Correio da Venezuela 181

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“ Amizade” inactiva

Gastronomia lusa ausente

Grupo de Amizade Parlamentar aguarda nomeações Página 8

Caracas acolheu evento sem presença portuguesa

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www.correiodevenezuela.com

O jornal da comunidade luso-venezuelana

ano 07 – N.º 181 - DePósito LegaL: 199901DF222 - PubLicação semanaL

caracas, De 2 a 8 De noviembre De 2006 - venezueLa: bs.: 1.000,00 / PortugaL: € 0,75

2 mil sócios escolhem novo presidente A 10 de Dezembro o Centro Português, em Caracas, volta a escolher uma nova Junta Directiva. Maurí lio Santos e João da Silva Gonçalves são os candidatos.

Liga dos Campeões: Portugueses com sortes diferentes Páginas 30 e 31

Madeira acolhe pró ximo congresso da Academia do Bacalhau

Página 6

Páginas 10 e 11

CNE “ lava as mãos” no caso Venezuela da Silva Conselho Nacional Eleitoral recusa papel de “ investigação” , acredita na “ boa fé” Página 3 e ignora a dupla nacionalidade da candidata luso-venezuelana

Questões técnicas adiam lançamento do DIÁRIO para 2007 Página 32


2 | EDITORIAL Clarificar posições CORREIO DE VENEZUELA - DE 02 A 08 DE NOVEMBRO DE 2006

Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Jornalistas: António da Silva, Jean Carlos de Abreu, Tábita Barrera, Katiuska Martins e Yamilem Gonzalez Correspondentes: Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira Álvaro Dias Publicidade e Marketing: Carla Vieira Ventas Ricardo de León Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: Elsa de Sá Secretariado: Carolina Nóbrega Fotografia Paco Garrett José Miguel Carrasquel Distribuição: Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela Endereço: Av. Las Mercedes. Edif. Centro Vectorial (Banco Plaza). Pent House, Urb. Las Mercedes, Baruta Caracas (Ao lado de CONAVI).

descrédito que se generalizou sobre os políticos, e por consequência também sobre as instituições que temporariamente representam, está directamente relacionado com aquilo que prometem e aquilo que conseguem concretizar. Neste â mbito, a comunidade luso-venezuelana tem todas as razões para estar decepcionada em relação aos efeitos práticos do Grupo de Amizade Parlamentar Venezuela-Portugal, instituído em 2001, e que permanece algo inó cuo. Passaram-se cinco anos. Tempo mais que suficiente para preparar tudo o que houvesse para preparar, visando concretizar pelo menos alguns dos objectivos a que os mentores

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da ideia se propuseram. Por uma questão de transparência, o Grupo Amizade Parlamentar Venezuela-Portugal devia clarificar quanto antes o seu estatuto. Apó s cinco anos de inactividade, exterioriza um alheamento completo que não se pode tolerar. Esta irresponsabilidade vai ao ponto de nem figurar na lista oficial da Assembleia Nacional, na Venezuela, o que só por si já diz muito. O ano passado alguém se lembrou de celebrar o Dia de Portugal no parlamento venezuelano. Parecia ser um bom recomeço. Mas depressa se concluiu que tudo ficaria na mesma. É urgente definir o que querem. Se é que querem alguma coisa.

O CaRTOON Da SEMaNa - Os observadores da União Europeia vêm aí outra vez para as eleições de Dezembro...

- Para as de Miraflores ou para as do Centro Português?

Telefones: (0212) 9932026 / 9571 Telefax: (0212) 9916448 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodevenezuela.com Tiragem deste número: 15.000 exemplares Fontes de Informação: DIÁRIO de Notícias da Madeira Jornal de Notícias Agência de Notícias LUSA

a SEMaNa MUITO BOM A dinâmica da vida associativaempresarial parece ter entrado num novo ciclo. As empresas e as suas estruturas representativas têm estado muito activas, primeiro com a realização em Maracay da "Expo Caporven Arágua 2006" - que teve uma excelente resposta das empresas e visitantes - e agora com a inauguração da Feira da Câmara de Comércio Luso-Venezuelana, em Caracas, no Centro Português.

BOM O ciclo de Cinema Português, com exibição no Centro Português, em Caracas, é uma grande oportunidade para rever filmes marcantes e para transmitir aos mais novos uma parte importante da cultura portuguesa. A iniciativa é do Millennium bcp, a que o nosso jornal se associou. Que a comunidade possa desfrutar, incentivando dessa forma outras actividades do género.

MaU O Conselho Nacional Eleitoral acaba de "lavar as mãos", dispensando-se de exercer as competências que lhe foram atribuídas, designadamente a verificação dos requisitos apresentados pelos candidatos às eleições do próximo dia 3 de Dezembro. Os porta-vozes informaram que o CNE não é um "organismo de investigação" e que actua de "boa fé". O problema é que facilmente se constata que nem todos os intervenientes tem a tal "boa fé"...

MUITO MaU

O Correio de Venezuela não se responsabiliza por qualquer opinião manifestada pelos colaboradores ou assinantes nos artigos publicados, garantindo-se, de acordo com a lei do jornalismo, o direito à resposta, sempre que a mesma seja recebida dentro de 60 dias.

A excessiva demora na disponibilização de moeda estrangeira por parte do Cadivi está a por em causa muitas transacções e fornecimentos de fora da Venezuela. As consequências estão à vista, com muitas empresas já nos limites da capacidade de esperar. Há fornecedores estrangeiros que cortaram os seus fornecimentos, com todos os inconvenientes daí decorrentes para as empresas e consumidores finais.

El Correio de Venezuela, no se hace responsable por las opiniones manifestadas por los colaboradores o firmantes, garantizando, de acuerdo a la Ley, el derecho a respuesta, siempre que la misma sea recibida dentro de 60 días.

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CNE mantém Venezuela da Silva na corrida presidencial Conselho Nacional Eleitoral argumenta que actua com "boa fé" e que não é "organismo de investigação" Tábita Barrera tbarrera@correiodevenezuela.com

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pesar de possuir dupla nacionalidade (portuguesa e venezuelana), Venezuela da Silva, candidata luso-descendente à presidência do país, poderá continuar na contenda até às eleições. Esta foi a resposta dada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), na semana passada, pela voz de Norka Baquero, Directora Adjunta da Divisão de Partidos Políticos, face às dú vidas então levantadas. A responsável explicou que apó s as candidaturas

é atribuído um prazo de cinco dias para a apresentação da impugnação de uma candidatura em particular, e no caso de Silva, "ninguém apresentou nenhuma objecção durante o período estabelecido". De acordo com o estabelecido na Constituiç ão venezuelana, as pessoas que tenham dupla nacionalidade não estão habilitadas para optar ao cargo de chefe de Estado. A este respeito, Barquero explicou que "não é da competência do CNE descartar se algum candidato está jogando ao 'gallo tapado' e esconde que tem duas nacionalidades", pois o organismo só se enca-

rrega de receber a documentaç ão requerida, que inclui a cédula de identidade, estar inscrito no registro eleitoral permanente, ser maior de 30

Se na busca aparece alguma coisa que não se apegue às leis, procederão. Mas por agora, tudo permanece como está anos, estado civil e programa de governo. Explicou ainda que o organismo apenas procede à verificaç ão no seu registo a

ver se aparece a pessoa e se tem direito a exercer o voto, "situaç ão que ocorreu nessa oportunidade", pois actuam baixo o princípio "da boa fé", acrescentou. Não obstante, revelou que as investigações realizadas pela reportagem do CORREIO vão servir para "voltar atrás, rever e dar atenç ão ao sucedido e abrir um procedimento de investigaç ão". Neste sentido, comentou que "se na busca aparece alguma coisa que não se apegue às leis, procederão. Mas por agora, tudo permanece como está". Por outro lado, José Cabello, advogado do CNE, observou que este orga-

nismo não funciona como um "corpo de investigaç ão" e que se foi aceite a candidatura de Venezuela da Silva "foi porque os seus documentos eram válidos e se deu por verdadeira toda a informação prestada. No entanto, disse que se se tem de "fazer a impugnação, tal se fará". Assim, até que o Conselho Nacional Eleitoral efectue as suas pesquisas e tome a decisão conforme, a situaç ão permanecerá na mesma e Venezuela da Silva, nascida em Caracas, mas que adquiriu a nacionalidade portuguesa em Julho de 2001, estará incluída no boletim eleitoral do pró ximo dia 3 de Dezembro.


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Saldo de sucesso na feira da Caporven Para o governador do estado Aragua, Didalco Bolí var, a primeira feira organizada pela Caporven é a demonstração da força de trabalho dos portugueses nesta região Carlos A. Balaguera cbalaguera@correiodevenezuela.com

om casa cheia, quer de stands quer de visitantes, a Expo Caporven 2006, contou com a presença de 96 diferentes indú strias e comércios do estado Aragua, Distrito Capital, empresas provenientes de Valência e também de Portugal. Mais de 12 mil pessoas visitaram esta feira. É a primeira vez que a Câ mara Portuguesa Venezuelana de Indú strias, Comércio e Afins do Estado Aragua inaugura esta exposição com sede na Casa Portuguesa de Maracay. O evento esteve marcado pela presença do Governador do estado Aragua, Didalco Bolívar, que, junto com o pre-

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Cuando o português chega a Aragua, compra e monta um negócio numa esquina e ali cresce um bairro sidente de Caporven Aragua, José Gabriel da Vera Cruz, e do Cô nsul Honorário de Portugal em Maracay, Marcelino Canha, inaugurou a feira. Canha agradeceu ao Governador não apenas pelo apoio dado a esta iniciativa mas também pelo que vem oferecendo à comunidade portuguesa do estado Aragua. "Com isto demonstra que o seu objectivo é a união destas duas nações". Para o presidente da Caporven Aragua, conseguir realizar esta exposição de indú stria e comércio "compromete-nos com a comunidade e é apenas uma pequena mostra do que somos capazes". Agradeceu a confiança que recebeu das auto-

ridades venezuelanas e dos cidadãos. "Isto faz com que nos esforcemos mais para o futuro". Destacou ainda a presença das empresas que vieram de Portugal para participar na feira. O governador Didalco Bolívar expressou que esta primeira exposição realizada pela comunidade portuguesa em Maracay serve para que "a força industrial e comercial se fortaleçam e é a demonstração da força de trabalho dos portugueses nesta região. Eu sempre digo que quando o português chega a Aragua, compra e monta um negó cio numa esquina e ali cresce um bairro". Bolívar falou das razões pelas quais aprovou as actividades e projectos da comunidade portuguesa em Maracay. "Quando me iniciava como político e fui conselheiro, vinha a este prédio da antiga Casa Portuguesa, e, entre fados e boleros, a minha "llorona" terminava aqui, passava "mi guayabo" entre os meus amigos portugueses". No acto, o governador condecorou o cidadão Português de Origem, mérito que foi recebido pelo engenheiro Joaquim Gomes da Fonseca, pelo seu destacado trabalho na área da química. DIVErsIDADE A Expo contou com a presença de expositores da Venezuela e de Portugal pertencentes a diferentes áreas como a financeira, municípios, governação, associações de panificação, mobiliários, equipamentos de refrigeração, computação, concessionários de veículos, alimentação, laborató rios ou seguradoras. O COrrEIO também esteve presente com um stand. Os objectivos desta iniciativa foi dar a conhecer os produtos e serviços com que contam a Venezuela e Portugal. As receitas recolhi-

Didalco Bolí var, governador do estado Aragua, no stand do CORREIO

das na exposição serão usadas para cobrir os gastos da

Sinais de união

Macrino Días, coordenador de logística da feira, disse ao CORREIO que a comunidade está a dar importantes passos para a sua unificação e de apoio aos seus afiliados. "A participação na exposição da

Câmara de Comercio Luso Venezuelana de Caracas e a presença massiva da sua direcção é uma demonstradas de que somos associativistas e que estamos dispostos a fortalecer a todos nossos afiliados".

David Alcaria, assessor de Caporven Aragua, revelou, por seu turno, que já se encontra disponível toda a informação do fórum na página da Internet de Caporven Aragua (www.caporvenaragua.com).

Câ mara.

Mais de 12 mil pessoas visitaram esta feira

O CORREIO também marcou presença


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"Compadres" do bacalhau reú nem-se na Madeira Jose Luis Silva jsilva@dnoticias.pt

Academia do Bacalhau é uma velha 'amizade' lusó fona, fundada há 30 anos em Joanesburgo por emigrantes portugueses, radicados na África do Sul e inaugurada a 10 de Junho de 1968. Foi eleito presidente, o engenheiro José Ataíde, por ser a pessoa mais velha do grupo. O 35.º congresso reuniu, este fimde-semana, na África do Sul presidentes das 46 Academias espalhadas pelo mundo e ficou deliberado a abertura de novas academias, nomeadamente em Barquisimento, na Venezuela e Klerksdorp, na África do Sul. As novas academias serão apadrinhadas pelas academias de Maracay e Rustenburgo, respectivamente. A Academia de Windoek passará futu-

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Ficou deliberado a abertura de novas academias, nomeadamente em Barquisimento, na Venezuela ramente a designar-se de Academia do Bacalhau da Namíbia. O pró ximo congresso a realizar em 2007 será na RAM e a coincidir com os 500 anos da Cidade do Funchal, em 2008 em Toronto, Canadá e em 2009 num país de África de expressão lusó fona cujo congresso terá como mote "Tolerâ ncia e Coesão". O congresso que se realizou na Braga violou a regra de ouro da Academia que proí be falar em polí tica, religião ou negócios África do Sul terminou com um jantar de gala teve lugar no Hotel Hil- nador deste movimento,no seu Falou do seu governo e do Orçadiscurso quis deixar bem claro mento de Estado provocando as ton em Rosebank. Durval Marques, Compadre Hono- que o mote das academias é e críticas e a saída de algumas pesrário da Academia do Bacalhau, in- continuará a ser o da soliderieda- soas da sala. Antó nio Braga violou a regra dubitavelmente o grande impulsio- de e apoiar tanto quanto possível os compatriotas a quem a sorte de ouro da Academia que proíbe não lhes sorriu. falar em política, religião ou neFalou em seguida o Comissário gó cios. Por seu turno, o presidenda Polícia sul-africana o qual te- te da Academia do Bacalhau da Madeira, Ricardo Canha, abordado pelo DIÁRIO, disse que se senO próximo congresso tia numa situação vitoriosa porque a realizar em 2007 será submeteu a candidatura e ganhou. na RAM e a coincidir com "É uma situação de orgulho para nó s e, claro, para a Academia da os 500 anos da Cidade Madeira e garanto-lhe que vamos do Funchal realizar um bom Congresso. Estive sempre convicto de que a Madeira sairia vitoriosa apesar de ouceu os maiores elogios à comuni- tra candidatura, a de Viseu. Endade pela sua forma de estar e contro-me há oito anos à frente contribuir para o desenvolvimen- da Academia na RAM e é gratifito econó mico e social e pelasua cante preparar o XXXVI Conintegração. gresso das Academias e tenho coO jantar teve como convidado mo objectivo trazer o maior nú de honra Antó nio Braga, Secretá- mero de madeirenses "compario de Estado das Comunidades, dres", ou não, à nossa Madeira", onde estiveram presentes cerca de adiantou. 500 pessoas, vindas das mais diA delegação venezuelana esteve versas partes do globo das quais 13 representada por Bernardo e Esteda RAM. lla Pereira, Domingos Valente, Antó nio Braga elogiou os fun- Antonino Pontes, Antó nio e Tedadores da Academia-Mãe espe- resa de Freitas, Jose e Filomena de cialmente pela forma congregado- Batista, Serafin e Elena de Rodrira de portugueses de todas as par- gues, todos de Caracas; Nelson e tes do mundo e se juntaram para Nohemi de Coelho, de Maracay; e celebrar os valores da soliderieda- por Jose Manuel Gonçalves, Jose de da filantropia. Lembrou ainda de Abreu Farias, Sotero de Sousa, os 5,5 milhões de portugueses que Agostinho Simoes e Agostinho de vivem fora de Portugal os quais Abreu, de Valencia. A luso-venezuelana, Sandra Rosão embaixadores de Portugal no drigues, expressamente convidada Mundo. Um pequeno incidente presidiu para actuar, foi calorosamente ao discurso de Antó nio Braga: aplaudida.


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IC vai ter a cargo ensino de Português no estrangeiro secretário de Estado das Comunidades, Antó nio Braga, revelou que o ensino do Português no estrangeiro vai ficar a cargo do Instituto Camões (IC) no â mbito da reorganização que o Governo vai efectuar naquele organismo. "O Ministério dos Negó cios Estrangeiros está a estudar a responsabilidade do encargo da Língua Portuguesa no estrangeiro e nesse sentido a ambição do Governo é reestruturar o IC para que possa responder a uma competência que não tinha antes", disse Antó nio Braga aos jornalistas no final de uma reunião conjunta com os deputados das comissões parlamentares da Educação, Ciência e Cultura e dos Negó cios Estrangeiros. O responsável pela pasta da Emigração explicou que no â mbito da reestrutur ação, o IC vai passar a dar uma res-

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posta "mais intensa" ao ensino do Português no estrangeiro. Actualmente, a tutela é repartida entre os ministérios dos Negó cios Estrangeiros e da Educação, mas a intenção do Governo é que o ensino do Português no estrangeiro fique apenas sob a responsa-

De acordo com o governante, dos 3.000 professores que concorreram para leccionar no estrangeiro, foram colocados 500 bilidade do MNE, adiantou. "Passando para o MNE, o Instituto Camões passará a responder a esse encargo", salientou, explicando que estas alterações vão realizar-se no â mbito do Programa de Reestruturação da Adminis-

tração Central do Estado (PRACE) e a reorganização será feita até ao final do ano. A mudança de tutela do ensino do Português no estrangeiro será a segunda alteração que esta área vai sofrer depois de ter sido, no início do ano lectivo, mudada a forma de contratação de professores, que deixaram de ser destacados par a passarem a ser contratados anualmente. O secretário de Estado esclareceu ainda os deputados que o início do ano lectivo nas comunidades portuguesas "correu bem" e os professores foram colocados "a horas" nas escolas. De acordo com o governante, dos 3.000 professores que concorreram para leccionar no estrangeiro, foram co-locados 500. A questão do arranque do ano lectivo foi levantada pelo deputado do PSD José Cesário, que se referiu a problemas

A reorganização será feita até ao final do ano

registados no início das aulas de Português nas comunidades. "O ano lectivo não começou bem. Houve problemas", disse José Cesário, adiantando que recebeu queixas de portugueses que vivem na Inglaterra, Holanda e Suíça. Antó nio Braga revelou ain-da aos deputados que o estatuto do coordenador do ensino vai ser alterado e que

vai passar a funcionar na rede consular junto das comunidades. Até agora os coordenadores tinham o estatuto de diplomata, trabalhavam nas embaixadas e eram nomeados pelo Governo, passando agora a ser seleccionados por consulta pú blica, explicou o secretário de Estado. No estrangeiro há 54.155 alunos de Português.


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Grupo de Amizade não está inscrito na Assembleia Nacional Tábita Barrera tbarrera@correiodevenezuela.com

m Novembro de 2001, a Assembleia Nacional decidiu constituir o grupo parlamentar de amizade Venezuela-Portugal com o objectivo de consolidar os vínculos entre ambos países e, de igual modo, fortalecer as relações de cooperação de interesse comum. Vários deputados que participaram nesta iniciativa, entre eles Guido de Freitas, Lucina García Olivo e Desiree Santos Amaral. Desde o princípio, este grupo caracterizou-se pela sua escassa actividade. Uma das poucas acções concretas efectuadas por esta comissão foi a celebração - em 2005 - do Dia de Portugal na Assembleia Nacional. No que a este ano se refere, a actividade tem sido diminuta que actualmente a lista de grupos de amizade não consta no rol de inscritos no parlamento venezuelano. Instada pelo CORREIO a comentar

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esta situação, a vice-presidente da Assembleia Nacional, Desiree Santos Amaral, explicou que actualmente "estão a ser realizados os trabalhos correspondentes para a sua conformação, mas que ainda falta fazer uma série de preparativos, como por exemplo a definir a designação da secretaria". De igual modo, precisou que já estão designados os membros que integrarão o grupo, revelando que ela pró pria será quem presidirá a comissão. "O que falta é o acto", porque já têm a comunicação do departamento internacional para reiniciar as actividades, acrescentou depois. Também explicou que a ausência de actividade por parte desta comissão não se deve a desmotivação dos seus elementos, mas porque ela, como vice-presidente da Assembleia, tem estado presa numa série de compromissos inadiáveis. Em 27 de Outubro ú ltimo partiu de viagem para o Qatar pelo que esperava apenas para 5 de Novembro, depois do regresso, executar as acções necessárias para co-

meçar a trabalhar de novo. E PORTUGAL? Uma iniciativa como a que se surgiu na Venezuela em 2001 foi criada em Janeiro de 2006 em Portugal. Mas ambas estão caracterizadas pelo escasso fomento de actividades que envolvem os dois países. O deputado do PSD Correia de Jesus é o presidente do grupo parlamentar de Amizade Portugal-Venezuela e o ex-secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, o socialista José Lello, o vicepresidente do grupo. "O objectivo principal é o estreitamento de relações entre os dois países, bem como a cooperação, no domínio cultural, econó mico e social, num momento em que a cooperação é nenhuma", especificou o deputado social-democrata na altura da criação desta comissão. Nos planes também estava a organização de visitas dos deputados portugueses à Venezuela. Resta saber quando é que se realizarão e quais as suas agendas. Desireé Santos Amaral é actual vicepresidenta do Parlamento

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CP elege presidente a 10 de Dezembro Katiuska Martins kmartins@correiodevenezuela.com

epois de um ano de gestão, a actual direcção do Centro Português de Caracas, presidida por André Pita, prepara as eleições para o dia 10 de Dezembro deste ano. Nesse acto elegem-se ainda a mesa da assembleia e o conselho fiscal. Segundo o regulamento, as eleições devem realizar-se no primeiro domingo de Dezembro, mas esta data coincide com as eleições presidenciais da Venezuela. Por isso, a data teve de ser adiada para o domingo seguinte. A partir das 8 da manhã, todos os só cios poderão levar a cabo, nas instalações do clube, o seu direito de voto. As urnas estão abertas até às oito da noite. Posteriormente, vão ser levadas para o salão Nobre a fim de se

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contarem os votos. Todos aqueles que estejam interessados podem compor uma lista e tornar-se, assim, parte das opções que os só cios podem ter na altura de votar. os dias estipulados para que os interessados se possam inscrever na Comissão Eleitoral do Centro vão de 10 a 18 de Novembro. Mas é apenas a partir do dia 26 de Novembro e até 9 de Dezembro que as listas podem fazer campanhas e divulgar os projectos que propõem. No Centro Português, apenas têm direito a votar os titulares de acções. Actualmente, existem aproximadamente dois mil só cios que cumprem o requisito, o que significa a mesma quantidade de votantes. Segundo Sabrina Correia, coordenadora administrativa do clube, não há nenhum requisito indispensável para poder fazer parte da direcção. Cada accionista tem a possibilidade de formar a sua pró pria equipa de trabalho

"É preciso conhecer as necessidades dos sócios" João da Silva Gonçalves

actual vice-presidente do clube, João da Silva Gonçalves, é um dos candidatos que vai a votos nas eleições para a direcção do centro. A partir de 26 de Novembro, dará a conhecer os membros da sua lista, para além de divulgar os projectos que tem para melhorar o centro. Este emigrante chegou à Venezuela quando tinha apenas três anos de idade, em 1954. Estudou a primária e parte da secundária no Casco Colonial de Petare. Trabalhou a partir dos 14 anos com o seu pai em "abastos". Foi crescendo pouco a pouco no mundo empresarial, até chegar onde está agora. Mas para

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além dos êxitos comerciais, o seu mais apreciado tesouro é a família. Tem já um grande legado à comunidade, deixado como dirigente activo. Desde sempre que trabalhou para o desporto, para a juventude e para o bem-estar do clube. Ele foi um dos que conseguiu levar uma equipa ao primeiro torneio internacional de futebol na Madeira, há aproximadamente 4 anos, onde foram campeões. Este evento deixou bem alto o nome da instituição em Portugal. Esteve dois anos como director de desporto do Centro Português. Nesta etapa, contribuiu para a construção do tecto do "pavilhão de futbolito sem gastos para os só cios", sublin-

hou. Tudo isso foi conseguido com o patrocínio de empresas privadas. ViSão CoMo PrESiDENTE Trabalhar em prol das instalações do clube e para a juventude são as prioridades de João da Silva, caso seja eleito. Acredita que trabalhar com comissões é a melhor maneira de saber o que o só cio necessita. As suas propostas como presidente são as seguintes: Montar um elevador panorâ mico que leve os mais idosos com carrinhos para as instalações superiores, acabar de pintar o clube, criar um espaço onde os jovens possam sentar-se a conversar e tomar um café, finalizar o muro que foi ini-

"Na minha lista, venho com gente nova, preparada. Há doutores, advogados, jornalistas, pessoas dispostas a trabalhar pela comunidade. Todos sabem que sou um amigo. Eu não penso nos meus benefícios, mas no clube. Penso melhorar e trabalhar para a juventude, porque eles são a geração de relevo. São os que amanhã cuidarão do nosso legado".

ciado por Mário Pereira na parte de fora do Centro Português. Evitar que os "buhoneros" continuem a invadir, continuar a melhorar as aulas de português, gerar mais intercâ mbios culturais. Melhorar o folclore e criar mais capacidade para os grupos de mú sica popular portuguesa. Como membro da actual direcção, sabe perfeitamente que esse trabalho não é fácil. Por isso, não considera que deva criticar nenhum aspecto. No entanto, pensa que se devem melhorar muitas coisas e para isso é preciso experiência e pessoas que queiram trabalhar.


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"As pessoas que me conhecem sabem que sou honesto. Os sócios podem ver que há provas visíveis do meu trabalho. Sou trabalhador e um bom administrador. E o Centro Português necessita de um bom administrador", concluiu Santos.

aurílio Santos é o outro candidato às eleições da nova direcção do Centro Português. Mas será apenas a partir de 26 de Novembro que começará apresentar os seus projectos aos só cios. Santos está radicado há 43 anos na Venezuela. É casado e tem dois filhos, que já lhe deram três netos. Ao longo da sua vida neste país trabalhou em supermercados, padarias e "quincallas". Actualmente é proprietário de vários concessionários de automó veis. São muitas as iniciativas em que se tem envolvido em prol da comunidade. Foi presidente do Rotary Club no momento da "vaguada" mais devastadora nas zonas de Guarenas e Guatire, pelo

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"Centro necessita de um bom administrador" Maurí lio Santos

que teve de enfrentar este desastre com as pessoas atingidas. A sua associação trouxe um contentor dos Estados Unidos com alimentos, roupa e medicinas aos refugiados, que se distribuíram semanalmente. Santos foi um dos fundadores da Academia do Bacalhau e actualmente faz parte da junta directiva da associação. Também integrou a comissão promotora e técnica do Lar Padre Joaquím Ferreira, onde foi nomeado presidente durante dois anos, sendo reeleito para mais um novo período. Este empresário já foi vice-presidente do Centro Português de Caracas, onde esteve encarregado de reconstruir os campos polivalentes, o estacionamento e o parque

Igreja de São Martinho

Celebrar São Martinho o pró ximo sábado, 11 de Novembro, o Centro Português em Caracas promove a habitual festa em honra de São Martinho. O grupo folcló rico "Danças e Cantares do Centro Portugués", interpretará a tradição de passar o vinho e mudança deste de uma pra outra pipa. Na área

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das piscinas do clube, os visitantes encontrarão as barraquinhas com a tradicional espetada, o típico bolo do caco e a incontornável sangria. Também haverá castanhas assadas, fruto característico da festa. A festividade começa por volta das cinco da tarde e são esperadas cerca de 2500 pessoas.

infantil. Foi ainda director da Câ mara Venezuelana Industrial de Comércio. O agora candidato também já foi condecorado tanto pelo governo português como pelo venezuelano. VISãO COMO PRESIDENTE Um ponto muito focado no discurso de Santos em relação aos seus planos como presidente eleito é a instituição de uma boa administração do Centro, para além da comunicação com o só cio. Neste ú ltimo capítulo, entre outras propostas figura a de dar mais atenção e respeito aos só cios; criar áreas para a juventude; melhorar os campos de desporto e dar-lhes a manutenção adequada; comunicação com

o só cio através de fó runs; enaltecer a cultura portuguesa a começar pelo idioma. Quanto à direcção actual, Santos não tem nenhuma opinião negativa. "Não sou nenhum juiz para dizer se estão fazendo bem ou mal. Cada um trabalha como lhe parece melhor. Mas na minha maneira de ver, deveriam melhorar muitas coisas mas sem gastar muito dinheiro". O que incentivou a sua candidatura como Presidente foi o carinho especial que sente pelo Centro Português. Sublinhou que conta com uma equipa qualificada para trabalhar. Pessoas que tem crescido ali e que agora são profissionais capazes de dar tudo pelo centro sem receber nada em troca.


12 | HISTÓRIA DE VIDA

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Joaquim de Abreu: Uma vida cheia de tragédias heguei à Venezuela em 1962, e vim de Portugal porque naquele tempo o quartel levava todos para a tropa, eu tinha 18 anos e não queria ir para a guerra. Também o trabalho forçado foi um dos motivos pelos quais saí de Portugal. Eu andava durante meia hora com 70 quilos de cana-de-açú car às costas, ou com sacos de batata, farinha, blocos, cimento, lenha, até que chegava a um caminho onde estavam uns camiões que depois iriam transportar esses bens para a capital. Trabalhei tanto que fiquei com uma hérnia. Hoje em dia, as fazendas onde trabalhei já não são cultivadas, são apenas monte, as pessoas estão velhas e a juventude dedica-se a estudar, está tudo perdido, não há juventude que queira fazer aquele tipo de trabalho. Quando cheguei aqui, a Lídice, foi um pouco difícil adaptarme, primeiro devido ao calor, depois devido ao medo de conviver com pessoas desconhecidas, mas finalmente, depois de tantos anos, acostumei-me. Comecei a trabalhar numa loja chamada "Campanario de Funchale", que era do

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meu irmão. Com o tempo, montei a minha pró pria loja e cheguei a ter três só cios. No entanto, a concorrência começou a abrir "bodegas" por aqui e o negó cio foi começando a decair, e agora a minha "bodega" dá apenas para comer. Conjuntamente, as doenças foram aparecendo, comecei a padecer de artrite, gota, e tive que fazer tratamento, mas o con-

As pessoas dizemme que construí uma vida na Venezuela, que sou rico, que tenho carros, mas a verdade é que tenho apenas uma pobre "bodega" sumo de tantos remédios foi me consumindo os rins. Hoje em dia, tenho que fazer diálise a cada dois dias, e se assim não fosse já estava noutro mundo. Há 13 anos, fui operado de duas ú lceras no estô mago, colocaram-me uma malha deixando-me o estô mago tão reduzido como o de um bebé, depois operaram-me à ti-

ró ide, à vesícula e à pró stata. E como se não bastasse, quase perdi a vida num acidente automobilístico debaixo das Torres del Silencio: Uma camioneta onde íamos ficou sem os travões e bateu contra umas colunas que estavam no fim do tú nel. A camioneta incendiou-se e o "chauffer" deixou-me abandonado. Fiquei inconsciente mas um polícia que passou ali salvoume. A minha família inteirou-me do acidente depois de eu ter recuperado. Em certas ocasiões, as pessoas dizem-me que construí uma vida na Venezuela, que sou rico, que tenho carros, mas a verdade é que tenho apenas uma pobre "bodega" desde há 40 anos e nunca pude desfrutar. Tudo o que Joaquim de Abreu já tem mais de 12 anos que não vai a Portugal tenho é produto do meu sacrifício, do meu trabalho, se fecho a Sem medo "bodega", não tenho o que comer. Depois de Há cinco anos que espero pela Cheguei a Lídice, montei o meu tantas doenças, openegócio e dediquei-me ao trabal- doação de um rim e isto deve-se rações e remédios, tive ho, e tudo fiz aqui, não saí para ao facto de eu ser compatível para muitos gastos e já tem lado nenhum. Eu não tenho medo transplante, mas não tenho tido mais de 12 anos que não de viver aqui, já estou acostuma- sorte. Fui ao Hospital Militar Pérez vou a Portugal. O ú nido, as pessoas conhecem-me e Carreño, e nada. Resignei-me e co desfrute que tive foi têm respeito por mim, nunca nin- deixo o destino a Deus para que o estar com a minha esguém me ameaçou na loja e se decida. Continuarei com o trataposa, com os meus 5 falta algum bolívar a alguém, digo: mento até melhorar e depois viafilhos e 12 netos. jarei para Portugal. "bem, leva e depois trazes-me".


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14 | CuLturA

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Ancas de Shakira vão mover-se em La Carlota Estudantes da Universidade Santa Maria expressam a sua satisfação pela mudança de local do concerto

Vanessa de Oliveira vdeoliveira@correiodevenezuela.com

o pró ximo dia 11 de Novembro, decorre o tão esperado concerto da cantora colombiana Shakira, concerto que, depois de tanta polémica, vai realizar-se na base aérea nacional La Carlota. O concerto da digressão Fijació n Oral 2006 vem mostrar os tão famosos movimentos de ancas da cantora mas está também rodeado de muita controvérsia. O espectáculo levantou muitas questões desde que foi anunciado, sobretudo no que diz respeito à data e ao local onde iria decorrer. O evento, inicialmente marcado para o dia 12 de Novembro no estádio de futebol da Universidade de Santa Maria (USM), mudou de data e agora também de local. Estudantes dos diversos cursos daquela universidade manifestaram a sua satisfação pela escolha de um novo palco para receber a colombiana e explicaram as razões pelas quais consideram que o campo da USM não seria o local mais indicado para a realização do espectáculo. Jenny Pereira da Silva, uma luso-descendente estudante de Comunicação Social,

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mostrou-se desagradada perante o evento e disse que nunca iria ao concerto de Shakira porque não gosta do género musical mas que não iria a qualquer outro concerto que tivesse lugar na Universidade porque considera que as instalações não contam com as condições adequadas para um evento do tipo. Como ela, existem muitos que não se sentem confortáveis com a realização de um concerto da magnitude do de Shakira nas instalações da Universidade. "Esperam trazer cerca de 25 mil pessoas e só há 5 mil lugares de estacionamento. Que pensavam fazer com os 20 mil carros que iriam sobrar? Ainda que seja certo que nem todos trouxessem veículo pró prio, mas pelo menos 10 mil esperariam ter um lugar assegurado. Onde

Nancy de Sousa

os mandariam estacionar?", questionou Lis Mariel Serrano Gomes, estudante de Medicina Dentária. Esta aluna diz ainda que não só não estava de acordo com a realização do concerto devido à falta de condições mas também porque o encerramento da Universidade no dia do concerto afectaria os seus estudos. Victoria Pereira Rodrí-

guez, estudante do 6.º semestre de Comunicação Social, sublinhou que "estavam a pensar fazê-lo aqui porque Shakira não enche, não sei se porque é a Venezuela ou porque as entradas são muito caras. Haveria que estudar o caso mas ela já veio antes e não encheu o Poliedro e não se vão arriscar a colocá-la ali novamente". Para alguns, no entanto, começar a fazer concertos na USM não é assim uma ideia tão má. "Concertos desta magnitude na Universidade seriam benéficos mas apenas quando tivermos uma área adequada para a sua realização, não agora e menos ainda com o piso como está. Neste momento, só contribuiria para piorar as condições existentes", disse Nancy de Sousa, estudante de Administração. A par da maioria dos estu-

dantes da Universidade de Santa Maria, também os residentes das urbanizações vizinhas daquele edifício, como La Miranda e Terrazas del Ávila, não concordaram com um concerto naquele espaço devido ao congestionamento que o mesmo iria provocar. A mudança do local do concerto para La Carlota deu outra dimensão ao evento, já que o espaço conta com capacidade para 40 mil pessoas e possui facilidades de acesso pedonal e automó vel, para entrada e saída. Para muitas pessoas, esta foi uma excelente ideia. Orlando Pereira, estudante de Arquitectura, disse, a propó sito, que foi o melhor que fizeram e que por isso agora se sentia mais motivado a ir ao concerto.

Victoria Pereira Rodriguez

Jenny Pereira da Silva

Lis Mariel Serrano

Estudantes pensam que concertos dessa magnitude seriam benéficos apenas quando houver uma área adequada para a sua realização


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Gastronomia lusa ausente O V Salão Internacional de Gastronomia 2006 contou apenas com a presença de algumas marcas de vinhos portugueses Jean Carlos de Abreu jeancarlos@correiodevenezuela.com

V Salão Internacional de Gastronomia 2006, evento empresarial que reú ne mais de 100 empresas - exportação de vinho, utensílios para cozinha e escolas de gastronomia - no Centro Internacional de Exposições de Caracas (CIEC), recebeu, só nos dois primeiros dias, mais de 1.500 pessoas. A comida típica portuguesa não contou com um espaço neste V Salão, segundo informou Aurora Guerra, coordenadora académica do Centro Venezolano de Capacitació n Gastronó mica de Caracas (CVCG). Segundo esta mestra das artes culinárias, os ingredientes portugueses "são complicados de conseguir no país". No entanto, deixou claro que a comida portuguesa "é uma excelente opção" e permite degustar diferentes sabores. Aquela responsável referiu ainda que três estudantes de cozinha "realizaram a sua tese de fim de curso

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com base na cozinha portuguesa, graduando-se com honra no nosso instituto". Por considerar que é difícil e oneroso conseguir os ingredientes da cozinha portuguesa, esta "chef" e professora propõe que haja alianças de importação por parte de empresários venezuelanos com os portugueses, e assim trazer da Península Ibérica

Aurora Guerra lamenta que Portugal não se dê a conhecer no mundo pela "variada gastronomia que tem" produtos como o mel de cana e peixe-espada preto. Aurora Guerra lamenta que Portugal não se dê a conhecer no mundo pela "variada gastronomia que tem" e convida os grandes empresários lusitanos que vivem no país a inculcar no paladar crioulo os diferentes "condimentos que os caracteriza". Por ú ltimo, Guerra disse que o Vinho do Porto, pelo

seu sabor e consistência, é "excelente para fazer molhos e acompanhar gelados", e garante que este é um dos vinhos mais ricos que já provou. VINhoS PrESENtES Sasha Correa, organizadora do Salão Internacional de Gastronomia, disse que este evento reú ne, pelo quinto ano consecutivo, mais de 100 stands de empresas vinculadas ao ramo do vinho e da cozinha. "Estes empresários vêm trazer aos visitantes a actualidade da cozinha e o vinho no mundo", acrescenta. Aquela responsável disse ao CorrEIo que na exposição não existe um chef que "prepare um prato português", mas os vinhos portugueses estão representados no país através da Casa oliveira, da CoNcepto, entre outros. Por seu turno, Giovanni Masseria, representante do Café Buondi, disse que esta reunião de empresas e marcas é um ponto onde todos os empresários podem trocar ideias e abrir portas a nível comercial.

Moretti Forni

Azeite de Oliva Kardámili

IALCA

Casa Oliveira

Buondi

CONcepto Equipment

Industrias Iberia


16 | Lazer

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A diversão também foi procurada pelos mais

Este grupo de jovens lusodescendentes interpretou canções venezuelanas

Festa "llanera" no Centro Luso Katiska Martins kmartins@correiodevenezuela.com

Centro Luso de Caracas serviu de ponto de encontro no passado fim-de-semana para os amantes da mú sica tradicional venezuelana. Apesar de a chuva ter ameaçado estragar a festa a cada momento, acabou por não constituir um obstáculo para que a mú sica e o divertimento continuassem o seu curso.

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Para além de contarem com estacionamento e segurança assegurados, as pessoas que marcaram presença no evento tiveram a oportunidade de degustar a comida típica de "llano". A famosa espetada e as "cachapas" foram os pratos fortes. O grupo folcló rico internacional da zona deu o seu apoio e colaboração. O centro destinou uma zona exclusivamente para os passeios a cavalo e para a exibição de animais, área que foi muito concorrida pelas crianças. A

diversão também foi procurada pelos mais adultos, através de jogos de mesa como cartas e dominó . A abertura da sessão de espectáculos foi entregue a Andrea da Conceição, Yelitza Mendes, Carla da Conceição, Luisana Andrade e Rosa de Matos, membros do Coral do clube, sob a direcção de Ana de Castro. Este grupo de jovens lusodescendentes interpretou canções venezuelanas.

O centro destinou uma zona exclusivamente para os passeios a cavalo e para a exibição de animais, área que foi muito concorrida pelas crianças Ao longo do día, os agrupamentos "Sentir venezolano", "Grupo folcló rico Dos Patrias", a cantora Anita Morillo e o "coplero" Freddy Ló pez, animaram o muito pú blico presente com o melhor dos respectivos repertó rios. O grupo "Dos Patrias" interpretou temas venezuelanas onde se incluíam tambores, joropo e calipso. Para os só cios do Centro Luso de Caracas, a festa "llanera" revelou-se uma boa iniciativa para ajudar o clube a recuperar o prestígio e o bom-nome que sempre o tinha caracterizado. Estes festejos são os que unem os só cios e mantém vivas as suas tradições. Segundo Alfredo Amaral, secretário do Centro Luso, esta festa foi coroada com o êxito esperado, o que dá â nimo para continuar trabalhando. A satisfação também embargou a voz de Manuel Pereira, presidente do clube, que apesar de ter tido muito trabalho se sente contente ao ver que tudo correu como se desejava. Graças à publicidade e apoio que receberam os organizados por parte do grémio de folclore do país, o

evento teve a aceitação esperada. Freddy Ló pez foi a pessoa que liderou a iniciativa. Este "coplero", já detentor de uma trajectó ria neta matéria, contou que desde sempre quis levar a cabo um evento de tal magnitude, que veio suplantar um encontro que teve em Tenerife, há 10 anos aproximadamente, onde teve a oportunidade de trocar experiências de mú sica e gastronomia com os espanhó is. Ló pez decidiu que a primeira vez fosse num clube português por causa da devoção que sente pela "Virgem de Fátima". Além disso, espera levar esta tradição a mais instituições de estrangeiros na Venezuela. O festim não serviu apenas para proporcionar um momento diferente. Tinha também por fim de ajudar o Centro Luso de Caracas, que se encontra necessitado de apoio econó mico para operar melhoramentos nas suas infra-estruturas. Para melhor se atingirem as metas ambicionadas, os dois restaurantes fecharam as suas portas de modo a que os ganhos fossem orientados para a colaboração do clube.


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breves Cavaco felicita Lula

Área ardida diminuiu

Balanço negativo

O Presidente da República, Cavaco Silva, felicitou Luís Inácio Lula da Silva pela sua “expressiva reeleição” no escrutínio de domingo, fazendo votos de “novas oportunidades” nas relações bilaterais e no campo da lusofonia. Lula da Silva, do PT, registou 20 milhões de votos a mais do que o seu adversário, o social-democrata Geraldo Alckmin.

A área ardida este ano no distrito de Castelo Branco diminuiu 85 por cento face a 2005, passando de cerca de 20 mil hectares para 2.748, afirmou o comandante distrital de operações de socorro (CDOS). Rui Esteves acrescentou que a grande redução de área ardida não satisfaz os responsáveis pelo combate e prevenção.

A CDU de Lisboa fez um balanço negativo do primeiro ano de mandato da maioria de direita à frente da câmara da capital, considerando que é uma continuidade do anterior executivo de Santana Lopes e Carmona Rodrigues. “Não se vê da maioria solução dos problemas de Lisboa” e a “dívida é galopante e catastrófica”, acusou.

Energia “ na vanguarda” O ministro da Economia, Manuel Pinho, afirmou que o sector energético português “está na vanguarda” e foi, por isso, elogiado pela Comissária Europeia para a Concorrência, que manifestou a propósito a sua preocupação com a “concentração dos mercados energéticos europeus”.

Mudanças tornam mais difícil maioria absoluta Revisão das leis eleitorais podem tornar difí cil uma nova maioria absoluta do PS e trazer problemas de governabilidade do paí s

Braga visita África do Sul secretário de Estado das Comunidades, Antó nio Braga, declarou estar “ muito entusiasmado” com o nú mero crescente de funcionários do parlamento sul-africano que frequentam aulas de língua portuguesa. Em declarações à Lusa no final de um dia de intensos contactos com membros do Governo e do parlamento sul-africano, Antó nio Braga salientou que este ano são 12 os funcionários parlamentares que aprendem português, enquanto 42 outros, incluindo deputados, estão já inscritos para frequentar as aulas de Português no pró ximo ano lectivo, que se inicia em Janeiro de 2007. “ As aulas, que são coordenadas pelo leitor de Português da Universidade do Cabo, constituem um sinal seguro da importâ ncia crescente da língua portuguesa na África do Sul e Austral” , concluiu o secretário de Estado das Comunidades, que termina hoje uma visita oficial de três dias à África do Sul. Ainda no campo do en-

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deputado socialista José Lamego alertou que a revisão das leis eleitorais, defendida por PS e PSD, podem tornar mais difícil uma nova maioria absoluta do PS e trazer problemas de governabilidade do país. Num debate sobre a revisão do sistema eleitoral, organizado pelo CDS-PP, José Lamego alertou que mexer nas leis eleitorais, nomeadamente através da introdução de círculos uninominais e da eventual redução de deputados, comporta “ riscos para uma maioria absoluta do PS” , que pode ser obtida com 44 por cento dos votos. “ O encarecimento de uma maioria absoluta é muito mau para o PS e seria muito mau para o país” , alertou Lamego, sublinhando que os socialistas já irão enfrentar “ custos políticos ó bvios” por estarem “ a atacar

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os problemas da consolidação orçamental” . O deputado socialista manifestou-se radicalmente contra a redução de deputados - defendida pelo PSD e, até agora, apenas por algumas vozes do PS - que considerou “ uma ideia intelectualmente indigente” . “ Cavalga uma onda populista de rejeição da democracia parlamentar. (à) Não contem comigo para esse peditó rio” , frisou o deputado. Para Lamego, “ do ponto de vista prático, o partido mais interessado nesta redução seria o PSD porque diminuiria o peso do CDS numa negociação de coligação” , considerando esse cenário actualmente mais plausível do que uma aliança governativa do PS como PCP ou Bloco de Esquerda. José Lamego alertou ainda para o aumento previsível do

custo das campanhas com a introdução de círculos uninominais ou regionais, sublinhando que “ a proporcionalidade actual é razoável” . “ Ao PS não interessaria aumentar o custo de uma maioria absoluta nem aumentar a proporcionalidade do sistema” , disse, temendo que esta discussão possa surgir depois do referendo sobre aborto devido a “ um vazio da agenda parlamentar” . Por outro lado, o deputado socialista considerou ainda que a introdução de círculos uninominais nas eleições para a Assembleia da Repú blica “ afectaria a governabilidade” . “ Os círculos uninominais levariam a que em questões como a co- incineração ou de orçamento tornássemos os deputados muito imprevisíveis e a governabilidade ficaria muito diminuída” , considerou.

sino, Braga encontrou-se com o vice-ministro da Educação, Enver Surty, com quem discutiu questões relacionadas com o programa de ensino da língua e cultura portuguesas, que apesar de beneficiar mais de 11 mil alunos lusodescendentes e com origem nos países lusó fonos da região não está ainda regulamentado por protocolo. Estas e outras matérias serão, segundo Antó nio Braga, discutidas e acordadas durante a visita que a vice-Presidente sul-africana fará a Portugal entre os dias 11 e 14 de Novembro. No caso do ensino, foi constituído um grupo de trabalho para discutir a s modalidades de co-responsabilização dos dois Estados, uma vez que nos ú ltimos anos tem sido Portugal a pagar a factura da deslocação de mais de 30 professores e recrutamento e treino local de outros tantos docentes, muitos deles moçambicanos e angolanos, para leccionarem o Português nas escolas pú blicas e privadas sul-africanas.


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Melhor distribuição da vacina contra a gripe Direcção-Geral de Saú de quer alterar a forma como se distribui a vacina contra a gripe sazonal, de modo a garantir que “ quem mais precise beneficie dela” , afirmou o director-geral, Francisco George. “ Não estamos satisfeitos com a forma como este processo tem decorrido e estamos a pensar em alternativas” , afirmou Francisco George aos jornalistas, aludindo à corrida à vacina contra a gripe que se tem verificado nas farmácias e que originou já uma ruptura do produto no mercado. Francisco George, que participou no encontro Ensaio de Protocolos de Actuação - Resposta à Gripe Pandémica em Portugal, que decorreu segunda-feira em Lisboa, não adiantou quais as alternativas em estudo. Durante a sua intervenção, o director-geral da Saú de alertou para a possibilidade de este ano ocorrer uma actividade gripal mais elevada do que em 2005. A época gripal de 2005/2006 foi considerada moderada e, salientou Francisco George, “ é muito raro haver dois anos seguidos com actividade gripal mode-

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Cigarros falsificados A Brigada Fiscal da GNR anunciou ter abortado em Guimarães uma tentativa de introduzir ilegalmente em Portugal 189.800 cigarros falsificados, alegadamente de fabrico francês.

Roubo de fios de cobre A GNR anunciou o roubo de fios de cobre avaliados em mais de 12 mil euros nos concelhos de Tondela e de Viseu, que poderão servir para derreter e vender às sucateiras.

Cópias pirateadas

Há a possibilidade de este ano ocorrer uma actividade gripal mais elevada do que em 2005.

ra da” . As sete vacinas contra a gripe comercializadas em Portugal foram este a no postas à venda mais tarde do que o habitual, no início de Outubro, para garantir que as pessoas não se vacinavam cedo de mais e corressem o risco de ter perdido a imunidade quando começasse a época gripal. Mas a corrida às farmácias para a aquisição do medicamento, que só se vende mediante receita médica, esgotou o produto no mesmo dia em que foi posto à venda, praticamente em todo o

país. Isto apesar de a Direcção-Geral de Saú de ter alertado, no final do Verão, para o principal objectivo da vacinação ser a cobertura da população de risco (que pode sofrer complicações graves caso seja infectada), nomeadamente as pessoas com mais de 65 anos, os doentes cró nicos e imunodeprimidos e profissionais d e saú de. Uma nova remessa de vacinas - cerca de 400 mil, segundo afirmou à Lusa a sub-directora-geral da Saú de, Graça Freitas - começou

a chegar às farmácias a partir de dia 18, mas uns dias depois, devido às encomendas, que tiveram prioridade, a maioria das farmácias continua com a vacina contra a gripe esgotada. Portugal dispõe de 1.670 mil doses para a época gripal de 2006/2007, ma is 91 mil do que na anterior. Actualmente estão comercializadas as vacinas Chiroflu (8,02 euros), Fluad (8,78 euros), Inflexal V (8,78 euros), Fluarix (8,79 euros), Influvac (8,79 euros), Istivac (8,79 euros) e Istivac infantil (7,36 euros).

Pandemia afectará 4 milhões ma pandemia da infecção pela gripe das aves em humanos pode infectar quatro milhões de portugueses e manter em casa 40 por cento dos trabalhadores, indica um estudo apresentado segunda-feira. Realizado pelo Observató rio Nacional de Saú de (Onsa), do Instituto Nacional de Saú de Ricardo Jorge (INSA-RJ), o estudo procura traçar um cenário do impacto de uma eventual pandemia pelo vírus da gripe das aves em humanos, sem considerar o efeito da acção de uma vacina contra a doença

breves

ou tratamento com antivirais. O trabalho, apresentado no encontro Ensaio de Protocolos de Actuação Resposta à Gripe Pandémica em Portugal, promovido pela Escola Nacional de Saú de Pú blica e pela Direcção-Geral da Saú de, em Lisboa, procurou avaliar o efeito de uma epidemia em que o vírus afecte 40 pessoas em cada 100 com as quais contacta. As autoridades de saú de nacionais e internacionais receiam a possibilidade de o vírus que actualmente provoca infecção gripal em aves - o H5N1 -, poder vir a mu-

tar e começar a infectar humanos, produzindo uma pandemia de gripe. Desde 2003, indicou o Director-Geral da Saú de, Francisco George, registaram-se em todo o mundo 256 casos de infecção em humanos com este vírus. Considerando que a futura pandemia se pode processar em duas ondas, Baltazar Nunes, do Onsa, estimou que numa primeira fase, mais branda, cerca de um milhão de portugueses possa vir a ser infectado pelo vírus, um valor que aumenta para três milhões, numa segunda onda pandémi-

ca. O investigador do Insa adiantou que, durante a primeira onda, o serviço de saú de será solicitado em 1,9 milhões de consultas, e que na segunda fase esta procura vai subir para mais de três milhões. O Onsa vai iniciar em breve um estudo sobre o grau de procura que os hospitais e centros de saú de podem esperar por parte da população que reside na sua área de influência, em caso de pandemia, revelou Baltazar Nunes, adiantando que este trabalho deverá estar concluído no princípio do pró ximo ano.

Elementos da PSP e da InspecçãoGeral das Actividades Económicas (IGAC) apreenderam sábado, em Setúbal, 10.200 cópias de CD, DVD e videojogos alegadamente pirateados, num total de 182 mil euros, anunciou a IGAC. Na operação, realizada no mercado da Confeiteira, foram identificadas nove pessoas.

Informação jurí dica Os cidadãos de cinco concelhos da zona Oeste de Portugal continental (Bombarral, Óbidos, Peniche, Rio Maior e Caldas da Rainha) vão passar a ter informação gratuita e encaminhamento sobre questões da justiça com a entrada em funcionamento do Infojus, um sistema inovador para o acesso à justiça.

Portugal dá um milhão O ministro de Estado e da Administração Interna anunciou que Portugal vai atribuir ainda este ano um milhão de euros para o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Nova bilhética A Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) disponibilizou sete postos de atendimento móveis para ajudar os utentes a adaptar-se ao novo sistema de bilhética sem contacto, a introduzir quarta-feira na rede da empresa.

Negligência A negligência foi no ano passado a principal causa de acolhimento de crianças e jovens em risco, seguida dos maus-tratos físicos ou psi cológicos, segundo um relatório do Instituto de Segurança Social.


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Crescimento discreto em 2007 presidente da direcção do Fó rum para a Competitividade, Luís Mira Amaral, considerou que é “ muito difícil” que o crescimento econó mico ultrapasse 1,4 a 1,5 por cento no pró ximo ano. Falando em conferência de imprensa no final do seminário “ A economia portuguesa e a proposta de OE para 2007” , Luís Mira Amaral salientou que o consumo das famílias continuará a crescer muito moderadamente em 2007 e as exportações poderão comportar-se pior, num contexto de arrefecimento externo, embora admita o “ regresso do investimento a níveis mais elevados” . Relativamente às exportações, o antigo ministro da Indú stria de Cavaco Silva não considera que haja uma recuperação visível de quota

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de mercado das exportações nacionais, nomeadamente para a União Europeia, observando que houve empresas portuguesas que aproveitaram o grande dinamismo de mercados não comunitários. Sublinhou que a balança comercial portuguesa continua a dar sinais de degradação e que não é possível extrapolar para 2007 o crescimento das exportações portuguesas em 2006. Pedro Ferraz da Costa, presidente do conselho consultivo do Fó rum, considerou que “ o problema mais importante da economia portuguesa é o elevadíssimo endividamento ao exterior” e que uma melhoria da situação passa por um andamento mais favorável da balança comercial portuguesa. O antigo presidente da Confederação da Indú stria Portuguesa (CIP) acrescen-

tou que o OE não inclui medidas “ para corrigir um desequilíbrio externo gravíssimo” , nomeadamente incentivos ao investimento no exterior e às exportações. Ferraz da Costa defendeu que o urgente relançamento da economia portuguesa “ faz-se com incentivos e com estabilidade fiscal” , considerando que nestas áreas tem de se encarar “ de forma muito negativa o Orçamento” de Estado para 2007 (OE2007). O antigo presidente da CIP considerou que os desequilíbrios da economia portuguesa “ são tão profundos que implicavam uma mudança mais marcada no Orçamento” . Mira Amaral indicou que os participantes no seminário encararam “ com muitas reservas e preocupações” os investimentos na Ota e no TGV e defendeu a necessi-

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Temperaturas recorde As temperaturas da madrugada de segunda-feira na cidade do Porto atingiram um valor recorde dos últimos 60 anos, revelou fonte do Instituto de Meteorologia. De acordo com estudos comparativos realizados pelo Instituto de Meteorologia (IM), nos dois últimos dias registaram-se temperaturas “bastante elevadas” para a época do ano, principalmente no norte. Fonte do Departamento de Climatologia do IM disse à Lusa que “no norte, as temperaturas subiram mais de nove graus em relação aos valores médios, tanto de mínimas como de máximas”. Durante a madrugada de hoje, o Porto bateu o recorde da temperatura mínima desde 1941, ao atingir 19,1 graus: mais 9,5 graus que a temperatura mínima normal para a época.

No centro do país, as temperaturas também subiram nos últimos dias, com os valores médios a atingirem “mais cinco ou seis graus”. Em Lisboa, a temperatura mínima mais elevada deste mês foi também registada na noite de domingo para hoje, com 19,8 graus, 6,5 graus acima do normal.

“ Ilhas ecológicas” Vários bairros lisboetas das freguesias de Marvila e Beato vão ter contentores para reciclagem de grande capacidade agrupados em “ilhas ecológicas” que vão servir uma população de quase 43 mil pessoas, anunciou a autarquia. As “ilhas” vão substituir os ecopontos tradicionais por contentores com capacidade para 1.100 litros, que serão colocados junto aos outros recipientes para lixo comum. Amendoeiras, GNR, Alfinetes, Prodac, Salgadas, Quinta Marquês de Abrantes, Condado, Amador, Lóios, Flamenga, Quinta do Ourives e Carlos Botelho são os bairros seleccionados para a instalação das “ilhas ecológicas” e têm uma população de cerca de 43 mil pessoas.

Mira Amaral considerou que é “muito difícil” que o crescimento económico ultrapasse 1,4 a 1,5 por cento no próximo ano.

dade de incentivar investimentos na área da produção de bens transaccionáveis. Relativamente ao OE2007, Mira Amaral considerou que não se pode esperar das receitas em 2007 o mesmo comportamento favorável de 2006 e que a redução do défice orçamental

terá de ser conseguido mais à custa de cortes na despesa. O antigo ministro da Indú stria afirma que se verifica um aumento da carga fiscal, que sobe 0,5 pontos percentuais do PIB no OE2007, com aumentos de impostos de 6,6 por cento em termos médios.

Governadora civil reclama secção da PJ governadora civil de Castelo Branco, Alzira Serrasqueiro, reclamou a existência de uma secção da Polícia Judiciária (PJ) no distrito para acelerar o início das investigações em ocorrências como os incêndios florestais. “ Quero a PJ cá. A investigação [a incêndios florestais] é uma coisa negra” disse Alzira Serrasqueiro à agência Lusa, à margem da sessão de apresentação dos resultados do dispositivo de combate a incêndios florestais no distrito, em 2006. A governadora adiantou não ter ainda falado com o ministro da Justiça, Alberto Costa, sobre esta reivindicação, mas refere que gostaria de a ver satisfeita já no pró ximo ano. “ Ainda não falei (com o ministro), mas vou falar, para ver se é possível ter [a PJ] já em 2007” , acrescentou. Durante a cerimó nia, que juntou no Governo Civil de Castelo Branco os responsáveis do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) e de outras forças de segurança, para além de elementos de comando das 12 corporações do distrito, Alzira Serrasqueiro afirmou que a GNR “ não

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pode chegar a todo o lado” . “ A GNR tentou por todos os meios que as situações fossem averiguadas. Não temos secção em Castelo Branco uma secção da PJ, estamos dependentes da Guarda e Coimbra. Não foi feito um esforço suficiente para apoiar o trabalho da GNR” , frisou. Já o comandante distrital de operações de socorro, Rui Esteves, apontou a não identificação das causas dos incêndios florestais como uma das “ fraquezas” da época de fogos deste ano. O balanço deste ano em Castelo Branco aponta para 874 ignições, tendo ardido 2.748 hectares, uma redução do 85 por cento relativamente a 2005.


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22 | OPINIÃO

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Porque é que eles decidiram estudar português?

Rebeca Fandiño

idioma português é parecido com o espanhol em muitos momentos. Quando lemos no idioma de Cervantes, podemos entender grande percentagem do seu conteú do. No entanto, há muitas diferenças com o de Camões. É necessário estudá-lo para compreendê-lo completamente, falá-lo e interpretá-lo. Na Venezuela há muitas instituições pú blicas e privadas que ensinam português. Inclusivamente, em muitas carreiras é incluído um plano de estudo como disciplina obrigató ria. Nesta oportunidade, vamos falar sobre alguns estudantes da "Escuela de la Universidad Central de Venezuela", que podiam ter escolhido outras línguas, como o inglês, francês, alemão, e, no entanto, decidiram

O

estudar português. Eles foram meus colegas de carreira; Miguel Hidalgo, Daniel Cuevas e Charly Melo, os quais, por decisão pessoal, decidiram passar meses de estudo com sebentas de exercícios e um dicionário de português no bolso. Quando me comentaram sua decisão, chamou-me a atenção a sua unâ nime eleição. Preferi não fazer nenhum comentário porque eu tinha decidido estudar inglês como a maioria e sabia que eles teriam boas razões para fazer-me mudar de ideias. Durante os três semestres que abarcam o estudo do idioma, vi-os sempre animados e era notável o seu agrado ao pronunciar correctamente e progredir na compreensão das leituras. Hoje, depois terminarmos o estudo do idioma e de estarmos perto do fim dos estudos, perguntei-lhes o porquê da sua decisão. Miguel, 22 anos, gosta muito da peculiar musicalidade do português. Gostava muito de visitar Portugal e conhecer melhor a sua gastronomia, mú sica e, claro, aprofundar o idioma. Sente-se atraído por escritores lusos como Lobo Antunes, José Cardos Pires e Mário de Carvalho. Tal como o Miguel, Daniel é venezuelano. Tem 27 anos e estu-

dou português porque lhe agradou a fonética do idioma, tal como soa quando se fala. Também gosta da mú sica, especialmente uma casta de cantantes de bossa-nova. Gosta de ler os escritores na sua pró pria língua, especialmente Fernando Pessoa. Charly estudou português porque na sua infâ ncia viveu no Brasil e aprendeu um pouco do idioma. Por esta razão, quis recordar tudo o que tinha aprendido e além disso aprofundar os seus conhecimentos para chegar um pouco mais perto de escritores como José Saramago. Não tenho dú vidas de que os meus companheiros não se enganaram. Estudaram português não só porque é uma língua atraente e interessante, como também porque é susceptível de lhes abrir as portas a uma grande cultura que tem muito para oferecer. O parentesco do português com o espanhol permite-nos lê-lo em grande medida, pois a sua composição morfoló gica é singular nas duas línguas, mas a sua fonética e sonoridade é completamente diferente. Mas dá a oportunidade para nadar por outros mares e conhecer outras terras, como diria o nosso escritor venezuelano Federico Vegas no seu livro Falke: " Que grande é o mundo! Quanto gente e que distinta!".

Magalhães enganou-se

Delia Meneses dmeneses@correiodevenezuela.com

m declarações ao Correio de Venezuela dias antes da sua apresentação na Aula Magna da Universidade Central da Venezuela, Ayres Magalhães, guitarrista, compositor e produtor dos Madredeus, explicou que, pela sua condição de mú sicos, os membros do grupo vivem numa

E

espécie de alheamento. "A maioria das vezes ignoramos os aspectos menos agradáveis dos países que visitamos. A organização encarrega-se de que isso seja assim". Mas Magalhães enganou-se. Lamentavelmente, neste caso, a organização não pô de evitar que um grupo de delinquentes atacasse com garrafas os autocarros que transportavam o quinteto português na via La Guaira - Caracas. Tão pouco pô de evitar que os mú sicos estivessem na linha de fogo dos disparos dos polícias e dos chamados "piqueros" na zona da Plaza Venezuela. Foi mais uma mostra do potencial turístico deste país… "Agora entendo a angú stia em que vivem os venezuelanos", declarou depois à imprensa, uma vez ocorridos os dois encontros

com a delinquência venezuelana que antecederam aos dois concertos memoráveis dos Madredeus, que pela primeira vez, e quiçá ú ltima vez, se apresentaram na Venezuela. Dois gostos e dois desgostos. Depois destes incidentes, veio o retiro forçado. Refugiados no Hotel Meliá Caracas, evitaram o contacto com a imprensa e cancelaram as visitas turísticas estipuladas previamente na sua agenda. As sofisticadas medidas de segurança do grupo não puderam evitar a violência. A equipa de segurança dos Madredeus não teve êxito. O estado venezuelano tão pouco teve. Com a diferença de que o cidadão comum não se pode confinar a um retiro forçado num qualquer hotel cinco estrelas.

Dicas para uma Biblioteca de Literatura Portuguesa

Jesús Ignacio Pérez-Perazzo Décima parte: Em plena transição para o século XX, encontramo-nos com a obra literária do também poeta e escritor Camilo Pessanha (1867-1926), autor de Clepsidra e China; as quais são representação de uma notável obra poética simbolística portuguesa: "Meus olhos apagados, vede a água cair. Das beiras dos telhados, cair, sempre cair"... Assim como a do lisboeta Mário de Sá-Carneiro (1890-1916), poeta de nobre estirpe mas de vida atormentada e autor também, de prosa narrativa, quem participou activamente na Revista Orpheu e é autor de Indícios de Oiro, Poesias, Dispersão: "Corro em volta de mim sem me encontrar... Tudo oscila e se abate como espuma... Um disco de ouro surge a voltear... Fecho os meus olhos com pavor da bruma"... E a dos recordados Manuel Laranjeira (1877-1912) poeta, dramaturgo e ensaísta, autor de Amanhã, o livro de versos Comigo, Cartas, Pessimismo Nacional; o não menos conhecido escritor Raul Brandão (1867-1930) com as suas obras El Rei-Junot, A Farsa, Húmus, Os Pescadores, a obra teatral O Rei Imaginário, Jesus Cristo em Lisboa. Destaca assim mesmo, a poeta alentejana nascida em Vila Viçosa, Florbela Espanca (1894-1930), discípula de Antero de Quental, autora de poemas de grande beleza, Charneca em Flor, Diário do último Ano e Livro das Mágoas: "Quem me dera encontrar o verso puro, O verso altivo e forte, estranho e duro, Que dissesse, a chorar, isto que sinto"... E o não menos importante poeta Cesário Verde (18551886),"para quem o povo, a gente trabalhadora, ia mais além da referência estritamente pitoresca ou a simpatia paternalista" e António Nobre (1867-1900), de importância fundamental dentro do processo de renovação estilística da poesia portuguesa do século XIX: "...Tende cautela, não voz faça mal... que é o livro mais triste que há em Portugal..." escreve este autor, referindo-se à sua própria obra Só, escrita em França.


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OPINIÃO | 23

CARTAS Um Português que envergonha…

Madredeus: Mais que um grupo musical

Escrevo em castelhano e peço que traduzam a carta para Português. Como vêem, não sou Português mas tenho afinidades devido aos anos que trabalho com Portugueses, conhecendo Portugueses, uns melhores que outros, como tudo na vida, mas todos pessoas honestas, correctas, amigas, "jodedores", etc. Sou vendedor e lido com supermercados e padarias há mais de 20 anos, e escrevo para o Correio porque já me habituei a ler o jornal nos supermercados e nas salas de espera, enquanto espero que me atendam nas cobranças e nas vendas, e pensei que seria oportuno escrever sobre um tema que é sempre tema de conversa entre nós, vendedores, que atendemos "el personaje". Trabalha para a empresa de "automercados Plaza" e nada tem a ver com os seus patrões, porque conheço-os a todos e sei que são pessoas boas e honestas, mas têm um "animal" a trabalhar com eles para os lados da zona de Baruta. É ofensivo, malcriado, prepotente e não tem o mínimo de respeito pelas pessoas que, como nós, trabalham na rua. Qualificaria

Sou Venezuelana e quero expressar o meu sentimento de orgulho por essa maravilhosa comunidade que é a Portuguesa. Escrevo porque o grupo Madredeus, que actuou nestes dias em Caracas, despertou em mim um sentimento profundo. Fiquei sensibilizada com tanta energia lírica ali expressa, e não sei porquê veio-me à memória tantas vivências de infância com os Portugueses, desde o dono do supermercado da zona onde vivia, aos empregados Portugueses que ali trabalharam e que nos atendiam, que nos traziam as compras a casa com uma total confiança. Escrevo porque este maravilhoso

esse "Português" como uma pessoa doente, que nada tem a ver com todos os outros que conheço. É de facto uma pena que a comunidade Portuguesa tenha um exemplar desses aqui na Venezuela. Acho que nem vale a pena colocar o nome porque tenho a certeza que os donos da empresa e todos os empregados e todos quantos trabalham na profissão sabem a quem me refiro. Esta carta é uma homenagem a todos aqueles que todos os dias se esforçam para atender esse senhor que nos trata mal e que nos humilha sem conhecimento dos patrões. Esta carta serve também de desabafo para todos aqueles que como eu, muitas vezes passam vexames daquele senhor que, repito, em nada se parece com os patrões, com os outros gerentes e com os Portugueses na Venezuela. Uma pessoa doente, repito, que não faz a mínima ideia do que é respeito pela profissão de vendedor de rua. Um Português que envergonha.

Luis Amato Reyes

Paz e amor sem mentiras Sou leitora do Correio e sócia do Centro Português de Macaracuay. Escrevo porque acho oportuno neste momento, em que se aproximam as eleições no clube, e peço que por favor nos deixem em paz, que por favor não nos comprometam com um ou com outro grupo, para votar neste ou naquele candidato, diga-se, grupo de amigos. O exemplo das eleições passadas não deve repetir-se jamais no clube, porque deixou muitas fissuras nos sócios e nas famílias. O ambiente que vivemos o ano passado não deve repetir-se, assim como as menti-

ras e as divisões na troca do "poder". Como sócia do clube, peço respeito por nós e pelos nossos filhos porque já chegam a casa comentários para votarem neste ou naquele candidato, neste ou naquele grupo. Vem aí o Natal, porque não passar um Natal e um fim-de-ano em família, no clube, não como o ano passado. Quanto ao Correio, gostaria que dessem mais informação sobre os candidatos dos grupos e das listas, e não somente a cara dos presidentes.

M. G. Freitas

grupo Português sensibilizou-me e espelha em tudo o sentimento de humildade reflexo do dia a dia dos Portugueses na Venezuela. Lembro-me do meu pai dizer em casa: "São gente trabalhadora e honesta", e de facto até a chave do quintal da nossa casa tinham para nos entregarem as compras que fazíamos no pequeno supermercado. São outros tempos e aqui estamos lado a lado e que maravilhoso foi o concerto dos Madredeus. Parabéns pelo jornal.

Geraldine F. Perez

Indignada com a notí cia Escrevo para manifestar a minha indignação pela notícia que li acerca do lar de terceira idade. Como é possível que apenas três anos depois da sua construção já esteja a cair devido às chuvas? Quem são os construtores da obra, quem tem culpa e responsabilidade do sucedido? Não podem continuar a fazer este tipo de coisas à comunidade que, sempre que pedem para ajudar nestes casos, se presta a ajudar sem limites. Tem de haver responsabilidade das pessoas, não podem continuar a pedir para depois gastar em saco roto. Assumam as responsabilidades com honestidade e procurem uma solução definitiva para o problema do lar de terceira idade porque assim só nos sentimos enganados e enganamos os velhinhos, que devem estar a viver em angústia pensando que um dia destes acordam e vêm montanha abaixo devido às chuvas. Li com muita atenção o editorial do vosso jornal sobre o lar e concordo plenamente com tudo. Senhores, não podemos

actuar por caprichos ou presunção, como diz o fado. Vamos também pensar naquelas pessoas que querem colaborar com fins sérios e responsáveis. Muito Obrigado.

Luí sa N. F. Martins

InquéRITo

Qual a sua opinião sobre os voos directos para Portugal da companhia aérea Santa Bárbara?

Joaquim Gonçalves Advogado "Parece-me muito bom, para que possamos experimentar outras linhas aéreas e o serviço que oferecem. A verdade é que não sei como estão os aparelhos da Santa Bárbara, temos que vê-los. Dizem por aí que estão velhinhos, e se é assim, então que comprem novos, porque a viagem é longa. Mas eu viajaria com eles."

Janette Gonçalves Hospedeira de bordo "Fiquei muito emocionada quando soube, especialmente porque o preço é mais baixo. A verdade é que a competição faz falta, para que os preços baixem. Para além disso, no fim o que se quer é que nos levem… Há que ver qual é o serviço que oferecem e como, mas estou totalmente de acordo."

Dulce Almeida Dona-de-casa "Creio que é excelente, porque quantos mais voos existam, melhor, porque há mais opções de dias para viajar e isso pode tornar os custos menores. Desejo ir a Portugal e ainda não fui porque é muito caro. Pelo que vejo com muito bons olhos o que a Santa Bárbara está a fazer."

Almerinda de Almeida Administrativa "Considero a iniciativa maravilhosa. A minha filha viajou há pouco tempo pela Santa Bárbara e gostou muito. Por outro lado, ainda bem que há outras alternativas. Sem dúvida que estaria disposta a viajar pela Santa Bárbara e mais pelo preço tão económico que estão a oferecer. É uma iniciativa muito boa."


24 | guia comeRcial

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CONSELHEIRA E ORIENTADORA fAZ E dEsfAZ QuAlQuEr TipO dE TrAbAlhO bAsTA dE fAlsAs prOMEsAs EspiriTuiAs

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Retenção de divisas gera mal-estar no comércio s diferentes câ maras de comércio venezuelanas expressaram um mal-estar e inconformidade comuns em relação à demora nas solicitações e entrega de dó lares, desde o passado mês de Junho, por parte da Comissão de Administração de Divisas (Cadivi). Fornecedores de Itália, Espanha, Alemanha, Estados Unidos, França e Japão fecharam as suas linhas de crédito a muitos empresários venezuelanos "por não receber no tempo estabelecido os créditos contraídos". Segundo precisou Noél Albarel, presidente do Conselho Nacional do Comércio e Serviços (Consecomercio), o mais difícil de manter vigente é a solvência laboral. "Ter este documento em dia é indispensável" No entanto, Albarel disse que uma vez "solvente com os requisitos solicitados por Cadivi, continua sendo muito longo o tempo que se espera para obter os dó lares". Neste sentido, fez referência sobre o tempo estabelecido pelas empresas fornecedoras para cancelar os créditos e informou que são 45 dias ú teis para pagar o que foi acordado por qual-

A

quer empresa. O presidente de Conindustria, Eduardo Gó mez Cigala, expressou ao CORREIO que as reuniões feitas por Cadivi com as diferentes câ maras venezuelanas de comércio "são regulares, já que a finalidade das mesmas é agilizar as dificuldades apresentadas pelos só cios" para conceder divisas.

"Mais de 120 dias de mora no pagamento dos créditos é uma perda económica para os nossos associados" No entanto, Gó mez Cigala afirmou que existem irregularidades no fluxo de transacção para obter os dó lares preferenciais outorgados por Cadivi. "Não nos têm dado o solicitado e a economia empresarial venezuelana depende de Cadivi", comentou. "Nos diferentes sectores da economia se está apresentando a falta de fornecimentos", observou o Presidente da câ mara das Industrias. Para José Luís Ferreira, presi-

dente da Câ mara de Comércio e Turismo Luso Venezuelana, a importação, para a maior parte dos empresários venezuelanos, é a base da economia venezuelana. Ferreira enfatizou que os associados desta Câ mara compram as divisas por sua conta. "Não se vinculam directamente com a Câ mara, porque cada associado maneja a importação de diferente forma", realçou. "Mais de 120 dias de mora no pagamento dos créditos aos fornecedores é uma perda econó mica para os nossos associados", indicou ao CORREIO Albarel quando comentava que há empresas abastecedoras que não estão dando créditos "porque não é problema dos fornecedores que não dêem as divisas requeridas pelos compradores para as negociações". O representante de Consecomercio disse que está a surgir o "fantasma" da escassez de produtos no mercado ve-nezuelano. "Logicamente ao não haver rapidez na entrega do dinheiro, os produtos de primeira necessidade começam a desaparecer", afirma Albarel, acrescentando que deve existir uma pronta resposta por parte de Cadivi quanto à aprovação da entrega de divisas

São 45 dias úteis para pagar o que foi acordado por qualquer empresa


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ECONOMIA | 25

Banif consolida vínculos na Venezuela Director comercial do banco na Madeira visitou Caracas e manteve diversos contactos com a comunidade emigrante Tábita Barrera tbarrera@correiodevenezuela.com

irector comercial do Banif na Madeira, José Carlos de Oliveira Rô lo, deslocou-se recentemente à Venezuela onde manteve uma série de encontros com representantes do tecido empresarial da comunidade portuguesa radicada no país. Os contactos serviram para tratar de assuntos ligados à actualidade empresarial e conhecer os novos investimentos efectuados em sectores como os supermercados e transportes, oportunidades aproveitadas para "tomar o pulso" às inquietações quando

D

à actuação e desempenho das empresas no mercado nacional. Neste sentido, a visita serviu para "dar continuidade ao trabalho que o Banif vem realizando no que toca ao fortalecimento das relações com as

“ Venezuela, tenha ou não tenha as condições propicias para investir, tem sempre a vantagem de contar com um óptimo capital humano” empresas pertencentes a portugueses radicados na Venezuela", observou Oliveira

Rolô , lembrando que neste país se encontra uma "comunidade muito numerosa e importante". Oliveira Rô lo também manteve contactos com alguns dos novos clientes da entidade bancária. Fazendo um balanço a estes momentos de convivência, o responsável disse ter ficado muito satisfeito porque "as pessoas são muito empreendedoras, trabalhadoras e com enorme vontade de vencer". Noutro patamar, observou ser uma "pena que um país como este, com a dinâ mica produtiva que tem e onde as pessoas possuem tanta â nsia em progredir, muitas vezes sejam travadas por questões como a insegurança", um tema que incontornavelmente

José Carlos de Oliveira Rôlo (à direita) manteve contactos com alguns dos novos clientes da entidade bancária

foi aflorado em diversas ocasiões face à evidente preocupação com que a comunidade o está encarando. Apesar deste cenário, o director comercial do Banif considerou que a Venezuela, "tenha ou não tenha as condições propicias para investir, tem sempre a vantagem de

contar com um ó ptimo capital humano que deseja fazer mais e mais negó cios", pelo que se mostrou completamente satisfeito no final da visita, a qual qualificou de bem sucedida, e por isso espera repetir no pró ximo ano por forma a consolidar vínculos financeiros.


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TAP ultima compra da Portugália Grupo Espírito Santo confirmou que irá assinar amanhã com a TAP um contrato de venda da PGA - Portugália, ressalvando que o negó cio só será concluído se a Autoridade da Concorrência der luz verde.

O

breves

“ Festa” obriga à programação de mais 125 voos para a Madeira O aumento da procura previsto na época de Natal e Ano Novo volta a obrigar a TAP a reforçar os voos para a ilha da Madeira. A operação vai decorrer entre 15 de Dezembro e 5 de Janeiro e consiste na introdução durante este período da “festa” de mais 125 voos entre Lisboa, Porto e a Madeira. O responsável pelas Relações Públicas da companhia aérea, António Monteiro, revelou que haverá um aumento de 68 ligações entre a capital portuguesa e a Região e de 57 de e para o Porto. Na véspera, o vicepresidente executivo da TAP, Luiz Mor, já havia assumido que «atender à sazonalidade é uma das preocupações da TAP», sobretudo em rotas, como a da Madeira, em que os voos extra geram um aumento substancial de passageiros transportados. No ano passado, a TAP programou o reforço da sua operação doméstica, com 203 voos extra entre Lisboa, Porto e o Funchal, que se traduziram num aumento global próximo dos 29.500 lugares.

“ O Grupo Espírito Santo tem a intenção de assinar um contrato de venda de 99,8 por cento do capital da PGA esta sexta-feira com a TAP” , refere o GES em comunicado divulgado na segunda-feira. “ Este contrato tem uma cláusula suspensiva que con-

siste na aprovação do negó cio pela Autoridade da Concorrência” , acrescenta. O acordo já estava a ser negociado desde Agosto pelas duas entidades , tendo o presidente da TAP, Fernando Pinto, explicado em Setembro que a aquisição da Portugália

tem uma ló gica de complementaridade de redes e que poderá levar ao aproveitamento de sinergias em termos comerciais embora mantendo a companhia independente. Fernando Pinto adiantou, durante um encontro sobre aviação realizado em Bruxelas,

que a compra da Portugália seria feita por um valor inferior aos 150 milhões de euros avançados pela comunicação social, admitindo, no entanto, que o preço final só “ será ajustado quando houver a decisão final das autoridades” .


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DESPORTO | 27

Veteranos do "Barça" jogam na Venezuela Antonio da Silva adasilva@correiodevenezuela.com

á se está a ultimar a edição de 2007 da mundialmente famosa "Feria de San Sebastián" de San Cristó bal, certame promovido em honra do santo padroeiro da capital "tachirense". Este ano, para além das tradicionais touradas, bailes (conhecidos popularmente como "templetes"), feiras artesanais e a famosa prova de ciclismo "Vuelta al Táchira", uma delegação composta por vários dos heró is da inesquecível equipa do FC Barcelona da Espanha, campeã europeia de 1992 e designada na altura como "Dream Team", vai disputar um quadrangular de luxo perante as formações veteranas da Vinotinto, C.S. Marítimo de Venezuela e Deportivo Táchira. Esta iniciativa está a ser organizada pelo ex-capitão do C.S. Marítimo da Venezuela,

J

Franco Rizzi, através da organização desportiva "Talentos Franco Rizzi y sus estrellas", cuja ligação ao clube catalão já tem permitido a realização de vários estágios de futebol infantil. Conta também com o apoio da Alcaldia de San Cristó bal, pois o seu titular,

Nadal, Guardiola, Alexanco, Goicochea, vão competir entre os dias 18 e 27 de Janeiro contra a equipa de veteranos do C.S. Marí timo da Venezuela William Méndez, foi um grande futebolista profissional do Deportivo Táchira e da nossa selecção nacional. A delegação blau grana está composta por algumas das estrelas que conquistaram em

Wembley a Taça de Campeões Europeus frente a Sampdoria. Nadal, Guardiola, Alexanco, Goicochea, entre outras feras, vão competir entre os dias 18 e 27 de Janeiro contra a equipa de veteranos do C.S. Marítimo da Venezuela da saudosa época do tetracampeonato, com o mesmo Franco Rizzi, Daniel Nikolac, Herbert Márquez, Héctor Rivas, Noel Sanvicente. O treinador do Aragua FC e bicampeão pelos verde-rubros, Rafa Santana, vai ser convidado para ser o responsável técnico dos maritimistas O torneio vai ser completado com uma equipa anfitriã de veteranos do Deportivo Táchira, contemporâ nea a dos verde-rubros, que assim vão reeditar os velhos desafios que nos anos oitenta e noventa enfrentavam a "aurinegros" perante "roji-verdes", que até a desaparição do clube lusitano, era considerado o maior clássico do futebol venezuelano. Ali estarão nomes como Daniel

O antigo "Dream Team" do Barça vai jogar em San Cristóbal

Francovig, Carlos Maldonado, Andrés Paz, os irmãos Becerra e, pois claro, o autarca William Méndez. A capitania da equipa vai ser entregue a Carlos Moreno, treinador de Deportivo Anzoátegui FC da segunda divisão e um dos treinadores que marcaram a histó ria do Deportivo Táchira. A outra equipa participante será uma selecção "vinotinto"

de veteranos onde pontificaram velhas gló rias do nosso futebol como César Baena, Stalin Rivas, Pedro Febles, Pedro Acosta e outros valores com passado na selecção nacional. Vai ser uma bonita viagem no tempo que os apaixonados adeptos andinos não deixaram de apoiar com a sua massiva presença nas bancadas.


28 | DESPORTO III divisão Série A 7ª Jornada Amares - AD Limianos Brito Spor Clube - Vila Verdense FC D. Cerveira - GD Joane Merelinense FC - Atl Cabeceirense Mirandela - FC Marinhas Mondinense FC - GDU Torcatense SC Vianense - CA Mac Cavaleiros Vieira Sport Clube - C. Atl Valdevez

III divisão Série B 7ª Jornada 5-1 2-1 2-0 3-1 2-1 2-1 2-4 1-2

Classificação J 1º C. Atl Valdevez 7 2º Vieira Sport Clube 7 3º GDU Torcatense 7 7 4º GD Joane 7 5º D. Cerveira 7 6º SC Vianense 7º Brito Spor Clube 7 8º CA Mac Cavaleiros 7 9º Merelinense FC 7 7 10º FC Marinhas 11º Mondinense FC 7 7 12º Mirandela 7 13º Amares 14º Atl Cabeceirense 7 15º Vila Verdense FC 7 7 16º AD Limianos

V 5 4 4 4 4 4 3 3 3 3 3 2 2 2 1 0

E 0 2 2 1 0 0 2 2 2 1 1 2 1 0 0 2

D 2 1 1 2 3 3 2 2 2 3 3 3 4 5 6 5

P 15 14 14 13 12 12 11 11 11 10 10 8 7 6 3 2

8ª Jornada (05-11)

Chaves - Vizela Estoril - Trofense Feirense - Rio Ave Gil Vicente - Olhanense Leixões - V. Guimarães O. Moscavide - Varzim Penafiel - Portimonense Santa Clara - Gondomar

1º Feirense 2º Varzim 3º O. Moscavide 4º Penafiel 5º Leixões 6º 7º V. Guimarães 8º Trofense 9º Estoril 10º Santa Clara 11º Gondomar 12º Olhanense 13º Rio Ave 14º 15º Portimonense 16º Vizela 17º Gil Vicente 18º Chaves

V 4 4 3 3 3 2 2 2 1 1 2 1 1 1 1 0

E 3 3 4 3 2 4 4 2 5 4 1 3 3 3 1 3

D 0 0 0 1 2 0 1 2 1 2 4 3 3 3 5 4

P 18 16 14 14 13 13 11 11 11 10 10 9 7 7 2 2

P 15 15 13 12 11 10 10 8 8 7 7 6 6 6 4 3

1º FC Porto 2º Sporting 3º Naval 4º S. Braga 5º Benfica 6º Marítimo 7º União de Leiria 8º Nacional 9º P. Ferreira 10º Belenenses 11º V. Setúbal 12º Académica 13º Boavista 14º Beira Mar 15º E. Amadora 16º D. das Aves

E 1 2 3 2 1 1 1 1 3 2 2 4 1 3 1 2

V 6 4 4 4 3 3 3 3 2 1 1 1 1 1 0

E 1 3 2 1 2 2 1 1 1 3 3 1 1 0 2

D 0 0 1 1 1 2 2 3 3 2 3 4 5 6 4

D 1 1 1 2 2 3 3 3 2 2 4 3 5 4 6 6

P 19 15 14 13 11 11 10 10 7 6 6 4 4 3 2

P 19 17 15 14 13 13 13 13 12 11 8 7 7 6 4 2

Almansilense - Cova Piedade Amora - Juv Campinense Atlético SC - Juventude SC FC Ferreiras - Beja GD Beira Mar - Vitoria FC SAD B Lusitano G C - GD Lagoa Silves - Lusitano VRSA FC Serpa - Descansa

1º GD Lagoa 2º Juventude SC 3º FC Ferreiras 4º Cova Piedade 5º Amora 6º GD Beira Mar 7º Almansilense 8º Beja 9º Lusitano VRSA 10º Atlético SC 11º Vitoria FC SAD B 12º Juv Campinense 13º FC Serpa 14º Silves 15º Lusitano G C

J 6 7 7 6 7 6 6 7 7 7 6 7 6 7 6

V 5 4 4 4 3 3 3 3 3 2 2 1 2 1 1

J 1º Caldas Sport Clube 7 7 2º Monsanto 7 3º Peniche 4º União Desp. Gandara 7 7 5º Sourense 6º Ginasio C Alcobaça 7 7º Atl C Marinhense 7 8º Bombarralense 7 9º C Atl Riachense 7 10º S Benf C Branco 7 11º UD Caranguejeira 7 12º União Coimbra 6 13º Penamacorense 7 6 14º Idanhense 7 15º Sertanense 16º Bidoeirense 7

V 6 5 4 3 3 3 2 2 2 1 2 1 1 1 0 0

E 0 1 2 4 2 1 4 3 2 4 1 3 3 2 4 2

D 1 1 1 0 2 3 1 2 3 2 4 2 3 3 3 5

E 0 2 2 0 3 2 1 0 0 2 0 3 0 1 0

D 1 1 1 2 1 1 2 4 4 3 4 3 4 5 5

G 12-6 12-6 11-5 12-8 6-4 7-4 14-10 6-7 6-9 8-11 6-10 5-10 4-9 6-10 5-11

P 15 14 14 12 12 11 10 9 9 8 6 6 6 4 3

1º Dezembro - Oriental Cacém - Caniçal Carregado - Alcochetense Cartaxo - Sintrense Câmara de Lobos - "O Elvas" Lourel - Santana Oeiras - Casa Pia Povoense - Montijo

2-2 2-2 2-0 3-3 2-0 1-2 2-2 6-0

Classificação G 17-3 16-10 10-6 8-5 11-9 8-6 5-4 11-10 10-13 7-9 8-13 8-9 10-15 9-11 10-15 8-18

P 18 16 14 13 11 10 10 9 8 7 7 6 6 5 4 2

8ª Jornada (05-11)

2-4 1-0 2-1 1-2 3-2 1-2 2-0

8ª Jornada (05-11) Beja - Amora Cova Piedade - FC Serpa GD Lagoa - GD Beira Mar Juv Campinense - Silves Juventude SC - FC Ferreiras Lusitano VRSA - Lusitano G C Vitoria FC SAD B - Almansilense Atlético SC - Descansa

Atl C Marinhense - Sertanense 2-1 Bidoeirense - C Atl Riachense 1-4 Caldas Sport Clube - Ginasio C Alcobaça 0-1 Monsanto - Penamacorense 1-0 Peniche - Bombarralense 2-2 S Benf C Branco - UD Caranguejeira 0-2 Sourense - União Desp. Gandara 1-2 União Coimbra - Idanhense Adiado

Bombarralense - Sourense C Atl Riachense - União Coimbra Ginasio C Alcobaça - Monsanto Idanhense - Atl C Marinhense Penamacorense - S Benf C Branco Sertanense - Peniche UD Caranguejeira - Bidoeirense União Desp. Gandara - Caldas Sport Clube

Classificação G 18-6 13-7 9-6 10-8 15-9 10-9 9-11 11-6 9-8 7-5 6-9 9-12 9-13 11-17 3-13 4-14

III divisão Série E 7ª Jornada

Classificação G 13-3 14-7 9-5 10-5 6-4 8-7 6-3 5-7 3-7 5-6 8-12 5-8 2-8 6-13 4-9

III divisão Série F 7ª Jornada

9ª Jornada (05-11) Académica - E. Amadora Belenenses - União de Leiria Benfica - Beira Mar Boavista - D. das Aves Nacional - P. Ferreira Naval - Marítimo Sporting - S. Braga V. Setúbal - FC Porto

J 7 1º Milheiroense 7 2º CD Tondela 7 3º Anadia FC 6 4º FC Oli Hospital 5º SPG S João Ver 6 7 6º Lamas 6 7º Valcambrense 8º Santacombadense 7 6 9º Sanjoanense 6 10º AD Satão 7 11º Tocha 12º Paços Brandão 6 7 13º Gafanha 7 14º Rec D Agueda 6 15º Valonguense

8ª Jornada (05-11)

3-3 0-1 1-0 3-2 1-1 2-0 1-4 2-0 V 6 5 4 4 4 4 4 4 3 3 2 1 2 1 1 0

2-0 2-1 0-0 1-0 3-1 1-0 3-3

AD Satão - Gafanha CD Tondela - FC Oli Hospital Paços Brandão - Lamas Sanjoanense - Milheiroense SPG S João Ver - Rec D Agueda Valcambrense - Tocha Valonguense - Anadia FC Santacombadense - Descansa

Beira Mar - Sporting D. das Aves - Belenenses E. Amadora - V. Setúbal FC Porto - Benfica Nacional - Naval P. Ferreira - Boavista S. Braga - Marítimo União de Leiria - Académica J 8 8 8 8 7 8 8 8 8 7 8 8 8 8 8 8

Anadia FC - Sanjoanense Gafanha - Valonguense Lamas - Valcambrense Milheiroense - SPG S João Ver Rec D Agueda - Paços Brandão Santacombadense - AD Satão Tocha - CD Tondela FC Oli Hospital - Descansa

III divisão Série D 7ª Jornada

Classificação G 13-5 11-5 9-5 11-5 5-5 8-4 7-8 5-4 4-5 5-6 6-8 6-6 6-9 3-8 4-16 7-11

Classificação G 14-3 10-7 9-8 8-8 10-6 9-6 6-4 6-5 8-11 8-9 7-9 9-13 9-11 8-10 1-6 5-11

9ª Jornada (4-11) Gondomar - Leixões Olhanense - Santa Clara Penafiel - O. Moscavide Portimonense - Trofense Rio Ave - Estoril V. Guimarães - Feirense Varzim - Chaves Vizela - Gil Vicente

J 7 1º S Pedro Cova 2º FC Pedras Rubras 7 7 3º Leça FC 4º Rebordosa Atl C 7 5º Torre Moncorvo 7 6 6º AD Oliveirense 7 7º FC Tirsense 8º Vilanovense FC 6 7 9º Vila Real 10º CF Oliveira Douro 7 7 11º Amarante FC 12º Aliados FC Lordelo 7 7 13º Ermesinde 7 14º Atl C Alijoense 7 15º Canedo FC 7 16º C Rec Ataense

Liga Bwin 8ª Jornada

Classificação D 0 2 2 2 2 3 2 2 3 4 2 3 5 5 3 6

1-0 1-0 1-2 1-0 4-0 1-0 0-0 0-0

8ª Jornada (05-11)

1-1 1-2 4-1 0-0 0-2 2-1 1-0 2-1 E 3 1 2 2 1 1 2 2 2 1 4 3 1 1 2 2

AD Oliveirense - Ermesinde Amarante FC - Atl C Alijoense C Rec Ataense - Leça FC FC Pedras Rubras - Rebordosa Atl C S Pedro Cova - Canedo FC Torre Moncorvo - CF Oliveira Douro Vila Real - Aliados FC Lordelo Vilanovense FC - FC Tirsense

Aliados FC Lordelo - Amarante FC Atl C Alijoense - FC Pedras Rubras Canedo FC - Torre Moncorvo CF Oliveira Douro - Vilanovense FC Ermesinde - S Pedro Cova FC Tirsense - C Rec Ataense Leça FC - Vila Real Rebordosa Atl C - AD Oliveirense

Liga de Honra 8ª Jornada

V 5 5 4 4 4 4 3 3 3 3 2 2 2 2 0 0

III divisão Série C 7ª Jornada

Classificação G 15-6 10-6 8-5 10-8 12-9 12-10 16-13 14-11 8-8 11-8 7-8 8-11 9-8 8-18 9-17 7-18

AD Limianos - D. Cerveira Atl Cabeceirense - SC Vianense C. Atl Valdevez - Mirandela CA Mac Cavaleiros - Vieira Sport Clube FC Marinhas - Brito Spor Clube GD Joane - Mondinense FC GDU Torcatense - Merelinense FC Vila Verdense FC - Amares

J 8 8 8 8 7 8 7 7 8 8 8 8 8 8 5 8

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1º Caniçal 2º Carregado 3º Santana 4º Povoense 5º Cacém 6º Câmara de Lobos 7º Oriental 8º 1º Dezembro 9º Oeiras 10º Cartaxo 11º Sintrense 12º Alcochetense 13º Lourel 14º Montijo 15º "O Elvas" 16º Casa Pia

J 7 7 7 7 7 6 7 7 7 7 7 7 7 7 7 6

V 4 4 4 3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 0

E 2 1 1 2 2 1 4 3 3 2 2 2 1 1 0 5

D 1 2 2 2 2 2 1 2 2 3 3 3 4 4 5 1

G 18-11 13-8 11-8 18-9 15-11 9-6 9-8 9-8 14-14 14-13 13-15 8-10 8-16 8-21 3-8 6-10

P 14 13 13 11 11 10 10 9 9 8 8 8 7 7 6 5

8ª Jornada (05-11) "O Elvas" - Oeiras Alcochetense - Cartaxo Caniçal - Câmara de Lobos Casa Pia - Povoense Montijo - Carregado Oriental - Lourel Santana - Cacém Sintrense - 1º Dezembro

BREVES Morreu português integrado na expedição de João Garcia ao Tibete Bruno Carvalho, um dos portugueses que integrava a expedição de João Garcia à montanha Shisha Pangma, no Tibete, morreu terça-feira à tarde na sequência de uma queda. O acidente deu-se quando o alpinista, de 31 anos, descia do cume de oito mil metros, que tinha alcançado horas antes, na companhia de outros dois portugueses. Foi encontrado já sem vida pelos companheiros de escalada, na sequência de uma queda, por razões ainda desconhecidas. Fonte da Secretaria de Estado das Comunidades disse à Lusa que já foram accionados os serviços diplomáticos para "tentar entrar em contacto com a expedição, no sentido de disponibilizar o apoio necessário". Bruno Carvalho era um dos valores confirmados do alpinismo português e

participava numa iniciativa patrocinada pelo "Millenium bcp" que consiste na con quista do topo das 14 montanhas com mais de 8.000 metros de altitude para inscrever o nome de Portugal no clube restrito que já alcançou este feito. A equipa, liderada pelo alpinista João Garcia, é exclusivamente portugu esa e composta pelos alpinistas Hélder Santos, Rui Rosado, Bruno Carvalho e Ana Santos Silva. A expedição à montanha Shisha Pangma, entre 16 de Setembro e 18 de Novembro, é também acompanhada pelo jornalista da SIC, Aurélio Faria. A escalada da montanha com 8.046 metros de altitude, também conhecida como Trono dos Deuses, insere-se no projecto "à conquista dos Picos do Mundo", que decorrerá até 2010. A agência Lusa tentou contactar o director de comunicação do BCP, sem sucesso até ao momento.


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DESPORTO | 29

Porto sozinho na frente aval 1º de Maio e Sporting de Braga perderam a hipó tese de igualar o Sporting na Liga de futebol, depois do empate da primeira frente ao Nacional e da derrota do segundo contra o Marítimo, na oitava jornada. Numa ronda em que o FC Porto se isolou na liderança, apó s vencer o Benfica (3-2) e beneficiar do empate do Sporting no terreno do BeiraMar (3-3), a equipa da Figueira da Foz tinha a possibilidade de somar os mesmos 17 pontos que os "leões", mas o empate 1-1 na Madeira não lhe permitiu chegar ao objectivo. Mesmo assim, a Naval conseguiu isolar-se no terceiro posto, com menos dois pontos que o Sporting, segundo classificado, ao beneficiar da goleada por 4-1 sofrida pelo agora quarto, o Sporting de Braga, na recepção ao Marítimo, que ascendeu ao sexto posto. A equipa de Ulisses Morais não deu hipó tese ao

N

conjunto minhoto e somou 13 pontos, os mesmos que Benfica (5º ), a União de Leiria (7º ), vitoriosa sábado por 2-0 frente à "vizinha" Académica, e o Nacional (8º ), que caiu duas posições na tabela.

A equipa da Figueira da Foz tinha a possibilidade de somar os mesmos 17 pontos que os "leões", mas o empate 1-1 na Madeira não lhe permitiu chegar ao objectivo No nono posto está agora o Belenenses, que foi à Vila das Aves vencer o Desportivo local por 1-0, num jogo marcado pela lesão do seu guardaredes, Costinha, que sofreu uma entorse no tornozelo direito e vai parar três semanas. O guarda-redes do Belenenses teve mais sorte que o brasileiro Anderson, do FC

Porto, que saiu lesionado do jogo com o Benfica, no sábado, e foi hoje operado a uma fractura no peró nio da perna direita, problema que obriga, de acordo com o médico do clube, Nelson Puga, a um tempo de recuperação nunca inferior a três meses. A oitava ronda da liga ficou ainda marcada pela primeira vitó ria do Estrela da Amadora esta temporada, ao bater o Vitó ria de Setú bal por 1-0, no jogo que marcou o regresso da equipa da Reboleira ao seu remodelado estádio José Gomes. A ronda foi concluída na segunda-feira, com a recepção vitoriosa do Paços de Ferreira ao Boavista (2-0), partida que assinalou o regresso de Jaime Pacheco ao comando técnico dos "axadrezados", depois de ter substituído o montenegrino Zeltjko Petrovic, afastado pelos maus resultados.


30 | DESPORTO

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F.C. Porto garante continuidade na Europa FC Porto foi ontem à AOL Arena derrotar o Hamburgo por 3-1, repetindo a vitó ria obtida há 15 dias sobre os alemães (4-1), e relançou a candidatura à presença nos oitavos-de-final. A vitó ria de ontem à noite começou com o contributo de Lucho. O argentino arrancou um grande golo, mesmo em cima do intervalo, quando, sem deixar cair a bola no chão, disparou um remate a cerca de trinta metros. Numa só palavra: imparável. O campeão português chegou ao intervalo no estádio Arena de Hamburgo a vencer por 1-0. Depois coube ao compatriota Lisandro Ló pez aumentar aos 61 a vantagem do clube portuense. O golo moralizou a equipa que logo depois aproveitou as falhas de marcação adversárias para fazer o segundo golo por Lisandro. A vitó ria parecia segura, mas o Hamburgo reagiu e reduziu por Van der Vaart. Por

O

momentos o F.C. Porto sofreu. Mas soube defender-se e garantiu o triunfo através de Bruno Moraes. O FC Porto, que na pró xima ronda recebe o Arsenal, manteve-se na terceira posição da "poule", em igualdade pontual

Aos 89, o guarda-redes leonino segurou o empate, na resposta a uma grande cabeçada de Demichelis com os ingleses, que hoje empataram 0-0 na recepção ao líder CSKA de Moscovo, enquanto o Hamburgo continua no ú ltimo posto, só com derrotas. Uma vitó ria amplamente merecida, pois a equipa portuguesa dominou todo o jogo, com excepção de um pequeno período apó s o Hamburgo ter feito o 1-2.

Mas, passados esses minutos de algum sobressalto, o FC Porto voltou à carga, marcou o terceiro tento e sentenciou a partida. Os "Dragões" garantiram assim a continuidade nas competições europeias na segunda metade da temporada. Os azuis e brancos somam neste momento sete pontos, os mesmos que o Arsenal e menos um apenas que o CSKA Moscovo, pelo que estão de volta à luta pela continuidade na Liga dos Campeões. Mais do que isso, dependem apenas de si para se manterem na prova: deslocam-se agora a Moscovo e recebem depois o Arsenal. Com sete pontos, na terceira posição, o F.C. Porto tem vantagem suficiente para assegurar que o ú ltimo lugar será sempre do Hamburgo. Os alemães ainda não pontuaram. Assim, o F.C. Porto já tem garantida a presença nos oitavos-de-final da Taça UEFA. Mas, claro, ainda pode aspirar ser primeiro no grupo G.

Empate mantém viva a qualificação a 50ª presença na Liga dos campeões da Europa, os "leões" enviaram uma bola à barra, por João Moutinho - tal como tinha já acontecido na derrota em Alvalade com os alemães - mas, ainda assim, arrancaram um importante ponto que, contudo, os deixa na terceira posição do grupo, já que o Inter de Milão venceu em Moscovo o Spartak por 1-0. O Bayern Munique, já apurado, apesar de ainda não ter garantido a vitó ria da "poule", soma o primeiro empate na prova, mas mantém-se inviolável (nas três vitó rias, não sofreu qualquer golo). Os bávaros começaram melhor o encontro, mais confiantes e, aos 11 minutos, Makaay surgiu isolado, em posição regular, e atirou ligeiramente ao lado, no primeiro "aviso" do jogo. O Sporting não acusou a pressão imposta pelos alemães e, aos 14 minutos, Liedson recebeu bem no interior da área, mas perdeu tempo em demasia, conseguindo, no entanto, rematar ao lado da baliza do "gigante" Kahn. Aos 32 minutos, a equipa leonina voltaria a criar perigo quando, apó s boa jogada de entendimento entre Tello e Djaló , Liedson, sem qualquer discernimento, foi ineficaz para inaugurar o marcador.

N

Makaay, de longe, assustou os "leões", aos 38 minutos, e, três depois, o holandês rematou para defesa segura de Ricardo, na ú ltima ocasião de destaque do primeiro tempo. Makaay, o mais inconformado dos alemães, rematou forte para defesa de Ricardo, aos 60 minutos, aos 67, Van Buyten "roubou" o golo quase certo a Djaló e, aos 74, foi novamente o holandês a não acertar com a baliza. Aos 76 minutos, João Moutinho levou a bola a embater na barra, com Kahn já fora do lance. Na respostas, Makaay, aos 81 minutos, voltou a obrigar Ricardo a uma boa intervenção e, aos 89, o guarda-redes leonino segurou o empate, na resposta a uma grande cabeçada de Demichelis.


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DESPORTO | 31

Benfica devolve "três secos" e mantém viva a qualificação Benfica venceu ontem o Celtic por 3-0 e com toda a justiça, provando que a derrota, também por igual resultado, sofrido há 15 dias na Escó cia, não corresponde à imagem que a equipa encarnada deixou no terreno dos escoceses. Tal como aconteceu há duas semanas, o Benfica dominou a partida durante a maior parte do tempo e a diferença é que desta feita foi feliz. Com esta vitó ria, o Benfica manteve o terceiro lugar, mas passou a somar quatro pontos, menos dois do que o Celtic, ficando a cinco do líder, o Manchester United, que foi surpreendido pelo FC Copenhaga (1-0), na Dinamarca. O Celtic não chegou a apoquentar verdadeiramente a formação da Luz que, desde o início, procurou o golo, sem ansiedade, jogando pelo seguro, mas sempre com todos os sentidos na baliza de Boruc. O Benfica conseguiu o primeiro golo num lance infeliz de Caldwell,

O

que introduziu a bola na pró pria baliza. Naquela altura, os encarnados talvez não merecessem estar a vencer, dado que não tinham conseguido acertar na baliza adversária, no entanto, haviam logrado o domínio a

Tal como aconteceu há duas semanas, o Benfica dominou a partida durante a maior parte do tempo e a diferença é que desta feita foi feliz meio-campo e impedido que os escoceses se aproximassem da baliza de Quim. Os segundo e terceiro golos aconteceram depois com naturalidade. O jogo levava 22 minutos, quando Quim fez um lançamento longo que, á na frente, o central escocês

acabou por amortecer a bola e deixála à mercê de Nuno Gomes, que não enjeitou a oportunidade para fazer o 2-0 para o Benfica, o primeiro marcado por alguém de camisola encarnada nesta edição da "Champions". Não se pode dizer, em abono da verdade, que a equipa de Fernando Santos foi dominadora, mas soube sempre dominar qualquer tentação de procurar o golo com sofreguidão, deixando que as coisas acontecessem naturalmente. A vencer por 2-0 ao intervalo, o Benfica manteve no segundo tempo a mesma toada cuidadosa, jogando sempre com grande atenção. Uma vitó ria justa, que não deixa margem para dú vidas. Karyaka rendeu o "fraco" Miccoli e, tal como tinha feito frente ao E. Amadora, voltou a marcar. Faltava um quarto de hora para o final, nova assistência de Nelson, o russo que chegou a estar "despedido" da Luz fez o segundo golo da temporada em outros tantos jogos.

O Benfica conseguiu o primeiro golo num lance infeliz de Caldwell


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Edição Venezuela só em 2007 Questões técnicas não garantiam a impressão e distribuição da edição Venezuela do DIÁRIO no final desta semana Agostinho Silva asilva@dnoticias.pt s administrações da "Empresa diário de Notícias, Lda." e do "Grupo Correio da Venezuela. C.A." decidiram adiar para o início do pró ximo ano o lançamento da primeira edição do dIÁRIO no exterior. Em causa está a falta de garantias para a impressão e distribuição do jornal na Venezuela, segundo os padrões definidos no projecto. Os responsáveis mantêm, no entanto, toda a estratégia definida para a implementação desta edição local, cujo primeiro nú mero deveria ser distribuído na pró xima sextafeira nas principais cidades da Venezuela. A sessão de lançamento do projecto, agendada para esta quinta-feira, em Caracas, vai realizar-se na mesma e com a presença da administração madeirense. O presidente do Conselho de Administração da EdN, Michael Blandy, e seus parceiros na Venezuela, vão aproveitar para dar a conhecer a amplitude dos projectos editoriais aos cerca de mil convidados que são esperados no Centro Português, entre empresas, entidades oficiais e individualidades locais. "Este é um processo que foi tratado com a antecedência necessária, mas imprevistos de ordem técnica aconselham o adiamento", declarou o director do "Grupo Correio da

A

Em Caracas, a nova redacção já está preparada para produzir a primeira edição

A edição local do DIÁRIO chegará à imensa comunidade luso-venezuelana de segunda a sexta-feira Venezuela", Aleixo Vieira, considerando que não estavam reunidas as condições ideais para a impressão e distribuição da edição local do dIÁRIO. O início da publicação de uma edição adaptada do nosso jornal coincide com uma profunda reestruturação operada pelo "Grupo Correio da Venezuela", designadamente a mudança e ampliação das instalações. O grupo edita semanal-

mente o "Correio da Venezuela", em português, e vai passar a editar também uma revista mensal, em espanhol, designada "Generaciones". A edição local do dIÁRIO chegará à imensa comunidade luso-venezuelana de segunda a sexta-feira; as notícias produzidas pela redacção local serão editadas em espanhol, enquanto o restante material informativo será enviado pela redacção no Funchal em português. A primeira edição do dIÁRIO na Venezuela estava prevista para o final desta semana. Nesse sentido, as redacções em Caracas e no Funchal já haviam feito duas "edições zero", para agilizar processos internos. Agora, todos os preparativos e planos de promoção e de marketing continuarão a desenvolver-se, mas tendo em vista a edição nos primeiros meses de 2007.

Festival no CP exibe 25 filmes Jean Carlos De Abreu jcdeabreu@correiodevenezuela.com

banco Millennium bcp patrocina em conjunto com o CORREIO de Venezuela, entre o pró ximo 8 de Novembro e 2 de Maio de 2007, um Festival de Cinema Português que será transmitido todos as quartas-feiras as oito da noite no Salão Nobre do Centro Português. O objectivo desta iniciativa, segundo indicou José Carlos Ferreira, representante daquela instituição financeira na Venezuela, é mostrar aos portugueses que chegaram ao país de acolhimento na década de 40 e que já não se recordam do Portugal de antigamente para verem as cidades, as paisagens e as obras de desse tempo. Ferreira realçou que o Millennium bcp é uma instituição bancária portuguesa que apoia e promove as actividades e os eventos culturais em benefício da comunidade lusa emigrante. Também aproveitou a ocasião para agradecer o apoio dado por parte da direcção do Centro Português a esta actividade. Os primeiros cinco filmes pertencem aos

O

anos dourados do cinema português. "Canção de Lisboa" será o filme com que será aberto o certame. "Basicamente, os géneros em que se basearão os filmes a mostrar neste tempo são o drama e a comédia", notou Ferreira, explicando que serão exibidas aproximadamente 25 longas-metragens durante sete meses. ACONdICIONAdO O Salão Nobre será adaptado todas as quartas-feiras para servir de sala de cinema. Haverá "cotufas", refrescos e demais "chucherías", para que os assistentes tenham todas as condições para passar um bom momento. Esta iniciativa do Millennium bcp, apoiada pelo CORREIO de Venezuela, não tem fins lucrativos pelo que as entradas são gratuitas. Alguns dos filmes a exibir foram vencedores de prémios internacionais.


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