Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição

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IMPRESSO ESPECIAL 991 22 55 307- DR/MG SOC. MINEIRA DE ENGENHEIROS CORREIOS

ANO 3 | EDIÇÃO 16 | FEV -MAR - 2013

RAIO X DAS AGÊNCIAS REGULADORAS: TÉCNICA X POLÍTICA ENGENHEIRA DO ANO Maria das Graças Foster recebe homenagem da SME

CHINA X BRASIL Artigo de João Camilo Penna

ENTREVISTA Bernardo Figueiredo, presidente da EPL fala sobre investimentos em logística

P&D PARA CRIAR NOVOS PRODUTOS | RESPONSALIDADE SOCIAL EMPRESARIAL ENGENHARIA DE INCÊNDIO | MEIO AMBIENTE E MUITO MAIS.




EDITORIAL | PALAVRA DO PRESIDENTE

O cumprimento de normas em respeito à vida

P

assados os primeiros dias de comoção pela tragédia de Santa Maria (RS), é hora de uma reflexão sobre o episódio e seus desdobramentos. Muitas análises foram feitas por especialistas, reforçando a sucessão de erros e omissões que levaram à morte prematura de dezenas de jovens. Neste momento, muitos dos sobreviventes seguem internados lutando pela vida em um leito de hospital. As marcas dessa tragédia ficarão para sempre na história do Brasil e da pacata cidade gaúcha, que se transformou em manchete dos principais jornais do mundo. Permanecerão na memória dos brasileiros e estão como ferida viva no seio das famílias que perderam seus filhos. Ao contrário do que possa parecer o risco de sinistros como esse não está ou estava localizado, no caso da boate Kiss, apenas em solo gaúcho, mas encontra-se espalhado pelo território brasileiro. Por negligência, omissão, ganância ou simples vista grossa, nem sempre são cumpridas as exigências legais mínimas contidas nas Normas Técnicas Brasileiras de engenharia para a construção e implantação de empreendimentos com áreas comuns ou não. As normas são objetivas e o cumprimento das mesmas constitui uma das etapas essenciais para se colocar em funcionamento qualquer estabeleci-

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Ailton Ricaldoni Lobo Presidente da SME

mento seja comercial, residencial, de lazer ou esportivo. A exigência de um profissional de engenharia responsável pela obra é regra e não há exceção. O uso de novas tecnologias de matérias e de equipamentos, de controle de acesso em ambientes públicos é uma prática indispensável em qualquer projeto. As ferramentas existem e precisam ser bem utilizadas. Portanto, não havia e não há ensinamento necessário no horror vivenciado, em Santa Maria, para que esse conjunto de elementos seja observado na base de projetos de engenharia. Se isto não ocorre, poderíamos inferir, por outro lado, que a fiscalização é insuficiente ou inexiste, o que tornaria inútil a ideia de bem estar, de conforto e segurança, porque estaríamos envolvidos em um jogo absurdo de sorte e azar. A vida não pode ser tratada como peça de um

joguete macabro, mas um campo de sonho, de esperança, de alegria, de projetos a serem realizados e que foram brutalmente interrompidos, tragados pelas chamas na noite de Santa Maria. Além de punição para os responsáveis pela tragédia no município gaúcho, acreditamos que a sociedade brasileira deve exigir o cumprimento e/ou aperfeiçoamento de instrumentos legais que estabelecem ou regulamentam as relações entre aquilo que é de interesse da população e aquilo que é de interesse e responsabilidade de todos que participam dessa sociedade, seja na área pública ou privada. Em meio à dor, fazemos a defesa intransigente de que cada cidadão, cada família, de que a sociedade não aceite ver os jovens, adultos ou crianças terem suas vidas ceifadas por negligência e descaso.


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PRESIDENTE Ailton Ricaldoni Lobo VICE - PRESIDENTES Ronaldo José Lima Gusmão José Luiz Nobre Ribeiro Victório Duque Semionato Alexandre Francisco Maia Bueno Délcio Antônio Duarte DIRETORES Luiz Felipe de Farias Diogo de Souza Coimbra Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz Marcílio César de Andrade Alessandro Fernandes Moreira José Flávio Gomes Fabiano Soares Panissi Janaína Maria França dos Anjos Normando Virgílio Borges Alves Clemenceau Chiabi Saliba Júnior SUPERINTENDENTE José Ciro Mota

Publicação

CONSELHO DELIBERATIVO Marcos Villela de Sant'Anna Teodomiro Diniz Camargos Jorge Pereira Raggi Flavio Marques Lisbôa Campos Rodrigo Octavio Coutinho Filho Paulo Safady Simão José Luiz Gattás Hallak Alberto Enrique Dávila Bravo Cláudia Teresa Pereira Pires Márcio Tadeu Pedrosa Sílvio Antônio Soares Nazaré Felix Ricardo Gonçalves Moutinho Levindo Eduardo Coelho Neto Fernando Henrique Schuffner Neto Ivan Ribeiro de Oliveira CONSELHO FISCAL José Andrade Neiva Nilton Andrade Chaves Carlos Gutemberg Junqueira Alvim Alexandre Rocha Resende Wanderley Alvarenga Bastos Júnior

CONSELHO EDITORIAL Ailton Ricaldoni Lobo Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz Janaína Maria França dos Anjos Fabiano Soares Panissi José Ciro Mota Ronaldo José Lima Gusmão

Tiragem 10 mil exemplares | Bimestral

Coordenador Editorial Ronaldo José Lima Gusmão

Distribuição Gratuita Via Correios e Instituições parceiras

Jornalista Responsável Luciana Maria Sampaio Moreira MG 05203 JP

Publicação | SME Sociedade Mineira de Engenheiros Av. Álvares Cabral, 1600 | 3ºandar Santo Agostinho Belo Horizonte | Minas Gerais CEP - 30170-001 Tel. (31) 3292 3962 sme@sme.org.br

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Apoio Compromisso, Inovação e Avanço

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ENGENHEIRA DO ANO MARIA DAS GRAÇAS FOSTER, PRESIDENTE DA PETROBRAS

CAPA AGÊNCIAS REGULADORAS

44

RESPONSABILIDADE SOCIAL ARTIGO SÉRGIO CAVALIERI, PRESIDENTE DA ALE

46

SEGURANÇA E TECNOLOGIA PROTEÇÃO CONTRA SURTOS DE RAIOS

48

ENGENHARIA DE INCÊNCIO O LADO TÉCNICO DA TRAGÉDIA

50

GESTÃO DJALMA MORAIS ESTÁ ENTRE OS 30 MELHORES GESTORES DO MUNDO

24

MESTRES DA ENGENHARIA FREDMARCK GONÇALVES LEÃO

26

SME HISTÓRIA LEGADO DE PAULO NEWTON DE PAIVA FERREIRA

32

MEIO AMBIENTE COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS

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34

INOVAÇÃO P&D PARA CRIAR NOVOS PRODUTOS E SERVIÇOS

54

ARTIGO CHINA X BRASIL JOÃO CAMILO PENNA

ENTREVISTA BERNARDO FIGUEIREDO, PRESIDENTE DA EPL FALA SOBRE INVESTIMENTOS EM LOGÍSTICA

56

CAUSOS DE ENGENHARIA

36

NOVOS ENGENHEIROS GUSTAVO RIENTE ANDRADE


EVENTO | ENGENHEIRO DO ANO 2012

Maria das Graças Foster recebe a medalha de Engenheiro do Ano 2012 Pela primeira vez em 30 anos, uma engenheira recebe a honraria

C

om aquele tipo de cerimônia calorosa que só mesmo os mineiros sabem preparar para seus conterrâneos que estão fora do Estado, a Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) homenageou, no último dia 18 de dezembro, no Hotel Mercure Lourdes, em Belo Horizonte, a engenheira química e presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster com a Medalha Sociedade Mineira de Engenheiros – Engenheiro do Ano 2012. Pela primeira vez em três décadas, uma mulher entrou para a seleta lista de notáveis que tiveram seu trabalho e dedicação destacados pela Sociedade. Acompanhada por membros da diretoria da entidade, pelo ex-presidente da entidade, chanceler da Medalha e presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto e pela secretária de Estado de Desenvolvimento

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Econômico de Minas Gerais, Dorothea Werneck e o secretário municipal de Serviços Urbanos, Pier Senese desde a entrada do hotel, a executiva que já foi eleita a terceira mulher de negócios mais poderosa do mundo não escondeu a emoção pela homenagem carinhosa preparada pela SME. Com auditório lotado, o presidente da SME, Ailton Ricaldoni, abriu a solenidade agradecendo aos engenheiros que, de forma voluntária, participam dos t r a balhos das Comissões Técnicas da entidade. “O pensamento do engenheiro e sua criatividade se manifestam no dia a dia e não apenas nas edificações, mas em diversas outras áreas da atividade humana, como a de petróleo e gás, muito bem representada pela nossa homenageada de hoje, que simboliza o que a Engenharia tem de melhor”, afirmou.


Homenageada Maria das Graças Foster e Ailton Ricaldoni, presidente da SME

O chanceler da Medalha Engenheiro do Ano 2012, José da Costa Carvalho Neto, lembrou que Maria das Graças Foster construiu uma carreira robusta na Petrobras, onde trabalhou em diversos setores. Com o conhecimento acumulado, galgou diversas posições de liderança, até ser convidada, pela presidenta Dilma Rousseff, a ocupar a presidência da maior empresa brasileira em fevereiro de 2012. “Ela é focada em resultados, tem conhecimento técnico, inconteste liderança e sensível poder de negociação. Tem o coração maior que a produção de petróleo da Petrobras”, elogiou Costa que agradeceu, ainda, a honra de ter sido o chanceler da Medalha Engenheira do Ano 2012, pelo reconhecimento a Maria das Graças Foster, uma profissional que, formada para vencer desafios, tem incentivado enge-

Engenheira do Ano e Dorothea Werneck, Secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico/MG

nheiros dentro e fora da Petrobras. Além de engenheira e executiva de sucesso, Maria das Graças Foster é uma mulher comum, com família, filhos, gostos adquiridos ao longo do tempo, como ir a praia. Torcedora do Botafogo, ela é figurante da Escola de Samba União da Ilha, que fica no bairro em que morou durante anos. “É muito bom olhar pela janela do avião e ver que estou chegando na minha terra. Belo Horizonte é a terra de minha mãe,Terezinha e essa homenagem da SME tem um significado especial para mim, mineira de Caratinga mas carioca do Morro do Adeus, no Complexo do Alemão, depois da Ilha do Governador e, mais recente, de Copacabana e Ipanema. Eu costumo dizer que sou uma mineira carioca”, ressaltou. Ela disse, também, que o seu percurso de vida não foi fácil. “Tenho

José da Costa Carvalho Neto, chanceler da Medalha e presidente da Eletrobras

orgulho das minhas escolhas, uma delas a de ser engenheira”, destacou a homenageada. Ela dividiu o reconhecimento da SME com a equipe de profissionais que a assessoram e subsidiam de informações. Para Maria das Graças Foster, a empresa tem grandes desafios, assim como o país, que apesar das inúmeras políticas sociais e da estabilidade econômica, ainda tem muito a avançar. “Eu me sinto feliz em participar desse período de mudanças que o país tem experimentado nos últimos anos”, analisou. Ela encerrou o discurso “abrindo as portas” para que outras engenheiras mineiras, como ela, possam ingressar na lista de Engenheiros do Ano da SME. “Será que, em 30 anos, nenhuma engenheira mereceu essa medalha? Isso não é possível”, questionou.

Repercussões Olavo Machado, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) “Maria das Graças Foster simboliza o nível de qualidade da engenharia brasileira, reconhecida em todo o mundo por sua excelência. A belíssima carreira que construiu na Petrobras, onde entrou como estagiária e chegou à presidência, revela a sua dedicação e compromisso com a profissão. O título de Engenheira do Ano 2012, que lhe foi concedido pela Sociedade Mineira de Engenheiros, é, portanto, justa e merecida homenagem que a Federação das Indústrias de Minas Gerais subscreve e aplaude. Parabéns à SME pela escolha! Parabéns à presidente Graça Foster pela conquista!”


“Não poderia ser mais oportuna a indicação do nome da Dra. Graça Foster para Engenheiro do Ano 2012. Mais do que as valiosas contribuições ao campo da Engenharia, a Dra Foster se destaca por sua atuação brilhante e decisiva para o desenvolvimento da indústria de gás natural no Brasil e, notadamente, em Minas Gerais, tendo sido homenageada, em 2011, no aniversário de 25 anos de fundação da nossa Gasmig”. José Carlos de Mattos, presidente da Gasmig “Eu achei que a Sociedade Mineira de Engenheiros está de parabéns por homenagear engenheira mineira que milita há muitos anos na Petrobras e que, pelo seu valor, mostrou que pode ocupar o cargo de presidente da maior empresa do Brasil. Outra felicidade da SME foi ter indicado o José da Costa para ser o chanceler da Medalha. Foi uma noite memorável! A diretoria da SME está de parabéns.” Tarcio Primo Belém Barbosa, ex-presidente da SME, ex-presidente do CREA-MG, ex-secretário de Obras Públicas e atualmente presidente AAEMG-UFMG “A SME foi muito feliz ao escolher a Graça Foster como Engenheira do ANO 2012. É uma profissional que engrandece a nossa classe. Pessoa de notável capacidade de planejamento, execução e obtenção de resultados. Conheço e acompanho de perto sua carreira há cerca de dez anos.Atualmente preside a Petrobras, a maior empresa da América Latina, onde está resgatando os conceitos mais puros da engenharia: planejamento, engenhosidade, controles, produtividade, qualidade, segurança, padronização. Com certeza será muito bem sucedida e os resultados aparecerão em pouco tempo.”

“Foi importante a escolha da presidente da Petrobras para este prêmio: se há no Brasil uma mulher que mereceu esta homenagem é ela, pela sua história de luta, determinação e competência. O seu discurso foi o de uma verdadeira estadista: focado, envolvente e objetivo. Penso, ainda, que a presença dela em Belo Horizonte poderia ter sido mais divulgada, pois merecia mais destaque na mídia e no público empresarial pelo que ela representa para o Brasil como técnica, executiva e mulher.” Flávio Campos , presidente Leme Engenharia e vice-presidente da SME “Entregou o livro da historia da engenharia para ela. Falar da nobreza da premiação que a SME tem feito e as indicações são pessoas que tem grande contribuição para MG e para o Brasil como um todo. Louvando a iniciativa da SME. Incentivo para alunos da engenharia porque a Petrobras representa para o Brasil e a aspiração dos alunos, uma das possibilidades mais cobiçadas é ingressar na Petrobras pelo que representa para o país e desenvolvimento da carreira do aluno.” Benjamin Rodrigues Menezes, diretor da escola de engenharia da UFMG “Desde que Maria das Graças Foster assumiu o comando da Petrobras, no início de 2012, ela já mostrou que não lhe faltam coragem, determinação, conhecimento e foco para lidar com a complexidade desde gigante que é a Petrobras. Existe muita coisa a ser feita, com benefícios importantes para o Brasil. Fico feliz de, neste momento de transformação e evolução, uma engenheira como nós estar à frente da empresa da qual a Mendes Júnior tem sido parceira importante há décadas. Nós, engenheiros, estamos sempre focados em fazer acontecer, em aplicar conhecimento e inteligência na obtenção de grandes resultados. É o que a Petrobras e o Brasil precisam. É o que Maria das Graças Foster está fazendo.” J. Murillo Valle Mendes, presidente da Mendes Júnior e Engenheiro do Ano pela SME em 2009

Site :Valor Econômico

Sérgio Cavalieri, presidente do Grupo Ale,



SME

ENGENHEIRO DO ANO 2012

A solenidade teve a participação de lideranças empresarias e políticas, engenheiros, formadores de opinião e diretores da SME

José Carlos de Matos, Paulo Henrique e Rodrigo Coutinho

Ederson Bustamante, Raimundo Fernandes, Antônio Lombardo e Hélio Nonato

Murilo Mendes e Roberto Braga Patrocínio

Daniel Marinho e Michelly Girundi

Lavia Jentzsch, Ana Rosa Lourenço, João Lourenço, Andréia Mohallem e Tarik Mohallem

José Ciro Mota, Marcelo Mota, Aurélia Sica, Wagner Almeida Barbosa

Levindo Coelho, José da Costa, Mariana Coelho

Regina Marinho e Roberto Marinho

Wedson Luiz, Luciana Sampaio e Marcelo Távora

Fabiano Panissi, Alexandre Resende e Bayron Drumond


Ronaldo Gusmão, Alexandre Resende e Sérgio Cavalieri

Maria das Graças Foster e Alexandre Resende

André Martins Carvalho, Paulete Martins e Antônio Humberto

Breno Assis e Cássia Milanez

Olavo Machado, Lucas Gerken, Felipe Mota, Aloisio Vasconcelos

Maria Eugênia Valente, Heloisa Paiva, Isis Carvalho, Ana Elisa Lobo, Numa Jentzsch, Regina Coelho

Sérgio Cavalieri e Werner Rohlfs

Antônia Sônia Cardoso, André Luiz e Angela Menin

Ailton Ricaldoni, Fabio Tito, Marcos Carvalhaes, José da Costa

Ronaldo Gusmão, Ailton Ricaldoni, Jalmelice Luz, Fabiano Panissi, José Luiz Nobre Ribeiro e Alexandre Resende

Antônia Sônia Cardoso, Maria das Graças Foster e Janaina França

Murilo Mendes e Ailton Ricaldoni

Eduardo Mota, Marcos Jeber, Fábio Dutra e Jairo de Jesus

Marcelo Mota, Maria das Graças Foster e Ciro Mota

Maria Luiza Pimenta, Adalberto Resende e Ronaldo Gusmão

Aloisio Vasconcelos,Victório Seminonato e Murilo Mendes


CAPA | AGÊNCIAS REGULADORAS

Serviços em crise, atuação técnica comprometida Como acontece anualmente, o

ampliações de redes que, pela

como telefonia, energia e transpor-

Sistema de Informações de

constância na lista dos serviços

tes, as agências reguladoras per-

Defesa do Consumidor (Sindec),

mais criticados há muitos anos,

deram autonomia, transparência

que reúne dados coletados pelos

ainda não se tornaram realidade.

e, consequentemente, credibili-

Procons de 23 Estados e também do Distrito Federal, acaba de divulgar o ranking dos setores que mais receberam reclamações em 2012.

Copa do Mundo, o atraso nas obras do setor energético podem resultar em apagões nas capitais que

Das 2,3 milhões de queixas regis-

sediarão a competição. E a Agência

tradas em todo o país, 19,7% a

Nacional

mais que no ano anterior, mais

(Aneel), nesses casos? Basta apenas

uma vez, a telefonia celular, ser-

detectar a existência de problemas?

viço público explorado pela inicia-

Como solucioná-los a tempo?

tiva privada, foi o mais “lembrado”

A qualidade e a gestão da malha

pelos consumidores brasileiros

rodoviária brasileira e dos aero-

com 172.119 reclamações, ou

portos, também são problemas

9,17% do total.

que o país pretende solucionar

Em uma típica relação de “amor e ódio”, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel),

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Da mesma forma, às vésperas da

de

Energia

Elétrica

recorrendo às concessões a iniciativa privada. O processo, conduzido pela ANTT, está acelerado.

dade nos últimos anos, passando a moeda de troca política que, na maioria das vezes, não avalia os reflexos e riscos para a população. Falta de recursos, terceirização da mão de obra, mudanças nas regras de aprovação dos novos diretores e o lobby agressivo dos setores regulamentados estão entre os fatores que explicam essa “mudança de curso”. Antes de ser empossado como o primeiro presidente da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), engenheiro civil com mestrado em Economia, José Alexandre Nogueira Resende, rece-

responsável pela regulamentação

Criadas no governo Fernando

beu a incumbência do Palácio do

e fiscalização do serviço, tanto

Henrique, entre dezembro de 1996

Planalto de fazer o esboço da lei

castiga quanto absolve as quatro

e setembro de 2001, para garantir

que criou a agência, em 2002. Em

empresas que exploram o setor –

a estabilidade regulatória dos ser-

seis anos no cargo, ele teve a

Claro, Oi, Tim e Vivo – mediante

viços públicos concedidos pelo go-

oportunidade conhecer, também,

promessas de investimentos e

verno federal à iniciativa privada

o trabalho executado pela ANEEL,


José Alexandre Nogueira Resende, ex-presidente da ANTT, engenheiro civil com mestrado em Economia, recebeu a incumbência do Palácio do Planalto de fazer o esboço da lei que criou a agência, em 2002

da ANTAQ e da ANP e de experi-

uma Rodovia Presidente Dutra

faziam

mentar, de perto, a pressão exer-

para ligar São Paulo e Rio de

antes de serem votadas e aprova-

cida pelos concessionários para

Janeiro, existe uma relação típica

das por diretorias colegiadas, pas-

driblar a fiscalização e as multas, ou

de monopólio, o que deve ser

savam por audiências públicas.

seja, a regulamentação. “Minha sa-

combatido, assim como a for-

A ideia era mesmo reduzir a par-

batina, no Senado, durou cinco

mação de cartéis e os abusos do

ticipação do Estado em todas as

horas e eu não sabia o que seria

poder econômico.

decisões, principalmente aquelas

perguntado ou por quem. Atualmente, essa cerimônia que avaliaria

De acordo com o engenheiro,

regulamentações

que,

de caráter técnico.

conceder e privatizar são a

Durante o governo de Luis Inácio

mesma coisa. No final, o ganho

Lula da Silva houve a mudança

colhido de acordo com o seu cur-

será para o poder federal, mas

ideológica no conceito dessas

rículo vitae, foi transformada em

durante a validade de contratos

entidades. “Parece que o Partido

uma apresentação formal, com rá-

que são de longo prazo – entre

dos Trabalhadores (PT) não acei-

pida aprovação”, comenta.

20 e 35 anos – é preciso fazer

tava muito bem a ideia de agências

Para ele, a agência reguladora,

ajustes de acordo com a dinâ-

independentes, como se isso re-

mica do mercado e demanda

presentasse a perda de poder do

pelo serviço. Por isso, a indepen-

executivo”, aponta.

o notório saber do candidato, es-

hoje, não segue as diretrizes iniciais de regular e fiscalizar os contratos de concessões do poder público para a iniciativa privada. “O princípio básico da agência é regular esses setores que são explorados por poucos players e, por isso, não são autocompetiti-

dência das agências é essencial, do ponto de vista técnico e também político. “O regulador tem que fiscalizar muito bem. Essa estrutura tem que ser muito bem montada”, afirma.

A criação de outros órgãos e de aparelhos políticos anexos para tratar dos mesmos problemas resultou no enfraquecimento da atuação das agências e da sua credibilidade. “É preciso refun-

vos por si só”, resume. No setor

Segundo Resende, nos primeiros

dar as agencias reguladoras”,

de transportes, como há apenas

anos de funcionamento, as agências

recomenda.


CAPA | AGÊNCIAS REGULADORAS

Pedro Jaime Ziller de Araújo, engenheiro elétricista, mas com bagagem acumulada na área de Telecomunicações e Informática, ex-presidente da Anatel, também é um defensor das agências reguladoras

Ele não tem críticas em relação à

de defesa. Na minha época, tive-

Ele ficou no cargo por um ano e

composição do corpo técnico das

mos um corpo jurídico para criar

depois foi conselheiro da agência.

agências reguladoras. Resende

resoluções a esse respeito e os

“Quando entrei, em janeiro de

d e fende os funcionários con-

fiscais tinham autoridade para

2004, não tínhamos funcionários

cursados pela qualificação que

multar, notificar a autuar, mas tudo

concursados. Aqueles que estavam

apresentam. Com a estabilidade

com base legal, de acordo com os

lá eram “emprestados da Telebrás”,

do cargo, têm maior autonomia

contratos”, argumenta.

recorda. Para o engenheiro, o que

para atuar, diferente dos muitos contratados.

fala em melhoria da infraestrutura

garante a independência das agências é a autonomia dos técnicos.

Geralmente, o corpo técnico é

brasileira, a agência é coordenada

Araújo deixou a Anatel no final do

composto por engenheiros, eco-

por funcionário público, ex-treina-

governo Lula e percebeu que,

nomistas e advogados, em uma di-

dor de um time de basquete e

desde então, houve avanços, como

visão de 30% para cada categoria,

três funcionários de carreira da

o incentivo à competição do

cada um com uma atribuição

ANTT.

setor, rigor na fiscalização mas

complementar. Afinal, o que está em jogo são contratos.

16

No “olho do furacão” quando se

Graduado em Engenharia Elétrica, mas com bagagem acumulada na

ainda há falhas a serem corrigidas. “A agência precisa se desenvolver melhor para forçar as empresas a

Apesar dos problemas estrutu-

área de Telecomunicações e Infor-

rais, o engenheiro defende as

mática, o ex-presidente da Agên-

agências reguladoras. “Antes da

cia Nacional de Telecomunicações

criação da ANTT era o Departa-

(Anatel), Pedro Jaime Ziller de

mento Nacional de Estradas de

Araújo, também é um defensor

Os últimos trabalhos do enge-

Rodagem (DNER), que aplicava as

das agências reguladoras, embora

nheiro à frente da Anatel foram

multas. Só que elas não eram

reconheça que há muitos proble-

sobre portabilidade e sobre a

pagas porque o procedimento era

mas a serem resolvidos para que

separação da banda larga da

juridicamente questionado sob o

elas atuem de acordo com suas

concessão, uma questão que

argumento de que não havia direito

atribuições originais.

prejudica a atuação da agência

prestarem melhores serviços de telefonia para usuários”, reconhece.


Aloísio Vasconcelos é ex-presidente da SME, ex-presidente da Eletrobras e da Alstom

“As agências são iguais àquele remédio que tem contra-indicações. Ruim com elas, pior sem elas” porque, quando há mistura,

Eletrobras e da subsidiária fran-

regular o mercado. “Os enge-

mais complexos são os contra-

cesa Alstom, focada nos setores

nheiros são os mais habilitados

tos e o controle dos serviços

de energia e transportes e, ainda,

para gerenciar. O engenheiro é

fica dificultado, já que não é

funcionário da Companhia Ener-

eclético e vê todos os ângulos

possível saber o montante que

gética de Minas Gerais (Cemig)

de um problema e, por isso,

está sendo investido em uma

por uma década, da qual seis

pode sugerir soluções”, enfatiza.

área ou em outra, ou se há,

anos como engenheiro e quatro

realmente, aportes já realiza-

ocupando cargos de gestão,

Na China que é o grande mo-

dos, conforme acordado entre

engenheiro Aloísio Vasconcelos,

delo para o mundo hoje em

as partes.

o credencia para falar sobre as

desenvolvimento, a maioria

agências reguladoras sob outro

dos ministros são engenhei-

enfoque, o de regulado.

ros. No Brasil, infelizmente,

Atualmente a Agência possui 496 servidores com formação em

não há muitos engenheiros no

engenharia de um total de

“Sempre fui defensor das agên-

1. 583 servidores, ou seja, os

cias reguladoras porque elas são

engenheiros correspondem a

autônomas, ou pelo menos deve-

31,33% do quadro total. O Con-

riam ser. A agência trabalha para

selho Diretor, composto por

a sociedade e não é um órgão

las que têm engenheiros apre-

cinco profissionais, dos quais

vinculado ao governo”, defende.

sentam melhores resultados.

Para o engenheiro, a atuação

Para fechar a discussão, uma

das diretorias colegiadas é es-

frase de efeito. “As agências são

O currículo do ex-presidente da

sencial para que as agências

iguais àquele remédio que tem

Sociedade Mineira de Engenhei-

realmente consigam cumprir a

contra-indicações. Ruim com

ros (SME), ex-presidente da

sua função primordial, que é

elas, pior sem elas”, conclui.

dois engenheiros, dois advogados e um economista.

primeiro escalão do governo. Nas agências, “é claro que isso não é obrigatório” aque-

17


CAPA | AGÊNCIAS REGULADORAS

Quem é quem nas agências reguladoras Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)

Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ)

Atualmente a agência possui 496 servidores com formação em engenharia de um total de 1583 servidores, 31,33% do quadro total. O Conselho Diretor da agência tem mandato de cinco anos.

Com 191 funcionários terceirizados, a agência tem, hoje, 58 engenheiros que não atuam, necessariamente, na sua atividade.

Presidente do Conselho Diretor – João Batista de Rezende é economista com mestrado em Economia pela PUC-SP. Conselheiro - Jarbas José Valente é engenheiro eletrônico e de telecomunicações graduado pela UnB, é especialista em análise de sistemas, em comunicação de dados e em marketing de serviços e, ainda, diversos cursos internacionais. Conselheiro - Marcelo Bechara de Souza Hobaika é advogado pós- graduado em Direito da Economia e da Empresa (FGV) e especialista em Direito de Tecnologia. Conselheiro - Roberto Pinto Martins é engenheiro eletricista pela UnB com mestrado em Engenharia Elétrica na área de concentração da Computação Gráfica (Unicamp). Conselheiro - Rodrigo Zerbone Loureiro é advogado pela (UFES) e servidor de carreira, tendo sido especialista em políticas públicas e gestão governamental do poder executivo federal desde 2006.

18

Diretor-geral substituto - Pedro Brito, economista, graduado pela UFCE e mestre em Administração Financeira pela Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia (COPPE) da UFRJ. Foi ministro de estado da Secretaria de Portos da Presidência da República, de maio de 2007 a janeiro de 2011, e ministro de estado da Integração Nacional, de março de 2006 a março de 2007, onde também exerceu as funções de chefe de gabinete e secretário executivo, de abril de 2004 e março de 2006. Diretor - Fernando José de Pádua Costa Fonseca, engenheiro civil pela Escola de Engenharia do Triângulo Mineiro, com sede em Uberaba tem Especialização em Engenharia Econômica pela AEUDF MBA em Regulação e Concessão de Serviços Públicos (FGV); Gestão Ambiental no Setor Transportes – Centro de Desenvolvimento Sustentável da UnB, MBA em Defesa da Concorrência, CADE–FGV. Diretor Interino – Mário Povia, advogado, pertence a quadro efetivo da Agência e é especialista em regulação de serviços aquaviários.


Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) Dos servidores concursados, que totalizam 533, 154 são graduados em Engenharia, ou seja, 29% do total. Em janeiro foi realizado concurso público para preenchimento de 152 vagas Diretora Geral – Magda Maria de Regina Chambriard é engenheira civil pela UFRJ e pós graduada em Engenharia Química pela mesma instituição e em Engenharia de Reservatórios e Avaliação de Fo r mações, pela Universidade Corporativa da Petrobras. Diretor – Helder Queiroz Pinto Jr. é economista pela UFRJ com mestrado em Planejamento Energético pela mesma instituição e doutorado pelo Instituto de Economia e Política de Energia da Universidade de Grenoble (França). Diretor – Florival Rodrigues de Carvalho é engenheiro químico pela UFPE com especialização em Engenharia de Segurança, mestrado e doutorado em Engenharia Química pela Unicamp. Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Diretor geral - Nelson Hubner é engenheiro eletricista formado na UFF, com pós-graduação em Matemática. Foi ministro interino de Minas e Energia por oito meses, entre 2007 e 2008 e também secretário-executivo da ex-titular Dilma Rousseff entre 2005 e 2007, como chefe de gabinete (2003 a 2005) e como assessor do Departamento de Política Energética (2002). Na ANEEL, foi assistente da Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Eletricidade (SFE) de 2000 a 2001. Diretor - Edvaldo Santana, é graduado em Engenharia Elétrica pela PUC-RJ. Mestre e doutor em Engenharia da Produção pela UFSC e professor licenciado da mesma instituição.Atua na ANEEL desde 2000, no cargo de superintendente de Estudos Econômicos de Mercado. Doutor em Engenharia da Produção trabalhou durante 17 anos na Eletrosul nas áreas de engenharia, planejamento e financeira. Diretor - Romeu Rufino é formado em Ciências Contábeis e pós-graduado em Contabilidade Gerencial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), atuou durante 15 anos

na área econômica e financeira como contador e a s sistente da diretoria da Eletronorte. Foi auditor durante cinco anos na PriceWaterhouse Auditores Independentes. Diretor - Julião Coelho é advogado e procurador do Distrito Federal.Atuou como Procurador Federal junto à ANEEL entre agosto de 2002 e novembro de 2004. Entre 2005 e 2009 atuou como advogado em questões de Direito de Energia Elétrica. Diretor - André Pepitone é engenheiro civil com especialização em Geotecnia. Está na Agência desde 2000, onde trabalhou nas áreas de concessões e autorizações da geração e estudos econômicos de mercado. A partir de 2005, passou a ocupar cargo efetivo de Especialista em Regulação. Agência Nacional de Transportes Terrestes (ANTT) Diretor geral em Exercício - Ivo Borges de Lima é graduado em Serviço Social com pós-graduação em Comunicação Social pelo CEUB. Foi assessor parlamentar e secretário de Trabalho do Distrito Federal no governo de Maria Abadia (PSDB) em 2006. Diretor - Jorge Luiz Macedo Bastos - administrador de empresas com pós-graduação em Gestão de Negócios (FGV), era diretor da equipe de basquete Universo, que pertencia ao ex-senador Wellington Salgado em 2010, quando seu nome foi indicado para o cargo. Diretora Interina - Ana Patrizia onçalves Lira é servidora da ANTT desde 2002 é pós-graduada em Direito Tributário pela Escola Superior de Advocacia (ESA) e em Regulação de Transportes Terrestres pela UFRJ. Diretor Interino - Carlos Fernando do Nascimento é servidor de carreira da ANTT desde 2006, é advogado, especialista em Direito Administrativo e Processo Administrativo pela Universidade Cândido Mendes e em Regulação de Transportes Terrestres pela UFRJ. Diretora Interina - Natália Marcassa de Souza é servidora de carreira da ANTT desde 2006, é mestre em Economia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), possui especialização em Transportes Terrestres pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e é bacharel em Economia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR).


GESTÃO | AGÊNCIAS REGULADORAS

Agência Nacional das Águas (ANA) Diretor-presidente - Vicente Andreu Guillo é estatístico, foi Secretário Nacional de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente. Funcionário de carreira da Companhia Paulista de Força e Luz, presidiu ainda a Usina Termoelétrica Nova Piratininga Ltda. e secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente de Campinas. D i reto r - Jo ã o G i l b e r t o L o t u fo C onejo é engenheiro civil com especialização em hidráulica e mestre em Engenharia Hidráulica Diretor - Dalvino Troccoli Franca é arquiteto pela UFPe, tem longa experiência no setor urbano e em atividades de natureza multidisciplinar como gestão dos recursos hídricos, preservação ambiental e promoção do desenvolvimento rural. Diretor - Paulo Lopes Varella Neto é geólogo pela UFRN com especializaão em Hidrologia Subterrânea pela Universidade Politécnica de Barcelona. Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) Entre os servidores concursados, excluindo-se aqueles cedidos a outros órgãos, existem atualmente cerca de 330 engenheiros, o que corresponde a aproximadamente 30% do total. Diretor –presidente - Marcelo Pacheco dos Guaranys é graduado em Direito e em Ciências Econômicas, é mestre em Direito Público pela UNB e especialista em Direito Econômico e das Empresas pela FGV.

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de São José dos Campos-SP e graduado em E n g e nharia Aeronáutica pelo ITA, está no seu segundo mandato nessa diretoria. Diretor de Regulação Econômica - Ricardo Sérgio Maia Bezerra é advogado graduado pelo UDF e em Administração de Empresas pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília (CEUB), tem pós-graduação em Gestão da Aviação Civil pela UnB. Diretor de Infraestrutura Aeroportuária - Rubens Carlos Vieira é advogado. Foi corregedor-geral da ANAC entre 2006 e 2010, é procurador da Fazenda Nacional e professor de Direito Administrativo da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e da FACIC/SP. Tem, ainda, mestrando em Direito Administrativo na PUC/SP. Agência Nacional de Saúde (ANS) O diretor-presidente (interino) e diretor e Normas e Habilitação dos Produtosda agência é o médico cardiologista André Longo. O diretor de Fiscalização, Diretor de Gestão (interino) é o advogado e procurador federal Eduardo Sales. Diretor de Desenvolvimento Setorial, Diretor de Normas e Habilitação das Operadoras (interino) Bruno Sobral é engenheiro civil pela UnB, onde também fez o mestrado em Economia. Ele completou o MBA na Georgetown University, nos Estados Unidos, em 2009. É servidor da carreira de especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão desde 1998.

Diretor de Operações de Aeronaves - Carlos Eduardo Magalhães da Silveira Pellegrino é OficialAviador pela Academia da Força Aérea-AFA é graduado em Análise de Sistemas pela PUC-RJ e em Engenharia Eletrônica pelo ITA. É mestre em Ciências Aeroespaciais pela UNIFA.

Agência Nacional do Cinema (Ancine)

Diretor de Aeronavegabilidade - Cláudio Passos Simão é oficial engenheiro da FAB, pelo CPORAER

Não há engenheiros na composição da diretoria da agência.

Não há engenheiros na composição da diretoria da agência. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)



CARREIRA | AGÊNCIAS REGULADORAS

Agências reguladoras promovem concursos públicos em 2013 Ao que tudo indica, o governo federal resolveu investir mais nas agências reguladoras. Neste ano, haverá pelo menos três possibilidades de ingresso, via concurso público, para esses órgãos. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) abriu 63 vagas para especialistas em regulação de serviços de transportes terrestres e 17 vagas para analista administrativo (nível superior), com salários que variam entre R$ 9.623,20 a R$ 10.019,20. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também pretende cobrir 100 postos para especialista em regulação e vigilância sanitária e outros 20 para analista administrativo (nível superior), com os mesmos valores salariais. Durante este ano, quatro agências reguladoras devem realizar concursos. A Agência Nacional do Cinema (Ancine), vai abrir 62 vagas para analista administrativo e especialista em regulação (nível superior), com salário de R$ 10 mil. 22

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regula os planos de saúde, vai ofercer 26 vagas para especialista em regulação de saúde suplementar e 31 para analista administrativo (nível superior), com salário de R$ 10 mil. "Os engenheiros interessados devem ter em mente, no entanto, que podem não trabalhar em suasáreas de origem. E essa já é umaprática vigente nas agências. Na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), por exemplo, há 58 engenheiros de diversas especialidades que atuam em outros cargos." A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) é outro exemplo de agência na qual os engenheiros nem sempre atuam na sua carreira de origem. Criada em 2005 para substituir o Departamento Nacional de Aviação Civil, tem a difícil função de regular e fiscalizar as atividades de um setor que, embalado pela estabilidade econômica brasileira, tem experimentado demanda maior que a oferta dos serviços. A ANAC possui em sua carreira 4 cargos: Técnico Administrativo,

Analista Administrativo, Técnico em Regulação e Especialista em Regulação. Apenas para o último, em algumas especialidades, é o b rigatória a formação em Engenharia. No momento, entre os servidores, excluindo os que foram cedidos a outros órgãos, há cerca de 330 profissionais da área, o que corresponde a cerca de 30% do total. Deles, 155 estão lotados na Superintendência de Aeronavegabilidade (SAR), 64 na Superintendência de Infraestrutura e 63 na Superintendência de Segurança Operacional (SSO). O restante está dividido em outros 12 setores da ANAC. Na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que realizou concurso nos primeiros dias de janeiro para 152 novos postos, as oportunidades são inicialmente para engenheiros e geólogos com especialização nessa área. Atualmente, dos 533 concursados, 154 são graduados em Engenharia, ou seja, 29% do total, o que segue a média nacional.


SIDERURGIA | Volta Redonda - RJ

CIMENTO | Arcos - MG

MINERAÇÃO | Congonhas - MG

ENERGIA | Igarapava - SP

LOGÍSTICA | Salgueiro - PE

DESENVOLVIMENTO. HÁ 7 DÉCADAS ESSA É A NOSSA MARCA. Neste ano comemoramos 71 anos de trabalho e compromisso com o desenvolvimento do Brasil JVTV \TH THYJH MVY[L X\L ZL VYN\SOH KL ZL\ WHZZHKV LZ[m JLY[H KL ZL\ WYLZLU[L L JVUÄ H LT ZL\ M\[\YV A partir do sonho de visionários dos anos 40, marcamos a história da industrialização do País com a pavimentação da estrada do crescimento. Hoje, somos um complexo siderúrgico integrado, moderno e competitivo, que atua em toda a cadeia produtiva do aço e nos segmentos de mineração, logística, cimento e energia, nos mercados europeu e norte-americano. Orgulhosa de carregar as cores da bandeira brasileira e contar com a força e a dedicação de milhares de homens e mulheres, nos tornamos um negócio sustentável e estamos entre as empresas que mais investem no País. CSN: 71 anos e muita história pela frente

www.csn.com.br


MESTRES DA ENGENHARIA | FREDMARCK GONÇALVES LEÃO

Da formação de novos profissionais até a qualificação dos cursos de Engenharia Além de formar estudantes de Engenharia durante

Habilidade para ensinar e conhecimento andaram

mais de 40 anos, o professor Fredmarck Gonçalves

juntos na trajetória do professor que deu aulas em

Leão, 81 anos, engenheiro eletricista e mecânico

diversas disciplinas e para variados cursos de

pelo antigo Instituto Eletrotécnico de Itajubá, hoje

E n genharia. Entre elas, Oficinas de Tecnologia

ainda atua na Universidade Federal de Itajubá, em

M e cânica e Instalações Mecânicas, Mecânica

1957 é parte da história de duas das mais impor-

Aplicada e Tecnologia I.

tantes e conceituadas instituições de ensino superior do sul do Estado.

O professor também lecionou “Materiais e Processos” na EFEI e mais uma vez fundador da disciplina

Ele entrou na sala de aula pela primeira vez em

“Química” dos cursos de Engenharia Elétrica do

1954, para dar aula de Matemática no antigo cien-

Instituto Nacional de Telecomunicações de Santa

tífico do Instituto Moderno de Educação e Ensino,

Rita do Sapucaí (Inatel) e da mesma disciplina, para

em Santa Rita do Sapucaí, já extinto. Estudante uni-

a Faculdade de Engenharia Civil de Itajubá, atual

versitário, aproveitou a oportunidade para ganhar

Centro Universitário de Itajubá, mantido pela

experiência. Depois de formado e de atuar profissionalmente como engenheiro, Fredmarck Leão fez o exame de suficiência do Ministério da Educação e Cultura em 1959.

24

Fundação de Ensino e Pesquisa de Itajubá (FEPI). Mas a sua vocação não se restringiu às aulas. Além de professor fundador e ex-diretor do INATEL, entre 1966 e 1970, o engenheiro tornou-se membro da Comissão de Especialistas do

Como professor, não mediu esforços para ensinar.

Ensino de Engenharia (CEEENG) do Ministério

“Sempre tive ótimo relacionamento com os alunos

da Educação (SESU-MEC), o que rendeu contri-

e sempre procurei levar para a sala de aula as ino-

buições preciosas para diversas instituições

vações e novas tecnologias”, destaca.

universitárias brasileiras.


Professor Fredmarck Gonçalves Leão, 81 anos, engenheiro eletricista e mecânico pelo antigo Instituto Eletrotécnico pela Universidade Federal de Itajubá

porque 70% do PIB passa pelas Engenharias e áreas afins. É por isso que é preciso que eles tenham conhecimento técnico, competência e ética pois só assim farão projetos bem elaborados que não impactem o meio ambiente ouprejudiquem as pessoas

Aposentado desde 1999, ele continua a ser lembrado pelos engenheiros e instituições nas quais lecionou. “Presidi mais de 20 formaturas e escrevi um juramento para os formandos”, comenta. A sua preocupação com a qualidade dos profissionais resultou no “Decálogo Desejado ao Perfil do Futuro Engenheiro” que lista as características que aqueles que ingressam na carreira devem observar. “Eu acho que a Engenharia é importante para a sociedade porque 70% do Produto Interno

E u acho que a Engenharia é importante para a sociedade

Bruto (PIB) passa pelas Engenharias e áreas afins. É por isso que é preciso que eles tenham conhecimento técnico, competência e ética pois só assim farão projetos bem elaborados que não impactem o meio ambiente ou prejudiquem as pessoas”, enfatiza. Essa é a lição que ele daria aos jovens professores de Engenharia, que têm a responsabilidade de formar – e bem - homens e mulheres que vão construir o Brasil.

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SME HISTÓRIA – PAULO NEWTON DE PAIVA FERREIRA

Foram os ex-colegas do curso de

O resultado desses encontros

Engenharia Civil da Escola de En-

pode ser comprovado de diver-

genharia da Universidade Federal

sas formas. De acordo com Paulo

de Minas Gerais (UFMG), onde se

Newton Ferreira, muitos sindica-

graduou em 1968, que apresenta-

tos tiveram origem ali, durante

ram Paulo Newton de Paiva Fer-

reuniões realizadas na sede da

reira à Sociedade Mineira dos

SME. Da mesma forma, entidades

Engenheiros (SME). “Eu não per-

já fundadas, tiveram ali, espaço

tencia aos quadros da SME e, por

para se fortalecer e participar

essa razão, não frequentava seu

ativamente do processo de aber-

ambiente ou participava de suas

tura política do Brasil. A reaber-

atividades e programação”, lembra.

tura do restaurante foi outro passo importante para propor-

Mas os tempos de abertura polímas quando se iniciou o processo

os engenheiros que, na década de

eleitoral, fui agradavelmente sur-

1980, se reuniam para discutir es-

preendido pela indicação do meu

tratégias para o fortalecimento

nome, ao lado de companheiros

Presidir uma instituição tradicio-

das entidades de classe para

abnegados e comprometidos”,

nal como a SME, para o enge-

reafirmar vocações tradicionais

afirma.

nheiro, foi uma experiência de

como a cidadania e a defesa dos

Ser a “cabeça” da gestão de uma

interesses da sociedade.

entidade de classe, naquele mo-

“Nas reuniões, concluímos que

mento, configurou-se como um

seria indispensável estabelecer

grande desafio para o enge-

uma pauta de trabalho, cobrindo

nheiro que desenvolveu diversos

todos os espaços nos quais poderíamos ter voz, visão e estratégias adotadas pela SME para a auxiliar o Brasil a redefinir o seu caminho nos âmbitos municipal, estadual e federal”, resgata.

26

cionar reuniões que homenagea-

tica do Brasil também envolviam

projetos, cada um com a sua importância para o que a SME pretendia. “Eu posso falar que o

ram autoridades merecedoras do respeito dos engenheiros.

vida fantástica. “Em primeiro lugar, não carrego piano sozinho. Experimente abrir um pedacinho e você verá como mais gente se aproxima para ajudar, principalmente se entenderem a importância da mudança em curso”, destaca.

principal conceito da nossa ges-

Durante 36 anos, Paulo Ferreira

tão foi o de “casa aberta”, com

foi presidente do Centro Uni-

auditório, salas de reuniões e de-

versitário Newton Paiva, ven-

mais espaços acessíveis para

dido há alguns anos. Ele também

A liderança de Paulo Newton de

qualquer órgão ou entidade li-

foi militante do Sinduscon-MG e

Paiva Ferreira foi reconhecida

gada a Engenharia, como forma

do Sicepot-MG. Afastado do

pelos demais e, em 1983, ele foi

de incentivo para que os profis-

setor, o engenheiro percebe a

eleito presidente da SME para

sionais se unissem para discutir

pujança da atividade para a qual

um mandato de dois anos. “Não

e/ou analisar problemas e propor

se formou, bem como perspec-

sei a que atribuir a minha eleição,

soluções”, avalia.

tivas positivas.



Mendes Júnior conquista novo contrato nas obras de Integração do São Francisco A Mendes Júnior assinou, em janeiro, um novo contrato para as obras de Integração do São Francisco. A empresa será responsável por um trecho de aproximadamente 130 km, desde a cidade de Cabrobó (PE) até Jati (CE). Entre as atividades, estão a execução de três barragens, dois diques, 21 pontes, seis tomadas d´água, canais de condução, galerias, passarelas, um túnel e a embocadura do canal no rio São Francisco. Com duração prevista de 30 meses, o projeto terá em seu pico cerca de 1.600 empregados. Amaro Guatimosim, diretor da Mendes Júnior, e Fernando Bezerra, Ministro da Integração Nacional, assinam contrato para mais uma etapa de obras da Integração do São Francisco

Além desta obra, a Mendes Júnior é responsável pelo Lote 8 d a I n tegração, onde já está em andamento a construção de três estações de bombeamento.

Homenageados Na Plenária Solene que ocorreu, em dezembro de 2012, ao final do exercício anual e em comemoração do Dia do Engenheiro, o presidente do Crea-MG, Jobson Nogueira de Andrade, prestou homenagem aos conselheiros da entidade que obtiveJobson Andrade e Silvio Piroli rem maior pontuação no exercício de suas atribuições pela seriedade e compromisso. Dois dos homenageados são membros efetivos da SME: engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho, Silvio Piroli, que preside a Comissão Técnica de Engenharia de Segurança e o engenheiro Mecânico Ronaldo Emílio Simi que representam a SME junto ao Crea-MG. Foi entregue aos homenageados uma placa comemorativa de “Conselheiro Destaque 2012” em que o Crea-MG reconhece o envolvimento e a participação ativa dos conselheiros em prol do desen- Jobson Andrade e Ronaldo Emílio Simi volvimento das áreas profissionais. Na sessão plenária solene foi realizada no dia 6 de dezembro de 2012.

Cursos O Instituto de Educação Continuada (INBEC/MG) está com inscrições abertas para dois cursos de pós-graduação lato sensu: MBA em Construções Sustentáveis e MBA em Infraestrutura de Transportes e Rodovias. Os cursos de 480 horas serão ministrados em quatro módulos com aulas presenciais. Por meio de convênio, os associados da SME poderão ter desconto de 25% nos nossos cursos de especialização e 15% nos cursos de aperfeiçoamento. As inscrições podem ser feitas pela internet no endereço eletrônico: http://www.inbec.com.br/mg. 28

Bancada

Os integrantes da bancada da SME que participam das Câmaras Especializadas do CREA-MG fizeram a primeira reunião deste ano para definir calendários e atividades. A reunião presidida pelo engenheiro Clemenceau Chiabi Saliba Júnior e contou com a participação dos engenheiros Dilvar Oliva Salles, Flávio de Azevedo Carvalho, Marcus de Resende Kfoury, Marita Arêas de Souza Tavares, Ronaldo Emílio Simi, Hélio Nonato de Oliveira e Waldir de Castro Drumond. As Câmaras são instâncias deliberativas que representam um espaço especializado para que os profissionais e as empresas se informem, tirem dúvidas e resolvam todas as pendências no exercício de suas profissões e atividades. Elas têm por finalidade apreciar e julgar os assuntos relacionados à fiscalização do exercício profissional e sugerir medidas para o aperfeiçoamento das atividades do Conselho Regional, constituindo a primeira instância de julgamento no âmbito de sua jurisdição.


Participe envie notícias e novidades para: jornalismo@sme.org.br

Reunião EPL Os membros do Conselho Consultivo da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) participaram da primeira reunião de 2013 com o presidente da estatal Bernardo Figueiredo, realizada na sede da SME, no início de janeiro. O ponto principal do encontro foi sobre quais as contribuições que as entidades poderão oferecer nos projetos de infraestrutura no Brasil. Bernardo Figueiredo disse que é preciso mudar as condições da engenharia no Brasil, colocando um padrão de qualidade nas construções e revertendo a situação de investimentos em infraestrutura. A EPL foi criada pela presidente da República, Dilma Rousseff, em dezembro de 2012, para reorganizar e definir a logística de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias brasileiras. Participaram da reunião o presidente da SME, Ailton Ricaldoni Lobo; Francis Bogossian, presidente do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro; Jaime Sunye Neto, presidente do Instituto de Engenharia do Paraná; Renato Pavan, diretor do Instituto de Engenharia de São Paulo; o

engenheiro e assessor da EPL, Alessandro Pacheco; Hebert Urbano Resende e Jaime Garcia Rubi, representantes da Indra Brasil; Geraldo Dirceu de Oliveira, presidente da Comissão Técnica de Transportes da SME; José Ciro Mota, superintendente da SME; Maurício Fernandes, assessor do Crea-MG; Dirceu Carneiro Leão, membro da Comissão de Transportes e Alexandre Rocha Resende, integrante do Conselho Fiscal da SME. A próxima reunião está prevista para o final de fevereiro e deverá ser realizada ou no Rio de Janeiro ou em Brasília.

Mineirão pronto

Concessão de alvará O incêndio que matou dezenas de pessoas na boate Kiss, em Santa Maria (RS), levou a Prefeitura de Belo Horizonte a mudar o procedimento para a concessão de alvarás. Desde 30 de janeiro de 2013, os interessados em obter o documento para uma boate, casa de show ou outra atividade de alto risco que exija Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) deverão apresentar um Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). A exigência do documento está prevista em Minas Gerais desde 2002, mas somente após a tragédia a prefeitura baixou decreto para que a lei estadual seja cumprida na capital. Até então, a concessão do Alvará de Localização e Funcionamento (ALF) para estabelecimentos com atividade de risco exigia apenas um laudo técnico para sistema de prevenção e combate a incêndio e pânico elaborado e assinado por um profissional habilitado.

Desastres naturais O Ministério da Integração Nacional assinou um acordo para prevenção de desastres naturais com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica). Com o objetivo de prevenir e minimizar os efeitos causados por desastres naturais, a ação compreende a transmissão de novas técnicas utilizadas pelos japoneses na prevenção de catástrofes para aprimorar a atuação da Defesa Civil. Outros ministérios, como o da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCT), das Cidades e das

Relações Exteriores (MRE), integram o acordo. Segundo o combinado, o projeto-piloto beneficiará os municípios de Nova Friburgo e Petrópolis, no Rio de Janeiro, e de Blumenau, em Santa Catarina, por um período de quatro anos. As cidades foram selecionadas com base em critérios técnicos, como impacto socioeconômico do desastre e capacidade de execução. Também foram considerados riscos de enxurradas e deslizamentos.

Após reforma, o Mineirão é o segundo estádio brasileiro a ser inaugurado para os jogos da Copa do Mundo de 2014. A obra iniciada em 2010 para adequar a arena aos critérios da Fifa custou cerca de R$ 670 milhões. O projeto básico de arquitetura é do escritório Gustavo Penna Arquiteto & Associados e o escritório BCMF Arquitetos assina o projeto executivo. A obra incluiu a cobertura, novos assentos e outras adequações internas do Mineirão, além da construção de uma esplanada com capacidade para 65 mil pessoas, onde funciona o estacionamento e área de serviços do estádio, e de uma passarela de 15 metros de e xtensão até o Mineirinho. 29


ART | A RESPONSABILIDADE CIVIL DO ENGENHEIRO

ART-0086 De acordo com a Lei Federal 6496, de 07 de ao registrar os projetos de sua autoria no CREA dezembro de 1977, todo contrato para prestação ao longo da carreira, forma um acervo técnico de de serviços por engenheiro, propriedade legal, reconhecido agrônomo, geógrafo e meteopelas empresas na análise de rologista, seja ele profissional seu currículo. Ao preencher o campo autônomo ou com vínculo “entidade de classe” na ART, Parte da taxa recolhida para o empregatício, está sujeito à escolha a SME através do registro da ART é destinada à Anotação de Responsabilicódigo 0086. Assim, você ajuda a entidade de classe escolhida dade Técnica - ART. SME a representar a engenharia por opção do profissional, e oferecer os melhores O documento deve ser para aplicação em projetos de cursos, serviços, convênios preenchido e assinado pelo valorização da profissão e do e produtos para você. profissional e pelo seu contraprofissional e de outras ativitante, para registro no Consedades associadas às suas ativilho Regional de Engenharia e Agronomia - CREA dades. O formulário para preenchimento dos da região onde os serviços serão executados. dados está disponível no site do CREA-MG, mas o registro pode ser feito pela internet. Além de ser uma necessidade legal, o profissional,

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Inscrições para o processo eleitoral dos Comitês de Bacias Hidrográficas do Estado já estão abertas Entidades da sociedade civil,

As vagas serão divididas entre

2013, conforme Deliberação

como é o caso da Sociedade

representantes do poder

Normativa do Conselho Esta-

Mineira de Engenheiros (SME),

p ú blico estadual, do poder

dual de Recursos Hídricos nº

podem se inscrever para parti-

público municipal, dos usuários

30/2009. Já foram publicados

cipar do processo eleitoral

de recursos hídricos (indústria,

33 editais.

promovido pela primeira vez

mineração etc) e de entidades

em 2013, pelo governo do

da sociedade civil, cuja atuação

E s tado, para a escolha dos

esteja relacionada aos recursos

O Estado de Minas Gerais pos-

hídricos. Os Comitês são

sui 36 comitês de bacias hidro-

formados, portanto, por con-

gráficas, um para cada unidade

selheiros eleitos de forma de-

de planejamento e gestão de

De acordo com o Instituto Mi-

mocrática e nomeados pelo

recursos hídricos do Estado

neiro de Gestão das Águas -

governador, com a responsa-

IGAM/SISEMA, são 35 comitês

bilidade pela gestão local das

que vão renovar seus membros

águas.

representantes dos Comitês de Bacias Hidrográficas (CBH).

até junho deste ano, para o

32

Comitês

(UPGRH), que é a divisão territorial adotada no Estado para a gestão das águas. Todos

É importante ressaltar que o

os 853 municípios mineiros

mandato de 2013-2017. O

número de vagas e o calendário

estão na área de abrangência

processo envolve 2.500 con-

eleitoral, como o período de

de uma ou mais UPGRHs. Isso

selheiros. A eleição só não

inscrição, variam para os 35 co-

acontece porque a área de um

acontecerá no Comitê da Bacia

mitês e estão especificados em

município pode estar inserida

Hidrográfica Verde Grande, que

seus respectivos editais de con-

em mais de uma bacia, em fun-

engloba municípios baianos, e

vocação para as eleições. Mas

ção da hidrografia. Por exem-

que, por isso, segue delibera-

todos devem encerrar o pro-

plo: o município de Contagem

ções nacionais.

cesso eleitoral em junho de

abrange as bacias dos rios das

Evandro Rodney

MEIO AMBIENTE | SUSTENTABILIDADE


Evandro Rodney

Velhas e Paraopeba, uma vez que o município

nos comitês têm o mesmo peso e são co-res-

tem divisores de água em seu território (morros

ponsáveis e parceiros na gestão participativa

e serras). Para visualizar o mapa de UPGRHs do

das águas.

Estado, acesse http://comites.igam.mg.gov.br/unidades-de-planejamento.

Entre as principais competências dos comitês estão: julgar, em primeira instância administra-

Competências

tiva, os conflitos relacionados ao uso da água na

Os Comitês de Bacias são organismos de Es-

bacia; aprovar a outorga dos direitos de uso de

tado, com poder de decisão local no que tange

recursos hídricos para empreendimentos de

a gestão das águas. Eles são compostos por re-

grande porte e com potencial poluidor e esta-

presentantes do poder público estadual, do

belecer mecanismos de cobrança pelo uso da

poder público municipal, dos usuários de recur-

água, sugerindo valores a serem cobrados e

sos hídricos e de entidades da sociedade civil.

aprovando planos de aplicação de recursos

Ressalta-se que todos os órgãos representados

oriundos da cobrança.

33


MERCADO DE TRABALHO | INOVAÇÃO

Empresa investe em P&D para criar novos produtos e serviços

Inovação não é apenas um

empresas nascentes para gerir

vestimento, gestão de empresas

conceito, mas a oportunidade de

os negócios e/ou captar recursos

investidas e desinvestimento da

negócios que, ao longo que

junto às linhas disponíveis.

carteira. “Somos especializados em investimentos e assessoria

quase 11 anos de atividades, tem garantido não apenas a sobrevi-

Mas o negócio evoluiu. Hoje, o

financeira para empresas em es-

vência mas a ampliação do Insti-

Grupo Instituto de Inovação

tágios iniciais, com perfil inovador

tuto de Inovação, hoje, Grupo

tem outras frentes de negócios.

e elevado potencial de cresci-

Instituto de Inovação.

A primeira empresa é a Inventta,

mento”, ressalta Alexandre.

especializada em consultoria De acordo com o sócio-fundador

para a inovação. A unidade de

Além de abrir horizontes para

Alexandre Alves, o Instituto de

gestão de fundos, (Inseed), inte-

pesquisadores e empresas que

Inovação foi criado inicialmente

gra o consórcio do maior fundo

já descobriram a importância da

para reduzir o espaço entre os

de capital semente do Brasil, o

inovação, o Grupo Instituto Ino-

pesquisadores e o setor produtivo. Naquele momento, em 2002,

Fundo Criatec, com R$ 100 milhões de capital comprometido.

para engenheiros que, de alguma forma, queiram ingressar

quando pouco se falava em ino-

34

vação também é oportunidade

vação, os empreendedores se

A empresa coordena estruturas

nesse segmento. De acordo

associaram a pesquisadores e a

regionais para prospecção, in-

com o empresário, a habilidade


“O Instituto de Inovação foi criado inicialmente para reduzir o espaço entre os pesquisadores e o setor produtivo”

Alexandre Alves, sócio do Instituto de Inovação

de “engenheirar” é fundamental no processo de

O mais importante, em tudo isso, é continuar di-

desenvolvimento e divulgação do conceito de

vulgando o conceito de inovação no país, para

inovação para o mundo. “A engenharia se tornou

todos os setores econômicos e também para a so-

campo vasto para esses profissionais, das mais di-

ciedade, para a qual tais soluções são pensadas e

ferentes especialidades”, afirma.

transformadas em produtos e/ou serviços.

Em quase 11 anos, o Inovação implementou mais

Para Alves, alcançar o posto de oitava economia

de dez projetos, alguns como acionista direto e ou-

mundial com o atual patamar de inovação confi-

tros através da Inseed e, ainda, iniciativas que usa-

gura-se como um gargalo para o país. A expecta-

ram a Inventta. Entre eles, Alves destaca a empresa

tiva é de que o Brasil se consolide como player

de biotecnologia Ecovev. Há também a Rizoflora,

mundial também nesse segmento de negócios, am-

que atua no segmento de nanotecnologia.

pliando o movimento neste início de século,

Para 2013, há novos projetos. Afinal, quem trabalha com inovação sabe que, sem ela as possibilidades

quando centros de P&D têm se instalado em novos parques tecnológicos.

de crescimento ficam comprometidas em algum

O futuro da empresa depende da inovação, um pro-

momento. “Teremos o novo Fundo de Investimento

cesso em constante construção. De acordo com o

em Participações na Área de Inovação e Meio Am-

empresário, há espaço para realizar ainda mais a

biente (Fima), a escola de inovação, Tropos e, ainda,

missão de ser ponte que une ideias e oportunida-

apoio à constituição de uma entidade sem fins lu-

des, projetos e negócios rentáveis, desejo de inovar

crativos para desenvolvimento de atividades junto

e equipes afinadas, para transformar o mundo para

a instituições de ciência e tecnologia”, listou.

o bem e sua concretização.

35


ENTREVISTA | BERNARDO FIGUEIREDO

Bernardo Figueiredo, economista presidente da EPL e ex-diretor da Agência Nacional de Transportes Dilgulgção SME

Terrestres (ANTT)

EPL pretende mudar o tratamento que as questões de Engenharia têm no país O Programa de Investimentos em Logística foi criado para solucionar problemas estruturais como a falta de integração de diferentes modais A mais nova estatal brasileira, a Empresa de Plane-

projeto logístico sustentável capaz de dar suporte

jamento e Logística (EPL), criada para estruturar e

ao crescimento do país nos próximos cinco anos.

qualificar, por meio de estudos e pesquisas, o processo de planejamento integrado de logística no país tem manifestado o interesse na participação ativa dos engenheiros brasileiros nesse que é um dos mais aguardados projetos públicos para o país.

“Queremos que essas entidades que são tão importantes para o Brasil e precursoras do Conselho Federal de Engenharia (Confea) pensem juntas. Temos que mudar o tratamento que as questões de Engenharia têm no país. Será que é o Tribunal

Em nove de janeiro, o presidente da companhia, ex-diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e economista Bernardo Figueiredo, reuniu-se com dirigentes de diversas entidades que representam os engenheiros brasileiros e

36

de Contas da União (TCU) que define o padrão de uma obra de Engenharia? Fazer mais com menos recursos, penso, só transigindo a qualidade e isso não é mais possível”.

com membros da Comissão Técnica de Transportes

Nesta entrevista, Figueiredo fala sobre os planos

da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME), em

nacionais de logística definidos para o país a partir

Belo Horizonte para enfatizar que a colaboração

de 2013, e também sobre a retomada do modal

técnica das entidades é imprescindível para que o

ferroviário, para gerar competitividade para a

governo federal possa, de fato, construir um

economia nacional.


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ENTREVISTA | BERNARDO FIGUEIREDO

O Programa de Investimentos em Logística, lançado

foi feito um sistema de transportes integrado.

pela presidenta Dilma Rousseff em 2012, pretende

A ferrovia foi abandonada e achou-se que, com as

solucionar problemas estruturais do Brasil, como

rodovias, tudo estava resolvido. Nos anos 70, com

infraestrutura e a falta de planejamento logístico

o primeiro choque do petróleo, o problema foi

capaz de integrar os modais disponíveis – rodoviá-

diagnosticado e foram feitos diversos estudos para

rio, portos e aeroportos. O plano também vai

modernização da malha ferroviária do Brasil. Só que

investir na malha ferroviária.

isso não saiu do papel.

Temos um programa muito agressivo de investimento

A principal questão hoje é mudar a matriz de

a ser contratado em 2013. Temos R$ 220 bilhões

transporte, criar condições de ter um transporte

em aportes para os próximos cinco anos, para

mais barato e sustentável a longo prazo. Hoje, a

portos, aeroportos, rodovias e ferrovias. Esse

malha ferroviária em operação está nas mãos de

montante será contratado em 2013.

monopólios que não atendem à demanda nacional.

Um dos destaques é a construção de 10 mil km de

Então, esse Programa consiste na construção da

ferrovias e a concessão de 7,5 mil km para a iniciativa

malha ferroviária moderna. Até maio, vamos

privada. Esse investimento é fundamental porque a

contratar a construção dos 10 mil km de ferrovias

questão logística, hoje, não se restringe ao modal

e até abril, a concessão do trecho de 7,5 mil km.

rodoviário. Os caminhões que circulam pelas estradas

A EPL não vai parar por aí. Vamos estudar o passo

do país são muito antigos, com idade média de 18 anos.

seguinte porque o Brasil não precisa só de 10 mil

A produtividade depende da infraestrutura. A ideia é

km de ferrovias, mas de muito mais que isso.

duplicar todos os principais eixos rodoviários do Bra-

Até julho o programa vai estar todo contratado e

sil nos próximos cinco anos e construir malha ferro-

queremos ter outro, no final do ano, para manter

viária moderna para tirar a carga do caminhão que,

o país investindo todo ano para zerar o passivo e

na longa distância, é pouco competitivo. Na longa

deixar de reclamar do passado.

distância, a ferrovia é a forma mais barata de trans-

Como estão os outros modais, na sua avaliação?

porte. Quando se faz ferrovia, é preciso olhar se os portos Quais os desafios de mudar a cultura logística do país?

têm capacidade de receber a mercadoria transpor-

Eu defendo Juscelino Kubsticheck no que ele fez.

tada, por exemplo.

Naquele momento, a década de 1950, a rodovia era

Hoje, o transporte aéreo de carga é muito pobre, em-

o transporte mais moderno e competitivo.

bora existam mercadorias para as quais o esse modal

O JK tinha visão de que o Brasil tinha que interio-

é mais competitivo, como é o caso dos eletroeletrô-

rizar o desenvolvimento e isso não seria feito com ferrovias. A forma mais racional, eficiente e moderna, naquele momento, era a rodovia.

38

nicos e demais produtos de alto valor agregado. Os nossos aeroportos não tem estrutura para receber cargas, sem falar nos problemas diários enfrentados

Agora, o erro que o país cometeu e não adianta

pelos passageiros que usam esse serviço. Temos que

olhar para trás para encontrar culpados, é que não

olhar os aeroportos nessas duas frentes.

Co

O m


Com tanta coisa poluindo o meio ambiente, tinha que existir um combustível mais limpo. O gás natural da Gasmig une desenvolvimento e preservação do meio ambiente: move indústrias, carros, pessoas. Tudo isso sem poluir. Gás Natural. Invisível e essencial.


ENTREVISTA | BERNARDO FIGUEIREDO

A ideia é começar a olhar a lo-

O projeto, para Belo Horizonte,

gística de forma integrada para mon-

é fazer com que a ferrovia possa

tar a melhor rede de atendimento.

atravessar a capital. A solução

Por isso, os investimentos do go-

passa pela liberação da linha

verno de Minas Gerais têm caráter

ferroviárias dentro de BH para

complementar aos do governo

um programa de transporte

federal. São articulados o que é

metropolitano de passageiros e

muito positivo.

encaminhar soluções para o

Minas Gerais, pela sua loca-

transporte de cargas na RMBH.

lização estratégica, vai rece-

Essa nova malha ferroviária vai

ber investimentos?

permitir que as indústrias trans-

Dos 10 mil metros de ferrovias

portem seus produtos para

que serão construídos a partir

todas as regiões do país. Minas

de 2014, entre 2 mil e 3 mil vão

Gerais vai passar a ter ligação

passar por Minas Gerais, com

moderna ferroviária onde o

aporte de R$ 30 bilhões. Uma

trem desempenha velocidade

delas vai ligar Belo Horizonte a

de 70 a 80 km/h. Hoje a veloci-

Salvador e Recife e a outra vai

dade não passa de 20 km/h.

sair de Lucas do Rio Verde, no

A promessa do governo federal

Mato Grosso, passando por

é de que o sistema ferroviário

P a r acatu e U n a í , C o r i n t o,

será mais competitivo.

I p a tinga, para fazer a ligação com a ferrovia Vitória-Rio.

O transporte de mercadorias vai ficar mais competitivo. As ferro-

Ao cruzarem com outras linhas,

vias não terão um operador mo-

Minas terá ligação também com

nopolista e o serviço será

as outras regiões do país, como a Norte e sul.

40

prestado pela iniciativa privada que será a empreendedora,

E Belo Horizonte nesse projeto

construtora e responsável pela

ferroviário?

operação do sistema.


Marco leg Marco gal - com compet pet e ênc ência ia pro profi fissio ssional para par a o de desen senvol volvim viment ento o naci naciona n l. na

Gramado-RS | 2013 | De 9 a 14 de setembro

LEGISLAÇÃO APERFEIÇOADA: VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL E PROTEÇÃO À SOCIEDADE. www.soea.org.br


ENTREVISTA | BERNARDO FIGUEIREDO

Temos que lembrar, também, que há muitos engenheiros atuando em outros segmentos econômicos como o financeiro, por exemplo. Projetos como esse, de logística, abrem oportunidades reais de carreira para os profissionais nas áreas de projeto, construção, manutenção, operação e planejamento/gestão. Temos a possibilidade, ainda, de importar mão de obra.

Na prática, os investidores que quiserem se habilitar para operar o sistema, participarão de processo de licitação. Em contrapartida, o governo federal garante para o investidor que vai vender 100% da capacidade de circulação nas ferrovias. A EPL já está fazendo a contratação do licenciamento ambiental dos empreendimentos. Os estudos estarão adiantados em 2014, quando as obras começarem. No primeiro momento, para divulgar o sistema, vão comprar toda a capacidade de circulação para oferecer o menor preço para o mercado. O que sobrar, o governo vai bancar porque, dessa forma, cria um estímulo para o uso do modal ferroviário. Com o aumento da produção, o sistema vai ser tornar autossustentável.

42

ficarem “na prateleira” até que sejam necessários. Hoje, os engenheiros têm excelentes oportunidades de carreira na área de Transportes do setor público. O nosso projeto tem R$ 220 bilhões para investir e não temos profissionais disponíveis. De início, vamos tirar os aposentados de casa, reciclar os engenheiros que não têm a qualificação necessária e, ainda, movimentar a mão de obra que está subutilizada. Temos que lembrar, também, que há muitos engenheiros atuando em outros segmentos econômicos como o financeiro, por exemplo. Projetos como esse, de logística, abrem oportunidades reais de carreira para os profissionais nas áreas de projeto, construção,

manutenção,

operação

e

planejamento/gestão.Temos a possibilidade, ainda, de

Como os engenheiros entram nesse projeto?

importar mão de obra.

Em todos os estágios, desde a confecção dos proje-

Da mesma forma, a indústria nacional também vai se

tos e definição de custos até a manutenção e gestão

preparar para as próximas demandas, já que inicial-

da malha ferroviária brasileira. Diferente do que se

mente, vamos importar trilhos. O raciocínio serve para

diz, não se formam profissionais para estoque, para

locomotivas, vagões, sistemas de gestão etc.



ENGENHARIA | RESPONSABILIDADE SOCIAL

Responsabilidade Social e Engenharia Atualmente os empresários estão

programa de voluntariado dentro

Responsabilidade Social Empresarial.

buscando uma nova maneira de ad-

das empresas. É uma tarefa dos acio-

É fundamental para a engenharia de-

ministrar, não somente restrita a

nistas e dos principais executivos,

senvolver uma visão sistêmica do

visão financeira, mas também voltada

que não pode ser delegada, pois

mundo onde ela se reconheça como

para a responsabilidade social. O

deles devem emanar esta forma de

agente de transformação social.

valor econômico aliado a criação de

gestão, esta postura empresarial que

valor social, é um novo conceito que

atinge todos da organização e passe

está se formando nas empresas. A

a fazer parte do DNA da empresa,

Responsabilidade Social Empresarial

que terá esta prática como uma es-

é a forma de gerir as empresas de

tratégia empresarial e não como

maneira a criar uma sinergia com re-

função de exigências legais. A em-

lação a todas as partes interessadas

presa que atua desta forma é reco-

e envolvidas, assim como os grupos

nhecida e admirada por todos os

que se relacionam com a empresa, a

cisiva, é na melhoria no nível de vida

públicos como uma organização que

fim de colaborar efetivamente com

das pessoas, reduzindo a disparidade

pratica o bem e que sabe equilibrar

o desenvolvimento econômico, so-

e promovendo a inclusão social, sem

a necessidade do lucro com as ne-

cial, cultural, pessoal e espiritual das

comprometer as gerações futuras.

cessidades da sociedade e do desen-

pessoas que compõem estes grupos

Trata-se do maior desafio que a hu-

volvimento social. As empresas têm

manidade já enfrentou, pois, mesmo

um papel insubstituível nas comuni-

com cerca de 20% das 7 bilhões de

dades que é o de gerar a máxima ri-

pessoas que habitam o planeta

queza sem causar prejuízos, ao

abaixo da linha da pobreza, o nível

contrário, a riqueza criada deve be-

total de consumo já é insustentável

neficiar as próprias pessoas destas

para a natureza. Hoje os seres hu-

comunidades.A engenharia é a ciên-

manos já demandam mais recursos

cia de inventar, engenhar, edificar e

naturais que o planeta é capaz de su-

construir condições melhores para

prir, e se todas as pessoas tivessem

o ser humano, e quando ela não

o padrão de consumo dos norte

Responsabilidade Social não é ajudar

cumpre este papel está falhando

americanos seriam necessárias três

entidades assistenciais e divulgar o

com seu princípio e propósitos mais

terras para suprir os insumos neces-

marketing desta ajuda, nem manter

básicos, daí a íntima relação com a

sários para a vida.

de interesse. O conceito atual é muito amplo e envolve os chamados stakeholders diretos ou convencionais, funcionários e suas famílias, clientes, fornecedores, comunidade, investidores, governo, gerações futuras, meio ambiente, concorrentes, e ainda os não convencionais como ONGs, mídia e redes sociais.

44

As empresas e a Responsabilidade Social Empresarial não podem prescindir da engenharia e a engenharia não deve atuar sem as práticas da Responsabilidade Social Empresarial. Um grande desafio no qual a engenharia pode contribuir de forma de-


A Responsabilidade Social Empresarial depende em boa parte de nós engenheiros, pois as empresas só conseguirão atuar dentro desta nova maneira de agir se baseadas em valores e inovação.

Sérgio Cavalieri é engenheiro Civil, presidente do Conselho da ALE Combustíveis e presidente da ADCE/MG e Brasil

Como promover a inclusão de mais

do reconhecimento da sociedade

impacto ambiental, exercitando a

1,4 bilhão de pessoas? Primeiro é

como entidades amigas do mundo,

engenharia na sua plenitude da

necessário a conscientização huma-

admiradas, para as quais a sociedade

criatividade e compromisso com a

nitária e individual. Não podemos

concederá a licença social para ope-

eficiência.

mais seguir adiante com níveis ver-

rarem, para continuarem existindo.

gonhosos de exclusão social, de dis-

Nós engenheiros aos abraçarmos

crepância de renda, da falta de

esta carreira concordamos em aten-

oportunidades, de qualidade de vida

der a estes dois quesitos. Primeiro,

desumanas e vergonhosas de um

o moral e ético da nossa profissão

grande contingente de pessoas

atuando em prol do ser humano,

A Responsabilidade Social Empresa-

sobre a terra. Não é possível que tão

pela sua qualidade de vida, bem

rial depende em boa parte de nós

poucos tenham tanta abundância e

estar, crescimento pessoal, intelec-

engenheiros, pois as empresas só

ainda gastem com bens supérfluos,

tual, cultural e espiritual. Segundo,

conseguirão atuar dentro desta

com nossa inteligência e com os co-

nova maneira de agir se baseadas

nhecimentos da engenharia sermos

em valores e inovação. A Responsa-

capazes de pesquisar,“engenheirar”,

bilidade Social Empresarial depende

inventar, projetar, produzir, distribuir

da boa prática da engenharia, tem-

bens e serviços em larga escala, com

perada com uma visão humanizada

tecnologia, custo cada vez mais bai-

do mundo, da sensibilidade do pro-

xos e acessíveis ao maior número

pósito social do trabalho do enge-

Para as empresas é também uma

de pessoas, com máxima produtivi-

nheiro, pois a engenharia pela

questão de pensamento estratégico,

dade, menor uso de recursos natu-

engenharia é vazia, como o sonho

pois, para sobreviverem, precisam

rais, de energia, gerando o menor

sem ação, apenas um devaneio.

exaurindo os recursos naturais desnecessariamente, sacando contra o futuro e contra sua própria descendência, enquanto uma grande parcela não tem quase nada para atender suas mínimas necessidades materiais e de sobrevivência.

A engenharia é sem dúvida uma das atividades capazes de resolver os problemas sociais da humanidade e os problemas ambientais do planeta.

45


SEGURANÇA | TECNOLOGIA

Empresa mineira produz tecnologia de proteção contra surtos de raios

D

iz o ditado popular que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Mas, essa máxima não vale para o Brasil que tem a maior incidência do fenômeno no mundo. Caem em solo brasileiro cerca de 50 milhões de descargas elétricas atmosféricas por ano, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Há a observação de que este número está crescendo e deve triplicar nos próximos anos devido a fatores como a intensa urbanização e as alterações climáticas. Embora o fenômeno do raio seja bastante conhecido, estudado e até previsível, ainda é atribuído a ele (raio) a culpa por acontecimentos bem terrenos: apagões que geram prejuízos de toda ordem e a queima de aparelhos eletrodomésticos. A saída apontada em orientações técnicas para evitar esses supostos malefícios das descargas elétricas seria simples, mais da

46

ordem do senso comum. Quando o tempo literalmente fechar, com a formação de nuvens pesadas (Cumulonimbus na melhor tradução científica. Do Latim: Cumulus que significa "acúmulo" e Nimbus que significa nuvem.) à população caberia apenas desligar as tomadas, privando-se, por exemplo, do último capítulo daquela novela imperdível, de uma bebida gelada ou de uma boa ducha. Contudo, essas perdas e desconfortos poderiam ser reduzidos a praticamente zero com a desmistificação do fenômeno que teve sua natureza elétrica descoberta, no século XVIII, por Benjamin Francklin, mas que ainda produz muito fascínio. Os estudos avançaram muito ao longo dos séculos. Atualmente, os mais variados instrumentos, como câmeras digitais de alta velocidade, detectores de radiação eletromagnética são utilizados na pesquisa desse fenômeno atmosférico.

Ruibran dos Reis, diretor regional do Instituto ClimaTempo/MG

De acordo com o meteorologista Ruibran dos Reis, diretor regional do Instituto ClimaTempo, o fenômeno é detectado com até 72 horas de antecedência. O monitoramento das áreas mais atingidas em tempo real permite ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) o envio de alertas até três horas antes das descargas elétricas ocorrerem para que as medidas de proteção sejam acionadas.A principal delas é a blindagem do sistema elétrico, bem como das residências, com tecnologia de proteção eletromagnética eficiente, os para-raios. São equipamentos contra os efeitos térmicos, mecânicos e elétricos associados às descargas elétricas.


divulgação www.grajaudefato.com.br

"Acho ridículo dizer que o Brasil corre risco de racionamento de energia" Declarações da presidenta da República, Dilma Rousseff, depois de seguidos apagões que atingiram vários Estados, em 2012, em que descartou a existência de uma crise de energia no país, atribuindo os apagões à falha humana. A declaração foi feita em encontro de fim de ano com jornalistas, no Palácio do Planalto.

Dilma criticou a tentativa de colocar a culpa em fenômenos naturais, como raios. "No dia que falarem que houve interrupção de energia porque caiuum raio, vocês gargalhem."

Avaliação da presidente de um apagão que atingiu o Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão, no Rio de Janeiro, em dezembro passado, provocando atrasos em 19 voos. "No Galeão, foram duas coisas: falha humana, porque deveriam ter trocado o ar condicionado que estava velho, e sobrecarga, por causa da temperatura alta".

"Raio cai todo dia. Um raio não pode desligar o sistema. Se cai, é falha humana. Não é sério dizer que o sistema caiu por causa de um raio". Sobre a proteção do sistema de distribuição de energia: "Tem que ser resistente ao raio, isolar e recuperar. Tem que ter bloqueio, estar blindado".

Ruibran dos Reis lembra que em pesquisa realizada durante dez anos e, nos levantamentos que vem efetuando, a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) é uma das mais atingidas por raios muito em função da intensa urbanização, em que a concentração de concreto e de estruturas metálicas nas construções criam condições propícias para a frequência do fenômeno. A alternativa, diz o especialista, é buscar a proteção. Em recentes episódios de interrupção de energia no país, os chamados apagões, a presidenta Dilma Rousseff não poupou críticas aos que apregoam o poder quase mítico, contra o qual nada se pode fazer, que os raios teriam. De maneira enfática e irônica diz que em caso de apagão a “falha é humana” e que é preciso proteger o sistema para evitar prejuízos calculados em mais de um bilhão de reais. Como ciência e o bem estar devem andar juntos, são grandes também os avanços de tecnologias para proteção de possíveis efeitos danosos associados às descargas elétricas. Em Minas, a empresa Clamper especializada na pesquisa, desenvolvimento e fabricação de DPS – Dispositivos de Proteção contra Surtos elé-

Dilma disse que é preciso se antecipar e adequaros equipamentos para possíveis riscos. "Planejar é isso."

tricos está lançando no mercado novos modelos de para raios para uso residencial e corporativo. São estabilizadores de energia que, em caso de pico de luz ou surto elétrico, a eletricidade é desviada ou amenizada, impedindo que o equipamento eletrônico, seja ele residencial ou comercial, estrague. O diretor técnico da Clamper, Wagner Almeida Barbosa, informa que o mix da empresa conta com mais de 300 modelos de produtos destinados a interromper os surtos. Dois outros equipamentos estão em desenvolvimento, um deles uma espécie de para raio que será colocado no mercado a preço acessível. “O produto é de fácil instalação e protege as residências”, afirma o diretor. O outro é um dispositivo ligado à internet, que além de proteger a residência, monitora a voltagem que circula na casa. “O usuário pode fazer o monitoramento via computador ou de um aparelho celular”, explica. O novos modelos de para raios da Clamper, que é líder no segmento de proteção de equipamentos contra sobretensões elétricas transitórias, chegam ao mercado, no primeiro trimestre deste ano, com certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).


ARTIGO | ENGENHARIA DE INCÊNDIO

O lado técnico da tragédia Menosprezada no Brasil, a engenharia de incêndio oferece uma segurança a edificações de que nenhuma norma técnica é capaz

A sociedade se revolta. Quer nomear culpados e trazê-los a julgamento público. Embora mereça respeito a dor dos que perderam filhos e amigos, nenhuma intenção, verdadeira ou bravata, será capaz de aplacar a fúria das chamas. Contra a surpresa do fogo, é preciso usar de vigilância. Não uma vigilância que impeça o sono, mas aquela que se infiltra nas regras de convívio e se materializa em rotinas de aprovação de projetos e de concessão de alvarás e licenças. Não devem ser meros atos burocráticos, diluídos na responsabilidade de bombeiros raros e prefeituras muitas, porque eles criam o que agora se quebrou: a ilusão de segurança. A vigilância não prescinde da educação, especialmente da cívica, que responsabiliza cada um pela segurança de todos. Mas, a segurança oficial das normas não basta: é também ilusão de segurança, porque as normas técnicas existentes, muitas vezes, carecem de bases justamente técnicas. O esforço de normalização da segurança contra incêndio empenhado 48

pelos corpos de bombeiros merece reconhecimento público, mas existe uma engenharia de incêndio, ou uma ciência dos incêndios, que não lhes está ao alcance e que é pujante em outros países. No Brasil, tem inexpressivo lugar nas academias. Apenas o foco da proteção passiva de estruturas merece estudos, ainda não avançados, em várias universidades e em um laboratório da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Dessa ciência, emanam novas tecnologias e métodos de projeto, que tornam as edificações materialmente mais seguras. Muitos vão dizer o que faltou à boate Kiss. Pode ser que tudo o que digam tenha mesmo faltado, mas o principal antecede esse fatídico evento: são estudos brasileiros de comportamento humano em pânico; pesquisas brasileiras de reação ao fogo de materiais; estudos brasileiros da densidade de ocupação das edificações e de sua carga de incêndio; pesquisas brasileiras de planos efetivos de escape em condições de pânico. Bombeiros têm lutado por isso e para efetivar a normalização técnica. Mas o atendimento de nenhuma norma prescritiva brasileira, sejam elas oficiais ou convencionais, como as da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), pode dar à edificação a segurança que projetos responsáveis de engenharia de incêndio proporcionam.

Nesse momento de consternação, pensemos em nossas centenas de escolas, boates, cinemas, shoppings, estádios e edifícios: todos vivem a doce ilusão de segurança. É necessário fazer algo mais que nomear culpados pós-tragédia; é necessário viabilizar novos centros de pesquisa em engenharia de incêndio. O país, como os seus vizinhos, não tem um só cone calorímetro, equipamento que está para o engenheiro de incêndio como o microscópio está para o biólogo. É preciso repensar as bases legais do trabalho de prevenção dos bombeiros, ao mesmo tempo em que é urgente flexibilizar os projetos de edificações, dando vez à engenharia de incêndio. Infelizmente, em todo o mundo, as revoluções da engenharia de incêndio se iniciaram após grandes tragédias. O episódio do edifício Joelma, em 1974, deu início ao movimento por uma normalização ampla da segurança contra incêndio no Brasil; que seja aprofundado com a boate Kiss de Santa Maria.

Antonio Maria Claret, 57, pós-doutor em engenharia de incêndio pela Universidade de Lund (Suécia), é professor da Universidade Federal de Ouro Preto UFOP

Fonte - Folha de São Paulo

Os incêndios sempre estiveram entre as catástrofes mais desafiantes de todos os tempos. Contam com nossa inércia e descaso para ceifar vidas sem piedade. Dessa vez, as vítimas foram os jovens de Santa Maria (RS). Mas, antes, muitos outros sucumbiram às suas armadilhas.


Fonte - Folha de São Paulo

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ENERGIA | GESTÃO

Djalma de Morais, presidente da Cemig está entre os 30 melhores gestores do mundo

H

á 14 anos à frente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), o engenheiro mineiro de Comunicações pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), Djalma Bastos de Morais ocupa a 26ª posição do ranking da revista Havard Business Review, que mediu a performance de presidentes de empresas e CEOs de todo o mundo. Além dele, outros nove executivos brasileiros figuram na mesma listagem. A inclusão de Djalma Morais no ranking acontece em um momento desafiador para a companhia, que, de acordo com o executivo, está se preparando para mais um processo de adequação, desta vez, motivado pela Medida Provisória (MP) nº 579, que prorroga as concessões do setor elétrico e, ainda, reduz a conta de luz, conforme determinação da presidente da República, Dilma Rousseff. O plano de expansão continua a ser prioridade para em 2013, com novas aquisições. “Esse reconhecimento é consequência de uma empresa bem administrada. Temos grande preocupação com a qualidade da gestão, dos serviços que prestamos à sociedade”, enfatiza o executivo, para quem não há uma característica particular que justifique a presença do seu nome no ranking. Para ele, o mérito é das diversas gestões que já passaram pela Cemig.“Eu acredito que o governo do Estado, enquanto controlador da companhia, fez uma boa aposta”, aponta.Ainda conforme Morais, a qua-

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lidade técnica dos profissionais e gestores e a forma profissional como o executivo estadual participa da gestão são fatores que também explicam o sucesso alcançado pela companhia junto ao mercado e ao consumidor dos serviços prestados. O segundo controlador da Cemig é o grupo Andrade Gutierrez. Além de figurar no Índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI) desde a sua criação, em 1999, a empresa é uma das mais admiradas de Minas Gerais e do Brasil, com um projeto de crescimento que agrega valor ao seu patrimônio, priorizando o cuidado com o meio ambiente, a remuneração dos investidores e a valorização dos trabalhadores para oferecer um serviço de excelência para a sociedade. “Assim como a empresa, a sua administração tem evoluído.Vamos continuar expandindo a Cemig neste ano”, afirma.

Cemig A Cemig é um dos mais sólidos e importantes grupos do segmento de energia elétrica do Brasil, participando em mais de 100 empresas, além de consórcios e fundo de participações. Companhia de capital aberto controlada pelo Governo do Estado de Minas Gerais, possui 114 mil acionistas em 44 países. Suas ações são negociadas nas Bolsas de Valores de São Paulo, Nova York e Madri. O Grupo Cemig é reconhecido também pela sua dimensão e competência técnica, sendo considerado a maior empresa integrada do setor de

energia elétrica do Brasil. Em Minas Gerais, responde por 96% da área de concessão, com mais de 7 milhões de consumidores, em 774 municípios. É, ainda, a maior fornecedora de energia para clientes livres do País, com 25% do mercado, e um dos maiores grupos geradores, responsável pela operação de 65 usinas, com capacidade instalada de 6.925 megawatts. A atuação da Cemig estende-se a 22 estados brasileiros, além do Distrito Federal, e ao Chile, com a operação de uma linha de transmissão em consórcio com a Alusa.Tornou-se controladora da Light, ampliando participação na distribuidora que atende o Rio de Janeiro e outras cidades fluminenses. Também possui participação em empresas transmissoras de energia elétrica (TBE e Taesa), investimentos no segmento de gás natural (Gasmig), telecomunicações (Cemig Telecom) e eficiência energética (Efficientia). Seguindo a política de investimentos em alternativas energéticas, a Cemig adquiriu participação acionária em três parques eólicos da Energimp S.A. (Impsa), com capacidade instalada de 99,6 megawatts, no Ceará. Essa aquisição veio resgatar o pioneirismo da Companhia que, em 1994, construiu a primeira usina eólica com geração comercial no Brasil. A Empresa também investe em outras fontes renováveis, como biomassa, pequenas centrais hidrelétricas, energia solar e projetos de cogeração.


Ranking divulgado em janeiro deste ano comprova que a Cemig está no caminho certo

Djalma Bastos de Morais é engenheiro de Comunicações pelo Instituto Militar de Engenharia – IME. Durante sua carreira, ocupou posições de destaque em grandes corporações. Foi ainda ministro de Estado das Comunicações de 1993/1994. Em 1995, assumiu a vice-presidência da Petrobras Distribuidora S. A., cargo ocupado até 1999, quando assumiu a presidência da Cemig. A partir de 1999, quando assumiu a presidência, a Companhia passou por uma completa reestruturação, tornando-se um grupo formado por mais de 100 sociedades e 16 consórcios. Atualmente, a Cemig é a maior distribuidora de energia elétrica do País e está presente em 23 estados brasileiros, além de operar uma linha de transmissão no Chile. Em 2011, ele foi agraciado pela Sociedade Mineira de Engenheiros com a Medalha Lucas Lopes.


NOVOS ENGENHEIROS | GUSTAVO RIENTE ANDRADE

Engenheiro investe em pesquisa para o aprimoramento profissional contínuo Engenheiro civil graduado pela Uni-

habilidades importantes para os

de Produção Acadêmica. De volta

versidade Federal de Minas Gerais

profissionais da área como a capa-

ao trabalho, no Grupo Tectran,

(UFMG) e sócio-diretor da Transi-

cidade de engenhar, projetar e criar

outro projeto, desenvolvido por

tus Engenharia de Transporte Ltda,

soluções ou novas alternativas para

Gustavo de Andrade e sua equipe,

empresa do Grupo Tectran especia-

as sempre caóticas áreas de trânsito

intitulado Calibration of the Hourly

lizada em transporte regional e

e mobilidade urbana.

Flow-Frequency Distribution Model

logística, Gustavo Riente de Andrade, 29 anos, foi um dos premiados na 17ª edição do Prêmio SME de Ciência e Tecnologia, realizado em 2007.

Mas esse gosto pela pesquisa começou antes do ingresso na universidade. Em 2004 e 2005, ele foi o vencedor estadual do Desafio Sebare, jogo de empresas promovido

O trabalho “Modelo Integrador

4 User Group Competition“ (www.hdmglobal.com), concurso de artigos técnicos e científicos promovido pelo HDM Global, consórcio

internacional

baseado

na

no Brasil e América Latina pelo

Inglaterra e França que gerencia o

Serviço Brasileiro de Apoio às

modelo Highway Development &

Micro e Pequenas Empresas

Management, idealizado e finan-

(SEBRAE) e COPOE-UFMG e o

ciado pelo Banco Mundial desde a

sétimo e segundo lugares na etapa

década de 60 para auxiliar países

nacional, respectivamente.

em desenvolvimento na formulação

bolsa concedida pelo CNPq. O

“Após a conclusão do mestrado,

de estratégias, programas e proje-

mesmo projeto também recebeu

em 2012, a dissertação que teve

tos em rodovias.

da UFMG/CNPq o Prêmio por Re-

como tema a engenharia de trans-

“O prêmio SME representou um

levância Acadêmica (2008). Foi por

porte e tráfego foi premiada pela

incentivo à iniciativa e ao esforço

meio desse tipo de iniciativa que o

Confederação Nacional do Trans-

despendido no projeto”, recorda-

engenheiro tem desenvolvido

porte (CNT) com o Prêmio CNT

se. Naquele ano, o Modelo Inte-

para Desenvolvimento e Gestão Rodoviária Calibrado para as Condições Brasileiras” foi o resultado de um projeto de pesquisa que ele propôs à universidade, na forma de projeto de iniciação cientifica, com

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Used by HDM-4, venceu o “HDM-


O currículo de Gustavo é recheado de prêmios e ele quer novos desafios!

grador foi aplicado como parte da

À frente da Transitus, Gustavo

Também pesou muito a carreira de

metodologia usada pelo Plano Estra-

Andrade atua nos setores público e

sucesso do meu pai como enge-

tégico de Transporte de Minas Ge-

privado, em projetos e estudos em

nheiro, ainda que ele sempre tenha

rais (PELT MG), desenvolvido para o

transporte multimodal e dentro do

reafirmado que eu era livre para es-

Governo do Estado pelo Grupo

mercado de concessões, especial-

colher a minha profissão”, considera.

Tectran, em parceria com a Funda-

mente no segmento rodoviário.

ção Instituto de Pesquisas Econômi-

“A vontade de empreender veio na-

cas (FIPE-USP), o que comprova que

turalmente, a partir do crescimento

pesquisa e desenvolvimento, quando

dentro do Grupo Tectran e do inte-

bem conduzidos, tem aplicação prá-

resse pelo dinamismo do mundo

tica, em soluções para o dia a dia.

corporativo. Destaco também o

O futuro passa pela empresa e pela melhoria contínua dos projetos desenvolvidos para fidelizar a clientela. Mas o engenheiro nem cogita a hipótese de parar de

papel do Desafio Sebrae na minha

estudar. “Acredito que a ligação

formação como universitário, que

entre o conhecimento e a boa prá-

ajudou a despertar o interesse pelo

tica é e sempre importante”, aponta.

mundo dos negócios e do empreen-

Casado há um ano, ele ainda não

dedorismo”, explica.

tem filhos. Nas horas de lazer, de-

cretaria de Transportes e Obras Pú-

Gustavo de Andrade não esconde a

dica-se à família e aos amigos. Nos

blicas (SETOP), com o objetivo de

paixão que tem pela Engenharia. Ao

finais de semana, gosta de ficar em

sistematizar a metodologia do PELT e

atuar como pesquisador e também

casa com a esposa e de cuidar do

do Modelo Integrador nos processos

como empreendedor da área, ele

aquário marinho de 400 litros.

de planejamento e tomada de decisão

reafirma que o seu interesse é inato.

Livros, filmes e jogos eletrônicos

do estágio. A conclusão desses traba-

“Meus brinquedos prediletos na in-

também estão entre suas diversões

lhos está prevista ainda para este ano.

fância era o Lego e o jogo Sim City.

preferidas.

Após retornar do mestrado, o engenheiro passou a coordenar o serviços de consultoria para dar suporte à montagem do Escritório do PELT (EPELT), um novo órgão dentro da Se-

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ARTIGO | JOÃO CAMILO PENNA

Lições da China para competir A China, grande e profunda, em 4 mil anos de história registrada, passou por invasões, fomes, humilhações e retomadas. Como bambus, os chineses vergam e voltam. Em 18 dos últimos 20 séculos, foi a maior economia do mundo, logo voltará a ser a primeira em PIB, mas não em poder. Hoje, é a segunda, com 12% do PIB e 20% da população mundial em território da grandeza dos EUA e na mesma faixa de latitudes. Não buscam os chineses colônias, contentam-se com comércio mundial e investimento externo. Seguem os ensinamentos de aprendizado e harmonia, de Confúcio, e da constatação de que o poder baseiase em recursos econômicos e científicotecnológicos. Crescem com visão milenar e esperança sem ânsia. Realizam trabalhos coletivos superando tempos de vida individual. O Partido Comunista pratica socialismo chinês, um quase capitalismo. Planejam ir de uma economia de baixos salários para uma de alta tecnologia.

São características do Brasil: democracia, legislação não competitiva e sem atenção à ciência e tecnologia. A China, por sua vez, tem apenas um partido político, legislação competitiva, inovação, desenvolvimento científico. A China crescia mais de 10% ao ano, hoje, entre 6% e 7%. O Brasil, de 1900 a 1980, teve um dos melhores crescimentos do mundo e a China vivia em revoluções. Em 1981 o Brasil entrou em baixo crescimento e a China acelerou. De 1994 a 2002, o Brasil crescia media da América Latina, 2,3% ao ano. De 2003 a 2010, a 3,8% ao ano; a AL, a 4,8%. Em 2012, o Brasil a 1%, e a AL, a 3,2%.

Presente no Conselho de Segurança da ONU e na Organização Mundial do Comércio (OMC), a China tem o maior comércio, US$ 3 trilhões. Cresceu de 7% na indústria mundial em 2000 para 17% em 2011, enquanto o Brasil ficou parado em 1,7%.

O Brasil tem 8,550mil km², 195milhões de habitantes, 1,6 engenheiros por 10 mil habitantes. PIB de US$ 2,5trilhões.Tributos, 37% do PIB. Poupança, 18% do PIB, PIB per capita US$ 12.800, e 38 ministros, nomeados por indicações políticas.

São características da China: um governo autocrático, mão de obra em grande quantidade, escala de produção, inovação, ciência e tecnologia, atração de capitais estrangeiros, boa infraestrutura, grande crescimento, excesso de Estado, má distribuição de renda, desemprego, um filho por casal, corrupção e poluição.

A China tem 9,6 mil km², 1,33 bilhão de habitantes, 4,6 engenheiros por cada 10 mil habitantes. PIB de US$ 8,8 trilhões.Tributos representam 24% do PIB, a poupança é de 45%do PIB; e o PIB per capita, US$5.800. Tem 22 ministros, com cientistas e engenheiros. Frase do empresário Aguinaldo Diniz: “Queria ver preços de têxteis chineses, se produzidos no Brasil!”

Desvaloriza a moeda em até 25%, atrai capital, inclusive pela busca de salário baixo. Investiu fora US$ 250 bilhões e recebeu US$150 bilhões. Falta água. Investe muito com sua mão de obra na África, onde o Brasil emprega africanos e leva a Embrapa.

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Em 2011, exportamos-lhe US$ 44 bilhões, 88% em minérios e produtos básicos; enquanto importamos US$ 30 bilhões, sendo 60% de manufaturados. O preço médio da exportação à China é de US$ 120/tonelada, e aos EUA é US$ 800/tonelada. Colonialismo chinês! A China investiu no Brasil cerca de US$ 49 bilhões.

A China, com superávit em conta-corrente e reservas de US$ 3,2 trilhões, preocupa-se com o abismo fiscal dos EUA, que arrecada US$ 3 trilhões e gasta US$ 4,2 trilhões ao ano – déficit 8% do PIB –; emite moeda e desvaloriza o dólar.

A China investe reservas, compra ativos e commodities, agrega valor, exporta a baixo preço, sofre ações antidumping. Indústrias daqui, sob impostos altos, moeda valorizada e custo Brasil, ao competir com custos chineses e moeda desvalorizada, perdem mercado interno e em terceiros países, umas fecham ou vão para lá. Na China, a indústria de transformação atinge 40% do PIB. No Brasil, ela caiu, em tendência mundial, de 25% do PIB a 13% em 2011; a sua exportação caiu. Na expansão industrial entre 2011 e 2012, o Brasil é o 25º dos emergentes. Cabe ao governo desvalorizar o real, prestigiar a defesa comercial, reduzir a despesa publica e a tributação, com diminuição da pressão inflacionaria; e prover mais infraestrutura. Cabe ao empresário a competitividade interna. O governo chinês quer liderança, harmonia e poder brando. Espera-se que cuide do meio ambiente. Hoje, EUA e China, inebriados, apoiam-se mutuamente em um consumismo ameaçador. Já com grande reserva, a China volta ao mercado interno pobre. Investimentos caem de 48% do PIB para 34% em 2025, o consumo vai de 52% do PIB para 66%. Listou em 2012 produtos que poderá comprar daqui. Para competir no mundo, lembremo-nos de que “o conhecimento vem da práxis”. Dialoguemos e negociemos com a China e outros países, com o FMI e a OMC, sobre desvalorizações e distorções no comércio exterior. Façamos o que nos cabe para maior produtividade e a competitividade que dela deriva. João Camilo Penna,engenheiro, ex-presidente da Cemig, ex-ministro da Indústria e Comércio


LFF/Mercado LF/Mercado

Somos o que construímos Há 40 anos a Paranasa atua no segmento da construção civil industrial. Toda essa experiência colocou a empresa entre as maiores construtoras do país neste setor, sempre com foco nos pilares da responsabilidade econômica, ambiental e social. Como marca registrada, a Paranasa procura superar as expectativas dos clientes combinando engenharia de qualidade com soluções modernas e inteligentes, numa política constante de aperfeiçoamento técnico com custos competitivos.

www.paranasa.com.br


CAUSOS DA ENGENHARIA

Fórmula do Atrito

ACONTECEU EM UM EXAME VESTIBULAR Na década de 40, dois cariocas se aventuraram a vir de carro até Itajubá para prestar o famoso vestibular do Instituto Eletrotécnico de Itajubá – IEI, hoje Universidade Federal de Itajubá - Unifei. Como sempre, em época de muita chuva. Passeando pela cidade, chegaram à entrada da chácara do Prof. João Luiz, onde atolaram o carro. Chamaram, então, um senhor que se encontrava nas proximidades: - Ó seu Zé! Dê uma empurradinha aqui! - E o seu Zé disse: Esperem aí! Vou apanhar uma enxada para raspar o barro, a fim de aumentar o atrito para que o carro saia com maior facilidade. Os vestibulandos deram boas gargalhadas, fazendo chacotas daquele homem tão simplório. Ao desatolarem o carro, após a raspagem do barro e sem a necessidade de empurrá-lo, os jovens lhe deram algumas moedas, recomendando-lhe que com elas tomasse algumas pingas e comprasse uma enxada nova. Humildemente, seu Zé colocou as moedas no bolsinho do surrado colete. No dia seguinte, logo cedo, teve início a prova oral de Física daquele vestibular. O examinador

principal era quem? Exatamente aquele homem simplório e ninguém menos que o Prof. João Luiz Carneiro Rennó, agora vestido elegantemente com seu terno e colete, gravata e abotoaduras. Ao chamar um dos concorrentes constatou ser ele um dos que ocupavam o carro atolado na véspera, que entretanto não o reconheceu devido à mudança de sua indumentária. Como o exame era vago, sem sorteio de questões, formulou a ele uma pergunta bem cabeluda sobre “atrito”, mas o coitado do examinado nem abriu a boca. Depois de alguma espera, como nada saía mesmo, enfiou a mão no bolso do colete tirando aquelas moedas - que eram para a pinga e a enxada nova – dizendo-lhe: - Tome essas moedas, volte para sua casa, compre livros de Física, estude bastante “atrito” e retorne no próximo ano quando lhe farei perguntas sobre o mesmo tema, um pouco mais difíceis, é claro! Seu colega, percebendo o que se passava, sumiu. E até hoje não se sabe do paradeiro desses dois cariocas.

História enviada pela Engenheira Marita Arêas de Souza Tavares,que foi aluna do Prof. João Luiz Rennó.

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P a r t i c i p e e e n v i e s e u “ c a u s o ” p a r a j o r n a l i s m o @ s m e . o rg . b r


Petrobras e AG Óleo e Gás. Abastecendo o Brasil de soluções.

A Andrade Gutierrez se orgulha de dizer que a parceria entre a AG Óleo e Gás e a Petrobras possibilitou a realização de diversos projetos importantes para o desenvolvimento do Brasil, como o Gasoduto Urucu-Coari-Manaus, a Refinaria Gabriel Passos (Regap) e a Refinaria de Paulínia (Replan). Por isso, hoje a AG faz questão de agradecer à Petrobras pela confiança depositada em cada uma destas obras. E reafirma sua crença de que esta parceria ainda tem muito a contribuir com o crescimento do País.




Onde tem aço Gerdau, tem a realização de um sonho.

A Gerdau vibra junto com os brasileiros quando entrega uma nova obra. Participar da construção de estádios de futebol, fornecendo desde vergalhões até telas para concreto, é capacitar o país para sediar grandes eventos e conquistar o sonho de novas vitórias.

Todo mundo tem um sonho. O da Gerdau é tornar o seu possível.

www.gerdau.com


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