n o c a m p o; d e p o i s , o s a n a b o l i z a n t e s , par ticularmente utilizadas na medicina equina, literalmente traf icados em a c a d e m i a s d e m u s c u l a ç ã o, q u e c a u s a m a g r avo s à s a ú d e d o s e r h u m a n o e , p o r ú l t i m o, d r o g a s q u e t e m f i n a l i d a d e b a s t a n t e d i ve r s a q u a n d o e m p r e g a d a s

em animais, para doenças do sistema r e s p i r a tó r i o, q u e u t i l i z a d a s e m mulheres podem causar abor tos. A n ov a r e g r a p a s s a a e x i g i r o c a d a s t r o d o s ve t e r i n á r i o s q u e p r e s c r eve m p s i co t r ó p i co s , a n a b o l i z a n t e s , e n to r p e ce n t e s e o u t r o s p r o d u t o s s u j e i t o s a o co n t r o l e . E, a i n d a , a p a d r o n i z a ç ã o d o s r e l a tó r i o s d e ve n d a q u e d eve r ã o s e r e nv i a d o s p o r f a b r i c a n t e s e l o j a s a o co n t r o l e o f i c i a l. A i n t e n ç ã o d e s s a n ov a r e g r a é m e l h o r a r o co n t r o l e d o s e s t o q u e s e d a s ve n d a s e co i b i r o co m é r c i o i l e g a l d e s s e s p r o d u to s .

Paraná fabrica vacinas para o Brasil O Ins titu to de Tecnologia do Par aná ( Tecpar) vai iniciar a produção em larga escala da vacina antirr ábica de uso veterinário por cultivo celular, produ to biológico denominado R habdocell – vacina antirr ábica inativada par a cães e gatos. A produção foi au torizada pelo Minis tério da Agricultur a, que aprovou a s adequações feit a s no labor atório do ins titu to, expandindo o pr a zo de validade da au torização até 2019. A fabricação de vacina s por cultivo celular u tiliza célula s de rim de hams ter (BHK – baby hams terkidney), sem a necessidade de sacrif icar o animal. Ser ão doses de 1 ml, com validade de dois anos, subs tituindo a vacina antirr ábica de uso veterinário

pelo método Fuenzalida Palácios, que u tilizava como subs tr ato cérebro de camundongos neonatos, em doses de 2 ml e validade de um ano. A lém de evit ar o sacrif ício de animais, o novo método per mite obtenção de produ to mais puro, ef iciente – por induzir maior produção de anticorpos – e mais seguro par a os animais, por não provocar efeitos colater ais. “Tr at a-se de uma inovação impor t ante, que ger a segur ança e qualidade ao produ to, além de ter um reconhecimento inter nacional”, disse Julio Salomão, diretor bioindus trial do Tecpar.

Conferência em Foz Cerca de 50 0 delegados da Europa, Á frica, A mérica L atina e Á sia vão par ticipar da “Conferência Global sobre Educação Veterinária e o Papel da s organizações na Medicina VeterináriaGar antindo E xcelência e Ética na Prof issão Veterinária”, em Foz do Iguaçu. Tr at a-se do maior evento de educação da Medicina Veterinária mundial, promovido pela Organização Mundial de Saúde A nimal ( OIE ). O principal objetivo da conferência ser á conseguir que toda s a s Ins tituições de Ensino Superior ( IES) adotem a s diretrizes mundiais da OIE. A conferência t ambém CRMV-PR 12

abordar á a necessidade de melhor harmonização global na educação veterinária, gar antindo qualidade e ética. Os delegados dever ão represent ar os 178 países membros da OIE. Minis tros, reitores, cordenadores de cur sos, for madores de opinião, organizações internacionais, conselhos, ordens, colégios, ins tituições do setor privado e prof issionais t ambém par ticipar ão do impor t ante evento. O evento ser á nos dia s 4 e 6 de dezembro de 2.013.


Prefeitos xxxxxxx

Foto: Divulgação

Fruet e os animais de rua

Fruet em visita ao CRMV-PR

A posse de Gus t avo Fr uet como prefeito de Curitiba represent a a adoção de política s publica s permanentes par a animais de r ua, com a des tinação de 0,1 por cento do orçamento municipal par a progr ama s, projetos e campanha s de conscientização da proteção de animais. Quando a dot ação orçament ária se tor nar real Curitiba ter á cerca de seis milhões de reais par a efetivar a s política s de gr ande alcance. O orçamento par a 2.013, aprovado pela Câmar a Municipal, é de 250 mil reais, um terço do que ga s t a São José dos Pinhais e dez por cento do que inves te Pinhais, em relação ao número de habit antes. O valor represent a cinco por cento dos inves timentos anuais de Por to A legre ( em torno de 4,2 milhões de reais), que permitem dois ca s tr amóveis, telefone 156 par a denúncia s de maus tr atos, campanha s de adoções e de ressocialização de animais, por exemplo. Gus t avo Fr uet par ticipou de reunião plenária no Conselho Regional de Medicina Veterinária, dur ante a campanha, e regis trou em car tório o compromisso f irmado após consider ações referentes à proteção animal. Calcula-se que a população de cães em Curitiba é de 50 0 mil, um par a cada quatro habit antes, e na periferia a met ade es t á na s r ua s. O controle ético de populações de animais urbanos, por meio de progr ama s permanentes, ma ssivos e continuados de ca s tr ação ( es terilização cir úrgica) de cães e gatos es t á na s propos t a s, além do incremento do progr ama municipal de regis tro ger al de animais e o levant amento da população animal de cães, gatos e cavalos na s área s urbana s. A conselheir a It amar a Faria s vê avanços signif icativos na s propos t a s:

- O treinamento de professores da rede pública municipal é muito impor t ante. Responsabilidade social, sanidade pública e o bem es t ar animal como ins tr umentos de educação da s criança s permitir ão a consolidação de consciência permanente no ambiente coletivo. É possível que se crie uma secret aria especial dos direitos dos animais. A criação do selo A migos dos A nimais par a es t abelecimentos comerciais, como clínica s veterinária s e prof issionais au tônomos, que atuem em parceria com os objetivos da ges t ão municipal, com contr apar tida f iscal do município, é muito positiva. O abandono de cães e gatos inter fere de forma negativa na saúde humana e a s falha s na guarda responsável represent am riscos par a os animais. Par a o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Par aná, Eliel de Freit a s, os compromissos do prefeito Gus t avo Fr uet são avanço inédito par a o setor: - A vinda do ent ão candidato à Plenária do Conselho represent a reconhecimento ao papel do médico veterinário par a a implant ação da s es tr atégia s efetiva s e ética s par a o manejo populacional canino, felino. Seremos parceiros no desenvolvimento dos tr abalhos. O manejo da população de cães e gatos tem que def initivamente ser incluído na s política s de saúde. A guarda responsável t ambém fa z par te desse planejamento. A des tinação de 0,1 por cento do orçamento par a a s política s pública s far á de Curitiba a capit al com a maior dot ação orçament ária par a a s ações per tinentes, colocando a cidade na vanguarda em busca de soluções par a o gr ave problema de abandono, maus tr atos de animais e de controle da população.

13 CRMV-PR


Prefeitos xxxxxxx

Alexandre Kireeff viajei a Br a sí lia e cont atei depu t ados, senadores, es tive em minis térios, como o da s Cidades, coordenação do Progr ama de Aceler ação do Crescimento. Já ar ticulei emenda s da bancada, uma dela s é par a cons tr ução do Teatro Municipal, obr a impor t ante da cidade com produção cultur al desproporcional ao seu t amanho, o que é muito bom. A s ações da nova adminis tr ação de Londrina ser ão tr ansparentes, ba seada s em 24 pontos do Obser vatório de Ges t ão Publica de Londrina, comissão ins titucional que envolve a prefeitur a, sociedade civil organizada e univer sidades. No âmbito da prefeitur a o Gr upo de Acompanhamento de Ações e Projetos de Política s Pública s ir á a minúcia s de infor mações ( placa s de obr a s det alhando todos os det alhes cabíveis), inclusive com a criação de setor que vai cuidar de preços de produ tos de consumo, preocupação de aus teridade, marca da nova ges t ão. O vice-prefeito, engenheiro Gu to Belusci, ser á o coordenador da s ações do gr upo e vai cuidar da inter ação com a s secret aria s:

Alexandre Kireeff

No meio da s reuniões com equipes de tr ansição, organização da s equipes de tr abalho, viagens a Br a sí lia par a envolver bancada feder al com emenda s e projetos ( “ fui muito bem recebido pelos três senadores”), cont atos com gente do governo feder al com foco na s ações de mobilidade urbana, o prefeito eleito de Londrina, médico veterinário A lexandre K ireef, surpreendeu companheiros mais próximos ao comunicar com simplicidade visit a ao Hospit al Veterinário Gr atuito de São Paulo, em São Paulo. Dua s preocupações ser ão tr abalhada s com prioridade no início da ges t ão, a implement ação do Centro de Controle de Zoonoses e a ssis tência médico veterinária par a atender demanda s da população de baixa renda inscrit a nos progr ama s sociais, no conjunto de atitudes par a adminis tr ar município com orçamento de 1,2 bilhão de reais, 515 mil habit antes, “mergulhado numa crise político adminis tr ativa sem precedentes, com perda de conhecimento e equipe de tr ansição sem secret ários”. A lexandre K ireef vai adminis tr ar a quar t a maior cidade do Sul do País, a segunda do Par aná, um quinto do orçamento de Curitiba, um terço da população: - A her ança adminis tr ativa é r uim, quatro prefeitos no período de uma ges t ão, problema s pontuais da cidade e problema s abr angentes da líder da região metropolit ana, que nos obrigam a pensar no todo. É fundament al dimensionar a responsabilidade de cada um dos 11 municípios em relação a tr anspor te coletivo, saúde, segur ança, educação, em busca de desenvolvimento urbano de forma integr ada, com os parceiros es t aduais e feder ais per tinentes. Vou reorganizar a ca sa, desemperr ar projetos, aceler ar nova s propos t a s, por isso CRMV-PR 14

-Sou gr ande ouvinte, aprendi a ouvir, quero me cercar de gente capa z, vou aproveit ar funcionários públicos de acordo com a competência e vocação, designarei cargos par a pessoa s tecnicamente qualif icada s. Quanto mais diver sif icado o gr upo, melhores os result ados. Na média a gente acer t a mais, é dif ícil acer t ar só com especialis t a s. Na ques t ão da mobilidade urbana, penso no tr anspor te coletivo, nos deslocamentos em ciclovia s e a pé. Sou admir ador da rees tr u tur ação da mobilidade de Bogot á, capit al da Colômbia. Mobilidade urbana é um dos focos em Br a sí lia. Segur ança, saúde e educação ser ão prioridades num tr abalho adminis tr ativo pr agmático em relação a ques tões político par tidária s. A s eleições revelar am a vont ade da população de Londrina par a mudar o per f il do adminis tr ador. A lexandre K ireef foi eleito contr a candidatos que represent avam os governos feder al e es t adual e a tr adição Belinat ti. O desaf io por causa da expec t ativa dos eleitores é gr ande e apoio dele na s eleições par a o gover no es t adual, em 2.014, ser á par a quem “mais ajudar Londrina. Sou independente e não deixarei de lado os compromissos com quem me elegeu. Curitiba é oposição par a o gover nador Beto R icha. A minha posição vale t ambém par a o gover no feder al e seu eventual candidato. O ponto de par tida é o auxí lio que receber par a o desenvolvimento de Londrina”. Ordem na s cont a s, mais vaga s em creches, tr ansparência, mobilidade urbana, equipe técnica qualif icada, educação integr al, har monia de projetos na região metropolit ana e relação de compromissos com a Câmar a Municipal, são o ponto de par tida da adminis tr ação do novo prefeito. No ca so do Centro de Zoonoses e da a ssis tência médico veterinária gr atuit a à população de baixa renda, A lexandre K ireef consider a que a s pessoa s inscrit a s nos progr ama s sociais tem o mesmo vínculo afetivo com animais que a s mais rica s. Vai def inir fontes de recur sos par a implement ar essa s ações via Unidade de Saúde A nimal, depois o Centro de Zoonoses.


Coluna Jurídica xxxxxxx

Prática clínica de baixo risco Em reação à Medicina Defensiva, sediment ada nos Es t ados Unidos, a Pr ática Clínica de Baixo R isco é um conceito relativamente novo no Br a sil. Refere-se à condu t a adot ada por prof issionais da área da saúde, com o objetivo de reduzir os riscos de processos éticos e judiciais e aument ar os benef ícios ao paciente, por meio do emprego de recur sos científ icos na adminis tr ação e pr ática clínica. A preocupação com uma atuação clínica de baixo risco ocorre pelo fato dos prof issionais da saúde es t arem mais expos tos à s demanda s judiciais. A lguns fatores tornar am mais favor ável es t a situação: legislações de proteção ao consumidor (Código de Defesa do Consumidor, Código Civil), melhor informação dos clientes em relação aos seus direitos, acirr amento da competitividade no mercado de tr abalho, o alto gr au de exigência por par te dos clientes, mais bem informados sobre tr at amentos veterinários e a mídia, que muit a s vezes fa z uma cober tur a sensacionalis t a de fatos envolvendo prof issionais da saúde em ca sos ex tremos. A atuação defensiva eleva os cus tos da pr ática clínica, pois preconiza um maior número de exames complement ares, além de situar o cliente como um potencial adver sário. De modo dis tinto, a pr ática clínica de baixo risco a ssume uma posição mais científ ica e ao mesmo tempo humana. Consider a a adoção dos preceitos da pr ática clínica ba seada em evidência s, a ssociada à organização adminis tr ativa da clínica veterinária e o respeito aos princípios ético -mor ais. A adoção dos preceitos científ icos aos cuidados do paciente afa s t a o emprego de inter venções não referenciada s na liter atur a científ ica. O uso de técnica s ba seada s exclusivamente na impressão pessoal do prof issional, embor a permeada de boa s intenções, apresent a result ados imprevisíveis. A falt a de rigor numa avaliação desprovida dos princípios do método científ ico aument a a frequência de erros e expõe o paciente a riscos desnecessários. Em a ssociação à abordagem científ ica, a humanização da relação entre prof issional e cliente evit a que ocorr am conf litos inerentes a fatores for a do controle da s par tes. A pr ática clínica de baixo risco não isent a o médico veterinário de litígios, ma s reduz a frequência com que es tes ocorrem, devido a melhor relação entre a s par tes. A aplicação de inter venções ba seada s em evidência s t ambém contribui de forma vant ajosa, modif icando a es tr atégia de defesa frente a um processo judicial. Nes te ca so, a defesa do médico veterinário não seria elabor ada com o objetivo de negar um presumido erro, ma s sim na jus tif icativa e prova de que par a a inter venção for am u tilizada s a s medida s mais adequada s ao ca so. A ssim, um desenlace sem êxito do tr at amento pode ser consider ado como um risco inerente à área da saúde e não como erro do prof issional.

A lguma s consider ações sobre a pr ática clínica de baixo risco são recomendáveis: • A dequar os regis tros clínicos par a que tenham relevância legal Atualmente es t á afa s t ada a possibilidade de se perceber a relação médico veterinário/cliente como uma relação pessoal, decorrente de conf iança ou amizade. É consider ada uma relação de consumo sujeit a a regr a s específ ica s, o Código de Defesa do Consumidor. Entre médico veterinário e cliente es t abelece-se uma relação contr atual e o prontuário clínico do paciente contém a spec tos relevantes des t a relação, ca so haja um ques tionamento pos terior por par te do cliente. O conjunto de documentos que compõe o prontuário é consider ado prova judicial. Logo, deve ser completo e cons t ante a a ssinatur a do cliente sobre infor mações cedida s e ciência dos riscos e limites da inter venção. •

Regis tr ar todo evento no prontuário do paciente e solicit ar a ssinatur a do cliente nos documentos

Toda s a s intercorrência s do tr at amento médico veterinário devem ser regis tr ada s no prontuário do paciente. No ca so de clientes não - colabor ativos com o tr at amento do paciente, o prof issional deve orient á-lo de forma verbal e fa zer cons t ar es t a adver tência no prontuário do mesmo, com a a ssinatur a do cliente de que recebeu a infor mação. Tal atitude pode comprovar que o cliente es t ava orient ado sobre deter minado a spec to do tr at amento veterinário e que não seguiu a s recomendações do prof issional, elidindo a culpa des te. •

Inves tir em mensagens publicit ária s ética s e que valorizem a saúde pública

Há notícia s sobre erro médico -veterinário apresent ada s de forma sensacionalis t a pela imprensa. Es tes fatos fa zem com que a população gener alize a infor mação cedida pela mídia. Par a contr abalancear, é impor t ante que os prof issionais da Medicina Veterinária pa ssem a inves tir em mensagens publicit ária s dentro dos preceitos éticos, no sentido de foment ar a educação da população quanto ao conhecimento sobre a s doença s dos animais, fatores de risco, forma s de prevenção e evit ar a propaganda mercantilis t a. •

Manter uma comunicação hones t a com o cliente

Dur ante a consult a, o cliente deve receber infor mações clar a s, objetiva s e compreensíveis sobre hipóteses diagnós tica s, motivação dos exames solicit ados, ações ter apêu tica s, riscos, benef ícios e inconvenientes da s medida s propos t a s e dur ação 15 CRMV-PR


Coluna Jurídica xxxxxxx previs t a do tr at amento do paciente. Informações relevantes devem ser pres t ada s por escrito, guardando, o prof issional, cópia com recibo do paciente. O dever de informação do prof issional decorre dos princípios bá sicos de defesa do consumidor preconizado pela Lei 8.078/ 90. •

Dispor informações por et apa s, esclarecendo os procedimentos e valores do tr at amento

E xis te um compromisso entre o médico veterinário e o cliente que é o do prof issional oferecer ao paciente o conhecimento de acordo com liter atur a científ ica atual, consider ando que a seu alcance exis tem os recur sos necessários par a diagnós tico e tr at amento. É necessário o esclarecimento de dúvida s, de forma simples, sobre o diagnós tico, tr at amento, doença, possíveis complicações e prognós ticos. Se houver mais de uma alter nativa par a o tr at amento do paciente, o cliente poder á opt ar. O desenvolvimento da relação entre prof issional e cliente possibilit a maior qualidade no atendimento. A cada consult a médico -veterinária é uma nova relação que se es t abelece com o cliente e o prof issional tem condições de diminuir a a ssimetria des t a com uma comunicação clar a e ef ica z e a manu tenção de um bom relacionamento a f im de evit ar conf litos.

A plicar somente inter venções cer tif icada s pela liter atur a científ ica, consider ando seus gr aus de recomendação Com o avanço da tecnologia, a liter atur a científ ica é uma fonte par a que os prof issionais da saúde mantenham-se atualizados. Com a gr ande ofer t a de publicações, cabe ao prof issional abordar e avaliar criticamente o ar tigo, consider ando seus gr aus de recomendação. O médico veterinário deve adot ar os preceitos científ icos aos cuidados do paciente afa s t ando o emprego de alternativa s de tr at amento não referenciada s e rechaçando ar tigos ba seados em pesquisa s sem conf iabilidade.

Manter recur sos humanos e tecnológicos adequados ao bom desenvolvimento do ser viço.

A responsabilidade do médico veterinário inicia-se no atendimento à chamada telefônica do cliente par a agendar a consult a. Por t anto, todos os funcionários devem es t ar conscientizados e adequados à atuação da clínica. Quanto aos a spec tos tecnológicos, sopese-se que quanto mais tecnologia exis te à disposição dos pacientes maior ser á a expec t ativa do cliente de um result ado favor ável num tr at amento de saúde. Os recur sos tecnológicos são bemvindos e os clientes es t ão informados sobre nova s tecnologia s, solicit ando mais informações dos prof issionais sobre a u tilização des t a s.

CRMV-PR 16

Não abandonar o paciente.

A pós iniciado o tr at amento, o prof issional da saúde não pode abandonar o paciente, a não ser que tenham ocorrido fatos que compromet am a relação médico veterinário/ cliente e o desempenho prof issional e desde que a ssegur ada a continuidade na a ssis tência pres t ada e o cliente seja previamente comunicado, por escrito, da decisão do prof issional. Do mesmo modo, o cliente que abandona o tr at amento do paciente não poder á, pos terior mente, cobr ar do prof issional um result ado des favor ável.

Conhecer a s nor ma s do Código de Ética da prof issão, ba se par a atuação prof issional.

O Código de Ética que regulament a a prof issão do médico veterinário detém impor t antes fontes par a a atuação clínica ba seada nos valores mor ais e os princípios ideais da condu t a humana.

O desenvolvimento da pr ática clínica de baixo risco é uma tendência natur al do mercado de tr abalho. Decorre de fatores além da vont ade do prof issional ou de seus órgãos represent ativos.

Clínica s veterinária s com menor cus to oper acional e menos problema s que compromet am o seu capit al de giro são mais competitiva s. Des te modo, a intenção é salvaguardar seus benef ícios, es timulando os prof issionais à atuação com ba se em evidência s, a ssociada à implement ação de ações preventiva s, de cus to reduzido, que promovem o bom relacionamento com o cliente.

Giorgia Bach M alac arne Procur ador a do CR M V- PR advocacia@pr aticaclinica.com.br


Extensionista xxxxxxx

Foto: Divulgação

Extensão rural leva tecnologia e amor à terra Para a produção de leite e carnes no Paraná

Robson no campo

A ex tensão r ur al no âmbito do Ins titu to Emater soma projetos e ações de governo que se consolidam e permanecem, seja no for t alecimento do cooper ativismo, do a ssociativismo, pr ática s de controle ambient al, desenvolvimento comercial, educação, pesquisa, defesa da produção, produ tividade e aumento de renda da agricultur a es t adual. A preocupação com a sucessão familiar no campo e a identidade dos f ilhos com os negócios dos pais e avós, t ambém es t ão presentes nos tr abalhos. A o longo dos 50 anos do Ins titu to Emater es t ão dois prof issionais, o zootecnis t a João Batis t a Barbi e o médico veterinário Robson Cur t y, os dois próximos da aposent adoria, década s des tinada s à ex tensão r ur al. “O ex tensionis t a tem que es timular o orgulho da vida r ur al”, resume Robson Cur t y, descendente de famí lia suíça com 14 médicos veterinários, sent ado na var anda da ca sa de Edson Agos tinho Toma zella, produ tor de leite em Sant a Fé. A pont a canarinhos da terr a e identif ica na presença alegre e bar ulhent a dos pá ssaros o equilí brio ambient al da propriedade r ur al, com água, ár vores, sem agrotóxicos. Edson Toma zella, Edinho, des t aca Robson como referência em tudo, na tr ans formação

do gado “comunzão” do pai no “holandesado” que resultou de cr uzamentos de Jér sei com Holandês (14 0 cabeça s, progr ama de inseminação ar tif icial), orient ador na quebr a de par adigma s, result ando na adubação de pa s t agens, análises anuais de solo e controles zootécnicos, e defensor de pr ática s que result am elevados índices de qualidade do leite entregue à indús tria (proteína s, gordur a s e sólidos). Por sua vez, Robson vê Edinho como produ tor diferenciado, com poder de negociação, que se des t aca porque sempre acompanha a s orient ações e porque percebeu a falt a de tr adição da pecuária leiteir a regional. Edinho e Robson, que t ambém é conselheiro familiar, es t ão preocupados com a sucessão nos negócios. Os dois defendem política s publica s que dêem segur ança, comunicação e infr aes tr u tur a a quem vive no campo. “Não o a ssis tencialismo, ma s a promoção da emancipação cidadã, no contex to de nosso tr abalho, que é facilit ar a pr ática de ações sus tent áveis nos a spec tos econômico, social e ambient al no univer so tr abalhado. Os progr ama s Leite da s Criança s e 17 CRMV-PR


Extensionista xxxxxxx

A pouco mais de cem quilômetros de Maringá, em Tapejar a, tr abalha o zootecnis t a João Batis t a Barbi, au tor do Pecuária de Cur t a Dur ação, des tinado a quebr ar o círculo vicioso de abates de bois com três ou quatro anos, ocupando gr andes área s par a abates precoces, carne de maior qualidade e mais produção. Robson e Edinho, diálogo frequente

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

es t abelecer padrões e volume do leite, produções cons t antes, discussão de preços acessíveis. O f ilho de A lt air tr abalha, César, tr abalha com o pai, a sucessão familiar não ser á problema, reconhece Robson, “pois a nobreza do tr abalho foi desper t ada pelo amor próprio do negócio do pai”.

Em 1995, uma política de gover no es t adual regionalizou cadeia s produ tiva s e a região de Umuar ama f icou com a Bovinocultur a de Cor te, par a desenvolver no Par aná a cadeia de car nes bovina s. O objetivo er a abater animais com 13 a 16 meses de idade, tr abalhar gr upos par a abate e venda em gr upos aos frigoríf icos ou diret amente par a a s ca sa s de car nes. Com um gr upo de produ tores de Tapejar a foi desenvolvido um projeto piloto que mais t arde f icou chamado de PCD (Pecuária de Cur t a Dur ação), receber am sêmen gr atuito, botijão de sêmen, verba s par a r ação e a engorda de bezerros, verba par a pequeno conf inamento, num tot al de 20 mil reais. A contr apar tida do produ tor er a treinar f ilhos par a a inseminação, tr abalho com o parceiro Senar. Em 1.996, na sceu a primeir a ger ação de A ngus com Nelore ( antes, er a Nelore com Nelore), um ano depois houve o conf inamento e os bezerros f icar am gordos, prontos par a o abate com peso de boi gordo com 13/16 meses.

Pai, filho e o técnico

Leite Par aná são ações permanentes de governo. Permitem a segur ança comercial que os produ tores e indús tria s desejavam par a inves tir, ampliar e tomar créditos, além de gar antir segur ança aliment ar aos consumidores por causa da s exigência s sanit ária s”. A 15 minu tos de carro de Sant a Fé es t á a L ac ticínios Flor a, onde Robson atua em ou tro elo da cadeia produ tiva, a indús tria. “Não criamos gado, não produzimos leite, não vendemos, não indus trializamos, somos os pedagogos que aproximam os elos”. A a ssis tência ao produ tor e fornecedores é tr abalhada com os progr ama s da s linha s de crédito of iciais, como o da inseminação ar tif icial ( PI A) e agor a o Leite da s Criança s, par a o fornecimento do produ to, que t ambém é entregue par a inclusão da s merenda s escolares do es t ado e do município.

A experiência de Tapejar a envolveu produ tores como A ntônio Pena sso, 4 4 anos atualmente, na época recém formado em cont abilidade, f ilho de Nelson Pena sso, produ tor que demorou a abandonar a cafeicultur a e es t ava pres tes a abandonar a pecuária de cor te com Nelore comum. João Batis t a, preocupado com a mudança de r umo na vida dos produ tores, atr aiu A ntônio par a o projeto, que logo fez o cur so de inseminação, junto com dois primos, elevando ó índice de prenhez do rebanho dos antigos 59/60 par a 92 por cento em função do manejo, obser vação do cio e a pr ática da inseminação. Repa sses do touro complet ar am qua se cem por

Tr abalhou dur ante 22 anos na Indús tria Líder. A pós a crise do café, o leite foi a alternativa de tr abalho par a a região. Em 2.0 02, saiu da empresa, abriu o próprio negócio e virou compr ador e vendedor de leite, capt ando e indus trializando sete mil litros dia, até chegar à colet a de hoje que tr ans for ma em leite pa s teurizado, queijos, bebida s lác tea s e requeijão. Como prof issional do Emater, Robson ajudou no acesso de produ tores/ fornecedores a cur sos e eventos técnicos na área do leite, repa sse de informações, créditos r ur ais, benef ícios e inclusão em progr ama s of iciais, além de orient ar par a CRMV-PR 18

Foto: Divulgação

A lt air José de Souza, dono do L ac ticínios Flor a, cresceu num lac ticínio, er a “queijeiro”.

Familia Penasso e Barbi, gerações no campo


Extensionista xxxxxxx cento. Também for am pioneiros no plantio de ár vores par a sombreamento, plant ando o pa s to após dois anos, evit ando que o gado quebr a sse a s ár vores.

A famí lia Pena sso tem atualmente 4 0 0 cabeça s, arrenda 30 alqueires de terr a s par a o plantio de mandioca, tr abalha com tecnologia, há três anos t ambém aderiu à ovinocultur a. Pai, f ilho e neto tr abalham juntos. João Batis t a Barbi comprova na sucessão familiar a “realização do sonho do abate precoce, a continuidade dos negócios no campo, a identif icação de avô e neto com o tr abalho de cada um. São prof issionais, par ticipam de cur sos, a ssis tem pales tr a s, compr am terr a s par a ampliar atividades, mesmo com o cus to caro da s terr a s na região. A famí lia decide em conjunto. A famí lia tem amor à terr a”. Em ou tubro de 1.997 a Emater promoveu Dia de Campo em Tapejar a par a a discussão da metodologia de ex tensão r ur al com produ tores de todo o Par aná, na época marginalizados e espalhados pelo es t ado em pequenos núcleos. Par ticipou gr upo de Guar apuava, que já produzia o novilho precoce, até 24 meses. O result ado foi a formação da primeir a aliança mercadológica, com 14 produ tores e comercialização acompanhada pela Emater.

Foto: Divulgação

“Nós queríamos evoluir. Ou tecnif icávamos a propriedade ou seríamos tr atoris t a s na usina de álcool. O Barbi e a Emater for am fundament ais na decisão. Eles nos ajudam a ref letir, aconselham, f inanciam maquinários. A judam até na s ques tões familiares.

Brangus confinados, abate precoce

res friar e entregar com caminhão próprio. O produ tor recebia da venda e pagava ao frigoríf ico. A ca sa de car ne pagava cinco a dez por cento a mais por causa da qualidade. A s aliança s se espalhar am par a oito regiões do Es t ado ( Par anavaí, Pato Br anco, União da V itória, Maringá, Ca scavel e Umuar ama, com dua s, uma da Sociedade Rur al e a ou tr a orient ada pelo Emater. Londrina já virou cooper ativa). Até 2.0 03/ 2.0 0 4, a s aliança s podiam vender 4 0 animais por ano por produ tor, o volume cresceu e for am forçada s a vir ar cooper ativa s. União da V itória continua como aliança. Guar apuava es t á na Cooper ativa Agr ária, tr abalha car nes nobres, tem parceria com a univer sidade. Pato Br anco comprou frigoríf ico, abate precoces e bois tr adicionais de ou tros produ tores, é o maior abate do es t ado.

Foto: Divulgação

O produ tor pa ssou a negociar direto com açougues e super mercados. O frigoríf ico er a contr at ado par a abater,

Três gerações da familía Penasso

19 CRMV-PR


Artigo xxxxxxx

Encefalopatia Espongiforme Bovina período de incubação (média de 4 a 5 anos), evolução lent a e por serem fat ais. Os primeiros relatos de BSE dat am de 1986 no Reino Unido. Desde ent ão, até dezembro de 2012, já for am conf ir mados 184.619 ca sos de BSE no Reino Unido e ou tros 5.545 ca sos em ou tros 24 países, incluindo o ca so br a sileiro, tot alizando 190.164 ca sos declar ados à OIE (Organização Mundial de Saúde A nimal) em todo o mundo (Figur a 1). A pós os es tudos que identif icar am a etiologia e a s for ma s de tr ansmissão for am adot ada s medida s de mitigação de risco que culminar am com a queda ver tiginosa no número de novos ca sos. Em 1992, a incidência da doença atingiu o seu pico má ximo (n=37.28 0 novos ca sos). Desde ent ão, o número de notif icações de BSE vem reduzindo ano -a-ano. Em todo o ano de 2012, até o f inal de primeir a semana de dezembro, haviam sido declar ados apena s 1 ca so de BSE no Reino Unido e ou tros 10 ca sos em 7 países do mundo, incluindo o recente ca so br a sileiro (Figur a 2). A Doenç a

O A gente

A Encefalopatia Espongiforme Bovina (BS E – bovine spongiform encephalopathy), junt amente com a Scr apie, que acomete ovinos e caprinos, a Doença Crônica Debilit ante em r uminantes selvagens e a Doença de Creu t z feldt- Jakob, que ocorre em seres humanos, compõem um gr upo de doença s denominada s Encefalopatia s Espongiformes Tr ansmissíveis (E ETs) ou doenç as priônic as. A s EE Ts car ac terizam-se por serem doença s infecciosa s progressiva s, neurodegener ativa s, com predominância par a o sis tema ner voso centr al, com longo

Diferentemente de todos os ou tros ca sos de doença s infecciosa s com os quais es t amos habituados a tr abalhar, a BSE não é oca sionada por um micro - organismo como vír us, bac téria ou protozoário. O agente etiológico da BSE é uma proteína tr ans formada denominada de príon, des tituído de ácido nucleico (DN A ou R N A).

Distribuição geográfica de países que reportaram casos confirmados de BSE desde 1989 Obs. Notar que o Brasil já consta como país com caso autóctone de BSE Fonte: OIE, dezembro 2012

CRMV-PR 20

A proteína priônica celular, denominada PrPc, é encontr ada intercalada à membr ana citopla smática de alguns tipos de célula s, des t acando -se neurônios e t ambém linfócitos, e desempenha impor t antes funções biológica s e bioquímica s no contex to do ciclo e da biologia celular. A PrPc já foi identif icada em célula s da maioria dos mamíferos, incluindo o homem. Essa proteína, a ssim como a gr ande maioria da s nossa s proteína s celulares, apresent a-se em sua es tr u tur a secundária na for ma de alfa-hélice (isoforma nor mal) (Figur a s 3 e 4). Essa forma é susceptível à ação de protea ses, ou seja, ela é degr adada. Porém, por um provável processo de mu t ação a es tr u tur a secundária da PrPc pode adquirir a confor mação secundária de folha bet a pregueada (isoforma anor mal ou patogênica) (Figur a s 5 e 6). Nessa conformação a proteína priônica é resis tente à proteólise, por exemplo, com proteina se K que é uma potente enzima proteolítica. Quando na forma bet a-pregueada a proteína priônica não mais exerce a s sua s funções regulares, acumula-se no citopla sma celular, oca sionando efeito tóxico, que culmina com a mor te do neurônio no SNC . Essa for ma, denominada patogênica e reconhecida pela sigla PrPSc (termo advindo de proteína priônica Scr apie) tem ainda


Artigo xxxxxxx

Estrutura secundária de proteínas em folha beta-pregueada

recentes, incluindo o ca so de 24 de maio de 2012 que ocorreu nos Es t ados Unidos da A mérica, for am cla ssif icados como BSE atípica. A identif icação de BSE atípica, além da s car ac terís tica s já relacionada s anterior mente, é fundament almente realizada pela técnica denominada wes ter n blot ou immunoblot ting u tilizando anticorpos monoclonais específ icos par a a s cepa s priônica s tipos H e L. Estrutura secundária de proteína em alfa-hélice

a capacidade de se ligar a proteína s priônica s convencionais (PrPc / conformação alfa-hélice) e tr ans formá-la s em proteína s priônica patogênica s (PrPSc / conformação bet a-pregueada). Com isso, inicia-se um processo em cadeia ou ca scat a no qual a s PrPc tr ans formam-se em PrPSc que são patogênica s (Figur a 7 ). Esse processo leva à des tr uição gr adativa dos neurônios. Com a lise neuronal, formam-se gr andes va zios no tecido do sis tema ner voso centr al. Na his topatologia obser vam-se gr andes “bur acos” no tecido ner voso que, por a ssemelhar-se a uma esponja, gerou a denominação espongiforme (Figur a 8). A forma patogênica da proteína priônica (PrPSc) pode ser tr ansmitida pela via or al. A principal forma de tr ansmissão, e que oca sionou os sur tos de BSE em países Europeus, foi a aliment ação de r uminantes com proteína s de origem animal a par tir de farinha s de carne, osso e sangue cont aminada s com a PrPSc provenientes de animais infec t ados. A pós o banimento da inclusão de proteína animal em r ações de r uminantes a incidência de BSE na Europa e em todo o mundo vem declinando ano após ano. Essa forma de BSE oca sionada pela tr ansmissão via or al é denominada BS E clássic a ou típic a . Porém, a par tir de 20 0 4, começar am os primeiros relatos de BS E atípic a . Essa forma de apresent ação, muito provavelmente, não deve-se à inges t ão de PrPSc como na BSE clá ssica, ma s sim a um processo de mu t ação espont ânea. E xis tem diferença s his topatológica s, imuno -his toquímica s e no fenótipo bioquímico da PrPSc identif icada na BSE clá ssica e na BSE atípica. Já for am descrit a s dua s cepa s dis tint a s em príons causadores de BSE atípica. Em função da ma ssa molecular da proteína ela s for am denominada s PrPSc tipo H (higher ou proteína com ma ssa molecular maior) e PrPSc tipo L (lower ou proteína com ma ssa molecular menor). Em todo o mundo, já for am descritos mais de 50 ca sos de BSE atípica. Os principais ca sos mais

Saúde Públic a Atualmente, a principal doença priônica em seres humanos é a Doença de Creu t z feldt- Jakob ou C JD (Creu t z feldt- Jakob Disea se). Tr adicionalmente, a CJD é uma doença debilit ante, neurodegener ativa que compromete indivíduos com idade superior a 60 anos. Até 1996 er am descrit a s 3 for ma s de CJD denominada s como C JD esporádic a , de origem desconhecida, porém provavelmente causada por mu t ação espont ânea; C JD familiar (origem genética e heredit ária) CJD iatrogênic a (adquirida por meio de tr ansplantes de órgãos). Em 1996, ca sos de CJD for am descritos em indivíduos jovens (17 – 20 anos). Esses ca sos for am oca sionados por cepa s de príons dis tint a s daquela s que oca sionam a s forma s clá ssica s e conhecida s da doença. Na década de 90 foi descrit a uma forma variante de C JD, denominada v C JD que tem como car ac terís tica principal acometer indivíduos jovens, ser de evolução longa, apresent ação r ar a e fat al. O consumo de carne de origem bovina cont aminada com o agente da BSE tem sido for temente vinculado à ocorrência de v CJD. Car ac terís tica s química s e bioquímica s revelar am que o príon causador da v CJD é muito semelhante ao príon da BSE. Com isso, a BSE, que já tinha impac to em saúde animal, adquiriu t ambém gr ande impac to em saúde pública por, provavelmente, cons tituir-se em uma zoonose. Considerações sobre o c aso brasileiro de BS E Es te ca so é tr at ado pela OIE como o primeiro ca so declar ado e conf ir mado de BSE no Br a sil. A def inição de tr at ar-se de um ca so de BSE clá ssica ou de BSE atípica somente poder á ser concluída após o result ado f inal da técnica de wes tern blot, a ser realizada pelo labor atório de referência da OIE (A nimal Health and L abor ator y Agenc y). A s notícia s veiculada s na imprensa de que o ca so de Ser t anópolis / PR tr at a-se de BSE atípica fundament am-se em vários a spec tos que não coadunam com BSE clá ssica t ais como: animal já em idade muito avançada (12-13 anos); animal sempre 21 CRMV-PR


Artigo xxxxxxx maio de 2012, onde foi conf ir mada a presença de BSE atípica.

criado em regime de pa s t agem; r ápida evolução do quadro clínico (36 - 48 h segundo informações do tr at ador); ausência de lesões his topatológica s compatíveis com aquela s frequentemente encontr ada s nos ca sos de BSE clá ssica. Essa s evidência s sugerem que não es t amos diante de um ca so de BSE clá ssica, porém a conf ir mação somente ser á possível após a conclusão da técnica de wes tern blot que permitir á def inir qual a cepa de príon (clá ssica ou tipos H ou L) foi encontr ada no animal. Entret anto, consider ando os a spec tos relacionados anteriormente, a hipótese mais provável é que mesmo diante de marcação priônica positiva em um bovino au tóc tone esse animal não deve ter morrido por BSE. Ou seja, a causa mor tis deve ter sido ou tr a que não a BSE.

Fato que merece des t aque nesse ca so de BSE identif icado no Br a sil foi a ação dos órgãos of iciais de defesa sanit ária animal. Simplesmente exemplar. Vale ressalt ar que a prof issional médica veterinária do Ser viço de Defesa Sanit ária de Ser t anópolis atuou imediat amente. A necropsia foi realizada em um domingo, fato que demons tr a a responsabilidade exemplar da técnica. Houve um contr atempo com relação ao inter valo de tempo entre a mor te do animal e o diagnós tico de marcação priônica positiva emitido pelo L anagro/ Recife. Porém, essa demor a foi motivada por um incidente em um labor atório que resultou em acúmulo de tr abalho em ou tro. Vale ressalt ar ainda que o material não entrou como prioridade má xima par a a realização dos exames complement ares, pois a his topatologia foi negativa. A pós a conf ir mação, t anto os técnicos do M A PA quanto da A DA PA R atuar am imediat amente no sentido de r a s trear o ca so e def inir alguns par âmetros epidemiológicos. A ssim, como esper ado nessa s situações, pudemos obser var tr ansparência em toda s a s ações of iciais que culminar am com a declar ação emitida pelo M A PA na manhã de 07 de dezembro de 2012 declar ando o ca so à OIE e infor mando à toda a população br a sileir a.

Com relação à saúde pública não há qualquer comprometimento uma vez que o animal, logo após a retir ada do encéfalo, foi enterr ado na propriedade. Com isso, f ica excluída a possibilidade de que esse animal tenha entr ado na cadeia aliment ar de seres humanos e mesmo de animais r uminantes.

Fontes: w w w.oie.int w w w.who.int w w w.agricultur a.gov.br

Vaca com quadro clínico neurológico

Com relação à cla ssif icação de risco par a BSE a OIE cla ssif ica os países em três níveis: i) R isco Insignif ic ante ou Desprezível; ii) R isco Controlado; iii) R isco Indeterminado. Obser va-se que na cla ssif icação da OIE não exis te país livre de BSE como é o ca so da cla ssif icação par a Febre A f tosa, por exemplo. Ou seja, o risco de BSE sempre pode haver e nunca deve ser desprezado. O Br a sil, até maio de 2012, es t ava cla ssif icado na categoria de países com R isco Controlado. Países com essa cla ssif icação sofrem barreir a s sanit ária s par a expor t ação de produ tos e subprodu tos de origem bovina. A pós a implant ação de uma série de medida s de mitigação de risco, em 22 de maio de 2012, o Br a sil atingiu o s t atus de país com risco insignif icante, ou seja país com o mais baixo risco. De acordo com a not a of icial da OIE na qual há o relato da conf ir mação de BSE no Br a sil, imediat amente o país não ter á a sua cla ssif icação de risco alter ada. A nálises nesse sentido dever ão ser conduzida s pos teriormente após a def inição da cepa priônica infec t ante, da s ações governament ais no sentido de mitigação de risco entre ou tros a spec tos que dever ão ser analisados. Vale lembr ar que os Es t ados Unidos t ambém mantiver am a sua cla ssif icação de risco (Insignif icante) após o ca so de BSE de CRMV-PR 22

Prof. Dr. A mauri A . A l f ieri Membro do Comitê Científ ico Consultivo par a a s Encefalopatia s Espongifor mes Tr ansmissíveis do Minis tério da Agricultur a, Pecuária e A ba s tecimento. Prof. A ssociado da Univer sidade Es t adual de Londrina Pesquisador 1A do CNPq


Projetos xxxxxxx

Foto: Jairo Frare

Tecnologia eleva valor genético

Campeão da raça Brahman, Animal dócil

O médico veterinário Jairo Frare trabalha em Cascavel na multiplicação genética de animais através da inseminação ar tif icial, transferência de embriões ou fecundação in vitro, em busca de animais de qualidade, pedigree superiores e de alto valor genético agregado. Proprietário da Santa Clara, primeira clínica e hospital veterinário com banho e tosa da cidade, pioneiro em ultrasonograf ia e radiologia em pequenos animais, também foi pioneiro nos processos de ultrasonograf ia reprodutiva (sexagem fetal) em animais de grande por te no Paraná, na região de Araçatuba (interior de São Paulo), e no Paraguai. Um dos responsáveis pelo avanço e melhoramento genético no país vizinho (“a carne produzida tem melhor preço do que a nossa”), onde presta ser viços há 23 anos e introduziu a Fecundação In Vitro, ultrasonograf ia reprodutiva, sexagem, entre outras técnicas. O registro no Ministério de Agricultura e Ganaderia é o de número 1123. No Paraná é o 2102. Inquieto, já pensa no futuro, trabalhando os marcadores moleculares, que ajudam a selecionar o que determinado animal tem de melhor na carga genética, que se torna viável com o avanço da biologia molecular. Três anos após se formar ( julho de 1986) em Lages, Santa Catarina, fez curso de transferência de embriões em Brasília -

DF e começou a trabalhar a técnica para coletar, selecionar e implantar embriões via cer vical abrindo mão da técnica cirúrgica de transferência utilizada na época. Coletava-se duas vacas por dia, trabalho considerado muito difícil. Com o cruzamento industrial na moda e as raças européias em ascensão, publicou e lançou um sistema (sistema Frare) que transformou a técnica de transferência de embrião, com a coleta de doadoras com inter valos inferiores a 35 dias através do uso de dispositivos de progesterona ( “CIDR”). Até então, a técnica permitia coleta a cada 90 dias, má ximo de três por ano. A novidade permitiu oito coletas por ano, mesmo inter valo, sem prejuízos para a doadora e com uma produtividade muito superior. Este trabalho tem citações na Alemanha, Argentina e outros países. Com isto, o trabalho de Jairo Frare se espalhou rapidamente de Uruguaiana, R io Grande do Sul, para o interior de São Paulo. Em 20 05, montou laboratório de FIV em Cascavel, junto à clínica. Em sociedade com Joaquim Mansano Garcia (professor da UNESP Jaboticabal), montou o primeiro laboratório de fecundação in vitro no Paraguai, instalado em Pedro Juan Caballero. Depois, outro em A ssunção, com a criação da empresa Embr yopar. Chegou efetuar mil coletas por ano, evoluindo rapidamente de 60 anuais para 250 e 50 0 no período 23 CRMV-PR


Foto: Divulgação

Projetos xxxxxxx

Jairo Frare e o campeão da raça Brahman, CBC Mr. Chaco Evoke 546

de quatro anos (com o uso da técnica Frare), trabalhando com animais de leite e cor te. Hoje aposta na produção de embriões FIV – leite sexado, trabalhando rebanhos leiteiros da região, com a função de multiplicar a qualidade genética e quantidade de animais leiteiros, pois a produção é excelente no Oeste do Paraná. A técnica de coleta tradicional de embriões é substituída rapidamente pela facilidade da fecundação in vitro e utilização ef iciente do sêmen sexado, escolhendo-se o sexo já na fecundação, com melhora também do resultado reprodutivo da vaca leiteira. Jairo Frare é natural de Concórdia, Santa Catarina, tendo vindo morar em Cascavel em 1965 quando seu pai, A ndré Rober to Frare, decidiu aventurar no oeste do PR em busca de melhores opor tunidades e estudo para os 5 f ilhos. Vendeu jornais e engra xou sapatos nas ruas de Cascavel, sempre estudando em escolas públicas. Quando passou no vestibular para medicina veterinária, a família se uniu e sustentou com dif iculdades os estudos em Lages, Santa Catarina. É irmão do vereador eleito Luís Frare, “um dos mais votados por causa de seu trabalho honesto na secretaria de Fa zenda do município de Cascavel por 8 anos, gastando pouco para se eleger”, fa z questão de destacar. Crítico do excesso de faculdades de Medicina Veterinária, considera que a remuneração não atrai bons mestres e os alunos não correspondem por causa do tipo de educação básica de má qualidade que recebem desde os primeiros anos escolares. Seu f ilho Matheus, 19 anos, optou pela medicina (terminando segundo ano na FAG), embora reconheça e se orgulhe dos méritos na carreira do pai, inf luenciado pelo bom momento da saúde na cidade, com várias especialidades, transplantes e CRMV-PR 24

diversos hospitais de qualidade. Fiel aos conceitos pessoais que o transformaram numa referência da Medicina Veterinária brasileira Jairo aconselha o f ilho a estudar muito e se dedicar “para ser bom médico, não apenas ganhar dinheiro com a medicina”. Já a f ilha Letícia Elen, 14 anos, anseia seguir os passos do pai e “assumir com ef iciência” a clínica, quando se formar veterinária. Hoje quem administra a empresa, em tempo integral, enquanto Jairo cuida dos trabalhos ex ternos, é a dedicada esposa, Tânia. A Santa Clara Genética, especializada em sêmen e embriões, ocupa o segundo andar da Clínica e Hospital Veterinário Santa Clara. Ali, os interessados podem procurar coleta e transferência de embriões, ultrassonograf ia e sexagem fetal, aspiração folicular, fecundação in vitro, congelação de sêmen, exames andrológicos e ginecologia. Jairo Frare é apaixonado por bovinos e é criador das raças Simental e Brahman, fa zendo par te do Condomínio Brahman Chaco. É mentor e par ticipante do “Projeto Criar”, grupo de técnicos e produtores de Cascavel que coloca em prática programa para produção em escala de animais cruzados e superiores geneticamente, por inseminação ar tif icial por tempo f ixo ou monta natural. O pagamento dos ser viços é através de bezerros desmamados do próprio programa, ou seja, a moeda de troca é a própria produção, bezerros desmamados,oriundos do trabalho, f ilhos da inseminação ou dos touros de repasse. O produtor que par ticipar economiza mão de obra, aquisição de sêmen ou touros, introduz genética superior no plantel, paga com bezerros nascidos desmamados e recebe assistência técnica de elevado nível. Informações santaclara@santaclaragenetica. com.br, fones (45)3226 - 6161.


Projetos xxxxxxx

Queijos e carnes de ovelha especiais

Augusto Copetti, médico veterinário

A s terr a s do Oes te do Par aná são alt amente agrícola s, soja, trigo e milho predominam na s lavour a s. A s pecuária s de cor te e leite são impor t antes, uma pelo desenvolvimento genético, com elevado valor agregado, a ou tr a por produ tividade e t ambém por causa da qualidade genética. Os leilões de touros são impor t antes, os animais cus t am caro, a tr ans ferência de embriões e a fecundação in vitro já são rotina na vida dos produ tores. Ma s, numa chácar a de 12 alqueires, a 12 k m de Ca scavel, na es tr ada duplicada que leva a Toledo, o médico veterinário Luís Augus to Copet ti, 25 anos de prof issão, é o responsável técnico pela multiplicação de ovelha s da r aça fr ancesa L acaune e a r aça leiteir a alemã Ea s t Freesian, com animais compr ados es te ano na Nova Zelândia. A tr ans ferência de embriões e o cr uzamento da s r aça s permite a produção de leite par a queijos especiais e borregos par a abate precoce. A his tória começou há cinco anos. Um bioquímico de Ca scavel, que fa z pales tr a s pelo mundo, experimentou queijo de ovelha em Por tugal e decidiu produzir no Par aná. O médico veterinário Copet ti tr abalhava com tr ans ferência de embriões e aceitou o desaf io. Fez cur so em V içosa par a reprodução de ovinos e a produção de queijo e leite de ovelha s começou com a compr a de 26 ovelha s e um macho da r aça L acaune. Hoje, são 622 ovelha s em reprodução. Nes te ano, compr ar am 256 embriões Ea s t Freesian, na Nova Zelândia, 250 dólares

A vida nor mal da ovelha per mite um cordeiro por ano. A técnica u tilizada por Luís Augus to Copet ti permite três cordeiros a cada dois anos. O aprisco é fechado com cor tina s, diminui a luminosidade, vem o ciclo porque os dia s f icam mais cur tos. A ou tr a técnica é o implante vaginal. Dez a 12 embriões são colet ados a cada quatro meses em gr upos de 15 ovelha s. O leite produzido é só par a queijo. Três tipos de alto valor agregado result am do tr abalho, cuja s marca s regis tr ada s são Emiliano, Siciliano e Fet a, consider ados de sabor nobre, com preços acima de 8 0 reais o quilo. Cada queijo tem uma fór mula. Cada ovelha dá um litro de leite por dia, a cada quatro litros, um quilo de queijo. A proporção na s vaca s é de oito a dez litros por quilo de queijo. A produção é de 72 quilos por semana. A produção de queijos e carne é vendida na região. A lã não tem valor de mercado e é doada par a ins tituições de caridade. A especialização valoriza o prof issional Luís Augus to Copet ti. Os convites par a a ssis tência técnica são diários. Na propriedade, desenvolve o gos to de ensinar e u tiliza es tudantes da escola veterinária próxima par a auxiliar na s t arefa s enquanto explica et apa s de inseminação, manejo e tr ans ferência de embriões. Ensina que o médico veterinário sempre precisa buscar técnica s nova s, par a o benef ício da prof issão e do tr abalho específ ico. Ma s es t á preocupado: - Recebo es tudantes de diver sa s escola s e a qualidade desse aluno não me agr ada. O compromisso com o aprendizado não me agr ada. Ma s se o professor aper t a a s reações são aceit a s com r apidez e é fácil correr abaixo -a ssinado par a mudar o seu compor t amento e até afa s t á-lo. O professor não cria vínculos com a s escola s do interior. O de patologia clínica vem, dá o cur so e vai embor a. Não podemos for mar prof issionais tr adicionais. O médico veterinário par ticipa de et apa s fundament ais nos processos de evolução genética de animais e da segur ança aliment ar, não deve chegar ao mercado de tr abalho sem es t a visão, do prof issional inquieto e moderno.

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

cada um, e o cr uzamento rendeu 190 borregos. A s fêmea s, que chegam a cinco mil reais cada, são matrizes leiteir a s, os machos vão par a abate como cordeiros precoces e rendem produ tos da marca “Baby Sheep”, vendidos na região. O abate de 30/4 0 cabeça s por semana é feito em frigoríf ico próprio toda quar t afeir a. O macho é abatido entre 90/cem dia s e rende até 35 quilos.

25 CRMV-PR


Artigo xxxxxxx

A Educação do Capataz na preservação do meio ambiente ensinamento prof issional ao ser humano, sobretudo para se evitar tentativas infrutíferas que podem expor os animais aos maus tratos, pela desinformação da mão de obra rural ou causar sur tos alimentares pela falta de higiene.

Especif icamente no nor te do estado do Paraná foi detec tada uma grande necessidade pela qualif icação da mão de obra rural, principalmente na agropecuária que gera ref lexos sobre o meio ambiente. Os trabalhadores, conhecidos como capata zes, peões ou vaqueiros, frequentemente têm baixo grau de escolaridade, quando não, são analfabetos funcionais podendo causar prejuízos ao produtor, originando alguns gargalos como: mor te dos animais por indigestão, devido ao excesso de ração administrada; castração errônea de bovinos machos; administração de medicamentos sem o devido cuidado de antissepsia, ou sem a correta interpretação e entendimento da prescrição prof issional; descar te incorreto de carcaças, dejetos e medicamentos vencidos, levando a contaminação do solo e águas. A motivação de tal desaf io, ou seja, através do programa em questão, se deu em função de que os encarregados da lida com o gado nas propriedades rurais, uma impor tante função rotineira e ininterrupta, quase nunca são treinados e orientados. Com essa premissa é notório que haverá progresso na busca de um melhor manejo dos animais evitando traumas e contusões; ambientes rurais mais saudáveis com gerenciamento de resíduos de origem biológico, animal ou humano, orientação da destinação adequada de cadáveres, carcaças e dejetos, assim como dos produtos químicos, físicos ou iner tes evitando a contaminação do solo e das águas, manutenção de recursos hídricos, manutenção de áreas de f lorestas, correta destinação do lixo produzido e acumulado nas pequenas propriedades e entorno, a prevenção de doenças específ icas transmitidas dos animais ao homem, as conhecidas zoonoses e evitando as tão temidas queimadas . Outro problema comum são as chamadas “ farmacinhas veterinárias” que consistem em um arsenal de medicamentos e produtos de uso veterinário e que são adquiridos facilmente sem receita e muitas vezes usados de forma inapropriada e impac tante. Muitos produtos não são corretamente utilizados e descar tados por falta de orientação básica. Por essas e outras ra zões, agregar ensinamentos a esses trabalhadores que atuam na linha de frente das propriedades rurais representa aplicar, na prática, o conhecimento como forma transformadora, melhorando o rendimento dos ser viços e a preser vação do meio ambiente, motivados pela educação. Num ambiente rural de criação de animais de produção é comum perceber algumas ações sendo efetuadas, apesar de serem feitas com boa intenção, baseadas apenas no empirismo dos capata zes. Toda crença é merecedora de consideração, mas disseminar conhecimento educacional, ambiental e científ ico ainda representa progresso nos

CRMV-PR 26

Metodologia No Brasil, onde ainda persiste per to de 20% de analfabetos, proporcionarmos ensinamentos, por mais simples que sejam ainda representam um impor tante auxílio no combate a ignorância. O mecanismo de repassar conhecimentos fa z com que a comunicação entre pessoas continue sendo a forma mais simples, porém imprescindível de combater os vícios e erros. Muitos desses aspec tos de pouco amparo técnico ainda permanecem no meio rural, tornando-se imperioso o trabalho de educadores junto aos que militam nas propriedades rurais. O Programa em questão, denominado PROGR AMA C APATA Z, prevê uma breve exposição teórica para maior interação humana. Nas respec tivas sedes dos sindicatos rurais patronais colaboradores, a f im de todos se conhecerem; descontraindo os par ticipantes para evitar a silenciosa competição entre os próprios capata zes, bem como evitar as barreiras vir tuais entre o homem prático do campo versus à ciência e conhecimento do médico veterinário. Com isso trabalhado, serão apresentados os objetivos dos treinamentos, de forma pormenorizada e orientação individualizada, se for o caso.


Artigo xxxxxxx

Treinamento

A s experiências adquiridas pelos anos de atividades em projetos de ex tensão desenvolvidos of icialmente na UEL; além do reconhecimento da demanda existente com a necessidade de ensinar os trabalhadores rurais, com específ icos treinamentos, impulsiona a ação prática a ser irradiada nos treinamentos. Será possível uma permuta entre o que é tradicional e o que é conhecimento acadêmico, somando-se algumas situações práticas onde se busca a melhor efetividade para se resolver os problemas da pecuária e de impac tos ao meio ambiente. A ssim sendo, após se esgotarem as dúvidas teóricas e as diferenças de coletividade as atividades práticas serão realizadas em propriedades rurais selecionadas pelo sindicato patronal, onde se pretende demonstrar ações de melhor manejo dos animais, seja nas invernadas ou mesmo nas instalações de trabalho do gado ou rebanho (curral, tronco, brete, etc.) e de gestão ambiental. O projeto também visa orientar par ticularidades sobre os medicamentos veterinários existentes nas propriedades rurais, visando economia e praticidade. Resultados Esperados Para essa f inalidade específ ica, tais ações prospec tivas, devem ser planejadas buscando o treinamento dos capata zes para aprimorar os ser viços rotineiros na lida do gado, outras derivações da

Pela longa atuação ex tensionista, o Depar tamento de Clínicas Veterinárias da Universidade Estadual de Londrina, vem reconhecendo o diagnóstico de algumas situações a serem corrigidas, promovendo um trabalho educativo de cunho prospec tivo, ra zão pela qual nasceu o Programa Capata z. A f inalidade precípua é a disseminação de conhecimento técnico e científ ico, que possibilitará minimizar perdas no manejo do gado e rebanho e conhecimento ambiental que diminuirá o impac to no meio ambiente, por promover qualif icação da mão de obra rural, em especial os capata zes. Trabalhando com respeito às tradições e com linguagem comum de aprendizado é possível ter os trabalhadores rurais como verdadeiros aliados à bem do empreendimento que atuam. Os avanços previstos são concernentes com a eliminação parcial e/ou total dos prejuízos aos produtores

rurais, corrigindo erros e/ou vícios, junto com a utilização correta dos recursos naturais e sua preser vação. Vale destacar também que o desenvolvimento conjunto das atividades no seu eixo prático concorrerá de forma progressiva e construtiva para a melhoria da formação prof issional dos estudantes de graduação envolvidos. Coaduna com esse propósito o fato da aproximação dos estudantes (futuros prof issionais) com os capata zes, pois em algumas localidades ainda há receios de convívio, sobretudo pela experiência do capata z em contraste com a incipiente vida de formado do médico veterinário. Ademais os estudantes encontrarão aspec tos antigos de condutas práticas podendo conhecer, respeitar e corrigir aqueles tópicos que a ciência já demonstrou conhecimento pleno, adquirido por eles nos bancos universitários. Conclusões Parciais Até ao momento, visando o efeito multiplicador, as disseminações teóricas-práticas já foram feitas em cinco diferentes localidades do estado, especif icamente aos alunos do curso técnico em agropecuária, nos Colégios Agrícolas, nas cidades de Cambará, Santa Mariana, Apucarana, Arapoti e Campo Mourão. O efeito multiplicador dos conhecimentos será ainda mais motivado pela distribuição do aprendizado a par tir dos encarregados rurais aos seus respec tivos pares subordinados. Formar lideranças qualif icadas representará a disseminação do conhecimento em escala geométrica, cujos resultados irão agregar ganhos reais a toda cadeia produtiva da pecuária bovina.

Wilmar Sachetin Marçal¹ Médico veterinário, mestre em Patologia Bovina, Doutor em Clínica: Fisiopatologia Médica, Professor do Curso de Medicina Veterinária, Universidade Estadual de Londrina Beatrice Morrone Lima² Acadêmica do curso de Medicina Veterinária da Universidade Estadual de Londrina Foto: UEL

Foto: UEL

pecuária e no meio ambiente. Além disso, é necessário que se aplique os conhecimentos adquiridos na rotina das propriedades rurais, promovendo mudanças e desper tando ainda mais o interesse prático e econômico, com valorização desta impor tante especialidade no meio rural. Essa tônica prática ser virá também para demonstrar a impor tância da existência e da padronização da farmacinha veterinária nas propriedades rurais, com controle e sustentabilidade de produtos e medicamentos, alguns precisando ser controlados. Através de uma educação ambiental, buscar a sensibilização das pessoas para as necessidades mais urgentes de conser vação do meio em que estão inseridas.

Wilmar Sachetin Marçal

Endereço(1): Caixa Postal 60 01, cep: 86051-970, Londrina – PR . Autor para correspondência. E-mail: wilmar@uel.br 27 CRMV-PR


Silvestres xxxxxxx

Foto: Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira IPÊ

Animais selvagens

O médico veterinário Paulo Rogerio Mangini quer atualizar pesquisa feita no Parque Nacional do Superagui sobre o uso dos recursos naturais pelos pescadores e como esses se relacionam com o meio ambiente. A pesquisa foi trabalho de doutorado e se concentrou nos efeitos sobre diferentes status de saúde para aves selvagens, como sabiás, tiés-sangue e outros passeriformes. Conforme as comunidades usam recursos naturais próximos as suas vilas (madeira, frutas) e a circulação de animais domésticos nas áreas de f loresta, isso altera a biodiversidade e o estado de saúde das aves, obser vando-se maior número de parasitas, em quantidade e diversidade quando o número de espécies de aves é menor em uma determinada comunidade. Paulo Mangini é especialista em animais selvagens, “área onde o prof issional atua por vocação, para trabalhar com espécies que permitam descober tas, intuir, experimentar, deparando-se às vezes com animal raro, porque o nível de informação é nulo ou pequeno. Os recursos são baixos, é difícil para o prof issional se manter, os espaços entre os trabalhos são grandes e leva muito tempo para se sentir confor tável nesse campo de atuação. No caso do retorno da nossa pesquisa para o Superagui, a minha irmã, que também é médica veterinária e trabalhou na pesquisa, par ticipou atualmente do plano de manejo do parque junto ao Instituto Chico Mendes de Conser vação da Biodiversidade (ICMBio)”. Consultor A mbiental, Paulo fa z também planejamentos de resgate de fauna, diz quais espécies e como resgatar, resgata e diz para onde levar os animais. A operação é comum quando empresas de energia constroem usinas hidrelétricas e grandes áreas são inundadas. “A s empresas do setor energético investem CRMV-PR 28

Médico veterinário Paulo Rogerio Mangini em pesquisa

porque as leis exigem, os impac tos das obras sobre a dinâmica ecológica são maiores” Mas o que se obser va na atualidade é que não existem recursos para investigar saúde de fauna em vida livre, e por consequência não há pessoal suf iciente porque não há muitos recursos disponíveis, via de regra o dinheiro vem de fora quando surgem operações de resgate é difícil montar equipes com pessoal experiente no trabalho de campo com animais selvagens. Paulo Mangini se graduou médico veterinário em 1.994, é mestre em Ciências Veterinárias e é doutor em Meio A mbiente e Desenvolvimento, todos pela Universidade Federal do Paraná. Desde a formatura se envolveu com manejo e medicina e manejo de animais selvagens em cativeiro, e pesquisas com animais em vida livre. Trabalha com mamíferos selvagens como antas, queixadas, onças e aves f lorestais e marinhas. A s informações sobre antas, por exemplo, eram raras, nada se sabia como estudar, como capturar, ou como anestesiar, antas em vida livre. Mangini f icou 12 anos no interior de São Paulo e desde 2.008 no Pantanal Sul Mato-grossense:-“Em vida livre o animal é muito diferente, não está acostumado com as pessoas. Fica tenso na armadilha,. No cativeiro, é mais dócil. Precisávamos instalar rádios para saber onde andavam as antas e obter informações para avaliação epidemiológica. Em função desse trabalho, depois de enfrentar mosquitos, mutucas, capins que raspam e cor tam, sem os recursos do consultório, e só com o que se leva na mochila, hoje existem informações sobre as antas em vida livre, além de manuais e outras informações sobre conser vação e saúde dessa espécie. O que ref lete a obrigação ética do médico veterinário repassar para outras pessoas o que aprende”.


Sindivet-PR xxxxxxx

Palavra da Diretoria Cezar Amin Pasqualin (Presidente do SINDIVET-PR) Gestão 2011-2013

Foto: Assessoria de comunicação do SINDIVET

Principais Ações em 2012 - Valorização da atividade de Responsável Técnico (Educação Continuada):

Cezar A min Pasqualin (Presidente do SINDIVET-PR)

A Diretoria e Conselho Fiscal do Sindicato dos Médicos Veterinários do Paraná (SINDIVET/ PR) agradecem a todos os colegas e entidades parceiras pelos trabalhos e resultados conjuntamente alcançados no ano de 2012. A gestão 2011-2013 dará o andamento necessário aos atos já desenvolvidos e prosseguirá na mesma linha de atuação, defendendo iniciativas que atendam às necessidades da classe veterinária. Para que o SINDIVET/ PR continue cada vez mais representativo, é preciso que tenha força para implementar as políticas necessárias à sua defesa e, somente com seu apoio, será pos-sível alcançar todos os objetivos desta categoria prof issional. Por tanto, sua par ticipação e o recolhimento da sua Contribuição Confederativa e da Contribuição Sindical são fundamentais para a continuidade das ações previstas no plano de trabalho para 2013. Unir-se é o COMEÇO, Manter-se juntos é um PROGRESSO, Trabalhar juntos é o SUCESSO. Nosso trabalho tem sido executado com muita dedicação, prof issionalismo e em caráter voluntário. Acredite e par ticipe! Pela Diretoria,

Após a realização de vários cursos em anos anteriores, montou-se um grupo de estudos visando a formulação de um Plano de Educação Continuada, em parceria com diversas instituições, com o objetivo da valorização de Responsável Técnico, baseado em demandas atuais e futuras, inclusive com interiorização de atividades, como, por exemplo, o curso sobre Agricultura de Baixo Carbono (ABC), especialização em Medicina Veterinária Legal. - Relacionamento Prof issional com Entidades: A mpliado o relacionamento e parcerias com entidades como Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CR¬MV-PR), Federação Nacional dos Médicos Veterinários (FE¬NAME V ), Confederação Nacional dos Prof issionais Liberais (CNPL), Sindicatos de outras categorias prof issionais, Sociedade Paranaense de Medicina Veterinária (SPMV ), Academia Paranaense de Medicina Veterinária (AC APAME V ), entre outras, somando esforços na busca de resultados conjuntos. - A ssessoria Jurídica: Continuamos aproximando nossos prof issionais junto ao Escritório de Advocacia contratado pelo SINDIVETPR , visando a prestação de ser viços sobre aspec tos legais que envolvam os prof issionais médicos veterinários.

experiências prof issionais por par te de médicos veterinários, contribuindo, desta forma, com a def inição e ampliação do campo prof issional. - Manutenção e Ampliação de Convênios: Mantidos e ampliados os convênios Unimed; Odontoprev; Im provement (intercâmbio e viagens); Bor tolot to A ssociados (as sessoria jurídica); Inter valo Comunicação (assessoria de co municação) e Proluv Processamentos de Dados (ser viços de informática). Destacamos que o convênio Unimed benef iciou 769 vidas (veterinários e familiares). - Modernização Administrativa: Disponibilização de mais secretárias para atendimento aos vários ser viços e convênios; aquisição de novos equipamentos de informática e mobiliário de escritório. Também foi reformada a sede, visando um melhor aproveitamento de espaço. - Comunicação e Marketing: O site do SINDIVET-PR tra z constantes atualizações de temas de interesse à classe, assim como os informativos sobre Saúde do Prof issional, vinculado ao Plano de Saúde UNIMED, e Destaques Prof issionais, com o objetivo de salientar prof issionais que se destacaram nas diversas áreas da Medicina Veterinária. Foi contratada a Inter valo Comunicação para prestar ser viços referentes à comunicação, visando incrementar e agilizar as informações de interesse da classe médico veterinária.

- Valorização Acadêmica: Deu-se prosseguimento à aproximação junto aos Centros Acadêmicos de Medicina Veterinária, promovendo palestras de apresentação de 29 CRMV-PR


Artigo Técnico xxxxxxx

Leucismo em Sabiá-Laranjeira

Foto: Divulgação

e foi caracterizado como fêmea. Foi obser vado durante cerca de um ano e nenhum outro pássaro leucístico foi identif icado no mesmo câmpus. Com essas informações seria impossível fazer inferências sobre o modo pelo qual o leucismo é transmitido geneticamente nesta espécie, e há apenas escassos relatos informais da ocorrência de leucismo em sabiás, porém poucas publicações. Na cidade de Curitiba, somente em 1990, Veiga e Pardo relataram um caso de leucismo em um sabiá-laranjeira, que na época foi classif icado como albinismo.

Sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris) em atividade de alimentação de filhote no Setor de Ciências Agrárias da UFPR, Curitiba (PR). É possível notar que se trata de caso clássico de leucismo, uma vez que bico, íris, pele ao redor do bico e pés apresentam pigmentação normal, e todas as penas são brancas.

O sabiá-laranjeira ( Turdus ruf iventris) é uma ave popular no Brasil, sendo considerada como um verdadeiro símbolo nacional. A ocorrência de aves com plumagens aberrantes não é um evento raro, embora seja pouco documentado. O leucismo, muitas vezes denominado erroneamente de albinismo, é def inido como a perda parcial ou total de melanina, que na natureza ocorre em uma frequência inferior a 1% (Franz e Fleck, 2009). Nas aves essa alteração ocorre nas penas, sendo que bico, olhos, pele e pés geralmente apresentam-se com pigmentação normal (van Grouw, 2006). A s causas desse fenômeno não são bem esclarecidas, citando-se inf luências ambientais, presença de alelos mutantes ou divergências na expressão de genes, que acabam impedindo a pigmentação das penas (Bensch et al., 2000; Gonçalves Junior et al., 2008). Um espécime de sabiá-laranjeira com todas as penas brancas foi obser vado no Câmpus I – Setor de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Paraná (UFPR), na cidade de Curitiba (PR). Sua identif icação foi realizada por meio da mor fologia ex terna, vocalização e da obser vação da interação com outros sabiás-laranjeiras de coloração normal. Este pássaro realizou pareamento com indivíduo de coloração normal, nidif icação com produção de um f ilhote não leucístico CRMV-PR 30

A s aves por tadoras de leucismo tornam-se mais susceptíveis a ataques por par te de indivíduos da mesma espécie, e por este motivo apresentam redução na expectativa de vida (Gonçalves Junior et al., 2008). Além deste fato, o leucismo pode torná-las mais vulneráveis à predação, por permanecerem mais expostas na natureza (Collins, 2003). No presente caso, esse evento não foi obser vado, visto que o animal convive em harmonia com as aves da mesma espécie, como apontado em alguns casos de leucismo, onde as aves sobrevivem e se reproduzem com sucesso por longos períodos (Forrest e Naveen, 2000). Os registros do acompanhamento de casos ocorridos na natureza são raros, dif icultando maiores investigações. Considerando esse fato, descrevemos um caso em que a referida ave convive com outros indivíduos da espécie, visando à descrição futura dos padrões de compor tamento reprodutivo, para avaliação das possíveis causas e efeitos do leucismo. Consideramos impor tante a diferenciação de leucismo e albinismo na natureza, e o conhecimento de médicos veterinários e biólogos sobre este evento genético ainda desconhecido.

Agradecimentos: Aos funcionários da UFPR que auxiliaram na obser vação do espécime. Ao ornitólogo Pedro Scherer Neto pelos esclarecimentos sobre o caso. Referências BENSCH, S.; HANSSON, B.; HASSELDUIST, D.; NIELSEN, B. Par tial albinism in a semiisolated population of great reed warblers. Hereditas, v. 133, n. 2, p. 167-170, 2000. COLLINS, C.T. A leucistic Willet in California. Western Birds, v. 34, n. 2, p. 118-119, 2003. FORREST, S.C.; NAVEEN, R . Prevalence of leucism in pygocelid Penguins of the Antarctic peninsula. Waterbirds, v. 23, n. 2, p. 283-285, 2000. FR ANZ, I.; FLECK, R . Dois casos de leucismo em quero-quero Vanellus chilensis (Molina, 1782) no sul do Brasil. Biotemas, v. 22, n. 1, p. 161-164, 2009. GONÇ ALVES JUNIOR , C.C; SILVA , E. A . DE LUC A , A .C.; PONGILUPPI, T.; MOLINA , F.B. Record of a leucistic Rufous-bellied Thrush Turdus ruf iventris (Passeriformes, Turdidae) in São Paulo city, Southeastern Brazil. Revista Brasileira de Ornitologia, v. 16, n. 1, p. 72-75, 2008. VAN GROUW, H. Not ever y white bird is an albino: sense and nonsense about colour aberrations in birds. Dutch Birding, v. 28, n. 2, p. 79-89, 2006. VEIGA , L. A .; PARDO, E. Ocorrência de um caso de albinismo em sabiá laranjeira. Arquivos de Biologia e Tecnologia, v. 33, n. 2, p. 329‑333, 1990. A mália Turner Giannico | amaliaturner@uol.com.br Progr ama de Pós- Gr aduação em Ciência s Veterinária s - UFPR Rogério R ibas L ange | Professor DM V- UFPR Jaqueline Dit trich | Acadêmica de Biologia – UFPR Leandro Lima | Progr ama de Pós- Gr aduação em Ciência s Veterinária s - UFPR Fabiano Montiani - Ferreira | Professor DM V- UFPR


Acapameve xxxxxxx

Inspeção de produtos de origem animal Na edição da Revista Veja nº 2290, de 10 de outubro do ano em curso, à página 154, o Jornalista J.R. Guzzo apresenta uma crônica com o título “O queijo e a lei”. De maneira simplista e até irresponsável, com uma pontinha de ironia, critica o controle sanitário de alimentos de origem animal, dando destaque para os queijos produzidos em Minas Gerais. Inicialmente, a nosso ver, o jornalista fez na realidade um desserviço à sociedade, pois quando o assunto é de saúde pública, não devem existir “jeitinhos” e/ou concessões. O Regulamento da Inspeção Industrial de Produtos de Origem Animal data de 1952 e sofreu ajustes mais recentes. Ao criticar esta regulamentação, o Jornalista está cometendo uma grande injustiça com os profissionais que o elaboraram, pois muito do que foi estabelecido há 60 anos continua sendo verdade em nossos dias. O Brasil sempre foi respeitado internacionalmente pelo controle sanitário de seus alimentos e este controle é assegurado pela nossa legislação. As leis e os regulamentos que tratam do controle de qualidade dos alimentos, principalmente os de origem animal, determinam que sejam feitas a inspeção sanitária e a industrial, sendo os Médicos Veterinários os responsáveis por estes procedimentos. O objetivo básico de todo este processo é oferecer à população produtos saudáveis, livres de substâncias nocivas à saúde e sem fraudes. A História nos mostra que esta preocupação com a sanidade dos alimentos ficou evidente ainda no segundo império e o decreto imperial nº 1067, datado de 28 de julho de 1860 criou a Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Na realidade, em 1906, já no regime republicano, é que foi criado o Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio. Na evolução do processo foi importante a criação, em 1909, da Diretoria da Indústria Animal, responsável pela Inspeção Veterinária. Na realidade, foram implantados um controle sanitário do gado procurando evitar e combater epizootias e uma fiscalização de estábulos, matadouros e frigoríficos. Datam desta época medidas visando a sanidade e higiene do leite e dos seus derivados. Lembramos ao jornalista que os queijos são alimentos “vivos”, onde a presença de bactérias patológicas pode causar sérios prejuízos â saúde humana. O senhor J. R. Guzzo, autor da matéria que está sendo analisada, provavelmente, não tem idéia das conseqüências que poderiam advir da presença de bactérias tais como salmonelas, pasteurelas ou de clostridium em um queijo. Lembramos, ainda, que a matéria prima para a produção de queijos é o leite (que pode ser de diversas espécies animais) e pode veicular um grande número de patógenos, devendo receber um tratamento adequado na sua transformação. Informamos ao Jornalista Guzzo que não existe qualquer restrição de consumo dos saborosos queijos produzidos em Minas Gerais (que é o Estado de origem do primeiro autor deste trabalho). Nossas normas exigem a utilização de matéria prima de boa qualidade e que apresente segurança sanitária. No caso do queijo, convém destacar seu consumo em todas as faixas etárias, sendo que as

crianças e os idosos podem sofrer conseqüências mais graves pelo consumo de um produto inadequado, do ponto de vista sanitário. As críticas ao aspecto e às características do queijo são totalmente absurdas. Na realidade trata-se de uma padronização do produto. É na verdade uma proteção ao consumidor, que quando adquire um determinado produto deve ter a garantia do que está levando para casa. Fazendo um comparativo grosseiro, quando o jornalista Guzzo produz sua crônica para a Revista Veja, recebe informações quanto ao espaço disponível, à separação entre as linhas, o tipo das letras e outros detalhes: isto na verdade é um padrão. Para se entender a importância dos produtos de origem animal na alimentação deve-se considerar que o homem não pode prescindir da ingestão de alguns destes produtos porque alguns elementos essenciais para o equilíbrio do organismo humano só existem em alimentos de origem animal e não podem ser sintetizados pelo organismo humano. Cabe ao Médico Veterinário zelar para que estes alimentos não sejam fonte de agentes nocivos capazes de comprometer o bem estar de quem os ingerir. Cada vez mais se diz que o Veterinário é responsável pelo produto de origem animal “do campo à boca” – ou como se diz nos Estados Unidos: “from hand to mouth”. Quer dizer, devemos garantir toda a produção animal com boas condições de sanidade e de higiene. Em uma nova etapa, o Veterinário deve inspecionar os animais que vão para o abate, verificar o abatedouro, o transporte das carcaças, verificar as condições de armazenamento e de disposição dos produtos nos pontos de venda, devendo-se procurar, ainda, orientar os consumidores para o transporte e estocagem doméstica dos produtos de origem animal. Destacamos, ainda, que o Brasil é um dos maiores exportadores de produtos de origem animal, principalmente cárneos, graças à sua legislação sanitária e aos serviços de Inspeção existentes. Sugerimos ao autor da matéria, que procure o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para conhecer o volume de carnes bovina, de aves e suína que o pais exporta, os empregos diretos e indiretos gerados e os resultados na balança comercial. Finalizando, não concordamos com a discriminação a produtos artesanais e ao porte de fabricantes. Em contrapartida, nada pode servir de atenuante ou justificativa para a produção e a comercialização de produtos alimentícios que não ofereçam garantia sanitária total.

Paulo Alfredo Miranda – Médico Veterinário Presidente da Academia Paranaense de Medicina Veterinária – ACAPAMEVE Médico Veterinário aposentado do MAPA Ex-Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Paraná Clotilde de Lourdes Branco Germiniani - Médica Veterinária Professora Titular de Fisiologia da Universidade Federal do Paraná ( aposentada ) Membro de várias Academias

31 CRMV-PR


w w w . c r m v - p r. o r g . b r

Vai viajar nesse VERテグ? Programe-se. Nテ」o ABANDONE quem nunca te abando naria.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.