Edição 37 do Correio de Sintra.

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Vigília contra “situação degradante da saúde”

Suspensão alterou rotina SOCIEDADE. Bombeiros suspenderam serviço de transporte de doentes não urgentes e doentes ficaram em casa. . Concelho, 4

Voos ‘low cost’ em Sintra sociedade. Assembleia de

Freguesia de Algueirão-Mem Martins teme impactos da instalação de uma companhia ‘low cost’ na Base Aérea n.º1 e quer ouvir população. Concelho, 5

Candidato de Sintra FUTEBOL. Nuno Lobo, o chefe do gabinete do presidente da câmara de Sintra, Fernando Seara, é o único candidato à presidência da Associação de Futebol de Lisboa. Desporto, 11

Caso de negligência SOCIEDADE. O Ministério Público de Sintra está a investigar o caso de uma bebé de 13 meses que ficou com queimaduras de segundo grau, num processo em que a instituição responsabiliza a educadora da criança. Queluz, 14

A Comissão de Utentes de Saúde de Sintra protesta contra estado dos centros de saúde do município e falta de médicos de família. Em Queluz, utentes entraram à força no centro de saúde obrigando à presença policial no local. Concelho,6

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PJ investiga alegadas irregularidades Membros da Assembleia de Freguesia de Agualva estão a ser ouvidos pela Judiciária no âmbito de investigação sobre relações entre Junta e construtor civil. Cacém, 13 PUB


A abrir

19 de Janeiro de 2012

Salta à vista...

editorial

O desacordo ortográfico… fato porque o C é pronunciado) de os brasileiros não os utilizarem em demasia. Mas o acordo ortográfico trouxe outros problemas ortográficos difíceis de resolver. Antirrealismo, antirreligioso ou minissaia viram o hífen ser substituído por uma consoante repetida. Já outubro, janeiro, primavera e inverno viram cair a maiúscula. No meio destas alterações, os portugueses tiveram forçosamente que adoptar uma nova escrita que ninguém queria adotar. A actualidade dos jornais será substituída pela atualidade do acordo. E por essa mesma razão é que o Correio de Sintra começa o ano de 2012 com a adoção do novo acordo ortográfico. Mas não esquecemos que a língua é a cultura de um povo.  JOAQUIM JOSÉ REIS

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a mesma semana em que a Jerónimo Martins, proprietária da cadeia de hipermercados Pingo Doce, anunciou a transferência do controlo da empresa para a Holanda, deu início a uma campanha na qual os clientes, ao adquirir um pacote de leite ou uma garrafa de azeite, teriam direito gratuitamente a outro. Logo a campanha que se fez um pouco por todo o país contra a decisão de transferência da sede da empresa foi esquecida pelos clientes. Que o diga a administração do Pingo Doce da Rinchoa, Rio de Mouro, que um destes dias foi forçada a chamar a polícia para serenar os ânimos das dezenas de clientes que acorreram ao supermercado para comprar azeite e leite que, impacientes pela espera, se empurraram e gritaram uns com os outros.

Sintra em ruínas

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erá correcto dizer que é correto que o acordo ortográfico mexe com a identidade cultural da maioria dos portugueses? Enquanto que alguns defendem a unificação da escrita para garantir a sobrevivência da língua, nomeadamente permitindo a oficialização da língua portuguesa no seio das Nações Unidas e no ensino de universidades estrangeiras, outros defendem que é absurdo adaptar a uma só voz duas maneiras diferentes de falar, escrever e sentir o português. Em Portugal há dez milhões de falantes, enquanto que no Brasil há 180 milhões. Atualmente, a expressão da língua portuguesa no mundo deve-se, essencialmente, aos falantes brasileiros e daí a intenção de adaptar a uma só escrita. Mas sempre houve diferenças a marcar a língua portuguesa. A língua falada no Algarve é diferente da falada no norte. Na Madeira não se fala da mesma forma que nos Açores. E desta forma acontece com Portugal e Brasil. Questiona-se o leitor de que, apesar de no nosso território os sotaques não ditarem a forma como se escreve, agora seja imperativo um acordo que junte o português do Brasil com o de Portugal. Palavras há em que portugueses e brasileiros não se compreendem. Porque, enquanto os portugueses “percebem”, os brasileiros “entendem”. Enquanto que em Portugal se escrevia ‘pára’, no brasil retira-se o acento e fica ‘para’. Assim, com o acordo ortográfico será possível hoje escrever, baralhando os leitores, a seguinte frase: “Sintra para para os turistas” em vez de “Sintra pára para os turistas”. A questão dos acentos reside no facto (e não no

VIVENDA ANNA - http://www.sintraemruinas.blogspot.com/

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tualmente parte do logradouro da Vivenda Anna (vila de Sintra) serve de estaleiro da obra de reconstrução das lojas contíguas, ação que aumentará a degradação do edifício. Proposta de intervenção do Sintra em Ruínas: Reabilitação total das fachadas e das águas-furtadas do edifício mantendo os pormenores arquitetónicos mais relevantes. Colocação de novo gradeamento nos limites do terreno bem como nas escadas de acesso à porta principal e à varanda térrea.

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Concelho

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Suspensão do transporte dos bombeiros alterou rotina dos doentes SOCIEDADE. As corporações de bombeiros do concelho de Sintra iniciaram a 4 de janeiro um braço de ferro com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), alegando que as novas regras de pagamento do Sistema de Gestão de Transportes de Doentes prejudicavam a viabilidade financeira das associações. Ao final do dia, a ARSLVT acordou com as corporações um regime “provisório”, retornando o pagamento deste serviço aos preços praticados até novembro.

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suspensão do serviço de transporte de doentes não urgentes das nove corporações de bombeiros do concelho de Sintra alterou a rotina de centenas de doentes que, nesse dia, se viram sem alternativa para se deslocar aos equipamentos de saúde. Manuel Durão, 87 anos, morador em Mem Martins, divide os seus dias por tratamentos de fisioterapia e de hemodiálise. A curta reforma permite-lhe beneficiar do transporte gratuito até às unidades de saúde, mas nesse dia, devido à suspensão do serviço, ficou em casa. O idoso partiu a bacia há poucos dias e há quatro anos uma queda partiu-lhe o fémur da perna esquerda, impedindo-o de sair de casa. As equipas de transporte de doentes não urgentes dos bombeiros de Algueirão-Mem Martins deslocavamse diariamente ao primeiro andar do prédio onde mora para que, tendo em conta a falta de um elevador, pudesse descer as escadas e ir aos tratamentos. O doente afirma que o facto de as corporações de bombeiros de Sintra e Amadora terem suspendido o Pub

Bombeiros admitiram parar as ambulâncias para evitar maiores prejuízos.

serviço de transporte de doentes não urgentes contratado pela ARSLVT o impediu de seguir para a fisioterapia. Pior, disse a sua mulher ao Correio de Sintra, seria se acontecesse o mesmo com o tratamento de hemodiálise, que, dia sim, dia não, tem forçosamente que fazer, numa clínica a pouco mais de 400 metros de casa. Ambos lamentam não ter capacidade financeira para pagar o transporte pelos seus próprios meios. “Um dia faz hemodiálise e outro faz fisioterapia. Naquele dia não foi por falta de transporte. Eu tenho mais medo da hemodiálise porque ele não pode passar um dia sem ela. Não quero deixar morrer o meu marido”, referiu Isaura Robalo. Já Domingas Quintela dedica três dias por semana (cinco horas em cada um deles) a tratamentos de hemodiálise. A munícipe garante que apenas foi avisada às 06:20 de que 40 minutos mais tarde uma ambulância da Cruz Vermelha a iria levar a uma clínica que fica a cinco

quilómetros da sua casa. “Fui apanhada de surpresa. Agora, acabei o tratamento e tinha que ter transporte para casa, porque depois do tratamento a pessoa não está em condições de regressar [a pé] para casa. Mas vou mesmo ter que ir a pé, devagarinho”, disse. Domingas Quintela adiantou que os 234 euros que recebe de reforma a impedem de ter capacidade financeira para custear a deslocação três vezes por semana à clínica de Mem Martins e que o transporte gratuito efetuado pelos bombeiros é a única solução que tem. No entanto, segundo o porta-voz das direções das dez corporações que suspenderam o serviço, os bombeiros vão manter os transportes de todos os doentes de hemodiálise. Apesar de os bombeiros terem garantido que iriam manter este transporte, Maria Ramos, 70 anos, temia pela suspensão deste serviço que lhe permite cumprir a mesma

rotina de tratamento três vezes por semana. “Eles querem que a gente morra para acabar com reformas e com isto? Não posso pagar mais”, comentou. As corporações alegavam que o novo Sistema de Gestão de Transportes de Doentes da Tejo (ARSLVT), que em novembro instituiu novas regras no pagamento, estava a retirar aos bombeiros a sua “mais importante receita”, uma vez que provocou quebras de 70% de faturação, pondo em causa dezenas de postos de trabalho nestas corporações. Os bombeiros criticavam as alterações que contemplam o não pagamento “do retorno do doente transportado à unidade hospitalar” e o “mecanismo de pagamento do preço de quilómetro” dentro das localidades, sem qualquer diferenciação sobre o território em que atuam as corporações.  JR.


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Algueirão-Mem Martins quer ouvir população sobre voos ‘low cost’ JR

SOCIEDADE. A Assembleia de Freguesia de Algueirão-Mem Martins determinou que a população deve ser ouvida sobre a possibilidade de instalação de uma companhia ‘low cost’ na Base Aérea n.º1, em Pêro Pinheiro. A recomendação da Assembleia de Freguesia é contestada pelo presidente da Junta, que defende o investimento no município.

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proposta apresentada pelo Bloco de Esquerda foi aprovada por unanimidade e recomenda ao executivo que reúna condições para que a população da freguesia se possa pronunciar sobre a eventual instalação da companhia Easyjet na base aérea de Sintra, que funcionaria como um complemento ao aeroporto da Portela (Lisboa). Um grupo de trabalho nomeado pelo Governo está a estudar mais duas localizações: Alverca e Montijo. Os eleitos do BE mostram-se preocupados com o ruído provocado pelo aumento do tráfego aéreo naquela que será a freguesia mais populosa do país. “Pela localização da Base Aérea n.º1, a rota de aterragens e levantamentos

BA1 pode ser alternativa à Portela.

implicará a passagem dos aviões a baixa altitude, por cima de zonas densamente habitadas de várias freguesias, nomeadamente de Algueirão-Mem Martins, o que trará consequências em termos de segurança, de ruído e de impactes ambientais”, refere o documento aprovado na Assembleia de Freguesia.

Os bloquistas defendem que uma decisão deste género “não pode ser tomada sem ouvir as populações locais já que será sobre elas que se farão sentir os efeitos mais negativos de tal situação, com a consequente perda de qualidade de vida, do direito ao descanso e à saúde”. A “desvalorização das casas e propriedades, bem como estragos decorrentes das vibrações” são outros dos impactos apontados. Contactado pelo Correio de Sintra, o presidente da Junta de Freguesia, Manuel do Cabo, disse ter sido “apanhado de surpresa” com a aprovação da recomendação, justificando que durante a votação se encontrava na Assembleia Municipal de Sintra, que se realizou no mesmo dia. “Esta hipótese é de grande importância não é só para a freguesia, mas para concelho todo. Estamos a falar de, em tempos de crise, naquele que será o maior investimento privado que se fará. Há todo um conjunto de serviços e equipamentos que se tem que dotar o aeroporto. Haverá mais impostos, mais riqueza em Sintra e mais postos de trabalho”, referiu. O autarca adiantou que, caso seja

decidido pelo executivo, terá que acatar a decisão, embora, “dificilmente a Junta tenha condições para fazer um referendo”. “Há uma série de localidades interessadas nesse investimento. Acho que não faz sentido ouvir a população nesta questão, uma vez que é uma decisão que cabe ao governo e à câmara de Sintra e é benéfica para o concelho”, justificou. O autarca lamentou ainda que, no dia em que foi decidido avançar com a recomendação, os partidos da oposição (PS, BE e CDS) tenham chumbado pela quarta vez o orçamento da Junta de Freguesia. “Apesar de ser a quarta vez, esta foi uma surpresa porque fizemos uma explicação rigorosa sobre onde se ia gastar as verbas. Queriam saber onde se ia gastar, como se iria investir e nós demos essa explicação não ao cêntimo, mas ao euro, através de um conjunto de 16 páginas. Mesmo assim foi rejeitado. Enquanto presidente de Junta isto não me afeta nada porque estamos a trabalhar com o orçamento de 2009, que até tem valores superiores aos que teria este ano”, disse. JR. Pub


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Concelho

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Em vigília contra a situação “degradante” da saúde em Sintra JR

SOCIEDADE. A Comissão de Utentes de Saúde de Sintra vai realizar durante o mês de janeiro diversas vigílias junto a centros de saúde, em protesto contra a situação “degradante da saúde” no concelho e o aumento das taxas moderadoras.

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Comissão de Utentes em vigília junto ao centro de saúde de Belas. JR

s vigílias foram anunciadas junto ao centro de saúde de Agualva, a 10 de janeiro, e já decorreram nos centros de saúde de Belas (16 de janeiro), Queluz (17) e Agualva (18), e vão continuar em Rio de Mouro (23), e Mem-Martins (24), terminando a 27, junto ao Hospital Amadora Sintra. Segundo a porta-voz da comissão, Paula Borges, estas iniciativas devem-se ao facto de “a saúde em Sintra continuar a ser uma miragem”, onde “um quarto da população deste concelho não tem médico de família”. “O número de utentes sem médico de família ronda os 135.700, isto num universo de cerca de 408 mil pessoas. Continuamos à espera que seja construído um novo hospital e o conjunto de vigílias vai terminar, no dia 27, junto ao Amadora Sintra, que já não tem capacidade de resposta para a quantidade de utentes que serve”, disse. A comissão contesta o aumento das taxas moderadoras da saúde, considerando “chocante que, em vez de haver investimento e procura de soluções para os problemas que estão criados, o Governo decida aumentar, de uma forma cega, o custo dos serviços mais emergentes na área da saúde”. Em Belas, a vigília de “resistência cívica” contra a “destruição” do Serviço Nacional de Saúde, teve início

Utentes forçaram entrada no centro de saúde de Queluz e polícia acalmou ânimos.

às 7:00, mas muitos utentes já se encontravam a marcar vez para uma consulta há várias horas. No dia 16, à porta do centro de saúde estava uma dezena de pes-

soas, algumas das quais desde as 5:50. De muletas nas mãos, Maria Eugénia Filipe, 74 anos, chegou ao equipamento de saúde às 6:15 para “tentar arranjar uma consulta”

e lamentou as “dificuldades” para subir ao primeiro piso do equipamento de saúde. “Tive que sair de casa às 5:50 para apanhar o autocarro e esperar aqui desde muito cedo, senão não arranjo consulta. E depois ainda tenho que subir, de muletas, até ao primeira andar do centro de saúde. Custa-me muito”, sustentou. A porta-voz do Comissão de Utentes de Saúde lamentou as condições deste equipamento: “É um prédio de habitação adaptado a centro de saúde. Não tem elevador e quando as pessoas não conseguem subir as escadas os médicos têm que descer e dar as consultas no hall de entrada”. A responsável explicou que, dada a falta de médicos de família, as pessoas “são obrigadas a fazer grandes filas de espera para arranjar uma consulta”. “Só neste centro de saúde estão inscritos 16.500 utentes e 7.500 que não têm médico de família”, disse Paula Borges. A 17 de Janeiro, durante uma ação de vigília na extensão de Queluz, na rua Lusíada, dez pessoas que se encontravam há várias horas a aguardar a abertura do equipamento forçaram a entrada, obrigando à presença policial no local para serenar os ânimos. Aos 82 anos, Francisco Lemos, foi o primeiro a fazer fila à porta do centro de saúde e um dos principais a reclamar a entrada mais cedo. “Hoje vim às 4:30. Fiz uma pequena cirurgia no hospital e isto infetou e estou farto de cá vir e nunca consigo ter consulta. Já vim às 6:00 e quando chega a minha vez já não há consultas”, disse o idoso ao Correio de Sintra.  Joaquim Reis


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Desporto

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Candidatura à AFL promete rutura com o passado

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om o lema “Uma AFL para todos”, o projeto abrange os pequenos e grandes clubes de Lisboa, e garante profundas alterações nas áreas administrativas, financeiras e de arbitragem. “A campanha rege-se por cinco linhas mestres que passam pela criação de um departamento de futebol onde estejam englobadas as valências do futebol 7, futebol 11, futebol feminino, futebol de praia e futsal, pela reformulação administrativa e financeira da casa, pela criação de uma área para os clubes onde podem ter apoios logísticos e desportivos, pelo regresso da influência da AFL no panorama do futebol nacional e pela revisão de toda a estação patrimonial da associação”, disse ao Correio de Sintra Nuno Lobo. O candidato adiantou ainda que o projeto abrange medidas de carácter desportivo, tais como o fim das taxas de urgência, o regresso dos vencedores das taças distritais na Taça de Portugal e a envolvência de árbitros entre os 45 e 55 anos nos jogos de futebol 7. “O projeto apresenta um novo Conselho de Arbitragem, que conta apenas com um elemento do anterior, porque acho que este sector não foi bem explorado pelo mandato anterior”, sublinhou o candidato, adiantando que o grande objetivo da candidatura passa “pela rutura com o passado da AFL”. “Quero que a associação volte a liderar novamente o movimento associativo em

Breves DR

FUTEBOL. Com apenas 33 anos, Nuno Lobo, atual chefe do gabinete do presidente da câmara de Sintra, Fernando Seara, candidata-se à presidência da Associação de Futebol de Lisboa (AFL) com cerca de 70 por cento de subscrições. A lista do candidato foi a única a dar entrada até o último dia de registo.

Nuno Lobo é o único candidato à presidência da Associação de Futebol de Lisboa.

Portugal. A minha candidatura entrelaça juventude com maturidade suficiente para que possamos pôr a AFL no panorama ao qual pertenceu no passado”, disse Nuno Lobo. Até dia 10, último dia de registo de candidaturas, apenas tinha dado entrada a lista de Nuno Lobo, com cerca de 70 por cento de subscrições. “Julgo que a vitória seja garantida. No entanto, não me interessa apenas a vitória, interessa-me que os clubes vão à associação, maciçamente, para mostrar a força que esta nova direção tem na AFL”, explicou. Sobre o facto de a AFL ter suprimido a função de fiscal de linha nos jogos dos escalões infantis e juvenis – decisão polémica muito contestada pelos clubes - Nuno Lobo garantiu ao Correio de Sintra que esta será uma das primeiras medidas a tomar enquanto presidente. “Daqui há dois meses, o futebol das camadas jovens terá novamente fis-

cais de linha em todos os jogos. Temos que parar de brincar com os sentimentos das crianças. Os jovens estão nos clubes para praticar futebol e não para assumir funções. Isto compete unicamente à AFL”, disse. Além do cargo na autarquia sintrense, Nuno Lobo desempenhou, nos últimos três anos, as funções de presidente do Conselho de Disciplina da AFL. “Conheço minimamente a estrutura da casa e os problemas do futebol não profissional”, disse o candidato, acrescentando que o facto de os pequenos clubes o terem desafiado para avançar com uma candidatura pesou na decisão final. “Não é um projeto que exclua os grandes, mas o seu berço surge do futebol não profissional”, sublinhou Nuno Lobo, apesar de se orgulhar com o facto de receber o apoio de grandes clubes como o Benfica, o Sporting e o Estoril.  Alexandre Oliveira Pereira

Correio de Sintra 11

‘Fim da Europa’ realiza-se sem financiamento da autarquia Depois de um mês de incertezas, a decisão foi tomada. A organização do Grande Prémio Fim da Europa decidiu realizar a prova, no próximo dia 29, apesar de não contar com a participação financeira da autarquia sintrense. A decisão de continuar com a tradição do Grande Prémio Fim da Europa foi divulgada, no passado dia 7, depois de uma reunião entre os membros da organização. Estes elementos referem que foi preciso encontrar “o modus operandi para levar por diante esta iniciativa que, não podendo salvar a identidade do Grande Prémio Fim da Europa, lhe salve, pelo menos, o espírito”. Não usufruindo de qualquer ajuda financeira por parte da câmara municipal, a organização teve que cortar nas despesas. Fernando Andrade, um dos membros da equipa, disse que o transporte de retorno e o abastecimento são feitos por conta própria. A prova não conta ainda com policiamento, sendo importante para a organização que “todos estejam atentos e respeitem a prioridade dos automobilistas”. “Apesar das contrariedades existentes, a prova promete benefícios para todos os participantes: companheirismo, paisagens deslumbrantes gravadas na retina, ou em gravação digital, fragrâncias da serra e do mar, e o contacto visual com o ponto mais ocidental do continente europeu”, sublinhou Fernando Andrade. Sob a alçada de um novo nome, Treino Fim da Europa, a prova tem data e local marcado para o dia 29 do corrente mês, às 10h00, junto ao Palácio da Vila, em Sintra. O trajeto, que tem como destino final o Cabo da Roca, compreende duas versões, um de 17 quilómetros (ida) e outro de 34 (ida e volta). Pub


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Desporto

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Pêro Pinheiro cria equipa feminina Pela primeira vez na história do clube, uma equipa feminina vai ostentar a camisola do Pêro Pinheiro e pisar os relvados do estádio Pardal Monteiro. A captação de jogadoras ocorreu a 12 de Janeiro e vinte corresponderam à iniciativa. ATLETISMO.

E

m declarações ao Correio de Sintra, o responsável da formação do clube, Luís Matias, disse que o projeto pretende formar “raparigas e mulheres” que gostem de praticar futebol. “O grande objectivo passa por iniciar as pessoas interessadas no futebol feminino”, sustentou. O responsável explicou que a iniciativa nasceu do facto de muitas mulheres da freguesia perguntarem a razão pela qual não existia, até à data, nenhuma equipa feminina no clube. “É uma ideia que existe há dois ou três anos. Contudo, só agora é que tivemos as condições necessárias

Mais de vinte jovens compareceram aos treinos de captação.

para levá-la avante”, sublinhou. O projeto está ainda em crescimento, mas as linhas estruturais estão bem fixadas pelo clube local. “Já recebemos as atletas. Agora vamos

ver qual o nível de cada uma, para, no caso de existir níveis de formação futebolística diferentes, podermos dividi-las em várias equipas”, explicou Luís Matias.

O responsável adiantou ainda que, por enquanto, “a ideia passa pela formação de equipas de futebol 7”, de forma a “existir um maior contacto com a bola e preparar as atletas para, mais tarde, evoluir para o futebol 11”. Segundo Luís Matias, apesar de este ser um projeto com uma vertente “lúdica”, o objetivo passa por, “a médio longo prazo” fazer integrar a equipa em campeonatos competitivos”. O grupo feminino vai ser treinado pelo capitão da equipa sénior do clube, Carlos Aguiar, que, segundo o responsável da formação, é uma pessoa com habilitações, uma vez que além de ter um curso de treinador, é ainda professor de educação física. “É, portanto, uma pessoa qualificada para iniciar este projecto”, reforçou Luís Matias. Os treinos estão programados para as terças e quintas, das 18h30 às 19h45  AOP

Dakar: Hélder Rodrigues acaba em 3.º lugar

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piloto de motociclismo de Almargem do Bispo, Hélder Rodrigues, acabou na 3.ª posição da classificação geral do Rali Dakar. Apesar das contrariedades sentidas em várias provas, o piloto reforçou o seu lugar graças às vitórias na 9.ª e 13.ª etapa. Os imprevistos mecânicos e os erros de navegação na primeira semana do Dakar dificultaram a tarefa de Hélder Rodrigues, que ambicionava igualar ou melhorar o 3.º lugar alcançado no ano passado. “O arranque quase não podia ter sido pior, aconteceram-me vários imprevistos, mas consegui recuperar, nas últimas provas, o ânimo que perdi nas etapas iniciais”, disse o piloto em comunicado. Pub

No triunfo da 9.ª etapa, o piloto beneficiou das penalizações da Cyril Despres, Marc Coma e Barreda Bort, em quinze minutos, subindo assim do 4.º para o primeiro lugar. Na 13.ª etapa, Hélder Rodrigues percorreu 275 quilómetros em 3h21m16s, batendo o líder da prova, Cyril Despres, que gastou mais 47 segundos. “Terminar um Dakar é excelente, subir ao pódio é extraordinário. Terminaram à minha frente dois grandes pilotos. Tive a infelicidade de perder tempo nas primeiras etapas o que tornou quase impossível conseguir melhor que o 3.º lugar, como eu tanto ambicionava”, sublinhou o piloto no final da prova. Hélder Rodrigues regressou do Peru no passado dia 18.  AOP


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Agualva - Cacém

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Membros da Assembleia de Agualva ouvidos pela Judiciária JR

JUSTIÇA. Eleitos da Assembleia de Freguesia de Agualva confirmaram ao Correio de Sintra que foram ouvidos este mês pela Direção Central para o Combate à Corrupção da Polícia Judiciária no âmbito de uma denúncia de alegadas “irregularidades” entre o executivo da junta e um construtor civil.

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ois dos eleitos já ouvidos no âmbito da investigação, Luís Roberto, independente, e Teodósio Alcobia, do Bloco de Esquerda, confirmaram terem prestado depoimentos no âmbito de uma denúncia apresentada pelo BE. Em agosto, o Bloco de Esquerda entregou uma queixa no tribunal de Sintra na sequência de uma carta enviada aos partidos por um proprietário de uma empresa de construção civil, onde este denunciava alegadas irregularidades no pagamento de faturas por parte do executivo da Coligação Mais Sintra (PSD e CDS-PP). Na carta, a que o Correio de Sintra teve acesso, constam alegadas des-

Direção Central para Combate à Corrupção investiga alegadas irregularidades em Agualva.

pesas pagas pelo empreiteiro, nomeadamente um jantar de 380 euros, brindes e colocação de cartazes durante as autárquicas de 2009 que deveriam ser, “como habitualmente faturadas como calçadas nos contratos com a junta”.

Segundo Teodósio Alcobia, que depôs a 9 de janeiro, “já foram ouvidas várias pessoas” e a PJ está “mais interessada na procura de esclarecimentos sobre os pagamentos do jantar e dos cartazes”. Luís Roberto confirmou ao Correio

de Sintra que foi ouvido esta terçafeira, escusando-se a prestar mais declarações, justificando que o caso está “sob segredo de justiça”. O presidente da Junta de Freguesia de Agualva, Rui Castelhano, disse ao Correio de Sintra desconhecer a investigação da Polícia Judiciária, adiantando que não foi ouvido nem notificado a comparecer na Direção Central para o Combate à Corrupção. O autarca acrescentou que as acusações do construtor civil “não fazem sentido” e que “a seu tempo irá ser provado”, em sede de justiça, “o que é verdade e o que não é”. A carta enviada pelo construtor civil aos partidos representados na freguesia motivou, em agosto, a renúncia da presidente da mesa da Assembleia de Freguesia, Sheila de Sousa e de outros quatro eleitos. Apesar das várias reuniões entre os partidos para eleger uma mesa, durante vários meses estes não se entenderam e este órgão ficou em vazio legal.  REDACÇÃO

Detidos por furto de cobre

CRIME. A PSP de Sintra anunciou a detenção em flagrante delito de três homens, a 17 de Janeiro, quando se encontravam a furtar cobre num armazém junto à estrada de Paço D´Arcos, na freguesia de São Marcos.

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polícia anunciou em comunicado que após ter “conhecimento de que se encontravam vários indivíduos a

furtar material do interior de um armazém ali existente”, se deslocaram ao local, tendo intercetado os três homens junto à entrada do edifício. A PSP apreendeu ainda uma viatura “alegadamente usada no furto, contendo no seu interior vários fios de cobre”. No total foram apreendidos 96 quilos de cobre. Segundo esta autoridade policial, os detidos, com idades entre os 27 e os 33, terão admitido “de

imediato a autoria do furto”, tendo para o efeito recorrido ao uso de dois alicates pequenos, uma serra de cortar ferro e dois alicates de corte. “A PSP, no âmbito das diligências subsequentes, apurou que os detidos se encontram indiciados da prática de vários crimes desta natureza, sendo que um deles se encontra em liberdade condicional até 2013”, refere o comunicado.  REDACÇÃO Pub


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Queluz - Belas

Opinião

Ministério Público investiga caso de bebé que esteve internada 17 dias JR

AMBIENTE. O Ministério Público de Sintra está a investigar o caso de uma bebé de 13 meses que ficou com queimaduras de segundo grau nas costas durante um banho num colégio, num processo em que a instituição responsabiliza a educadora da criança.

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educadora do colégio Barco do Mimo terá deixado escorregar a menina para a banheira quando a torneira tinha água a ferver e é agora suspeita de negligência, depois de os pais terem apresentado queixa contra a instituição. A mãe da bebé, Licínia Castanheira, disse ao Correio de Sintra que, a 4 de novembro, a criança sofreu queimaduras de segundo grau nas costas na sequência do incidente. “A educadora disse que, quando ia dar banho à menina, esta lhe escorregou da mão, deslizando e queimandose na água que saía a ferver da torneira. Mas se a água não estivesse tão quente, não haveria esta queimadura”, afirmou a progenitora, que apresentou queixa na PSP. O Ministério Público de Sintra está a investigar o caso, tendo

Rui Fonseca admite processar educadora de infância que já pediu demissão.

já recebido o relatório do médico que acompanhou a menor. Licínia Castanheira explicou que o sistema de aquecimento de águas da instituição não é seguro e que pretende a devolução da anuidade paga no ato de inscrição da menor, valor que ronda os mil euros. O diretor executivo do Barco do Mimo, Rui Fonseca, confirmou ao Correio de Sintra que a criança sofreu queimaduras de segundo grau durante a tarde de 4 de novembro, adiantando

que a instituição detém um seguro que deverá cobrir todas as despesas. O resposável adiantou que vai apresentar uma queixa-crime contra a educadora por negligência e por omissão de socorro. Rui Fonseca acrescentou que três dias após o incidente, a educadora apresentou a demissão. O responsável disse que a descrição do incidente que a educadora fez no relatório entregue à seguradora da ins-

tituição “não corresponde” ao que terá acontecido uma vez que, considerou, é impossível” que a criança tenha sofrido queimaduras nas costas ao “escorregar” para dentro da banheira porque, desta forma, também teria queimado as pernas e os pés. “Ela conta uma versão e supostamente, perante os factos já provados, essa versão não é passível de ser real. Mas independentemente da versão, há uma coisa que nunca pode acontecer que é a água que sai daquela torneira não poder ser aplicada numa criança à temperatura a que sai. Ela tem que ser temperada”, disse. O responsável adiantou: “Depois, há todo um procedimento de socorro que a instituição tem que não foi seguido pela educadora, porque sonegou e atrasou a informação [do que estava a acontecer] e atrasou a prestação de socorro”. O diretor executivo acrescentou que a instituição não vai devolver as verbas da anuidade paga pelos pais, justificando que estes “rescindiram unilateralmente” o contrato. O Correio de Sintra tentou contactar a educadora de infância, que se manteve incontactável até ao momento.  JR.

Utilização pública dos jardins da Quinta Nova

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Bloco de Esquerda (BE) apresentou um projeto de resolução na Assembleia da República recomendando ao Governo a cedência dos espaços exteriores da Quinta Nova de Queluz ao município de Sintra, para utilização pública. Em comunicado, o BE defende que os espaços exteriores da Quinta Nova devem ser incluídos no complexo verde constituído pelo parque Felício Loureiro Pub

e pelos jardins do Palácio Nacional de Queluz e da Matinha. Segundo o partido, após a saída da Estradas de Portugal da Quinta Nova de Queluz, em 2009, este espaço alberga atualmente um conjunto de serviços administrativos do Exército, impedindo a utilização pública das zonas verdes. “A utilização da Quinta Nova pelo Exército determinou que a zona dos jardins, estufas e da mata seriam encerrados à população, o

que impede que a população de Queluz e da Amadora possam usufruir daquelas áreas de desporto e de lazer que vinham utilizando desde 2006”, refere o comunicado. No projeto de resolução entregue a 3 de janeiro, o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda recomenda ao Governo que ceda os espaços exteriores à autarquia de Sintra, permitindo a sua utilização pública e gratuita.  REDACÇÃO


19 de Janeiro de 2012

Tribuna

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Um aeroporto para LOW COST é fomentar o desenvolvimento de Sintra...

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a última sessão da Assembleia de Freguesia de Algueirão Mem Martins, foi debatida e aprovada por unanimidade uma recomendação, que só por distração, ignorância ou miopía politica podia ter sido votada da forma como o foi e por quem foi, na medida em que considero que as pessoas devem ter o senso e a coragem suficientes para analisar profundamente uma recomendação que pode pôr em causa investimentos na ordem de muitos milhões de euros e a não criação de centenas de postos de trabalho. Confesso que não participei nesse debate, por estar em serviço das minhas funções de autarca, na Assembleia Municipal, onde se debatia e aprovava o orçamento da Câmara Municipal de Sintra. Só depois de concluída a sessão da AM é que tomei acento na Assembleia de Freguesia, no momento em que já se discutia o orçamento da Junta, o qual uma vez mais acabou por ser rejeitada. Os membros da Assembleia de

e nós não podemos andar distraídos, sobretudo quando há lobbies, muito fortes, a tentar captar para as suas regiões investimentos avultados como aquele que está pre-

… estão preocupados com os ruídos, com a segurança e com os impactos ambientais provocados pelos aviões… Freguesia que votaram esta recomendação estão preocupados com os ruídos, com a segurança e com os impactos ambientais provocados pelos aviões. Eu julgo que aquilo que nos deve mobilizar a todos é para que o país e o nosso concelho em particular possam captar investimentos que criem emprego, tudo quanto se faça em contrário é pura distração

visto para Sintra. Sintra reúne as condições necessárias para um aeroporto de companhias aéreas de baixo custo, seja a EASYJET ou qualquer outra companhia de prestígio internacional. Com as responsabilidades que tenho, quer na maior autarquia do país, em termos de Junta de Freguesia de Algueirão Mem Mar-

tins, quer ainda como responsável pela Associação Empresarial do Concelho de Sintra, devo apoiar a decisão que o Governo vier a tomar em instalar em Sintra um aeroporto de apoio ao Aeroporto da Portela e apoiar o professor Fernando Seara, presidente da Câmara Municipal de Sintra, sobretudo quando ele diz que “vamos lutar para que Sintra seja uma alternativa ao Aeroporto de Lisboa”. O momento não deve ser aproveitado para distrações, como aquela que aconteceu na última assembleia de freguesia. O momento exige de todos nós dedicação e sentido de responsabilidade, nas atitudes e nas decisões e se o Governo decidir, utiliza r a Base Aérea nº 1 como aeroporto de Sintra, Sintra vai certamente ficar ainda mais conhecida, a nível internacional e os cidadãos mais satisfeitos, porque entretanto foram criados centenas de postos de trabalho. Manuel do Cabo Presidente da Junta de Algueirão-Mem Martins Pub


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