Programa On-Line II Circuito Regional de Performance BodeArte

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coletivo es3 apresenta

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produção: coletivo es3 andré bezerra chrystine silva felipe fagundes yuri kotke

Assistência de produção daniel torres denise dantas hilana bernardo myllena silva josemilda renara rocha

equipe de vídeo bruno shinta paula trigueiro rafaela leite will gomes equipe de fotografia aphoto logomarca rodolfo carvalho

acesse: www.circuitobodearte.blogspot.com www.coletivoes3.blogspot 2


Performance brava Naira Ciotti, outono de 2012 Quando todas as artes conclamam em uníssono a não existência de uma linguagem específica, surge a performance brava. A arte da performance é a arte do corpo em crise (GREINER: 2010) performa a fragilidade do pensamento, um amigo disse que os pesadelos são melhores que os sonhos para a performance: carros pegando fogo, velhos mendigos que defecam e urinam na água da cidade enquanto bebem e fumam em balcões de bar meio submersos. Um ano antes do fim do mundo Renato Cohen vem me chamar para eu entrar num carro branco e ir embora com ele para o mundo dos artistas mortos. Eu sirvo comida com as mãos num banquete de cadáveres. Talvez seja impossível acordar. Esta noite tive o pesadelo mais apavorante de todos, eu voltava para casa, mas, no meu lugar estava alguém, eu tento fugir dela, fico perambulando pela cidade, num lugar que é construído depois que tudo se acaba na pós-estrutura, o limite entre o que já terminou e o que é atual. É a ação em oposição aquilo que é produtivo (MORIN, 2007), Tragoidía significa alguma coisa como o canto do bode, origem da tragédia. O orgasmo do bode é a origem da performance, quando os phallus estão em autoexposição são Bodearte. Percebemos um modelo ontológico da performance que é botton up (DELANDA, 2006), a ação, um agenciamento social. Na hipótese de que existe um modelo de sujeito emergente, nota-se que relações de exterioridade são estabelecidas entre conteúdos da experiência (Ibidem, p. 47 Apud SANTAELLA, LEMOS 2010). A pessoa então emerge do agenciamento de impressões, ideias, atitudes proposicionais, hábitos e habilidades. A conversa é um agenciamento efêmero (CASTELLS: 1996 Apud SANTAELLA, LEMOS). A sociedade capitalista, a base dos meios tecnológicos com os quais ela age, saltou da energia para a informação. Aquilo que é mais contemporâneo, na virada informacional é a manipulação da informação ela mesma, ou seja, “a ação do conhecimento sobre o conhecimento” (Ibidem, p. 17). O paradigma clássico da cultura como transmissão baseada na ideia de comunicação, descrevia a comunicação de massa como um processo entre autores que criavam mensagens e audiências que as recebiam. Eram situacionistas. Já na sociedade de informação, do conhecimento em rede, as ferramentas de colaboração, redes de coletivos, curadorias, blog, twiter, youtube, fóruns, levam à predisposição para percursos coletivos e colaborativos. Manovich (2008) nos ensina a buscar uma teoria social focada na ideia de software, para criar media entre objeto e ambiente. Ferramentas para a comunicação social e compartilhadas de media, informação e conhecimento. Aquilo que nos faz mapear a performance aqui em Natal desde 2009, são as cenas emergentes onde padrões se instauram. A performance não é um não lugar dentro da arte, ela é uma linguagem que investiga coisas não artísticas, e que agora virou arte, O bode explícito da arte. A configuração do lugar da Arte no século 21 são os mapeamentos processuais. A contaminação promovida por este evento de performance pode ajudar na rede nacional de artistas que não se conformaram em explorar uma técnica, e partiram para a ação. Naira Ciotti é professor-performer, com Bacharelado e Licenciatura em História. Mestrado concluído em 1997 com o título O híbrido professor-performer: uma prática. Desenvolveu pesquisa de doutorado sob a orientação dos professores Renato Cohen e Christine Greiner sobre questões da performance arte, Arte Contemporânea na tecnocultura, a rede, a memória do corpo e os museus de arte denominado «O museu como mídia: performance e espaço colaborativo. Atualmente desenvolve as pesquisas: EMA: Emergências Artísticas e Pedagogias da Performance no Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas PPGARC, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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HISTÓRICO BODEARTE O Circuito Regional BodeArte de Performance é um evento produzido pelo Coletivo ES3 em Natal, no Rio Grande do Norte. Possui três edições já realizadas, as duas primeiras voltadas ao cenário local de produção artística e pesquisa em performance arte, e a terceira voltada a trabalhos de todo o território nacional neste mesmo campo. Nascido com o propósito de formar público e abrir espaços de discussão e apresentação no campo da performance arte, o evento cresceu e ganhou em sua última edição um caráter mais amplo, que além de contemplar os pontos citados, acrescenta ao seu conceito a idéia de mapear a produção artística em performance na região nordeste do Brasil, além de gerar redes de produção e pesquisa entre artistas participantes. Em 2011 o Circuito BodeArte, ampliado a nível nacional, teve a participação de cinqüenta artistas de mais de dez estados do território brasileiro, além de participação de artistas brasileiros sediados em outras localidades do mundo, como Berlim. A última edição realizada se tornou um marco na produção independente em performance no território nacional no ano passado, tendo atingido quatro regiões do país.

AGRADECIMENTOS Aos performers parceiros que não puderam estar aqui, Sapos e Afogados (MG), N3PS (MG), Obscena (MG), Coletivo Ambulante (SP), Marcelle Louzada (MG), ZMario (BA), CadaFalso (CE), Mary Vaz (AL) e em especial ao Amor Experimental e Araramboiadefogo (SP) irmãos nessa batalha da performance. Aos colegas que conseguiram vir mais uma vez, como Lúcio Agra (SP), Grupo Estandarte (RN), Pam Guimarães (AL), Charlene Sadd (AL) e Wellington Junior (CE), e aos novos parceiros, como o Corpos Informáticos (DF). A Naira Ciotti, pelo carinho. A Nara Pessoa pelo carinho, prontidão e responsabilidade. Ao IFRN por receber essa edição do BodeArte. A tempos melhores para performance no Brasil por essa rede viva que (per)formamos no canto do bode.

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performances Artur Matuck - São Paulo SIM OU NÃO? QUESTÕES PARA UM SI MESMO OUTRO O performer dirige perguntas de caráter pessoal a ele mesmo. Estas perguntas são gravadas em vídeo deixando um intervalo entre elas para que possam ser respondidas ao vivo. Beto Leite/Carol Piñeiro/Juão NIN - Rio Grande do Norte NÃO PISE NA DAMA No primeiro fragmento tratamos do universo feminino além da discussão de gêneros. Do homem contemporâneo que aborda o feminino, independente de que corpo seja esse. Ações físicas simultâneas à projeção de vídeos que abordam cada um à sua maneira, Mulher X Sociedade. No segundo extrato propomos a autoflagelação da mulher, enquanto metáfora da planta carnívora em paralelo com as alterações de tamanho que Alice sofre no País das Maravilhas. Coletivo Lamparina do Mundo - Rio Grande do Norte MAGRISMO Consiste em extrair poesia da precariedade. o trabalho utiliza resíduos domésticos como forma de lidar com condições precárias, propondo uma reciclagem de velhos hábitos e materiais, e apresentando, a partir disso, novos objetos artísticos e idéias. Coletivo Parabelo - São Paulo ERÓTICOELHA Almeja colocar em jogo a figura feminina reificada a serviço do prazer e as possíveis reações suscitadas por esta condição diariamente reforçada por campanhas publicitárias e pela mídia em geral. Performer caracterizada de coelhinha oferece seus seios cobertos com chocolate sobre uma bandeja. Outros dois performers a acompanham incitando as pessoas a prová-los. GRAMPO Grampo de cabelo, objeto convencionalmente utilizado para fazer penteados e compor o kit de beleza feminino, que, nesta performance, tem seu uso ampliado para além do limite do cabelo, propõe modificação corporal através da interação, construção e desconstrução coletivas de composições corporais extra cotidianas. HOMOLIQUIDIFICADOR Em uma sociedade em que o indivíduo é mapeado por seu poder de compra, sua capacidade de produzir e consumir mercadorias, Homoliquidificador sugere um paroxismo da condição de endividamento que atinge grande parte da população brasileira em busca de sobrevivência dentro da lógica deste sistema. Performer vestido com traje social, camisa coberta por post-its e um liquidificador sobre sua cabeça, convida as pessoas a escreverem suas dívidas nos postits, “liquidá-las” no liquidificador e tomá-las.

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Grasiele Souza - São Paulo I LIKE NORDESTE AND NORDESTE LIKES ME A proposta da performer é uma reperformance da bem conhecida ação de Joseph Beuys, “I like America and America likes me”. A performer propõe permanecer, em um determinado espaço, cercado, com um bode que ela tentará, durante dois dias, pentear. Grupo Estandarte de Teatro - Rio Grande do Norte UM UÍSQUE PARA O REI SAUL A nossa intenção é de provocar mais uma vez a discussão dos conceitos TEATRO/PERFORMANCE, trazendo um prólogo onde atriz e direção discutem sobre a pertinência de se inscrever com um espetáculo de teatro em um encontro de performance. Guto Lacaz - São Paulo HELI CUBO Um pequeno helicóptero controle remoto é montado no interior de um cubo construído com varetas e pintado de branco. Quando o helicóptero voa sob o comando do performer, o cubo acompanha os movimentos. A idéia e fazer um objeto anti aerodinâmico, como o cubo, voar. Heloísa Pacheco – Rio Grande do Norte EXPERIMENTO DE POSSIBILIDADES PARA MAC (BETH) O experimento consiste em uma reunião de possibilidades para a tragédia shakesperiana “Macbeth”, gerando aspectos contemporâneos e performáticos através do diálogo com manifestações artísticas como a dança e as action paintings. Izidório Cavalcante - Pernambuco NOSSOS PERÍODOS Envolvendo com a transgressão do sistema de linguagem, transcendente da comunicação do próprio homem, numa experiência da vida, onde o princípio poético da vida ou da morte é um código para olhar, uma distância entre Nosso Período. Joevan Oliveira - Paraíba AUTO BIOKHRAPHIA A alteridade no interior do sujeito fragmentado num confronto entre diversos eus, polifonia presentificada por meio de mídias num jogo de negociações. Jota Mombaça - Rio Grande do Norte GORDO PASS. 94036546 O performer visa estabelecer, recebendo individualmente cada vivente, uma relação

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sexual efêmera e silenciosa, baseada nas práticas homoafetivas em banheiros públicos. Este trabalho lida, por meio da constituição de uma experiência afectiva com a recepção, com as idéias de banheiro público como armário compartilhado – espaço público para práticas sexuais privadas –, com a relação de exposição e risco à qual o vivente da pegação em banheiro público se expõe e também com os efeitos dos possíveis “suicídios sociais” engendrados no seio dessa prática. Lúcio Agra - São Paulo QUATROMILDUZENTOSESESSENTAECINCOJPEGS Os computadores armazenam, hoje em dia, graças às memórias expandidas, milhares de imagens. A proposta consiste em fazer uma varredura simples de imagens do computador do performer (a última feita levantou em torno de 4265 arquivos JPG) e produzir uma palestra, com duração imprevisível (mas certamente muito longa) comentando cada uma dessas imagens. Marcelo Gandhi - Rio Grande do Norte / São Paulo DANÇA CLÁSSICA DE HOJE OU PASSATEMPO FACISTA – MÉNAGE KASSAB, SARNEY E COLLOR A dança o corpo enquanto ato político e dialógico, como dizia Pina Bausch, quando as palavras não contem o que se precisa dizer, vai-se para o corpo, os atos, as ações. Estabelecendo assim jogos metafóricos poderosos que falam direto a mente inconsciente, ao self mais jovem desencadeando para o olhar uma experiência singular e resignificante do que é estar num mundo poético, político, caótico e fantástico. Otávio Donasci - São Paulo VÍDEOTANGO Videoperformance com uma ledcriatura de 40 polegadas adaptada ao corpo do performer, que caminha pelo publico, sangrando no final. O performer personifica um ser se afogando num mar cotidiano de falsidade e traição, mas ele é um sobrevivente. Pâmela Guimarães - Alagoas TORTURA A Tortura da gota d'água provoca em mim uma imersão num universo que me é comum desde idos tempos de infância, a insônia. No cotidiano a insônia se apresenta de forma corriqueira, enquanto na ação performática ela potencializa o estado e os efeitos deste acontecimento. A performance, como a arte do corpo, me possibilita experienciar este estado não como privação, mas como lugar de conhecimento. Ramila Sousa - Rio Grande do Norte RETRATOS: ESCOLHA DE UMA MEMÓRIA

DE

INFÂNCIA

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VERSÃO

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A ação é um extrato da performance Retratos: Escolha de uma Memória de Infância, em conjunto com instalação de vídeo e de parede. A performer receberá o público um a um em um espaço fechado, portando, cada um, uma foto de infância da mesma que será distribuída anteriormente. Dentro do espaço, serão feitas perguntas e estabelecida uma relação entre as duas partes. Fora do local, estará a instalação. Grupo TOTEM - Pernambuco SILÊNCIA A performance ainda está em processo de construção, foi performada pela primeira vez no dia 31 de março na Torre Malakoff em Recife. É a primeira performance do projeto A performance do Humano: da pedra ao caos, e será baseada em rituais de morte. Projeto Balbucio - Ceará DESTERRITORIALIZAÇÕES ESTÉTICO-CIENTÍFICAS OU... SOBRE CRIAÇÃO ARTÍSTICA, PESQUISA ACADÊMICA E BORDAS Na aula de natureza performática, o artista-pesquisador Wellington Junior, em colaboração com os artistaspesquisadores João Vilnei de Oliveira Filho e Edmilson Forte Miranda Junior e com o recurso às tecnologias de comunicação (telefonia móvel, internet, projeções multimídia, etc.) reflete sobre as relações possíveis e necessárias entre metodologia de pesquisa científica e processos criativos em Arte contemporânea, com foco especial na performance e suas mais diversas feições.

performances na rua Bia Medeiros - Distrito Federal UNHAS DEFEITAS EM VERDE Consiste no ato de pintar as bordas das unhas (com esmalte de unha verde) e as bordas das unhas do público. Ricardo Alvarenga - Minas Gerais HOMINIDAE Performance de intervenção urbana em que uma árvore é tramada em seu tronco, com dezenas de metros de fios de malha brancos, e habitada por cerca de 10 horas, provocando cisões na paisagem cotidiana da cidade. O corpo na resistência da ação e na contravenção do tempo e do ambiente é atravessado por questões de organicidade, comportamento, micropolítica, utilitarismo, e outros desdobramentos abertos a afecções e subjetividades produzidas no encontro com os passantes e com o meio. Rubiane Maia - Espírito Santo OBSERVATÓRIO- RESUMO PARA INSANIDADE

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Sentada numa praça por um período de um dia inteiro a artista escreve incessantemente em um caderno tudo o que observa. Não pára de escrever, não se levanta, não fala, não devaneia, não come, não bebe água, não se desloca nem mesmo para ir ao banheiro. Sua única interrupção se dá nos momentos em que percebe estar sendo observada. Daí, a cada vez que isso ocorre, ela cessa a escrita e carimba em sua pele a palavra 'REFLEXO'. Corpos Informáticos - Distrito Federal KOMBUNDA Fuleragens pelas ruas da cidade do Natal com a imagem da Kombunda, ir a praia, andar e jangada, enterrar na areia, andar de ônibus, passar na faixa de pedestres.

vídeos Andréa Aparecida - São Paulo ESPERA Esta vídeo-performance é uma intersecção entre a performance com vídeo realizada em 2010 e uma performance com vídeo realizada em 2011. Em 2010 a perfomarce-vídeo dividida em dois momentos abordava a angústia de esperar algo num intervalo de tempo determinado. Em 2011, a performance com vídeo, cuja instalação denominei de Cinema Relacional (TCC), era a angústia de esperar promovida pela distensão do tempo. Os Magníficos Seres Invertebrados & Selvática Ações Artísticas - Paraná COMI O PÔNEI QUE REGININHA ME DEU Registro de performance. Elx foi gerada por uma mãe máquina, tecnologias datadas. O ar é camp, a cena é démodé e a esperança ciborgue. Charlenne Sadd - Alagoas EFEITO COLATERAL A busca da imagem de um novo feminismo onde o discurso corporal esteja no entre, um movimento que lutava pela inserção da mulher no social e a imagem massificada da Mídia, de mulher objeto. Coletivo Parabelo - São Paulo ANIMAL LABORANS Performer vestido com traje social e uma corda amarrada ao pescoço, a qual oferece às pessoas a sua volta. Em uma rua movimentada do centro de São Paulo, performer se despoja de seu aparente livre arbítrio, para evidenciar as relações de poder a que estamos submetidos socialmente.

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Cristina Fornaciare - Minas Gerais VISUAL BIOGRAPHY Montar espaço de meditação no Parque Nacional de Pequim (China). Meditar. Desenhar no espaço com arroz branco e feijão preto, cada grão simbolizando um aspecto da biografia da artista. AGURÁS Escravos africanos re-colonizam o território brasileiro; bandeiras de suas nações de origem são encrustadas na pele da performer. Um ato que homenageia as ricas heranças culturais deixadas pelos negros em nosso país, traz para o corpo a dor que marcou esse processo, torna presente na cidade de Ouro Preto a memória da colônia por um ponto de vista diferente, não europeu. BALADA DO CORPO CLASSIFICADO A obra se desenrola tendo por mote um arquivo médico com 2 mil relatórios de atendimento clínico em uma cidade do interior de Minas Gerais. Os relatórios evocam sintomas e prescrições, que são transferidos para o corpo da performer. FURTA-CÉU Registro de performance. Realizar ensaio de fotos com vestido de noiva comunitário. Dispor as imagens em bacias, pulverizando na água anil branqueador de roupas. Ficar de pé na bacia, até que o vestido absorva a cor azul. DUROMACIO Em visitas ao Edifício Maletta (BH), a artista conversa com frequentadores dos bares, sebos e barbearias do prédio, e recolhe deles duas memórias: uma dura e uma macia. Ao final desse "trabalho de campo", as lembranças ganham materialidade através dos elementos torresmo (memória dura) e cachaça (memória macia), que são degustados pelo público/participante numa instalação típica da Arte Relacional. LETRA LÍQUIDA Explora a recepção da obra literária em geral. A partir de um alfabeto confeccionado em gelatina, a performer brinca com a materialidade das palavras e explicita a ação da leitura enquanto produção de novas impressões sobre a escrita, gerando ressonâncias que se expandem no território da arte e fora dele. PERFORMA FUNK Artistas de diversas linguagens (video, fotografia, dança, música, performance e grafitti), criam trabalhos autorais a partir da iconografia do funk carioca, promovendo encontro entre arte contemporânea e cultura popular. A junção desses trabalhos é feita sob o conceito de “Corpo Sem Órgãos” de Gilles Deleuze e Félix Guattari. SUOR MESTIÇO A ação questiona o traço curatorial das instituições de arte que, em geral, privilegiam a entrada da arte branca, masculina. Envolve coletar suor dos passantes em absorventes íntimos e rotulá-los com a raça e o gênero ao qual indicarem pertencer, para então exibir esses dispositivos "do lado de fora" da instituição de arte (no caso, o Museu Inimá de Paula) como uma obra coletiva, pluri-racial e multi-genérica.

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TEZ Registro da performance lida com o limite entre o espaço público e o privado, gerando imagens privadas (de dentro de uma tenda) que são projetadas de modo que possam ser vistas também por pessoas nos outros prédios. Simultaneamente, no banheiro do apartamento, foi deixada uma câmera digital para que as pessoas se fotografassem em sua privacidade, deflagrando novamente o privado em público. VEIA O trabalho traz à tona questões relacionadas ao tempo e à memória, objetivadas pela constante transformação do espaço e do material utilizados na obra. Realizada no Espaço 104, antigo 104 Tecidos (fábrica e loja têxtil), a performance desenha o retorno dos tecidos a esse espaço onde já habitaram, através das ações de rasgar e costurar novamente o material. Coletivo ES3 - André Bezerra e Chrystine Silva - Rio Grande do Norte MARIONETES E VENTRICULOS A cena performática criada pelos proponentes se vale de uma pesquisa teórica e investigação corporal acerca da Dança Butoh e Tensões Coreográficas, esmiuçando e apresentando relações corporais encontradas nos performers relacionadas à infância, ao erotismo e a construção da identidade. O QUE EGON SCHIELE ESTARIA DIZENDO O vídeo registra a ação performática a partir de investigações da obra de Egon Schiele, e distúrbios neuromotores, articulando-os no corpo da performer Chrystine Silva. CORPO MANIFESTA “Corpo Manifesta” trabalha com questões centrais na realidade da sociedade contemporânea, pensando a fome como espaço de questionamento do artista e do mundo. Nesse sentido, ao valorizar temáticas como esta acaba por inferir sobre uma grande problemática pouco discutida, qual a posição do artista diante de sua arte e como esta arte é vista aos olhos de outros sujeitos. TRATADOS DO CORPO ESCAVADO O título Tratados do Corpo Escavado brinca com os compêndios anatômicos, tratados do século XVIII e XIX, pensando no ato de abrir o corpo, conhecer seus órgão, e nesse caso desconstruí-los para pensar de uma maneira distinta o passado. Transformar não apenas uma atualização do(s) eu(s) futuro(s), mas desmembrar tantas ficções do(s) eu(s) passado(s). Fluxo Coletivo - Ceará BANQUETE DE MEDÉIA Inspirada na tragédia de Eurípedes, a performer vivencia uma experiência arquetípica ilustrada na figura de Medéia, onde se exprime tão somente um relato da trajetória da mulher através dos tempos e, ao buscar Medéia, a performer encontra seu próprio reflexo.

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João Viannei - Rio Grande do Norte DANÇA DA ARTE Registro de dançarinos em um bairro de Buenos Aires (caminito) com parâmetros na movimentação de bichos do zoológico. Com a condução da música “pensar” foi feito um registro diferenciado da dança tradicional Argentina. Leonardo Mouramateus, Roseane Morais, Luana Lacerda - Ceará FUI À GUERRA E NÃO TE CHAMEI Registro de performance na qual duas pessoas combinam de arrumar as malas com suas roupas. Se encontram num lugar pré-determinado por elas. Elas tiram as roupas de suas malas e iniciam uma batalha com elas. Cada uma volta a arrumar sua mala e volta para casa. Maicyra Leão - Sergipe/Bahia DESPEDIDA Registro da ação realizada e filmada na ocasião de realização do Transperformance, na cidade do Rio de Janeiro. Trata-se de um passeio lúdico com um barquinho de brinquedo na areia da praia, com posterior soterramento em cova na areia. N3Ps-Nômades Permanentes Pesquisam e Performam- Minas Gerais CORPOALINGUACORPOALÍNGUA Um experimento performático do aqui-agora, junta passado-futuro produzindo um presente móvel, um acontecimento processual, de onde o corpo nasce do esquecimento. A criação de uma videocorpografia do processo de pesquisa resulta das práticas realizadas que produzem uma multiplicidade de produtos: corpos inscritos no espaço proliferam imagens videográficas, fotográficas, sonoras, textuais - poema espacional do corpo cujo objetivo é a própria experienciação. Obscena - Minas Gerais FESTA NO METRÔ Se todos resolvessem festejar e dançar aquilo que estivessem ouvindo em seus fones de ouvido dentro das estações e no metrô de sua cidade, que dança nós veríamos? Uma festa itinerante que se propaga pelas estações de metrô.

exposições Gabriel Brito Nunes - Sergipe PASSAGENS DA VIDA DE GABRIEL Expõe 50 fotografias retiradas da vida do artista/performer GBN através de sua relação de trabalho/amizade com o fotógrafo Filipe dos Santos Barrocas. Nessa instalação performativa e interativa, o performer escreverá diariamente uma nova narrativa de sua vida baseada no olhar fotográfico de seu amigo/colega. Partindo da ideia de corpo como o lócus onde se articulam os poderes público e privado,

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o espectador é convidado a partilhar de uma interpretação performativa da vida particularizada do artista. Mi Rodrigues - Ceará ESTUDOS PARA HABITAR O IN.CÔMODO As fotografias como vestígio, índices de um habitar e da metamorfose do corpo com o objeto, memória, nunca um registro, no caso pistas da busca do homem do arranho à sua intimidade e a intimidade das coisas. Deparar-se com o secreto e oculto impregnado nas texturas, linhas dos objetos que circundam e compõem o traço da vida. Ramila Sousa - Rio Grande do Norte RETRATOS DE INFÂNCIA Trata-se de uma exposição de 8 fotografias, que retratam adultos, nus, segurando seus próprios brinquedos de infância em frente ao sexo. A relação performática estabelecida está em que os objetos (brinquedos) utilizados pertencem ou pertenceram aos indivíduos fotografados desde quando eles eram crianças. Ao mesmo tempo, tenta-se relacionar esses brinquedos com o fato de que a infância é um período em que também nos constituímos como seres sexuais. Tábata Costa - São Paulo TRAJE DO PAULISTANO O Traje do Paulistano é o traje definitivo dos novos tempos! É o conjunto de vestuário e acessórios mais adequado que você pode almejar para sobreviver no dia-a-dia da grande metrópole paulista - ou em qualquer outra grande cidade pós-moderna - se você quer estar o tempo todo conectado, seguro, protegido, bem vestido e (pós) moderno. O fim está p r ó x i m o ! A d q u i r a v o c ê t a m b é m o s e u Tr a j e d o P a u l i s t a n o !

INSTALAÇÃO Os Conectores - Minas Gerais VIDA Ciclo de vida ou ciclo de consumo? Makários Maia - Rio Grande do Norte A MÁSCARA DO BODE O trágico, eterno e retorno, ao mesmo tempo, atualiza a dimensão do humano na vida dos humanos. Nossa inspiração para a máscara, a fantasia, a pintura facial e a careta é a prova disso. o teatro (e as artes) do nosso passado quase soube disso. A performance é quem melhor sabe. O risco é a borda. A borda é o limite. O limite é o trágico...

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TELEPRESENÇAS Núcleo de Performance GIM - Rio de Janeiro FENOMENUM PRAXIS Três personagens executam ações cotidianas enquanto aspectos absurdos da vida cotidiana são anunciados por uma narradora. Frases sobre o corpo humano e sobre qualidade de vida são projetadas pelo espaço. O público é convidado a interagir virtualmente enviando comentários para o link antes, durante e depois a performance Victorugo do Caos - Distrito Federal LIVE MAKER: TODOS UM SÓ Execução por meio de equipamentos eletrônicos e instrumentos orgânicos do repertório autoral de Victorugo com intervenções de teatro físico e poesia do autor.

o circuito Bodearte deseja a todos que perfodam-se nessa fuleragem aberta e gratuita a todos. pensemdecorpointeiro, performance 14


UMA FORÇA AGREGADORA DA PERFORMANCE NACIONAL UMA PRODUÇÃO

APOIO


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