dossier mini-hídricas
IFIM: metodologia para determinação do caudal ecológico O aumento de impactes nos ambientes dulçaquicolas e a procura de medidas de minimização eficazes apresentam desafios consideráveis. De uma forma geral, as alterações ao regime hidrológico dos cursos de água a jusante dos aproveitamentos hidroeléctricos (AH) conduz a importantes modificações no ambiente, com consequências diversas e muito significativas ao nível dos ecossistemas e da estrutura e diversidade das comunidades bióticas. Com vista à minimização dos impactes têm sido definidos caudais ecológicos, que permitem assegurar a conservação e a manutenção dos ecossistemas aquáticos e ripícolas, bem como a produção das espécies com interesse comercial e/ou desportivo. Miguel Mascarenhas e Helena Coelho Bio3 - Estudos e Projectos em Biologia e Valorização de Recursos Naturais info@bio3.pt
IFIM Das várias metodologias disponíveis para a determinação de caudais ecológicos, distinguem-se o interesse pelos métodos cujos critérios se baseiam na relação entre o habitat e o caudal. É neste contexto que surge a metodologia incremental para determinação de caudais, IFIM (ou seja, Instream Flow Incremental Methodology). A metodologia
Figura 1 Identificação de várias fase do ciclo de vida.
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IFIM foi desenvolvida em 1982 pelo Cooperative Instream Flow Service Group do U.S. Fish and Wildlife Service, com vista à resolução de problemas de gestão ao nível dos recursos hídricos. Inicialmente implementada em 5 fases sequenciais (identificação do problema, planeamento, implementação do estudo, análise
Figura 2 Barbus bocagei.
de alternativas e resolução do problema), a base da sua utilização recorre à definição de critérios de aptidão de habitat de uma determinada espécie piscícola (podendo ser aplicada a outras espécies), a dada fase do seu ciclo de vida (alevim, juvenil ou adulto – Figura 1), com o intuito de determinar a variação do habitat disponível em função do caudal existente.