dossier biomassa
biometano O biometano ĂŠ um combustĂvel renovĂĄvel e constitui um recurso endĂłgeno ainda nĂŁo explorado em Portugal. A tecnologia das instalaçþes de tratamento e valorização do biogĂĄs (matĂŠria-prima) entrou na fase madura e existem boas prĂĄticas europeias e mundiais de modelos de exploração e de incentivo a esta atividade. O biometano ĂŠ o nosso petrĂłleo! Eng.Âş Rui RemĂgio,
entre 90% e 98% conforme exigĂŞncias quanto
tĂvel). Existem soluçþes de tratamento de biogĂĄs para qualquer composição em metano que se pretenda atĂŠ Ă quele limite. Quando se pretenda injetar este combustĂvel na rede de gĂĄs natural de normal poder calorĂ O biogĂĄs Como produtos orgânicos de qualquer natureza abrangemos, nomeadamente: RSU2 em aterros sanitĂĄrios, RSU em CVO3, ĂĄguas residuais, resĂduos de matadouros, resĂduos da indĂşstria agroalimentar, produtos alimentares retirados de venda por terem ultrapassado o perĂodo de validade, resĂduos de exploração pecuĂĄria, resĂduos ! "
O biometano É um combustĂvel renovĂĄvel que resulta da limpeza e valorização do biogĂĄs gerado pela digestĂŁo de produtos orgânicos de qualquer natureza. Tem uma composição muito semelhante ao gĂĄs natural, sendo miscĂvel com este em qualquer proporção. A limpeza e valorização do biogĂĄs sĂŁo asseguradas por instalaçþes de processo convencionais ou contentorizadas (estas para pequenas e mĂŠdias capacidades) com tecnologia consolidada, resultante de uma experiĂŞncia com mais de vinte anos. Existem duas tecnologias bĂĄsicas, com vantagens repartidas: de membranas e PSA1. O biometano poderĂĄ ter uma composição
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Pressure swing absorption.
Por digestĂŁo entendemos a decomposição natural de resĂduos e de produtos orgânicos bem como qualquer tratamento anaerĂłbio de matĂŠria orgânica que resulte na sua transformação, na ausĂŞncia de oxidante externo, com produção de metano e diĂłxido de carbono,
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ResĂduos SĂłlidos Urbanos.
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Central de Valorização Orgânica.
deixando na solução aquosa subprodutos como amĂłnia, sulfetos e fosfatos. O processo de digestĂŁo ĂŠ desenvolvido por uma sequĂŞncia de açþes realizadas por uma gama muito grande e variĂĄvel de bactĂŠrias, nas quais se podem distinguir quatro fases subsequentes: hidrĂłlise, acidogĂŠnese, acetogĂŠnese e metanogĂŠnese (van Haandel e Lettinga, 1994). Tem-se, entĂŁo, uma cadeia sucessiva de reaçþes bioquĂmicas, onde inicialmente acontece a hidrĂłlise ou quebra das molĂŠculas de proteĂnas, lĂpidos e carboidratos atĂŠ a formação dos pro #xido de carbono. De uma forma mais sintĂŠtica podemos caraterizar a digestĂŁo como processo de decomposição orgânica onde as bactĂŠrias anaerĂłbicas, que sobrevivem na ausĂŞncia de oxigĂŠnio, conseguem rapidamente decompor os resĂduos orgânicos.
Utilizaçþes do biometano Como jĂĄ focado, este combustĂvel ĂŠ um recurso endĂłgeno que se produz espontaneamente em algumas situaçþes e noutras via digestĂŁo anaerĂłbia. Como combustĂvel na vertente calor, ĂŠ uma alternativa direta ao gĂĄs natural. Como comburente ĂŠ uma alternativa direta ao gasĂłleo com incidĂŞncia em viaturas pesadas e nas ligeiras que requerem mĂŠdias ou grandes autonomias. Notamos que a Mobilidade GNV4 (com ou sem adição de biometano) ĂŠ complementar Ă Mobilidade ElĂŠtrica pois estas orientam-se para segmentos de mercado maioritariamente distintos (binĂłmio veĂculos/tipologia de percursos autonomia). Preconizamos que se passe a tratar a problemĂĄtica da substituição dos combustĂveis de
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GĂĄs Natural Veicular.
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