Correio da Venezuela 153

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“ Harina Pan” falsificada

Clube volta aos portugueses

Importador da famosa farinha queixa-se de contrabando Página 24

No Curaçau, a gestão do clube volta às mãos lusas Página 10

www.correiodevenezuela.com

O jornal da comunidade luso-venezuelana

ano 07 – N.º 153 - DePósito LegaL: 199901DF222 - PubLicação semanaL

caracas, De 20 a 26 De abriL De 2006 - VenezueLa: bs.: 1.000,00 / PortugaL: € 0,75

Semana Santa fatal para 2 portugueses Dois madeirenses perderam a vida quando a sua viatura se descontrolou e acabou nas águas do rio Guaire

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Tacagua: Vivendas de famílias lusas ficaram danificadas com explosão Página 11 Três lusodescendentes seleccionados para Encontro Mundial em Lisboa Página 11

Uma casa portuguesa á moda do Porto

Caracas e Valencia com um ú nico cô nsul Maracaibo e Puerto Ordaz esperam ainda pela reactivação dos seus respectivos consulados honorarios

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2 | EDITORIAL Fumo sem fogo? CORREIO DE VENEZUELA - DE 20 A 26 DE ABRIL DE 2006

Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Jornalistas: António da Silva, Carlos Orellana Jean Carlos de Abreu, Liliana da Silva, Noélia de Abreu, Tábita Barrera, Victoria Urdaneta e Yamilem Gonzalez Correspondentes: Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira e Miguel Rodrigues Publicidade e Marketing: Carla Vieira Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: Samuel Calzadilla Distribuição: Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela Endereço: Av. Los Jabillos 905, com Av. Francisco Solano, Edif. Torre Tepuy, piso 2-2C, Sabana Grande - 1050 Caracas. Endereço Postal: Editorial Correio C.A. Sabana Grande Caracas - Venezuela Telefones: (0212) 761.41.45 Telefax: (0212) 761.12.69 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodevenezuela.com Tiragem deste número: 10.000 exemplares

s recentes insinuações sobre cidadãos portugueses que residem na Venezuela, acabaram por denegrir toda a Comunidade lusa. Na base das declarações que originaram toda a desconfiança estão factos concretos. Felizmente parece não se confirmar o envolvimento directo de portugueses, mas como “ não há fumo sem fogo” , aí estão as constatações de que os tais cidadãos portugueses vieram à baila por causa de outras actividades ilícitas... De nada valerá reclamar inocência se se comprovar que os portugueses implicados se dedicavam a outras práticas ilegais, mesmo que não directamente relacionadas com os

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crimes cometidos. De facto, promover malabarismos com telefones, lesando empresas e o Estado venezuelano, não podem nunca merecer a concordâ ncia de quem tem responsabilidades na sociedade em que nos inserimos. Resta-nos a fraca consolação do crime real ser menos gravoso que o crime principal. Mas, no mínimo, deveria ficar a lição. A Venezuela tem fama de ser um dos expoentes máximos do pior que se imagina na América Latina. Ter portugueses a contribuir para essa imagem não é a melhor maneira de agradecer a este País as oportunidades que nos abriu. E que continua a abrir.

O CaRTOON Da SEMaNa Dizem que a Madeira já tem uma praia artificial...

Ou seja, como se dizia antigamente, os madeirenses têm uma «praia postiça»...

Fontes de Informação: DIÁRIO de Notícias da Madeira Jornal de Notícias Agência de Notícias LUSA O Correio de Caracas não se responsabiliza por qualquer opinião manifestada pelos colaboradores ou assinantes nos artigos publicados, garantindo-se, de acordo com a lei do jornalismo, o direito à resposta, sempre que a mesma seja recebida dentro de 60 dias.

a SEMaNa MUITO BOM Finalmente, Portugal decidiu-se a promover a nossa Pátria como destino turístico para os seus Emigrantes. No passado, repetidas referências fizemos a essa grave lacuna, numa falta de visão gritante. De facto, as várias gerações de portugueses que residem fora de Portugal constituem um potencial para o País, sobretudo na área do Turismo. Parabéns também pela escolha dos protagonistas da campanha promocional.

BOM Na Madeira, o Centro das Comunidades Madeirenses constitui um importante elo de ligação aos conterrâneos que se fixaram por esse mundo fora. Ali se encontra o apoio possível para as mais diversas situações que se depararam a quem está longe da sua terra. Desde pessoas a título individual a organizações diversas, todos encontram ali algumas respostas para as suas dificuldades do momento. Um exemplo que deveria ser seguido também noutras regiões de Portugal.

MaU É vergonhoso que o Estado português, através dos seus canais públicos de televisão - designadamente a RTPInternacional - não consiga viabilizar algo tão simples como a transmissão de jogos de futebol em Portugal, que se revelem importantes. Foi o caso do último Sporting-FC Porto. É uma pena para os mais velhos! Porque os mais novos, esses, já se habituaram a seguir os feitos do Real Madrid ou do Chelsea, cujos jogos passam aqui com bastante regularidade.

MUITO MaU A quadra pascal reavivou os propósitos da comunidade em Guatire, que desde há muito tempo se propôs edificar o Santuário da Virgem de Fátima. Uma comissão composta por meia dúzia de entusiastas revela uma vontade extrema. Mas boa vontade não chega... Este é um exemplo de projectos anunciados por várias instituições ou grupos de pessoas. Passado algum tempo, acabam por ser relegados para o esquecimento, porque não foram devidamente ponderados nos seus múltiplos aspectos.

El Correio de Caracas, no se hace responsable por las opiniones manifestadas por los colaboradores o firmantes, garantizando, de acuerdo a la Ley, el derecho a respuesta, siempre que la misma sea recibida dentro de 60 días.

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Caracas e Valência atendidas por um só cô nsul Délia Meneses deliameneses@correiodevenezuela.com

esde o passado dia 2 de Março, o Consulado Geral de Portugal em Caracas encontra-se sem cô nsul. Fernando teles Fazendeiro, quem vinha desempenhando tais funções, deixou o posto consular para dirigir temporariamente o consulado português de Luanda, em Angola. Devido à ausência deste funcionário, o Ministério dos Negó cios estrangeiros decidiu que o actual cô nsul geral de Valência, Rui Monteiro, seria incumbido de exercer também as funções inerentes à sede consular de Caracas. A decisão entrou em vigor no passado 17 de Abril. Assim, segundo apurou o Correio, nos primeiros quatro dias da semana, Monteiro estará no Consulado de Caracas, e só na sextafeira atenderá os assuntos da sede de Valência. este método de trabalho continuará nestes moldes até o pró ximo mês de Outubro, quando Fazendeiro regressará a Caracas, como está previsto. Monteiro encontra-se à frente do Consulado de Valência desde Janeiro de 2004. Antes de chegar à Venezuela tinha exercido funções consulares durante oito anos em

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Budapeste, Hungria. Brasil e Venezuela são os ú nicos países da América Latina que dispõem de dois consulados gerais de Portugal. A importâ ncia numérica da comunidade portuguesa em ambos países faz com que estas representações diplomáticas pareçam insuficientes face as necessidades das pessoas que diariamente a elas comparecem à procura da resolução de um sem nú mero de problemas de índole diversa. Agora ambas sedes, Caracas e Valência, estão nas mãos de um só funcionário diplomático, que deverá atender também as solicitações que sejam feitas pelos respectivos consulados honorários. Adstritos ao Consulado Geral de Valência existem cinco consulados honorários, situados em Barquisimeto, Guanare, Maracaibo (sem cô nsul na actualidade), San Cristobal e Maracay. Por seu turno, o Consulado Geral de Caracas tutela os consulados honorários de Curaçau, trinidad e tobago, Bonaire, St Jones, Kingston, Suriname, Margarita e Puerto Ordaz. este ú ltimo permanece inactivo. O Consulado de Caracas tem mais de 218 mil utentes inscritos. em 2005 levou a cabo mais de 43 mil actos consulares e diariamente atende mais de 200 pessoas. O Consulado de Caracas atende diariamente mais de 200 pessoas

Maracaibo e Puerto Ordaz à espera de consulados honorários Tábita Barrera tabita@correiodevenezuela.com

eagindo aos cerca de 50 processos consulares que são enviados semanalmente para Caracas provenientes de Puerto Ordaz, há aproximadamente dois anos e meio, a comunidade portuguesa que reside no estado Bolívar começou a reivindicar a abertura de um Consulado honorário na localidade. Apesar de tudo, o pedido ainda não teve resposta, facto que não serve para demover os cidadãos, que estão convictos de que ali é necessária a criação de um posto consular.

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De acordo com Víctor Vieira, Presidente do Centro Português de Puerto Ordaz, numa reunião mantida com os conselheiros no passado mês de Dezembro, estes informaram-lhe que devido à mudança ao nível do titular da embaixada a gestão do assunto em apreço ia demorar um pouco mais, pelo que não se devia pensar que o caso estivesse de alguma forma parado. “ Até hoje não me disseram mais nada, apenas que estavam considerando o caso” , observou Vieira. No mesmo encontro informou que já havia uma pessoa que contava com o apoio dos

cidadãos para exercer as funções de cô nsul na zona, para o caso de o requerimento ser aprovado. “ Pensamos que Carlos Rocha Valente está completamente preparado para ser cô nsul honorário. Aliás, ele já tem conversado com as autoridades encarregadas do caso e tem todo o apoio da comunidade” , acrescentou.

MARACAiBO CONtiNuA “ à DeRiVA” Por outro lado, Jesuinho Brito, ex-cô nsul honorário de Maracaibo, cargo que deixou em Julho de 2005 por motivos de saú de, explicou que no es-

tado Zulia a situação permanece igual daí que ainda se esteja a espera da nomeação de alguém para se encarregar dos destinos dos consulado. Neste sentido, indicou que em Outubro do ano passado teve a oportunidade de reunir-se em Valência com Antó nio Braga, secretário de estado das Comunidades Portuguesas, quem não manifestou interesse pelos consulados honorários, segundo Brito “ tanto o embaixador como o secretário demonstraram a sua apatia quanto aos consulados honorários se refere, atitudes que não consigo compreender porque são estes entes

que se deviam de ocupar em aliviar os serviços dos consulados gerais” , observou Brito, lembrando que foi em “ Maracaibo que se registou o maior nú mero de votantes na ú ltimas eleições presidenciais de Portugal. É evidente que tais sedes são necessárias” , expressou. De igual modo, Brito assegurou que vai continuar a lutar pela resolução do actual problema e que, enquanto tal dia não chega, vai manter o seu apoio aos cidadãos da localidade zuliana, ao contribuir com a recepção e envio dos pedidos que as pessoas formalizam.


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Dois lusos morreram em acidente de viação na Sexta-feira Santa António Carlos da Silva F. axedrezado@gmail.com

s tristemente habituais estatísticas mortais que acompanham sempre as celebrações da Semana Santa materializaram-se em tragédia em dois lares lusitanos de Catia, na zona Oeste da capital venezuelana. Um violento acidente automó vel roubou a vida a Leonardo de Sousa Gomes de 44 anos, natural do sítio da Furna, Madeira, e José Manuel dos Santos Pereira, de 39 anos, também madeirense, que viajavam pela auto-estrada principal caraquenha Francisco Fajardo, a bordo de uma viatura Volkswagem, modelo Golf. Por volta das 22:42 ho-

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ras de Sexta-feira Santa, no sítio alto de El Paraíso, a viatura perdeu o controlo e bateu contra as defesas da auto-estrada, despenhandose depois nas águas do Río Guaire. Várias equipas dos Bombeiros Metropolitanos, chegaram ao lugar do acidente e resgataram o corpo sem vida de José Manuel dos Santos e a José Vizcaya - outros dois ocupantes da viatura - que sofreram várias feridas e traumatismos. O cadáver de Leonardo de Sousa Gomes apareceu apenas no dia Sábado pela 7:30 horas da manha, a boiar vários quiló metros rio abaixo perto de Ciudad Banesco, em Bello Monte, sendo descoberto por funcionários da polícia de Baruta. A esposa do falecido

encontrava-se na Madeira, para onde tinha viajado com urgência no passado dia domingo devido ao estado grave de saú de da sua avó , que acabou por falecer na terça-feira. José Manuel dos Santos era proprietário de uma loja de bebidas e Leonardo de Sousa era proprietário de um restaurante, ele localizado na Avenida Sucre de Catia. Morava no Edifício Residencias del Oeste da Avenida Circunvalació n. A sua morte deixou consternados a todos os vizinhos e conhecidos das vítimas, especialmente os que nutriam um enorme apreço e carinho pelos portugueses. Ambos comerciantes madeirenses falecidos deixam viú vas e O carro despenhou-se nas águas do Río Guaire por volta das ó rfãos. 22:42 horas de Sexta-feira Santa


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“ A guerra é uma marca que fica para sempre” Quando se vão cumprir 32 anos da chamada “ Revolução dos Cravos” três ex-combatentes contam a sua experiencia nos territórios de Angola, Moçambique e Guine Bissau na de combate. Devíamos racionar a água e a comida, dormir em tendas de campanha suportando chuva” , recorda Batista. Com a sua família mantinha contacto unicamente através de cartas. Foi ferido em duas ocasiões, em ambos casos por causa de fortes explosões. Numa delas perdeu a audição no ouvido direito para sempre, devido ao forte impacto, que também lhe provocou um ferimento na cara. Em 1974 voltou à ilha da Madeira e partiu para a Venezuela. “ O que vivi... foi muito difícil e é uma marca que levarei para sempre. Mas aprendi a viver com isso” , assegura Batista.

Jean Carlos de Abreu Yamilem Gonzalez

uitos dos combatentes portugueses no Ultramar regressaram imediatamente ao seu país depois do 25 de Abril, o movimento militar liderado por capitães dos três ramos das Forcas Armadas Portuguesas que acabou com a mais velha ditadura da Europa Ocidental. O ano 1961 marca o princípio do fim do império colonial português. Mas será só depois do 25 de Abril de 1974, quando foram negociadas as tréguas entre os diferentes movimentos de libertação de Angola, Moçambique e Guiné-Bissau que estes países ascenderão à independência. Na Venezuela são muitos os emigrantes que antes de terem tomado a decisão de emigrar tiveram que “ lutar contra o inimigo” . É o caso de João Teixeira de Sousa, oriundo da Ponta do Sol, Madeira. Com 20 anos de idade prestou serviço militar em Angola no ano de 1971. Enquanto esteve em Luanda, a situação política manteve-se “ calma” . Este luso cumpriu o papel de escolta nas barreiras de controlo de estradas. A vida militar “ não foi fácil” para o madeirense, porque teve muitas vezes de viver entre a intempérie e lutar com os animais selvagens para sobreviver, entre eles cobras de grande dimensão. Em finais de 1974 e princípio de 1975, Luanda converteu-se em zona de fogo quando começou a cair a di-

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Batista Teixeira

João Teixeira de Sousa

tadura de Salazar em Portugal. Durante vários meses, mais de 500 mil pessoas morrem por defender uma causa. Quando caiu a ditadura de Oliveira Salazar, o ex-combatente recorda que o povo da Madeira saiu às ruas para festejar. No entanto, disse que outros preferiram viver no regime ao qual já estavam acostumados. “ As coisas passaram porque assim teve de ser. Apesar de muitos de nó s não queremos a guerra, tivemos de cumprir o nosso dever” .

Moniz, emigrou em 1970 para a África do Sul. Tinha apenas 20 anos de idade e partia em busca da tão ansiada estabilidade econó mica. Interceptado em Moçambique foi recrutado pelo exército português por não ser portador de documentação. A partir dessa data viveu os 40 meses mais difíceis da sua vida, já que teve que combater contra a guerrilha da zona. “ Eles tinham muita vantagem no combate, porque conheciam a como ninguém” , lembra. Durante 24 meses seguidos, manteve-se em contacto com o inimigo. “ Era algo muito difícil, porque tínhamos de estar semanas inteiras em zo-

“ Ninguém gosta da guerra” Batista Teixeira, natural de Porto

“ Uma experiência para contar aos filhos” Enrique Silvino de Sousa Cova começou a cumprir o serviço militar no Funchal com 20 anos. Da infantaria 19 passou a infantaria 15, em Tomar, Norte de Portugal, para depois sair com destino à Guiné-Bissau. “ Foram dois anos de tristezas, mas também houve momentos bons” , conta o emigrante natural de São Martinho. Entre 1967 e 1969, Cova pertenceu ao Batalhão de Caçadores 1911. Este excombatente não recorda essa época passada com raiva. “ De todo aprendemos um pouco. Foi uma experiência muito sacrificada. Mas também foi uma alegria muito grande poder voltar inteiro e sem nenhuma doença” , refere. Recorda como bons momentos aqueles em que os amigos se reuniam a conversar, “ pois não havia outras diversões” . O trato com os nativos de Guiné-Bissau sempre foi cordial. “ Eu não era racista” .


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Luso-venezuelano é “ vice” do Centro Social Madeirense Carlos Balaguera mos242@cantv.net

osé Francisco Fernandes de Freitas, luso-descendente neto de Sofia Teixeira de Fernandes e de pais naturais do Faial, concelho de Santana, Ilha da Madeira, é o novo vice-presidente do Centro Social Madeirense. O recém-empossado dirigente nasceu em Caracas, a 27 de Julho de 1977, na casa chamada por todos os madeirenses de “ Monterrey” , e em especial pelos filhos do Faial, a qual contava com 24 habitações, e durante muitos anos serviu de albergue durante os primeiros dias apó s a chegada de muitos portugueses à Venezuela nos anos 50. “ Os meus pais partiram muito jovens para Valência, onde nos radicamos. Somos quatro irmãos ao todo. Realizei os meus estudos de licenciatura de TSU no ramo da mecâ nica. Depois prestei os meus serviços na indú stria priva-

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da e mas tarde como instrutor no Ince e por questões de vida mudei tudo para a mú sica. Hoje em dia formei a minha banda musical e já gravei vários CD’ s” , contou Freitas, resumindo em poucas palavras o seu percurso de vida até ao momento. Fernandes aceitou a responsabilidade de assumir a vice-presidência do Centro Social Madeirense e é através dela que espera dar uma visão actualizada de acordo com a sua idade (29 anos), procurando assim conseguir que jovens possam sentir-se identificados com a instituição e com o que ela representa. Ao Correio comentou que pretende apoiar-se na experiência dos mais velhos pois foram “ estes que fizeram com que este Centro seja o que é hoje em dia. Dar vigor ao nosso clube nestes tempos sempre em mudança é a minha responsabilidade, assim como contribuir com novas ideias” , prometeu. José Francisco Fernandes de Freitas

breves Direcção do Centro Social tomou posse A comissão eleitoral presidida por Abel Vieira, empossou a nova direcção do Centro Social Madeirense de Valência que estará à frente dos destinos da instituição no período 2006-2008. O presidente João Paulo da Vera Cruz dirigiu-se aos presentes dizendo que feitos alcançados durante os 27 anos de existência do Centro são produto do esforço de todas as direcções. Entre os projectos que estão na calha para curto prazo, o responsável indicou a pronta inauguração da discoteca, para o desfrute dos jovens; a sala de Internet; o campo de voleibol de praia; as novas quadras de “bolas criollas”; e o ar condicionado do salão Madeira. “Na área da piscina vamos mudar a fonte de soda por uma “feria” de comida e prontamente se estará inaugurando também a nova entrada de acesso ao clube desde as instalações desportivas”, disse Vera Cruz, mencionando ainda a necessidade de vir a ser cobrada uma quota extra aos sócios para fazer face aos encargos com a gestão do Centro.


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Nos bastidores do Encontro de Gerações É todo um trabalho juntar as diversas gerações de portugueses e seus descendentes com o objectivo de oferecer-lhes a possibilidade de interagirem. Tábita Barrera tabita@correiodevenezuela.com

oi no ano de 2002 que o Correio de Venezuela, o Diário de Noticias de Madeira e o Banco Internacional de Funchal (Banif), tiveram a ideia de organizar o Encontro de Gerações. Este surgiu como uma oportunidade para juntar as diversas gerações de portugueses e seus descendentes com o objectivo de oferecer-lhes a possibilidade de interagirem, para além de tratarem de assuntos de interesse comum. Perante o êxito que foi essa primeira edição, foi “ necessário” continuar com as reuniões, pelo que se vêm realizando durante os ú ltimos quatro anos e ganhando cada vez maior receptividade junto da comunidade portuguesa. Cada Encontro serve também para se abordar um tema específico, na esperança de que se possa planear e resolver problemáticas que afectam a comunidade, assim como discutir sobre a evolução portuguesa dentro da sociedade venezuelana. É uma iniciativa que permite escutar as vozes dos emigrantes e seus descendentes e motivá-los para continuar com a sua participação activa em todas as áreas do país. Apesar dos maravilhosos resultados finais que se conseguiram com os quatro encontros realizados, poucas pessoas conhecem muito pouco acerca do que significou realizar cada um deles. Por exemplo, desconhecem que a organização do Encontro seguinte começa no mesmo instante em que termina o evento. São muitos detalhes que se devem atender e o tema que se tratará é minuciosamente discutido antes da sua aprovação.

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A organização do Encontro seguinte começa no mesmo instante em que termina o evento.

Neste sentido, são alvo de avaliação as possíveis pessoas que se encontram dentro do perfil do lema escolhido e se incluem como oradores. Tal não significa que os que ficaram de fora da tribuna não se qualificaram, mas sim que foi escolhido um grupo pequeno dada a duração do evento. Não obstante, se não está no pó dio, seguramente figurará entre os convidados. De igual modo, ano apó s ano, convida-se um venezuelano destacado que possua algum vínculo com a comunidade portuguesa para que venha expor as suas impressões acerca da visão que tem do trabalho que esta tem desenvolvido ao longo do tempo. É parte de essa integração que existe entre venezuelanos e portugueses e da qual nem todos têm conhecimento. Desde que se dá início ao Encontro, pode-se observar a cuidadosa planificação que

se levou desde então a cabo. No entanto, a espontaneidade irrompe por essas noites e, em certas ocasiões, quem tem a palavra conta inclusivamente anedotas que lhes permitiram construir a sua identidade luso-venezuelana, além de valorizar as suas raízes portuguesas. E é assim que anualmente, pessoas provenientes de todas as partes de Venezuela, e também de Portugal, marcam presença no Encontro para desfrutar de uma reunião que lhes permite partilhar, compenetrar-se e crescer como comunidade, para da mesma forma contribuir para o desenvolvimento da nação. O que está por detrás de cada Encontro é, sem dú vida alguma, um grande trabalho com grandes recompensas.

ENCONTrOS PASSADOS A primeira edição realizada em Maio de 2002 nas instalações da Casa Portu-

guesa de Maracay e tambem no Centro Português em Caracas esteve norteada pelo lema “ Saber ouvir” e foi propícia para que os oradores, entre os quais se destacava o secretário regional do Equipamento Social e Transportes, Santos Costa, expusessem a necessidade da integração dentro da comunidade e a importâ ncia de preservar os seus valores, costumes e cultura. Na segunda oportunidade, chamada “ Testemunhos para o futuro” , destacou-se o trabalho das gerações mais jovens, quem com excelência e perseverança têm enaltecido o esforço dos seus pais e, igualmente, lograram saber continuar o seu exemplo. No encontro seguinte, o terceiro, assumiu destaque a intenção manifestada pelas autoridades portuguesas no sentido de ser prestada maior atenção, no que aos investimentos se refere, ao

conglomerado luso radicado no país. É por isso que marcaram presença destacadas instituições, clubes e organizações como a Federação de Centros Portugueses de Venezuela, para lograr desta maneira dar vida à “ Força do Associativismo” , como foi então denominado. O ú ltimo evento, o quarto, realizado no ano passado no Centro Português de Caracas, permitiu o encontro de reconhecidas personalidades da vida política, social, cultural, intelectual e econó mica em solo venezuelano e que graças ao seu trabalho são considerados “ Integrados e Influentes” , slogan da reunião. Não se podia deixar de lado as artes, cultura e desportos, razão pela qual o pró ximo 27 de Maio, as instalações do Centro Português em Caracas vão servir de palco para as vozes de emblemáticas figuras que formam parte desses ambientes.


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Luso-antilhanos unem-se para recuperação de clube Jean Carlos De Abreu jeancarlos@correiodevenezuela.com

Centro Português da ilha de Curaçau foi a associação social mais debatida de todas as associações. Depois do descuido a que este clube foi votado por parte da comunidade lusa nas Antilhas Holandesas, o Cô nsul Honorário de Portugal na ilha, Carlos de Sousa, decidiu recuperar "o que estava perdido". Segundo aquele responsável, ao chegar ao Curaçau como diplomata, indagou sobre a existência de alguma associação e pessoas da comunidade responderam-lhe que existia uma mas que, no momento, já não era Centro Português mas sim um negó cio tipo snack, administrado por um chinês. O cô nsul, ao questionar os membros do clube, pô de averiguar que a associação funcionara "muito bem e a comunidade dirigia-se ao clube para conviver, sobretudo aos fins-de-semana, onde praticavam desportos e ensaiava o grupo folcló rico". Segundo Carlos de Sousa, os dirigentes da associação, quando esta era clube, eram João Ribeiro e David de Lima. Em conversas com estes, o cô nsul manifestou-lhes o interesse de recuperar as instalações do centro e os dirigentes prometeram que, no fim do contrato com o comerciante chinês, procederiam à tarefa de dar "outro uso ao local". Várias

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pessoas da comunidade portuguesa também "se comprometeram em dar o apoio necessário à reinstalação da associação". Para fazer reviver o clube, o cô nsul fará um estudo do estado em que se encontra a infra-estrutura, bem como um estudo econó mico para aferir da quantia necessária para a reabilitação. Posteriormente, convocará uma assembleia de accionistas activos e inactivos do Centro Português, que será alargada a todos os luso-descendentes que desejem participar e em conjunto tomar as decisões que marcarão o futuro do clube. Até ao momento, "não solicitámos nenhum tipo de apoio às autoridades portuguesas", mas receberam conselhos de vários dirigentes e representantes dos clubes portugueses da Venezuela. Uma das primeiras coisas a ser feita, logo que o clube esteja em funcionamento, será a instalação de uma biblioteca com documentação portuguesa e vão também ter início cursos da língua de Camões. No Curaçau, estão previstas diversas acções ligadas ao clube, como a mudança de estatutos, na qual Carlos de Sousa dará o seu contributo pela experiência enquanto advogado e como membro activo de diferentes instituições luso-venezuelanas. Este responsável acrescentou que serão tidos em conta os modelos de mandato das associações lusas em terras de Bolívar.

A comunidade portuguesa de Curaçau se comprometeu em dar apoio ao clube

PERSPECTIVAS FUTURAS O cô nsul honorário reafirmou que este clube será a sede da cultura e língua portuguesas, do Grupo Folcló rico Luso-antilhano, do Coral Luso-antilhano, palco do teatro Luso-antilhano e terreno dos clubes de desporto luso-antilhano. Uma das coisas que desejam reactivar no clube é a participação juvenil, ao criar campanhas dirigidas a estes onde

exista estímulo do governo português para promover viagens a Portugal, graças ao apoio de programas especiais criados pelos representantes da associação. Por agora, não se sabe de um lugar específico para onde se possa mudar o Centro Português, mas não se descarta a hipó tese de que saia alguma ideia de mudança da assembleia que vai realizar-se.

Centro de Turumo precisa de mais iniciativa dos sócios O presidente do clube pede aos sócios mais carinho para com a instituição, por forma a reviver os bons tempos deste centro Yamilem González yamilem@correiodevenezuela.com

Centro Luso de Caracas, mais conhecido pela comunidade portuguesa como Centro Luso Turumo, celebrou 34 anos de existência no passado dia 19 de Abril. Como forma de recordar velhos e melhores tempos, a junta directiva organizou uma resenha histó rica de diapositivos (slides) onde se observaram algumas construções feitas no clube, visitas de personalidades importantes, as diferentes juntas directivas que o centro teve ao longo dos seus 34 anos e as grandes festas da altura em que o clube contava com 1.500 só cios. Actualmente são apenas 300 associados...

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Manuel Pereira, presidente do clube, recordou que, recentemente, passaram por uma situação na qual se viram obrigados a rematar várias das acções devido à demora de mais de quatro anos de alguns dos só cios. Isto somou um total de 80 milhões de bolívares, montante que permitiu deixar o clube livre de dívidas. Um dos principais problemas que este centro português apresenta é a falta de apoio por parte dos só cios. "Pagam as quotas de manutenção, mas raramente vão ao clube", disse Pereira. As quotas mensais neste centro são de 78.947 bolívares, mais IVA. APELO AS EMPRESAS Pereira lamenta que os jovens de agora procurem mais os centros comerciais, um cinema, uma discoteca, e não frequentem tanto os clubes. De

qualquer maneira, reconhece o trabalho desenvolvido pelos jovens que integram o grupo folcló rico do clube. Actualmente, encontram-se a praticar e coordenar o Festival de Folclore Português que se vai realizar em Maio, no Poliedro de Caracas, já que foram os vencedores do ú ltimo festival, que decorreu em Valência. Para este evento são esperadas 2.500 pessoas. Pereira faz um apelo às empresas privadas ou instituições estrangeiras para que contribuam com o projecto mais ambicioso que o centro tem: A construção de um campo de futebol com medidas oficiais. "Uma obra de grande importâ ncia para nó s e para benefício da toda a comunidade lusovenezuelana". A curto prazo, e como forma de melhorar a infra-estrutura, é necessá-

O clube celebrou 34 anos no dia 19 Abril

rio arranjar o que se desmoronou há um ano, que afectou o estacionamento e parte do campo de futebol de salão. "A ausência dos nossos só cios neste espaço português e a sua falta de iniciativa é o nosso principal problema", reiterou Pereira.


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Portugueses de Tacagua sacudidos pela explosão Jean Carlos de Abreu jeancarlos@correiodevenezuela.com

pó s a primeira tentativa de derrube do viaduto uno CaracasLa Guaira ter falhado, no passado dia 4 de Abril, uma segunda grande explosão acabou de vez com a antiga ponte que comunica a capital com o principal porto do país. Um movimento sísmico e um "forte eco" foram registados nas diferentes zonas que circundam a auto-estrada que dá acesso para o litoral central. O estrondo não passou despercebido em Tacagua, ainda por cima quando se partiram vidros e se formaram fissuras nas paredes e solos em consequência da "megaexplosão". Mais de 50 famílias lusas habitam no sector e vários delas ficaram com sequelas da queda da ponte.

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VIVENDAS DANIFICADAS Um ruído estrondoso foi suficiente para que Maria de Freitas Correia, portuguesa oriunda de São Roque, Ma-

deira, saísse da sua casa, pela segunda vez, quando explodiu a ponte. Esta lusa encontrava-se com os netos na sala no momento da detonação. Quando chegou ao pátio da sua vivenda viu vários ornamentos e candeeiros partidos no chão. "Comparando com a primeira tentativa, este teve maior repercussão porque senti que o chão se elevava por uns segundos para depois voltar tudo ao normal", comentou, observando que na segunda oportunidade os engenheiros usaram mais de 1.000 quilos de explosivos, quando na primeira tinham detonado cerca de 500 quilos. Eulália de Jesus Vieira é habitante de Tacagua há mais de 20 anos. É oriunda da freguesia do Campanário, Madeira. Nunca esteve de acordo em viver nessa localidade dada a sua proximidade com o viaduto. A segunda explosão partiu-lhe a janela de um dos quatros e a abriu uma greta no chão da sala. Estas não foram as ú nicas residên-

cias afectadas. Mas as piores situações aconteceram com outras casas situadas nas imediações da ponte, que se desmoronaram por causa do eco da detonação, segundo comentaram alguns habitantes de Tacagua Vieja. Eulália informou que a explosão a apanhou de surpresa, pois não se lembrava que estava agendada para esse dia a demolição da estrutura. "Tinha acabado de limpar a casa e dirigia-me ao banho quando de repente escutei o estrondo e vidros que espalharam-se dentro do quarto", recordou a lusitana. A moradora manifestou a sua preocupação com o sucedido e disse esperar por consequências graves sobre as vivendas para o futuro por causa da detonação, já que argumenta que a terra pode ter ficado "sensível" e a estrutura física igual. Agora estes habitantes esperam que a construção da nova ponte não demore muito tempo e as suas vivendas não comecem a apresentar proble-

A explosão partiu janelas em várias casas

mas de deslizamentos de terras ou fracturas por "não se ter estudado e tomado as precauções adequadas" com a detonação.

Três seleccionados para Encontro de Jovens Délia Meneses deliameneses@correiodevenezuela.com

rês luso-venezuelanos foram seleccionados para o "V Encontro Mundial de Jovens Luso-Descendentes", que se realiza na cidade de Lisboa entre 19 e 27 de Maio. A iniciativa juntará aproximadamente meia centena de jovens provenientes de diferentes países do mundo que vão reunir-se para trocar opiniões sobre a realidade actual

T

da nação ibérica e analisar modos de reactivar o movimento associativo lusitano no estrangeiro. Há duas semanas, o CORREIO anunciou a inexistência de candidaturas por parte de jovens luso-venezuelanos para este evento, tendo explicado então que tal se ficava a dever em grande medida à desinformação reinante entre os diferentes centros sociais e os seus asociados. No entanto, o consulado anunciou que três jovens haviam formaliza-

do outras tantas candidaturas de modo a poderem participar no encontro. O representantes da Venezuela são: Cherly Mahyn Rodrigues Gomes, representante do Centro Português de Caracas; Mó nica Alexandra da Silva Reis, representante do grupo folcló rico e danças internacionais “ Dos Patrias” , Caracas; e Angela Carolina Diaz de Almeida, presidente da Associação de Jovens Lusodescendentes de Aragua. A iniciativa é da responsabilidade

da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas (SECP) e surge com o objectivo de promover a reactivação dos laços entre os portugueses e luso-descendentes com Portugal. Os candidatos devem cumprir certos requisitos como ser colaboradores activos do movimento associativista, participar na vida social, política e cultural da comunidade, ser tutores de projectos inovadores ou contribuir de alguma forma para promover a imagem de Portugal nos países de acolhimento.


12 | HISTÓRIA DE VIDA

CORREIO DE VENEZUELA - DE 20 A 26 DE ABRIL DE 2006

"O ciclismo será sempre a minha paixão" João Manuel de Barros hegou à Venezuela em 1978, fugindo do serviço militar e da guerra, por medo do sofrimento, tanto físico como psicoló gico, e desde então dedica-se por completo ao trabalho na Venezuela e tendo o ciclismo como hobbie. João Manuel de Barros é natural do Funchal, ilha da Madeira, e desde muito jovem, dedicou-se ao trabalho de ferreiro na sua terra. Desde

Aos 16 anos, João já fazia parte da equipa de ciclismo de rua, chamada "Cigarros Magos". Correu por toda a ilha da Madeira e nalgumas regiões de Portugal. Obteve aproximadamente 70 medalhas e alguns troféus nas diferentes competições em que participou. Nessa época, os ciclistas em Portugal eram reconhecidos tanto pessoalmente como monetariamente, já que lhes pagavam para praticar este desporto. Para além disso, contavam com alguns benefícios, tanto alimentícios como

pequeno que observava o filho do seu patrão montar uma bicicleta. Este deu-se de conta do interesse que o jovem tinha pelo ciclismo e deu-lhe apoio para iniciar uma carreira desportiva. Isto ocorreu quando Barros tinha apenas 14 anos de idade e foi quando os seus pais lhe compraram a primeira bicicleta. Começou então a combinar o trabalho com o desporto e a treinar bastante duas vezes por dia - para ganhar resistência física.

em uniformes e bicicletas. E na realidade, este português sentia-se bem em Portugal. O pai de João trabalhava vendendo peixe no mercado da localidade e isso era suficiente para cobrir os principais gastos. Comer peixe diariamente era um privilégio porque nem todos na terra podiam fazê-lo. "Isso também me ajudava a manter-me forte para competir", recorda Barros. Quando completou 19 anos, o serviço militar começou a fazer pressão nos jo-

Funchal, Madeira

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vens a fim de recrutá-los e enviá-los para a guerra. Foi nesse momento que João decidiu abandonar Portugal e viajar até à Venezuela, por volta de 1978, com medo do recrutamento. "Tinha medo da guerra, porque todos os que voltavam para a Madeira chegavam sem braços ou sem pernas, torturados psicologicamente, e eu não queria passar por isso". Nesse mesmo ano chegou, de avião, ao aeroporto de Maiquetía. A sua primeira visão do país foi os "ranchitos" que se vislumbravam em Vargas, os quais lhe eram totalmente desconhecidos. Deixou os seus pais e a noiva na Madeira e a princípio estranhava muito mas focou-se no trabalho e em se-

guir em frente. Devido à sua vinda para a Venezuela, o ciclismo ficou de lado durante cerca de três anos. Trabalhou duro num restaurante, primeiro como "bartender" e depois ascendeu a encarregado. Trabalhava até 16 horas consecutivas por dia. Começou então a dar-se bem até conseguir estabelecer o seu pró prio negó cio, o mesmo que tem actualmente. "Agora sei que valeu a pena". Apó s um ano na Venezuela, mandou buscar a sua noiva e casaram-se neste país. Foram viver numa "conserjería" para poderem usufruir de dois salários e, assim, crescer rapidamente e dar a melhor educação e estudos aos seus dois filhos.

Apó s três anos de estadia na Venezuela, através dos conhecidos que frequentavam o restaurante, iniciou-se novamente no ciclismo, não como profissional, mas em competições de veteranos. A sua primeira bicicleta foi-lhe emprestada por Mário Pereira, ex-presidente do Centro Português de Caracas e actualmente a exercer funções de conselheiro. "Participei em várias competições e obtive reconhecimento, para além de competir com grandes ciclistas veteranos da Venezuela". Está já há quatro anos sem correr, porque o trabalho o impede. Uma das histó rias recordadas por Barros com simpatia reporta-se à época de quando o seu patrão na Venezuela lhe exigiu um exame médico. "Quando os emigrantes começavam num novo emprego, os chefes mandavam-nos realizar provas médicas e avaliações a fim de averiguar o seu estado físico e para saber se estavam aptos para o trabalho. O meu patrão mandoume fazer uma radiografia, que mostrava que eu tinha o coração demasiado grande e que supostamente isso não permitiria desenvolver-me positivamente no trabalho. Depois de avaliações médicas mais profundas, os peritos disseramme que o meu coração estava em perfeitas condições e que teria o privilégio de viver mais 80 anos. Depois disso, o meu patrão deu-me o trabalho sem inconvenientes". João nunca se arrependeu da vida que leva na Venezuela, mas recorda sempre com saudade o seu país, Portugal.


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RELIGIÃO | 13

Os portugueses de hoje devem olhar para trás, senão atraiçoam Deus

Padre Eduardo Gonçalves edugojon@yahoo.com

o escutar e ler muitas das histó rias de vida de tantos portugueses que durante os anos 40 e 50 chegaram à Venezuela, em busca de um futuro e de uma histó ria melhor para si e para os seus, orgulho-me de ser um luso-descendente. Orgulho-me do esforço e do trabalho, do empenho e da es-

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perança que puseram nas oportunidades que a Venezuela lhes oferecia. Orgulho-me de que muitas das grandes, médias e pequenas empresas que hoje fazem deste país um país produtivo sejam de lusos ou de luso-descendentes. Tudo o que os portugueses têm é fruto do seu trabalho e esforço, dos seus méritos e das suas capacidades. Mas não é menos certo que, sem a oportunidade que este país lhes deu, não seriam o que hoje muitos são e têm. A solidariedade, a receptividade, o afecto e a amizade de muitos venezuelanos e portugueses que já viviam na Venezuela foram necessários para que pudessem desenvolver-se e dar o melhor de si na terra estrangeira que hoje faz parte de cada português. Foi Deus quem lhes deu a mão em momentos tão difíceis, do ponto de vista humano, familiar, econó mico. Há que olhar para

Un puente de información para la comunidad El periodico de la comundad luso venezolana Todos los viernes en su quiosco favorito DISTRIBUIDO A NIVEL NACIONAL

www.correiodevenezuela.com

trás para não esquecer os favores recebidos da parte de Deus através das oportunidades que outros nos deram para crescer. Não olhar para trás e reconhecer a obra de Deus é atraiçoá-lo. O olhar para trás e reconhecer a pró pria histó ria e a presença de Deus nela deve levarnos ao agradecimento, não só a Deus, artífice e guia da nossa vida, mas também a todos aqueles que nos ajudaram, que se solidarizaram com a situação tão difícil de ser emigrante. E devem nascer no nosso coração, como fruto do nosso agradecimento, sentimentos e atitudes de solidariedade para com todos aqueles portugueses ou luso-descendentes que hoje passam pela mesma situação que um dia coube a muitos portugueses sofrer. Este tempo de Quaresma é propício para que muitos empresários portugueses e luso-descendentes olhem para os seus irmãos

mais pobres e se desprendam do seu egoísmo e dos seus luxos para compartilhar com os seus irmãos e brindá-los com a oportunidade que um dia eles tiveram para ser e ter o que hoje são e têm. Esmola (mal entendida), mas de solidariedade, de ajuda real… Oxalá a nossa comunidade portuguesa se distinga pela sua solidariedade e isso se evidencie numa comunidade sem discriminação e sem a abismal diferença entre portugueses muito pobres e outros muito ricos, entre os que vivem em abundâ ncia e os que não têm sequer para viver dignamente. Este é um tempo propício para utilizar bem os poucos ou muitos bens materiais que temos, para dividi-los com os nossos irmãos mais necessitados. É preciso caridade!


14 | CULTURA

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"Rezar para que a paz não seja apenas um sonho" Victoria Urdaneta Rengifo victoria@correiodevenezuela.com

enezuelanos, portugueses, italianos, crianças, avó s, jovens de diversas tendências políticas… Todos se uniram em nome da fé em Cristo, ao menos por uma semana que, precisamente por isso, é Santa. Leopoldo Ló pez, alcaide do Município Chacao, participou em diversos actos religiosos e, assinalando a multidão que entrava no templo, disse: "Este é o milagre de Jesus Cristo, nó s somos a demonstração de que um povo pode unir-se. Aqui não há intenção política mas sim uma profunda crença religiosa. Aqui viemos rezar para que a paz não seja apenas um sonho e espero que a esperança se converta em fé". Abílio Silva, um comerciante português que está na Venezuela há 30 anos, disse, muito emocionado: "Em cada ano, por estes dias, esquecemonos de muitas coisas e enfrentamos uma realidade: Que necessitamos confiar mais em Cristo, agradecer-lhe mais". Dezenas de pessoas iam do seu negó cio para a igreja e da igreja para o seu negó cio. "Tanta gente que entra nos templos e que caminha nas ruas demonstra que a maioria dos que vivem neste país, ainda que venham de lugares distintos, crê no mesmo Deus e celebra-o em conjunto nesta semana, ainda que devesse ser durante todo o ano", disse este português oriundo de Vouzela e que tem a Virgem de Fátima no tablier. Armando Tortosa, comerciante e devoto da padroeira de Portugal, assegurou que "muitos venezuelanos, assim como adoram o Nazareno, também adoram a Senhora de Fátima e isso pode ver-se nestas procissões". O

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mesmo foi dito no templo da Paró quia El Buen Pastor, em Bello Campo. Ali, o padre Leonardo Grasso comentou que "esta costumava ser a igreja onde se reuniam todos os portugueses e, apesar de agora a maioria ir à missa na Missão Cató lica Portuguesa, muitos portugueses continuam a vir e muitos venezuelanos também porque têm muita fé na Virgem de Fátima e aqui continuamos a ter a sua imagem e temos um altar especial para ela". Para além da comunidade portuguesa, outros representantes europeus participaram nos actos religiosos. Por exemplo, na igreja San José de Chacao, Giovanna Lanunciata, uma senhora italiana que está há 60 anos na Venezuela, afirmou que "passei toda a minha vida aqui, cresci recordando a minha Itália mas também vivendo todos os dias com venezuelanos, italianos, portugueses e outros e todos rezamos juntos. Não é fácil, com a minha idade, vir a estas celebrações. O meu marido teve que ficar em casa, mas eu vim. Porque Jesus Cristo precisa de nó s aqui". Missão Cató lica Portuguesa "Este ano tivemos recorde de assistência, nunca antes vi a igreja assim tão cheia na Semana Santa e as pessoas participaram em tudo: Missas, rosários, confissões, bênçãos e reuniões", disse o padre Alexandre Mendonça, na Missão Cató lica Portuguesa. "De todos os paroquianos, metade são portugueses e a outra metade venezuelanos, por isso dou a missa em castelhano e não em português. Isso reflecte que esta é uma casa para todos e enche-me de orgulho que estes dias servissem de encontro e piedade", concluiu o padre Alexandre, que também é membro do Conselho Presbitério de Caracas, capelão da Polícia Metropolitana e director do departamento social do clero de Caracas, entre ou-

tros cargos.

“ Este ano tivemos recorde de assistência, disse o padre Alexandre Mendonça

Inscrições para certificado de Português Coordenadora do Centro de Exames de Português Língua Estrangeira da Venezuela, Célia Guido Mendes, informou que se encontram abertas até ao dia 28 de Abril as inscrições para a realização dos exames para obtenção do Certificado e Diplomas de Português Língua Estrangeira. Todos os interessados

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(maiores de 14 anos de idade) em certificar o seu domínio do português como língua estrangeira podem inscrever-se nos Centros de Exames. A inscrição faz-se mediante o preenchimento de todos os campos da Ficha de Inscrição e da Ficha do Candidato, pagamento da taxa de inscrição; este valor reverte a favor do Centro de Exames, e

pagamento da propina do exame; este valor reverte a favor do CAPLE (Centro de Avaliação de Português Língua Estrangeira); pode ser feito directamente ao CAPLE, por transferência bancária, ou ao Centro de Exames. É possível optar por diferentes certificados: o CIPLE (Certificado Inicial de Português Língua Estrangeira), o

DEPLE (Diploma Elementar de Português Língua Estrangeira), o DIPLE (Diploma Intermédio de Português Língua Estrangeira), o DAPLE (Diploma Avançado de Português Língua Estrangeira), o DUPLE (Diploma Universitário de Português Língua Estrangeira). Para obter os certificados serão avaliadas a seguintes ca-

tegorias: Compreensão da Leitura, Expressão Escrita, Compreensão do Oral e Expressão Oral. A componente de Expressão Oral será realizada, em calendário a determinar por cada Centro de Exames, de 15 a 29 de Maio. Para maior informação os interessados podem escrever ao correio electró nico celiaguido@hotmail.com


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CULTURA | 15

Emmarys Pinto: modelo internacional em ascensão Carlos Orellana corellanacorreio@hotmail.com

mmarys Liliana Pinto Peralta nasceu em Araure, estado Portuguesa. É filha de Rafael Pinto - descendente de pais naturais do Porto - e de Biannerys Peralta, venezuelana. A jovem modelo desenvolveu um gosto desmedido pelas câ maras a partir dos 5 anos de idade. Aos 14 anos, converte-se na Rainha do Centro Social Luso-Venezuelano do estado Portuguesa e, três anos mais tarde, participa no concurso Miss Venezuela, sendo uma das favoritas para ir ao Miss Universo. Mas chegou apenas ao quadro das semifinalistas. Um ano depois da sua participação, é enviada, pela Organização Miss Venezuela, a Huanghan Mountain, China, para representar o seu país no Miss Intercontinental 2005. Ganhou este concurso internacional, que acabou por dar-lhe projecção internacional. Desde então, tem sido a imagem de campanhas publicitárias da Mitsubishi, Mercedes Bens, Close Up, La Perla, e inclusive, participou na inauguração do canal Fashion TV do Líbano. Actualmente, a sua vida decorre entre a Alemanha, Beirute e Dubai. Participou em desfiles de moda e em editoriais de revistas do Médio Oriente. Todo este êxito para quem apenas sonhou ser miss… A experiência? Inesquecível. "Convivi com pessoas de outros países e tudo isto permitiu-me crescer como modelo", disse esta famosa luso-descendente de apenas 18 anos de idade, numa entrevista exclusiva ao Correio de Venezuela, desde o Dubai. Apesar da sua tenra idade, deu passos de gigante, que trouxeram muitos temores. "O medo é algo que sentimos perante o desconhecido. Custou-me imenso estar longe da minha família. É difícil estar em lugares que têm outra cultura e outros idiomas, mas graças ao apoio da minha família, pude seguir adiante", disse. Emmarys está ciente dos seus atributos físicos, com os quais tem conseguido o objectivo de ser modelo internacional. "A minha energia positiva e o

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meu carisma ajudaram-me muito. Creio que são ferramentas que devemos ter enquanto modelos, a par de responsabilidade". Relativamente aos diferentes idiomas que se falam nos países onde reside, admite que não tem sido fácil. "A princípio foi difícil ir a um "casting" e não entender o que diziam, mas, pouco a pouco, aperfeiçoei o inglês e assim me vou defendendo. Aqui no Dubai, as pessoas emocionam-se ao escutar o espanhol. Ensino a algumas amigas, enquanto elas me ensinam palavras em árabe, mas o idioma não é fácil". Quanto ao mercado da moda em Portugal, disse que, se tiver a oportunidade, ficará feliz. "Há pouco tempo vi na televisão a semana da moda de Lisboa e gostei muito. Gostaria de ter contacto com uma agência portuguesa e fazer trabalhos naquele país, uma vez que também me considero portuguesa. Em

Pinto tem sido a imagem de campanhas publicitárias da Mitsubishi e Mercedes Bens

Programa da RTP-I em directo da Madeira José Salvador (DN/MADEIRA)

ultura, gastronomia e ambiente são algumas das vertentes que marcarão o "Diver(c)idades", programa da RTP Internacional a transmitir no pró ximo dia 11 de Maio, em directo, a partir da Região. "O "Diver(c)idades", ao mostrar o melhor do que nó s temos não só ao nível

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natural, mas também ao nível das suas gentes, procura levantar a auto-estima dos portugueses", começou por referir Paco Bandeira, responsável pelo argumento do programa, realizado por José Paulo Valente, nascido no Funchal. Sublinhando "ser fundamental inverter a tendência do que é escabroso pelo que é realmente bom", Paco Bandeira, apresentador, com Maria Ana Bobone, do "Di-

ver(c)idades", entende "que é preciso dar visibilidade às pessoas que fazendo obras válidas no país quase ninguém dá por elas". Reportando-se à Região, o autor do "Diver(c)idades" reconheceu a sua importâ ncia: "A Madeira é a grande referência do "Diver(c)idades", porque por esse mundo fora encontramos muitos madeirenses a representar Portugal". O programa televisivo, com a presença do secretá-

rio de Estado das Comunidades, Antó nio Braga, irá passar em revista o Encontro de Gerações, iniciativa conjunta de Banif/DIÁRIO de Notícias/CORREIO de Venezuela, que decorre desde 2002 em Caracas, Venezuela, e cuja quinta edição, a realizar no pró ximo dia 27 de Maio, tem como tema "Presença Portuguesa na Arte, Cultura e Desporto". Este Encontro tem sido uma grande oportunidade

para partilhar ideias, opiniões, problemas e testemunhar a grandeza da comunidade lusa na Venezuela. O evento contará novamente com a participação de Antó nio Braga. No tocante à vertente musical do "Diver(c)idades", o grupo Xarabanda é um dos nomes já conhecidos, mas outros poderão também participar na emissão que, mais uma vez, irá projectar a Região no Mundo.


16 | LAZER

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Lusodescendentes “ invadem” rádio em Cojedes Liliana da Silva Liliana@correiodevenezuela.com

uando há vontade de realizar um projecto, não há impedimento que valha. Assim o demonstram semanalmente Mariela Gonçalves e Mário Gonçalves, dois irmãos que criaram e conduzem o programa "Lusitanos en Rumbera". Sem serem jornalistas, ambos desenvolveram este projecto com o objectivo de levar aos portugueses um pouco da sua cultura através da mú sica. "No estado Cojedes, a cultura, a tradição e a mú sica de Portugal estavam um pouco deixadas de lado e, tendo em conta que aqui reside uma grande quantidade de portugueses, decidimos apresentar um projecto de rádio no qual pudéssemos proporcionar aos ouvintes duas horas de entretenimento com mú sica moderna, mú sica tradicional e mú sica crioula, com versões que vão desde o português ao espanhol", sublinha Mariela Gonçalves. Na dinâ mica do programa, Mariela Gonçalves, de 19 anos, e Mário

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Gonçalves, de 24, dedicam-se a satisfazer os pedidos de muitos ouvintes, que não hesitam em pedir algum tema que lhes recorde a pátria deixada para trás. "Durante o programa, temos uma pauta musical com temas portugueses e venezuelanos, lemos mensagens de textos que nos enviam e temos secções como: "Tal dia como hoy", na qual falamos acerca de personagens histó ricas e das efemérides de Portugal; o Top 5 de Portugal, com as canções mais tocadas na actualidade; entrevistas a grupos folcló ricos da região e as notícias frescas ligadas ao povo lusitano", explicam os irmãos. Apesar da tarefa de conseguir temas musicais não ser fácil, estes jovens arranjaram maneira de estarem sempre a par do que se escuta em Portugal e dos temas clássicos que todos querem ouvir. "Contamos com a ajuda de um grande amigo e produtor musical de origem portuguesa, Nino Costa, que nos facilitou o acesso à mú sica e biografia de alguns artistas portugueses. Para além disso, os nossos primos que vivem em Portugal enviam-nos mú sica pela Internet." Este programa é transmitido to-

Mariela e Mario Gonçalves conduzem o programa “ Lusitanos en Rumbera” dos os domingos, no horário das 6pm às 8pm, através da emissora Rumbera Network 103.7 FM Cojedes, que pertence ao circuito Rumbera Network da Venezuela, e chega a mais de seis estados venezuelanos: Lara, Acarigua, Barinas, Portuguesa, Aragua e Cara-

bobo. "Os ouvintes abordam-nos para darem opiniões, sugestões e ideias para continuarmos a criar secções, e até para convites para transmitir programas ao vivo desde estabelecimentos comerciais", finaliza Mário Gonçalves.

Vantagens do ensino à distâ ncia em debate em Lisboa C

erca de dez mil estudantes, em média, frequentam anualmente cursos portugueses de ensino à distâ ncia, um processo de aprendizagem que estará em debate em Lisboa na pró xima semana, num encontro internacional que reú ne docentes e investigadores. As vantagens, metodologias e princípios do ensino não presencial são alguns dos temas em destaque nas primeiras jornadas internacionais do Centro de Estudos em Educação e Inovação (CEEI), da Universidade Aberta, que vão decorrer nos dias 20 e 21 na Fundação Calouste Gulbenkian. Criada em 1988, a Universidade Aberta (UA) é a ú nica instituição pú blica de ensino superior em Portugal dedicada exclusivamente ao ensino à distâ ncia, disponibilizando cursos de licenciatura e mestrado, frequentados anualmente por uma média de dez mil alunos. "Há ainda algumas reservas por parte da sociedade relativamente a esta forma de ensino, mas os estudantes que

passam por ele saem muito satisfeitos e reconhecem que é bastante exigente", disse à agência Lusa Ivone Gaspar, coordenadora científica do CEEI. Segundo a responsável, este tipo de ensino permite aos estudantes uma grande flexibilidade e autonomia na gestão do tempo de estudo, uma vez que não existem aulas presenciais. O modelo permite que seja o aluno a definir o seu plano curricular, escolhendo quantas e quais as disciplinas que quer fazer em cada ano, no â mbito de uma determinada licenciatura. No início do curso, é dado a cada estudante um conjunto didáctico multimédia, que inclui manuais, vídeos e cdroms com toda a matéria relativa à licenciatura, sobre a qual incidirão os exames de avaliação final, os ú nicos feitos presencialmente. Os estudantes beneficiam ainda de um apoio tutorial à distâ ncia, sendo designado para cada aluno um docente da UA, que fica responsável pelo acompanhamento do seu percurso académico.

Apesar de serem poucas as vezes que professor e estudante se encontram fisicamente, Ivone Gaspar assegura que o ensino à distâ ncia proporciona "um processo de aprendizagem mais personalizado e individualizado". "Se um aluno não apresenta trabalhos ou não participa nos fó runs de discussão realizados na Internet, por exemplo, o professor responsável pelo seu acompanhamento liga-lhe ou entra logo em contacto, no sentido de saber o que se passa ou que dificuldades está a sentir naquele momento", explicou. O e-learning, ensino à distâ ncia baseado na Internet, é o modelo seguido nos cursos de mestrado, um sistema que "valoriza muito a discussão de temas e problemáticas através de salas de conversação criadas para o efeito e que permite também a realização de trabalhos de equipa". "Em termos de qualidade, o ensino à distâ ncia não fica a perder em nada relativamente ao ensino convencional", garante a investigadora. Como vantagem, Ivone Gaspar apon-

As jornadas vao decorrer nos dias 20 e 21

ta ainda o facto de o ensino não presencial permitir a qualquer pessoa frequentar um curso superior ou uma pó s-graduação, mesmo se viver num local mais isolado e distante. A proválo é o facto de cerca de mil estudantes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), sobretudo de Cabo Verde e Angola, frequentar em anualmente os cursos da UA, de acordo com Ivone Gaspar.


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18 | MADEIRA

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A beleza pitoresca do Norte da ilha A freguesia do Porto Moniz dá nome a um dos concelhos mais pitorescos da ilha da Madeira. Tem muitos encantos para oferecer e muito para ver...

Curiosidades: . Segundo reza a história, o Porto Moniz deve o seu nome a Francisco Moniz, um nobre que foi casado com uma das netas de Gonçalves Zarco, responsável pela descoberta do arquipélago da Madeira. · O concelho do Porto Moniz tem uma área de 86,6 quilómetros, perto de três mil habitantes e é composto por quatro freguesias. · O feriado municipal ocorre a 22 de Julho. · A Feira Agro-pecuária, ou Feira do Gado, como é mais conhecida, realiza-se todos os anos em Julho. Leva à Santa do Porto Moniz milhares de pessoas, que vão em busca de uns dias diferente. Nela são expostos diferentes produtos agropecuários. · O Porto Moniz já pertenceu ao concelho de Machico e, posteriormente, ao de São Vicente, mesmo ali ao pé. Em 1835, durante o reinado de D. Maria II, que o Porto Moniz foi elevada a concelho. · É também ali que se situa o Aquário da Madeira. O edifício que o alberga é uma réplica de um forte de invocação a São João Baptista. Este foi edificado em 1730 como resposta a investidas e ataques perpetrados por piratas à vila do Porto Moniz.

A freguesia do Porto Moniz oferece muitos atractivos às pessoas que a visitam quer à beira-mar que montnaha acima...

Raul Caires (DN/MADEIRA)

Porto Moniz é uma das freguesias mais pitorescas e antigas da Madeira e dá nome ao concelho mais a Noroeste da ilha. O postal que a caracteriza corre mundo: As famosas piscinas naturais, que atraem milhares de pessoas todos os anos, por altura do Verão. Mas o Porto Moniz oferece muito mais que piscinas e mar...

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PrOMeNAde A par de outras localidades da região, também esta freguesia sofreu recentes remodelações. Assim, o visitante pode contar, logo à chegada ao centro da freguesia, com uma promenade que liga o cais às piscinas, “ salpicada” aqui e ali por cafés e esplanadas, cheia de bancos e recantos onde é possível sentar-se e gozar o sol ou apreciar a beleza selvagem do mar do Norte. enquanto o faz, porque não saborear umas lapas grelhadas? O

petisco é muito apreciado e quem melhor para oferecer lapas frescas do que uma zona tradicionalmente piscató ria?

PisciNAs NAturAis Ao longo do passeio pela promenade, é possível observar as famosíssimas piscinas naturais, compostas por rochas vulcâ nicas onde o mar entra de forma natural. A água é fresca e límpida e convida a uns belos mergulhos. e um dos seus atractivos passa também pelo facto de ser possível, se estiver munido de um ó culo, observar as dezenas de peixinhos que povoam o fundo das piscinas, com as suas mú ltiplas cores. como qualquer complexo balnear, este tem também infra-estruturas de apoio, como balneários, posto de socorro, restaurante e bar, bem como uma zona de solário, que, para além de uma parte mais ampla, é também composta por pequenos recantos entre as rochas vulcâ nicas, para quem gosta de mais sossego. A zona pró xima às pisci-

nas está sempre cheia de vida, não só devido à existência de hotéis e restaurantes, mas também pelas lojas e bancas de souvenirs, que fazem as delícias dos turistas que ali se deslocam. É possível adquirir de tudo um pouco o que esteja relacionado com o se faz de mais típico na ilha, para além dos incontornáveis postais.

ceNtrO ciê NciA ViVA Mas antes de ir dar um mergulho ou de percorrer a promenade, nada como um “ banho” de ciência. O centro de ciência Viva é uma das “ jó ias” mais recentes da freguesia e está localizado logo no início da promenade, não há como falhá-lo! O centro inclui uma sala para exposições temporárias, preparada para exibir exposições de cariz nacional e internacional ligadas à ciência, um cyber-café e um auditó rio com capacidade para 150 pessoas. este espaço faz parte da rede de centros de ciência Viva criada pela Agência Nacional para a cultura científica e tecnoló gica

e nele os visitantes podem embarcar numa viagem que os vai levar pelos meandros do conhecimento, podendo, para isso, tocar, explorar, manipular e experimentar, através de uma série de acções que permitem a descoberta das maravilhas da ciência.

PArque de cAMPisMO O Parque de campismo do Porto Moniz localiza-se na foz da ribeira da Janela e foi inaugurado em 2004, depois de, durante muitos anos, ter estado localizado pró ximo às piscinas. Fica a cerca de 20 minutos a pé do centro da freguesia (e vila) do Porto Moniz e a cerca de cinco minutos de carro. Para quem gosta de férias de campismo, ali está um local bem agradável e a partir de onde é possível fazer belos passeios a pé. e para quem prefere comer ao ar livre em vez de recorrer a restaurantes, a freguesia possui dois dos três parques de merendas do concelho. um no sítio dos Lamaceiros, junto ao início da Leva-

da da ribeira da ribeira da Janela e outro situado no local onde anualmente se realiza a Feira Agro-pecuária (vulgo Feira do Gado).

MONtANhA AciMA... Ao sair do centro da freguesia do Porto Moniz, vá montanha cima. É por ali o acesso ao famoso Paul da serra, um planalto situado a 1.600 metros de altitude. Mas antes de lá chegar, ainda é possível percorrer as restantes freguesias do concelho do Porto Moniz. Passados minutos de começar a subir, vai deparar-se com um primeiro miradouro, de onde pode ter uma bela visão de conjunto do que é o centro do Porto Moniz... e vai, com certeza, reconhecer a paisagem, ou não fosse dali que muitas das imagens que caracterizam aquela localidade são tiradas e percorrem mundo. Ainda antes de entrar noutras freguesias, passa pela santa do Porto Moniz, uma zona que pertence à mesma freguesia mas com o mar já bem mais longe...


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breves 15 mortos nas estradas na última semana Pelo menos quinze pessoas morreram e 47 ficaram gravemente feridas nos 1.694 acidentes de viação ocorridos nas estradas do Continente na última semana, revelou hoje a Brigada de Trânsito (BT) da GNR. Os acidentes, registados entre a

passada segunda-feira e domingo, causaram ainda 446 feridos ligeiros, segundo os dados provisórios da Brigada de Trânsito. Oito destas 15 mortes ocorreram entre as 00:00 de quinta-feira e as 24:00 de domingo, no decorrer da operação Páscoa, uma acção especial de vigilância das estradas portuguesas que termina às 24:00 de segunda-feira.

Centro Hospitalar abre inquérito sobre utente operada a pé errado Uma mulher de 25 anos acusa o Centro Hospitalar Vila Real/Peso da Régua de a ter operado ao pé errado, uma queixa que vai ser alvo de um inquérito por parte desta unidade. Rosa Tavares, de Vila Real, disse que no

dia 12 foi submetida a uma operação ao pé errado, ou seja, a utente deveria ter sido operada ao pé direito, mas quando acordou da anestesia viu que o tinha sido ao pé esquerdo. “Há anos que tenho problemas no pé direito e fiz todos os exames a este pé para ser operada na semana passada, mas a verdade é que foi o meu pé esquerdo que foi submetido a uma cirurgia”, afirmou.

Professores mudam de escola a meio do ano Centenas de professores deslocados da escola de origem estão a ser obrigados a regressar de imediato à escola a que são afectos

Menos inscritos no desemprego presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) disse que a redução do nú mero de desempregados inscritos nos centros de emprego indicia uma evolução positiva da economia portuguesa. O Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social divulgou hoje dados do IEFP que indicam que o nú mero de desempregados inscritos nos centros de emprego caiu 0,9 por cento em Março, face a igual mês do ano passado. No final de Março estavam inscritos nos centros de emprego do Continente e Regiões Autó nomas 480.164 desempregados, o que representa uma diminuição de 1,6 por cento face ao nú mero de inscritos verificado em Fevereiro. Em declarações à Lusa, o presidente do IEFP, Francisco Madelino , explicou que estes dados - juntamente com outros que mostram um aumento de 21 por cento, face ao mês anterior, do nú mero de desempregados colocados no mercado pelos centros de emprego - confirmam sinais positivos.

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entenas de professores deslocados da escola de origem estão a receber ordem para “ regressar de imediato” à escola a que são afectos, sem mais explicações, revelou o Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL-FENPROF). Segundo Manuel Grilo, da direcção do sindicato, estão abrangidos pela medida os professores que por algum tipo de doença estão incapacitados para a docência, sendo colocados a exercer outras funções. Devido a essa doença, acrescentou, os professores por vezes pedem para ser colocados em escolas que não a de origem para ficarem mais perto da residência ou do local onde fazem tratamentos. A mudança de escola só se

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dá com autorização das direcções regionais de educação, a mesma entidade que enviou por correio electró nico, no passado dia 12, a ordem de regresso à escola a cujo quadro estes docentes pertencem. Manuel Grilo explicou que, devido às férias da Páscoa, só hoje os professores tiveram conhecimento da ordem e estão agora “ em pâ nico” , porque têm de “ mudar a vida toda de um dia para o outro” . Só na Direcção Regional de Educação de Lisboa estão em causa centenas de professores, disse o responsável, adiantando que a nível nacional “ devem ser milhares” . Tal situação, defendeu, é má para os professores mas também para os alunos com quem aqueles trabalhavam e para as novas escolas, que recebem professores com

quem não contavam a meio de um projecto de educação. A Agência Lusa teve acesso a um dos correios electró nicos enviado a uma escola, no qual se ordena que os docentes deslocados devem “ regressar de imediato à escola a cujo quadro pertençam ou a que se encontrem afectos” . O “ mail” , assinado pelo director regional adjunto de educação de Lisboa, não dá qualquer explicação para a medida, tomada a meio do ano lectivo. Em comunicado, o SPGL alerta para a existência de muitos casos em que os professores têm de regressar a escolas que “ ficam a centenas de quiló metros da sua residência” . A Agência Lusa tentou obter um esclarecimento do Ministério da Educação mas tal não foi possível.

O número de ofertas de emprego recebidas pelos centros de emprego aumen tou 26,2 por cento em Março, face a Fevereiro, para 9.796. Contudo, o responsável defende que estes sinais devem ser olhados com u m optimismo moderado porque o volume do desemprego (480 mil desempregados) é sig nificativo para as características da sociedade portuguesa. “ É preciso ter sinais mais significativos. Não podemos com honestidade intelectual olhar para os dados e dizer que tudo vai de vento em poupa” , disse, acrescentando que “ há sinais de esperança mas a batalha tem de continuar” . Em comunicado, o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social refer e ainda que esta redução de 0,9 por cento “ é a maior em cadeia verificada em Fev ereiro desde 2000, quer em termos absolutos, quer em termos relativos” .


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Freitas promete estudar problemas imigração ministro de Estado e dos Negó cios Estrangeiros (MNE) português, Diogo Freitas do Amaral, garantiu em Cabo Verde a disponibilidade do governo de Lisboa para “ estudar a fundo” os problemas da comunidade cabo-verdiana em Portugal. À chegada a Cabo Verde para uma visita oficial de três dias, o responsável pela diplomacia portuguesa considerou a sua agenda “ carregada e interessante” , destacando a criação de um grupo de trabalho conjunto para debater questões relacionadas com a comunidade cabo-verdiana em Portugal. Numa declaração aos jornalistas, sem espaço para perguntas, Freitas do Amaral considerou Cabo Verde “ um país mui-

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to especial” para Portugal, porque é “ um parceiro estratégico” , não só no â mbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), mas também no quadro da “ política atlâ ntica” de Lisboa. Sublinhando como um “ dado curioso” o facto desta visita, que decorre até quarta-feira, ser a quarta vez que está no arquipélago desde que assumiu o cargo, Freitas do Amaral realçou ainda, como exemplo do empenhamento de Portugal em apoiar Cabo Verde, a existência de um grupo de trabalho conjunto para elaborar uma proposta no sentido de construir uma parceria especial entre o arquipélago e a União Europeia. A criação desta parceria especial com Bruxelas é um dos

objectivos prioritários da diplomacia cabo-verdiana. Ainda em relação ao grupo de trabalho que hoje é formalmente criado e irá estudar eventuais medidas para facilitar a inserção da comunidade cabo-verdiana na sociedade portuguesa, o MNE português lembrou que Portugal tem uma larga experiência em matéria de emigração. Freitas do Amaral, na presença do seu homó logo caboverdiano, Victor Borges, apontou a saída de milhares de portugueses para a diáspora, com destaque para a década de 60, como uma experiência que pode constituir uma mais valia na procura de instrumentos que facilitem a integração de cabo-verdianos em Portugal.

“ Anarquia” na gestão do espaço no Porto coligação CDU considerou que existe “ um cli ma de anarquia” na gestão do espaço pú blico do Porto devido à abertura simultâ ne a de “ demasiadas” frentes de obra na cidade. Em causa estão sobretudo obras da responsabilidade de entidades externas a o município, como a requalificação da Avenida dos Aliados e rua de Faria Guimarã es, a cargo da empresa Metro do Porto, e do Nó do Regado/Via de Cintura Interna, iniciativa da empresa Estradas de Portugal. “ A realização de tão grandes obras exigia coordenação, com medidas que pod iam ser tomadas pelo município com vista à minimização do seu impacto” , defende a coligação liderada pelo PCP, sugerindo alterações nomeadamente nos tempos de a bertura dos semáforos, ou mesmo a sua desactivação temporária, mobilização de ma is polícias de trâ nsito e melhoria da sinalização. No seu “ Contrato com o Porto” , divulgado em 2001, no â mbito da campanha qu e conduziu à sua reeleição, o presidente social-democrata da Câ mara, Rui Rio, as segu-

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rava que as obras municipais seriam “ planeadas e executadas com total respei to pelos cidadãos” , recorda o comunicado comunista. Coincidindo com a divulgação deste comunicado, o ú nico eleito da CDU na Câ mara do Porto, Rui Sá, adiantou hoje à Lusa que vai pedir terça-feira, numa reun ião do executivo, a feitura de um levantamento “ exaustivo” das situações que afe ctam a mobilidade de peões na cidade.


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22 | OPINIÃO

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Ler Consigo ou Ler é Consigo

João da Costa Lopes jdcosta_99@yahoo.com

o intuito de promover a ideia de que "ler é importante", a Associação de Professores de Português (APP) lançou há alguns anos a muito louvável iniciativa "Ler Consigo", na qual os professores "convidam pessoas exteriores à escola para lerem um texto na sala de aula. Sempre que possível, um aluno lerá também um texto." Em 2004 a iniciativa juntou "350 turmas de 60 concelhos e de 4 países

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estrangeiros em centenas de leituras", nú meros que, no ano passado, foram respectivamente de 293 turmas em 53 concelhos e 7 países estrangeiros. Em ambos os anos, a Venezuela esteve presente na iniciativa. No que respeita a 2006, ainda não sabemos os nú mero finais, mas se visitarmos a página da APP (www.app.pt) verificamos que, no estrangeiro, estão a participar nove turmas da França, quatro de TimorLeste e uma de Caracas. Em 2005 tinham sido duas as turmas e ambas do Centro Português. Esta é a informação que neste momento aparece no sítio. Este ano, a iniciativa decorreu de 27 a 31 de Março, mas a nossa turma de Intermédio II, que só tem aulas ao sábado, adiantou-se dois dias e participou no dia 25. O grupo escolheu dois alunos para que o representassem e a eleição caiu sobre Ysabel Ferreira e Manuel Magno, ambos de ascendência portuguesa. A primeira

leu um texto humorístico e o segundo, um conto de Aquilino Ribeiro. Como convidados estiveram presentes a jovem luso-descendente Tágide da Costa, que leu o texto A Ponte, de Ilse Losa e José Antó nio Pires, do Instituto Português de Cultura, que deu voz emotiva a Livro Fechado, de Antó nio Torrado, escrito com motivo do Dia Nacional do Livro Infantil de 1997. Como exercício de leitura, a experiência resultou sumamente interessante, na medida em que os alunos entraram em contacto com textos de diferentes níveis de dificuldade, indo do muito fácil a outro do mestre Aquilino, francamente difícil pela riqueza do vocabulário, passando pelo humor pedagó gico de Ilse Losa até terminar na revelação da amizade adiada que se escondia no texto de Torrado. Tratou-se de uma aula diferente e o mais interessante foi verificar que os alunos gostaram das leituras ao ponto de que na parte

final da sessão - a das perguntas e respostas - tivesse sido alvitrado por uma discente que estas eram iniciativas que se deviam repetir pelo menos uma vez cada trimestre. No que a nó s nos toca, assim será. E oxalá experiências semelhantes tomem vida noutros locais e com mais intervenientes. Afinal, ensinar é muito mais agradável quando se consegue conjugar a pedagogia com o lado lú dico da aprendizagem. Post data: Não haverá representação da Venezuela no V Encontro Mundial de Jovens Luso-descendentes. Uma pergunta com três apêndices: De quem é a culpa? Das autoridades de Lisboa que não anunciaram atempadamente o evento? Das autoridades locais que o não comunicaram aos clubes, institutos e escolas da Comunidade? Destes ú ltimos que não circularam a informação? Alguém deve ter a culpa e não os candidatos, que esses estão interessados.

Compaixão, tolerância e caridade Manuel Calado

caso dos imigrantes ilegais nos Estados Unidos e no Canadá está em foco e o país terá de lhe fazer face da melhor - e mais humana - forma possível. Não se pode ignorar a presença de 11 milhões de trabalhadores e suas famílias. A América é historicamente um país de imigrantes. Os primeiros que aqui chegaram não pediram licença aos índios, donos da terra, nem tiraram passaporte. Quanto a nó s, portugueses, andamos também pelo mundo inteiro a roubar terras e gentes, como se fô ssemos os donos do mundo, sem respeito pelos seus habitantes... E parece-nos que isto foi um crime maior do que o daqueles hoje arriscam a vida, furam barreiras e morrem de sede no deserto, simplesmente para conquistar um lugar ao sol e vender a preço de miséria a

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força dos braços e o suor do rosto. E a América não é uma nação qualquer. A América é uma nação essencialmente formada por imigrantes de todo o mundo, uma grande parte dos quais aqui chegaram sem documentos. Não é um país homogéneo em termos culturais, nem onde se pode encontrar uma ú nica crença religiosa. É um país de muitas crenças, muitas fés e ideologias debaixo do manto da democracia. É certo que há leis que devem ser respeitadas. Mas virtudes que se não regulam por leis, como a compaixão, a tolerâ ncia, a caridade e sobretudo a compreensão humana que deve ser dada para quem tudo arrisca, inclusivamente a vida, para vir contribuir, com o seu trabalho mal pago, para o sustento das famílias e o progresso do país. É certo que juntamente com os trabalhadores que desejam apenas trabalhar, também podem vir al-

guns criminosos. E depois do 11 de Setembro este receio ganhou ainda mais credibilidade. Que sejam perseguidos e deportados os ilegais que cometam crimes e abusaram da hospitalidade do país também está certo. Mas os 11 milhões que se desgastam diariamente nos pesados trabalhos do campo, que a maioria dos americanos não deseja fazer, merecem um tratamento especial, compreensivo, humano e cristão. E nem de outra coisa seria capaz esta cristianíssima nação americana. Para fazer face ao problema dos clandestinos, o senador Kennedy, de Massachusetts, submeteu à Comissão Judiciária do Senado federal uma proposta de lei, que foi aprovada por todos os membros democratas e alguns republicanos, a qual possibilitaria o acesso à cidadania dos que vivem e trabalham neste país, pagam impostos e possuem um passado de respeito e não de violação das leis

americanas. A propó sito deste problema, Manfred Wiegandt, advogado da imigração na vila de Wareham, disse que a actual política de imigração se resume apenas em punir para sempre, alguém que entrou no país ilegalmente, mesmo que tenha trabalhado e nunca tenha violado as leis do país. Milhares de trabalhadores indocumentados têm realizado manifestações em váriaspartes do país, especialmente na Califó rnia a propó sito das quais, Ondine Sniffin, director dos Serviços Sociais Cató licos em Fall River, disse que tais manifestações estão tendo efeito no Congresso e nos meios de informação liberais, de modo a criar nos meios governamentais uma atitude de maior compreensão. E oxalá que outro tanto se faça no Canadá, onde centenas de portugueses estão ameaçados de deportação, depois de anos de residência, trabalho e respeito pelas leis do país.


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CARTAS Só dão esmolas

Muitas vezes tenho lido, inclusivamente no vosso jornal, que o futebol é o principal elo de ligação entre o nosso País de origem e os países de acolhimento. Muitas vezes já li também no vosso jornal que as segundas e terceiras gerações estão ligadas a Portugal simplesmente através do futebol, porque a não ser assim nem se interessavam de saber nada acerca do País. O que acho difícil de compreender é que sendo assim, estando tudo isso comprovado, porque é que a RTP Internacional só nos dá esmolas quando se refere ao futebol Português de maior importância como foi o Sporting - Porto de esta semana. O jogo foi visto em diferido quando todos já sabiam os resultados. Afinal que monopólio é esse que não deixa a RTP Internacional mostrar os jogos importantes em directo para as comunidades emigrantes portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do Mundo? Penso que falta um pouco de "mão dura" por parte dos encarregados da emigração Portuguesa no mundo. Para comparar basta ver que os canais Venezuelanos transmitem todos os jogos importantes do mundo menos os de Portugal. E a nossa Televisão, aquela que dizem que é a televisão pública, não transmite para os emigrantes os

jogos mais importantes. Depois ainda abusam da nossa paciência e "gozam" com a nossa humildade e transmitem repetido o jogo quatro vezes em dois dias. "Chatice" ainda maior porque sou do Sporting. Fernando R. Fernandes

Falta de informação? Na última edição do vosso jornal li com muita atenção o trabalho e a crítica acerca da falta de informação que têm os jovens na Venezuela sobre qualquer iniciativa que o Governo Português destina para eles. Realmente é vergonhoso que hoje em dia não exista comunicação se atendermos às muitas facilidades da tecnologia existentes. E é vergonhoso que os clubes Portugueses não comuniquem os programas que devem e podem ser divulgados aos seus associados. Trata-se de uma situação que devia ser fortemente criticada pelo vosso jornal, sobretudo em relação à inércia dos clubes portugueses, que têm gente disponível nas secretarias para receber este tipo de "missivas" e divulgá-las. Uma notícia que devia levar as direcções dos clubes a reflectir sobre as suas actividades, como as fazem, o que deviam fazer e as responsabilidades que têm para com

os sócios. Compreendo que possam trabalhar muito pelos clubes. Mas isto é uma questão de organizar bem para que situações como estas não sucedam mais, porque assim obrigamos também as autoridades consulares e da embaixada a que trabalhem mais eficiente neste sentido, porque criticamos muito, mas na hora de fazer alguma coisa, nem sequer as divulgamos como deve ser. Maria A G Martins

Mostrar a cara dos bandidos Escrevo para que por favor publiquem a foto dos portugueses que estão envolvidos no caso de sequestro do empresário de origem Italiana, da mesma maneira que mostraram as fotos dos portugueses que estavam metidos no sequestro de um outro português. Só assim poderão ter vergonha e evitar que outros portugueses caiam na tentação do imperdoável crime do sequestro e do roubo. Digo isto porque a tentação poder ser grande e sabemos como funciona a justiça neste País, que quem tem "massa" salva-se e depois com muito dinheiro nos bolsos. Portanto a melhor maneira é mesmo mostrar a foto para que tenham vergonha e nós Portugueses sabermos quem são. José Manuel Almeida C.

Sem programação Santa

Nunca foi meu hábito viajar na Semana Santa, pois procuro afastarme da confusão que reina durante esta época em qualquer lugar onde se possa viajar. Assim fiquei mais uma vez em Caracas, onde costumo aproveitar a ocasião para descansar, ir à Igreja e ver esses filmes que ano após ano nos recordam os factos e os acontecimentos mais importantes da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Mas este ano constatei com decepção e tristeza que os canais de televisão nacionais mantiveram quase intacta a sua programação regular, incluindo as novelas, e deixaram de lado os tradicionais filmes desta época do ano. Não compreendo porque foi tomada esta decisão e acho que deviam rectificar para o próximo ano e tentar continuar a manter os tradicionais filmes próprios da Páscoa. Penso que é a contribuição que os meios de comunicação devem dar para preservar as nossas tradições durante este tempo santo. Não só nas igrejas se deve dar educação cristã. Os meios têm muito maior alcance e devem dar a sua contribuição. Oxalá que para o ano que vem a programação seja mais santa e menos pagã. José Manuel Farias

InquéRITo:

Confia nas autoridades policiais do país? Que opinião tem a respeito das "alcabalas mó viles"? Ilda de Nóbrega Estudante

"A verdade é que não confio muito nos polícias, em especial depois de todas as coisas que temos vivido ultimamente no país. Considero que o seu trabalho não tem sido o melhor. Sinto-me desprotegida. É incrível que uma corporação que deve garantir a segurança das pessoas tenha tantas falhas. A respeito às 'alcabalas móviles', sinto medo ao passar por alguma. Agora não sei o que fazer: se não paras és morto, e se paras és sequestrado…"

Silvia de Freitas Estudante

"Não confio nos corpos policiais do país. Creio que não estão fazendo bem o seu trabalho e sem dúvida, penso que a insegurança é maior. Quanto às 'alcabalas', dão-me pavor, sobretudo depois de tantos sequestros e mortes… quer seja parar como passar ao largo por uma delas. Para além disso, parece-me que muitos polícias são cúmplices dos ladrões, pelo que já não se sabe em quem confiar".

Juan Eladio de Abreu Comerciante

"Há muitos anos que sofremos com a insegurança. Não nos sentimos protegidos pela polícia e já estamos fartos e quase acostumados a tanta violência. Ao ver uma 'alcabala' pensamos logo mal e é onde nos perguntamos se serão ou não agentes policiais".

João Leonardo de Abreu Comerciante

"Não temos segurança de nenhum tipo. Talvez seja porque os polícias não estão sendo pagos como deviam e dai que muitos optem por fazer raptos. Se não se consegue uma solução para os sequestros em que participam efectivos policiais, então não se acabará com este tipo de delitos. Devem-se armar guardas em conjunto com a polícia municipal das localidades para que estas coisas não aconteçam".


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Importador de “ Harina Pan” denuncia “ contrabando” Farinha com o mesmo nome mas sem a qualidade da destinada à exportação está a ser vendida na Madeira Ricardo Miguel Oliveira (DN/MADEIRA)

importador exclusivo para a Região Autó noma Madeira da “ Harina Pan” - conhecida farinha de milho venezuelana têm recebido inú meras reclamações dos consumidores madeirenses. Tudo por causa de um sú bita quebra de qualidade neste produto de primeira necessidade. Manuel Rodrigues Bonito já diagnosticou o problema, embora garanta que nada tenha a ver com a farinha que importa. Em declarações à estação de rádio TSFMadeira, confidenciou haver uma superfície comercial da Região que vende uma farinha de menor qualidade, de consumo interno na Venezuela, mas que ostenta o mesmo nome e ró tulo. Lamenta que o faça, sem respeitar “ os direitos” de quem tem a exclusividade para a Região e que não respeite as indicações

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já dadas pela Remavenca, empresa do grupo Polar, que produz a famosa farinha de milho venezuelana. Mais, o importador admite estar perante uma forma de “ comércio considerado quase de contrabando” , no qual algumas pessoas não fazem caso das chamadas de atenção, alegando estar num mercado livre. Manuel Rodrigues Bonito garante que a empresa que produz a “ Harina Pan” está preocupada com a deterioração da sua imagem junto dos consumidores madeirenses. As queixas apontam para o facto da a farinha estará estragada, que se queima ao fazer ao milho e que encaroça. Manuel Bonito apela por isso a que haja uma atenção a pequenos pormenores que distinguem a original da imitação. Caso da indicação que se trata 100% de milho branco importado, de que é farinha sem gluten, que surge em sete idiomas e ostenta o nome do importador.

A empresa está preocupada com a deterioração da sua imagem

Economia venezuelana cresceu 7,9% economia venezuelana cresceu 7,9 por cento durante o primeiro trimestre de 2006, impulsionada principalmente sector petrolífero, informou o director do Banco Central de Venezuela (BCV), Domingo Maza. O responsável governamental destacou

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ainda o crescimento da construção civil, que por sua vez está contribuindo notavelmente para a redução do desemprego, segundo declarou à Agência Bolivariana de Noticias. Maza indicou que o BCV vai divulgar em breve os nú meros oficiais relativos ao primeiro trimestre

deste ano. A taxa de crescimento econó mico apontada coincide com os prognó sticos dos analistas feitos no início do ano, quando preconizaram que o Produto Interno Bruto (PIB) da Venezuela aumentaria entre 6 e 8 por cento em 2006. A maior expansão do

sector não petrolífero segue a tendência registada em 2005, quando cresceu 10,3 por cento face aos 1,7 por cento da actividade petroleira, segundo o BCV. Em 2005 a economia venezuelana cresceu 9,3 por cento, enquanto que no ano anterior 2004 a expansão foi de 17,3 por cento.


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Cadeia “ Excelsior Gama” inaugura loja en Chuao cadeia de supermercados Excelsior Gama inaugurou a sua terceira loja de conveniência na cidade de Caracas, acompanhada de clientes, fornecedores, amigos e funcionários da empresa. A cerimó nia de inauguração da “ Gamaexpress” de Chuao possibilitou um convívio entre os assistentes, que assim tiveram a oportunidade de desfrutar e conhecer um pouco melhor acerca dos serviços deste minimercado. Durante o acto de abertura, Luís Miguel da Gama, presidente da companhia, não deixou de manifestar “ o orgulho que sentia pela gente talentosa que faz parte da nova loja e que tanto trabalhou para abri-la com êxito” . A Gamaexpress de Chuao é uma loja de conveniência, com formato de minimercado, que oferece aos seus clientes uma grande variedade de serviços num espaço de 500 metros quadrados, dotado com farmácia, víveres, frutaria, bodega, padaria, floraria, caixa automática e comida para levar. Encontra-se aberta ao comércio as 24 horas.

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Gamaexpress está dotado com farmácia, víveres, frutaria e padaria

ECONOMIA | 25

Venezuela é líder mundial na actividade empreendedora Venezuela ocupou o primeiro lugar no que diz respeito à actividade empreendedora, segundo o Observador Global da Iniciativa Empresarial (GEM siglas em inglês), informou o Programa de Apoio para a Competitividade da Corporação Andina de Fomento (CAF). Os resultados da análise daquele organismo indicaram que o país latino-americano possui 25 por cento da actividade empreendedora, isto quer dizer que um em cada quatro venezuelanos está iniciando o seu negó cio ou já transita no caminho das iniciativas empresariais. Em segundo lugar posicionou-se a Tailâ ndia, com 21 por cento, seguida pela Nova Zelâ ndia, onde índice foi da ordem dos 18 por cento. Curiosamente, a in-

A

vestigação também apontou que a estimulação primordial para montar um negó cio pró prio na Venezuela é a “ necessidade” ; enquanto que a Nova Zelâ ndia lidera como o país em que as pessoas empreendem um negó cio por “ motivação” , com um 90 por cento. O tipo de negó cio preferido pelos empreendedores venezuelanos é os relacionados com as vendas de alimentos; seguido dos restaurantes, comércio de têxteis e artigos para o lar, situando em terceiro lugar o sector das telecomunicações e a Internet.


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Novos destinos a preços especiais partir de 2 de Junho, a TAP vai passar a voar para Dublin, Bolonha e Zabreb com tarifas promocionais de bilhetes de ida-e-volta a 98 euros, disponíveis à partida de Lisboa, Porto e Faro. Ao introduzir Dublin, Bo-

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breves

TAP em Atenas e Salónica A TAP, companhia – membro da Star Alliance, e a Aegean Airlines, companhia de aviação privada grega, estabeleceram recentemente um acordo de cooperação comercial, que se traduzirá na operação das rotas Lisboa/Atenas e Lisboa/Salónica em codeshare, em vigor desde o dia 26 de Março, com consequentes benefícios para os Clientes das duas empresas. Através desse acordo, resultante de uma estreita conexão das Redes das duas transportadoras, tanto a TAP como a Aegean Airlines passarão a compartilhar os seus códigos em voos operados por ambas entre Lisboa e Atenas, através de Roma e Lisboa/Salónica através de Munique e Frankfurt, melhorando assim o serviço oferecido aos seus Clientes nestas rotas. Privilegiando o alargamento da sua Rede e a melhoria do produto, com o objectivo de corresponder, cada vez melhor, às expectativas dos Clientes, a TAP, em operação conjunta com a Aegean Airlines, reforça, assim, as opções de serviços disponibilizadas entre Portugal e a Grécia.

lonha e Zagreb na sua rede de operações, a TAP consolida o seu crescimento em cidades que têm vindo a ganhar importâ ncia no mercado europeu e intensifica igualmente a aposta da Companhia em países geradores de tráfego para o nosso País, reforçando assim

o seu contributo para o crescimento da actividade do turismo em Portugal. Dublin, a capital da Irlanda, vai passar a contar com três ligações semanais, a partir de 2 de Junho. Os voos serão operados - à 2ª, 6ª e sábado às 07H35. O regresso a Lisboa

será nos mesmos dias da semana, às 10h55. A partir de 1 de Junho, Bolonha passará a ter voos diários à partida de Lisboa, às 08h00, passando a 58 o nú mero de frequências semanais já operadas para Itália, designadamente para Roma, Milão e Veneza. O regresso a

Lisboa será à 2ª, 3ª, 5ª e sábado, com partida às 12h15 e, a partir de 2 de Junho, à 4ª, 6ª e domingo, partindo às 15H45. A mais recente aposta da TAP no Leste europeu é Zagreb, a capital da Croácia, que contará com três voos semanais, a partir de 2 de Junho.


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III Divisão - Série A ?ª Jornada AD Esposende - A Cabeceirense AD Oliveirense - FC Amares ADC Correlhã - Brito SC CD Cerveira - FC Vinhais GD Bragança - SC Vianense GD Joane - Desp. Monção GD Valpaços - Mondinense FC Merelinense FC - SC Maria Fonte SC Mirandela - SC Valenciano

III Divisão - Série B ?ª Jornada AC Vila Meã - Padroense FC ADR Tarouquense - SC Rio Tinto Canedo FC - SC Vila Real CR Ataense - Descansa Ermesinde SC - Leça FC FC Tirsense - Lusitânia FC Lourosa Rebordosa AC - CD Cinfães Torre Moncorvo - UD Valonguense Vilanovense FC - AD S. Pedro Cova

2-0 1-2 0-2 1-0 2-0 3-0 2-2 0-1 4-0

Classificação J V E D 1º SC Maria Fonte 2º GD Bragança 3º SC Mirandela 4º GD Joane 5º FC Amares 6º Brito SC 7º AD Oliveirense 8º Merelinense FC 9º A Cabeceirense 10º CD Cerveira 11º Mondinense FC 12º FC Vinhais 13º SC Vianense 14º Desp. Monção 15º AD Esposende 16º ADC Correlhã 17º GD Valpaços 18º SC Valenciano

29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29

19 18 18 16 16 14 12 12 12 9 9 8 7 7 6 7 6 5

7 9 7 10 3 7 9 8 4 12 4 6 7 6 8 3 4 6

3 2 4 3 10 8 8 9 13 8 16 15 15 16 15 19 19 18

G

P

61-16 55-19 56-25 43-22 45-32 41-33 44-27 36-31 41-36 38-38 43-58 24-39 26-44 33-47 30-48 33-64 24-60 27-61

64 63 61 58 51 49 45 44 40 39 31 30 28 27 26 24 22 21

J V E D 1º AC Vila Meã 28 2º Torre Moncorvo 28 3º L. FC Lourosa 27 4º FC Tirsense 27 28 5º Canedo FC 6º Rebordosa AC 28 7º Ermesinde SC 27 8º Vilanovense FC 28 9º SC Vila Real 27 10º AD S. P.Cova 27 27 11º Leça FC 12º CR Ataense 27 13º UD Valonguense 27 14º SC Rio Tinto 27 27 15º CD Cinfães 16º Padroense FC 27 17º ADR Tarouquense27

14 14 11 12 11 9 11 12 10 10 9 10 9 7 6 5 6

9 7 10 5 8 13 7 4 9 8 10 7 8 9 9 6 3

5 7 6 10 9 6 9 12 8 9 8 10 10 11 12 16 18

A Beneditense CD - Descansa AC Marinhense - CU Idanhense CA Mirandense - Eléctrico FC CA Riachense - GC Alcobaça Caldas SC - GD "O Vigor da Mocidade" CD Amiense - AD Fundão GD Peniche - UD Caranguejeira GDR Bidoeirense - GDR Monsanto Sertanense FC - GD Sourense

G

P

37-20 40-30 40-25 39-34 32-32 44-32 38-35 32-43 33-25 37-31 33-31 36-40 34-42 30-39 25-36 26-34 30-57

51 49 43 41 41 40 40 40 39 38 37 37 35 30 27 21 21

J V E D 4 7 7 6 10 9 7 9 11 9 10 10 12 12 14 14 15

P

1-0 2-0 3-0 1-0 1-0 2-2 2-2 0-1 2-0

33-21 32-23 39-32 42-31 36-27 39-26 35-29 30-29 32-33 25-24 41-38 25-31 26-32 30-39 20-30 21-35 21-47

53 48 48 44 44 43 41 40 39 34 33 31 29 29 29 25 20

?ª Jornada (?-?) AD Fundão - GDR Bidoeirense CA Riachense - GD Peniche CU Idanhense - A Beneditense CD Eléctrico FC - Caldas SC GC Alcobaça - CA Mirandense GD "O Vigor da Mocidade" - CD Amiense GD Sourense - AC Marinhense GDR Monsanto - Sertanense FC UD Caranguejeira - Descansa

J V E D 1º Carregado 2º Atlético 3º Machico 4º C. Lobos 5º Cacém 6º 1º Dezembro 7º O Elvas 8º Alcochetense 9º Caniçal 10º Sintrense 11º Montijo 12º Vialonga 13º Santana 14º Fut. Benfica 15º Loures 16º Ouriquense 17º Tires 18º Vilafranquense

29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29

16 17 15 14 14 13 11 11 12 12 10 10 8 9 10 7 5 5

9 5 8 8 7 7 9 8 5 4 8 6 11 6 2 8 7 6

4 7 6 7 8 9 9 10 12 13 11 13 10 14 17 14 17 18

7 8 6 8 9 8 6 10 8 8 10 9 9 11 14 12 17 17

G

P

42-20 49-25 47-33 37-30 38-33 45-32 40-35 37-35 29-28 29-30 32-31 30-36 28-27 31-41 24-36 27-39 26-50 21-51

56 51 49 47 46 45 43 43 43 39 37 36 34 32 31 29 24 14

CD Beja - Juventude SC Évora 0-0 Estrela FC Vendas Novas - Farense - Fut. SAD Não Jogado GD Beira-Mar Mt. Gordo - GD Monte Trigo Não Jogado GD Sesimbra - AD Oeiras 2-1 Lusitano GC Évora - Lusitano FC VRSA 1-2 SCM Aljustrelense - GD Lagoa 2-3 SR Almacilense - FC Ferreiras 1-2 UD Messinense - FC Castrense 0-0 Vasco Gama AC - Amora FC 1-0

Classificação G

P

48-25 68-28 43-30 44-45 47-41 42-33 34-32 34-31 38-36 37-40 32-29 35-41 36-34 24-36 41-48 27-45 24-49 31-62

57 56 53 50 49 46 42 41 41 40 38 36 35 33 32 29 22 21

?ª Jornada (?-?) 1º Dezembro - C. Lobos Atlético - Tires Fut. Benfica - Vialonga Loures - Alcochetense Machico - Cacém Montijo - Santana Ouriquense - O Elvas Sintrense - Caniçal Vilafranquense - Carregado

5 6 10 8 7 9 13 7 10 12 10 12 13 11 7 11 6 11

III Divisão - Série F ?ª Jornada

Classificação G

17 15 13 13 13 12 10 12 11 9 9 8 7 7 8 6 6 1

AA Avanca - GDRC Social Lamas AD Fornos Algodres - CD Estarreja AD Satão - AD Valonguense Anadia FC - SC São João Ver CD Arrifanense - GD Gafanha CF "Os Marialvas" - AD Valecambrense CF U. Lamas - GD Milheiroense CRC Souropires - CD Tondela FC Cesarense - UD Tocha

Alcochetense - Ouriquense Atlético - Montijo C. Lobos - Sintrense Cacém - Fut. Benfica Caniçal - Loures Carregado - 1º Dezembro Santana - Machico Tires - O Elvas Vialonga - Vilafranquense

Classificação

J V E D 1º CF U. Lamas 29 2º AA Avanca 29 3º GDRC S. Lamas 29 4º CRC Souropires 29 5º SC São João Ver29 6º CD Tondela 29 7º AD Valecambrense29 8º GD Milheiroense 29 29 9º Anadia FC 10º AD Valonguense 29 29 11º AD Satão 12º FC Cesarense 29 29 13º UD Tocha 14º GD Gafanha 29 15º AD F. Algodres 29 16º CD Estarreja 29 17º CF "Os Marialvas"29 18º CD Arrifanense 29

?ª Jornada (?-?)

III Divisão - Série E ?ª Jornada

1-1 0-0 1-0 3-2 1-0 1-0 3-2 0-0

3-1 2-2 2-2 2-1 0-0 3-2 0-1 3-0 3-0

Classificação

AD S. Pedro Cova - Ermesinde SC CD Cinfães - Torre Moncorvo CR Ataense - ADR Tarouquense Leça FC - FC Tirsense Lusitânia FC Lourosa - SC Rio Tinto Padroense FC - Vilanovense FC Rebordosa AC - Descansa SC Vila Real - AC Vila Meã UD Valonguense - Canedo FC

III Divisão - Série D ?ª Jornada

8 6 6 11 5 7 11 7 6 10 9 10 8 8 5 7 8

1-0 3-2 1-1 2-2 1-0

?ª Jornada (?-?)

A Cabeceirense - ADC Correlhã Brito SC - CD Cerveira FC Amares - Merelinense FC FC Vinhais - Desp. Monção Mondinense FC - AD Esposende SC Maria Fonte - GD Valpaços SC Mirandela - GD Joane SC Valenciano - GD Bragança SC Vianense - AD Oliveirense

15 14 14 11 13 12 10 11 11 8 8 7 7 7 8 6 4

AA Avanca - Anadia FC AD Valecambrense - FC Cesarense AD Valonguense - AD Fornos Algodres CD Tondela - CF U. Lamas GD Gafanha - AD Satão GD Milheiroense - CF "Os Marialvas" GDRC Social Lamas - CD Estarreja SC São João Ver - CRC Souropires UD Tocha - CD Arrifanense

2-1 3-0 1-1

Classificação

?ª Jornada (?-?)

1º Eléctrico FC 27 2º CA Mirandense 27 27 3º Caldas SC 4º GD Sourense 28 5º GDR Monsanto 28 6º CU Idanhense 28 7º UD Caranguejeira 28 8º CA Riachense 27 9º GD Peniche 28 10º GC Alcobaça 27 11º AC Marinhense 27 12º Sertanense FC 27 13º A Beneditense CD27 14º GDR Bidoeirense27 27 15º AD Fundão 16º V. Mocidade 27 17º CD Amiense 27

III Divisão - Série C ?ª Jornada

J V E D 1º Vendas Novas 27 28 2º AD Oeiras 3º UD Messinense 27 4º L.. GC Évora 27 5º Lusitano FC VRSA27 6º J. SC Évora 28 SR Almacilense 27 7º FC Ferreiras 27 8º CD Beja 27 9º Amora FC 28 10º Vasco Gama AC 27 11º GD Sesimbra 27 12º Mt. Gordo 26 13º GD Lagoa 27 14º SCM Aljustrelense 27 15º FC Castrense 28 16º GD Monte Trigo 27 0 17º Farense

15 14 13 14 11 13 11 9 9 9 8 9 8 7 8 6 2 0

8 8 10 7 12 5 9 8 7 7 9 6 8 10 6 7 3 0

G

4 39-19 6 53-27 4 37-18 6 39-24 4 44-30 10 32-22 7 31-24 10 36-38 11 30-30 12 34-36 10 23-29 12 26-36 10 24-28 10 25-35 13 26-33 15 25-40 22 14-69 0 0-0

P 53 50 49 49 45 44 42 35 34 34 33 33 32 31 30 25 9 0

?ª Jornada (?-?) AD Oeiras - UD Messinense Amora FC - GD Sesimbra FC Castrense - GD Beira-Mar Mt. Gordo FC Ferreiras - Lusitano GC Évora GD Lagoa - Vasco Gama AC GD Monte Trigo - CD Beja Juventude SC Évora - Farense - Fut. SAD Lusitano FC VRSA - SCM Aljustrelense SR Almacilense - Estrela FC Vendas Novas

DESPORTO | 27


28 | DESPORTO

CORREIO DE VENEZUELA - 06 DE ABRIL DE 2006

Uma casa portuguesa á moda do Porto António Carlos da Silva axedrezado@gmail.com

Sábado à tarde. O jogo decisivo na luta pelo título do campeonato português de futebol da presente época está prestes a começar. Nas bancadas de Alvalade a claque portista faz esforços para não se deixar "engolir" pela multidão verde e branca. Nesse momento, a muitos quiló metros de distâ ncia, na zona Este da capital venezuelana, outros "dragões" de coração azul e branco fazem forca pelo clube nortenho bicampeão mundial. Estamos na Casa do FC Porto da Venezuela, onde nem sequer o facto de a RTPI não transmitir o jogo em directo, arrefece os â nimos de um grupo de "tripeiros" que acreditam na vitó ria dos comandados de Co Aadrianse. Situada na 1° Transversal da Av. Sucre de Los dos Caminos, no Edif. Tavares, piso 1, Of. 3, quem visita a Casa do FC Porto da Venezuela fica logo sensibilizado pelo ambiente de convivência salutar e a ani-

mação desportiva. As bandeiras, cachecó is, galhardetes, fotografias de grandes craques e de inesquecíveis plantéis portitas, deixam ver a grandeza e a histó ria do clube português melhor sucedido em provas internacionais. A casa conta actualmente com 115 só cios, no entanto a direcção espera aumentar o nú mero de só cios, que pagam actualmente a mó dica quantia de 15.000.oo Bs. Mensais. Celestino Oliveira, presidente da Casa, convida a todos os portistas, portugueses e colectividade em geral, a visitarem a sua sede "sempre que venham por bem e com respeito". E não é só futebol o que oferece esta instalação, pois é dos pouco lugares da capital onde se pode provar a cozinha portuguesa típica do norte. Nos horizontes do clube está formar duas equipas de Futsal para competir nos clubes e torneios particulares, estando adiantadas as negociações com alguns parceiros e patrocinadores para tal efeito. A Casa

Convívio desportivo em tons de azul e branco

A direcção da Casa do Porto espera aumentar os só cios, que actualmente são 115

cumpre ainda com as funções sociais de acompanhar e ajudar o Lar "Padre Joaquim Ferreira", organizando ainda as festas de São Martinho e São João na sede da Missão Cató lica Portuguesa, a benefício da mesma.

Ambiente de festa todos os dias O ambiente é sempre muito concorrido, embora nos dias dos jogos, logicamente, a assistência seja muito maior. Convém destacar que as instalaç ões da sede estão preparadas para a contingência de não dispor de transmissões televisivas dos jogos do FC Porto, dispondo do serviç o de Internet para seguir as transmissões via radial, e estando afiliados a um programa especial para repetiç ão dos golos, e como acrescenta Sílvio Santos, ex-presidente do Clube: "aqui ninguém fica sem saber do jogo e sem ver os golos". O presidente Oliveira faz questão de afirmar repetidamente que: "temos as portas abertas a todos pois somos uma grande família". Este sentimento e partilhado por todos o só cios, como é o caso do senhor Manuel Ramos, que não duvida em afirmar que: "aqui somos todos irmãos e mesmo sendo portista desde pequeno, gosto de estar com todos os que nos visitam, sejam eles de que equipa for".

Uma "portuguesa" de Lima Quem tem a oportunidade de provar os deliciosos pratos que são servidos na Casa, de certeza que ficaria surpreendido ao saber que quem os prepara não é português. Jady Anglas, a cozinheira de serviço, é nascida no Peru sendo natural da cidade de Lima. A oportunidade foi-lhe dada pela actual junta directiva, e afirma que "sempre gostei de cozinhar, e aprender os segredos da cozinha portuguesa foi fácil para mim". Prepara de tudo e todos os dias á ementa diferente desde a feijoada, rojões, tripas á moda do Porto, peixe ao forno, galinha com esparguetes, e o tradicional cozido á portuguesa de todas as quintas feiras. Jady Anglas confessa que o mais difícil foi aprender o ponto de sal do bacalhau. Ela gosta de trabalhar no local e não deixa de salientar a festa que se faz nos dias de jogo, quando a emoção aumenta. E se como aconteceu no sábado, a vitó ria sorri a equipa portista, o amigo leitor já pode imaginar o grito que mais se deixa ouvir na Casa: "¡ Viva o Porto!".


CORREIO DE VENEZUELA -DE 20 A 26 DE ABRIL DE 2006

DESPORTO | 29

Um atleta de “Águas Abertas” Aleixo Vieira aleixo@correiodevenezuela.com

onge de imaginar estavam os pais de Angel Moreira, quando desde muito cedo começaram a levar o filho para as piscinas do Centro Português em Caracas para se iniciar nas aulas de natação para bebés, o que reserva o futuro 15 anos depois. Transcorrido este tempo, os resultados estão à vista. A ú ltima competição em que o jovem entrou foi na dura prova “ Aguas Abertas” , nos rios Orinoco com Caroni, promovido pela municipalidade do sector. Uma competição de dimensão internacional e que desde o ano de 1991 se vem realizando sem interrupções. A prova é limitada a 900 atletas vindos de toda parte do mundo e Angel Moreira obteve o segundo lugar na sua categoria e 11 na classifi-

L

cação geral, em representação do Estado Miranda. Uma prova difícil onde o perigo espreitava a qualquer momento devido à bravura das correntes do rio. Alguns atletas foram empurrados pelo rio abaixo e socorridos posteriormente pelos kayaks, já que não conseguiam nadar contra as fortes correntes que descem rio abaixo. Em conversa com o Correio de Venezuela, Angel Moreira falou da sua carreira, da sua origem e da influência que têm os seus pais na sua actividade desportiva. Do pai herdou o gosto pelo futebol e a sua preferência pela equipa do FC Porto de Portugal. Adora a comida Portuguesa “ os tremoços, o bacalhau à Gomes de Sá, o milho frito com atum” . Da mãe, de origem galega, fala das empanadas galegas, do caldo galego, das rejas e não esconde a sua

preferência pelo Desportivo de La Corunha. A sua carreira necessita esforço, pelo que agradece o apoio do pai e a dedicação da mãe, sem esquecer o empenho dos seus primeiros treinadores, como Oscar huen, Marcos Gutierrez e Victor Montero. Enquanto a competição está parada, já treina para a sua pró xima “ Águas Abertas” , que se realizará em Junho, na ilha de Margarita. Aqui estão à espera dois dias de dura competição, onde terá que nadar 15 quiló metros em mar aberto. Entretanto, provas em piscina estão também nos horizontes de este jovem, que já ganhou muitas provas. Por agora são 17 anos de vida e 14 de treinos e dedicação à modalidade que deu um atleta luso-descendente que se iniciou e treina nas piscinas do Centro Português em Caracas.

Moreira já treina para sua próxima “Aguas Abertas” que se realizará em Junho na Ilha de Margarita


30 | DESPORTO Liga de Honra 31ª Jornada

II Divisão - serie A 27ª Jornada

Barreirense - Covilhã Chaves - Santa Clara Desp. Aves - Maia Gondomar - Marco Leixões - Estoril Moreirense - Ovarense Portimonense - Feirense Varzim - Beira-Mar Vizela - Olhanense

"A Designar" - Camacha

1-0 0-0 1-0 3-0 1-1 3-0 0-2 0-2 1-0

J V E D 16 16 15 14 12 12 12 11 10 10 10 10 9 9 7 7 6 6

Esmoriz - FC Porto B

Não Jogado

G

0-1 Descansa

breves

II Divisão - serie D 27ª Jornada

Abrantes - Oliveira Hospital

2-1

Casa Pia - Louletano

2-0

Benfica C. Branco - Pampilhosa

0-1

Odivelas - SL Benfica B

2-0

3-2

Espinho

Fafe - Ribeirão

1-0

Fiães - "A Designar III"

Não Jogado

Operário - Olivais Moscavide

0-1

Lixa - Famalicão

1-0

Lousada - Sanjoanense

3-2

Penalva Castelo - Oliveira Bairro

3-3

Oriental - Mafra

0-1

Oliveirense - Descansa

Portosantense - Vilaverdense

0-1

Marítimo B - Dragões Sand.

0-1

Portomosense - C.D. Fátima

0-0

Pinhalnovense - CU Micaelense

0-0

Sandinenses - Freamunde

1-0

P. Rubras - Infesta

1-1

Rio Maior - Nelas

0-2

Real SC - Silves

4-1

Torcatense - Braga B

0-0

Paredes - Pontassolense

1-0

Tourizense - "A Designar"

Não Jogado

Rib. Brava - Ali. Lordelo

2-1

U. Coimbra - Sp. Pombal

3-2

P

14 1 40-16 62 9 6 42-28 57 10 6 41-17 55 8 9 56-39 50 12 7 37-27 48 11 8 43-31 47 10 9 33-30 46 13 7 42-36 46 10 11 31-35 40 10 11 42-42 40 10 11 39-41 40 8 13 42-43 38 11 11 33-36 38 9 13 31-35 36 10 14 28-38 31 7 17 31-59 28 6 19 32-62 24 6 19 30-5824

II Divisão - serie C 27ª Jornada

At. Valdevez - Trofense

Classificação

32ª Jornada (23-04) Beira-Mar - Olhanense Covilhã - Desp. Aves Estoril - Gondomar Feirense - Chaves Leixões - Vizela Maia - Portimonense Marco - Barreirense Ovarense - Varzim Santa Clara - Moreirense

II Divisão - serie b 27ª Jornada

União - Descansa

Classificação 1º Beira-Mar 31 2º Desp. Aves 31 31 3º Leixões 4º Gondomar 31 5º Olhanense 31 6º Santa Clara 31 31 7º Chaves 31 8º Varzim 31 9º Covilhã 31 10º Estoril 31 11º Vizela 31 12º Feirense 13º Portimonense 31 14º Moreirense 31 15º Barreirense 31 16º Marco 31 17º Ovarense 31 18º Maia 31

CORREIO DE VENEZUELA - DE 20 A 26 DE ABRIL DE 2006

J V E D

Classificação G

P

J V E D

Classificação G

P

J V E D

G

1º Lousada

23 13 5 5 36-21 44

1º Oliveirense

23 15 5 3 43-22 50

2º União 3º Fafe

23 13 6 4 27-12 45

23 11 10 2 28-15 43 2º Espinho 3º Dragões Sand. 23 11 6 6 33-22 39

2º Abrantes 3º C.D. Fátima

22 13 3 6 35-28 42

23 10 6 7 24-23 36

11º At. Valdevez 12º Vilaverdense 13º Torcatense 14º "A Designar"

23 9 7 7 16-15 34 23 10 4 9 22-23 34 23 9 6 8 37-27 33 23 8 8 7 21-21 32 23 8 7 8 22-21 31 24 7 9 8 24-19 30 23 6 10 7 22-26 28

4º Paredes Infesta 5º Rib. Brava 6º FC Porto B 7º Esmoriz 8º Marítimo B 9º Pontassolense 10º Ali. Lordelo

24 11 5 8 33-27 38 24 9 8 7 31-32 35 24 9 8 7 28-28 35 23 8 7 8 23-27 31 24 8 7 9 29-31 31 24 9 3 12 33-33 30 23 9 2 12 32-29 29 23 6 7 10 24-35 25

24 6 3 15 23-40 21

11º P. Rubras 12º Fiães

23 5 9 9 26-29 24

23 3 4 16 15-39 13

13º Sanjoanense

23 4 7 12 21-34 19

0 0 0 0 0-0

14º "A Designar III" 0 0 0 0 0-0

23 7 6 10 24-29 27

0

28ª Jornada (23-04) Braga B - Fafe Camacha - At. Valdevez Famalicão - Torcatense Freamunde - União Portosantense - Descansa Ribeirão - Sandinenses Trofense - Lixa Vilaverdense - "A Designar"

24 7 4 13 19-33 25

0

28ª Jornada (23-04) "A Designar III" - Esmoriz Ali. Lordelo - P. Rubras Dragões Sand. - Paredes FC Porto B - Rib. Brava Infesta - Espinho Marítimo B - Descansa Pontassolense - Lousada Sanjoanense - Fiães

22 11 8 3 33-15 41

22 4º Tourizense Pampilhosa 22 5º Penalva Castelo 23 6º Rio Maior 24 7º Nelas 22 8º Sp. Pombal 22 9º Oliveira Bairro 23 10º Benfica C. Branco23

12 4 6 32-20 40 10 7 5 31-24 37 9 6 8 30-32 33 8 8 8 29-30 32 7 8 7 26-24 29 7 6 9 30-28 27 5 11 7 33-33 26 5 7 11 21-36 22

11º Portomosense 24 3 12 9 22-26 21 12º U. Coimbra 22 5 3 14 20-41 18 13º Oliveira Hospital 22 1 6 15 18-44 9 14º "A Designar"

0 0 0 0 0-0

0

28ª Jornada (23-04) "A Designar" - Portomosense C.D. Fátima - Penalva Castelo Nelas - Benfica C. Branco Oliveira Bairro - Oliveirense Oliveira Hospital - U. Coimbra Pampilhosa - Abrantes Rio Maior - Descansa Sp. Pombal - Tourizense

1-0

P

23 13 6 4 36-18 45

25 9 8 8 20-20 35

3-1

Vitória Setúbal B - FC Madalena

Classificação

1º Trofense

4º Portosantense Ribeirão 5º Lixa 6º Camacha 7º Sandinenses 8º Braga B 9º Freamunde 10º Famalicão

Torreense - Imortal

Veteranos em actividade

J V E D 1º O. Moscavide 2º Louletano 3º Operário 4º Pinhalnovense 5º Odivelas 6º FC Madalena 7º Mafra 8º Casa Pia 9º CU Micaelense 10º SL Benfica B 11º Torreense 12º Imortal 13º Real SC 14º Vit. Setúbal B 15º Silves 16º Oriental

27 27 26 27 27 26 27 27 27 27 27 27 27 27 27 27

15 14 14 13 14 13 12 11 10 10 11 10 9 9 5 1

7 7 5 7 3 4 6 5 7 7 4 6 5 4 5 6

G

5 41-22 6 50-27 7 34-23 7 31-23 10 36-31 9 28-32 9 38-33 11 40-43 10 27-25 10 35-36 12 33-32 11 38-34 13 32-40 14 29-37 17 33-51 20 18-54

P 52 49 47 46 45 43 42 38 37 37 37 36 32 31 20 9

28ª Jornada (23-04) Casa Pia - Pinhalnovense FC Madalena - Oriental Imortal - Odivelas Louletano - Operário Mafra - Real SC Olivais Moscavide - Torreense Silves - CU Micaelense SL Benfica B - Vitória Setúbal B

Em Caracas, no Centro Português, disputou-se a 6.ª jornada da Copa Le´lio Ferreira da Rocha, na categoria de Super Veteranos. Eis os resultados: Gama Club, 7 - Câmara de Lobos, 0 Tercero Tiempo, 2 Beira Mar, 0 AD Camacha, 9 - CS Marítimo, 1 A classificação é liderada pelo Gama Club (18 pontos), seguido do 3.º Tiempo (15), Cãmara de Lobos (12) e AD Camacha (9). Beira Mar (7), Marítimo (4), Nacional (0) e Vasco da Gama (0) ,são os últimos da classificação. De regresso, na próxima sexta-feira, dia 21, está a Copa Millennium na categoria de Super Master. Os jogos são: Gama Club - Nacional AD Camacha - FCPorto.

Marítimo inaugura novas instalações um Marítimo mais rico e melhor preparado para enfrentar os desafios do futuro aquele que terça-feira inaugurou a segunda fase das obras do seu complexo desportivo em Santo Antó nio, na Madeira. Uma infra-estrutura moderna, que prima não só pela qualidade mas também pela inovação, integrando um pavilhão gimnodesportivo e respectivas estruturas de apoio, uma escola e ainda um lar para os jogadores.

É

Um conjunto de infra-estruturas que se vêm juntar àquelas já existentes (campos relvado e sintético e demais áreas de apoio), que têm servido o futebol profissional e amador. Para além das entidades, foram muitos os adeptos verde-rubros - algumas centenas - que responderam ao convite efectuado pela direcção do Marítimo e fizeram questão de se deslocar a Santo Antó nio, para ficar a conhecer as novas infra-estruturas.


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DESPORTO | 31

Marítimo respira, FCP quase lá Paços de Ferreira conseguiu segundafeira em Braga uma excelente vitó ria por 3-2, na 31¦ jornada da Liga portuguesa de futebol, que dá à equipa pacense novos horizontes quanto à manutenção no escalão principal. Em notó rio momento de crise, o Sporting de Braga parece uma equipa resignada ao quarto lugar na prova, de onde já não deverá sair. Com efeito, só muito dificilmente recuperará nove pontos e pior diferença de golos para o Benfica, mas também a vantagem de seis pontos para o quinto, que é o Boavista, parece confortável. O Sporting de Braga está confortavelmente instalado no quarto lugar, com 54 pontos, atrás do Benfica, que tem 63, e à frente do Boavista, que tem 48, do Nacional, que tem 47, e do Vitó ria de Setú bal, que tem 45, equipas que ainda têm hipó teses matemáticas de chegar ao quarto lugar. Na pró xima jornada joga em Coimbra, com a Académi-

O

ca, recebe na penú ltima jornada o Gil Vicente e termina o campeonato com o Sporting, no estádio José Alvalade. Por seu turno, numa jornada em que FC Porto praticamente arrumou a questão do título, e o Benfica aproveitou (vencendo o Boavista), o empate do Sporting na Amadora, o outro destaque vai para o Marítimo que conseguiu uma vitó ria importante sobre o rival Nacional, por 2-0, em partida da 31.ª jornada da Liga portuguesa de futebol, realizada no Estádio dos Barreiros, no Funchal. Ambas as equipas precisavam de somar pontos nesta partida, o Marítimo para tentar fugir aos lugares da despromoção, enquanto que o Nacional tentava alcançar a quinta posição para uma eventual qualificação europeia. Mais felizes foram os “ verde-rubros” , ao beneficiar dos tentos apontados por dois jogadores brasileiros, primeiro Olberdam inaugurou o marcador, aos 54 minutos, enquanto Marcinho, aos 87, fechou a

Liga Betandwin 31ª Jornada Belenenses - V. Setúbal Boavista - Benfica Braga - P. Ferreira E. Amadora - Sporting FC Porto - U. de Leiria Marítimo - Nacional Naval 1º Maio - Gil Vicente Rio Ave - Académica V. Guimarães - Penafiel

3-1 0-2 2-3 0-0 1-0 2-0 1-4 1-4 3-1

Classificação J V E D

contagem para o Marítimo. Os dois conjuntos vinham com algumas ausências para este “ derby” , com o Marítimo a não poder contar com Fahel e Filipe Oliveira, castigados apó s terem cumprido séries de cinco cartões amarelos no moralizador empate (2-2) diante do Benfica. No Nacional, também moralizado apó s a goleada infligida ao Belenenses na ú ltima jornada, a maior ausência foi a do médio Bruno, que contraiu

uma lesão durante esta semana e que teve grande importƒ ncia no jogo da primeira volta deste “ derby” , quando apontou os dois golos na vitó ria da sua equipa (2-1). Para ter mais apoio durante a partida, a direcção “ verderubra” decidiu abrir gratuitamente as portas das bancadas nascente e lateral sul aos adeptos que viessem trajados com as suas cores, o que resultou, pois o Estádio dos Barreiros quase encheu.

31 1º FC Porto 31 2º Sporting 31 3º Benfica 31 4º Braga 31 5º Boavista 31 6º Nacional 7º V. Setúbal 31 8º U. de Leiria 31 31 9º Marítimo 10º E. Amadora 31 11º Belenenses 31 12º P. Ferreira 31 13º Académica 31 14º Naval 1º Maio 31 31 15º Rio Ave 16º V. Guimarães 31 17º Gil Vicente 31 18º Penafiel 31

22 20 19 16 12 13 14 11 9 10 11 10 10 10 8 8 9 2

G

32ª Jornada (21-04) Académica - Braga Gil Vicente - Rio Ave Nacional - Benfica P. Ferreira - Belenenses Penafiel - FC Porto Sporting - Naval 1º Maio U. de Leiria - E. Amadora V. Guimarães - Boavista V. Setúbal - Marítimo

P

6 3 49-14 72 5 6 46-23 65 6 6 48-2563 6 9 34-2054 12 7 35-26 48 8 10 37-30 47 3 14 27-30 45 7 13 36-39 40 12 10 34-34 39 8 13 28-32 38 4 16 39-4037 7 14 33-46 37 7 14 35-43 37 5 16 34-46 35 10 13 31-44 34 9 14 26-36 33 6 16 34-41 33 9 20 21-58 15


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Suspeitos apenas de “ cooperação” Delia Meneses deliacorreio@hotmail.com

investigação do assassinato do empresário italiano Filippo Sindoni tomou novo rumo. As declarações de altos funcionários do governo que implicavam no caso a “ industriais portugueses” foram postas de lado. Fontes ligadas à defesa do português João Paulo Costa Marques e aos dois luso-descendentes, adiantaram ao Correio que estes suspeitos só podem ser envolvidos ao nível de “ grau de cooperação” , mas não se lhes podem imputar acusações por sequestro e assassinato, como foi dito no início da investigação. O Correio apurou que o

A

emigrante detido, natural de Aveiro, de 35 anos, recebeu esta semana a primeira visita oficial por parte de uma funcionária do Consulado Geral de Portugal de Valência. Costa Marques encontra-se detido actualmente na cadeia de Tocuyito, localizada em Carabobo. A fonte, que preferiu manter o anonimato, explicou que é necessário desmentir o facto de que se trata de industriais portugueses, “ pois o cidadão detido nem sequer é dono da padaria “ Sandra” , localizada na avenida Henry Ford de Valência, estado Carabobo. É só o gerente do negó cio” . Acrescentou que Costa Marques está confiante em que vai sair

em liberdade. Juntamente com Marques, também estão detidos os seus dois cunhados, Miguel Ángel João de Jesú s, de 23 anos, e Carlos João de Jesú s, de 25 anos, lusovenezuelanos nascidos em Anaco, estado Anzoátegui. Os três vivem na mesma casa. Os corpos policiais teriam encontrado o chip do telemó vel de Sindoni num telemó vel de Miguel Angel João de Jesú s. Esta terá sido a razão pela qual os corpos a investigação policial vinculou, juntamente, o emigrante e cunhado com o sequestro e o assassinato do empresário de 71 anos de idade, dono de vários meios de comunicação de Maracay e da empresa Pastas Sindoni.

Contradições O Fiscal General da Repú blica, Isaías Rodríguez, declarou a 14 de Abril que Juan Carlos Saavedra, um coronel reformado da Guardia Nacional, cujas fileiras abandonou em 2005, foi quem disparou contra Sindoni, no passado 29 de Março. Nesse momento, o responsável declarou que Saavedra se encontrava detido em lugar secreto por razões de segurança. No entanto, poucos dias depois esta informação foi desmentida pelo Fiscal 6º de Aragua, o qual declarou que este homem não tinha sido coronel da Guardia Nacional e nem se encontrava detido. Assegurou então que o que existia era um mandado de detenção emitido em seu nome e que os investigadores estavam a tentar desvendar o seu paradeiro. Esclareceu ainda que Saavedra não era coronel aposentado. A patente mais alta que conseguiu atingir foi a de sargento da Guardia Nacional.

PJ apreende milhões a rede internacional Polícia Judiciária (PJ) anunciou quinta-feira, dia 12, a apreensão em Famalicão e Pó voa do Varzim de mais de 3,8 milhões de euros pertencentes a uma organização internacional de narcotráfico, 620 mil dos quais em contas bancárias. A elevada quantia de dinheiro encontrava-se no interior de uma residência propriedade de

A

um empresário português, 35 anos, com interesses na Venezuela e suspeito de pertencer a uma organização criminosa que está a ser investigada pela PJ, adianta aquela Polícia em comunicado. Segundo a PJ, o empresário, que já está identificado, mas ainda não foi localizado, é suspeito de desenvolver, na organização cri-

minosa, “ um importante papel ao nível do branqueamento de capitais resultantes do tráfico de estupefacientes” . A Unidade de Informação Financeira (UIF) da Polícia Judiciária detectou ainda várias contas e aplicações financeiras, titularizadas pelo empresário português, em duas instituições bancárias, num total de 620

mil euros, cuja apreensão foi já determinada por ordem judicial emitida pelo Tribunal de Esposende. O dinheiro foi apreendido na sequência de buscas domiciliárias realizadas por inspectores da Direcção Central de Investigação do Tráfico de Estupefacientes (DCITE) em residências na zona de Famalicão e Pó voa do Varzim.

ÚLTIMA horA

Morreu dono de "Punta Larga" Alfredo Figueira dos Santos, que em vida foi o proprietário da fazenda "Punta Larga", agro-pecuária produtora de banana situada no estado Aragua, faleceu na madrugada da passada Quinta-feira Santa, por volta das 3:00 am, vítima de doença prolongada. Segundo informações veiculadas por familiares do falecido, Santos encontrava-se doente desde há vários meses, mas nunca se deixou abater por causa da doença e "sempre se manteve activo no trabalho". Os filhos e a família assim como as empresas que tratavam com ele e que estreitam vínculos com o nosso jornal enviaram as mais sentidas condolências à família. Alfredo Figueira dos Santos era natural do Caniço, ilha da Madeira, de onde partiu para Venezuela em 1954, fugindo da guerra. Radicou-se em Cagua (Aragua), comprou uma bicicleta e lançou-se a trabalhar na entrega do pão. Com o passar dos anos, passou por diferentes sectores comerciais: lojas de víveres, padarias e bombas de gasolina. Há algumas décadas converteu-se num dos produtores de banana mais importantes da Venezuela. Inicialmente, a fazenda funcionou como uma empresa familiar, mas foi crescendo até converter-se numa sociedade agrícola com pessoal qualificado para trabalhar a cultura da bananeira. Anualmente, Punta Larga vende mais de 5,3 milhões de quilos de banana na Venezuela. As principais cadeias de supermercados do país, como a Central Madeirense, são clientes fixos de esta empresa.


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