Jornal Ágora n.º 15

Page 1

Suplemento do JORNAL DE NOTÍCIAS de 5 de maio de 2012, não pode ser vendido separadamente

NÚMERO 15

sábado, 5 maio 2012

JORNAL UNIVERSITÁRIO LABORATÓRIO DO CURSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO INSTITUTO SUPERIOR DA MAIA

EMPREENDEDO

R

ISMO

Aprender ciência a brincar

Pág.

8

Startup Pirates

Inovação de 10 minutos gera projeto de uma vida

Pág.

3

Carteira digital Conceito futurista vira realidade atual

Pág.

7

Pág.

5

Requinte Português Bons momentos de Gourmet no Chiado


15

2 linha curva

Empreender é PRECISO!

5.maio.2012 | Ágora

Empreendedorismo no ISMAI

Luís Humberto Marcos

Há dias, um empresário de sucesso dizia na TV que ouve falar em crise há 40 anos. Hoje e desde há muito tempo, afirmou ele, não liga à conversa. Isso mesmo. Explora agora novos mercados, na China e nos EUA, além da Europa. A KYAIA cresce e vai crescer mais. É um bom exemplo de empreendedor. De outros exemplos é feito este jornal experimental. Os alunos de Jornalismo do ISMAI distribuíram-se por subtemas e equipas e foram à procura de novidades. Pesquisaram. Bateram a muitas portas. Interrogaram-se. Ouviram muitos empreendedores. Analisaram. O resultado aqui está, integrado numa pedagogia ativa, singular. Aprender a fazer, fazendo é, uma vez mais, um dos elos da cadeia com que se constroem os NÓS do jornalismo e da vida social. Empreender com outros empreendedores pode ser um lema. A seguir.

Ficha técnica Ágora nº 15 Jornal do Curso de Ciências da Comunicação/ /Jornalismo do ISMAI Editor Luís Humberto Marcos (coordenador do curso) Coordenadores Raquel Sousa e Sara Luísa Pereira Design Gráfico Carlos Vasconcelos e Pedro Miguel Ferreira Redação Ana Lamas, Ana Rocha, Ana Rita, Andreia Mateus, BeatrizCunha,CátiaGusmão,DavidCosta,Denise Assis, Diogo Leite, Fábio Ribeiro, Inês Barros, Inês Correia, Ivone Mariano, José Silva, Juliana Marques, Lígia Pinto, Luís Afonso, Marta Silva, Pedro Ferreira, Raquel Sousa, Rita Inácio, Sara Luísa Pereira e Tânia Faria Endereço Instituto Superior da Maia Av. Carlos Olveira Campos - Castêlo da Maia 4475-690 Avioso S. Pedro Tel. (+351) 22 982 53 19 Fax: (+351) 22 982 53 31 Email info@ismai.pt - www.ismai.pt Impressão Naveprinter ISBN: 978-989-97147-7-9 agora.empreendedorismo@gmail.com www.facebook.com/jornal.agora

Em janeiro, fevereiro e março, vários debates reuniram dezenas de empreendedores.

Inovação e Empreendedorismo no Porto Juliana Marques

Foi na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, a única do país com um mestrado em Inovação e Empreendedorismo Tecnológico, que conhecemos o professor João José Pinto Ferreira. Foi ele o principal mentor do mestrado, criado no ano de 2005. Sete anos volvidos, as expectativas são elevadas. O curso pretende, acima de tudo, promover a formação de gestores num sentido mais prático e menos teórico, com base em todo o conhecimento adquirido no contacto com empresas, ou através da criação de outras. O empreendedorismo é importante, porquê? É importante ter iniciativa, capacidade de resolver os problemas e principalmente encontrar soluções. Ter vontade de fazer e inovar. Empreendedorismo é a prática sistemática da inovação, da descoberta de coisas novas, da valorização e de conseguir vender, como nos diz Peter Durcker. Nos países menos desenvolvidos há uma taxa superior de empreendedorismo. O intra empreendedorismo é também relevante, isto é, criar novas “coisas” dentro de uma empresa, ter vontade de fazer acontecer. Qual é o perfil de um bom empreendedor? A vontade de fazer coisas e a

Como se pode ser um empreendedor no mundo atual? Continuam a aparecer padarias (risos). Há sempre oportunidade de vender, há que alterar a forma como se transmite a mensagem, e a maneira como se vende. Por exemplo, no Algarve há uma empresa que vende flor de sal, a nível internacional. Vejamos, o sal já é vendido há muitos anos, mas a ideia de vender flor de sal, surgiu agora com esta empresa, ou seja, alterou-se a forma de vender. Respondendo concretamente à questão o desafio é igual; só que hoje em dia a concorrência é cada vez maior.

João Ferreira, FEUP

capacidade de resistência. Um bom empreendedor é aquele que não se deixa acomodar, o pensamento não para, à espera de descobrir o “novo”. Recordome de ler algo sobre inteligência emocional. Relatava um estudo de um grupo de crianças, com idade compreendidas entre os cinco, seis anos e foram dados dois rebuçados a cada criança pelo professor, e no fim disse-lhes que se esperassem que ele voltasse sem comerem os dois rebuçados ele dar-lhes-ia mais dois. As crianças que conseguiram esperar tiveram mais sucesso na vida. Daí a capacidade de resistência ser um bom método para quem quer atingir objetivos a longo prazo. A experiencia é também uma característica fundamental.

Como surgiu a ideia de criar o mestrado de Inovação e Empreendedorismo Tecnológico na FEUP? É interessante criar um mestrado que corresponda às necessidades. Ou seja, algo que possa ser praticado no dia-a-dia, orientar os estudantes para um negócio e conseguir dar respostas. Que competências se adquirem no mestrado? O mais importante é aprender a lançar novos negócios, com base tecnológico. Há um treino de formação “mãos na massa”, todo o ser aprende fazendo, daí ser importante tornar o quanto possível, o mais real as situações a estudar, isto é, quanto mais real for o exercício, mais os alunos aprendem. Há mesmo alunos que abrem empresas, claro que fico muito feliz quando acontece (sorri). Como tem sido a taxa de adesão ao mestrado? No inicio de 2004 até 2006, a média era de dez a treze alunos. A partir de 2007 explodiu e chegamos ao ponto de ter setenta candidatos para vinte e cinco vagas.


1Á5gora | 5.maio.2012

Revolução digital chega à sua carteira

3

Internet: dá música e dinheiro Ricardo Carvalho

Denise Assis, Lígia Pinto e Pedro Miguel Ferreira

Já pensou como seria ter o peso e volume da sua carteira reduzido para metade? Nos dias de hoje, com a evolução tecnológica, já existem aplicações para o telemóvel que tornam isso possível. CardMobili é uma aplicação que permite guardar as informações dos seus cartões, libertando-o da obrigação de os ter sempre consigo, e que se tornou agora pioneira em Portugal no lançamento de cartões de crédito para o telemóvel. Helena Leite, CEO da CardMobili, fala-nos um pouco do trajeto da empresa até os dias de hoje e do sucesso a que o empreendedorismo pode levar. Onde e quando surgiu a ideia da CardMobili? A CardMobili é uma empresa com mais ou menos 3 anos de existência e nasceu no Porto onde está sedeada. É uma empresa 100% portuguesa desde o seu inicio e até hoje. Como se deve proceder para ter os cartões no telemóvel? Muita gente ao deparar-se com este conceito, pensa que o cartão deve ser digitalizado e posteriormente passado para o telemóvel, o que está errado. A CardMobili tenta evitar isso mesmo. Após a instalação da aplicação, os utilizadores devem registar-se no nosso site e adicionar aí os cartões na sua conta pessoal, e só depois os sincronizar com a aplicação. Em alguns dispositivos móveis os cartões podem ser adicionados diretamente. Que cartões são possíveis adicionar? A CardMobili disponibiliza mais de dois mil formatos de cartões de fidelização, de cliente ou pontos, em que a informação do número do cartão e o código de barras são suficientes para se identificar na loja. Os cartões de cliente associados a cartões de crédito não estão ainda disponíveis no serviço, mas no entanto, foi lançado no mês de Março em parceria com o Banco Espírito Santo, o primeiro cartão de crédito digital disponível no CardMobili. Em relação ao cartão de crédito, o que podemos esperar no futuro? Este cartão ainda está em fase de lançamento, pelo que ainda há muito por onde desenvolver. A integração de serviços de pagamentos no

telemóvel vai evoluir até ao ponto de substituir integralmente os cartões de débito e de crédito, tal como os conhecemos hoje. A associação do cartão de crédito à CardMobili, foi mais um passo no caminho que está a ser feito para a generalização da utilização do telemóvel como meio de pagamento seguro e extremamente cómodo.

inovadoras. Achavam graça, mas não queriam sair da sua co-

Quais os custos desta aplicação? É completamente gratuita. Só é Helena Leite, CEO da CardMobili necessário a ligação à internet para descarregar o ficheiro de instalação e sincronizar modidade. Via-se muito o pensamento de cartões. “É muito bom, mas é para os outros.”. Fomos entendidos como uma ameaça Existe apenas a nível nacional? Não. Está também por parte das empresas que vidisponível em vários países da Europa, Mé- ram a possibilidade de perder alguma visidio Oriente, E.U.A. e América Latina. bilidade das suas marcas. Sente da parte dos clientes medo no fornecimento dos dados? Para muitos, sim. Apesar da grande evolução tecnológica que temos vivido, muita gente ainda tem medos e receios neste tipo de coisas. Tudo o que é novo assusta, e dar vários dados tão pessoais numa aplicação de telemóvel, gera um pouco de confusão na cabeça das pessoas. Mas com o tempo temos notado que a aderência é cada vez maior e esse medo começa a desaparecer. No começo, houve muitas dificuldades de aceitação? Houve grandes dificuldades nesse campo. As pessoas não queriam ser

O que pode vir no futuro? O mundo digital é um mundo em constante evolução. Quem não se lembra das agendas telefónicas que se usavam para guardar os contactos das pessoas? Isso hoje caiu em desuso e está tudo nos aparelhos eletrónicos. Assim está a acontecer com os cartões e muita coisa se irá suceder. A CardMobili continuará a evoluir no sentido de proporcionar uma experiência de compra cada vez mais integrada, possibilitando que o telemóvel seja o canal directo entre o consumidor e a marca, sempre com respeito pela privacidade e segurança da informação.

João Carvalho, Palco Principal

Usar a persistência é o tónico dado pelo CEO do Palco Principal para uma maior oportunidade de sucesso no mundo empresarial. “O uso da Internet é das melhores maneiras de fazer negócio e é fulcral saber aproveitá-lo”, afirma João Caravalho. “Para ser empreendedor “o mais importante é ter a capacidade para agarrar oportunidades”. O Palco Principal é um espaço interativo que reúne ouvintes, artistas e profissionais da área da música. Está cotada como a maior rede social da área da música criada no nosso país. Com grande expansão de mercado no ano de 2006, o Portal Clix, propriedade da SONAECOM, junta-se ao palco para prestação de serviço comercial e promocional, ligação essa findada em Dezembro do ano seguinte. Durante 2007 consegue a expansão para o mercado brasileiro. No ano de 2009 é feita a fusão com o Sapo, propriedade da PT. João Carvalho é da opinião que um negócio para ter sucesso não tem que usufruir de uma loja física. “Levar o Palco Principal para uma área mais física, implica primeiro, não usufruir de um efeito escala que tem um projeto na web, que com pouca gente podemos sustentar tudo, como os servidores, toda a dinâmica.” PUBLICIDADE


15

4

5.maio.2012 | Ágora

Estilista não é Designer de Moda Ana Lamas

Maria João Lourenço tem 23 anos, apresentou, recentemente, a sua primeira colecção. Frequentou a École Européenne de Bruxelles e a escola Portuguesa de Macau. Licenciou-se em design de moda e têxtil, em Castelo Branco. Estagia no Museu do Design e da Moda-MUDE. Quando sentiu a vontade de ligar-se à moda? Desde sempre. Não me lembro do momento exacto. Mas aos 6 anos já vestia bonecas com roupas de papel feitas por mim. Pouco depois já escolhia o que vestia, acho que começou aí. Esse gosto pelo mundo resultou de algum acontecimento ou de uma vocação? De uma vocação. Sempre tive uma sensibilidade para tudo o que tem a ver com imagem. Não somente na área da moda, mas em relação a qualquer área artística ou de Design. Sei dizer o que falta, outras possíveis combinações... Com o passar do tempo esta sensibilidade foi algo que se intensificou e que continua a crescer dentro de mim. Quais as dificuldades que enfrentou no início da sua carreira? Dificuldades unicamente financeiras, principalmente a falta de patrocínios em Portugal e a fraca aposta no ensino por parte do tecido empresarial. Enquanto que em outros países as empresas se sentem honradas em ter jovens criadores, chegando mesmo a ir “caçá-

los” às faculdades, aqui metem-nos a tirar fotocópias e a fazer fichas técnicas. Não aproveitando a nossa frescura criativa com a qual certamente poderiam arrojar e lucrar.

meu estilo criativo. Com o qual consigo encontrar mais pontos comuns. O que acha da moda nacional? Penso que temos muita moda e pouco Design. Muito ornamento e pouca inteligência funcional.

Aonde foi buscar a inspiração para a sua coleção? Fui buscar inspiração ao ciclo sagrado Maia, em que o passado, o presente e o futuro se colocam na mesma dimensão, sendo constantemente revisitados e reformulados com o objectivo de aperfeiçoar a espécie humana. É uma coleção conceptual de cunho futurista. Usei tecidos tecnológicos, fiz manipulações manuais e tentei jogar com silhuetas menos óbvias. Embora conceptual, consigo adaptar em atelier qualquer peça de forma a que possa ser usada no dia-a-dia.

O que é fundamental para ter sucesso? Pesquisa permanente. É importante estar constantemente actualizado. Não só dentro desta área, mas do mundo. Saber o máximo possível à cerca de novos lançamentos e acontecimentos, percebendo o rumo da população. Ser também muito empreendedor e comunicativo. Como define um designer de moda? Um Estilista não é um Designer de Moda. Um Estilista limita-se a dar estilo, a enfeitar/adornar. Qualquer um o pode ser sem qualquer tipo de formação. Um Designer de Moda é um Criador, que visa não só o adorno, mas também a funcionalidade, tendo a obrigação de criar peças nunca antes vistas. Não nos podemos cingir ao nosso gosto porque assim estaremos a trabalhar para um grupo pequeno e restrito.

Acha que a da moda tem muita futilidade? Muita futilidade e uma grande luta de egos. Algo normal num mundo de vaidades. O designer tem o papel de criar, de estar no backstage, exibindo as suas criações, certificandose de que tudo funciona. A futilidade acontece na sala de desfiles.

Com que evento de moda sonha participar? Gostaria muito de passar um dia pela Moda Lisboa. Contentava-me com apenas uma edição.

Qual é a sua referência na moda ? O jovem designer Gareth Pugh.

Projetos para o futuro? Talvez um bom estágio no estrangeiro já no próximo ano. Sintome uma esponja, quero absorver tudo o que puder do maior número de fontes possível.

Qual o seu designer nacional favorito? O criador Filipe Oliveira Baptista. É o designer português que mais se assemelha ao

Desenhar futebol abre linhas de sucesso Beatriz Cunha e Diogo Leite

“Se não houver empreendedorismo o País para.” Quem o diz é Pedro Oliveira, de 37 anos, designer, sócio gerente da Empresa Popp Design. Aos 26 anos começou a trabalhar por conta própria e hoje é responsável pelo Design de várias equipas da 1ª divisão do futebol. Hoje, é reconhecido o seu sucesso enquanto empreendedor, e por isso partilhamos nesta entrevista alguns momentos chave, da sua carreira. Como surgiu a ideia? A ideia surgiu durante o estágio profissional numa empresa de reclamos luminosos. Nessa altura reparei que a grande maioria das empresas da região não tinha uma imagem tratada e que a necessidade de comunicar melhor com os públicos era enorme e não estava a ser trabalhada. Reuni-me com o Paulo Pinheiro, meu sócio, para analisarmos a viabilidade do negócio. Fizemos uma análise de mercado e concluímos que as empresas de

Design e comunicação na região eram mínimas. Apesar de, já na altura, a região estar assolada pela crise com a falência e deslocalização das empresas têxteis, levamos a ideia avante e cá estamos. Que fatores ponderou para iniciar a sua atividade? Honestamente não ponderei quase nada. Apenas me deparei com a necessidade das empresas, com a concorrência quase inexistente no mercado.

Pensei na minha realização pessoal e profissional. Com 26 anos, solteiro, pensei, ‘se é para arriscar, ou é agora, ou nunca’.

amanhã, hoje já me sinto realizado por ter um negócio com 10 anos de existência.

Acha importante o empreendedorismo Sentiu dificuldades para se inserir no na atualidade? Acho fundamental, se não houver empreendedorismo mercado de trabalho? o País para. Tenho pena que Sim. Dificuldades em trans“Se é para não se incentive. Quem é camitir a mensagem a emprearriscar, paz de correr riscos deveria sários que valorizavam mais ou é agora, ser premiado, assim como o seu produto do que a sua quem cria riqueza e postos de imagem. ou nunca” trabalho. Afinal quem arrisca Que ajudas recebeu? Contei com a aju- num negócio próprio nem a um subsídio da do IEFP (Instituto do Emprego e Forma- de desemprego tem direito, o que constitui ção Profissional) através do programa ILE um obstáculo ao empreendedorismo. (Iniciativa Local de Emprego). Que conselhos daria a um jovem recémSente-se um empreendedor? Sim, por- licenciado desempregado? Que nunca que arrisquei, porque acreditei. Quando pare, nunca pare de procurar, nunca pare olho para trás, sinto-me orgulhoso por ter de aprender, nunca pare de criar, nunca conseguido. Mesmo não sabendo o dia de pare de sonhar.


1Á5gora | 5.maio.2012

A ciência pode ser divertida

Como surgiu o interesse pela inovação e criatividade? Começou com a Science4you, sendo que sempre me considerei uma pessoa com um alto grau de criatividade. Quais as características essenciais para se ser um empreendedor de sucesso? Coragem, insistência, capacidade de trabalho, empenho...São as principais. É possível ser-se um bom empreendedor nesta situação de crise? Penso que independentemente da crise todos podemos ser empreendedores. Não é isso que está em causa. Penso que com a crise até devemos todos ser mais empreendedores, de forma a podermos fugir dela e tentar inovar! Acha que os jovens estão preparados para formar empresas, nesta conjuntura? Cada vez mais. Penso que temos jovens muito talentosos e com muita vontade de trabalhar. É claro que também

Juventude sénior descobre talentos Inês Correia e Cátia Gusmão

Ana Rocha e Luís Afonso

Miguel Pina Martins, nomeado empreendedor do ano 2010 é, atualmente, Presidente do Conselho de Administração da Science4you - empresa nacional que se dedica à produção, desenvolvimento e comercialização de brinquedos científicos. A empresa surgiu de um trabalho final de curso de oito alunos de finanças do ISCTE, mas apenas Miguel decidiu arriscar e ficar à frente do projecto. Com sede em Lisboa e escritórios no Porto e Madrid, a Science4you tem vindo a expandir a área de negócio a nível internacional exportando os seus produtos para Espanha, Angola e Brasil.

5

parceria com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa que dá as ideias, e o ISCTE monta o plano de negócios. A Science4you nasce então desta forma, sendo que quando acabei o curso decidi candidata-la a capital de risco. Em 30 de Janeiro de 2008 nasce a empresa. Porquê a criação de brinquedos científicos? A ideia foi dada pela FCUL uma vez que não havia nenhuma empresa em Portugal a desenvolver e a produzir brinquedos científicos. Pareceu-me uma ideia bastante interessante dar a conhecer às crianças como podem aprender a brincar e como a ciência pode ser muito divertida.

Pina Martins, nova mentalidade em desafios didáticos

existem muitos que não são bem assim. A crise acaba por ser um ótimo elemento de formação. Existem bases e apoios necessários para começarem um negócio do zero? Acho que sim, mas o importante é realmente terem vontade e acreditar. Há vários apoios como o Capital de Risco e a Garantia Mútua. Só têm é de procurar, ser proativos e não esperar que tudo venha ter com eles! Que tipo de apoios teve na criação da sua empresa? Tivemos Capital de Risco e Garantia Mútua e ainda o apoio do AUDAX, centro de empreendedorismo do ISCTE. Portugal é um bom país para se ser um empreendedor de sucesso? Eu penso que sim. Pelo menos não me posso queixar! Como surgiu a Science4you? Surge do meu projeto de final de curso. O ISCTE, onde estudei Finanças e Gestão, tem uma

Qual o impacto dos produtos no mercado? Os nossos produtos trazem uma nova mentalidade que é a entreajuda dos pais com as crianças em desafios didáticos. Em 2008, a empresa tinha apenas 6 produtos no seu catálogo. Hoje, temos mais de 60 e muitas mais novidades em carteira. Enquanto houver novas formas de despertar a curiosidade das crianças para as ciências experimentais continuaremos a lançar novos produtos. Como avalia a evolução da empresa até hoje? Tem evoluído bastante quer a nível de produtos no mercado quer a nível de faturação. Quais as principais dificuldades com que se deparou a empresa? A Science4you é uma empresa nascida em plena crise económica. Fazemos questão de nos afirmar com um produto de qualidade, fidelizando os nossos clientes. O plano de internacionalização é também uma forma de combatermos as limitações do mercado nacional, levando a Science4you para mercados mais dinâmicos. Quais as expectativas para o futuro da empresa? O nosso objectivo de sempre é a internacionalização não só do produto mas do conceito. Este objectivo toma novas formas com a abertura do escritório em Madrid, em Junho passado, e com a abertura de mais um escritório num país comunitário até ao final do ano. A nível de facturação pretendemos chegar ao final do ano com 1 milhão.

Em plena zona comercial de Matosinhos, encontram-se as instalações da Universidade Sénior Florbela Espanca. Uma equipa do “Ágora” foi até lá, a fim de conhecer um pouco mais. Em 2007, Zélia Teixeira, fundou esta Universidade Sénior. Este é um projeto familiar, em parceria com os Lions de Matosinhos. Chegados à biblioteca, apresenta-nos o vasto leque de disciplinas e explica-nos: “Os alunos pagam 40 euros mensais e têm direito a três horas semanais.” Continua: “Oferecemos, aos nossos alunos, aulas de movimentos de danças, Tai Chi, clube de leitura, astronomia ou energias renováveis e aulas de saúde e bem-estar.” Arriscamos perguntar se as pessoas saem daqui satisfeitas: “Sim, mas não vamos formar doutores! Queremos formar pessoas, que gostem da verdade, de exigência e de rigor na aprendizagem.” E com regozijo: “Os filhos dos nossos alunos, não andam com a direção ao colo porque não podem!” Porfírio Soares, de 73 anos não esconde o entosiasmo. “Abriu a Universidade Sénior, eu meti-me logo aqui: é das coisas que mais gosto de fazer!” E acrescenta: “Tenho várias atividades, sou quase o único homem que faz todas.” Não poupa elogios à Universidade Sénior: “Parece que nos conhecemos todos há muito tempo. Eu gosto disto e de estar ativo.” A pintura é uma das suas atrações: “Eu nunca pintei! Comecei a ter duas horas de pintura e passei quase o 1º ano todo só a desenhar. Porfírio nunca foi artista, mas está no bom caminho: “Eu cheguei a levantar-me de madrugada para pintar, porque me sentia inspirado.” PUBLICIDADE


15

6

5.maio.2012 | Ágora

Mudar de Estilo com a E-Bike Ivone Mariano e Rita Inácio

Uma nova bicicleta pioneira em Portugal, quer conquistar o mercado externo. A iniciativa pertence à empresa MBA | Nobrinde.com de Matosinhos que sempre apostou na inovação. A principal novidade deste equipamento é a utilização de uma bateria de lítio que pode ser recarregável mais de 1500 vezes, enquanto que a anterior era de aço e gel apenas 200. Fomos à descoberta desta novidade na sede, a MBA | Nobrinde.com, onde falamos com Nuno Oliveira, proprietário da loja.

Queríamos uma breve apresentação sobre a empresa, a sua formação, conceitos e ideias. Nós somos uma empresa de brindes há 20 anos. O ramo das da bicicletas surgiu recentemente. Fomos à China em 2011 e procurávamos novas oportunidades de negócio, novos conceitos. Pretendíamos fugir ao setor exclusivo do brinde. Daí que tenhamos procurado as bicicletas elétricas. Quais as características e vantagens da E-Bike? São todas que quisermos. As principais são ser um produto destinado a várias classes sociais e etárias, para uma criança para brincar, para um sénior que não consegue pedalar numa bicicleta comum, um artigo de luxo para usufruir ao fim-de-semana para lazer, e também para ser usado como meio de transporte. É económico, tem uma autonomia de 70km, pode-se usar sempre porque não polui o ambiente e é fácil de estacionar. Em que consiste o kit da E-Bike? O kit é uma bateria, um acelerador e um motor, basicamente, podendo ser aplicado em qualquer bicicleta comum.

Onde pode ser adquirido? Nós es- O que levou a empresa a participar tamos a começar com o projecto não na Feira de Empreendedorismo? Parestamos com grandes pressas, pre- ticipámos há mais de 3 ou 4 anos, e tetendemos não fazer grandes inves- mos uma parceria com a IP. Não é uma feira na qual obtenhatimentos. Queremos ir mos grandes resultados. com calma e percorrer o Exportação Este ano começamos a país todo, aos poucos, e lançar os cigarros eleencontrar distribuidores para o Brasil de lojas de bicicletas. trónicos e as bicicletas eletrónicas, resolvemos em perspetiva ceder parte do espaço A adesão superou as para esses projectos. expectativas? Não superou as expectativas, nem ficou muito aquém. É um projecto que está no E participou em mais alguma coisa início, não existe grande stress para desse tipo? Sim, em feiras, em Madrid que este ande depressa, e o objecti- que é a mais importante a nível europeu. Também abrimos parcerias com vo esperado está a ser cumprido. uma empresa internacional para exporEssa é uma maneiar de mostrar tar os produtos e vamos trabalhar no empreendedorismo? Não chamaria mercado nacional na Prodigital e na empreendedorismo, diria que as pes- FIL. soas hoje em dia têm que se desenrascar de qualquer maneira, arriscar Pretendem exportar a E-Bike? Vamos no que sejam bons. Nem que haja tentar no Brasil, porque estamos abrir muito ou pouco empreendedorismo, uma filial no país, para ver o resultado. é preciso arriscar para as coisas E como disse não dá para arriscar para acontecerem. já, não dá para dar pedaladas falsas.

Investir em projetos é negócio David Costa e José Silva

O empreendedorismo também desenvolve uma nova categoria de organizações: empresas que se tornam parceiros de negócios. É o caso da Invicta Angels, criada em 2007 como Associação de Business Angels. Tem 50 associados e opera em várias regiões do país. Funciona como um “clube”. O seu negócio é estimular projetos para novos negócios. André Magalhães trabalha de perto com a administração da ‘Invicta’. Participou num seminário sobre empreendedorismo realizado no ISMAI e, no final, falou-nos da matriz do seu negócio.

Quantos projetos foram apresentados no último mês e qual a taxa de sucesso? Tivemos cerca de sete projectos apresentados no mês passado. Não é possível estabelecer uma relação entre projectos apresentados e investidos num só mês porque o processo de análise/avaliação do projecto normalmente demora mais do que 30 dias. Também não é possível analisar isoladamente o número de investimentos realizados, porque a aprovação desses investimentos realiza-se em Comité de Investimentos. Existem cerca de 6 Comités de Investimentos em cada ano. Quais são os campos mais abertos para o acolhimento de empresas através da Invicta Angels? Actualmente os nossos fundos de investimento estão divididos em oito áreas gerais que abrangem uma variedade alargada de sectores de actividade. No entanto, estamos disponíveis e interessados em investir em áreas e sectores distintos das mencionadas no nosso website. Não estabelecemos preferências ou tomamos decisões com base no sector de actividade dos projectos. Valorizamos a capacidade empreendedora e a dedicação

O Invicta Angels apostou no desenvolvimento da sua estrutura, de forma a dar uma melhor resposta aos desafios, e estabeleceu um conjunto de parcerias com entidades de referência na área do empreendedorismo. Isto permitiu um maior reconhecimento do “clube” junto de novos e futuros empreendedores. Em simultâneo, a criação de fundos de coinvestimento permitiu uma disseminação e maior profissionalização da actuação dos ‘business Angels’ em Portugal, que são, cada vez mais, um parceiro estratégico e vital para muitos projectos emergentes. André Magalhães, Invicta Angels

dos empreendedores, bem como o grau de inovação e o potencial de escala dos projectos. Qual foi o crescimento percentual registado em 2011? Não é possível precisar o crescimento de projectos submetidos, mas é possível afirmar que se tem registado um acréscimo significativo no número de projectos apresentados.

Na fase de validação do projecto, quais são os requisitos mínimos estabelecidos? Na fase de validação são avaliados meramente traços e aspectos gerais do projecto, de forma a aferir se os mesmos se enquadram no âmbito de actuação do Invicta Angels. Serve como processo de triagem. Nessa fase tentamos averiguar se se trata de um projecto novo (a ser lançado no mercado ou com um máximo de três anos no mercado), consistente, inovador e com potencial de crescimento e escala.


1Á5gora | 5.maio.2012

Requinte português come-se bem

7

Raquel Sousa e Sara Luísa Pereira

Vera Mares e Daniel Filipe, licenciados em Comunicação Social, tinham uma vida estável, mas não se sentiam realizados. Em janeiro de 2010, Vera deu o primeiro passo para concretizar um sonho: montar um negócio. Meses depois, estava aberta em Lisboa a loja Gourmet, Goodies Boutique. O Ágora falou com a proprietária a propósito desta aventura.

No final de 2011 a nossa estratégia mudou. Temos um posicionamento diferenciado pela originalidade dos produtos, o que é muito difícil porque o nosso cliente é muito cosmopolita e citadino, por isso, para surpreender este tipo de pessoas é preciso trabalhar muito! Também temos muitos turistas, daí a nossa aposta nas marcas portuguesas. Como disse, apaixonou-se por esta área em Paris, mas sempre gostou, ou foi mesmo uma paixão fulminante? Tudo começou em Paris, mas eu sempre me senti muito bem a comer. Eu gosto de proporcionar este tipo de sensações aos clientes, gosto que eles, tal como diz o slogan, tenham “bons momentos” porque se constroem grandes momentos à volta de uma mesa.

Porque escolheu a área Gourmet? Como começou? Um dia, ia para o trabalho e estava dentro do carro e pensei para mim própria: “eu não vou aguentar mais um ano Em tempo de crise como é que o seu neassim, ou é agora ou nunca!”. Mal cheguei gócio se destaca relativamente aos ouao trabalho falei com tros? Pela originalidade o meu chefe e dissedos produ“Os turistas acreditam etos.qualidade lhe que ia deixar de O que nós notámos poder contar comigo. é que há muitas compras muito em Portugal, Saí no final de janeirepetidas pela mesma ro, comecei à procura pessoa, portanto, é o eles deliram com de um espaço para sinal que temos ali um perceber por onde é possível “cliente fidelizaos nossos produtos” que podia ir, que tipo do” e, por isso, é que nós de apoios é que podia apostamos muito, tamter e inaugurei no dia 23 de outubro. Logo a bém no atendimento personalizado. Serviço seguir, recrutei o namorado para o projeto. ao cliente para nós é primordial! Qual a estratégia para o vosso sucesso? Nós entramos no mercado com as melhores e mais conhecidas marcas gourmet e isso foi bom porque nos deu credibilidade e despertou o interesse dos clientes que começaram a vir à loja para tentar perceber qual o conceito.

A nível nacional, ou até, quem sabe, internacionalmente, estão a pensar expandir a marca? A nível nacional somos solicitados todas as semanas. Com a loja online nós vimos isso, nós quase só expedimos para o norte. Mas nesta altura nós temos que cimentar esta no Chiado, que

Loja no Chiado, em Lisboa, a deliciar turistas e residentes.

só tem 1 ano e 6 meses e, numa altura de crise, é ainda muito pouco para ter músculo financeiro suficiente para respirar à vontade. Nós próprios precisamos de mais experiência em loja, de trabalhar melhor os nossos fornecedores e os nossos clientes. As novas tecnologias têm sido fulcrais, tem-nos dado uma ajuda fabulosa porque divulgámos os nossos produtos. O site é muito dispendioso, mas a médio/longo prazo compensa e a versão em inglês dá-nos muita visibilidade para outros países. Já o facebook é gratuito e basta ser alimentado algumas vezes por semana que já produz efeitos. Tudo isto se complementa com a nossa loja online, que não é um investi-

mento muito caro, mas deu muito trabalho porque foi toda feita por nós. Este sucesso deve-se também ao facto de estar ligada à área de Marketing? Claro, mas costuma-se dizer que santos da casa não fazem milagres e como nós estamos tão embuídos no sistema é muito complicado gerir tudo. Ter uma loja na área da alimentação envolve muitos processos, higiene e segurança no trabalho, contabilidade, enfim, inúmeras coisas… Eu deixei a comunicação para o fim, fui um bocadinho arrogante, do género: “esta é a minha área, aqui eu estou à vontade, não me vai levar muito tempo”. Mas levou.

A cunha não é sustentável a longo prazo Ana Rita Pereira e Tânia Faria

Daniel Deusdado, jornalista, entende que se deve “empreender em todos os momentos, até nas horas vagas”. O director do Farol de Ideias disse ao Ágora que os jovens devem encarar o futuro de forma otimista e criar as suas próprias oportunidades. Para ele, a cunha é insustentável. Entrevista curta e incisiva.

Devemos arriscar ou aguardar por uma oportunidade? As oportunidades não se aguardam, ou se faz ou não se faz. Nós temos que criar as nossas próprias oportunidades. Na minha opinião, há que ter sempre uma equação pessimista sobre os negócios, para que eles não nasçam montados em sonhos que não são concretizáveis. Basicamente quando se pensa em montar um negócio há que fazer as contas, partir de uma base realista. É preciso saber crescer e limitar o risco. Temos que saber melhor quem somos de raíz, para depois pensarmos num negócio. O chamado “fator cunha” faz sentido nos dias de hoje? O fator cunha não é um fator decisivo. Isso não existe a vida inteira, a não ser na função pública, onde entraram

para lá em jovens e trabalham até à reforma. Normalmente as pessoas que vingam no mercado de trabalho dependem mais do seu talento. A cunha não é, de todo, um fator sustentável a longo prazo. Para os estudantes, os part-time são uma mais-valia? Claro que sim. Nós não somos apenas aquilo que aprendemos na universidade. Nas entrevistas de emprego valorizo bastante as pessoas que não ficaram à espera das oportunidades. Os part-time são tanto melhores quanto representarem o que as pessoas querem fazer no futuro, e não tanto para pagar umas idas ao cinema. Valorizo as pessoas que se dedicam à sua área de formação, isso significa que querem ter uma carreira. Temos que empreender em todos os momentos, até nas horas vagas.


15

8

5.maio.2012 | Ágora

Sonho sobre rodas Andreia Mateus, Inês Barros e Marta Silva

Luís Marques teve o seu pri-

meiro skate com dois anos. Desde então, não parou de praticar. Com vinte e quatro anos, venceu um concurso de ideias e montou a sua primeira empresa, a POWA, com o objectivo de construir skates por medida para competidores profissionais. A história do Luís encantou o grupo de jurados do concurso Startup Pirates, motivo pelo qual conseguiu arrecadar o prémio final. “A primeira vez que peguei num skate tinha dois anos e dificuldades em começar a andar”, conta-nos Luís Marques. “ O meu pediatra aconselhou os meus

pais a inscreverem-me num desporto e o meu pai comprou-me um skate.“, assinala. “ Delirava com ele, cheguei a dormir abraçado a ele.” A primeira vez que participou numa competição tinha oito anos. “Fui sozinho de avião até Berlim, lembro-me de não ter medo nenhum, tinha o skate comigo, olhava para ele quase como um amigo.” Luís Marques acrescenta que a partir daquela altura ” foi só ganhar prémios”. No ano de 2006 tornou-se campeão nacional de skateboarding, lugar que tem vindo a ocupar desde então. O jovem candidatou-se ao Start Up pirates com um projecto especial: fazer skates por medida. Quando começou a competir nunca foi além do terceiro lugar. Nessa altura percebeu que, com um corte diferente na parte de trás da

prancha, “poderia fazer as curvas com muito maior velocidade”. Então, conta, “lembrei-me de construir o meu próprio skate”. A decisão estava tomada: “comprei madeira, rodas, ferramentas, idealizei o skate num papel e construío”. Desde que compete com os seus skates, Luís, ganha todas as provas.

A maneira apaixonada como falava do skate encantava os ouvintes. Um dos elementos do júri indagou-o sobre a possibilidade de fabricantes lhe roubarem a ideia: “ Não tens medo?” A resposta do jovem provoca risos: “Eles não me ligam nenhum,olham para mim e acham-me um iludido.

Em Lisboa, Madrid e Brasil

Rock in Rio tem palcos portugueses Sara Luísa Pereira

Startup Pirates É um concurso para empreendedores, com a duração de sete dias. O vencedor ganha seis meses de incubação no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto sem custos. A ideia terá de ser inovadora e acrescentar valor à comunidade.

Os palcos do Rock in Rio, em Lisboa (maio e junho) são fabricados numa empresa portuguesa. A IRMARFER é também resposável pela montagem de palcos deste evento nos outros países e estará presente nos dias 30 de junho, 5, 6 e 7 de julho, em Madrid. Manuela Santos, do Departamento de Qualidade da empresa fala-nos da importância deste evento. Em quantos Rock in Rio a Irmarfer já participou? Participou em todas as edições, à excepção da primeira em Portugal e Espanha. No Brasil começamos com a nossa parceria em 2011. A IRMAFER é responsável por toda a montagem de tendas e palcos do Rock in Rio.

O Start Up Pirates é exigente para com os participantes: cada concorrente tem 10 minutos para convencer os jurados de que o seu negócio é o melhor do mundo. Chama-se a isto “pitches”, na gíria do empreendedorismo. O “pitch” de Luís baseou-se numa pequena apresentação de slides com fotografias do próprio em competição. As imagens passavam e ouviam-se “tssh” a ecoar na sala. Montanhas altíssimas, circuitos assustadores, curvas vertiginosas…e Luís ia arrancando à plateia gargalhadas aquando da sua descrição: “estão a ver? Nesta imagem um rapaz ia à minha frente, mas eu, por acaso, ultrapassei-o logo a seguir” conta em tom de graça.

E eu rio-me deles porque um dia eles ainda se vão lembrar de mim.” Instalado no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto desde Fevereiro, Luis prepara o seu plano de negócios. Nada que se compare com andar de skate.” São números, contas, coisas burocráticas e teóricas - uma chatice.” Segundo os investidores da POWA, este plano é essencial para ajudar o jovem a definir a sua posição no mercado. Luís Marques espera começar a comercializar os seus skates em Agosto deste ano. “Os meus investidores dizem que é uma visão demasiado optimista, mas se eu não me agarrar a ela acabo por perder o entusiasmo.”

Quanto tempo demora a montar um palco para o Rock in Rio e quantas pessoas estão envolvidas na sua montagem? A montagem do Rock in Rio Lisboa’ 2012 iniciou-se em meados de Março e irá prolongar-se até próximo da data do evento. O número de técnicos de montagem é variável, sendo a montagem/desmontagem efectuada com colaboradores internos (a Irmarfer possui 106 colaboradores) e em média estão 2 equipas afectas à montagem das estruturas (10 a 12 técnicos de montagem). Qual o impacto comercial que um evento como o Rock in Rio tem para a empresa? É muito forte e tem um peso significativo no volume de negócios. Tudo isto deve-se ao facto de a IRMARFER ser a única empresa com fabrico próprio de palcos, fornecendo, assim, algumas empresas desta área. PUBLICIDADE


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.