Argumento 148

Page 3

ÍNDICE

EDIT!

P.4 BILHETE-POSTAL

Da eterna longevidade de Oliveira fica o desconcerto de não ter sido suficiente. A sua morte tira-nos o horizonte da ex-uber-ância da primeira vez, da inocência escancarada de quem ainda não viu – não há mais obra em devir – mas o que nos deixou foi um lugar onde podemos voltar sempre.

Como vão os cine clubes? Uma cartografia do movimento cineclubista: o que fazem, para quem e com que objectivos trabalham os cine clubes pelo mundo fora.

P.5 NA RETINA

Espaço para partilha de olhares e gostos sobre um filme ou realizador escolhido por um convidado. “Porque o cinema é sobretudo isto: emoção que se quer partilhável”.

P.6 CINE-COSMOS

A crónica de Edgar Pêra.

Buckaroo é um filme para quem não tem medo de não saber tudo e nesse sentido influenciou-me tanto como Eraserhead

Sempre? É curioso pensarmos nos constrangimentos de ordem física do cinema, ou da literatura, por exemplo. Se os livros e a escrita desaparecessem, teríamos, como sempre, uma oratura. Se os filmes desaparecessem, o que é que ficava? No Subsolo desta edição, o Manuel Pereira, através de Michael Snow e Matthias Müller, pensa uma “poética desaparição, enquanto suporte e linguagem” procurada pelo próprio cinema, como “regeneração destrutiva”, que é sinestesia, é alucinação, é “crepitar ininterrupto”, é metamorfose (como em Funeral Parade of Roses, filme sobre máscaras e outração, Na Retina do César). Então, a escrita sobre os filmes – é parte do cinema ou é já outra coisa (“to see the object as in itself it really is not”, diria Wilde)? Num texto colectivo sobre a paisagem e a sua “inevitabilidade” em Teresa Garcia, reflecte-se, neste mesmo número, acerca da escrita enquanto processo de aproximação ou afastamento dos filmes, problematizando o papel activo de um elemento à partida anti-narrativo. Contamos ainda com a análise de um Cinema em Transe, pelo Tiago J. Silva, que explora, a partir de uma extraordinária percepção de panorama, os processos de apropriação e recriação identitária de Glauber Rocha. Ainda, um Observatório espectro-quimérico, pelas mãos de um amigo do Cine Clube, Luís Belo, recriando The Devil and Daniel Johnston.

P.8 GLAUBER ROCHA

Cinema em Transe: ruptura e revolução em Deus e o Diabo na Terra do Sol e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro

P.12 O CINEMA DE TERESA GARCIA

Cinco enquadramentos sobre os filmes de Garcia, e uma conversa entre a realizadora e Pierre-Marie Goulet.

P.20 SUBSOLO

Rubrica de Manuel Pereira, abarca autores, obras e tendências que encarnam uma vontade de alargar os próprios horizontes da linguagem cinematográfica.

P.22 WHAT’S UP CCV?

Actividade do Cine Clube de Viseu.

P.23 OBSERVATÓRIO

A palavra aos autores. Edição de trabalhos originais, e um olhar sobre o estado das artes e do cinema na primeira pessoa. A desafiar os convidados, um tema comum, a cinefilia.

Que os filmes nunca desapareçam!

ARGUMENTO Publicação editada pelo CCV desde 1984, pensada, originalmente, para a divulgação de actividades e debate do fenómeno fílmico. O boletim tornou-se um veículo indispensável de reflexão da sétima arte e divulgação do CCV, a justificar um cuidado permanente das suas sucessivas direcções. Fundado em 1955, o CCV é um dos mais antigos cineclubes do país, sendo o Argumento um projecto central na sua actividade.

3


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.