CARTILHA!

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Seja bem-vindo ao XXIV Encontro Regional dos Estudantes de Ciências Sociais da Região Sul, que traz como tema “Movimento de Área e Educação nas Ciências Sociais”. Contamos com a participação ativa de estudantes de diversas universidades, procurando seguir a proposta de um encontro construído de forma coletiva e plural, proposta ainda mais desafiadora pelo fato de sermos um curso novo, em uma cidade ainda pouco acostumada à ideia de uma educação superior pública, porém com acadêmicos interessados em buscar aprendizados para além da sala de aula. A partir da temática definida no Pré-ERECS, realizado em Erechim nos dias 21 e 22 de abril de 2012, o XXIV ERECS Sul tem como objetivo, tanto pela proposta de discussões e quanto pelo modo de construção e organização, ampliar as possibilidades de compreensão e ação direta quanto à organização estudantil, desde as próprias escolas até a articulação regional. Teremos a oportunidade de nos aprofundar numa real discussão sobre organização dos estudantes de Ciências Sociais a partir do debate referente ao fortalecimento do MACSul (Movimento de Área de Ciências Sociais). O primeiro passo foi dado no ano de 2008, onde saiu de encaminhamento do GD de Movimento Estudantil a criação de canais de comunicação entre as escolas da região sul no processo de construção de uma articulação maior e constante. A criação da ANECS (Articulação Nacional dos Estudantes de Ciências Sociais) no Encontro Nacional de 2011, permitiu que pudéssemos consolidar as discussões referente a organização dos estudantes de ciências sociais não mais apenas em seu local de estudo, mas relembrando da necessidade de uma organização regional dos estudantes, a MACSul. Além disso, articulados com a temática do ENECS e ao mesmo tempo preocupados com os debates locais, discutiremos o tema Educação. Sob a perspectiva local, o eixo temático de “Educação e Opressões” começou a despertar recentemente mobilização na cidade, com iniciativas sobre tudo da universidade e dos movimentos sociais. No âmbito regional, faz-se necessário constituir e acumular debates sobre políticas de permanência, programas de pesquisa, e a formação do cientista social. Na organização do encontro, o papel das brigadas será de central importância para que o ERECS se efetive como um espaço de troca de experiências e formação plural. As brigadas, constituídas por todos os estudantes participantes, terão como responsabilidade a limpeza dos espaços, alimentação e agitação para as atividades do encontro. Além disso, os grupos terão dois espaços para avaliação e organização de seus dias. Ao longo da história dos ERECS, temos presente que há recorrência de temas tratados. Se isso indica, de um lado, a relevância das temáticas, também é sintoma da necessidade de aprofundamento e registro das discussões, bem como a mobilização coletiva a partir da síntese dos debates. Esperamos neste encontro contribuir de forma relevante para o processo.


07/06 (Quinta feira)

09/06 (Sábado)

15h - Chegada das escolas e credenciamentos 17h às 18h30 - Mesa de Abertura 19h às 20h30 – Janta 20h30 - Plenária Inicial 21h30 às 22h – Reunião das brigadas 22h às 3h – Cultural

7h às 8h30 - Alvorada Café (Brigada Vermelha) 8h45 às 9h15 - Reunião Brigadas 9h15 às 11h30 - Espação de Articulação Regional: Organização da base nas Escolas (CA’s, DA’s, Coletivos de Base, Núcleos de Base) 11h30 às 12h - Limpeza 01/ Elfo (Brigada Verde) 12h às 13h30 - Almoço (Brigada Amarela) 14h às 16h30 - Socialização Tema Educação Espaço em grande grupo, onde haverá a socialização dos relatos de cada grupo de discussão/mesas sobre educação. 16h30 às 17h30 - Limpeza 02/ Elfo (Brigada Azul) 17h30 às 19h30 - Socialização Tema Organização Regional: Espaço em grande grupo, onde haverá a socialização dos relatos de cada grupo de discussão/mesas sobre EAR. 20h às 22h - Janta (Brigada Vermelha) 22h às 3h – Cultural

08/06 (Sexta-feira) 07h às 8h30 - Alvorada Café (Brigada Azul) 8h45 às 9h15 - Reunião Brigadas 9h15 às 11h30 – Grupo de Discussão sobre Educação e Opressões 11h30 às 12h – Limpeza 01 / Elfo (Brigada Vermelha) 12h às 13h30 – Almoço (Brigada Verde) 14h às 16h30 - Espaço de Articulação Regional – Organização da Regional 16h às 17h30 - Limpeza 02 / Elfo (Brigada Amarela) 17h30 às 19h30 - Mesas Paralelas: 1) PIBID 2) Educação e a Formação do Cientista Social: Licenciatura e/ou Bacharelado? 3) Acesso e Permanência na Universidade 20h às 22h - Janta (Brigada Azul) 22h às 3h – Cultural

10/06 (Domingo) 7h às 8h30 - Alvorada/Café (Brigada Verde) 8h45 às 11h30 - Plenária Final 11h30 às 12h - Organização dos Espaços 12h às 13h30 – Almoço (Brigada Amarela)


O que são os EAR? Os espaços de articulação regional vêm da experiência da metodologia utilizada no ENECS 2011, que ao prever espaços de debate entre os estudantes em grupos de discussão divididos por cada região do país, permitiu o aprofundamento das questões e debates. No ERECS 2012, organizamos uma programação que também viabilizasse esse tipo de discussão mais aprofundada, dividindo-a em dois EAR’s. Organização da regional O MACSul - movimento de área de ciências sociais vem através das décadas tentando criar mecanismos de organização dos estudantes de ciências sociais da região sul. Desde do ERECS 2008 o movimento estudantil vem rediscutindo o processo de construção de uma articulação maior e constante da regional. A regional serve como um suporte e articulação para as diversas demandas existentes nas escolas de região sul, conseguindo um diálogo próximo as bases e com maior contato com suas especificidades. Portanto, este espaço tem como objetivo promover um debate aprofundado sobre a organização da regional sul: queremos ou não concretizar essa organização? Propostas de pontos de pauta: - Porque é necessária uma organização dos estudantes dos Ciências Sociais? - Para que uma regional? - Qual é a atuação de uma regional perante uma executiva/ federação nacional? - Como vamos nos organizar?


Partindo das possibilidades de organização dos estudantes nas escolas, o EAR 2, tem como objetivo no ERECS 2012, estimular a construção de um espaço de acúmulo de conhecimento, exercendo ações de cunho e objetivo coletivo, se diferenciando de ações e espaços em que a atuação individual ou ainda institucional (onde cada estudante atua a partir de seus interesses particulares). Além disso, é o espaço nuclear da organização politica dos estudantes no curso. A organização da base nas escolas (sejam mais tradicionais ou inovadoras) tem como uma de suas funções principais, a organização de demandas e debates sobre problemáticas relacionadas ao curso de Ciências Sociais nas escolas. No ERECS, este será o momento de discussão e troca de experiências entre os estudantes dentro de suas escolas e em grande grupo, tendo como proposta de discussões: - Identificar quais as formas organizativas do movimento estudantil (e de outros grupos) no curso de Ciências Sociais da Região Sul hoje. - Sua relação com outros cursos e a instituição em si, colocando seus limites, dificuldades e objetivos em comum. - Além disso, propõem-se um aprofundamento sobre as dificuldades de visão que as escolas possam ter sobre o corpo estudantil (como um todo) e quais relações se dão. Todos os espaços são abertos para participação de todos os estudantes de Ciências Sociais da região sul, que estejam dispostos a construir o movimento estudantil em grupos e coletivos organizados ou não, buscando o fortalecimento real dos estudantes nas escolas, não tendo diferenciação entre seus membros.


“Devemos lutar pela igualdade sempre que a diferença nos inferioriza, mas devemos lutar pela igualdade sempre que a diferença nos descaracteriza”. Boaventura de Sousa Santos Como a universidade lida com temas relativos à homofobia, ao racismo, ao machismo? Qual é o papel da educação nisso? Como romper os preconceitos do senso comum em relação a esses assuntos? Essas são algumas das inquietações iniciais que norteiam esses temas. Se nas universidades consideradas tradicionais as mobilizações sobre o tema enfrentam muita resistência, como iniciar o debate e as mobilizações nas instituições que estão iniciando? O contexto local Em relação ao racismo, no dia 26 de novembro do ano passado houve em Erechim a I Marcha da Consciência Negra. O evento foi promovido pelos movimentos sociais e urbanos da cidade. A marcha teve um caráter de agitação cultural, com manifestações artísticas e reflexões compartilhadas (através de cartazes e falas ao microfone) sobre o assunto, reafirmando a necessidade de uma discussão ampla e aprofundada. Em relação às discussões sobre homofobia, pode-se citar, como iniciativa da UFFS, o programa Sinestésicos (aberto à comunidade local), através do debate “Gêneros, Transgêneros e Pós-Gêneros: Conversas sobre dispositivo sexual e diversidade”, o objetivo de discutir e levantar pontos de vista sobre questões que circulam nos diálogos da sociedade a respeito do tema. O debate nasceu a partir do ataque que houve na Universidade às diversidades e a intolerância em relação a elas. Quais são as iniciativas de outras universidades em relação aos temas? A produção acadêmica em relação ao assunto é satisfatória? Quais são as perspectivas de ação?


Dentre as principais características atuais do acesso e da permanência nas universidades diante do contexto de expansão do ensino superior, as políticas de cotas raciais e sociais tem sido alvo de diversas contestações. No ano de 2012 foi largamente difundido o debate sobre o tema devido aos dispositivos legais usados para questionar no Supremo Tribunal Federal a legalidade de sua implantação. Foram questionados principalmente os princípios legais de igualdade perante a lei. Os ministros vetaram Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 186 e o Recurso Extraordinário (RE) 597285, sobretudo com o argumento de defesa do papel do Estado (pela decisão judicial) no combate às desigualdades sociais, e que as cotas cumprem a função social da Universidade. As universidades públicas têm diferentes formas de acesso por cotas raciais e sociais. Na UFFS, por exemplo, a cada ano cursado em escola pública, o candidato aumenta 10% de sua nota o que resultou em um contingente de 90% de estudantes oriundos de escolas públicas. Porém, os debates para o ingresso de negros e indígenas estão iniciando. A presença de estudantes negros na escola é muito reduzida, e ainda não há acadêmicos indígenas. Como ampliar a presença de estudantes oriundos de escolas públicas, negros e indígenas nas universidades? Enquanto cientistas sociais, como podemos agir diante dos relatos de preconceito sofridos por estudantes que ingressaram na universidade mediante cotas? Permanência A política de expansão do ensino superior resultou na implantação de diversas universidades, dentre elas a UFFS. As instalações dos campi da UFFS ocorreram em locais provisórios e enquanto as estruturas físicas que tem por objetivo a permanência dos estudantes (RU, moradia estudantil, etc.) não estão prontas, há uma política de bolsas de auxílio financeiro com o objetivo de permanência na universidade. Como é a política de permanência em outras universidades? Quais são os meios mais eficientes de garantir permanência? Como os estudantes podem lutar por um valor digno para bolsas de auxilio?


A discussão sobre a formação do cientista é constituída por aspectos que retornam ao debate entre estudantes de forma recorrente: a separação entre as três áreas das Ciências Sociais, a qualidade da parte técnica da formação, as diferenças entre licenciatura e bacharelado. Na mesa sobre o tema propomos aprofundar a discussão sobre as relações entre educação e formação do cientista social, sobretudo quanto à licenciatura e o bacharelado. A partir desse contexto, propomos os seguintes questionamentos: - Quais são as principais diferenças entre as perspectivas de formação acadêmica entre a licenciatura e do bacharelado nas Ciências Sociais? - Quais são as principais lacunas de formação dos cursos de licenciatura e de bacharelado? Tem se articulado de maneira satisfatória o ensino, a pesquisa e a extensão? - Qual a importância da temática Educação na formação do bacharel? - Qual a importância da pesquisa na formação do licenciado? - Há tensões e disputas entre as duas formações? Quais são seus principais motivos? Além desses questionamentos, precisamos buscar a ideia do estudante como formulador de seu currículo, a partir do objeto de estudo das Ciências Sociais, pensando sua realidade social e encaminhando pontos de ação.


O Programa de Iniciação a Docência (PIBID) é um dos maiores programas realizados pelas CAPES que envolve as licenciaturas. Por que deixar para o final? Os alunos das licenciaturas devem desde muito cedo conhecer a realidade do cotidiano escolar. Com esse programa, alunos licenciando podem antecipar seu período de vivência nas escolas construindo oficinas, auxiliando o professor dentro e fora de sala de aula, realizar saídas de campo e muito mais. E o que o ERECS tem a ver com isso? É importante que os bolsistas de diversas universidades possam trocar suas experiências e assim possam levar para suas escolas tudo que puderem. Mas essa mesa paralela será só para alunos bolsistas do PIBID? Lógico que não, uma das maiores motivações para realizar essa mesa vem da importância de que todos os alunos conheçam esse programa que pretende não só qualificar a formação como também trazer melhores condições para o ensino de Sociologia nas escolas brasileiras. Quem sabe, nas universidades que ainda não possuem o PIBID possam passar a ter a partir do aluno que teve contato nessa mesa. Propostas de pauta para a mesa. - Relatos de experiência - Socialização dos projetos submetidos para CAPES - Socialização dos planejamentos dos trabalhos já realizados - Socialização dos materiais didáticos construídos - Pensar em atividades conjuntas. Como ir para o Encontro Nacional do Ensino de Sociologia na Educação Básica. Encontro realizado juntamente com o congresso da SBS e que deixa muito espaço para o PIBID e para a licenciatura em geral. - Discutir sobre os desafios de se ensinar Sociologia no Ensino Médio.



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