MOGazine #6

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Outubro 2015 Da 0937 para o Mundo


2 É com muito atraso que voltamos a poder oferecer aos nossos leitores uma nova edição da MOGazine, a pri­ meira de 2015. De agora em diante passaremos a ter uma periodicida­ de de 4 meses e tentaremos dar o nosso melhor para poder cumprir este objetivo. Também contamos com a vossa ajuda para manter es­ ta iniciativa ativa. Para tal, todas as edições são orga­ nizadas num tópico do fórum da Comunidade 0937 onde todos podem participar. Basta registarem­se e tomarem parte na criação desta revista com artigos, ideias, opiniões ou outra tarefas. Nesta edição poderão usufruir de vários artigos relaci­ onados com o hobby que abordam uma panóplia de assuntos bem diversos, como técnicas de construção e de registo de imagens, reportagens de eventos, entre­ vistas, conjuntos clássicos e até banda desenhada! Esperamos que seja do agrado de todos. Depois poderão responder a um pequeno inquérito com o objetivo de nos ajudar a melhorar para a próxima edição!

Alexis / LFaria

Edição gratuita, proibido copiar ou redistribuir com fins lucrativos.

LEGO® é uma marca registada da LEGO Company, que não patrocina nem apoia esta revista. O site LEGO® poderá ser visitado em www.lego.com


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4 Os sub‐temas de exploração espacial em City 10 Expo LUG Brasil 14 Há mais de 5 anos a 0937... 16 Técnicas medievais 20 Criação de Instruções no LDD 24 AEP 2015 28 As Viagens do Manel 29 Os bons velhos Sets 34 Trofeus 0937 2015 36 DIY Caixa de luz 38 20 perguntas 20 peças 42 MOC do Mês 48 Passatempos

50 Sem comentários 51 Informações


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OS SUB‐TEMAS DE EXPLORAÇÃO ESPACIAL EM CITY m dos pontos altos da civili­ zação humana na última metade do século XX é, sem dúvida alguma, a corrida espacial entre os EUA e a antiga URSS. Co­ mo não podia deixar de ser, o te­ ma virou moda e vários momentos desta corrida foram retratados ou serviram como inspiração para brinquedos. A LEGO não ficou de fora e logo em 1964 lançou, através da Samsonite, o 801 Space Rocket. Volvidos quase dez anos, voltou ao tema em 1973 quando lançou o 358 Rocket Base e em 1975 o 367 Space Module with Astronauts.. Ambos os con­ juntos podem ser considerados co­ mo parte integrantes de outros temas sendo o primeiro pertencen­ te ao tema Legoland na escala dos automóveis 4­wide e o segundo (apesar de etiquetado como Lego­ land) pertencente claramente ao Building Set with People que utili­ zava uma escala e figuras seme­ lhantes ao conhecido tema Homemaker. Depois destes con­ juntos a LEGO entrou no campo da ficção com temas como o Space, no entanto este artigo irá cingir­se a conjuntos (e temas) mais próxi­ mos da realidade, à escala minifig e de alguma forma inseridos nos

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temas citadinos (Town e City). A primeira incursão nesta área é feita em 1990 com o 1682 Space Shuttle Launch, conjunto onde aparece um pequeno Space Shut­ tle com os respetivos depósitos e foguetes auxiliares, torre de lan­ çamento e um pequeno veículo para transporte de um único as­ tronauta e dois técnicos. É estra­ nho a LEGO ter levado mais de 10 anos a fazer uma réplica do Space Shuttle, um veículo mundialmente conhecido na altura. Não conheço a resposta para esta pergunta, no entanto a falta de peças específi­ cas e o acidente de 1986 com o Challenger po­ dem ter contri­ buido para este atraso. Este conjunto foi


5 apenas comercializado na América do Norte e tem a identificação tan­ to da NASA como dos USA, curio­ samente mais nenhum Space Shuttle incluido em sub­temas ci­ tadinos traz essas identificações. A escala é extremamente pequena utilizando o habitual 4­wide da época e foi o primeiro conjunto a usar a peça 2580 Support 2 x 2 x 5 Lattice Pillar em vermelho. Peça que apenas saiu em 6 outros conjuntos (2 em preto, 1 em cinza cla­ ro e 4 em vermelho) e é relativamente cara no mercado paralelo. A segunda incursão da LEGO neste te­ ma volta a ser com um conjunto solto, o 6346 Shuttle Lau­ ching Crew de 1992 incluído no sub­te­ ma Town Flight. Neste conjunto o veículo espaci­ al é trans­ portado por

um camião que é escoltado por dois motociclos e um automóvel de sinalização tendo no total 5 minifi­ guras. O Space Shuttle é clara­ mente diferente da versão de 1990 não só por não utilizar as insígnias norte­americanas, mas também por ter um formato que se afasta, em vários pormenores, do modelo do Space Shuttle. Em 1995 a LEGO finalmente cria um sub­tema citadino completa­ mente dedicado à exploração es­ pacial, o Town ­ Launch Command. Este tema é composto por cinco conjuntos: o 6336 Launch Res­ ponse Unit com dois minifigs (téc­ nicos) e um camião que transporta um pequeno helicóptero; o 6339 Shuttle Launch Pad, semelhante ao já referido 1682, no entanto com


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uma base e torre de lançamento maior, que inclui cinco minifigs (1 astronauta, 1 cientista e 3 técni­ cos); o pequeno 6516 Moon Wal­ ker que é basicamente um pequeno rover lunar com um as­ tronauta; o curioso 6544 Shuttle Transcon 2 onde um avião trans­ porta nas costas um Space Shuttle reproduzindo assim uma das for­ mas com que a NASA transportava realmente o Space Shuttle; o 6614 Launch Evac 1 com um pequeno veículo de emergência e o respec­ tivo bombeiro. A LEGO continua a utilizar a escala 4­wide habitual na época, mas estranhamente o ca­ mião que transporta o helicóptero é 6­wide. De notar que a “agência” deste tema utiliza as mesmas co­ res, mas com um novo logotipo, que o veículo de 1992 e curiosa­ mente os dois Space Shuttles pre­ sentes no tema são numerados como “2” e “3” provavelmente considerando o “1” como sendo a versão de 1992.

Em 1999 a LEGO volta a visitar a temática com o sub tema Town ­ Space Port. Neste tema estão in­ cluídos cerca de duas dezenas de sets, mas na sua maior parte são polybags ou pequenos conjuntos por vezes com o mesmo desenho. O logotipo é relativamente seme­ lhante ao utilizado no tema Launch Command onde aparece nova­ mente o desenho de um Space Shuttle visto de cima. Dos vários conjuntos do tema, destacam­se três: o 6454 Countdown Corner onde pela primeira vez aparece um foguetão, de três andares, tripula­ do; o 6455 Space Simulation Sta­ tion onde, como o nome diz, são representados simuladores para treino dos astronautas; e por fim o 6456 Mission Control, com um Space Shuttle e a respetiva base de lançamento. De notar que este Space Shuttle é 6­wide e contêm uma peça para luz e som seme­ lhante à presente no foguetão do set anteriormente referido. O tema


7 é claramente juniorizado, exata­ mente como outros temas citadi­ nos da época, onde abundam peças grandes, construções sim­ ples e onde os conjuntos maiores são divididos em vários componen­ tes mais ou menos independentes. A história deste tema introduz um personagem, BB, que será treinado para uma missão a Marte. Este personagem aparece mais tarde, em 2001, no tema Life On Mars que supostamente é uma sequela ao Space Port. Se se ignorar os conjuntos Disco­ very e exclusivos, a LEGO apenas volta a pegar nesta temática em 2011 com o sub tema City ­ Space. Este tema é composto por apenas 4 conjuntos havendo um quinto (o 30016 Satellite) que não chegou a ser comercializado. O primeiro conjunto é o pequeno 3365 Space Moon Buggy com um astronauta e um rover lunar de 6 rodas. O se­ gundo conjunto é o 3366 Satellite Launch Pad composto por uma carrinha, uma pequena base com um pequeno foguetão e um técni­ co. O conjunto que se segue é o 3367 Space Shuttle onde o veículo 6­wide possui apenas um astro­ nauta e espaço de carga para um satélite. Destaco a nova frente/ca­ nópia que utiliza apenas uma peça de forma semelhante às utilizadas nos aviões do tema City e que dá um aspeto mais realista ao veículo.

O último conjunto é o 3368 Space Center, com um foguetão, base de lançamento, pequeno centro de controlo e quatro minifiguras. De notar que no topo do foguetão po­ de ser acomodado um astronauta ou um satélite e esse mesmo fo­ guetão pode ser acoplado ao Spa­ ce Shuttle do 3367.Este tema utiliza um logotipo que é uma ver­ são modificada do conhecido logo­ tipo LEGO Space. Curiosamente a NASA deixou de utilizar os Space Shuttles neste mesmo ano. Em 2015 a LEGO visita novamente esta temática, desta vez com um


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tema novamente intitulado City ­ Space Port (utilizo a nomenclatura do Brickset, visto que a Brickipedia intitula este tema como Space Ex­ ploration) e composto por quatro conjuntos mais um polybag. Os conjuntos são o 60077 Space Star­ ter Set, pequeno conjunto com 4 minifiguras, um rover lunar e mais uns aparelhos de estudo de ro­ chas; o 60078 Utility Shuttle que mais não é que um pequeno Space Shuttle 6­wide que no entanto

possui dois lugares e um pequeno espaço para um satélite. Dois lu­ gares no Space Shuttle (tanto neste como no 60080) é uma no­ vidade nos conjuntos LEGO, no entanto isso foi conseguido elimi­ nando a separação entre a cabine e o porão de carga; de seguida te­ mos o conjunto 60079 Training Jet Transporter onde um camião transporta um pequeno avião de treino e possui 3 minifiguras; por último temos o 60080 Spaceport que inclui o Space Shuttle prova­ velmente um dos mais bonito que a LEGO editou neste tipo de sub­ temas citadinos. O conjunto inclui 5 minifiguras (das quais duas são astronautas), um pequeno veículo de assistência e um transportador de Space Shuttle. De realçar que este vai­e­vem está completo com todos os foguetões auxiliares e nas cores corretas. Ambos os Space Shuttles possuem uma nova peça para a frente/canópia que se pode


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considerar mais realista em relação à lançada em 2011. A evolução dos conjuntos deste te­ ma acompanha a evolução do esti­ lo da própria LEGO, desde os veículos 4­wide, norma dos anos 80 e primeira metade dos anos 90, para a juniorização do final dos anos 90, o desaparecimento de muitos temas à escala minifig en­ tre 2000 e 2005, e por fim a escala City com os seus 6­wide no pós 2005. Há também a referir que apesar de um abrandamento da “curiosidade” espacial no virar do milénio e da aposentação forçada dos Space Shuttles norte­americanos, surge nos últimos tempos um relançar do espirito de exploração espacial que esteve presente na cultura ociden­ tal dos anos 60 e 70. Os filmes

Gravity, The Martian e Interstellar (entre outros), o remake do exce­ lente documentário Cosmos, as conquistas das sondas Horizon, Philae, etc são reflexo desse mes­ mo espírito. A LEGO mostra­se atenta a essa nova “moda” e es­ pera­se (e espero) que continue assim nos próximos anos. A pre­ sença destes conjuntos “próximos” da realidade sobre a exploração espacial com certeza que desperta a curiosidade dos mais novos para assuntos científicos. Além de se­ rem educativos por norma, não necessitam do já cansativo “confli­ to” como único potenciador de brincadeira. LBaixinho


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EXPO LUG BRASIL om público de mais de 7 mil pessoas em dois dias de evento, a quarta edição da Expo LUG Brasil destacou­se entre as demais exposições do género na América Latina, pelo seu tamanho, variedade e participação. Organi­ zada pelo LUG Brasil, grupo de fãs brasileiros do brinquedo de montar mais popular do mundo, a exposi­ ção é realizada anualmente, no mês de novembro, na cidade de São Paulo. Distribuído por um espaço de 1000 m², o evento contou com a partici­ pação de 64 expositores de diver­ sas partes do Brasil e de outros países da América Latina. A edição de 2014 também celebrou um en­

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contro entre os LUGs da América do Sul e de seus membros. Juntos, LUG Chile e LUG Peru se uniram ao LUG Brasil para apresentar a um público bem eclético criações pró­ prias, feitas com peças avulsas e


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muita criatividade e coleções base­ adas nas linhas oficiais da LEGO. Ao todo, 25 mesas temáticas, de­ nominadas estações, mostraram ao público uma incrível variedade de conjuntos, cores e formas. As linhas tradicionais, como Cidade e Castelo, ocuparam layouts am­ plos e despertaram muita curiosi­ dade do público visitante. Na cidade, as reproduções da Estação Ferroviária de São João del­Rei­ MG, do Palácio de Torre Tagle, de Lima, Peru, do Banco Central do Brasil, em Brasília e do MASP, na capital paulista, foram alguns dos destaques e retrataram bem prédi­ os históricos e ícones da arquitetu­ ra moderna. Cenas da vida urbana,

um belo cenário rural e um circuito férreo com direito a comboios mo­ torizados também atraíram os olhares do público. Já n o display castelo, torres de vigia e fantasia, um bonito mosteiro e uma vila medieval inteira protegida por uma imponente muralha encantou o público. Já as linhas Technic e GBC (Great Ball Contraption) se integraram em espaços próximos e proporciona­ ram ao público uma experiência interessante com o brinquedo. Os visitantes puderam até presenciar uma corrida de automóveis de controle remoto projetados e montados pelos fãs do hobby. A estação Gravidade Zero concen­ trou os conjuntos icónicos da série Star Wars, retratando inclusive al­ gumas cenas clássicas dos filmes e apresentando ao público uma montagem do conjunto 10236 Ewok Village, na forma como foi originalmente idealizada pelo seu autor, com três cópias integradas. Também baseadas em filmes e desenhos, outras linhas da marca


12 que se destacaram em suas esta­ ções foram Harry Potter e Super Heroes, além da famosa casa dos Simpsons. Alguns displays, como Transport Show, Máquinas pesadas, Friends, Piratas, Militar, Natal, Western, Clássicos, Steampunk, Super He­ roes, LEGO Architecture e muitas outras tiveram um espaço indivi­ dualizado e chamaram a atenção do público pelos seus detalhes bem trabalhados. Uma exposição foto­ gráfica mostrando cenas criadas com as minifiguras LEGO também ganhou destaque por quem passa­ va pelo local. Convidado especial do evento, o português Marcos Bessa, designer sénior da LEGO e responsável pela elaboração de vários conjuntos da marca, teve participação ativa na Expo. Bessa distribuiu brindes e autógrafos para as crianças e fez uma palestra para os expositores, que tiveram o privilégio de apren­ der sobre suas funções como séni­ or designer e suas criações ­ além, é claro, de também garantir seus autógrafos.

Em outra apresentação exclusiva para os expositores, Kevin Hinkle, responsável pela comunicação ofi­ cial entre a dinamarquesa LEGO e a comunidade de fãs de toda a América Latina, América do Norte e Caraíbas, explicou os mecanis­ mos de incentivo e apoio que a empresa oferece aos fãs do hobby como forma de desenvolvimento do universo LEGO no mundo. Outra presença importante no evento foi o stand da Zoom Edu­ cation, que representa o programa LEGO Education com exclusividade no Brasil. O programa combina peças LEGO, princípios da robótica e software na melhoria do sistema de ensino e como forma de intera­ ção entre crianças e adultos. Entre muitos outros elementos, o público pôde interagir com construções extremamente curiosas e bem fei­ tas. Um dos principais e mais res­ peitados nomes da área no Brasil e no mundo, o brasileiro Arthur Sa­ cek explicou os detalhes de funci­ onamento dos robôs aos visitantes e deu informações sobre o progra­ ma educacional.


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A expo LUG Brasil 2014 também marcou o início de uma próspera relação de parceria com a marca LEGO, que retorna ao país depois de longos anos de ausência. A em­ presa dinamarquesa chegou a ter uma fábrica na cidade de Manaus, na década de 90, mas esteve afas­ tada até a abertura do seu escritó­ rio oficial no Brasil, em maio deste ano. Por intermédio da LEGO do Brasil e de seus parceiros comerci­ ais, será possível a ampliação no desenvolvimento de projetos que incentivem cada vez mais a prática do hobby no cenário brasileiro. Co­ mo prova de estreitamento das re­ lações com a comunidade de fãs brasileiros de LEGO, estiveram presentes no evento alguns dos

principais executivos da marca no país. Ao longo dos dois dias de evento, o público interagiu com os exposi­ tores e explorou o hobby por meio de gincanas com sorteio de brindes exclusivos para as crianças, espaço reservado para as famílias monta­ rem e brincarem com peças LEGO System e DUPLO, bazares com minifiguras, conjuntos, peças avulsas e lembrança do evento, além de muitas fotos. Entre expo­ sitores, organizadores e o apoio de membros do LUG Brasil, LUG Peru e LUG Chile houve sorteios, brin­ cadeiras, competições de monta­ gem, um concorrido leilão, bate papo, jantar de confraternização, discussões técnicas, ideias para futuros projetos e outras ativida­ des que trouxeram ao ambiente momentos de muita confraterniza­ ção. Mais fotos sobre a exposição po­ dem ser vistas na galeria de ima­ gens do portal do evento. Divirtam­se! Adolfo Freitas


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HÁ MAIS DE 5 ANOS A 0937... ORGANIZOU UM MEETING EM VIANA o início de setembro de 2008 a Comunidade 0937 organizou aquele que seria o seu único evento apelidado de Club Meeting. O objetivo do evento era aliar uma pequena exposição que justificasse o espaço cedido e um grande encontro entre os membros da 0937.

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O evento decorreu na Pousada da Juventude de Viana do Castelo, juntando o fato de a Comunidade ter um membro ativo na entidade, a qualidade da localização, o espa­ ço para o evento público, espaço para as atividades do grupo e a possibilidade de alojamento. Esta também foi a primeira vez que um funcionário da LEGO ligado às comunidade de fãs da marca vi­ sitou um evento português. O Jan Beyer teve assim o seu primeiro contato com um grupo de fãs por­

tuguês e os membros da C0937 ti­ veram assim uma oportunidade de interagirem com um funcionário da LEGO dedicado aos fãs da marca. O evento aberto ao público era de dimensão relativamente pequena, no entanto com várias preciosida­ des como a estreia da famosa Ca­ tedral de S. Macário do Romão Santos, um pequeno display medi­ eval que seria a base para os co­ nhecidos displays medievais que a C0937 foi criando ao longo dos anos, a apresentação oficial do 10189 Taj Mahal na Europa, a muito conhecida grua do Agnelo com mais de 3 metros de altura e onde foi apresentado pela última vez um standard que a comunida­ de criou para o display citadino. A afluência de visitantes foi a espe­ rada com a sala continuamente povoada de miúdos e graúdos que


15 se admiravam com as várias obras construídas apenas com peças LE­ GO.

da LEGO) no rio Lima; speedbuil­ ding tanto na versão individual onde os concorrentes construiram dentro de um polybag bem como em equipas onde cada uma delas tinha que construir um 10190 Market Street; um disputadíssimo leilão de sets e peças, algumas delas bem raras visto nunca terem saído em conjuntos LEGO; e por fim o convívio tanto durante a ex­ posição como depois desta.

A exposição teve alguma cobertura mediática na imprensa local e, no­ meadamente, no Jornal de Notícias com o artigo que pode ser lido aqui.

Durante o evento também foram entregues os prémios relativos ao concurso do 50º aniversário do Brick onde o Jan Beyer serviu de júri.

No entanto para os membros da Comunidade 0937 os momentos mais importantes foram as ativida­ des dedicadas apenas aos partici­ pantes. Destacaram­se as apresentações de sets; a venda de peças; um divertidissimo water­ quest (luta com pistolas de água

A partir de 2010 a Comunidade 0937 passou a organizar o Arte em Peças, evento com uma exposição pública de muito maiores propor­ ções mas que continua a ter várias atividades dedicadas apenas aos participantes/expositores. LBaixinho


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TÉCNICAS MEDIEVAIS este artigo sobre técnicas medievais irei falar de te­ lhados curvos, paredes incli­ nadas e cores a utilizar em landscapes. Todas estas técnicas são apropriadas para construções medievais ou de alta fantasia como as do Senhor dos Anéis ou do Hob­ bit.

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se pode ver na fotografia em bai­ xo.

1 ­ Telhados com curvatura Uma das coisas mais difíceis de se recriar em LEGO são as formas ar­ redondadas. Embora nos últimos anos essa dificuldade tenha vindo a diminuir com a crescente intro­ dução de peças curvas. Em muitas casas da época medieval os telha­ dos eram curvos ou pelo menos apresentavam um pequeno deslize causado pelo seu abatimento com o tempo devido à natureza precá­ ria das técnicas e dos produtos uti­ lizados. Assim, e para elevar um pouco o aspeto místico e fantasio­ so, colocar uma curvatura em te­ lhados pode também conferir um aspeto mais realista. Para o conseguir começa­se por unir uma série de plates de 2 studs (pode utilizar­se de 4 studs, por exemplo, mas a curva será menos acentuada e mais quebrada)de lar­ gura e com o comprimento neces­ sário para cobrir toda área através do uso das hinges plates conforme

De seguida ajustam­se as plates de forma a se alinharem com a forma que queremos dar ao telha­ do. Deste modo pode­se conseguir a curvatura que idealizamos, mais ou menos acentuada. Agora que a estrutura do telhado está feita, teremos de a cobrir. Para isso, e dependendo um pouco do ar mais ou menos desgastado que se quer dar podem­se utilizar várias peças. Se a intenção é um telhado gasto, com aspeto remen­ dado e texturado, utilizam­se tiles 1x2 e plates 1x2. Podem­se usar também algumas peças mais dife­ renciadas como algumas slopes curvas ou até mesmo wedge pla­ tes. Note­se que é importante que


17 está precisamente na aplicação correta dos tiles e plates 1x2. Es­ tas, em muitos locais terão de es­ tar apenas semi­conetados de modo a permitir que acompanhem a curva. Claro que isto não é o ideal, mas para atingir este efeito é mesmo necessário. 2 ­ Paredes inclinadas:

as plates que formam a estrutura do telhado sejam da cor que o te­ lhado irá ter maioritariamente ou, em alternativa, em castanho ou preto, para imitar madeira. Se se quiser dar um aspeto mais novo, podem­se utilizar apenas tiles 1x2, simulando as telhas. Um dos prin­ cipais segredos destes telhados

No artigo que escrevi na edição anterior falei em paredes desgas­ tadas e com muita textura. Hoje vou falar um pouco em como incli­ nar estas paredes para dar um ar ainda mais fantasioso e fantástico, que é característico de alguns te­ mas. Por norma, as casas com estas paredes tem apenas as paredes laterais inclinadas enquanto a frontal e traseira são normais. Em primeiro lugar convém fazer as paredes que irão ficar inclinadas em cima de uma base e não dire­ tamente em cima da baseplate ou do landscape. Normalmente uso uma plate 1x10 ou 1x12, depen­ dendo do comprimento da casa.

Isto é necessário para que sejam colocadas por baixo as dobradiças necessárias e, estas sim, serão fi­ xas ao “solo”. Depois de feita a parede e colocadas dobradiças (pelo menos duas para dar alguma


18 resistência) devemos ter o cuidado de fazer as paredes frontal e tra­ seira com uma forma de V de mo­ do a acompanhar a inclinação das paredes laterais. É importante que isto seja feito de forma correta e com a utilização de peças peque­ nas para parecer que as paredes são uma só e não a junção de du­ as.

Para fixar a parede no ângulo de­ sejado recorre­se mais uma vez a dobradiças e alguns bricks 2x4 da forma que se pode ver na foto se­ guinte. Desta forma, as paredes fi­

cam fixas e pode­se trabalhar no resto da casa mais facilmente. Por último, podem­se cobrir as dobra­ diças com o landscape como tam­ bém se pode ver na foto anterior. 3 ­ Landscape Fazer um landscape parecer rea­ lista é mais difícil do que se pode imaginar. Primeiro, há que enqua­ drar o tipo de landscape com o resto da construção. Por exemplo, uma cabana numa floresta será rodeada por vegetação e árvores características de florestas, ou se­ ja, vegetação rasteira e vários tipo de árvores, enquanto uma casa numa zona de deserto terá areia, catos e pouca ou nenhuma vege­ tação. Cores Por norma, as cores mais utilizadas em landscape são tons de verde e terra. Deve­se evitar misturar muitas cores, sobretudo se forem do mesmo tom, ou seja, evitar por exemplo utilizar green com sand green e lime green, pois corre­se o risco de ficar muito caótico e não se conseguir definir bem o aspeto do landscape. Idealmente deve misturar­se no máximo dois tons da mesma cor, como sand green com dark green ou green com lime green e sempre com uma cor mais predominante que outra. O mesmo se aplica para os tons


19 14 terra, como os castanhos ou o dark Orange e tan. Com estas cores, o ideal é utilizar apenas uma e ten­ tar não chocar muito com a cor de tom verde, isto é, o lime green não fica muito realista quando mistura­ do com o dark Orange, por exem­ plo. Balancear as cores é sempre muito difícil e requer prática e um bom olho para cores. Finalmente, se pretendemos colocar árvores devemos também planear bem que cores vamos utilizar na folhagem para não destoarem depois com as cores do landscape. É também sensato não misturar cores de di­ ferentes estações do ano, como bright green (Primavera) com dark Orange (Outono). Textura Como acontece na natureza, um landscape em LEGO deve apresen­ tar várias texturas e variações de

altura no terreno. Para isso, depois de decidirmos as cores que vamos utilizar, o ideal é usar peças pe­ quenas, como plates 1x1 e 1x2, em várias direções e formando di­ ferentes relevos. Podem­se tam­ bém colocar algumas slopes ou cheeses para dar mais variação de texturas. Finalmente, usar vegetação rastei­ ra como flores e arbustos para au­ mentar a diversidade na textura e nas formas. CesBrick


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CRIAÇÃO DE INSTRUÇÕES NO LDD

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e há software de construção digital LEGO que é extrema­ mente intuitivo, de fácil e rápida aprendizagem, na minha opinião, é seguramente o progra­ ma desenvolvido pela própria em­ presa produtora das peças de ABS: é o LEGO Digital Designer (LDD). O processo de construção no LDD é muito natural, reflecte no ecrã do nosso computador o que o utiliza­ dor imagina e quer construir com pouco manuseio do rato e pouco uso do teclado. A criação de ins­ truções para o nosso modelo digi­ tal no LDD também é muito intuitiva e de rápida execução, no entanto, por vezes o resultado ob­ tido não é o desejado. Quando te­ mos um modelo maior e mais complexo, o programa tende a fi­ car confuso e obtermos nas instru­ ções passos que não levam a uma construção lógica do nosso mode­ lo, esta situação não é novidade para a maioria dos AFOLs que usam o LDD. Neste breve tutorial vou explicar como se podem obter as instru­ ções dos nossos MOCs no LDD de duas formas: a “oficial”, tal como o software foi programado para as criar, e o método “artesanal”, um processo que é mais trabalhoso,

mais demorado e não tão directo, mas onde se tem maior controlo sobre a criação das instruções dos modelos. Método I – “Oficial” Tal como foi referido atrás, o software de tão intuitivo que é, que permite a criação das instru­ ções recorrendo a meia dúzia de cliques. Ao contrário da criação de instru­ ções no MLCad (tal como foi expli­ cado pelo LBaixinho na MOGazine n.º 5) em que é aconselhada a preparação prévia durante a cons­ trução com a introdução de Steps, no LDD só se realiza o manual de instruções depois de se ter o mo­ delo devidamente construído (di­ gitalmente falando) e finalizado. Pode­se encontrar o comando em três locais: na barra de comandos superior em View – Building Guide Mode, na barra de ferramentas é o terceiro ícone no canto superior direito ou simplesmente carregar em F7. Ao aceder ao Building Guide Mode as ferramentas disponíveis são al­ teradas, assim como o fundo do ecrã que passa a azul. Neste modo pode­se rodar o modelo, fazer zo­


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Figura 1 ­

Selecção do Building Guide Mode.

om in/out e avançar ou retroceder na fase da construção. Cada passo é sempre acompanhado de uma janela com o conjunto de peças que são utilizadas. Antes de se obter o ficheiro PDF

Figura 2

­ Gerar o HTML. Também se pode ver na imagem que apesar de estar no 22º passo, o número de peças utilizadas é diminuto e sem sentido, o modelo tem uma baseplate 16x32 que deveria ser logo a primeira peça a ser utilizada.

com as instruções é necessário gerar primeiro um ficheiro HTML – através do botão localizado no canto superior esquerdo. Após es­ colher o nome e localização do fi­ cheiro que o LDD vai gerar, o HTML abre no browser e só aí é que se tem a opção para imprimir o manual de instruções em papel ou em PDF. Desta forma obtém­se rapidamen­ te um PDF com o manual de ins­ truções do MOC criado, com o inventário de peças no fim do do­ cumento, embora o resultado final não seja o mais apelativo nem com o método de construção mais in­ tuitivo. As instruções por este método sa­ em confusas e com pouco nexo misturando, por exemplo, no mes­ mo passo a construção de ele­ mentos diferentes sem terminar qualquer um deles, podendo­se


22 arrastar por vários passos a cons­ trução de elementos bastante sim­ ples (por exemplo cobrir uma área com várias tiles da mesma cor). Método II – “Artesanal” Embora o método descrito atrás não seja satisfatório, pode­se aproveitar parte desse PDF para fi­ car com a listagem de peças. Para a realização do manual de instruções por este método são necessários os seguintes progra­ mas: LDD, programa para publica­ ção do nosso manual (por exemplo: Word, PowerPoint ou In­ Design – sendo este último, na mi­ nha opinião, o melhor para este projecto) e um programa de edição de imagem (por exemplo: Pho­ toshop ou como alternativa gratui­ ta o Gimp). No método “artesanal”, deve­se começar por gravar o ficheiro com outro nome, não vá surgir alguma distracção e perder o modelo ou parte dele durante o processo. Com o modelo finalizado, começa­ se por estudar qual será a melhor posição para a vista sobre o mes­ mo. A partir do momento em que a posição esteja escolhida tira­se a primeira imagem do modelo a par­ tir da barra de comandos Tool Box – Take a screenshot (ou simples­ mente Ctrl+K). Ao guardar a ima­ gem como PNG assegura­se a ausência de fundo, ficando apenas

o modelo na imagem capturada. Por sinal a primeira imagem que se obtém será o último passo do ma­ nual, ou seja, por este método “descontrói­se” o modelo finalizado até se obterem as primeiras peças do Passo 1 das instruções. Para a segunda imagem (penúlti­ mo passo da construção do mode­ lo) é necessário decidir quais seriam as últimas peças que finali­ zam o modelo. Estas peças que terminam a construção, seleccio­ nam­se e simplesmente apagam­ se (Delete) ou escondem­se (“L” e clique sobre as peças). Será indi­ ferente visto estar a manusear um ficheiro de trabalho o modelo ori­ ginal com salvaguardado. Sem as peças que serão colocadas

Figura 3 ­ Uso da ferramenta Hide Tool para fasear a construção em vários passos. no passo seguinte, pode­se tirar nova imagem (Ctrl+K). Utiliza­se este processo repetidas vezes, consoante a complexidade


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Figura 4 ­

Desenho do layout do manual de instruções.

do modelo, até se obterem as pri­ meiras peças para a construção do mesmo. Após todas as imagens pretendidas para os diferentes passos da cons­ trução do modelo, passa­se à composição gráfica do manual. No InDesign, se for o software de paginação eleito, pode ser estabe­ lecida uma ou várias matrizes de página, ou seja, garantindo que os diferentes elementos, como a ima­ gem da construção, texto (nume­ ração do passo), janela das peças, entre outros elementos que se queira incluir no manual, estejam sempre com a mesma formatação e no mesmo local. Como as imagens do modelo têm fundo transparente, na publicação pode ser definida qual a cor das páginas, se têm algum padrão de fundo, etc. Para a indicação das peças utiliza­

das em cada passo, aproveita­se a listagem do PDF resultante do mé­ todo anterior, e recorrendo a um programa de edição de imagem facilmente se recortam as peças em questão, guardam­se como imagem e inserem­se no ficheiro da paginação do manual. Por este método se se pretender ser perfeccionista, tentando rivali­ zar com um manual autêntico da LEGO, é possível fazer chamadas com setas, criar janelas de auxili­ ares de pormenores de construção, abrindo, em suma, uma infinidade de possibilidades de apresentação gráfica do manual de instruções. O contra deste método será o tempo despendido e o trabalho exigido, mas o resultado será bem mais agradável e controlado.

Seraph


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ARTE EM PEÇAS 2015

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ais um ano, mais um Arte em Peças que decorreu, co­ mo habitualmente, no Cen­ tro Cultural da bela Paredes de Coura nos dias 30 e 31 de maio e 6 e 7 de junho para o Público em geral e de 1 a 5 de junho para Grupos com pré­reservas. O São Pedro ajudou inundando com um sol de verão todo o evento e este foi inundado por um mar de gente ávida de ver "in loco" todas as pe­ ças e pecinhas LEGO reunidas em construções sob a forma de Arte. Este evento conduzido, organizado e montado pela Comunidade 0937, com a preciosa colaboração da Câ­ mara Municipal de Paredes de Coura, é o culminar de muitas ho­ ras, ao longo de meses de árduo trabalho de vários membros desta

comunidade. Sendo um regalo pa­ ra os olhos dos mais novos e tam­ bém dos mais graúdos, de tudo um pouco pôde ser visto nesta ex­ posição que contou inclusivamente com a presença de alguns mem­ bros espanhóis da Comunidade 0937, nuestros hermanos Carlos Calderon, Pablo Gonzales, David Esteran e o Daniel Lopez, e suas obras, bem como o Kim Ellekjær Thomsen da LEGO e sua colega


25 Ana Albouy. A exposição contou com várias zonas/temas abrangen­ do grande parte da oferta LEGO e temas relacionados: Friends, Elves, Castle, Space, Star Wars, City, Farwest, Technic, Mindstorms, As­ terix, Egito, Persas, etc, para além dos habituais MOCs (My Own Cre­ ation) pequenas e médias constru­ ções. Tendo este ano a sua 6ª edição foi também a maior em termos de es­ paço ocupado e número de obras

expostas, fazendo as delícias, bri­ lhar de olhos, sorrisos e "Uaus!" de grande parte do público que apro­ veitou o fim de semana para fazer um passeio com a família, visitar Paredes de Coura e proporcionar, especialmente aos mais novos, uma experiência sempre diferente e inesquecível. Quem visita não tem noção do empenho e dedicação que os membros da Comunidade 0937 aplicam neste evento, mas, e fa­


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lando na minha experiência pesso­ al, que pela primeira vez tive a oportunidade de dar uma “ajudi­ nha”, posso garantir que é quase comparável aos 12 trabalhos de

Hércules. São muitas horas perdi­ das (mas quem corre por gosto não cansa, não é?!?) a idealizar e construir, escolher as cores, as peças mais adequadas, os peque­


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nos pormenores que farão a dife­ rença, o olhar e dizer: Não, não está bem!... e desmontar tudo pa­ ra construir de forma diferente, o olhar para uma construção e ima­ ginar todo um cenário onde poderá ser incluída, as horas e horas de preparação do evento, as noitadas para acabar aquela construção que falta, as noitadas de montagem do próprio evento, o lufa­lufa até ao último minuto antes das portas abrirem para colocar tudo no sitio de forma apresentável… enfim um trabalho de toda uma equipa que culmina sempre em muita galhofa, risos, pernas cansadas, poucas ho­ ras de sono mas acima de tudo um espírito de amizade e camarada­ gem ímpar e muito salutar! Tive a oportunidade de poder estar, jun­ tamente com a minha companhei­

ra, neste evento nos dois fins de semana em que esteve aberto ao público em geral, sendo que no úl­ timo, partilhei esta experiência também com as minhas filhas que adoraram, participaram (já se “inscreveram” para ajudarem no leilão do próximo ano!... ;­) ), ajudaram e até uma apresentação em Power Point lhes fiz para leva­ rem para o colégio para apresen­ tarem à turma. Como resposta à apresentação a mais nova disse que os meninos ficaram de boca aberta e só diziam “Que fixe!”. Para o ano haverá mais com cer­ teza! Com melhorias, novas cons­ truções, e apesar de ainda “ontem” ter acabado já estão em marcha vários projetos e ideias para o Arte em Peças 2016! rasputin1970


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OS BONS VELHOS SETS ‐ 4558

m dos comboios LEGO mais bonito de sempre, este con­ junto marcou uma época e apareceu no ano de 1991, dando início à era do sistema de 9 volts, que veio revolucionar um pouco o tema ferroviário LEGO.

U

Os últimos comboios tinham surgi­ do 6 anos antes, em 1986. O 7745 (passageiros) e o 7735 (carga), fo­ ram os derradeiros comboios do sistema 12 Volts. Estes comboios, além de não se­ rem de fácil aquisição (salvo erro não foram vendidos na Península Ibérica), tinham um sistema de li­ nhas um pouco “chato” de montar. Cada segmento de via férrea, in­ dependentemente de ser curva ou

recta, era composta por 6 peças, possuindo uma peça em metal, no meio da mesma, por onde era feita a passagem da corrente elétrica para o motor. Algumas peças que compunham as linhas eram algo frágeis (as 767 – ver bricklink) e partiam­se com relativa facilidade após alguma utilização.

Com o novo sistema de 9V, foram criadas novos segmentos de via férrea, de peça única, onde a pas­ sagem da corrente eléctrica era feita pelos carris laterais da peça. Os primeiros comboios que apare­ ceram com estas linhas foram o 4563 Load and Haul Railroad e o 4558 – Metroliner. O 4551 Croco­ dile Locomotive também apareceu neste ano mas não trazia linhas. De todos, o Metroliner foi sem dú­ vida o que fez mais sucesso. Tinha

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30 um PVP aproximado de 22.000$00 (cerca de 110€ nos dias de hoje), 784 peças e 11 minifiguras.

Relativamente às figuras, estas di­ vidiam­se em passageiros e funci­ onários da ferroviária. Enquanto os passageiros eram compostos por peças e torsos bas­ tante comuns nos sets da época, os funcionários apresentavam no­ vos torsos, conforme se pode ver nas figuras acima. À esquerda, temos o habitual con­ dutor das locomotivas que apare­ ceram noutros sets, enquanto que ao centro temos a funcionária do vagão restaurante. Este torso ape­ nas voltou a aparecer na reedição do set em 2001 (ref 10001) e no set 4554 Metro Station. À direita, temos o torso caracterís­ tico dos “operários” deste tema, sendo bastante comum noutros sets semelhantes. Relativamente a peças novas, este novo sistema trouxe bastantes, sendo algumas exclusivas deste conjunto. Destaco as seguintes: 590 ­ Electric, Train Motor

9V Modern 2871 ­ Train Motor 9V Decorative Side 2917 ­ Train Front Sloping Top 2918 ­ Glass for Train Front Sloping Top 2876 – Slope 45 6 x 6 Double / 33 (Train Roof) 2875 ­ Slope 45 2 x 6 x 2/3 2880­ Hinge Bar 2.5L with 2 and 3 Fingers on Ends (Pantograph Shoe Holder) 2881 ­ Hinge Train Panto­ graph Shoe 4025 ­ Train Bogie Plate (Tile, Modified 6 x 4 with 5mm Pin) 2920 ­ Train Coupling New 2878c01 ­ Train Wheel Pair, Complete Assembly 2867 ­ Train, Track 9V Curve 2865 ­ Train, Track 9V Straight 4181p04 ­ Door 1 x 4 x 5 Train Left with Red/Whi­ te/Blue Stripe Pattern (ex­ clusiva) 3195px1 ­ Door 1 x 5 x 4 Left with Red/White/Blue Stripe and Train Logo Pat­ tern (exclusiva) 4093c ­ Train Base 6 x 28 with 6 Round Holes Each End (exclusiva) 2916 ­ Train Front Sloping Base (exclusiva nesta cor)


31 4035 ­ Window 1 x 2 x 3 Train (exclusiva nesta cor) 2919 ­ Electric, Train Light Prism 1 x 4 6035­ Electric, Light Brick 1 x 2 with Single Side Light Relativamente ao conjunto, o mes­ mo consistia num comboio de pas­ sageiros composto por três carruagens e uma pequena plata­ forma de embarque para o mes­ mo. Começamos por construir a “loco­ motiva”, a carruagem que contém o motor. Através da nova base pa­ ra comboios, com alguns buracos para passagem de cabos e para encaixe de bogies, é possível pas­ sar um cabo eléctrico (peça 5306bc036) entre o motor e a ba­ se do comboio que vai ligar ao light brick 6035, dando iluminação frontal à carruagem. Possui tam­ bém duas portas laterais para ace­ der ao mecanismo central do vagão, e tem também um mini bar no final da carruagem.

A segunda locomotiva é exclusiva­ mente de passageiros. Contém um pequeno lavatório (que fica mesmo antes da entrada para a carruagem que contem o mini bar e assentos para apenas quatro passageiros (presumo que a maior parte das minifiguras tenham veículo pró­ prio).

Destaque para a arrumação das malas, que ficam escondidas atrás de mesas. A terceira carruagem tem um de­ sign exterior igual à primeira, mas conteúdo diferente. É usada como porão de mercadorias (correio e bicicleta), e é também uma “slee­ ping car” com duas camas para as minifiguras descansarem.


32 Por fim, construímos a plataforma. Possui cinco “pilares” que se encai­ xam nas linhas 9 V, e uma rampa de acesso, visto que a plataforma encontra­se à mesma altura que as portas do comboio. Tem dois candeeiros, bancos para as figuras se sentarem enquanto aguardam pelo transporte e um monitor com o horário dos comboios.

E aqui fica o resultado final:

Algumas imagens da caixa:

Como curiosidade, 2 anos depois foi lançado o set 4547 “Club Car”, o chamado vagão panorâmico. Era um óptimo complemento ao set metroliner. Muitos dos conjuntos Metroliner que se veem em exposições LEGO são compostos por duas locomoti­ vas, dois vagões de passageiros, e como carruagem central um vagão panorâmico. Alguns anos mais tarde, em 2001,


33 em dia é algo dispendioso adquirir um visto ser 9V (já para não falar que grande parte das peças são em old gray) mas vale com certeza o dinheiro pago por ele. Para quem é colecionador, este é um item que tem de fazer parte da sua colec­ ção. Para os mais pequenos… quem não gosta de ver comboios a andar? Além disso, não sendo ne­ cessárias baterias (funciona exclu­ sivamente com corrente elétrica pela via), permite horas, dias, meses e anos de diversão. tanto o 4558 Metroliner como o 4547 Club Car foram reeditados como LEGEND com o número 10001 e 10002 respectivamente. O Metroliner “Legend” é praticamen­ te igual ao 4558, existindo diferen­ ças mínimas, como as portas 3195px1 que em vez de serem im­ pressas com as cores do Metroli­ ner, trazem um sticker e são totalmente em light gray. Um dos cabelos da minifiguras também é diferente. Para concluir, este é um magnífico

(Este artigo é meramente pessoal e não reflete a opinião/posição da Comunidade 0937, sendo exclusi­ vamente da responsabilidade do autor). Alex

Mais informações em:

http://www.bricklink.com/catalogI temInv.asp?S=4558­1

conjunto, possivelmente um dos melhores comboios de passageiros que a LEGO editou como set. Hoje

http://brickset.com/sets/4558­ 1/Metroliner http://lego.wikia.com/wiki/4558_ Metroline


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TROFEUS 0937 2015 u ra n t e o A rt e em P eç a s 2015 os membros da Co­ munidade 0937 reuni­ ra m ­ s e n o a u d i t ó ri o d o C en t ro C u l t u ra l d e P a red es d e C o u ra p a ra a en t reg a d o s T ro f éu s 0 9 3 7 . C eri m ó n i a a n u a l q u e j á v a i n a s u a t erc ei ra ed i ç ã o . A ed i ç ã o d es t e a n o d o s T ro f éu s foi composta por quatro cate­ gorias: as habituais O +MOCa­ do r e O +0 9 3 7 e a s n o v a s O + P res t á v el e O + V ers á t i l . E s p era v a ­ s e a s s i m d i s t i n g u i r a p es s o a q u e m a i s a j u d a e es t á d i s p o n í v el ( O + P res t á v el ) ; a p es s o a q u e a l ém d e c o n s t ru i r em vários temas, também par­ t i c i p a n a m a i o r v a ri ed a d e d e atividades da C0937 (O +Ver­ s á t i l ) ; a p es s o a q u e c o n s t ró i m a i s e m el h o r ( O + M O C a d o r) e por fim a pessoa que represen­ t a m el h o r o es p í ri t o d a C 0 9 3 7 ( O +0 9 3 7 ) .

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DIY CAIXA DE LUZ o meio AFOL, existe uma preocupação crescente em fazer boas apresentações de novos MOC’s. Por vezes essa preo­ cupação aliada a algum trabalho de fundo, tornam simples MOC’s em construções destacadas nos blogs da especialidade, vistos por milhares de pessoas. O segredo? Uma boa fotografia. E desenganem­se aqueles que pen­ sam que para isso precisam de máquinas fotográficas reflex de úl­ tima geração. São uma boa ajuda sem dúvida, mas hoje em dia, com um qualquer smartphone com câ­ mara fotográfica embutida e uma caixa de luz, conseguem­se resul­ tados excelentes.

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O que nos leva à questão seguinte, o que é uma caixa de luz? A caixa de luz é uma ferramenta muito usada por fotógrafos de produto, que permite difundir a luz que é projectada sobre um determinado objecto, criando desse modo uma iluminação homogénea e sombras suaves. O resultado final é por norma um objecto bem iluminado sem a típica sombra dura e bem definida, provocada por acção da luz directa do sol, ou de um flash de uma máquina. Na prática é uma caixa cujas faces são constituídas de um material translúcido usado para difundir a luz de lâmpadas,

caixa essa onde é posicionado o objecto a fotografar.

Existem caixas de luz à venda em lojas e sites da especialidade, por norma com valores algo avultados. No entanto, com materiais de fácil acesso presentes na casa de qualquer pessoa, é possível fazer uma caixa de luz caseira, com resultados finais equiparáveis às caixas de luz profissionais, por uma fracção do preço! Acompanhem­nos no tutorial que se segue para fazerem passo­a­ passo, a vossa caixa de luz caseira! Para isso vão precisar de: ­ ­ ­ ­ ­ ­ ­ ­

Caneta Caixa de cartão Papel vegetal/Papel de cozinha Cartolinas Fita­cola ou fita adesiva Tesoura X­acto Régua


1 Preferencialmente deverão arranjar uma caixa de cartão cúbica, embora se consiga chegar a resultados semelhantes com uma caixa rectangular.

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Após deitarem a caixa de lado, desenhem com a ajuda da caneta e da régua um quadrado nas faces esquerda, direita e superior. Este quadrado deverá ter uma margem de segurança para as faces da caixa. Apontem para algo entre 6 a 8 cm.

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Podendo usar os quadrados recortados previamente da caixa de cartão como referência, cortar 3 quadrados de papel vegetal um pouco maiores para tapar os buracos abertos da caixa, e fixá­ los no local com fita adesiva.

2 Com uma tesoura ou x­acto cortar as abas superiores da caixa.

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Com a tesoura ou x­acto cortar os quadrados desenhados no passo anterior de acordo com a imagem.

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Por fim colocar na caixa uma cartolina da cor que pretendam como fundo fotográfico da vossa construção/objecto. É importante não vincarem a cartolina para que esta ajude também a difundir a luz na altura de fotografar. Se pretenderem usar fundos diferentes nas vossas sessões fotográficas prendam a cartolina com um pequeno pedaço de fita­ cola de modo a poderem facilmente trocar o fundo posteriormente.

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38 Exemplos com Caixa de Luz:

Exemplos sem Caixa de Luz:

Catarino



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20 PERGUNTAS 20 PEÇAS ‐ CesBrick ésar Soares conhecido no mundo AFOL como Cesbrick é um fenóme­ no de popularidade pelos seus maravilhosos MOCs. Inicialmente so­ bre temas medievais realçando a sua excelente participação no XI CCC, mas agora sobre temas cada vez mais diversos como arquitetura ou veículos mas sempre com grande atenção ao detalhe e aos pormenores.

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Com que idade começaste a brincar com LEGO? Com cerca de 3 anos tive os meus primeiros sets DUPLO.

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Passaste por uma "dark age"? Sim, entre os 16 e os 37 anos.

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Há quanto tempo regressaste ao hobby e o que o motivou? Regressei há cerca de um ano, depois de ver um episódio do “The Big Bang Theory” em que um dos personagens estava a construir uma “Death Star”. Fiquei tão intrigado por haver um set tão detalhado e tão grande que decidi ir investigar. Uma coisa levou à outra…

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Ainda tens material anterior à "dark age"? Sim, tenho ainda bastantes peças, embora muitas já estejam descoloradas ou muito riscadas.

Como é que a tua família e amigos vêm a tua relação com o hobby? No início não entendiam muito bem o porquê, mas depois de verem as minhas construções, aquilo que é possível fazer com LEGO, mudaram de ideias. Sobretudo cá em casa estão sempre curiosos com o que vou fazer a seguir.

Quanto tempo por semana despendes com LEGO?

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Cerca de 12­14 horas, distribuídas pelos dias todos. Por norma construo cerca de 2­ 3 horas por noite, depois de o meu filho estar a dormir.

Costumas construir sozinho ou acompanhado?

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Sozinho.

Onde costumas construir?

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Na minha Legoficina que está situada na minha sala de estar.

Tens uma legoficina permanente?

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Sim. Não é muito grande mas está bem organizada e permite­me construir com bastante rapidez e eficácia.

Colecionas algum tema?

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Não especificamente, embora tenha os meus temas preferidos, não coleciono nenhum em particular.

Qual ou quais são os teus temas preferidos? Castle, Lord of the Rings, Hobbit, os modulares Creator e Star Wars.

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Qual foi o último set que compraste/recebeste? O 21301 ­ Birds, da plataforma LEGO Ideas.

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Qual é aquele que tu achas que foi o teu melhor MOC? O meu último, The Floating Island of Todaidh Beag.

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Consideras que investes muito de ti neste hobby? Sim, imenso. Para além do tempo que dedico à construção ainda pesquiso muito e tenho muito interesse em saber as últimas novidades. Para além disso ainda participo no fórum da Comunidade 0937 com alguma regularidade.

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Planeias em papel ou informaticamente o que vais construir?

Qual é a peça que tu achas indispensável? O profile brick “masonry” em LBG.

Que nova peça gostarias que fosse criada?

O que vês de mais positivo neste hobby? A possibilidade de criar algo nosso que mais ninguém fez igual é um sentimento muito bom. O convívio que me tem proporcionado e as pessoas que tenho conhecido devido ao hobby são também um fator muito positivo. Por fim, ter a possibilidade de expor publicamente algumas das minhas construções enche­me de orgulho e satisfação.

Por fim aqui fica a resposta ao desafio de fazer um MOC com 20 peças.

Qual o tempo de vida dos teus MOCs? Com a excepção daqueles que faço para expor nas exposições da Comunidade e de alguns mais pequenos que coloco numa vitrina aqui em casa, depois de os fotografar duram apenas alguns dias.

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Folhagem para árvores diferentes. As existentes neste momento são bastante limitadas tanto nas cores como na forma.

Por norma planeio em papel primeiro. Um desenho bastante básico mas que me permite depois estruturar todo o MOC com mais facilidade.

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Costumas partilhar os teus MOCs com a comunidade AFOL? Sim, sempre. Nos fóruns, no Flickr, etc. Monforte

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MOC DO MÊS ‐ Janeiro ‐ Setembro o início de cada mês, são listados alguns dos MOCs apresentados no Fórum da Comunidade 0937 no mês anterior. Com esta lista é feita uma sondagem simples para eleger o melhor deles. O mais votado será nomeado o MOC do Mês. Não há nenhum prémio em especial, só mesmo o título e direito a um ar­ tigo no Portal 0937.

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The Wedgwood House ­ CesBrick 21 de Janeiro de 2015

Outra Casa para a Leila ­ LBaixinho 11 de Janeiro de 2015


43 Carrousel ­ alexis 25 de Fevereiro de 2015

BlueWater Castle ­ CesBrick 17 de Março de 2015


44 Morisledge Cottage 足 CesBrick 02 de Abril de 2015

Kid's Room 足 CesBrick 28 de Maio de 2015


45 Mini Simpsons House 足 CesBrick 19 de Junho de 2015

The Floating Island of Todaidh Beag CesBrick 28 de Julho de 2015


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Super Mario Bits 足 Catarino 01 de Agosto de 2015


47 Eléctrico 22 Porto ­ rupi 04 de Setembro de 2015


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PASSATEMPOS Diferenças

Encontra as 7 diferenças

Honda RA272 ­ Biczzz 31 de Outubro de 2010 É o Honda RA272, o primeiro carro japonês que ganhou um grande prémio.


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Sopa de letras

Procura e encontra todas as palavras listadas a direita da sopa de letras Classic Space Futuron Spyrius Alien Conquest Life on Mars Mars Mission Blacktron Space Police M Tron Ice Planet (2002) Unitron Exploriens Roboforce UFO Insectoids Galaxy Squad

Quem Sou?

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Descobre a quais mini­figuras das series de colecção pertencem as seguintes silhuetas.

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S E M C O M E NT Á R I O S


INFORMAÇÕES Se tens ideias, sugestões ou pretendes mesmo colaborar, contacta­nos neste tópico do Fórum 0937:

http://comunidade0937.com/forum/in dex.php/topic,13155.0.html

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Inquérito MOGazine Preenche o nosso inquérito para desta forma entender­ mos melhor as preferências dos nossos leitores

Soluções

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Redação

LBaixinho Alex CesBrick Seraph Catarino Rasputin1970 Adolfo Freitas Hugo.tx Monforto Alexis LFaria

Revisão de Textos Andreia LFaria Seraph Rasputin1970

Edição Alexis

Publicação Tito LBaixinho

www.comunidade0937.com


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