Amaro sem amparo

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bahia

Dona Canô chamou...

“Não faz parte da gramática”

...E ninguém veio. O funcionamento integral do Hospital Nossa Senhora da Natividade foi uma promessa do expresidente Lula em uma visita a Santo Amaro. Apesar disso, o que veio a seguir foi a continuidade da degradação.

O vice-presidente da Tim, Mário Girasole, negou que a empressa derrubasse de propósito as ligações de clientes do plano Infinity. “Isso não faz parte da grámatica da empresa”, disse. A acusação foi feita pela Anatel.

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Amaro sem amparo Há um ano e meio sob a tutela da Fundação José Silveira, único hospital público de Santo Amaro agoniza Fotos Manuela Cavadas Texto Clarissa Pacheco

clarissa.pacheco@jornaldametropole.com.br

O HOSPITAL Nossa Senhora da Natividade é o único hospital público de Santo Amaro. Mas há pelo menos dois anos não atende o povo como deveria: quatro centros cirúrgicos estão fechados e, segundo moradores, não há atendimento de urgência e emergência. Como se não bastasse, a unidade, que há alguns anos já chegou a mil atendimentos diários, opera com poucos leitos. A situação não é muito diferente do que é visto em cidades do interior baiano, salvo por um detalhe: em janeiro do ano passado, o governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Saúde (Sesab), firmou um convênio com a Fundação José Silveira (FJS), no valor de R$ 2,3 milhões anuais. A FJS assumiu a unidade com o compromisso de entregar, no prazo de seis

meses, 70 leitos de urgência, emergência e observação, além de ampliar as especialidades médicas de atendimento. Nada disso aconteceu. “Não tem dez leitos operando, não atende urgência nem emergência. Especialidades, nem se fala. A gente conta com o apoio do Hospital Municipal de São Sebastião do Passé, correndo o risco de eles não poderem atender e o paciente ser devolvido”, conta o morador Jorge Luiz Santana, que faz parte da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, que administrou o hospital até janeiro do ano passado.

Mais Bahia?

www.metro1.com.br/bahia Moradores dizem que, sob responsabilidade da FJS, hospital não atende urgência e emergência; a Fundação nega

Prédio desativado De acordo com um morador da cidade, que pediu anonimato, a Fundação José Silveira alugou o prédio e se comprometeu a zelar pelo patrimônio. Entretanto, a edificação pertencente à Santa Casa de Misericórdia, construída em 1910, ao lado da emergência e do ambulatório do hospital, encontra-se fechada. “A Fundação se comprometeu a zelar pelo patrimônio, dar continuidade à reforma, mas isso não foi feito, e o estado é crítico”, conta o morador. 6

Segundo um médico que trabalha na cidade, e que também pediu sigilo, as melhorias não vieram. “O que acontece é o inverso... Já teve 70 leitos, hoje são quatro funcionando. A lavanderia, que operava também para fora, fechou”, disse. A Fundação informou que o prédio é tombado e que investimentos só ocorrerão “se houver transferência de recursos do Poder Público”. Segundo a Fundação, uma proposta já foi encaminhada à Sesab.

Prédio da Santa Casa contava com 70 leitos. “É o nosso patrimônio, também, e está para ruir”, conta morador Salvador, 10 de agosto de 2012


Mais tecnologia O Senai em parceria com a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), vai construir sete novos institutos de tecnologia na Bahia nos próximos cinco anos. Ilhéus, Camaçari e Barreiras são alguns dos municípios que serão agraciados.

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“Lá, é proibido adoecer” Por mais paradoxal que seja, a frase acima se refere aos funcionários do Hospital Nossa Senhora da Natividade. “Lá, é proibido adoecer, é um clima de terror”, conta um médico, referindo-se à demissão de uma funcionária que não foi trabalhar por estar doente. As dispensas não são novidade: desde que a

Fundação assumiu a unidade, pelo menos dois funcionários foram retirados da folha de pagamento. Questionada sobre a demissão da funcionária, a Fundação José Silveira não negou a demissão, mas garantiu que “todas as dispensas são realizadas dentro das normas legais”.

Hospital passava por dificuldades Unidade opera com apenas quatro leitos; alguns pacientes são encaminhados para Oliveira dos Campinhos

Na garagem, nenhuma ambulância; Fundação José Silveira diz ter laboratório e fazer raios-x, USG, ECG e fisioterapia

De acordo com Francisco Vasconcelos, ex-provedor do hospital, a unidade já passava por dificuldades há pelo menos dois anos. “Vínhamos com dificuldades financeiras, dificuldades de gestão, nosso centro cirúrgico não funcionava”, conta o profissional. Vasconcelos lembra que a Fundação José Silveira já assumiu o hospital com uma série de problemas. No entanto, moradores cobram providências por parte da Fundação, uma vez que o governo estadual faz repasses mensais. O morador Jorge Luiz Santana diz que a Prefeitura de Santo Amaro contribuiu com o hospital até 2009. Depois disso, moradores, comerciantes e as prefeituras de

Saubara e São Sebastião do Passé passaram a fazer doações, até o governo do Estado firmar o convênio, com repasses de R$ 200 mil. “Foi garantido pelo governo do Estado que o hospital iria funcionar 100%, mas não é isso que está acontecendo. O dinheiro chega ao município, mas nada é canalizado para o hospital”, denuncia Santana. A FJS negou o valor do repasse. “O repasse atual é de aproximadamente R$ 80 mil/mês, e as despesas giram em torno de R$ 350 mil”.

Fundação diz atender emergência 24h, além de especialidades

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estamos estamos de de olho olho o que rola

estamosdeolho@jornaldametropole.com.br DARIO GUIMARÃES

Rio dos Macacos Embora o Incra tenha apontado a área como quilombola, o juiz Evandro Reimão dos Reis determinou a desocupação do Quilombo Rio dos Macacos no prazo de 15 dias. A Defensoria Pública da União vai recorrer da decisão.

Jegues de volta O Tribunal de Justiça autorizou participação dos jegues na Lavagem do Bonfim, nesta quarta (8) e suspendeu uma liminar que vetou os animais na festa em janeiro. As entidades vão recorrer da decisão.

CPI da telefonia Deputados federais protocolaram na quarta-feira (8) um requerimento para a criação de uma CPI para investigar prestadoras de telefonia móvel e suas tarifas. Mais de 240 parlamentares apoiam a CPI. Salvador, 10 de agosto de 2012

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