Ana Maria Guimarães

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Marรงo de 2019


Almejando a liberdade AcrĂ­lica e tĂŠcnica mista s/tela - 80 x 60 cm - 2013


Buscando a felicidade Acrílica e técnica mista s/tela - 80 x 100 cm - 2013


Se a história é a narrativa dos movimentos humanos, a arte é o relato do que ocorre em seus corações. Ana parece definir sua pintura como um meio de conceber o mundo. Ela sabe que vemos o que queremos ver, e o que queremos ver é determinado, não pelas inevitáveis leis da ótica, mas pelo desejo de descobrir e construir um mundo verossímil. Assim a pintura converte-se na construção de uma realidade. As paisagens marítimas que Ana produz são ações ‘perceptivas’, que ela transforma em ações ‘expressivas’. Porém, na prática é impossível separar esses dois processos. Há uma multiplicidade de métodos, de pesquisas, de inquietações no percurso de seus trabalhos. O seu fazer artístico está associado a uma reflexão sobre a sua aventura cultural, dentro do espaço de mundo em que vive. A pintura de Ana fala de mares e imensidões, sem acreditar em presságios de superações. Há uma nostalgia escondida, marcada por uma lânguida solidão, que envolve todo o quadro. Aproximando ou recuando, diante de suas telas, contemplamos um cenário de corpos súbitos, sem grito nem violência, que não propõem qualquer moral nem parecem se defender de nenhuma. Estão lá, corpos inteiros ou parcelares, descritos ou sugeridos e, é nessa organização que se produz a narrativa. Há muitos detalhes para ver, um convite à demora. As figuras são por si. As cores suscitam a interpretação e a transformação simbólica de formas inquietas. A narrativa desfia um ‘canto’ que vem do vazio e do desencontro e está tão presa em si mesma, que não sei se tanta luxúria, ali contida, não é o lamento de quem busca encontrar a difícil simplicidade. Parece-me que a artista procura o indizível através de um sentido plástico e estético, colocando-nos no meio de um dilema: - a expressão plástica tem alguma influência na vida ou resume-se a si mesma? Ana é uma mulher em combate, disposta a chegar a algum lugar, que não se sabe onde e nem tão pouco para quê. Ana Maria é uma amiga, uma quixotesca, uma sonhadora. Ana tem a “pá virada”. Miguel Gontijo

Artista plástico, fevereiro de 2019.


O olho de Deus Acrílica e técnica mista s/tela - 80 x 120 cm - 2013


Soltando as amarras Acrílica e técnica mista s/tela - 100 x 150 cm - 2013


Las pinturas más recientes de Ana Maria Guimarães reúnen tres características indudables, son impactantes, son refinadas y son hermosas. Pero trabajos como “Curtindo a vida” y “Momentos na Praia” no concluyen en esas particularidades exógenas de la imagen, por cuanto nos ofrecen además, posibilidades de interpretar lenguajes conceptuales. El manejo de la síntesis y el detalle que encontramos en estas obras revelan la potente identidad artística de la autora. Sus elaboradas pinturas convergen en el punto intermedio entre figuras protagonistas, muy actuales y significantes del presente, por un lado, y por el otro, fondos que exponen el carácter progenitor de la naturaleza y el sentido de inclusión del ser humano en ella. Y de las variables de la forma a las que recurre la artista, el color y la escala son las que mejor dialogan con su oficio. Ana Maria Guimarães representa ambientes con el conocimiento de quién vive su propia experiencia estética de observación, interpretación y apropiación, construyendo imágenes vitales y concebidas orgánicamente con el permiso optimista, propio de los artistas audaces y auténticos. Sus pinturas surgen como nacimientos naturales del lugar donde se erigen, y parecieran alimentarse del cielo y el aire que las envuelve, como si fueran manifestaciones tangibles de un pensamiento que confirma una identidad geográfica contemporánea. Su obra pictórica en definitiva, con intensa frescura cromática, remite a la presencia colectiva del recorrido urbano/natural donde se gesta, operando como un canto a la libertad que estimula, acercándonos a la sociedad en la que convive. Ricardo Lescano

Curador e Crítico de Arte - Córdoba,Argentina,abril de 2015


Maria Rosa a beira-mar Acrílica e técnica mista s/tela - 90 x 70 cm - 2019


Curtindo a vida Acrílica e técnica mista s/tela - 60 x 80 cm - 2015


Desatando os nós Acrílica e técnica mista s/tela - 120 x 120 cm - 2013


Beira-mar Acrílica e técnica mista s/tela - 90 x 60 cm - 2018

Paradisíaco Acrílica e técnica mista s/tela - 90 x 60 cm - 2019


Preservando os valores Acrílica e técnica mista s/tela - 2013 140 x 55 cm | 140 x 80 cm | 140 x 80 cm | 140 x 80 cm | 140 x 60 cm


Descubro a pintora Ana Maria Guimarães e seus quadros “fenomenológicos “, tirados da alma inventadora, recreativa do existente rumo ao surreal impressionante. Após prêmios em vários países e salões, ela, que teve contato importante com Miguel Gontijo, Yara Tupinambá, Glauco Moraes (“que me motivou ao inusitado”) e outros mestres citados abaixo. Podemos dizer que a pintora Ana busca ir além de si por meio da literatura da imagem crucial internalizada. Após a fase delicada e inteligente das colagens de corpos elegantes em praias luminosas, de beleza ao olhar por meio da movimentada forma que brinca (e desvela) ondas, ondas maiores e cada vez mais fortes, sol e planetas, lua em suspensão e reflexos vários em praias que vão do solitário à presença de banhistas sobe pedras e areia, Guimarães arrisca luares d’alma e riscados que acalmam até a firme escuridão. Ela explica: “fenomenologia é a descrição filosófica dos fenômenos, em sua natureza aparente e ilusória, manifestados na experiência aos sentidos humanos e à consciência imediata”. Na pintura, significa o que Ana Maria Guimarães faz: arranca de si a nuança de cor-sensação tirada da Memória, sem modelagem alguma, sem preconceber - apenas faz a partir do Real em releitura pintada. Rogério Zola Santiago

Ana competente Guimarães pode entardecer, anoitecer. O preto se dilui na paisagem retangular vertical. Ondas centrifugam desejos perdidos na solidão enluarada. Colagens reportam a fases em que a vontade vivaz sobrepõe cinza e branco. Belo almejo. Rogério Zola Santiago Mestre em Critica pela Indiana University, USA



Entre o Sagrado e o Profano Acrílica e técnica mista s/madeira - 180 x 180 cm - 2014


Caminhando em direção ao mar Acrílica s/tela - 50x 50 cm - 2019


Vamos surfar? Acrílica s/tela - 60 x 40 cm - 2019

Forte onda Acrílica s/tela - 60 x 40 cm - 2019


Entardecer Acrílica e óleo s/tela - 60x 40 cm - 2019


Psicodélico Acrílica s/tela - 135 x 90 cm - 2019

Flutuante Acrílica s/tela - 90x 60 cm - 2018

Crepúsculo Acrílica s/tela - 90x 60 cm - 2018

Lua incandescente Acrílica s/tela - 80x 60 cm - 2019


Momentos na praia Acrílica e técnica mista s/tela - 100 x 80 cm - 2015

Entardecer refletido no mar Acrílica s/tela - 80x 60 cm - 2019



Praia misteriosa AcrĂ­lica s/tela - 90x 60 cm - 2019


Sublimação Acrílica s/tela - 60x 40 cm (tríptico)- 2019

Sublime crepúsculo Acrílica s/tela - 90x 60 cm - 2018


Madrugal Acrílica s/tela - 90x 60 cm - 2018

Penhasco Acrílica s/tela - 90x 60 cm - 2018


Miragem Acrílica e técnica mista s/tela - 90x 60 cm - 2019

Luar prateado Acrílica s/tela - 90x 60 cm - 2019


Raios de luz AcrĂ­lica s/tela - 90x 60 cm - 2018


O mar serenou AcrĂ­lica s/tela - 90x 60 cm - 2018


A sofisticada grandiosidade de ANA MARIA GUIMARÃES Com responsabilidade e talento, Ana Guimarães nos mostra, nessa série de trabalhos, seu domínio plástico e poético na composição de suas obras. Utilizando múltiplos artifícios para demandar seu baile de técnicas, a artista desnuda sua alquimia que ultrapassa o limite do bom gosto e da consciência pictórica em seu trabalho. E é nessa passagem entre o desconstruir e o recriar que se dá o ato nobre e concreto de sua trajetória pelos diversos caminhos que a arte nos oferece. Com cores vibrantes e uma trama de temas, a artista se firma com intenso dinamismo, usufruindo da colagem como expressão de criatividade e impacto, transitando assim, sem medo, entre o real, o sagrado e o profano. É desse vasto território de imagens que a artista deixa fluir do inconsciente sua lucidez na expressão plástica. No centro de seu ofício, imperam a disciplina e o conceito de fragmentação, pois, após escolher seu tema, a artista nos remete à imagem, traduzindo, assim, uma composição autêntica, singular e madura. A opção pela alegria é evidente nesta série que se funde em referências diversas, onde o lúdico e o lírico se completam de forma completamente suntuosa e equilibrada. Saltando entre cores, planos e formas, Ana Guimarães unifica seu estilo, contrastando composições fortes e serenas, onde os universos se plurificam numa metamorfose de conhecimentos estéticos, políticos e sociais, que a artista sintetiza com sofisticada grandeza e destreza, componentes de seu talento. Glauco Moraes

Curador e Artista Plástico


Paraíso tropical Acrílica s/tela - 50x 50 cm (Triptico) - 2019




Pelos caminhos da vida

Perdida estava nos caminhos da vida Saudades senti, vazios vivi. E no anseio de minha alma Saí em busca de Ti. Andei sem rumo, sem rumo andei Muito andei. Andei e clamei por Ti, Muitos vezes perguntei: Onde você está? Como saber se nem sei quem você é? Onde encontrá-lo se não conheço o seu rosto? Como reconhecê-lo entre tantos outros? Por estradas passei. Estradas... estradas...estradas sem fim. Estradas de cascalho, estradas de terra batida, Estradas... muitas estradas... vazias. Pisei na água, pisei na lama, pisei na grama Pisei no lodo, pisei nos espinhos, pisei no vazio. Pisei em Ti e não vi. Não O reconheci! Como? Se nem O conhecia? Como ver, se cega estava perdida nos caminhos da vida. Meus pés, já calejados, estavam em chagas, em brasas. Feridos...sofridos...perdidos... Parei, descansei, esperei, contemplei, E Te encontrei em mim!

Pó de estrelas Se O encontrei em mim, E se somos imagem e semelhança Não vim para ficar no chão, e, sim, juntinho das estrelas. Sou pó, pó de estrelas... No firmamento, um pontinho brilhante A indicar o caminho ao peregrino errante!

Textos poéticos por Ana Maria Guimarães

Obras expostas em março de 2019 na P.S. Galeria Belo Horizonte / Minas Gerais / Brasil Obra da capa: Crepúsculo II - Acrílica e óleo s/tela - 60x 40 cm - 2019 Curadoria: Glauco Moraes Fotógrafo: Farid Michel Aoun Design: Clara Gontijo




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