Infravermelho na policia

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“Câmera que registra o invisível é nova arma da polícia de SP” Folha de São Paulo-Laura Capriglione

Infravermelho na polícia: um gasto necessário? João Ricardo e Thiago Mendes 1 EM

No começo desse ano, o estado de São Paulo fez um investimento que de início não parecia um bom negócio: a compra de cinco máquinas fotográficas que captavam infravermelho, cada uma pelo valor de uma viatura de pequeno porte, 35 mil reais.

Fig. 1 - Câmera Flir T300 (Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/872817camera-que-registra-o-invisivel-e-nova-arma-da-policia-de-sp.shtml)

Tal máquina, a Flir T300, tem a capacidade de captar imagens em infravermelho, ou seja, captar a imagem térmica de determinado lugar ou objeto que esteja entre -20 e 650 graus Celsius. Até o momento, a máquina tem sido aprovada pelos profissionais responsáveis pelo manuseio da câmera, como foi citado pelo perito criminal José Antônio Moraes, 68: "Ela pode ser muito útil, por isso, nas


investigações envolvendo coisas que não sejam visíveis a olho nu, mas emitam calor."

Fig. 2 Imagem em infravermelho: as partes mais quentes são registradas em vermelho e as partes mais frias em azul. Essa reprodução depende da câmera infravermelha usada. Esse tipo de imagem pode ser usada na detecção de tumores, que se apresentam salientes na pele pelos pontos de calor. (Fonte: http://infrared.zip.net/)

As câmeras de infravermelho têm uma abrangência de utilidades razoável, já que pode ser usada na medicina, para a detecção de tumores e tratamento de inflamações, também é usada nos detectores de presença modernos, e como anteriormente foi citado na reportagem, tem um importante uso pericial. O campo militar apresenta mais utilidades para os raios IV, e foi a primeira área a fazer o uso prático de tal tecnologia. De fato, o primeiro uso do infravermelho foi militar, e aconteceu durante os anos 60, na guerra do Vietnã, sendo usada pelos americanos como um dispositivo que permitisse a visão no escuro. Na época, os aviões eram equipados com as máquinas de infravermelho, assim permitindo a localização de inimigos, aliados e suprimentos em solo. Contudo, hoje os equipamentos são pequenos e podem ser portados tranquilamente por quase qualquer pessoa.


Fig. 3 Infravermelho usado como “visão noturna”, utilizado em aviões bombardeiros. (http://www.diagonalthoughts.com/wpcontent/uploads/2008/10/ac130gunship2.jpg)

Mesmo com uma receita para a área militar relativamente baixa, antes de o Flir T300 chegar a polícia, o exército brasileiro já começou a usar o infravermelho para visão noturna e equipamentos antiaéreos logo depois do governo lançar a Estratégia Braço Forte, na qual o governo liberou 150 milhões de reais para o uso militar. Esse projeto foi lançado para que as Forças Armadas se adequassem a Estratégia Nacional de Defesa, lançada pelo Ministério da Defesa.


O uso do infravermelho, como uso militar, recebeu grande aprovação pelas forças armadas, mas nem em todos os casos os responsáveis Flir T300 se

mostraram

satisfeitos.

Alguns

funcionários

públicos

mostraram

desaprovação à compra das câmeras, já que com cada uma foram gastos mais de 35 mil reais, e o salário de um fotógrafo não ultrapassa os 2500 reais, remuneração que não aumenta a mais dezesseis anos, mostrando que os investimentos realizados pelo governo do estado de São Paulo nem sempre são bem manejados e distribuídos para os devidos fins. Mas, afinal, mesmo com um preço abusivo, as câmeras, se devidamente usadas, devem apresentar bom trabalho a sociedade e servir como um fator de intimidação da polícia para com os bandidos, e além do mais poderia vir a ser usada em tratamentos médicos, mas é um equipamento que enquanto nas mãos do estado, só prestará serviço para a perícia criminalística de São Paulo. Referências bibliográficas: http://infrared.zip.net/ http://www.infraredmed.org/index.php http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/872817-camera-que-registra-o-invisivel-e-novaarma-da-policia-de-sp.shtml http://www.diagonalthoughts.com/wp-content/uploads/2008/10/ac130gunship2.jpg http://vootatico.com.br/archives/7286 http://www.cavex.eb.mil.br/ http://www.exercito.gov.br/web/guest



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