Fernando J. T. E. Ferreira1,3 e Sérgio M. A. Cruz2,4
Artigo Técnico
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Dep. Eng. Electrotécnica, Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, Coimbra, Portugal 2
Dep. Eng. Electrotécnica e de Computadores, Universidade de Coimbra, Portugal 3
Instituto de Sistemas e Robótica, Universidade de Coimbra, Portugal 4
Instituto de Telecomunicações, Portugal
E. Avaliação Técnico-Económica do Investimento Nos SEFMs faz todo sentido realizar avaliações técnico-económicas de investimento, nas quais se avaliam as vantagens económicas e técnicas em função de um determinado investimento ou gasto adicional. Tipicamente, as vantagens técnicas traduzem-se posteriormente em vantagens económicas. Por exemplo, se a aplicação de uma determinada tecnologia permitir um controlo mais preciso de velocidade e uma protecção mais eficaz do motor (vantagens técnicas), poderá haver, por exemplo, uma melhoria na qualidade dos processos dependentes do sistema por ele accionado e um aumento do seu tempo de vida (vantagens económicas). Numa primeira abordagem, podem-se utilizar indicadores simplificados na análise técnico-económica do investimento em duas tecnologias diferentes em rendimento e custo, CIA e CIB, como é o caso das poupanças anuais (em €/ano) e do tempo de retorno do investimento simples, TRI (em anos), de acordo com as equações 6 e 7, aplicáveis a um ciclo de funcionamento com n períodos com duração Hi (em horas/ano), custo de electricidade Ci (em €/kWh) e carga aproximadamente constante. CIA e CIB (em €) representam o custo das tecnologias A e B, respectivamente. A potência mecânica desenvolvida, P veio, é dada em kW.
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II. Selecção de Motores de Indução Trifásicos A. Rendimento, Normas e Políticas Aproximadamente 25-30% das poupanças associadas à optimização dos SEFMs, advêm do melhoramento do rendimento dos motores. A restante parte advém do melhoramento do sistema como um todo. Mundialmente, são usadas diferentes normas para classificar os MIs em função do rendimento nominal (e.g., NEMA, EPAct, CSA, CEMEP, COPANT, AS/NZS, JIS, GB e outras). Tornou-se cada vez mais difícil para os fabricantes projectarem MIs para um mercado global e para o utilizador entender as diferenças e similitudes das normas em diferentes países.
14 · MANUTENÇÃO
Todavia, para além disso, em sistemas com vários módulos, onde há diversas opções possíveis de investimento, é necessário gerir correctamente a repartição do investimento em valor e no tempo. Em todos os casos, do ponto de vista da relação investimento-benefício, existe sempre uma opção mais vantajosa que poderá ser facilmente identificada. Saliente-se que o investimento concentrado num único módulo não é, em muitos casos, a melhor opção, como aliás já foi referido. Isto tem a ver com os diferentes custos por aumento do rendimento para os diferentes equipamentos a considerar e com a relação entre o valor de todos os rendimentos dos diferentes equipamentos/módulos que integram o sistema. Em geral, se o objectivo é maximizar o rendimento de um sistema, deve-se procurar investir de forma a aproximar o valor do rendimento de todos os seus módulos [4, 7].
F. Projectos Europeus no Domínio dos Motores Eléctricos No contexto dos sistemas eléctricos de força motriz, foram já levados a cabo diversos projectos europeus, realizados por consórcios de vários países envolvendo universidades, institutos de investigação, associações e empresas. Exemplos de projectos relacionados com o assunto deste artigo são “Barriers Against EnergyEfficient Electric Motor Repair” [22], “Improving the Penetration of Energy Efficient Motors and Drives” [1], “VSD for Electric Motor Systems” [2], “Motor Challenge” e “Ecodesign of Electric Motors” [3]. Os relatórios e outros documentos técnicos produzidos no âmbito dos referidos projectos estão, na sua grande maioria, disponíveis na Internet.
Muito recentemente, houve várias alterações na normalização e nas políticas relacionadas com o rendimento dos motores eléctricos. No que respeita às normas para determinação do rendimento e para classificação dos motores em função deste, deu-se um passo significativo no sentido da harmonização das classes de rendimento entre a UE e os EUA, tendo sido revogada a norma internacional CEI/IEC 60034-2 [12] para determinação do rendimento pelo método indirecto (mais impreciso), adoptada na UE, passando agora a estar a vigor a norma internacional CEI/IEC 60034-2-1 [14] que integra o método de determinação pelo método directo (mais exacto) com desagregação de perdas, equivalente ao da norma americana IEEE 112-B, estando o mesmo subjacente à nova2 norma CEI/IEC60034-30 [15] (categorias IE1, IE2 e IE3, correspondendo esta última ao motor
Por erros detectados na última edição publicamos novamente o Ponto E e o F. Pedimos desculpa pelo sucedido.
Visão geral sobre selecção, controlo e manutenção de motores de indução trifásicos