Correio da Venezuela 154

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Comunidade inquieta

A “ febre” do Mundial

A ausência de diplomatas intriga os portugueses Página 6

“ Alemanha 2006” em futebol seduz coleccionadores Página 14

www.correiodevenezuela.com

O jornal da comunidade luso-venezuelana

ano 07 – N.º 154 - DePósito LegaL: 199901DF222 - PubLicação semanaL

caracas, De 27 abriL a 3 De maio De 2006 - VenezueLa: bs.: 1.000,00 / PortugaL: € 0,75

Novo passaporte só em Lisboa O documento passa a ser electró nico. Um avanço que significa retrocesso para os emigrantes que voltam a depender de Lisboa

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Sociedade de Fátima de Carayaca espera mais Página 11 apoio local Família portuguesa promove turismo anti-stress em El Junquito Página 8

Luso-descendentes aderiram à marcha

No protesto contra a violência, a comunidade portuguesa também esteve representada.

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Cinco atletas lusovenezolanos na festa desportiva da Madeira Página 28


2 | EDITORIAL

CORREIO DE VENEZUELA - DE 27 ABRIL A 3 DE MAIO DE 2006

Melindres e caprichos Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Jornalistas: António da Silva, Carlos Orellana Jean Carlos de Abreu, Liliana da Silva, Noélia de Abreu, Tábita Barrera, Victoria Urdaneta e Yamilem Gonzalez Correspondentes: Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira e Miguel Rodrigues Publicidade e Marketing: Carla Vieira Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: Samuel Calzadilla Elsa de Sá Secretariado: Carolina Nóbrega Distribuição: Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Endereço: Av. Los Jabillos 905, com Av. Francisco Solano, Edif. Torre Tepuy, piso 2-2C, Sabana Grande - 1050 Caracas. Endereço Postal: Editorial Correio C.A. Sabana Grande Caracas - Venezuela Telefones: (0212) 761.41.45 Telefax: (0212) 761.12.69 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodecaracas.net Tiragem deste número: 10.000 exemplares

Longe vão os tempos em que preparar e receber a visita de alguma entidade portuguesa era um facto fora do comum. Nessas circunstâ ncias, para além do propó sito de que tudo corresse bem, era indisfarçável uma certa apetência para que alguns dos protagonistas de cá se pusessem em “ bicos de pés” , de modo a que vissem e fossem vistos. Era uma tendência natural, que todos encaixavam como corolário do trabalho feito. Era uma espécie de compensação pelo esforço despendido. Hoje, essas visitas tornaram-se rotina. Deixaram de ser um exclusivo de certos círculos da comunidade. E hoje, felizmente, é normal ver diversas organizações a promo-

verem os seus pró prios eventos, contando quase sempre com ilustres representantes vindos de Portugal, desde autarquias, clubes, associações e artistas, a altos representantes do Governo da Repú blica ou das Regiões Autó nomas. Para a comunidade na Venezuela não serve de consolação o facto de ser verdade que, noutras comunidades espalhadas pela diáspora portuguesa, estes melindres e caprichos serem iguais ou piores. São tantas as possibilidades de organizar, promover e obter a natural visibilidade por essas iniciativas. Há que aguardar serenamente a “ nossa vez” . Na “ vez dos outros” , há que colaborar e torcer para que tudo corra bem.

O CaRTOON Da SEMaNa Li no CORREIO que os aviões da TAP também vão passar a fornecer sopa aos passageiros!

Agora as hospedeiras dizem: “Chá, café, laranjada ou... sopa!”

Fontes de Informação: DIÁRIO de Notícias da Madeira Jornal de Notícias Agência de Notícias LUSA O Correio de Caracas não se responsabiliza por qualquer opinião manifestada pelos colaboradores ou assinantes nos artigos publicados, garantindo-se, de acordo com a lei do jornalismo, o direito à resposta, sempre que a mesma seja recebida dentro de 60 dias.

a SEMaNa MUITO BOM A participação da comunidade portuguesa nas diversas cerimónias religiosas que marcaram a quadra pascal constitui motivo de destaque. Foi impressionante a presença de portugueses e de lusodescendentes nas igrejas e na Missão Católica. O que comprova que é possível conciliar o lazer e a participação nos actos de cariz religioso, numa forma adulta de preservar a tradição e de respeitar sentimentos.

BOM Parte significativa da comunidade radicada no Curaçau já manifestou o desejo de recuperar o clube português. Aqui fica uma menção de incentivo e de coragem, após também já termos dado eco negativo à forma como o projecto fora abandonado. A intenção de vir pedir ajudar a outros clubes na Venezuela, sobretudo na forma de rentabilizar espaços e iniciativas, é uma forma inteligente de trabalhar.

MaU Um dos problemas que mais afecta a disponibilidade das pessoas em serem solidárias com os mais necessitados, tem a ver com a garantia (ou falta dela) de que as ajudas vão chegar, efectivamente, a quem delas precisa. São várias as denúncias de que determinadas recolhas de donativos ou ajudas não chegam aos destinatários certos. É lamentável que gente sem escrúpulos possa aproveitar-se disso. É por isso que, apesar de todas as boas intenções, é necessário prestar contas de tudo.

MUITO MaU “Jogar a pedra e esconder a mão” não é bonito. Vem isto a propósito de algumas cartas que recebemos, com nomes, apelidos e contactos que se revelam falsos, no intuito de gerar a confusão. A denúncia, quando verdadeira e feita com intuitos altruístas, tem sempre lugar, sobretudo como forma de contribuir para a verdade. Com o que não se pode pactuar é com manobras tenebrosas, sem rosto e sem boas intenções, de apenas aumentar a desconfiança ou lançar suspeitas de ânimo leve.

El Correio de Caracas, no se hace responsable por las opiniones manifestadas por los colaboradores o firmantes, garantizando, de acuerdo a la Ley, el derecho a respuesta, siempre que la misma sea recibida dentro de 60 días.

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Novos passaportes não vão ser feitos nos consulados “ Os Portugueses residentes no estrangeiro têm más recordações dos documentos que são feitos em Portugal” , lamenta o Conselho das Comunidades Portuguesas em comunicado.

Os passaportes vão voltar a ser fabricados Portugal, situação que pode implicar demoras no processo de requisição.

Raul Caires / Lusa (DN/MADEIRA)

Conselho das Comunidades Portuguesas congratulou-se terça-feira com a recente apresentação do Passaporte Electró nico Português mas lamentou que sejam suprimidos todos os postos emissores desse documento no estrangeiro sob a alegação de “ questões técnicas e de segurança” , pelo que será centralizada a fabricação dos mesmos em Lisboa. “ Portugal consegue fazer um novo Passaporte ‘ com a tecnologia mais avançada do mundo’ e não consegue garantir que os portugueses residentes no estrangeiro mantenham a celeridade que este serviço de proximidade tinha até aqui” , acrescenta, com tom iró nico, o comunicado do Conselho das Comunidades enviados às redacções. “ Os Portugueses residentes no estrangeiro têm más recordações dos documentos que são feitos em Portugal” , lembra depois a nota de imprensa, fazendo referência que “ ain-

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da não há muito tempo, era necessário esperar anos (!!!), para se obter um simples Bilhete de Identidade” . Apesar do anú ncio do Ministro da Administração Interna, Antó nio Costa, o Conselho das Comunidades Portuguesas espera que o Governo reconsidere tal “ posição e encontre os meios necessários para abrir centros emissores mais perto das populações portuguesas residentes no estrangeiro” . Os conselheiros esperam ainda “ que o Governo consiga instalar, em tão curto espaço de tempo, as 121 máquinas de recolha de dados biométricos nos postos consulares portugueses no estrangeiro” , pelo que fazem votos para que “ pelo menos neste aspecto, as Comunidades Portuguesas não ficarão esquecidas” e lembram que há alguns “ postos consulares que não estão em rede nem têm o programa de gestão consular” . O comunicado termina observando que medida “ é um passo que não vai direcção de uma reestruturação consular” que permita “ facilitar o acesso dos utentes, aproximar os postos das Comunidades e desburocrati-

zar os serviços” , pelo que é de concluir que o executivo português “ continua a não querer tomar em consideração que os cerca de cinco milhões de Portugueses que residem no estrangeiro são uma mais-valia para o país e, pelo contrário, continua a considerar que a rede consular é um fardo para Portugal” .

DEPutADOs DEnunCIAM ACtO DE CEntrALIzAçãO Os deputados do PsD pela Emigração criticaram que a emissão dos passaportes electró nicos dos portugueses residentes no estrangeiro tenha sido centralizada em Lisboa, alegando que isso vai implicar “ graves inconvenientes” na vida dos emigrantes. num requerimento entregue na Assembleia da repú blica, divulgado no passado dia 21 de Abril, os deputados consideram também que falta informação acerca dos novos passaportes. “ sabe-se apenas que poderão ser obtidos nos postos consulares, mas que a sua emissão deverá ser centralizada em Portugal, com todos os gra-

ves inconvenientes que tal implicará” , afirmam os social-democratas. José Cesário, Carlos Gonçalves e Carlos Páscoa Gonçalves sublinham a necessidade de se saber mais pormenores sobre os novos passaportes para que os “ cidadãos interessados possam ser informados com antecedência acerca das consequências que estas alterações terão para as suas vidas” . nesse sentido, querem saber “ em que local ou locais serão emitidos os n ovos passaportes” e quais os “ condicionalismos técnicos” que impedem a sua emissão nos postos consulares. no requerimento, os deputados perguntam ainda qual o tempo de entrega p revisto para cada documento e se vai continuar a funcionar o Centro Emissor da rede Consular (CErC), em Lisboa, na dependência directa do Ministério dos negó cio s Estrangeiros. José Cesário, Carlos Gonçalves e Carlos Páscoa Gonçalves querem também saber se está prevista alguma campanha de informação acerca de todas estas alterações dirigida aos portugueses residentes no estrangeiro.


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“ Unidos pela vida e não pela morte” Estudantes adeptos do governo venezuelano e simpatizantes da oposição manifestaram em contra dos 70 mil homicí dios registrados nos últimos sete anos.

Os estudantes permaneceram 15 minutos deitados no solo e em silencio

Jean Carlos de Abreu jeancarlos@correiodevenezuela.com

Venezuela está mergulhada num clima de insegurança desde há várias décadas tendo este aumentado consideravelmente na actualidade, segundo as estadísticas dos corpos policiais venezuelanos. Muitas têm sido as vítimas da violência e os portugueses também não passaram ao lado da vaga de actos criminosos que tem assolado o país. Na Plaza Francia de Altamira, em Caracas, teve lugar no passado sábado uma concentração denominada “ Acuéstate por la Vida” , promovida em honra aos cerca de 70 mil homicídios registrados durante os sete anos de governo do presidente Hugo Chávez Frías. Esta concentração foi organizada pelos estudantes de várias universidades venezuelanas. Na ocasião, foi

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lançado fogo de artifício cujos disparos simbolizavam a rendição de homenagem aos falecidos por causa da delinquência. Os manifestantes permaneceram 15 minutos postrados no solo e em silêncio. Duas vezes interpretaram a marcha fú nebre e posteriormente, passado o tempo estipulado, exibiram palavras de ordem como “ queremos estar vivos” , “ não à violência” e “ queremos a vida, não a morte” . Três lusodescendentes expressaram a sua inconformidade com o sistema de segurança do país assim como do Sistema Judicial. Vanessa Reitor Taleia, de 20 anos de idade, estudante de Comunicação Social, filha de pais oriundos de Viana do Castelo, Portugal, disse que era urgente “ acabar com a violência” e que a “ através da

A caminhada denominada “Muévete por la Vida” partiu desde Plaza Venezuela

Muitas têm sido as ví timas da violência e os portugueses também não passaram ao lado da vaga de actos criminosos que tem assolado o paí s. concentração queremos apelar à consciência de todos para que podamos viver em paz” . Como jovem, Reitor Teleia sente-se afectada porque o medo “ me invade” quando sai à rua. “ Temos aprendido a viver com isso dentro de nó s” , conta. Por seu lado, Isabel Lopes, estudante lusodescendente de 14 anos de idade, afirmou que não se sente em segurança e asseverou que se encontra à deriva “ porque os corpos policiais não se encarregam de cuidar de nó s e o governo não se propô s resolver o problema” . A adolescente acredita que se chegará ao ponto de estar armados “ pa-

ra ter de resguardar as nossas vidas. Tudo é válido” , avisa. Andreina Gonçalves, luso-descendente, formada em comunicação social, comentou que foi dado um grande passo na convocação da concentração porque os jovens devem tomar partido no que se refere ao seu futuro e a “ melhor solução é que lutem pelos seus ideais” . Acrescentou ainda que o ambiente estava tenso mas que esperava o melhor para o país. Concluiu dizendo que era preciso aumentar a segurança, sobretudo durante a noite porque é quando acontecem mais crimes.

CONTRAMARCHA Por seu turno, estudantes adeptos do governo venezuelano concentraram-se na Plaza Las Tres Gracias, situada na Cidade Universitária para participar na caminhada denominada “ Muévete por la Seguridad” . A sua intenção era aproxi-

mar-se do Ministério do Interior e da Justiça para entregar um documento com propostas para erradicar o clima de insegurança pelo que está passando o país. Neste sentido, alguns partidários do governo do presidente Chávez, comentaram que deviam manifestar-se pela segurança dos que estão vivos e do país, e não pelos que estão mortos. Numa entrevista exclusiva concedida a um meio de comunicação venezuelano, Gladis Faddoull expressou: “ a vida é bela e todos devemos viver. Temos de estar unidos pela vida e não pela morte” . Também explicou que a morte dos seus filhos seria a salvação das crianças da Venezuela e o ú nico que lamenta é não ter podido abraçar pela ú ltima vez os seus filhos antes de morrer. “ Não tenho ó dio contra ninguém. Deus é a justiça e a ele lhe deixarei a decisão” , disse numa voz quebrada na entrevista.


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Ausência de diplomatas inquieta comunidade Tábita Barrera tabita@correiodevenezuela.com

ausência de algumas autoridades consulares na Venezuela começa a despertar certa inquietude na comunidade portuguesa radicada na Venezuela, por receio quanto aos atrasos de vária ordem que tal situação poderia gerar em certa tramitação de documentos. Em traços gerais, ao longo de todo o territó rio nacional, a situação é bastante semelhante. Desde há aproximadamente nove meses, Maracaibo permanece sem cô nsul honorário, enquanto que Puerto Ordaz ainda espera pela resposta ao pedido feito para a abertura de uma sede consular na zona. Entretanto, desde meados de Abril, os Consulados Gerais de Portugal em Caracas e Valência estão a cargo de Rui Monteiro, que antes era só cô nsul geral desta ú ltima zona mas que agora terá de ser responsável por ambas representações até Outubro. Dada a grande quantidade de pessoas que fazem parte da comunidade lusa na Venezuela, as impressões sobre o cenário actual são manifestadas por doquier. Por um lado, há quem considere que as repercussões negativas resultantes da falta de cô nsules gerais e honorários não tardará em fazer-se sentir, mas igualmente existem aqueles que acreditam que o pessoal que trabalha nos distintos consulados está suficientemente preparado para dar “ conta o recado” se as circunstancias assim o exigirem. David Pinho, professor de Português, entende que as necessidades da comunidade são muitas, “ por tal motivo não estou de acordo com que só um cô nsul faça os dois trabalhos, no caso de Caracas e Valência” . Ainda que seja uma medida de carácter temporal, o docente Pinho considera que a decisão não foi a mais adequada “ porque se abandonam algumas coisas e acaba-se por sobrecarregar os outros consulados” . Para Cremilde Andrade, Conselheira das Comunidades Portuguesas, a ausência de cô nsul pode levar ao atraso da tramitação de documentação e de processos de identificação dos cidadãos. “ São muitos os portugueses que estão no

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Rui Monteiro é agora responsável por ambos consulados gerais

Embora os utentes não se queixam do actual serviço do Consulado, existe o temor de que o mesmo possa vir a deteriorar -se como noutros tempos. país. É por isso que este tipo de problemas deviam ser resolvidos com prontidão, ainda por cima quando é sabido que na Venezuela reina uma grande tensão e todo o mundo quer ter os seus papéis em dia” . “ Naturalmente que nos afecta muito não termos os nossos representantes” , referiu por seu turno o presidente da Câ mara de Comércio de Guarenas, Antó nio de Freitas. Segundo este dirigente é indispensável que quando se opere alguma mudança no elenco das autoridades ou se verifiquem casos como o do cô nsul geral de Caracas, que foi dirigir temporariamente o Consulado de Luanda, já se tenha outra pessoa para ocupar o cargo. “ A comunidade portuguesa no país é muito grande e não podemos estar à deriva. Há que começar a exigir e reclamar. Não basta apenas comentar o que nos está a afectar” , disse Já o advogado Felipe Pereira confia na capacidade dos funcionários consulares que estão activos à frente das sedes. “ Obviamente que fazem falta os cô nsules gerais, mas não é por isso que a atenção do serviço não está melhor. O Consulado de Caracas esteve durante muito tempo sem cô nsul e funcionou bem, pois o pessoal está muito bem capacitado para atender as diferentes solicitações” , observou. Relativamente aos consulados honorários, prosseguiu o causídico, “ evidentemente que há que lhes dar muito mais carinho e estes deviam ter prémios para o sustentamento das estruturas físicas. Devia haver uma compensação econó mica” . Desde há aproximadamente nove meses, Maracaibo permaneceu sem cô nsul honorário, enquanto que Puerto Ordaz ainda espera pela resposta ao pedido feito para a abertura de uma sede consular na zona.


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Eleições sem concorrentes no Centro Luso Larense Victoria Urdaneta Rengifo victoria@correiodevenezuela.com

presidente do Centro Luso Larense, Adelino Rodrigues, aceitou o repto de voltar a dirigir este clube português e deixa aqui o seu ponto de vista sobre as eleições, assim como sobre as obras em construção actualmente e aquelas que se planificam para o futuro.

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O que motivou a apresentar a sua candidatura? Tudo se resume numa palavra: Compromisso. Como membro da comunidade, quero trabalhar pelo nosso centro, pelo nosso futuro. Por que houve apenas uma lista candidata? Isso não devo ser eu a responder. Esperamos até ao ultimo dia mas ninguém se apresentou. E por parte dos só cios votantes, que motivação estes tinham para estas eleições? As mesmas que se têm para ir votar

para um país ou para qualquer outra situação: Há que participar, ajudar, sugerir ou reclamar, mas participar. Essa é a melhor motivação. Que destacaria da sua gestão? No período 2004-2005, que esteve sob a minha direcção, terminámos com bons resultados: três campos de ténis, banho a vapor, remodelação do bar do campo misto e de futebol, jardins, sala de conferências.

Qual o seu compromisso para o período 2006-2007? As instalações, porque são muito importantes para os só cios. Já temos estabelecido que serão 1.600 milhões para construções que estão encaminhadas: Vedação em todo o centro, quatro campos de voleibol, ginásio, discoteca, sala de café, confeitaria, dar a todas essas instalações um bom sistema de ar condicionado e a remodelação do salão principal.

breves Turumo celebrou 34 anos de existência O Centro Luso Turumo de Caracas festejou, no passado dia 19 de Abril, o seu 34.º aniversário. Aproximadamente 100 pessoas acorreram ao salão principal do clube para apagar as velas junto com o presidente da associação, Manuel Pereira. Este expressou a sua gratidão pela presença dos representantes diplomáticos. Aproveitou também para informar que se reuniu com o alcaide do município Sucre, José Vicente Rangel Ávalos, para informar do custo da cobertura próxima ao clube. José da Costa Arsénio disse que na capital “existem dois grandes clubes” e que isso “demonstra a união da colónia lusitana” no país. Comparou a união da comunidade a outros países que têm mais de 70 clubes numa mesma cidade. Logo a seguir ao brinde inicial, foi a vez da actuação do Grupo Folclórico Internacional Centro Luso Turumo de Caracas. Manuel Pereira espera que os sócios activos apoiem a causa da reestruturação do clube e que novos accionistas se inscrevam para que o Turumo não morra, antes perdure por mais 34 anos.


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Turismo anti-stress em Junquito Tábita Barrera tabita@correiodevenezuela.com

uando as pessoas pensam no paraíso, muitas evocam o céu. Não obstante, Elena Gouveia assegura que aquele encontra-se no Sector Sederal do Junquito, mais especificamente na Quinta Ponta do Sol, lugar onde vive e o qual, desde há cerca de um ano, converteu em destino turístico. A ideia de transformar o seu lar num sítio que pretende acabar com o stress de todas as pessoas que vivem fatigadas devido à agitação da cidade sur- Houve ocasiões em que a família Gouveia teve grupos de 35 pessoas na Hacienda giu quando um grupo de amigos seus do trabalho pediu-lhe que o levasse ao lugar que a fazia estar sempre feliz. “ Alguns dos meus companheiros do trabalho comentavam diariamente que eu estava sempre contente e perguntaram-me qual era o motivo. Eu respondia-lhes que era a paz que respirava na minha casa que me permitia estar assim e convidei-os a compartilhar comigo a delícia de estar ali” , disse Elena Gouveia. As pessoas que responderam ao convite ficaram fascinadas ao passear pela Até agora só se oferecem pacotes diários, pois não contam com um serviço de hospedagem Hacienda El Tibró n Grande e por toda aquela zona quem os procura para dis- sitantes é cada vez maior. berdade de levar a cabo a e ainda mais ao ter oportu- trair-se, descansar, diver- Inclusive, houve ocasiões actividade que mais gosta, nidade de se envolverem tir-se ou simplesmente em que teve grupos de 35 desde longos passeios até com os costumes e tra- passar um momento dife- pessoas e a ela apraz-lhe duches em águas de nasdições portuguesas. Isto rente. Até agora, só se receber estas pessoas em cente, e se não desejarem graças ao facto de Elena se oferecem pacotes diários, sua casa. “ Para mim, isto caminhar podem observar encarregar de levar pois não contam com um é um hobbie. Eles ficam como se prepara alguns às pessoas as Festas da Vir- serviço de hospedagem. felizes e descansam e eu fi- dos pratos representativos gem de Fátima, de o irmão No entanto, os interessa- co o dobro quando tenho da comida portuguesa. Para quem deseje conorganizar dias da sardinha dos podem chegar, por visitas. Este contacto com a assada ou do bacalhau, e exemplo, às cinco da natureza faz falta e nó s hecer este sítio e fazer parda sua mãe, oriunda da Ma- manhã, e sair às oito da prometemos que aqui terão te desta aventura plena de deira, preparar suculentos noite, o que equivale a di- um encontro com o meio quietude, pode escrever pratos característicos da zer passar um dia inteiro ambiente. Sem dú vida, a para elenagouveia@hotgastronomia portuguesa e nos arredores e usufruir do minha casa converteu-se mail.com para obter mais elaborar artesanato típico pequeno-almoço, almoço e na casa de todos” , explica. informações. O pacote inIndica que nada é pla- clui um dia completo para merenda, refeições conde Portugal. Foi assim que, pouco a templadas nos pacotes ela- nificado e que, pelo con- desfrutar de algumas trapouco, foram convidando borados pela família Gou- trário, trata de ser o mais dições portuguesas e perflexível possível para pro- mite aos visitantes relaxar mais pessoas e, de boca em veia. Actualmente, Elena é a porcionar às pessoas o que num ambiente campestre. boca, aquele lugar transformou-se numa espécie principal anfitriã e afirma gostam mas sem impode pousada que recebe que a receptividade dos vi- sições. Cada um tem a li-

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breves Casa Portuguesa do estado Aragua celebrou 41.º aniversário No passado dia 23 de Abril, a Casa Portuguesa do Estado Aragua celebrou o seu 41.º aniversário com um festival gastronómico denominado “Festival de la Ensalada”, organizado pelos diferentes comités da associação. Houve ainda uma exposição de Primavera, onde foram mostradas orquídeas cultivadas pela Associação de Cultivadores de Orquídeas, bem como alguns bonsai, expostos pelos Amigos do Bonsai. Participaram nos festejos outras associações ligadas à instituição, como a Asoluven, a Academia da Espetada e a Academia do Bacalhau. Estas, em conjunto com a restante direcção, prepararam pratos típicos portugueses e doces. No evento, foi possível assistir à actuação de vários grupos musicais, entre os quais o Grupo Folclórico Amizade e a Escola de Solistas de Maracay. Um dos momentos dos festejos foi a coroação da Mini Rainha, da Miss Primavera e da Rainha da Primavera. No final da noite, todos os convidados cantaram os parabéns.

60 por cento dos alunos do Colégio Ambrosio Plaza são luso-descendentes A Unidade Educativa Ambrosio Plaza, situada em Los Teques, estado Miranda, vai celebrar o seu 50.º aniversário estreitando laços com a comunidade portuguesa da região dos Altos Mirandinos. Esta instituição conta com 60 por cento de estudantes que são descendentes de emigrantes portugueses. Tendo como motivo a celebração dos 50 anos, o colégio programou uma série de actividades, com a realização de colóquios e fóruns, os quais pretendem ratificar o fortalecimento do serviço educativo, por forma a seguir com a sua missão de “fabricar” líderes em benefício das comunidades venezuelana e portuguesa.


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A importância dos clubes A comunidade portuguesa radicada na Venezuela tem em todo o paí s numerosos clubes onde pode reunir-se. Mas afinal o que é que representam estes clubes para a sociedade lusitana?

A segurança: um dos valores dos clubes

Os clubes são representantes da cultura lusitana

Victoria Urdaneta Rengifo victoria@correiodevenezuela.com

ão conhecidos por clubes sociais, centros socioculturais, casas portuguesas. Estabelecem diversas regras para a adesão de só cios, sendo que uma das condições pode ser a nacionalidade. Habitualmente destacam-se nas áreas culturais e desportivas. Mas todos sentem-se unidos em torno de um alto desígnio que tem passado de geração em geração: representantes da cultura lusitana. Dado que se encontravam num país longínquo da sua pátria, os emigrantes portugueses fundaram clubes com o objectivo de criar um espaço onde pudessem reunir-se frequentemente e aí partilhar os seus valores familiares, costumes nacionais e até negó cios comerciais. Daniel Morais, encarregado dos assuntos culturais da Embaixada de Portugal na Venezuela, explicou ao Co-

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rreio que um centro social é "uma segunda casa para os emigrantes, um lugar de encontro para todos os que estão ligados pelo sangue, pela terra de origem e um ponto de encontro com a Venezuela". E tudo isto constitui um atractivo não só para os portugueses como também para os venezuelanos. Neste sentido, Ana Maria da Silva, coordenadora de Folclore do Centro Sociocultural Virgem de Fátima, em Guatire, afirmou que em todas as actividades participam por igual tanto os lusitanos como os crioulos, através das quais costumam organizar representações folcló ricas de ambas nações, missas em castelhano. Inclusivamente as equipas desportivas têm igual nú mero de jogadores venezuelanos e luso-descendentes. "O nosso objectivo é ser abertos e livres, porque somos tão portugueses como venezuelanos", disse visivelmente orgulhosa Maria da Silva. A segurança é outro tema importante e de referência para os clubes, já que estes são encarados como locais de vigilâ ncia apertada e de acesso restrito e que por isso permitem às famílias estar confiantes quando os seus filhos permanecem nas instalações dos clubes lusitanos. No entanto, para Pedro Enrique Rodríguez, professor de psicologia da Universidade Cató lica Andrés Bello, "os clubes são muito mais que lugares onde a família se pode divertir em segurança. São espaços histó ricos, onde centenas de imigrantes se reencontram. São sítios onde se criam novas culturas, onde nasce o futuro de uma nova sociedade luso-venezuelana. Nesta os descendentes dos portugueses estão formando diariamente um futuro multicultural muito interessante" Rodríguez, que também é membro do Centro de Educação Comunitária do Parque Social Manuel Aguirre, disse que "o mais relevante dos clubes é servir como sociedades pequenas mas imensas em termos de riquezas socioculturais que beneficiam o crescimento e desenvolvimento psicoló gico do imigrante e dos seus descendentes". No seguimento da ideia deixada nestas palavras, convém ressaltar a opinião de Morais: "um clube não é simplesmente um clube, é uma representação da nossa cultura, do que somos. É um espaço para estimular o amor ao país e à sua gente, para demonstrar sentimentos de solidariedade". “ Embaixadores” culturais e desportivos Actualmente a maioria dos clubes não só permite ter só cios venezuela-

nos, senão que convidam os “ crioulos” a participar nas suas actividades. Emilio Echenique, de 13 anos de idade disse estar “ muito contento por estar aqui” , referindo-se ao Centro Sociocultural Virgem de Fátima, situado em Guatire, estado Miranda. Este jovem “ guatireño” joga na categoria Infantil B e tem um ano visitando quase todos os dias o clube tanto para as actividades desportivas como para as de lazer aos fins-de-semana. “ Aqui estou aprendendo muitas coisas de Portugal, e já conheço a comida típica, as datas importantes, a religião e o futebol!” . Alzira Teixeira de Cerrada, professora da Universidade Cató lica Andrés

Bello nascida em Portugal, ainda que há muitos anos na Venezuela, explicou outra faceta importante dos clubes: “ neles os portugueses temos a oportunidade de dar, porque ali nascem propostas para ajudar a Venezuela, por exemplo, as pessoas se organizam para fazer acções sociais para orfanatos, lares de idosos, etc.” . E para os primeiros imigrantes e só cios, prosseguiu, os clubes foram lugares seguros e controlados para trocar experiências sobre a permanência neste novo país. “ Entre as comidas e a mú sica típica, os imigrantes divertiam-se ao mesmo tempo que se acostumavam a viver nesta terra” , explica.

Nos clubes nascem propostas de ajuda social


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Luso-venezuelana apresenta projecto à OEA Jean Carlos de Abreu

jeancarlos@correiodevenezuela.com

presidente da Fundação Venezuela Pro Positiva, Geraldine de Sousa Couto, viaja no pró ximo dia 30 de Abril para a cidade de Washington, nos Estados Unidos, com a finalidade de reunirse com representantes da Organização de Estados Americanos (OEA), a fim de propor e explicar um plano de governabilidade para a sociedade relativamente ao uso de novos conhecimentos para a Educação. Aquela responsável explicou que esta fundação faz parte da OEA e tem como missão criar projectos sociais com os quais as nações do hemisfério americano, desde o Canadá até à Patagó nia Argentina, saiam beneficiados.

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"O projecto que discutiremos com o governo da Repú blica Dominicana, representantes da sociedade civil americana e representantes do governo venezuelano diante da OEA e de emissários europeus tem a ver com a implantação da cibernética no processo de aprendizagem das crianças nas escolas", disse Geraldine de Sousa Couto, explicando que, com o avanço tecnoló gico, os adolescentes ficam com a vida mais facilitada no que toca à aprendizagem. Estes emissários juntaramse, em mesa redonda, para debater e chegar a um acordo através do qual os colégios que não têm acesso a computadores e à Internet possam adquiri-los. "É um compromisso que esperamos obter por parte de todos os representantes, já que a finalidade é que nenhuma criança do

Mundo fique sem educação e sem ferramentas", expressou. Paralelamente ao projecto de capacitação cibernética das escolas, esta lusodescendente está a implementar outro projecto denominado "Escuela Granja para niños de la calle", o qual tem como função ensinar às crianças abandonadas a semear e a trabalhar a terra, utilizando-a como ferramenta de comercialização para o futuro. Este projecto está a ser aplicado nos estados do ocidente da Venezuela. A representante da fundação passará três dias em conversações nos Estados Unidos e espera chegar à Venezuela "com boas notícias para começar a dotar as escolas" com equipamentos sofisticados para os estudantes de todos os níveis. Geraldine de Sousa

Sociedade de Fátima de Carayaca espera ajuda

FELIPE PEREIRA DA COSTA TRADUTOR OFICIAL DE PORTUGUÊS - ADVOGADO l Traduções l Obtenção

em Geral.

de certidões de Nascimento em Portugal.

l Escritórios

em Portugal (Revisões de Sentenças de Divorcio e Heranças, etc)

l Obtenção

de Assentos de Nascimentos, Casamento, ou de Óbito, na Venezuela.

l

Aquisição da Nacionalidade (os seus pormenores)

l Legalizações

perante os Registos Principais, Ministérios correspondentes, Colégio de Médicos, assim como outros organismos competentes.

l Outros

assuntos, favor consultar.

Horário: 8:00 a.m. - 1:00 p.m. Segunda Avenida de Campo Alegre, Edifício Credival, (ao lado do Consulado Geral de Portugal), Piso 7, Ofic. 104, Chacao, Caracas, Venezuela.

e-mail:felipepereira@cantv.net Telefone: (212) 267-60-51

263-69-77

Telemóvel:(0414) 235-97-06

Jean Carlos de Abreu jeancarlos@correiodevenezuela.com

m Carayaca, no estado Vargas, existe uma associação de portugueses fundada há mais de 15 anos que tem por missão celebrar anualmente as festividades em honra da Virgem de Fátima na localidade. Este ano a "Sociedade Virgem de Fátima de Carayaca" tem previsto realizar um acto "modesto", no pró ximo dia 14 de Maio, em comemoração da aparição da padroeira de Portugal. Os portugueses e lusodescendentes necessitam de ajuda para obsequiar de algum modo os colaboradores de parcos recursos que contribuem para a festividade, assim como custear ornamentos utilizados para embelezar a igreja nesse dia. Segundo informou Maria Mercedes Gonçalves, membro da Junta que dirige a Sociedade, a finalidade é manter a tradição que foi imposta pelos primeiros lusos que chegaram a esta zona e fazer "de forma modesta" a celebração habitual. Num comunicado que a associação de Carayaca enviou ao Consulado Geral de Portugal em Caracas e à Câ mara Municipal do Porto Moniz,

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foram pedidas várias coisas em prol da actividade e de alguma forma poder ajudar os colaboradores e habitantes que não têm recursos. A petição solicita ajuda para os trajes do grupo folcló rico luso da igreja, a doação de uma imagem da Virgem para criar uma gruta, roupa para os necessitados, brinquedos, entre outras cosas. A lusodescendente explicou que a Junta vai assumir os gastos da celebração mas observou que "seria boa ideia que outros compatriotas que vivem noutras zonas se juntassem para festejar connosco e assim colaborar com os mais necessitados deste lado de Vargas". Também lembrou que para o caso de haver alguém interessado em fazer algum donativo, seja de que tipo for, que pode comunicar através do nú mero 04143361709 e conversar directamente com ela. "Espero que haja mais união e que a tradição não se perca", concluiu Gonçalves.


12 | HISTÓRIA DE VIDA

CORREIO DE VENEZUELA - DE 11 A 17 DE MAIO DE 2006

"Vais para a Venezuela? Nunca mudes de patrão..." António Fernando Fernandes Maia Aveiro, Portugal

veiro, a minha cidade. Lugar onde vivi durante 15 anos e onde trabalhei, junto com os meus irmãos e a minha mãe, como agricultor. Decorria o ano de 1965 e a situaç ão em Portugal era de pobreza. A necessidade era grande e os países vizinhos pediam mãode-obra portuguesa para ir trabalhar nas suas principais cidades. Pensei em ir para a Franç a, mas o destino não o quis. Os meus irmãos já tinham ido para a Venezuela e o meu pai não gostou da ideia de que eu fosse para outro país longe da minha família. O processo foi rápido: Uma carta de chamada pedida pelo meu pai enquanto eu estava em Portugal. Em poucos dias, já estava a bordo do barco Santa Maria. Cheguei ao porto de La Guaira, na Venezuela, a 15 de Setembro de 1965. Uma vez no porto, impressioneime com o que via e associei-o à minha terra querida, devido à proximidade com o mar. Já em solo crioulo, o meu pai levou-me a uma padaria e disse-me: "A partir deste momento serás padeiro". A partir dessa altura, dediquei-me a esta profissão como empregado. Recordo que a padaria se chamava "La Colonial" e era um dos negó cios mais con-

A

hecidos de Pariata. Em 1970, fui a Portugal de passeio e aproveitei para visitar a minha família e procurar aquela que seria a minha companheira até ao dia de hoje. Estive no país 90 dias e regressei à Venezuela, e foi aqui, em terra de Bolívar, que me casei, através de um poder que autorizou o meu pai a assinar a acta por mim. Uma vez com o documento de matrimó nio nas minhas mãos, dirigi-me à igreja de La Candelaria para reconhecer o meu casamento perante a lei venezuelana. A minha esposa chegou em 1971, no mês de Març o. Mandei-a

buscar através de uma carta de chamada que diz na Venezuela. A mudanç a de lugar e de clima foi radical para a minha esposa, porque teve de adaptar-se a outra língua, outros costumes e iniciar uma nova vida não era fácil. Com o tempo, dominou tudo e adaptou-se a La Guaria, onde vivemos actualmente. Uma das actividades que iniciou foi na padaria, a ajudar-me. Nesse mesmo ano, decidi sair da padaria para tornar-me independente, mas os donos pediram-me que continuasse porque o meu trabalho era "valioso". Dois anos depois, comprei o negó cio a es-

ses portugueses, com um sinal de dez mil bolívares, e fui pagando o restante em prestaç ões mensais de três mil bolívares por um período de quase dois anos. O custo total do negó cio era de 100 mil bolívares. Nunca mudei nem de trabalho nem de lugar, permaneci 41 anos no mesmo sítio. Sempre gostei da Venezuela. Aqui passei por dificuldades, mas graç as a Deus superámos todas as provações. Neste país nasceram os meus três filhos, que foram criados no estado Vargas. Quando a minha ú nica filha nasceu, senti-me o homem mais feliz do mundo, porque desejava ter uma menina. Estou há mais de 30 anos sem visitar a minha terra natal, mas tenho visto as mudanç as que têm ocorrido no meu país através da televisão. A Venezuela é a minha segunda pátria e aqui criei os meus filhos e formei família. Para além disso, pude trazer os meus pais em diversas oportunidades, pois queria que conhecessem este belo país. No ano de 1984, tornei-me só cio do Centro Luso de Catia La Mar e ali fiz boas amizades. Actualmente, sou presidente da associaç ão. O meu padrinho, que foi polícia em Angola, aconselhou-me: "Tu vais para a Venezuela e enquanto estiveres lá nunca mudes de patrão." Apliquei estas palavras durante toda a minha vida e até hoje dei-me bem.


CORREIO DE VENEZUELA -DE 27 DE ABRIL A 3 DE MAIO DE 2006

RELIGIÃO | 13

A Páscoa cristã

Padre David Rodrí guez davidro33hotmail.com

Semana Santa termina com a celebraç ão solene do grande acontecimento da Ressurreiç ão do Senhor. A Igreja, que esteve velando em â nsia, espera o Senhor, que foi sepultado, canta e proclama na Vigília Pascal as maravilhas que o Senhor fez na criação e na histó ria da sal-

A

vação do seu povo. Canta, sobretudo, a grande maravilha da Ressurreição do Senhor. A Luz divina que desceu do céu e que se ocultou devido à morte de Cristo, ilumina agora com novo e maior resplendor, dissipando as trevas do Mundo e vencendo a morte e o pecado. Jesus Cristo ressuscitado, Luz verdadeira, ilumina e brilha no meio da sua Igreja e ilumina o caminho de todo o homem e mulher que vêm a este Mundo. O Baptismo, Sacramento pascal por excelência, que se celebra na Noite de Páscoa, constitui, pela incorporação da Morte e Ressurreiç ão do Senhor, o passo da morte à vida, do pecado à graç a, da escravidão à liberdade, da orfandade à filiaç ão e à família, da alienaç ão à identidade, do estrangeiro à pátria. A Eucarística, Memorial da Morte e Ressurreiç ão do Senhor, actualiza e renova o acontecimento salvador de Jesus Cristo, que morre e ressuscita por nó s e por todos. O Domingo da Ressurreiç ão é o dia mais importante do ano dos cristãos. Dia de adulação a Deus Pai pela Ressurreiç ão do seu Filho e de acç ão de graç as porque nos revelou este mistério e, pela acção do Espírito que nos foi dado, nos fez partilhar dos frutos da Re-

denção pela fé e pelo Baptismo. Dia para viver a esperança da nossa pró pria Ressurreiç ão, que se assenta no só lido fundamento da Ressurreiç ão de Nosso Senhor e Mestre, Cabeça do Corpo da Igreja, da qual somos membros. Dia para exercitarmos o amor a Deus e ao pró ximo, porque, com o Senhor, passámos da morte à vida. E sabemo-lo porque amamos os nossos irmãos. Ligada à celebraç ão da Páscoa está a missão que Ele mesmo nos encomenda e que é ir comunicar a experiência vivida, proclamar ao mundo inteiro a Boa Nova, o Evangelho, que não é outro senão o mesmo Senhor Ressuscitado, testemunhando a nossa palavra com as nossas acç ões e com a nossa vida. A celebraç ão da Páscoa prolonga-se durante 50 dias até ao Pentecostes. Mas renova-se sempre, cada vez que celebramos um Sacramento, sobretudo na Eucaristia. Marcados pela fé em Cristo Ressuscitado, a nossa vida não pode continuar empurrando os signos da morte. Estamos marcados pelos sinais do Espírito, tais como a alegria, a satisfaç ão, a paz, a esperanç a, o amor e a paixão por viver e anunciar o Senhor Ressuscitado.


14 | LAZER

CORREIO DE VENEZUELA - DE 27 DE ABRIL A 3 DE MAIO DE 2006

A “febre” dos cromos Aleixo Vieira aleixo@correiodevenezuela.com

outros tempos havia um grande entusiasmo entre os miú dos e adolescentes em torno do fenó meno da "caderneta de cromos da bola". Poucos conseguiam manter alheio ao poder de atracção que então exercia. A miudagem, reunida tal como a sociedade de uma empresa, planeava o preenchimento das cadernetas com muito cuidado e atenção. O dinheiro não abundava e a aquisição dos envelopes era feita com o sacrifício do lanche e muitas vezes até do almoço. A troca de cromos era feita de modo também diferente. Através do jogo da "batota", dois adversários, em cima dos cromos colocados de figura para baixo com a intenção de voltar a mesma, disputavam os cromos que faltavam. Só quem jogava é que pode explicar melhor as várias técnicas para vencer a disputa, e que iam desde a "palmada soada" com ar quente da boca, até à saliva clandestina ali empregada. Em todas as colecções saia um premiado (que nunca saia). Este cromo era o sonho de todos os miú dos. Os prémios iam desde uma corneta de plástico a um "catchú ", apitos e até raquetes de ténis, embora nada tenha a ver com a modalidade em questão. Na escola a posse desses elementos era proibida e quantas vezes não foram "apreendidos” pela professora, apesar das lágrimas dos alunos. Benfica e Sporting dividiam as preferências, o Porto ainda era mantido fora da alta-roda dos clubes da capital. As figuras, claro, reproduziam as modas da época: desde o calção curto, à cabeleira comprida e o bigode frondoso. J. Henriques, Eusébio, Jordão Damas, Manuel Fernandes, Tibi e Gomes eram os mais conhecidos e mais difíceis de conseguir. Os cromos eram colados com farinha desfeita em água ou em muitos casos com milho cozido depois de frio, pastas pegajentas que davam à caderneta a grossura de uma enciclopédia Na actualidade a realidade é outra. Os cromos são comprados às dezenas e as cadernetas oferecidas pela organização e individualizadas entre famílias. Os prémios também são outros, embora a emoção seja a mesma. O método de colagem é "automático", pois é autoadesivo. O jogo da "batota" já não é preciso, pois as facilidades agora são outras. Para aqueles mais "modernos" e impacientes basta aceder ao site da Internet da empresa responsável pela colecção e pedir os cromos que lhe faltam no álbum, que logo lhe serão enviados via correio com pagamento prévio no respectivo banco indicado. Na Venezuela, apesar de não ser um país tradicionalmente futebolístico, a aderência a este fenó meno não é diferente aos países onde predomina o desporto rei. A ú ltima colecção da empresa "Panini" domina o cenário nas escolas, nos parques, nos clubes sociais e até dentro de casas. Os luso-descendentes vibram com as estrelas do momento Ronaldinho, Beckham, Figo Cristiano Ronaldo, Messi entre outros e estalam de

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Eusébio, Damas Jordão, Manuel Fernandes,Tibi e Gomes eram os mais procurados. Nesses anos os prémios eram outros, mas a emoção era a mesma

emoção quando completam a equipa da sua selecção preferida que na maioria dos casos é a de Portugal. "TENS REPETIDOS?" O produto esgota-se com facilidade nos postos de venda. "Compram às caixas", refere Yulimar Reguero, vendedora numa localidade de Chacao. O que ao princípio parece ser uma coisa de crianças, acaba por ser também uma "febre" dos adultos. "Tens repetidos?", é uma frase que se ouve com frequência, nos cafés, nos clubes sociais, na praia, nos supermercados, e em muitos outros locais pú blicos, para não falar nos colégios onde é normal juntaram-se grupos de alunos à procura do cromo em falta. É a "febre do mundial", explicam alguns entusiastas. Mas outro fenó meno particular da Venezuela junta-se ao tradicional processo de colecção do álbum: a recompra particular dos mesmos. Os sítios já estão predeterminados em toda a geografia venezuelana e os vendedores nem têm que esperar pelo cliente, pois estes chegam com uma lista dos cromos em falta para preencher a sua caderneta. Os cromos variam de preço dada a sua dificuldade em conseguir este ou aquele exemplar. O negó cio é atractivo para todos desde o que compra ao que vende até a empresa promotora da iniciativa. Na zona de Santa Paula, em Caracas, junto ao quiosque Acuário 2001, a concorrência das pessoas é grande, e chega-se a registar o congestionamento do tráfico devido ao fenó meno. Maria Gutierrez tem 32 anos. Com a lista na mão afirma que "isto assim é uma maravilha. Paga-se -se mas temos a certeza de conseguir os nú meros que nos faltam" Por seu turno, José Rivero, comerciante, diz que é habitual ver este movimento na zona cada vez que há um acontecimen-

to desportivo de nível mundial, seja europeu ou mundial de futebol. Compra às caixas e para esta colecção já lá vão uns 3 bultos de 12. Também já sabe a ló gica do cromo premiado, que é o numero 0 "cada cinco caixas sai o Panini" refere, que também um preço. Em Santa Rosa de Lima (outra localidade em Caracas) leiloaram um numero 0 e pagaram 150.000.00, na minha mão já passaram uns quantos premiados e vendi a 30.000.00 Bs. Alguns pedidos são feitos com antecipação e até há quem peça o álbum completo para dar de presente a alguém o preço no mercado é de 400.000.Bs.

Um cromo premiado já foi leiloado em 150.000 bolívares


CORREIO DE VENEZUELA - DE 27 DE ABRIL A 3 DE MAIO DE 2006

CULTURA | 15

"É muito difícil fazer teatro na Venezuela" Manuel Gonçalves não perde a esperança de ter sucesso no teatro e levar o seu trabalho pelo mundo inteiro Arelys Gonçalves arelyscorreio@hotmail.com

M

anuel Gonçalves, luso-descendente, é um dos talentos que está a ingressar no mundo das artes na Venezuela. Com 21 anos, quer fazer das suas inquietudes uma profissão de sucesso. "Contratipo" é o nome do grupo onde dá os seus primeiros passos, junto com outros jovens da Academia de Actuação, Venevisió n. Esta é a sua primeira experiência em cena, depois de estudar na escola de teatro Juana Sujo. Aos 15 anos já tinha a certeza de que queria ser actor e iniciou os seus estudos. "Eu adoro estar no cenário, ouvir as palmas e receber o reconhecimento do pú blico", disse. O fruto do seu trabalho já começa a ver-se. "El amigo de mi primo" resume o trabalho feito pelo grupo. A obra tem oito monó logos que descrevem histó rias que podem ficar escondidas como segredos íntimos e só surgem como experiências atribuídas aos outros. Na peça, Manuel interpreta o "Pálido caballo" que, nas palavras do actor, é um ho-

mem sonhador e muito infantil que se esconde atrás de uma imagem de quem nada teme. Apesar do esforço, o actor reconhece que o mundo artístico não é simples. "Émuito difícil fazer teatro na Venezuela, não há muito apoio, geralmente as pessoas vão ao teatro para ver actores de televisão", explica. No entanto, em casa recebe todo o apoio dos seus pais, que têm estado sempre com ele. Manuel é neto de madeirenses. Os seus avó s são da Ribeira Brava. Ele partilha a "lusitanidade" com a influência da mãe, que é italiana e que lhe ofereceu a oportunidade de viver quatro anos em Milão. "Quando as pessoas ouvem o meu sobrenome fazem uma brincadeira e começam a chamar-me português, mas eu sinto-me um pouco mais italiano porque tenho estado mais perto dessas tradições. Contudo, gostaria de saber mais sobre as minhas raízes lusas", explica. No grupo há outras presenças europeias. O actor Jean Carlos Du Boulay, que também é o produtor, quis contar a sua histó ria. Com raízes francesas, recorda que o seu avô tinha um circo e viajava pelo mundo inteiro, "até que chegou à Venezuela e conheceu a minha avó , enamorou-se e decidiu

Manuel Gonçalves à direita, junto ao grupo de jovens que integram o "Contratipo"

ficar com a família e o circo", disse com um sorriso. Para ele e para Manuel, a influência das outras culturas deu, às suas vidas e ao seu interesse pelo teatro, uma matiz particular, que é a ideia de levar o trabalho que realizam a outras partes do mundo. Este ano, os planos

ainda não chegam tão longe mas, para começar, estarão, a 17 de Maio, na sala do Celarg em Caracas, e depois nas cidades de Mérida, Barinas, San Cristobal, Maracay, Maracaibo e Valência e fecharão em Novembro na capital, com actuações no Teatro Escena 8.

Quase 100 anos a fazer música Milhares de crianças, jovens e adultos formaram-se artisticamente no Recreio Musical União da Mocidade, com sede em São Roque, no Funchal, organização que está prestes a comemorar o seu centenário. Sandra Rodrí guez olgaria6@yahoo.com Recreio Musical União da Mocidade completou 93 anos de existência. Para comemorar a data, foi levada a cabo uma série de actividades, das quais ressalta um jantar-convívio. Realizaram-se também alguns concertos da Orquestra de Bandolins da Madeira, sob a direcção do professor Eurico Martins. Todos estes eventos realizaram-se em diferentes locais, entre os quais um espaço pró prio recentemente adquirido pela associação, onde deverá ficar localizado o edifício da nova sede. O Recreio Musical União da Mocidade, com sede em São Roque, no Funchal, e presidida por Gil Caroto, foi fundado em Fevereiro de 1913, tornando-se o mais importante centro artístico da freguesia, ligado à mú sica, e ao teatro. Em 1930, e graças à criatividade e desempenho do então maestro e compositor madeirense Ernesto Serrão, o grupo apresentava-se em todas as salas da Região. Nessa altura, o Recreio era formado apenas por homens, detalhe que viria a mudar na década de 70, quando

O

se deu início ao ensino de mú sica e teatro ao sexo feminino. Em 1990, e sob a direcção do actual maestro, professor Eurico Martins, a formação musical e instrumental passou a regime permanente. Com o V Festival Internacional de Orquestras de Palheta "Francisco Tarrega", em Valência, Espanha, em Abril de 1994, iniciaram a sua internacionalização. Já estiveram na França e Inglaterra, mas também já actuaram em diversas zonas de Portugal continental. No campo das produções discográficas, por ocasião do seu 83.º aniversário, editaram o seu primeiro compact disc (CD), intitulado "A bem da Arte". Em 1998 lançaram "A bem da Arte II" e, em 1999, apresentaram "Bandolins", o seu terceiro CD. Ao longo dos ú ltimos anos, têm vindo a realizar uma média de 60 concertos por ano, baseados num repertó rio bastante diversificado de compositores como Vivaldi, Bach, Schubert, Mozart. Entretanto, as crianças e jovens continuam a tocar os diversos instrumentos e os associados aguardam a celebração do centenário.


16 | LAZER

CORREIO DE VENEZUELA - DE 27 DE ABRIL A 3 DE MAIO DE 2006

Terminou o Master para lusodescendentes Delia Meneses deliameneses@correiodevenezuela.com Master em Estudos Políticos e Sociais, organizado pela Secretaria Regional do Turismo e Cultura da Região Autó noma da Madeira, terminou com êxito. Com sede na Universidade da Madeira (UMa) e com uma duração de seis meses, licenciados oriundos do Brasil, Espanha, França, Portugal e Venezuela assistiram a seminários e conferências proferidas por especialistas em várias matérias e realizaram visitas de estudo a empresas e outros locais de interesse. O objectivo do Master foi oferecer aos participantes uma visão sobre o mundo contemporâ neo, atendendo às diversidades regionais e contemplando os modelos de desenvolvimento econó mico e as formas de organização política e social. Colaboraram nesta iniciativa professores da Universidade de Las Palmas de Gran Canaria, da Universidade de São Paulo, do Instituto Universitário de Investigação Ortega y Gasset, em Madrid, da Universidade de Lisboa e da UMa.

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VENEZUELA PRESENTE Quatro professionais venezuelanas, filhas de portugueses oriundos da ilha da Madeira, participaram no Master em Estudos Políticos e Sociais. "Nunca tinha visitado a terra do meu pai, pelo que esta oportunidade me permitiu conhecer a Ilha durante um longo período de tempo", disse Danmara dos Santos, advogada licenciada pela Universidade Santa Maria, com pó s-graduação na UCV. Não deixou ainda de comentar o contraste existente entre os portugueses que emigraram e os madeirenses que actualmente vivem na ilha. "Dei-me conta que os emigrantes radicados na Venezuela conservam melhor as tradições lusas que os que vivem em Portugal". Por seu turno, Janeth Pereira, licenciada em Comunicação Social na UCV, tinha mais de dez anos sem visitar Madeira. Qualificou a experiência como maravilhosa e irrepetível. "Ao nível académico permitiu-me dispor de uma visão mais ampla do mundo, compreender melhor como funciona o sistema político europeu e a crua realidade americana". Também graduada em Comunicação So-

Montalbán e El Paraíso celebram festa de Fátima o pró ximo dia 7 de Maio, a partir das duas da tarde, na paró quia de Nossa Senhora da Paz, em Montalbán, vai realizar-se a celebração em honra da Virgem de Fátima, com o Santo Rosário, a Santa Missa, a procissão da Virgem e uma festa para angariação de fundos, onde se vão vender comidas e bebidas típicas portuguesas. Para além disso, o Grupo Folcló rico Danças e Cantares do Centro Português vai actuar, ficando, assim, a animação do evento a cargo daquele agrupamento. O valor arrecadado nesta celebração destina-se aos mais necessitados daquela localidade de Caracas. Também a comunidade portuguesa da urbanização El Paraíso vai festejar, na paró quia de Nossa Senhora do Mundo, a partir das duas horas da tarde do pró ximo dia 21 de Maio, a aparição de Fátima em Portugal. Ali vai ser rezado o Santo Rosário, seguindo-se a celebração da homilia, a procissão da Virgem pela localidade e ainda a festa de angariação de fundos, que conta com a apresentação de diversos grupos folcló ricos portugueses e venezuela-

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Igreja Nossa Senhora do Mundo

nos, entre eles: Danças e Cantares do Centro Português, Os Lusiadas, Orquesta Aries, Tambor Urbano, Isidro Salom El Coplero Recio de Venezuela. Esta festa se realiza há cinco anos com o apoio dos seus festeiros: Carlos Rodríguez, Carlos Freitas, Antó nio Oliveira, José Manica, Alberto Ascencao e o Comité de Damas do El Paraiso.

Licenciados oriundos do Brasil, Espanha, França, Portugal e Venezuela participaram no Master em Estudos Políticos e Sociais

cial, mas pela UBA, a locutora e cantante, Sandra Rodríguez falou da sua experiência no Master dizendo que havia "compreendido porque se diz que a Histó ria está escrita de acordo com os olhos de quem a vê, estando noutro ambiente são outras as maneiras de pensar e muito o que se aprende".

Há 14 anos sem visitar a Ilha da Madeira, Adriana Simao, advogada da Universidade Santa Maria, foi outra das participantes. "Com esta experiência não só ampliei os meus conhecimentos senão como revivi algumas das tradições portuguesas que fazem parte das minhas raízes", expressou.


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PUBLICIDADE | 17


18 | traços de Portugal

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Vila Nova de Foz Cô a:

Património da Humanidade Situado no extremo Norte do Distrito da Guarda, na Região de Trás-os-Montes, Vila Nova de Foz Cô a é tão bela e tranquila que até os habitantes do Paleolítico fizeram questão de o manifestar através de gravações rupestres que hoje estão catalogados como Patrimó nio da Humanidade.

Liliana Da Silva

Liliana@correiodevenezuela.com

geografia do concelho de vila Nova de Foz cô a é rica porquanto muito diversa. Há quem a equipare a um livro que se abre e que nos oferece, em cada página, em crescente surpresa, um novo motivo de interesse. Na verdade, os montes e os vales que constituem as suas lindíssimas paisagens proporcionam panoramas verdadeiramente indescritíveis, sobretudo quando chega a Primavera e a região veste as suas melhores vestes. Resulta esta interessante morfologia do facto de as terras fozcoenses são atravessadas por cursos de água que lhes emprestam belezas sem par. se os contarmos, os seus canados atingem nú meros altos; são várias as ribeiras que lhe serpenteiam as localidades, como a Ribeira teja, a Ribeira dos Piscos ou a Ribeira de aguiar, e enamoram-se das suas alturas arredondadas, o Massueime, o cô a e o Douro, qualquer deles entremeando o seu pró prio espanto com os mais irresistíveis meios de sedução, que provêm dos seus encantos. vila Nova de Foz cô a é sede de um município com 395,88 quiló metros quadrados de área e 8 494 habitantes, subdividido em 17 freguesias. a agricultura é a base econó mica da região do alto Douro. integrando-se nesta região, com cujas características se identifica, a Municipalidade de vila Nova de Foz cô a tem, no entanto, a singularidade de nela se desenvolverem as culturas mais ricas. Patrimó nio arquitectó nico

a

e arqueoló gico se há autarquias portuguesas detentoras de um grande acervo de valores patrimoniais e arquitectó nicos, o de vila Nova de Foz cô a, seguramente, está entre os primeiros. Neste sentido, se nesta edição de traços de Portugal quiséssemos fazer um inventário pormenorizado do seu patrimó nio arquitectó nico e arqueoló gico, teríamos que ter muitas páginas disponíveis. De uma forma geral, podemos dizer que se trata de um município formado por vários outros antigos concelhos, a que a Reforma Liberal veio atribuir a actual configuração. Por tal via, a excepcional monumentalidade dos concelhos extintos agregou-se à da sede do concelho de vila Nova de Foz cô a, constituindo um conjunto realmente extraordinário. No caso das terras de Foz cô a, que estas possuem, na sua área, os mais raros testemunhos do passado, que têm merecido aprofundados estudos pelos mais distintos arqueó logos, desde as centenas de gravuras

rupestres aos lugares onde tem sido possível documentar a multissecular presença humana. Encontram-se, por exemplo, neste concelho, já descobertos e classificados, cerca de 195 "sítios" de interesse arqueoló gico. a maioria das gravações e pinturas rupestres encontram-se junto do rio cô a. as zonas de canado do inferno, Ribeira de Piscos, Quinta da Barca, Penascosa, Faia e Fariseu formam o Parque arqueoló gico do vale do cô a, têm representações de animais e de humanas que são Patrimó nio da Humanidade. castelos, castros, igrejas, capelas, pelourinhos, solares, pontes e estradas romanas, fazem só por si uma relação que dignifica qualquer concelho. aqui teremos excelentes sugestões para umas visitas a alguns castelos, que de seguro serão inolvidáveis: - castelo Melhor: considera-se que este castelo tenha sido erguido entre os séculos iX e X, no denominado "período Leonês". visto de longe, parece uma coroa de rei plantada num cabeço da terra. testemunha silenciosa de um passado milenar, a sua porta é em arco quebrado. - castelo velho: se trata de um lugar imponente, não apenas como "sítio arqueoló gico" mas também como miradouro. Neste espaço têm decorrido campanhas sucessivas de escavação, que já permitiram estudar a existência de um povoado dos iii e ii milénios a.c. a visita ao local acaba por ser premiada pela beleza e grandeza do panorama que dali se desfruta. - Numão: É monumento nacional, conforme Decreto-Lei desde 1910. a sua planta é de configuração irregular e quase não apresenta ameias; possui três portas, torre de menagem e mais quatro torres.

Locais a visitaR: a cidade das amendoeiras o concelho de vila Nova de Foz cô a reivindica muito justamente o título de "capital da amendoeira". Possui a maior densidade de amendoeiras em toda a sua área (106.000 árvores em 38.000 hectares). E, para além disso ou talvez por consequência disso, em todas as 17 freguesias que constituem o Município se pode admirar a extraordinária beleza das amendoeiras em flor. o espectáculo da floração da amendoeira tem início normalmente na segunda semana de Fevereiro e prossegue até aos primeiros dias de Março, prenunciando a Primavera nas terras quentes do alto Douro. Nessa altura, toda esta região faz lembrar uma noiva que se vestisse de branco e rosa, tal a espantosa beleza que transfigurou estes montes e vales. com a Natureza em festa, todo o concelho se movimenta na famosa Quinzena das amendoeiras em Flor, sobretudo nos três fins-de-semana que a integram. costuma ser muito movimentada a Feira Franca e regista inusitada animação o cortejo alegó rico, que inclui habitualmente cerca de 50 carros, percorrendo, sob a animação de fanfarras e bandas musicais, as principais artérias da cidade. É em vila Nova de Foz cô a, no Largo do tablado e na Feira de são Miguel, que funciona a "Bolsa da amêndoa", onde se formam os preços (com ou sem casca) que vigoram em todo o País e chegam a influenciar os mercados mediterrâ nicos. Fonte: www.cm-fozcoa.pt


CORREIO DE VENEZUELA -DE 27 DE ABRIL A 3 DE MAIO DE 2006

PORTUGAL | 19

breves Maioria das mulheres em risco de doenças cardiovasculares Quase dois terços das mulheres portuguesas utente s do Serviço Nacional de Saúde (SNS) têm um volume abdominal de risco para o apa recimento de doenças cardiovasculares, anuncia um estudo

revelado em Vilamo ura, Algarve, no 27º Congresso Português de Cardiologia. O trabalho, desenvolvido pela Associação Portuguesa de Médicos de Clíni ca Geral em colaboração com o epidemiologista Massano Cardoso, revela também que os homens com volume abdominal acima do que é considerado saudável são menos do que as mulheres, quedando-se nos 38 por cento.

PJ detém alegado traficante de veí culos A Polícia Judiciária (PJ) do Porto anunciou a detenção de um homem indiciado pela prática de crimes de furto, receptação e falsificação para tráfico de veículos automóveis. Em comunicado, a PJ diz que o detido foi já presente a primeiro interrogatório judicial, tendo-lhe sido aplicadas as medidas de coacção

de apresentações periódicas no posto policial da área de residência. O detido, casado e de nacionalidade portuguesa, teve igualmente que proceder ao pagamento de uma caução, cujo valor não foi indicado pela polícia. O suspeito actuava na área do Grande Porto e foi surpreendido pela PJ na área da sua residência, que foi alvo de buscas, na sequência das quais ficaram “consolidados os indícios existentes”.

33,5 milhões de euros inaugurados em Gaia Estão previstas as inaugurações, até ao final de 2006, de 10 obras que envolvem 33,5 milhões de euros de investimentos.

Espaço de diálogo ecuménico novo bispo de LeiriaFátima, D. Antó nio Marto, disse segunda-feira que o Santuário de Fátima, “ salvaguardada a sua identidade” , terá s empre espaço para o diálogo ecuménico e inter-religioso. D. Antó nio Marto, que tomará posse dos destinos da Diocese em 25 de Jun ho, desmentiu, assim, a existência de qualquer orientação do Vaticano para que o Santuário de Fátima não esteja aberto a receber personalidades de outras confis sões religiosas. “ O Santuário de Fátima será sempre um santuário cató lico, mariano” , dis se o ainda administrador apostó lico de Viseu, acrescentando que, não obstante es ta realidade, “ terá sempre espaço para o diálogo ecuménico” . D. Antó nio Marto atribuiu a um “ equívoco e uma confusão que não têm raz ão de ser” , as notícias que, há meses, davam conta da insatisfação do Vaticano f ace à passagem do Dalai Lama e de fiéis hindus pelo Santuário. Do mesmo modo, rejeitou que a alteração dos Estatutos do Santuário de F átima que a Conferência Episcopal

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presidente da Câ mara de Gaia, Luís Filipe Menezes, anunciou a inauguração até ao final de 2006 de 10 obras que envolvem 33,5 milhões de euros de investimentos da autarquia e Administração Central. Num balanço de seis meses de mandato, feito num encontro com jornalistas, Luís Filipe Menezes afirmou que o concelho de Gaia “ tem em curso um volume de obras que não encontra paralelo nas autarquias do país” . Segundo o autarca, o terceiro troço do IC23, investimento de 22 milhões de euros do Ministério das Obras Pú blicas e da Câ mara de Gaia, vai estar concluído em 09 de Dezembro, estando programada também para o fim do ano a conclusão do Nó da Afurada (quatro milhões de euros) e da

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Circular do Centro Histó rico (três milhões de euros). Cine-Teatro Brasão (1,7 milhões de euros), Piscina Municipal de Lever (1,1 milhões), Frente de Mar de S. Félix da Marinha (um milhão), Centro Cívico de Serzedo (300 mil), Parque das Corgas (200 mil), Jardim-deinfâ ncia de Valadares (100 mil) e remodelação da EB1 da Portelinha (90 mil) são outras obras a concluir até Dezembro. O autarca reconheceu que a Câ mara de Gaia já ultrapassou o limite de endividamento, mas atribuiu este incumprimento às necessidades do concelho nas áreas da habitação social e saneamento. “ Se a Câ mara de Gaia não tivesse investimento em habitação social e saneamento, não tinha dívidas” , afirmou Menezes.

Fonte da Câ mara de Gaia disse à Lusa que a maioria PSD/CDS-PP já construiu “ quase três mil casas” desde 1998, ano em que substituiu o PS na liderança da autarquia, e aumentou “ de 10 para praticamente 100 por cento” a taxa de cobertura da rede pú blica de saneamento. Segundo a fonte, Gaia é o terceiro município mais endividado do país, depois de Lisboa e Porto, mas apenas o trigésimo proporcionalmente à população. “ O investimento global cresceu 43,5 por cento de 2004 para 2005, mas a dívida de curto prazo diminuiu 2,6 por cento, o serviço da dívida [juros e amortizações] desceu 2,4 por cento e a dívida de longo prazo aumentou apenas 0,7 por cento” , referiu a fonte.

Portuguesa vai analisar na reunião que decorre até quinta-feira - passando a ter cariz nacional e existindo um ó rgão consultiv o composto por quatro dioceses que intervirá nas orientações da sua gestão - se deva a qualquer descontentamento da Santa Sé. “ Como disse o Papa João Paulo II, o Santuário de Fátima é a catedral es piritual do mundo” , afirmou D. Antó nio Marto, acrescentando que, apesar disso, “ o Santuário continuará a ser um espaço gerido pela Diocese” . Falando aos jornalistas à entrada para a Assembleia Plenária da Conferê ncia Episcopal Portuguesa, em Fátima, D. Antó nio Marto disse que a sua nomeação para a Diocese de Leiria-Fátima lhe foi transmitida directamente pelo Vaticano, com a indicação de que “ o Santo Padre queria um bispo teó logo para Fátima” . Assumindo-se como “ homem de coração universal” , não deixou de dizer que lamenta deixar a Diocese de Viseu, que foi o seu “ primeiro amor enquanto bispo” .


20 | PORTUGAL

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Área Metropolitana Viseu pronta em 4 meses presidente da Grande Área Metropolitana de Viseu (GAMVIS), Álvaro Amaro, anunciou que o quadro estratégico regional será apresentado dentro de quatro meses e terá projectos ligados às acessibilidades, questões empresariais e sociais. “ Vamos acelerar a agenda metropolitana e contamos apresentar o quadro estratégico regional dentro de 120 dias” , garantiu. A Junta Metropolitana da Grande Área Metropolitana de Viseu reuniu ao final da tarde de hoje no Solar dos Peixotos, em Viseu, e ficou decidido que “ dentro de quatro meses serão apresentados os projectos supramunicipais, relacionados com questões empresariais, sociais e no â mbito das acessibilidades” .

O

“ Em 120 dias vamos reforçar o espírito metropolitano e temos tudo a ganhar se definirmos um conjunto de projectos de envergadura metropolitana, importantes para o conjunto dos 21 municípios, mas que isoladamente nenhum pode desenvolver” , disse o presidente da Grande Área Metropolitana de Viseu. O antigo secretário de Estado no Governo de Cavaco Silva tem a convicção de que se se conseguir aproveitar energias e aprovar um pacote de projectos para esta área metropolitana “ dificilmente o Governo dirá que não” . “ Não quero ser o presidente que não fez tudo ao alcance para preparar esta junta metropolitana com os instrumentos para reivindicarmos o que achamos de mais importantes para os diversos sec-

tores, no domínio da saú de, educação e acessibilidades” , acrescentou. Anunciou ainda que lhe foi pedido unanimemente que continuasse o seu trabalho e defendeu que deve haver “ reconstituição da assembleia metropolitana, aquando das assembleias municipais normais do mês de Junho” . A GAMVIS engloba 17 concelhos do distrito de Viseu, entre os quais Tarouca, Castro Daire, Vila Nova de Paiva, Moimenta da Beira, Penedono, Sernancelhe, Sátão, Viseu, S. Pedro do Sul, Oliveira de Frades e Vouzela. Tondela, Santa Comba Dão, Carregal do Sal, Nelas, Mangualde e Penalva do Castelo são outros dos concelhos do distrito de Viseu abrangidos.

Pais fecham escola S. Miguel a cadeado comissão de pais da escola EB1 S.Miguel, no Porto, encerrou segunda-feira a cadeado o estabelecimento de ensino, numa acção de protesto contra o seu encerramento no final deste ano lectivo. Em declarações à agência Lusa, José Arouca, da comissão de pais, reiterou o facto da escola cumprir “ todos os requisitos exigidos pelo Ministério da Educação para funcionar” , uma vez que tem actualmente 29 alunos e mais de uma dezena de crianças inscritas para o pró ximo ano lectivo. “ É inadmissível que se feche esta escola” , frisou o responsável, lembrando que o estabelecimento apresenta cem por cento de sucesso escolar e acata todas as normas estabelecidas em termos de segurança. Os pais e crianças encontram-se à porta desta escola desde as 08:00, tendo fechado o estabelecimento a cadeado e colocado uma faixa branca com a frase: “ Não ao fecho da escola” . De acordo com José Arouca, os pais estão inconformados com o anú ncio de encerramento do estabelecimento de ensino. “ O edifício onde funciona a es-

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cola foi sujeito a obras de manutenção em Janeiro no valor de quase 10.000 euros por parte da autarquia” , argumentaram. Estavam por decidr novas acções de protesto junto quer da Câ mara do Porto, quer da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), adiantou. Para a comissão de pais, o encerramento da escola EB1 S. Miguel vai acarretar “ graves consequências” numa freguesia (Vitó ria) com graves carências sociais.


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22 | OPINIÃO

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O 75.º aniversário da “ Revolta da Madeira” Duarte Miguel Barcelos Mendonça o dia 4 do corrente comemorou-se mais um aniversário desta efeméride que marcou a política insular e nacional em 1931. Para compreendermos a génese desta revolta madeirense contra a ditadura é preciso contextualizá-la no panorama socio-econó mico da Madeira dos anos 20: a maioria da população era pobre e subsistia unicamente através da agricultura de subsistência, assistiam-se a vários êxodos migrató rios, a que se juntaram, depois de meados daquela década, a crise e redução das exportações dos bordados e do vinho, a diminuição do preço pago aos agricultores pela cana-de-açú car e, já perto do dealbar dos anos 30, a falência de dois bancos madeirenses. A economia madeirense estava nas mãos de estrangeiros, sobretudo ingleses, que apenas se preocupavam com o lucro fácil. A completar este quadro negro, assistiram-se ainda a situações de desemprego, fome e a um aumento da tuberculose. Na madrugada de 4 de

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Abril de 1931, sábado de Aleluia, ocorreu uma insurreição militar. Galvanizados pelos anteriores tumultos, o povo madeirense aderiu de imediato ao movimento revoltoso. Foi formada uma Junta Governativa, liderada pelo general Sousa Dias. Na Madeira tratou-se de recrutar, entre o povo, homens a quem foi dado treino militar básico e que seriam empregues na defesa da ilha. A resposta militar a esta ousadia insular não se fez esperar. Salazar enviou para a Madeira uma impressionante força naval composta por vários navios de guerra e de transporte, a que juntou um conjunto de seis hidroaviões equipados com bombas e metralhadoras. Perante uma força militar tão poderosa e a falta de apoios exteriores a revolta madeirense estava, à partida, condenada ao fracasso. Os soldados estavam mal treinados e dispunham de pouco armamento, sendo que alguns apenas dispunham de endireita gibas ou paus. Apesar de terem sido vencidos, e condenados à prisão no Lazareto e pos-

terior degredo, os militares revoltosos obtiveram a gratidão do povo madeirense. Inú meras ofertas foram-lhes feitas no seu cárcere. E quando marcharam para o cais em direcção ao barco que os levaria para o degredo em África, muitos funchalenses atiraram flores para os soldados. E no anfiteatro funchalense, em muitas casas voltadas para o mar, muitas pessoas, num comovente adeus aos soldados que tinham lutado pela sua liberdade, agitavam lençó is brancos para que pudessem ser vistos do mar. A "Revolta da Madeira" teve a duração de 28 dias. Os insurgentes apelaram a que a mesma se estendesse a todo o territó rio nacional, de modo a depor o regime ditatorial, mas apenas os Açores e a Guiné se lhes juntou. Para reprimir esta ousadia pela liberdade, Salazar enviou para a Madeira uma impressionante força militar que custou ao erário pú blico 60.000 contos. Para ressarcir os cofres pú blicos desta enorme despesa aumentou os impostos tributados aos madeirenses, tornando ainda mais difíceis as condições de vida dos ilhéus nos anos seguintes.

Mulheres desesperadas

António de Abreu

"A vida é uma novela". Seguramente esta frase não foi proferida por um amante da série dramática americana. No entanto, é surpreendente comprovar como alguns telespectadores se impressionam com as façanhas de quatro heroínas e quase partilham das suas penas, aflições e até as suas lágrimas. Mais assombroso é escutar as adulações para com as cenas e os diálogos que parecem tão reais a muitos viciados da televisão, os quais, acto contínuo, fazendo gala de uma grande sabedoria, comentam que toda a série resultou da magnífica pena de um guionista iluminado por alguma chispa perdida do "new

age" ou por a ú ltima obra do guru de moda. Não deixa de assombrar-me esta forma de pensar que confunde o original com a có pia. Ainda me resulta difícil entender que numa comunidade de emigrantes como a nossa, uma novela de televisão possa causar mais impacto que o nosso pró prio passado, que nos pareça mais real o que foi escrito para a televisão que a nossa vida. Por acaso estes comentadores e conhecedores procuram esquecer o passado? A resposta é positiva se atendermos à forma como foram alterados os modos e os temas de conversa. As más línguas transformaram em chacota o que antes era preocupação pelo pró ximo e por isso agora é um pecado social falar da vida alheia. Mas graças aos guionistas podemos falar das novelas e assim não esquecemos esse hábito, e ainda podemos dar mostras de possuir uma cultura televisiva. Mas então, trata-se de alguma atitude? Não posso assegurar que a resposta seja geral e totalmente afirmativa. Em todo o caso, ninguém possui a capacidade de esquecer o seu pró prio drama e muito menos o

seu passado recente. No caso da nossa comunidade, não temos quatro heroínas senão muitíssimas mais, embora tudo indique que nos orgulhemos pouco das suas histó rias. Será que não queremos que elas sejam as protagonistas de nossa novela? Querem saber sobre a vida de uma nora? Não esqueçam a esposa mantida em casa dos sogros à espera que o marido emigrante chame por ela. Conhecer a tragédia do abandono? Pensem naquela desesperada que escreveu à Embaixada de Portugal em Caracas porque o seu esposo tinha mais de três anos que não mandava cartas nem remessas. De uma mulher enganada? Recordem a que sofreu em silêncio a suspeita de engano e até a convivência do marido com outra. Uma mãe dedicada? Olhem para todas as que emigraram para trabalhar pela sua família, esposo e casa. Há muitos mais personagens. Mas desculpem-me pois sobre essas coisas não se fala. Então que fazemos? Vamos escrever uma novela com as suas histó rias e onde todas sejam guionistas, actrizes e, sobretudo, as heroínas da nossa comunidade como sempre o têm sido.

Muito mais que honestos e trabalhadores

António Carlos da Silva F. axedrezado@gmail.com

Durante muito tempo foi com orgulho e satisfação que, na minha condição de lusodescendente, recebia de colegas, amigos e até estranhos, palavras carinhosas que dão conta da boa imagem que a comunidade lusitana da Venezuela tem lavrado durante as décadas de presença na pátria de Bolívar. "Trabalhadora", "Honesta", "Responsável", "Sacrificada", "Familiar", são todos eles epítetos positivos que nos habituamos a escutar em referência a coló nia portuguesa. Mas para minha surpresa, o primeiro Encontro de Gerações a que tive oportunidade de assistir pela minha condição de membro da equipa do Correio (que foi o IV), convenceume de que embora muito se agradecem, estes epítetos ficam bastante aquém de descrever com justiça todo o que a comunidade portuguesa, e sua continuidade da segunda e já terceira geração, fez e faz pela sociedade venezuelana. Sinto muitíssimo orgulho por ser descendente de portugueses, mas certamente ao finalizar os testemunhos das oito personalidades convidadas sob o lema "Integrados e Influentes" escolhido para o passado Encontro, dito sentimento de orgulho multiplicou por mil. Fez uma viagem imaginária a bordo da viatura de Rui Mendes e conquistei o Quilimanjaro. Fiquei arrepiado ao olhar a forma como vibravam de orgulho os pais de Alejandro de Faría, o cirurgião de 24 anos de Barquisimeto, licenciado com louvor "magna cum laude". Um jovem brilhante que, com humildade, destacou a forma como os valores lusitanos formaram o pilar essencial do seu êxito Professional. Esta é a razão e a importâ ncia de um evento com as características do Encontro de Gerações: demonstrar a nó s pró prios em primeiro lugar, e aos nosso compatriotas venezuelanos depois, todos os feitos e logros de uma das comunidades estrangeiras que mais tem ajudado ao desenvolvimento do pais. O V Encontro de Gerações de Maio pró ximo nos vai permitir apreciar os êxitos lusos na área da cultura, a arte e o desporto, onde muitas personalidades de origem portuguesa, com o seu talento e esforço, tem conquistado um lugar bem alto. Assim vamos continuar afirmar-nos na sociedade que lhes deu aos nossos pais, a oportunidade de alcançar os seus sonhos de uma vida melhor. E isso é bom que seja conhecido e divulgado.


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OPINIÃO | 23

CARTAS Experiência maravilhosa

Sou filha de pais Portugueses naturais do Porto, Portugal. Tenho 42 anos de idade e confesso que nunca estive muito ligada a Portugal, aos seus hábitos e tradições, até porque nunca tive a oportunidade de saber acerca da terra natal dos meus pais. Eram outros tempos e a vida na Venezuela obrigava-os a largas jornadas de trabalho e o pouco tempo que tinham disponível era para os afazeres de casa. Em casa éramos cinco irmãos e não havia tempo sequer para falar de Portugal. A única relação que praticamente tivemos com as raízes portuguesas foi através da cozinha e dos magníficos almoços que os nossos pais preparavam quando era dia de festa, feriado e na época do Natal. Os meus pais já faleceram entretanto nós todos seguimos caminhos diferentes, sendo eu a única que ficou a viver em Caracas. Por casualidade, outro dia quando estava mudando de canais na televisão de casa, de forma a me habituar ao sistema de televisão por satélite, apanhei alguém a falar como os meus pais falavam em casa entre si. Fiquei ali presa por momentos e lembrei-me muito deles. Mas fiquei com muita mágoa por não ter falado com eles acerca das suas

vidas de emigrante, do seu país, etc. Quanto ao vosso jornal, agora sou sua leitora frequente porque vim a saber que existia através do canal Globovisión e agora não me perguntem porque sou uma fanática de tudo o que tem a ver com Portugal. Em casa os meus filhos e o meu esposo venezuelanos já me dizem na brincadeira "la portuguesa". Do Correio gosto de ler a secção "Histórias de Vida" e fico com muita pena não ter escrito a história dos meus pais, porque já faleceram. Entretanto em casa trato de recuperar tudo o que era dos meus pais e que tenham a ver com Portugal e tenho levado com cada surpresa que nem imaginam, desde música em cassetes que tinham guardadas com muito cuidado, algumas fotos antigas da família e até cartas dos parentes que tenho em Portugal. Maria Judith G. Mendez

Um palco de luxo Já se aproxima um dos eventos da comunidade portuguesa mais importantes do ano. Trata-se do Festival de Folclore Português. As duas edições anteriores deste evento de grande envergadura

foram realizadas em clubes sociais portugueses. Na ocasião que agora se apresenta temos uma oportunidade que não deve ser desprezada. A importância de ter um dos recintos de actividades mais importantes da Venezuela como é a infra-estrutura do Poliedro de Caracas. Os portugueses deviam aproveitar este palco para fazer a maior promoção possível do evento, pois é uma oportunidade única para se dar a conhecer a quem ainda não esteve em contacto com o mais típico e tradicional da nossa cultura como é a riqueza do folclore português. No entanto, não tenho visto que até a data se tenha feito alguma divulgação desta iniciativa onde participam um importante número de grupos. Peço ao Correio de Venezuela que divulgue esta iniciativa pois muito nos podemos projectar como comunidade com esta valiosa iniciativa. Não percamos esta oportunidade. É hora de dar valor a uma das manifestações culturais mais ricas da nossa "portugalidade". Sidónio Pereira A.

Ressaltar o bom Quero felicitar as constantes

iniciativas do Correio de Venezuela de ressaltar nas suas páginas as façanhas da nossa comunidade, especialmente das segundas e terceiras gerações. O caso de um lusodescendente que obteve um lugar destacado na competição de "Aguas Abiertas", cruzando os rios Orinoco e Caroní, é digno de destaque. E é bom que o Correio publique este tipo de notícias, pois para além de reconhecer o trabalho deste jovem, permite também que a comunidade tenha orgulho de façanhas como esta. Ainda para mais quando se trata de uma proeza desportiva em que convém salientar o esforço, constância e dedicação que são precisos para poder ficar num lugar de destaque neste tipo de competições. São estas notícias que o Correio deve promover, pois são as que devem ajudar a melhorar o nome da nossa comunidade na Venezuela. Felicito também as três jovens que foram seleccionadas para representar a Venezuela no Encontro de Jovens em Lisboa. Oxalá possam levar o que de melhor há na nossa comunidade e que possam trazer projectos que sejam aplicados para melhorar o contacto com as nossas raízes lusas. Felicidades a toda a equipa do Correio. Paula Gonçalves

InquéRITo:

Có mo vê as manifestações que se têm realizado contra a violência no país? Acha que contribuem para alguma coisa? Carlos Gonçalves Estudante

"Penso que as manifestações podem servir para que as pessoas tomem consciência, pois cada vez morrem mais pessoas vítimas da violência. Pode-se dizer que são a forma mais directa de fazer com que as nossas vozes sejam escutadas. O problema é que as autoridades do país não dão a importância que estas iniciativas merecem. E os assassinatos, roubos e sequestros continuam ocorrendo sem que ninguém faça nada para os impedir".

Natali de Sousa Publicitária

"Considero que são a única forma que temos para nos expressarmos e não creio que sejam acções passageiras, pois pelo menos estão na memória dos venezuelanos. Por outro lado, creio que as autoridades deviam deixar de semear ódio e dividir o país, que é o que me parece que estão fazendo, e trabalhar pelo cumprimento das leis para acabar com a violência".

Jessica Jardim

Administradora

"Creio que é algo que se tem de fazer para que o Governo se dê conta do que se está passando, porque muitas vezes eles estão lá em cima e não vêm o sofrimento dos que estamos cá em baixo. Acções como estas são as que nos permitem expressar o que vai na nossa alma colectiva, mas as autoridades venezuelanas são as que têm de pegar na batuta para acabar com a forte onde de violência que se intensificou nos últimos dias no nosso país".

Inés Pereira

Lic. em Computação

"Parece-me que as marchas contribuem para ressaltar que precisamos de uma maior segurança no país. Naturalmente, sempre e quando tais manifestações não sejam por sua vez violentas, pois é precisamente isto que queremos que acabe. Mas acho que é necessário pôr em prática mecanismos criativos para chamar a atenção do Governo porque estamos vivendo um momento de insegurança terrível."


24 | ECONOMIA

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Um “ cantinho” italiano “ gerido” por portugueses Jean Carlos de Abreu jeancarlos@correiodevenezuela.com

m Caracas, na urbanização Santa Mó nica, quatro portugueses, três oriundos da Ponta do Sol e um do Porto, mais um lusodescendente inauguraram um hotel que conta com 36 habitações e um restaurante de comida italiana. “ Venecia” é uma pousada que conta com um serviço prestado com uma atenção personalizada por parte dos pró prios donos, os quais consideram que o cliente deve ser “ sempre bem atendido” . Do lado da gastronomia também não existe nenhuma preocupação, já que “ El Fornaretto” , situada no andar debaixo do hotel, é especialista em comida italiana e internacional e presta serviço directo à pousada. Segundo explicou o gerente do restaurante, João Batista da Silva, oriundo da Ponta do Sol, Madeira, a pousada está qualificada como “ espaço familiar três estrelas” , sendo que a ideia subja-

E

cente é brindar com o melhor serviço possível aos clientes. Anteriormente, “ Venecia” não era propriamente um hotel senão um edifício que desde o ano de 1991 não tinha inquilinos. Os lusos compraram a propriedade e mantiveram-na desocupada até decidir qual seria a utilização, a qual passou por remodelar o edifício e convertê-lo numa pousada. “ Não contamos com cozinheiros lusitanos que preparem pratos portugueses, mas mesmo assim conseguimos oferecer comida típica lusa” , afirma Batista, quando explica que há pessoas que perguntam por algumas especialidades da gastronomia de Portugal. Neste sentido, realça que a comida e as pizzas que preparam no estabelecimento “ são excelentes” , porque a sua maior clientela é da comunidade italiana. Agora estes empresários esperam que “ Venecia” e “ El Fornaretto” se convertam em lugares predilectos para os hó spedes poderem descansar e comer, tudo num mesmo lugar.

Preço do petró leo preocupa ricos

reunião dos sete países mais ricos, o G7, terminou sexta-feira em Washington com os ministros das Finanças a apelarem aos investimentos no petró leo, para fazer face à escalada dos preços nos mercados internacionais. Reunidos num momento em que os preços do crude têm batido sucessivos máximos histó ricos, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Japão, Reino Unido, França e Itália consideraram a

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valorização do “ ouro negro” como um risco para o crescimento econó mico, apesar das economias terem resistido melhor que o esperado. As cotações do petró leo subiram pela primeira vez acima dos 75 dó lares na ú ltima semana, impulsionadas pela crise iraniana e por dú vidas quanto ao aprovisionamento de combustíveis nos EUA. “ O investimento é crucial e os países produtores devem assegurar um ambiente estável e seguro” , refere o comunicado final da reunião do G7, num “ recado” à Venezuela e à Nigéria em particular e aos países da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petró leo), que terão uma mini-conferência em Doha durante o fim-de-semana. Aos países consumidores, o G7 apelou a medidas de poupança de energia e de diversificação das fontes energéticas, “ de forma a melhorar o equilíbrio entre a oferta e a procura” .

O restaurante também oferece comida típica lusa

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ECONOMIA | 25

Artes de culinária e plástica num só lugar restaurante Avanti, situado na avenida principal de Las Mercedes, combina a arte culinária e a beleza das artes plásticas, graças à diversidade de quadros que se encontram à venda no estabelecimento especializado em comida italiana. Esta iniciativa surgiu de Omaira Mora, encarregada da galeria de arte RM e representante artística das obras que se encontram em exposição em alguns salões do restaurante Avanti. David Neves, encarregado do local, apoiou esta ideia tanto para darlhe um toque especial ao restaurante, como para apoiar a arte plástica venezuelana. A galeria conta com obras de Guidaly Castro, Arecio Moscada, Marilyn Duarte, Jorge Santana, Vadillo, Ricardo González, Duglas Có rdoba. As idades destes artistas variam entre os 30 e os 40 anos. A maioria deles são oriundos de San Cristó bal, estado Táchira,

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graduados na escola de arte Manuel Osorio Velasco. E outros artistas de Caracas graduados na escola de arte Cristó bal Rojas. Os temas que expressam cada um dos quadros são livres. Na sua maioria são paisagens e cada um tem um significado especial. Todas as obras estão à venda e os preços oscilam entre um e cinco milhões de bolívares. Segundo Mora, ao longo do ano de vida que já conta a galeria no restaurante, já foram vendidos aproximadamente 15 quadros e os compradores foram quase todos portugueses. Esta combinação entre galeria de arte e restaurante está sendo difundida há cerca de três anos em Caracas. Segundo a representante artística, este modelo chama muito a atenção dos clientes. “ As obras estão ali para deleite dos visitantes, enquanto desfrutam da sua comida. Esta é a ideia principal, para além de ser uma forma de apoiar e salvar a arte na Venezuela” , finaliza Omaira.

Esta combinação entre galeria de arte e restaurante está sendo difundida há cerca de três anos em Caracas


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Porto com voos para 3 grandes cidades TAP assinala a inauguração de voos directos do Porto para Rio de Janeiro e São Paulo, com início em 8 de Maio, e Nova Iorque em 6 de Junho, com o lançamento de tarifas promocionais a partir de 398 Euros. Estas ligações di-

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breves

TAP inicia operação Paris A TAP iniciou no dia 21 de Abril a operação de dois voos diários de Lisboa para Paris – Charles De Gaulle, aeroporto em que se concentra a operação de todas as companhias da Star Alliance que servem Paris. Com estes novos voos a TAP passa a oferecer, todos os dias, sete frequências Lisboa/Paris/Lisboa – das quais cinco para Orly – e mais três, também diárias, entre o Porto e Paris.Uma vez que todas as companhias membros da Star Alliance operam em Charles De Gaulle, está prevista a sua co-instalação futura num espaço comum no novo Terminal 1 resultante dos trabalhos de beneficiação em curso até próximo do final de 2008, com vantagens consideráveis esperadas ao nível da qualidade e facilidade do serviço prestado aos Clientes, bem como no domínio das sinergias a alcançar com a sua utilização. Por outro lado, a centralização da operação das companhias da Star Alliance em Charles De Gaulle, permite, desde logo, à TAP a oportunidade de captar não só o tráfego designado ponto a ponto, mas igualmente um volume significativo de tráfego de ligação.

rectas passam a ser operadas nos novos equipamentos Airbus A330 recentemente adquiridos pela Companhia. Com o início destas operações directas da TAP para o Brasil e E.U.A. a partir do Porto, prossegue a estratégia de expansão da Rede, correspon-

dendo quer ao aumento da procura destes destinos quer ao crescimento dos volumes de tráfego originados à partida do Norte do País. Assinalando a abertura destas novas linhas directas, a TAP lançou tarifas promocionais: desde 398 EUR em Classe Econó mica para

Nova Iorque – a partir de 8 de Maio -, e 498 EUR para os destinos brasileiros - também em Econó mica e a partir de 6 de Junho. Estas tarifas aplicam-se em viagens de ida-evolta, sem taxas e estão sujeitas a condições especiais. Com venda imediata até 15 de Jun-

ho, os regressos devem ocorrer, no máximo, até 1 de Julho. As operações iniciam-se a 8 de Maio, com voos às terças, quintas e sábados - entre o Porto e São Paulo, às 11h15 -, e de São Paulo para o Porto - às terças, quintas e Domingos pelas 18h55.


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III Divisão - Série A ?ª Jornada A Cabeceirense - ADC Correlhã Brito SC - CD Cerveira FC Amares - Merelinense FC FC Vinhais - Desp. Monção Mondinense FC - AD Esposende SC Maria Fonte - GD Valpaços SC Mirandela - GD Joane SC Valenciano - GD Bragança SC Vianense - AD Oliveirense

III Divisão - Série B ?ª Jornada AD S. Pedro Cova - Ermesinde SC CD Cinfães - Torre Moncorvo CR Ataense - ADR Tarouquense Leça FC - FC Tirsense Lusitânia FC Lourosa - SC Rio Tinto Padroense FC - Vilanovense FC Rebordosa AC - Descansa SC Vila Real - AC Vila Meã UD Valonguense - Canedo FC

1-1 2-0 1-1 1-0 1-1 2-1 2-1 0-3 3-2

Classificação J V E D 1º SC Maria Fonte 2º GD Bragança 3º SC Mirandela 4º GD Joane 5º Brito SC 6º FC Amares 7º AD Oliveirense 8º Merelinense FC 9º A Cabeceirense 10º CD Cerveira 11º FC Vinhais 12º Mondinense FC 13º SC Vianense 14º Desp. Monção 15º AD Esposende 16º ADC Correlhã 17º GD Valpaços 18º SC Valenciano

30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30

20 19 19 16 15 16 12 12 12 9 9 9 8 7 6 7 6 5

7 9 7 10 7 4 9 9 5 12 6 5 7 6 9 4 4 6

G

P 67 66 64 58 52 52 45 45 41 39 33 32 31 27 27 25 22 21

?ª Jornada (?-?)

Classificação 5 7 7 6 10 9 9 7 12 10 11 11 14 12 13 15 15

14 14 12 11 11 12 11 9 11 10 12 10 10 7 6 6 6

9 8 10 9 8 5 8 13 7 10 4 8 8 9 10 6 4

6 7 6 8 9 11 10 6 10 8 13 10 10 12 12 16 18

G

P

37-22 41-31 41-25 35-25 40-31 39-37 33-34 44-32 38-38 36-31 32-44 37-41 36-43 30-40 26-37 27-34 31-58

51 50 46 42 41 41 41 40 40 40 40 38 38 30 28 24 22

1º Dezembro - C. Lobos Atlético - Tires Fut. Benfica - Vialonga Loures - Alcochetense Machico - Cacém Montijo - Santana Ouriquense - O Elvas Sintrense - Caniçal Vilafranquense - Carregado

33-24 42-32 33-23 46-34 38-28 40-26 32-29 35-29 32-35 25-25 44-42 26-33 20-30 30-39 26-33 22-37 23-48

P 53 51 51 47 47 46 43 41 39 34 33 31 30 30 29 25 23

?ª Jornada (?-?) A Beneditense CD - GD Sourense AC Marinhense - GDR Monsanto CA Mirandense - CA Riachense Caldas SC - GC Alcobaça CD Amiense - Eléctrico FC GD Peniche - Descansa GDR Bidoeirense - GD "O Vigor da Mocidade" Sertanense FC - AD Fundão UD Caranguejeira - CU Idanhense

1º Carregado 2º Atlético 3º Machico 4º C. Lobos 5º Cacém 6º 1º Dezembro 7º O Elvas 8º Sintrense 9º Alcochetense 10º Caniçal 11º Montijo 12º Vialonga 13º Santana 14º Fut. Benfica 15º Loures 16º Ouriquense 17º Tires 18º Vilafranquense

30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30

17 18 16 14 14 13 12 13 11 12 11 11 8 9 10 7 5 5

9 5 8 9 7 8 9 4 9 5 8 6 11 6 3 8 7 6

4 7 6 7 9 9 9 13 10 13 11 13 11 15 17 15 18 19

7 8 6 8 9 9 6 8 11 8 9 11 11 10 14 12 18 18

G

P

43-20 49-25 47-33 47-33 38-32 40-35 42-36 31-30 37-36 30-30 35-36 32-32 33-41 28-32 24-36 27-39 27-52 21-53

59 52 50 48 47 47 46 44 43 42 39 37 35 34 32 30 24 14

AD Oeiras - UD Messinense 2-3 Amora FC - GD Sesimbra 1-0 FC Castrense - GD Beira-Mar Mt. Gordo0-2 FC Ferreiras - Lusitano GC Évora 1-3 GD Lagoa - Vasco Gama AC 6-0 GD Monte Trigo - CD Beja 1-2 Juventude SC Évora - Farense - Fut. SADNão Jogado Lusitano FC VRSA - SCM Aljustrelense 2-0 SR Almacilense - Estrela FC Vendas Novas1-2

Classificação G

P

51-25 74-28 46-30 45-46 47-44 43-34 36-33 39-40 35-32 38-38 34-30 37-42 37-36 25-38 42-49 28-47 24-55 31-65

60 59 56 51 49 47 45 43 42 41 41 39 35 33 33 29 22 21

?ª Jornada (?-?) Alcochetense - Sintrense C. Lobos - Vilafranquense Cacém - Montijo Caniçal - 1º Dezembro Carregado - Fut. Benfica O Elvas - Loures Santana - Atlético Tires - Ouriquense Vialonga - Machico

5 7 11 9 8 8 13 11 7 12 12 10 11 13 8 12 6 11

III Divisão - Série F ?ª Jornada

1-1 6-0 1-2 1-1 3-0 2-1 1-2 2-0 0-3

J V E D

18 15 13 13 13 13 11 11 12 10 9 9 8 7 8 6 6 1

AD Valecambrense - CF U. Lamas AD Valonguense - CD Arrifanense CD Estarreja - AD Satão CD Tondela - Anadia FC GD Gafanha - FC Cesarense GD Milheiroense - CRC Souropires GDRC Social Lamas - AD Fornos Algodres SC São João Ver - AA Avanca UD Tocha - CF "Os Marialvas"

Classificação G

J V E D 1º CF U. Lamas 30 30 2º AA Avanca 3º GDRC S. Lamas 30 30 4º CD Tondela 5º CRC Souropires 30 6º SC São João Ver 30 7º AD Valecambrense30 30 8º Anadia FC 9º GD Milheiroense 30 10º AD Valonguense 30 11º FC Cesarense 30 30 12º AD Satão 13º GD Gafanha 30 30 14º UD Tocha 15º AD F.Algodres 30 16º CD Estarreja 30 17º CF "Os Marialvas"30 18º CD Arrifanense 30

?ª Jornada (?-?)

III Divisão - Série E ?ª Jornada

AD Fundão - GDR Bidoeirense 0-0 CA Riachense - GD Peniche 2-0 CU Idanhense - A Beneditense CD 1-0 Eléctrico FC - Caldas SC 0-3 GC Alcobaça - CA Mirandense 0-1 GD "O Vigor da Mocidade" - CD Amiense1-2 GD Sourense - AC Marinhense 4-3 GDR Monsanto - Sertanense FC 2-1 UD Caranguejeira - Descansa

8 6 6 11 5 7 7 11 6 10 9 10 6 9 8 7 8

J V E D 1º AC Vila Meã 29 2º Torre Moncorvo 29 3º L.FC Lourosa 28 4º SC Vila Real 28 5º AD S. Pedro Cova28 6º FC Tirsense 28 29 7º Canedo FC 8º Rebordosa AC 28 9º Ermesinde SC 28 28 10º Leça FC 11º Vilanovense FC 29 12º CR Ataense 28 13º UD Valonguense 28 14º SC Rio Tinto 28 28 15º CD Cinfães 16º Padroense FC 28 17º ADR Tarouquense28

Classificação

AC Vila Meã - UD Valonguense ADR Tarouquense - Lusitânia FC Lourosa Canedo FC - CD Cinfães Ermesinde SC - Padroense FC FC Tirsense - AD S. Pedro Cova Rebordosa AC - CR Ataense SC Rio Tinto - Leça FC Torre Moncorvo - Descansa Vilanovense FC - SC Vila Real

III Divisão - Série D ?ª Jornada

15 15 15 12 14 13 12 10 11 8 8 7 8 7 7 6 5

2-0 2-1

?ª Jornada (?-?)

AD Esposende - SC Maria Fonte AD Oliveirense - SC Valenciano ADC Correlhã - Mondinense FC CD Cerveira - A Cabeceirense Desp. Monção - Brito SC GD Bragança - SC Mirandela GD Joane - FC Vinhais GD Valpaços - FC Amares Merelinense FC - SC Vianense

1º Eléctrico FC 28 28 2º Caldas SC 3º CA Mirandense 28 4º GD Sourense 29 5º GDR Monsanto 29 6º CU Idanhense 29 7º CA Riachense 28 8º UD Caranguejeira 28 9º GD Peniche 29 10º GC Alcobaça 28 11º AC Marinhense 28 12º Sertanense FC 28 28 13º AD Fundão 14º GDR Bidoeirense28 15º A Beneditense CD 28 16º GD "O V. Mocidade"28 17º CD Amiense 28

AA Avanca - GDRC Social Lamas 0-0 AD Fornos Algodres - CD Estarreja 0-0 AD Satão - AD Valonguense 0-1 Anadia FC - SC São João Ver 2-2 CD Arrifanense - GD Gafanha 0-2 CF "Os Marialvas" - AD Valecambrense 1-2 CF U. Lamas - GD Milheiroense 1-0 CRC Souropires - CD Tondela 1-2 FC Cesarense - UD Tocha 5-0

3-0 1-1 1-1 3-0 1-0 1-0

Classificação

3 63-17 2 58-19 4 58-26 4 44-24 8 43-33 10 46-33 9 46-30 9 37-32 13 42-37 9 38-40 15 25-39 16 44-59 15 29-46 17 33-48 15 31-49 19 34-65 20 25-62 19 27-64

J V E D

III Divisão - Série C ?ª Jornada

J V E D 1º E. FC V. Novas 28 2º UD Messinense 28 3º L. GC Évora 28 29 4º AD Oeiras 5º L. FC VRSA 28 6º Juv. SC Évora 28 SR Almacilense 28 7º CD Beja 28 8º Amora FC 29 9º Mt. Gordo 27 10º FC Ferreiras 28 11º GD Lagoa 28 12º Vasco Gama AC 28 13º GD Sesimbra 28 14º SCM Aljustrelense 28 15º FC Castrense 29 16º GD Monte Trigo 28 0 17º Farense

16 14 15 14 12 13 11 10 10 9 9 8 8 9 8 6 2 0

8 10 7 8 12 5 9 7 7 8 8 10 9 6 6 7 3 0

4 4 6 7 4 10 8 11 12 10 11 10 11 13 14 16 23 0

G

P

41-20 40-20 42-25 55-30 46-30 32-22 32-26 32-31 35-36 26-28 37-41 31-35 23-35 26-37 26-35 25-42 15-71 0-0

56 52 52 50 48 44 42 37 37 35 35 34 33 33 30 25 9 0

?ª Jornada (?-?) CD Beja - FC Castrense Estrela FC Vendas Novas - Juventude SC Évora Farense - Fut. SAD - GD Monte Trigo GD Beira-Mar Mt. Gordo - AD Oeiras GD Sesimbra - GD Lagoa Lusitano GC Évora - SR Almacilense SCM Aljustrelense - FC Ferreiras UD Messinense - Amora FC Vasco Gama AC - Lusitano FC VRSA

DESPORTO | 27


28 | DESPORTO

CORREIO DE VENEZUELA - DE 27 ABRIL A 3 DE MAIO DE 2006

Cinco luso-venezuelanos vão à Festa do Desporto Os jovens têm idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos de idade e distinguiram-se em diferentes disciplinas desportivas como a natação, o ténis de mesa, o voleibol e o futsal.

Na “Festa” vão estar filhos de madeirenses emigrados no Canadá, França, Venezuela, Brasil, Austrália, África do Sul, Namíbia, Reino Unido, Bélgica, Alemanha e, como novidade, o Panamá.

Jean Carlos De Abreu jeancarlos@correiodevenezuela.com

inco luso-descendentes, filhos de madeirenses, representam a Venezuela na tradicional Festa do Desporto Escolar organizada pelo Gabinete Coordenador do Desporto Escolar (GCDE), organismo tutelado pela Secretaria Regional de Educação da Região Autó noma da Madeira. Na edição deste ano da “ Festa” vão marcar presença filhos de madeirenses emigrados no Canadá, França, Venezuela, Brasil, Austrália, África do Sul, Namíbia, Reino Unido, Bélgica, Alemanha e, como novidade, o Panamá. Segundo Inácio Pereira, Conselheiro Principal das Comunidades Portuguesas, o qual foi o encarregado de “ recrutar” os atletas que vão viajar para a Madeira, este evento vai con-

C

tribuir para a melhor interacção entre os jovens luso-descendentes e todas os referidos países com os jovens desportistas da Região Autó noma da Madeira. Pereira disse que os cinco adolescentes foram seleccionados com a ajuda dos presidentes que estão à frente dos diversos clubes sociais portugueses na Venezuela. Os jovens têm idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos de idade e distinguiram-se em diferentes disciplinas desportivas como a natação, o ténis de mesa, o voleibol e o futsal. Dos cinco atletas escolhidos, dois pertencem ao Centro Português de Caracas: Carlos Mendes (16), na categoria de futsal, e Alicia da Silva (12), na disciplina de natação. Pelo Centro Social Madeirense de Valência marca presença Ricardo Martins (16), praticante da disciplina de tenis de mesa. O Centro Social Virgem de Fátima

o processo de selecção dos atletas que viajaram para a Madeira foi realizado tendo em conta os desportistas dos diversos clubes portugueses e não apenas os de um clube como sucedia anteriormente. de Guatire estará representado por Elvis de Agrela, atleta do voleibol. Finalmente, Carlos Figueira (18), jogador de futsal, que não pertence a nenhum centro social, foi eleito por Pereira. “ Os filhos dos portugueses que não fazem parte de una instituição também têm direito a participar” . A direcção do Centro Português escolheu o presidente desta institução, André Pita, como representante e acompanhante dos jovens, duran-

te a semana em que estarão na ilha portuguesa, entre os dias 8 e 12 de Maio. Esta iniciativa tem como objectivo principal facilitar a integração e a interacção dos jovens tendo o desporto como pretexto. Nesta ocasião, o processo de selecção dos atletas que viajaram para a Madeira foi realizado tendo em conta os desportistas dos diversos clubes portugueses e não apenas os de um clube como sucedia anteriormente. De há alguns anos a esta parte, a presença de filhos de emigrantes madeirenses tem sido uma das notas de maior destaque na principal manifestação desportiva realizada na Região Autó noma da Madeira. A representação da Venezuela, ao longo dos anos, tem feito sensação no futsal, deixando, inclusive, na Madeira alguns dos seus jovens que procuram singrar no desporto federado.


CORREIO DE VENEZUELA -DE 27 ABRIL A 3 DE MAIO DE 2006

DESPORTO | 29

Nueva Esparta F.C. no “ Academies World Cup 2006” de Madrid participar na prova em duas categorias, integradas por alaxedrezado@gmail.com gumas luso-descendentes da segunda geração. Como parte da prepao pró ximo Verão na capital da Espanha, ração para este prestigioso entre os dias 7 e 13 torneio internacional, as do mes de Julho, vai equipas do Nueva Esparta ser disputado o Campeonato F.C. visitarão as instalações do Mundial de Escolas de Fute- Centro Português de Caracas bol 2006 (Academies World para disputar alguns jogos de Cup 2006), e pela primeira carácter amigável com as vez as cores do nosso país vão congéneres etárias do clube ser representadas por uma social, entre os dias 28 e 30 escola do Estado Nueva Es- do presente mes de Abril. O Torneio e organizado parta. A Escola Nueva Esparta pela conhecida Fundação ReF.C. é a actual equipa campeã al Madrid e são esperadas da categoria de Sub-13 da Il- equipas de mais de 36 países. ha de Margarita e possui nos Para obter mais informação seus quadros vários jogadores sobre as actividades da escoluso-descendentes. Histó rico la, pode escrever ao endereço fornecedor de jogadores de electró nico: nuevaespartafutebol e futsal para as se- futbolclub@gmail.com. lecções estaduais, a escola vai António Carlos da Silva

N

As equipas do Nueva Esparta visitarão o Centro Português para disputar alguns jogos de carácter amigável entre os dias 28 e 30 de Abril


30 | DESPORTO Liga de Honra 31ª Jornada

II Divisão - serie A 27ª Jornada

Beira-Mar - Olhanense Covilhã - Desp. Aves Estoril - Gondomar Feirense - Chaves Leixões - Vizela Maia - Portimonense Marco - Barreirense Ovarense - Varzim Santa Clara - Moreirense

1-0 1-2 1-0 1-0 4-1 0-3 1-2 2-4 2-0

J V E D 17 17 16 13 14 12 12 12 11 11 10 10 10 9 8 7 6 6

G

breves

II Divisão - serie D 27ª Jornada

0-0

"A Designar III" - Esmoriz

Não Jogado

"A Designar" - Portomosense

Não Jogado

Casa Pia - Pinhalnovense

2-0

4-0

Ali. Lordelo - P. Rubras

2-1

C.D. Fátima - Penalva Castelo

3-0

FC Madalena - Oriental

2-0

Famalicão - Torcatense

3-1

Dragões Sand. - Paredes

4-0

Nelas - Benfica C. Branco

3-3

Imortal - Odivelas

3-1

FC Porto B - Rib. Brava

3-0

Oliveira Bairro - Oliveirense

0-2

Louletano - Operário

4-2

Infesta - Espinho

1-0

Oliveira Hospital - U. Coimbra

2-1

Mafra - Real SC

3-1

Pampilhosa - Abrantes

3-2

Olivais Moscavide - Torreense

2-0

Freamunde - União

1-0 Descansa

Ribeirão - Sandinenses

Marítimo B

0-0

Trofense - Lixa

3-1

Vilaverdense - "A Designar"

P

14 1 41-16 65 9 6 44-2960 10 6 45-18 58 11 8 45-31 50 8 10 56-4050 13 7 46-38 49 12 8 37-28 48 10 10 33-31 46 10 11 43-42 43 8 13 43-43 41 11 11 36-36 41 10 12 40-4540 10 12 32-37 40 9 14 31-37 36 10 14 30-39 34 7 18 32-61 28 6 20 34-66 24 6 20 30-61 24

II Divisão - serie C 27ª Jornada

Camacha - At. Valdevez

Não Jogado

Classificação

32ª Jornada (23-04) Barreirense - Estoril Beira-Mar - Vizela Chaves - Maia Desp. Aves - Marco Gondomar - Leixões Moreirense - Feirense Olhanense - Ovarense Portimonense - Covilhã Varzim - Santa Clara

II Divisão - serie b 27ª Jornada

Braga B - Fafe

Portosantense

Classificação 1º Beira-Mar 32 2º Desp. Aves 32 32 3º Leixões 4º Santa Clara 32 5º Gondomar 32 32 6º Varzim 7º Olhanense 32 32 8º Chaves 32 9º Estoril 32 10º Feirense 11º Portimonense 32 32 12º Vizela 32 13º Covilhã 14º Moreirense 32 15º Barreirense 32 16º Marco 32 17º Ovarense 32 18º Maia 32

CORREIO DE VENEZUELA - DE 27 DE ABRIL A 3 DE MAIO DE 2006

J V E D

Descansa

Pontassolense - Lousada

0-1

Rio Maior - Descansa

Sanjoanense - Fiães

1-2

Sp. Pombal - Tourizense

Classificação G

P

J V E D

2-0

Classificação G

P

J V E D

G

1º Lousada

24 14 5 5 37-21 47

1º Oliveirense

24 16 5 3 45-22 53

2º União 3º Fafe

24 13 6 5 27-13 45 24 10 7 7 24-23 37

24 11 10 3 28-16 43 2º Espinho 3º Dragões Sand. 24 12 6 6 37-22 42

2º C.D. Fátima 3º Abrantes

23 13 3 7 37-31 42

11º At. Valdevez 12º Vilaverdense 13º Torcatense 14º "A Designar"

24 10 6 8 41-27 36 24 9 8 7 16-15 35 24 10 4 10 23-26 34 24 8 9 7 21-21 33 25 8 9 8 25-19 33 24 8 8 8 22-21 32 24 7 10 7 25-27 31

4º Paredes Infesta 5º Rib. Brava 6º FC Porto B 7º Esmoriz 8º Marítimo B 9º Pontassolense 10º Ali. Lordelo

25 11 5 9 33-31 38 25 10 8 7 32-32 38 25 9 8 8 28-31 35 24 9 7 8 26-27 34 24 8 7 9 29-31 31 24 9 3 12 33-33 30 24 9 2 13 32-30 29 24 7 7 10 26-36 28 24 6 9 9 28-30 27

24 6 3 15 23-40 21

11º Fiães 12º P. Rubras

24 3 4 17 16-42 13

13º Sanjoanense

24 4 7 13 22-36 19

0 0 0 0 0-0

14º "A Designar III" 0 0 0 0 0-0

24 7 6 11 24-33 27

0

28ª Jornada (23-04) "A Designar" - Portosantense At. Valdevez - Vilaverdense Fafe - Famalicão Freamunde - Descansa Lixa - Camacha Sandinenses - Braga B Torcatense - Trofense União - Ribeirão

25 7 4 14 20-35 25 0

28ª Jornada (23-04) Esmoriz - Sanjoanense Espinho - Ali. Lordelo Fiães - Pontassolense Infesta - Descansa Lousada - Dragões Sand. P. Rubras - FC Porto B Paredes - Marítimo B Rib. Brava - "A Designar III"

23 12 8 3 36-15 44

23 4º Tourizense Pampilhosa 23 5º Penalva Castelo 24 6º Rio Maior 24 7º Sp. Pombal 23 8º Nelas 23 9º Oliveira Bairro 24 10º Benfica C. Branco24

12 4 7 32-22 40 11 7 5 34-26 40 9 6 9 30-35 33 8 8 8 29-30 32 8 6 9 32-28 30 7 9 7 29-27 30 5 11 8 33-35 26 5 8 11 24-39 23

11º Portomosense 24 3 12 9 22-26 21 12º U. Coimbra 23 5 3 15 21-43 18 13º Oliveira Hospital 23 2 6 15 20-45 12 14º "A Designar"

0 0 0 0 0-0

0

28ª Jornada (23-04) Abrantes - Nelas Benfica C. Branco - Rio Maior Oliveira Bairro - Descansa Oliveirense - C.D. Fátima Penalva Castelo - "A Designar" Portomosense - Sp. Pombal Tourizense - Oliveira Hospital U. Coimbra - Pampilhosa

2-2

P

24 14 6 4 39-19 48

25 9 8 8 20-20 35

1-3

SL Benfica B - Vitória Setúbal B

Classificação

1º Trofense

4º Camacha Portosantense 5º Ribeirão 6º Lixa 7º Sandinenses 8º Freamunde 9º Braga B 10º Famalicão

Silves - CU Micaelense

Veteranos

J V E D 1º O. Moscavide 2º Louletano 3º Operário 4º FC Madalena 5º Pinhalnovense 6º Odivelas 7º Mafra 8º Casa Pia 9º CU Micaelense 10º Imortal 11º SL Benfica B 12º Torreense 13º V. Setúbal B 14º Real SC 15º Silves 16º Oriental

28 28 27 27 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28

16 15 14 14 13 14 13 12 11 11 10 11 9 9 5 1

7 7 5 4 7 3 6 5 7 6 8 4 5 5 5 6

5 6 8 9 8 11 9 11 10 11 10 13 14 14 18 21

G

P

43-22 54-29 36-27 30-32 31-25 37-34 41-34 42-43 30-26 41-35 37-38 33-34 31-39 33-43 34-54 18-56

55 52 47 46 46 45 45 41 40 39 38 37 32 32 20 9

28ª Jornada (23-04) CU Micaelense - Mafra Odivelas - Olivais Moscavide Operário - Casa Pia Oriental - SL Benfica B Real SC - FC Madalena Silves - Pinhalnovense Torreense - Louletano Vitória Setúbal B - Imortal

Para a copa “Lélio Ferreira da Rocha” (Super Veteranos) teve lugar a sétima jornada, com os seguintes resultados: Gama Club-3.º Tiempo 02; Marítimo-Vasco da Gama 4-4; AD CamachaNacional 0-2 Na classificação, o 3.º Tiempo igualou o Gama Club no primeiro lugar, ambos com 18 pontos, seguindo-se Câmara de Lobos (12), AD Camacha (9), Beira Mar (7), Marítimo (5), Nacional (3) e Vasco da Gama (1). Na Copa Millenium (Super Master), realizouse apenas o jogo AD Camacha-FC Porto, com os camachenses a ganharem por 5-2 e a reforçarem a liderança na prova, agora com 9 pontos. Gama Club e FC Porto têm 3 pontos, enquanto Nacional e Benfica ainda não pontuaram.

Rooney bate Ronaldo no melhor jovem jogador

Beira Mar de regresso à I Liga de Futebol

internacional português Cristiano Ronaldo, do Manchester United, voltou a perder para o companheiro de equipa Wayne Rooney a votação de melhor jovem da liga inglesa de futebol, promovida pela associação de jogadores profissionais. Pelo segundo ano consecutivo, o avançado dos “ red devils” reuniu mais votos, superiorizando-se numa lista onde figuravam outros quatro candidatos: Cesc Fabregas (Arsenal),

Beira-Mar garantiu domingo a subida à Liga de futebol, ao vencer em casa a Olhanense, por 1-0, na 32ª jornada da Liga de Honra, que assinalou ainda a despromoção do Barreirense, apesar do triunfo em Marco de Canaveses. Em Aveiro, a equipa treinada por Augusto Inácio garantiu o regresso ao escalão principal do futebol português, apó s uma temporada de ausência. O Beira Mar não pô de fes-

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Darren Bent (Charlton), Aaron Lennon (Tottenham) e Anton Ferdinand (West Ham). Na eleição para melhor jogador da temporada, a escolha recaiu em Steven Gerrard, que contrariou a maioria dos prognó sticos, que apontavam para nova escolha com as cores do Chelsea, provável bicampeão inglês. O clube londrino dominava as candidaturas, com três nomes em cima da “ mesa” , Joe Cole, Frank Lampard e John Terry, o vencedor de 2005.

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tejar desde logo o título, já que era necessário aguardar que o Aves perdesse pontos na deslocação à Covilhã, o que não se verificou. Ali o Aves adiantou-se no marcador aos 64 minutos, com golo de Filipe Anunciação, e elevou para 2-0, com tento de Mércio, aos 78. Os serranos ainda reduziram para 1- 2, por intermédio de Cunha, aos 90, mas o resultado acabou por atirar o Sporting da Covilhã para a zona de despromoção.


CORREIO DE VENEZUELA -DE 27 ABRIL A 3 DE MAIO DE 2006

DESPORTO | 31

Sporting falha « descolagem» Sporting desaproveitou domingo a “ escorregadela” do Benfica horas antes, ao empatar 0-0 na recepção à “ aflita” Naval 1º de Maio, na 32ª jornada da Liga portuguesa de futebol, que consagrou o FC Porto como virtual campeão. O clube “ leonino” não vence há três rondas e manteve dois pontos de vantagem sobre o rival lisboeta, que tinha comprometido pouco antes a presença directa na Liga dos Campeões na pró xima época, ao empatar 1-1 no terreno do Nacional. O Sporting terminou o jogo reduzido a dez jogadores, devido à expulsão do avançado Sá Pinto, que foi admoestado com cartão vermelho directo aos 90 minutos e poderá ter acabado antecipadamente a carreira, caso seja suspenso por dois ou mais jogos. Na Madeira, o Benfica inaugurou o marcador aos 48 minutos por intermédio do italiano Miccoli, mas os insulares igualaram ao “ cair do

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pano” , aos 89, com um tento de Ricardo Fernandes, e mantiveram perspectivas de qualificação para as competições europeias. O Nacional manteve o atraso de um ponto para o Boavista, que abriu sexta-feira a jornada com um empate 1-1 com o Vitó ria de Guimarães (cada vez mais condenado … descida de escalão), a uma semana de as duas equipas se defrontaram na Madeira. Sábado, o FC Porto conquistou matematicamente o 21º título de campeão, ao vencer por 1-0 o Penafiel, num jogo decidido graças a uma grande penalidade marcada por Adriano aos 47 minutos e que esteve interrompido devido a uma invasão de campo dos adeptos. Depois de restabelecida a ordem, os jogadores de ambas as equipas puderam voltar ao terreno de jogo e cumprir o tempo que faltava, evitando a suspensão definitiva da partida e que o FC Porto ficasse impossibilitado de comemorar o 21§ campeonato.

Liga Betandwin 31ª Jornada Académica - Braga Gil Vicente - Rio Ave Nacional - Benfica P. Ferreira - Belenenses Penafiel - FC Porto Sporting - Naval 1º Maio U. de Leiria - E. Amadora V. Guimarães - Boavista V. Setúbal - Marítimo

0-3 1-0 1-1 1-1 0-1 0-0 1-1 1-1 0-1

Classificação J V E D

O Marítimo (8º ) preparase para duas rondas finais tranquilas, depois do triunfo por 1-0 no reduto do Vitó ria de Setú bal (7º ), graças ao golo de Zé Carlos, tal como a União de Leiria, que empatou a uma bola na recepção aos Estrela da Amadora, num confronto entre oitavo e nono classificados. Paços de Ferreira (12º ) e Belenenses (11º ) “ empataram-se” num embate entre duas equipas em luta pela ma-

nutenção: Edson inaugurou o marcador para os anfitriões aos 09 minutos, mas Ruben Amorim estabeleceu o empate a 1-1 aos 26. O Gil Vicente não desaproveitou o facto de defrontar um adversário directo e bateu o Rio Ave por 1-0, escapando por momentos aos lugares de despromoção, com um ponto de vantagem sobre a Naval, que apenas entra em acção mais tarde, no Estádio José Alvalade

32 1º FC Porto 32 2º Sporting 32 3º Benfica 32 4º Braga 32 5º Boavista 32 6º Nacional 7º V. Setúbal 32 32 8º Marítimo 9º U. de Leiria 32 10º E. Amadora 32 11º Belenenses 32 12º P. Ferreira 32 13º Académica 32 14º Gil Vicente 32 15º Naval 1º Maio 32 32 16º Rio Ave 17º V. Guimarães 32 18º Penafiel 32

23 20 19 17 12 13 14 10 11 10 11 10 10 10 10 8 8 2

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32ª Jornada (21-04) Belenenses - Académica Benfica - V. Setúbal Braga - Gil Vicente E. Amadora - Penafiel FC Porto - V. Guimarães Marítimo - P. Ferreira Nacional - Boavista Naval 1º Maio - U. de Leiria Rio Ave - Sporting

P

6 3 50-14 75 6 6 46-23 66 7 6 49-26 64 6 9 37-20 57 13 7 36-27 49 9 10 38-31 48 3 15 27-31 45 12 10 35-34 42 8 13 37-40 41 9 13 29-33 39 5 16 40-41 38 8 14 34-47 38 7 15 35-46 37 6 16 35-41 36 6 16 34-46 36 10 14 31-45 34 10 14 27-37 34 9 21 21-59 15


CORREIO DE VENEZUELA - DE 27 ABRIL A 3 DE MAIO DE 2006

Embaixador despede-se da Venezuela

ÚLTIMA horA 25 Abril: Manifestação em Lisboa aproveitada para contestação laboral e social Milhares de pessoas encheram terçaferia a Avenida da Liberdade, em Lisboa, para evocar o a Revolução do 25 de Abril de 1974 e protestar contra algumas medidas do Governo nas áreas laboral e social. Segundo a PSP, cerca de 5.000 pessoas compunham o desfile que partiu do Marquês de Pombal pouco depois das 15:00 em direcção ao Rossio, onde os primeiros manifestantes começaram a chegar cerca de uma hora depois.

Convergência da esquerda da Madeira contra Jardim A comunidade agradeceu a disponibilidade e cercania que sempre demostrou o diplomata

Aleixo Vieira aleixo@correiodevenezuela.com

jantar de despedida do embaixador José Manuel da Costa Arsénio realizou-se a passada sextafeira, 21, no Centro Português, em Caracas. O anfitrião da noite, André Pita, presidente do Centro Português de Caracas, agradeceu a simplicidade e humildade do embaixador e desejou-lhe muito êxito no desempenho das suas novas funções. Por sua parte, o Padre

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Alexandre Mendonça lamentou a saída do diplomata. “ Tudo o que é bom dura pouco” , disse, pedindo que as autoridades estejam mais perto da comunidade a exemplo do que fez Costa Arsénio. “ Nem sempre sentimos a mesma cercania que sentimos consigo” , lembrou. Maria Fernanda Moreira, presidente da associação de Damas de Beneficência de Caracas agradeceu toda a atenção e disponibilidade prestada a esta instituição durante o seu período profissional na Venezuela.

“ Estaremos eternamente agradecidas” , disse. O embaixador de Portugal, José Manuel da Costa Arsénio, retribuiu os agradecimentos feitos por aqueles membros da comunidade portuguesa na Venezuela. “ Os períodos são curtos quando não são vividos na sua plenitude” , disse, justificando a sua curta estadia profissional neste País. No que diz respeito ao plano mais profissional relacionado com os assuntos bilaterais o diplomata referiu “ que nossa missão foi

assegurar o bom relacionamento entre os dois países” . Voltando à comunidade, disse que a experiência mais gratificante foi o carinho das pessoas. “ Eu e a minha esposa (quem foi motivo de muitos elogios durante a noite) saímos daqui deixando muitos amigos” . A concluir disse que a “ Venezuela e a comunidade foi um momento marcante na minha carreira diplomática” . Acosta Arsénio vai tutelar a direcção de serviços dos Assuntos Consulares em Portugal a convite de Antó nio Braga.

Os partidos de esquerda congregados na “Comissão Coordenadora do 25 de Abril de 2006” acusaram terça-feira o presidente do Governo Regional e líder do PSD-M, Alberto João Jardim, de limitar a democracia e as liberdades na Região Autónoma da Madeira. Os partidos PS-M, PCP-M e BE-M comemoraram hoje o 32/o aniversário do 25 de Abril de 1974 na cidade de Machico pelo facto de a maioria social-democrata na Assembleia Legislativa ter declinado comemorar, em sessão solene, neste hemiciclo, a Revolução dos Cravos que instituiu em Portugal a democracia após 48 anos da ditadura do Estado Novo. No comício-festa em Machico participaram cerca de 400 pessoas.


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