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ANO XV | PIRACICABA |ABRIL | 2013 Nº 131

A alquimia da Páscoa

Internet Segura p. 3

Oficina Sementes da vida p. 8

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Projetos Vida 2013

“Logotipos”: uma releitura de grandes artistas


Editorial

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As novas tecnologias e os relacionamentos mediados

Eliane Zaidan, Jornalista e Pedagoga

Nos últimos anos, passamos a manter um novo tipo de relacionamento: o virtual. Embora nem tão velha, testemunhei um furacão tecnológico varrer as antigas formas de contato entre as pessoas e de tratamento das informações: a sensação é que a Idade da Pedra foi ontem. Lembro-me de quando surgiu a TV colorida: ficávamos fascinados em frente às vitrines das lojas de eletrodomésticos, seduzidos pelo novo objeto de desejo. Quando se exibiu “O Bem Amado”, a primeira novela brasileira em cores, esperávamos ansiosamente para a ela assistir, pois o resto da programação ainda estava em branco e preto. Telefone era outro luxo, embora sua tecnologia ainda fosse primária: tínhamos que ligar para o 101 (telefonista) e solicitar interurbanos; ainda não se inventara o sistema DDD e outros procedimentos da comunicação, que hoje tanto aceleram o ritmo da vida cotidiana. Já nos anos 1980, lançou-se o microcomputador, que revolucionaria o conceito de comunicação. Na época, o CENA (Centro de Energia Nuclear na Agricultura) foi uma das primeiras instituições, na cidade, a receber um microcomputador e, por sorte, o destinatário foi o departamento em que eu trabalhava. Foi até notícia no Jornal de Piracicaba. Os amigos e os familiares perguntavam como ele era, como ele “pensava”. Ah, sentia-me até importante, afinal, eu já me “relacionava” com a máquina. Logo em seguida, disseminou-se a internet: todo mundo queria entender o que era o www (que, embora demorasse dezenas de minutos para carregar uma página, era fantástico, tecnologia realmente de outro mundo). Celular, então, era bárbaro, poder falar na rua ou fora de casa, sem orelhões ou base ligada à tomada. Andávamos com ele pendurado na cintura, pois era chique; só não colocávamos no pescoço, por medo de o peso asfixiar-nos, afinal era realmente um tijolo, tanto no tamanho, quanto no peso. Um passado tão próximo e tão distante, em termos tecnológicos. Essas novas tecnologias da informação conectaram-nos ao mundo todo. Eram (e são) tantas informações a chegar de repente, que ficávamos (e ficamos) perdidos. O que ler? O que ouvir? O que ver? Elas alteraram muito nossas vidas. Por um lado, facilitaram bastante a comunicação e abriram a possibilidade de conhecer aspectos do planeta que jamais imaginaríamos acessar, além de lugares em que nunca estivemos e a que nunca iremos, do universo ao fundo do mar. Por outro, oferecem-nos uma gama de serviços, de lazer e de transformações muito aceleradas, que acabaram por mudar até nossa linguagem cotidiana: twiter, facebook, skype, msn, blogs, fotologs, app viraram expressões usuais. E, se não bastasse colocar o mundo dentro de nossas casas, colocou-o também em nossas bolsas, por meio dos gadgets (celulares, smartphones, tablets). Ufa, dá até estresse! Aí, não teve mais jeito. A onda tem sido tão avassaladora, que alimento dúvidas sobre se todos esses equipamentos constituem uma extensão de nosso corpo, ou se nós é que passamos a funcionar como uma extensão deles. Já percebeu que, nas capas de revistas, nos jornais, nos sites de notícias, quando as fotos não são posadas, a maioria dos fotografados aparece com um desses equipamentos na mão? Já imaginou ficar sem bateria? Sem conexão? Privar-se desses gadgets? Um horror! As novas tecnologias até determinaram novas profissões, entre elas, ironicamente, a dos terapeutas que cuidam de pessoas viciadas no uso das... novas tecnologias! Recentemente, saí para almoçar com amigos e, enquanto aguardávamos, no hall do restaurante, vagar uma mesa, observei famílias de cinco, seis, ou mais, pessoas não trocarem praticamente nenhuma palavra, pois todas, conectadas, digitavam alguma mensagem em seus eletrônicos. Quando alguém iniciava uma conversa, recebia, como resposta, “Só um minutinho, deixa eu terminar de postar/digitar/ler uma mensagem”. Isso se tem tornado comum em festas, reuniões de confraternização, encontros entre amigos e familiares. Inclusive em nossa mesa, a situação não foi muito diferente: alguns de nós ficaram no meio termo entre digitar e conversar; de repente, para surpresa minha, uma amiga me falou ''Vê aí o que te mandei''. Eu estava sentada, praticamente, na frente dela! Enfim, estamos vivendo toda essa revolução tecnológica e sabemos que os adolescentes e os jovens, como fruto da geração que cresceu conectada, não conhecem uma ordenação diferente do mundo social. Nessa direção, embora dominem o lado positivo dessas tecnologias, também estão expostos aos aspectos lesivos das relações virtuais, obscuros e que geram insegurança. Nesse contexto, é possível observar que os jovens têm experimentado mais prazeres virtuais do que reais e sensíveis. Ansiosos e apáticos, expõem-se nas redes sociais, onde substituem, em apenas um clique, sonhos, aspirações, amizades e amores, preferindo manter-se conectados a viver as relações pessoais e momentos preciosos de convívio, inclusive familiar. Em muitos casos, não medem consequências, já que no virtual, ressoa longe e, alguns até usam o ambiente virtual como escudo contra seus malfeitos. Cabe a nós, pais e educadores, embora também seduzidos por essas tecnologias, resgatar as relações de convívio, reforçando sua vertente coletivista, por meio da valorização, às novas gerações, da convivência com outras pessoas, sem a mediação das máquinas. Para tanto, faz-se necessário colocar limites, estabelecer regras e, em alguns casos, proibições e um sonoro ‘’não’’. Com certeza, estaremos contribuindo para o desenvolvimento integral desses jovens e da sociedade como um todo.

Mais aprovações nos vestibulares Eloah dos Santos de Biasi, UNESP Biomedicina

Gabriela Simões Sartori PUCCAMP Arquitetura e Urbanismo

Notícias do CLQ é uma publicação mensal do CLQ - Colégio Luiz de Queiroz • Tiragem: 5.500 exemplares.

DIREÇÃO GERAL: Shunhiti Torigoi; DIRETOR PEDAGÓGICO: Newman Ribeiro Simões; DIRETORA DA EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDUNDAMENTAL DO 1º AO 5º ANO: Satie Ishii Torigoi. COORDENADORES PEDAGÓGICOS - Nivel I: EDUCAÇÃO INFANTIL e ENSINO FUNDAMENTAL do 1º ao 5º ano: Vera Lúcia Corrêa Zinsly e Tais Oetterer de Andrade; Nivel II: ENSINO FUNDAMENTAL - 6º ao 9º ano: Maria Izabel Peixoto Olivetti; ENSINO MÈDIO: Antonio Lauriberto da Silva; Orientadora Educacional: Marina Wagner REDAÇÃO: Assessoria de Imprensa • Jornalista Responsável: Eliane Zaidan - MTB 36.302; SUPERVISÃO TÉCNICA: Aurélio Lopez Sahuquillo; FOTOS: Ricardo´s Videos (Ricardo Cersosimo), Fábio Torigoi e Eliane Zaidan DIAGRAMAÇÃO E PRODUÇÃO VISUAL: EZS Comunicação e Arte; IMPRESSÃO: Gráfica Novo Mundo Rua Hide Maluf, 240 • CEP 13420-273 - Tel/fax: (19)3429.1100 - Piracicaba - SP • www.clq.com.br

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Letícia Correr USP - Física UNICAMP -Tec. Constr. de Edifícios (5º Lugar)


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Uso Seguro da Internet Viver em um mundo desconectado passou a ser praticamente impossível, em especial para os jovens, pelos atrativos que a internet oferece, como redes sociais, músicas, vídeos, notícias, pesquisas etc. Indiscutível que os benefícios e os serviços são muitos e que, quando bem usada, a rede constitui uma boa fonte de conhecimento e de lazer. Todavia faz-se necessário olhar também o outro lado: o acesso à rede expõe os jovens usuários a situações, muitas vezes, perigosas. Por isso é importante que os pais e os jovens se mantenham informados, para proteger-se o máximo possível e usufruir do que há de melhor na internet, sem expor-se a riscos desnecessários. Infelizmente, enquanto muitos dedicam sua inteligência para o bem comum, outros a utilizam para trapacear, descobrir senhas, enganar pessoas inocentes, praticar atos que prejudicam ou lesam os demais internautas. Por mais conhecimento que se tenha, mesmo assim, o risco não é nulo; por isso adotar medidas preventivas é bom, pois minimizam muito os riscos. No CLQ, as aulas de Informática direcionam atenção muito especial para o uso saudável e seguro da internet; para garantí-lo, o Colégio possui um sistema que bloqueia sites inseguros e que restringe a navegação em sites de algumas categorias. No Ensino Fundamenta I, a professora de Informática, Ligia Stella de Carvalho, iniciou, com os alunos e seus pais, a Campanha ‘’Se Liga. Internet Segura’’, com cartilha de autoria de Ziraldo. O uso seguro da internet também constitui um tema de estudos. O Colégio mantém uma parceria com o Portal Educacional, com filmes, cartilhas e guias sobre o uso responsável da internet, temas debatidos em sala de aula, assim como os necessários limites de uso, pois os jovens devem abrir-se para a vida fora das redes, muito mais interessante e emocionante. É importante que os pais também conversem com os filhos sobre os perigos advindos do mau uso da internet; que acompanhem os sites que os pequenos e os adolescentes costumam visitar; que verifiquem se esses usuários não estão se expondo exageradamente em redes sociais e que os conscientizem sobre o uso saudável da internet, incentivando e valorizando relações e atividades fora do espaço virtual. Num trabalho conjunto com o Colégio, é necessário que os educadores familiares se envolvam, para que a internet constitua uma ferramenta de conhecimento e de diversão, e não de armadilhas. Veja abaixo algumas dicas da cartilha HQs, da Safernet, disponibilizada para os alunos pelo site Educacional do CLQ. Conexão Família — Compartilhe, em família, os inúmeros benefícios da internet. Estabeleça regras, prazos e horários para o uso do computador. Lembre-se de que seus filhos também precisam de orientação e de limites para navegar com segurança;

Hiperconectividade — O e-mail permite a trocas de textos, de imagens e de muitas informações. Aproveite, mas lembre que não podemos abrir todas as mensagens e arquivos que chegam à nossa caixa: muitas são falsas promessas, com vírus e conteúdos perigosos;

Quem procura acha! — Os sites de busca são gratuitos e facilitam as pesquisas, porém também podem levar a conteúdos impróprios ou falsos. Não confie em tudo que acessa e peça ajuda apenas a adulto de confiança, caso necessário;

Pense três vezes antes de publicar — Quando publicamos algo na rede, perdemos o controle sobre o que postamos, pois milhões de pessoas podem ver, copiar, manipular e divulgar, nem sempre como gostaríamos. Pense bem antes de publicar uma informação ou imagem: lembre que a internet é um espaço público; De ponto-a-ponto... de tudo um pouco — As chamadas redes P2P (do inglês peerto-peer, ponto-a-ponto) permitem compartilhar muitos conteúdos legais, mas cuidado: também há risco de encontrar arquivos perigosos e ilegais. Peça orientação apenas a adulto de confiança. E não caia na farsa do CTRL C – CTRL V — a internet é uma ferramenta para ajudar você a aprender. Por isso use-a da melhor maneira, estudando e evitando problemas;

E se fosse com você? — Não crie, nem repasse mensagens e fotos para humilhar seus colegas. Isso não é brincadeira e pode machucar. Respeito e educação também valem na internet;

Mentira tem perna curta, ... mas na web vai longe! — Quando publicamos informação verbal ou visual na internet, perdemos o controle sobre os rumos dela. Seja responsável, pense bem antes de publicar, para não se arrepender depois;

Microblog, Megaexposição — os microblogs (como twitter e identi.ca) permitem postar mensagens com até 140 caracteres. Exigem apenas cuidados com a informação que se posta, para não expor a intimidade e favorecer a ação de pessoas mal intencionadas. Saiba também que há, na rede, muitos perfis falsos;

Quando o barato sai caro — Cuidado ao baixar programas ou jogos e ao fazer compras pela internet. Existem falsas promoções e falsas páginas de banco que podem roubar sua senha, invadir o seu computador e conta bancária de sua família. As instituições de cartão de crédito e os bancos, geralmente, não enviam e-mails;

Jogar — Jogar on line é muito divertido, mas não se esqueça dos estudos e lembrese: jogar sem computador é até mais divertido;

Falsas promessas — Não acredite em tudo que recebe pela internet, principalmente se não conhecer quem está te enviando a mensagem. E nunca vá ao encontro de pessoas desconhecidas, nem saia escondido de seus pais;

(Des)encontros no bate-papo — Cuidado com o que escreve e posta na internet: do outro lado da tela pode estar um adulto mal intencionado; Pense bem antes de publicar! — O fenômeno chamado sexting (ato de compartilhar imagens do próprio corpo com pouca roupa) tem crescido entre adolescentes. Nunca envie fotos de sua intimidade que possam lhe trazer constrangimento ou sensações ainda piores. Uma vez enviada, perdemos completamente o controle sobre qualquer imagem; Chantagem on line — Mensagem: se alguém tentar chantageá-lo ou enviar conteúdo impróprio para a sua idade, conte para seus pais. Eles irão denunciar o criminoso e proteger você;

Vazamento de informações — Nem tudo deve ser compartilhado na internet. As consequências podem ser sérias quando divulgamos informações que não são públicas. Evite problemas para a sua vida pessoal e profissional.

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Projeto Escola Limpa Os alunos do Ensino Fundamental, do 1º ao 5º anos, estão participando de um novo projeto, o ''Escola Limpa'', proposto pelo professor de inglês João Alfredo. O principal objetivo do trabalho é conscientizar os alunos de que a conservação e a limpeza da escola constituem um dever de todos e que pequenas ações, como descartar o lixo no local correto, fazem diferença e influenciam o ambiente em que passam boa parte de seu tempo. O projeto reforça outros trabalhos, desenvolvidos no CLQ, visando ao descarte correto e à manutenção da limpeza do ambiente. Além dessas duas atitudes, o projeto propõe que se desenvolvam a organização e a conservação dos materiais coletivos, como carteiras, mesas e paredes, que também devem, com a ajuda dos alunos, ser mantidos limpos e organizados. Valendo-se da transdisciplinaridade, as professoras Renata Sartini, de Ciências, Mariana Iemma de Novaes, de Matemática, e Maria Isabel Oliveira, de Língua Portuguesa, desenvolveram um trabalho com os alunos dos 5ºs anos, visando a minimizar a sujeira deixada no pátio do Colégio, após os intervalos. Com inspiração no trabalho do artista plástico Vik Muniz, os alunos, usando a criatividade e a reutilização de materiais, fizeram ilustrações com objetos a descartar. Após fotografadas, usaram-se essas ilustrações para debates nas aulas de Ciências. Em Matemática, essa atividade envolveu noções de representação e o estudo das formas geométricas encontradas na natureza. Os alunos confeccionaram, individualmente, um croqui que representasse a ilustração feita nas aulas de Ciências, com as ferramentas do paint, no laboratório de informática. O objetivo dessa atividade foi o reconhecimento, por meio da observação, de formas geométricas. Em Língua Portuguesa, os alunos trabalharam a ‘’transformação’’ de substantivos, como exercício para simbolizar, em palavras, o substantivos usados (exemplo: óleo de cozinha) para reutilizados, biodiesel. Para sensibilizar os alunos e toda a comunidade do Colégio, foi elaborada uma exposição dos trabalhos — “Transformando lixo em arte” — que inclui fotos do lixo e o próprio lixo abandonado no pátio. Todas as turmas do Ensino Fundamental I visitaram a exposição, cujos resultados já estão aparecendo: a quantidade de lixo lançado no pátio diminuiu consideravelmente. Outras atividades estão programadas para os alunos, inclusive das demais séries.

“O painel representa uma atividade realizada pelos alunos do 5º ano, que elaboraram obras de arte com o lixo que encontraram em suas casas. Assim, foram reutilizados sacos plásticos, lascas de lápis, restos de alimentos etc. Essa atividade foi realizada para demonstrar que o lixo pode ser útil, quando nós pensamos em sua reutilização”, afirmou Karina, do 5º A.

‘’Esse painel exibe um conjunto de trabalhos, elaborados pelos alunos do 5º ano. Para realizar a atividade, foi necessário reutilizar diversos materiais, como embalagens, tampinhas, garrafas, confeitos, palitinhos etc. Esse trabalho apresenta a transformação do lixo em arte’’, disse Matheus, do 5º B.

“Para fazer a atividade, nós, alunos do 5º ano, usamos, como inspiração, os trabalhos do artista Vik Muniz. Nós utilizamos coisas que jogaríamos no lixo, como papel, tampas de garrafa e outros objetos. Para fazer a atividade, assistimos ao vídeo 'Lixo Extraordinário' que mostra os trabalhos de Muniz”, testemunhou Carolina, do 5º C.

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“Logotipos” dos Projetos: uma releitura de grandes artistas Para marcar o início dos estudos sobre os temas dos Projetos Vida 2013 de cada ano/série, são desenvolvidos, pelos próprios alunos, nas aulas de Arte, as imagens que representarão o Projeto de cada turma durante o ano. Essa imagem é a “marca”, o “logotipo” que identificará grande parte dos materiais utilizados, como capas de apostilas, camisetas e outros trabalhos. Nessa atividade multidisciplinar, as professoras de Artes, Carmen Silvia Chiquitelli Galera (6º, 7º e 8º anos do E.F. II) e Ingrid Boer Benetti (9º ano do E.F.II e 1ª e 2ª séries do E.M.), orientam os trabalhos a partir do estudo de grandes artistas e de seus estilos, na direção de uma releitura para a criação do ”logotipo”, tendo, como eixo, o tema do projeto. Reler uma obra significa interpretá-la, observar traços, formas de expressão. Isso requer um conhecimento prévio do artista, da técnica utilizada e de seus trabalhos. Ao recriar, o aluno exercita sua criatividade, podendo utilizar novas formas de expressão que remetam às principais características do estilo do artista que o inspira.

6º ano

“Águas Doce”, tema do projeto do 6º ano, teve o ”logotipo” inspirado nas obras de Tarsila do Amaral e de Romero Brito, artistas brasileiros. Tarsila é a pintora mais representativa da primeira fase do movimento modernista brasileiro. Seu quadro Abaporu, de 1928, inaugurou o movimento antropofágico nas artes plásticas. Romero Brito, artista contemporâneo, é conhecido pelo estilo alegre e colorido, por apresentar uma arte pop, despojada da estética clássica e tradicional. É muito influenciado pelo Cubismo; por isso, tem Picasso como grande mestre. Seu estilo tem características vibrantes e alegres, com cores fortes e impactantes. Os alunos do 7º ano criaram a “logomarca” “O verde e o azul do mar”, por meio da releitura de Beatriz Milhazes, contemporânea, cujas obras remetem a abstrações geométricas, ao mecanicismo, com a presença de cores fortes e movimentos que dão a sensação de vivacidade, rompendo a tradição, com novas maneiras de apresentar, ver e sentir formas, modelos e riscos.

7º ano

As personagens e as obras de Maurício de Souza, desenhista e cartunista brasileiro, um dos mais bem-sucedidos na atualidade, foram a fonte de inspiração para o Projeto «Estudos das Cavernas», do 8º ano. O 9º ano, cujo projeto tem, como cerne, a história e o estilo do Barroco mineiro, inspirouse na letra do samba ”Barroco ao Cubo”, do miniero Jardel Nascimento e nas formas “quebrada” de compor imagens, do Cubismo, tanto sintético quanto analítico, que surgiu da junção dos trabalhos desenvolvidos, separadamente, por Pablo Picasso e Georges Braque. A característica mais marcante desse estilo de época nas Artes Plásticas é a prioridade dada à forma e à composição cromática, que aponta quase para uma só cor, de tal forma que o objeto, distorcido, tende para a abstração, permanecendo no limite entre o perceptível e o abstrato. Enquanto, no Cubismo analítico, há a predominância de poucas cores e tons, no Cubismo sintético, também conhecido como de colagens, sobrepõem-se pormenores, com cores mais fortes e formas mais decorativas.

8º ano

Vik Muniz, Giuseppe Arcimboldo e Jason de Caires Taylor foram os artistas que inspiraram a identidade do projeto do 1º ano do Ensino Médio, “Biologia Marinha e Energia”. Vick Muniz é artista plástico brasileiro, que faz experimentos com novas mídias e materiais, como imagens esculpidas na terra ou feitas com enormes pilhas de lixo. Já Giuseppe Arcimboldo é pioneiro na utilização da natureza para compor fisionomias humanas e aquáticas, tais como frutas, verduras e flores, enquanto Jason Caires Taylor tem suas esculturas modificadas pela natureza, ao imergi-las nas águas do mar. “Cerrado Brasileiro”, tema do 2º ano do Ensino Médio, teve o ”logotipo” inspirado em dois grandes pintores e um grande fotógrafo. No espanhol Salvador Dali, que usava técnicas do Realismo para gerar efeitos surreais, por meio da distorção de objetos corriqueiros, produzida pela sua inserção em contextos alucinantes; no francês René Magritte, com o aproveitamento das imagens ilógicas e perturbadoras, dominantes em suas pinturas, e no fotógrafo brasileiro, reconhecido mundialmente pelo estilo único de fotografar, Sebastião Salgado, um naturalista, realista e ativista, que direciona sua câmera ao olhar sobre os trabalhadores, a pobreza, muitas situações catastróficas e tragédias. Em seus retratos, o principal foco é a pessoa humana, homens, mulheres e crianças, em sua situação ambígua de força e fragilidade. Esse trabalho, além de desenvolver, nos educandos, as habilidades artísticas, tem também o objetivo de estimular-lhes o interesse pela Arte e o conhecimento dos principais estilos de época. Os trabalhos mais criativos e próximos da releitura das obras dos artistas foram selecionados pelas professoras Carmen e Ingrid. A seleção final ocorreu por meio dos votos dos professores dos dois níveis, Fundamental e Médio. e também, dos alunos das 1ªs e 2ªs séries do Ensino Médio.

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9º ano

1ª série (EM) Até fechamento desta edição do ‘’Notícias do CLQ’’, o ‘’logotipo’’ da 2ª série do E.M. estava em votação.


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A borboleta Juju Debates sobre textos e histórias são importantes para o desenvolvimento do pensamento reflexivo e crítico, pois despertam a imaginação, a criatividade e a competência de expressão oral, permitindo que a criança indague, questione, opine e articule pensamentos. Além disso, muitas vezes, a leitura motiva situações que envolvem as crianças em outras vivências e aprendizagens. Foi o que aconteceu com os alunos do 3º ano, ao trabalhar com o texto ‘’Primavera da Lagarta’’. Envolvidos pelo conteúdo do texto, vários alunos levaram lagartas para a escola. Daniel, aluno do 3º B, trouxe um casulo dentro de um vidro de aquário, que ficou em sala de aula para a observação de todos. Em poucos dias, puderam ver a borboleta romper o casulo, o que deixou a todos encantados. Primeiro, resolveram dar um nome à borboleta, escolhido por Daniel. O garoto homenageou a colega de classe, Júlia, que fazia aniversário no dia em que a borboleta nasceu. Na dúvida se era macho ou fêmea, optaram por chamá-la de Juju. Após o “batismo”, soltaram-na no jardim, em frente à sala de aula, para que ela pudesse seguir, normalmente, o seu ciclo de vida. Alguns alunos afirmaram ter visto Juju voando no ginásio de esportes do Colégio. Em sala de aula, escreveram sobre o primeiro dia de liberdade da Juju. Veja o trecho de algumas redações: “Na quarta-feira, Juju tinha se transformado em um linda borboleta, mas ela ainda

estava molhada e enrolada. Depois, deixamos ela secar e a colocamos numa folha de bananeira (helicônia). Na quinta-feira, encontramos Juju na Educação Física. Ela voava como um pássaro e também deve ter encontrado muitas outras borboletas. Ela estava muito bonita”. Beatriz C. Fortinguerra e Helena B. Capucim.

“O primeiro dia da Juju foi na quarta-feira. Ela nasceu no aquário e foi parar na bananeira (helicônia)do lado da classe. Quando ela viu que estava na bananeira, ela olhou para baixo e sentiu que estava pronta para voar e também para ter filhos. No outro dia, a gente foi para a Educação Física e ela estava lá, voando bastante.” Lucas e Gustavo.

Os alunos escreveram Haicai, poema conciso de origem japonesa, formado de três versos. ‘’Uma borboleta em cima de uma folha esperando por uma amizade.’’ Isadora e Marina, 3º C

ENSINO FUNDAMENTAL DO 6º AO 9º ANO Futebol... Voleibol.. e outras Basquete... modalidades. Handebol... Queimobol...

INFORME-SE COM OS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA abr | 2013


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A Alquimia da Páscoa Na Páscoa, os alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental do 1º ao 5º do CLQ puderam experimentar um delicioso bolo de chocolate, trabalhando a alquimia interior e a alquimia da culinária. Os bolos foram feitos em sala de aula, sob a orientação das professoras. Cada ingrediente representou um sentimento e prestou-se especial atenção à transformação deles, provocada pela mistura e pelo fogo.

Sofia Hassuani

Inf.

Visando à alquimia interior, os alunos trabalharam, em Filosofia, a história ‘’A Páscoa de Pascoal’’, sobre um coelho que nasceu diferente dos outros, seu corpo era colorido por fitas de várias cores, cuja vaidade e cujo egoísmo o separaram dos amigos. No final, O personagem sente-se triste e isoladO. Para compensar suas atitudes anteriores, num ato de amor, Pascoal dá suas fitas para enfeitar os ovos de Páscoa das crianças. Como consequência, volta a conviver, feliz, com seu grupo. Na Educação Infantil, além da confecção do bolo, as crianças participaram de outras atividades relacionadas à Páscoa, como ouvir histórias sobre o simbolismo dos ovos e dos coelhos. Divertiram-se, também, numa caça ao tesouro e, a cada etapa cumprida, encontravam um pedaço da foto de um coelho. Ao final, montaram um quebra-cabeça que apontava o local onde estavam escondidos os chocolates. Os alunos montaram também um coelho com garrafas pet.

Inf. Sofia Hassuani

Como nos anos anteriores, as crianças doaram ovos de Páscoa, no total de 734, encaminhados para o Lar Escola e para a Escola Municipal Rita de Cássia Paulicci Costa.

Tiago Clemente

Representantes da Escola esteve no CLQ para receber os ovos e, na ocasião, as crianças do Infantil II encenaram uma história sobre a Páscoa, inspirada em texto de Ana Maria Machado, enquanto as do Infantil I, entoaram músicas relacionadas à data.

Inf.

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2 Sofia Hassuani

5º ano recebe livros do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba O Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba, representado por Orlando Guimaro Junior, Primeiro Secretario, doou 85 exemplares do livro ‘’História da Fundação de Piracicaba’’, de autoria de Mário Leme, cujo conteúdo será foco de estudo no segundo semestre. Em conversa com a professora Renata Sartini, Orlando comentou essa publicação e, além de perceber a disposição da professora em trabalhar o conteúdo com os alunos, salientou a importância deles, os alunos, conhecerem profundamente a história de Piracicaba. O livro de Mário Leme entre outros seis que retratam a História de Piracicaba foram republicados pelo Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba, com o apoio da Secretaria de Ação Cultural. O CLQ agradece a valiosa doação, que será objeto de estudo e pesquisa sobre nossa cidade com os alunos.

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Sofia Hassuani


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Oficina “Alquimia da Natureza – Sementes da Vida” Para maior compreensão da alquimia interior (arte) e do ambiente (ciência), os alunos do 5º ano participaram da Oficina ''Alquimia da Natureza – Sementes da Vida'', desenvolvida pela professora Maria Estela Monteiro, cuja atividade prática era a confeccção de ''seed balls'', ou ''bolas de sementes''. Inicialmente, os alunos conheceram o conto, de origem desconhecida, de um rei que tinha três filhos e queria descobrir qual deles estaria pronto para ser seu sucessor. Para isso, deu, a cada um deles, um saco de sementes. O rei viajou e, ao retornar, verificou qual deles tinha feito o melhor uso das sementes. Um trancou-as no cofre, um lugar seguro, para quando o rei voltasse. Outro, achando que as sementes morreriam, vendeu-as e guardou o dinheiro, para que o rei pudesse comprar novas sementes. O terceiro filho plantou-as e levou o rei ao jardim, mostrando-lhe as lindas plantas e flores que as sementes haviam produzido. O último foi escolhido como seu sucessor, pois percebeu a melhor maneira de gerar e de multiplicar os tesouros da natureza. Essa história serviu para que os alunos pudessem refletir sobre o que cada um de nós tem feito com as sementes que recebemos da vida. Inspirados no conto e no projeto deste ano, os alunos confeccionaram ''bolas de sementes'', técnica utilizada por algumas tribos nativas de índios norte-americanos, para armazenar sementes, recentemente descoberta pelo agricultor e microbiólogo japonês Masanobu Fukuoka. Feitas com a mistura de terra argilosa, adubo vegetal e sementes variadas, as bolas de sementes foram transformadas em arte. Além de espalhar algumas bolas pelos jardins do Colégio, os alunos levaram para casa e colocaram-nas em seus jardins. A bola pode ser enterrada, pois, ao desfazer-se, começa a brotar.

Newman Simões recebe Prêmio Canon de Poesia 2012 Newman Simões, além de excelente professor de Matemática, tem-se consagrado, também, como escritor e poeta. Em vias de lançar seu terceiro livro, “Silêncios”, teve uma das poesias que o compõem — ‘’Infantilidade’’ — selecionada entre as cinquenta melhores no V Prêmio Canon de Poesia, promovido pela Canon do Brasil. Esse concurso cultural tem, como objetivos, revelar novos talentos, promover a literatura e difundir a impressão digital de livros no Brasil. A premiação expressa-se pelo reconhecimento da qualidade da obra e sua participação na antologia dessa edição do prêmio. A seleção das obras foi realizada por três membros renomados, na Literatura, e pela comissão organizadora. A publicação da obra na antologia do V Prêmio Literário Canon de Poesia 2012, selo editorial Fábrica de Livros/Scortecci, reúne os cinquenta melhores trabalhos apresentados em 2012. Seu lançamento aconteceu no dia 6 de abril, no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, quando cada vencedor recebeu dez exemplares da obra. Parabenizamos o professor Newman pela conquista de mais um Prêmio, pois também já fora laureado com o prêmio Escriba, de Piracicaba. Aguardamos, para breve, o lançamento de sua nova obra “Silêncios”.

Infantilidade (para Manoel de Barros) Minhas desequilibradas palavras são o luxo do meu silêncio. (Clarice Lispector) palárvores balançam ao vento e cumprem a impermanência de não serem elas mesmas apoemando-se metaforadamente. aguando desertos passarando árvores pedrando córregos limpos arvorando ruas barulhando silêncios florando securas dessa mina de afetos doçando o sal que abrasa mares aforando de interiores escuros, solarando tristezas domingando quaresmas argilando sonhos sapando brejos pirilampando espaços desluados vidrando transparências marmorando seixos janelando paisagens pálidas granitando silêncios num pacto com a mudez carinhando carícias noitando tardes que não querem deixar o dia parindo sonhos de sonos apertados entre cansadas vias. vou arquitetando passos (sem entregar minha vida ao passante tempo) e metaforando olhares, por esta infantilente.

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