LENDAS E VISAGENS DE SOURE - ARQUIPÉLAGO DO MARAJÓ

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Márcio Vitelli

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o seu rosto. Boaventura montava seu cavalo baio. Os arreios eram tão bem cuidados que as argolas brilhavam muito. Daí em diante, eles passaram a se encontrar. Boaventura quis ajudar o amigo e ofereceu uma “botija” cheia de jóias que estava enterrada, mas Merá não aceitou. Mesmo tendo encontrado todas as pistas da localização do tesouro dos finados colonizadores (naquela época não havia banco). Merá não quis o presente porque, se aceitasse, partiria de Soure para sempre e sofreria terrível maldição. Muitos anos depois Merá morreu. Enquanto o pessoal da fazenda velava o corpo, viu chegar um rapaz que não saudou ninguém. Ele ficou parado na porta, olhando firme para o corpo do falecido. Depois, se afastou e desapareceu. Os presentes no velório diziam que era o Boaventura que se despedira do amigo.

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