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qua ren ta por qua ren ta

Angelo Issa Andre Araujo Alexandre Mancini Alexandre Rato Augusto Fonseca Domingos Mazzilli Bruno Duque Daniel Pinho Daniel Moreira Efe Godoy Estandelau Gabriela Brasileiro Gilberto Lustosa Gilson Rodrigues Glaucio Caldeira Gustavo Maia Henrique Detomi Jade Liz João Maciel Juçara Costa J. B. Lazzarini Lucia Kubitschek Leandro Gabriel Lorena Dar’c Mara Martins Marcelo Albuquerque Marcos Venuto Mauro Silper Miguel Gontijo Paulo Torres Renata Laguardia Ricardo Carvão Robson Macedo Rodrigo Mogiz Samuel Oliveira Sebastiao Miguel Sérgio Vaz Thiago Dutra Vera Mechetti Wagner Willian

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Angelo Issa Andre Araujo Alexandre Mancini Alexandre Rato Augusto Fonseca Domingos Mazzilli Bruno Duque Daniel Pinho Daniel Moreira Efe Godoy Estandelau Gabriela Brasileiro Gilberto Lustosa Gilson Rodrigues Glaucio Caldeira Gustavo Maia Henrique Detomi Jade Liz João Maciel Juçara Costa J. B. Lazzarini Lucia Kubitschek Leandro Gabriel Lorena Dar’c Mara Martins Marcelo Albuquerque Marcos Venuto Mauro Silper Miguel Gontijo Paulo Torres Renata Laguardia Ricardo Carvão Robson Macedo Rodrigo Mogiz Samuel Oliveira Sebastiao Miguel Sérgio Vaz Thiago Dutra Vera Mechetti Wagner Willian


40 x 40 = RESISTÊNCIA ESTAMOS VIVOS

CONTRA QUEM IGNORA A ARTE ENQUANTO FORMA DE VIDA E VIDA HÁ QUE SER ALIMENTADA, ABRIGADA, EXPERIMENTADA

VIVIDA

QUEM CALA A ARTE CORTA A SUBLIME E EFETIVA

FORMA DE COMUNICAÇÃO UNIVERSAL VÍNCULO FRÁGIL SEM A ARTE QUE CONSTROE PONTES DERRUBA MURALHAS E DISPENSA FRONTEIRAS

ESTAMOS VIVOS

SEM O APOIO DE QUEM, POR LEI, DEVE GARANTIR O DIREITO À VIDA, AO TRABALHO, À CULTURA, À ARTE

NOSSA DECLARAÇÃO É DE RESISTÊNCIA! - PELO DIREITO A FAZER ARTE

- CONTRA ESSA POLÍTICA QUE TEM FERIDO DE MORTE NOSSO OFÍCIO ASSIM COMO O DE MILHÕES DE PESSOAS QUE, COMO NÓS, VIVEM DO SEU TRABALHO, E QUEREM TRABALHAR.

SOMOS ARTISTAS,

SENHORES E SENHORAS QUE GOVERNAM NOSSA CIDADE, ESTADO E PAÍS NESTE MOMENTO MAIS QUE UM NÚMERO, UM MOVIMENTO RESISTÊNCIA QUE PRECISA SER

SOMOS 40

PINTADA, ESCULPIDA, DESENHADA, ABRINDO VALES NA CRIAÇÃO DE SI.

RESISTÊNCIA! POR BAIXO DE UM VIADUTO QUEM DISSE QUE NÃO SE PODE FAZER ARTE? UM GIGANTE POR ONDE TRANSITA A DIVERSIDADE DA VIDA URBANA. CARROS, ÔNIBUS, FUMAÇA, ANGÚSTIA INAUDITA, MAS SENTIDA ... DE REPENTE, UM BUNKER PARA O FAZEDOR DE ARTE.

40 ARTISTAS DESCONTROEM O CENÁRIO E RESISTEM SIM, ESTAMOS VIVOS!

Leandro Gabriel Viaduto das Artes 3


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Resultado concreto da requalificação e revitalização de uma área urbana degradada em Belo Horizonte/MG, o ‘Viaduto das Artes’ surge como importante centro cultural na região. A iniciativa do escultor Leandro Gabriel de instalar ali um espaço destinado a atividades artísticas - para além do circunscrito circuito da Avenida do Contorno - alcançou seu objetivo maior. O equipamento cultural desenvolve atividades que agregam inquestionável valor à qualidade de vida não apenas dos habitantes locais, mas também da região metropolitana de Belo Horizonte. A mostra realizada em 2015 - ‘não confie em ninguém com mais de 40’ - é editada uma outra vez, privilegiando não mais o tempo, mas o espaço. Agora nomeada como ’40 X 40’ consolida-se na expressiva apresentação de jovens talentos em convívio com artistas consagrados, submetidos todos a um critério único: a dimensão da obra. Essa dimensão igualitária inerente à estrutura do próprio quadrado foi o ponto de partida da criação de cada participante que, baseando-se numa mesma matriz dimensional e espacial, transitou livremente por linguagens, conteúdos e suportes inesperados.


Arte contemporânea, cinética, abstracionismo, cubismo, expressionismo, fauvismo, geometrismo, modernismo, surrealismo, pop-art, urban-art. Muitas são as referências sugeridas pelo conjunto da exposição. Variados movimentos artísticos são ressignificados e promovem um curioso reposicionamento das relações de filiação dos artistas num amplo leque de manifestações e possibilidades. Arte gráfica, assemblage, bordado, desenho, escultura, fotografia, grafite, ilustração, instalação, pintura, utilizam-se de diversificada gama de elementos, materiais e suportes como acrílico(a), arame, linha, madeira, metal, objetos, papelão, plástico, tecido, tela, tinta, vidro, e, até mesmo o corpo próprio. Pensar é preciso. Uma das mais precisas funções da arte talvez seja reafirmar a imprescindibilidade do simbólico na construção da própria condição humana. Da beleza à surpresa, da contemplação à reflexão, do encantamento ao incômodo. O percurso das sociedades pode muito bem ser demonstrado na história da arte. A arte contemporânea instalou-se em nosso tempo com a intenção primeira de desencadear surpresas, estimular reflexões, provocar incômodos. Qualquer que seja a dimensão! Augusto Nunes-Filho

Presidente da Fundação Clóvis Salgado

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Iniciativas como a criação do espaço cultural Viaduto das Artes no bairro do Barreiro em Belo Horizonte, reafirmam a importância dos equipamentos culturais na qualificação e valorização de determinados espaços urbanos. Sob a liderança do artista plástico Leandro Gabriel, nascido e criado no bairro, o Viaduto das Artes vem realizando atividades que tem por principal objetivo divulgar a arte contemporânea através de mostras e ações de conteúdo didático envolvendo jovens estudantes que passam a entender a atividade artística como um instrumento fundamental para a valorização da cidadania através da pesquisa e da experimentação. Nesse quadro de atividades a mostra 40 x 40 reúne quarenta artistas que produzem obras para o evento sem ultrapassar essas medidas. Trata-se de uma “curadoria fluída” onde artistas de diversos estilos ocupam o mesmo espaço físico. Essa diversidade colabora para a opção seletiva dos espectadores e acaba por criar um painel representativo da atividade artística contemporânea em Minas Gerais e no Brasil. Visitá-la é muito mais, portanto, do que um convite à fruição. É uma oportunidade, que há de ser desenvolvida pelos mediadores culturais responsáveis pela mostra, para fomentar e desenvolver a capacidade de análise crítica dos visitantes onde a sensibilidade e a inteligência hão de construir um discurso coerente e identificado com as tensões e expectativas do mundo em que vivemos. Marcus de Lontra Costa Curador / Crítico de arte

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Glaucio Caldeira LUI C-print 1/10 2016

Glaucio Caldeira, mestre em artes pela EBA-UFMG, trabalha com formas geométricas e com o uso de regras de perspectiva. O resultado do trabalho é uma proliferação de formas, cores, texturas e transparências onde o artista busca mesclar conceitos antagônicos e imiscíveis como o clássico e o barroco transformando o campo da arte no lugar onde a utopia pode produzir objetos concretos.

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Bruno Duque Kenneth 0 Óleo sobre tela 2015

Graças a suas “cópias”, a pintura deixou de ser “representação de si mesma”, passando a ser representação da variedade de imagens/textos/memórias que gerou. Apagar a pintura, não diminui sua existência. Pintar é apagar ao revés. Desaba. Perde a meta. Metaperda. Abstração da arte abstrata. Patafísica. Noland seu fresco. Afasta o alvo perdido. Decompõe, recompõe-se, decompõe. Para questionar as possíveis direções do tempo. A degradação da memória. A atenção para algo estático. É seco, é fresco, é seco.

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Vera Mechetti S/T Acrílica sobre tela 2016

“A frase pintada” pretende um testemunho de um tempo de diversidade, em que múltiplas camadas de significação tornam denso e complexo o panorama da realidade de viver. Pintar para continuar, pintar para fazer medrar do corpo a energia vital, e, assim, nasce, a cada dia, o furor de quem sabe a inevitável finitude do ato de viver.

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J. B. Lazzarini S/T Acrílica sobre tela 2016

“(...) A forma alia-se à cor para ser menos explícita, mas ainda assim, mensageira. É indianista, é afrobrasileira, é mesmo urbana, na frialdade do cinza e negro e afins. Essa simplicidade reducionista é extremamente eloquente. (...)J.B. Lazzarini assumiu o ônus de uma estética brasileira e desempenha essa função com maestria. Embora seguindo uma tradição, é único no que faz, postulando seu lugar na história nacional das artes plásticas.” Mamede

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Henrique Detomi S/T Acrílica e Óleo sobre Tela 2016

Onde vive o irreal - Estas duas pinturas fazem parte de uma série onde crio a ambiência de um lugar de sonho, estranhamento e silêncio, com formas simbólicas que sugerem diferentes tipos de playgrounds. O processo de concepção do trabalho se alia a uma busca de lugares, objetos de estranhamento, e soluções pictóricas. A pintura deixa de ser pensada apenas como uma forma de criar imagens para ser explorada como linguagem, evidenciando empastes de tinta e pinceladas.

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Augusto Fonseca Welcome to the jungle Acrílica sobre tela 2016

Da cultura de massa à reflexão do status quo da arte. As pinturas que fazem parte desta série reativam a memória afetiva do espectador utilizando da iconografia pop dos anos 1980. Em minhas pinturas e objetos, crio conexões e relações entre diversas referências deste período, fazendo uma reflexão sobre o comportamento social de uma época e sua ligação com os dias atuais. A pesquisa utiliza de ícones populares característicos de um tempo, com seus aspectos estéticos e culturais, para gerar novos significados e aborda questões formais e pictóricas relacionados à arte contemporânea.

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Marcelo Albuquerque Óleo sobre tela 2016

São obras simbólicas e líricas, que buscam dialogar conscientemente com a pintura paisagística brasileira, em especial de Minas Gerais, com a pintura romântica de cenas interioranas e bucólicas, com as paisagens iluminadas de influência impressionista, com o lirismo modernista de Guignard e sua escola, com o geometrismo neoconcreto, com o pós-modernismo da arquitetura, além de um olhar atento às manifestações contemporâneas, desde a land art às intervenções na paisagem. Diversas relações são criadas entre a arquitetura, os edifícios como personagens urbanos, as construções e o natural preservado, o construído sobre o já ocupado, o orgânico e o geométrico, as marcas de novas ocupações, exploração e uso da terra.

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Marcos Venuto Deus lhe pague Têmpera sobre tela 2016

Marcos Venuto - Nascido em 1964, em Diamantina(MG); Graduação em Desenho na Escola de Belas Artes(UFMG); Pós-graduação em Arte e Contemporâneidade pela Escola Guignard/UEMG; Professor de desenho e aquarela pela Escola Guignard/UEMG. Realizou várias exposições individuais em Minas Gerais, Pará, São Paulo desde da década de 80; Várias exposições coletivas no Brasil e no exterior.

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João Maciel Maha 01 diptico, Acrilica sobre papelão 2016

MAHA Que possamos ir além.

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Estandelau Série: A media de todas as coisas - Volume 1- O espaço do intérprete Título: Unidade 5 Acrílica, nanquim, aquarela, guache, lápis e spray sobre tela 2014

O mote para a concepção da série intitulada “A medida de todas as coisas – volume 1 – O espaço do intérprete” foi pensar pinturas que tem seu aspecto metafórico pautado na funcionalidade de imagens de domínio público. As mesmas, não fornecem tantas chaves de leitura para a compreensão acelerada de seus conteúdos, pois fazem o uso apenas dialetal da estrutura “meme de internet”.

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Alexandre Rato O universo tem o tamanho de seus devaneios Técnica mista sobre madeira 2016

Alexandre Rato é artista de Belo Horizonte, formado em Artes Plásticas pela Escola Guignard da UEMG, pós-graduado pela mesma instituição. Graffiti, pinturas, colagens e desenhos dialogam de forma simbiótica em sua obra. O universo lúdico e onírico de suas imagens recordam o fluxo da vida e evocam a hibridização do ser com o entorno natural e urbano.

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Alexandre Mancini Composição Ordenada # 13.911 Serigrafia indireta sobre esmalte sobre azulejos 10 x 10cm com queima a 780º 2016

A obra Composição Ordenada # 13.911 busca sensibilizar o espectador frente às questões de escala que a azulejaria promove. Ao utilizar padrões geométricos simples dispostos de forma ordenada Mancini dá autonomia à composição geométrica que utiliza azulejos 10 x 10cm, ou seja, minimiza a escala de seu trabalho sempre ligado à integração do espaço arquitetônico.

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Andre Araujo Guaicurus Acrílica sobre tela 2016

Andre Araujo é um artista que transita por diversas linguagens: pintura, desenho, gravura, vídeo, animação, instalação, livro de artista e performance. Muitas vezes estas mídias se deixam contaminar e ocorrem migrações de uma à outra. Sua temática passa pelo erotismo e pelo underground com questões sobre a morte, o amor e a memória, onde podemos notar a presença de personagens desvalidos e à margem da sociedade.

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Angelo Issa Lembranças Vidro, massa acrílica e acrílica sobre tela. 2016

Superfícies monocromáticas em tom de terra, com pigmentos naturais e massa acrílica, como peças de um jogo de quebra cabeça.

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Paulo Torres S/T Têmpera acrílica sobre tela c/ cachimbo 2016

O retrato do homem contemporâneo em busca dos seus pedaços entre a razão e a insanidade, entre a luz e a sombra, com seus pensamentos turvos e suas arestas límpidas. A constante busca de uma imagem que retrate o que não tem como palpar.

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Sebastião Miguel 1- Circuito Encáustica sobre tela 2016

Um labirinto é constituído por um conjunto de percursos intrincados criados com a intenção de desorientar quem os percorre. Circuito é linha fechada que limita uma superfície, um espaço; contorno, perímetro- também um labirinto. Outra teoria sobre o labirinto na Grécia é que era um ambiente de experiência, não uma prisão, onde percorrê-lo era mais importante que a saída.

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Daniel Pinho Zona híbrida Fotografia impressa em papel algodão e grafite 2016

O projeto “Zona híbrida” nasce do meu interesse por fronteiras físicas, simbólicas e psicológicas. A nítida separação entre um espaço e outro traz consigo significados profundos e geralmente negligenciados por conta de uma rotina esmagadora que inibe qualquer pensamento fora do comum.

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Mauro Silper Conturbação I Acrílica sobre tela 2016

O ontem, o hoje e o amanhã constituem a transversalidade na solidificação da paisagem cultural. Um colóquio com a dinâmica das transformações/interações entre homem-natureza e homem-urbe. A metrópole avança voraz, no agora, sobre o território pacificado. As cidades se unem, se fortalecem...se enfraquecem. Equilíbrio, sustentabilidade, preservação: quando? Devaneio de artista!

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Gabriela Brasileiro Observatório- espectro I Acrílica sobre tela 2016

Cidade de Belo Horizonte, 1,433 milhão de pessoas. Nas ruas existem dois verbos dos olhos: ver e enxergar. Esses dois verbos nem sempre estão acompanhados. O ver simplesmente ignora a assimilação do que é visto, e enxergar é simplesmente dar importância a aquilo, muitas vezes, ignorado.

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Gilson Rodrigues S/T Técnica mista sobre tela 2016

Em minha produção recente realizo diálogos entre a história da pintura e objetos encontrados em ambientes domésticos. Sobreponho representações de bibelôs e utensílios diversos sobre ícones da tradição pictórica, criando paisagens fragmentadas e inquietantes. Estes objetos são escolhidos por mim devido suas características plásticas que na maioria das vezes remetem a formas orgânicas. Ao deslocar a imagem de objetos comuns, como xícaras para o plano da pintura ofereço ao espectador uma outra maneira de perceber as formas presentes na superfície destes utensílios já silenciadas pelo caos da vida cotidiana.

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Miguel Gontijo Ruídos gráficos I Acrílica sobre tela 2016

“(...) Vendo suas telas tenho a sensação que você as pinta do fundo para a frente, de baixo para cima, de dentro para fora, de trás para diante, revelando muito mais o “quintal” do que a “fachada”, pela qual me parece você não se interessa. E não haveria de ser de outra maneira para quem quer dizer o que você diz (...).” Paulo Laender (escultor, arquiteto, designer)

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Wagner Willian S/T Acrílica sobre tela 2016

Quando a estupidez fala mais doce, quando a vulgaridade é real e lhe concede todos os direitos, quando o sentimento de sua monstruosidade e fraqueza deita-se como pluma sob lume nas veias, essa força inédita que não sugere qualquer tipo de pretensão é apenas você despindo-se diante de mim.

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Thiago Dutra Do público e do privado VI Óleo sobre tela rígida 2016

‘A pintura dá continuidade a uma pesquisa já em andamento chamada “Do Público e do Privado” que propõe um olhar sobre o universo peculiar de banheiros públicos masculinos. Suscita questões sobre a intimidade, a coletividade, e as particularidades deste ambiente. A inserção de elementos naturais alheios a essas paisagens causa certo estranhamento e é uma experimentação relativamente nova dentro desta série de pinturas.’

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Mara Martins Natureza Concreta Acrílica sobre tela / colagem 2016

Expressar, construir, imaginar. Relação que secreta significados como uma forma de estar no mundo com todas suas limitações. Paredes são construídas ao invés de pontes, onde o sentido é guardado pelo silêncio.

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SĂŠrgio Vaz S/T Ă“leo sobre tela 2016

Banheiro, colo, casa, asa, olhar invasor, fome, diĂĄrios e um fio que passa entre os dedos em tom de brincadeira e amarra a nossa nuca a uma boca distante, no fim do corredor, inconsequente, passada e persistente.

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Samuel Oliveira S/T Óleo sobre tela 2016

Escolher uma imagem específica do cotidiano - uma coisa, um objeto, uma pessoa -, é também escolher enxergar-me através dessas mesmas imagens. Os trabalhos apresentados são parte de uma série em que compartilho com pequenas imagens comuns o estranhamento causado por tudo que me cerca.

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Gustavo Maia Sangradouro Acrílica e esmalte sobre tela. 2016

“A água não fica no topo da montanha, antes corre no sentido do vale”. (Talmude) Na série Sangradouros, a tinta escorre de forma não controlada sobre a tela e, após atravessar estruturas geométricas em alto relevo, segue sua ordem. Proposições pictóricas que derivam da observação e reelaboração de estratégias humanas para domar o fluxo da água: dutos, calhas, barragens, represas, etc.

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Domingos Mazzilli Autorretrato com luvas Fotografia - impressão pigmento mineral sobre papel de algodão 2013

Este autorretrato coincide com o início das minhas fotoperformances em maio de 2013 e foi pensado a partir de uma certa obsessão que tenho por luvas que, vez por outra, permeia meu trabalho. Talvez o embrião esteja nos anos 1980 quando assisti ao filme O Beijo da Mulher Aranha.

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Jade Liz Galhificações Xilogravura impressa em papel de arroz 2016

Inspirada em ilustrações científicas, Galhificações faz referência ao processo natural de calcificação óssea que, no corpo animal/humano, ocorre na regeneração de uma fratura. Nesta série, produzo um pequeno estudo de caso de manifestações de galhos que se formam a partir do osso e crescem para seu exterior, alterando sua forma e composição original.

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Efe Godoy Os monstros que a tradição sustenta Aquarela sobre papel Canson 2016

Ainda que tudo volte a se repetir, e que tudo que acontece, passe pela lei do eterno retorno, devo deixar bem claro, que estou tentando comprovar que todos nós temos nossos próprios monstros. Nós que os criamos, por toda a vida, e que esses que temos, coloco aqui o “ter”, como um verbo poderoso e ardiloso, pode também ser confundido com: temor, confirmo então a existência insistente do medo, que se torna uma arma contra nós mesmos. Precisamos urgentemente enfrentar: OS MONSTROS QUE A TRADIÇÃO SUSTENTA.

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Juçara Costa Peixe que cospe fogo Desenhos bordados 2016

Peixe que cospe fogo em desenhos bordados pode. E o fogo não apaga! A visualização criativa nos possibilita ir além. Posso ir à qualquer lugar, em qualquer situação e transmutar e recriar novos sentidos ou simplesmente nada. A experiência é única e pessoal. Ninguém pode mergulhar no meu mar e dizer que meu peixe não cospe fogo.

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Rodrigo Mogiz Ser encantado Bordado e tinta sobre tecido 2016

“Ser Encantado” e “Ser Coroado” trazem as vertentes atuais do meu trabalho em estabelecer as relações conceituais e estéticas entre o bordado e a tatuagem. Trabalho também a questão do signo, unindo repertório pessoal a uma certa semiótica em torno de algumas figuras clichês do universo das tatuagens. Nestas obras o veado e a coroa em seus nobres significados, aliados às figuras humanas, são usados para tratar de beleza, dor, afetividade e sexualidade.

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Robson Macedo Nadir Esmalte sintético, pet, pvc, acrílico, espelho e parafusos de prateleira sobre mdf 2016

Nadir: Palavra de origem árabe que significa oposto. Em sânscrito, seria o canal que levaria o prana (sopro de vida), do corpo até o infinito. Em astronomia, é o ponto inferior da esfera celeste que se opõe ao Zênite. Parte da pesquisa do autor é mostrar que devemos estar atentos a todas as perspectivas para termos a noção do todo. Nas coisas, nos acontecimentos e até em nós mesmos. Ainda assim, estamos propícios a erros de interpretação.

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Renata Laguardia Maçã do amor Fotografia digital

A série exposta se trata de fotografias de objetos criados e que, combinados aos títulos, expressam de maneira irônica, questões tão presentes no cotidiano de todos, como as dificuldades em relacionamentos, a convivência, o amor e as interações em geral. A efemeridade dos objetos representados faz referência aos relacionamentos humanos, que, como anuncia Bauman, nos nossos tempos líquidos, se tornam cada vez mais frágeis.

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Lorena D’Arc Caminho do Leite Leite sobre papel 2016

Caminho do Leite é uma série de desenhos que explora a materialidade do leite e sua essência. O trabalho é marcado pelo gesto instável e pelo calor que transita e fixa o leite sobre a superfície do papel. Nesta pesquisa, além de explorar a fluidez do lácteo, busco relações entre a magia da vida, a renovação, a sabedoria e o sagrado.

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Lúcia Kubitschek Série cidades Edifício Maleta Assemblage 2016

Edifício Maleta e Conjunto JK. Os dois objetos são fragmentos da série Cidades que venho trabalhando. São experimentações com transparências por meio da reutilização de materiais como retalhos de gavetas tipográficas, radiografias, negativos entre outros

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Ricardo Carvão Série: Cubismo Cubo Telado Corte e dobra s/d

A base do poder criador de Ricardo Carvão é de uma profundidade emotivamente sentida e devota do espaço onde a luz e a cor exercem uma importante função. Certas linhas se tornam planos curvos, e planos curvos se transformam em formas abertas. Outras linhas terminam em pontas, embora essas pontas não representem, de maneira alguma, um fim. Elas são a ilustração visível do infinito.

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Leandro Gabriel Série Matrizes Imaculadas Polímero 2016

Na construção da série “Matrizes Imaculadas” o desenho é transferido para a borracha utilizada na produção de carimbos, mas em lugar de replicar a imagem desenhada, essa se revela em uma obra de arte exposta à luz em quadro, permanecendo intacta, imaculada.

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Daniel Moreira Concretude Irreal concreto / livro constituição 2016

Utilizando a complacência da constituição brasileira como vetor em contraponto as necessidades de uma classe política corrupta, a obra pretende discutir as relações dominantes para construção de um sistema governamental arcaico.

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Gilberto Lustosa S/T Chapa de aço soldada e tela 2016

Nesse trabalho, ao contrário dos anteriores onde predominam formas mais rígidas e calculadas, através de desenho, maquete, suas correções e por fim a execução, utilizei somente sucatas que se encontravam no atelier. Assim, consegui extrair do espaço formas mais livre, porém sem abrir mão da exploração dos planos, volumes e dos espaços cheios e vazios.

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VIADUTO DAS ARTES DIRETORIA Diretor Executivo: Leandro Gabriel Diretora Executiva Adjunta: Vanda Lúcia Diretor Administrativo: Miguel Gontijo Diretor financeiro: José Alves Pereira Conselho Fiscal: Daniel Moreira Soares Angelo Issa INSTITUIÇÃO MANTENEDORA: Vicariato Agostiniano nossa senhora da consolação -Brasil EXPOSIÇÃO Realização Viaduto das Artes Textos: Leandro Gabriel Augusto Nunes-Filho Marcus Lontra Expografia/ Montagem: Equipe Viaduto das Artes Identidade Visual: Clara Gontijo (Ideiário Design) Programa Educativo Carla Cinara Pereira Michele Carvalhaes

Apoio:

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Viaduto das Artes: Av. Olinto Meireles 45, Barreiro,

Sob o viaduto Engenheiro Andrade Pinto, esquina com Av. Afonso Vaz de Melo viadutodasartes@gmail.com | (31) 98802-5140

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