Correio de Venezuela 697

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P r é m i o Ta l e n t o 2 0 0 9 Correio de Venezuela

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Quarta-feira 15 a Quarta-feira 22 de Junho de 2017

EDIÇÃO N° 697 • ANO 17 • DEPÓSITO LEGAL: 199901DF222 • BS. 100

José Luís Carneiro: “Nenhum português ficará sem apoio na Venezuela” /P.14-15 Porto quer programa para acolher emigrantes da Venezuela /P.5

Governo vai facilitar a integração de quem regressa da Venezuela A facilitação de procedimentos procura dar resposta a situações concretas de pessoas que chegam frágeis e a precisar de respostas urgentes. A situação dessas pessoas não se compadece com procedimentos burocráticos demasiado longos”. /P.5 PUB

COMUNIDADE

Suspensas as celebrações do Dia da Madeira A Comissão Pro comemoração do Dia da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades deu a conhecer que, pela primeira vez em 28 anos, não vai realizar o evento comemorativo do Dia de Madeira, comemorado no dia 1 de julho. /P.8

ACTUAL

MADEIRA

PORTUGAL

O Dia de Portugal, de Luís de Camões e das Comunidades Portuguesas foi comemorado, como é costume, no passado sábado, 10 de Junho. Como também é habitual, as entidades e associações lusitanas na Venezuela não deixaram passar em claro tão importante ocasião e comemoraramo dia com a promoção de diferentes iniciativas em vários estados do país. /P.4

Cáritas Portugal vai ajudar Venezuela /P.7 Marcelo e Costa promovem Lei da Nacionalidade /P.10

UE

Dia de Portugal foi comemorado na Venezuela

Portugal recebeu até junho 1.374 refugiados da Grécia e Itália /P.11

CULTURA

COMUNIDADE

Christian Nunes sagrou-se Mister Venezuela /P.17

DESPORTO

Mil lesados do BES podem só receber primeira tranche da indemnização /P.12

‘Vinotinto’ faz história no Mundial /P.27


2 Editorial

Grupo Editorial

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Director Aleixo Vieira Gerente: Sergio Ferreira Soares Endereço: Av. Veracruz. Edif. La Hacienda. Piso 5, ofic. 35F. Las Mercedes, Caracas. Telefones: (0212) 9932026 / 9571 Telefax: (0212) 9916448 E-mail: editorial@correiodevenezuela.com

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Correio da Venezuela | Quarta-feira 15 a Quarta-feira 22 de Junho de 2017

4ta. Transversal, entre A. AndrĂŠs Bello y Alfredo Jhan. UrbanizaciĂłn Los Palos Grandes, Caracas, ZP 1060

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4 Venezuela

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ACONTECIMENTOS

Dia de Portugal e o 59º aniversário do Centro Português comemorado com casa cheia Clube capitalino, localizado no setor de Macaracuay, preparou programa especial, onde o orgulho de ser português foi o protagonista Ommyra Moreno Suárez

No âmbito das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas e do seu 59º Aniversário, a Associação Civil Centro Português, localizada no setor de Macaracuay, em Caracas, preparou no dia 10 de junho um programa especial, onde o orgulho de ser português foi o protagonista. A iniciática realizou-se por volta das 11h30 na Plaza Luís Vaz de Camões, localizada no setor La Guairita, em frente do Centro Comercial Xpress, com o içar das bandeiras de Portugal, Venezuela e o Estado Miranda. Às 15h00, os atos protocolares estenderam-se até às instalações do clube capitalino com o içar de bandeiras, a colocação de ofertas florais perante os bustos de Luís Vaz de Camões e Simón Bolívar, e a interpretação dos hinos nacionais por parte do grupo Coral Centro Português. De seguida, os só-

cios participaram na Missa Solene de Ação de Graças, presidida pelo Monsenhor Alexandre Mendonça, na capela Nossa Senhora de Fátima. Às 17h00, teve lugar a inauguração da fotografia do ex-presidente Gil Enio Andrade e a colocação da placa comemorativa na Galeria do centro social como um memorial da Junta Diretiva, da Mesa da Assembleia e do Conselho Fiscal para o período de 2015/2016. No evento, o convidado especial, Nelson BocarandaSardi, assinou o livro de Ilustres Convidados e

depois foi inaugurada no Cantinho da Cultura a exposição denominada “Lembranças”, que procura evocar elementos representativos da tradição portuguesa. O ato oficial iniciou-se às 7h45, no Salão Nobre, sendo que a decoração teve inspiração na cidade do Porto. Após a chegada dos convidados, foi instalada a mesa de honra, constituída pelo presidente do Centro Português, Rafael Gomes; o primeiro secretário, Sergio Nunes; o orador de ordem, Nelson Bocaranda; o embaixador de Portugal

na Venezuela, Fernando Teles Fazendeiro; e o comissário, Martín de Abreu. Após a interpretação dos hinos de Portugal, Venezuela, Estado Miranda e Centro Português, por parte da Coral Centro Português, o presidente da Junta Diretiva, Rafael Gomes, deu as boas-vindas aos convidados, aproveitando para fazer um apelo às autoridades portuguesas para que continuem a trabalhar em prol dos “cidadãos mais carenciados no país”. Este ano, o prémio “Obrigado” foi atribuído

ACONTECIMENTOS

Punto Fijo comemora Dia de Portugal Data marcada com homenagem, por parte da Câmara Municipal de Carirubana, a diversas personalidades e instituições Sergio Ferreira

Com o intuito de comemorar o Dia de Portugal e o centenário da aparição da Virgem de Fátima, a Câmara Municipal de Carirubana, na cidade de Punto Fijo, Estado de Falcón, realizou uma sessão especial na sexta-feira 9 de junho que contou com importantes personalidades de diversas instituições lusi-

tanas e empresários. Ana Zavala, concelheira de Carirubana, destacou que a atividade teve início com uma missa especial em honra à Virgem de Fátima para comemorar os cem anos da sua aparição, tradição própria da coló-

nia portuguesa. «A colónia de Portugal tem trazido prosperidade ao país, pelo que são nossos irmãos». Por seu lado, o membro da embaixada de Portugal na Venezuela, Gonçalo Capitão, deixou o seu agradecimento ao povo de Punto

Fijo por ter acolhido a colónia lusa na cidade. «Para nós, é uma honra que em Punto Fijo e no resto do país estejamos unidos nesta celebração importante para a nossa colónia», sublinhou. Depois do ato religioso, teve iní-

a Manuel Rentróia Marques, pelo seu destacado trabalho em prol da cultura e folclores português. Por sua vez, Alda Ajustrel foi homenageada com o Gran Cordón Centro Português “João FernándesLeão Pacheco”, pelo seu trabalho filantrópico e a sua ampla trajetória em várias instituições portuguesas na Venezuela, A velada prosseguiu com o discurso do orador de ordem, o licenciado em Comunicação Social e também emblemático colunista e locutor venezuelano Nelson Bocaranda, que recontou a história dos portugueses na Venezuela e, através de várias anedotas, destacou os valores de trabalho e a dedicação que tem mantido a colónia portuguesa no país sul-americano. Ao concluir o discurso mental, o embaixador de Portugal na Venezuela, Fernando Teles Fazendeiro, discursou em representação do corpo diplomático mostrando-se satisfeito com o evento e recordando a cooperação entre ambos países ao longo dos anos, ressaltando a ótima capacidade de integração da comunidade na Venezuela. A iniciativa culminou com a apresentação de uma fadista e um grupo de música venezuelana, que entretiveram o público com algumas peças caraterísticas de Portugal e da Venezuela. Ainda, os presentes puderam desfrutar de um brinde organizado pelo centro social.

cio a sessão solene a cargo de José Alberto de Viveiros, presidente da Associação do Luso-descendentes da Venezuela (Asoludeven), que foi palestrante, falando sobre a vida cultural e histórica da colónia portuguesa. «Para os lusos, é agradável ter o coração divididos em duas pátrias, a Venezuela e Portugal», disse o porta-voz. A sessão foi propícia para a entrega da ordem Dia de Portugal, na sua primeira, segunda e terceira classe. Na primeira categoria, receberam os empresários João Dos Santos e Inácio Rodrigues Mano (postmortem). Na segunda classe, a empresária e a presidente da associação covil damas de azul do Hospital Dr. Rafael Calles Sierra, Ana María Oliveira e a Associação de Lusodescendentes da Venezuela. No terceiro‘renglónFalconía TV’ e‘Hector Rivero’ (primeiromembrosem nenhuma ascendência portuguesa a se incorporar num grupo de folclore português em PuntoFijo).


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CRISE

Gabinete facilita quem regressa da Venezuela Governo vai facilitar a integração, apurar custos e desburocratizar DN MADEIRA

Durante mais de hora e meia o Gabinete de Apoio ao Emigrante da Venezuela definiu um plano de acção para ajudar quem regressa daquele país em crise. Os trabalhos da primeira reunião decorreram sob a coordenação do secretário regional Sérgio Marques, que esteve ainda este mês na Venezuela. No final do encontro, o governante explicou que foram definidas essencialmente três grandes questões. A primeira passa por pedir aos serviços que identifiquem medidas que facilitem a integração de quem regressa. A segunda medida vai avaliar os encargos desse regresso para o Orçamento Regional. E a terceira procura encontrar formas de agilizar procedimentos administrativos evitando demoras burocráticas. Sérgio Marques explica que a primeira medida deve estar concluída até ao final deste mês. Nessa

altura conta ter um relatório com a listagem das acções que possam favorecer a integração dos emigrantes da Venezuela na Região. Já a avaliação aos encargos que este fenómeno representa para o Orçamento Regional deverá estar concluída até meados do mês de

Julho. Sérgio quer ter esses elementos nessa altura até porque está prevista para essa data uma visita à Madeira do secretário de Estado das Comunidades e a Região precisa ter indicadores concretos para apresentar uma primeira estimativa de encargos para entre-

GAEV

gar ao Governo da República. O secretário regional fala em repartir responsabilidades mas lembra que este processo “é uma responsabilidade, em primeiro lugar do Estado, é nacional. São portugueses que regressam”, sublinha. A facilitação de procedimentos

procura dar resposta a situações concretas de pessoas que “chegam frágeis, traumatizadas e a precisar de respostas urgentes. A situação dessas pessoas não se compadece com procedimentos burocráticos demasiado longos”. Em relação aos custos adicionais para o Orçamento, o secretário regional diz que começam a aparecer já alguns indicadores, nomeadamente cerca de 100 mil euros que já foram dispensados em despesas sociais ou custos superiores com medicamentos que o Governo acredita que possam estar relacionados com esta crise que afecta directamente muitos emigrantes madeirenses. De qualquer forma, Sérgio Marques quer ter uma percepção mais concreta até para apresentar um relatório completo ao Governo da República. O Gabinete de Apoio ao Emigrante da Venezuela, que inclui elementos de todas as Secretarias, deverá voltar a reunir nos mesmos moldes de ontem durante a visita do secretário de Estado, em meados de Julho. Até lá, serão recolhidas as sugestões e os números que vão dar corpo aos relatórios ontem definidos.

CMP

Sérgio Marques pede envolvimento dos Porto quer programa para acolher emigrantes presidentes de Câmara no Gabinete “É imperioso que instituições públicas e privadas trabalhem com vista a facilitar o acolhimento e a integração dos emigrantes”

DN MADEIRA

DN MADEIRA

O Gabinete de Apoio aos Emigrantes da Venezuela (GAEV) pretende, tal como o nome indica, oferecer apoio àqueles que se encontravam nesse país, mas que devido ao clima de instabilidade e de crise, têm que regressar à Madeira. Para que o processo de integração decorra de forma célere, o secretário dos Assuntos Parlamentares e Europeus pede a colaboração dos presidentes das Câmara Municipais no processo. Segundo nota da secretaria, o gabinete de Sérgio Marques en-

viou, ontem, “uma carta a todos os Presidentes de Câmara pedindo para que estes se envolvam no esforço de integração daqueles que regressam da Venezuela, divulgando o Gabinete de Apoio aos Emigrantes da Venezuela, o endereço de contacto (gabinete.srape@ madeira.gov.pt) bem como sugerindo a agilização do pelouro das migrações, identificando autarcas ou técnicos que possam ser elo de ligação ao GAEV”.

“É imperioso, portanto, que instituições públicas e privadas trabalhem com vista a facilitar o acolhimento e a integração dos emigrantes que, por força das actuais circunstâncias, sintam a necessidade de regressar à sua terra natal, minimizando o impacto que um eventual regresso massivo possa suscitar junto dos serviços públicos regionais e até mesmo tensões sociais que possam emergir”, refere a mesma nota.

O presidente do Conselho Metropolitano do Porto (CmP), Emídio Sousa, defendeu hoje no Porto a criação de um “programa especial de acolhimento” de portugueses e lusodescendentes residentes na Venezuela. “O Porto e a Área Metropolitana do Porto (AMP) devem exigir do Governo de Portugal e da União Europeia um programa especial de acolhimento destinado à diáspora na Venezuela”, afirmou Emídio Sousa, na sessão de abertura da cerimónia comemorativa dos 25 anos da AMP, a decorrer na Casa da Música, no Porto. Segundo Emídio Sousa, que é também presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro, este programa deve “receber e acolher” lusodescendentes, concedendo de forma “rápida e simplificada” a nacionalidade portuguesa, “pelo menos até à quarta geração de descendentes portugueses”.

“Estes portugueses, vítimas inocentes de uma ditadura comunista, merecem que Portugal os receba. Importa referir que se trata de famílias completas, principalmente de jovens em idade de trabalho e com filhos”, sublinhou, acrescentando serem pessoas com “cultura idêntica à nossa, com matriz religiosa matriz idêntica à nossa” e cuja língua é também “muito idêntica à nossa” O responsável disse ainda que receber lusodescendentes da Venezuela “será também uma oportunidade para o país combater a baixa taxa de natalidade” que enfrenta.


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GOVERNO REGIONAL

Madeira quer relatório sobre regresso emigrantes da Venezuela concluído até final de Junho AGÊNCIA LUSA

O Governo Regional da Madeira quer concluído até final de junho o relatório de avaliação, identificação de medidas e de agilização de procedimentos relativamente ao regresso de emigrantes da Venezuela, revelou o secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Europeus. Sérgio Marques fez esta observação, hoje, à margem da primeira reunião do “Gabinete de Apoio aos Emigrantes regressados da República Bolivariana da Venezuela”, criado por Resolução nº 354/2017 do Governo Regional. Em declarações à comunicação social, o secretário responsável pela pasta das comunidades madeirenses espalhadas pelo mundo realçou as três prioridades desta primeira reunião do Gabinete: identificar medidas que favoreçam a integração dos emigrantes regressados da Venezuela; identificar medidas de

agilização de procedimentos imprescindíveis para a integração dos mesmos na sociedade madeirense e avaliar o impacto, no Orçamento Regional, do regresso desses emigrantes. “Temos que tratar de avaliar o que representa para o Orçamento Regional o desafio do regresso

dos emigrantes que regressam da Venezuela”, disse, sublinhando ser este um “objetivo muito preciso” porque o Governo Regional precisa remeter ao Governo da República essa avaliação. “É isso que está combinado com o Senhor Secretário de Estado das Comunidades”, adiantou.

MNE

Sérgio Marques considera ainda que os emigrantes regressados da Venezuela devem ser “bem recebidos porque têm de ser tratados da melhor forma, fazendo jus à tradição da Madeira como região acolhedora, fraterna e hospitaleira”. “Vou dar um prazo até ao final

do mês [ junho] para que todas estas avaliações estejam concluídas, quer o relatório de avaliação, quer a identificação das medidas de reintegração, quer as formas de agilização dos procedimentos”, finalizou. A Resolução n.º 354/2017 constituiu o “Gabinete de Apoio aos Emigrantes Madeirenses regressados da República Bolivariana da Venezuela”, designado por “Gabinete de Apoio ao Emigrante da Venezuela”. O Governo determinou que o Gabinete tem o desígnio de “delinear e implementar uma estratégia transversal a todos os serviços da administração pública regional, por forma a constituir um canal privilegiado de comunicação entre aqueles serviços e todos os emigrantes madeirenses regressados daquele país e respetivas famílias”, devido à situação de instabilidade e de crescente deterioração da situação socioeconómica naquele país da América Latina.

POLÍTICA

Santos Silva: Portugal está preparado e a apoiar os que regressam da Venezuela

Garantias a emigrantes deixam PS-M sossegado

DN MADEIRA

DN MADEIRA

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse hoje, em Paris, que há planos de contingência para a Venezuela, mas que, para já, basta “estar preparados” e apoiar os emigrantes que regressaram a Portugal. “Até agora não há nenhuma razão para que precisemos de fazer qualquer coisa que não seja estar preparados e apoiarmos aqueles, que já são muitos, que já regressaram a Portugal”, indicou o ministro, à margem das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas na Embaixada de Portugal, em Paris. O chefe da diplomacia portuguesa insistiu que há “em todas as circunstâncias planos de contingência” e comparou que, “da mesma forma que um edifício tem um plano de segurança, também um país tem planos de contingência”. “Como temos milhões de pessoas a residir fora de Portugal, também temos planos de con-

As palavras do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas tranquilizam o líder do PS-M. Carlos Pereira reuniu-se com José Luís Carneiro e gostou do que ouviu sobre a recente visita que o governante nacional fez à Venezuela, numa deslocação que incluiu também o secretário regional Sérgio Marques. Pereira não esconde as preocupações com os emigrantes madeirenses que vivem naquele país em crise e quis saber como é que o Estado português se posiciona perante esse problema. O que ouviu deixa-o mais “sossegado” perante o que classifica como uma situação difícil e complexa. “Foi muito bom perceber que estão a ser mobilizados todos os meios disponíveis do Estado”, disse o líder do PS-M referindo-se às questões sociais, económicas e de segurança. Na reunião, o secretário de Estado apresentou uma “expli-

tingência para essas pessoas”, reiterou, indicando que o Governo está a trabalhar em colaboração com o executivo regional da Madeira, de onde são oriundos muitos portugueses residentes na Venezuela. Augusto Santos Silva acrescentou que, de acordo com as autoridades madeirenses, “à região autónoma da Madeira chegaram quase mais de 3.000 pessoas”. Além de assistir à receção à co-

munidade portuguesa alusiva ao 10 de junho, Augusto Santos Silva deslocou-se a Paris, quarta-feira e hoje, para participar na reunião ministerial da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), na qual interveio em sessões sobre o alargamento da OCDE, sobre “como fazer a globalização funcionar” e sobre a cooperação da instituição com países latino-americanos e das Caraíbas.

cação exaustiva” dando conta do esforço que está a ser feito criando apoios e mecanismos de ajuda aos emigrantes. “É esse o caminho que o Estado tomará”, garante o deputado socialista na Assembleia da República. Pereira aproveita para lembrar que além das medidas nacionais, cabe também ao Governo Regional traçar “um diagnóstico muito sério e profundo” que permita conhecer com detalhe o perfil dos emigrantes, saber que necessidades têm ao nível de emprego e habitação e outros problemas como as equivalências académicas ou as pensões. “Há um conjunto de coisas que tem se ser feito pelo Governo Regional”, disse.


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PROTESTOS

María José Castro: “Porque teria medo, se este país tem-me dado tudo? “ AGÊNCIA LUSA

“A Europa deve pronunciar-se de maneira contundente sobre a repressão e o autoritarismo na Venezuela”, apelou, em Caracas, Maria José Castro, portuguesa que ficou conhecida localmente como “senhora liberdade” após enfrentar uma viatura militar, numa manifestação. “Já chegou o momento de o mundo, sobretudo a Comunidade Europeia, se pronunciar de maneira contundente, porque esta gente não tem vergonha, não tem escrúpulos, não tem dignidade nenhuma”, declarou Maria José Castro à agência Lusa e à Antena 1, em Caracas. A portuguesa, que já chegou a ser detida pelas autoridades, insiste que “não tem medo” e que a repressão “é uma obra de teatro para atemorizar” a população. “A Venezuela é um teatro. Há um poder corrupto. Há jovens dispostos a dar a vida. Estão descalços, gente pobre, miúdos da escola, alguns velhinhos, país e mães que estão vendo o país perder-se” assegurou.

Questionada sobre se não sentia medo respondeu que “não” e que é preciso derrotar “o mal”. “Porque teria medo, se este país tem-me dado tudo? Deus é a minha base, quem me deu os princípios morais para luta e ser melhor pessoa cada dia e isso é que ensino às minhas filhas (...). Isto terminará quando toda a Venezuela se una”, frisou. “O venezuelano é uma pessoa de fé, um diamante em bruto que temos que polir para dar luz à Ve-

nezuela. As pessoas têm que continuar a lutar para que surja uma Venezuela nova, com outras bases morais, com dignidade e com essa fé que mantém este país em pé”, frisou. Por outro lado, explicou que no dia em que travou o avanço de um carro de combate militar estava marchando com milhares de pessoas. “Nunca tinha visto uma coisa assim [viaturas militares] e vejo rapazes a fugir, preparando-se para

SOLIDARIEDADE

enfrentar aquele poder, sem armas, apenas com um pano tapando a boca e pedras nas mãos. Pensei que tinha que ir com eles, não podia fazer outra coisa. Na metade do percurso ajoelhei-me e encomendei-me a Deus, o meu guia e a minha força. Rezei, levantei-me e fui falar com os militares, pedi-lhes não atacassem os rapazes, que tinham direito a ser ouvidos”, relatou. No entanto, as forças de segurança “não querem ouvir o povo

falar, não querem deixar chegar até a um organismo do Estado, nem ao Ministério Público, nem à Controladoria, nem a um ministério, nada de nada”, lamentou. A portuguesa explicou que ouviu os militares darem ordem para atacar com força, olhou e viu pessoas em cadeiras de rodas, idosas, pelo que não podia “permitir” que atacassem “cidadãos desarmados”, que “apenas pediam respeito pelos seus direitos, que apenas querem crescer e evoluir”. “Fui a correr e coloquei-me frente a uma ‘tanqueta’ (viatura militar) e disse ao motorista que eu era um soldado de Deus, não vou fugir daqui e ele disse-me: afaste-se senhora, afaste-se! Eu respondi, não vou afastar-me”, explicou. A portuguesa disse que já aprendeu a enfrentar o gás lacrimogéneo e que tem uma técnica própria. “Respiro profundamente e retenho a respiração mais ou menos um minuto, que é o tempo que dura no ar, depois vou soltando o ar e uso um paninho. O que mais me afeta são os olhos e para isso também tenho o meu segredo”, relatou.

Cáritas portuguesa vai ajudar Venezuela AGÊNCIA LUSA

A Cáritas Portuguesa anunciou que vai responder positivamente ao apelo da Cáritas da Venezuela, que na sexta-feira pediu apoio para as crianças venezuelanas e os portugueses que sofrem no país sul-americano por falta de medicamentos. Em comunicado, a instituição da Igreja católica portuguesa diz que responderá da forma mais célere que lhe for possível ao apelo da congénere venezuelana, “assegurando os canais fiáveis que garantam que a solidariedade dos portugueses chegue aos seus legítimos destinatários espalhados pela Venezuela, em particular à comunidade portuguesa”. A Cáritas portuguesa adianta ainda que estão a ser estabelecidos contactos com as autoridades portuguesas, nomeadamente a Secretaria de Estado das Comunidades,

para agilizar o apoio. “Logo que estejam garantidas as condições de segurança a Cáritas dará conta aos portugueses das iniciativas de solidariedade que se venham a realizar”, acrescenta o comunicado. A Cáritas Venezuela lançou um apelo à Cáritas de Portugal para que apoie as crianças venezuelanas e também os portugueses cujas doenças se agravaram pela falta de medicamentos no país. “Também há muitas famílias que estão a ficar sozinhas, porque os filhos deixaram o país e queremos dar-lhes um atendimento preferencial, para que possam resolver esta problemática e estar no país, e além disso possam alimentar-se da melhor maneira”, frisou. “O apelo é também para a Cáritas Portugal, para que colabore (...) com toda esta gente que hoje necessita e sobretudo para que apoie os portugueses que desde há muitos anos vivem no nosso país e que

têm necessidades sobretudo de medicamentos”, disse a diretora. Janeth Márquez falava à Lusa e à Antena 1 à margem de uma reunião, em Caracas, com o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, que esteve acompanhado pelo secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Europeus da Madeira, Sérgio Marques, e pelo embaixador português, Fernando Teles Fazendeiro. “ Também há muitas famílias que estão a ficar sozinhas, porque os filhos deixaram o país e queremos dar-lhes um atendimento preferencial, para que possam resolver esta problemática e estar no país, e além disso possam alimentar-se da melhor maneira”, frisou. Márquez explicou também que na Venezuela não há dados oficiais sobre a desnutrição infantil, mas que desde janeiro “já faleceram três crianças” e há “muitas crianças com desnutrição moderada e severa”.


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TRADIÇÃO

Comissão Dia da Madeira suspende atos comemorativos deste ano Situação social, política e económica são algumas das razões que levaram os membros da comissão a suspender o tradicional convívio Ommyra Moreno Suárez

A través de um comunicado, a Comissão Pro comemoração do Dia da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades deu a conhecer que, pela primeira vez em 28 anos, não vai realizar o evento comemorativo do Dia de Madeira, comemorado no dia 1 de julho. A «crise social, política e económica», assim como os «acontecimentos violentos» são algumas das razões que fizeram com que os membros da comissão suspendessem o tradicional convívio. «A decisão tomada em reunião ordinária no dia 24 de maio em relação aos atos comemorativos deste ano de 2017 é a seguinte: tendo em conta a situação pela qual a Venezuela está a passar, resultado da mais grave crise social, política e económica da sua história, crise da qual não escapa a comunidade portuguesa independentemente da sua região de origem (…). Sensibilizados perante as repercussões da referida crise na imensa maioria dos habi-

tantes deste país, a Comissão decidiu adiar sem data estabelecida todos os atos comemorativos deste ano e, portanto, suspender as reuniões da organização e produção de todas as atividades», refere o comunicado. Por outro lado, a comissão deixou um apelo para que se restabeleça a linha democrática no país. «Fazemos votos sinceros para que esta situação termine o mais rapidamente possível, de forma a que a Venezuela retome o caminho do progresso e em direção à democracia, de forma a que o mais cedo possível a Comissão consiga trabalhar em prol dos seus objetivos». Recorde-se que o Dia da Ma-

deira marca o momento em que Portugal concede à ilha a autonomia no ano de 1976. É uma comemoração que se comemora não apenas na ilha, mas também um pouco por todo o mundo pelos portugueses da diáspora. Na Venezuela, onde cerca de 80% dos emigrantes portugueses são da Madeira, as comemorações estiveram a cargo da Comissão Pro comemorações do Dia da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades Madeirenses, uma associação sem fins lucrativos, constituída em Caracas a 10 de maio de 1988, após uma comissão permanente, composta por membros da delegação venezuelana no Primeiro Congres-

CLUBES

Manuel Faría foi reeleito presidente do Centro Luso Larense Ommyra Moreno Suárez

No passado domingo, o Centro Luso Larense, através de uma convocatória realizada pela Comissão Eleitoral do clube, levou a cabo a eleição da Junta Diretiva correspondente ao período de 2017/2019. No local, foram eleitos por unanimidade absoluta com 58 votos da lista constituída por Manuel Faría com presidente; Manuel Rodríguez, vice-presidente; Fátima Dos Santos, secretária; Enrique Fuertes, tesoureiro; Juan Pablo Cardenas na organização, juntamente com Elder Lemos, António Guedez, Carlos Javitt, Manuel

Enrique Ferreira e Julio Gutiérrez como vogais. O tribunal disciplinar foi presidido por David Ferreira; José María Meléndez como suplente; Mariuxi Arismendi como secretária; Raquel Torrealba como suplente; Soud Rosa KakrSaer como vogal e Miguel Assal como suplente. O comissário para este período será Domingo Calicchio e Ciro Espinoza, que ocupará o cargo de comissário suplente. A tomada de posse dos membros da junta esteve a cargo do presidente da Comissão Eleitoral, Pompeyo Cardenas, acompanhado pelo vice-presidente da comissão, Juan Carlos Mesa, e o secretário Rui Valente.

«A expetativa que tem a Junta Diretiva para este novo período é que venham tempos melhores, para que assim tenhamos a possibilidade de concretizar os nossos objetivos com o mesmo espírito e ânimo. Vamos continuar a trabalhar de forma incondicional em prol do Centro Luso Larense e da comunidade portuguesa”. No que se refere aos projetos que a Diretiva tem em curso, Faría comentou que, para o próximo ano, prevê-se que o ginásio fique concluído. Pretende também finalizar o complexo desportivo, que estará equiparado a um campo de futebol com medidas internacionais da cidade de Barquisimeto.

so das Comunidades Madeirenses (Funchal, 1984), que decidiu comemorar, na Venezuela, esta efeméride. A primeira comemoração teve lugar no ano de 1985. Até à data, os seus presidentes foram Antonio dos Santos Araujo, Humberto Ferreira, Fernando Soares, Agostinho Gomes Lucas e Paulo de Sousa. Entre os seus objetivos, como se pode ler nos estatutos, a comissão deve «aproveitar estas festividades para difundir os axiomas sem valor da Comunidade Portuguesa, que dedicará o seu esforço a ressaltar os nobres valores do seu povo, a vida e obra dos madeirenses e dos portugueses em geral».

Cronologia das comemorações 1985: Convidado: Nélio Ferraz M. 1986: Convidado: Teodoro Faria. 1987: Convidado: José Mendonça. 1988: Convidado: Rui Fontes. 1989: Convidado: Alberto Jardim. 1990: Convidado: Teodoro Faria. 1991: Convidado: Zita Cardoso. 1992: Actuação do compositor e cantor venezuelano Simón Díaz 1993: Convidado: Alberto Vieira. 1994: Por primeira vez o “Bailinho da Madeira” é executado por uma orquestra sinfónica. 1995: Gala de música portuguesa no Centro Português com a Orquestra Sinfónica de Venezuela. 1996: Convidado: José Lello. 1997: Convidado: Alberto Jardim. 1998: Convidado: Teodoro Faria. 1999: Convidado: Castro Brandão. 2000: Convidado: Luís Mendonça. 2001: Convidado: Miguel Albuquerque. 2002: Convidado: Correia de Jesus. 2003: Convidado: José Manuel Ventura. 2004: Convidados: Francisco Fernandes e Luís Sotero Camacho. 2005: Convidado: Manuel Correia. 2006: Convidado: José Manuel Ventura. 2007: Convidado: Conceição Estudante 2008: Convidado: Alberto Jardim. 2009: Convidado: Francisco Jardim Ramos 2010: Convidado: Eduardo Brazão de Castro. 2011: Não houve participação de representante do Governo. 2012: Convidado: Francisco Jardim. 2013: Convidado: Manuel .Correia 2014: Convidado: Jaime Manuel Gonçalves de Freitas 2015: Convidado: Rubina Leal 2016: Convidado: Mário Sérgio Quaresma Marques.

CLUBES

Centro Português suspende festas Sergio Ferreira Soares

O Centro Português de Caracas suspendeu a celebração do seu aniversário e todas as festas, nomeadamente as de São João e São Pedro, devido à crise económica e social que afeta o país. “Todas as festas estão suspensas. A decisão foi tomada pela direção, que entendeu que não há condições para festejar”, disse o presidente do centro, Rafael Gomes, à agência Lusa. Na Venezuela, as manifestações a favor e contra o Presidente Nicolás Maduro intensificaram-se desde 01 de abril último, depois de o Supremo Tribunal

de Justiça divulgar duas sentenças que limitavam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assumia as funções do parlamento. Entre queixas sobre o aumento da repressão, os opositores manifestam-se ainda contra a convocatória a uma Assembleia Constituinte, feita a 01 de maio último pelo Presidente Nicolás Maduro. Dados divulgados recentemente pelo ministro venezuelano de Comunicação e Informação, Ernesto Villegas, dão conta de que pelo menos 82 pessoas já morreram desde abril ate inícios de Junho.


Correio da Venezuela | Quarta-feira 15 a Quarta-feira 22 de Junho de 2017

CLUBES

Centro Social Madeirense comemora Centenário das Aparições de Fátima Ao finalizar os atos religiosos, os presentes puderam assistir no salão Madeira à projeção do filme “Fátima – O Dia 13”

CLUBES

Iniciativa de patins para sócios do Centro Social Madeirense O evento realizou-se no salão Madeira do centro social, localizado no município San Diego do Estado Carabobo

Ommyra Moreno Suárez

O Centro Social Madeirense, localizado no município San Diego do Estado Carabobo, realizou no domingo 28 de maio um evento especial em honra à Virgem de Fátima, no âmbito do centenário das suas aparições. A iniciativa, que contou cm uma participação massiva de sócios, começou às 16h30 com o terço no Oratório Nossa Senhora do Monte do Centro Social Madeirense. De seguida, teve início a missa solene e depois realizou-se a tradicional procissão das velas nas instalações. Após ser colocada no seu local de repouso, os presentes puderam assistir a uma emotiva dramatização da aparição da virgem de Fátima e à mensagem que deixou

Comunidade 9

Ommyra Moreno Suárez

aos três pastorinhos, os agora beatificados Francisco e Jacinta, assim como a serva de Deus, Lúcia. Na oportunidade, ao finalizar os atos religiosos, os presentes puderam desfrutar no salão Madeira, da projeção

do filme “Fátima – O Dia 13”, cujo enredo foi tirado do livro que escreveu Sor Lucia Dos Santos, vidente das aparições de Fátima, juntamente com os seus primos Francisco e Jacinta Marto.

EMPRESAS

Na sexta-feira 2 de junho, o Centro Social Madeirense, através dos membros do Clube de Patinagem, realizou uma iniciativa de patins familiar na qual participaram sócios de todas as idades. Na iniciativa, realizada no salão Madeira do centro social, localizado no município San Diego do Estado Carabobo, os presentes puderam passar uma tarde diferente com atividades aeróbicas e com aulas de iniciação de patinagem. Durante a jornada, adultos e crianças recorreram à pista para experimentar os diferentes passos e receber orientação sobre como fazer figuras artísticas

caraterísticas desta modalidade. «A Junta Diretiva felicita o Clube de Patinagem do Centro Social Madeirense por este magnífico evento que ofereceu às diferentes famílias que têm uma vida ativa nesta especialidade desportiva a se compenetrarem como uma única família, partilhando momentos de espairecimento são e anedotas inesquecíveis», publicou o clube na sua página oficial de Facebook.

EMPRESAS

Banco Plaza iniciou Curso em Gestão da Inovação

Excelsior Gama comemora 48º aniversário

Iniciativa está integrada no programa “Cultura de Inovação” da empresa

A empresa promove EG ConVoluntad Ommyra Moreno Suárez

Sergio Ferreira Soares

Contando com a participação de 24 funcionários do Banco Plaza, arrancou o Curso em Gestão da Inovação, onde é avaliado o nível internacional. Este terá a participação de docentes altamente qualificados que pertencem à Universidade Simón Bolívar e ao Parque Tecnológico de Sartenejas. Esta iniciativa promove um dos pilares estratégicos da instituição, como a inovação, incentivando os trabalhadores a gerarem novas ideias, conceitos, produtos ou serviços, com o objetivo de aumentar a produtividade. O foco principal é a experiência do cliente e como oferecer-lhe os produtos e serviços mais inovadores adaptados às suas necessidades.

Adicionalmente, o Banco Plaza oferece aos participantes a oportunidade de desenvolver competências na formação de conceitos disruptivos e capacidades que propiciam a transformação, tanto profissional como pessoal. Desta forma, os presentes transformam-se em embaixadores das tendências e práticas de inovação, assim como nos promotores das ideias que se originam durante as aulas. A motivação e foco no crescimento profissional dos trabalhadores permite promover o esforço e compromisso na instituição, assim como o dos objetivos propos-

tos no Plano Estratégico. Nesse sentido, no fecho do ano de 2016, o Banco Plaza obteve a classificação “A”, a mais alta em matéria de gestão financeira, com um índice de crescimento anual de Total Ativo de 227,7%, um crescimento anual em Captações do Público de 232,8% e a sua quota de Participação de Mercado fechou em 1,06%. Estes resultados implicam uma melhoria significativa nos seus indicadores financeiros, para além de evidenciarem o alto nível de profissionalismo e compromisso por parte dos seus colaboradores nas diversas áreas do negócio.

Através do seu programa de compromisso social EG Com Voluntad, Excelsior Gama realizou de 9 a 11 de maio uma iniciativa no âmbito do seu 48º aniversário, onde o grupo de voluntários da empresa preparou e ofereceu 500 sopas para os meninos que foram hospedados, assim como os seus familiares e o pessoal do Hospital de Niños J.M. de los Ríos, em Caracas. «A nossa maior recompensa nestes 48 anos é a satisfação de colaborar com os mais necessitados, exaltando valores que nos definem como a vocação do serviço, o compromisso e o trabalho em equipa. Nesta feita, fizemo-lo com o apoio dos nossos voluntários, que juntaram esforços para preparar 500 sopas de aipo e frango, acompanhadas de arepas e uma peça de fruta, que juntaram

alimentos nutritivos à dieta diária que o hospital lhes oferece», afirmou GueisyMillán, gerente de vendas de Excelsior Gama. O grupo era composto por 50 voluntários, de entre os quais pessoal da Oficina Principal e de diferentes sucursais de Excelsior Gama, que juntamente comfornecedores, como a Distribuidora de Alimentos Frajavi Depósitos de Cambures La Estancia e a empresa Venecarne,concretizaram a ideia de preparar as refeiçõespara as crianças. Desta forma, Excelsior Gama soma à sua lista mais uma ação solidária com EG ConVoluntad, um programa de voluntariado corporativo que adianta diferentes iniciativas de compromisso social em matéria alimentar, educativa e ecológica.


10 Portugal

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NACIONAL

Marcelo e Costa promovem Lei da Nacionalidade no Brasil AGENCIA LUSA

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assinalou este sábado que a promulgação, no Dia de Portugal, da regulamentação da Lei da Nacionalidade foi “um sinal” de que as comunidades portuguesas não são esquecidas. “Não posso deixar passar despercebido o facto de, neste Dia de Portugal, ter promulgado e o senhor primeiro-ministro ter referendado, no Porto, um decreto-lei que veio regulamentar a lei da nacionalidade”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, a bordo do voo entre o Porto e São Paulo, pouco antes de chegar ao Brasil. “Foi simbólico que o Presidente da República e o primeiro-ministro tivessem, que não é habitual, promulgado e referendado no Porto - normalmente isso acontece em Lisboa -, no Dia de Portugal, esse regulamento”, disse o chefe de Estado, acrescentando: “É um sinal, para as comunidades, de que nós não as

esquecemos”. O Presidente da República promulgou simbolicamente este sábado, Dia de Portugal, o diploma do Governo que regula o acesso à nacionalidade portuguesa por parte de netos de portugueses nascidos

no estrangeiro. Numa nota enviada pela Presidência da República à agência Lusa, lê-se que, “por ocasião do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas”, o chefe de Estado, promulgou, no Porto, este diplo-

IDOSOS

APAV regista aumento de 30% de idosos vítimas de violência em 4 anos

ma do Governo que “vem clarificar e facilitar o acesso à nacionalidade de descendentes de portugueses”. Esta promulgação aconteceu antes de o Presidente da República viajar para o Brasil, onde irá prosseguir, com o primeiro-ministro, Antó-

nio Costa, as celebrações do 10 de Junho iniciadas no Porto, junto da comunidade emigrante e lusodescendente residente em São Paulo e no Rio de Janeiro. A nota enviada à agência Lusa refere que “o diploma foi igualmente referendado no Porto pelo primeiro-ministro e segue para publicação no Diário da República”. O Presidente da República explicou que a Lei da Nacionalidade “já tinha sido aprovada há mais ou menos dois anos e estava por regulamentar”. “Havia pontos essenciais que constituíam uma queixa das comunidades de portugueses, de lusodescendentes por todo o mundo, porque havia burocracia e havia pontos por regulamentar que dificultavam, de facto, o reconhecimento da nacionalidade. Muitos que, há bastante tempo, se queixavam de que estavam à espera deste regulamento para poderem ver reconhecido o seu direito a serem portugueses, têm finalmente o diploma que permite isso”, considerou. Este decreto-lei foi aprovado em Conselho de Ministros no dia 20 de abril, e, quanto aos netos de portugueses nascidos no estrangeiro, prevê que lhes possa ser atribuída nacionalidade se, entre outras condições, tiverem “laços de efetiva ligação à comunidade nacional” e declararem que “querem ser portugueses”.

FINANÇAS

Fisco investiga 43 futebolistas e sete clubes por indícios de evasão fiscal

AGÊNCIA LUSA

A APAV registou um aumento de 30% de crimes contra idosos entre 2013 e 2016, sendo as mulheres as principais vítimas, muitas delas a sofrerem em silêncio há mais de 40 anos, segundo dados divulgados pela associação. Os agressores são na maioria os filhos (39,6%), o cônjuge (26,5%), mas também há casos em que são os vizinhos (4,4%) e os netos (36%), adiantam os dados da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), revelados na véspera do Dia Internacional de Sensibilização sobre a Prevenção da Violência contra as Pessoas Idosas. Entre 2013 e 2016, a APAV registou um aumento de 34% nos processos de apoio a idosos, que totalizaram 4.475 -- 941 (2013), 1.068 (2014), 1.205 (2015) e 1.261 (2016) -, em que 3.612 foram vítimas de crime e de violência, valores que se traduziram em 8.578 factos criminosos. “São cerca de 24 pessoas idosas que recorreram aos nossos serviços

AGÊNCIA LUSA

por semana, uma média de três pessoas por dia, o que demonstra que já reconhecem a associação como uma entidade” que os apoia, disse à agência Lusa Maria Oliveira, técnica da APAV. Contudo, a associação refere que estes dados “ainda são uma amostra daquilo que acontece na sociedade”, havendo ainda “um grande trabalho

a fazer de sensibilização e proteção dos direitos das pessoas idosas”, defendeu Maria Oliveira. Na maioria, as vítimas são mulheres (79,5%), com idades entre os 65 e 69 anos (26,8%), casadas (42,8%) e a viverem numa família nuclear com filhos (31,7%), o que faz com que a maioria das situações de violência aconteça em casa (48,9%).

A Autoridade Tributária está a investigar 43 futebolistas, sete Sociedades Anónimas Desportivas (SAD) e 10 empresas com indícios de evasão fiscal em atividades relacionadas com futebol, disse fonte oficial do Ministério das Finanças. A mesma fonte deu conta de que estes indícios sobre futebolistas e SAD, assim como 10 empresas envolvidas nestas transações, podem ter resultado do não pagamento de impostos e respetivas contribuições para a Segurança Social. O jornal Público noticiou hoje que a Autoridade Tributária está a investigar eventuais fugas ao fisco de clubes e jogadores, numa ação à escala europeia. “O Ministério das Finanças não comenta quaisquer casos concretos ou o estado de desenvolvi-

mento de investigações fiscais em curso”, disse fonte oficial do Ministério de Mário Centeno, acrescentando que “as investigações se desenrolam no quadro de uma iniciativa multilateral que envolve várias administrações tributárias da Europa”. Neste âmbito, acrescenta, “decorrerão esforços semelhantes, e envolve cooperação administrativa em termos de troca de informações com mais de uma dezena de administrações fiscais europeias e não europeias”.


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SERVIÇO PÚBLICO

Municípios querem novas competências para melhorar serviços públicos AGÊNCIA LUSA

Os municípios estão envolvidos no processo de descentralização e de transferência de competências para as autarquias locais para “melhorar a prestação do serviço público”, disse o presidente da ANMP, Manuel Machado. “Quero reafirmar que nós estamos no processo de descentralização” e de transferência de competências para “melhorar a prestação de serviço público que é devida à população”, afirmou o presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), que falava aos jornalistas, ontem, em Coimbra, ao final da tarde, depois de ter participado, numa reunião do Conselho Diretivo da Associação. Os municípios não estão neste processo “por dinheiro”, estão com “o objetivo de melhorar a prestação dos serviços públicos e não de outra coisa qualquer”, assegurou. Mas as novas competências implicam, naturalmente, meios financeiros e técnicos e recursos humanos, o que significa, designadamente, alterações na Lei das Finanças Locais, recordou Manuel Machado. Com “partilha de intervenção da administração central e da administração local, nós consegui-

mos melhorar o serviço público, com uma relativa economia de meios financeiros”, acredita o presidente da ANMP, que também é presidente da Câmara de Coimbra. No início deste processo, “foi muito difícil” obter a informação da parte de “vários níveis de serviços da administração central”, mas agora “parece que as coisas estão melhor” e os autarcas têm tido acesso à “informação e dados indispensáveis para a sua tomada de posi-

ções”, adiantou Manuel Machado. “Queixámo-nos, nalgumas circunstâncias, de atrasos no fornecimentos de dados [por parte da administração central]”, mas isso foi “apenas uma contingência de percurso”. Para o presidente da ANMP, “é indispensável” que a descentralização e atribuição de novas competências às autarquias locais sejam feitas “com seriedade, honestidade e com rigor”.

Portugal 11

EMPRESAS

Marcelo não comenta nomes para a TAP mas sugere debate sobre nomeações AGÊNCIA LUSA

O Presidente da República recusou, em Santarém, comentar os nomes escolhidos para a administração da TAP e sugeriu que se pense num sistema que permita a audição de uma entidade independente antes da nomeação ou num concurso público. Numa visita à Feira Nacional da Agricultura, Marcelo Rebelo de Sousa recusou comentar os nomes escolhidos pelo Governo para a administração da transportadora aérea nacional, sublinhando que essa “é uma escolha que é da competência do Governo e é uma escolha de confiança política”. “Mais interessante não é debater o nome A, B, C ou D, é pensar para o futuro num sistema, sobretudo nos executivos, e pensar com tempo para não ser em cima de cada caso,“, disse. Nesse sentido, deu como referência a Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) para audição prévia dos nomes, ou mesmo a possibilidade de realização de concursos públicos, como acontece no Reino Unido com o governador do Banco de Inglaterra ou o presidente da BBC. A CReSAP é a entidade independente que conduz o processo concursal destinado à seleção da alta direção da Administração Pública.

Afirmando que já ouviu esta sugestão “à direita como à esquerda”, e que ela “há muito tempo” lhe agrada “como tema de debate”, Marcelo defendeu que esta é uma questão para debater “serenamente para o futuro” e que “pode ter pés para andar”. “Admito que, para o futuro, talvez valha a pena pensar, sobretudo para os administradores executivos de empresas onde está o Estado, num sistema semelhante ao da CreSAP. Antes da decisão pelo Governo, haver a audição por uma entidade independente, que se pronuncie sobre os nomes e, em casos, digamos assim, mais importantes, haver um sistema de concurso público, como há, por exemplo, para o governador do Banco de Inglaterra ou para o presidente da BBC”, declarou.

COMISSÃO EUROPEIA

Portugal recebeu até junho 1.374 refugiados da Grécia e Itália AGÊNCIA LUSA

Portugal recebeu até agora 1.374 refugiados recolocados da Grécia e de Itália, segundo o mais recente relatório da Comissão Europeia, datado de 09 junho. Das 1.374 pessoas, 299 foram recolocadas de Itália e 1.075 da Grécia. No total, Portugal comprometeu-se a aceitar 2.951 pessoas instaladas na Grécia e Itália e elegíveis para concessão de asilo. Segundo dados de Bruxelas, o ritmo da recolocação quintuplicou desde janeiro, com quase 10.300 pessoas recolocadas na UE, face ao mesmo período de 2016. Desde que começou o processo de recolocação e até 09 de junho, o número total de recoloca-

ções elevava-se a 20.869 pessoas (13.973 a partir da Grécia, 6.896 da Itália). A Comissão Europeia estima ser possível transferir todas as pes-

soas elegíveis - atualmente cerca de 11.000 pessoas registadas na Grécia e 2.000 em Itália, com chegadas em 2016 e 2017 ainda por registar - até setembro.

As obrigações dos Estados-membros, conforme as decisões do Conselho, aplicam-se, no entanto, a todas as pessoas que chegarem à Grécia ou a Itália até

26 de setembro de 2017 e os requerentes elegíveis deverão ser recolocados dentro de um prazo razoável após essa data. No que respeita à reinstalação, Portugal recebeu 12 pessoas que estavam em campos de refugiados fora da UE. Bruxelas salienta que quase três quartos (16.419) das 22.504 reinstalações totais acordadas em junho de 2015 já estão realizadas. O mecanismo de reinstalação ao abrigo da Declaração UE-Turquia atingiu um novo recorde em maio de 2017, com quase 1.000 refugiados sírios a disporem de vias seguras e legais para entrar na Europa. O número total de reinstalações provenientes da Turquia efetuadas ao abrigo da Declaração ascende agora a 6.254 pessoas.


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BANCA

Mil lesados do papel comercial do BES podem só receber primeira tranche da indemnização AGÊNCIA LUSA

Cerca de 1.000 clientes lesados do papel comercial vendido pelo BES poderão não beneficiar na integridade do mecanismo encontrado para os compensar pelas perdas sofridas, recebendo apenas a primeira parte da indemnização, segundo fontes ligadas a este processo. Em causa está o facto de esses clientes terem colocado apenas acções judiciais a reclamar créditos junto do BES e das empresas ESI (Espírito Santo International) e Rio Forte, que emitiram o papel comercial, mas não contra outras cerca de 40 entidades e pessoas que também podem ser processados por serem solidariamente responsáveis na emissão e venda do papel comercial, como administradores de empresas do grupo Espírito Santo, auditoras, consultores externos ou seguradoras e seus respectivos administradores. Os direitos judiciais ainda podem ser assegurados até 7 de Julho, mas sem isso os clientes não terão a

garantia de que receberão até 75% do valor investido e perdido, mas apenas cerca de 30%. De acordo com as mesmas fontes, o modo mais fácil de os clientes lesados do papel comercial vendido pelo BES garantirem os seus direitos seria o fazerem

notificações judiciais que interrompam os prazos de prescrição. No final de Maio, foi divulgado pelo grupo de trabalho dos lesados do papel comercial que 1.937 clientes aceitaram aderir à solução montada pelo grupo - constituído pela

Associação de Indignados e Enganados do Papel Comercial, Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, Banco de Portugal, ‘banco mau’ BES, com mediação do Governo, através do advogado Diogo Lacerda Machado - e que os visa compensar pelos

430 milhões de euros investidos em papel comercial das empresas Espírito Santo International e Rioforte, vendido aos balcões do banco BES, e que foram perdidos com a resolução do banco BES e falência do grupo Espírito Santo, em 2014. Contudo, mais de metade destes clientes não têm os direitos judiciais completamente assegurados e com isso não deverão beneficiar na totalidade da solução encontrada. O mecanismo de compensação propõe que estes clientes recuperem 75% do valor investido, num máximo de 250 mil euros, se tiverem aplicações até 500 mil euros. Já acima desse valor, irão recuperar 50% do valor investido. A intenção é fazer o pagamento de forma faseada, com a primeira parcela (cerca de 30% do total) a ser paga já este ano, sendo o restante valor reembolsado em 2018 e 2019 (recebendo os clientes uma garantia estatal). O valor será pago aos clientes lesados por um fundo de indemnizações, a ser criado, e que para a primeira ‘tranche’ se irá financiar junto da banca. Contudo, o objectivo é que este mecanismo consiga fundos próprios. É por isso que aos clientes que aderem à solução é exigido que cedam os direitos judiciais dos processos já colocados em tribunal, para que seja o fundo a assumir a litigância desses processos na Justiça e receba eventuais compensações decididas pelos tribunais ou em acordos extrajudiciais.

BANCA

BPN já custou ao Estado 3,66 mil ME AGÊNCIA LUSA

O custo acumulado da nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN) para o Estado continuou a subir e no final de 2016 ultrapassava os 3,66 mil milhões de euros, segundo um relatório divulgado pelo Tribunal de Contas (TdC). No relatório sobre o acompanhamento da execução orçamental da Administração Central em 2016, o TdC aponta que apenas no ano passado o BPN agravou o seu peso nas contas públicas em 420 milhões de euros, valores provisórios. No final de 2016, o saldo acumulado das receitas e despesas orçamentais decorrentes da nacionalização e reprivatização do BPN e da constituição e funcionamento das respetivas sociedades-veículo Parvalorem, Parups e Parparticipadas ascendia a -3,66 mil milhões de euros. Este valor resulta do saldo negativo acumulado dos anos anteriores: 735,8 milhões de euros em 2011, 966,4 milhões em 2012, 468 milhões em 2013, 476,6 milhões em 2014 e 593,9 milhões em 2015 e 420 milhões no ano passado.

SEGURANÇA ALIMENTAR

ASAE apreende mais de 600.000 euros de produtos contrafeitos AGÊNCIA LUSA

A fatura do BPN para o Estado ainda pode continuar a subir, até porque o tribunal ainda não tem dados de 2016 da Parvalorem, da Parups e da Participadas - as sociedades-veículo criadas para gerir os ativos do banco considerados tóxicos -, que em 2015 apresentavam capitais próprios negativos que totalizavam 2.200,7 milhões de euros, “encargos que poderão vir a ser suportados

pelo Estado no futuro”. A nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN) em 2008 foi a primeira em Portugal depois de 1975 e a queda do banco deu origem a vários processos judiciais. Quatro anos depois de ter sido posto sob a gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD), o BPN foi vendido ao Banco BIC Português, entidade de capitais luso-angolanos.

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) apreendeu mais de 600.000 euros em produtos contrafeitos durante uma operação de fiscalização realizada em todo o país junto de uma centena de operadores económicos, anunciou aquele organismo. A fiscalização, realizada nos primeiros dias de junho por ocasião do Dia Mundial Anti Contrafação, visou todo o circuito comercial, designadamente a área de produção e importação, armazenamento e comercialização, venda ao retalho, distribuição e vendas efetuadas através de comércio eletrónico.

Segundo a ASAE, foram fiscalizados mais de uma centena de operadores económicos, tendo sido instaurados 50 processos-crime por contrafação, venda, circulação ou ocultação de produtos ou artigos e seis processos de contraordenação por desrespeito das regras de anúncio de venda com redução de preços e falta de mera comunicação prévia. A ASAE adianta que foram ainda apreendidos cerca de 36.000 artigos diversos, nomeadamente vestuário, calçado, artigo de marroquinaria, artigos de joalharia, brinquedos, vinho e duas máquinas industriais, rótulos e três armas ilegais, num valor que rondou os 600.000 euros.


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14 Especial

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ENTREVISTA

“Nem todas as pessoas que estão a regressar à Madeira têm necessidade de apoio do Estado” O secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, garante que “nenhum português ficará sem apoio na Venezuela” DIÁRIO DE NOTÍCIAS

Chegou há poucos dias da Venezuela e hoje, o secretário de Estado das Comunidades, José Luis Carneiro, foi o convidado da TSF e do Diário de Notícias. Da entrevista, recuperamos o essencial. Que cenário é que encontrou na sua recente visita à Venezuela? Já usou noutras entrevistas a expressão “situação grave”. Não é normal vermos um diplomata a assumir que encontrou, num destino que visitou, uma situação grave. Regressou preocupado? Sim, naturalmente que regressei preocupado, porque pude ouvir muitas centenas de portugueses, literalmente pude dialogar com mais de 400 pessoas, desde trabalhadores por conta de outrem, empresários do setor da panificação, a empresários do setor da distribuição e, naturalmente, que as suas mensagens são mensagens de preocupação, de muita preocupação. Agora é evidente que também senti da parte das autoridades venezuelanas, e queria sublinhá-lo, um enorme respeito pela comunidade portuguesa como também, ao mesmo tempo, uma noção muito exata da função económica e social essencial à vida da Venezuela, e uma vontade muito grande em apoiar a comunidade, nomeadamente ativando uma linha de crédito para a reabertura dos estabelecimentos comerciais. Senti também a mobilização do ministério da Justiça e da Administração Interna para garantir níveis de confiança na administração pública venezuelana tendo em vista garantir as condições de segurança e senti, também, que há iniciativas tendentes ao reforço da cooperação consular para permitir uma visita mais regular aos portugueses detidos que temos na Venezuela. Portanto, senti grande preocupação na comunidade, dentro dessa preocupação eu diria que há duas grandes leituras do que pode vir a acontecer: uma é a dos nossos emigrantes de primeira geração, muito consolidados nas suas vidas profissionais, com estabelecimen-

tos comerciais, empresariais e com vidas muito bem definidas na Venezuela, com vontade de se manterem na Venezuela, de defenderem o seu país - porque é para eles também o seu país, do presente e do futuro -, depois também senti nessa geração a preocupação com os seus filhos, com os seus netos, em regra mais qualificados, com outro nível de instrução e que têm naturalmente dificuldade em encontrar emprego compatível com a sua formação. Depois há uma parte da população que, efetivamente, e de acordo com os relatos que me foram transmitidos pela comunidade, tem dificuldades porque os níveis de remuneração do trabalho são níveis pouco compatíveis com a inflação e com os níveis de vida. Estamos a falar, para se ter uma pequena ideia, por exemplo, um quilo de arroz anda na ordem dos 8000 bolívares e uma remuneração regular anda na ordem dos 200 000 bolívares. Aqui está o problema. Não se trata, muitas das vezes, de não haver bens alimentares nos estabelecimentos comerciais. Eu visitei uma das maiores cadeias de distribuição da Venezuela, que é aliás liderada por portugueses, e tirando a parte dos cereais e dos derivados dos cereais, o centro comercial tinha absolutamente de tudo o que é necessário para a vida das pessoas. Agora, os custos de vida e os custos dos bens é que efetivamente não são compatíveis com os níveis de remuneração. É o resultado de uma crise económica que se abateu sobre os países que vivem das vendas do petróleo e que têm os seus orçamentos muito alicerçados nisso. Como sabe, o petróleo representava 80% a 90% do orçamento da Venezuela

e a queda abrupta dos preços do petróleo fez-se sentir em vários países da América Latina e de África, nomeadamente, e isso tem um efeito dominó que foi criando uma situação muito grave do ponto de vista económico, do ponto de vista social, que depois teve e está a ter também uma tradução de conflitualidade política. Nada que não se tenha registado também [a crise do petróleo] noutros países como Angola, que são também países muito próximos de Portugal. Só para fazer um sublinhado: quantos são exatamente os portugueses e lusodescendentes que estão na Venezuela neste momento? Nós temos inscritos nos serviços consulares 180 000 portugueses. As estimativas, considerando lusodescendentes e cidadãos que hoje têm nacionalidade venezuelana, são de que existem cerca de 500 000 portugueses e lusodescendentes na Venezuela. Esta crise veio tocar um pouco a forma como a comunidade está organizada ou mantém-se uma comunidade com estruturas, com instituições de apoio? Existe ainda essa rede de apoio? Toca aí num ponto muito relevante desta comunidade portuguesa na Venezuela. Ela está estruturada não apenas naquilo que são os seus alicerces económicos e empresariais, dos quais podemos dar alguns dados que são relevantes: de 7000 padarias que há na Venezuela, 95% são detidas por portugueses ou lusodescendentes, aliás o presidente da Associação Nacional dos Industriais de Panificação é precisamente um por-

tuguês. Depois há também uma parte importante ligada ao setor da distribuição, que também é um alicerce. Estamos a falar de empresas que nalguns casos têm entre 3000 e 4000 trabalhadores, portanto isto mostra bem o enraizamento do emprego nas estruturas empresariais dos portugueses. E, depois, há ainda os setores da restauração e da hotelaria, eu diria que estes são os setores mais relevantes. Além disso há um conjunto de investimentos em curso que resultam de uma boa relação de cooperação que houve a partir de 2005-2006, aliás objeto de vários protocolos de cooperação no âmbito da própria comissão mista, e que são investimentos que ainda estão em curso. Visitei o porto de La Guaira, que é uma infraestrutura portuária que vai operar numa região que é responsável por 10% do comércio mundial e que vai permitir a inserção da Venezuela nas cadeias de comércio internacional; e essa operação não só foi um investimento e uma infraestrutura construída por uma empresa portuguesa, como emprega hoje mais de 300 trabalhadores, e essa empresa portuguesa vai participar em 45% da operação a partir do porto de La Guaira, numa parceria com a Bolipuertos. Como é que se faz a ponte entre o Palácio das Necessidades e essa comunidade que está enraizada na Venezuela? Há um movimento associativo - nós temos 47 associações - e é extraordinário conhecer o movimento associativo português na Venezuela. Não apenas pelo conjunto das atividades que desenvolve, mas pelas infraestruturas materiais

que erigiu ao longo das últimas décadas. Estamos a falar de centros sociais, culturais, recreativos, comunitários, lares de idosos, e, vou dar o exemplo de uma associação, que tem 3000 associados e que movimenta em regra 10 000 portugueses nas suas atividades. Têm equipamentos desportivos do que há de melhor, equipamentos culturais com o que há de mais desenvolvido e equipamentos de apoio social. Portanto, respondendo à pergunta sobre qual é a metodologia de trabalho com as instituições, esse também foi um dos objetivos da minha visita: validar e verificar se há obstáculos à boa mobilização dos instrumentos que temos colocado no terreno para manter a relação bem oleada com as estruturas na Venezuela. Vem mais, ou menos descansado depois das reuniões que manteve com as autoridades venezuelanas? Vim mais tranquilo porque senti efetivamente que as autoridades venezuelanas estão conscientes das preocupações dos portugueses e também, ao mesmo tempo, mobilizadas para apoiar as autoridades portuguesas consulares e diplomáticas e apoiar essas estruturas associativas e empresariais. E o governo venezuelano ainda tem condições para dar essas garantias ou seja, com a instabilidade que se vive no país ainda há condições para nós, do lado português e da comunidade portuguesa, acreditarmos que eles têm capacidade para efetivar essas garantias? Esse é o nosso dever, em primeiro lugar o dever para com a comunidade portuguesa, porque esta também tem uma noção muito clara de que as autoridades venezuelanas são os primeiros responsáveis pela salvaguarda da ordem pública e da segurança de pessoas e bens. Mas também vim consciente de que é possível, nomeadamente no trabalho com os serviços consulares, no trabalho com o movimento associativo, aperfeiçoar instrumentos de trabalho, nomeadamente na capacitação das instituições para uma dinâmica de projeto, porque as nossas associações, que têm um trabalho de grande qualidade de décadas, estão pouco vocacionadas para o trabalho de projeto como hoje aqui se trabalha, por exemplo no país, no movimento associativo. Portanto, estimulei-os, e nós reforçámos os meios de


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apoio social no consulado. Temos, neste momento, dois conselheiros sociais a tempo inteiro a trabalhar com o movimento associativo não apenas para capacitar o movimento associativo para a elaboração das candidaturas destinadas a apoiar famílias carenciadas, mas também para desenvolverem projetos de apoio à comunidade. Por exemplo: nós, aqui em Portugal, temos desde 1999 o denominado apoio domiciliário que é desenvolvido pelas IPSS. Ora, na Venezuela não há esta experiência. É possível desenvolver esta experiência com o apoio do Estado Português para garantir que as famílias que estão isoladas, nomeadamente as famílias já com idosos, cujos filhos saíram do país, emigraram do país ou que vivem nos grandes centros urbanos, recebam o apoio domiciliário que fundamentalmente trata das questões habitacionais, higiene habitacional, higiene pessoal, prescrição de medicamentos e também as questões alimentares. Que tipo de pedidos é que lhe tem chegado às mãos? Fundamentalmente os pedidos de apoio que chegam às associações, porque os apoios têm vindo pelas associações e também pelos serviços consulares, nomeadamente pelos conselheiros sociais, são apoios ligados à área da saúde. Ou seja, dirigem-se muitas vezes às instituições sociais para verificarem as condições de obtenção de apoio médico ou de apoio no domínio da saúde. Depois, também necessidades nomeadamente ao nível do ASIC e do ASEC. O ASIC é o apoio social para idosos carenciados e o ASEC é o apoio social para emigrantes carenciados. O primeiro tem um carácter de regularidade e o segundo tem um carácter de apoio em circunstância de crise pessoal. Este instrumento é definido e trabalhado pelos serviços consulares, é depois, posteriormente, enviado para Lisboa e é o Ministério do Trabalho e da Segurança Social português que efetua a transferência para as respetivas famílias tendo em vista garantir esse apoio. E tem tido, da parte do ministro Mário Centeno, apoio para esse esforço suplementar? Está confortável nesta operação de apoio à comunidade da Venezuela? Estou não apenas confortável, como queria aqui sublinhar o bom espírito de cooperação e de equipa dos vários membros do governo em relação não só a esta matéria, como a várias outras que têm sido colocadas pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas (SECP). Como sabe, a SECP, assim como o Ministério dos Negócios Estrangeiros, é um ministério fundamentalmente de relação, que funciona como pivot na relação com todas as esferas do governo e, desse ponto de vista, eu queria não só sublinhar a abertura, a grande

Especial 15 de regresso, pois, como digo, não há um português com quem eu tenha conversado que não me tenha transmitido duas mensagens essenciais: a vontade de ficar no país e a ideia de que a Venezuela é um país de grandes oportunidades.

abertura, dos membros do governo para garantirmos um apoio tão célere quanto possível, tão eficaz quanto possível, aos portugueses na Venezuela. Queria aqui também sublinhar a importância da boa cooperação que também se tem estabelecido com o Governo da Madeira, aliás fizemos a viagem conjuntamente, eu e o secretário regional da Madeira, Sérgio Marques, e essa cooperação tem-se vindo a consolidar ao longo de 2016-2017, assim como a vontade de integração agora dos esforços de apoio àqueles que estão a regressar, nomeadamente à Madeira. Temos ouvido dizer nos últimos dias que não há dados concretos que comprovem uma debandada de portugueses da Venezuela em direção a Portugal e, sobretudo, à Madeira. Ainda assim estamos a falar de uma estimativa do Governo regional de 3000 a 4000 pessoas que regressaram ao arquipélago. Esse movimento tem sido acompanhado por alguma contestação na ilha, há comentários xenófobos quer nas redes sociais quer em alguma opinião publicada em órgãos de comunicação social madeirenses. Preocupam-no esse tipo de reações? Eu não conheço essas manifestações. Aquilo que eu queria sublinhar é o seguinte: é muito importante recordarmos alguns números sobre os emigrantes portugueses, entre 1955 e 1975 chegaram a França 750 000 portugueses. Foram acolhidos, foram integrados, e transformaram vidas de pobreza e de exclusão em vidas de grande sucesso sob todos os pontos de vista. Quando os portugueses foram para a Venezuela, aos milhares, também encontraram um país que os acolheu, que os integrou e que fez desses portugueses emigrados empresários de sucesso, cidadãos de grande sucesso na vida cívica, na vida cultural, na vida política. Os portugueses têm uma tra-

dição de também serem tolerantes e inclusivos e, naturalmente, qualquer mensagem que possa subsistir ou que possa prevalecer de menor capacidade ou de menor tolerância à integração apenas pode merecer o nosso repúdio, independentemente dos locais onde ela se faça. Esta mensagem é muito importante: Efetivamente, nós também temos conhecimento de que muitos daqueles que estão na Venezuela e que estão a vir a Portugal ou à Madeira também estão a fazê-lo numa perspetiva temporária, ou seja, aguardando que a circunstância social e política melhore para voltarem de novo à Venezuela porque é lá que têm muito das suas vidas, muitos dos seus investimentos, os seus filhos e os seus netos. Eu tenho essa perceção porque conversei mesmo na viagem de avião, quer à ida quer à volta, com vários portugueses que têm estado na Venezuela, que estavam a dirigir-se a Portugal, que pretendem passar aqui dois, três meses e, depois, regressarem à Venezuela. Aquilo que nós desejamos é que, de facto, as circunstâncias sociais, económicas e políticas permitam que esse movimento se possa voltar a fazer. Mas queria também deixar claro o seguinte: não há números que permitam afirmar que há uma saída maciça de portugueses da Venezuela, aliás, aquilo que eu pude observar foi que a maioria daqueles com quem conversei quer ficar. Muitos daqueles cujos estabelecimentos foram objeto de destruição já estavam a desenvolver esforços de reabertura em condições muito provisórias para manter os estabelecimentos em funcionamento. No caso da Venezuela, como no caso da África do Sul, uma parte substancial da comunidade portuguesa tem origens na Madeira. Há algum cenário de risco para a Madeira se, de repente, houver

um regresso, há alguma preparação para esse cenário, uma vez que se trata da Madeira e não é propriamente um regresso ao continente, é um regresso a um local de origem que não comportará todas as pessoas? O nosso desejo é que um cenário dessa natureza não se coloque. Caso essa emergência se viesse a verificar e, como digo, ainda estamos muito longe de se poder admitir que um cenário dessa natureza se possa colocar mas, como se sabe, as dinâmicas sociais e políticas são sempre precárias em todos os pontos do mundo, naturalmente que aquilo com que o governo da Madeira pode contar, como já foi referido por vários responsáveis do governo, é com uma total solidariedade do governo do país, porque somos o mesmo país e, para nós, não há portugueses venezuelanos da Madeira e portugueses venezuelanos de Portugal. Para nós há portugueses e não há portugueses de primeira e portugueses de segunda, portanto, a solidariedade mobiliza-se para aqueles que precisam dela. Já foi solicitado algum tipo de apoio específico pelo Governo Regional da Madeira? Por um lado está a ser ativado o Gabinete de Apoio ao Emigrante da Madeira e ficámos de reunir agora com regularidade, eu próprio fiquei de participar na primeira reunião desse gabinete, e a partir daí estabelecer-se-á uma ponte de articulação entre o Gabinete de Apoio ao Emigrante da Madeira e a nossa estrutura de trabalho com os gabinetes de apoio ao emigrante que temos estabelecidos em todo o país. Fundamentalmente, julgo que há uma inquietação, uma preocupação, com aquilo que se possa vir a passar e isso faz com que aqueles que têm maior capacidade de mobilidade procurem manter agora uma regularidade de vinda a Portugal, mas numa ótica

Para terminarmos este já longo dossier acerca da Venezuela, quer deixar aqui a garantia de que qualquer família de portugueses ou de lusodescendentes que queira fazer esse caminho de regresso a Portugal e que não tenha meios contará com o apoio do Governo Português? Sim, queria transmitir às famílias que vão sentindo necessidades especiais, e as necessidades têm de ser, como é evidente, demonstradas, porque este é um aspeto muito importante, nem todas as pessoas que estão a regressar à Madeira são pessoas que têm necessidade de apoio do Estado. Ou seja, há muitas famílias que regressam e, felizmente, têm meios próprios, bens pessoais, recursos pessoais, quer do ponto de vista intelectual, quer do ponto de vista cultural, quer do ponto de vista económico. Falei da Madeira como um caso específico, porque, obviamente, a Madeira tem 300 000 habitantes e estamos a falar de uma comunidade de meio milhão. A verdade é que 80% a 90% da comunidade é madeirense. No nosso Consulado-geral de Caracas só dois dos funcionários é que não são de origem madeirense e, portanto, de facto, a comunidade madeirense na Venezuela é a grande maioria da comunidade. Mas queria transmitir uma mensagem importante para as famílias que de forma objetiva demonstrem a sua necessidade: dirijam-se aos consulados quer de Caracas quer de Valência ou então aos nossos dez consulados honorários, dirijam-se ao movimento associativo, porque é por via do movimento associativo que nós também canalizamos esses apoios, para que, naquilo que são as vossas necessidades fundamentais, o Estado Português possa garantir esse apoio. Quero também transmitir a ideia de proximidade, porque foi isso que eu procurei fazer também com esta visita. Tive uma reunião com cerca de 100 empresários em Valência, estivemos 3 horas em diálogo permanente e ouvi uma a uma as pessoas que se quiseram pronunciar; dialoguei com as pessoas que estavam no atendimento público em Valência; em Caracas, onde eram várias dezenas; dialoguei com os funcionários consulares; dialoguei depois com cerca de 300 portugueses no Centro Português de Caracas numa sessão que também durou cerca de 3 a 4 horas, aliás há colegas vossos, jornalistas, que assistiram a essa sessão e, portanto, que não fique sem apoio qualquer português com necessidades comprovadas.


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MODA

Ommyra Moreno Suárez

RECOMENDAÇÕES

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Com determinados estilos, consegue-se o efeito visual de pernas mais compridas e finas. Uma das formas mais simples de conseguir isto é com calças escuras, pois automaticamente fazem com que as pernas pareçam mais longas. Nesse sentido, opta por jeans ou calças em tons escuros. Para potenciar o efeito de calças escuras, opta por blusas ou camisas que enfatizem a

cintura, o que permite não apenas mostrar uma figura mais delgada como também proporcional. Por seu lado, as assessoras de imagem também recomendam mostrar pelo menos três centímetros dos tornozelos; desta forma, dás uma ilusão ótima de maios altura. No que se refere ao calçado, os tacões de cor neutro “nude” conseguem fazer as pernas parecer mais ma-

gras, pois camuflam-se com a pele. Embora algumas pessoas julgam que as calças a boca-de-sino encurtam as pernas, a verdade é que se o modelo fica bem ajudam a prologar as pernas. Evita sapatos com plataformas grandes, pois apesar de darem altura criam desproporção e encurtam as pernas, assim como os sapatos com fitas pelo tornozelo acima.

Cultura 17

O que usar para que as pernas pareçam mais longas? MÚSICA

Sandra & Ricardo actuam na Suiza

BELEZA

Christian Nunes sagrou-se Mister Venezuela 2017 O designer gráfico de 24 anos também ganhou o titulo do Melhor Corpo da gala Ommyra Moreno Suárez

Ommyra Moreno Suárez

ARTES

RECOMENDAÇÕES

De entre centenas de jovens de toda a Venezuela que visitaram a Quinta Miss Venezuela, e se apresentaram no escrutínio de Osmel Sousa, juntamente com a sua equipa de trabalho e de um júri qualificado, o lusodescendente Christian Nunes ganhou o título de Mister Venezuela, correspondente ao ano

2017. Por sua vez, Luis Marrero resultou primeiro finalista e Adrián Menghini segundo finalista. O concurso teve lugar o passado sábado dia 10 de junho no estúdio 1 do canal venezuelano Venevisión, localizado em Caracas. A animação esteve a cargo de Osmariel Villalobos, Fanny Ottati e Dave Capella. Para ganhar o concurso, os 14 jovens tiveram que representar não só a beleza e a elegância masculina, como também impressionar o júri com a sua facilidade de expressão, talento artístico e sensibilidade social. Numas intensas jornadas de trabalho, com o estilismo de Jesús Morales, Ernesto

Depois da Suiza, a dupla internacional continuam a sua digressão pelo continente português

López e Raenrra Club; e vestuário de Carlos Sierra e Tiendas Balú, o designer grafico de 24 anos conseguiu destacar-se e obter o cachecol de Mister Venezuela. “Estou muito feliz, preparei-me para este objetivo e consegui”, foram as primeiras palavras de Nunes, quem também ganhou o titulo do Melhor Corpo da gala. O júri foi constituído por Keysi Sayago, Miss Venezuela 2016; Romina Palmisano, cantora e Miss Carabobo 2010; Natalia Moretti, animadora do programa “Atómico”; Dora Mazzone, atriz, e Natalia Monasterios, locutora e panelista do show “Portada’s”.

Sergio Ferreira Soares

Pela primeira vez, a dupla internacional Sandra&Ricardo viajam musicalmente a Suiza, para celebrar o Día de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Como parte da sua Tournée 2017, e a convite da Escola Portuguesa de Zurich, os artistas participam em diferentes iniciativas organizadas pela comunidade portuguesa no país europeu, “Agradecidos estamos pela recetividade do público que nos acarinha nesta terra. Sem duvida, Portugal não é só o espaço geográfico que conhecemos. Portugal é e

está, onde esteja um português”, afirma a cantora Sandra. Entretanto, com um repertório variado, conformado por musicais originais e clássicos com novos arranjos feitos pelos artistas, Ricardo destaca a importância da manutenção dos costumes e tradições mais além das fronteiras. “É gratificante ver como os portugueses procuram em qualquer espaço conservar e preservar a identidade lusa. Um ‘bem haja’ por isso, e nossa responsabilidade valorizar a lingua e a cultura portuguesa em países totalmente diferentes ao nosso”, ressalta o tenor Ricardo. Depois da Suiza, Sandra&Ricardo continuam a sua digressão pelo continente português. Lisboa, Espinho, Aveiro, Nazaré, e o Algarve, são alguns dos locais já visitados na promoção do mais recente álbum da dupla, +de20.

‘Tres tablas’

‘La Persistencia del Origen’

MEDI

UCAB

O Museo de la Estampa y del Diseño Carlos Cruz-Diez, localizado na avenida Bolívar, em Caracas, recebe nas suas instalações uma mostra constituída por 70 mesas de skates com intervenções de artistas e estudantes de diferentes regiões, assim como uma instalação com elementos reciclados urbanos que tentam representar e fazer referência à rua, onde elementos urbanos se conjugam evidenciando rastos de metrópoles.

A exposição, sob a curadoria de Humberto Valdivieso, é composta por uma seleção de obras de diferentes técnicas, formatos e dimensões, exibidas tanto no Centro Cultural Padre Carlos Guillermo Plaza como pelos espaços abertos da reitoria, biblioteca, jardins e caminhos do campus da UCAB Caracas, onde pinturas, relevos e esculturas permitem admirar o processo evolutivo da língua abstrata de Daniel Suárez.


TEATRO

Ommyra Moreno Suárez

RECOMENDAÇÕES

18 Cultura

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‘Mar y Conerías Mías’

‘El hijo del presidente’

Trasnocho Cultural

Teatro Trasnocho Cultural

A sala italiana do Trasnocho Culturalapresenta a peça de teatro ““Mar y ConeríasMías”, sob a direção artística de Luis Armando Castillo e Diego López. A montagem, baseada no livro “Mariconeríasmías”, do escritor Diego LópezBruzual,conta a história de Doryan Gay, que se desenrola com a criação de outros personagens que surgem dentro do público para se relacionar e fazer parte da história.

Sob a direção de Gabriel Agüero Mariño, a peça explora os sentimentos de uma série de personagens que vivem do sorriso fácil, dos aplausos inocentes e do esquecimento, num circo que lhes serve de lar e que percorre o país mais remoto, de povo em povo. A gravidez adolescente, o abandono infantil, as dificuldades de amor, a intolerância, a corrupção e a situação do país são alguns dos temas abordados nesta montagem.

LITERATURA

Livro sobre a emigração lusa apresentado na Suíça

CORREIO DA VENEZUELA

CINEMA

Ommyra Moreno Suárez

RECOMENDAÇÕES

No passado sábado 10 de junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, foi apresentado em Genebra, na Suíça, um dos principais destinos da emigração portuguesa, o livro “Gérald Bloncourt – O olhar de compromisso com os filhos dos Grandes Descobridores”. A obra, uma edição bilingue em português e francês, concebida pelo historiador Daniel Bastos a partir do espólio do conhecido fotógrafo que imortalizou a gesta da emigração portuguesa para o centro da Europa nos anos 60 e 70, foi apresentada na Livraria Camões, um espaço cultural de referência da lusofonia em terras helvéticas,

e esteve a cargo do tradutor Paulo Teixeira, e do antigo dirigente associativo e sindical na Suíça, Manuel Barbosa. No decurso da sessão, que contou com a presença de vários representantes da comunidade portuguesa em Genebra, assim como do apresentador e jornalista Jorge Gabriel, que no âmbito do programa “Aqui Portugal” dedicado ao 25.º aniversário da RTP Internacional esteve em antena a partir da Livraria Camões, e do Cônsul-geral de Portugal em Genebra, Miguel de Calheiros Velozo, todos foram unânimes em considerar que as fotografias de Gérald Bloncourt constituem um contributo fundamental para a história da emigração portuguesa.

Segundo Daniel Bastos, a edição do espólio fotográfico de Gérald Bloncourt e apresentação do livro em Genebra, na Suíça, um dos principais destinos da emigração portuguesa, cuja comunidade é a terceira maior em terras helvécias, representam “um justo reconhecimento aos protagonistas anónimos da história portuguesa que lutaram aquém e além-fronteiras pelo direito a uma vida melhor e à liberdade”. Refira-se que a sessão de apresentação, que impulsionou uma enriquecedora tertúlia que revisitou experiências, memórias e testemunhos sobre o fenómeno da emigração lusitana, em particular na Suíça, incluiu um Porto de Honra, um produto emblemático da cultura portuguesa.

CLUBES

Gala da Beleza Madeirense reagendada

A iniciativa, organizada pela Junta Diretiva e o Comité de Damas y Beneficencia do Centro Social Madeirense, realiza-se no salão Madeira do club Ommyra Moreno Suárez

A comissão organizadora da Gala da Beleza Madeirense 2017 anunciou através do Facebook que o evento foi reagendado para a sexta-feira dia 27 de outubro, a partir das 20h00. A ini-

ciativa, organizada pela Junta Diretiva e o Comité de Damas y Beneficencia do Centro Social Madeirense, tem lugar no salão Madeira do club, localizado no município San Diego do Estado Carabobo. Trata-se de um evento que reúne uma grande quantidade de sócios, que todos os anos aguardam pela eleição da rainha. Nesta oportunidade, o júri deverá selecionar os representantes da beleza madeirense em três categorias: Mini Madeira, de 5 a 9 anos; Princesa, de 10 a 14 anos; e Rainha, de 15 a 18 anos. No local, os presentes podem usufruir de um agradável convício, com animação por parte de um grupo musical.

‘Before I fall’

‘Cars 3’

O filme, dirigido por Ry Russo-Young e protagonizado por ZoeyDeutch, baseia-se na história de Samantha Kingston, uma jovem que tem tudo a seu favor, contudo, a sexta 12 de fevereiro, que deveria ser um dia excecional na sua vida, passa a ser o seu último dia da sua vida, pois Samanthan acorda sempre nesse mesmo dia e volta a viver a estranha data sete vezes até que, segundos antes de morrer realmente, terá a oportunidade de mudar a sua última semana e talvez o seu destino.

Na terceira entrega do franchising Cars, o novo corredor Jackson Stormchega à pista e mesmo que Rayo Mc Queencontinue a ser o melhor da corrida, o público começa a sequestionar quando este se vai retirar. Contudo, um grande acidente faz duvidar da sua retirada e uma novata, Cruz Ramírez, treinadora hispânica, quer provar a Mc Queen ainda consegue continuar e não se render perante Jackson Storm e a crítica do mundo inteiro.


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Sergio Ferreira Soares

RECOMENDAÇÕES

LITERÁRIAS

20 Cultura

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Falareis de nós como de um sonho Crepúsculo dourado. Frases calmas. Gestos vagarosos. Música suave. Pensamento arguto. Subtis sorrisos. Paisagens deslizando na distância. Éramos livres. Falávamos, sabíamos, e amávamos serena e docemente. Uma angústia delida, melancólica, sobre ela sonhareis (…) Assim começa um dos poemas de Jorge

(Cândido) de Sena, que nasceu em Lisboa a 2 de Novembro de 1919. Foi um poeta, ensaísta, novelista, dramaturgo, tradutor, crítico e professor de português. Provinha de uma família da alta burguesia, filho de um comandante da marinha mercante de Ponta Delgada e de uma dona de casa descendente de comerciantes ricos do Porto. Sena era licenciado em engenharia civil, mas dedicou-se à carreira de escritor, com uma

posição política bastante marcada, tanto que isso lhe valeu repercussões durante a ditadura salazarista. Exilou-se no Brasil em 1959, e depois nos Estados Unidos em 1965, onde foi professor, e ali morreu, em Santa Barbara, Califórnia, a 4 de Junho de 1978. Os seus restos foram traslados para o Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, a 11 de Setembro de 2009, depois da cerimónia de homenagem na Basílica da Estrela.

Jorge de Sena Ode ao futuro

TEATRO

“Pessoas” no Teatro Nacional Ommyra Moreno Suárez

TEATRO

Talento luso presente na obra“A filha do general” A montagem, ideia original de María F. De García e J. C. Duque, é apresentada na Scala de Brickell, na cidade de Miami Ommyra Moreno Suárez

Os atores luso-venezuelanos Fefi Oliveira e Fer Da Silva estão a apresentar uma obra de teatro dirigida pela reconhecida atriz cubano-venezuelana Beatriz Valdéz. A montagem, ideia original de MaríaF. De García e J. C. Duque, é apresentada na naScala de Brickell, na cidade de Miami, Estados Unidos. O enredo centra-se num drama

social de denúncia, numaversão da própria Valdés, juntamente com o escritor venezuelano, Leonardo Padrón, onde as ruas da cidade se convertem no cenário de um povo que pede auxílio pela dura realidade que vivem milhares de pessoas que reclamam os seus direitos perante um governo ditatorial. No meio destes acontecimentos, Manuela, uma jovem que vive à margem da realidade social que enfrenta o seu país por ser filha de um alto funcionário do regime, não consegue fugir da violência e termina sendo vítima do abuso e da impunidade de governantes sem escrúpulos. Ela é a filha do General Adolfo, novo Ministro da Defesa, que insiste em silenciar a opinião pública e controlar os jovens manifestantes. Finalmente, o seu empe-

Sergio Ferreira Soares

MÚSICA

RECOMENDAÇÕES

OS MAIS ESCUTADOS Decorre uma nova semana para os cartazes musicais em todo o planeta, que desta vez apresenta muitas variações tanto na Venezuela como em Portugal. Os ‘urbanos’ de Gustavo Elis apoderaram-se do coração dos venezuelanos, que colocaram o tema “Cinturita” no primeiro lugar do Record Report. Entretanto, em Portugal, a internacional Selena Gomez juntamente com Kygo sobem para o primeiro lugar de Shazam com o tema “It Ain’t Me”.

nho por preservar os seus interesses provocam impacto na sua vida e na sua própria família. Em palco, os lusodescendente fazem-se acompanhar por outros 21 atores, entre os quais se destacam Gabriela Vergara, Omar Germenos, Ana MaríaSimón,OmaraGarcía, Gabriel Coronel, JullyeGiliberti, Carmen Elena Manrique e Francisco Porras, com a participação especial de Elba Escobar. Juntamente com eles, um ensamble, composto por Viviana Ramos, Karimar Moya, Romina Leal, Bryan Batista, MarioDusper, Rafael García, SamyHawk, Alex Pita, Aurelio Serino, FabrizioVerdini, José Luís Yepez e José. As entradas podem ser adquiridas através da Internet em www. lahijadelgeneral.com.

Depois do êxito obtido no Festival Internacional de Teatro de Caracas 2017, “Pessoas”, o espetáculo de teatro musical que tem subido a inúmeros palcos desde 2010, será apresentado a 18 de junho no Teatro Nacional, em Caracas. A peça tem lugar às 17h00 aos sábados e domingos no referido espaço. Pessoas numa obra dedicada a todos os que já se apaixonaram, que já experimentaram a nostalgia da terra pátria e que encontre na poesia o refúgio dos sentimentos mais profundos. Na peça, a música, o canto e a poesia são o eixo mobilizador e condutor da história. Realizado por artistas venezuelanos, é uma homenagem à alma portuguesa e ao sentimento feito canção convertida em fado, em poesia, que pela sua profundidade e emotividade, cativa sem importância línguas, continentes, nem fronteiras, porque se o fado não é mais do que cantar-lhe a um destino, todos os homens e as mulheres da terra estamos feitos desse mesmo destino, intrínseco à condição humana. Por isso, o fado toca-nos de perto e, ao descobri-lo, não se pode deixar de sentir que sempre esteve ali, tão perto, tão próximo dos portugueses e tão nosso como de todo aquele que tenha uma onda de emoção para sentir. Este espetáculo realizado numa hora é um postal da história de amor de Fernando Pessoa e Ophe-

lia Queiroz, a única noiva conhecida do poeta lusitano Fernando Pessoa. Ophelia é acompanhada de Maria, a fadista, uma cantora desterrada pela sua condição reacionária contra um governo. A cena nos leva a uma atmosfera impregnada de poesia e textos que, acompanhados por fados, recriam um cenário luminosamente melancólico, onde a essência do país lusitano nos dá a conhecer o pensamento, a visão e a emoção de um povo que tem no seu canto a ferramenta mais genuína para expressar a razão que os permite viver. Coordenadas Temporada: de 27 de maio a 18 de junho de 2017 Morada: Teatro Nacional, Av. Lecuna, Esquina de Cipreses Dias: Sábados e Domingos Hora: 17h00 Ficha técnica Elenco: Norma Monasterios, Jesús Belisario e Marxlenin Cipriani Músicos: Gonzalo Mendoza e Tomás Rodolfo Aranguibel Direção General: Katty Rubesz Assistente: Edisson Spinetti Produtora: Norma Monasterios Imagens Multimédia e Desenho Gráfico: Lester Arias Vestuário: Raquel Ríos Iluminação: Víctor Villavicencio Cenário: Edisson Spinetti Assistente: Betsabé Hernández Enquadramento Teatral— Produções NM

NA VENEZUELA

EM PORTUGAL

1) Cinturita / Elis 2) Gozadera / El Potro, Wisin y Yandel, Don 3) Me Gusta / Aran 4) Infiel / SixtoRein y J Alvarez 5) Cantalo / Ronald Borjas

1) It Ain’t Me / Kygo & Selena Gomez 2) Despacito / LuisFonsi 3) Way Down We Go / Kaleo 4) Scared To Be Lonely / Martin Garrix & Dua Lipa 5) You Don’t Know Me / Jax Jones Feat. RAYE


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22 Opinião

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ARTIGO JURÍDICO

Heranças e partilhas: saiba como localizar contas bancárias, seguros de vida e aplicações financeiras do falecido ANTÓNIO DELGADO

Quando alguém morre e deixa bens, os herdeiros têm de tratar de diversos aspetos relacionados com a declaração dos bens e com o eventual pagamento de impostos antes de fazer a partilha. Há, contudo, um problema frequente entre os beneficiários de heranças: como saber se o falecido tem contas bancárias e em que banco? Podem conhecer algumas contas bancárias, mas como saber se existem depósitos noutras instituições bancárias ou outros investimentos realizados em vida pelo falecido? Através do sítio na Internet

do Banco de Portugal, aceda à página do supervisor bancário destinada a ajudar os beneficiários de heranças a localizar ativos financeiros. O pedido de localização é gratuito, mas apenas pode ser através do cabeça-de-casal da herança. A procura de produtos de dívida pública já é mais complexa. Para todos os efeitos, o Estado tem conhecimento do falecimento do titular, seja através da emissão da certidão de óbito seja através da comunicação que deve ser efetuada nas Finanças. No entanto, se os herdeiros não fo-

rem averiguar junto da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) se existem Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro, o Estado nada diz e acaba por ficar com os títulos através do Fundo de Regularização da Dívida Pública (FRDP). Os herdeiros têm de solicitar ao IGCP uma declaração de valores à data do óbito não só para impedir a prescrição mas também porque os montantes têm de ser declarados ao fisco, mesmo que os beneficiários estejam isentos. A confirmar-se a existência de Certificados de Aforro ou do

Tesouro a herdar, os beneficiários têm de solicitar o seu reembolso (para uma conta bancária a indicar) ou a transmissão. Outras das preocupações que deve existir por parte dos herdeiros tem a ver com a pesquisa de eventuais seguros de vida, de acidentes pessoais ou operações de capitalização do falecido. Para obter informações sobre a sua existência, os herdeiros deverão requerer junto da ASF-Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões.

PALAVRAS

A emigração de jovens qualificados

DANIEL BASTOS

Entre dezembro de 2016 e abril de 2017, a Fundação Associação Empresarial de Portugal (AEP) dinamizou um questionário online, dirigido a cidadãos de nacionalidade portuguesa ou nascidos em Portugal residentes no estrangeiro com formação de nível pós-secundário, como o objetivo de estudar a emigração de jovens qualificados no âmbito do programa “Empreender 2020 - O Regresso de uma Geração Preparada”. No conjunto de conclusões recentemente divulgadas por este projeto pioneiro, que operou no seio da diáspora portuguesa, particularmente na Europa, um levantamento de

jovens emigrantes detentores de elevadas competências técnicas e educativas, e estudou o potencial de retorno desse capital humano e o seu impacto no desenvolvimento económico do país, destaca-se desde logo o facto estruturante de 62% dos jovens lusos qualificados, com idades compreendidas maioritariamente entre os 30 e 39 anos, continuar a emigrar. De acordo com o estudo, que mostra o Reino Unido como um dos grandes destinos da nova emigração portuguesa, embora mais de metade desses jovens qualificados revelarem um perfil de empreendedor ou potencial

empreendedor, e inclusivamente 56,4% afirmarem que gostavam de voltar e ser empresários em Portugal, existe um número significativo de jovens emigrantes lusos qualificados (35%) que pondera nunca mais regressar à pátria de origem. O mesmo estudo indica ainda as principais motivações do retorno ao território nacional, assim como as de fixação nas novas pátrias de acolhimento. Os que pensam regressar, apontam sobretudo a saudade, e o estar próximo da família e dos amigos como o principal impulso de retorno, os que não pensam regressar, assinalam essencialmente as

faltas de oportunidade de carreira, de emprego e os baixos salários na sua área, como a principal razão de optarem por trabalhar no estrangeiro. Tendo em linha de conta que na última década a emigração lusa atingiu números históricos, contexto que acarretou a saída de milhares de portugueses entre os 20 e os 40 anos do país, este estudo sobre a emigração de jovens qualificados revela a imprescindibilidade da sociedade portuguesa apreender os desafios e oportunidades da emigração enquanto instrumento fulcral do nosso desenvolvimento e futuro coletivo.

O CORREIO da Venezuela não pode ser considerado responsável e/ou patrocinador das opiniões que são expressas neste espaço.


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Quarta-feira 15 a Quarta-feira 22 de Junho de 2017 | Correio da Venezuela

---SABIA QUE?---

---SAÚDE EM DIA---

Curiosidades sobre os sinais

Como prevenir a obesidade infantil Sergio Ferreira

Os números não deixam margem para dúvidas e não enganam ninguém. A cada dia que passa, estamos mais pesados e mais obesos. Todos sabemos que o sedentarismo e uma alimentação desequilibrada são as principais causas para os elevados índices de obesidade que se registam em todo o mundo. As crianças são uma das principais vítimas desta doença. Mundialmente, segundo a Associação Médica Britância, mais de 22 milhões de crianças com menos de 5 anos de idade tem excesso de peso, bem como 155 milhões de crianças em idade escolar. Tendo em conta este cenário, os especialistas alertam para a necessidade de tomar medidas capazes de travar o avanço desta epidemia, porque, se esta tendência continuar, esta geração de crianças será a primeira da história a viver uma vida mais curta que a dos seus pais. Eis dez medidas para combater a obesidade infantil: . Sirva porções adequadas à idade da criança. Um estudo recente mos-

trou que o tamanho do prato influencia a quantidade de alimentos ingeridos pela criança. . Ter sempre em casa uma variedade de vegetais, frutas e grãos integrais (pão integral, massa integral, arroz integral, etc). . Escolher leite e produtos lácteos com baixo teor de gordura ou desnatados. . Reduzir o consumo de carnes vermelhas. . Promover o consumo de legumes e frutos secos. . Fazer com que os mais pequenos não cedam às tentações ricas em

calorias (não colocar alimentos calóricos à vista dos mais pequenos). . Promover a actividade física. Lembre-se que se os país fazem desporto, os filhos também querem fazer. Para prevenir a obesidade, as crianças deviam fazer todos os dias, no mínimo 60 minutos, de exercício físico. . A bebida de eleição para acalmar a sede deve ser a água. O consumo de sumos e refrigerantes é desaconselhando. . Evitar o consumo de açúcar, doces e bebidas açucaradas (especialmente “refrescos”). Vários especialistas sugerem que se deveria transmitir informações claras à população sobre os efeitos negativos destas bebidas. . Restringir a cerca de 2 horas o tempo que as crianças devem ver televisão, jogar videojogos ou navegar na Internet –as crianças com menos de dois anos não deveriam ver televisão. Um estudo apresentado em Abril de 2013 concluiu que os filhos de pais que vêem muita televisão tendem a repetir o (mau) exemplo dos seus educadores.

prestar atenção, pois quando a sua aparência muda, apresentam rebordos irregulares, tornando-se duros, cor não homogénea e o diâmetro chega a ter seis milímetros, tendo-se que recorrer a um especialista. Com o passar dos anos, é normal que as pessoas tenham mais sinais, contudo, se uma pessoa vê que começa a ter muitos tem que ir ao médico. Ainda, é importante ter em conta que isto não tem nada a ver com a cor da pele, pois inclusive pessoas de pele escura podem ter sinais, só que não se notam tanto porque não contrastam com o tom da pele. Os sinais comuns são castanhos, embora nalguns casos podem adotar outros tons.

Ommyra Moreno

Sejam muitos ou poucos, todos temos sinais, pois é algo comum na anatomia do corpo humano. A formação de sinais ocorre ao se agruparem células na pele, o que usualmente se denomina como melanócitos, que fabricam a melanina, substância que a pigmenta. A melanina é a responsável das diferentes tonalidades que a pele tem, e quando se concentra de forma desigual em locais concretos se produzem os sinais. Embora os especialistas garantam que não têm nenhuma função, deve-se prestar-lhes atenção porque podem evoluir e provocar doenças crónicas, tais como cancro da pele. Portanto, é importante

---PENSA VERDE---

Mães ecológicas

Polvo vinagrete com pimentos

Sergio Ferreira

Diz-se que o bem que se aprende nunca se esquece, e é por isso que muitos pais, ao saberem que a família vai crescer, procuram opções para tornar as suas vidas mais ecológicas e sustentáveis, permitindo que os seus filhos se convertam em pequenos ‘verdinhos’ que mudarão o mundo. Se é esse o seu caso, aqui ficam algumas dicas para ser uma mamã ecológica, e não precisa de fazer grandes alterações nas suas rotinas, basta simplesmente aplicar novos controlos que permitirão que os seus filhos se adaptem a uma vida um pouco mais ecológica. Lembre-se que é importante fazer de cada grãozinho de areia um hábito, e sem ser tão abrasivos, podemos começar por conhecer os produtos de limpeza que compramos para nossas casas, os quais podemos substituir por produtos caseiros, como o bicarbonato, o vinagre e o sumo de limão. Sugere-se também que prevaleça a decisão de comprar alimentos frescos e naturais em vez dos enlatados

---CULINÁRIA---

e congelados. Ensine aos seus filhos a importância de consumir alimentos orgânicos. Ensine a sua família como reduzir, reutilizar e reciclar tendo sempre um plano B para o segundo uso de materiais ou embalagens. A tratar-se de decoração, dê uma oportunidade às plantas. Para além de tornar o seu lar mais agradável à vista, ajudam a purificar o ambiente. Ensine os seus filhos a desligar os aparelhos que não estejam a usar, e aproveite a praticabilidade da tec-

nologia para fazer pagamentos, enviar correios, fazer agendas, etc. Por último, tenha em conta que as borrachas das chuchas contêm, na sua maioria, bisfenol-A, um químico que se utiliza no fabrico de produtos de policarbonato, e que pode ser libertado quando submetidos a altas temperaturas. Países como o Canadá e também a Comunidade Europeia proibiram o fabrico de biberões que tenham esta substância devido ao potencial risco para a saúde.

Ingredientes 1 polvo grande de 1 kg / 4 tomates / 100 g de azeitonas / 1/2 pimentão vermelho picados / 1/2 pimentão amarelo picados / 1 cebola / 200 g de cogumelos picados / 1 dente de alho / Cheiro verde / Sal, vinagre e azeite Preparação 1. Coloca-se o polvo numa panela de pressão sem água, apenas com

1 cebola, 1 folha de louro e 1 pitada de sal. 2. Quando chiar a panela marcar 8 minutos 3. Desligue a panela e espere acabar a pressão. 4. Picar o polvo em pedaços e acrescentar os restantes ingredientes todos picados em pedacinhos bem pequenos. 5. Envolver tudo com azeite e vinagre.


Correio da Venezuela | Quarta-feira 15 a Quarta-feira 22 de Junho de 2017

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Quinta-feira 30 15 de aOutubro a Quarta-feira 6 dedeNovembro de 2014 | Correio da Venezuela Quarta-feira Quarta-feira 22 de Junho 2017 | Correio da Venezuela

FUTEBOL

Fernando Santos encara Taça das Confederações prova com “fé” e “grande confiança” AGÊNCIA LUSA

O selecionador português de futebol, Fernando Santos, reiterou a sua “grande confiança” nos jogadores de Portugal para tentar juntar a Taça das Confederações ao Campeonato da Europa conquistado em 2016, em França. Numa conferência de imprensa realizada na Cidade do Futebol, em Oeiras, o técnico campeão europeu salientou que esta noite começa a preparação “a 100%” para a estreia nesta prova e lembrou que, apesar de ser “um homem crente”, “sonhar não chega” para vencer a competição que arranca no dia 17, na Rússia. “Fé tenho sempre, mas fé e futebol não jogam uma com a outra, não casam. Tenho é uma confiança plena na equipa. Logo quando chegámos, disse sempre que Portugal ia entrar em cada jogo para vencer e é isso que vamos fazer: com determinação, humildade e confiança em nós próprios”, afirmou. O treinador da equipa das ‘qui-

nas’ salientou o caráter diferente da Taça das Confederações, lembrando que esta “é uma competição

muito rápida” e que vai exigir muito dos jogadores, depois de uma época desgastante.

“A partir de hoje à noite vamos reagrupar, com muita atenção ao que temos de fazer e aos nossos

adversários. Vamos ter de aproveitar esta semana para treinar, porque depois na Rússia é sempre jogar e recuperar. Temos de estar preparados para este grau de dificuldade”, frisou. O título de campeão europeu alcançado em 2016 terá mudado a forma como as outras equipas encaram a seleção nacional, mas Fernando Santos rejeitou que Portugal parta para a Rússia com mais pressão do que os outros participantes. “Portugal nunca jogou a Taça das Confederações. Aí estaria pressionado, mas vamos participar pela primeira vez. Portugal é o campeão da confederação da Europa. É tão responsável como as outras seleções. Todas as equipas têm essa responsabilidade”, sublinhou. A transferência de André Silva do FC Porto para o AC Milan foi, naturalmente, tema de conversa na antevisão realizada pelo selecionador, mas este evitou alongar-se em comentários: “São assuntos do jogador, fazem parte da sua vida. Estamos satisfeitos por todos os jogadores. A partir de hoje, o André está 100% focado na seleção”. Fernando Santos garantiu ainda que Pepe e Cédric estão em condições físicas de disputar a Taça das Confederações, embora os dois defesas apresentem ainda alguns problemas físicos. A seleção volta a treinar esta terça-feira, na Cidade do Futebol, em Oeiras, pelas 10:45, com a sessão de trabalho a ser seguida pela conferencia de imprensa de um jogador. Depois, na quarta-feira, terá lugar o derradeiro apronto em solo nacional e a partida para a Rússia.

FUTEBOL

Ronaldo de “consciência tranquila” com acusação de fuga ao fisco AGÊNCIA LUSA

O futebolista português Cristiano Ronaldo declarou estar tranquilo perante as notícias de evasão fiscal pela justiça espanhola, que acusa o jogador de defraudar o fisco espanhol em 14,7 milhões de euros. “(Estou de) consciência tranquila”, atirou, de longe, Ronaldo, deixando ainda uma garantia sobre a sua serenidade face a esta polémica: “Sempre tranquilo”. A Gestifute, empresa que gere a carreira do futebolista, já reagiu também na terça-feira a esta acusação da justiça espanhola através de um comunicado, negando “qualquer tipo de esquema fiscal montado” pelo jogador para evadir impostos.

“Por vezes, a melhor resposta é estar calado”, escreveu o jogador do Real Madrid, numa frase a acompanhar uma fotografia em que surge com uma camisola da seleção portuguesa de futebol e o dedo em frente à boca pedir silêncio. Na terça-feira, o Ministério Público de Madrid acusou o futebolista português de ter, de forma “consciente”, criado uma sociedade para defraudar o fisco espanhol em 14,7 milhões de euros, segundo a agência de notícias espanhola Efe. O futebolista português é acusado de quatro delitos contra os cofres do Estado, cometidos entre 2011 e 2014, que contabilizam uma fraude tributária de 14.768.897 euros.

FUTEBOL

Edição 17/18 da I Liga arranca a 9 de Agosto e termina a 13 de Maio AGÊNCIA LUSA

Cristiano Ronaldo pode incorrer numa multa superior a 28 milhões de euros e em prisão efetiva de um mínimo de sete anos.

A edição 2017/18 da I Liga portuguesa de futebol vai arrancar a 09 de agosto, quatro dias depois da Supertaça Cândido Oliveira, e terminar a 13 de maio de 2018, anunciou hoje a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP). O calendário mais ‘apertado’, devido ao Mundial2018, vai ficar

definido no sorteio marcado para 07 de julho, em Matosinhos. O campeonato vai arrancar a uma quarta-feira, 09 de agosto, depois de Benfica e Vitória de Guimarães disputarem a Supertaça, em Aveiro, a 05 de agosto. A primeira jornada da II Liga está marcada para 06 de agosto, depois das duas primeiras fases da Taça da Liga, marcadas para 23 e 30 de julho.


26 Desporto

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FUTEBOL

Venezuela faz história no Mundial sub-20 FUTEBOL

Lala FC caiu perante o Atlético Venezuela no Centro Portugués de Guayana Ommyra Moreno Suárez

CORREIO da VENEZUELA

Depois de 22 dias de intensa e árdua competição, o Campeonato do Mundo de sub-20 chegou ao final e com um vencedor inédito numa final inédita. A Inglaterra, acostumada a desilusões atrás de desilusões em competições jovens, bateu a irreverente Venezuela por uma bola a zero e arrebatou o cetro mundial pela primeira vez na História. Um gol de Calvert-Lewin, revelação do Everton, aos 35 minutos da final garantiu à Inglaterra a vitória sobre a Venezuela por 1 a 0 e o primeiro título do país na história do Mundial Sub-20, neste domingo, em Suwon, Coreia do Sul. Depois de 51 anos, a seleção do país que “inventou o futebol” no século XIX, criando as regras e organizando a prática de chutar a bola iniciada por chineses e japoneses há mais de dois mil anos, volta a ser campeã de um torneio organizado pela Fifa. Não subia ao topo do pódio desde a Copa de 1966. Os sul-americanos tiveram a oportunidade do empate no segundo tempo. Mas o pênalti sofrido por Peñarada, aos 29, marcado depois de conferência do vídeo pela arbitragem, acabou sendo desperdiçado pelo próprio camisa 7. O goleiro Freddie Woodman defendeu a cobrança e foi eleito o melhor de sua posição no torneio. Surpreendente desde o sul-americano da categoria, disputa-

do em janeiro passado no Equador, a seleção venezuelana encerrou o sonho com a melhor campanha do país em torneios organizados pela Fifa. Com 100% de aproveitamento na fase de grupos, superando México, Alemanha e Vanuatu, passou depois por Japão, Estados Unidos e Uruguai, atuais campeões continentais. “Sentimento de muita tristeza. Sonhava vê-los campeões. Mas estou seguro que nos corações e mentes serão campeões pelo resto das nossas vidas. Eles jogaram com orgulho e amor próprio de serem venezuelanos” disse Dudamel, técnico da Venezuela. Depois da final, a Fifa distribuiu premiações aos melhores do Mundial. Camisa 10 da Inglaterra, o meia Solanke, do Chelsea, foi eleito o Bola de Ouro do torneio. O volante uruguaio Federico Valverde, revelado pelo Peñarol e atualmente no Castilla, time B do Real Madrid, ficou em segundo e levou a prata.

O capitão venezuelano Yangel Herrera, do New York City, da MLS, terminou com a de bronze. A artilharia do Mundial ficou com o atacante italiano Orsolini, do Juventus, autor de cinco gols. Mais cedo, ele participou da conquista do terceiro lugar pela Azzurra, com vitória sobre o Uruguai na disputa de pênaltis por 3 a 1, depois de empate sem gols. Organizado desde 1977, o Mundial Sub-20 fica com seleção europeia pela terceira vez seguida, depois da Sérvia, em 2015, e França, em 2013. O último sul-americano que levantou o troféu foi o Brasil, em torneio disputado na Colômbia, em 2011, a quinta conquista do país na categoria - uma atrás da recordista Argentina e três a mais que portugueses e sérvios. Espanha, Gana, União Soviética e Alemanha completam a lista dos campeões na história. O máximo que a Inglaterra tinha conseguido tinha sido um terceiro lugar, em 1993.

O campo do Centro Portugués Venezolano de Guayana, localizado em Puerto Ordaz, Estado Bolívar, recebeu a Jornada 4 do Torneo Apertura 2017 da Superliga Femenina. No encontro, LalaFc foi derrotado 3-0 pelo Atlético Venezuela, equipa da qual faz parte a lusodescendente Carla Carvalho. O jogo teve início com dois livres a favor de Lala, mas a defesa atlética conseguiu desviar. Quando decorria o minuto 6, uma jogada de Yubisay Ojeda permitiu a ofensiva e anotou o primeiro golo no marcador. Ao minuto 34, efetuou a sua primeira mudança, de onde sairia

do encontro Fátima Pestana e ingressaria MerisyenMarchán, que para a final da primeira parte aprofundou ainda mais o ataque ‘guayanês’, embora apesar de tudo a defesa atlética tenha conseguido manter-se e fechado o primeiro tempo com um resultado parcial de 0-1. Durante o segundo tempo, Janelly Franco, desde aproximadamente 25 metros, mandou um remate para Wisley Marquez, que não teve qualquer hipótese, permitindo o golo. Um contra-ataque ao minuto 80 entre Yeiny Rosal e a recém-chegada Lucy Salcedo permitiu a esta última marcar o terceiro e último golo da visita para sentenciar o 0-3 a favor do Atlético Venezuela.

FUTEBOL

Portistas procuram incluir Pinto da Costa no Récord do Guinness Ommyra Moreno Suárez

Integrado na iniciativa que pretende a entrada de Jorge Pinto da Costa no livro de Recorde do Guinness como o presidente com mais anos no cargo, a filial 43 do FC Porto em Caracas, sob a direção de Alvarinho Silvio Moreira, juntamente com um

grupo de portistas, entraram em contacto com os responsáveis do livro para que este reconhecesse o líder da equipa portista. Moreira revelou que já foram recolhidas as assinaturas necessárias para a inclusão de Pinto da Costa, sendo que apenas falta a aprovação por parte do livro do Guinness.


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