Mauro Silper

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Espaรงo Cultural Vallourec Abril de 2015


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Série Luminescências - Cena 24 - Metrolúmen II - Acrílica sobre tela, 80 x 165 cm


Mauro Silper

À moda dos saraus antigos, muito comuns no século XIX, alguns bons amigos e eu visitamos regularmente artistas, conhecidos ou não, em seus atelieres. E num desses encontros de natureza prazerosa e cultural conheci Mauro Silper e sua obra. Numa conversa que varou noite adentro, fomos tomando conhecimento de sua forma de pintar. Telas e mais telas saíram aos borbotões de um pequeno espaço. Verdadeiras poesias! Com uma leve veia impressionista surgem paisagens idealizadas e românticas remetendo-nos a lugares ermos desprovidos de pessoas e animais. A sensação de amplidão infinita, tranquilidade e harmonia é imediatamente sentida e se apodera do nosso íntimo. Não há conflito nem nos motivos, nem nas cores. O sol e a lua, constantes em suas telas, aparecem de forma discreta deixando à vista uma luminosidade sem no entanto aparecerem em sua forma definida. Curioso reparar que mesmo em suas telas de diminuto tamanho Silper consegue imprimir a sensação de distância, profundidade, fazendo com que a imagem pareça estar recheada de detalhes; ledo engano facilmente perceptível quando a olhamos através de uma lupa. São complexas e simples ao mesmo tempo. Meandros de artista!

Manfred Leyerer

CFO Vallourec Tubos do Brasil S.A.

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Série Luminescências - Cena 1 - Clarões da Liberdade - Acrílica sobre cartão, 46 x 66 cm


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Série Luminescências - Cena 2 - Enseada - Acrílica sobre cartão, 48 x 66 cm


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Série Luminescências - Cena 3 - Passagens - Acrílica sobre cartão, 48 x 66 cm


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Série Luminescências - Cena 4 - Veredas - Acrílica sobre cartão, 48 x 61 cm


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Série Luminescências - Cena 5 - Veredas in Blue - Acrílica sobre cartão, 48 x 61 cm


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Série Luminescências - Cena 6 - Zênite - Acrílica sobre cartão, 48 x 66 cm


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Luz, cor acao

Pintar paisagens requer técnica e percepção, fatores essenciais que contribuem para um resultado satisfatório. Para o artista plástico Mauro Silper, pintar paisagens exige ingredientes adicionais como sensibilidade, luminosidade e sutileza, características que são evidentes em suas obras. A pintura de Silper remete a tranquilidade e a paz, que são transmitidas, não só pela temática abordada, mas pelo uso de técnicas próprias, fruto de suaves pinceladas, numa palheta de cores harmoniosas que se mesclam em matizes variados. O resultado é uma bela fusão de planos onde céus, montanhas, cidades e natureza se estabelecem em primoroso equilíbrio, no qual aspectos ressaltantes da composição se contrapõem à áreas de descanso visual. Por meio dessa interação de cores, iniciada a partir de três distintas, ocorre um processo em busca de texturas sutis, formas e luminosidade. É nesse ponto que começa uma das técnicas que define Silper como um grande artista: o domínio no uso da intensidade cromática. Sua utilização da cor possibilita a criação de micro-texturas e degradês que, no espaço do suporte, se aproximam fisicamente dos arbustos, campos, lagos, edificações e elevações que o artista concebe recorrentemente em seus trabalhos. Na série “Luminescências” a cor representa o conceito de luz. O espectador é convidado a participar do universo de paisagens urbanas e naturais, não só admirando as belas obras, mas captando a luz que elas pretendem transmitir de maneira genuína. Para isso, o artista criou obras não só em papel, mas em telas, mantendo em ambos a mesma maestria nos domínios técnicos e visuais. Assim como na maioria das obras de Mauro Silper, em que o homem/personagem admira e interage com a natureza e meios urbanos, em “Luminescências” o observador aprecia e interatua com um manancial de luzes, cores e sensações, transmitidas de maneira inequívoca pelo artista. Marina Silper

Designer - Abril/2015

Série Luminescências - Cena 21 - Clara Claridade Acrílica sobre tela, 80 x 160 cm


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Série Luminescências - Cena 7 - Veredas II - Acrílica sobre cartão, 48 x 66 cm


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Série Luminescências - Cena 8 - Estrada do Encontro - Acrílica sobre cartão, 48 x 66 cm


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Série Luminescências - Cena 9 - Urbis in Sépia - Acrílica sobre cartão, 48 x 66 cm


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Série Luminescências - Cena 10 - Nevoeiro na Baia - Acrílica sobre cartão, 48 x 66 cm


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Série Luminescências - Cena 11 - Metrolúmen III - Acrílica sobre cartão, 48 x 66 cm


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Série Luminescências - Cena 12 - O convite - Acrílica sobre cartão, 48 x 66 cm


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Rondo

Eu sou um pintor (ponto!) Para pintar um quadro pensamos em estruturas narrativas, conectamos eventos e emoções e instintivamente a transformamos em uma imagem que pode ser entendida. Peritos acreditam que essas nossas invencionices vão além de nossa capacidade de nos manter entretidos. E é mesmo! Mauro Silper é um pintor (ponto!) Silper é irmão de Eckhout, de Frans Post, perdido no futuro dos tempos, a examinar nossa terra com outros olhos viajantes. Ele possui o desejo de encontrar no coração do mundo da realidade e da sacralidade, a condição sobre-humana existente na paisagem que o cerca. Suas pinturas deixam refletir uma espécie de suma na qual se condensa e atualiza toda a pintura de paisagem que antes dele se fez. Seu trabalho parece encerrar o drama do artista antigo, medieval e moderno, do qual todos nós descendemos. Enfim, existe entre a sua alma e a paisagem uma relação estreita que sobrevive no sopro da poesia. Nos seus quadros as coisas mais naturais estão envolvidas numa névoa mágica. São lugares em que não se vive: estão reservadas ao êxtase. Mauro Silper é um músico (interrogação) Talvez o artista viva num desvio de rota e seja um músico. Um músico para os olhos. ‘Rondó alla turca’ é o último movimento da sonata em lá maior de Mozart. Rondó é um tipo de estrutura musical que repete o tema central em melodias sem grandes variações. As pinturas de Silper, como num rondó, voltam-se a si mesmas numa estrutura capaz de quebrar-se em micropartículas que transcendem qualquer estruturalismo. Está sempre a fim de chegar a lugares novos, acordando-se sempre diferente. Para que isso aconteça as cores e as paisagens do artista não se digladiam sem que, a par disso, componham em um dueto que as sustenta em suas levezas.

Mauro Silper é um poeta (ponto!) Seja pelo seu aspecto físico contido e formal, seja pela pintura que ele nos apresenta, a sua aventura plástica me parece que é uma inspeção despreocupada do visível. Um poeta recenseador de paisagens (ou, talvez, um colecionador de experiências), cujas imagens nos transmitem um silêncio lapidário, a transformar cada detalhe numa espécie de espectro. É como se uma cortina de umidade avançasse sobre a paisagem fazendo o ar perder sua qualidade luminosa. Aqui e ali pontos de luz dirigem nossos olhos. Tudo vivo, íntimo, acolhedor. Podemos sentir o cheiro da terra molhada e até mesmo sentir o gosto da cor das coisas, pois nada mais nos liga à terra. Tempo e lugar são variáveis da mente. No fundo tudo é ininteligível e só nos resta, como espectador, remendar um poema entrando numa das infinitas brechas que Mauro nos oferece como pista, deixando-nos perder, a todo instante o sentido do mundo. Nada é mais visível do que aquilo que está oculto. Quando pintamos um quadro é porque queremos compartilhar com os nossos semelhantes e chegamos até polir as bordas ásperas de nossas vidas para que pareçam íntegras. Nossas artes fazem de nós as pessoas que somos e, até as pessoas que queremos ser. Elas nos dão nossa identidade e um senso de comunidade. E, acreditem! podemos até nos fazer felizes. Luminescências. Mauro Silper é um pintor (reticências) Miguel Gontijo

Artista plástico Belo Horizonte, março de 2015 Série Luminescências - Cena 20 - In the Woods - Acrílica sobre tela, 63 x 83 cm


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Série Luminescências - Cena 13 - Lusco-Fusco - Acrílica sobre tela, 48 x 66 cm


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Série Luminescências - Cena 14 - Luminis - Acrílica sobre tela, 48 x 66 cm


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Série Luminescências - Cena 15 - Avec Claude - Acrílica sobre tela, 48 x 66 cm


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Série Luminescências - Cena 22 - Metrolúmen I - Acrílica sobre tela, 80 x 170 cm


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Série Luminescências - Cena 16 - Solstício - Acrílica sobre tela, 48 x 66 cm


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Série Luminescências - Cena 17 - Lumière - Acrílica sobre tela, 48 x 66 cm


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Série Luminescências - Cena 23 - Entre a Sombra e a Luz Acrílica sobre tela, 80 x 165 cm


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Série Luminescências - Cena 18 - Tudo que Há - Acrílica sobre tela, 63 x 83 cm


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Série Luminescências - Cena 19 - Deve Ser - Acrílica sobre tela, 63 x 83 cm


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Série Luminescências - Cena 25 - Pico do Sol - Acrílica sobre cartão, 48 x 66 cm


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Série Luminescências - Cena 26 - Luminus Dei - Acrílica sobre cartão, 48 x 66 cm


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Mauro Silper, artista plástico brasileiro, reside e trabalha em Belo Horizonte, MG, Brasil. Graduado em Direito e autodidata em Artes Plásticas, tem seu foco de atuação na pintura. Iniciou-se na pintura profissionalmente na década de setenta quando viveu em Nova Iorque. Ao retornar ao país fez sua primeira exposição na cidade de Barbacena/MG. Desde então, tem sua trajetória artística gradativamente pautada por realizações e participações em exposições, além da conquista de prêmios, como no XIX Salão Brasileiro de Belas Artes de Ribeirão Preto, SP (2010) e na Associação Paulista de Belas Artes, São Paulo, SP com o Prêmio APBA (2009). Desenvolveu atividades correlatas às artes plásticas abrangendo as artes gráficas e a fotografia. Em meados dos anos 2000 passou a se dedicar integralmente à pintura, intensificando sua abrangência de atuação no cenário artístico. Dentre as exposições que realizou destacam-se as individuais em Belo Horizonte, Luminescências no Espaço Cultural Vallourec (2015), Pinturas de Mauro Silper - Pinacoteca MHAB, no Museu Histórico Abílio Barreto (2013), Intracenas na Galeria de Arte Beatriz Abi-Acl (2012). No exterior, expôs na Colorida Art Gallery em Lisboa, Portugal (2014). Coletivamente, distinguem-se mostras nos museus Inimá de Paula (2013) e de Artes e Ofícios (2011), em Belo Horizonte. Participa ainda de feiras de arte contemporânea em São Paulo (P/ARTE) e Rio de Janeiro ( ARTIGO). Suas obras integram acervos de galerias de arte, além de coleções particulares e institucionais no país e no exterior, como no Museu Histórico Abílio Barreto em Belo Horizonte, Brasil e na France Libertés, Fondation Danielle Mitterrand, em Paris, França. www.maurosilper.com msilper@yahoo.com.br Produtora do artista: Cristina Fonseca Contato: +55 31 3225 7998 e 31 8852 4919 Realização: Vallourec

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Exposição Espaço Cultural Vallourec - Abril/2015 Curadoria: Robson Soares Projeto expográfico: Raquel Malhães Montagem: Equipe Vallourec

Realização

Realização

Catálogo Projeto gráfico: Ideiário Design - Clara Gontijo Textos: Manfred Leyerer, Miguel Gontijo e Marina Silper Fotografia: Sérgio D’Souza Todas as obras expostas são do ano de 2015


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