Ir_ao_mar nº 4 - julho 2014

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Pontos de Interesse  Miguel Guimarães e David Abecasis do CNH são os vencedores do Ranking Nacional de Snipe

Nº 4

Campeonato Nacional da Classe Access 2014 Um prémio, resultados excelentes em termos organizacionais, visitantes encantados com o Faial e a hospitalidade de quem os recebeu e a realização de 8 das 9 regatas previstas. É este o balanço geral do Campeonato Nacional da Classe Access 2014, que terminou domingo (dia 13), com a Cerimónia de Entrega de Prémios no Restaurante “Barão Palace”, na cidade da Horta.

Provas, competição, mas acima de tudo muito convívio, amizade e hospitalidade, foram as tónicas do Campeonato Nacional da Classe Access 2014, que se realizou de 11 a 13 do corrente, na ilha do Faial, organizado pelo Clube Naval da Horta. Este evento, destinado a velejadores com mobilidade reduzida, foi uma organização conjunta da Federação Portuguesa de Vela e da Associação

Escola de Vela do Clube Naval da Horta sagrou-se Campeã Regional de Infantis Lucas Silva, Bernardo Melo e Ricardo Henriques conquistaram o direito de representar os Açores no Campeonato Nacional de Infantis e Iniciados, em Tróia.

Portuguesa Access.

da

Classe

 Internacional Miguel Arrobas concretiza sonho antigo ao fazer a travessia a nado do Canal Pico -Faial  Estágio em Santander, na Espanha - Rui Silveira do CNH

E mais... Atlantis Cup 2014

Canoagem

Entrevista David Abecasis e Miguel Guimarães Natação

Les Sables - Les Açores-Les Sables Resultados Desportivos em julho


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Organização excelente do Clube Naval da Horta prestigia o Campeonato Nacional da Classe Access 2014

Um prémio, resultados excelentes em termos organizacionais, encantadosvoluntaricom o Faial e a ho onde todos sublinharam a visitantes de colaboração, quem os recebeu e a realização de 8 das 9 regatas É este o balanço geral Campeonato Na necessidade deprevistas. derrubar ado e união de do esforços e se Access 2014, que terminou barreiras: este domingo (dia 13), com a Cerimónia de Entrega de Prémios n arquitectónicas de boas vontades que exis“Barão Palace”, na cidade da Horta. e em termos de preconcei- te entre as diversas instiProvas, competição, mas acima de tudo muito convívio, amizade e hospitalidade, foram as tónicas do Campeonato Nacional da Classe Access 2014, que se realizou de 11 a 13 do corrente, na ilha do Faial, organizado pelo Clube Naval da Horta. Este evento, destinado a velejadores com mobilidade reduzida, foi uma organização conjunta da Federação Portuguesa de Vela e da Associação Portuguesa da Classe Access. Após o jantar de encerramento deste evento, que decorreu na noite do último domingo (dia 13) no Restaurante “Barão Palace”, na cidade da Horta, o tempo foi marcado por pequenas mas eloquentes intervenções, entrega de prémios, muitas palmas, calor humano e alegria. A juntar a tudo isto, os convivas foram brindados com modas regionais pelo Grupo Folclórico do Salão, tendo alguns dos presentes sido convidados para um pé de dança dentro da Chamarrita. O Presidente da Direcção do CNH, José Decq Mota, começou por referir “o gosto, a honra e o prazer” que o Clube Naval da Horta teve na organização deste evento nacional, que se realizou pela primeira vez na ilha do Faial e na Região Autónoma dos Açores, com a particularidade de, também pela primeira vez, ter reunido participantes de todas as regiões do país: Norte, Centro, Sul, Madeira e Açores.

A necessidade de uma sociedade mais inclusiva foi bem vincada neste jantar,

to

tuições e particulares

“Fizemos tudo o que pudemos”, frisou este Dirigente, acrescentando que “do ponto de vista regulamentar decorreu tudo muito bem e nas vertentes social e humana, o tom foi afectuoso, sobressaindo a conjugação de esforços”. Neste sentido, José Decq Mota enalteceu a colaboração de uma vasta lista de entidades públicas e privadas, além de cidadãos singulares, que se empenharam em dar corpo a este projecto, que congregou 29 velejadores de 9 clubes e 22 embarcações, além de mais de 70 voluntários. O Presidente da Direcção do CNH agradeceu o carinho e o acompanhamento da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, o importante apoio da Câmara Municipal da Horta, da Direcção Regional do Turismo, dos Serviços de Ambiente e Florestas, do Conselho de Administração da Portos SA, da Marina da Horta, da Autoridade Marítima, da Associação de Bombeiros e da Santa Casa da Misericórdia da Horta. Quanto à Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial (APADIF), parceiro privilegiado, José Decq Mota falou directamente para o seu mais alto responsável, José Fialho, afirmando: “à APADIF não agradeço, pois estamos juntos neste projecto”.

Este Dirigente agradeceu a todos os que vieram de fora e apelou a que regressem, rematando: “As actividades da Classe Access são muito importantes e alguns destes velejadores já garantiram a sua presença no Encontro Internacional de Vela Ligeira”, que decorrerá no âmbito do Festival Náutico da Semana do Mar (primeira semana de Agosto). A mesa onde se encontravam os Prémios, as Lembranças e os Certificados de Participação foi muito observada, elogiada e fotografada. O elemento que mais ressaltou à vista foram os Prémios, uma oferta original da Empresa Martipereira, propriedade de Olindo e Carla Pereira. Foi igualmente salientada a forma como António Pereira acomodou os Emblemas do Clube Naval da Horta.

A realização deste Campeonato na ilha do Faial veio demonstrar o espírito

A originalidade, a cor e a forma dos Prémios, oferecidos pela Empresa Martipereira, foram muito comentadas e apreciadas


Olindo e Carla Pereira colaboraram, graciosamente, para o brilhantismo deste Campeonato, oferecendo os Prémios

E no que toca a Prémios, Certificados e Lembranças, além dos vencedores, dos velejadores e dos Clubes, houve duas pessoas, cujo papel e trabalho foi efusivamente lembrado, reconhecido e aplaudido com grande justeza: João Duarte, Responsável pela Secção de Vela Ligeira do Clube Naval da Horta e grande mentor deste Campeonato, e Nilzo Fialho, por parte da APADIF, parceiro privilegiado neste Projecto. Na sua intervenção, o Presidente da edilidade faialense, José Leonardo Silva, dirigiu uma palavra de estímulo a todos os participantes, salientando o orgulho dos faialenses em receber estes visitantes.

José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH e José Leonardo Silva, Presidente da Câmara Municipal da Horta, que elogiou o trabalho levado a cabo pelo Clube Naval da Horta

José Leonardo sublinhou o apoio que a Câmara Municipal tem dado ao Clube Naval da Horta, instituição que tem feito “um grande trabalho na vertente

náutica, pedagógica e promocional da ilha do Faial”, frisando que a entidade a que preside “sempre acarinhou” a parceria existente entre o CNH e a APADIF. Este governante realçou a importância de pôr os mais novos a falar das acessibilidades, afirmando que “o tema inclusão deve começar nas Escolas”. Por seu turno, o Representante da Associação da Classe Access, Comandante Luís Cruz, agradeceu ao Clube Naval da Horta por se ter candidatado à Organização deste evento, tornandoo numa festa. Saudou todos os participantes, felicitou os vencedores e agradeceu aos patrocinadores.

O Comandante Luís Cruz agradeceu ao Clube Naval da Horta o facto de se ter candidatado à Organização deste Campeonato Nacional de Access

A Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores referiu “a enorme honra” de estar na Cerimónia de Encerramento do Campeonato Nacional da Classe Access 2014, dirigindo uma palavra a todos os que, de alguma maneira, estiveram envolvidos neste evento de grande dimensão. Ana Luísa Luís confessou que hoje está mais consciente “do muito caminho que há ainda a percorrer no sentido de serem derrubadas as (muitas) barreiras físicas (arquitectónicas) e interiores (o nosso olhar perante o outro que tem alguma deficiência)”. Esta faialense, com responsabilidades políticas, lembrou que “é nossa obrigação contribuir para que haja uma sociedade mais inclusiva”, agradecendo e reconhecendo a coragem, a ousadia e o trabalho de todos os atletas participantes.

Top ten para a Organização Entre as arrumações próprias de uma estrutura desta dimensão e muitos outros afazeres, João Duarte fez um balanço deste Campeonato, referindo que “tudo correu bem neste grande desafio, que incluiu um vasto programa no mar e em terra”. Das 9 provas, realizaram-se 8. “As condições de tempo foram excelentes para a prática da Vela e a baía estava muito boa.”

João Duarte não podia estar mais satisfeito com a forma como decorreu este Campeonato Para este mentor e organizador, “o que marca mais é haver tanta gente com inúmeras tarefas e as coisas terem decorrido de forma natural, descentralizada e com um envolvimento, participação e entrega enorme por parte dos voluntários”. “O feedback foi extremamente positivo”, sustenta João Duarte, afirmando visivelmente orgulhoso, mas realista: “Ainda não houve dentro da Classe Access um Campeonato que se igualasse a este”. E acrescenta: “O nível competitivo deste Campeonato distancia-se muito dos outros, com um número recorde de participantes e embarcações, além de esta ter sido a primeira vez em que estiveram presentes todas as regiões do país”. Os visitantes ficaram maravilhados com a ilha, com a capacidade organizativa do Clube Naval da Horta e com o número de entidades que se envolveu neste evento. Recorde-se que este projecto começou a ser preparado há 6 meses. Em Janeiro deste ano já havia Cartaz e Programa. “Um dos nossos objecti-


Page 4 vos era desenvolver um Campeonato com qualidade, mas que não trouxesse um impacto negativo para o Clube. As contas ainda não estão feitas, mas sei que correu bem. Conseguimos reunir bastantes apoios públicos e privados do Faial, num conjunto superior a 30 patrocinadores a quem estamos muito gratos, porque também eles nos facilitaram a realização desta iniciativa”. O Campeonato Nacional da Classe Access 2014 foi organizado por um Grupo de Trabalho composto para o efeito e de que fazia parte o Presidente da Direcção do CNH, José Decq Mota; a Directora Técnica, Ana Sousa; Luís Paulo Moniz e João Duarte, Directores da Secção de Vela Ligeira, e Nilzo Fialho, da APADIF.

Grupo de Trabalho que preparou este Campeonato Da esquerda para a direita: João Duarte, Ana Sousa, José Decq Mota, Luís Paulo Moniz e Nilzo Fialho Do ponto de vista do Projecto “Vela Para Todos – Faial Sem Limites”, os objectivos traçados também foram alcançados. “Queríamos uma Medalha e tivemos (além do 3º prémio, contámos ainda com um 4º e um 6º lugares na classe 2.3)”. Outro dos desideratos “era que alguns velejadores do CNH, que têm menos experiência, ganhassem confiança e à vontade na embarcação em que velejam, o que também foi uma realidade. Todos terminaram regatas e estiveram envolvidos no convívio. Portanto, estamos todos de parabéns!”, salienta este Responsável.

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Para João Duarte não há dúvidas de que este foi o melhor Campeonato da Classe Access realizado até hoje Em relação ao prémio arrebatado por Lício Silva, João Duarte afirma: “Há que valorizar o prémio em termos individuais, pois embora o Clube exista para apoiar os velejadores, a verdade é que são eles que tomam as decisões”. No que concerne à Medalha conquistada pelo CNH, este Dirigente garante que na Classe 2.3 sabia “perfeitamente” que os “seus” velejadores tinham condições para conseguir estas classificações. Dezenas de voluntários muito organizados Este Dirigente recorda que, relativamente aos voluntários, inicialmente estavam contabilizados 55, incluindo comissões de regatas, comissões de protestos, equipas de mar (segurança) e de terra e os velejadores da Escola de Vela. No entanto, deu-se um fenómeno revelador do espírito que sempre tem caracterizado o Clube Naval da Horta: o voluntariado espontâneo. “Diariamente apareciam pessoas que manifestavam total disponibilidade e vontade em ajudar e isso é muito importante, porque mostra o impacto deste evento de cariz nacional. A forma de estar das pessoas não era no sentido de criar problemas, mas de encontrar soluções. Estes 3 dias passaram muito a correr, sem grandes complicações. Já acabou o Campeonato, já estamos a desmontá-lo e parece que começou ontem”, frisa João Duarte. Este grande entusiasta e pioneiro da Vela da Classe Access na ilha do Faial, elencou ainda outros dos

propósito deste Campeonato. Como tal, congratulou-se com o facto de domingo, na Cerimónia da Entrega de Prémios, os responsáveis políticos terem abordado a questão da inclusão e a necessidade de melhorar a cidade e as acessibilidades desta. “Embora isto seja um Campeonato Nacional, para mim, quando estes velejadores entram num barco deixam de ter cadeira de rodas ou mobilidade reduzida e passam a ser velejadores que conseguem desempenhar na plenitude aquilo que são as capacidades e as competências necessárias para andar à Vela”, confessa este Treinador da Classe Access, acrescentando: “No entanto, em terra, as coisas não são bem assim. No Faial e nos Açores ainda há um déficit de inclusão. Temos de trabalhar mais na promoção da inclusão que, por si só, traz tudo o resto: melhoria das acessibilidades, o derrube das barreiras arquitectónicas, etc”. Campeonato Regional para promover a Vela e a inclusão Dentro da promoção da Classe, este Responsável ambiciona vir a ter um Campeonato Regional, que possa reunir velejadores de diferentes ilhas, promovendo a Vela e a inclusão nos Açores. Ainda neste contexto, João Duarte explica que este Campeonato também visou dar visibilidade à Classe, o que aconteceu. Refira-se que, além do Clube Naval da Horta, onde a Vela da Classe Access é uma realidade estruturada e funcional há 3 anos, existe a perspectiva de vir a ser desenvolvida na ilha vizinha um projecto similar uma vez que foi adquirida para o efeito uma embarcação da Classe 2.3., além de a Associação Regional de Vela dos Açores (ARVA) ter adquirido 2 embarcações desta Classe, que se destinam a percorrer os diferentes clubes navais da Região, encontrando-se neste momento em Vila Franca do Campo. João Duarte sublinha “a necessidade de se sensibilizar todos os agentes da Vela regional, entre eles os treinadores, no sentido de perceberem os benefícios do desenvolvimento desta Classe, quer para a


Nº4 Vela enquanto desporto, quer para a construção de uma sociedade mais inclusiva, onde a igualdade para todos seja uma realidade” Como tal, o CNH e o Projecto “Vela Para Todos - Faial Sem Limites” tem “total disponibilidade” para dar formação, esclarecimentos e toda a ajuda possível “visando a desmistificação de preconceitos e obstáculos existentes nalguns Clubes”. As aspirações e os planos são uma constante numa escalada que se tem pautado pela evolução. Neste contexto, para completar a frota do CNH é necessário mais um barco da Classe 303. Com o intuito de tornar a modalidade mais abrangente, “seria interessante aumentar o número de praticantes em termos de lazer e de competição”. Sempre a pensar mais à frente, este Treinador planeia já a presença no próximo Campeonato Nacional e nas 2 Provas de Apuramento Nacional (PAN), onde são escolhidos os atletas que vão ao Campeonato Mundial, um sonho que João Duarte não considera impossível, uma vez que o Clube Naval da Horta tem velejadores ao nível daqueles que representam as nossas cores nas competições mundiais. Troca de palavras com alguns dos vencedores deste Campeonato: JOÃO PINTO, 1º lugar, Classe 2.3: Gabinete de Imprensa do CNH: Qual o balanço que faz a este Campeonato? João Pinto: Posso começar logo pela entrega de prémios, que foi 5 estrelas. Quando entrei no Restaurante, pensei que era um casamento, devido à forma como estava tudo organizado: mesas individuais, cada Clube na sua mesa, etc. Mas o que mais gostei, foi da hospitalidade em geral. Uma referência de top para o João Duarte e o Nilzo Fialho, que organizaram este Campeonato de forma excelente. Fizeram sempre questão de nunca nos faltar nada. Deram praticamente a volta à ilha connosco e há que dar muito valor a isso.

Page 5 Houve sempre a preocupação em não haver desconforto. A parte da deficiência tem alguma importância, mas não foi isso que levou a Organização a ter todas as precauções. Acho que é a vossa maneira de ser. Portanto: obrigada por tudo e continuem a organizar eventos aqui, porque eu venho. G.I.: Este Campeonato correulhe muito bem… J.P.: Tem-me corrido sempre bem. Faço Vela desde 94/95 e há 2 anos que sofri esta lesão, na sequência de um acidente de moto. Praticando Vela há estes anos todos, é normal que tenha muito mais experiência do que o pessoal que está a começar. Ganhei o Campeonato Nacional o ano passado e fui Vice-Campeão Europeu, na Suíça. G.I.: Qual o seu objectivo? J.P.: Promover a vontade. Quando vimos para estes eventos, há que pôr as deficiências de parte e focarmo-nos no trabalho dentro da água. Há que ser solidários uns com os outros, mas sem esquecer a vertente competitiva. Não vimos aqui só para sair de casa, mas para competir, o que acontece em qualquer desporto, quer as pessoas tenham ou não deficiências. Em convívio, abraçamo-nos e somos amigos, mas na água vale tudo. G.I.: Quando será o regresso ao Faial? J.P.: Ainda não sei, mas quando acabar a minha vida como desportista, pondero seriamente vir viver para cá. A sério! Foi a minha estreia nos Açores e gostei muito e digo isto de forma muito sincera.

Pódio da Classe 2.3: 1º lugar: João Pinto – Iate Clube Marina de Portimão 2º lugar: Fernando Pinto – Sport Clube do Porto 3º lugar: Lício Silva – Clube Naval da Horta FERNANDO PINTO, 2º lugar,

Classe 2.3: - G.I.: Como decorreu o Campeonato? - Fernando Pinto: Muito bem! Esta foi a terceira vez que vim ao Faial, tendo as vezes anteriores sido para participar nas provas por altura da Semana do Mar. Este ano foi tudo excelente uma vez mais, tanto ao nível do acolhimento como da Organização e, principalmente, do convívio, que é uma das vertentes mais importantes deste Campeonato. Isto não vale tanto pela vertente competitiva, mas sobretudo pela questão do convívio. G.I.: Mas ninguém gosta de perder… F.P.: Dentro da água há competição, fora somos todos amigos. A parte do convívio permite-nos aprender muito com a troca de experiências e de conhecimentos. G.I.: Já fez amigos cá? F.P.: Sim e mantemos contacto. G.I.: E é para voltar? F.P.: Sem dúvida! Daqui a 15 dias estou cá novamente para participar no Festival Internacional de Vela Ligeira. Deixo cá o barco e o equipamento e só não fico porque não posso. Gostava de aproveitar essa oportunidade para conhecer a ilha de São Jorge, uma vez que já fui ao Pico e assim completava o Triângulo. G.I.: Gostou destas ilhas? Muito! São muito boas para conviver. Aqui, as pessoas têm uma forma diferente de ser e de estar na vida. G.I.: O que destaca destes 3 dias de Campeonato? F.P.: Além do mar e da excelente vista para o Pico, a magnífica Organização e as acessibilidades que esta proporcionou. No entanto, no que respeita à ilha, há muito a melhorar (passeios, passadeiras, etc), o que não se prende apenas com as cadeiras de rodas, mas com um simples carrinho de bebé ou com uma pessoa de idade que tenha dificuldade em andar. É verdade que a cidade da Horta, pela sua própria morfologia, não permite esse tipo de acessibilidade em todos as zonas, mas a parte mais plana poderia estar bem mais acessível. G.I.: Sente que a sociedade está


Page 6 mais inclusiva? F.P.: Mesmo as pessoas com limitação física mostram-se muito mais e não há aquele estereótipo de estar em casa. São vistas e isso muda a maneira de sermos olhados e aceites. A sociedade acaba por ser, de forma quase obrigatória, inclusiva, porque regra geral toda a gente tem um familiar ou um amigo nestas circunstâncias. G.I.: É possível estabelecer uma comparação, ao nível organizacional, entre este Campeonato – o primeiro realizado nos Açores – e os restantes, que decorreram no Continente português e na Madeira? F.P.: Não, porque aqui foi melhor. G.I.: Melhor em quê? F.P.: Desde a preocupação manifestada em saber se todos estavam bem, passando pelo acolhimento, além da disponibilização de transportes, apoio na água e fora desta e a receptividade com que fomos tratados é precisamente o factor que distingue esta Organização. Devo realçar que, de todas as vezes que vim cá, esta foi a melhor. É claro que este Campeonato revestiu -se de outra dimensão e foi tudo muito bom. G.I.: Estamos a aprender? F.P.: E muito bem! Uma coisa é arrumar 6 barcos, outra é arrumar mais de 20, como aconteceu neste Campeonato. Mas tenho de sublinhar que a Organização superou tudo isso com distinção. F.P.: O que tem sido mais importante até aqui? F. P.: Aprendo muito quando vou ao estrangeiro. Treinamos muito cá, mas uma coisa é treinar cá, com as filosofias locais (Portugal) e outra é ir ao Mundial, como aconteceu no ano passado, em que estive na Inglaterra. Uma pessoa do país de origem dos barcos, que é a Austrália, explicoume como é que o barco – que é feito em forma de casca de noz – deve andar, a importância do posicionamento do velejador dentro da embarcação e a influência que tudo isso tem para o seu rendimento.

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Nesta fotografia é visível a amizade que une os velejadores - LÍCIO SILVA, 3º lugar, Classe 2.3: G.I.: Este 3º lugar teve um sabor especial. L.S.: O Campeonato decorreu muito acima das minhas expectativas. Nunca me passou pela cabeça alcançar esta posição, porque sabia que a concorrência era muito boa, sobretudo os que ficaram à minha frente. Os participantes que vieram de fora tinham como objectivo competir e ganhar. G.I.: Foi difícil? L. S.: Muito! Houve alturas em que dei tudo como perdido. G.I.: O que significa esta vitória? L.S.: Estou contente, mas consciente de que tenho muito trabalho e aprendizagem pela frente. Considero que o Projecto “Vela Para Todos – Faial Sem Limites” tem pernas para andar. G.I.: O que é que faltou nas provas? L.S.: Faltou-nos concentração. Para mim, a componente mais difícil da Vela é ter de assimilar muitos (pequenos) pormenores ao mesmo tempo. É muito difícil numa frota de 11/12 velejadores estar atento à posição de vento, aos saltos de vento, à posição de quem está no barco à nossa volta, etc. G.I.: Qual o elemento chave para uma regata bem sucedida? L.S.: Uma boa largada. Ganha-se metade de uma regata à partida, com uma boa largada. G.I.: No seu entender, quais os objectivos principais deste evento organizado pelo Clube Naval da Horta? L.S.: Constituiu uma excelente oportunidade para abrir os horizon-

tes dos nossos governantes no sentido de perceberem, de uma vez por todas, que é preciso trabalhar para pôr a nossa cidade-mar de forma a andarmos de um lado para o outro sem nenhum tipo de barreiras. Considero que o Faial não está minimamente preparado para cidadãos pessoas com mobilidade reduzida, dificuldades de locomoção, carrinhos de bebé, etc. Sinto isso todos os dias na pele. O que me vale é a minha família, que tem sido espectacular. Se preciso de ir a algum lado, lá vai a minha mulher ou o meu filho comigo. Neste momento, a única limitação que tenho são as barreiras. E este tipo de evento serve precisamente para dois aspectos muito importantes: alertar consciências adormecidas de quem tem poder de decisão, e pelo convívio, que foi muito saudável. G.I.: A Vela veio dar-lhe vida? L.S.: A Vela está a devolver-me a emoção que eu tinha de viver e que me foi retirada há alguns anos. No fundo, trata-se de um desporto que está a substituir outro. A adrenalina e o despique estão a voltar. Tenho de agradecer ao João Duarte e ao Nilzo Fialho por me terem inserido neste Projecto. Jamais vou esquecer o dia em que foram falar comigo e me convocaram para estar no Clube às 8 horas da manhã do dia seguinte. Literalmente pegaram em mim, meteram-me dentro do barco e disseram: “Vamos embora”. Eu ainda pensei: não percebo patavina disto, mas correu bem, e agradeço-lhes a oportunidade e o voto de confiança. Nunca me arrependo de ter entrado neste desafio. Quando era pequeno, tive uma experiência de Vela e lembro-me de não gostar nada, porque o meu maior problema era molhar-me. Não gostava de andar molhado e ainda hoje continuo a não gostar. L.S.: O passo seguinte é continuar a ganhar prémios. L.S.: Seria muito bom, mas a minha intenção é fazer isso para dar alegria aos que estão a trabalhar para nós. Naturalmente que me sinto orgulhoso, mas o meu grande objectivo é compensar aqueles que apostaram em mim, que acreditaram que eu era capaz.


Nº4 G.I.: Há uma boa equipa no Clube Naval da Horta. L.S.: Sim e este prémio é também um bocadinho do trabalho do Rui Dowling e do Libério Santos, porque nos treinos eles dão muita luta e nenhum gosta de perder. Este Campeonato foi muito giro e eles também têm mérito nesta vitória. G.I.: Dá para fazer amigos nestes eventos? L.S.: Naturalmente que sim e o Fernando Pinto é um deles. Quando veio o meu barco, que é o mais recente e o único que é mais largo por ter dois lugares (o anterior era mais apertado e dificultava-me certas manobras), pedi umas dicas ao Fernando Pinto, que tem um igual e a partir daí passámos a conversar mais e hoje somos amigos.

PEDRO REIS e ALIU BAIO, dupla vencedora do 2º prémio da Classe 303: G.I.: Como descreve o que viveu estes dias? Pedro Reis: Já fiz um Campeonato Nacional na ilha da Madeira e acho que foi totalmente diferente em termos de mar e de paisagem. Refiro-me à paisagem do canal, pois isto de ter de um lado o Pico e do outro, o Faial e ver a ilha toda a verde, é algo fascinante. Fiquei rendido à paisagem e não tenho palavras para descrever exactamente o que sinto. Destaco as condições de mar, o facto de as Comissões de Regata terem estado sempre atentas e o percurso ter sido sempre muito bem feito, não havendo falhas a apontar. Foi extraordinário. Palmas para a Organização! Gostei imenso de chegar ao Vulcão dos Capelinhos e de repente ver a mudança da vegetação. Fiquei horas só a apreciar. É primeira vez que estou no Faial e sem dúvida que vou voltar. G.I.: Alcançaram um bom resultado? P.R.: Este resultado foi óptimo para aquilo que treinámos e para as nossas expectativas atendendo a que este foi o nosso primeiro ano como

Page 7 equipa. Isto constituiu uma nova experiência, porque tive de navegar com um colega invisual, com uma percepção completamente diferente de quem vê. De início, foi muito difícil e, sinceramente, pensei em desistir, mas depois com o treino e as provas, tudo foi melhorando e hoje posso dizer que esta situação me dá mais gozo em relação ao resto. Aliu Baio: Este foi o meu primeiro Campeonato Nacional e gostei muito de competir neste mar, com o ambiente que tivemos à nossa volta, tudo o que foi acontecendo, dentro ou fora do mar, onde se destacam as pessoas. Os açorianos, a avaliar pelos faialenses, têm uma forma diferente de encarar as situações. G.I.: É para voltar? P.R.: Sem dúvida e para próxima temos de ir conhecer o Pico e São Jorge. O nosso objectivo é trabalhar para ficar em 1º lugar no próximo Campeonato. A.B.: Gostava de conhecer outras ilhas e de voltar ao Faial. Agora vou tirar Biologia e seria muito interessante vir para cá, pois acho que isto tem uma paz e um sossego incríveis.

Aliu Baio (invisual) e Pedro Reis (ambos em primeiro plano) arrebataram a 2ª posição na Classe 303

3º - Sofia Machado/Benjamim Machado – Clube Naval Povoense 4º - Jorge Freiria/José Cavalheiro – Clube de Vela de Viana do Castelo 5º - Jorge Ruivo/Ana Lemos – Sport Clube de Aveiro 6º - Carlos Cadete/Luís Ramalho – Iate Clube Marina de Portimão 7º - Francisco Correia/Carlos Cardoso – Clube Naval da Horta 8º - Filipe Araújo/Manuel Costa – Clube de Vela de Viana do Castelo Classe 2.3: 1º - João Pinto – Iate Clube Marina de Portimão 2º - Fernando Pinto – Sport Clube do Porto 3º - Lício Silva – Clube Naval da Horta 4º - Rui Dowling – Clube Naval da Horta 5º - Maria Luísa Graça – Sport Clube do Porto 6º - Libério Santos – Clube Naval da Horta 7º - António Ribeiro – Iate Clube Marina de Portimão 8º - Pedro Carvalho – Sport Clube do Porto 9º - António Nóbrega – Clube Naval do Funchal 10º - Elvio Barradas – Clube Naval do Funchal 11º - Domingos Cagembe – Clube Naval de Cascais 12º - Nuno Codinha – Clube Naval da Nazaré 13º - Aguinaldo Luís – Clube Naval da Horta

Pódio da Classe 2.3: 1º lugar: João Pinto – Iate Clube Marina de Portimão 2º lugar: Fernando Pinto – Sport Clube do Porto 3º lugar: Lício Silva – Clube Naval da Horta Fotografias de: José Macedo e Cristina Silveira

CLASSIFICAÇÕES Classe 303: 1º - Carlos Araújo/Ana Cunha – Clube Naval de Cascais 2º - Pedro Reis/Aliu Baio – Clube Naval de Cascais


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Escola de Vela do Clube Naval da Horta sagrou-se Campeã Regional de Infantis no Encontro Regional de Escolas de Vela 2014, nas Lajes do Pico Lucas Silva, Bernardo Melo e Ricardo Henriques conquistaram o direito de representar os Açores no Campeonato Nacional de Infantis e Iniciados, em Tróia.

O Treinador Duarte Araújo, os velejadores vencedores: Lucas Silva, Bernardo Melo e Ricardo Henriques do CNH, e os dirigentes do Clube Náutico das Lajes do Pico na Entrega de Prémios Fotografia de: Clube Náutico das Lajes do Pico

Iniciados, que irá realizar-se em Tróia, no próximo mês de Setembro. Esta conquista foi alcançada no Encontro Regional de Escolas de Vela 2014, que decorreu este sábado (dia 5), nas Lajes do Pico, uma organização do Clube Náutico das Lajes do Pico. Inicialmente previstas para sábado e domingo (dias 5 e 6), as provas ficaram-se apenas pelo primeiro dia devido à falta de vento.

A falta de vento levou ao cancelamento do 2ª dia do Encontro Regional de Escolas de Vela A propósito da participação do Clube Naval da Horta, o Treinador de Vela, Duarte Araújo, sublinha que os faialenses foram “muito bem recebidos nas Lajes do Pico”. E acrescenta: “Os velejadores adoraram o Campeonato, ainda que as condições de vento tenham sido muito duras, uma vez que houve muito pouco vento ao longo de todo o fim-de-semana”.

“Sábado, os atletas saíram para a água para disputar uma regata que foi anulada por falta de vento. A Comissão de Regata esperou e insistiu, conseguindo fazer uma regata logo que o vento entrou. Quando o vento caiu novamente, os velejadores voltaram para terra, mas para regressar ao mar quando o vento voltou, aposta ganha pela Organização que conseguiu realizar mais duas regatas e evitou que os velejadores sofressem mais com o forte sol, calor e ondulação que se faziam sentir. O dia terminou pelas 19 horas, o que constituiu um teste duro de mar para quem inicia a prática na modalidade, mas ainda assim todos se portaram muito bem”, explica Duarte Araújo. Relativamente aos excelentes resultados alcançados pela Escola de Vela do CNH, o Treinador afirma que “os velejadores estão motivados com a vitória e pretendem treinar mais para o Campeonato Nacional”. Duarte Araújo faz questão de endereçar “uma palavra especial ao Zakhar Starinski e ao Arthur Moimeaux, que fizeram o seu melhor e não pararam de aprender e melhorar”. E remata: “Esperamos encontrá-los em Setembro para integrarem a equipa da Escola de Vela do Clube Naval da Horta”. Fotografias cedidas por: Duarte Araújo

Escola de Vela do Clube Naval da Horta está de parabéns! Uma das equipas do Clube Naval da Horta (CNH) composta pelos velejadores Lucas Silva, Ricardo Henriques e Bernardo Melo, conquistou o direito de representar a Região Açores no Campeonato Nacional de Infantis e

O Treinador Duarte Araújo incentiva sempre os velejadores a darem o seu melhor


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Estágio em Santander, na Espanha - Rui Silveira do CNH: “Estou satisfeito com a evolução conseguida neste Estágio” Os 18 dias de Estágio permitiram ao atleta do Clube Naval da Horta recuperar o ritmo perdido com a lesão contraída num ombro, em Junho, na sequência de uma queda de bicicleta, ocorrida durante o Campeonato Europeu de Vela, na Croácia. “Os primeiros dias de treino no Estágio foram difíceis devido à falta de ritmo, provocada pela recuperação que tenho vindo a fazer da lesão no ombro, o qual ainda me dói”, explica o velejador do Clube Naval da Horta (CNH), Rui Silveira, a propósito da forma como decorreram estes 18 dias de Estágio (de 2 a 20 do corrente), em Santander, no Norte de Espanha. Rui Silveira afirma que ainda se sente “limitado”, mas adianta que à medida que o tempo foi passando houve melhorias em termos de performance, acabando por se sentir “confortável” no barco. “Sinto-me satisfeito com a evolução registada no Estágio”, salienta. Espanhóis, portugueses, noruegueses, ingleses, suecos e holandeses, são al-

gumas das nacionalidades representadas neste Estágio, com destaque para estas últimas três, tidas como “as mais fortes” no que à Vela diz respeito. Este Estágio, onde estiveram presentes cerca de 15 barcos, é considerado “um treino mais fechado”, onde cada atleta trabalha as suas técnicas. O velejador faialense da Classe Laser encontra-se em Portugal, com o seu Treinador, Gonçalo Carvalho, onde está a fazer treino de ginásio e de bicicleta. O regresso a Espanha acontecerá no dia 3 de Agosto, onde ficará até dia 25, período em que decorrerá o 2º Estágio. Recorde-se que esta preparação tem como objectivo fazer boa figura no Campeonato do Mundo das Classes Olímpicas, que decorrerá no início de Setembro próximo, em Santander. Aí será feito o apuramento de 50% dos países que irão estar representados nos Jogos Olímpicos do Brasil, em 2016. É por isso que Rui Silveira sublinha que “é preciso trabalhar”, encarando este 2º Estágio como um período “duríssimo”.

O atleta do CNH preparase já para o 2º Estágio em Santander, que decorrerá de 3 a 25 de Agosto Fotografia de: Cristina Silveira

Miguel Guimarães e David Abecasis do CNH são os vencedores do Ranking Nacional de Snipe, pelo segundo ano consecutivo A dupla de atletas da Classe Snipe do Clube Naval da Horta (CNH), Miguel Guimarães e David Abecasis, venceu o Ranking Nacional de Snipe, o que acontece pelo segundo ano consecutivo. David Abecasis explica que isto significa que foram os vencedores do somatório de todas as provas de apuramento nacional e Campeonato Nacional. E acrescenta: “Com esta vitória, somos a primeira equipa apurada para representar o país no Campeonato da Europa” Miguel Guimarães adianta que a dupla “já está a preparar a próxima época”, tendo como “grande objectivo” a participação no Campeonato Mundial de Snipes, em Talamone, na Itália. Nesse sentido, os velejadores do Clube

Naval da Horta começaram já a reunir apoios com vista a essa participação. De realçar que os apoios que estão a ser angariados destinam-se também à concretização de um outro desi-

derato: um novo barco para velejar no próximo ano, uma vez que o actual conta já com cerca de 15 anos.


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Canoagem do CNH: “São necessárias mais provas regionais para fomentar o intercâmbio e a competição entre os atletas” Francisco Garcia, Director da Secção de Canoagem do Clube Naval da Horta e um nome bem conhecido na modalidade, se tivermos em conta que está ligado a este desporto há 30 anos, há muito que defende a necessidade de haver mais provas regionais nos Açores, com o intuito de fomentar o intercâmbio e a competição entre os canoístas das diversas ilhas. Com a inactividade da Canoagem nos clubes do Pico e de São Jorge, os atletas do Faial vêem-se reduzidos a um único momento de competição durante a época, o que desmotiva quem treina e quem é treinado. A Associação Regional de Canoagem dos Açores (ARCA) está consciente desta realidade e sabe que o actual calendário anual é contrário ao desenvolvimento da modalidade na Região, invocando razões financeiras para a não realização de mais provas, promotoras de Competição, objectivo número um de qualquer clube e atleta. Estas e outras questões são abordadas no balanço que hoje é feito à actividade da Secção de Canoagem do Clube Naval da Horta, instituição que é sempre elogiada pelo seu nível organizativo.

no Campeonato Regional de Canoagem, que decorreu nos dias 12 e 13 do corrente, na ilha Terceira. Trouxemos 3 troféus, o que é muito bom tendo em conta o número de treinos semanais. Só treinávamos aos sábados, mas no mês anterior ao Regional, intensificámos a carga de trabalho para 3 treinos por semana, embora eu saiba que outros clubes treinavam todos os dias.

Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta: Qual a classificação atribuída a esta época (2013/2014)? Francisco Garcia: Correu bem, pois conseguimos ter um número razoável de atletas federados, à volta de 12. Este ano tivemos uma boa prestação

G. I.: Esta prova realiza-se rotativamente entre Faial, Terceira e São Miguel? Francisco Garcia.: Sim, em 2013 realizou-se no Faial, este ano na Terceira e em 2015 será em São Miguel.

G. I.: É fácil manter os atletas na modalidade? Francisco Garcia: O facto de serem poucos e de competirem entre si, faz com que nem sempre seja fácil mantêlos motivados. Por isso, são as deslocações fora da ilha, como aconteceu no Regional da Terceira, que funcionam como um incentivo. Só treinar sem um objectivo definido, é complicado. G. I.: Há falta de momentos de Competição? Francisco Garcia: Debati-me sempre no sentido de promover intercâmbio entre Faial Pico e São Jorge. No entanto, nestes últimos 2 anos os clubes de São Jorge estiveram sempre inactivos, e no Pico, o Clube de São Roque manteve activa a sua Secção de Canoagem em 2013, o que permitiu que nos deslocássemos lá em provas. Mas durante a época que agora terminou, isso não aconteceu e, como tal, não tivemos nenhum clube para competir dentro do Triângulo. Ficámos reduzidos a uma prova regional.

“Há anos que venho defendendo a realização do Regional de Canoagem por 3 etapas em 3 diferentes ilhas: Faial, Terceira e São Miguel”, realça Francisco Garcia

G. I.: É manifestamente insufici-

ente em termos de Competição… Francisco Garcia: É precisamente por isso que venho defendendo desde há muitos anos – trata-se de uma luta muito antiga da minha parte – a descentralização do Campeonato Regional de Canoagem em 3 etapas, com realização noutras tantas ilhas (Faial, Terceira e São Miguel), o que seria uma forma de cativar os atletas, mas a razão invocada sucessivamente para a não concretização desse projecto tem sido a falta de verbas. G. I.: O Campeonato Regional de Canoagem realizado no ano passado no Faial foi um ponto alto? Francisco Garcia: Sim! Propusemonos organizar cá o Regional e correu muito bem. A organização foi muitíssimo gabada pela Associação Regional de Canoagem dos Açores (ARCA). Esse evento foi amplamente divulgado no jornal terceirense “Diário Insular” e a ARCA fez questão de, na sua reunião da Assembleia-Geral, frisar que o Clube Naval da Horta sempre se destacou na organização de eventos. G. I.: A Associação elogia a organização do CNH, o Dirigente máximo da Canoagem no Faial há anos que vem fazendo este tipo de pressão, mas ainda assim a ARCA nada faz no sentido de inverter a situação. Há consciência de que este cenário está a prejudicar o desenvolvimento da Canoagem


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fora da Terceira e de São Miguel? Francisco Garcia: Sim, a ARCA está plenamente consciente dessa realidade, mas o dinheiro ou a falta dele, fala mais alto. G. I.: Esta situação é frustrante? Francisco Garcia: Um bocadinho, porque um atleta a competir com o colega do mesmo clube acaba por ser desmotivante. E quando digo que é desmotivante, não falo só nos atletas mas nos treinadores, dirigentes, etc. Antes mesmo de ser Treinador e Dirigente, já no meu tempo de atleta, eu defendia a realização de mais provas a nível regional para incentivar os canoístas, porque nestas idades o que funciona como estímulo são as viagens e os troféus. Qualquer miúdo fica encantado com um troféu, mesmo que fique em 10º lugar, mas isto é algo que sempre foi assim, não é de agora. As viagens promovem o intercâmbio entre jovens e eles adoram isso! Fazem novas amizades, conhecem novos lugares e contactam com novas experiências. G. I.: O facto de na Terceira e em São Miguel a situação ser bem melhor do que no Faial faz com que a Canoagem tenha melhores resultados? Francisco Garcia: O facto de existirem vários clubes em cada uma destas 2 ilhas por si só, muda completamente o cenário da Canoagem, pois eles podem competir uns com os outros dentro da própria ilha, o que é impossível no Faial e nos arredores, como já expliquei. Em São Miguel, há clubes em Ponta Delgada, Lagoa, Vila Franca do Campo e Rabo de Peixe para não falar de outros, e na Terceira existe pelo menos o Ar Livre, o Angra Iate Clube e o da Praia da Vitória, o que permite uma dinamização da modalidade. G. I.: Falou-se há pouco de que os treinos são apenas aos sábados, mas o facto é que sem Competição, os treinos fazem pouco sentido. Francisco Garcia: Pois, tendo em conta que estamos reduzidos a um Regional, não se justifica passar a época toda a fazer 3 treinos semanais.

“Uma forma de atrair novos atletas é no decorrer das Férias Desportivas do CNH, Projecto em que os miúdos têm oportunidade de experimentar a Canoagem”, sublinha Francisco Garcia G. I.: Há condições para o Clube Naval da Horta ter mais atletas na Canoagem? Francisco Garcia: Sim, há, embora na próxima época iremos ficar novamente reduzidos a um treinador, porque o Tiago Valente vai deixar-nos, por motivos profissionais. Ele encontra-se a tirar o Curso de Treinador e agora vai estagiar. A Secção de Canoagem vai ficar apenas com o treinador Carlos Pedro. G. I.: E é suficiente? Francisco Garcia: Posso dizer sim, porque durante toda a minha vida fui sempre Treinador único e conseguimos alcançar os objectivos. O Carlos Pedro pode dividir os atletas em grupos de treino e esta situação não é, de modo algum, impeditiva para que apareçam mais interessados em praticar este desporto. Aliás, temos o exemplo da Vela Ligeira aqui no CNH, em que tendo só um treinador, os velejadores são divididos em grupos, embora a situação seja um pouco diferente, porque trata-se de um treinador a tempo inteiro. Ainda assim, no que diz respeito à Canoagem, é possível trabalharmos apenas com um treinador. G. I.: A Secção conta com diferentes escalões, mas isso também não permite a competição interna porque são poucos atletas em cada escalão. Francisco Garcia: Temos Iniciados, Menores, Infantis e Cadetes, mas realmente o número de atletas em cada

escalão é reduzido e então o que fazemos para “animar a coisa” é a realização de alguma Prova de Absolutos entre eles, o que acontece no decorrer do Festival Náutico da Semana do Mar, evento que é aberto a quem quiser e não apenas a atletas federados. Promovemos essa prova em 2013 e tivemos 13 participantes que não estavam ligados à Secção, o que foi muito bom. G. I.: Como é que se cativa novos atletas? Francisco Garcia: Uma forma de captar mais pessoas para a Canoagem é durante o Projecto das Férias Desportivas, promovido anualmente pelo Clube e que decorre durante todo o mês de Julho. Sendo a Canoagem uma das actividades deste Projecto, possibilita o contacto com a modalidade, e é muitas vezes após estes campos de férias que surgem novos praticantes. Outro desejo antigo que tenho neste sentido, passa por trazer alunos da Escola Secundária Manuel de Arriaga (ESMA) ao Clube, para assistirem a um treino de Canoagem. Na prática, a aula de Educação Física seria dada no CNH. E isso já aconteceu, mas em 2013 não consegui recuperar essa iniciativa, porque a deslocação implica fazer um seguro e tratar de uma série de procedimentos burocráticos, já que em termos legais é vista como uma actividade extra-curricular. Mas sei que esta acção dava grandes resultados e, aliás, é assim que se faz no Continente. Os clubes vão recrutar novos atletas às escolas. Ainda foi ponderada a hipótese de levarmos 2 kayak’s até à ESMA, com o intuito de os alunos experimentarem a modalidade na Piscina, mas isso implicava haver disponibilidade dos próprios professores de Educação Física, o que não foi possível nessa altura. Temos tentado de diversas formas, mas o esforço ainda não foi frutífero. Não estou muito preocupado com esta questão, pois sei por experiência própria que a mensagem do passapalavra funciona muito bem e que as conversas dos atletas no seu núcleo de amigos surtem efeitos. Aliás, no início de cada época, temos sempre interessados em experimentar a modalidade. G. I.: Há desistências? Francisco Garcia: Desistências, não


Page 12 digo, mas há questões que não controlamos, como é o caso dos atletas que saem da ilha para prosseguir os seus estudos, ou aqueles que, mesmo ficando na ilha, vão para a Escola Profissional (o que acontece cada vez mais cedo) e não conseguem conciliar os treinos com as aulas, porque os treinos no CNH acontecem aos sábados de manhã, por ser o dia de maior disponibilidade por parte dos treinadores. G. I.: Em termos de equipamento, está tudo funcional? Francisco Garcia: Sim. Em 2013 adquirimos pagaias, coletes e saiotes novos, fizemos uma estrutura nova para guardar os kayak’s, arranjámos o tecto do pré-fabricado que tinha infiltrações e este ano comprámos 2 kayak’s. Posto isto, agora pede-se que haja o retorno desse investimento e isso consegue-se com resultados. Não se pode investir só por investir. G. I.: O que não foi possível alcançar? Francisco Garcia: Com muita pena minha, não conseguimos tornar realidade o convite formulado por Frederico Benjamim, do Clube Náutico do Montijo, no Continente. Este senhor, além de ser um canoísta veterano, também está à frente deste Clube e costuma vir ao Faial todos os anos. Em 2013 o Clube Naval da Horta convidou-o a participar no Regional de Canoagem, que decorreu cá. Ele veio e convidou a Secção de Canoagem para fazer um Estágio nas instalações do seu Clube. O plano era irem 5 atletas para, de certa forma, premiá-los pelo facto de não terem saído da ilha em 2013, uma vez que a única deslocação que tivemos foi ao Pico, onde fizemos uma prova (em São Roque). Esse Estágio de uma semana no Continente deveria ter acontecido em Maio do ano passado. O nosso anfitrião cedia as instalações, algumas refeições e os transportes e o Clube Naval da Horta teria de suportar as viagens aéreas, mas não foi possível. G. I.: Os pais apoiam os filhos e mostram-se interessados na actividade da Secção? Francisco Garcia: Bastante! E a comprovar isso temos um Representante dos pais na própria Secção que está sempre inteirado de toda a activi-

Ir_ao_mar dade, tendo a missão de informar os restantes pais. Os pais são sempre bem-vindos no Clube Naval da Horta e quando quiserem acompanhar os treinos dos filhos, podem fazê-lo. Temos muito gosto em recebê-los e esclarecê-los sobre tudo o que envolva a Canoagem. E diga-se em abono da verdade, que os educadores apoiam muito as deslocações que são feitas, tendo consciência da importância desta modalidade na formação desportiva, pedagógica e cívica dos seus educandos. G. I.: Como é que a Canoagem surge na vida do Francisco? Francisco Garcia: Comecei a praticar Canoagem aos 7 anos de idade, portanto passaram-se 30 anos. O meu percurso na Canoagem é engraçado. Saí do Faial em 1996 para prosseguir estudos em São Miguel e, ao contrário da maioria dos jovens que saem da ilha e deixam de praticar, eu continuei a fazê-lo no Clube de Ponta Delgada, onde tirei o Curso de Treinador e comecei a treinar os canoístas do Clube Naval de Ponta Delgada. Nesses anos como Treinador, consegui ter atletas que foram campeões regionais e vicecampeões nacionais, como por exemplo o Jorge Castro – que ainda hoje vem ao Faial, ilha onde tem familiares – que se tornou um atleta de Alta Competição, tendo mesmo feito parte da Selecção Portuguesa. Regressei ao Faial em 2004 e comecei a treinar a Secção de Canoagem do Clube Naval da Horta, onde tive bons campeões como foi o caso do Cliff Pedro, que foi Vice-Campeão Nacional 2 anos consecutivos, tendo alcançado um 9º lugar no Campeonato Nacional de Velocidade, prova muito competitiva. Recordo também a atleta Carla Dias, que foi igualmente Vice-Campeã de Mar, e depois tive vários campeões regionais, como o Jacinto Cipriano, o Pedro Cipriano ou a Renata Rodrigues, que também foi Vice-Campeã Regional vários anos consecutivos. G. I.: Isso é a glória de qualquer Treinador? Francisco Garcia: Sem dúvida! Dá sempre um gozo ver esses atletas irem longe. É um prazer enorme vê-los vingar, mas depois por motivos de estudo ou de trabalho, acabam por se afastar da modalidade.

G. I.: Perfilam-se campeões no actual conjunto? Francisco Garcia: Há atletas que estão a andar muito bem. Temos 2 ou 3 miúdos que se forem bem trabalhados, conseguem ser campeões regionais. Naturalmente, que o espírito competitivo do atleta também ajuda. E há essa garra nalguns. Mas trata-se de um percurso muito difícil, pois isso é sinónimo de aumentar a carga de treinos e nem todos estão dispostos, porque isso acarreta sacrifícios. G. I.: E custos! Francisco Garcia: Muitos! E nos tempos actuais conseguir patrocínios não se afigura fácil. Já que abordámos este assunto, quero aproveitar a oportunidade para referir que em 2013 consegui que a Sport Zone patrocinasse a equipa de Canoagem do Clube Naval da Horta, mediante a oferta de 15 fatos de treino, a quem agradeço uma vez mais de forma pública. Quero ainda reiterar o meu agradecimento à empresa Espaço X, que ofereceu a impressão do nome da Secção no referido equipamento, o que constitui sempre um orgulho e uma responsabilidade para os canoístas que, quando se deslocam em provas, exibem as cores que representam e fazem-no de forma muito empenhada. G. I.: Custa muito formar um campeão? Francisco Garcia: Costumo dizer que formar um campeão é muito fácil, o difícil é mantê-lo. G. I.: Qual a maior compensação recebida? Francisco Garcia: A minha maior compensação é ver a alegria dos atletas quando ganham uma prova ou o seu sorriso durante um convívio, um treino ou outro momento. Gosto de vêlos alegres. G. I.: Um Treinador, um Dirigente é também…? Francisco Garcia: Um amigo! Temos de ser um bocadinho psicólogos, compreendê-los, escutá-los, aconselhálos… Fotografias de: Cristina Silveira


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Secção de Natação do Clube Naval da Horta precisa de Treinadores de nível II e de mais atletas na Competição Um quadro técnico competente e habilitado e fazer transitar nadadores para a Competição, são os factores chave para dar um novo fôlego à Secção de Natação do Clube Naval da Horta (CNH), onde estão inscritos cerca de 130 atletas em diversos escalões. Olga Marques, Dirigente responsável pela Secção de Natação do CNH, gostava de poder dizer que tudo foi perfeito nesta época que agora terminou (2013/2014), mas tem consciência de que há aspectos que necessitam de uma mudança urgente para que este Clube possa vir a ter resultados como teve, em termos de Competição, num passado bem recente. Esta Dirigente acedeu fazer o balanço deste ano de actividade, não descartando a hipótese de dar o seu contributo no próximo mandato. Mas para isso acontecer, terá de haver algumas garantias de mudança.

Olga Marques põe a hipótese de continuar a dar o seu contributo no próximo mandato Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta: Qual o balanço que faz desta época? Olga Marques: Há aspectos positivos e outros que têm de ser alvo de uma remodelação para que, tanto o Clube como os atletas fiquem a ganhar. De uma maneira geral, a formação decorreu dentro da normalidade. G. I.: Os resultados alcançados foram satisfatórios? O. M.: O normal é querermos sempre mais e melhor, mas a verdade é que, para o número de atletas que temos na Competição, acho que os resultados alcançados foram satisfatórios.

G. I.: A Competição conta com quantos nadadores? O. M.: A Secção de Natação do Clube Naval da Horta tem cerca de 130 atletas nos Escalões de Escolinhas, Cadetes, Infantis A e B, Juniores, Juvenis e Seniores. Em termos de Competição, no fim da época tivemos 8 nadadores regulares. G. I.: Por que razão o número é tão reduzido? O. M.: É aqui que reside uma das dificuldades que temos de ultrapassar. Levar os atletas a transitarem para a Competição não tem sido fácil, porque isso implica outra disponibilidade e outro investimento por parte dos pais e dos próprios nadadores. Neste caso, os treinos são diários, tendo a duração de 90 minutos cada. Depois, os treinos têm de ser mais tardios devido aos horários dos atletas e da Piscina da ESMA que, durante o dia, tem outros utilizadores. Quando se está na Competição, há deslocações aos fins-desemana e os educadores têm de vir com os educandos ao sábado, dia em que se realizam sempre as provas. Como tal, os pais queixam-se de que os filhos ficam sem tempo para as actividades escolares e para outras em que estão envolvidos. G. I.: Considera que a Natação rouba tempo aos atletas? O. M.: Na minha opinião, acho até o contrário por experiência própria, pois os meus filhos também praticaram Natação durante muitos anos e estavam simultaneamente no Conservatório e os resultados escolares foram sempre bons. É claro que não brincavam muito, mas encontravam esse tempo para descontrair antes e depois dos treinos junto dos colegas e dos treinadores e brincavam de uma forma saudável. Quando participam em muitas actividades, aprendem a fazer uma boa gestão do seu tempo. A formação das crianças e dos jovens noutras vertentes que não apenas a escola, faz parte do crescimento e é muito importante nos dias que correm.

Esta Dirigente, que também é mãe, recorda que os tempos em que os filhos tinham mais actividades foram aqueles em que os resultados escolares se revelaram melhores G. I.: Na sua opinião, o CNH poderia ter mais atletas a competir? O. M.: Naturalmente que sim, pois eles treinam sempre, mas quando chega ao dia das provas, não aparecem. E não pode haver Competição sem realização de provas. Esta época tivemos cerca de 18 atletas a treinar nas turmas de Competição e Pré- Competição. No entanto, participaram regularmente nos Campeonatos/Torneios, 3 Cadetes, 4 Infantis e 1 Júnior, num total de 8 atletas, o que é muito pouco. Também é preciso referir que alguns atletas sofreram lesões, o que contribuiu para o decréscimo verificado este ano. G. I.: No ano passado o cenário era muito diferente? O. M.: Não foi muito diferente, em 2013 tínhamos cerca de 20 atletas mas só 12 competiam regularmente. Em anos anteriores, esse número atingia os 40. G. I.: Pelo que percebo, os nadadores estão preparados para competir. Por que razão não o fazem? O. M.: Uns não aparecem pelo facto de nem sempre os pais terem disponibilidade para os virem pôr e buscar à Piscina durante o fim-de-semana e outros não se sentem à vontade, ficando nervosos nos dias das provas, mas aquilo que tenho observado é que depois de eles competirem uma vez, gostam e passam a ir sempre. G. I.: A aposta tem de ser em que


Page 14 escalão? O. M.: Para haver escalões superiores na Competição e darmos continuidade à modalidade no ano seguinte, é necessário uma formação técnica adequada, bem como motivação e gosto pela modalidade enquanto Cadetes. Isto também contribui para a evolução deles enquanto nadadores, pois se contarem com colegas a competir lado a lado, isso vai fazer com que dêem o seu máximo e melhorem os seus tempos, objectivo principal da Competição. G. I. É urgente fazer o quê? O. M.: Planear muito bem a próxima época e encontrar um bom quadro técnico. A Natação é um desporto bastante saudável e completo, mas obrigatoriamente tem de contemplar uma vertente técnica adequada e com resultados a nível competitivo. G. I.: Não há treinadores qualificados no Faial? O. M.: Existem poucos e são pessoas bastante ocupadas. G. I.: O trabalho do Treinador é muito importante não só em termos técnicos? O. M.: Importantíssimo! Há pessoas que têm muito boa formação técnica, mas não conseguem fazer passar aos atletas aquela garra, aquela força de competir e vencer. Os Treinadores têm um papel fundamental nos treinos, na aprendizagem, na evolução e, consequentemente, nos resultados. Ser Treinador é muito mais do que uma profissão, é uma vocação, uma vez que estão a lidar directamente com crianças e são o elo mais próximo entre os atletas, os pais e o Clube. Outra questão indispensável a um bom Treinador é a sua própria formação e actualização. Nesse sentido, há que estar atento aos fóruns e às acções de formação que vão acontecendo com alguma frequência. G. I.: Os atletas pagam uma inscrição mensal? O. M.: Sim, daí eu frisar que a responsabilidade é muito grande e não se pode encarar este aspecto de ânimo leve até, porque, são os atletas que suportam, em grande parte, os custos da manutenção do quadro técnico do CNH. Os nadadores e os pais merecem todo o nosso respeito e dedicação.

Ir_ao_mar G. I.: E que era…? O. M.: Mais atletas e melhores resultados na Competição.

“O papel dos Treinadores é importantíssimo a diversos níveis, não podendo ser descurado ou desculpado” G. I.: Os pais mostram-se atentos ao que se passa com os filhos? O. M.: Sim, bastante! Existem pais que acompanham os filhos nas provas realizadas fora do Faial e estão presentes nos treinos, manifestando a sua preocupação relativamente a todas estas questões. Curiosamente, o quadro de arbitragem da ANARA aqui no Faial é composto essencialmente por pais de atletas ou ex-atletas que, ao acompanharem os filhos, também criaram gosto pela modalidade. G. I.: Os atletas do CNH treinam na Piscina situada na Escola Secundária Manuel de Arriaga (ESMA) tutelada pelo Serviço de Desporto da Ilha do Faial, o que fica a alguma distância do Clube. Eles têm sempre presente a ideia de que defendem as cores do Clube Naval da Horta? O. M.: Os nadadores sabem que são atletas do CNH e para estreitar essa ligação e representação ainda recentemente o Clube organizou um lancheconvívio na sua sede. É importante que, de vez em quando, eles sejam convidados para festas ou eventos no Clube e possam ter a oportunidade de interagir com outras modalidades náuticas e com os restantes atletas do Clube, o que irá ser desenvolvido na próxima época. Os convívios também fazem parte do crescimento e da formação enquanto atletas e cidadãos. G. I.: Considera-se satisfeita com o seu trabalho? O. M.: Gostava de ter sido possível fazer mais. Sei que dei o meu melhor, mas não atingi o objectivo a que me propus.

G. I. Nesse sentido, põe a hipótese de se recandidatar? O. M.: Se a equipa toda o fizer, eu também alinho, principalmente com o objectivo de conseguir recuperar a vertente competitiva da Natação, e aqui a questão técnica terá que ser muito bem avaliada. G. I.: Isso é um compromisso? O. M.: Pode ser visto assim. Tenho a firme convicção de que a próxima época vai ser muito diferente e que o novo quadro técnico será uma realidade. Sei que esse é também um grande desiderato do actual Presidente desta casa e que os pais contam com essa remodelação, assim como esperamos poder continuar com o apoio, empenho e acompanhamento deles no que diz respeito à actividade da Natação no Clube Naval da Horta. No Faial, temos tudo para que a Natação seja muito bem sucedida, começando pelos atletas que têm grande potencial e melhoraram muito esta época, passando pelos pais que acompanham de perto a actividade dos filhos e por um Clube com tradição e know-how e acabando num grupo de voluntários que dão o melhor que têm, que é o seu tempo, os seus conhecimentos e a sua grande vontade. G. I.: Esta ligação ao CNH e à Natação, começou quando? O. M.: Há mais de 10 anos que sou Juiz de Natação da Associação de Natação da Região Açores (ANARA). Os meus 2 filhos praticaram Natação no Clube Naval da Horta durante um largo período e perante a necessidade de revitalizar os aspectos fundamentais desta modalidade na ilha do Faial, acedi dar o meu contributo atendendo aos conhecimentos que tenho sobre esta modalidade e à ligação com o Clube.

“Sei que os pais estão a contar com uma remodelação de fundo na Natação para a próxima época e o CNH conta com o apoio e o empenho deles, como sempre” Fotografias de: Cristina Silveira


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Atletas do CNH: David Abecasis e Miguel Guimarães ambicionam conquistar um bom lugar num Campeonato Europeu ou Mundial São atletas do Clube Naval da Horta (Classe Snipe) e andam na Vela há muitos anos. O primeiro nasceu em Manchester, no Reino Unido, e o segundo em Lisboa. Fazem muita ginástica para conseguir trabalhar, treinar e obter títulos, num país que não tem um desígnio para que a Vela possa evoluir. Trata-se de David Abecasis e Miguel Guimarães que fazem o balanço à época 2013/2014, partilhando ambições e projectos (onde se inclui a aquisição de um novo barco, já que o actual tem 15 anos) de um desporto que, representando melhor que qualquer outro a história e a tradição de Portugal, não tem a atenção necessária para possa haver melhores resultados, porque talento, há de sobra.

David Abecasis e Miguel Guimarães: amigos há 25 anos com uma paixão em comum: a Vela! Fotografia tirada no Rio de Janeiro e cedida por: David Abecasis Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta: Como decorreu esta época? David Abecasis: Com excepção do Campeonato Nacional, correu bastante bem. Miguel Guimarães: Na minha opinião correu bem, foi pena não termos conseguido ganhar o Campeonato Nacional.

G. I.: Quais eram as vossas expectativas? David Abecasis: Depois da vitória no Ranking Nacional do ano passado e de termos sido Vice-Campeões Nacionais, a nossa ambição para esta época era tentar ganhar novamente o Ranking Nacional e lutar pela vitória no Campeonato Nacional. Miguel Guimarães: Lutar pela vitória no Campeonato Nacional. G. I.: Estão satisfeitos com o resultado final alcançado? David Abecasis: De um modo geral, sim. Fizemos bons campeonatos em Espanha e em Portugal. Apesar de terem sido um pouco abaixo das nossas expectativas, não podemos dizer que foi uma má época. Miguel Guimarães: Em geral sim, obtemos boas classificações em regatas importantes. G. I.: O que correu muito bem e menos bem? David Abecasis: Menos bem foi a nossa adaptação a navegar com ondulação, como foi o caso do Campeonato Nacional e do Campeonato Ibérico. Conseguimos melhorar um pouco entre os 2 campeonatos, mas ainda não estamos no nível que pretendemos. A parte que correu bem foram os bons campeonatos que realizámos em Espanha, com frotas maiores do que em Portugal e onde, por norma, o nível também é elevado. Também já começamos a ficar mais habituados ao barco e a dominar melhor alguns aspectos da sua navegação. Miguel Guimarães: Os campeonatos em Espanha correram bem e a navegação em águas planas está boa. O Campeonato Nacional e a dificuldade em navegar com ondas, foram as partes menos boas deste ano. G. I.: Quais os maiores títulos alcançados até agora? David Abecasis/Miguel Guimarães: Nesta Classe, apesar de recente para nós, podemos destacar em 2013: - vitória no Torneio Internacional do Carnaval de Vilamoura - 2º lugar no Campeonato Nacional - 2º lugar no Memorial Nacho Rey (Villgarcia, Espanha)

- 6º lugar no Trofeo da Armada (Santiago de la Ribera, Espanha) onde, apesar de parecer um lugar menos bom, é preciso referir que estavam presentes cerca de 70 barcos e que o nível da frota era bastante alto - vencedores do Ranking Nacional 2014: - 1º lugar no Trofeo Memorial Cholo Armada (Vigo, Espanha). Esta vitória deu-nos o título de Campeões LusoGalaicos - vencedores do Ranking Nacional

Os Campeonatos realizados em Espanha, com frotas maiores do que em Portugal e onde o nível competitivo é elevado, correram muito bem a esta dupla de atletas da Classe Snipe G. I.: Quais os vossos objectivos a médio e longo prazo? David Abecasis/Miguel Guimarães: O nosso principal objectivo para as próximas épocas passa por conquistar o título de campeões nacionais. G. I.: O que gostariam de conquistar e que consideram quase “um sonho”? David Abecasis/Miguel Guimarães: Um bom lugar num Campeonato Europeu ou Mundial (top 5). G. I.: Quem é que admiram (velejadores)? David Abecasis: São muitos! Seria uma lista enorme. Miguel Guimarães: Há muitos. Pela sua história e feitos, admiro o Paul Elvstrom e o Eric Tabarly. Das gerações mais recentes, admiro o Ben


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Ainslie e o Torben Grael. Em Portugal, acho que temos excelentes velejadores, como por exemplo, o Hugo Rocha, mas há muitos mais.

Miguel Guimarães: Sim, desde os 10 anos.

G. I.: Com que idade começaram a velejar? David Abecasis: Com 10 anos. Miguel Guimarães: Com 8 anos.

G. I.: Havia antecedentes familiares nesta modalidade? David Abecasis: Tudo começou por iniciativa de meu pai que, quando era adolescente, chegou a construir um pequeno catamarã com um amigo. Comecei por dar uns passeios num barco de um amigo do meu pai e pouco mais tarde iniciei-me nos Cursos de Vela da Associação Naval de Lisboa. Miguel Guimarães: Sim, havia antecedentes familiares, o meu pai já fazia Vela. Nasceu em Angola e o meu avô estava muito ligado ao mar, sendo o Responsável pela Escola de Vela em Luanda, de onde saíram grandes velejadores. Tinha um negócio de construção de barcos, bem como embarcações que operavam no porto e faziam a travessia para o Mussulo. Foi, portanto, com naturalidade que, anos mais tarde, me inscrevi na Vela, actividade de que gostei muito. Gostei tanto que, quando me foi dado a escolher entre ficar no futebol ou na Vela, não tive qualquer dúvida. G. I.: Ainda hoje há mais pessoas nas vossas famílias que se dediquem à Vela ou a outro desporto? David Abecasis: Tenho alguns tios e primos que praticam Vela por lazer. O meu sogro tem um barco e para além de lazer, também faz algumas regatas. Miguel Guimarães: Penso que neste momento não. G. I.: Gostavam que a vossa descendência também continuasse no mundo da Vela? David Abecasis: Claro, e espero ter condições para lhes proporcionar isso. Miguel Guimarães: Sim, gostava muito.

Nem sempre é fácil conciliar a vida profissional com a Vela, mas a grande vontade ajuda a superar as dificuldades encontradas Fotografia de: José Camelo G. I.: Se voltassem atrás, a vossa história seria igual? David Abecasis: Provavelmente, sim. Miguel Guimarães: Parece-me que seria. Vivo e trabalho perto do mar e posso velejar e participar em regatas ocasionalmente! Sinto-me privilegiado por isso. G. I.: Como surgiu a oportunidade de velejarem como dupla? Também competem de forma individual? David Abecasis: Quando atingimos a idade limite para andar de Optimist, a nossa opção foi seguir para uma Classe de 2 tripulantes. A escolha recaiu no 420 e começámos a navegar juntos em 1994/1995. Para além de competirmos juntos na Classe Snipe, participamos juntos ou separados em campeonatos de outras classes, como por exemplo SB20, Cruzeiros ou Match Race. Há cerca de 1 mês eu, o Miguel Guimarães e o Rui Silveira, também atleta do CNH, fizemos parte da tripulação (liderada pelo Miguel) que se sagrou Vice-Campeã Nacional de Cruzeiros ORC. Curiosamente, participámos no antigo barco do Dr. Luís Quintino. Miguel Guimarães: Conhecemo-nos desde muito novos. Quando saímos dos Optimist, decidimos navegar juntos em 420 e desde aí velejamos juntos. De vez em quando competimos em outras classes e barcos, o que é sempre uma boa forma de ganhar experiência que depois usamos em conjunto. G. I.: Sempre foram amigos? David Abecasis: Sim, desde que nos conhecemos na Associação Naval de Lisboa quando ambos andávamos de Optimist, que nos damos bastante bem. Já lá vão 25 anos!

G. I.: Como vêem a Vela em Portugal? David Abecasis: Infelizmente, nestes últimos anos cada vez pior. Penso que temos um enorme potencial, no entanto, do meu ponto de vista as opções tomadas não têm sido muito felizes. Miguel Guimarães: Infelizmente não existe um desígnio nacional para que a Vela evolua. Este desporto representa a história e tradição de Portugal melhor do que qualquer outro, mas não tem a atenção necessária para que possa haver melhores resultados. Mesmo assim, vamos (neste caso, os velejadores portugueses) obtendo alguns resultados bons na Vela, principalmente graças ao esforço individual de alguns atletas, mas sem uma boa estrutura por trás. G. I.: Vão continuar na Vela até quando? David Abecasis/Miguel Guimarães: Até sempre!!

David Abecasis e Miguel Guimarães são amigos na Vela e na vida Fotografia de: José Camelo

G. I.: Paralelamente à Vela, têm ocupações profissionais. Quais? Como conseguem conciliar tudo? Quando é que treinam? David Abecasis: Eu sou biólogo marinho. Por vezes não é fácil conciliar o trabalho com os campeonatos, mas com algum esforço e muita organização, torna-se possível. Por norma, treinamos ao fim-de-semana (sábado ou domingo) e em períodos de preparação para alguns campeonatos por vezes conseguimos treinar à hora de almoço. Miguel Guimarães: Eu tenho, em parceria com mais 2 sócios, uma empresa de venda de barcos à Vela, que é a Descobreventos. Apesar de a minha vida profissional ser os barcos, o trabalho deixa


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pouco tempo para os treinos, por isso temos de nos organizar e treinar quando é possível. G. I.: Não é possível dedicarem-se somente à Vela? David Abecasis: Infelizmente, neste país, isso é praticamente impossível. Miguel Guimarães: Não, não dá para sobreviver sem ir para outro país e encontrar bons projectos de Vela. G. I.: Quem é que vos patrocina? Falem do novo barco. David Abecasis: Esta parte deixo para o Miguel, mas não queria deixar de realçar o apoio que temos tido por parte do Clube Naval da Horta. Miguel Guimarães: Neste momento, o financiamento é maioritariamente pessoal. O esforço é grande, mas o gosto pela Vela faz com que se ultrapassem as dificuldades. Os investimentos são avultados. Por exemplo, a ida ao Mundial no Brasil devido ao custo da viagem e aluguer do barco, foi muito cara. O Clube Naval da Horta deu-nos algum apoio o que sempre ajudou. Neste momento queremos tentar arranjar um barco novo. Apesar dos resultados serem bons, o nosso barco tem perto de 15 anos e penso que podemos ter melhores resultados com um barco actual. Para isso, estamos sempre a tentar obter algum apoio também de um patrocinador que nos ajude. G. I.: Quais seriam as condições que consideram ideais para a prática da Vela? David Abecasis: Tendo já vivido de perto com a realidade do Clube Naval da Horta, posso dizer que as condições não andam muito longe das que aí existem. Claro que há alguns pontos que são necessários e que não se encontram facilmente nos Açores, nomeadamente a existência de uma frota com vários barcos e um nível competitivo elevado. Por outro lado, as condições de mar e de acesso a ele são bastante boas. Miguel Guimarães: Os Açores têm as condições ideais. Agora é a vontade de vencer e a força de vontade que poderão trazer melhores resultados.

Para David e Miguel a prática deste desporto representa um horizonte sem fim à vista Fotografia de: Guilherme Bom

G. I.: Sentem-se reconhecidos pelo vosso trabalho? David Abecasis: Sem dúvida, e em grande parte devido ao esforço de divulgação por parte do Clube Naval da Horta. Miguel Guimarães Sim, o Clube Naval da Horta faz um excelente trabalho na comunicação. G. I.: O que é a Vela? David Abecasis: Esta é uma pergunta muito difícil de responder. Para mim, a Vela tem várias “perspectivas”: em primeiro lugar, a vertente de competição, de lutarmos pelos nossos objectivos, de tentarmos superar-nos; dá-me um gozo enorme competir. Por outro lado, a tranquilidade que andar num barco à vela me transmite funciona como um escape e é uma maneira de ganhar forças para me focar naquilo que preciso. Para além disso, é também uma maneira de conviver com outras pessoas e de estar com alguns amigos. Miguel Guimarães: É muito difícil de explicar... é uma parte de mim... sem a qual não consigo viver. G. I.: Uma vez que não estão no Faial, sentem-se apoiados pelo Clube que representam (Clube Naval da Horta)? David Abecasis: Bastante! Miguel Guimarães Sim. G. I. Como começou a vossa relação com o Clube Naval da Horta? David Abecasis: Eu desde que aí estive, entre 2003 e 2005, e fui treinador do CNH, passei a correr pelo Clube. O Faial é uma ilha que adoro, assim como a Região Açores, e vejo esta nossa relação com o Clube Naval da Horta como uma forma de promover

não só o próprio Clube, mas também o Arquipélago açoriano. Para além disso, é um Clube que nos dá atenção e sempre que vou ao Faial, sou muito bem-vindo. Miguel Guimarães: Em pequeno fiz regatas nos Açores e vários amigos no Clube Naval da Horta. Entretanto, voltei aos Açores para fazer regatas de cruzeiro e reencontrei vários desses amigos. G. I.: Há quantos anos são atletas do Clube Naval da Horta? David Abecasis: Não sei precisar, mas penso que desde 2004. Miguel Guimarães: Não me recordo com exactidão da data. G. I.: Mantêm uma relação regular com o Faial? David Abecasis: Desde que saí do Faial, tenho regressado praticamente todos os anos, quer em férias quer em trabalho. Miguel Guimarães: Mantenho uma relação regular em termos de trabalho. Infelizmente, o lazer tem ficado em segundo plano porque, para mim, não há melhor do que os Açores para quem gosta de mar. G. I.: O Clube Naval da Horta é conhecido? Quando vão a provas fora de Portugal e se identificam como atletas do CNH, qual a reacção das pessoas? David Abecasis: Em Portugal, é um Clube que já começa a ser reconhecido sendo, sem dúvida, um dos mais conhecidos no que às ilhas diz respeito. Por norma, as pessoas acham curioso estarmos a representar um Clube dos Açores e algumas ficam expectantes por saber como são as ilhas. Depois, temos as pessoas que conhecem a “mística” do Faial e do que representa na comunidade da Vela, principalmente para a Vela Oceânica. Essas gostam de saber que, para além de ser um importante local de passagem na travessia do Atlântico, existe um Clube que é representado não só em Portugal mas também lá fora. Miguel Guimarães: Na minha opinião, é menos conhecido do que devia, mas fazemos questão de o dar a conhecer em todos os Campeonatos em que participamos.


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Esta dupla sente-se apoiada e reconhecida pela “casa” que representa: o Clube Naval da Horta Fotografia de: José Camelo

G. I.: Já representaram outros clubes? Quais? David Abecasis: Para além do Clube Naval da Horta, apenas corri pela Associação Naval de Lisboa. Miguel Guimarães: Associação Naval de Lisboa e Clube Naval de Cascais. G. I.: Quem são os vossos suportes (emocionais, familiares, etc)? Sentiram-se sempre apoiados pelas vossas famílias? David Abecasis: Sem dúvida que a família tem sido o principal pilar na minha vida como velejador e não só. Em primeiro lugar, têm sido os meus pais e nestes últimos tempos também a minha mulher. Miguel Guimarães: Os meus pais sempre me apoiaram e principalmente esforçaram-se para que eu tivesse a oportunidade de velejar. Muito lhes agradeço por isso. A minha mulher sempre me deu o apoio necessário para poder estar longe em regatas, onde às vezes as saudades existem. Sem esse apoio seria difícil estar concentrado. G. I.: Têm algum ritual antes de cada prova? David Abecasis: Não temos nenhum ritual, mas antes dos campeonatos tentamos focar-nos no que são os nossos objectivos e pensar na melhor maneira de os atingir. Miguel Guimarães: Treinar.

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Fotografia de: Neuza Aires Pereira

- Data de nascimento: 17/09/1979 - Signo: Virgem - Cor preferida: Verde - Clube preferido (de qualquer modalidade): Sporting Clube de Portugal - Passatempo (s): Correr, andar de bicicleta, nadar, mergulhar, kitesurf - Definição enquanto pessoa: Calmo, focado - Qualidade (s): Organizado - Defeitos: Demasiados para referir - O que é mais importante na vida: A família, os amigos e, claro, o desporto - Destino do euromilhões: Uma das coisas seria certamente comprar um cruzeiro e dar umas boas voltas - Sonho de criança para ser em adulto: Biólogo marinho

MIGUEL GUIMARÃES TRAÍDO:

DESCON-

Miguel Guimarães na Regata do Trofeo Armada em Santiago de la Ribera (Espanha) Fotografia cedida por: David Abecasis

G. I.: Os portugueses têm talento? David Abecasis: Para dar e vender! Miguel Guimarães: Muito, falta é a estrutura de apoio.

DAVID ABECASIS DESCONTRAÍDO:

- Data de nascimento: 06/03/1979 - Signo: Peixes - Cor preferida: Azul - Clube preferido (de qualquer modalidade): Sporting Clube de Portugal

- Passatempo (s): Desporto em geral - Definição enquanto pessoa: Persistente - Qualidade (s): Não sei bem - Defeitos: Devem ser muitos - O que é mais importante na vida: Família e amigos. Viver com calma - Destino do euromilhões: Aí, só fazia Vela!!! - Sonho de criança para ser em adulto: Astronauta!!!


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Festival Náutico - dia 2 de Agosto: Internacional Miguel Arrobas concretiza sonho antigo ao fazer a travessia a nado do Canal Pico-Faial Enfrentar as águas dos Açores era um sonho antigo para Miguel Arrobas, embaixador das águas livres desde 2003. Por isso, não pensou duas vezes quando o líder do Grupo Nadar Açores, Vítor Medina, da ilha Terceira, lhe propôs atravessar a nado o Canal Pico-Faial, o que vai acontecer este sábado, dia 2 de Agosto, sendo as caravelas a sua única preocupação. Este amante do desporto radical sublinha que sem a família (onde não há antecedentes desportivos) nunca teria conseguido alcançar nenhum destes feitos, recordando que a travessia mais dura que fez foi entre os Farilhões e Peniche. É conhecido como o “Champion du Monde” pelo facto de ter sido o nadador mais rápido na travessia do Canal da Mancha, em 2008, associando (quase sempre) os seus desafios a causas sociais. Está apresentado o exnadador olímpico Miguel Arrobas, o único ultramaratonista no mundo pai de 6 filhos (o mais velho tem 11 anos e o mais pequeno 10 meses), que descobriu ter raízes faialenses, pelo lado da avó materna. Por isso, a vinda ao Faial será também um encontro com o passado, ligado à figura do primeiro Presidente da República Portuguesa, Manuel de Arriaga. Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta: Como surgiu esta iniciativa de vir fazer a travessia do Canal Pico-Faial?

Miguel Arrobas: Era um sonho antigo. Depois de ter feito a travessia entre a Ilha da Madeira e as Ilhas Desertas em 2006, pensei que um próximo passo seria enfrentar as águas dos Açores. Este projecto concretizou-se por via de um convite que me foi endereçado pelo nadador terceirense, Vítor Medina, a quem respondi afirmativamente no minuto seguinte pois ia ao encontro do que vinha planeando. G. I.: Trata-se de uma travessia em grupo, mas realizada de forma solitária. Classifica-a como? Miguel Arrobas: Sim, vamos em grupo, mas trata-se de uma travessia solitária. Não é nenhuma competição até, porque, o grande desafio deste tipo de travessias é mesmo o chegar à outra margem. É uma travessia que pode apresentar várias dificuldades. Em termos de distância, não lhe chamaria difícil, mas se as condições atmosféricas não ajudarem, pode ser bem difícil. G. I.: Qual a distância deste percurso? Miguel Arrobas: Cerca de 7 quilómetros. No entanto, com o efeito das correntes, contamos nadar cerca de 9 quilómetros.

Miguel Arrobas há muito que acalentava o sonho de experimentar as águas dos Açores G. I.: Este percurso insere-se nalgum recorde ou é apenas mais uma travessia no seu palmarés? Miguel Arrobas: É mais uma traves-

sia que enfrento. No entanto, gostaria que ficasse registado o nome de todos os que conseguirem fazê-la a fim de figurar no histórico. Segundo me disseram, esta travessia ainda nunca foi feita neste sentido e, se assim for, o recorde será estabelecido por todos os que a enfrentam pela primeira vez.

G. I.: O que é que o preocupa nesta travessia? Miguel Arrobas: As caravelas. As águas vivas não me preocupam. Por isso, no dia da travessia (2 de Agosto) consoante as condições, poderá ser ponderada a utilização do fato como forma de protecção. Naturalmente, que quem nada com fato está mais favorecido e o objectivo de todos é realizar a travessia da forma mais natural possível. G. I.: Conta com uma equipa de apoio, patrocinadores…? Miguel Arrobas: A minha equipa de apoio tem sido, ao longo dos anos, a minha mulher, o meu irmão e o meu treinador. Claro que não posso esquecer a equipa que fica em terra e que cuida dos meus filhos (que agora são 6) enquanto eu vou nadar para os mais variados sítios. Fui tendo patrocinadores para as grandes aventuras que já fiz e que ajudam a suportar todos os encargos. Actualmente, tenho o apoio do Eggcellent (projecto na área da restauração em Lisboa) e da Zoggs (material desportivo cedido pela Rotapro). G. I.: Da sua equipa, quem é que vem ao Faial? Miguel Arrobas: Estava previsto ser a minha mulher, mas com 6 filhos há sempre imprevistos. E assim sendo, como o bebé, que tem 10 meses, está internado com uma pneumonia, vou ter de ir sozinho.


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Ir_ao_mar ficar cerca de 3 horas sem comer nem beber durante o percurso. Claro que a travessia do Canal da Mancha foi especial por ser a mais emblemática do mundo e só não a considero a mais difícil, porque estava de tal forma preparado e motivado, que consegui ultrapassar as dificuldades mais facilmente.

O “Champion du Monde” frisa bem que sem a família nada disto teria sido possível G. I.: De que tipo de apoio necessita durante a prova?

G. I.: Há quanto tempo se dedica a este desporto/competição? Pode ser encarado como um desporto ou é uma competição? Miguel Arrobas: A natação em águas abertas é um desporto (aliás, olímpico e a 5ª vertente da natação desde os Jogos de Pequim em 2008) da mais pura competição. As travessias são uma forma de, em águas abertas, desafiar a natureza e viver boas aventuras. Desde 2003 que me dedico às travessias a nado.

Miguel Arrobas é um ultramaratonista na “aventura” e na vida, se tivermos em conta as travessias exigentes já realizadas e a sua vasta descendência, composta por 6 filhos G. I.: Qual a travessia mais dura realizada até hoje? Miguel Arrobas: A mais dura que finalizei, acho que ainda continua a ser a travessia entre os Farilhões (Arquipélago das Berlengas) e Peniche, em 2008. Mas não esqueço a travessia do lago Bibane, na Tunísia, onde acabei por

G. I.: Quais as travessias mais emblemáticas ou significativas feitas até agora? Miguel Arrobas: - Travessia Madeira/Ilhas Desertas, em 2006 - Travessia Berlengas a Peniche, em 2007 - Canal da Mancha, em 2008 - Estreito de Gibraltar, em 2009 - Travessia do Golfo de Gabés, na Tunísia, em 2009 - Volta à Ilha de Manhattan, em Nova Iorque, em 2011 G. I.: É possível enumerar todas? Miguel Arrobas: Para além das acima mencionadas, refiro ainda: - Travessia entre Alhandra e o recinto da Expo 98, em 2006 - Travessia entre Lagos e Portimão, em 2006 - Travessia entre a Lagoa de Santo André e Sines, em 2007 - Travessia Farilhões a Peniche, em 2008 - Travessia do Lago Bibane, na Tunísia, em 2009 - Travessia de Peniche para as Berlengas, em 2010 - Sines a Porto Côvo, também em 2010 G. I.: Isto é uma forma de continuar a nadar, atendendo a que era nadador olímpico? O que é que o move? Miguel Arrobas: Move-me a enorme paixão que tenho pela natação e o gosto em nadar ao ar livre e em contacto directo com a natureza. Gosto de desafiar os meus limites perante as mais diversas adversidades e a possibilidade de juntar causas sociais às minhas travessias fruto da visibilidade que tenho por ser o único português, praticamente. G. I.: É muito solicitado? Qual o convite que mais o surpreendeu? Miguel Arrobas: O suficiente. Não me considero nenhuma estrela. Dois convites de que me recordo bem aconteceram em 2009 e em 2010. Em 2009 fui convidado pelo Governo da Tunísia para

atravessar o Golfo de Gabés. Esse convite surgiu por ter sido o nadador mais rápido, em 2008, na travessia do Canal da Mancha e por isso fui sempre apresentado como o “Champion du Monde”, até mesmo nas entrevistas à Comunicação Social. Em 2010, recebi um outro convite, que considero fora do comum. A Nissan (marca de automóveis) reconhecendo os meus feitos no mar, convidou-me a entrar numa das maiores provas do mundo de BTT, no Deserto. Foi a Nissan Titan Desert e tive de pedalar 500 quilómetros em 5 dias em condições de temperatura dificílimas! Mas consegui, e marca para sempre a minha história. G. I.: Profissionalmente é jurista. Consegue conciliar o emprego e a “aventura”? Miguel Arrobas: Consigo, com dificuldade, claro. É que para além de tudo isso não descuro a minha prioridade com a família e tendo 6 filhos, não é fácil mesmo! Mas consigo com muita organização, gosto e abdicando de algumas coisas. G. I.: O que é preciso para entrar neste tipo de desafio? Miguel Arrobas: Muito treino, gosto e coragem. Muitas das travessias organizadas e históricas exigem prova de determinadas características, como por exemplo o treino em águas frias (de referir que não são permitidos fatos isotérmicos na maior parte delas). G. I.: Treina muito? Onde? Miguel Arrobas: Não tanto como gostaria, claro. Agora treino, sobretudo, no mar de Cascais e no ginásio. Vou passando por algumas piscinas. G. I.: Pensa continuar até quando? Miguel Arrobas: Até poder. Há nadadores internacionais que, mesmo aos 60 ou 70 anos de idade, atravessaram o Canal da Mancha. Com a idade, perde-se resistência e rapidez, mas não o entusiasmo. G. I.: Qual a compensação que retira disto? Miguel Arrobas: Apenas ao nível do cumprimento de objectivos e de que, quando se acredita numa coisa, se acaba por conseguir realizá-la. Digo sempre que o chegar ao fim de uma travessia é um sonho concretizado e um objectivo alcançado e na maior parte das vezes a


Nº4 exigir um enorme esforço para chegar ao fim. G. I.: Não considera perigoso o que faz? Gosta mais de nadar no mar ou em rio? Porquê? Miguel Arrobas: Assim posta a pergunta acho que gosto mais de mar. Perigoso pode ser que sim, mas os riscos são controlados. O perigo vem de riscos de hipotermia (já tive uma urgência de hospital em 2011), cansaço extremo e, em alguns casos, a presença de fauna marinha mais perigosa. Também há fortes possibilidades de desidratação.

Quase sempre as causas sociais estão associadas às travessias deste exnadador olímpico G. I.: É visto como um exemplo? Por quem? Em que termos? Miguel Arrobas: Pelo universo da natação, pela família e por quem me cruzo. Faço palestras em escolas e empresas sobre a importância do trabalho em equipa (sem equipa de certeza que não consigo os meus objectivos), da perseverança e de acreditarmos nos nossos sonhos.

Page 21 World Colleges com a minha travessia do Canal da Mancha. Também colaborei com a Casa do Gaiato, em 2009, com a travessia do Estreito de Gibraltar. Mas também apoio no sentido de fazer passar mensagens, como por exemplo a da protecção dos golfinhos, em 2008, tendo mesmo sido nomeado Embaixador das Nações Unidas para o Ano Internacional do Golfinho. G. I.: Há muitos portugueses a fazerem isto ou são mais estrangeiros? Miguel Arrobas: A natação em águas abertas é dos desportos com maior crescimento a nível mundial. Em termos de ultramaratonas a nado e travessias, tirando casos muito pontuais, acabo por ser o único português com projectos de realizar as grandes travessias, constando mesmo na lista dos nadadores que estão a caminho de realizar as já míticas “Oceans Seven”. Ao nível competitivo e na distância olímpica de 10 quilómetros, isso é um feito conseguido já por inúmeros portugueses. G. I.: O que é mais importante: o físico ou o psicológico? Miguel Arrobas: Um sem o outro, nada faz. Preciso de muito treino físico, mas também de muita preparação psicológica. G. I.: O que faz habitualmente antes de uma travessia? Miguel Arrobas: Descanso e planeio como fazer a travessia e as paragens que vou realizar para abastecimentos e como vou fazê-las. G. I.: Sente-se reconhecido? Miguel Arrobas: Acho que sim….

G. I.: Como classifica o que faz? Miguel Arrobas: Algo radical e de aventura extrema muitas vezes. G. I.: Faz travessias a favor de alguma causa? Miguel Arrobas: Quase sempre aliei as minhas travessias a causas sociais. Apoiei a Associação Portuguesa do Síndrome de Asperger (Autismo) e a Associação Portuguesa dos United

Miguel Arrobas: “Preciso de muito treino físico, mas também de muita preparação psicológica”

Fotografias cedidas por: Miguel Arrobas Os 12 nadadores que vão fazer a travessia a nado do Canal PicoFaial, no dia 2 de Agosto de 2014:

Terceira: 1.Vitor Medina (líder do Grupo Nadar Açores) 2.Duarte Simões 3.Nuno Braga (sobrinho do bispo D. António de Sousa Braga) 4.Rodrigo Ferreira (filho de Duarte Simões) 5.Letícia Toste 6.João Medeiros São Miguel: 1.Ricardo Bettencourt (Professor de natação) 2.Francisco Menezes 3.Camilo Moniz (Presidente da ZON) 4.Miguel Furtado (faz 1 km em 14 minutos, em piscina) Faial: 1.Vitor André (praticante de atletismo) Continente português: 1.Miguel Arrobas (Embaixador das águas livres desde 2003)


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Largada da Atlantis Cup – Regata da Autonomia 2014

Estão inscritas 20 embarcações na mais importante Regata de Cruzeiro dos Açores, que une as ilhas de Santa Maria, São Miguel, Terceira e Faial. A largada da XXVI edição da Atlantis Cup - Regata da Autonomia ocorreu às 13 horas do dia 27, a partir de Vila do Porto, na ilha de Santa Maria. A prova, destinada a barcos de cruzeiro das Classes ORC, ANC e OPEN, une as ilhas de Santa Maria, São Miguel, Terceira e Faial, e tem como Director de Prova, Jorge Macedo, Responsável pela Secção de Vela de Cruzeiro do Clube Naval da Horta e VicePresidente desta instituição; como Presidente da Comissão de Regatas, Eduardo Sarmento, e como Presidente da Comissão de Protestos, Vítor Medeiros. Estão inscritas 20 embarcações oriundas de Hong Kong, New Bedford, Portugal Continental, Madeira e Açores. A mais importante Regata de Cruzeiro dos Açores conta este ano com uma inovação: uma simbólica Cerimónia de Entrega de Prémios em cada uma das 3 etapas da prova, contando, para isso, com as parcerias da BMW/AutoAçoreana, Quinta dos Açores e NOS Açores. Os prémios destinam-se aos primeiros

classificados de cada classe e ao primeiro barco na linha de chegada. A 1ª etapa termina em São Miguel, ilha onde a Entrega de Prémios terá lugar pelas 18 horas do dia 28 deste mês, no stand BMW/Auto-Açoreana. A 2ª etapa termina na Terceira, sendo a Quinta dos Açores uma das parcerias da festa nesta ilha, estando a Entrega de Prémios agendada para as 20 horas do dia 1 de Agosto. A Regata termina no Faial, ilha que conta com a parceria da NOS Açores, estando a simbólica cerimónia de Entrega de Prémios marcada para as 18 horas do dia 4 de Agosto. Como habitualmente, em cada uma das ilhas por onde passa a Regata, será feita uma recepção aos participantes e organizadores, oferecida pelas Câmaras Municipais. Além de tudo isto, no Faial haverá, como sempre vem acontecendo, um grande momento de convívio entre todos, com um jantar de encerramento da Atlantis Cup Regata da Autonomia, marcada para as 20 horas do dia 5 de Agosto, durante o qual serão entregues os prémios aos vencedores das diversas classes participantes nesta competição. A chegada à Horta coincide com a realização do maior

Festival Náutico do país, a cargo do Clube Naval da Horta. Esta Regata, que tem como entidade organizadora o Clube Naval da Horta e como coorganizadores o Clube Naval de Santa Maria, o Clube Naval de Ponta Delgada e o Angra Iate Clube, conta com o alto patrocínio da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), Governo Regional dos Açores e da Liberty Seguros. Recorde-se que a XXV edição da Atlantis Cup - Regata da Autonomia (realizada em 2013) reuniu 40 barcos, unindo velejadores portugueses e estrangeiros.

O Presidente da Direcção do CNH, José Decq Mota; a Presidente da ALRAA, Ana Luísa Luís; o Representante da Liberty Seguros, João Pinto e o Director de Prova da Atlantis Cup - Regata da Autonomia 2014, na apresentação da prova, em Março deste ano, no Clube Naval da Horta


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Largada da Regata Les Sables/Les Açores/Les Sables

A largada da 5ª edição da Regata internacional Les Sables/Les Açores/Les Sables aconteceu no dia 20, (mais precisamente pelas 13h02, mais 2 horas do que nos Açores) da cidade francesa de Les Sables d’Olonne com destino à cidade da Horta, na ilha do Faial. Trata-se de uma prova para navegadores solitários, que inclui um percurso de 2540 milhas náuticas no total das 2 etapas (1270 milhas em cada etapa). Faz parte do Campeonato de França da Classe Mini 6,5 metros (embarcações com 6,5 metros) e é a maior regata do circuito Mini, depois da Mini-Transat. Nesta competição estão inscritos 33 barcos, sendo 10 na categoria Protótipos e 23 na categoria

de Série. Estima-se que os skippers cheguem à cidade da Horta no fim deste mês/ princípio de Agosto. A largada da 2ª etapa – Les Açores/ Les Sables – está marcada para o dia 5 de Agosto próximo, sendo Denis Hugues o Director de Prova. Recorde-se que esta Regata se realiza de 2 em anos, acontecendo nos anos pares. Nos anos ímpares, realiza-se a Regata Les Sables/Horta/Les Sables, destinada a embarcações da Classe 40 (veleiros com 12 metros de comprimento). Os variados sistemas meteorológicos, o ritmo existente nas 2 etapas e as numerosas opções tácticas fazem desta prova, organizada

pelo Sports Nautiques Sablais, uma regata de alto nível. Aymeric Chappellier, em Protótipos, a bordo do 788 “La tortue de l'Aquarium de la Rochelle”, foi o vencedor em 2012, com o tempo de 16 dias, 10 horas, 59 minutos e 35 segundos. Nos barcos de Série, venceu o homónimo Aymeric Belloir, a bordo do 810 “Tout le monde chante contre le cancer”, com o tempo de 17 dias, 19 horas, 43 minutos e 43 segundos. Em 2012, a Regata Les Sables/Les Açores/Les Sables contou com 39 participantes e algumas desistências. No Clube Naval da Horta estão a ser ultimados os preparativos para receber as diferentes comitivas francesas, há muito habituadas a ter amigos na


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Férias Desportivas 2014 do CNH chegaram ao fim: “Valorizo muito a inter -acção, com a diversão e o cumprimento de regras” afirma Davide Castro

Terminou esta quinta-feira, 31 de Julho, o Projecto Férias Desportivas do Clube Naval da Horta 2014, que começou no dia 1 do mês suprareferido. Este Projecto destinou-se a crianças entre os 6 e os 12 anos, que realizaram actividades desportivas, lúdicas e culturais. Teve como Responsáveis Lúcio Rodrigues e Davide Castro e como Monitores Isabel Carvão, Joana Castro, Maria Castro, João Pedro Pereira e Jorge Salvador.

As actividades terminaram com um churrasco, no Parque da Falca, nos Flamengos. Trilho do Bacalhau, visita às instalações da PSP, à Central de Triagem, ao DOP, aos Bombeiros e Centro de Ciência, ao Aquário de Porto Pim e Casa dos Dabney, à Assembleia Legislativa, à Biblioteca, Observação de Cetáceos e Ocean Eye (visionamento do fundo do mar), constituíram algumas das actividades do programa ao longo do mês

PARTICIPANTES NO PROJECTO FÉRIAS DESPORTIVAS DO CNH – 2014: - Inscritos pelo CNH: 46 - Inscritos pela Junta de Freguesia da Matriz: 21 - Inscritos pela Junta de Freguesias das Angústias: 15 - Inscritos pela Junta de Freguesia da Conceição: 11 - Inscritos pela Junta de Freguesia dos Cedros: 15 Total: 108

de Julho, o qual também incluiu Jogos Tradicionais, Natação, Canoagem, Vela, Torneio de Futebol e de Basquetebol, Corta-Mato e outras. Fotografias cedidas por: Davide Castro


Volume 1, Issue 1

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Campeonato Regional de Canoagem, na Terceira: “Foi muito positiva a prestação dos atletas do Clube Naval da Horta” Mariana Rosa ficou em 1º lugar em Iniciados, Ricardo Raimundo em 1º em Menores e Clésio Pereira em 2º lugar em Infantis. Os canoístas à chegada ao Faial (os vencedores com as taças) na noite desta segunda-feira, dia 15, acompanhados pelo Treinador Tiago Valente, assim como pelo Presidente da Direcção do CNH, o Responsável pela Secção, Francisco Garcia, e alguns

pais, que os foram esperar Fotografia Garcia

cedida

por:

Francisco

Realizou-se sábado e domingo últimos (dias 12 e 13), em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, o Campeonato Regional de Canoagem, em que estiveram presentes 8 atletas da Secção de Canoagem do Clube Naval da Horta (CNH): Leandro Medeiros, Leandro Corvelo, Octávio Moreira, Ricardo Raimundo, Clésio Pereira, Mariana Rosa, Patrícia Piedade e David Graça, que se fizeram acompanhar pelo Treinador do CNH, Tiago Valente. A propósito desta participação, o Responsável pela Secção de Canoagem do

CNH, Francisco Garcia, refere que “correu bem”, salientando que “a prestação dos atletas foi muito positiva tendo em conta o número de treinos realizado”. Quanto a resultados, Mariana Rosa ficou em 1º lugar em Iniciados, Ricardo Raimundo classificou-se na 1ª posição no escalão de Menores, enquanto Clésio Pereira ficou em 2º nos Infantis. A comitiva faialense regressou a casa na noite desta segunda-feira (dia 15) estando à sua espera o Presidente da Direcção do Clube Naval da Horta, José Decq Mota, o Responsável pela Secção de Canoagem do CNH, Francisco Garcia, assim como alguns pais.

Campeonato Regional de Absolutos – Natação, na Terceira Masc., 100m Livres 10. Guilherme Oliveira Nunes Masc., 100m Costas 6. Guilherme Oliveira Nunes Masc., 100m Mariposa 11. Guilherme Oliveira Nunes Masc., 200m Estilos 5. Guilherme Oliveira Nunes

Guilherme Nunes conseguiu melhorar os seus tempos


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Rali Horta/Velas/Horta 1ª ETAPA ORC A: 1º “Fun-Tastic” – José Correia 2º “Pagode” – Bartolomeu Ribeiro “Azul” – Luís Quintino – DNC

ORC B: 1º “No Stress” – António Oliveira 2º “Tuba V” – Fernando Rosa OPEN “Soraya” – Frederico Rodrigues “Ilha da Ventura” – Carlos Garcia “Stella Maris” – Gjalt Van Der Zee “Beaven” – “Grizou” – Harry Schank – DNF 2ª ETAPA Classes ORC

ORC A: 1º “Fun-Tastic” – José Correia 2º “Pagode” – Bartolomeu Ribeiro “Azul” – Luís Quintino – DNC ORC B: 1º “No Stress” – António Oliveira 2º “Tuba V” – Fernando Rosa OPEN “Soraya” – Frederico Rodrigues “Ilha da Ventura” – Carlos Garcia “Stella Maris” – Gjalt Van Der Zee “Beaven” – DNF “Grizou” – Harry Schank – DNF Nota: DNF – não completou a prova Nota: DNC – não competiu

Regata da Liberdade do CNH Classe OPEN: “PAGODE” – Francisco Ribeiro “SORAYA” – Frederico Rodrigues Classe ORC: 1.”RIFT” – Carlos Moniz 2.”AZUL” – Luís Quintino 3.”NO STRESS” – António Oliveira 4.”TUBA V” – Fernando Rosa

2ª Prova do Campeonato Local de Pesca de Barco de Fundo do CNH 1º - “Senhora da Guia” 2º - “Rosana” 3º - “Gustavo” 4º - “100 Peixes” 5º - “Zeus”


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2ª Prova do Campeonato de Pesca Desportiva de Corrico de Barco do CNH 1º “Senhora da Guia” 2º “Rosana” 3º “Zeus” 4º ”100 Peixes” 5º “Gustavo”

3ª Prova do Campeonato Local de Pesca de Barco de Fundo do CNH 1º - “Rosana” 2º - “100 Peixes” 3º - “Gustavo” 4º - “Senhora da Guia” 5º - “Zeus”

3ª Prova do Campeonato da Ilha do Faial 2014 - Comprido VELA: 1º “Senhora das Angústias” – Angústias – Oficial: José Gonçalves 2º “Claudina” – CNH – Oficial: Susana Salema 3º “Senhora do Socorro” – Salão – Oficial: José Alberto Norte 4º “Capelinhos” – Capelo – Oficial: Vítor Mota 5º “Maria da Conceição” – CNH – Oficial: Mário Terra Carlos 6º “Senhora da Guia” – Feteira – Oficial: José Leal 7º “São José” – Capelo – Oficial: César Matos 8º “Senhora de Fátima” – Castelo Branco – Oficial: César Pereira

REMO MASCULINO: 1º “São José” – Capelo – Oficial: Paulo

Correia 2º “Capelinhos” – Capelo – Oficial: David Sousa REMO FEMININO: 1º “Senhora da Guia” – Oficial: Andrea Mota


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Botes Baleeiros - Regata da Calheta de Nesquim Vela Pontinha - Clube Naval de São Mateus Mário Silva 1.º São Miguel - Clube Náutico de Santa Cruz Rui Costa 2.º Maria Celeste - Clube Náutico das Lajes do Pico Michael Medina 3.º Norberto - Freguesia da Calheta Nelson Pereira 4.º Senhora do Socorro - Freguesia do Salão José Alberto Norte 5.º Claudina - Clube Naval da Horta Susana Salema 6.º Diana - Clube Náutico das Lajes do Pico Emídio Melo 7.º Nossa Senhora do Livramento - Clube Naval de São Roque Eduardo Dutra 8.º Ester - Clube Náutico das Lajes do Pico José Leal 9.º São João Batista - Clube Naval de São Roque Asdrubal Cabral 10.º Senhora da Guia - Freguesia da Feteira Rute Matos 11.º Boavista - Clube Náutico de Santa Cruz José Tomé 12.º São José - Freguesia do Capelo Vítor Mota 13.º São João - Clube Náutico de Santa Cruz José Eduardo 14.º Maria da Conceição - Clube Naval da Horta Luís Alves 15.º

Maria Pequena - Clube Naval de São Mateus Bento Silva 16.º

Roque DNF Norberto - Freguesia da Calheta DNF

São Pedro - Freguesia da Calheta Vítor Ferreira 17.º

São José - Clube Naval do Topo DNF

São José - Clube Naval do Topo Fernando Pereira 18.º

Remo Masculino

Maria Adelaide - Freguesia da Piedade Paulo Sérgio 19.º

São Joaquim - José Soares João Roberto 1.º

Nossa Senhora da Conceição - Clube Naval de São Roque Rui Maciel 20.º

Diana - Clube Náutico das Lajes do Pico Emídio Melo 2.º

Manuela Neves - Lira Fraternal Calhetense Óscar Pimentel 21.º

Maria Armanda - Clube Náutico das Lajes do Pico Filipe Fernandes 3.º

Nossa Senhora de Santana - Freguesia da Piedade Rui Machado 22.º

São Pedro - Freguesia da Calheta Daniel Freitas 4.º

Santo Cristo - Freguesia de São João Ilídio Rosa DNF

Boavista - Clube Náutico de Santa Cruz Luís Machado 5.º

Maria Armanda - Clube Náutico das Lajes do Pico Filipe Fernandes DNF

Norberto - Freguesia da Calheta Jorge Pontes 6.º

Maria da Boa Viagem - Clube Náutico de Santa Cruz Hildebrando Tavares DNF

Maria Pequena - Clube Naval de São Mateus Bento Silva 7.º

Remo Feminino

Santo Cristo - Freguesia de São João Ilídio Rosa 9.º

São Pedro - Freguesia da Calheta 1.º Diana - Clube Náutico das Lajes do Pico 2.º Santo Cristo - Freguesia de São João 5.º Boavista - Clube Náutico de Santa Cruz 6.º Maria Armanda - Clube Náutico das Lajes do Pico 7.º São João Batista - Clube Naval de São

Ester - Clube Náutico das Lajes do Pico José Brum 8.º

São José - Clube Naval do Topo Fernando Pereira 10.º Maria Adelaide - Freguesia da Piedade Steven Areia 11.º Maria Celeste - Clube Náutico das Lajes do Pico Francisco Ávila 12.º São João Batista - Clube Naval de São Roque Asdrubal Cabral 13.º


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Regata de Botes Baleeiros em São Roque do Pico Prova de Vela: 1º “Maria Celeste” – Clube Náutico das Lajes – Oficial: Michael Medina 2º “São Miguel” – Clube Náutico de Santa Cruz das Ribeiras – Oficial: Rui Costa 3º “Pontinha” – Clube Naval de São Mateus – Oficial: Mário Silva 4º “Senhora da Guia” – Freguesia da Feteira – Oficial: Rute Matos 5º “Maria da Conceição” – Clube Naval da Horta – Oficial: Luís Alves 6º “Ester” – Clube Náutico das Lajes – Oficial: José Leal 7º “Capelinhos” – Freguesia do Capelo – Oficial: César Pereira 8º “Boavista” – Clube Náutico de Santa Cruz das Ribeiras – Oficial: Mário Torres 9º “Diana” – Clube Náutico das Lajes – Oficial: Igor Azevedo 10º “Senhora das Angústias” – Freguesia das Angústias – Oficial: Nuno Brito 11º “Senhora de Fátima” – Freguesia de Castelo Branco – Oficial: António Luís 12º “Santo Cristo” – Freguesia de São João – Oficial: Lídio Rosa 13º “Manuela Neves” – Lira Fraternal Calhetense – Oficial: Óscar Pimentel 14º “São João Baptista” – Clube Naval de São Roque – Oficial: Asdrubal Cabral 15º “Maria da Boa Viagem” – Clube Náutico de Santa Cruz das Ribeiras – Oficial: Ildebrando 16º “Senhora do Socorro” – Freguesia do Salão – Oficial: José Alberto Norte 17º “Norberto” – Freguesia da Calheta

– Oficial: Nelson Pereira 18º “Maria Armanda” – Clube Náutico das Lajes – Oficial: Filipe Fernandes 19º “São João” – Clube Náutico de Santa Cruz das Ribeiras – Oficial: José Eduardo 20º “Nossa Senhora da Conceição” – Clube Naval de São Roque do Pico – Oficial: Rui Maciel 21º “São Pedro” – Freguesia das Calheta – Oficial: Vítor Ferreira 22º “Maria Pequena” – Clube Naval de São Mateus – Oficial: Bento Silva 23º “Nossa Senhora de Santana” – Freguesia da Piedade – Oficial: Manuel Machado 24º “São José” – Freguesia do Capelo – Oficial: Paulo Alves 25º “Claudina” – Clube Naval da Horta – Oficial: Susana Salema “Nossa Senhora do Livramento” – Clube Naval de São Roque – Oficial: Eduardo Dutra – DNF “Castelete” – Clube Naval de São Roque – Oficial: Guilherme Alvernaz – DNF Remo Feminino: 1º “Diana” – Clube Náutico das Lajes do Pico – Oficial: Sandra Azevedo 2º “Nossa Senhora da Guia” – Freguesia da Feteira – Oficial: Andrea Mota 3º “São Pedro” – Freguesia da Calheta – Oficial: Marion 4º “São João Baptista – Clube Naval São Roque do Pico – Oficial: Cláudia Ávila 5º “Norberto” – Freguesia da Calheta – Oficial: Tatiana Ferreira 6º “Santo Cristo” – Freguesia de São

João – Oficial: Guida Tomás 7º “Boavista” – Clube Náutico de Santa Cruz das Ribeiras – Oficial: Lélia Gonçalves 8º “Nossa Senhora da Conceição” – Clube Naval de São Roque do Pico – Oficial: Margarida Goulart Remo Masculino: 1º “Maria Armanda” – Clube Náutico das Lajes – Filipe Fernandes 2º “São Pedro” – Freguesia da Calheta – Oficial: Daniel Freitas 3º “Maria da Boa Viagem” – Clube Náutico de Santa Cruz das Ribeiras – Oficial: Armando Tomé 4º “Boavista” – Clube Náutico de Santa Cruz das Ribeiras – Oficial: Luís Vasco 5º “Diana” – Clube Náutico das Lajes do Pico – Oficial: Emídio Melo 6º “São José” – Freguesia do Capelo – Oficial: Paulo Correia 7º “Norberto” – Freguesia da Calheta – Oficial: Jorge Pontes 8º “São João Baptista” – Clube Náutico das Lajes – Oficial: Asdrubal Cabral 9º “Maria Adelaide” – Freguesia da Piedade – Oficial: Steve Areia 10º “Maria Celeste” – Clube Náutico das Lajes – Oficial: Francisco Ávila “Santo Cristo II” – Freguesia de São João – Oficial: Lídio - DNF “Ester” – Clube Náutico das Lajes – Oficial: José Leal - DNF NOTA: DNF – Não concluiu a prova


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Regata de Vela Ligeira de Santa Maria Madalena Escolinhas: 1º Lucas Silva – Clube Naval da Horta 2º Pedro Xavier – Clube Naval da Madalena 3º Flávio Pedro – Clube Naval da Madalena 4º Luís Figueiredo – Clube Naval da Madalena 5º Bernardo Melo – Clube Naval da Horta 6º Alexandre Moura – Clube Naval de São Roque 7º Ricardo Henriques – Clube Naval da Horta 8º Inês Antunes – Clube Naval de São Roque - DNF 8º Miguel Rosa – Clube Naval de São Roque – DNF

NOTA: DNF (não completaram a prova)

9º Cristóvão Ribeiro – Clube Naval da Horta

Optimist A: 1º Tomás Pó – Clube Naval da Horta 2º Mariana Luís – Clube Naval da Horta 3º Rita Branco – Clube Naval da Horta 4º Octávio Calouro – Clube Naval de São Roque 5º Vasco Escobar – Clube Naval da Horta 6º Tomás Oliveira – Clube Naval da Horta 7º Alexandre Madruga – Clube Naval da Madalena 8º Vasco Cabral – Clube Naval de São Roque

Laser 4.7: 1º Jorge Medeiros – Clube Naval da Horta 2º Diogo Almeida – Clube Naval da Madalena 3º Inês Duarte – Clube Naval da Horta 420: 1º Jorge Silva/Bartolomeu Ribeiro – Clube Naval da Horta 2º Tiago Serpa/Ricardo Silveira – Clube Naval da Horta


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Regata de Vela Ligeira Cais Agosto Classe Optimist 1º Tomás Pó 2º Mariana Luís 3º Tomás Oliveira. Escolinhas Optimist 1º Lucas Silva 2º Bernardo Melo Classe Laser 1º Jorge Medeiros 2º Pedro Costa. Classe 420 1º Jorge Silva/Bartolomeu Ribeiro 2º Ricardo Silveira/Tiago Serpa

Campeonato Nacional de Xadrez, em Famalicão

11º lugar - Rui Campos

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Textos: Cristina Silveira Montagem: LuĂ­s Moniz


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