Correio do Ribatejo de 11 de Novembro de 2011

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CORREIO DO RIBATEJO

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11 de Novembro de 2011 • 120.º ano • N.º 6.282 • Sai à 6.ª-feira • Preço: j 0,60 • Semanário Regional • Telef. 243333116 • Fax 243333258 www.correiodoribatejo.com

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Golegã a galope na Feira do Cavalo

Novembro é mês de Mário Viegas no Cineclube de Santarém

“O Largo do Arneiro é o nosso Chiado”, diz Manuel Veiga, criador de cavalos lusitanos, ao Correio do Ribatejo. No dia de S. Martinho, a pacata vila da Golegã agita-se num movimento incessante. O Turismo Equestre tem aqui um dos seus melhores palcos, mas, em Portugal, “ainda não saiu do adro”, segundo Vítor Vergamota, da associação nacional do sector. Este fim-de-semana, todos os caminhos vão dar à Feira de S. Martinho, que, nas palavras de Veiga Maltez, presidente da autarquia, transforma a Golegã numa “ode aos sentidos”.

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Escultor diz que as figuras foram vandalizadas por “politiquice”

Ruy Belo recordado por ex-colega de liceu p. 5

Rotunda dos campinos apontada pelo PS como “metáfora da má gestão” de Moita Flores A “rotunda dos campinos” foi o local escolhido pela Comissão Política do PS de Santarém, para uma conferência de imprensa em que Pedro Braz comparou a “falta de qualidade” do conjunto da obra, à gestão do PSD e de Moita Flores. Para o líder da Concelhia do PS, aquela rotunda é uma “pura metáfora” dessa “má gestão”. Em causa, a estatuária danificada que ornamenta o local, da autora de Rui Fernandes, escultor da Golegã que, em entrevista ao Correio do Ribatejo (pág. 22-23), se confessa incomodado com o estado em que se encontram as figuras ali representadas, as quais, na sua opinião, foram vandalizadas por mera “politiquice”. p. 6 PUB

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P E I X E D O D I A

G R E L H A D O S N A B R A S A


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economia

CORREIO DO RIBATEJO Edição n.º 6.282 | 11 de Novembro de 2011

Vamos ver-nos gregos para sair da crise O jornalista de economia, Camilo Lourenço, defende o fim da tributação às empresas em sede de IRC ou, em alternativa, a redução deste imposto para metade da taxa actual, cujo valor está fixado nos 25 por cento. Na análise do especialista, esta seria uma forma de fomentar a instalação de empresas no país e, consequentemente, diminuir a taxa de desemprego que se deverá fixar nos 13,4% em 2012. Segundo Camilo Lourenço, o Imposto sobre o Rendimento Colectivo representa apenas 15 por cento da receita fiscal do Estado pelo que, a sua redução para níveis semelhantes aos da Irlanda (12,5%), serviria de “estímulo” à economia. O jornalista falava num seminário organizado pela consultora financeira Exchange, realizado no Teatro Sá da Bandeira, em Santarém, no passado dia 3 de Novembro. Na sua intervenção, o colunista do Diário Económico advertiu que o país “vai ter de mudar de vida”, uma vez que o modelo de cres-

cimento assente no consumo “acabou”. “Em Portugal, o consumo tem de crescer a par da produtividade”, disse, acrescentando que, em primeiro lugar, o défice da balança externa terá de ser corrigido. “Temos de preparar a mudança em vez de correr atrás do prejuízo como foi feito até aqui”, afirmou Camilo Lourenço para quem “o travão ao consumo interno, que representa hoje 62% do PIB, devia ter sido feito há dez anos atrás”. “Isto não foi executado porque temos uma classe política incompetente”, disse, apontando que, por essa razão, “em três anos”, a dívida pública disparou de 67 para mais de 100 pontos percentuais: “quem foi o criminoso responsável por isto”, questionou. Na sua óptica, vão ser necessários - pelo menos - 15 anos para que o país regresse a rácios de endividamento sustentáveis. E, pelo meio, os cidadãos “terão de fazer enormes sacrifícios”, alertou. Perante este cenário, o

Camilo Lourenço acusou a classe política de ser “incompetente”

autor do programa “A Cor do Dinheiro” da RTPN, aconselha à criação de uma “rotina de poupança”. “Quem anda a dizer que as reformas estão garantidas até 2035 está a mentir”, declarou, sustentando que, na próxima década, com um

crescimento médio previsto de 0,7, será impossível “alimentar o sistema de pensões”. Por isso, reforçou Camilo Lourenço, “a questão das poupanças tem de ser levada a sério”. Os indicadores referem

que mais de 70 por cento do total das aplicações dos portugueses está investido em contas a prazo, um produto financeiro que está seguro até aos 100 mil euros, como referiu o economista António Godinho, administrador do grupo financeiro Sarto-

rial e da consultora financeira Exchange. E embora não se anteveja a possibilidade de falência da banca no país, dada a linha de crédito de 12 biliões de euros inscrita no memorando da troika, “mais vale prevenir”, referiu o responsável. António Godinho foi claro ao afirmar que se “perdeu a virgindade”. Até há pouco tempo, disse, não era crível que um estado pudesse falir: agora, com o ‘default’ parcial da Grécia – que viu recentemente “perdoada” 50% da sua dívida pública - verifica-se que “os países não são seguros”. “A melhor forma de garantir que as poupanças estão em segurança é diversificar as aplicações financeiras”, referiu o economista, para quem um dos activos mais confiáveis na actualidade são “acções da CocaCola ou da Apple”. À margem deste seminário da Exchange, foi lançado um novo canal de WEBTV, da empresária Eduarda Reis, que pode ser acedido em www.regiaoemdirecto.com. Filipe Mendes

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“Novembro é Mês de Mário Viegas” no Cineclube de Santarém O Cineclube de Santarém promove, este fim-de-semana, a iniciativa “Novembro é Mês de Mário Viegas” a quem dedica três dias da sua programação a “título de Homenagem”. Hoje, sexta-feira (dia 11), pelas 21h30, no Teatro Sá da Bandeira, será projectado o filme “Kilas, O Mau da Fita”, de José Fonseca e Costa, com Mário Viegas, Lia Gama, Luís Lello, Lima Duarte, Milú, Paula Guedes, Natália do Vale e Francisco Pestana. Amanhã, sábado, às 21h30, no Fórum Actor Mário Viegas, é projectado ‘O Rei das Berlengas’, realizado por Artur Semedo e onde também participam Mário Viegas. Finalmente, no domingo, 13 de Novembro, pelas 17h00, no Fórum Actor Mário Viegas, “A Divina Comédia”, com realização e argumento de Manoel de Oliveira e com as participações de Mário Viegas, Maria de Medeiros, Miguel Guilherme, Luís Miguel Cintra e Leonor Silveira.

Nascido em Santarém a 10 de Novembro de 1948, António Mário Lopes Pereira Viegas aqui viveu toda a sua infância. Além de ter sido actor e encenador foi, igualmente, recitador, amante e divulgador de poesia. Leu poemas de António Gedeão, Ary dos Santos, Eugénio de Andrade, Jorge de Sena, Mário Cesariny, entre outros, gravando discos de poesia entre os quais “Palavras Ditas”, “País de Abril”, “Três Poemas de Amor, Ódio e alguma Amargura” e “Pretextos para Dizer”. No teatro, interpretou importantes papéis e encenou peças de Beckett, Tchekov, Pirandello, Eduardo De Filippo, Bergman, Strindberg, Peter Shaffer, entre outros, tendo ainda fundado três companhias teatrais: Grupo de Teatro A Barraca, A Companhia de Teatro Novo Grupo, sediada no Teatro Aberto e a Companhia Teatral do Chiado. No cinema, trabalhou com vários realizadores, destacando-se as suas inter-

Como referi no artigo anterior, a colecção de selos Vicente Batalha posta a circular pelos CTT, para além de actores, inclui quatro dramaturgos: Almeida Garrett, D. João da Câmara, José Régio e Bernardo Santareno. É sobre eles que vou escrever breves notas. Almeida Garrett nasceu, em 1799, no Porto, e morreu, em 1854, em Lisboa. Foi um dos mais brilhantes intelectuais e políticos do seu tempo, e “a sua vida foi tão apaixonante quanto a sua obra”. Escritor, dramaturgo, orador, par do reino, ministro e secretário de estado honorário. Grande impulsionador do teatro em Portugal, uma das maiores figuras do romantismo português, foi ele quem propôs a edificação do Teatro Nacional de D. Maria II e a criação Conservatório de Arte Dramática. Para além de ter escrito importantes peças, como, “Filipa de Vilhena”, “Um Auto de Gil Vicente”, “O Alfageme de Santarém”, cuja acção se passa na Ribeira de Santarém. Em 1844, é publicada a sua obra-prima

“Teatro em Portugal”

pretações em “Kilas, O Mau da Fita” (Fonseca e Costa) e o “Rei das Berlen-

gas” (Artur Semedo), “Divina Comédia” (Manuel de Oliveira) e “Afirma Perei-

ra” (Roberto Faenza). Na televisão, exerceu um papel fundamental na divulgação da poesia, com as séries “Palavras Ditas” e “Palavras Vivas”, com as quais consegue excepcionais níveis de audiência e o aplauso da crítica. Recebeu diversos prémios ao longo da sua vida, entre os quais se destacam ‘Melhor Interpretação’ no Festival de Cinema de La Coruña, Espanha (pelo desempenho em “O Rei das Berlengas”, 1978) e ‘Prémio da Imprensa para Melhor Actor’, em 1981. Na rádio, colaborou no programa “Bom Dia e Risco e Meio”, na Antena 1 e no programa “Escárnio & Maldizer”, na TSF. Em 1993, a Câmara Municipal de Santarém atribuiu-lhe a Medalha de Mérito da Cidade, pela sua carreira. Em 1994, é agraciado pelo então Presidente da República, Mário Soares, com a comenda da ordem do Infante D. Henrique, a 10 de Junho, em Coimbra. A 27 de Março de 1996,

Dia Mundial do Teatro, a Câmara Municipal de Lisboa prestou-lhe homenagem, dando o seu nome à Sala Estúdio do Teatro Municipal de São Luiz, passando este a chamar-se Teatro Estúdio Mário Viegas. Mário Viegas, depois de ter trabalhado diariamente durante 30 anos, no Teatro, Cinema, Disco, Rádio e Televisão, como actor, empresário, encenador e cenógrafo, morre na manhã do dia 1 de Abril de 1996, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. “Novembro é Mês de Mário Viegas no Cineclube de Santarém” é uma organização do Cineclube de Santarém, Associação Lopes Pereira Viegas - Museu do Bem Estar e do Centro Cultural Regional de Santarém que contam com o apoio da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, Museu Nacional do Teatro e Cul.tur - Empresa Municipal de Cultura. Todas as iniciativas são de entrada livre, sujeitas à limitação da sala.

Colecção de Selos – Dramaturgos “Frei Luís de Sousa” (Manuel de Sousa Coutinho, é voz corrente, nasceu, em Santarém, no Palácio Landal), que um crítico alemão, Otto Antsecherl, considerou a “obra mais brilhante que o teatro romântico produziu”, e, em 1845, foi representada a peça “Falar Verdade a Mentir”. Da sua estreita ligação a Santarém, importa referir esse mosaico policromo, “Viagens na Minha Terra”, e a visita efectuada ao seu amigo Passos Manuel, na Alcáçova da cidade, que lhe permitiu vislumbrar uma das mais emocionantes paisagens sobre a lezíria do Tejo. D. João da Câmara nasceu, em 1852, em Lisboa, e aí morreu, em 1908. Começou a escrever pequenas peças no colégio. Foi contudo o drama histórico “D. Afonso VI”, que lhe traria o êxito, quando a 13 de Março de 1890 estreou no Teatro D. Maria II. Escreveu outras peças: “Pântano”, “Toutinegra Real”, “O Ganha-Perde”, “Alcácer-

Quibir” e “A Triste Viuvinha”. Em 1900, “Meia-Noite”, e, no ano seguinte, o folhetim populista “A Rosa Enjeitada”, grande criação da actriz Adelina Abranches. A sua obra-prima é a comédia “Os Velhos”, estreada a 11 de Março de 1893, no Teatro Nacional. Não foi bem acolhida pela crítica nem pelo público, só mais tarde teve reconhecido merecimento. É um texto de recorte realista, com acção no Alto Alentejo, quando do aparecimento das obras do caminho-deferro (o dramaturgo fez a construção do ramal de Cáceres e linhas de Sintra e Cascais, chefiou a Adminis-

tração Central dos Caminhos de Ferro). Foi a escrita que o tornaria conhecido, “um dos maiores dramaturgos portugueses”, nas palavras de Raul Brandão, em 1903. José Régio, pseudónimo de José Maria dos Reis Pereira, nasceu, em Vila do Conde, em 1901, e aí morreu, em 1969. Escritor português, que viveu grande parte da sua viagem na cidade de Portalegre, onde foi professor (1928 a 1967). Foi possivelmente o único escritor de língua portuguesa a dominar com igual mestria todos os géneros literários: poeta, dramaturgo, romancista, novelista, con-

tista, ensaísta, cronista, jornalista, crítico, autor de diário, memorialista, epistológrafo e historiador de literatura, para além de editor e director da influente revista literária “Presença”, desenhador, pintor, e grande coleccionador de arte sacra e popular. Para teatro escreveu as seguintes peças: “El-Rei D. Sebastião (1948), “Jacob e o Anjo” (1949), “Três Peças em Um Acto” (1950), “A Salvação do Mundo” (1957) e “Benilde ou a Virgem-Mãe” (1958), que obtiveram grande repercussão e sucesso. Bernardo Santareno, pseudónimo do médico psiquiatra António Martinho do Rosário, nasceu, em Santarém, a 19 de Novembro de 1920, e morreu, em Carnaxide/Oeiras, a 29 de Agosto de 1980, está sepultado no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa. É considerado maior dramaturgo português do século XX e um dos maiores na história do teatro em Portu-

gal. Começou a escrever peças de teatro desde muito novo, tendo iniciado a sua carreira de escritor pela poesia. O seu 1º volume, “Teatro”, de 1957, inclui, “A Promessa”, “O Bailarino” e “A Excomungada”. Desde então, não mais parou o seu processo criativo, e escreveu mais as seguintes peças: “O Lugre” e “O Crime da Aldeia Velha” (1959), “António Marinheiro ou o Édipo de Alfama” (1960), “Os Anjos e o Sangue”, “O Duelo” e “O Pecado de João Agonia” (1961), “Anunciação” (1962), “O Judeu” (1966), “O Inferno” (1967), “A Traição do Padre Martinho” (1969), “Português, Escritor, 45 Anos de Idade” (1974), “Os Marginais e a Revolução – Restos, A Confissão, Monsanto e Vida Breve em Três Fotografias” (1979) e “O Punho”, com publicação póstuma em 1987. Todas as suas peças foram representadas nos principais palcos do país, à excepção de “O Punho”. A sua obra está traduzida em várias línguas e publicada em muitos países.


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Lançamento dia 19, em Santarém

‘Santarém Ilustrada’ com transcrição do texto e estudo introdutório de Martinho Vicente Rodrigues Luís Montês Matoso projectou e escreveu Santarém Ilustrada na 1.ª metade do século XVIII e fica por publicar 273 anos. O Historiador Martinho Vicente Rodrigues transcreveu o texto e fez um estudo introdutório, enquanto a Junta de Freguesia de Marvila levou por diante “a publicação mais sonhada por grandes vultos da comunidade científica”, afirmou ao Correio do Ribatejo Carlos Marçal, presidente da Junta de Freguesia de Marvila. Para o Historiador Martinho Vicente Rodrigues

“trata-se de uma obra cujos estudos incertos, como pesquisa de fonte, primorosos e dignos do investigador, Clérigo presbítero de S. Pedro e escritor muito anotado pela sua literatura e extraordinária curiosidade, pela sua riqueza informativa, com temas ambiciosos, que iluminam um perfil de contornos da História de Santarém mal definidos.” Para a Junta de Freguesia este livro “é um documento, é estudo, é desenvolvimento do património, é sabedoria a transmitir, é cultura santarena”, refere Car-

los Marçal que lança o convite a toda a população para o lançamento da obra “Santarém Ilustrada”, de Luiz Montez Matozo, transcrição do texto e estudo introdutório pelo Prof. Doutor Martinho Vicente Rodrigues, a realizar no dia 19 de Novembro, pelas 15h30, no Santuário do Santíssimo Milagre de Santarém. ‘Santarém Ilustrada’ irá ser apresentada pelo próprio professor Martinho Vicente Rodrigues e um dos destaques será a actuação do Coro do Círculo Cultural Scalabitano.

O Tango também se conversa Integrado nas comemorações do 2º aniversário do Jardim de Tango, realizouse no passado sábado no Fórum Mário Viegas, a tertúlia “Vamos falar de Tango?” onde, de conversa em conversa, de uma forma espontânea e natural, se ultrapassou o mundo da música e da dança. Desde a história, cultura e influência, até à forma como se sente o Tango para além dos passos de baile. Na mesa de oradores, falaram os maestros de Tango Pedro Pimenta “Gato Milongueiro” e Patrícia Santos (Porto), Eliseu Beja e Maria João Branco (Escola SobretudoTango e Cruz Quebrada), Ricardo Delgado e Márcia Madeira (Latiníssimo Clube), e os músicos Ana Atalaya e João Correia. Vasco Serranho, da organização, disse que o Tango “não é só uma dança, nem apenas um estilo de baile, é uma cultura riquíssima e vasta que se vive e se sente, por todas as idades e culturas”. Já Carla Cruz entende que “mesmo sem se dançar, fez-se Tango.” A tertúlia estendeu-se, noite fora, com uma “Milonguita” (baile de Tango),

Guilherme d’Oliveira Martins e Pedro Canavarro assinaram protocolo

O Centro Nacional de Cultura e a Fundação Passos Canavarro assinaram sábado (dia 5) um protocolo de cooperação que tem como finalidade “facilitar o acesso aos membros e sócios de ambas instituições às diferentes actividades que por si sejam desenvolvidas, isoladamente, ou em cooperação”, informou a Fundação Passos Canavarro em nota enviada ao Correio do Ribatejo. O protocolo prevê ainda o usufruto de “espaços e meios, em regime de preferência”, de ambas as instituições, bem como “promover iniciativas conjuntas, nomeadamente de informação, sensibilização, formação e educação, bem como tomada de posição em assuntos de interesse comum”. O protocolo foi assinado pelos presidentes do Centro Nacional de Cultura e da Fundação Passos Canavarro, respectivamente, Guilherme d’ Oliveira Martins e Pedro Canavarro.

Rancho do Bairro promove S. Martinho Em jeito de tertúlia, ouviu-se falar de Tango

onde os oradores da tarde animaram o espaço de Baile, sem formalismos nem preconceitos, numa atmosfera tangueira ao estilo argentino. A música ficou a cargo de ‘Gato Milongueiro’ que deliciou os bailarinos com uma selecção musical dos vários ritmos do Tango. As comemorações do 2.º aniversário do Jardim de Tango continuam no próximo dia 19 de Novembro, com uma tarde de workshops no Círculo Cultural Scalabitano, onde poderá aprender, desde os primeiros passos, até à técni-

ca mais elaborada. Seguese um jantar e uma Milonga de Gala no Restaurante Portas do Sol, onde os maestros tangueiros nacionais e internacionais irão embelezar a noite com exibições e demonstrações do seu melhor Tango Argentino. Até 30 de Novembro, está patente ao público a exposição de fotografia “ObjectivaTango”, uma mostra inteiramente dedicada à “imagem” do tango argentino pela cidade de Santarém e um pouco pelo mundo. Para dia 7 de Dezembro, quarta-feira, entre as 21h30

e as 23h30, projecção do filme “A Morte de Carlos Gardel.” É a primeira vez que o cinema português se aventura pela obra do escritor António Lobo Antunes. Segundo a realizadora, é um filme sobre “um conjunto de más consciências”. Estreou em Setembro, deste ano, e vem ao Teatro Sá da Bandeira, numa organização conjunta com o Cineclube de Santarém. A sessão contará com a presença da realizadora do filme, Solveig Nordlund, para uma conversa com o público.

Teatro para a infância em Santarém O Teatrinho de Santarém apresenta domingo, às 16h30, no Teatro Sá da Bandeira, o seu novo espectáculo para a infância “A Princesa com Orelhas de Burro”. Trata-se da adaptação para teatro do conto tradicional, feita com muita irreverência e ale-

Centro Nacional de Cultura e Fundação Passos Canavarro assinam protocolo

gria. Uma história que nos diz que o rei e a rainha tiveram uma filha que nasceu com orelhas de burro, porque foi enfeitiçada por uma fada. Só depois de provar que era inteligente é que o feitiço acabou…

A interpretação cénica deste conto explorou movimentos sincronizados, sonorizações especiais ao vivo, e cores diferenciadas numa simples mas engenhosa cenografia, o que se ajusta artisticamente com as figuras burlescas das personagens criadas.

O Rancho Folclórico do Bairro de Santarém Graínho e Fontaínhas promove Festejos do S. Martinho, amanhã, sábado, a partir das 14h30, no Centro Cultural e Recreativo Fontaínhas – Graínho. Às 14h30, “Doces com estilo”, oferece doçaria tradicional e pelas 20h00, “castanhas assadas e água-pé, convívio e algumas surpresas”, promete a organização.

Baile do Magusto, em Marinhais O Pavilhão da Comissão de Festas de Marinhais recebe amanhã, sábado, o baile do Magusto. O evento, organizado pela Comissão de Festas de Marinhais, está agendado para as 22 horas e conta com a actuação do músico “Tomané”. No baile do Magusto haverá, segundo a organização, oferta de castanha assada e água-pé. A organização pretende angariar fundos para a organização das Festas de Marinhais 2012, em honra de São Miguel Arcanjo, festejos que estão previstos para 3 a 6 de Agosto do próximo ano.

Beirões convivem no S. Martinho A Casa dos Beirões no Ribatejo vai realizar no próximo domingo, dia 13, pelas 13h00, o Magusto Beirão, no Retiro dos Caçadores de Achete. O convívio estende-se tarde fora, animado pela dupla ‘Filipe e Marinho’.


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Joaquim Martinho da Silva recorda o colega de liceu e faculdade

Ruy Belo “Homem de Palavra(s)” desde o tempo de estudante em Santarém Ruy Belo (1933-1978), poeta natural do Ribatejo, foi homenageado no colóquio internacional “Homem de Palavra(s)”, que decorreu, dias 3 e 4 de Novembro, em Lisboa. A homenagem serviu de pretexto para irmos ao encontro de um dos seus colegas de liceu e de faculdade, Joaquim Martinho da Silva, conhecido advogado de Santarém, já reformado, que conviveu com ele, desde o tempo do liceu. Martinho da Silva guarda com estima o livro de curso dos finalistas de Direito da Universidade de Lisboa (1955), em que o poeta assina os versos dedicados à sua pessoa. Ainda desconhecido do meio literário, Rui Belo há muito se revelava um ‘homem de palavras’. Foi em 1943 que se conheceram, no ano de abertura do liceu de Sá da Bandeira (actual Escola Secundária). “Eu vinha do Espinheiro [Alcanena] e ele de S. João da Ribeira [Rio Maior]. Éramos amigos e vizinhos, jogávamos à bola, mas ele já fazia versos e eu não sabia o que era isso”, recorda com sinceridade e modéstia Joaquim Martinho da Silva. Nos tempos livres, o local de encontro era quase sempre a Associação Académica de Santarém, onde o jovem Martinho ouvia, mais ou menos indiferente, algumas conversas sobre poesia, nas quais não participava, ou, quando o fazia, era só para “gozar com eles”. O interesse de Martinho da Silva pelas letras só mais tarde haveria de despertar. Mas o jovem Rui (na altura com ‘i’ e não com ‘y’) era precoce nas leituras e, juntamente com o seu grupo mais chegado de amigos, gostava de discutir a poesia de António Botto e outros autores “difíceis de ler”. Martinho da Silva faz buscas na memória e encontra facilmente outros ‘rapazes’ do seu tempo: Rui Cacho, Samouco e Florindo Custódio eram alguns dos estudantes que faziam parte do emergente e informal ‘clube de poetas vivos’. Rui Belo, enquanto aluno do liceu, passou a viver em Santarém, numa casa situada no Largo do Município, com seu irmão João (mais novo), o qual viria a ser um brilhante forcado.

Páginas do livro de fim de curso dedicadas a Martinho da Silva, com versos de Ruy Belo e caricatura de Olindo Figueiredo

quim Martinho da Silva, que escolheu como tema a tomada de Santarém aos mouros, e Sousa Rafael, que dissertou sobre Pedro Álvares Cabral.

“Abraço largo” ao novo doutor

Joaquim Martinho da Silva continua a rever-se no poema de Ruy Belo

Ambos estavam entregues aos cuidados da irmã mais velha. Aluno mediano, Rui Belo “não ligava muito aos estudos” e chegou mesmo a chumbar um ano, segundo recorda Martinho da Silva. Todavia, não passou despercebido do ilustre profes-

sor e historiador Joaquim Veríssimo Serrão, o qual em 1950, na qualidade de presidente da Associação Académica de Santarém, convidou três estudantes para um ciclo de conferências. Os convidados foram Rui Belo, que falou sobre Guilherme de Azevedo, Joa-

Já na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Rui e Martinho voltaram a encontrar-se. “A nossa amizade robusteceu-se e ele acaba por fazer os versos do livro de curso de finalistas relativos à minha pessoa”, conta o colega. Joaquim Martinho da Silva abre o livro e lê com um sorriso afectuoso as palavras de Rui Belo, escritas muito antes do autor vir a ser considerado um nome grande da literatura portuguesa: “Quis deixá-lo nesta página / rígida, protocolar, antiga, / com um botão de rosa na lapela. / Mas ele fugiu. Anda lá for ao Sol / Inútil o tentar civilizá-lo. / Vestiu todas as formas, assimilou os gestos, / mas não larga o cajado que agarrou, / menino e moço no Espinheiro. // Largou os livros. Foi brincar. / Depois, cansado, vai à pastelaria / que fica sempre na esquina / e come os doces predilectos, / ‘espe-

cialidade de Santarém’. / Digo, Martinho, digo? // Não digo porque foges e te furtas / a este abraço largo em que saúdo / o novo doutor / de pés de barro, alma de cavador”. A referida ‘especialidade de Santarém’ tem um duplo sentido, uma vez que a namorada de Martinho da Silva (com quem viria a casarse) se chama Celeste, nome de um doce conventual escalabitano. “Revejo-me inteiramente naqueles versos”, diz Martinho da Silva, que acres-

centa, diríamos, poeticamente: “Já lá vão 56 anos… Como o tempo passa… Mas a verdade é que ainda não larguei o cajado que agarrei menino e moço no Espinheiro”. As palavras de Ruy Belo soltam-se daquela “ página/ rígida, protocolar, antiga”. Martinho da Silva não foge das recordações. Lembra o velho amigo com respeito, admiração e saudade. Por ele, estará sempre pronto a colocar um botão de rosa na lapela. Sofia Meneses

Colóquio nos 50 anos de “Aquele Grande Rio Eufrates” O colóquio internacional que decorreu durante dois dias, na Fundação Calouste Gulbenkian, pretendeu celebrar o cinquentenário da publicação de “Aquele Grande Rio Eufrates” (1961), título de estreia de Ruy Belo no meio editorial. “Homem de Palavra(s)”, livro editado em 1969, deu nome ao colóquio. Aberto a estudiosos da obra de Ruy Belo, mas também a especialistas da poesia portuguesa do século XX e da teoria e crítica literárias, o encontro, que contou com uma conferência de encerramento por Eduardo Lourenço, realçou os múltiplos problemas que a poesia de Ruy Belo coloca, os universos de referência e o seu lugar no panorama da poesia contemporânea.


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sociedade

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Rotunda dos campinos apontada pelo PS como “metáfora da má gestão” de Moita Flores A “rotunda dos campinos”, num dos acessos ao Cnema (Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas), foi o local escolhido pela Comissão Política do PS de Santarém, para uma conferência de imprensa em que Pedro Braz comparou a “falta de qualidade” do conjunto da obra, à gestão do PSD e de Moita Flores. Para o líder da Concelhia do PS, aquela rotunda é uma “pura metáfora” dessa “má gestão”. Visivelmente danificada, a escultura que ornamenta o local foi alvo de duras críticas que o PS remete para Moita Flores e sua equipa. “Os dois campinos – um sem pernas, num milagre de equilíbrio na sela e cujos cavalos já não têm cauda – e o desventurado toiro ou cabresto – que se viu desprovido de rabo e chifre –, testemunham a gestão falhada e incompetente do município”, realçou Pedro Braz. A Concelhia do PS contesta não só o “material débil e de fraca qualidade” que, na sua análise, não confere dignidade às figuras, mas também o seu enquadramento que não permite ver o espelho de água em que assenta o conjunto escultórico e que é, afinal, “um espelho da má relação com a verdade”, que vem marcando a actual gestão da autarquia, segundo as críticas socialistas. “Falta qualidade a todo o conjunto, tal como falta qualidade à gestão camarária do Dr. Moita Flores e do PSD”, acusa, acrescen-

Escultor sente-se “incomodado” mas de consciência tranquila

Pedro Braz acusa Moita Flores de anunciar projectos irrealizáveis

tando que esta tem privilegiado a ostentação, o anúncio cíclico de projectos irrealizáveis, insistindo nos acontecimentos espampanantes na comunicação social para enganar a população de Santarém e, assim, encobrir a pobreza do desempenho do seu Presidente”. Os socialistas apontam vários exemplos do que consideram ser a “gestão incompetente” de Moita Flores: “as dívidas a dispararem, os credores a desesperarem, as juntas de freguesia sufocadas e o nosso concelho a regredir a olhos vistos”. Pedro Braz fez-se acompanhar nesta conferência de imprensa – a última que realiza na qualidade de presidente da Comissão Política –, por vários mi-

litantes socialistas, entre os quais Ricardo Segurado, que encabeça uma das duas listas candidatas às próximas eleições da Concelhia, aos quais se juntou, chegando um pouco mais tarde, Carlos Nestal, líder da bancada socialista na Assembleia Municipal, que lidera a outra lista concorrente. Sofia Meneses

Empresa de Santarém irá pagar entre 7.500 a 60 mil euros por deposição ilegal de lixo Uma empresa sediada na zona industrial de Santarém vai ter que pagar uma coima à Câmara Municipal por, de forma reincidente, ter depositado lixo em local impróprio, mais precisamente na zona da carreira de tiro, entre a urbanização de S. Domingos e a Estrada Nacional 3. A aplicação da coima, que poderá ir de 7.500 a 60 mil euros,

contou com a concordância de todo o Executivo municipal, na reunião de segunda-feira, tendo Ludgero Mendes (PS) considerado que “as pessoas perderam o respeito pela natureza e pela Câmara”. O vereador sugeriu que o valor a pagar pela empresa seja aplicado na recuperação da zona em causa – via paralela à circular urbana, que se encontra

em terra batida e que é frequentemente usada para deposição clandestina de resíduos sólidos, de modo a que a mesma possa servir de alternativa no acesso ao Planalto. Ricardo Gonçalves (PSD) disse que o valor da coima não será suficientemente elevado, para permitir cobrir o custo da obra de requalificação da via.

Mestre Rui Fernandes é o autor da escultura que encima a “rotunda dos campinos”, inaugurada em 6 de Junho de 2009, no final do primeiro mandato de Moita Flores. Numa entrevista ao Correio do Ribatejo, que publicamos nesta edição, efectuada antes da conferência de imprensa do PS de Santarém, o escultor confessa-se “incomodado” pelo estado de degradação da escultura e adianta ter sido já contactado pela Câmara com o objectivo de proceder ao restauro das figuras (ver páginas 22 e 23). Contactado após a conferência de imprensa, Rui Fernandes disse não se sentir pessoalmente visado pelas críticas, até porque estas se dirigem exclusivamente à gestão municipal. “Não me meto em política. Estou ao serviço da sociedade e só percebo do meu trabalho”. Quanto ao material utilizado, o escultor garante tratar-se de uma resina muito resistente, desde que não seja alvo de “acções de vandalismo intencionais”, como pensa ter sido o caso. “Não sei quem fez aquilo, mas estou convencido de que foi uma acção encomendada, com o propósito de denegrir aquela obra”, disse. “Tenho mais duas peças feitas nesse material – uma na Golegã, em espaço público, já com dez anos, e outra na Anadia, numa propriedade, com quase uma década de existência –, ambas em bom estado de conservação”, assegura. O escultor lamenta que o espelho de água não funcione devidamente, mas faz notar que o problema não é da sua responsabilidade, pelo que se afirma de consciência tranquila. SM

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Câmara irá avaliar destino do bairro de antigos militares da Escola Prática A Câmara Municipal de Santarém irá decidir sobre o futuro do bairro hoje abandonado, que, anos atrás, foi habitado por militares da antiga Escola Prática de Cavalaria (EPC). Os apartamentos poderão, finalmente, voltar a ser ocupados, uma vez que foi já celebrada a escritura de compra e venda da antiga EPC, que confere à Autarquia a posse dos imóveis. Na última reunião do Executivo camarário, dia 7 de Novembro, Ludgero Mendes (eleito pelo PS) perguntou qual o destino a dar àqueles prédios, em acentuado estado de degradação. “Antes, o contrato-promessa com a Estamo [empresa pública de compra e

venda de património do Estado] não permitia avançar com uma solução, mas agora isso já foi ultrapassado e já há condições para avan-

çar”, disse o vereador. Ludgero Mendes lembrou as dificuldades de resposta do Município aos crescentes pedidos de habi-

tação social, tendo considerado que também aquele bairro poderá servir para fins sociais. Na ausência do presidente da Câmara (por motivos de saúde), coube à vereadora Catarina Maia (PSD) esclarecer que a Câmara está a tratar dos procedimentos legais relativos a esse dossier, pois, segundo disse, “os imóveis não estavam sequer participados às Finanças”. Enquanto isso, os serviços da autarquia já fizeram o levantamento das obras de recuperação necessárias. Quanto à futura utilização dos prédios, Catarina Maia limitou-se a responder que a Câmara irá “avaliar o destino a dar”.

Uma semana após 8.º Congresso

União de Sindicatos de Santarém elege hoje o novo coordenador A nova direcção da União de Sindicatos de Santarém - Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (USS- CGTP-IN), eleita dia 4 de Novembro, no 8º Congresso desta força sindical, irá hoje (dia 11) tomar posse e eleger o futuro coordenador e secretariado executivo. Valdemar Henriques, há mais de 20 anos na liderança da USS, passa à reforma, abandonando as funções que vem desempenhando e que foram alvo de vários elogios por parte dos congressistas. O coordenador cessante disse ao Correio do Ribatejo que pretende continuar a colaborar voluntariamente, sobretudo, na área da segurança e higiene no trabalho, que, na sua opinião, “necessita de uma maior atenção por parte dos sindicatos”. O 8º Congresso, que decorreu no Teatro Sá da Bandeira, elegeu uma lista de consenso constituída por 27 elementos, entre os 25 e os 60 anos de idade (12 pessoas têm menos de 40 anos), a maioria do sexo masculino, grande parte ligada à indústria alimentar e agro-indústria. Eleita em Novembro, mês de grande agitação e luta sindical que culminará na greve geral marcada para dia 24, a nova Direcção terá pela frente desafios difíceis, face à “enormíssima ofensiva, sem precedentes, con-

Lista de 27 elementos eleita para a Direcção da USS/CGTP, no 8.º Congresso

tra os trabalhadores e contra os direitos, liberdades e garantias conquistados no 25 de Abril”, segundo disse, no discurso de encerramento, Arménio Carlos, membro da Comissão Executiva da CGTP-IN. Arménio Carlos lembrou as décadas de luta por melhores condições laborais, por maior protecção social e pelas oito horas diárias de trabalho – lutas em que os trabalhadores do distrito de Santarém tiveram um papel de destaque – e contestou o presente retrocesso económico e social. “O que está em marcha é uma tentativa de adulteração do regime

democrático, que pretende colocar os interesses do capital acima dos interesses do país e dos cidadãos”, realçou. Na análise do sindicalista, os “sacrifícios” não estão a ser distribuídos igualmente por todos os portugueses, nem estão a ser devidamente responsabilizados aqueles que conduziram o país à situação em que se encontra, através de parcerias públicoprivadas lesivas para o Estado, de derrapagens orçamentais em obras públicas, evasão fiscal, fraudes e corrupção, conforme apontou.

Arménio Carlos defendeu o crescimento económico e a renegociação da dívida como soluções para a crise e exortou os trabalhadores a não desistirem de lutar pelos seus direitos, pois, frisou, só através de uma intervenção colectiva persistente será possível impedir o “actual programa de agressão contra os trabalhadores”. O sindicalista disse que “tem havido um aumento da perseguição de delegados sindicais”, mas afirmou-se convicto de que estas “tentativas de intimidação não terão qualquer resultado”. Sofia Meneses

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Câmara cria bolsa imobiliária para vender Bairro 16 de Março e outros imóveis A Câmara Municipal de Santarém criou no seu Portal uma Bolsa Imobiliária on-line, com o objectivo de vender imóveis por negociação directa. A iniciativa, segundo explicou um técnico da autarquia, ao Correio do Ribatejo, “não tem por intuito fazer concorrência às imobiliáras da nossa praça, mas, sim, arranjar uma montra para os imóveis que temos em carteira”. A Bolsa Imobiliária de Santarém (BIS) apresenta, neste momento, três oportunidades de negócio, designadamente, o Edifício da antiga Direcção de Estradas do Distrito de Santarém, o Bairro 16 de Março e o Lote 19 da Bica Choufrina. Todos eles foram já objecto de duas hastas públicas que ficaram desertas. “Os valores de venda estavam dentro da média do mercado, mas não apareceu nenhum interesado”, disse a mesma fonte. Após a realização de hastas públicas sem resultados, a Câmara tem a possibilidade legal de vender patrimonio por negociação directa, pelo que decidiu criar a BIS, à qual é fácil aceder, bastando clicar no banner da Bolsa Imobiliária no Portal da Câmara Municipal. Recorde-se que, nas hastas públicas, a base de licitação do Bairro 16 de Março foi de um milhão de euros, sendo de 450 mil euros a do Edifício da antiga Direcção de Estradas do Distrito de Santarém, e de 135 mil euros a do Lote 19 da Bica Choufrina, valores que, dependendo das negociações com a Bolsa Imobiliária de Santarém, poderão baixar. SM

João Leite recandidata-se à liderança da JSD Regional João Leite, presidente da JSD Regional de Santarém apresentou a recandidatura ao lugar, sábado, no Conselho Regional da JSD Santarém que decorreu em Tomar. Na ordem de trabalhos constava a análise da situação política e o planeamento de actividades que a JSD Regional de Santarém se propõe realizar até ao final do seu mandato, que finda no final de Janeiro do próximo ano. Durante a sua intervenção, fez o balanço do seu mandato, onde destacou as iniciativas realizadas, nomeadamente, a reactivação de várias Secções da JSD, a realização de conferências pelas Escolas da região e do Encontro Geracional em Almeirim, a realização de vários Encontros de Jovens Autarcas, o contributo que foi dado para a eleição de Duarte Marques como presidente da JSD Nacional e o lançamento da discussão da Reforma do Ensino Superior na Região. Por tudo isto, João Leite anunciou a sua recandidatura a mais um mandato, assumindo o compromisso de “fazer crescer e fortalecer ainda mais a JSD no distrito de Santarém”. Presidentes e respectivos representantes das secções presentes, para além da análise ao mandato que está perto do fim, felicitaram João Leite pelo trabalho, desenvolvido nos últimos dois anos. Secções como Santarém, Cartaxo, Tomar, Almeirim, Golegã, Ourém, Abrantes, Rio Maior, Mação, entre outras, declaram apoio à recandidatura de João Leite. Durante o Conselho Regional, Beatriz Schulz foi eleita para liderar a JSD Tomar, nos próximos dois anos.

Apreensão de material contrafeito A GNR da Golegã apreendeu centenas de artigos contrafeitos, na tarde do dia 6, na feira do cavalo da Golegã. Dez pessoas foram identificadas por estarem a vender artigos contrafeitos, como roupa, calçado, malas e DVD. Foram apreendidos 2235 artigos no valor de j 24.800,00.


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Escolas desactivadas serão dinamizadas por associações de Achete e Alcanede Nove escolas desactivadas no âmbito do processo de reorganização da rede escolar serão cedidas pela Câmara Municipal de Santarém a diversas associações e entidades do concelho, com o objectivo de reaproveitar aqueles espaços, para fins culturais, recreativos, sociais e religiosos. Para o efeito, a autarquia irá assinar protocolos com as diversas entidades interessadas na dinamização das antigas escolas, uma delas na freguesia de Achete e as restantes na freguesia de Alcanede. Na reunião de segunda-feira do Executivo municipal, foi aprovada por unanimidade a respectiva proposta de cedência. A Associação Recreativa e Cultural Três Aldeias pretende desenvolver, na Escola Básica de Nabais (Achete), cursos de novas oportunidades, informática, artes e ofícios e jogos tradicionais. Na Escola Básica do 1º Ciclo (EB1) de Alcanede, a Sociedade Filarmónica Alcanedense – até agora sem sede própria e, apenas, com um reduzido espaço de ensaios no rés-do-chão da

Junta de Freguesia – irá instalar a sua Escola de Música para cerca de 20 alunos e criar uma sala de ensaio, um gabinete para direcção e secretariado, sala de reuniões e troféus. O espaço da antiga EB1 de Casais da Charneca será partilhado pela Associação Cultural e Desportiva dos Casais da Charneca e pela Fábrica da Igreja de Alcanede, para actividades lúdicas, sociais, desportivas e religiosas. À Fábrica da Igreja de Alcanede será, também, cedida a EB1 de Mosteiros, contígua à igre-

Notas Soltas Almeirim

600 Anos de Villa. A nossa vila, fundada no ano de 1411 por D. João I, é hoje uma moderna e bonita cidade. Cresceu graças ao esforço dos seus filhos, que trabalharam os fecundos campos, colhendo deles os generosos frutos, que a tornaram conhecida no país e estrangeiro. Poucos foram os letrados que assinalaram a passagem do 600 aniversário, e isso só aconteceu em Santarém. Vamos aguardar até Dezembro que, pelo menos Elias Rodrigues, José Andrade e Vasco Novais Branco, nos relembrem tal data histórica. Folclore. Amanhã, sábado, dia 12, pelas 21h30, a Orquestra Típica Scalabitana volta a actuar ao Cine – Teatro da nossa Cidade, para colaborar com o Rancho Folclórico de Benfica do Ribatejo e do Secretariado que, em 2012, irá promover o 3.º Festival Internacional de Folclore do nosso Concelho. Outros eventos estão a ser estudados, para que o Festival seja digno das tradições organizativas do nosso Concelho. Centro Paroquial. Para angariação de fundos, destinados à construção das novas instalações do Centro Paroquial de Bem Estar Social de Almeirim, terá lugar no próximo dia 18, pelas 20h00, no Moinho de Vento, um jantar de convívio. Os bilhetes, a um preço simbólico, estão à disposição da população, nos locais habituais, elementos da FAC e de outros movimentos de acção católica. ‘Os Tigres’. O Hóquei Clube “Os Tigres” empatou sábado (4-4) com o Paço d’Arcos, em jogo a contar para o Nacional da 1.ª Divisão de Hóquei em Patins. A direcção dos Tigres vai promover um sorteio, para angariação de fundos, cujo prémio é uma viagem com a equipa, para assistir ao jogo a realizar no dia 3 de Dezembro,

ja local, para criação de um grupo de catequese, entre outras acções. A EB1 de Pé da Pedreira será utilizada pela Associação Desportiva PMB de Pé da Pedreira, Barreirinhas e Murteira, até agora sem sede própria. A EB1 de Vale do Carro será partilhada pela Associação Amigos de Vale do Carro, Várzea e Casais Limítrofes e pela Comissão da Capela de S. Lourenço. Face aos vários pedidos para dinamização da EB1 e Jardim de Infância (JI) de Valverde, a Câmara, para evitar conflitos de interesse, irá assinar

protocolo com a Associação de Caçadores da Serra de Alecrim, Comissão de Festas de S. Pedro, Centro Social e Recreativo de Valverde e Grupo Desportivo de Valverde. O Rancho Folclórico de Viegas será dotado de sede própria, na EB1 de Viegas, e a Junta de Freguesia de Alcanede irá dispor do espaço do antigo Jardim de Infância, uma vez que as suas instalações se têm revelado insuficientes. Entre os seus planos está a criação de uma valência de carácter social no JI.

em Porto Santo. O Sorteio terá lugar no intervalo do jogo Tigres - OC Barcelos, no próximo dia 26 de Novembro. Hermenegildo Marmelo

Cartaxo

Paulo Varanda assumiu presidência da autarquia O até aqui vice-presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, Paulo Varanda, assumiu terça-feira a presidência da autarquia, sucedendo a Paulo Caldas, que há duas semanas renunciou ao cargo. Licenciado em engenharia militar e excomandante de companhia de comando e serviços, Paulo Varanda foi ainda director técnico do projecto de Cooperação Portugal/Guiné-Bissau/Estados Unidos da América para a desminagem, entre outras funções de cariz militar, nomeadamente no âmbito da NATO e União Europeia. Integrou a equipa de Paulo Caldas como independente na candidatura às eleições autárquicas de 2009, tendo assumido a vice-presidência. No discurso da tomada de posse, proferido durante a reunião camarária de terça-feira, Paulo Varanda comprometeu-se a “procurar as melhores soluções para os desafios que se colocam ao desenvolvimento do concelho e à melhoria da qualidade de vida da população”. Paulo Varanda sucede a Paulo Caldas, que entrou para a autarquia como vice-presidente, tendo sido eleito pela primeira vez presidente em 2001, acabando por renunciar a meio do seu terceiro e, de acordo com a actual legislação, último mandato. Com a saída de Paulo Caldas, que regressa ao seu lugar no Departamento de Relações Internacionais do Banif, entra para o executivo autárquico Fernando Martins. A decisão de Paulo Caldas (eleito pelo PS, mas que, por divergências com o partido, acabou por entregar o cartão de militante) foi criticada pelas forças da oposição, com a CDU e o Bloco de Esquerda a realçarem a dívida deixada pelo autarca, da ordem dos 50 milhões de euros, sem que, no seu entender, tenha correspondido à melhoria da qualidade de vida das populações.

Cartaxo “Música Documentada”. O Centro Cultural está a apresentar durante o mês de Novembro um ciclo de cinema às quintas-feiras intitulado: “Música Documentada”. A programação inclui 4 documentários com diferentes abordagens, quer aos estilos musicais quer às formas como os realizadores documentam o tema. Depois de ter passado “Meio Metro de Pedra”, e “Significado. A Música Portuguesa se gostasse dela própria”, apresenta-se dia 17 “Dicas no Vinil, com Sam The Kid” e a 25 “We D’ont care about music anyway…”. II Encontro de Tocadores de Instrumentos Tradicionais. Tem lugar em Janeiro na sede do Rancho Folclórico da Freguesia da Lapa o II Encontro de Tocadores de Instrumentos Tradicionais que tanto êxito obteve quando da realização do primeiro encontro. O grande entusiasta deste encontro é o tocador Fernando Luís Sousa que se esforça já nos contactos para que a jornada tenha êxito. Paulo Fernandes Caldas. Em carta dirigida às colectividades e associações do concelho datada de 31 de Outubro, o presidente da Câmara Municipal Paulo Fernandes Caldas faz as suas despedidas, anunciando: “Depois de 12 anos de dedicação à causa pública e, em particular, ao Município do Cartaxo, tomei a decisão difícil de renunciar ao mandato de Presidente da Câmara e abraçar uma nova vida pessoal e profissional. Missão cumprida. O Cartaxo é, hoje, uma terra com futuro e com uma visão aberta de desenvolvimento”. Luís Montejunto

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ASSOCIAÇÃO DE SOLIDARIEDADE SOCIAL DE BENFICA DO RIBATEJO CONVOCATÓRIA Nos termos do n.º 3 do art.º 29 dos estatutos desta Associação, convoco, a Assembleia Geral para reunir no próximo dia 26 de Novembro de 2011 pelas 15.00 horas, na sede da Associação sita em Urbanização do Alqueve – Cortiçóis – 2080 Benfica do Ribatejo, com a seguinte: ORDEM DE TRABALHOS 1. Apreciação e Votação do Orçamento e Plano de Actividades para 2012. 2. Outros assuntos de interesse para a Instituição. Se à hora marcada não estiverem presentes mais de metade dos Associados, a Assembleia reunirá, com qualquer número uma hora depois, nos termos do n.º 1 do art.º 31 dos Estatutos. Benfica do Ribatejo, 10 de Novembro de 2011. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Amândio Freitas


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Golegã capital do cavalo em dia de S. Martinho

No S. Martinho, a pacata vila ribatejana da Golegã agita-se num movimento incessante, onde o cavalo domina, cruzando tradição com negócio, naquele que é considerado o maior entreposto e maior montra do cavalo em Portugal. A Feira de S. Martinho, uma tradição que remonta a 1571, a Feira Nacional do Cavalo (iniciada em 1972) e a Feira Internacional do Cavalo Lusitano (desde 1999). O triplo certame – que, simplificando, se instituiu chamar Feira da Golegã – começou na passada sexta-feira, tendo o seu ponto alto este fim-de-semana, coincidindo com a celebração do S. Martinho. p. 9 a 24

Golegã em Novembro, uma ode aos sentidos!

Achega-se Novembro, mês do calendário gregoriano, no qual se exalta São Martinho, o primeiro dos Santos não mártires, símbolo de partilha, e patrono da nossa Feira, que há meio milénio aqui acontece, sete semanas após cada equinócio de Outono. Na Golegã, ao burburinho das colheitas do toma-

te e do milho sucede-se o silêncio da lezíria, quebrado aqui e ali pelo pissitar de um estorninho, pelo grasnar de um bando de patos, por um grito ou um gazeio das garças, e ainda pelo canto de um rouxinolbravo, que insistiu em tardar a sua partida. Na urbe, se entre muros, ecoam relinchos, de uma ou outra cavalariça que se enche, já das calçadas soa o bater das montadas daqueles que soltam estrofes de um poema, que não é outro senão o da sua exuberância e alegria, pela festa que se adivinha e se avizinha. A estes sons, juntam-selhes os de todos os outros,

“Eu não tenho filosofia, tenho sentidos... Se falo na natureza não é porque saiba o que ela é, mas porque a amo (...) Amar é a eterna inocência E a única inocência é não pensar.” Alberto Caeiro

que para cá vêm confluindo, como que em procissão ou em romaria, não pelo Santo, mas pelo hábito e pela euforia. Timbres e tons, como o do contrabaixo, do fagote, da tuba, dos pratos, do bombo ou de uma viola, que sem partitura ou solista, se animam e se conjugam, orquestrados pelo ritmo e pelo júbilo, em sinfonia. E a esta composição sonora aditam-se-lhes a dos olores, próprios da época, como o dos fenos trazidos e da terra molhada, ou dos fumos de lareiras e de assadores de castanhas, que se elevam em forma de nuvem, logo se esvanecendo pela brisa que corre e que o Sol, tímido, não aquece. De igual modo, como a alma e o corpo, que por aqui, só os “néctares” da jeropiga ou da água-pé, por vezes os acalentam. Aos cheiros, neste tempo de algazarra, somam-se-

lhes os gostos, ou melhor, os sabores, sobretudo os de contornos báquicos, como os de magustos, regados pelo vinho novo. A carícia do vento ao crepúsculo, bem como à aurora, sente-se na pele, que as jaquetas pouco agasalham e faz buscar a velha samarra ou o antigo capote, aos quais invariavelmente se associa a gola de raposa, cujo pêlo sedoso apetece tactear. Por fim, a este folclore de sentidos junta-se-lhes o predilecto, aquele que permite olhar os trajes e os arreios de hoje, que foram de ontem, e captar práticas e princípios que permanecem, apesar da implacável mudança dos tempos e das vontades. Que se avive a memória! Que se respeite o passado, sobretudo o acumular de saberes, mas sem ensaiar o seu regresso, pois, pior que utopia, seria “miopia”, já que só a evolução e

o progresso permitiram elevar o pilar, o cerne, enfim, a razão principal da nossa Feira! É que hoje há bons e melhores Cavalos, como nunca!! A sua actual beleza e funcionalidade não deixa espaço a saudosismos estéreis. Tal qual a sua Capital, em cujo presente se constrói o futuro, não sendo refém do passado. Dele só preserva a história, a cultura e a identidade, como também dele só retira valores e referências. Mas, o passado tem uma característica, a de não pode ser alterado, ao contrário do que muitos vêm tentando com as coisas da natureza e com a natureza das coisas, insistindo assim, na inversão de alguns “sentidos”. E é essa “troca” que a Golegã e a sua Feira vêm contrariando! José Veiga Maltez Presidente da Câmara Municipal da Golegã e da Feira Nacional do Cavalo


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Feira da Golegã é ‘balão de oxigénio’ para o comércio da vila ribatejana A Golegã é, por estes dias, o centro nevrálgico do Ribatejo. O evento tripartido, que junta a Feira de S. Martinho, a Feira Nacional do Cavalo (iniciada em 1972) e a Feira Internacional do Cavalo Lusitano (desde 1999) cruza tradição com oportunidades de negócio. A pacata vila agita-se num movimento incessante, onde o cavalo domina, e a população residente aumenta exponencialmente. Esta ‘migração’ massiva faz com que proliferem barraquinhas de venda de todo o género de produtos (com destaque para os da fileira do cavalo) e restaurantes improvisados em pátios e garagens. As unidades hoteleiras estão a abarrotar e, à semelhança de anos anteriores, muitos proprietários alugam casas e quartos para acomodar as visitas. As opiniões dos moradores e comerciantes são unânimes: a dinâmica destas duas semanas “é boa para o negócio” e, em particular, para o sector da restauração, representando um “balão de oxigénio” para o resto do ano. Manuel Madeira, proprietário do FM Bar, instalado no Arneiro, não tem dúvidas que o evento, que se instituiu chamar Feira da Golegã, “é único no país”, sendo já quase “uma romaria”. “É uma altura em que o comércio consegue facturar bem”, afirma, lamentando

Maria Arminda e Armindo Mendes

Carlos Brogueira

Rui Costa

Cirita Carlos

apenas que, ao longo do ano, não existam iniciativas do género porque, diz, “a marca vende”. Opinião semelhante é manifestada por Cirita Carlos, uma moradora: “os milhares de visitantes deixam

cá muito dinheiro e toda a gente beneficia”, afirma. Considerando o evento “muito positivo” para a terra, Carlos Brogueira, proprietário da Loja de decoração Arca Velha, está, mesmo assim, “expectante”

face aos resultados das vendas para este ano, em que a crise se acentua. “Tinha clientes que vinham à loja de propósito nesta altura do ano e gastavam uma média de 300 euros”, diz, temendo que nes-

ta feira o volume de negócios caia a pique. “Nota-se que há muita gente, mas as pessoas vão reduzindo as compras”, lamenta, apontando que “os grandes beneficiados” são mesmo os restaurantes e bares.

Para este comerciante, o perfil do visitante está a mudar: “antigamente víamos gente de uma faixa etária mais adulta. Hoje, a grande maioria são jovens”, diz. Para este factor tem contribuído uma crescente oferta de diversão nocturna, como a festa da RFM ou as discotecas improvisadas em picadeiros e tendas. Mas o fito principal desta feira é mesmo “fazer negócio”, como referem Maria Arminda e Armindo Mendes, proprietários de uma oficina de restauro de móveis na Golegã. Embora, nestes dias, os residentes se “vejam aflitos”, quer para estacionar o carro, quer para descansar, estes dois comerciantes acreditam que “vale a pena”. Rui Costa, proprietário de uma empresa de transporte de cavalos divide a sua actividade profissional entre as cidades do Porto e Berna (Suíça) mas, duas semanas por ano, instala o ‘quartel-general’ na Golegã. “Esta vila é, de facto, o maior entreposto comercial do cavalo Lusitano”, refere o empresário, que adquiriu em 1998 uma casa na Golegã, com cocheiras, para poder receber potenciais clientes vindos, sobretudo, do norte da Europa. “Os estrangeiros ficam fascinados com este ambiente”, diz Rui Costa, para quem esta Feira “é única”. Filipe Mendes


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Agromais quer fazer negócio no Alqueva A Agromais, uma das organizações de produtores com maior peso na região, pretende alargar o seu leque de influência e estabelecer parcerias com empresários agrícolas da zona do Alqueva, no Alentejo. Em entrevista ao Correio do Ribatejo, Luís Vasconcellos e Souza, presidente do entreposto comercial, disse que a estratégia futura de crescimento passa por “alargar a malha” a parceiros de outras regiões do País. “Não há muitos investimentos em Portugal que possam gerar riqueza tão facilmente como o Alqueva, e é aí que nos queremos posicionar”, declarou o responsável. A Agromais assinala em 2012 os seus 25 anos de actividade. Começou como uma cooperativa de produtores das zonas da Golegã, Chamusca e Riachos, “defendendo os interesses do sector na região do norte do Vale do Tejo”, mas hoje, é um dos polos comerciais mais importantes da região, que gera um volume de negócios na ordem dos 40 milhões de euros. Na raiz deste sucesso, diz Luís Vasconcellos e Souza, está “a capacidade de antecipação” e uma gestão rigorosa: “conseguimos chegar até aqui com capitais próprios suficientes para conseguirmos responder à actual conjuntura”, afirmou. Este ano, a Agromais alcançou o “marco histórico” das 100 mil toneladas de milho, apesar da acção ju-

dos. Se queremos um país com emprego, temos de comprar o que é produzido cá”, vincou. Acreditando que se o “consumidor pedir, os grossistas cedem e o produtor produz”, Luís Vasconcellos e Souza defende que “a cadeia de valor tem de começar ao contrário”.

Clarificação de políticas

Luís Vasconcellos e Souza

dicial interposta por um proprietário que confina com a unidade de secagem do entreposto - na zona industrial de Riachos - ter obrigado à sua paragem. Foram invocados “direitos de personalidade”, relacionados com questões de bem-estar e de saúde, devido às poeiras alegadamente emitidas durante o processo, e a acção ainda se arrasta nos Tribunais. “O grande problema que temos é que a Justiça demora muito tempo em Portugal, e como as acções não são julgadas, os expedientes das previdências cautelares vão sendo usados exactamente para tirar partido disso”, referiu o responsável.

“Temos sido vítimas desta circunstância, tanto mais que sempre que tem havido julgamento de acções principais, temos ganho. Esta é já terceira”, referiu. Muito crítico em relação à actuação da Justiça no país, Luís Vasconcellos e Souza considera que tem de haver uma Lei que não permita “interpretações discricionárias” por parte dos juízes. “Agora, se a Lei está mal redigida, há que a mudar. Não pode haver aqui lugar para interpretações dúbias”, afirmou.

Comprar português Luís Vasconcellos e Souza acredita que Portugal pode atingir a auto-suficiên-

cia alimentar, em termos de valor, no prazo de sete ou oito anos. Na sua leitura, é possível aumentar a produção a ponto de equilibrar o défice da balança externa. Contudo, isto só será possível se houver uma “alteração” nos hábitos de consumo. “Temos de nos convencer que temos que comprar português, e só se não houver, é que adquirimos outras coisas”, referiu, acrescentando que ao “comprar produtos de outros países, o que está a fazer é a estimular outras economias e a criar lá postos de trabalho”. “O problema é que ganhamos hábitos de consumo que não são equilibra-

O responsável da Agromais mostra-se expectante quanto às negociações para a revisão da Política Agrícola Comum (PAC) pós2013, que, na sua óptica deviam “obrigar à tomada de políticas realistas e obrigar a compromissos muito sérios”. “Os enquadramentos e ajudas não podem ser vistos como esmolas mas sim como complementos de actividade. As pessoas têm de produzir para ser complementados: não pode haver uma ajuda cega”, afirmou. Por outro lado, Luís Vasconcellos e Souza defende que os agricultores nacionais se devem especializar em culturas “onde há aptidão e capacidade instalada”. “O regadio é, efectivamente, o factor que possibilita haver agricultura em Portugal. É aqui que a aposta deve ser forte: se isto não se verificar, ficamos reduzidos à floresta e à pastorícia, e não conseguiremos aguentar os desvios de produção”, alertou. “Depois, poderá haver nichos - como a agricultura

biológica - para criar um produto diferenciado para um certo tipo de consumidor, mas o grosso terá de ser investido na agricultura intensiva”, afirmou. Para Luís Vasconcellos e Souza importa que o Estado defina uma estratégia “clara e bem definida” para o sector. “Daqui até ao fim do ano, as decisões de charneira têm de ser tomadas porque irão condicionar depois todo o ano agrícola seguinte. É preciso que haja essa noção”, disse. “Se isto não for feito agora, perde-se a oportunidade: não podemos andar sempre a perder tempo em torno de indefinições”, mostrandose “preocupado” pelo facto do Ministério da Agricultura ter tido até aqui uma actuação insipiente. “Temos de ter um Estado sem medo de ir a jogo. Eu penso que o sector tem boas condições, mas temos de separar o trigo do jóio. Não podemos andar à deriva, com um Ministério sem ideias precisas”, concluiu. A AGROMAIS – Entreposto Comercial Agrícola, C.R.L., é uma organização de agricultores com sede em Riachos, Torres Novas. Foi fundada em 1987, tendo como linha orientadora uma filosofia cooperativista herdada dos anos 70 e 80. Hoje, ocupa os lugares cimeiros, a nível nacional, no sector da comercialização de cereais e de outros produtos agrícolas. Filipe Mendes


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CORREIO DO RIBATEJO Edição n.º 6.282 | 11 de Novembro de 2011

Manuel Veiga, agricultor e criador de cavalos lusitanos

“O Largo do Arneiro é o nosso Chiado” Quem se desloca à Golegã e opta pela estrada de campo para o fazer, começa a entender o espírito do lugar logo que atravessa a Azinhaga. Mais adiante, Brôa, o miolo de um vasto conjunto de explorações agrícolas, entre elas a Quinta que já foi do Almonda, arrendada em 1829 ao 8. ° Conde da Ribeira Grande e adquirida, em 1831, por Rafael José da Cunha. Conta-se que dava de comer a quem lhe batia à porta. O povo dizia: “vamos à broa” e, pouco a pouco, a casa do “Príncipe dos Lavradores de Portugal” adoptou a toponímia Quinta da Brôa. A calma do espaço só é quebrada pela passada larga de alguns cavalos lusitanos, montados pelos filhos do criador Manuel Veiga que recebeu o Correio do Ribatejo em sua casa. A sobriedade das paredes brancas e a enorme quantidade de janelas quase nos puxam para interior, onde paredes e tectos estão cobertos de frescos, alusivos a cenas do quotidiano de uma casa agrícola. A sala de jantar, por exemplo, é toda ela uma pintura. “É um trabalho de artista”, observa Manuel Veiga. “Eles limpam a tinta com borrachas especiais vindas de Itália e só pintam o que está estragado, é muito interessante”, explica. Manuel Veiga define-se como “agricultor”, numa casa onde o trabalho é “muito diversificado”, desde as culturas de regadio, ao gado de carne, plantação de eucaliptos, pinheiros, sobreiros e, claro, a coudelaria e a ganadaria. “Damos emprego a uma quantidade de famílias e temos um grande amor às coisas: à nossa casa, à nossa família que é a coisa mais importante para que tudo continue,” salienta, em inicio de conversa.

A Meca do Cavalo Lusitano A Coudelaria Veiga foi fundada há quase 200 anos por Rafael José da Cunha. De entre os reprodutores da sua coudelaria contavam-se dois garanhões de sangue Alter, oferecidos ao lavrador pelos Reis D. Fernando II e, mais tarde, por seu filho, D. Pedro V, quando visitaram a quinta. Por herança familiar, a coudelaria veio a ser herdada por Manuel Tavares Veiga, sobrinho-bisneto de Rafael José da Cunha.

Manuel Veiga junto ao retrato de Rafael José da Cunha

O trabalho que desenvolveu levou a que fosse considerado o iniciador do novo ciclo do ginete lusitano em Portugal. Possuidor de uma sensibilidade invulgar, foi seleccionando animais cujas características morfológicas e anímicas entendeu melhor corresponderem à funcionalidade guerreira, exigida aos cavalos de toureio. Depois, usou o método de cruzamentos consanguíneos, tendo em vista o apuramento das espécies dentro da mesma raça. Cavalos como o ‘Lidador’, ‘Agareno’, ‘Berber’ e ‘Sultão’ ficam na história da Coudelaria pela importância que tiveram na fixação das suas características. O grande incremento à coudelaria foi dado por Manuel Tavares Veiga, bisavô de Manuel Veiga, que fixou as características dos cavalos: “cabeças lindíssimas, finas, secas e ligeiramente convexas, cores raras e antigas, membros finos e acurvilhados, dorsos flexíveis e belos pescoços maleáveis”. “O meu bisavô foi uma pessoa fora do comum para a época, foi dos primeiros engenheiros agrónomos que houve neste país e tinha uma sensibilidade enorme. A ele se deve muito a raça lusitana”, assegura Manuel Veiga. “Teve a sorte de ter o senhor João Branco Núncio que na época divulgou muito o nosso cavalo. Tivemos imensos a tourear e que, no

fundo, são os pais da origem da raça. Cerca de 80 por cento da raça Lusitano são cavalos cá de casa”, informa. Um sucesso, no entender do criador, sem segredos: “Não há grandes segredos, há que conhecer bem a raça e saber para onde se quer ir. Não podemos só pensar viver do nome, porque no dia em que eu pensar assim estou tramado. Há muita gente nova a aparecer e a criar bem. Agora, temos de fazer aquilo que nós sabemos. Para isso tem de se estar no terreno e montar a cavalo. É fundamental. O criador, se montar a cavalo, com certeza que é muito melhor que aquele que não o sabe fazer. Eu, todos os dias, vejo as éguas, os cavalos e estou sempre a aprender”, frisa. Fruto desse trabalho são as salas de troféus que a família Veiga exibe. Um antigo armazém de azeite, que conserva os depósitos em pedra, guarda alguns dos prémios que a coudelaria foi ganhando ao longo dos anos. Em cima dos depósitos, foram dispostos os carros de cavalos, selas e arreios, alguns, autênticas relíquias.

Golegã: barómetro e ‘Chiado’ E a Golegã, continua a ser a Meca do Cavalo Lusitano? Manuel Veiga não hesita: “Não tenho dúvida nenhuma que sim. Nós criamos os cavalos e abrimos a

sua venda na Feira de S. Martinho. É lá que aparece o que é novidade e é a partir daqui que abrimos a ven-

da dos nossos produtos”, informa. Segundo o criador, a modalidade da moda é a dressage que trouxe “mais mercado” ao Cavalo Lusitano: “Temos de tirar partido disso. Já há cavalos importantíssimos ao nível do grande treino”, nota. A Coudelaria de Manuel Veiga tem hoje 25 éguas de ventre e quatro garanhões que para o criador “são as estrelas cá de casa”. Diz-se “satisfeito” por ver filhos e netos de cavalos da sua coudelaria irem melhorar outras. “O facto de vendermos cavalos para outros criadores, tanto em Portugal como no estrangeiro, é um mercado importante”, e a Golegã continua a ser “o grande barómetro” dos criadores de cavalos. “A Feira dá-nos imenso trabalho, temos de receber muita gente, mas tudo se faz com muito amor”, admite, sem contudo descurar a componente empresarial: “Estamos à espera da Feira da Golegã porque tem de haver negócio”, reconhece.

Manuel Veiga considera que, na Europa, “há feiras fantásticas, mas o que não é habitual é numa terra com seis mil habitantes, com a tipicidade que tem, vir gente de todos os cantos do mundo. Isso é o que eu acho fantástico”, afirma. O espírito do lugar que sentimos quando atravessámos os portões da Quinta da Brôa, prolongou-se, na conversa, até ao Largo do Arneiro, coração da Meca do Cavalo Lusitano. “Não tenho dúvida absolutamente nenhuma que se a Feira saísse do Arneiro morreria. Já temos outros exemplos, espalhados pelo país. Aquele largo é o nosso Chiado”, enfatiza.

Estados Unidos é meta a atingir A ‘internacionalização’ da raça lusitana passa, hoje em dia, por países como o Brasil, um país que possui tantas éguas lusitanas como as existentes em Portugal e onde, segundo Manuel Veiga, se está a criar “muito bem”.

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feira de s. martinho na golegã “O número de éguas que nós temos, tanto em Portugal como espalhado pelo mundo, é muito pequeno, a raça tem de aumentar”, considera. Questionado sobre a importância de parcerias como a que a Câmara de Santarém estabeleceu com o Jockey Clube de São Paulo, Manuel Veiga diz desconhecer os seus contornos, mas acha essa abertura de mercado “importantíssima”. Ele próprio mantém em São Paulo uma parceria do género. “Aqui em Portugal temos imensa dificuldade em exportar para os Estados Unidos e essa é a minha grande ambição. Quando convencermos os americanos que o nosso cavalo tem qualidades fantásticas, então podemos aumentar a raça, o que, por enquanto, não conseguimos. Temos uma pequena organização no Brasil, de onde se torna mais fácil exportar para os Estados Unidos e isso parece-me que vai ser o futuro”, observa. “Como os americanos gostam de saber onde é o berço da raça, estou convencido que virão aqui, à casa mãe, para comprar cavalos. É isso que se pretende”, acrescenta.

Ferro Veiga

Para além da paixão pelos cavalos a Casa Veiga nutre pelos toiros um prazer especial. A Ganadaria foi, também ela, fundada por Rafael José da Cunha que a deixou por testamento a um dos seus feitores. Na casa Veiga, a criação de gado bravo só foi retomada em 1969 pelos pai e tio, já falecido, de Manuel Castro Veiga. A estreia dos toiros com ferro Veiga aconteceu em 1837 na Praça do Campo de Santana, em Lisboa. Seu era também o primeiro toiro português lidado em Madrid, em 1854, o “Azeitono”, cuja cabeça ainda hoje se mantém na parede frontal da “Casa dos Carros”, na Quinta da Brôa. Manuel Veiga diz já não fazer muitas corridas em Espanha mas a abertura das fronteiras propicia o comércio dos toiros entre os dois países. “É a lei do mercado”, admite. “Há alguns anos haviam não sei quantas ganadarias em Espanha e agora há o triplo e em Portugal igual. As pessoas começaram a criar toiros sem perceber que os tinham de colocar”, nota. Hoje com 60 vacas bravas, o ganadeiro admite que os seus toiros estão “um bocadinho ligados ao cavalo”.

“Gosto muito de os ter porque também me servem para ver a habilidade dos cavalos. É uma paixão enorme, agora, como negócio é péssimo”, considera. Apesar de tudo, Manuel Veiga defende um modelo de toiro: “bravo, com condições de lide e que os toureiros os queiram tourear, porque isso é o ideal”. “Toureio as vacas a pé e também a cavalo, já que lhes serve de treino, para ver se estes têm habilidade”, conclui Manuel Veiga.

“Não sou político, sou um homem do campo” “Não sou político, detesto política, sou apenas um homem de campo”. Foi desta forma, directa, como são todas as suas palavras, que Manuel Veiga comentou a intenção de privatização da Casa de Alter que, de alguma forma, se anuncia. No entender do criador, trata-se de uma decisão “complicada” porque, constata, “os políticos não sabem criar cavalos”. “Isto transmite-se de avós para pais e destes para os filhos e não é para qualquer um. Tem de se fazer com muito amor à camisola, viver isto todos os dias e esses senhores não vêem os cavalos todos os dias, não sabem, hoje está lá o funcionário tal, amanhã já lá está outro, as coisas vão-se mudando e não acredito que isso resulte [privatização da Casa de Alter]. Grande parte das coudelarias portuguesas teve origem em Alter. A Coudelaria de Manuel Veiga chegou a ter dois desses cavalos, em 1830. “Cada um dá a orientação que quer à sua Coudelaria, mas acho que é mais fácil para nós, criadores privados, seleccionarmos melhor que o Estado”, comenta, acrescentando: “Sabe, os políticos desencantam-me um pouco. Cada vez que lemos nos jornais coisas novas eu fico incomodadíssimo, porque são, muitas vezes, grandes banhos de água fria”, e remata: “mas disso não gostava de falar muito porque há por aí outros que o sabem fazer muito melhor do que eu. A minha política é a minha casa e a minha família”. Apesar de tudo, nada o remove de acreditar no futuro. “Acredito sempre que Portugal vai ser um país melhor, em que o Turismo vai ter um papel importante”. Por isso, habituado a receber muitos estrangeiros durante o ano, o criador diz-se “entusiasmado” com o projecto que tem para o sector, comparticipado pelo Pro-

Cavalos Lusitanos na ‘baixa’ da Quinta da Brôa

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der, e que assenta na recuperação do núcleo habitacional existente do outro lado da Estrada Real, - a Quinta da Piedade - antigas casas de trabalhadores da quinta, hoje quase desabitadas. “Antigamente viviam ali vinte famílias, hoje só lá vivem duas, vamos restaurar essas casas e fazer turismo rural ligado ao cavalo”, informa. Outro projecto que tem em mente é transformar um antigo celeiro num moderno picadeiro para fazer apresentações a quem visite a Quinta da Brôa, berço do Cavalo Lusitano que é rei na Feira da Golegã. João Paulo Narciso

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Golegã ficou mais pobre – Feira de S. Martinho está de luto! Coordenação de

Ludgero Mendes É incontornável esta referência num tempo em que, na Golegã, se consagra mais uma edição da multi-secular Feira de S. Martinho. A feira, apesar da sua grandiosidade está vazia, porque ali falta a presença física do inolvidável cavaleiro Eng.º Manuel Sabino Duarte, mais conhecido em todo o mundo da equitação, por “Veca”. Uma figura de sempre, um Amigo de todas as ocasiões. Um homem recto, justo, sério, honrado, educado, respeitador, simpático, elegante! Um Homem inteiro! Quem teve o privilégio de privar com o Eng.º Sabino Duarte compreende que as adjectivações que aqui ficam plasmadas, não são exageradas, nem são pronunciadas apenas porque Deus, após tão duras provações – entre as quais, maior que a grave doença de que viria a sucumbir, foi a morte tão prematura de seu filho, esse forcado imenso, que foi o Alexandre Tadeu Duarte – o quis junto de Si. Mas, talvez apenas a sua infausta partida elas pudessem ser proferidas sem o receio de ferir a sua imensa humildade, porque, essa era ainda outra das suas grandes virtudes. Alguns, daqueles que sempre são lestos a criticar, dado que não sabem mais nem fazem melhor, apontavam o dedo a uma certa ponta de vaidade quando o inesquecível “Veca” atraía as atenções gerais dos visitantes da Feira de S. Martinho com a demonstração irrepreensível da arte de bem montar, mas, quem o conheceu sabe que o que mais interessava ao Eng.º Manuel Sabino Duarte era destacar a qualidade superior das suas montadas, onde não se percebia um detalhe

técnico menos conseguido. Uma maravilha cantada em todas as partes do mundo, onde o cavalo é admirado. Com esta paixão pelo cavalo, acrescida da sua enorme técnica de equitação, o Eng.º Manuel Sabino Duarte prestou um contributo inestimável às coudelarias nacionais, ao cavalo de raça lusitana e, claro, à própria Feira Nacional do Cavalo e à Feira de S. Martinho! Como pagar este tributo? O desafio fica lançado, na certeza de que a Câmara Municipal da Golegã, presidida por um criador de equinos e uma homem tão sensível a esta temática, como é o Dr. Veiga Maltez, não deixará de prestar a homenagem que uma personalidade tão insigne no mundo da equitação bem justifica.

In Memoriam de Eng.º Manuel Sabino Duarte “Veca”

Natural do Pombalinho, onde nasceu a 8 de Junho de 1926, Manuel Sabino Duarte viria a tirar um curso de regente agrícola, prosseguindo uma vida profissional sempre dedicada à agricultura, porém, o cavalo foi sempre uma das suas paixões, pelo que desde cedo aprendeu a montar e desenvolveu uma actividade nesta área, nomeadamente como cavaleiro tauromáquico, tendo logrado tirar a alternativa de profissional, o que viria a ocorrer em Viseu, a 19 de Setembro de 1967, tendo tido como padrinho nesta cerimónia o saudoso Manuel Conde e como testemunha o Mestre David Ribeiro Telles. Nesta tarde, o Eng.º Sabino Duarte, que usava uma casaca grená bordada a oiro, lidou o toi-

ro “Guerreiro”, da ganadaria de Vaz Monteiro, e a lide decorreu com tamanho ambiente, que no final o novel doutorado deu duas aclamadíssimas voltas à arena. Este foi, como se compreenderá o momento mais alto da sua carreira de cavaleiro tauromáquico, que havia começado no ano de 1951, como amador, tendo tido a oportunidade de debutar na praça de toiros do Campo Pequeno no ano de 1954. No ano de 1962 actuou em duas tardes na antiga praça de Angra do Heroísmo, que existia no Monte Brasil, e entre muitas praças onde exibiu a sua arte e o seu valor duas há que, entretanto, já não funcionam, a Monumental de Cascais, que foi demolida, e a de Viana do Castelo, que, por decisão, do município local, não acolhe espectáculos tauromáquicos. Nas praças da região, e também na Figueira da Foz, o Eng.º Sabino Duarte sempre deu provas das suas reconhecidas faculdades como cavaleiro e como toureiro, todavia, a dificuldade em manter uma cuadra de cavalos que lhe permitisse assumir uma estreita competição com as principais figuras do seu tempo, impuseram-lhe uma carreira não muito prolongada, mas, muito digna e com o registo de grandes triunfos. Um grande sonho que nunca viria a concretizar plenamente, prendia-se com a criação em Santarém de uma escola de equitação, para o que, inclusivamente, iniciou diligências junto da autarquia escalabitana, mas, que, porém, vieram a revelar-se infrutíferas, o que se lamenta, pois, assim, desperdiçou-se o contributo de um mestre de

Ana Batista debuta domingo no México A cavaleira Ana Batista, de Salvaterra de Magos, irá fazer campanha por terras mexicanas, durante os meses de Inverno, estando já anunciada a sua apresentação em arenas aztecas para o próximo domingo, actuando em San Francisco del Rincon, numa festival em que tomam parte também os cavaleiros Rodrigo Santos, Diego Ventura, Jorge Hernandez Gárate e José Ignácio Corral. Entretanto, estão já confirmados os seguintes compromissos: 2 de Dezembro –

Querétaro – Corrida de rejoneio – Toiros a designar para Enrique Fraga, Ana Batista e José Ignácio Corral; 3 de De-

zembro – Campeche – Corrida de rejoneio – Toiros a designar para Enrique Fraga, Ana Batista e Diego Ventura;

e 4 de Dezembro – Motul – Corrida de rejoneio – Toiros a designar para Ana Batista, Diego Ventura e Eduardo Rubí. Para além destas corridas, e outras que, entretanto, irão sendo confirmadas, está praticamente rematado o cartel das corridas em que Ana Batista irá actuar nos dias 25 de Dezembro, em Jalpa, 30 de Dezembro, em Villahermosa, 31 de Dezembro, em Tenabo e no dia 1 de Janeiro, em Motul. Formulamos os votos de muitos triunfos.

tanta competência. Dada a íntima relação com o mundo do cavalo, e a sua presença indispensável na Feira de S. Martinho, o Eng.º Sabino Duarte foi por diversas ocasiões distinguido e pretexto de artigos de fundo em prestigiadas revistas da especialidade, nacionais e estrangeiras, o que proporcionou a sua notoriedade junto dos aficionados ao cavalo e à equitação, e inclusivamente, a Comissão da Feira Nacional do Cavalo, sob a ilustre presidência do Eng.º Manuel Veiga, teve também a atenção, e a justiça que lhe esteve subjacente, de homenagem este prestigiado cavaleiro marialva numa das últimas edições deste certame, o que suscitou a afirmação de enormes manifestações de afecto e de admiração por este nosso querido Amigo. Fazer, agora e aqui, a evo-

cação da figura e do Homem que foi – e que será pela exemplaridade da sua conduta moral e cívica – é o mínimo que poderíamos fazer por uma personalidade com esta grandeza, acrescendo, no caso vertente, a extrema afectividade que nos uniu, e que tornou sempre um grande devedor da sua estima e consideração. A sua Família, particularmente a esposa, filha e netos, chorarão de saudade pela perda física de um marido, de um pai e de um avô extremoso, mas, que vos conforte a alma saber que este vosso saudoso familiar nunca será esquecido pelos imensos amigos que soube granjear ao longo de uma vida inteira dedicada ao que mais o apaixonou – a Família, o mundo do cavalo e a profissão que abraçou. Eng.º Manuel Sabino Duarte “Veca” – Presente! Até sempre... LM

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memória

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CORREIO DO RIBATEJO

CORREIO DE HÁ 50 ANOS A Feira de S. Martinho na Golegã

CORREIO CENTENÁRIO S. Martinho 11 de novembro – dia de trihumpho para a egreja... de S. Martinho. A supremacia do Poder do Vinho sobre o Estado... em que muitas vezes se encontram os devotos. Apezar da lei da Separação, não é facil apagar da crença luzitana essa figura alegre que sendo um irreverente na côrte do «Flos-Sanctorum», é ao mesmo tempo um idolatrado entre os provadores do novo. Podem dissolver todas as confrarias e incendiar todas as egrejas que á sanha popular escaparão sempre as capelas... de S. Martinho. Por muito que isso peze ao dr. Afonso Costa.

ANÚNCIO DA SEMANA

In: Correio da Extremadura de 11 de Novembro de 1911

Com séculos de tradição, aproxima-se a data da castiça e portuguesíssima Feira de S. Martinho – a mais importante que, no seu género, se realiza em todo o país – e que, como é hábito, terá lugar nestes dias, com o seu dia grande no de S. Martinho, prologando-se com barracas de quinquilharias, fatos feitos, calçado e diversões de toda a ordem, até ao fim do mês. Contam-se por dezenas de milhar os forasteiros, na sua grande maioria homens da lavoura, que dos mais distantes pontos do país a até do estrangeiro, atraídos pela invulgaridade do programa, aqui vêm, ávidos, como habitualmente, de apreciar os belos corcéis que nestes dias inolvidáveis são apresentados em castiços pavilhões, ou montados por experimentados lavradores, cavaleiros profissionais e amadores, esbeltas amazonas, engatados a lindos trens, ou passeados à mão por campinos impecávelmente fardados, com suas reluzentes jaquetas que são motivo das atenções de todos os circunstantes. Outros, por curiosidade, entretêm-se a observar os grupos de ciganos que, de tez morena e olhos quentes, – por já terem um pouco de vinho a mais, – vão trocando cavalos velhos por burros novos, ou vice-versa, chegando estes, nestes dias, a conhecer dois e três donos, por haver sempre quem compre e sempre quem venda. Quantas vezes, mercê das chibatas que só os ciganos sabem trabalhar com ciência e magia, animais cheios de defeitos são por eles apresentados como de bom valor – tal a esgrima de habilidade... Truques velhos, mas sempre úteis, realizam o milagre de fazer trotar, com garbo, um velho jumento que é coxo. Lavradores e negociantes experimentados escutam sempre a descrição com sorrisos nos lábios, mas só oferecem a quinta parte do que lhes é pedido. Têm, todavia, de ouvir quase um cento de juras, de frases estudadas e prontas para cada caso, mas acabam por levar o burrico pelo que oferecem. Além dos aficcionados do cavalo e da «nobre arte de bem cavalgar», contam-se por centenas senão milhares aqueles que, também aqui se deslocam, propositadamente, para apreciarem e esgotarem as pipas de águapé, acompanhada com as tradicionais castanhas assadas, cujas vendedeiras não têm mãos a medir. As torneiras não se fecham, pois é selecto beber água-pé na feira de S. Martinho. Os copos, por vezes, mal se lavam. As vendedeiras de castanhas e colares de pinhões estão contentes porque fazem bom negócio. Há movimento e gargantas secas que precisam de ser molhadas – e a água-pé é tão boa e fresquinha!... E é neste ambiente bem português que se vive a feira de S. Martinho e se marcam novos encontros para o próximo ano, em que haverá novas surpresas, novos negócios, outras castanhas e outra água-pé. A’ noite, depois do jantar em casa dos amigos ou no Pavilhão da Caridade instalado em pleno recinto da feira e explorado para fins assistenciais por senhoras da melhor sociedade, nos salões do Clube da Golegã, para onde converge toda a alta aristocracia visitante, dança-se animadamente até de madrugada ou ouve-se cantar o fado, naquele ambiente distinto e acolhedor do castiço e típico Baile das Jaquetas. Fernando Saldanha Mendes

ANÚNCIO DA SEMANA

In: Correio do Ribatejo de 11 de Novembro de 1961

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desporto

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Académica enfrenta uma dura Real(idade) Na terra onde vive o Primeiro-Ministro, os juvenis do futebol da Académica de Santarém (AAS) depararam-se com uma derrota colossal. O Real S.C de Massamá impôs um castigo pesado à briosa, que acordou tarde para o jogo: no final da primeira parte o marcador já contava três sem resposta para os da casa. O jogo não podia ter começado pior para a AAS, que logo nos instantes iniciais da partida (2 min.) perdia por 1-0: bola cruzada ao segundo poste onde apareceu, sem marcação, um jogador contrário a fazer o golo. A equipa sentiu o golpe e nunca se encontrou. Ao intervalo, Real Massamá, 3AAS, 0. Para a segunda parte espe-

Equipa da “Briosa” foi capitaneada em Massamá por Rodrigo Alcobia que festeja o seu 16º aniversário

rava-se uma reacção directa da equipa de Santarém, e, de facto, conseguiu chegar com perigo à baliza contrária. Mas foi através de livre indirecto que Bernardo Jorge reduziu o marcador para 3-1. A equipa acreditou e foi para cima do adversário mas, con-

tra a corrente do jogo, os estudantes sofreram o 4-1: a partir daqui, dificilmente a vitória iria fugir à equipa da casa. Contudo, os atletas de Santarém conseguiram ainda reduzir para 4-2 (auto-golo) e criar um par de oportunidades que acabaram goradas.

Resultados do passado fim-de-semana Juniores - não jogaram; Juvenis ‘A’ - Nacional, Real,4-Académica, 2; Juvenis ‘B’ - Académica, 1-Atl. Pernes, 1; Iniciados ‘A’ - Alcanena, 2-Académica, 0; Iniciados ‘B’ - Académica, 2,-Os Águias, 2; Infantis ‘A’ - Académica, 7- U. Almeirim, 0; Infantis ‘B’ - Académica, 1- Ouriquense ‘A’, 2; Infantis ‘C’ - Rio Maior ‘B’, 13-Académica, 0; Infantis ‘D’ - Académica, 0-Fátima, 17; Benjamins sub-11 ‘A’ - Académica, 5-Ouriquense, 2; Benjamins sub-11 ‘B’ - Marinhais, 0-Académica, 3; Benjamins sub-10 ‘A’ - U. Santarém, 0Académica, 19; Benjamins sub-10 ‘B’ - Cartaxo ‘A’, 1-Académica, 4; - Benjamins sub-10 ‘C’ - Académica, 6-Torres Novas ‘B’, 1; Benjamins sub-10 ‘D’ - Académica, 0-Barrosense, 4. Jogos para o próximo fim-de-semana (dias 12 e 13 de Novembro) na Escola Superior Agrária de Santarém (sintético): Sábado (dia 12): 11h00, Escolinhas, treino; 09h30, Benjamins sub-11‘B’ - Académica-U. Almeirim; 11h00, Infantis ‘C’ - Académica-Atl. Pernes ‘A’; 09h30, 8Particular) Benjamins sub-10 ‘B’ - Académica-Colégio Lusitanos; 15h00, Juniores - Académica-Torres Novas. Domingo (dia 13): 09h00, Iniciados ‘A’ - Académica-Sport Abrantes e Benfica; 11h00, (Nacional) Juvenis ‘A’ - Académica-Torreense; 15h00, INATEL - Juve S. Domingos-Casal da Charneca. Jogos para o próximo fim-de-semana (dia 12 e 13 de Novembro) fora de casa. Sábado (dia 12): 09h30, Benjamins sub-10 ‘C’, Os Águias-Académica, em Alpiarça; 09h30, Benjamins sub-11 ‘A’, Moçarriense-Académica, na Moçarria; 09h30, Infantis ‘A’- Rio Maior ‘C’-Académica, em Rio Maior; 11h00, Infantis ‘D’ - C.A.D.E. ‘C’-Académica, no Entroncamento; 10h30, Infantis ‘C’ - Pontével-Académica, em Pontével; 15h00, Iniciados ‘B’ - Salvaterrense-Académica, em Marinhais. Domingo (dia 13): 11h00, Juvenis ‘B’ - Torres Novas-Académica, em Torres Novas.

Chegou à cidade uma lufada de ar fresco… Os ventos das redondezas trouxeram uma… lufada de ar fresco para a equipa de juvenis de futsal do Vitória Clube de Santarém. No último domingo, no meio do excesso de facilitismo dedicado à frágil formação do Alcobertas FC, despontou o sentido “profissional” de uma das revelações deste início de temporada: Fred Faustino, reforço descoberto na freguesia de Achete, nos confins dos misteriosos Casais da Bufinha. Na realidade, depois do brilharete da estreia, com uma goleada no reduto de um dos mais vigorosos candidatos ao título, os vitorianos resolveram retirar o pé do acelerador, encarando com indolência e altivez (a roçar, a espaços, a fanfarrice) um

tal da AF Santarém.

Seniores marcam passo

Juvenis vitorianos já lideram o Campeonato Distrital da categoria

encontro que podia, e devia, ter terminado com o placar a assinalar números históricos. Ainda assim, o 8-0 final espelha bem as potencialidades e a margem de progressão do conjunto às ordens de Ricar-

do Oliveira. O próximo encontro, revestido de superior grau de dificuldade, é já este domingo, dia 13, às 15h00, em Tomar. Prova de fogo para os (já) líderes do Campeonato Distri-

No âmbito da actividade das formações seniores, extraviaram-se pontos preciosos, no último fim-de-semana, no tapete da Nave Municipal de Santarém: a formação masculina cedeu um inesperado empate caseiro (4-4, com hat-trick de Nélson Duarte), no sábado, defronte do CA São Vicentense, enquanto no dia seguinte a congénere feminina tombou aos pés das campeãs distritais do Paço dos Negros por 1-4. O orgulho vitoriano foi salvo pelos escalões mais imberbes, que promoveram um nos domínios do CD Os Patos. Primeiro, entrou em acção a

Hóquei Clube de Santarém

Estudantes de Coimbra aprenderam lição em Santarém O fim-de-semana do Hóquei Clube de Santarém (HCS) começou, no sábado, com os infantis a jogarem em casa com o candidato ao título: o Hóquei Clube de Turquel. Num jogo onde a diferença era por demais evidente, o que veio a reflectir-se no resultado final (derrota por 12-0), o Turquel mostrou porque razão é o sério candidato à conquista do campeonato regional. Já os juvenis, deslocaramse a Santa Cita tendo perdido por 3-1, quebrando a série de cinco vitórias consecutivas. Estiveram bastante abaixo daquilo que já demonstraram neste campeonato. A derrota não afecta, con-

tudo, o objectivo traçado que é a participação no nacional de juvenis, onde irão ser apurados os 4 primeiros lugares, estando, presentemente, na 3ª posição da classificação. No domingo, foi a vez dos benjamins e juniores entrarem em ringue. Os benjamins defrontaram o Sporting de Tomar tendo-se registado um empate a 4 golos: praticamente o número de vezes que a equipa forasteira foi à baliza dos jovens escalabitanos. Os Juniores, por sua vez, jogaram em Santarém e surpreenderam tudo e todos com uma exibição e um querer fora do comum, vencendo por 5-4 a Académica de Coimbra. Uma equipa só

possível de existir com a ajuda de três juvenis e onde a humildade conquistou o maior poderio do adversário. Os índices físicos são a grande preocupação, dado que a equipa consegue fazer excelentes primeiras partes mas depois acaba por baquear nas segundas. Desta vez, isso não aconteceu, dado que o 3-3 que se verificava ao intervalo (depois de ter estado a perder por 3-1), deu-lhes um novo alento para enfrentar os 25 minutos que faltavam. Com uma gestão inteligente do plantel e com os juvenis a não comprometerem, conseguiram chegar à vitória por 5-4 e onde todos foram heróis, desde o guarda-redes

ao avançado. E eles foram: Diogo Jesus, Ricardo Relvas, Tiago Pires, Tiago Teixeira, Júlio Coroado, Diogo Carvalho, Diogo Moreira e Calin Zabolotnic. Este fim-de-semana regressa a competição com os Iniciados a deslocarem-se a Rio Maior (15h00 de sábado), os Juvenis a receberem o FC Oliveira do Hospital (16h15 de sábado); e, no domingo (dia 13), os Escolares a receberem o HC Tigres (15h00), os Infantis a jogarem em Santarém frente ao UF Entroncamento (16h00), os Juniores a deslocarem-se ao BIR (15h00) e os Benjamins a receberem o UF Entroncamento (17h00).

equipa de traquinas, que triunfou por 4-3, com golos de Bernardo Fazenda (2) e Francisca (2). De seguida, foi a vez de o conjunto de benjamins provar que está talhado para escrever um capítulo risonho na História do clube: segunda goleada consecutiva, por 9-0, em mais um encontro de preparação para o pioneiro Campeonato Distrital da categoria. Por fim, ávidos de fechar a manhã com chave-de-ouro, os infantis não destoaram do exemplo dado pelos colegas mais novos e brindaram a falange de adeptos vitorianos com mais um triunfo muito festejado: 5-3, com tentos de Diogo Takuara (2), Miguel Morais, Miguel Garcia e Tomás Veríssimo.

Associação de Futebol de Santarém

Divisão Principal 9.ª jornada U. Tomar, 3 Ouriquense, 1 Entroncamento, 0 Benavente, 1 Fazendense, 0 Torres Novas, 3

Moçarriense, 0 Amiense, 0 Atl.Ouriense, 3 Alcanenense, 1 Mação, 1 AREPA, 0

J V E D G P

1.º Alcanenense 9 2.º Torres Novas 9 3.ª Mação 9 4.º Atl. Ouriense 9 5.º Benavente 9 6.º Amiense 9 7.º Fazendense 9 8.º Entroncamento 9 9.º U. Tomar 9 10.º .Ouriquense 9 11.º Moçarriense 9 12.º AREPA 9

7 7 5 5 3 3 3 1 3 3 2 1

2 2 3 2 3 2 1 1 1 0 0 1

0 0 1 2 3 4 5 5 5 6 7 7

20-5 20-6 15-3 14-9 11-11 14-9 11-20 8-14 13-13 7-14 4-21 4-16

23 23 18 17 12 11 10 10 10 9 6 4

10.ª Jornada (13-11-2011): Moçarriense-Ouriquense, Amiense-Entroncamento, Atl. Ouriense-Torres Novas, AREPA-Benavente, U. Tomar-Mação e Alcanenense-Fazendense.

2.ª Divisão Série A 5.ª jornada F. Zêzere, 4 Assentis, 2

Vasco Gama, 1 Alferrarede, 0 Mindense, 1 Pego, 2

Atalaiense, 2 Abrantina, 1 Cercal, 0 Caxarias, 0

J V E D G P 1.º Abrantina 5 2.º F. Zêzere 5 3.ª Atalaiense 5 4.º Vasco da Gama 5 5.º Cercal 5 6.º Alferrarede 5 7.º Pego 5 8.º Assentiz 5 9.º Mindense 5 10.º Caxarias 5

3 3 3 3 2 2 2 2 1 1

1 1 1 0 1 0 0 0 2 0

1 1 1 2 2 3 3 3 2 4

8-4 9-7 8-6 8-7 7-5 7-3 7-7 10-12 2-8 5-12

10 10 10 9 7 6 6 6 5 3

6.ª Jornada (13-11-2011): Assentis-Pego, Atalaiense-F. Zêzere, Abrantina-Vasco da Gama, Cercal-Alferrarede e Caxarias-Mindense.

2.ª Divisão Série B 5.ª jornada Barrosense, 0 Pontével, 1 E. Comércio, 3 S. Correia, 1 Coruchense, 4

U. Ameirim, 9 Glória, 0 U. Chamusca, 0 Salvaterrense, 3 Goleganense, 1

J V E D G P

1.º Coruchense 5 2.º Pontével 5 3.º E. Comércio 5 4.º Salvaterrense 5 5.º U. Chamusca 5 6.º Glória 5 7.º U. Almeirim 5 8.º Goleganense 5 9.º Samora Correia 5 10.º Barrosense 5

5 4 3 3 2 2 2 1 0 0

0 0 1 0 1 1 1 1 1 0

0 1 1 2 2 2 2 3 4 5

26-6 15 11-4 12 10-8 10 20-8 9 9-8 7 10-6 7 12-6 7 5-14 4 6-12 1 2-39 0

6.ª Jornada (13-11-2011): U. Chamusca-Barrosense, Glória-S. Correia, Goleganense-E. Comércio, Salvaterrense-Coruchense e U. Almeirim-Pontével.

Formação

União Desportiva de Santarém soma três vitórias em cinco jogos disputados As equipas de formação da União Desportiva de Santarém estiveram em competição no passado fim-de-semana. Os Juvenis deslocaram-se a Caxarias onde venceram por 3-0. Já os Infantis receberam o Moçarria, tendo vencido por 4-2. No escalão mais velho, – os Juniores – não foram além de um empate sem golos, em casa, perante o Rio Maior, enquanto os Iniciados tiveram melhor prestação: vitória por 2-1 no reduto do Vale da Pedra. Finalmente, os Sub-10 perderam com a Académica pela pesada margem de 19-0. Para o próximo fim-de-semana a União Desportiva de Santarém tem agendadas as seguintes partidas: Amanhã, sábado, dia 12: 11h00, Sub-10, Ouriquense - U.D.S; 10h30, Infantis, U. Almeirim - U.D.S.; 15h00, Juniores, Abrantes e Benfica - U.D.S.. Domingo, dia 13, os jogos são os seguintes: 9h00, Iniciados, U.D.S. – Benavente; 11h00, Juvenis, U.D.S. – Rossiense. Os jogos são nos campos da equipa referida em primeiro lugar.


desporto

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Torneio participado por duas centenas de jovens atletas

Rugby Clube de Santarém promove modalidade na Expo Criança O convívio promovido pelo Rugby Clube de Santarém (RCS) no contexto da ExpoCriança, no CNEMA, em Santarém, reuniu cerca de 180 atletas, num total de 16 equipas, divididas por três escalões. Realizaram-se 26 jogos e, a convite do RCS, marcaram presença as equipas do S. Miguel, Cascais, Montemor, Évora, Moita e Caldas da Rainha. Os jogos começaram cerca das 11h30 e terminaram perto das 14h00, tendo, segundo os organizadores, “cumprido em todas as linhas os objectivos traçados”.

Rugby Expo-Criança sub-12

A competição regressa já amanhã com os Femininos do RCS a receberem, pelas

11h00, no campo do CNEMA, os jogos do Campeonato Nacional da 2.ª Divisão –

Jornada em Santarém. Também amanhã, às 15h00, no Campo Chã das Padeiras, em Santarém, os Seniores do RCS disputam mais uma jornada do Campeonato Nacional da 1.ª Divisão, recebendo o Rugby Clube da Lousã. Segue-se uma “3ª parte” com jantar e festa no S. Martinho da Golegã. As equipas das fotos representarão o RCS no convívio nacional, domingo (dia 13), nas Caldas da Rainha, local que acolhe ainda, no mesmo dia, à tarde, a Selecção Nacional.

Empregados no Comércio: modalidades

Caixeiros cantam vitória em Setúbal Com mais uma vitória sem contestação, desta feita sobre o Chamusca, por 3-0, os Caixeiros consolidaram o 3º lugar da tabela, do Campeonato Distrital de Futebol da Divisão Secundária. Com este resultado, a equipa de Santarém acredita que pode lutar pela vitória neste campeonato, convicção que se avoluma de jogo para jogo, apoiada nas boas exibições que a equipa tem realizado. Este encontro com o Chamusca ficou marcado por uma primeira parte incaracterística de ambas as equipas. No intervalo, a formação de

Santarém deixou a ansiedade no balneário e espraiou a sua qualidade em campo. Os golos apareceram com naturalidade, fruto de boas jogadas de entrosamento do ataque. O próximo jogo está marcado para dia 20, em Alpiarça, contra o Barrosense, já que, neste domingo, a jornada na Golegã foi adiada. Em Andebol, vitória histórica dos Juvenis em casa do Vitória de Setúbal, por 35-32, num jogo em que a supremacia dos Caixeiros nunca foi discutida. Com este resultado, o clube agarra o 3º lugar, manten-

do-se na luta directa da Fase Final. Os próximos jogos serão em Santarém, no sábado, e em Sines, no Domingo. Juniores e os Iniciados saíram derrotados dos jogos que efectuaram, continuando um percurso de adaptação aos respectivos campeonatos. Já os escalões dos mais novos (Bambis e Minis) estiveram em grande actividade na Expocriança e num Torneio em Almeirim. Na Expocriança, o clube esteve presente com uma delegação que deu a conhecer aos visitantes do certame a história do clube mais antigo de Santarém e organizou di-

versas actividades de miniandebol. O projecto ‘Geração C’, afirma-se assim como a alavanca de toda a estrutura do andebol nos Caixeiros, demonstrando uma dinâmica muito forte, asseguram os dirigentes, que querem potenciar a modalidade em Santarém. Em Futsal, previa-se uma deslocação difícil a Coruche, mas uma derrota por 6-2 foram números pesados para o até aqui líder do campeonato. Contudo, a equipa vai tentar novamente a liderança, no jogo que vai disputar sábado, em Santarém, às 19h30.

Judo da Casa do Benfica em Santarém soma vitórias no Torneio de Tomar A Casa do Benfica em Santarém participou, no passado sábado, em Tomar, no Torneio Projecto Jovem tendo os judocas Ivo Onofre, João Duarte, Ruben Dias, somado primeiros lugares; Jonas Marques, um 2º lugar, e Afonso Prata e João Carvalho, dois 3.os.

Tiro na Meia Maratona Por sua vez, a secção de tiro da Casa do Benfica em Santarém (CBS), em parceria com a CCFC da Portela das Padeiras, realizou a 4.ª Meia Maratona de Tiro ao Alvo, no passado dia 1 Novembro. O evento contou com cerca de três dezenas de participantes, de todo o país.

Casa do Benfica continua a formar campeões

Os atiradores da CBS mostraram-se empenhados e registaram uma diferença de

apenas quatro pontos, entre o 1.º e o 22.º classificado.

A Maratona foi ganha pela CCFC - Portela, através do seu atleta Hugo Duarte, com 80/80 pontos de máximo. Em 3º e 4º lugar a Azóia de Baixo, com 79/80 pontos, com Jorge Barroca e José Ribeiro. A CCFC conseguiu ainda um 8.º lugar, com 79/80 pontos, com Moisés Pedrosa, colocando-se o Verdelho em 10.º lugar, com 78/80 pontos, através de Mário Bento. A equipa da CBS obteve um 11º lugar 77/80, 15º 77/ 80, 17º 77/80 e um 18º lugar com 77/80. Amanhã, sábado (dia 12), realiza-se na CCFC Portela das Padeiras, a 2ª Prova da Taça Scalabis, a pontuar para uma soma de 10 Provas.

CORREIO DO RIBATEJO

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Dança Desportiva de Tremês brilha na Taça de Portugal

Renato Brás e Ana Carolina, um par da Associação de Dança Desportiva de Tremês (ADDT), sagraram-se vencedores da Taça de Portugal, na categoria de Juventude Open, a segunda mais competitiva do campeonato, no passado sábado, em Sintra. Em Adultos Open (categoria mais competitiva em prova), Hélder Almeida & Joana Ferreira obtiveram um 4º Lugar e Pedro Forca & Mariana Suspiro, o 10.º. Em Juventude Open (2ª categoria mais competitiva em prova) Emanuel Guilherme & Inês Ferreira foram 5.os classificados. “O trabalho desenvolvido pela ADDT ao longo de todos estes anos e particularmente em 2011, fruto do empenho e dedicação de dançarinos, professores, pais e escola, não poderia ter sido mais gratificante e a qualidade dos dançarinos dificilmente poderia ter sido melhor reconhecida, apesar da pequena dimensão da nossa escola,” assegura a ADDT, em comunicado enviado ao Correio do Ribatejo.

Grande Prémio de Pontével não se realiza por falta de apoios O Grande Prémio de Atletismo de Pontével, habitualmente realizado a 1 de Dezembro, não se realiza este ano por falta de apoios. Em comunicado enviado à comunicação social, o presidente da Junta de Freguesia de Pontével, José António Sobreira, afirma que “dada a actual situação financeira e da falta de apoio que era habitual de diversas entidades e patrocinadores, não será possível organizar o Grande Prémio de Atletismo, em 1 de Dezembro de 2011”. O autarca promete envidar todos os esforços para que esta organização volte às ruas de Pontével em 2012. “Não devemos nem podemos realizar actividades para as quais o suporte financeiro não existe, pois as necessidades da freguesia são tantas e é nessas que este executivo se vai empenhar em resolver,” afirma José António Sobreira no comunicado.

Alpiarça atribui rua a António Lima Fernandes O Município de Alpiarça homenageia amanhã, sábado, António Lima Fernandes, figura do ciclismo nacional que dignificou o nome de Alpiarça, no país e no estrangeiro. Para além de uma prova de cicloturismo, a partir das 9h00, com partida do Clube Desportivo ‘Os Águias’, todas as pessoas interessadas em participar poderão ainda comparecer junto à sede do clube, a partir das 11h15, momento a partir do qual se inicia uma marcha ciclista lenta, até ao local onde será descerrada uma lápide com o seu nome, numa rua de Alpiarça. Entre muitas glórias, António Lima Fernandes representou “Os Águias” de Alpiarça, entre 1958 e 1969 participou em cinco Voltas a Portugal e venceu oito etapas. Foi duas vezes campeão português de velocidade.


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opinião

CORREIO DO RIBATEJO Edição n.º 6.282 | 11 de Novembro de 2011

Crónicas dum Novo Tempo - LXVII

E a reforma que é tão pouca... Entrei no café. Não havia nenhuma mesa que não estivesse ocupada. Reparei que numa de 4 lugares só estava 1 pessoa, lendo o jornal. Pensei que poderia pedir-lhe para partilhar aquela mesa. Assim pensei, assim fiz. “Faz favor! Com muito gosto!” - respondeu. Senti-me mais à vontade com a simpatia da resposta, e sentei-me para beber o cafézinho do costume. Era uma senhora já de idade avançada, mas com um aspecto muito alegre e saudável. Pelo cabelo branco muito arranjado, pela maquilhagem e roupas que usava, e

pelo seu fino trato, via-se que era gente educada e que vivia bem… “Estou aqui a ler estas parvoíces enquanto espero que o meu filho me venha buscar. Sabe, isto agora é um perigo andarmos na rua sozinhas! Anda por aí uma malandragem como nunca se viu!”. Pois agora é diferente do seu tempo – disse-lhe concordando – no seu tempo viviase com mais tranquilidade… “E segurança!” – disse de imediato. “Cada vez há mais pessoas como eu a serem assaltadas!…” A senhora já alguma vez foi assaltada? – perguntei. Até há bem pouco tempo nunca tinha sido. Mas agora

sou assaltada, sabe por quem?” Respondi que não fazia ideia. “Pelo Estado! Cada vez me tiram mais dinheiro que tanto me custou a amealhar!” A senhora tem cara de quem era… professora! Certo? “Não. Eu trabalhava como directora de uma agência internacional de viagens.” Ah, então devia ganhar bem. Certamente que agora tem uma boa reforma! “O senhor não tem nada que saber quanto é que eu ganhava nem quanto é a minha reforma!” Ah, sim! Claro. Peço desculpa! Não era minha inten-

ção… “Está desculpado. Mas como tem cara de boa pessoa, vou dizer-lhe. Cheguese cá para mim, para ninguém ouvir!” Aproximei-me e fiquei surpreendido com o que me disse em segredo. “Eu atingi o topo da carreira e reformei-me com 3.500 Euros mensais!” Ah, mas isso é uma reforma muito boa! – disse eu. “Era! Era!” – disse ela. “Agora o Estado tira-me tudo. Qualquer dia nem tenho dinheiro para arranjar o cabelo!” Pois é! Isto está difícil. Mas os outros países também não estão nada bem…

FAZEM ANOS: Em 11, Maria Cristina Magalhães Leotte Ramos Vieira, Maria Isabel Almeida Noronha Azevedo, Maria Luiza Gonzaga da Silva Colaço, Maria Baeta, Maria Manuela Ferrão Neto, Maria Rosinda Rodrigues dos Reis, Maria Fernanda de Jesus Vicente Serrão, Eduardo Baptista Cardoso e António João Ventura da Costa Azedo. Em 12, Pilar de Sousa Farinha dos Santos Bernardes,

Catarina Maria Duarte Dias, Ana Luísa Cândido da Silva Rodrigues Serrão, Fernanda Maria da Cruz Oliveira e Sousa, Clara Miguel Santos Tavares Pereira, Isabel de Avilez Melo e Castro, Maria Irene da Silva Santiago, Maria Leonor Sequeira Rocha Gaspar Moreno de Dion (Lisea), Catarina Duarte Santos Dias, Manuel Duarte e Manuel José Paes Matias. Em 13, Maria Virgínia Guimarães da Silva, Edith Reis, Maria José Rodrigues Marques, José Pedro Marreca Matos Botica, Luís Alberto da Silva de Mendonça, Francisco Manuel Falcão Neto, João Sepúlveda Canavarro, José Joaquim Jorge de Oliveira, Eurico

Braz Rodrigues e Álvaro Costa Ferreira. Em 14, Maria da Conceição Cruz Moreira, Lídia Galvão Josué, António Joaquim Quitério Vicente e Filipe André Lourenço Lopes. Em 15, Júlia do Carmo Reis Lucas Ferreira Monteiro Maury, Joana Simões Saldanha Mendes, Zito Manuel Videira, João José Tavares Peixoto, Francisco Manuel Ruivo Ribeiro, António Fernando Ruivo Ribeiro, Pedro Gonçalo Bernardo da Silva, Manuel Cid e Castro Nobre da Veiga e Bernardo Cid e Castro Nobre da Veiga. Em 16, Ana Maria de Matos Semedo, Deolinda Costa, Ilda Ribeiro Calhamar, Ana Paula de Oliveira Car-

valho, Alfredo de Abreu Pires, Paulo Luís Rosa Pereira Marques da Silva, Manuel Pedro Grácio Tavares Veiga, Jorge Alberto Aguiar Silva, Luís Manuel Barró da Fonseca Tavares Faia e Abel Raposo Avelino. Em 17, Laura Maria Godinho Campino, Maria Ester Tavares Álvares Serrão, João Luís Madeira Lopes e Joaquim José de Magalhães Mota. Em 18, Maria do Carmo de Almeida Costa, Ana Maria dos Santos Quintino, Irene Domingues dos Santos Forte, Raquel das Neves Casaca Duarte Bento, António Henrique Isidoro Dias Fontes, Miguel Maria Baptista Lino Caetano e Francisco da Costa Salema.

“Olhe, a propósito de outros países! No verão passado inscrevi-me num cruzeiro e fui até às Caraíbas. Gostei muito! É lindo!... O senhor conhece?” Já vi na televisão mas nunca fui lá. Para isso é preciso dinheiro e eu não tenho. “Eu até nem achei nada caro! Estive hospedada num belíssimo hotel com pensão completa durante duas semanas, e só paguei cerca de 10.000 Euros. Fora as viagens, claro!” Pois. Isso também não deve ser nada barato… “Ida e volta, em classe executiva, ronda os 2.000. Agora as viagens são mais acessíveis. Experimente e vai ver que gosta. Eu adorei! Adorei!” Não. Eu não posso… “Ah, já ali está o carro do meu filho! Tenho de ir andando. Quero ver se ele ainda me

leva às compras. Gostei de conversar com o senhor. Adeusinho e muito boa tarde!” Levantei-me, despedi-me da senhora, e voltei a sentar-me, olhando pela montra. A porta do bonito carro cinzento que a esperava abriu-se automaticamente, como que por magia, e a simpática senhora entrou devagar e compondo o cabelo que o vento tinha despenteado. Entretanto, entrou no café uma mulher pobremente vestida, com um bébé ao colo, pedindo uma moedinha para dar leite ao filho... ——————— Carlos Oliveira N. R. – Carlos Oliveira assina a rubrica “Crónicas dum Novo Tempo” todas as segundas sextas-feiras de cada mês. PUB

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Aberto todos os dias A trabalhar há 3 décadas Largo dos Capuchos, 6 (Largo do Cemitério) Telefone 243 32 78 76 – 2000-070 SANTARÉM

DECLARAÇÃO Dalila Maria Sequeira Pedro Torre, titular do Bilhete de Identidade n.º 7420059, emitido em 29 de Agosto de 2001 pelos Serviços de Identificação Civil de Santarém, residente nos Casais de Advagar, Achete, declara, para os devidos efeitos e fins convenientes, que não se responsabiliza por nenhuma dívida contraída ou a contrair por Nuno Miguel Costa Botequim Torre. Achete, 6 de Novembro de 2011. Dalila Maria Sequeira Pedro Torre

COOPERATIVA DE HABITAÇÃO ECONÓMICA E DE SOLIDARIEDADE SOCIAL, C.R.L. MESA DA ASSEMBLEIA DE MILITANTES DA SECÇÃO DE SANTARÉM

CONVOCATÓRIA Ao abrigo dos Estatutos Nacionais do PSD convoca-se a Assembleia de Militantes de Santarém, para reunir no próximo dia 14 de Novembro de 2011 (Segunda-feira), pelas 20h30, na Sede Distrital, sita na Calçada Mem Ramires, n.º 10, em Santarém, com a seguinte Ordem de trabalhos: Ponto um – Informações Ponto dois – Análise da situação política * Se à hora marcada não se verificar a presença de militantes suficientes para iniciar a Assembleia, a mesma reunirá validamente 30 minutos depois com o número de militantes presentes. O Presidente da Mesa da Assembleia de Secção,

Ricardo Gonçalves Ribeiro Gonçalves

LAR SCALABITANO CONVOCATÓRIA Nos termos do disposto do artigo 36.º dos ESTATUTOS, convoco a ASSEMBLEIA GERAL DA COOPERATIVA DE HABITAÇÃO ECONÓMICA LAR SCALABITANO – COOPERATIVA DE RESPONSABILIDADE LIMITADA, a reunir em sessão ordinária, no dia 24 de Novembro de 2011, pelas 20 horas, na Secretaria (Sede) da Cooperativa de Habitação, situada na Rua Brigadeiro Lino Dias Valente, Lote 3 em Santarém, com a seguinte: ORDEM DE TRABALHOS Ponto Único: APRECIAR E VOTAR O ORÇAMENTO E PLANO DE ACTIVIDADES PARA 2012, BEM COMO O PARECER DO CONSELHO FISCAL. Não havendo número legal de sócios para deliberar à hora marcada, convoco desde já a mesma ASSEMBLEIA GERAL, a reunir em segunda convocatória, local e dia, meia hora depois, com a mesma ordem de trabalhos, deliberando então com qualquer número de sócios presentes. Santarém, 4 de Novembro de 2011. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Leo Manuel Weitzenbaur Goyanes Machado ——————— Nota: Os cadernos do Orçamento encontram-se à disposição na Secretaria da Cooperativa.

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA CONVOCATÓRIA Nos termos do número um do artigo vigésimo quarto dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral, da CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DO RIBATEJO SUL CRL, a reunir em sessão ordinária, no próximo dia 16 de Dezembro de 2011, pelas 17 horas, na sua Sede, Rua Direita, em Benfica do Ribatejo, com a seguinte: ORDEM DE TRABALHOS 1. – Discussão e votação da proposta de Plano de Actividades e de Orçamento para o ano de 2012; 2. – Deliberação sobre a Declaração de Política de Remunerações dos membros dos Órgão Sociais de Administração e de Fiscalização da CCAM para 2012; 3. – Deliberar sobre a dispensa de caução dos membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal; 4. – Qualquer outro assunto de interesse colectivo e/ou cooperativo. Nos termos do Artigo vigésimo quinto dos Estatutos, se à hora marcada não houver número suficiente de presenças, a Assembleia funcionará validamente, uma hora depois, com qualquer número de associados. Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Ribatejo Sul, 10 de Novembro de 2011. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Sérgio Luís Coutinho dos Santos


feira de s. martinho na golegã

Edição n.º 6.282 | 11 de Novembro de 2011

CORREIO DO RIBATEJO

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Carnalentejana cozinha novas ideias de negócio que, na opinião de Gonçalo Bagulho Albino, “dão garantia de qualidade ao cliente final”, uma vez que “a malha de controlo é mais apertada”. Apesar de a empresa operar com uma estrutura leve - de apenas dez elementos movimentou um volume de negócios superior a 12 ME em 2012, e espera suplantar esta facturação este ano.

Fundada em Julho de 1992 por Fernando Carpinteiro Albino, a Carnalentejana surgiu com o intuito de “fazer um bypass à intermediação”. Na altura, representava 33 criadores de bovinos de raça alentejana pura, que estava em risco de desaparecer. Hoje, absorve a produção de 142 produtores pecuários e comercializa os seus

produtos não só no mercado nacional, mas também em Angola e vários países do centro da Europa. Este dinamismo valeu à Carnalentejana o galardão “Mais Empresa”, atribuído pela revista “Mais Alentejo”, entregue dia 04 de Novembro, numa cerimónia no Teatro Garcia de Resende, em Évora. Este prémio é, para Gon-

çalo Bagulho Albino, o reconhecimento público de uma estratégia de sucesso: “este agrupamento de criadores está também a defender a produção nacional, ao mesmo tempo que acrescenta valor ao produto final”, referiu, concluindo que, de futuro, esta será “a única forma de trabalhar”. Filipe Mendes

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Gonçalo Bagulho Albino, responsável de vendas da empresa

A empresa Carnalentejana prepara-se para lançar no mercado uma nova gama de refeições pré-cozinhadas: a receita está a ser apurada pelo Chef italiano Augusto Gemelli - radicado em Portugal há mais de uma década - e deverá estar disponível nas lojas já no primeiro trimestre de 2013. Trata-se de mais um factor “de diferenciação” da marca que, na sua gama de ultracongelados, foi eleita “Produto do Ano” pelos consumidores, como disse ao Correio do Ribatejo Gonçalo Bagulho Albino, responsável de vendas da empresa. “Uma empresa para se manter no mercado tem de inovar. E se assim não for, acaba. Temos produtos implementados há muitos anos, mas o grande objectivo é alargar o leque de códigos e de oferta”, disse. Para além deste projecto, a Carnalentejana está em vésperas de inaugurar, no coração da capital, uma unidade de restauração que incluirá uma loja onde serão comercializados - para além dos produtos mais conhecidos da marca - vinhos e azeites dos seus produtores associados. Segundo o responsável, “o ‘core business’ da empresa é a venda de carne de bovino da raça pura alentejana. Mas, como forma de potenciar e abrir o leque de negócios, houve a decisão de colocar também no mercado carne de porco, borre-

go, vinhos e azeite dos parceiros”, referiu. Este restaurante servirá assim de ‘showroom’ para a venda directa de todos estes produtos, para além de ter programado, para o espaço, um conjunto de actividades, tais como workshops de culinária e provas. A ideia surge como uma forma de potencializar o capital de conhecimento adquirido pela Carnalentejana no sector da restauração já que, de há oito anos a esta parte, tem sido presença assídua em feiras e festivais do norte ao sul do país. Até ao próximo domingo, a empresa tem um restaurante na Feira da Golegã, sobranceiro ao arneiro, no qual os consumidores “põem à prova” o sabor da Carnalentejana. Actualmente, a marca representa mais de 140 produtores desta raça autóctone, que quer continuar a fazer a diferença “pela qualidade”, afirma Gonçalo Bagulho Albino. Segundo o médico veterinário, “não há um único animal no mercado que não tenha uma dupla certificação”. E este factor, é um dos garantes dados aos consumidores, que têm depositado na Carnalentejana “a sua confiança”. Outro dos aspectos que concorrem para este objectivo é o facto do “grosso” dos produtos ser canalizado para as grandes superfícies, as únicas estruturas

Visite-nos na Feira Nacional do Cavalo, na Golegã


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feira de s. martinho na golegã

CORREIO DO RIBATEJO Edição n.º 6.282 | 11 de Novembro de 2011

Vítor Vergamota, presidente da Associação Nacional de Turismo Equestre

“O turismo equestre em Portugal ainda não saiu do adro” A Associação Nacional de Turismo Equestre (ANTE), com sede na Golegã, foi criada, em 1996, para promover e desenvolver a prática de actividades hípicas, o turismo equestre e o turismo rural. Vítor Vergamota, presidente da direcção, em entrevista ao Correio do Ribatejo, admite que o levantamento de percursos equestres foi feito em todo o país há uma década, mas o turismo a cavalo continua a não passar de uma ideia, apesar do seu forte potencial de atracção de turistas, nacionais e estrangeiros. Vítor Vergamota fala em “falta de sensibilização” dos agentes e uma entidade que certifique os centros equestres e as empresas que se dedicam a esta actividade. “Falta o ‘clique’, porque tudo o resto nós temos”, confessou o responsável ao Correio do Ribatejo.

Correio do Ribatejo - A Associação Nacional de Turismo Equestre foi constituída em 1996, com que finalidade? Vítor Vergamota - A Associação Nacional do Turismo Equestre (ANTE) é, como o nome indica, uma associação ligada ao mundo do cavalo e do turismo que se associaram para dar uma vertente nova nesta área da exploração turística. Inicialmente, a ANTE cria-se com o objectivo de promover e divulgar trilhos e percursos equestres, desenvolvidos a nível nacional, pelos seus associados que se distribuem ao longo do país e também nas ilhas. A ideia surgiu em 1996, e, mais perto do ano 2000, foi efectuado um levantamento de percursos equestres, publicou-se um livro com os trilhos, angariaram-se associados e, mais tarde, tentou-se o inicio da divulgação dos mesmos. Existe algum levantamento nacional desses percursos? Existe. Nós temos um livro, a nível do país inteiro, que tem trilhos e percursos, mas só que esse livro já tem 11 anos. É natural que hoje esteja desactualizado. Basta que haja um Inverno mais rigoroso para que um trilho

tenha mato ou uma ria se tenha alterado para não se poder passar. Essa é uma das questões que a ANTE tem de equacionar: como vai actualizar os trilhos e os percursos. Para o fazer teria de ter o apoio dos associados, já que são eles que os exploram. A ANTE deve divulgá-los mas para que esse trabalho esteja em dia, as pessoas que estão sedeadas nessas zonas, devem repor outros trilhos alternativos, porque conhecem melhor a região, a beleza da paisagem e os seus cavalos. A Associação teve sempre como sede a Golegã? A Golegã, indiscutivelmente, é a grande capital do cavalo em Portugal e, nos últimos 13 anos, consolidou esta vertente e imagem. Quando eu era pequeno, tinha sete, oito anos, na Golegã dessa altura falava-se mais de toiros do que de cavalos. Hoje fala-se pouco de toiros, fala-se mais do cavalo e fazia sentido que o turismo equestre pudesse sair da própria terra, portanto, é a partir da Golegã que irradia esta ideia. Hoje, fala-se muito de turismo equestre e, em 1996, já a Golegã se preparava para isso. Estamos adiantados dez anos.

incremento do turismo equestre? O Turismo de Portugal já entendeu o turismo equestre há muito tempo. Está preparado para o apoiar. Já a Federação Equestre Portuguesa ainda não está muito disponível para isso, talvez por ter outras modalidades. Ao nível da federação falta ainda um ‘clique’.

O turismo equestre a cavalo ou do cavalo? Turismo equestre identifica-se mais com o turismo a cavalo, mas também temos o turismo do cavalo, que não deixa de ser também turismo equestre. O turismo equestre baseia-se numa situação de parceria e não de competitividade. Se o turismo equestre andar a pensar competir com outros centros que estão ao lado, nunca haverá turismo equestre, porque nunca teremos capacidade suficiente [número de cavalos] para oferecer ao turista. O turismo equestre tem de ser um turismo de parceria e que os recursos que existem na zona sejam complementares. Quantos Centros Hípicos existem no país? Cerca de 600. Nos últimos 20 anos houve uma explosão de centros hípicos em Portugal, uma socializa-

ção do cavalo, uma produção em exponencial. Os criadores cresceram muito. Nos anos 60, tínhamos à volta de 60, hoje, andamos nos 320. Essa ‘explosão’ de centros hípicos existiu no país todo, mas dos 600 que se pensa que existam, a Federação de Turismo Equestre conhece 300 e apenas 140 estão referenciados. Há, ainda, muito trabalho a fazer, relativamente aos centros hípicos que para funcionarem deveriam estar credenciados. Para dar o salto, os associados têm de estar preparados para o efeito. A ANTE, em termos colectivos, tem cerca de 40 associados e, em termos individuais uns 20, a nível nacional. Nenhum dos agentes devia ter uma porta aberta para o turismo equestre se não fosse associado da sua associação nacional, nem deveria poder desenvolver o seu projecto sem ter as suas

instalações certificadas. Não há um quadro legislativo que regule o sector? Não há um quadro legislativo que diga quem deve e como se deve fazer turismo equestre e tem de haver regulamento que defina as condições para o turismo equestre. Há que definir quem acompanha os turistas, quem verifica as instalações para os animais estarem devidamente acondicionados e saber quem fiscaliza toda a estrutura da entidade, colectiva ou individual, que quer explorar o filão do turismo equestre. Temos associados interessados, a ANTE está interessada, a Câmara da Golegã também, mas, em termos legislativos falta definir o quê, quem e como. É isso que falta no turismo equestre. Qual o contributo do Turismo de Portugal no

Há alguma região do país mais indicada para fazer turismo equestre? Todo o nosso país tem óptimas condições para fazer turismo equestre. Temos bom clima, bons terrenos e boas morfologias, boas comidas, capacidade de pernoita por todo o lado e, o mais importante, um bom cavalo de sela que é o nosso lusitano. Por vezes, as pessoas esquecemse disso. O cavalo lusitano é um bom cavalo para fazer turismo equestre porque é um cavalo que, mesmo inteiro, vai para a rua sem problemas. Nas décadas de 80 e 90 teve uma cotação muito grande, penso que até excessiva, em termos de transacção e os centros hípicos não tinham capacidade financeira para comprar cavalos lusitanos que atingem o pleno aos seis anos. E o Estado? Poderia dar mais apoio? O contributo do Estado deve ser no quadro da legislação. Ter um quadro legislativo adequado para quem quiser explorar o possa fazer. Não me parece que tenha de haver subsídios do Estado para esse tipo de coisas. No turismo equestre, se a actividade for desenvolvida pelos recursos do próprio, este vai ter de se esforçar e não amolece. Com subsídios as pessoas amolecem, sou contra isso. Fala-se também que o Estado se encaminha para abrir o processo de privatização da Coudelaria de Alter. É uma boa decisão?

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feira de s. martinho na golegã Sou contra que a Coudelaria de Alter seja privatizada. Fala-se nisso, não sei se o vai ser ou não. Alter deve estar nas mãos do Estado. É um património genético que devia continuar do Estado. Alter é como a Torre de Belém e ninguém a pensa deitar abaixo, nem vendê-la. Estamos a falar do prestígio de Portugal como terra de criação de cavalos e de grandes cavaleiros, portanto, não me parece que parte do nosso património, que neste caso é genético e tem um ADN que está lá todo, em Alter, possa ser privatizado. Alter tem de demonstrar que vale a pena. A Coudelaria já teve muitos problemas: em 1820 teve graves problemas com a ida da corte para o Brasil, nos finais do século XIX a coudelaria teve problemas gravíssimos de sobrevivência, com a proclamação da República colocaram outros sangues em Alter, quase esteve perdida toda a criação e foi em 1940 que se equilibrou a coudelaria, com dois garanhões da linha de Alter e duas ou três éguas, e voltou a ter o mesmo expoente que tinha. Com a anunciada privatização de Alter está-se também a pôr em causa a Escola Portu-

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Ainda ao nível da Educação, o Centro de Estudos Politécnicos interage convosco? Trata-se de um pólo que tem a ver com turismo equestre e turismo da natureza que estão muito relacionados. As ligações que têm havido têm-se dado apenas quando há congressos, encontros ou colóquios. Já tem havido estágios, mas não tem sido mais do que isso. Só poderá ser mais do que isso quando o próprio turismo equestre sair de uma certa letargia em que ainda se encontra.

guesa de Arte Equestre que é um ex-líbris de Portugal. Hoje em dia, quem frequenta a Golegã, ao longo do ano? O frequentar a Golegã tem muito a ver com franceses e espanhóis. O fazer clinics com cavalos lusitanos teve aqui uma grande expressão de países nórdicos e um grande pólo inglês e sueco. A vinda à Golegã tem a ver com a divulgação que é feita nesses países. Habitualmente, quem passa muito por cá são espanhóis e franceses. Há muito francês que vem à procura de éguas e de cavalos lusitanos. O ano passado houve imensos estrangeiros, talvez fosse a feira mais concorrida por estrangeiros, sobretudo franceses. Uma das formas encontradas para promover o gosto pelo mundo equestre foi a aposta de ministrar aulas de equitação nas escolas do concelho. Como têm decorrido? Na Golegã, desde 1992, há uma única escola de equitação – o Centro Hípico da Golegã – que mais tarde foi integrada na Associação Nacional do Turismo Equestre e é, hoje,

Sede da ANTE, no pátio dos Campinos Felício e Singéis, na Golegã

a única escola que temos que promove o ensino de equitação, básico, e promove também a abordagem aos saltos, a equitação do trabalho e equitação adaptada para crianças com dificuldade (hipoterapia). Para além disso, temos um campeonato regional, para levar os alunos que estão um pouco mais desenvolvidos a experimentarem uma préequitação de trabalho. A ANTE e o seu centro hípico têm uma ligação especial com a Câmara da

Golegã tendo, ambas, concordado que os alunos das escolas básicas do concelho pudessem ter, nas aulas de educação física, a possibilidade de optar pela equitação. Temos 400 alunos das escolas da Golegã que na hora de praticarem desporto vêm à Golegã, dois ou três dias por semana, durante três horas e todas as crianças têm, pelo menos, o primeiro contacto com o cavalo. Muitos desses alunos vêem a integrar o centro de equitação.

Letargia? Eu diria que o turismo equestre em Portugal ainda não saiu do adro, e sairá a partir do momento em que os nossos associados, e os que não o são e poderão vir a sê-lo, perceberem que o turismo equestre tem um recurso potencial enorme. Falta é decidir-se que tipo de turismo equestre é que esses agentes querem: um turismo por um dia? Por dois? Uma semana? Querem turismo na zona de montanha, na planície, ou junto ao mar? Acampando? Em pousadas, solares, nas casas das quintas? Querem ir à rota do vinho, ver cou-

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delarias, ou uma rota que tenha a ver com a parte monumental? Os nossos associados e os que vão explorar os dias que se vendem aos turistas, na área equestre, qual é a opção que têm de lazer puro e simples, ou de lazer mas associado à parte temática? Até podemos ter uma rota de sabores... Pelos vistos, a escolha é vasta, mas faltará ainda definir opções… Os associados não o têm feito. Porque há uma outra questão que se liga com a capacidade: eu não vejo um centro hípico ou casa agrícola envolvido num projecto que tenha, só para si, 12 animais e os mantenha disponíveis o ano todo. O que espera da Feira da Golegã, este ano? Espero que continue com a sua força. Apesar do momento conhecido por todos, penso que ninguém deixará de vir à feira. Poderão vir menos dias, mas não deixarão de vir à Golegã. As pessoas optam pela qualidade e, em vez de estarem cinco dias, estão três, mas vêm. Golegã é lugar indiscutível como capital do cavalo. João Paulo Narciso PUB

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Mestre Rui Fernandes, escultor da “verdade” Rui Fernandes está representado em mais de uma dezena de esculturas públicas no País, mas é na Golegã que a sua obra se confunde com a própria imagem da Capital do Cavalo. É aqui que assina a maior parte dos trabalhos, numa “conjugação entre o cérebro e as mãos” que considera essencial para dotar as suas peças com a força anímica da verdade. É esta que procura, na arte, tal como na vida. Talvez por isso o Cavalo Lusitano, em bronze, à entrada da Vila, parece querer fugir a qualquer momento, num galope desenfreado… - Nasceu e estudou em Lisboa, mas há muito que vive e trabalha na Golegã. Sente-se mais ribatejano do que lisboeta? Sinto-me muito mais ribatejano. Nasci em Lisboa, porque era lá que os meus pais viviam na altura, mas vim com cerca de seis anos para a Golegã. Mais tarde, aos 17 anos, fui estudar para Lisboa e fiquei por lá cerca de 25 anos. Felizmente voltei para o Ribatejo. É aqui que me sinto melhor, em contacto com o campo. É essencial para limpar o espírito. O meu era da Amadora. Quando terminou o curso de pintura, começou a preparar-se para uma exposição em Madrid e escolheu a Nazaré como temática. A minha mãe era da Nazaré e acabou por ser modelo exclusivo do meu pai. Era uma mulher muito bonita. Apaixonaram-se e casaram. Por alturas do meu nascimento, viviam em Lisboa, mas depois o meu pai terminou os compromissos profissionais que lá tinha e decidiu vir para a Golegã. Tinha muitos amigos na região e foram eles que o convenceram a vir para aqui. Curiosamente, foi Carlos Veiga, avô do actual presidente da Câmara, José Veiga Maltez, que lhe arranjou casa. - Seu pai, Manuel Fernandes [já falecido], é considerado um dos melhores pintores na temática do cavalo. Até que ponto o influenciou e foi importante na sua carreira? - Influenciou-me na maneira de olhar as coisas que nos envolvem. Era uma pessoa extremamente afável, muito boa, gostava de ajudar os amigos quando estes tinham problemas, mas, quando alguém cometia alguma injustiça, ou abusava de alguma situação, ele tornava-se agressivo, não aguentava certas coisas, porque era muito sensível e tinha uma noção de justiça muito vincada. Era capaz de

dar um estaladão fosse a quem fosse, mesmo que o outro tivesse uma posição social muito elevada. Ele estava-se a borrifar para isso, desde que estivesse a lutar por uma causa que considerava justa. Eu também sou assim; até já tenho sido acusado por dizer o que penso e o que sinto. Não me ensaio nada se tiver que desmascarar alguém. Mas sei que é uma atitude perigosa, que pode prejudicar a minha carreira. - Sente que essa atitude o tem prejudicado? - Em parte… Há muitas injustiças e alguns preferem ser subservientes e hipócritas, para singrarem na vida. É por isso que nos deparamos com tantas pessoas sem valor em lugares de destaque. Mas eu não quero conhecer esse mundo de falsidade. Tenho feito a minha carreira com muito trabalho e não com cunhas e favores. Sinto-me melhor assim. - Seu pai influenciou o seu carácter. E que influência teve na sua arte? - Os olhos do meu pai eram especiais. Viam pormenores que mais ninguém via e eu acho que herdei isso dele. Mas ele era pintor, enquanto eu sempre me senti muito melhor com a escultura. - Que factores terão contribuído para isso? - Na escultura temos a facilidade de ver as peças em todas as dimensões. Percebi que me podia expressar melhor através da escultura. O plano é limitativo para mim. Mas também pode haver factores de ordem mais subjectiva. Sendo o meu pai pintor, eu, inconscientemente, terei tido a cautela de não competição… - Na escultura, que mestres mais o influenciaram? - Recebi diversas influências, como é natural. Sou

“Há muitas injustiças e alguns preferem ser subservientes e hipócritas, para singrarem na vida. É por isso que nos deparamos com tantas pessoas sem valor em lugares de destaque. Mas eu não quero conhecer esse mundo de falsidade. Tenho feito a minha carreira com muito trabalho e não com cunhas e favores”.

um admirador de Rodin. A modelação de Rodin tem uma dinâmica fora do normal. Para mim, uma escultura tem que ter dinâmica. As figuras têm que ter movimento, vida. Por isso, a minha modelação é larga, não é ‘lambidinha’. É muito raro usar o teco [instrumento de madeira]. A dinâmica só se consegue através de uma conjugação entre o cérebro e as mãos. Se assim não for, a obra não tem autenticidade. É falsa. Mas, se fizer uma análise, tive certamente outras influências. O mestre Lagoa [Lagoa Henriques] foi meu professor e aprecio imenso a sua obra. Tinha uma cultura geral fantástica, era uma pessoa muito agradável e foi muito importante para mim. - Na pintura, é a aguarela que mais o seduz? - Sim. Tem mais a ver com a minha maneira de ser e estar. A aguarela tem que ser espontânea, não se pode emendar, nunca mente. É a única técnica verdadeira. Seja como for, o meu pai tem uma obra boa de pintura e eu prefiro admirar o que ele fez. - A escultura equestre – Monumento ao Cavalo – à entrada da Vila da Golegã, foi um marco na sua

carreira? - Foi mais um degrau na minha carreira. Nós nunca sabemos tudo, todos os dias aprendemos mais qualquer coisa. Não há limites, há sempre mais um degrau. Mas foi uma obra extremamente importante, sem dúvida. - Embora tenha sido uma obra encomendada pela autarquia, esta deulhe total liberdade artística? - A liberdade foi total. O presidente José Veiga Maltez é uma pessoa culta e inteligente. - Segundo um texto assinado por Fernando Sá Lopes, o Monumento ao Cavalo “constitui um exemplar do primitivismo que caracteriza a vanguarda da arte contemporânea”. Concorda com esta análise? - É uma opinião, não comento. - Qual foi a sua principal preocupação, na elaboração dessa obra? - Foi a composição estrutural do cavalo. A anatomia do cavalo é complicada, tem que ser estudada a fundo, porque sem esse conhecimento de base não é possível. Quis transmitir o comportamento nervoso, cheio de vida do Cavalo

Lusitano, acompanhado por um marialva. Desde a infância que guardo na lembrança a imagem dos cavalos quando estes se assustam, se inquietam. Foi esse movimento que pretendi representar. Não me interessa se a garupa do cavalo é mais ou menos arredondada; o mais importante é a dinâmica, a verdade do movimento que dá vida à figura. - A opinião dos críticos de arte é importante para si? - Os meus críticos preferidos são as pessoas que percebem de cavalos, entre eles o meu amigo equitador Francisco Cancela de Abreu, cuja opinião tenho sempre em grande conta. Gosto de críticas, até porque não tenho a mania de que sei tudo e gosto de ouvir a opinião dos outros. Mas, quando leio uma crítica, percebo se quem a fez percebe ou não de arte, se sabe ou não do que está a falar. Devo dizer que coloco muitas interrogações em certas críticas que vejo por aí. Não são sinceras, são condicionadas por interesses económicos. Não é só de agora, mas se calhar, hoje em dia, ainda é pior. Raramente faço exposições em galerias, porque são uma espécie de sanguessugas dos artistas. Os críticos ou nos põem nos píncaros

ou nos destroem completamente. A crítica não está direccionada para a verdade, mas, sim, para interesses financeiros. Repare que só há três ou quatro nomes relevantes de escultores no país (prefiro não dizer quais), agarrados a determinados meios com espaço para se instalarem. Não há lugar para mais ninguém. - O mestre Rui Fernandes está representado em colecções particulares em diferentes países europeus e, também, nos Estados Unidos da América; tem participado em inúmeras exposições colectivas e individuais e foi distinguido com vários prémios. Há algum objectivo que ainda não tenha conseguido alcançar? - Nunca conseguimos alcançar todos os objectivos. Muitas vezes só alcançamos o que nos deixam, e não o que nós gostaríamos. É por isso que cada obra é importante no meu percurso. Há sempre mais um degrau para subir. - Tem preferência por alguma das muitas esculturas públicas que assina na Golegã e noutras localidades do país (Chamusca, Vila Franca de Xira, Bairrada, etc.)? - Todas são igualmente importantes, fazem parte do meu percurso, do meu espólio artístico. Há pequenas peças pelas quais tenho uma grande paixão, mas que não são conhecidas do grande público. Posso referir uma peça pela qual tenho um grande

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feira de s. martinho na golegã carinho que é o Troféu Amália, atribuído todos os anos numa gala da Fundação Amália. Sou um apreciador de fado e foi uma honra e uma grande responsabilidade fazer aquele troféu. Acho que consegui transmitir de uma forma muito simples toda a filosofia de vida de Amália Rodrigues. Também gosto muito da figura de uma varina que está numa rua em Vila Franca de Xira e que tem um sorriso místico. - Como o da Gioconda? - Sim, foi precisamente a pensar no sorriso da Gioconda que fiz aquela figura. E a pensar, também, naquelas mulheres, as varinas, que têm que sorrir a quem passa, para vender o peixe, mas que ninguém sabe o que lhes vai na alma. - Há alguma obra de escultura, sem ser da sua autoria, que aprecie especialmente? - O “Pensador” de Rodin. - E de artistas portugueses? - O mestre Lagoa [Henriques] tem coisas muito boas, como a que está em Leiria, à entrada da cidade. Também gosto muito da estátua de D. João I, de Leopoldo de Almeida, na Praça da Figueira, em Lisboa. Estou a lembrar-me, agora, de uma estátua que vi em Paris e que me surpreendeu muito: a Joana D’Arc em cima de um cavalo. Mas não é um cavalo qualquer – é um Cavalo Lusitano! Não sei quem é o autor,

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- Considera a escultura pública uma arte devidamente valorizada em Portugal? - Penso que sim, apesar de haver sempre excepções… Como o caso da peça que tenho na rotunda de acesso ao Cnema [Centro de Exposições e Mercados Agrícolas], em Santarém, figuras em resina de um cabresto e dois campinos, que se encontra vandalizada há mais de um ano. Mas neste momento a autarquia contactou-me para ser devidamente reparada. Vou fazer o levantamento do material que é preciso para ser reconstruída. Não acredito que aquilo tenha sido destruído por bebedeira. Deve ter sido politiquice.

- Costuma viver com intensidade a Feira do Cavalo da Golegã? - Evidentemente que vivo com muita intensidade a Feira. Participo na entrega dos prémios da Revista Equitação, cujos troféus são da minha autoria, faço parte do júri, enfim… Faz parte da cultura da terra onde vivo. - O que mais o fascina na Feira? - Todo o movimento e o convívio, por exemplo, com os amigos que vêm de Norte a Sul do país e que só encontro nesta data. E, sem dúvida, o Cavalo e tudo o que o envolve.

- Por que é que diz isso? - Porque a política é terrível e há quem goste de destruir a obra que outros construíram. Infelizmente é assim.

- Neste momento, está a preparar algum novo projecto? - Sim, estou a preparar um

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trabalho sobre a Escola Portuguesa de Arte Equestre. Procuro representar, através de várias figuras, os diferentes movimentos dos cavalos. É uma homenagem aos nossos valores.

mas quando vi fiquei surpreso.

- Incomoda-o ver o estado em que ficou o seu trabalho? - Claro que incomoda. Aquele tipo de material – resina pintada de amarelo, a dar a ideia de bronze (que escurece com o tempo) – é muito usado no estrangeiro e funciona bem, mas eu fui muito criticado…

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Monumento ao Cavalo, na Golegã

“Os críticos ou nos põem nos píncaros ou nos destroem completamente. A crítica não está direccionada para a verdade, mas, sim, para interesses financeiros. Repare que só há três ou quatro nomes relevantes de escultores no país, agarrados a determinados meios com espaço para se instalarem. Não há lugar para mais ninguém”

- A sua ligação ao cavalo está para além da obra de pintura e escultura, ou seja, encontra-se, também, no plano pessoal? - A nível pessoal apenas no convívio com amigos cavaleiros e no campo. Sou fã do cavalo. Fiz um álbum de desenhos com a sua evolução ao longo de 75 milhões de anos. É um animal fantástico, um monumento da natureza. A natureza é uma fonte de fascínio. É por isso que gosto mais de viver aqui do que em Lisboa. A Natureza que nos rodeia é mais pura que a natureza humana. Sofia Meneses

Pintora guatemalteca pinta cavalo lusitano A pintora Stefanie Pullin inaugurou no passado domingo, no Palácio do Pelourinho, na Golegã, uma exposição sobre o cavalo lusitano que pode ser visitada até domingo, dia 13, período em que decorre a Feira Nacional do Cavalo. Stefanie Pullin, de nacionalidade guatemalteca, escolheu estudar em Portugal, país que diz amar, por ser “o berço desta raça inspiradora de incontáveis artistas ao longo da história: O Cavalo Lusitano”, uma “criatura extraordinariamente bela e forte, elegante e misteriosa, a que melhor consegue entender e transmitir os sentimentos”, considera. Stefanie Pullin, veio para Portugal há quase dois anos, com o propósito de estudar Belas Artes. Frequentou o curso de Pintura da Escola de Arte e Comu-

nicação Ar.Co, em Lisboa e, já este ano, iniciou o curso de Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade Clássica de Lisboa.

A sua paixão e fascínio pelos Cavalos Lusitanos foram, desde sempre, partilhados com o seu pai, também guatemalteco, que em Por-

tugal teve a sorte de conhecer um grupo maravilhoso de amigos, apoio fundamental para o êxito desta nova etapa do seu trabalho. PUB

“Casa de Petiscos”


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26

necrologia

CORREIO DO RIBATEJO Edição n.º 6.282 | 11 de Novembro de 2011

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SANTARÉM – AZOIA DE CIMA

MARIA EMÍLIA ROSA CARREIRA 5 Anos de Eterna Saudade 9-11-2006 – 9-11-2011 1935 eu marido, filhas, genro, netos e restante família participam que será celebrada missa pelo seu eterno descanso no próximo domingo, dia 13, às 12 horas, na igreja da Moçarria, agradecendo desde já a quem se dignar assistir a este piedoso acto.

S

PÓVOA DE SANTARÉM

IRENE CARMO DOS SANTOS FONSECA

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11 Anos de Eterna Saudade 13-11-2000 – 13-11-2011 1927 ua família participa que será celebrada missa pelo seu eterno descanso no próximo domingo, dia 13, às 19 horas, na igreja de Jesus Cristo – Hospital Velho, agradecendo desde já a quem se dignar assistir a este piedoso acto.

S

Manuel Joaquim dos Santos Gardão Olga Maria Guerra Rosa

MANUEL JERÓNIMO TAÍNHA

EMÍLIO JOSÉ MENDES DA CONCEIÇÃO

AGRADECIMENTO

Agradecimento e Missa do 7.º Dia

Nasceu a 26-10-1923 Faleceu a 9-10-2011

S. PEDRO – SANTARÉM

1933

S

ua esposa, filhas, genro e netos agradecem muito reconhecidamente a todas as pessoas que se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada, ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar.

ARNALDO BA TIST BATIST TISTAA BEIRANTE

ALBERTO DO CARMO

22 Anos de Eterna Saudade

16-11-2005 – 16-11-2011 1925 ua mulher, filho e demais família recordam com profunda dor e saudade a passagem do 6.º aniversário do seu falecimento.

RIBEIRA DE SANTARÉM – CASÉVEL

Rua de S. Silvestre – Apt. 12 – 2000-494 PERNES Telef. 243 098 089 – TM. 913 010 310 (Manuel) – TM. 913 047279 (0lga) email: s-calcovas-s.funerarios.lda@hotmail.com

Faleceu a 1-11-2011

ua esposa, filhas e genS ros agradecem muito reconhecidamente a todas as pes-

A Funerária Jorge Almeida, Lda.

1936

soas que se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada, ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar. Participam que será celebrada missa pelo seu eterno descanso no próximo domingo, dia 13, às 10.30 horas, na igreja de S. Vicente do Paúl, agradecendo desde já a quem se dignar assistir a este piedoso acto.

SERVIÇOS FÚNEBRES PARA QUALQUER PARTE DO PAÍS Telemóvel 917 273 370 Telef. 243 441 246 Fax 243 441 038 Escritório: Rua S. Vicente – Sobral 2000-700 S. Vicente do Paúl

S

Paula Telem. 917 848 011

Sede: Rua Oriol Pena, 103 – 2000-493 Pernes Sandra Telef. 243 449 444 – Telem. 917 273 370 Telem. 919 006 899 Email: geral@afuneraria.com.pt Site: www.afuneraria.com.pt

6 Anos de Eterna Saudade

13-11-1989 – 13-11-2011 1926 ua filha, genro e netos recordam com profunda dor e saudade a data do falecimento do seu ente querido.

S

SANTARÉM – S. VICENTE DO PAÚL

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MARIA ROSA DOS SANTOS JACINTO 7 Anos de Eterna Saudade 6-11-2004 – 6-11-2011 1923 eu marido, filha, genro, netos e restante família participam que será celebrada missa pelo seu eterno descanso, no próximo domingo, dia 13, às 10 horas, na igreja da Várzea, agradecendo desde já a quem se dignar assistir a este piedoso acto.

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Edição n.º 6.282 | 11 de Novembro de 2011

necrologia SERVILUSA 800 204 222

SANTARÉM

ARNEIRO DAS MILHARIÇAS

" Nasceu a 04-04-1942 Faleceu a 31-10-2011

AGRADECIMENTO

ua família agradece muiS to reconhecidamente a todas as pessoas que se dignaram

9644

acompanhar o seu ente querido à sua última morada, ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar.

CARTÓRIO DE SANTARÉM A CARGO DA NOTÁRIA ISABEL MARIA RAIMUNDO DE OLIVEIRA FILIPE BATISTA MARQUES

"

HELDER ARAÚJO VACAS

MARIA JÚLIA

ANTÓNIO DA LUZ HENRIQUES

Nasceu a 21-07-1937 Faleceu a 06-10-2011

Nasceu a 21-01-1925 Faleceu a 07-11-2011

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

ua família agradece muiS to reconhecidamente a todas as pessoas que se dignaram 9643

acompanhar a sua ente querida à sua última morada, ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar.

Sua esposa, enteada, filhos, genro e netos agradecem muito reconhecidamente a todas as pessoas que se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada, ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar. Descansa em paz - Sentimos muito a tua falta

Loja Santarém Scalabitana SANTARÉM

Loja Santarém Scalabitana

SANTARÉM

SANTARÉM S. VICENTE DO PAÚL

ANTÓNIO LOPES 07-06-1941 – 03-11-2011

AGRADECIMENTO

1950

JOSÉ JESUS 10 Anos de Eterna Saudade Nasceu a 19-3-1945 Faleceu a 11-11-2001 1924 ua esposa, filho e neto recordam com profunda dor e saudade a passagem do 10.º aniversário do seu falecimento.

S

SANTARÉM

MARIA ARLETE DA CONCEIÇÃO MARTINS DE LLACERDA ACERDA SIL SILVVA Faleceu a 7-11-2011

eu marido, filhos, netos S e demais família agradecem muito reconhecidamente a 1934

todas as pessoas que se dignaram acompanhar a sua ente querida à sua última morada, ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar. Participam que será celebrada missa pelo seu eterno descanso no próximo domingo, dia 13, às 12 horas, na igreja Paroquial de Marvila, agradecendo desde já a quem se dignar assistir a este piedoso acto.

Agência Funerária Campeão, Lda. Telefone 243325074 – Santarém

JOSÉ FÉ

10-11-1977 – Nascimento 10-11-2011 – Aniversário Hoje há festa no céu, é o dia do teu aniversário... Aqui há saudade, muita saudade... saudade do teu sorriso, do teu olhar, da tua presença única... Estás para sempre no nosso pensamento e no nosso coração. És o anjo mais lindo do céu...

D

e quem te ama eternamente... da tua mãe, do pai e da tua mana. 1928

S

ua esposa, filhos e netos agradecem a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada, ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar. ALTO DO BEXIGA – SANTARÉM

Agradecimento e Missa do 7.º Dia

ASSINE O

CORREIO DO RIBA TEJO RIBATEJO

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NOTARIADO PORTUGUÊS

SANTARÉM

SERVILUSA 800 204 222

CORREIO DO RIBATEJO

NOTARIADO PORTUGUÊS

MARIA DE LURDES PINA DE OLIVEIRA 17-11-2010 – 17-11-2011

1 Ano de Eterna Saudade

eu marido, filhos, genro, S nora e netos participam que será celebrada missa pelo seu

1949

eterno descanso, no próximo dia 17, às 18 horas na igreja das Irmãs Clarissas – Santarém, agradecendo desde já a quem se dignar assistir a este piedoso acto.

SANTARÉM

JOSÉ MARIA FERREIRA VELEZ Faleceu a 13-12-2010

Missa do 11.º Mês

ua esposa, filho, nora, S netos e restante família participam que será celebra1955

da missa pelo seu eterno descanso, no próximo dia 14, às 11 horas, na Sé, agradecendo desde já a quem se dignar assistir a este piedoso acto.

FUNERÁRIA DOM FERNANDO A. FERNANDO,, LD LDA. Funerais, Trasladações e Cremações Fernando Figueiredo Telemóvel 913 202 868

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HONESTIDADE E COMPETÊNCIA Av.ª Bernardo Santareno, Loja B - Frt. ao Hospital – SANTARÉM

Eu Isabel Maria Raimundo de Oliveira Filipe Batista Marques, Notária do Cartório Notarial de Isabel Marques, na cidade de Santarém, CERTIFICO, para efeitos de publicação que por escritura de vinte e seis de Outubro de dois mil e onze, lavrada de folhas sessenta e nove a folhas setenta e uma, no livro de notas para escrituras diversas número duzentos e dezasseis -A. MANUEL DA SILVA, contribuinte fiscal 166 512 311 e mulher FLORINDA DA CONCEIÇÃO CARDANA, contribuinte fiscal 141 397 004, casados no regime da comunhão geral de bens, naturais, ele da freguesia de Alcanede e ela da freguesia de Abitureiras, onde são residentes no lugar de Casais de S. Vasco, ambas do concelho de Santarém, outorgaram uma escritura de JUSTIFICAÇÃO na qual com exclusão de outrém se declaram únicos donos e legítimos possuidores do seguinte: Prédio rústico, composto por olival, solo subjacente de cultura arvense em olival e vinha, com a área de treze mil quatrocentos e oitenta metros quadrados, denominado de “Vale do Homem”, sito no lugar e freguesia de Abitureiras, concelho de Santarém, a confrontar do norte com João Martinho Gomes e António Fernando da Piedade, do sul com Hilário da Silva Santos e Dulcineia Maria Raimundo dos Santos, do nascente com Tília Montês Guedes Luís e Maria Celeste Guedes Roberto Rodrigo e do poente com Maria Luísa Peralta Luís e serventia, omisso na Conservatória do Registo Predial de Santarém e inscrito na matriz cadastral sob o artigo 19 da secção C, com o valor patrimonial tributário para IMI de j 1.099,33 e para IMT de j 277,94, valor este que Ihe atribuem. Que o prédio se encontra inscrito na matriz a favor de Augusto Carvalho Cardana, pelo facto de verbalmente lho terem adquirido no ano de mil novecentos e setenta e nove, sem que daquela aquisição, ficassem a dispôr de título suficiente e formal que lhes permita efectuar o respectivo registo. Que possuem o referido prédio, há mais de vinte anos, sem menor oposição de quem quer que seja, desde o seu início, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente, traduzido em actos materiais de fruição, conservação e defesa, agindo sempre pela forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sendo por isso uma posse pública, pacífica, contínua e de boa fé pelo que adquiriram o referido prédio por usucapião. ESTÁ CONFORME. Cartório Notarial de Isabel Marques, vinte e seis de Outubro de dois mil e onze. A Notária, Isabel Maria Raimundo de Oliveira Filipe Batista Marques

DOMINGOS CARV ALHO ROQUE CARVALHO 30-11-1944 – 06-11-2011

AGRADECIMENTO

ua esposa, filhas, genro S e netos agradecem muito reconhecidamente a todas as

1948

pessoas que se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada, ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar.

Agência Funerária Lopes & Benavente, Lda. Telef. 243323888 – Santarém

CARTÓRIO DE SANTARÉM A CARGO DA NOTÁRIA ISABEL MARIA RAIMUNDO DE OLIVEIRA FILIPE BATISTA MARQUES

Eu Isabel Maria Raimundo de Oliveira Filipe Batista Marques, Notária do Cartório Notarial de Isabel Marques, na cidade de Santarém, CERTIFICO, para efeitos de publicação que por escritura de quatro de Novembro de dois mil e onze, lavrada de folhas cento e catorze a folhas cento e dezasseis, no livro de notas para escrituras diversas número duzentos e dezasseis - A. a) MARIA ELIETTE CARVALHO GIL GALRINHO, que também usa MARIA ELIETE CARVALHO GIL GALRINHO contribuinte fiscal 123740142 e marido JOÃO FRANCISCO DOS SANTOS GALRINHO, contribuinte fiscal 123 740 150, casados sob o regime da comunhão geral de bens, naturais, ela da freguesia de Moçarria, concelho de Santarém e ele da freguesia de Azinhaga, concelho de Golegã, residentes na Rua Paulo Reis Gil, n.º 13, 3° Esq., em Queluz; e b) REGINA DA NAZARÉ CARVALHO GIL FRAGOSO, contribuinte fiscal 135487536 e marido FRANCISCO MARTINS FRAGOSO, contribuinte fiscal 132535629, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ela da mencionada freguesia de Moçarria, onde são residentes na Rua do Comércio, n.º 166 e ele da freguesia de Santarém (Marvila), ambas do concelho de Santarém; Outorgaram uma escritura de JUSTIFICAÇÃO PARA CANCELAMENTO DE ÓNUS DE ARRENDAMENTO na qual com exclusão de outrém se declararam únicos donos e legítimos possuidores do seguinte: Prédio misto, composto de cultura arvense, citrinos, hortejo, figueiras, oliveiras e casas de rés-do-chão, para habitação e logradouro, sito em “Atraz das Casas”, “Casal do Xafariz”, lugar e freguesia de Moçarria, concelho de Santarém, descrito na Conservatória do Registo Predial de Santarém sob o número NOVECENTOS E SESSENTA E DOIS/Moçarria, lá registada a aquisição a seu favor conforme Ap. 7, de 20/07/1966 e Ap. 7, de 15/10/2008, inscrito na matriz cadastral respectiva sob o artigo 1 da secção H, com o valor patrimonial tributário para IMI de j 180,09 e para IMT de j 455,31 e na matriz predial urbana sob o artigo 241, com o valor patrimonial tributário de j 8.510,00. Que, sobre o mencionado prédio incide um arrendamento pelo prazo de duzentos anos, registado pela Ap. 3, de 01/02/1895, a favor de José Lourenço, solteiro, maior, residente que foi em Abitureiras, Santarém. Que o casal indicado na alínea a), juntamente com a justificante da alínea b) e ainda Joaquim Carvalho Gil, adquiriram em comum e na proporção de um terço indiviso para cada um deles, a António Madeira Balau e esposa Vicência Rosa Duarte Balau, aquele prédio misto, aquisição esta registada na mencionada Conservatória pela Ap. 7, de 20/07/1966. Que posteriormente aquele Joaquim Carvalho Gil devidamente autorizado pela mulher vendeu o terço indiviso que possuía, em comum e na proporção de um sexto indiviso ao casal indicado na alínea a) e outro sexto indiviso ao casal dos primeiros da alínea b), aquisição esta registada naquela Conservatória pela Ap. 7, de 15/10/2008. Que aqueles possuidores nunca tiveram o dito prédio arrendado ao mencionado José Lourenço nem a qualquer outra pessoa, desconhecendo inclusivé de quem se trata. Que, exerceram sempre, desde mil novecentos e sessenta e seis, sobre este prédio, uma posse de boa-fé, contínua, pacífica e pública, à vista e com conhecimento de toda a gente, sem oposição de quem quer que seja, posse essa traduzida na fruição e conservação do prédio, bem como no exercício de todos os direitos de verdadeiros proprietários e na prática de todos os actos inerentes a essa qualidade. Estando, no entanto, impossibilitados de comprovar o cancelamento do ónus de arrendamento supra mencionado pelos meios normais, vêm ao abrigo do disposto no artigo 118°, n.º 1, do Código do Registo Predial, requerer o cancelamento do ónus de arrendamento referido. Está conforme. Cartório Notarial de Isabel Marques, quatro de Novembro de dois mil e onze. A Notária, Isabel Maria Raimundo de Oliveira Filipe Batista Marques


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vinhos

CORREIO DO RIBATEJO Edição n.º 6.282 | 11 de Novembro de 2011

Pela primeira vez no ‘Wine Azores’

CORREIO DO RIBATEJO

Vinhos do Tejo querem crescer com turismo dos Arquipélagos

Os vinhos do Tejo querem reforçar o laço comercial e as respectivas vendas com os arquipélagos da Madeira e dos Açores, vendo no Turismo a principal fonte para o efeito. A estratégia da Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo) passa assim por aumentar a presença dos vinhos da região junto do canal horeca, moderna distribuição e distribuidores em geral, naqueles arquipélagos. “Os mercados insulares enquadram-se, naturalmente, na estratégia de crescimento que traçamos para o mercado nacional, sendo que a forte orientação das nossas ilhas para o sector do

turismo é mais um atractivo que traduz a importância de crescermos nestes mercados”, explica José Pinto Gaspar, presidente da CVR Tejo. Para ajudar a concretizar este propósito, a CVR Tejo vai promover a região e está de partida para a ilha de São Miguel, naquela que será a primeira acção promocional que vai realizar nos arquipélagos nacionais. O motivo da viagem é a presença no festival ‘Wine Azores Fish & Meat 2011’, que decorrerá em Ponta Delgada, nas Portas do Mar, de hoje a domingo (13 de Novembro). O ‘Wine Azores Fish & Meat’ apresenta-se como um dos três festivais de vinhos, peixe e produtos gourmet mais importantes do país e contou, na edição do ano anterior, com a presença de mais de 10 mil visitantes e 120 expositores. Naquela que será a 3ª edi-

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ção do evento, aguarda-se uma grande afluência de turistas das mais variadas origens, proporcionando uma verdadeira reunião de apre-

ciadores de vinhos nacionais e estrangeiros. Os produtores do Tejo representados no ‘Wine Azores Fish & Meat 2011’ são

a Adega Cooperativa do Cartaxo, Casa Cadaval, Casal Branco, Enoport, Falua, Quinta da Alorna e Quinta da Ribeirinha.

Joaquim Veríssimo Serrão, João Gomes Moreira, Ludgero Mendes, Martinho Vicente Rodrigues, José Miguel Correia Noras, Victor Bezerra, José Gonçalves Frazão, Luís Cunha Romão, Carlos Oliveira, António Carreira, Eusébio Jorge, António Semedo, António Valente, Bertino Coelho Martins, Pedro Canavarro, Mário de Sousa Cardoso, Maria Regina Pinto da Rocha, Vanda do Nascimento, Rogério Cordeiro Soares, Humberto Nelson Ferrão, Maria Fernanda Barata, Vicente Batalha, José Varzeano, Teresa Lopes Moreira, Luísa Barbosa, António Canavarro, Humberto Pinho da Silva, Jaime de Lemos Rebelo Pinto, Afonso Serrão Gomes, Hélio Lopes, António Madeira, A. Pena Monteiro, António Soares Fernandes e Aurélio Lopes. ALCANEDE: Joaquim Silva. ALMEIRIM: Hermenegildo Marmelo. CARTAXO: Luís do Montejunto.

Câmara de Coruche organiza passeio enoturístico A Câmara Municipal de Coruche organiza, domingo, dia 13, em parceria com a Associação de Municípios Portugueses do Vinho e a Recevin, um passeio enoturistico, que designou “Na Rota dos Vinhos de Coru-

che”, no âmbito das comemorações do Dia Europeu do Enoturismo. Esta iniciativa europeia tem como objectivo “demonstrar como a cultura e a tradição da terra estão intimamente ligadas à identi-

AMPV

Barcelos recebe “Conferência Nacional Rotas de Vinho” A cidade de Barcelos recebe hoje, sexta-feira, dia 11, no Auditório Municipal, às 10h00, a Conferência Rotas de Vinho de Portugal – “Novo Modelo de Gestão para as Rotas de Vinho Nacional”. O evento, organizado pela Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) e pelo Município de Barcelos, tem o intuito de fazer o ponto da situação sobre o Projecto da AMPV de Modernização e Reestruturação das Rotas de Vinho. Esta conferência pretende ser uma sessão de trabalho, de avaliação e definição de objectivos a curto prazo, para a implementação deste projecto, para além de pretender ser um momento de discussão sobre esta matéria e de novas formas de organização e de acção para as Rotas do Vinho de Portugal. Trata-se, assim, de um novo modelo de gestão para as Rotas, sendo indispensável para o seu sucesso a envolvência dos órgãos públicos (autarquias) e privados (hotéis, agências de viagens, adegas, restaurantes, bares, vinoterapia, entre outros).

dade do vinho e a todos os produtos locais, que cada vez mais são símbolos da qualidade de vida e embaixadores de cada região”, frisa a autarquia em comunicado. Os amantes das caminha-

das poderão experimentar um percurso pedestre de nove quilómetros pelas vinhas de Coruche, que culmina na Quinta de Santo André com uma visita à adega e degustação de vinhos. Quem prefere a bicicleta

poderá aventurar-se pelo percurso de 53 quilómetros pelo montado de sobro até à Quinta da Arriça, onde poderão ser degustados alguns dos premiados vinhos desta adega, adianta a nota.

Vinhos do Tejo patrocinam Gala de Homenagem ao Fado Decorreu no passado dia 7 de Novembro, na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, a Gala de Homenagem ao Fado, evento organizado pela Sociedade Portuguesa de Autores, que contou com a participação de dezenas de intérpretes e autores de fado, numa altura em que Portugal defende a candidatura deste género musical a património mundial. Este evento de homenagem ao maior símbolo do património cultural português, serviu de montra aos melhores Vinhos da Região Tejo, que estiveram em prova num Tejo de

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Honra servido no cocktail de recepção aos convidados, servido pelo Chef Igor Martinho. Os vinhos foram provados

e apreciados pelos convidados presentes, e contou com a presença de Carlos Alberto Moniz, embaixador dos Vinhos do Tejo.

N.º de Contribuinte: 500906564 N.º do Depósito Legal: 66102/93 N.º de Registo do Título: 102555 ISSN 1647-2608 Tiragem neste número de 5.000 exemplares

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saúde

Edição n.º 6.282 | 11 de Novembro de 2011

Santarém acolhe 10º Curso da Sociedade Portuguesa de Biofísica A Sociedade Portuguesa de Biofísica vai realizar o seu 10.º Curso, este ano dedicado ao tema “Nanociências para a Vida”, de 17 a 19 de Novembro, na Casa do Brasil, em Santarém. O curso, com cerca de 55 participantes, conta com o apoio da autarquia e realiza-se nesta cidade, desde 1998. A Sociedade Portuguesa

de Biofísica organiza estes Cursos “de alto nível científico”, que têm ganho um local de destaque em termos de Formação Pós-Graduada nas áreas da Biofísica e Bioquímica, atraindo várias dezenas de investigadores nacionais e estrangeiros. A Agenda Estratégica da Plataforma Europeia para a Nanomedicina define Na-

notecnologia como “a exploração e melhoramento das, por vezes, novas propriedades físicas, químicas e biológicas de materiais à escala nanométrica; correspondendo Nanomedicina à sua aplicação para a obtenção de avanços no domínio dos cuidados de Saúde”. Segundo a Sociedade Portuguesa de Biofísica, “a compreensão destas ques-

Cidadania (PIEF T2), foram os docentes responsáveis pelo projecto que envolveu 675 alunos daquela escola e idosos da Santa Casa da Misericórdia de Almeirim. Os alunos e professores que colaboraram neste projecto foram Isabel Laíns, Paula Felgueiras, Mário Figueiredo, Bernardo Véstia,

Norberto Rosário, Catarina Guedes, Ângela Vidal, Teresa Bento Lopes, Vanda Rosa, Laura Espírito Santo e Helena Pratas. O concurso “A minha escola e a prevenção da Infecção VIH/sida” pretende premiar acções desenvolvidas nas escolas que privilegiaram a formação na área da Prevenção da Infecção

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tões junta-se à necessidade de formação de novos profissionais para preencher os postos de trabalho criados e a criar na área das Nanotecnologias, no sentido da urgência de desenvolver o Ensino direccionado para a nanoescala”, ao mesmo tempo que pretende dar o seu contributo, no sentido do preenchimento desta lacuna.

Escola de Almeirim premiada no concurso “A minha escola e a prevenção da infecção VIH/sida” A Escola Secundária Marquesa de Alorna obteve o 3.º Prémio, a nível nacional, no concurso escolar “VIH/SIDA – Prevenir e Intervir, “Da informação… à consciência...”. Carlos Lourenço, professor de Saúde Infantil (10º F e G) e Ana Mesquita, directora de turma e professora de Formação para a

CORREIO DO RIBATEJO

VIH/sida, promovendo o diálogo e a cooperação entre os diferentes destinatários. A iniciativa foi promovida pela Coordenação Nacional para a Infecção VIH/ SIDA, do Ministério da Saúde, em parceria com a Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular (DGIDC) do Ministério da Educação.

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correio policial

Edição n.º 6.282 | 11 de Novembro de 2011

Problema Policial

“Morte para um tirano” Era uma vez um rei. Rei glutão. Rei brutal, egoísta, jamais se dignara olhar o povo esfarrapado e faminto, sacrificado… a não ser no necessário à satisfação dos seus reais apetites! Naquele dia… Por: M. Constantino

Naquele dia, Primavera na natura, Inverno impotente nos corações, o rei fazia anos. Afadigavam-se mais uma vez os bons súbditos, vindos dos mais longínquos cantos dos vastos domínios, a ofertar-lhe os mais requintados acepipes. Carnes, vegetais superiormente cozinhados, frutas… O rei olhava desdenhosamente, servia-se voraz do que lhe agradava, afastando com o pé, ou com o forte bastão, brutal e superfluamente, o submisso ofertante. Todos os alimentos eram, porém, antecipadamente sujeitos a rigorosa prova contraveneno, pelos cães, pelos escravos, e até pelos coelhos que lhe serviam de cobaias, porque o rei em ninguém confiava. Não raras vezes um ser humano acabava na ponta de

uma corda ou sob o azorrague do carrasco. Mais um escravo ajoelhou, submisso, mostrando apetitosa salada de alface. Os olhos do monarca luziram de gula. Pontapeou o ofertante, deu a provar a um coelhinho branco que conservava ao colo, e só se banqueteou depois de eliminada qualquer suspeita de envenenamento. Contudo… o coelhinho branco, alegre e saltitante, viveu; o rei, chamados à pressa os magos da ciência daqueles tempos de antanho, só puderam verificar o seu estado alarmante, que se resumia em diminuição da acuidade visual, pela midríase, secura da boca (dificuldade de deglutição), rigidez dos membros, o delírio, o coma, e por fim… era uma vez um rei… fora uma vez um rei… Vieram os medicamentos, os feiticeiros, os magos mais magos, mas o rei… continuava morto. E, como sempre acontece… rei morto não dá pontapé… não reclama… Reuniu o conselho dos “velhos”, troaram pelas praças, pelos vales e montes os rufares dos tambores e a

voz dos arautos, procurando um rei, um novo rei. Uma condição: responder à pergunta que andava nos lábios de toda a gente e que, parecia ninguém poderia responder: – Como fora envenenado o tirano? Da serra, onde vivia com o seu rebanho, desceu o jovem pastor. Prometera à sua amada um reino, um reino de sonho… Traz, na sacola, o magro pão dos pobres, no olhar uma promessa de bondade, no coração uma vontade indómita. Deus é grande! Diante do Conselho reunido, ouviu, raciocinou, e RESPONDEU!... Hoje, o povo desse reino sonha realmente. Vive feliz e adora o rei. O rei pastor e a sua pastorinha. Na bandeira que se avista a léguas em redor, pode ver-se um gentil coelhinho branco sobre um feixe de mandrágoras do monte, de grandes folhas verde-escuras. Bandeira que jamais se desfraldará para a guerra, símbolo de um reino, realmente, de sonho. À lareira, nas longas noi-

CORREIO DO RIBATEJO

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A correspondência para a página policial deve ser enviada para Correio do Ribatejo, Rua Serpa Pinto, n.º 98, Apartado 323 2001-904 Santarém, ou pelo email: geral@correiodoribatejo.com

Coordenação de Domingos Cabral

tes de Inverno, após a história ser contada e recontada, ainda se houve a obrigatória pergunta: – Como foi morto o rei, apesar da sua precaução? As respostas devem ser enviadas, no prazo de dez

dias, para “Correio Policial” – “Correio do Ribatejo – Rua Serpa Pinto, 98 – Apartado 323 – 2001-904 Santarém, ou pelo email: geral@correiodoribatejo.com. Sortearemos um livro, entre as respostas rece-

Solução do Problema “No Dia do Eclipse”, de “Zé Maria”, publicado no dia 28/10/2011

porta”, nem ouviu os rouxinóis, nem viu que não havia luar… Aliás, de outra parte do texto do problema é possível extrair idêntica conclusão (de que ele não esteve à porta) pois o solteiro afirmou ter visto o infeliz vizinho fumar um cigarro (o que é confirmado pela ponta encontrada misturada com o sangue) quando diz ter visto o outro, naturalmente porque ele não estivera lá! Além de outras curiosidades este caso tem ainda o interessante pormenor do “suspeito que mente” dizer também que “ouviam-se os rouxinóis”, frase esta que habilmente introduzida no texto, como está, é muito bem capaz de levar alguns solucionistas a basear a sua acusação na hipotética impossibilidade dos rouxinóis cantarem á noite, vendo assim a sua atenção desviada do verdadeiro fulcro do problema, que é o eclipse e o luar.

Com efeito, os rouxinóis cantam mesmo de noite, como diz a canção da Tonicha e do João Perry (“Paroles, Paroles…”, na parte que diz “mas podes dizêlas a quem oiça os rouxinóis à noite no jardim…”, e como diz também aquele provérbio popular que reza mais ou menos assim: “o rouxinol canta à noite; de manhã a cotovia, e os outros todo o dia”! Finalmente, o achado da machada (que parece ter sido a arma do crime) com vestígios de sangue do pobre divorciado, e que se encontrava em casa do viúvo, mais o vem comprometer, mas isso é história a ver mais adiante… (Extracto da solução subscrita pelo “Inspector Moisés).

sassino, com os cifres vermelhos, distribui marradas às guias: a vingança do bruto! - O Fidalgo morreu! - disse o maioral. – O “Bonito” matou-o! - Uma morte feliz – outro acrescentou. – Que há de melhor que a gente morrer nos cornos dum boi?... Uma caixa caída. Um fósforo perdido. Manchas de sangue que seca, no chão. Ninguém desconfia. Ninguém descobrirá. Foi tudo o destino. Desastres que se dão. Coisas que acontecem… E o pó e a palha, a palha e o pó, continuam suspensos, bailando ao luar…

outros fundou a Tertúlia Policial Ribatejana; viveu depois em Lisboa, onde fundou e dirigiu uma Editora e uma Galeria de Arte, publicou a primeira Antologia de Ficção Científica de Autores Portugueses, foi proprietário e Director da Revista “Selecções Mistério”, etc., voltando, desde há alguns anos, a viver em Santarém. Tem contos publicados em antologias, jornais e revistas, e difundidos em programas de rádio. Foi durante alguns anos o Provedor da Secção “Público Policiário”, do Jornal “Público”. Este “Ao Luar na Lezíria” – sem dúvida o seu conto mais conhecido – merece mais esta divulgação; primeiro porque é de um quase ribatejano, depois porque genuinamente ribatejano é o seu tema, depois ainda porque é bom… Os seus ora leitores confirmá-lo-ão, estamos certos.

O elemento principal do problema que temos em análise é o facto de se passar na noite seguinte ao dia em que se registou um eclipse de Sol, o que nos leva a concluir que, nessa noite, NÃO HAVIA LUAR, pois tal eclipse só é possível quando a Lua está na sua fase de NOVA (como, aliás, o eclipse de Lua só é possível quando esta está na fase de CHEIA) – vejase a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Vol. 9, pág. 396. Ora, perante este facto e as declarações prestadas por um dos suspeitos (o VIÚVO), que afirmou “…e o luar tornava a noite bonita”, já se pode concluir que ele não falou verdade, isto é: que não esteve “sentado na soleira da minha

bidas. A solução e o nome do contemplado sairão no jornal do dia 25 de Novembro.

Concorrente premiado por sorteio: “ÁS DE COPOS” (S. Domingos – Santarém)

Conto

“Ao luar, na lezíria” O ano fora mau. Já o outro o tinha sido. E houvera cheia. Tem o trigo na eira. No bolso uma apólice. Se o trigo ardesse… Ninguém descobrirá. Ele é pessoa séria. Conhecida, importante. Quem pensará sequer em desconfiar? – Ninguém desconfiará de ninguém. São coisas que acontecem. Por: Lima Rodrigues*

Coisas do destino: umas vezes, ponta de cigarro; outras, faúlhas das máquinas. São coisas que acontecem… Consulta a sua consciência: consciência sem actos. Sem acções. Só com necessidades… E luta: faz… não faz; vai… não vai; a hipoteca, as letras…; vai… faz; não vai… não faz; a sua nobreza, a tradição…; vai… não vai; faz… não faz; a hipoteca, as letras… vai! E foi...

Arame farpado ladeando caminhos; separando negras feras; os homens das feras; as feras dos homens. Chocalhos soando, avisam incautos. E chega… A noite é serena. Há vida no ar: no som do harmónio; na voz do fandango; do vira rodado. E o pó e a palha, a palha e o pó, ainda andam suspensos, bailando, ao luar… Chegou junto às medas. Tem os fósforos no bolso. Mete a mão e tira-os. Abre a caixa. Segura um. Vai riscá-lo… é contrabandista atravessando a fronteira: ao arder do fósforo, estará do outro lado. Do outro lado, no crime. As mãos tremem. Todo ele treme. Curva-se. Vai acender o fósforo… Ouve uma restolhada. Assusta-se. Levanta-se. Volta-se. Numa mão, a caixa. Na outra, o fósforo. Horroriza-se. Treme mais. Fica sem forças. Sem fala. Reage. Corre. Foge… Um arranque veloz. Uma corrida ligeira. E um negro

vulto vai-se aproximando. O homem reage. Reage outra vez. Pára e volta-se, enfrentando o monstro. - Eh, touro! Eh, touro… Eh touro dum raio!... Espera a pé firme, como em outros tempos. Que valentes touradas! Que rijíssimas pegas! Tudo águas passadas… Ao luar, na lezíria, há beleza no drama. O homem e a fera, a fera e o homem. E a luta principia… Cabeça com hastes em riste, com olhos luzindo: um corpo que a envolve; umas mãos que a agarram. Luta desigual; energias perdidas nos anos; pujança sel-

vagem. Um corpo volteando no ar…; queda desastrosa. Uma nova investida: mais outra marrada. E o homem no espaço, com o pó e a palha, a palha e o pó, parece dançar… e o sangue que se escoa, é vida a fugir… E surgem cavalos. Há pampilhos ao alto; barretes no ar; há cintas vermelhas; jaquetas ao vento. Os cascos martelam o árido solo. Chocalhos badalam mais perto, em compacto desfile. A tarefa começa, prolonga-se, termina: cavalos cansados; chocas a arfar; rostos suando, que brilham na noite; e o touro as-

* Lima Rodrigues é natural de Torres Vedras, mas em Santarém se fez homem, trabalhou, praticou desporto – foi guarda-redes da equipa de hóquei em patins dos “Caixeiros” e da Selecção de Santarém –, e aqui escreveu muitas das suas largas centenas de contos e com alguns


última

CORREIO DO RIBATEJO Edição n.º 6.282 | 11 de Novembro de 2011

Ao balcão do Quinzena

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Por este andar, ainda vamos ver os funcionários da Câmara com um autocolante da Remax na lapela.

É verdade! Para já são lançadas três oportunidades de negócio: o edifício da antiga Direcção de Estradas, o Bairro 16 de Março e um lote na Bica Choufrina…

A crise é tanta que a Câmara de Santarém passou a disponibilizar, no seu Portal, uma bolsa imobiliária.

Conferência sobre Ajuda Humanitária na Escola Superior de Educação

“Era noite e estávamos em guerra…” “Era noite e estávamos em guerra…”. É com estas palavras, ditas por uma menina de olhar perturbado pelas memórias, que começa o vídeo exibido, dia 2 de Novembro, na Escola Superior de Educação de Santarém (ESES), durante uma conferência proferida por Maria João Ralha, chefe da equipa “Ásia do Sul” e responsável pelo programa de ajuda à Índia, na ECHO European Commission (Humanitarian Aid & Civil Protection). Ao relato daquela menina, cujo mundo foi destruído por bombas que transformaram os dias da sua infância numa longa noite, juntou-se o testemunho de outras crianças e, também, de adultos, vítimas de catástrofes, quer naturais, quer causadas pelo Homem. Pessoas que sobreviveram em condições sub-humanas, sem casa, sem água potável, sem cuidados de saúde, e que encontraram na ajuda humanitária a resposta para as suas necessidades vitais e a força imprescindível para se reerguerem física e psicologicamente. “O número de crises humanitárias está a crescer”, afirmou Maria João Ralha. A oradora fez notar que as catástrofes e suas consequências devastadoras perduram muito para lá das notícias dos jornais, até caírem no esquecimento público. Falando para uma assistência constituída, na maio-

Maria João Ralha e Paulo Coelho Dias

ria, por alunos e professores dos cursos de licenciatura e mestrado de Educação Social e Intervenção Comunitária, Maria João Ralha explicou as diferenças entre Ajuda Humanitária (resposta imediata, o mais curta possível no tempo, cujo objectivo é salvar vidas e proteger a dignidade humana) e Ajuda ao Desenvolvimento (plano de médio/longo prazo que se enquadra numa estratégia de futuro do país receptor). Através de exemplos concretos, a oradora dissertou sobre os princípios por que se rege a Ajuda Humanitária - independência, neutralidade, imparcialidade e humanidade. “Não causar dano é um pilar fundamental, questão a ter sempre presente, quando trabalhamos com sociedades e culturas diferentes

da nossa, ou em situações de grande instabilidade social”, realçou a conferencista, chamando a atenção para uma problemática que se coloca, também, no nosso país, na relação com as comunidades imigrantes ou junto das minorias étnicas. Incluir os afectos e os laços afectivos no conjunto das necessidades básicas, como defendeu Teresa Sá, professora que interveio no período de debate, é um caminho que a Ajuda Humanitária não quer deixar de trilhar e que, segundo Maria João Ralha, “se está a desenvolver”, através do apoio psicossocial. A ECHO todos os anos disponibiliza cerca de 700 milhões de euros para acções de emergência, desenvolvidas junto das vítimas de catástrofes, por organismos não governamentais,

Cruz Vermelha, Médicos do Mundo, etc.. Seca no Corno de África, conflitos no Afeganistão, na Birmânia, no Sara Ocidental, na Colômbia ou na Faixa de Gaza, terramotos no Haiti ou no Paquistão... O desespero não escolhe fronteiras. A ajuda humanitária também não. Ainda que tudo se passe em países longínquos ou em culturas muito diferentes da nossa, são realidades que não podem deixar ninguém indiferente. Quanto mais não seja porque, conforme disse Paulo Coelho Dias, director do Departamento de Ciências Sociais da ESES, “somos todos cidadãos do mesmo planeta” e, “com a crise criada pelo neoliberalismo, também nós poderemos vir a necessitar de ajuda humanitária”. Sofia Meneses

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Ponto final Hoje é Dia de S. Martinho. A tradição remonta a 1571 na Golegã e mistura-se com a Feira Nacional do Cavalo, bem mais recente, iniciada em 1972. Mais tarde, em 1999, surge a Feira Internacional do Cavalo Lusitano que completa a trilogia que une a tradição à necessidade empresarial de dar a conhecer o produto principal desta terra – o cavalo puro-sangue lusitano. São aos milhares os que se amontoam no carismático Largo do Arneiro, catedral desta ‘peregrinação’ anual, única no Ribatejo e no mundo, que transforma a pacata e organizada vila, de seis mil habitantes, numa metrópole, onde se cruzam ginetes e línguas de toda a parte do mundo. Que presidente de Câmara poderia dar-se ao luxo de ter, junto aos Paços do seu Concelho, uma placa a indicar: ‘Jerez de la Frontera 519 Kms’, sem que fosse ridicularizado, na hora em que lá a pusesse? Veiga Maltez fê-lo, certo de que estava a indicar o caminho da internacionalização do seu ‘produto’ de eleição: o cavalo lusitano. A Golegã não quer ser capital de mais nada senão do cavalo lusitano e aposta nisso todos os dias, não descorando pormenores que vão das simples placas toponímicas, à decoração das rotundas, ou aos nomes de instituições que caminham no mesmo sentido, ajudando-a a credibilizar o projecto (a Lusitanus, Equuspolis, a ANTE, entre outras). Na Golegã, o passado mistura-se com o presente, mas este não o anula, respeita-o, aprende com ele, para alcançar a excelência. Por isso, um dia passado na Golegã é recuar no tempo e avançar no conceito de montra mundial do ‘produto’ da terra – o cavalo puro-sangue lusitano. Por entre barraquinhas onde tudo se vende e o cheiro a castanhas assadas que paira no ar, cruzamonos com cavalos que foram alvo de um forte investimento do criador, no apuramento da raça, na selecção criteriosa e no rigor científico. São as estrelas desta feira. José Veiga Maltez escreve, hoje, neste jornal, que a Golegã, em Novembro, é uma “ode aos sentidos” e pede “que se respeite o passado, sobretudo o acumular de saberes, mas sem ensaiar o seu regresso, pois, pior que utopia, seria “miopia”, já que só a evolução e o progresso permitiram elevar o pilar, o cerne, enfim, a razão principal da nossa Feira!” É fácil perceber-se o quanto o cavalo assume, na Golegã, a importância da cortiça, do azeite ou do vinho de outros concelhos. E é pena que o Estado português tarde em perceber que a legalização das apostas em corridas de cavalos, funcionaria como apoio ao seu património equestre. Bons exemplos vêm de França ou de Inglaterra, onde é evidente o encaixe financeiro, nomeadamente em impostos, que a actividade gera, mas, também, o emprego que cria. Hoje, a Golegã, entreposto comercial do cavalo, capta mais visitantes, congrega mais interesses económicos, fixa novos residentes e alcança um mediatismo incontornável. Ao invés da generalidade das autarquias portuguesas, consegue-o sem destabilizar as contas municipais e sem comprometer a capacidade financeira, para continuar a conquistar mais-valias, como o Centro de Alto Rendimento para Desportos Equestres, ou a delegação do Instituto Luso-Árabe para a Cooperação que agora se instala na vila, barómetro do mercado de cavalos em Portugal, o “Chiado” daquela gente. João Paulo Narciso


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